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_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

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TRADUÇÃO: Nina Guerra e Filipe Guerra

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NOMES E SOBRENOMES

ABERTURA

III. nomes e sobrenomes


tombo em aberto

Fernando Brito, ABERTURA TRÊS, revisto e aditado, janeiro de 2016


de: AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA (1500-1800),
ed. I.G.H. da U. Lusófuna do Porto, 2006.
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SOBRE O RIGOR DA CIÊNCIA

“... Naquele Império, a Arte da Cartografia alcançou tal Perfeição que o mapa duma
única Província ocupava uma Cidade inteira, e o mapa do Império uma Província inteira.
Com o tempo esses Mapas Desmedidos não bastaram e os Colégios dos Cartógrafos
levantaram um Mapa do Império, que tinha o Tamanho do Império e coincidia com ele
ponto por ponto. Menos Dedicadas ao Estudo da Cartografia, as Gerações Seguintes
decidiram que esse dilatado Mapa era Inútil e não sem Impiedades entregaram-no às
Inclemências do Sol e dos Invernos. Nos desertos do Oeste perduram despedaçadas Ruínas
do Mapa habitadas por Animais e por Mendigos; em todo o País não há outra relíquia das
Disciplinas Geográficas.”

(Suáreza Miranda: Viajes de Varones Prudentes, Livro Quarto, Capítulo XIV, Lérida, 1658.)
cit. por Jorge Luís Borges - História Universal da Infâmia, trad. José Bento. Lisboa: Assírio e Alvim, 1993.

... tinha razão aquele que, com experiência de todo o mundo, fizera o livro da loucura
[Erasmo, Elogio da Loucura, 1509], no qual, depois de mencionadas todas as nações e
mostrando de cada uma o tipo de loucura em que incorria, vinha a tratar dos portugueses,
provando, com motivos verdadeiros, que fazia residência nos seus cérebros a mais tola de
todas as loucuras. Dizia ele que não se admirava que os senhores e as gentes daquele
reino fizessem tanto alarido da sua nobreza, porque lá diz o provérbio popular que a mais
desgraçada roda do carro é sempre aquela que chia ...

Ritrato et Riverso del Regio de Portogallo (uma descrição de Portugal em 1578-80). Apresentação,
transcrição do documento, tradução do italiano e notas de A. H. de Oliveira Marques «Nova História»
(1984), n.º 1, p. 128.

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Os Irmãos Instituidores da Santa Casa em 1610


Onde consta Jerónimo Ferreira Velho (coluna da esquerda, 16º) é João Ferreira Velho.

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... em homenagem ao Dr. Simões

montagem de uma folha dactilografada pelo Dr. Manuel Rodrigues Simões Júnior
com o rol dos instituidores, tirado, por certo, do livro da Misericórdia de Arouca
aberto em 1803 pelo reverendo José dos Santos Reis Teixeira, hoje, no arquivo da Santa
Casa da Misericórdia de Arouca.

Lourenço Teixeira de Quadros, Jerónimo Teixeira e Domingos Brandão, figuram duas


vezes. Descontadas as repetições e excluídos dois pedreiros (João Gonçalves e
Domingos), contam-se 59 figurantes: Gerações de Arouca desconhecerão 13 em 59, ou
seja, 22%; verifica-se também que os principais – embora modesta fasquia do grosso dos
vizinhos – vêm a preencher quase 60 % do rol; verifica-se ainda que parte dos principais
de então não participaram. Outros afluirão nos anos subsequentes, a julgar pelas duas
dúzias de folhas preenchidas pelo Dr. Simões, onde perpassam personalidades bem
conhecidas, sendo o último dos inscritos Joaquim Soares de Brito, da Porta, em 1849.

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III. nomes e sobrenomes

Os nomes de baptismo estão, na sua maioria, relacionados com o hagiológio cristão; mas,
também naturalmente, a longa duração de “Gerações” acusa diferenças no tempo. O
José surpreende pela ausência; aparece, o primeiro, na Quinta de Romariz em 1622 (e logo
depois o de Alhavaite, José Soares, com um prazo de 1657 e juiz em 1697); ao fim e ao
cabo, haverá que esperar pela proliferação no setecentos: tanto de José, como de São
José, nome segundo, de baptismo ou de adopção1. Pasma-se, também, com Mafalda –
tão popular nos finais de oitocentos e princípios de novecentos – que não se encontra,
salvo as duas Mafaldas dos Magalhães Pereiras de 1654 e de 1696. A preferência por um
nome de uma família – o mesmo de avô a neto, o mesmo de tio a sobrinho (e até de pai a
filho) – parece mais evidente do que a continuidade do apelido, proporcionando pistas
genealógicas inestimáveis. Dois irmãos do mesmo nome e seguidos, significa que o primeiro
não vingara; dois nomes iguais não imediatos, revela que o primeiro sobrevivera algum
tempo. E mostra que os pais não abdicavam da escolha: Se gorada, logo repetida; ou
talvez: que o nome perdido se tornara mais desejado. O mesmo nome encontra-se,
também, entre meio-irmãos, filhos de dois matrimónios do pai comum.
As preferências conhecem mutações: alguns darão o lugar a outros, tal como nos Teixeiras,
os Gonçalos preteridos pelos Jacintos. Igualmente, um matrimónio traz novas simpatias.
Um nome-próprio seguido de apelido, é a regra; quem tinha apelido composto viu-se
afeito a um só: Mendes de Vasconcelos reduzidos a Mendes. Todavia, as escrituras do
Mosteiro, as diligências do Santo Ofício e algums notariais, desdobram os apelidos, o que
nunca acontece nos paroquiais. Tão arreigado uso e tão severa simplificação levou a
justapor-se o Velho e o Novo a muitos dos homónimos. E por vezes alcunhas, quanto
deploráveis, mas muito poucas...
Durante todo o quinhentos não existe o gosto pelos apelidos ou a vaidade desconhecia tal
processo. Tarde ainda, limitavam-se a trocá-los, sucedendo Maria Machada Godinha a
Maria Godinha Machada, ou Quadros Teixeira a Teixeira de Quadros. Mas também são
frequentes os homónimos perfeitos colocados em gerações sucessivas da mesma casa. Às
mulheres cabia o apelido materno. O desvio à regra deveu-se à necessidade de distinguir
uma tia de uma sobrinha ou duas primas coirmãs. Iniciado o gosto pelo apelido ou a
necessidade de melhor distinção, o filho abandona o patronímico do pai e adopta o
sobrenome da mãe: Ana f.ª de Manuel Gonçalves, não: o pai é Manuel Correia Torres !

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Ainda de seiscentos é José Soares Ferreira, juiz de Arouca em 1697, a apresentar adiante.
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Sendo os nomes tão simples, o lugar de morada é determinativo indispensável para


discernir linhagens ou identificar homónimos. (No rol dos juizes, adiante, iremos sentir de
caminho quanto custa a falta de determinativos...). Mais tarde, alguns sobrenomes – muito
poucos – nascem dos lugares de morada: um Pinho Pinheiro a Pinho Pinheiro; um Pinho, da
Pimenta, a Pinho Pimenta.
Seria de esperar um maior recurso a alcunhas – frequentes no século dezanove – mas
verdade é que são escassas nos homens – o Verde2, o Terrível3, o Alho4, o Pissica5, o
Rapado6, o Penudo7, o Guincho8, o Antança9, o Pinheiro10, o Ratinho11, Aguço12, o
Manco13; e nas mulheres, embora mais frequentes, caíam quase todas nos estratos mais
pobres e, particularmente, em mães solteiras: As que atrás já mostrei. No estrato mais
elevado – no caso vertente, o dos Fonsecas-Varela – houve quem chamasse a um dos
varões: o pissica! (pois vem em ALÃO, “Pinhos de Águeda” !). Os nomes de família são
patronímicos ou são apelidos históricos. Estes, raríssimos no final de quatrocentos, elevam-se
a três ou quatro dezenas nos meados de quinhentos. Significativo: a presença deles na
freg. da vila; a quase ausência nas freg.s do termo; e a total falta nas freg.s mais pobres.
Um apelido quanto mais generalizado maior antiguidade revela; se menos frequente,
acusa chegada recente. É enquanto novidade na terra que a família mais o usa: nome
completo que ocasiona homónimos sem conta. Se atinge a saturação da vulgaridade não
sofre retrocesso, mas acontece ser abandonado por uma casa: os Soares de Brito em
detrimento dos Tavares Teixeira. Em pleno setecentos cultivam-se os sobrenomes compos-
tos e complicam-se – não muito – os apelidos. Certos deles denotam caprichos; raros,
muidezas genealógicas. (Por exemplo, por que é que num dos Fonsecas Varelas (de novo
estes), aparece Cardoso de Meneses? Bom trabalho me deu!... Um apelido não se confina
a uma casa. Foi por isso que – em fase adiantada de “As Doze Portas” – optei pela
introdução a um apelido elegendo uma CASA, sem contudo significar que só essa o aco_

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ADA, Registos Paroquiais da Freg. de São Bartolomeu, Arouca (grafado VILA), onde Manuel Gonçalves o
Verde (de São Pedro) é pai de Maria, 1566.
3
Angela, b. na VILA em 1577, f.ª de Jorge Anes o Terribal.
4
Simão Varela o alho de alcunha, pad. na VILA em 1577.
5
Adiante, OS FONSECAS VARELAS, onde Luís da Fonseca Varela, “o pissica em Arouca”.
6
PRAZOS, livro 18, prazo de 1625 (III, 1ª D, 13, 2, 16), João Gomes o Rapado, pai de Maria Aranha.
7
Faleceu na VILA, em 1637, Manuel Fernandes o penudo.
8
Faleceu na VILA, em 1644, Domingos Brandão o gincho.
9
PRAZOS, prazo de 1647, Manuel Fernandes o Antança.
10
ADA, Registos Paroquiais da Freg. de São Salvador do BURGO, Arouca, Antonio de Pinho por alcoinha o
pinheiro, pad. em 1640.
11
LIMA, Hugo Jorge - Os Familiares do Santo Ofício no Distrito de Aveiro «Arquivo do Distrito de Aveiro.
Revista Trimestral para Publicação de Documentos e Estudos relativos ao Distrito». Aveiro: Ed. Francisco
Ferreira Neves, 1935-1976, António, 1622, nat. de Urrô, dos Teixeiras de Roças, chamado "o ratinho" na
Familiatura para servir o SO de José Nunes, em 1723, casado com uma neta sua.
12
PRAZOS, prazo de 1684, Manuel de Pinho Aguço.
13
Ignacio da Costa o manco, em 1718.
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lhera e muito menos o guardara de princípio a fim. Os quatro apelidos principais, por
estarem em todas, não cabem numa só delas. Passe a escolha, um tanto arbitrária: Os
Escobar e Barros prefaciam MINHÃOS; Os Teixeira, a PORTA; os Pinho, a LAMEIRA; os
Tavares, TERÇOSO e SELA. Os Mendes de Vasconcelos – outro entre os mais vetustos – não
se conformam a qualquer tecto: Qual das doze portas os representa? Os apelidos mais
antigos e continuados são quatro ou cinco: Escobar e Barros, Tavares, Teixeira, Pinho,
Velhos-Reimões. Pouco mais.
Os Barros e os Escobares14 – em ROMARIZ desde sempre; em MINHÃOS desde sempre; em
SÃO PEDRO desde 1602; no BOCO, 1636 e de novo, 1661; na PORTA, 1739. Os Pinhos – na
LAMEIRA desde 1580(?); em EIRIZ, 1588(?); nos MALAFAIAS, 1608(?)15 e de novo, 1649; na
PORTA, 1625; em TERÇOSO, 1627 (antes, em Chave e na Cavada, de Roças); em SÃO
PEDRO, 1640 e 1785; em SELA, 1642; em VALDASNA, 1690; em ROMARIZ, 1712(?); na
CAVADA DO ARIEIRO, 1723 e 1740; em MINHÃOS, 1739. Os Tavares – em SELA, 1584 e de
novo, 1627 e de novo, 1642; em EIRIZ, 1588(?); na PORTA, 1625; em TERÇOSO, 1627 (antes,
em Chave e na Cavada de Roças); em SÃO PEDRO, 1640 e 1785; nos MALAFAIAS, 1649; em
VALDASNA, 1690; na CAVADA DO ARIEIRO, 1723; em MINHÃOS, 1739. Os Teixeiras – em
ROMARIZ, 1540; em SÃO PEDRO, 1540 e 1785; em TERÇOSO, 1584 e 1627; em EIRIZ, 1585; em
SELA, 1584; na PORTA 1625; no BOCO, 1636; nos MALAFAIAS, 1649; em VALDASNA, 1690; na
CAVADA DO ARIEIRO, 1723; em MINHÃOS, 1739.
Deve acrescentar-se, ainda, os Malafaias, em Várzea, e mais tarde, na vila de Arouca
(depois do casamento de Domingos na vila, nascido em 1609), os Reimões, em RONDE
desde 1584, e em Vilar; os Almeidas, entre os de SELA; e os Teles de Menezes, em ROMARIZ
antes de 1604 e no BOCO desde 1661.
A miscibilidade é uma constante: A história continuada das CASAS não preenche a dos
apelidos. ABERTURA procura colmatar a falta.
Os registos paroquiais, os mais antigos, não documentam os anos anteriores a 1564 (Na vila,
1565); as habilitações para familiar do Santo Ofício reportam os inquiridos até aos seus
avós, ou seja, alguns dos nados por 1500; e o cartório do Mosteiro das primeiras décadas
do quatrocentos possibilita, a custo, reconstituir alguns grupos, mas não permite seguir
todos os notáveis por aí vistos. Tentarei, mesmo assim, articular os membros de cada estirpe,
tomando por baliza – salvos os prolongamentos necessários – o ano-limite de 1610, data da
instituição da Santa Casa da Misericórdia de Arouca.
Na VILA viviam em 1565 Abreus, Aires, Almeidas, Aranhas (de Isabel Nunes da Mourisca,
depois na Lapa), Aranhas (de Vasconcelos), Araújos (ver OS ABREUS), Barbosas e Beças,

14
Aceite-se que todos os Barros eram também Escobares.
15
Domingos Malafaia Mascarenhas, f.º de Antónia de Pinho, nasceu em 1609.
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Barros e Escobares, Botelhos (do Meirinho da Correição de Lamego), Brandões, Britos (de
Lamego), Carvalhos (vindos de Santa Eulália), uns Cardosos (além de António Cardoso, em
Os MENDES), Correias (de Vasconcelos), Delgados, uma Ferraz (Catarina, m.er de Cristovão
de Almeida, em Os ALMEIDAS), um Ferreira (Jorge Ferreira do Cancelo, em Os ALMEIDAS),
Fonsecas e Furtados Tavares, Henriques de Quadros, um Melo (Jorge de Melo), Mendes (de
Vasconcelos), um Morais (Belchior de Morais casado c. Filipa Pinta), Moreiras (do
licenciado Manuel Moreira, em Os ALMEIDAS), um Novais de Mascarenhas (a ver em Os
REBELOS AMARAIS), Pereiras (de Ana, m.er do licenciado Manuel Moreira), Pinhos, Pintos,
Ribeiros (do Dr. Amador Ribeiro), Silveiras Bulhões (em Os MENDES), uma Varela (aliás Velho
Varela, a ver em Os VELHOS REIMÕES), Velhos Reimões, Vieiras, Vieiras Teixeiras, e poucos
mais portadores de um apelido. Alguns 20 anos depois, surgem os mesmos, mais alargados,
outros diminuídos, e a somar novos apelidos: Azevedos, Machados (um ou dois),
Magalhães Pereiras. No BURGO, Aranhas, Guedes (vindos de Santa Eulália), Juzartes, Pinhos
e pouco depois Teixeiras; em CHAVE, Tavares; em SANTA EULÁLIA, Barros, Carvalhos d´Algar
já referidos, Ferreiras Velhos (a tratar em Os VELHOS REIMÕES), Guedes, Homens (duas
gerações apenas), Juzartes, Pintos e Teixeiras; em TROPEÇO, Pereiras, Varelas (irmãos do
P.e Francisco Mendes e de Hércules Varela – A ver em Os FONSECAS VARELAS); em ROÇAS,
Aranhas Brandões, Godinhos Fonsecas Varelas, Pinhos, Vieiras Teixeiras, e pouco depois
Tavares (Que sorte seria achar os paroquiais!...); em URRÔ, Almeidas, Pinhos e Vieiras
Teixeiras; na VÁRZEA, Malafaias (graças ao reitor Francisco Aires, que os salvou). Os mais
amplamente referenciados, e da melhor principalidade da vila e da região, são os
Escobares, os Tavares e os Teixeiras: Veremos estes e todos os outros, ou quase todos, no
âmbito das suas CASAS ou QUINTAS.
Os apelidos vindos de patronímico mais frequentes são: Anes, Dias, Fernandes, Gonçalves,
Pires e Rodrigues, e neles nos perdemos. Porém, uns destes "patronímicos" cabem a
“notáveis”: André Fernandes, homem nobre Vereador e Juiz (em Os VIEIRAS TEIXEIRAS e
CASA DA PORTA, introdução aos Teixeira de Arouca); outros, com direitos a apelido, ficam-
se pelo apelido-patronímico: Frutuoso Fernandes, f.º de Furtados e Tavares (em Os
FONSECAS e FURTADOS TAVARES); ainda outros, cuja raiz patronímica se teria aprofundado
há muito, sobressaem: Lopes, Lourenços16, Lucas, Roques, Vazes e Viegas. (Particularmente
curiosos são os Aparícios e os Gabrieis, aliás com um enlace entre si: Gaspar Aparício e

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Estevão Lourenço, do Gato, instituidor da Misericórdia, parece descender de um Lourenço Pires do Gato.
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Antónia Gabriel). Por fim, mais “pessoas das casas” 17: os que não figuram nos paroquiais,
mas podem ser colhidos, ocasionalmente, nos papéis do cartório do Mosteiro.
Tudo... seria irrazoável.
Cingir-me-ei aos que deixaram notícia continuada; passarei por alto os que virão melhor
nas suas CASAS ou QUINTAS; desenvolverei os que, porventura, andarão mais dispersos e
com menor trato monográfico. Enfim, Tombo em aberto, a aprofundar e a corrigir, ou
simples introdução. (Chamei-lhe ABERTURA...). Mostrarei os mais significativos.

17
BIANQUIS, Thierry - A família no Islão Árabe «História da Família». Lisboa: Terramar, Editores, 1997, p. 288:
“A ligação entre a condição social de uma família e o tipo de habitação que ocupava era posto em evidência pela
expressão medieval ahl al-buyûtât, «as pessoas das casas» ..., e denotativa dos notáveis de uma cidade”.
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Antes de proceder à apresentação destas famílias, gostaria de salientar a pasmosa


simplicidade e habilidade do mecanismo de um nome.

1. Na composição mais elementar ou expressão mais simples, um nome eram dois: O


primeiro, nome próprio registado no acto do baptismo (Domingos, por exemplo); o
segundo, nome de família usado por um dos progenitores – ora de pai ou mãe, ora
provindo de um ascendente – (João, por exemplo) adoptado pela criança chegando ao
estado adulto (o que fazia Domingos João).
Tomando um número representativo de nomes e analisando os elementos constitutivos,
talvez venha a ser possível encontrar constantes. Mas como escolher? Preferir uns e preterir
outros? Não será que viciamos a amostra logo à partida? Então, por que não aceitar um
rol já elaborado muito antes de "Gerações de Arouca"? Por exemplo, a listagem dos "Juizes
Ordinários do Couto de Arouca" organizada pelo SIMÕES JÚNIOR18 e recentemente
retomada por PINHO GONÇALVES19. O rol abarca um longo período de tempo inscrevendo
uma personagem diferente em quase cada ano. (Aproveitemos o trabalho até o ano de
1800). Ainda assim, é muita gente. O primeiro – 1496 – podia ser desprezado, já que se
afasta da sequência, relativamente regular, subsequente. De data recente, passamos a
poder valer-nos de um outro rol, bem mais completo, pois inclui 87 juízes, ou seja, mais 17
dos que andavam inventariados.
Caminharemos 300 anos (desprezando os 4 primeiros nomes) com tais magistrados de
Arouca. Certos estiveram em funções por mais de uma vez; certos assinaram
laconicamente; outros, mais lacónicos foram, como Menezes, Rocha ou Quaresma. Serão
ao todo – mais um menos um – 83 individualidades (87-4) no decurso dos 300 anos, ou seja,
um juiz em cada 3,25 anos... A avaliar pela regularidade da sequência dos anos a partir de
1670, é de admiir que faltem muitos nomes de 1592 até 1670!
O Dr. Simões advertiu para a impossibilidade de organizar um rol completo. Compreende-
se. Ao certo houve mais juizes (sabemos, por exemplo, de Gonçalo Teixeira “de Eiriz”, Juiz,
Vereador e senhor de outros ofícios na vila de Arouca: que, de resto, consta do rol mais
recente), porém, olhando a lista elaborada, os anos aí figurados são quase contínuos, salvo
alguns hiatos mais evidentes e relevantes.
Os anos, com excepção dos 6 primeiros, parecem preenchidos. Note-se a sequência de
datas contíguas (quase ano a ano), de 1670 a 1746; e de 1755 a 1800. Os intervalos iguais
ou maiores de 3, são apenas os seguintes:

18
SIMÕES JÚNIOR - Arouca, Subsídios para a sua Monografia / Nomeação dos Oficiais das Justiças.
19
GONÇALVES - Município de Arouca…
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1675 a 1678 – 4 anos sem notícia;


1689 a 1696 – 8 anos;
1721 a 1723 – 3 anos;
1750 a 1754 – 5 anos;

A listagem está razoavelmente completa, o que aliás não interessa ao propósito, ou pouco
importa: Pois não queremos os juizes, todos os juizes, mas sim os seus nomes.

2. Personagens houve que usaram nomes únicos (jamais repetidos em 500 anos de história
de Arouca); também é verdade que poucos apelidos correspondem a uma só família.
Entre os inconfundíveis: Gaspar Homem da Costa20 e Manuel Pereira Burgos21; entre os
nomes de família: os Teles de Meneses que foram os de Romariz, os Sequeiras que foram os
de Milhaço e os Britos que foram os da Porta.
Ao fim e ao cabo, são muito poucos os nomes próprios e são também muito poucos os
apelidos. A distinção conseguiu-se pela hábil conjugação de dois nomes – nome próprio +
nome de família – e, por vezes, com mais um outro de permeio: fosse por 2 nomes próprios
(nome e sobrenome) seguidos do nome de família, fosse por 2 apelidos precedidos do
nome de baptismo. Assim aconteceu com António João + Guedes, Manuel Bernardo +
Sousa, e Roberto António + Teles, Paulo José + Pereira; ou Pantalião + Rodrigues Malafaia,
Gaspar + Homem da Costa, João + Rodrigues Carvalho, Manuel + Tavares de Pinho, João +
Duarte Monteiro, Bernardo + Aranha de Pinho, António + Almeida Brandão, Manuel +
Pereira Burgos, Diogo + Leite Cabral, e Jerónimo + Teles de Meneses. Surpreende que tão
escassos recursos tenham bastado a tantos chamamentos! Alguma alcunha (muito
poucas) e alguns patronímicos feitos apelidos (muito poucos) completam a rala panóplia.
Alguns mais extensos – muito poucos – só encontrámos na segunda metade de setecentos
(excepção: o Dr. André Pereira Lopes Godinho em 1724).
Os documentos mais exigentes explanam nomes mais compridos ou completos (como se
acham, por exemplo, nos actos notariais), mas nas situações de todos os dias (que a
maioria dos papéis registaram), os nomes confinam-se a expressão doméstica ou
rudimentar e, não obstante: dão pouco azo a confusões embaraçosas. É isto o que
espanta. É extraordinário como nomes tão simples, compostos de 2 elementos
vulgaríssimos, se exprimem, para determinada data, com tamanha certeza: Manuel

20
Gaspar Homem da Costa, a mencionar adiante.
21
Manuel Pereira Burgos, a mencionar adiante.
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João22, Pedro Duarte23, José Soares24, Bernardo Aranha25, Diogo Pinto26, Gonçalo Correia27
..., sendo até possível estender a lista – não sem alguma quebra de clareza – com (14)
João Ferreira, (18) António Francisco28, (29) João Gomes29, (47) Francisco Aranha30 e outros.
Veremos também que se repetem nomes de familiares com alguns anos de permeio: Tais
anos de intervalo são porém curtos, mostrando, provavelmente, que as famílias não eram
fortes em memórias genealógicas31. Claro que houve imensos homónimos (sempre, ou
quase sempre, parentes entre si) e, então, quando contemporâneos, e para que se
distinguissem, justapunham-se determinativos, mais não fosse o lugar de morada. Aqui, no
rol dos juizes: infelizmente omissos, razão da dificuldade de discernir alguns.

22
Ver Os CARVALHOS: Manuel João. Manuel João I, pai deste Manuel João, vê-se no lugar de Crasto casado com
Maria Vieira f.ª do conhecido casal de Jugueiros, Isabel Vieira e Inácio Pinto de Carvalho; ver CASAS DE
RONDE, IIB introdução aos Aranha, de Arouca, Aranhas do Picoto: Manuel João II, nascido em 1628, contava
pois 44 em 1672, então casado com Maria Gomes e mor.s no Crasto, pais de Domingas Teixeira, 3.ª vida do Prazo
de seus pais feito em 1712 e m.er do capitão. Manuel Aranha, do Picoto do Crasto.
23
Ver CASAS DE RONDE, IIB introdução aos Aranha, de Arouca, esquemas 10, 13 e 18: Pedro Duarte, 1674, dito
de Moção, estava casado com Isabel Aranha (que viria a falecer em 1681); era neto de outro Pedro Duarte, de São
Mamede, casado no Pé do Monte e aqui morador; ver Pedro Duarte, ainda, adiante.
24
Ver CASAS DE RONDE, CASAL DE RONDE, netos de Josefa de Azevedo e Melo, 2.ª m.er de Gonçalo
Correia: José Soares, ou José Soares Ferreira. Muito mais tarde, encontra-se José Soares ou José Soares Ferreira
(II), primeiro casado 1779 com Catarina Gomes e depois matrimoniado em 1786 com uma Rocha-e-Melo, mor.
em Alhavaite e tronco desta Casa. AUC, MSMA, Livro de Cobrança, III, 1.ª D, 13, 1, 10: Aos 29.10.1715 o
Mosteiro concede um prazo em 1.ª e 2.ª vidas a José Soares Ferreira e sua m.er Antónia de Pinho, posteriormente
doado por estes a Bernardo Vieira, da Devesa do Salvador, ou Defesa do Pisão, que se sabe casado com Luísa
Fernandes, pais do mencionado José Soares Ferreira (II), da Casa de Alhavaite. O biografado era parente, por
certo, de (47) 1765 – Francisco Aranha. Francisco Aranha, de Alhavaite, 3.ª vida dum prazo da Praça feito a
27.01.1700 [Livro de Cobrança, III, 1.ªD, 13, 4. 10], acha-se casado com Antónia Ferreira, f.ª de Matias Ferreira
da rua d´Arca, depois, de Alhavaite, + 1719 (e de sua m.er Maria Fernandes, + 1744), provável irmão – o Matias
Ferreira – de José Soares Ferreira (I), acima; ADA, Notariais de Arouca, Tab. Brás José de Miranda Pinto, livro
318-22, fl. 80v: Conhecem-se dois óbitos em Alhavaite com doações a Francisco Aranha, de Alhavaite, um de
Manuel de Pinho em 1731 e outro de Maria Velha em 1735; ADA, Notariais de Arouca, Tab. Brás José de
Miranda Pinto, livro 318-22, fl. 80v: Estava viúvo em 1771 e voltará a estar casado, segundo parece, com Maria
Fernandes. As menções a José Soares Ferreira podem ser completadas pelo testamento do padre Matias Ferreira
de Alhavaite, e pelo chamado Prazo Velho, da mesma Casa, guardados na Associação D PArouquense.
25
Ver CASAS DE RONDE, introdução aos Aranha, de Arouca, esquema 10 e 10a, Bernardo Aranha, ou Bernardo
Aranha de Pinho, sr. da Quinta de Murça e casado desde 1718 com D. Mafalda Josefa de Vasconcelos Pinto, daí;
provinha dos Aranha de Pinho, do Burgo, sendo f.º de Francisco Aranha de Pinho.
26
Ver nomes e sobrenomes, Os FERREIRAS, da Casa da Corredoura. Diogo Pinto, de Romariz, 3.ª vida do prazo
do Beco de 25.06.1712 feito a seus pais Domingos Gonçalves e Maria Dias, era casado com Catarina Gomes; o
prazo virá a seu f.º o reverendo Paulo António Gomes e, mais tarde, a Manuel Gomes Ferreira.
27
Ver CASAS DE RONDE, CASAL DE RONDE, Gonçalo Correia, 46 anos em 1746 e 73 em 1773, f.º de
António Correia e sua m.er Maria Reimoa.
28
Encontrámos vários do nome António Francisco, como os de CASA DE POUSADA; todavia, trata-se do
homónimo que casara pouco depois de 1600 com Joana de Almeida e morara nos Currais, como em nomes e
sobrenomes, Os ALMEIDAS.
29
Ver CASAS DE RONDE, IIB introdução aos Aranha, de Arouca, esquema 10a; igualmente, nomes e
sobrenomes, Os FERREIRAS da Casa da Corredoura. João Gomes. Poderia tratar-se do irmão de António
Gomes da Costa, ambos de Pedrogão mas casados no Burgo, no mesmo dia de 1664, com duas irmãs da casa dos
Aranha de Pinho; todavia, quase certo, tratava-se de João Gomes da Ribeira, casado pela 2.ª vez com Isabel
Teresa, da Corredoura.
30
Ver nota “José Soares” onde vem Francisco Aranha.
31
A ver QUINTA DE MINHÃOS, introdução aos Escobar de Barros; igualmente, QUINTA DE ROMARIZ;
igualmente, QUINTA DO BOCO: onde vemos como excepção os Teles de Meneses que depois de Teles e de
Melo se fixam naquele apelido, repescando a prosápia dos “senhores de Unhão”.
12
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

3. Quem foram esses homens? Que idade tinham? Especialmente: por que se chamaram
assim?
Antes de começar, transcrevo a listagem. Aí vai, sabendo-se de antemão que leitor algum
lhe dará mais do que um relance de olhos! (Mas olhem que vale a pena).

Juizes Ordinários de Arouca

sequência dos anos (2ª coluna) e das outorgas (3ª coluna)


Vasco Martins 1496 1 (1)
André Fernandes 2 (2)
Pantalião Rodrigues Malafaia 1562 3 (3)
Pantalião Rodrigues Malafaia 1575 4 (3)
Gaspar Homem da Costa, Ronde, Santa Eulália 1576 5 (4)
João Rodrigues Carvalho, Arouca 1592 6 (5)
Bernardo Carvalho, Arouca 1606 7 (6)
Gonçalo Teixeira, Eiriz, Burgo 1614 8 (7)
Manuel Tavares de Pinho 1634 9 (8)
Paulo Teixeira 1653 10 (9)
João Tavares 1659 11 (10)
Manuel Tavares 1670 12 (11)
Manuel João 1672 13 (12)
Pedro Duarte 1674 14 (13)

13
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Dois soberbos retratos, pintados cerca de 1530, são parte da “Deposição de Cristo no
Túmulo”, de Cristóvão de Figueiredo, obra feita para os crúzios de Coimbra e hoje no
Museu de Arte Antiga32. Os dois homens do canto direito da composição são designadas

32
Reproduzido de História de Portugal, citado abaixo.
14
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

”doadores”, quer pela pena de Reynaldo dos Santos em 1953 (L´Art Portugais), quer pela
de Robert Smith em 1968 (The Art of Portugal); todavia, muito antes destas datas, em 1932,
Vergílio Correia (História de Portugal, ed. Barcelos, IV, pp. 262-263 e 471) chamava-lhes “um
professor da universidade e um médico”. Não haverá contradição por isso e, o que vale
acima de tudo, é a impressionante expressão dos figurantes, presos pela atenção,
preocupados com o que presenciam, responsáveis pelo acontecimento.

João Ferreira 1679 15 (14)


António João Guedes (capitão), Vila Nova, Burgo 1680 16 (15)
João da Costa 1683 17 (16)
João Duarte Monteiro, Pé do Monte, Santa Eulália 1685 18 (17)
António Francisco 1688 19 (18)
José Soares 1697 20 (19)
João de Almeida 1698 21 (20)
Domingos Fernandes, Cavada 1699 22 (21)
João de Pinho, Lourosa de Campos, Burgo 1700 23 (22)
Francisco Pereira 1701 24 (23)
Domingos Fernandes de Almeida 1702 25 (21)
Manuel Tavares 1704 26 (24)
João Vieira, Monte de Moção, Santa Eulália 1707 27 (25)
Manuel Gomes, Corredoura, Arouca 1708 28 (26)
José Gomes Coelho, Bustelo, Moldes 1709 29 (27)
Manuel Pereira Burgos 1711 30 (28)
João de Pinho 1712 31 (22)
João de Almeida 1713 32 (20)
João Gomes 1714 33 (29)
Manuel Gonçalves 1715 34 (30)
António Ferreira 1716 35 (31)
Manuel Francisco Teixeira 1717 36 (32)
Domingos João 1718 37 (33)
António Quaresma Duarte 1719 38 (34)
Jerónimo Teles de Meneses 1720 39 (35)
André Pereira Lopes Godinho (Dr.), Bairro, Moldes 1724 40 (36)
Bernardo Aranha de Pinho, Murça, Santa Eulália 1725 41 (37)
António de Almeida Brandão, Arouca 1726 42 (38)
António Quaresma do Vale, Moldes 1727 43 (34)
Julião Pinto de Carvalho, Arouca 1728 44 (39)
Bernardo Aranha de Pinho, Murça, Santa Eulália 1729 45 (37)
Miguel de Carvalho, Vinha do Souto, Várzea 1730 46 (40)
Manuel Pereira Burgos 1731 47 (28)
Félix Soares, Roças 1732 48 (41)
Jeronimo Teles de Meneses" 1733 49 (35)
Diogo Leite Cabral, Eiriz, Burgo 1734 50 (42)
João Vieira Arouca 1734 51 (43)
Manuel Bernardo de Sousa, Arouca 1735 52 (44)
Manuel de Sequeira, Milhaço, Burgo 1736 53 (45)
Jeronimo Teles de Meneses 1736 54 (35)
Jacinto Teixeira, Porta, Santa Eulália 1737 55 (46)
Francisco Aranha, Alhavaite, Burgo 1738 56 (47)
15
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João Vieira Arouca 1739 57 (43)


Manuel de Andrade Leitão, Lapa 1740 58 (48)
João Ferreira, Romariz d´Além, Burgo 1741 59 (49)
Diogo Pinto, Romariz, Burgo 1742 60 (50)
Manuel de Sousa, Figueiredo, Burgo 1743 61 (51)
Domingos de Almeida, Sela, Urro 1744 62 (52)
António da Rocha Silva, Roças 1745 63 (53)
Gonçalo Correia, Ronde, Santa Eulália 1746 64 (54)
António Gomes do Vale Quaresma 1749 65 (55)
Pedro de Faria Magalhães 1755 66 (56)
Pedro de Faria Magalhães 1756 67 (56)
Manuel Frederico de Sequeira, Milhaço, Burgo 1758 68 (45)
João Ferreira 1759 69 (49)
Domingos Gomes, Crasto, Arouca 1760 70 (57)
Cipriano Pinto 1761 71 (58)
Francisco de Sousa 1763 72 (59)
Manuel Gonçalves 1764 73 (60)
Francisco Aranha, Alhavaite, Burgo 1765 74 (47)
Manuel de Pinho, Casal de S.ta Maria do Monte, S.ta Eulália 1766 75 (61)
José Francisco Teixeira, Tropeço 1767 76 (62)
Tomé Gomes do Vale Quaresma, Paços, Moldes 1768 77 (63)
José Manuel do Vale Quaresma, Bustêlo, Moldes 1769 78 (64)
José Gomes Vieira, Arouca 1770 79 (65)
Manuel José Ferreira Brandão (capitão), Cavada, Roças 1771 80 (66)
Bernardo Vieira, Defesa do Pisão, Burgo 1772 81 (67)
Gonçalo Correia, Ronde, Santa Eulália 1773 82 (54)
António José Teixeira Furtado (bacharel), Arouca 1774 83 (68)
Miguel Teixeira, Romariz, Burgo 1775 84 (69)
José de Bessa Brandão (alferes), Arouca 1776 85 (70)
Roberto António Teles de Meneses, Moção, Santa Eulália 1776 86 (71)
Roberto António Teles de Meneses, Moção, Santa Eulália 1777 87 (71)
Roberto António Teles de Meneses, Moção, Santa Eulália 1779 88 (71)
António Brandão, Barroca, Várzea 1780 89 (72)
Tomé Gomes do Vale Quaresma 1781 90 (63)
Gregório Pereira, Vinha do Souto, Várzea 1781 91 (73)
Tomé Saldanha, Sernande, Arouca 1782 92 (74)
Domingos Pereira, Santa Maria do Monte 1783 93 (75)
António Quaresma do Vale, Outeiro Meão, Moldes 1784 94 (76)
José Manuel do Vale Quaresma, Bustêlo, Moldes 1785 95 (64)
Manuel José Tavares Arouca (Dr.), Picoto, Arouca 1786 96 (77)
Manuel Gomes do Vale, Outeiro, Moldes 1787 97 (78)
António José Teixeira Teles, Cavada de Baixo, Santa Eulália 1788 98 (79)
Manuel de Almeida Brandão (capitão) 1789 99 (80)
Manuel Frederico de Sequeira, Milhaço, Burgo 1790 100 (81)
Cipriano de Pinho 1791 101 (82)
José Francisco Teixeira 1792 102 (62)
Manuel Ferreira Gomes" (ou Gomes Ferreira) 1794 103 (83)
José Manuel de Pinho 1795 104 (84)
Miguel Teixeira, Romariz 1796 105 (69)
José da Costa Arouca, Santo António, Santa Eulália 1797 106 (85)
Manuel Ferreira Gomes" (ou Gomes Ferreira) 1798 107 (83)
Caetano Pedro de São José 1799 108 (86)
Paulo José Pereira, Cavada 1800 109 (87)
16
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As duas primeiras colunas são minhas: a primeira enumera as outorgas,


a segunda tenta a primeira clarificação e identificação das personagens.

4. O que teria levado o Dr. Simões a elaborar esta lista? Que curiosidade? Que intuição de
coleccionador?
Médico de todas as casas, amigo de toda a gente: sabia quem era quem? É curioso que
entre os seus esboçetos se achem preocupações genealógicas: Organiza uns pequenos
apontamentos sobre a família Miranda em Arouca; em umas escassas notas sobre
Provedores pergunta se o Dr. António Bernardo de Sousa - Será filho de Manuel Bernardo
de Sousa? [É efectivamente33]; ao registar o Dr. António Tavares Arouca anota e interroga:
em 30 de dezembro de 1769 vivia no Picoto um Manuel Tavares Arouca casado com Maria
Valente Teixeira; seria filho deste? [Não era, mas era f.º de Bernardo Tavares e sua m.er
Maria Gomes da rua d´Arca34]; dirigindo-se a um amigo - Perdoe o meu caro P. Castro o
P.e João dos Santos Reis era da casa de Valdasna35 [Efectivamente era assim36]. Passava
pela CASA DE EIRIZ e nada lhe diria “1653 – Paulo Teixeira”? Entrava no CASAL DE RONDE e
não perguntaria por “1679 – João Ferreira”? Estava em ALHAVAITE, seus parentes pelo
casamento, e não veria “1688 – José Soares”? Frequentava a opulenta CASA DE SELA e
não interrogaria “1702 – Domingos Fernandes de Almeida” (nem, melhor: Domingo de
Almeida, 1744, que não incluiu no seu lote)? Era chamado à CORREDOURA e esqueceria
“1714 – João Gomes”? Inquiria dos caseiros da QUINTA DE ROMARIZ e passaria “1720 –
Jerónimo Teles de Meneses”? ... E, assim, ao diante?
87 outorgas correspondiam a 70 individualidades (na lista dele), ou
109 outorgas correspondem a 87 individualidades (segundo a nova lista de Pinho
Gonçalves).

São muito poucos, nesta listagem, os nomes próprios. Eis, os mais comuns: António,
Domingos, Francisco, João, José (só no séc. XVIII, excepção para (15) 1697 – José Soares) e
Manuel37; e, menos frequentes, Bernardo, Cipriano, Paulo, Pedro e Tomé. Cerca de 10.

33
Para o Dr. António Bernardo de Sousa ver adiante nota “Manuel Bernardo de Sousa”.
34
Ver CASAS DE RONDE, IIB introdução aos Aranha, de Arouca, esquema 8, nota respectiva: Manuel Tavares
Arouca, f.º de Bernardo Tavares e de Maria Gomes.
35
SIMÕES JÚNIOR, notas esparsas.
36
Ver QUINTA DE VALDASNA.
37
É impressionante a aproximação aos resultados de J. Leite de Vasconcelos (Antroponímia Portuguesa, 1928, p.
83-84) em que a sequência dos “nomes primaciais” é praticamente a mesma. Tendo presente a ressalva de José,
verifica-se que o Joaquim tomou o lugar do nosso Domingos, apenas! Seria interessante estudar donde provierem
os Domingos, de Arouca. Provavelmente, dum Domingos Brandão, uma das figuras míticas desta velha linhagem.
Ver CASA GRANDE DOS MALAFAIAS.
17
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Como é que nomes tão simples – António, Domingos, Francisco, João, José e Manuel –,
milhões de vezes usados (ainda hoje), conservam o seu grande poder de pessoalização?
João!, por exemplo, se o meu interlocutor se chama João, eu dirijo-me a ele assim: – Ó
João isto, ó João aquilo. E parece desnecessário mais: – Pois é, João!
Igualmente, são muito poucos os nomes de família: Aranha, Almeida, Brandão, Carvalho,
Correia, Costa, Ferreira, Gomes, Guedes, Magalhães, Pereira, Pinho, Pinto, Quaresma,
Sequeira, Soares, Sousa, Tavares, Teixeira ...; além de certos patronímicos continuados
como Duarte, Fernandes, Gonçalves, João ... Alguns 20? Como foi possível com tão
escassos recursos chamar tanta gente? Só porque os nomes se conjugaram com graça e
com feliz harmonia.
Alguns, de raro engenho e, precisamente por isso, inconfundíveis ou quase: exemplos:
Almeida-Brandão; Aranha-de-Pinho; Duarte-Monteiro; Homem-da-Costa; Tavares-de-Pinho;
Teixeira-Teles; Vale-Quaresma ...
5. Quem eram os juizes? Que idade tinham? É interessante sabê-lo; ainda mais: concentrar
a atenção na razão dos seus nomes.
No que concerne a idades, sei muito pouco: 60 anos (7); 75 (11), 50, 63 e 66 (35); 56 (43); 47
(45); 34 (46); 75 (54); 56 (57); 57, 58 e 60 (72); 45 (78); e 46 (85): média 56. Cinquenta e cinco
anos de idade. (Fora já do período, os três últimos juizes da lista contavam 26, 39 e 45 anos).
A identificação das personagens do rol estará prejudicada pelo facto dos nomes terem
sido extraídos das próprias assinaturas. Um há que outorga Menezes em 1733 e 1736, mas
trata-se, por certo, de (28) 1720 – Jerónimo Teles de Meneses38; outro, outorga Rocha em
1745, António da Rocha e Silva39; outro, vem por Quaresma, e poderá significar, em 1784:
Tomé Gomes do Vale Quaresma (1781) ou melhor Manuel Gomes do Vale Quaresma (em
1787 e noutros, para lá de 1800). Aliás, o rol oferecido por Pinho Gonçalves esclarece
muitas dúvidas40.

38
Jerónimo Teles de Meneses. Um Meneses, Henrique Teles de Meneses, da QUINTA DE ROMARIZ, contava 73
de idade em 1736, mas o Menezes de 1733 e de 1736 era sem dúvida (35) 1720 – Jerónimo Teles de Meneses, da
QUINTA DO BOCO, 50 anos em 1720, 63 em 1733 e 66 em 1736, f.º de Jerónimo de Escobar Pinto da Fonseca
e de sua m.er D. Joana de Melo (dos Teles de Meneses da QUINTA DE ROMARIZ); ver QUINTA DO BOCO,
onde em 1745 se regista a entrada para noviça no Mosteiro de D. Maria Isabel, f.ª de Jerónimo Teles de Meneses e
D. Maria Engrácia Pereira de Vasconcelos, mor.s na Quinta do Boco; igualmente, QUINTA DE ROMARIZ, em
que a mesma D. Maria Isabel virá a morar casada com D. Sebastião de Ciais.
39
António da Rocha e Silva, casado em 1720 com Eufémia de Pinho, da Casa do Outeiro de Roças (f.ª de Manuel
Vieira e Jerónima de Pinho, daí), pais de 11 filhos, um deles, o Dr. Caetano José da Rocha e Melo, referido na
nota "José da Costa Arouca"; igualmente, BRANDÃO; LOUREIRO - Arouca 1 Notas Monográficas, cit., p. 141.
Era f.º de Jerónimo da Rocha e Melo e de Catarina de Bastos, de São João da Várzea, Vila Real, e nasceu em
Roças aos 29.01.1720; contava, pois, apenas 25 anos em 1745.
40
Todavia, quanto a (45) Manuel Frederico de Sequeira, Milhaço, 1758, deverá tratar-se do pai – simplesmente
Manuel de Sequeira, também em 1736 – e não do filho, (81) Manuel Frederico de Sequeira, 1790.
18
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Em 109 referências detectam-se, como disse, 87 personalidades distintas. A numeração


entre parêntesis distingue as personagens nomeadas mais de uma vez. O primeiro é Vasco
Martins, em 1496 e o último, em 1800, é Paulo José Pereira. O Dr. Simões não revela as
fontes das suas informações, mas logo se percebe que Vasco Martins foi colhido da
escritura de demarcação do couto do Salvador em 1496 lavrada pelo Tab. Gonçalo
Teixeira, a ver CASA DE EIRIZ e CASA DA PORTA, introdução aos Teixeira de Arouca; Paulo
José Pereira era o da CAVADA DO ARIEIRO casado na CASA DE POUSADA. O primeiro – o
dito Vasco Martins em 1496 – vem desgarrado dos nomes seguintes..., acusando, sem
dúvida, um período de informações raras; a partir do (4) e até ao (10) os espaços são
muitos; depois, rapidamente se chega a um nome por cada ano.
Dos 87, identifico com reservas ou desconheço 28. No total são reconhecíveis cerca de
dois terços, uniformemente distribuídos, que perpassam por "Gerações de Arouca". O rol
SIMÕES JÚNIOR prossegue, sendo os três últimos, os bem conhecidos Dr. Vitorino Augusto
Ferraz de Almeida Bravo (1833), da CASA DA QUINTA DE SELA; Dr. Pedro de Quadros
Tavares Coutinho (1834), da QUINTA DE SÃO PEDRO; e Manuel Fernandes de Sousa (1835),
da CASA DE POUSADA; com os mesmos, o rol PINHO GONÇALVES.

Cerca de um terço das personalidades de pouco servem: ou porque delas pouco se sabe,
ou porque são difíceis de identificar, ou simplesmente porque as desconheço: (9) Paulo
Teixeira, 165341; (10) João Tavares, 165942; (14) João Ferreira, 167943; (16) João da Costa,
168344; (22) João de Pinho, Lourosa de Campos, 1700 e 1712; (25) João Vieira, Monte de
Moção45; (30) Manuel Gonçalves, 1715; (31) António Ferreira, 1716; (32) Manuel Francisco
Teixeira, 1717; (33) Domingos João, 171846; (39) Julião Pinto de Carvalho, 172747; (40) Miguel

41
Paulo Teixeira poderá tratar-se de um dos filhos (não encontrados) de Maria Tavares da CASA DE EIRIZ.
42
João Tavares. O cunhado de (7) Gonçalo Teixeira – irmão de Maria Tavares – veremos designado por João de
Pinho.
43
A ver CASAS DE RONDE, O primeiro Lugar, os primeiros moradores; igualmente, nomes e sobrenomes, Os
VELHOS REIMÕES. Provavelmente dos deste apelido, tendo sido um dos primeiros, o João Ferreira do Casal de
Ronde, casado com m.er falecida em 1618; outro, era f.º de Simão Ferreira, n. em 1624.
44
Ver CASAS DE RONDE, CASAL DE RONDE, (Pedro e Rosa, filhos de Maria Correia). Do apelido Costa
eram os de Remolhe, Várzea, nascidos por estes anos, filhos de Domingos Francisco e sua m.er Domingas da
Costa: Um deles, Manuel Francisco da Costa casará em 1729 c. Angela Tavares (b. 1687, f.ª natural de Francisco
Tavares de Távora, de Sela, onde viverá com seu marido), e aquele, e depois ambos, irão ser pad.s dos Correias da
Várzea em 1729 e 1732. Também, ainda deste apelido, encontra-se no BURGO António da Costa, pai de
numerosos filhos de 1633 (Antónia) a 1646 (João).
45
Ver CASAS DE RONDE, Aranhas, esquema 8, onde vem, uma ou duas gerações adiante, João Vieira pai, e João
Vieira filho, este último, casado com uma Duarte Monteiro, de Pé do Monte; ver (17) João Duarte Monteiro,
abaixo.
46
GONÇALVES - Município de Arouca..., p. 64, no rol dos “Homens Bons da Governança”, apresenta Domingos
João como sendo de Adaúfe, Moldes, 1729.
47
Julião Pinto de Carvalho, 1727. SIMÕES JÚNIOR, notas esparsas, onde está irmão da Santa Casa em 1744 com
sua m.er Maria da Costa e provedor em 1753; PRAZOS, III, 1.ªD, 13, 4, 33, onde se menciona num prazo dos
Currais em 1761.
19
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

de Carvalho, Vinha do Souto, 173048; (41) Félix Soares, Roças; (43) João Vieira Arouca, 1734
e 1739; (48) Manuel de Andrade Leitão, Lapa, 174049; (49) João Ferreira, Romariz d´Além,
1741 e 1759; (56) Pedro de Faria Magalhães, 1755 e 175650; (57) Domingos Gomes, Crasto,
1760; (58) Cipriano Pinto, 1761; (59) Francisco de Sousa, 1763; (60) Manuel Gonçalves, outro
do nome, 1764; (62) José Francisco Teixeira, Tropeço, 1767; (65) José Gomes Vieira, 1770;
(69) Miguel Teixeira, Romariz; (73), Gregório Pereira, 1781; (74) Tomé Saldanha, Sernande,
1782; (75) Domingos Pereira, Santa Maria do Monte51; (82) Cipriano de Pinho52; (85) José da
Costa Arouca, Santo António53; (86) Caetano Pedro de São José, 1799.

Mais de 65% – 57 personalidades em 87 – são conhecidas de “Gerações ” e podem mostrar


certas constantes: Das 28 facilmente filiáveis, a quase totalidade, 20, adoptaram o apelido
paterno (por vezes, seguido ou precedido do materno) e apenas 8 escolheram o apelido
por via materna: (7) Gonçalo Teixeira, f.º de Catarina Vieira (Teixeira) e de André
Fernandes; (11) Manuel Tavares, f.º de Maria Tavares e de Gonçalo Teixeira; (35) Jerónimo
Teles de Meneses, f.º de D. Joana de Melo (Teles de Meneses) e de Jerónimo de Escobar
Pinto; (36) André Pereira Lopes Godinho, f.º de Mariana da Trindade Pereira de
Vasconcelos e do Dr. António Coelho de Pina; (42) Diogo Leite Cabral, f.º de D. Mécia de
Berredo (Leite Cabral) e de António Tavares Teixeira; (47) Francisco Aranha, f.º de Maria
Aranha e de Francisco Vieira; (52) Domingos de Almeida, f.º de Joana de Almeida e de
Francisco Moreira de Magalhães; (79) António José Teixeira Teles, f.º de Maria Teixeira
(Teles) Barbosa e de Manuel Pereira Vilar. Alguns adoptaram o nome inteiro trazido de
antecedente próximo; e alguns outros revelaram relacionamento familiar de clara
proximidade (irmãos, pai/filho, tio/sobrinho). Vejamos ambos os grupos. Com efeito, (3)

48
Miguel de Carvalho, 1730. SIMÕES JÚNIOR, ibidem, passa, com sua m.er, nas admissões da Misericórdia em
1718, onde também se diz da Várzea. Nos recuados de 1643, outro Miguel de Carvalho era vigário de São
Salvador do Vale de Arouca.
49
Idem, ibidem. Manuel de Andrade Leitão, 1740. Dizia-se, com efeito, “da Lapa” quando irmão da Misericórdia no
longínquo ano de 1716.
50
Pedro de Faria Magalhães: AUC, MSMA, III, 1.ªD, 13, 1, 10, fl. 67v, o reverendo Ab. de Gulpilhares compra o
prazo feito a Pedro de Faria e sua m.er Ignez Maria em 1777. SIMÕES JÚNIOR, notas referentes à Santa Casa:
mostra, com aquele nome acima, irmão da Misericórdia de Arouca em 1743 e provedor em 1755.
51
Ver CASAS DE RONDE, QUINTA DE RONDE. Figura um Domingos Pereira, da rua de Santo António, pai de
Ana Maria, m.er de António José Tavares que era irmão do Tab. Fernando José Tavares. Todavia, Domingos
Pereira, acima, traz o designativo de Santa Maria do Monte.
52
Cipriano de Pinho parece tratar-se do f.º de Manuel de Pinho e de Maria Tavares que estão na origem da “Casa
dos Ciprianos”, em São Miguel de Urro, a mostrar em QUINTA DE MINHÃOS. De resto, também (84) José
Manuel de Pinho poderá ter pertencido aos mesmos “Ciprianos”.
53
José da Costa Arouca era f.º de Serafim da Costa, de Santo António, e apadrinhou José, 1785, f.º do Tab.
Fernando José Tavares, da QUINTA DE RONDE. Voltarei a mencioná-lo, abaixo.
20
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João Rodrigues Carvalho, 1592, era f.º de outro do mesmo nome54; (8) Manuel João, 1672,
f.º de outro55; (9) Pedro Duarte, 1674, neto de outro do mesmo nome56; (11) António João
Guedes, 1680, f.º de António João57; (19) Francisco Pereira, 1701, f.º de outro58: Isto, só
verificado adentro dos 23 primeiros nomes das 87 personalidades. Quanto às relações
familiares, não surpreende o grande número de casos de parentesco e os ofícios fossem
com tenacidade detidos por uma só família, onde quanto maior a principalidade tantos
mais e duráveis. Aqui, entre os juízes, não pode dizer-se que em tão elevado grau a função
se repetiam nas mesmas famílias, mas certo é que, com frequência, se encontram
parentes muito próximos nestas magistraturas. Foram eles: (7) Gonçalo Teixeira, f.º de (2)
André Fernnades; (8) Manuel Tavares de Pinho59, cunhado de (7) Gonçalo Teixeira; (11)
Manuel [Teixeira] Tavares60, f.º de (7) Gonçalo Teixeira; (28) Manuel Pereira Burgos61, irmão
de (23) Francisco Pereira62; (36) André Pereira Lopes Godinho63, cunhado de (34) António

54
Ver nomes e sobrenomes, Os CARVALHOS; igualmente, Os PINTOS. João Rodrigues Carvalho f.º de João
Rodrigues Carvalho I, do lugar de Carvalho de Algar, Santa Eulália, que usava dois apelidos, um de origem
patronímica e outro toponímico, segundo parece. Foi pai do P.e João Pinto, o conhecido pároco de Santa Eulália,
da capelinha de Santo António com as armas dos Pintos. Foi irmão de João Rodrigues Carvalho II, Bernardo
Carvalho que casou com Isabel (Pinto) da Fonseca, dos da Lagariça.
55
Manuel João, já biografado.
56
Ver CASAS DE RONDE, IIB introdução aos Aranha, de Arouca, esquemas 10, 13 e 18. Pedro Duarte, atrás
biografado, foi pai do capitão Manuel Aranha (pois sabe-se que nasceu de Isabel Aranha, m.er deste Pedro
Duarte), da casa do Picoto, também mencionado na mesma nota a Pedro Duarte.
57
Ver CASAS DE RONDE, IIB introdução aos Aranha, de Arouca, Os Aranhas, do Picoto; Idem, IIA introdução
aos Correia, de Arouca, texto ao esquema 16. António João Guedes, 1680, ou António João de Vila Nova ou
António João do Burgo ou ainda o Capitão. António João Guedes, f.º de outro António João e de sua m.er
Jerónima Guedes, do Burgo.
58
Ver CASAS DE RONDE, esquema "Maria Reimoa"; igualmente, nomes e sobrenomes, Os VELHOS REIMÕES.
Francisco Pereira, 1701, também chamado Francisco Pereira o Novo (irmão de Manuel Pereira Burgos), f.º de
outro Francisco Pereira, mor. na Touta, e de Maria Reimoa, de Vilar, pai de Manuel Pereira Vilar, n. 1692 e de
outros nascidos até 1707. Manuel Pereira Vilar é o pai de (79) António José Teixeira Teles e de (87) Paulo José
Pereira, da CASA DA CAVADA DO ARIEIRO. Pela mesma altura de Francisco Pereira, 1701, conta-se (24)
Manuel Tavares, 1704, que parece ser dos Tavares Reimões, de Vilar, e seu sobrinho-afim, f.º de Nicolau Dias e
de Maria Tavares (Reimão), de Vilar, que morou em Vila Nova e também no dito lugar de Vilar.
59
Ver CASAS DE SELA, QUINTA DE SELA, geração 3; igualmente QUINTA DE TERÇOSO, CASAS DE
SELA, f.º da geração 2. Manuel Tavares de Pinho, f.º de Jerónimo Tavares e de Jerónima de Pinho, de Roças,
viria a casar, já velho, com Antónia Vieira, de Sela, os quais fizeram doação a seu sobrinho Jerónimo Tavares
Teixeira.
60
Ver CASA DE EIRIZ; igualmente QUINTA DE SÃO PEDRO. Manuel Tavares, ou Manuel Teixeira Tavares,
75 anos em 1670, era casado desde 1640 na Quinta de São Pedro, f.º de Gonçalo Teixeira e Maria Tavares, de
Eiriz . Foi irmão de Manuel Teixeira Tavares outro Gonçalo Teixeira, tronco dos Tavares-Teixeira da CASA DA
PORTA, de quem foi bisneto, e sr. da mesma Casa, (46) Jacinto Teixeira. (7) Gonçalo Teixeira é o tronco da
CASA DE EIRIZ e era f.º de (2) André Fernandes e de Catarina Vieira, da Barroca de Roças.
61
Ver QUINTA DE ROMARIZ. Manuel Pereira Burgos, irmão de Francisco Pereira, acima; casado com D.
Mariana de Meneses da QUINTA DE ROMARIZ, pais de (55) 1778 – Roberto António Teles; mandara gravar
na padieira duma porta da Igreja da Misericórdia: SENDO PROVEDOR MANOELL PR.ª BURG.º MANDOV
FA3ER ES4E PORTAL A SVA CVSTA. AN. 1714.
62
Francisco Pereira, biografado acima.
63
Ver QUINTA DA LAMEIRA, esquema Lameira + Vale de Moldes; igualmente, BRITO - A Casa do Aro, em
Arouca. O Dr. André Pereira Lopes Godinho, irmão de D. Maria Eufrázia Pereira de Vasconcelos, m.er de
Henrique Teles de Melo da QUINTA DO BOCO, era f.º do licenciado António Coelho de Pina e de Mariana
Trindade Pereira de Vasconcelos, de Macieira de Cambra; casou-se com Maria Quaresma, meia-irmã de (29)
António Quaresma do Vale.
21
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

Quaresma do Vale64; (44) Manuel Bernardo de Sousa65, genro de (38) António de Almeida
Brandão66; (63) Tomé Gomes do Vale Quaresma, (64) José Manuel do Vale Quaresma, e
(78) Manuel Gomes do Vale dos mesmos de (34) António Quaresma do Vale67; (71) Roberto
António Teles68, f.º de (28) Manuel Pereira Burgos69; (81) Manuel Frederico de Sequeira, f.º de
(45) Manuel de Sequeira70; (83) Manuel Gomes Ferreira71 “herdeiro” de (50) Diogo Pinto72; e
(87) Paulo José Pereira73, irmão de (79) António José Teixeira Teles74 e ambos netos de (23)
Francisco Pereira.
Certas ocorrências são muito curiosas. Notemos duas: Uma alcunha justaposta a Pereira
cria o famoso Manuel Pereira Burgos ...; os Teles de Meneses pela mãe (e filhos daquele
Pereira Burgos), como que sofrem quebra de varonia e dão os inconfundíveis Ricardo José
Teles e Roberto António Teles ...
Repare-se que a formação clássica de um apelido composto – advindo do pai e da mãe –
é rara em Arouca e só verificável – neste rol dos juizes – pouquíssimas vezes e nos 100
primeiros anos: Gaspar Homem da Costa, f.º de Artur Homem e Guiomar da Costa75;
Manuel Tavares de Pinho, f.º de Jerónimo Tavares e Jerónima de Pinho76; e António João
Guedes, f.º de António João e Jerónima Guedes77. (Muito mais tarde, o Dr. António José
Teixeira Furtado, 1774: mas por razões diferentes, como se verá)78.

64
António Quaresma do Vale – Ver nota "José Manuel do Vale Quaresma", adiante.
65
Manuel Bernardo de Sousa, a ver abaixo.
66
António de Almeida Brandão, a ver abaixo.
67
António Quaresma do Vale, bem como os Vale Quaresma, referenciados abaixo: nota "José Manuel do Vale
Quaresma". Foi seu f.º (55) António Gomes do Vale Quaresma inscrito na QUINTA DA LAMEIRA.
68
Roberto António Teles, 59 anos em 1778. Era f.º de (22) Manuel Pereira Burgos, acima, e de sua m.er D. Mariana
Teles de Meneses, da QUINTA DE ROMARIZ e casado com D. Úrsula Maria de Castelo Branco da CASA DE
EIRIZ, genro, pois, de (50) Diogo Leite Cabral.
69
Manuel Pereira Burgos, já biografado.
70
Ver CASA DE RONDE, IIB introdução aos Aranha, de Arouca, esquema 9. Manuel Frederico de Sequeira, 56
em 1790, f.º de (37) Manuel de Sequeira, da Casa de Milhaço. Manuel de Sequeira (o pai), 1736 e 1758 (da
primeira vez, 47 de idade, e da segunda, 69).
71
Ver nomes e sobrenomes, Os FERREIRAS, da Casa da Corredoura. Manuel Gomes Ferreira ou Manuel Ferreira
Gomes, 1794 e 1798; também como Manuel Ferreira Gomes, da Corredoura, aquando provedor da Misericórdia
em 1800; 3.ª vida do pzazo do Beco recebido de Maria Ferreira II (2.ª vida do mesmo prazo renovado em 1766 ao
reverendo Paulo José Gomes, f.º de Diogo Pinto, acima); solteiro em 1787, irmão da Santa Casa, 1781, e provedor
da mesma de 1800 a 1802; era f.º de João Gomes e de sua 2.ª m.er Isabel Teresa (Ferreira). Um homónimo mais
antigo da mesma Casa foi (26) Manuel Gomes, ou Manuel Gomes Ferreira I, f.º e herdeiro de Isabel Teresa, da
Corredoura, que vou colocar adiante em Os FERREIRAS da Casa da Corredoura.
72
Diogo Pinto, acima biografado.
73
Paulo José Pereira, 46 em 1800, irmão de António José Teixeira Teles, imediatamente abaixo. Paulo José Pereira
virá a matrimoniar-se na CASA DE POUSADA com Josefa Maria que era neta de (51) Manuel de Sousa, de
Figueiredo.
74
António José Teixeira Teles, 45 em 1788, irmão de (70) Paulo José Pereira, neto de (19) Francisco Pereira, acima;
era filho da CASA DA CAVADA DO ARIEIRO, neto da QUINTA DE VALDASNA e bisneto da CASA DA
PORTA. Uma das Teixeira-Teles da QUINTA DE VALDASNA virá a matrimoniar-se com um Gomes Coelho,
de Bustelo, sobrinho, parece, de (27) José Gomes Coelho, Bustelo.
75
Gaspar Homem da Costa, a ver abaixo.
76
Manuel Tavares de Pinho, já biografado.
77
António João Guedes, já biografado.
78
Dr. António José Teixeira Furtado, abaixo identificado.
22
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

Das 87, quase todas assinam com 1 só nome próprio e apenas 11 ostentam 2 nomes
próprios (e quase nenhuma até à segunda metade de setecentos): (32) 1717 – Manuel
Francisco Teixeira, (44) 1735 – Manuel Bernardo de Sousa79, (50) 1769 – José Manuel do Vale
Quaresma80, (68) 1774 – Dr. António José Teixeira Furtado81, (71) 1778 – Roberto António
Teles82, (79) 1788 – António José Teixeira Teles83, (81) 1790 – Manuel Frederico (ou Fradique)
de Sequeira84, (62) 1792 – José Francisco Teixeira, (84) 1795 – José Manuel de Pinho, (86)
1799 – Caetano Pedro de São José e (87) 1800 – Paulo José Pereira85;
de 1 só apelido: são a maioria significativa, num total de 52 (ou 53, em contando São José
como apelido) e destes apenas 4, praticamente no final da lista e última década,
conjugam o apelido único com 2 nomes próprios: (32) 1717 – Manuel Francisco Teixeira,
(62) 1792 – José Francisco Teixeira86, e os acima (81) 1790 – Manuel Frederico de Sequeira, e
(87) 1800 – Paulo José Pereira;
35 individualidades usam de 2 ou mais apelidos: (3) 1567 e 1575 – Pantalião Rodrigues
Malafaia87; (4) 1576 – Gaspar Homem da Costa88; (5) 1592 – João Rodrigues Carvalho89; (8)

79
Ver BRITO - A Casa do Aro, em Arouca. Manuel Bernardo de Sousa, 1735. Provedor da Santa Casa, 1734; pad.
de Rosa, de ANTE-RONDE, 1740; pad. de Rosa do Burgo, f.ª de João de Saa e sua m.er Jacinta de Melo, no
mesmo ano, dizendo-se da vila, em CASAS DE RONDE, CASA DE ANTE-RONDE, Azevedo-de-Rocha-e-
Melo; pad. em 1741, por procuração de Frei Fernando Teles Religioso de Sam Bernardo, da QUINTA DE
ROMARIZ, geração 8, de Fernando José Tavares, CASAS DE RONDE, QUINTA DE RONDE; prazo
renovado em 1754 – com o nome de capitão Manuel Bernardo de Sousa e a sua m.er Luisa Teresa, mor. na ponte
de cima desta vila; ela, Luisa Teresa de Jesus ou de Sousa, f.ª de (31) António de Almeida Brandão e de sua m.er
Teresa de Sousa; foram pais – Manuel Bernardo de Sousa e sua m.er Luísa Teresa – do Dr. António Bernardo de
Sousa, 3.ª vida do prazo de 1754 e na Santa Casa desde 1738 (declinado f.º de Manuel Bernardo de Sousa) e
Provedor em 1752 e 1786 c.c. D. Ana Margarida, Irmã desde 1751; pais também do reverendo Luís Tomaz de
Almeida e Sousa e do P.e Manuel Bernardo de Sousa, 3.ª vida do prazo de seu avô António de Almeida Brandão,
tal como abaixo se coloca. O capitão Manuel Bernardo de Sousa, era f.º de Manuel de Sousa, da Vila, e de Maria
Lopes, de Castro Daire.
80
José Manuel do Vale Quaresma. O inconfundível apelido Vale Quaresma parece ter princípio nos Quaresma do
Vale de Moldes. António Quaresma do Vale, 1719 e 1727, nat. e mor. no lugar de Outeiro do Vale de Moldes, e
também mor. em Friães, f.º de Alexandre Quaresma e de Maria Gomes, do Outeiro Meão de Moldes; veio a casar-
se com a herdeira da QUINTA DA LAMEIRA, casa onde gravou: ESTA HOBRA MANDOU FAZER O
SENHOR ANTO CARESMA DO VALE ANNO D 1721
81
Ver CASAS DE RONDE, QUINTA DE RONDE, A genealogia de Ana Joaquina ... O Dr. António José Teixeira
Furtado, 1774 – Furtado, que o distinguia de outros António-José-Teixeira, provinha de seu avô mat. António
Coelho Furtado mor. com sua m.er no lugar da Porta –; morou na rua da Agualva, casado desde 1766 e cunhado
do Tab. Fernando José Tavares, da QUNTA DE RONDE.
82
Roberto António Teles, já biografado.
83
António José Teixeira Teles, já biografado.
84
Manuel Frederico de Sequeira, já biografado.
85
Paulo José Pereira, já biografado.
86
Desconheço estes dois Francisco-Teixeira, aliás muito afastados no tempo.
87
Ver CASA GRANDE DOS MALAFAIAS. Pantalião Rodrigues Malafaia foi comendador de São Salvador da
Várzea e viria a falecer em 1582.
88
Ver CASAS DE RONDE, O primeiro Lugar, os primeiros moradores, Gaspar Homem da Costa. Parece que
estes Homem da Costa estão na origem de propriedades em Ronde que foram para os Ferreira Reimões. Assim,
Gaspar Homem da Costa teria nascido de Artur Homem e Guiomar da Costa, de 2 casas em Ronde; casou com
Francisca Ferraz que teve confirmação em 1587 da quinta aonde se chama Ronde e teriam sido pais de outra
Guiomar da Costa, de Ronde, 1ª m.er de Francisco Ferreira, e de Francisca Ferraz, m.er de Domingos Zuzarte,
estes, tios de outro Domingos Zuzarte casado com Maria Reimoa, de Ronde.
89
João Rodrigues Carvalho, já biografado.
23
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

1634 – Manuel Tavares de Pinho90; (15) 1680 – António João Guedes91, (17) 1685 – João
Duarte Monteiro92; (21) 1702 – Domingos Fernandes de Almeida93; (27) 1709 José Gomes
Coelho; (28) 1711 – Manuel Pereira Burgos94; (34) 1719 e 1727 António Quaresma do Vale;
(35) 1720 – Jerónimo Teles de Meneses95; (36) 1724 – Dr. André Pereira Lopes Godinho; (37)
1725 e 1729 – Bernardo Aranha de Pinho96; (38) 1726 – António de Almeida Brandão97; (39)
1728 – Julião Pinto de Carvalho; (41) 1732 – Felix Soares [de Carvalho]98; (42) 1734 – Diogo
Leite Cabral; (43) 1734 – João Vieira Arouca; (44) 1735 – Manuel Bernardo de Sousa; (48)
1740 – Manuel de Andrade Leitão; (53) 1745 – António da Rocha [e] Silva; (56) 1755 – Pedro
de Faria Magalhães; (63) 1768 – Tomé Gomes do Vale Quaresma; (64) 1769 – José Manuel
do Vale Quaresma99; (51) 1770 – José Gomes Vieira; (66) 1771 – capitão Manuel José
Ferreira Brandão100(68) 1774 – Bacharel António José Teixeira Furtado; (70) 1776 – Alferes
José de Bessa Brandão101; (71) 1776, 77 e 79 – Roberto António Teles de Meneses; (77) 1786 –
Dr. Manuel José Tavares Arouca; (78) 1787 – Manuel Gomes do Vale; (79) 1788 – António

90
Manuel Tavares de Pinho, já biografado.
91
António João Guedes, já biografado.
92
A ver CASAS DE RONDE, IIA introdução aos Correia, de Arouca, Parágrafo Segundo, João Duarte Monteiro.
Desconheço, por ora, a razão de ser do apelido Monteiro verificado num dos ramos dos Duarte, de Pé do Monte:
João Duarte Monteiro e sua m.er Mariana da Costa, ou da Costa Pinta, foram pais, entre outros, de Josefa
Monteira Pinta, no tronco dos Teixeira-dos-Santos, de Amilo e da QUINTA DE RONDE.
93
A ver CASAS DE SELA, CASA DA QUINTA DE SELA, geração 4. Domingos Fernandes de Almeida, 1702, e
provavelmente também (20) 1699 – Domingos Fernandes. Domingos Fernandes de Almeida, de Urrô, na
companhia de João de Almeida, de Sela, testemunhara em 1716 o enlace de Maria Teixeira de Almeida com
António Quaresma do Vale; em 1788 entrará para a Misericórdia com sua m.er Maria Tavares. Este João de
Almeida, de Sela, poderá coincidir com (20) João de Almeida, juiz em 1698 e 1713, documentado em CASAS
DE SELA, CASA DE SELA. Outro, de Sela, e quase homónimo, foi (52) Domingos de Almeida, dos Almeida-
Magalhães, do Burgo, casado com a herdeira da CASA DE SELA e construtor desta Casa e da capela armoriada.
94
Manuel Pereira Burgos, já biografado.
95
Jerónimo Teles de Meneses, já biografado.
96
Bernardo Aranha de Pinho, atrás identificado.
97
Ver BRITO - A Casa do Aro, em Arouca. António de Almeida Brandão, 1726. Era nat. de Roças, f.º de Francisco
Brandão e Maria Dias de Almeida; irmão da Santa Casa desde 1708; Ajudante desta vila, casado com Teresa de
Sousa (Teresa de Sousa f.ª de João de Sousa e Maria Fernandes, do Enxido), irmãos da Misericórdia em 1724); 1.ª
e 2.ª vida do prazo da rua d´Arca; provedor da mesma, o Ajudante desta vila, em 1748; o prazo vai passar em 3.ª
vida a seu neto o P.e Manuel Bernardo de Sousa, f.º de Luísa Teresa de Sousa e de capitão Manuel Bernardo de
Sousa.
98
Surge com os dois apelidos no rol SIMÕES JÚNIOR. cf. ADA, Notariais de Arouca, Tab. Brás José de Miranda
Pinto e Tab. Manuel José de Azevedo da Rocha e Melo, livro 318-22, fl. 38, Félix Soares de Carvalho é
mencionado Capitão Monteiro-mor na doação de sua viúva, D. Maria Teresa de Jesus, em 1771, ao f.º Manuel
Soares de Carvalho e sua m.er Maria de Pinho Brandão, do Cabo de Roças. Faleceu, o capitão Félix Soares de
Carvalho, em 1742, e sua viúva, Maria Teresa de Jesus, de Eidim, Roças, em 1783.
99
José Manuel do Vale Quaresma, acima mencionado, bem como o seguinte: Dr. António José Teixeira Furtado.
100
Dos Ferreiras-Brandões da Cavada de Roças, tio de D. Lourença Vitória, que com ele vivia, e a quem dotou para
casar com um Ferraz-Bravo da CASA DA QUINTA DE SELA.
101
PRAZOS, III, 1.ªD, 13, 1, 10, fl. 79, José de Bessa Brandão. Prazo da rua dos Currais em 1718 a Francisco de
Beça e sua m.er Mariana Teixeira, renovado ao capitão José de Beça Brandão e m.er, em 1797; a mesma
referência, noutro livro, III, 1.ªD, 13, 1, 1, fl. 37v: O capitam Jose de Beça Brandam e sua m.er D. Maria
Thomazia no Prazo renovado em 1797. SIMÕES JÚNIOR, Notas monográficas, p. 53, informa que foi sargento-
mor da ordenanças.
24
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

José Teixeira Teles102; (80) 1789 – capitão Manuel de Almeida Brandão103; (83) 1798 – Manuel
Ferreira Gomes, aliás Gomes Ferreira104; e (85) 1797 – José da Costa Arouca105.
Tais são as individualidades de 2 ou mais apelidos, incluindo as que assinam mais de 2
apelidos: (36) 1724 – Dr. André Pereira Lopes Godinho106, (63) Tomé Gomes do Vale
Quaresma e (65) 1749 – António Gomes do Vale Quaresma.
No geral, perto de 40% usam mais de 1 apelido.
(79) 1788 – António José Teixeira Teles107; (80) 1789 – capitão Manuel de Almeida
Brandão108; (83) 1798 – Manuel Ferreira Gomes, aliás Gomes Ferreira109; e (85) 1797 – José da
Costa Arouca110. Tais são as individualidades de 2 ou mais apelidos, incluindo as que

102
António José Teixeira Teles, já biografado.
103
Capitão Manuel de Almeida Brandão. Manuel de Almeida Brandão, da Várzea, irmão da Misericórdia em 1753 e
provedor em 1759 e 1760; foi pai de D. Leonardo que virá a bispo de Pinhel, havido, como seus numerosos
irmãos, de D. Angelina de Almeida e Sousa: f.º – este Manuel de Almeida Brandão – de Manuel Brandão e de
Maria de Almeida, da Vila do Souto, irmãos da Misericórdia em 1718: Com efeito, um prazo da rua dos Currais,
PRAZOS, III, 1.ª D, 13, 4, 10, fl. 75, regista: Manuel Brandão da Várzea. O dito Manuel Brandão he fallecido
Agora seu f.º outro Manuel Brandão. Rendimento ao Cappitam Manuel Joaquim de Sousa Brandão [este, irmão
de D. Leonardo] e m.er da Vinha do Souto da Varzea em 17 de Maio de 1806. Pode ver-se também duas cartas
para familiar do Santo Ofício, ao primeiro Manuel Brandão em 1725 e ao segundo em 1752.
104
Manuel Gomes Ferreira, já biografado.
105
José da Costa Arouca. Por volta de 1786 fizera uma compra ao Dr. [corregedor] Caetano José da Rocha e Melo,
nat. de Roças, [o promotor da célebre e belíssima ponte de Amarante] e sua m.er D. Rita Leonarda de Figueiredo
Mascarenhas, mor.s na vila de Amarante (ADA, Notariais de Arouca, Tab. Fernando José Tavares, livro 338-59,
fl. 132). Foi herdeiro do P.e António Aranha Duarte, por testamento de 22.02.1786; O P.e António Aranha Duarte,
de Pé do Monte, muito velho neste ano, trata-o por sobrinho (bem como a 4 irmãs de José da Costa Arouca que
enumera) e declara-o f.º de seu irmão Serafim da Costa, de Santo António (cf. ADA, Notariais de Arouca, Tab.
Fernando José Tavares, livro 336-61]; uma irmã do P.e António Aranha Duarte, Ana Maria, foi m.er de José
Correia Torres, de Amilo, em CASAS DE RONDE, CASAL DE RONDE; o mesmo sacerdote, em 1762, então
de Novais, apadrinha uma criança da Barca na companhia de Eufémia, solteira, f.ª de João Duarte Monteiro e sua
m,er Mariana da Costa, também CASAS DE RONDE, IA introdução aos Correia, de Arouca, Parágrafo
Segundo.
106
Dr. André Pereira Lopes Godinho, já biografado.
107
António José Teixeira Teles, já biografado.
108
Capitão Manuel de Almeida Brandão. Manuel de Almeida Brandão, da Várzea, irmão da Misericórdia em 1753 e
provedor em 1759 e 1760; foi pai de D. Leonardo que virá a Bispo de Pinhel, havido, como seus numerosos
irmãos, de D. Angelina de Almeida e Sousa: f.º – este Manuel de Almeida Brandão – de Manuel Brandão e de
Maria de Almeida, de Vila do Souto, irmãos da Misericórdia em 1718: Com efeito, um prazo da rua dos Currais,
PRAZOS, III, 1.ª D, 13, 4, 10, fl. 75, regista: Manuel Brandão da Várzea. O dito Manuel Brandão he fallecido
Agora seu f.º outro Manuel Brandão. Rendimento ao Cappitam Manuel Joaquim de Sousa Brandão [este, irmão
de D. Leonardo] e m.er da Vinha do Souto da Varzea em 17 de Maio de 1806. Pode ver-se também duas cartas
para familiar do Santo Ofício, ao primeiro Manuel Brandão em 1725 e ao segundo em 1752.
109
Manuel Gomes Ferreira, já biografado.
110
José da Costa Arouca. Por volta de 1786 fizera uma compra ao Dr. [corregedor] Caetano José da Rocha e Melo,
nat. de Roças, [o promotor da célebre e belíssima ponte de Amarante] e sua m.er D. Rita Leonarda de Figueiredo
Mascarenhas, mor.s na vila de Amarante (ADA, Notariais de Arouca, Tab. Fernando José Tavares, livro 338-59,
fl. 132). Foi herdeiro do P.e António Aranha Duarte, por testamento de 22.02.1786; O P.e António Aranha Duarte,
de Pé do Monte, muito velho neste ano, trata-o por sobrinho (bem como a 4 irmãs de José da Costa Arouca que
enumera) e declara-o f.º de seu irmão Serafim da Costa, de Santo António (cf. ADA, Notariais de Arouca, Tab.
Fernando José Tavares, livro 336-61]; uma irmã do P.e António Aranha Duarte, Ana Maria, foi m.er de José
Correia Torres, de Amilo, em CASAS DE RONDE, CASAL DE RONDE; o mesmo sacerdote, em 1762, então
de Novais, apadrinha uma criança da Barca na companhia de Eufémia, solteira, f.ª de João Duarte Monteiro e sua
m.er Mariana da Costa, também CASAS DE RONDE, IA introdução aos Correia de Arouca, Parágrafo Segundo.
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_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

assinam mais de 2 apelidos: (36) 1724 – Dr. André Pereira Lopes Godinho111, (63) Tomé
Gomes do Vale Quaresma) e (65) 1749 – António Gomes do Vale Quaresma.

Uma sala e escritório de setecentos, denominada “cela de Santo Ambrósio”, exposta no


Museu de Arte Sacra de Arouca112. Trata-se de uma saborosa miniatura, realista nos
pormenores e no estilo da época que retrata. Descobrita-se “o violeta”. De destacar, a
profusão de elementos decorativos pintados e dourados que sobrepovoam o espaço,
numa quase total simetria; livros?, alguns oitenta para cem, encadernados e postos em
duas estantes de canto; igualmente de notar, a presença de dois animais domesticados,
um macaquinho, que repetia, do patrono, os gestos e um papagaio, que lhe repetia as

111
Dr. André Pereira Lopes Godinho, já biografado.
112
Reproduzido, com a devida vénia, do roteiro do Museu de Arouca.
26
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

falas. Salvas as devidas distâncias, constitui uma boa visualização do interior de casa
destes tempos. Infelizmente (para os nossos propósitos), faltam as pessoas, as quais (aliás
desde o sec XVI) integrava a miúdo um serviçal ou escravo negro.

Por fim, vai aqui, o índice alfabético dos principais juizes biografados (embora esteja certo
de que o leitor não está interessado em rever qualquer das situações relatadas...):

ordem alfabética dos juizes (1ª coluna) ver notas n.º:


André Fernandes 2 (2) 56
André Pereira Lopes Godinho (Dr.), Bairro, Moldes 1724 40 (36) 59
António Brandão, Barroca, Várzea 1780 89 (72) -
António da Rocha Silva, Roças 1745 63 (53) 36
António de Almeida Brandão, Arouca 1726 42 (38) 62, 75 e 93
António Ferreira 1716 35 (31) -
António Francisco 1688 19 (18) 27
António Gomes do Vale Quaresma 1749 65 (55) 63
António João Guedes (capitão), Vila Nova, Burgo 1680 16 (15) 53, 73 e 87
António José Teixeira Furtado (bacharel), Arouca 1774 83 (68) 74, 77, 95 e 98
António José Teixeira Teles, Cavada de Baixo, S Eulália 1788 98 (79) 54 e 70
António Quaresma do Vale, Moldes 1727 43 (34) 59, 60, 63 e 76
António Quaresma do Vale, Outeiro Meão, Moldes 1784 94 (76) 59, 60, 63 e 76
António Quaresma Duarte 1719 38 (34) 59, 60, 63 e 76
Bernardo Aranha de Pinho, Murça, Santa Eulália 1725 41 (37) 24 e 92
Bernardo Aranha de Pinho, Murça, Santa Eulália 1729 45 (37) 24 e 92
Bernardo Carvalho, Arouca 1606 7 (6) 50
Bernardo Vieira, Defesa do Pisão, Burgo 1772 81 (67) 23
Caetano Pedro de São José 1799 108 (86) -
Cipriano de Pinho 1791 101 (82) 48
Cipriano Pinto 1761 71 (58) -
Diogo Leite Cabral, Eiriz, Burgo 1734 50 (42) 64
Diogo Pinto, Romariz, Burgo 1742 60 (50) 25 e 68
Domingos de Almeida, Sela, Urro 1744 62 (52) 89
Domingos Fernandes de Almeida 1702 25 (21) 89
Domingos Fernandes, Cavada 1699 22 (21) 89
Domingos Gomes, Crasto, Arouca 1760 70 (57) -
Domingos João 1718 37 (33) 42
Domingos Pereira, Santa Maria do Monte 1783 93 (75) 47
Félix Soares, Roças 1732 48 (41) 94
Francisco Aranha, Alhavaite, Burgo 1738 56 (47) 29
Francisco Aranha, Alhavaite, Burgo 1765 74 (47) 29
Francisco de Sousa 1763 72 (59) -
Francisco Pereira 1701 24 (23) 54, 58, 70 e 83
Gaspar Homem da Costa, Ronde, Santa Eulália 1576 5 (4) 19, 71 e 84
Gonçalo Correia, Ronde, Santa Eulália 1746 64 (54) 26
Gonçalo Correia, Ronde, Santa Eulália 1773 82 (54) 26
Gonçalo Teixeira, Eiriz, Burgo 1614 8 (7) 39 e 56
Gregório Pereira, Vinha do Souto, Várzea 1781 91 (73) -
Jacinto Teixeira, Porta, Santa Eulália 1737 55 (46) 56
Jeronimo Teles de Meneses 1736 54 (35) 35, 30 e 91
Jerónimo Teles de Meneses 1720 39 (35) 35, 30 e 91
Jeronimo Teles de Meneses" 1733 49 (35) 35, 30 e 91
27
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

João da Costa 1683 17 (16) -


João de Almeida 1698 21 (20) 89
João de Almeida 1713 32 (20) 89
João de Pinho 1712 31 (22) -
João de Pinho, Lourosa de Campos, Burgo 1700 23 (22) -
João Duarte Monteiro, Pé do Monte, Santa Eulália 1685 18 (17) 41 e 88
João Ferreira 1679 15 (14) 39
João Ferreira 1759 69 (49) -
João Ferreira, Romariz d´Além, Burgo 1741 59 (49) -
João Gomes 1714 33 (29) 28
João Rodrigues Carvalho, Arouca 1592 6 (5) 50 e 85
João Tavares 1659 11 (10) 38
João Vieira Arouca 1734 51 (43) -
João Vieira Arouca 1739 57 (43) -
João Vieira, Monte de Moção, Santa Eulália 1707 27 (25) 41
José da Costa Arouca, Santo António, Santa Eulália 1797 106 (85) 40, 49 e 101
José de Bessa Brandão (alferes), Arouca 1776 85 (70) 97
José Francisco Teixeira 1792 102 (62) 82
José Francisco Teixeira, Tropeço 1767 76 (62) -
José Gomes Coelho, Bustelo, Moldes 1709 29 (27) 70
José Gomes Vieira, Arouca 1770 79 (65) -
José Manuel de Pinho 1795 104 (84) 48
José Manuel do Vale Quaresma, Bustêlo, Moldes 1769 78 (64) 60, 63, 76 e 95
José Manuel do Vale Quaresma, Bustêlo, Moldes 1785 95 (64) 60, 63, 76 e 95
José Soares 1697 20 (19) 23
Julião Pinto de Carvalho, Arouca 1728 44 (39) 43
Manuel Bernardo de Sousa, Arouca 1735 52 (44) 31, 61, 75 e 93
Manuel de Almeida Brandão (capitão) 1789 99 (80) 99
Manuel de Andrade Leitão, Lapa 1740 58 (48) 45
Manuel de Pinho, Casal de Santa Maria do Monte, Santa 1766 75 (61) -
Eulália
Manuel de Sequeira, Milhaço, Burgo 1736 53 (45) 66
Manuel de Sousa, Figueiredo, Burgo 1743 61 (51) 69
Manuel Ferreira Gomes" (ou Gomes Ferreira) 1794 103 (83) 67 e 100
Manuel Ferreira Gomes" (ou Gomes Ferreira) 1798 107 (83) 67 e 100
Manuel Francisco Teixeira 1717 36 (32) 82
Manuel Frederico de Sequeira, Milhaço, Burgo 1758 68 (45) 66
Manuel Frederico de Sequeira, Milhaço, Burgo 1790 100 (81) 66, 80 e 82
Manuel Gomes do Vale, Outeiro, Moldes 1787 97 (78) 63 e 76
Manuel Gomes, Corredoura, Arouca 1708 28 (26) 67
Manuel Gonçalves 1715 34 (30) -
Manuel Gonçalves 1764 73 (60) -
Manuel João 1672 13 (12) 21 e 51
Manuel José Ferreira Brandão (capitão), Cavada, Roças 1771 80 (66) 96
Manuel José Tavares Arouca (Dr.), Picoto, Arouca 1786 96 (77) 32
Manuel Pereira Burgos 1711 30 (28) 20, 57, 65, 90
Manuel Pereira Burgos 1731 47 (28) 20, 57, 65, 90
Manuel Tavares ou [Teixeira Tavares] 1670 12 (11) 56
Manuel Tavares 1704 26 (24) 54
Manuel Tavares de Pinho 1634 9 (8) 55, 72 e 86
Miguel de Carvalho, Vinha do Souto, Várzea 1730 46 (40) 44
Miguel Teixeira, Romariz 1796 105 (69) -
Miguel Teixeira, Romariz, Burgo 1775 84 (69) -
28
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

Pantalião Rodrigues Malafaia 1562 3 (3) 83


Pantalião Rodrigues Malafaia 1575 4 (3) 83
Paulo José Pereira, Cavada 1800 109 (87) 69, 81 e 83
Paulo Teixeira 1653 10 (9) 37
Pedro de Faria Magalhães 1755 66 (56) 46
Pedro de Faria Magalhães 1756 67 (56) 46
Pedro Duarte 1674 14 (13) 22 e 52
Roberto António Teles de Meneses, Moção, Santa Eulália 1776 86 (71) 57, 64 e 78
Roberto António Teles de Meneses, Moção, Santa Eulália 1777 87 (71)
Roberto António Teles de Meneses, Moção, Santa Eulália 1779 88 (71)
Tomé Gomes do Vale Quaresma 1781 90 (63)
Tomé Gomes do Vale Quaresma, Paços, Moldes 1768 77 (63)
Tomé Saldanha, Sernande, Arouca 1782 92 (74)
Tomé Saldanha, Sernande, Arouca 1782 92 (74)
Vasco Martins 1496 1 (1)
Vasco Martins 1496 1 (1)

6. De tudo isto, o mais surpreendente é a falta de constantes bem vincadas... Todavia, é


verdade que os nomes eram muito simples; é verdade que os nomes próprios só para o fim
do período são compostos de dois; é verdade: que mais sobressai o gosto pelo nome
próprio transmitido (por vezes todo um nome inteiro), que a persistência de um nome de
família. Apenas na primeira centúria (do período em análise) se verifica frequência de
nomes perfeitos (quero dizer: nome + apelido do pai + apelido da mãe). A pouco e pouco,
já por necessidade de aperfeiçoamento do mecanismo de distinção, já por preocupação
sonante, adoptam-se apelidos trazidos por via materna.

É surpreendente que tamanha arbitrariedade não prejudique irremediavelmente a


identificação, talvez porque também não menos surpreendente é a habilidade posta na
composição de quantos!

Vagueando, deste modo, por este imenso campo raso de mortos..., vivos e assinalados de
singelíssimas memórias..., todos, ou tantos deles, nos são familiares!

29
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

Podemos deixar, também, um outro rol:

sequência cronológica dos juízes (4ª coluna)


Vasco Martins 1496 1 (1)
André Fernandes 2 (2)
Pantalião Rodrigues Malafaia 1562 3 (3)
Pantalião Rodrigues Malafaia 1575 4 (3)
Gaspar Homem da Costa, Ronde, Santa Eulália 1576 5 (4)
João Rodrigues Carvalho, Arouca 1592 6 (5)
Bernardo Carvalho, Arouca 1606 7 (6)
Gonçalo Teixeira, Eiriz, Burgo 1614 8 (7)
Manuel Tavares de Pinho 1634 9 (8)
Paulo Teixeira 1653 10 (9)
João Tavares 1659 11 (10)
Manuel Tavares 1670 12 (11)
Manuel João 1672 13 (12)
Pedro Duarte 1674 14 (13)
João Ferreira 1679 15 (14)
António João Guedes (capitão), Vila Nova, Burgo 1680 16 (15)
João da Costa 1683 17 (16)
João Duarte Monteiro, Pé do Monte, Santa Eulália 1685 18 (17)
António Francisco 1688 19 (18)
José Soares 1697 20 (19)
João de Almeida 1698 21 (20)
João de Almeida 1713 32 (20)
Domingos Fernandes, Cavada 1699 22 (21)
Domingos Fernandes de Almeida 1702 25 (21)
João de Pinho, Lourosa de Campos, Burgo 1700 23 (22)
João de Pinho 1712 31 (22)
Francisco Pereira 1701 24 (23)
Manuel Tavares 1704 26 (24)
João Vieira, Monte de Moção, Santa Eulália 1707 27 (25)
Manuel Gomes, Corredoura, Arouca 1708 28 (26)
José Gomes Coelho, Bustelo, Moldes 1709 29 (27)
Manuel Pereira Burgos 1711 30 (28)
Manuel Pereira Burgos 1731 47 (28)
João Gomes 1714 33 (29)
Manuel Gonçalves 1715 34 (30)
António Ferreira 1716 35 (31)
Manuel Francisco Teixeira 1717 36 (32)
Domingos João 1718 37 (33)
António Quaresma Duarte 1719 38 (34)
António Quaresma do Vale, Moldes 1727 43 (34)
Jerónimo Teles de Meneses 1720 39 (35)
Jeronimo Teles de Meneses" 1733 49 (35)
Jeronimo Teles de Meneses 1736 54 (35)
André Pereira Lopes Godinho (Dr.), Bairro, Moldes 1724 40 (36)
Bernardo Aranha de Pinho, Murça, Santa Eulália 1725 41 (37)
Bernardo Aranha de Pinho, Murça, Santa Eulália 1729 45 (37)
António de Almeida Brandão, Arouca 1726 42 (38)
Julião Pinto de Carvalho, Arouca 1728 44 (39)
Miguel de Carvalho, Vinha do Souto, Várzea 1730 46 (40)
30
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

Félix Soares, Roças 1732 48 (41)


Diogo Leite Cabral, Eiriz, Burgo 1734 50 (42)
João Vieira Arouca 1734 51 (43)
João Vieira Arouca 1739 57 (43)
Manuel Bernardo de Sousa, Arouca 1735 52 (44)
Manuel de Sequeira, Milhaço, Burgo 1736 53 (45)
Manuel Frederico de Sequeira, Milhaço, Burgo 1758 68 (45)
Jacinto Teixeira, Porta, Santa Eulália 1737 55 (46)
Francisco Aranha, Alhavaite, Burgo 1738 56 (47)
Francisco Aranha, Alhavaite, Burgo 1765 74 (47)
Manuel de Andrade Leitão, Lapa 1740 58 (48)
João Ferreira, Romariz d´Além, Burgo 1741 59 (49)
João Ferreira 1759 69 (49)
Diogo Pinto, Romariz, Burgo 1742 60 (50)
Manuel de Sousa, Figueiredo, Burgo 1743 61 (51)
Domingos de Almeida, Sela, Urrô 1744 62 (52)
António da Rocha Silva, Roças 1745 63 (53)
Gonçalo Correia, Ronde, Santa Eulália 1746 64 (54)
Gonçalo Correia, Ronde, Santa Eulália 1773 82 (54)
António Gomes do Vale Quaresma 1749 65 (55)
Pedro de Faria Magalhães 1755 66 (56)
Pedro de Faria Magalhães 1756 67 (56)
Domingos Gomes, Crasto, Arouca 1760 70 (57)
Cipriano Pinto 1761 71 (58)
Francisco de Sousa 1763 72 (59)
Manuel Gonçalves 1764 73 (60)
Manuel de Pinho, Casal de Santa Maria do Monte, Santa Eulália 1766 75 (61)
José Francisco Teixeira, Tropeço 1767 76 (62)
José Francisco Teixeira 1792 102 (62)
Tomé Gomes do Vale Quaresma, Paços, Moldes 1768 77 (63)
Tomé Gomes do Vale Quaresma 1781 90 (63)
José Manuel do Vale Quaresma, Bustêlo, Moldes 1769 78 (64)
José Manuel do Vale Quaresma, Bustêlo, Moldes 1785 95 (64)
José Gomes Vieira, Arouca 1770 79 (65)
Manuel José Ferreira Brandão (capitão), Cavada, Roças 1771 80 (66)
Bernardo Vieira, Defesa do Pisão, Burgo 1772 81 (67)
António José Teixeira Furtado (bacharel), Arouca 1774 83 (68)
Miguel Teixeira, Romariz, Burgo 1775 84 (69)
Miguel Teixeira, Romariz 1796 105 (69)
José de Bessa Brandão (alferes), Arouca 1776 85 (70)
Roberto António Teles de Meneses, Moção, Santa Eulália 1776 86 (71)
Roberto António Teles de Meneses, Moção, Santa Eulália 1777 87 (71)
Roberto António Teles de Meneses, Moção, Santa Eulália 1779 88 (71)
António Brandão, Barroca, Várzea 1780 89 (72)
Gregório Pereira, Vinha do Souto, Várzea 1781 91 (73)
Tomé Saldanha, Sernande, Arouca 1782 92 (74)
Tomé Saldanha, Sernande, Arouca 1782 92 (74)
Domingos Pereira, Santa Maria do Monte 1783 93 (75)
António Quaresma do Vale, Outeiro Meão, Moldes 1784 94 (76)
Manuel José Tavares Arouca (Dr.), Picoto, Arouca 1786 96 (77)
Manuel Gomes do Vale, Outeiro, Moldes 1787 97 (78)
António José Teixeira Teles, Cavada de Baixo, Santa Eulália 1788 98 (79)
Manuel de Almeida Brandão (capitão) 1789 99 (80)
31
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

Manuel Frederico de Sequeira, Milhaço, Burgo 1790 100 (81)


Cipriano de Pinho 1791 101 (82)
Manuel Ferreira Gomes" (ou Gomes Ferreira) 1794 103 (83)
Manuel Ferreira Gomes" (ou Gomes Ferreira) 1798 107 (83)
José Manuel de Pinho 1795 104 (84)
José da Costa Arouca, Santo António, Santa Eulália 1797 106 (85)
Caetano Pedro de São José 1799 108 (86)
Paulo José Pereira, Cavada 1800 109 (87)

32
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

Perspectiva da sala duma casa de Arouca113, onde se vê duas espadas na parede,


ladeando o retrato do militar. O “estilo” dará lugar à “colecção”. Esta Casa, da vila de
Arouca, é de bisnetos de D. Francisca Xavier de Araújo e Sousa (II), f.ª de António José de
Araújo Camisão e neta de outra D. Francisca Xavier (I), dos Araújo e Sousa, da vila de
Cabeçais e senhores da Casa do Castelo, provinda dos “donatários” desta última vila.
Deles descendia também o nosso Fernando Pessoa e “os heterónimos”. (Curiosamente, o
brasão desenhado por Fernando Pessoa traz os Sousas ditos “do Prado”, mas o brasão do
Picoto mostra os Sousas ditos “de Arronches”: Mais um heterónimo de Pessoa?...). António
José veio casar ao Picôto com uma Teixeira Teles, que derivava por certo de Francisco
Teixeira Teles, da Casa da Porta, e de sua m.er Hermínia Valente, da Barroca de Roças.
Com António José de Araújo Camisão chegaram igualmente, de seus irmãos, ao Picoto, a
habilitação de nobreza de Roque (1779) e a carta de brasão de armas de Caetano
(1799), bem como a pedra de armas de Araújos e Sousas, umas das que figuravam na
Casa do Castelo.

113
Foto de José Augusto Brito Dias Leitão, a pedido do autor.
33
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

Dito..., voltarei ao prometido tombo das famílias menos tratadas em “As Doze Portas de
Gerações de Arouca". Eis, as mais significativas:

Os ABREUS

Os Abreus não deixaram notícia continuada, não obstante a passagem tão promissora que
até motivaram, de Manso de Lima, um parágrafo de “Abreus de Arouca”114. Mas o
tratadista pouco mais anotou que Joana de Abreu e logo se ateve. Vem assim:

ABREUS DE AROUCA
(Nota á margem)
§1
JOANNA DE ABREU, f.ª de ... C.c. Tristão Mendes, e teve:
2. N ... Alcaide-mór de Alcobaça
3. D. MARIA LOBATA, freira em Arouca
4. D. JOANNA DE VASCONCELLOS, mulher de Manoel Teixeira, governador de Alfayates
no ano de 1700.
Joana de Abreu, m.er de Tristão Mendes (de Vasconcelos) (Ver em Os MENDES), madrinha
em 1567 de um dos filhos de Cristovão Mendes (de Vasconcelos) e não volta a mostrar-se,
a não ser como mãe de Brás Mendes. Outra do apelido é Helena de Abreu, m.er de
Gaspar Teixeira, escrivão (irmão de Gonçalo Teixeira V, em Os VIEIRAS TEIXEIRAS, e também
CASA DA PORTA, introdução aos Teixeira de Arouca).

114
LIMA - Famílias de Portugal, vol. I, p. 120.
34
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

Gaspar de Araújo
I
Helena Diogo Helena Joana de Abreu 1530/40 Maria de Azevedo de Abreu
de de de c.c. Tristão Mendes c.c.
Abreu Abreu Abreu (de Vasconcelos) Jácome de Barros
c.c. de Araújo c.c. mor.s nos Currais I
Gaspar moço de D.gos (Ver Mendes) I
Teixeira câmara Martins I I
I P.zos 1559/62115 I I I
Vieiras Teixeiras I I I
______________________ __________________.......................... I
: : I : I I I : I
An.to An.ta M.el João M.ª Brás Alexandre Helena Gregório de 1560/70
de de 1569 de de Mendes de Abreu de Barros de Azevedo
Abreu Araújo Abreu Abreu de Abreu p. 1571-1605 Abreu com sepultura
cura mad. em pad. viúva, 2.º marido c.c. c. armoriada de
em 1604 de em de Cat.na a.1619 Barros e Azevedos
1605 crisma 1605 Anta de Lobata c. An.to em Esgueira
Capelão 1596 I Beça mor.s na Rua Pereira, Ver QUINTA DE
do Most. I v.ª de da Lavandeira pais de MINHÃOS
1606 Vicente de João junto à ponte Joana, 1608
n.~1560 Vasconcelos Viegas I
C.B.A. ______________________________________
de Maria Secaria D. Joana João de 1590/1600
1605 mad. mad. de Vasc.os
1613(?) 1614 Vasc.os p. 1619
1616 c.c.
c.c. Mateus M.el Teixeira
Duarte Homem
_________________________ I
João de Abreu M.el M.el Teixeira Homem
Esc.º e Cav.º, 1646 b. 1636 de Vasc.os, C.B.A. 1647

Mais outro do apelido, Diogo de Abreu de Araújo, f.º de Gaspar de Araújo, aparece
referenciado Moço de Câmara d´El Rei num prazo do Mosteiro (de dois que o convento
lhe concede em 1559 e 1562, propriedades vindas de seus avós116); outra Helena de Abreu,
ainda da mesma geração, irmã talvez de Diogo, estava casada com Domingos Martins e
tiveram Manuel, 1569, e possivelmente Antónia de Araújo, mad. em 1604, e o cura, ou
“Capelão do Mosteiro", António de Abreu (cf. familiatura de António Carvalho, em Os
CARVALHOS) e, ainda, João de Abreu, pad. de crisma, 1596. Joana de Abreu, acima,
casada nos Mendes de Vasconcelos, foi mãe de Maria de Abreu, viúva antes de 1605 e
mor. em Lisboa, ano em que ao f.º desta, Vicente de Vasconcelos, concedem carta de
brasão de armas117; mãe também de Brás Mendes de Abreu (ou apenas Brás Mendes),
muitas vezes padrinho de 1571 a 1605, instituidor da Santa Casa em 1610, e que foi 2.º
marido de Antónia de Beça (ver em Os BECAS, Os BARBOSAS), v.ª de João Viegas, outro
dos instituidores da Santa Casa; mãe, ainda, de Alexandre de Abreu, (Escudeiro, segundo

115
Em esquemas como este, a palavra prazo está grafada P.zo.
116
PRAZOS, livro 8, III, 1ª D, 13, 2, 5 (antigo n.º ordem 131), fl.s 220 e 441v.
117
Armas e Troféus Revista de História, Heráldica, Genealogia e Arte, 1981, p. 168.
35
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

os prazos do Mosteiro, e Cavaleiro do hábito de Cristo, pela carta de brasão de seu neto,
abaixo); mor. na Lavandeira junto à ponte, pad. em 1600 e inserido no rol dos instituidores
da Misericórdia, casou-se com Catarina Lobata, cunhada de António Cardoso nos Mendes
(f.ª de Vicente Pinto Lobato, ou de Pinho, e de sua m.er Antónia Moreira118). Alexandre de
Abreu cavaleiro professo morre na rua da Lavandeira em 1620 de morte subita de que
Deus nos livre. Tiveram: Maria de Abreu que, de seu marido Mateus Duarte, houve João de
Abreu, escudeiro e cavaleiro em 1646119; Secaria(?), mad. 1614; Helena de Abreu, casada
antes de 1619 com António Pereira e mãe de Joana, 1608; mais dois filhos que seguem o
apelido Vasconcelos: D. Joana de Vasconcelos, casada com Manuel Teixeira Homem, pais
de outro Manuel Teixeira Homem de Vasconcelos com carta de brasão de armas de
1647120; e João de Vasconcelos, pad. em 1619. Antes destes todos, outro Brás Mendes,
clérigo de evangelho em 1605 e padre em 1608, que poderá ter sido f.º de Alexandre de
Abreu.

Os AIRES

Os registos levam o licenciado Francisco Aires – na qualidade de padrinho de vários BB. –


para a alvorada de seiscentos, mas já antes neles consta Maria Aires f.ª de Maria
Fernandes da Lavandeira, mad. em 1577; e P.e Pedro Aires e sua irmã Maria
(provavelmente a Maria Aires acima), pad.s em 1572. Todavia, os Aires, seriam bem mais
antigos em Arouca: Cabe-lhes uma referência de Felgueiras Gayo, precisamente a um
outro Francisco Aires, da Casa do Patim, em Arouca, pai de uma Jerónima Aires m.er de
Francisco Barbosa Cabral, f.º de outro do mesmo nome, Francisco Barbosa Cabral, F.C.R.,
cativo em Alcácer e Escrivão das Sisas no C.º de Paiva121. A avaliar pela cronologia, o
nosso licenciado Francisco Aires seria 3.º neto do Francisco Aires da Casa do Patim. O
licenciado matrimoniou-se com Luzia Lourenço que viria a falecer em 1616 (f.ª de Catarina
de Almeida, em Os ALMEIDAS, e de seu marido João Lourenço – talvez irmão de Gonçalo
Lourenço Cirurgião); de sua m.er Luzia Lourenço, teve geração a partir de 1602: Maria,
Maria Aires, f.ª do licenciado Francisco Aires, que amadrinha em 1618 e 1620 e em 1623
com seu irmão Francisco, possivelmente, a mesma Maria Aires, 1.ª m.er de Paulo de
Magalhães Pereira IV (Ver Os MAGALHÃES PEREIRAS) que viria a falecer em 1641; Leonor,

118
ALÃO, tomo II, vol. II, p. 339.
119
Archivo Nacional da Torre do Tombo Inventário dos Livros de Matrícula dos Moradores da Casa Real 1641-
1681, vol. I.
120
CABRAL - Cartas de Brasão.
121
GAYO, “Barbozas”, &146 N26.
36
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

1604; Jerónima, 1605, af.ª de Jerónima Aires (talvez sua avó, irmã do P.e Pedro Aires e de
sua irmã Maria Aires); outro, 1607, sem nome expresso no registo, af.º de Filipa Aires,
provável irmã do licenciado, a qual, no mesmo ano, casou com Francisco de Almeida, o
Novo (Ver Os ALMEIDAS) e virá a morrer em 1620. Francisco Aires, que apadrinhou
numerosíssimas crianças da vila, foi um dos instituidores da Santa Casa em 1610; em 1617,
recebeu um prazo em Penso122; aparece de novo casado com Antónia Cabral, de quem
teve: Francisco, 1618 (14.11), af.º de Francisco Barbosa Velho e Maria f.ª do mesmo
licenciado; Jerónimo (nome de sua velha estirpe), b. em 1620 (30.01), af.º de sua irmã
Jerónima; António, b. em 1622 (22.05), tendo à margem do registo: Frei António Cabral af.º
de Domingos Brandão e de sua m.er Inacia dacensão. Aquele acima Francisco, 1618, que
apadrinhava já em 1622 e 1625, foi Francisco Aires Cabral, escudeiro-fidalgo e cavaleiro-
fidalgo, em 1647123. Finou-se o licenciado na rua d´Arca em 13.09.1632.

Os ALMEIDAS

António de Almeida, Fidalgo da Casa d´El Rei e foreiro do Mosteiro em 1552124, poderá
pertencer à primeida geração detectável: mas dele não tenho outra notícia. Da referida
geração parece ser António Zuzarte de Almeida que se sabe casado com Filipa Henriques
(de Quadros), pais de Maria Henriques, m.er de Sebastião Teixeira da QUINTA DE SÃO
PEDRO, e de Doroteia Henriques de Quadros (nos deste apelido). Ainda da mesma idade,
não sei se um pouco mais novo e em quinhentos, foi Duarte de Almeida, ou Duarte de
Almeida Cabral;

122
PRAZOS, livro 17, III, 1ª D, 13, 2, 15 (antigo n.º ordem 141), fl. 220.
123
Livros de Matrícula dos Moradores da Casa Real...
124
PRAZOS, livro 8, cit., fl. 69v.
37
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

___________________________________________________________________ ....................................................
Duarte de Almeida Cabral Cristovão de Almeida (Cabral) Joana Manuel “Gaspar ou João de
c.c. já + em 1579 c.c. de de Almeida
Isabel Zuzarte Catarina Ferraz Almeida Almeida I
_______________ p. 1565/68 I
: I I
VER ESQUEMAS SEGUINTES Cat.na de Isabel de Milícia de Almª de Vas.os
Almeida Almeida c.c.
v.ª 1576 mad. 1570 Jorge Barbosa
c.c. Ver BEÇAS / BARBOSAS
João Lourenço
________________________________
Luzia M.el Bernardo
mad. 1582 1567 1574
Luzia Lourenço, 1.ª m.er do licenciado Francisco Aires (Ver Os AIRES)

Em 1579, Duarte de Almeida já tinha falecido; o nome de sua m.er – Isabel Zuzarte – não
figura nos paroquiais, mas aprende-se graças às familiaturas de dois netos-afins: A de
António Carvalho (Ver Os CARVALHOS), casado com sua neta Leonor de Almeida (f.ª de
Diogo de Almeida e de Maria Brandoa, neta paterna de Duarte de Almeida e de Isabel
Zuzarte) e a de António do Rego Correia casado com outra sua neta, Maria da Silveira e
Vasconcelos (Ver Os MENDES), f.ª de Inácio de Almeida e de Isabel Mendes, neta paterna
de Duarte de Almeida Cabral e de Isabel Zuzarte (Quem sabe se Isabel Zuzarte, também
uma Almeida, irmã de António Zuzarte de Almeida? ou então parentes muito chegados);
Duarte de Almeida Cabral teve, de sua m.er Isabel Zuzarte, filhos (dois, pelo menos) que
seguem o apelido composto Almeida-Cabral: Diogo de Almeida Cabral e Inácio de
Almeida Cabral, acima e a ver adiante125. Outro do apelido foi Cristovão de Almeida que
encontramos ainda vivo em 1584, casado com Catarina Ferraz e com largo seguimento a
mostrar. Ainda outro, Joana de Almeida, com uma filha, Isabel de Almeida, mad. em 1570,
e talvez uma outra f.ª, Catarina de Almeida, a qual pelo menos se vê m.er de João
Lourenço, mor.s no Beco e pais de Manuel, 1567, e de Bernardo, 1574, aquele af.ª de
Diogo de Almeida e de sua irmã Maria de Almeida, e este af.º de Francisco de Almeida;
Catarina de Almeida terá que ser a já viúva em 1576 – e não sua homónima abaixo – e
mãe ainda de Luzia, mad. em 1582 – a Luzia Lourenço, muito provável 1.ª m.er do
licenciado Francisco Aires (cf. Os AIRES). Por fim, notícia há, de mais um Almeida, Manuel
de Almeida, pad., em 1565 e em 1568, de um f.º de João Roiz Carvalho e de uma f.ª de
António Descobar o Novo. Efectivamente, sabe-se de Manuel de Almeida, cavaleiro-
fidalgo da Quinta do Aro e Quinta do Carqueijal – f.º de Jorge de Almeida Cabral, do
prazo do Aro, 1519 –, pai de Manuel de Almeida Barbosa (pai de quatro filhos identificados

125
AZEVEDO - Historia Eclesiastica da Cidade e Bispado de Lamego, p. 238. Estes Almeida-Cabral eram do
apelido do letrado e ilustre palatino Francisco de Almeida Cabral, nat. de Lamego, f.º de António de Almeida e D.
Maria Cabral, falecido em Lisboa em 1554, tendo o seu corpo voltado a um convento de Lamego “de que era
padroeiro”.
38
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

e de D. Catarina de Almeida, todos do Aro126) e Mécia Barbosa, mad. 1593. (Esta poderá
coincidir com a 1.ª m.er de Paulo de Magalhães Pereira, em Os MAGALHÃES PEREIRA). Os
Almeida Barbosa foram os continuadores da antiga Quinta do Aro127. O apelido Barbosa
da m.er de Manuel de Almeida, do Aro, coloca-o, por hipótese, cunhado de Jorge
Barbosa, em Os BEÇAS, Os BARBOSAS. Mais um da geração de Duarte, de Cristovão, de
Joana e de Manuel (a primeira geração apontada) podia ter sido “Gaspar ou João de
Almeida”, pai de Milícia de Almeida (de Vasconcelos) que foi m.er do Tab. Jorge Barbosa,
atrás mencionado. A segunda geração – a dos filhos de Duarte e dos filhos de Cristovão –
é bem mais numerosa e algumas personalidades andam bem documentadas.

Duarte de Almeida Cabral c.c. Isabel Zuzarte, ele já + em 1579.


___________________________________________________________________________
: I I I I I :
Fr.co de Diogo de Inácio de M.ª de Almeida N ... Cabral Bernarda Catarina de Almeida
Almeida Almeida Almeida mad. 1567/79 [Branca] mad. 1573 Almeida
[Cabral] Cabral Cabral c.c. mad. 1566 c.c.Baltazar António
de Sela c.c. c.c. Jorge Ferreira com seu pai I
Ver Maria Isabel do Cancelo Duarte de Almª I
CASAS Brandoa Mendes P.zo ½ casal em Romariz, 1556 I
DE SELA casal em Alvarenga e ½ no Cancelo, 1570 I
_________ ______________________ _______ ______________________________
I I I I : I I I I I I I
Bastardo Leonor Maria Dionísio da Inácio An.to Isabel Anto. Inácio M.el Cat.na Fr.co
João de da Silveira 1602 1571 1577 1565 1568 1570 1573 1580
1565 Alm.da Silv.ra 1595, + 1619, Barbosa af.º de af.ª de
c.c. c.c. pai de João, bastardo, 1616? Diogo Cristovão
An.to Carvalho An.to do mor. na Quintã desta villa de Almª de Almª
nasc. 1561 Rego Correia, e de Bernarda
FSO 1606 FSO, 1623 f.ª de Duarte de Almª

Diogo de Almeida Cabral – f.º de Duarte de Almeida Cabral – encontrámo-lo com um f.º
bastardo João em 1565 (declinados, neste, seus pais e avós), talvez o futuro João de
Almeida, que teve outro João, 1587: por sua vez, João de Almeida casado com Maria de
Brito; em 1570, Diogo de Almeida, apadrinha Manuel, f.º de Catarina de Almeida e de
Baltazar António; casou, Diogo de Almeida Cabral, com Maria Brandoa – f.ª de Manuel
Brandão e Isabel Pires, tudo gente limpa e nobre – e deles nasceu Leonor de Almeida
(aliás, f.ª natural de Diogo de Almeida, segundo uma testemunha do processo de António
de Carvalho), m.er do familiar do Santo Ofício António de Carvalho que foi morar com seu
marido em Lisboa à Porta do Mar, na Casa dos Bicos (Ver Os CARVALHOS). O mesmo
Diogo apadrinhara em 1567 com sua irmã Maria (porventura, a Maria de Almeida casada

126
BRITO - A Casa do Aro em Arouca, onde figuram as escrituras de Manuel de Almeida, em 1566, 1572 e 1592.
127
Idem, ibidem.
39
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

c. Jorge Ferreira, do Cancelo, pais de António, 1571, e pais de Isabel, 1577, ambos tendo
tido por pad. Francisco de Almeida). Diogo de Almeida Cabral voltou a casar em
Castelões com Guiomar de Almeida e faleceu em 1611 (vd Luís Miguel de Pinho, A Honra
de Cesar). Outro f.º de Duarte de Almeida, o referenciado Inácio de Almeida Cabral – A
filiação vai buscar-se ao processo de familiatura de seu genro António do Rego Correia –
casou com Isabel Mendes (de Bulhões, f.ª de Cristovão Mendes de Vasconcelos – Ver Os
MENDES) e tiveram na rua dos Currais onde moravam: Maria, b. em 1584 (mais tarde, Maria
da Silveira e Vasconcelos, m.er do referido Familiar); Dionísio da Silveira, 1595, falecido em
1619 (pai de um bastardo em 1616?); e talvez Inácio, 1602. Outra irmã daqueles Diogo e
Inácio, foi a designada: Cabral128 f.ª de Duarte de Almeida, ambos pad.s em 1566 do f.º de
Álvaro de Almeida. Ainda f.ª do mesmo Duarte de Almeida, foi Bernarda f.ª de Duarte de
Almeida, mad. em 1573 e 1580 de dois filhos de Catarina de Almeida. Esta Catarina –
podendo ter sido mais uma f.ª de Duarte de Almeida Cabral – casou-se com Baltazar
António e tiveram filhos registados de 1565 a 1580: António, o primeiro; Inácio, 1568;
Manuel, 1570 (o mencionado af.º de Diogo de Almeida); Catarina, 1573, e Francisco, o
último, ambos afilhados de Bernarda, acima.
Por fim, há notícia do reverendo Jorge de Almeida, Prior de Macinhata da Seixa, que teve
um f.º bastardo, Estevão, b. na vila em 1576 (Tal prior escapa, contudo, ao rol dos padres
desta freg. inserido na Monografia de Macinhata da Seixa129), e que melhor parece – o
reverendo Jorge de Almeida – mais uma personagem da geração de Duarte de Almeida
Cabral.
Podemos ainda conjecturar que o primeiro Almeida com notícia nos livros de Urrô,
Francisco de Almeida, de Sela, pai de Jorge de Almeida, também da Quinta de Sela, fora
primo coirmão do seu homónimo Francisco de Almeida (a ver adiante, f.º de Cristovão de
Almeida) e f.º, por hipótese, de Duarte de Almeida Cabral (Os nobiliários desconhecem,
porém, a filiação deste Francisco de Almeida, de Sela, casado com Ana Gabriel (Gabriel
era apelido na vila de Arouca, e não Ana Gabriela como vem na Árvore Genealógica ...
de João Pereira de Almeida Beça e Vasconcelos130); Francisco de Almeida faleceu em
Sela em 1594 e foi tronco dos Almeidas-de-Beça, por Jorge de Almeida, falecido em 1632,
e por outro Francisco de Almeida e sua m.er Maria Leão de Beça (Ver em Os BECAS, Os
BARBOSAS). A CASA DE SELA virá a ser de Catarina de Almeida que se casou com

128
Por um prazo do Mosteiro, sabe-se que se chamava Branca Cabral.
129
FERNANDES, Maurício Antonino; BASTOS, Manuel Pires - Macinhata da Seixa Documentada Mostragem da
Terra e Evolução de seu Povo. Oliveira de Azeméis: Ed. da Câmara Municipal, 1985.
130
Árvore Genealógica ... de João Pereira de Almeida Beça e Vasconcelos. Porto: Liv. Civilização Editora, 1997.
40
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Domingos de Almeida, do Burgo, e deste ficou o brasão que ainda se ostenta no


frontespício da capela e no tecto de uma sala da casa.
Apresentados os filhos de Duarte de Almeida – esquema imediatamente acima – passarei
aos de Cristovão de Almeida (Cabral) e de sua m.er Catarina Ferraz.

Cristovão de Almeida (Cabral) c.c. Catarina Ferraz


___________________________________________________________________
: I : I I I
Alvaro Fr.co de Cristovão de Manuel D.gos de Branca
de Almeida Almeida b. em 1566 Almeida 1588
Almeida o Velho da Ribeira crismado em 1576 p. 1592
c.c. +1614 c.c. pad. 1573/75 af.º de Fr.co de Almª
M.ª Luís M.ª Tavares Cabral, acima, e de sua irmã
I mor.s Currais N... Cabral [f.ºs de Duarte de Almeida, acima]
I ____________________________________________________________________________________
Luís Fr.co de Almª Duarte de Almª Joana de Almª Mateus de Almª Ana de Almª
1566 o Novo, 1571 1572 b. 1577, m. com b. 1579 b. 1584
c.c. pad. 1596, o irmão Fr.co, pad. c.c.
Filipa Aires 1600 e 1604 em 1600, m. 1605 de L.do Bernardo Pereira
mor.s R. Lavand. solt.º c.c. An.to Fr.co crisma, 1596 mor.s nos Currais, c. g.

Foram eles, Francisco de Almeida, depois chamado Francisco de Almeida o Velho (Talvez,
Francisco de Almeida, procurador do Mosteiro em vários actos) que consta falecido nos
finais de 1614, casado c. Maria Tavares (Ver Os FURTADOS TAVARES) e morador nos Currais,
onde nasceram alguns de seus filhos: outro Francisco, b. em 1571, mais tarde Francisco de
Almeida o Novo e casado c. Filipa Aires (Ver Os AIRES), mor.s na rua da Lavandeira; Duarte,
1572, depois Duarte de Almeida solteiro em 1596, 1600 e 1604; Joana, 1577, mad. em 1600 e
1605, ou também Joana Tavares, mad. em 1602 do último f.º de Inácio de Almeida Cabral
e, ainda depois, Joana de Almeida casada c. António Francisco, mor.s nos Currais (estes,
pais de Apolónia Furtada, mad. em 1627 e falecida na vila em 1645 – registo
particularmente interessante, pelo apelido Furtada, que corrobora ter sido neta de Maria
Tavares, em Os FURTADOS, do Boco); Mateus, 1579, depois Mateus de Almeida num crisma
de 1596; e Ana, 1584, chamada Ana de Almeida com larga geração do licenciado
Bernardo Pereira131, ouvidor, mor.s na rua dos Currais (f.º do licenciado Manuel Moreira e de
sua m.er Antónia Pereira, filiação que declinou em 1602, enquanto pad. na vila), e mãe de,
entre muitos outros, do escudeiro-fidalgo Filipe de Almeida Cabral em 1647132. O mesmo
acima Francisco de Almeida o Velho foi pad. de seu irmãozito Manuel em 1566 com sua
irmã [Branca] Cabral f.ª de Cristovão de Almeida. Outro f.º de Cristovão era, portanto, este

131
Livros de Matrícula dos Moradores da Casa Real..., cit., pais do escudeiro-fidalgo e cavaleiro-fidalgo Filipe de
Almeida Cabral.
132
Um dos filhos destes Bernardo Pereira e Ana de Almeida, Antónia, 1619, parece ter sido Antónia Pereira de São
Bartolomeu, m.er de Estevão Fernandes, da Touta (que morre no Moção em 6.11.1659), pais dos Pereiras, da
Touta e de Moção, nos da Casa do Burgo, CASA DA CAVADA DO ARIEIRO e QUINTA DE ROMARIZ.
41
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

Manuel b. em 1566, depois crismado em 1576 e ainda depois chamado Manuel de


Almeida, em 1609. Cristovão de Almeida Cabra teve de Joana de Almeida: António, 1609,
afº de Francisco de Almeida e de Ana de Almeida; Maria, 1611, afilhada do licenciado
Bernardo Pereira e de Maria Furtada de Vasconcelos, de Boco. Antónia Pereira era fª de
outra do nome e de Jorge Lopes. Poderá esta última ter sido irmã de Bernardo Pereira.
Igualmente, irmãos, Domingos de Almeida, pad. em 1592, e Branca, b. em 1588. De todos
estes, poderia ter sido irmão mais um Cristovão de Almeida, casado e mor. na Ribeira, pai
de mais um Francisco, 1576. E por fim, também possível f.º do mesmo Cristovão de Almeida
(ou então, de Duarte de Almeida), um Álvaro de Almeida casado c. Maria Luís, pais de
Luís, 1566 (provavelmente, o último de mais filhos, por ser este ano o dos primeiros registos),
af.º de Duarte de Almeida e de sua f.ª [Branca] Cabral.
Da geração seguinte, conhecem-se os muitos filhos de Ana de Almeida; os filhos de alguns
outros; e os filhos de um João de Almeida: Manuel e Francisco, moradores da Casa Real (o
primeiro, escudeiro em 1646 e o segundo, escudeiro e cavaleiro em 1652133), e Sebastião,
f.º bastardo, b. em 1644, e Margarida, 1645, f.ª do licenciado João de Almeida.
Ainda da geração dos netos dos primeiros – Duarte, Cristovão, Joana e Manuel –
prospecta-se uma Luísa de Almeida casada c. António Dias, mãe de Bernardo de Almeida
que se casou c. Maria Soares e teve Bernardo em 1620, Bernarda em 1624, Ana em 1626 e
Maria em 1629. Acrescente-se Manuel de Vilhalva da Costa, "Esc.º logo acrescentado a
Cav.º", 1647, f.º de Feliciano de Almeida.
Junte-se uma fugaz referência a Dom Jerónimo de Almeida, pad. na vila em 1587 (Vamos
encontrá-lo – se é que se tratava de D. Jerónimo Gouveia – cunhado de Francisco
Carneiro, desembargador e conselheiro da fazenda, que “casou primeiro com D. Maria de
Almeida, irmã de D. Fr. Jerónimo”134).
Destas breves notas ficou de fora Maria de Almeida, nascida por 1570, 1.ª m.er de Martim
Vaz do Amaral (Ver Os REBELOS AMARAIS). Terá sido nat. de Arouca ou veio a Arouca? Ou
será que coincide com Maria de Almeida, f.ª de Jorge Barbosa e de sua m.er Milícia de
Almeida de Vasconcelos, mad. de 1587 a 1591 com o nome de Maria Barbosa e mad. em
1592 então chamada Maria de Almeida? Da 1.ª m.er de Martim Vaz do Amaral nasceu
Maria do Amaral de Almeida em 1593.

Os ARANHAS

133
Livros de Matrícula dos Moradores da Casa Real..., cit .
134
BRITO, Pedro de - Patriciado Urbano Quinhentista: As Famílias Dominantes do Porto (1500-1580). Porto:
Arquivo Histórico Câmara Municipal do Porto, 1997, Quadro CARNEIROS I.
42
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

Os Aranhas de Arouca alinham em três grupos: o de João Aranha (de Vasconcelos) com
presença em 1566, ano em que andaria nos seus 40 de idade, pai de Rodrigo Aranha e
avô de Alexandre de Vasconcelos Cirne da QUINTA DE TERÇOSO (Ver, também, CASAS DE
RONDE, IIA introdução aos Correia de Arouca, esquema 5); os Aranhas, filhos e netos de
Isabel Nunes da Mourisca, nascida igualmente por 1530; os Aranhas da Cavada de Roças
que originam os Aranha-Brandões (A ver todos em CASAS DE RONDE, IIB introdução aos
Aranha de Arouca).

Os AZEVEDOS

Além de uma Maria de Azevedo casada c. Simão Pires, ferreiro, pais em 1565 e 1570, só
mais tarde voltam a aparecer algumas do apelido: Maria de Azevedo e Luísa de Azevedo,
declinadas filhas do notável Jácome de Barros (a ver QUINTA DE MINHÃOS, introdução aos
Escobar de Barros), a primeira mad. em 1587, 1601 e 1603 e a segunda em 1591; outra
Azevedo, possivelmente irmã daquelas, foi Ana de Azevedo, mad. em 1601, 1603 e 1608,
abaixo. Consta ainda Francisca de Azevedo, solteira, mad. em 1605, 1607 e 1608. Maria de
Azevedo, f.ª de Jácome de Barros, virá a casar com Jerónimo Teixeira (a ver QUINTA DE
SÃO PEDRO) e será mãe de Maria de Azevedo Pereira, m.er de Francisco da Fonseca
Furtado (Ver nos FONSECAS e FURTADOS TAVARES e igualmente QUINTA DO BOCO); estes
últimos apadrinham uma f.ª de Maria Furtada, da Praça, e seu marido André Lopes, tal
como o fazem, a outro f.º dos mesmos, Francisco de Azevedo e sua m.er Maria Pereira. Ana
de Azevedo, acima, casou-se pouco depois com Luís Teixeira, f.º do escudeiro-fidalgo
Gonçalo Teixeira (Ver nos Vieiras Teixeiras e, também, CASA DA PORTA, introdução aos
Teixeira de Arouca). Acrescente-se ao tombo, Helena Vaz ou Helena de Azevedo, bem
identificada em CASA GRANDE DOS MALAFAIAS, e Luzia e Filipe Juzarte de Azevedo do
CASAL DE RONDE, em Os VELHOS REIMÕES.

Os BARROS
Os ESCOBARES

Barros e Escobares fazem uma só estirpe, desde tempos recuados, na vila de Arouca. O
primeiro com notícia foi João de Escobar, com casa e eira em Romariz, Burgo, onde
sucedeu Ana de Escobar cc António Jorge, pais de Henriqye de Escobar, herdeiro de
ROMARIZ. Muitas das vezes, se designam por Escobar de Barros. Entre os mais
documentados contam-se António Descobar o Velho, ou Escobar de Barros, e seu sobrinho

43
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

António Descobar o Novo, ou Descobar Vieira, escrivão dos prazos e instituidor da


Misericórdia em 1610 (a ver QUINTA DE MINHÃOS, introdução aos Escobar de Barros).
Os BEÇAS
Os BARBOSAS

Os Barbosa-e-Beça, Barbosa-de-Beça ou Beça-Barbosa figuram nas listagens dos


genealogistas e marcaram também a sua passagem na vila de Arouca. Porém, as três
figuras mais documentadas – o Licenciado Gonçalo de Beça, Antónia de Beça e Maria de
Beça – não oferecem prova irrefutável que nos permita incluí-los no grupo dos Beça-
Barbosa. Alguns tratadistas, entre os quais Felgueiras Gayo, recolheram gerações deles
onde avulta Silvestre de Almeida Beça, morador no Porto, descendente dos Almeidas de
Sela (Urrô, Arouca), pelo que lhe farei referência fugaz em CASAS DE SELA; a recém
publicada Árvore Genealógica da Ascendência e Descendência de João Pereira de
Almeida Beça e Vasconcelos, bisneto daquele Silvestre de Almeida Beça, mostra, este, por
sua vez, bisneto de Maria de Beça Barbosa e de seu marido Paulo Ferreira, da Várzea de
Arouca. Os mesmos tratadistas, e outros, registam, como tendo vindo a Arouca, o
reverendo Francisco de Beça Barbosa e consigo uma sobrinha, a já mencionada Maria de
Beça Barbosa que casou com o também referido Paulo Ferreira, lavrador abastado da
Várzea. A descendência é conhecida, mas algo haverá a recolher na documentação de
Arouca e muito a ver: É o caso, por exemplo, de uma Marta Barbosa m.er de António
Tavares, com uma filha por nome Natália de Beça (que abaixo menciono), inculcando
que Marta era uma Barbosa de Beça; outros Barbosas desconheço se eram Beças e
também outros Beças – tal os acima referenciados – se eram ou não Barbosas. O cartório
do Mosteiro guarda referências a alguns mais antigos que apontarei adiante. Darei sumária
notícia de todos, a começar pelos Beças, e farei uma proposta de alinhamento.
Os Beças deixaram alargada notícia nos paroquiais da vila.
O licenciado Gonçalo de Beça é chamado a par e passo por toda a região de Arouca.
Foi reitor de São Miguel de Urrô como explicitam os primeiros assentos desta freg. em
companhia do cura João de Pinho e, pouco depois, com o vigário Sebastião de Pinho
(irmãos: a ver QUINTA DA LAMEIRA). Com efeito, se conhece O Tresllado das Bullas de G.º
de Beça vig.ro de Sam Miguel no anno de 1554135, bem como a respectiva tomada de
posse a 7 de Junho do mesmo136. Foi testemunha no ano de 1559 em a qualidade de feitor
do Mosteiro de Arouca (prazo a Henrique Descobar, a ver QUINTA DE MINHÃOS, introdução

135
AUC, MSMA, livro 2 de Colações, III, 1ª D, 14, 1, 14 (antigo n.º ordem 344), fl. 145; ver também «Revista
Archivo do Distrito de Aveiro»., vol. XIV (1948), pp. 142 e seg.s.
136
Idem, ibidem, fl. 22.
44
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

aos Escobar de Barros). Passou a abade de Santa Marinha de Tropeço onde estava em
1564, tendo por cura Francisco Mendes (irmão de Hércules Varela: dos destes, na referida
freg. – cf. Varelas em Os FONSECAS VARELAS); em 1569 bautizei eu gonçalo de beça aba
desta igreia de Santa marinha; no ano de 1574, Francisco Mendes estava vigário da vizinha
de São Salvador da Várzea mas continuava o Sõr Licenciado guonçallo de beça abbade
desta igr.ª coadjuvado por Jorge Gomes; ainda documentado em 1587 num curioso
assento de baptismo em que foi mad. Marta Barbosa criada do padre abba [sua
parenta?]. Marta Barboza (provavelmente a mesma a que adiante voltarei) sabe-se
casada depois com António Tavares e mãe de Natália de Beça (muito embora mais tarde
venha chamada Natalia Tavares – faleceu a 20 Fev.º 1624 fez manda –, e m.er de Nicolau
Velho, em os VELHOS REIMÕES): mostra-se, assim, Marta Barbosa como uma Barbosa de
Beça. Voltando ao licenciado, apadrinhava em São Bartolomeu, em 1566; como abb de
Santa Marinha, em 1568; declina-se f.º de Violante Lopes quando pad. em 1569 de um f.º
de Jorge Barbosa; pad. em 1570; em 1571, abb; e assim em 1572. Nos assentos dos casados
de Tropeço, o licenciado presidia em 1581; mas também consta que o Licenciado g.º de
beça começou aos 29 Nov 1580 cura da freg. do most.ro por falec.to do vigario domingos
dias. Era f.º do ouvidor e Tab. Romão de Beça, marido de Violante Lopes137, tudo a ver em
QUINTA DE ROMARIZ.
Antónia de Beça – mais um dos Beças acima referenciados – foi mad. em 1569, então
primeiro casada com João Viegas (este, escrivão dos prazos do Mosteiro, sucede pelos
vistos a seu sogro Romão de Beça e precede seu sobrinho António Descobar o Novo);
mad. em 1571, já então viúva, de um outro f.º de Jorge Barbosa; mad., 1572, de um f.º de
Roque Brandão; sua f.ª Maria Viegas, amadrinha Maria, em 1574, f.ª de Maria de Beça e
seu marido António Descobar; em 1576, volta a dizer-se viúva de João Viegas, pai de Maria
Viegas, mad. neste ano; estava de novo casada em 1578 com Brás Mendes [de Abreu]
(Ver Os ABREUS e Os MENDES) quando volta a amadrinhar em 1581, 1591 e 1606; e em 1607
de uma f.ª de Francisco Teles e D. Ana [Descobar], de uma f.ª de Marta Barbosa e António
Tavares, e ainda de um f.º de Martim Vaz do Amaral; em 1609 de uma f.ª de Catarina
Lobato, m.er de Alexandre de Abreu, e de uma f.ª de Ana de Azevedo, m.er de Luís
Teixeira. Enfim, todos os notáveis da vila de Arouca lhe foram bater à porta. Os inquiridores
do Santo Ofício em 1614 vieram a caza de antonia de beSa dona veuva q ficou por morte
de bras mendes dabreu moradora na dita vila per ser molher antiga e nobre. Contava 73
anos138; seu marido tinha falecido no transacto de 1613.

137
PRAZOS, livro 9, III, 1ª D, 13, 1, 123 (antigo n.º ordem 123), fl. 237v.
138
IAN-TT, Habilitações do Santo Ofício, Familiatura do Dr. Miguel Soares Pereira, Maço 1, n.º 6.
45
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

Maria de Beça, m.er de António Descobar o Novo, (a ver longamente em QUINTA DE SÃO
PEDRO), era por certo irmã de Gonçalo e de Antónia de Beça.
Atribuo a cada um dos três os anos de nascimento de 1530 a 1545; o primeiro, para o licen-
ciado (ou um pouco antes) e, o outro, para Maria de Beça, colocando Antónia entre as
datas limite (1541: 73 em 1614, como vimos). O reverendo Francisco Barbosa teria chegado
a Arouca antes de 1600 e a sobrinha Maria, que o acompanhava, andaria abaixo dos 20;
o P.e Barbosa e a mãe de Maria (Inês Leão Barbosa e Beça) seriam de 1560; acima deles,
estaria a geração do licenciado e a do pai do reverendo e também Aleixo Barbosa e
Beça que, de um 2.º X, teve 8 filhos139; talvez da geração subsequente, encontrei Aleixo
Barbosa o Novo (possível f.º do 1.ºX de Aleixo Barbosa e Beça) que assinava em 1577 na
companhia de Gonçalo de Beça (testemunhas de uma enfiteuse a Henrique Descobar); à
geração anterior à do licenciado pertence obviamente a de seu pai – O Tab. Romão de
Beça – e provavelmente a dos avós do P.e Francisco Barbosa que foram Inês Leão de
Beça e seu marido Marcos Barbosa; desta mesma mais velha geração – nascidos por 1490
ou 1500 – achado também nos livros do Mosteiro, podia ter sido o Escudeiro Fernão de
Beça que outorga em 1525 o emprazamento a Beatriz de Barros de MINHÃOS. (Tudo, em
QUINTA DE ROMARIZ). Não se garante, por conseguinte, que os três irmãos Beça fossem
também Barbosas, muito embora a criada de um deles tenha sido uma Barbosa de Beça e
muito embora os numerosos apadrinhamentos de Barbosas possam significar alguma coisa!
Pelo contrário, o único Barbosa terá sido o Aleixo Barbosa e Beça, f.º de Marcos Barbosa e
de D. Inês Leão de Beça, e os demais eram apenas Beças. Assim, a criada do licenciado
Gonçalo de Beça teríamos de a ter por um dos 8 filhos do 2º casamento de Aleixo Barbosa
e Beça...
Apontemos outros Barbosas. Jorge Barbosa foi escrivão e tabelião do público e judicial na
vila de Arouca (por exemplo, em 1577, mencionado tabelião, lança a Repartição do Casal
do Moção entre João Pires e [seu irmão] Jordão Guedes (Ver Os CARVALHOS); casou-se
com Milícia de Almeida de Vasconcelos (Ver Os ALMEIDAS), como se diz na familiatura de
seu genro Manuel Teixeira Homem, correio-mor da cidade de Lamego, casado com
Francisca de Almeida de Vasconcelos – f.ª de Jorge Barbosa, escrivão do publico e judicial
de Arouca e de sua m.er Milícia de Almeida de Vasconcelos, f.ª de Gaspar ou João de
Almeida, mor. no Cancelo, Arouca140. A Jorge Barbosa caberá a geração de 1540 dado
que alguns filhos seus, e de sua m.er Milícia de Almeida, foram baptizados na vila:
Domingos, 1569; António, 1571; e Francisco, 1575; além de outros e da supracitada

139
Árvore Genealógica ... de João Pereira de Almeida Beça e Vasconcelos, cit.
140
Revista Arquivo do Distrito de Aveiro, vol. XLI (1975), pp. 46 e 47.
46
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

Francisca de Almeida de Vasconcelos, talvez a mais nova, mas que não vem nos registos.
Vimos atrás Maria Barbosa, mad. em 1587 a 1591 e a mesma chamada Maria de Almeida
em 1592; ainda, Isabel Mendes f.ª de Jorge Barbosa, sendo interessante o apelido pois
indicia que sua mãe Milícia de Almeida de Vasconcelos fosse uma Mendes de
Vasconcelos e seu avô “Gaspar ou João de Almeida”, cunhado de Cristóvão Mendes de
Vasconcelos e seus irmãos, em Os MENDES. Com efeito, Cristóvão Mendes foi pai de outra
Isabel Mendes, m.er de Inácio de Almeida Cabral, pais desde 1584, tia, segundo parece,
desta outra Isabel Mendes, f.ª de Jorge Barbosa. A filiação de Jorge Barbosa é
desconhecida. Terá nascido também de Marcos Barbosa e de sua m.er D. Inês Leão de
Beça?
Do mesmo apelido, tivemos na vila, Guiomar Barbosa que foi 2.ª m.er, antes de 1576, de
António Vieira, da Lapa, pais de Maria, 1577, de Filipa, 1579, e de Angela, 1581 (Ver Os
VIEIRAS, da Lapa); tivemos também Marta Barbosa [de Beça], mais um filho, talvez, de
Aleixo Barbosa e Beça [ou daquele último Jorge Barbosa, a aceitar-se a hipótese
apontada] que foi m.er de António Tavares, seu testamenteiro em 1626, pais de um rol de
crianças que vão de 1588 até 1607 – Natália de Beça ou Tavares, 1588 e falecida em 1624;
Francisco, 1590; Domingos Barbosa, 1595 (o notável jesuíta, a ver abaixo); António, 1600;
Antónia, 1603; outro António, 1607. Jorge Barbosa, Guiomar Barbosa e Marta Barbosa,
seriam, aproximadamente, da mesma idade [de Jorge, filhos desde 1569; de Guiomar,
filhos desde 1577; de Marta, filhos desde 1588], bem como da idade dos pais do reverendo
Francisco de Beça Barbosa e avós de Inês Barbosa e Beça, ambos estes conotados a
Arouca. Todavia, não obstante o apelido Beça em uma f.ª de Marta Barbosa (como já
mostrei e voltarei a mencionar em Os FURTADOS TAVARES) não se descortina relação
directa com o clã de Aleixo Barbosa e Beça, pai dos acima referenciados Inês e P.e
Francisco (o P.e Francisco Barbosa de cuja sobrinha Maria de Beça ficou descendência
em Arouca). Quanto ainda a Marta Barbosa [de Beça], m.er de António Tavares e com
filhos a partir de 1588, poderá coincidir, já apontei, com Marta Barbosa de Beça, criada do
licenciado Gonçalo de Beça ainda em 1587 e no mesmo 1587, criada que foi do
Licenciado Gonçalo de Beça.

47
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

Convinha guardar em esquema esta hipótese de Barbosas e Beças:

....................................................................................................................................
D. Inês Leão e Beça Tab. Romão de Beça Escº Fernão de Beça ~1490/1500
c.c. Marcos Barbosa c.c. Violante Lopes numa escritura do Tab. Romão de Beça
I I......................................................................................
Aleixo Barbosa e Beça L.do Gonçalo Antónia de Beça Maria de Beça * ~1530
I de Beça 1741 c. 1ºX c. c.c.
I testemunha Tab. João Viegas; Tab. António Descobar
I______________________ ___ em 1577 2ºX c. Brás da QUINTA DE ROMARIZ
1º X(?) 2º X (8 filhos) Mendes de Abreu
: I_____________________________
Aleixo Barbosa o Novo D. Inês de Leão P.e Fr.co ~1560
testemunha em 1577 de Barbosa e Beça Barbosa
numa escritura I
do Tab. Romão de Maria de Beça Barbosa
Beça sobrinha do P.e Fr.co
c.g. na Várzea de Arouca

 Talvez, desta mesma geração, Guiomar Barbosa e o Tab. Jorge Barbosa; e ainda,
da geração seguinte, Marta Barbosa (de Beça) criada do Licenciado Gonçalo de Beça
e m.er de António Tavares, e, possivelmente, um dos 8 filhos de Aleixo Barbosa e Beça ~1535-1545

Na geração seguinte à dos Barbosas, da vila, vamos encontrar os Barbosas, do Burgo. Um


dos mais documentados é Domingos Barbosa casado no Burgo em 1632 com Maria
Brandoa (que virá a falecer em 1658 e fora irmã de António Brandão que casou na vila do
mosteiro de Arouca com Antónia de Brito (Ver Os BRITOS). O nome faz lembrar o do seu
homónimo P.e Domingos Barbosa, conhecido padre da Companhia de Jesus, acima, f.º de
António Tavares e de sua m.er Marta Barbosa [de Beça]141:

Barbosa (Domingos). Jesuíta. N. em Arouca em janeiro de 1595, fal. a 25 de março de 1659.


Era filho de António Tavares e de Martha Barbosa. Entrou no noviciado da Companhia dos
Jesuitas a 25 de dezembro de 1610. Ensinou philisophia, theologia moral durante quatro
anos, foi reitor dos collegios do Funchal e do Porto. Escreveu ..., etc).
António Tavares e sua fª Natália de Beça foram pad-s em 1611; corrige-se, igualemte, dois
filhos de Domingos Barbosa e Maria Brandoa: um primeiro João em 1643, e outro João (e
não Joana) em 1650.

Registe-se, de passagem, a mais antiga alusão ao apelido no Burgo, o Barboza do Burgo,


num crisma de 1576…

141
PEREIRA; RODRIGUES - Portugal, Dicccionário ...
48
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

Domingos Barbosa e Maria Brandoa tiveram em São Salvador do Burgo: Maria, 1633;
Manuel, 1634; Jerónima, 1636, af.ª de seu cunhado António (aliás, de seu tio, cunhado de
seu pai, António Brandão); Domingos, 1638142, af.º da m.er de seu cunhado António
Brandão que casou na vila do mosteiro de Arouca por nome Antónia de Brito; António,
1640; João, 1642; Isabel, 1645 – que se virá a chamar Isabel de Pinho, m.er de Francisco
Pereira, e mãe de Manuel Pereira Burgos (nat. e mor. no Moção d´Além e senhor de
Romariz – ver QUINTA DE ROMARIZ) e de Francisco Pereira II (pai de Manuel Pereira Vilar, da
CASA DA CAVADA DO ARIEIRO); Francisco, 1647, af.º de Francisco Barbosa; e, por fim,
Joana, 1650. No campo conjectural podemos admitir que o padrinho de Francisco,
Francisco Barbosa, fosse irmão novito de Domingos Barbosa e veremos adiante que
também casou no Burgo (provavelmente no preciso local da actual Casa do Burgo).
Domingos Barbosa foi b. em 1607, fº de Manuel Barbosa e de sua m.er, geração de 1570, e
este último era provável fº de o Barbosa do Burgo, documentado pad. nos crismas de 1576.
Dizem os descendentes do capitão-mor Bernardino António Vaz da Fonseca Pinto, da
mencionada Casa do Burgo (o conhecido capitão das Ordenanças ao tempo do
malogrado Frei Simão de Vasconcelos), que o avô paterno deste, Manuel José Teixeira, era
f.º de Manuel Teixeira Barbosa e de sua m.er Maria Barbosa (dote em 1691, tes.to em 1732);
ele, f.º de Catarina Teixeira e de outro Manuel Barbosa (tes.to em 1705) e neto de Francisco
Barbosa [a não confundir com o homónimo acima] e sua m.er Constança Teixeira143.
Efectivamente, conserva-se o registo de baptismo de 1697 de Manuel (Manuel José
Teixeira), af.º do P.e Agostinho Barbosa (o qual, pelo esquema junto, se vê irmão de sua
mãe Maria Barbosa); consta, também, em 1692 (ano seguinte ao do referido dote), o
casamento de Manuel Barbosa [o capitão Manuel Teixeira Barbosa] com Maria Barbosa,
primos em 3.º e 4.º graus de consanguinidade; acha-se ainda o matrimónio em 1672 de
Manuel Barbosa (pai do capitão Manuel Teixeira Barbosa) com Catarina de Pinho
(Teixeira): 2.º X, pois primeiro casara em 1633 com Antónia Pereira, da Toita, onde ele
também viveu. Tal Catarina, era f.ª de Bernardo de Pinho e sua m.er Isabel Teixeira (para
Isabel Teixeira, OS VIEIRAS, de Santa Eulália), também do Burgo, e onde aquele virá a
falecer em 1737 (Ver QUINTA DA LAMEIRA, introdução aos Pinho de Arouca, Os Pinhos do
Burgo). Francisco Barbosa (provável irmão de Domingos Barbosa, acima) aparece casado
com Maria Melchior ou Belchior, de quem teve Manuel, 1666, Agostinho, 1688 (P.e
Agostinho Barbosa), e Maria, 1673 (Maria Barbosa, m.er do capitão Manuel Teixeira

142
SANTA EULÁLIA, livro 2. Parece tratar-se de Domingos Barboza da villa do Burgo c. 24.02.1678 c. Luzia de
Azevedo de Anteronde; ela, Luzia, 1628, f.ª de Domingos Zuzarte e Maria Reimoa do Casal de Ronde, aqui Os -
VELHOS REIMÕES e a reencontrar em CASAS DE RONDE, CASAL DE RONDE.
143
Notas devidas à amabilidade de Miguel Vaz Pinto, descendente desta Casa.
49
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Barbosa), e falece no Burgo em 1689 sendo testamenteiro seu f.º Agostinho (sem dúvida, o
futuro P.e Agostinho Barbosa: então, pelos seus 20 ou 21 anos).

..................................................
Fr.co Dias144 c.c. Isabel Belchior M.ª Belchior
João Teixeira 1.º P.zo, 1ª e 2ª vidas I c. 1623 c.
3.º P.zo, 1.ª vida............. I Fr.co de Sousa, c.g.
I 2.º P.zo, 1ª vida ______________________________
D.gos Barbosa I Cap. Fr.co Barbosa Fr.co Barbosa c.c. Mª Belchior Isabel Agostinho
c.c. Mª Brandoa Isabel Teix.ra Constança Teixeira +1689 1628 1627 1629
I I I _____________________________________
Fr.co, 1647; Outros Cat.na Teixeira c. 1672 c. M.el Barbosa Manuel Agostinho M.ª Barbosa
af.º de 1652 2º P.zo, 2ª vida I 1666 1668 1673
Fr.co Barbosa I P.e Agostinho I
Cap. M.el Teix. Barbosa _________c. 1692 c ___________ I
1673 I
I
M.el José Teixeira
1697
af.º P.e Agostinho Barbosa

Não se compreende por que razão o 2.º prazo a Francisco Barbosa e sua m.er Maria
Belchior, vai parar em 2ª vida a Catarina Teixeira viúva. Apenas se sabe que Catarina, 1652
(mais tarde casada com Manuel Barbosa e mãe do capitão Manuel Teixeira Barbosa) era
af.ª de Maria Belchior, ainda solteira neste ano, f.ª de Francisco Dias e sua m.er Isabel
Belchior. Curiosamente, a mãe do capitão era af.ª da mãe de sua m.er.

Para a genealogia dos Barbosas da Casa do Burgo assume particular interesse o cartório
do Mosteiro, nomeadamente três prazos que convergem no Cap. Manuel Teixeira Barbosa
da vila do Burgo: 1.º prazo, de Francisco Dias, 1ª vida, e sua m.er Isabel Belchior, 2ª vida, e
hoje pertence a renovação a Maria Barbosa casada com o Cap. Manuel Teixeira Barbosa;
2.º prazo, de Francisco Barbosa, 1.ª vida, e hoje [1711] é 2.ª vida Catarina Teixeira viúva145;
3.º prazo, 1ª vida, João Teixeira e 2.ª vida sua f.ª Isabel Teixeira v.ª de Bernardo de Pinho,
[também em 1711]146. O 1.º prazo fora concedido em 12.04.1624147 e nele sucedera Maria
Belchior, f.ª de Francisco Dias e sua m.er Isabel Belchior, casada que foi com Francisco
Barbosa e depois sucedera no direito de sucessão sua f.ª Maria Barbosa m.er do Cap.

144
Ver QUINTA DA LAMEIRA, introdução aos Pinho de Arouca, Os Pinhos da Casa do Burgo: Francisco Dias
do Cimo do Burgo pai de Maria, mad. em 1652 de Catarina de Pinho Teixeira, futura 2.ª m.er de Manuel Barbosa
de Burgo.
145
PRAZOS, Livro com o n.º 8 da freg. de São Salvador do Burgo, III,1ªD,13,3,31 (antigo n.º ordem 221), ambos os
prazos mencionados num só documento, fls. 82-90.
146
Idem, ibidem, fls. 194v.
147
Idem, ibidem, fls. 82-90, e também, Livro com o n.º 19 contendo traslados de escrituras, III,1ªD,13,2,17 (antigo
n.º ordem 143), fls. 100.
50
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

Manuel Teixeira, renovação de 13.07.1712; o 2.º prazo fora dado em 13.03.1684 aos
mencionados Francisco Barbosa e Maria Belchior, compreendendo huas cazas na rua do
Burgo (no local provavelmente da actual Casa do Burgo), reconhecido no mesmo
13.07.1712 a Manuel Teixeira Barbosa e sua m.er Maria Barbosa148; o 3.º prazo trata-se de
um reconhecimento a Isabel Teixeira viúva do Burgo, em 3.12.1711, onde se faz menção da
1ª vida a seu pai João Teixeira149.

Os BRANDÕES

Os Brandões de Arouca são incontáveis. Porém, avultam entre os mais antigos, Roque
Brandão, n. por 1554150 (que Gayo diz ser f.º de Martim Brandão) e casado com Marquesa
de Pinho, nat. de Roças (Ver QUINTA DA LAMEIRA, introdução aos Pinho, e também CASA
GRANDE DOS MALAFAIAS); e outro Roque Brandão (talvez o do prazo de hua quebrada
cita no lugar do Sotto, Burgo, 1529151), provavelmente tio daquele, que foi casado com
Maria Dias (ver Os Carvalhos); e ainda Pedro Brandão, capelão de Alvarenga em 1574. De
Roque Brandão e Marquesa de Pinho nasceram Pedro (do nome do capelão), 1567; Maria,
1568; Domingos, 1570 – o Licenciado Domingos Brandão152, instituidor da Santa Casa, mor.
na rua d´Arca, pad. em 1602, também em 1606 com sua irmã e de novo em 1606 com sua
irmã Antónia, faleceu em 1624 e casara com Inácia da Ascensão, mad. em 1611 e 1619153;
e nasceu também Antónia de Pinho Brandão que foi primeira m.er de Diogo Malafaia,
mor.s na rua d´Arca, pais de Domingos (Malafaia Mascarenhas), catequizado em
13.03.1609, com a mãe já falecida (Ver CASA GRANDE). Avultam igualmente os Brandões
de Roças: Aranhas-Brandões desde o enlace dos Aranhas com Isabel Brandão de
Mendonça, nat. da região do Vouga (Ver CASAS DE RONDE, IIB introdução aos Aranha de
Arouca).

Os BRITOS

Os Britos do meio de quinhentos estão pouco documentados. Conhece-se a proveniência


de António de Brito – de Lamego – com filhos nos finais da centúria nascidos em Angela

148
PRAZOS, Livro 8 da freg. de São Salvador, cit., fls. 82-90, e também livro 50 contendo traslados de escrituras,
III,1ªD,13,2,42 (antigo n.º ordem 170), fls 149.
149
PRAZOS, Livro 8 da freg. de São Salvador, cit., fls 194v.
150
Familiatura do Dr. Miguel Soares Pereira, cit.
151
PRAZOS, livro 4, III, 1ª D, 13, 2, 1 (antigo n.º ordem 127), fl. 86.
152
AUC, Ficheiro de Matrículas, L.do Domingos Brandão, f.º de Roque Brandão, mat. Medicina 1592-1596, Provas
1ª tent 1596, 2ª 1597. Aprovação 1600.
51
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

Brás, irmã de António Vieira, ambos filhos de Jorge Anes, o Terribal, e de sua m.er Maria
Roque, mor.s na Lavandeira. Dir-se-ía, Angela Brás, ter casado em ou depois de 1581, pois
até lá, como f.ª de Jorge Anes, amadrinha na vila; e vai encontrar-se Jerónima – f.ª de
António de Brito de Lamego – mad. em 1588, 1592, 1595 e 1602 (neste, mor.a na prasa da
villa). Em 1601 coubera a Jerónima o prazo de ½ casal em Friães154. Efectivamente, parece
ser a Jerónima de Brito, com 70 anos em 1649 – nascida por 1579 – testemunhando no
processo de beatificação da Rainha Santa155. Como também presta testemunho, Jerónimo
de Brito, sobrinho do P.e Domingos de Brito, adiante. Outros filhos de António de Brito foram
Joana, mad. em 1593; Francisca, no crisma em 1596; Manuel, b. em 1591; e desconheço se
ainda o foi Maria de Brito (a de um prazo de 1624156) que surge casada com Domingos de
Pinho, pais de Antónia, 1610 – provavelmente, Antónia de Brito, m.er de António Brandão
(irmão de Maria Brandoa, m.er de Domingos Barbosa, em Os BARBOSAS). Sofia de Brito,
irmã de António de Brito, era sogra de um Francisco de Pinho que serve de testamenteiro
de [seu tio-afim] António de Brito falecido em 1641; Sofia de Brito e seu genro Francisco de
Pinho estão também mencionados num prazo de 1612157. Encontrámos, igualmente,
Francisco de Brito, pad. em 1587, mor. na Lavandeira (pai de André, b. em 1588 e crismado
em 1596, e de Angela de Brito, m.er em 1637 de António Brandão), um dos instituidores da
Santa Casa em 1610 e com um prazo em 1625158: quem sabe se, este Francisco de Brito,
fora irmão mais novo e residente com António de Brito, tal como outro irmão, o P.e
Domingos de Brito (tio de Jerónimo de Brito, fratello di Suo Padre), curado de paralisia por
Santa Mafalda159, provavelmente o Domingos de Brito, pad. de crismados em 1596, com
um prazo de 1607160 e falecido a 21.12.1622.

Mais velha do que António de Brito, parece ter sido outra Joana de Brito à qual fizeram um
prazo em 1554161; a mesma amadrinha na vila em 1565 e era casada com António Jorge.
Filhos presentes na fonte do baptismo, só os posteriores a 1565, obviamente: Maria, 1566, e
Antónia de Brito, 1568. Aquela Maria, 1566, f.ª de Joana de Brito, talvez coincida com Maria
de Brito, m.er de Francisco de Sousa (provavelmente, a personagem que figura entre os

153
No referido processo do Dr. Miguel Soares Pereira, se diz Maria Dias sogra do L.do Domingos Brandão: o que
parece fazer Inácia da Ascensão, f.ª de Maria Dias, havida aos 40 anos de sua mãe.
154
PRAZOS, livro 10, III, 1ª D, 13, 2, 11 (antigo n.º ordem 137), fl 393.
155
Beatificationis, & Canonizationis, ... , p. 57.
156
PRAZOS, livro 18, III, 1ª D, 13, 2, 16 (antigo n.º ordem 142), fl. 354.
157
Idem, livro 17, cit., fl. 30.
158
Idem, livro 18, cit., fl. 508.
159
Beatificationis, & Canonizationis ..., cit., pp. 12 e 64.
160
PRAZOS, livro 15, III, 1ª D, 13, 2, 12 (antigo n.º ordem 138), fl. 242.
161
Idem, livro 8, cit., fl. 263.
52
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

instituidores da Misericórdia em 1610), e a mesma Maria de Brito, no Burgo, prazo de 1616162


e aí falecida no ano de 1631; a outra, Antónia de Brito, foi senhora de um prazo de 1614163
e de um outro de casas no Burgo em 1632164, vindo a falecer em 1641. Teria tido, esta
primeira Joana de Brito (casada com António Jorge), mais filhos baptizados em anos
anteriores aos primeiros registos e, assim, poderão caber-lhe todos os acima referenciados.

Joana de Brito, prazo de 1554, mad. 1565


c.c. António Jorge
____________________________............................................................._________
I I I : I I
Anto de Brito Sofia de Brito Pe D.gos Fr.co de Brito Maria Antónia de Brito
de Lamego de Brito mor. na Lavandeira 1566 1568
c.c. miraculado pad. 1587 prazo 1614
Angela Brás de Santa Instituidor da Santa Casa prazo casas no Burgo
Falecido em 1641 Mafalda em 1610 em 1632
test.ro, Fr.co de Pinho +21.12.1622 P.zo 1625 falecida em 1641
genro de sua irmã Sofia de Brito
_________________________________________ _________
I I I I I I I I
Jerónima Joana Fr.ca Jer.º Manuel André Angela Maria
mad. 1588, mad. 1593 crisma sob.º 1591 1588, de Brito de
1592/93/95 1596 do P.e crisma c. 1638 c. Brito, P.zo 1624
Jer.ma de Brito D.gos 1596 An.to Brandão c.c.
mad. 1602, de Brito f.º de D.gos Domingos de Pinho
mor.a na Praça Br.dão e sua I
Parece ser a m.er Isabel I
testemunha de Pinho Antónia de Brito, 1610 , cc
no processo de An.to Brandão, irmão de Maria Brandoa,
Santa Mafalda, m.er em 1632 de Domingos Barbosa
70 anos em 1649.
Jerónima de Brito,
mad. 1603, "sobrinha de Mateus Frz da Praça"

Os Britos modernos nascem do casamento em 1698 de uma Soares de Brito da região do


Vouga, que largamente documentarei em QUINTA DE MINHÃOS e CASA DA PORTA:
Serafina Soares de Brito, irmã de Marcos Ferreira de Azevedo Soares (Ver Os MAGALHÃES
PEREIRAS), filhos de Marcos Ferreira de Azevedo, de Macinhata do Vouga, escrivão e
tabelião na vila de Frossos, e de sua m.er, dos Soares do lugar da Graciosa de São João do
Loureiro, e netos pat. de Marcos Ferreira de Almeida, escrivão dos orfãos e do público na
vila do Pinheiro, e de sua m.er D. Serafina de Brito de Azevedo (estes últimos, em Manso de
Lima165). O CARVALHO ALVARINHO (Quercus robur), “a carvalha” da CASA DE POUSADA.

O CARVALHO ALVARINHAO (Quercus róbur)

162
Idem, livro 17, cit., fl. 30.
163
Idem, livro 16, III, 1ª D, 13, 2, 14 (antigo n.º ordem 140), fl. 355v.
164
Idem, livro 20, III, 1ª D, 13, 2, 18 (antigo n.º ordem 144), fl. 202.
165
LIMA, Manso de, Famílias de Portugal…, cit., “Família de Laborinhos”.
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20,20

25,20

O exemplar da CASA DE POUSADA parece remontar a um tempo muito remoto.


Foto de Alberto Gonçalves, como todas as de Arouca, neste texto

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Os CARVALHOS

Um dos primeiros com este apelido foi Pedro Carvalho que houve um Casal na aldeia do
Moção em 1540 e que parece ter sido pai de Isabel Guedes (Ver CASAS DE RONDE, CASA
DE ANTE-RONDE). Posteriormente, apenas ficaram por Santa Eulália referências a uma ou
outra parcela: que fora do casal de Pedro Carvalho do Moção166; que sahirão do casal de
Pedro de Carvalho167; que foi do casal de Pedro Carvalho168: O chamamento – se era
apelido – não prosseguiu. Valerá a pena determo-nos um pouco neste Casal do Moção
que está na origem da quinta de Murça. A escritura de emprazamento a Pedro Carvalho
de um casal na aldea do Moção, feita aos 7.02.1540, perdeu-se169: pois está praticamente
ilegível por força da tinta traspassada. Algum tempo depois, o Mosteiro concede ¼ do
mesmo casal a Isabel Barbosa, verificando-se isso em 8.02.1550170, mas onde apenas se
pode ler isabel barbosa e molher de (últimas palavras da nona linha do que teria sido o
texto e início da linha seguinte) e ou pouco mais: Também aqui, a mancha compacta de
tinta queimou todo o documento. O apelido Carvalho não vingou, como já disse, mas o
casal cito na aldeia do Moção estava, em 1577, repartido entre dois prováveis filhos de
Isabel Guedes (os mais velhos, de outros documentados): João Pires, solteiro, mor. no
Moção, mas no ano seguinte mor. em Cepelos de Cambra; e Jordão Guedes, instituidor da
Misericórdia em 1610, já casado em 1578 com Isabel Aranha e mor. no Burgo171 (Ver CASAS
DE RONDE, IIA introdução aos Aranha, de Arouca; idem, CASA DE ANTE-RONDE). O Casal
do Moção teria ficado vazio, ou subemprazado. Em 1649, o casal de Isabel barbosa e de
Pedro Carvalho pertencia a Simão Ferreira Velho (Ver Os VELHOS REIMÕES), casado e mor.
em Murça, inserido no prazo que englobava muitas outras terras (como a Quinta de Ronde
que lhe teria vindo pelos Ferreiras e o casal do Carvalho que fora dos Varelas). A depois
designada Quinta de Murça, chegaria ao Simão Ferreira casado com Luzia Vieira. Quem
era Luzia Vieira? Duas hipóteses: Uma delas justifica a residência do casal – Simão Ferreira
Velho e sua m.er Luzia Vieira – na Quinta de Murça; outra delas explica o nome de seu f.º,
Bento Vieira Soares. Quanto à primeira, pergunta-se se Luzia não seria f.ª de André Vieira,
de Murça, falecido em 1604 e casado doze meses antes com Maria Barbosa (f.ª de António
Vieira, da Lapa, instituidor da Misericórdia, e de sua 2.ª m.er Guiomar Barbosa); f.º, ele, de
Isabel Vieira (Teixeira) e de seu marido Inácio Pinto de Carvalho, mor.s em Jugueiros (Ver Os

166
PRAZOS, Livro com o n.º 2 - Tombo da Freg. Santa Eulália, III, 1ª D, 13, 3, 25 (antigo n.º ordem 205), fl. 394v.
167
Idem, ibidem, fl. 264.
168
Idem, n.º 3, fl. 227.
169
PRAZOS, livro 9, cit., fl. 230, aliás 232.
170
Idem, livro 7, III, 1ª D, 13, 2, 4 (antigo n.º ordem 130), fl. 163v.
171
Idem, livro 32, III, 1ª D, 13, 2, 8 (antigo n.ºordem 134), respectivamente, fl. 289 e fl. 406.
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_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

VIERAS TEIXEIRAS; ver também aqui), quer dizer, a presença em Murça de Simão Ferreira
Velho devia-se ao seu casamento? Esta primeira hipótese, todavia, padece de se achar
Luzia Vieira já com um f.º em 1619! (Ver Os VELHOS REIMÕES). Quanto à segunda hipótese,
resulta ela do apelido Vieira Soares, apelido, também, o das irmãs do licenciado Aires da
Mota Vieira (Soares), com um f.º por nome Manuel Soares da Mota, gente da freg. de
Soalhães, Marco de Canavezes172. Ora, um Manuel da Mota, foi o herdeiro de Simão
Ferreira Velho no prazo da Quinta de Murça e Manuel Soares da Mota casara
efectivamente com senhora do extinto concelho de Benviver, f.ª de outro Bento, Bento de
Pinho Tavares, de São Martinho de Ariz. Se assim – Simão Ferreira Velho casado com uma
Vieira Soares da Mota – marido e mulher seriam já parentes: Na justificação de nobreza do
P.e António da Mota (tio das aludidas Vieiras Soares) um dos depoentes em 1597 foi seu
primo em 4.º grau “da parte de seu pai”, Manuel Reimão, fidalgo, morador na cidade do
Porto173. Voltando a Simão Ferreira Velho, consta dele o f.º já identificado (e outros a ver Os
VELHOS REIMÕES), mas que teria falecido – Bento Vieira Soares, morador da Casa Real em
1646174 – pois sabe-se que nomeou a terceira vida em [seu sobrinho] Manuel da Mota, mor.
em Santa Maria de Rosém, Benviver. Este, sabe-se, vendeu a Quinta ao P.e António de
Ataíde que, falecendo em 1706, dela fizera testamento, por sua vez, a Ana de Santiago175;
o P.e António de Ataíde era irmão de Ana, f.os do capitão Domingos Aranha de Pinho (Ver
QUINTA DA LAMEIRA, introdução aos Pinho, de Arouca, Os Pinhos do Burgo; ver também
CASAS DE RONDE, IIB introdução aos Aranha de Arouca, esquema 10a), ele nascido em
1640 e ela em 1647. (Declinam-se irmãos, efectivamente, no apadrinhamento de Maria
Barbosa, 1673, f.ª de Francisco Barbosa, do Burgo; e ela, Ana de Santiago, diz-se cunhada
de João Gomes, marido de Catarina de Sena, f.ª declarada do capitão Domingos Aranha
de Pinho). O convento, nos finais de 1707, confirma a Ana de Santiago hua Quinta em
Mursa, as casas em que (ela) vivia, o campo que foi do casal de Pedro Carvalho do
Mossão, mais o campo de Murça ou da Magdalena que foi do casal de Pedro Carvalho176.
A Quinta de Murça passou a um sobrinho de Ana de Santiago, Bernardo Aranha de Pinho
que casara em 1718 com D. Mafalda Josefa de Vasconcelos Pinto; faleceu ele em 1741,
sobrevivendo-lhe D. Mafalda até 1773, sempre referenciada por D. Mafalda Josefa da
Quinta de Murça – a tal senhora que foi a enterrar em caixão que ocupou duas campas (a

172
FREITAS, Eugéneo de Andrea da Cunha e, FERNANDES, Maurício Antonino, ANDRADE, Nuno M. Ferraz de,
CASTRO, Francisco J. Abreu Maia e - Carvalhos de Basto. A descendência de Martim Pires de Carvalho,
cavaleiro de Basto. Porto: [Edição dos autores], 1977 (grafado, Carvalhos de Basto), vol. II, p. 63 e seg.s.
173
Carvalhos de Basto, ob. cit., vol. II, p. 75: Onde se vê, o eclesiástico, bisneto de Madalena Reimão, uma f.ª mais
de Gonçalo Reimão e sua m.er Leonor Toscana.
174
Livros de Matrícula dos Moradores da Casa Real..., cit.
175
PRAZOS, Livro com o n.º 3 – Tombo da Freg.ª de Santa Eulália, III, 1ª D, 13, 3, 26 (antigo n.º ordem 206).
176
PRAZOS, Idem, ibidem; igualmente, livro 47, III, 1ª D, 13, 2, 39 (antigo n.º ordem 167), fl. 227.
56
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

ver CASA DE RONDE, IIB introdução aos Aranha de Arouca, cit. esquema 10a; e também Os
Pinhos do Burgo, QUINTA DA LAMEIRA ..., acima). É possível que Maria – f.ª de Maria Reimoa
do Casal de Ronde, prima coirmã (ou até, irmã) do mencionado Simão Ferreira Velho, de
Murça (Ver Os VELHOS REIMÕES), e afilhada do mesmo em 1623 (aliás, alguns 25 anos antes
do prazo de 1649) – tenha herdado de seu tio (ou de seu “tio à maneira da Bretanha”)
qualquer pequena propriedade das de Murça, o que explicaria a permanência aí de uma
outra Maria Reimoa casada com António Correia, onde – precisamente em Murça – lhes
nasce Gonçalo Correia, 1700, antes da transferência destes para o CASAL DE RONDE (Na
respectiva confirmação, em 1707, se diz, das terras sitas em Murça e do próprio Casal de
Ronde, que lhes cabia: a posse e Erança de seus antessecores ... possuhiam mais outras...
que sahirão do cazal de Pedro de Carvalho (a ver CASAS DE RONDE, CASAL DE RONDE). D.
Mafalda Josefa, vizinha desde 1718 e senhora da Quinta de Murça vai, por isso, ser
obsessivamente solicitada para todos os actos festivos dos Correias do CASAL DE RONDE.
António Correia de Murça era fº de Maria Brandoa, como se vê no óbito desta, neto
materno de Isabel Brandoa, já de Murça – vd CARTOGRAMA, MAPA V - BRANDÃO – e neto
paterno de António Ferreira (que seria o António, 1614, n. de Simão Ferreira Velho, também
de Murça).

Outros do mesmo apelido Carvalho, agora continuado, procedem de João Roiz Carvalho,
do lugar de Carvalho d´Algar, de Santa Eulália (Ver Os PINTOS), e de um irmão deste,
ambos filhos de um outro João Roiz Carvalho: ficando por se saber se Carvalho era simples
antropónimo. António Carvalho, familiar do Santo Ofício, nascido à roda de 1561, era f.º de
Bernardo de Carvalho e de sua m.er Isabel da Fonseca (aparece adiante; ver também Os
FONSECAS), neto paterno de João Roiz Carvalho I e de sua m.er Maria Dias; o P.e João
Pinto, abade de Santa Eulália (primo coirmão daquele) era f.º de João Roiz Carvalho II e de
sua m.er Cecília Pinta (Ver Os PINTOS). Por aqui se reconstitui a genealogia destes. Vd
também CARTOGRAMA, MAPA IV - PINTO DA FONSECA.
Ambos os ramos formados pelos dois filhos de João Roiz Carvalho I têm ramificações ora de
Carvalhos ora de Pintos. Um dos ramos pertence aos CARVALHOS, aqui explanado; o outro
ramo virá nos PINTOS, embora qualquer deles tenha dado continuidade a um ou outro dos
apelidos, como por exemplo, Aires da Fonseca ou Aires Pinto, a retomar em QUINTA DO
BOCO, figura nestes CARVALHOS. Valha como critério: duas figuras emblemáticas, António
Carvalho, nos CARVALHOS, e o P.e João Pinto, nos PINTOS, cada uma a representar o seu
ramo.

57
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João Roiz Carvalho I c.c. Maria Dias


_____________________________________________________________________________
I I I I
P.e M.el de Carvalho Bernardo de Carvalho João Roiz Carvalho II Maria Dias *
c.c. Isabel da Fonseca c. ~1555 c. Cecília Pinta c.c. Roque Brandão
___________________________________________ ____________________________________________
I I I I I I I I I ** I ** I ** I I ** I
Inácio Diogo An.to Aires Bernardo Maria João P.e João Pedro Fr.co Diogo Manuel Joana Beatriz
1561 1566 1568 1571 1573 no crisma em 1576 1585 1567 1578

______________________________________________________
P.e João Pinto Manuel Pinto de Carvalho
abade de Santa Eulália Inst. da Misericórdia, 1610
Instituidor da Pai de Cecília Pinta que
Capela de Santo António c. em 1624 c. o médico
com brasão dos Pintos, 1599 Pedro Tavares
___________________________________________________________
Inácio Pinto de Carvalho
c.c. Isavel Vieira (Teixeira)
com geração de Teixeiras
___________________________________________________
Diogo Pinto de Carvalho
Pai de um f.º nat. em Urrô em 1581
Instituidor da Misericórdia 1610
Pai de Domingos da Fonseca.
E, este, pai de uma Cecília, 1635,
a ver QUINTA DE MINHÃOS
__________________________________________
António Carvalho, f. do S.O. em 1606
mor. na Casa dos Bicos, Lisboa
__________________________________
Aires da Fonseca ou Aires Pinto
da QUINTA DO BOCO

* Testemunha no processo de António Carvalho, dona viúva e madrinha deste


** No crisma, em 1576, declinados filhos dos pais acima: Joanna he seu padrinho iorie
de Paiva m.or em Fermedo termo da Feira;
Pedro, o mesmo padrinho; Francisco, he padrinho D.º Frz de Fermedo termo da Feira;
Diogo, he padrinho o Licenciado Gonçalo de Beça.

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Bernardo de Carvalho, f.º de João Roiz Carvalho I e de sua m.er Maria Dias, Sargento-mor e
Vereador de Arouca (segundo uma habilitação de seu f.º António Carvalho, abaixo),
casou com Isabel da Fonseca, f.ª de João Pinto, da Casa da Lagariça, Resende; o Mosteiro
concede-lhe por prazo o Casal da Fonte, no lugar de Eiris, da vila da Feira177; moraram na
vila onde foram baptizados quatro (últimos) filhos: Aires, 1566, af.º de Maria f.ª de Diogo Fz
de Fermedo178 (Aires da Fonseca, ou Aires Pinto, da QUINTA DO BOCO); Bernardo, 1568, af.º
de Bento Malafaia, f.º do Comendador da Várzea (Ver Os MALAFAIAS) e de Violante
Lopes, viúva [de Romão de Beça, a ver Os BEÇAS]; Maria, 1571, af.ª de Cecília Pinta [irmã
de Isabel da Fonseca, segundo aparece], m.er de João Roiz Carvalho II, e João, 1573, do
mesmo nome do primo coirmão P.e João Pinto (que vai em Os PINTOS). Bernardo de
Carvalho vivia em 1576, ano em que apadrinha, no crisma, Maria, f.ª de Domingos
Fernandes, de Sá (ver CASAS DE RONDE, CASAL DE RONDE), bem como Inácio, f.º de João
Gonçalves da Felgueira; e no B. apadrinha a principalidade da vila desde 1568 até 1580.
De sua m.er Isabel da Fonseca teve mais filhos (nascidos antes dos primeiros registos da
vila), pois ficou notícia de António Carvalho, mencionado, nascido por 1561, familiar do
Santo Ofício179, que morou em Lisboa à Porta do Mar, na Casa dos Bicos com sua m.er
Leonor de Almeida (Ver Os ALMEIDAS). Além dos mais, Inácio Pinto de Carvalho e Diogo
Pinto de Carvalho (a ver mais adiante). Aquele Inácio – que tenho de julgar por f.º de
Bernardo Carvalho e sua m.er Isabel da Fonseca – casou antes de 1580 com Isabel Vieira
(provável irmã de André Fernandes Teixeira, de Gonçalo Teixeira de Eiriz, e de Catarina
Vieira de Sela (a ver Os VIEIRAS TEIXEIRAS) e viria a perecer com testamento em Maio de
1601. Morou com sua m.er em Jugueiros (Santa Eulália) e os filhos adoptaram,
curiosamente, os apelidos maternos: André Teixeira (a ver em Os VIEIRAS, da Lapa) – do
nome de [seu tio] André Fernandes Teixeira e de seu avô André Fernandes – faleceu em
Setembro de 1604 tendo casado em Setembro do ano anterior c. Maria Barbosa, b. em
1577, f.ª de António Vieira e de sua 2.ª m.er Guiomar Barbosa, parecendo que Maria
Barbosa volta a casar em 1607 com Francisco Vieira de Murça, talvez mais um irmão de
André Teixeira; Gonçalo Teixeira (de Sá) c.c. Maria Jorge, pais de Domingos, 1618, af.º de
[seus tios] António e Catarina; de Maria, 1620(?); de Ana, 1625(?); de Isabel, 1633; de João
Teixeira, sem dúvida, João Teixeira do Burgo, casado 1.ª vez com Maria Juzarte, perecida
em 20.04.1625, e 2.ª, em 1628, c. Jerónima dos Anjos, pai de Diogo e Catarina, mor.s em

177
PRAZOS, livro 8, fl. 162.
178
O determinativo de Fermedo surge, nesta família, por várias vezes.
179
IAN-TT, Habilitações do Santo Ofício, Maço 4, n.º 149.
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_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

Jugueiros180; de Diogo Teixeira, pad. em 1606 e 1623 e, em 1628, pad. de [sua sobrinha]
Isabel (em nota, abaixo); de Maria Vieira, c. em 24.01.1620 c. Manuel João, do Crasto, com
ampla geração, a saber: Jerónimo, b. em 18.12.1620, af.º de [seus tios] Inácio e Catarina [a
Catarina, mad. de Isabel, em nota abaixo]; José João casado em 4.07.1661 com Isabel
Fernandes, mor.s em Vinhas, ele falecido em 1686 e ela em 1692, com grande
descendência também, e entre seus filhos, João Teixeira, de Vinhas, ascendente dos
Teixeiras deste lugar (a ver CASAS DE RONDE, CASAL DE RONDE), e dos Vieiras da Quinta do
Picôto, por Manuel João, 1628; Gonçalo Teixeira, af.º de seus tios Inácio e Catarina, capitão
e residente na Baía quando familiar do Santo Ofício em 1686181 (onde se declinam os pais e
avós acima); Maria, 1626, e Manuel João, 19.03.1628 (c.g. na Casa do Picoto – a ver CASAS
DE RONDE, IIB introdução aos Aranha de Arouca, Aranhas do Picoto).
Diogo Pinto de Carvalho – a haver, igualmente, por f.º de Bernardo Carvalho e sua m.er
Isabel da Fonseca – teve um filho bastardo, Inácio, b. em Urrô em 1581182, e coincide, sem
dúvida, com Diogo Pinto, testamenteiro em 1608 de sua m.er Catarina Varela, do lugar do
Carvalho (Santa Eulália)183, pais de Domingos da Fonseca e avós de uma primeira neta por
nome Cecília (Ver Os REBELOS AMARAIS; igualmente, QUINTA DE MINHÃOS.

180
E irmão de Diogo e Catarina de Jugueiros, pad.s de Isabel, b. no ano de 1628, f.ª do referido 2.º matrimónio de
João Teixeira, a, depois, Isabel Teixeira, m.er de Bernardo de Pinho, donde procede a Casa do Burgo (A ver
QUINTA DA LAMEIRA, introdução aos Pinho, de Arouca, Os Pinhos do Burgo). Por aqui se apreende a
identidade de João Teixeira do Burgo.
181
Revista Arquivo do Distrito de Aveiro, vol. XXXI, pp. 210-221.
182
Inácio, nome de [seu tio] Inácio Pinto de Carvalho.
183
O lugar do Carvalho, com Varelas, lembra a quintã do Carvalho de André Varela (Ver Os FONSECAS
VARELAS). É possível que também e ainda coincida com o Carvalho do Algar, a ver Os PINTOS.
60
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

A “Casa dos Bicos”, atribuída ao 2.º terço de quinhentos. A estada


de António Carvalho e sua m.er teria sido pelos finais de quinhentos.

61
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

O CASTANHEIRO (Castanea sativa), uma cepa de castanheiro em Fuste

São abundantes os castanheiros em Friães e em Fuste. Por volta do ano 2000 foi cortado o
maior exemplar de Arouca, cuja sapata ainda se descortina num campo no lugar de
62
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

Friães, da família Calçada Martins. Este, da foto, está em Fuste, lugar do nosso conhecido
Monteiro-mor António Quaresma do Vale (casado com a herdeira da QUINTA DA LAMEIRA
e autor da interessante inscrição local).

Os CORREIAS

Os Correias com notícia são Martim Correia (de Vasconcelos) – nascido em 1539 e
instituidor da Misericórdia em 1610 e falecido em 1616 na Lavandeira – e provável
descendência sua: que vou explorar em CASAS DE RONDE, IIA introdução aos Correia de
Arouca, onde figuram os Correias de Valinhas e os Correias do Burgo; e também, Francisco
Correia, documentado na qualidade de padrinho de crismas de 1596: mais um possível f.º
daquele Martim Correia. Os Correias de Santa Eulália de Chave podem ver-se em QUINTA
DE TERÇOSO, CASAS DE SELA, introdução aos Tavares de Arouca.

Os FERREIRAS da Casa da Corredoura

A Casa da Corredoura recebeu sete gerações no decurso de 200 anos certos –


compreendidos da segunda década de seiscentos à segunda década de oitocentos –
desde Estevão Lopes, da Corredoura a D. Custódia Cândida de Penso. A última c. em 1822
c. um dos filhos da CASA DA PORTA – Luís António Teixeira, nascido em 1787184 – e teve a
oitava geração na pessoa de D. Maria do Carmo Pinto Brito que volta à Casa da
Corredoura e mora aí casada com Vicente Carlos Teixeira Pinto, f.º do capitão-mor
Bernardino António Vaz Pinto, da Casa do Burgo.
Em 1624 e 1625 nascem Maria e Manuel, filhos – provavelmente, primogénitos – de Estevão
Lopes da Corredoura; em 1632, foi madrinha Domingas Fernandes m.er de Estevão Lopes
da Corredoura; em 1661, Bernarda dos Anjos filha de Estevão Lopes da Corredoura serve
de madrinha, no BURGO; em 1666, Lucas Ferreira e sua m.er Bernarda dos Anjos da Corre-
doura ingressam na Santa Casa da Misericórdia de Arouca; em 1682, Domingas [2.ª] m.er
de Lucas Ferreira do lugar da Corredoura é madrinha de Mariana, f.ª do P.e Manuel
Duarte da Costa, do Pé do Monte185.
Pouco depois, a 12.01.1684, o Mosteiro concede um prazo da Ribeira a Lucas Ferreira e sua
m.er da Corredoura: 1.ª e 2.ª vidas, vindo a caber a 3.ª vida a sua f.ª Isabel Teresa, então já
casada com João Gomes. Mas lá chegaremos!

184
Ver CASA DA PORTA, Luís António Teixeira, 1787, f.º do Dr. Jacinto Soares de Brito.
185
CASAS DE RONDE, IIA introdução aos Correia, de Arouca, Parágrafo Segundo, geração v.
63
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

Lucas Ferreira veio da rua d´Arca, f.º de António Ferreira (talvez o António Ferreira c.c.
Maria Delgada, na Misericórdia em 1631), e casou-se na Corredoura, 1.º com Bernarda dos
Anjos f.ª de Estevão Lopes e 2.º com Domingas (provável irmã daquela outra), matrimónios:
aquele, entre 1662 e 1644, e este, anterior a 1682. Veremos que foi assim. Antes de
prosseguir, note-se que encontrei Antonio Ferreira da Praça pai de Joana, 1644 (3.10) e de
Jerónima, 1648 (30.09); e, muito para diante, irei encontrar Simão Ferreira da Praça, um de
Os VELHOS REIMÕES...
De outros prazos ficou registo: Na diversidade dos aforamentos que vão sendo dados aos
da Corredoura, contam-se três peças importantes para a compreensão das primeiras
gerações.
O prazo de 12.01.1684 (já mencionado), na Ribeira186 – chamemo-lo Ribeira I – pertenceu
em 1.ª vida a Lucas Ferreira e em 2.ª a sua [2.ª] m.er Domingas, indo a 3.ª vida para Isabel
Teresa, f.ª de Lucas Ferreira, e moradora na Ribeira com seu marido João Gomes; o mesmo
prazo, renovado, segue pelo ramo de Joana Teresa, f.ª daqueles da Ribeira.
O prazo de 1.04.1687, também na Ribeira187 (designemo-lo Ribeira II), concedido em 1.ª
vida a Maria Ferreira [futura m.er de João Gomes] vai passar em 2.ª vida a João Gomes, da
Ribeira, casado então com Isabel Teresa (Expressamente se vê noutro prazo, Bouceguedim
e Vila188, os mencionados matrimónios e sucessões na enfiteuse); e ainda se diz (no
reconhecimento a 2.09.1711, que venho seguindo) que a mesma 2.ª vida cabia a outro
João Gomes casado com Catarina de Andrade, da Lavandeira [f.º, assim inculcado, do
primeiro João Gomes e sua 1.ª m.er Maria Ferreira]; mais tarde, se lê também, que por
testamento de seu pai João Gomes, passou a Manuel Ferreira Gomes com a condição dar
a sua irmã Joana Teresa; e efectivamente virá a possuí-lo Luísa Clara de Sousa – f.ª daquela
Joana Teresa – e seu marido Francisco Gabriel Brandão.
O prazo do Beco, aos 25.06.1712189, que fora de Domingos Gonçalves e sua m.er Maria Dias
e em 3.ª vida do f.º destes, Diogo Pinto, de Romariz, casado com Catarina Gomes, será
renovado, aos 18.12.1766, no f.º destes últimos, o reverendo Paulo António Gomes; depois,
passará a Maria Ferreira [II] da Corredoura e em 3.ª vida a Manuel Ferreira Gomes [II],
solteiro em 1787 (21.06) (encontrado igualmente na 1.ª vida de outro prazo extinto, ainda
na Ribeira, que depois virá a Joaquina Gomes Ferreira); de Manuel Ferreira Gomes, da
Corredoura, 3.ª vida do prazo do Beco, caberá a renovação à dita Joaquina Gomes

186
PRAZOS, III, 1.ªD, 13, 4, 10, fl. 13v, fl. 51?, fl. 52, fl. 62 e fl. 326v; Idem, Livro Tombo 2.º da freg. de Arouca,
III, 1.ªD, 13, 4, 33, fl. 14.
187
PRAZOS, III, 1.ªD, 13, 1, 10, fl. 62v; Idem, III, 1.ªD, 13, 4, 10, fl. 51v.
188
PRAZOS, III, 1.ªD, 13, 4, 33, fl. 14.
189
AUC, MSMA, Livro de cobrança, III, 1.ªD, 13, 1, 10, fl. 58v e fl. 59v; Idem, III, 1.ªD, 13, 1, 7, fl. 15.
64
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Ferreira casada com Manuel Joaquim de Andrade e, por fim, a [sua sobrinha], a Ex.ma
S.ra D. Custódia de Penso: D. Custódia Cândida, f.ª de José Ferreira Gomes e sua m.er
Bernarda Gomes, de Penso, mor.s também na Corredoura (ele, com o nome de José
Ferreira da Costa, na Irmandade da Misericórdia em 1782, e ambos, ao tempo, mor.s em
Penso). Encontra-se também, entre os da Misericórdia, o alferes João Ferreira Gomes, de
Penso, em 1813. Deste modo, é evidente poder enumerar nos Ferreiras, dois do mesmo
nome – Manuel Gomes Ferreira – sendo um deles o contemplado no testamento do velho
João Gomes, da Ribeira, seu pai; o outro, solteiro em 1787. Um e outro: avô e neto,
possivelmente como coloco no esquema. Do mesmo modo, duas de igual nome – Maria
Ferreira – a primeira, s.ra do prazo de 1687, e a segunda, imediata precedente de Manuel
Gomes Ferreira[II]. Manuel Gomes Ferreira I identifica-se possivelmente com Manuel Gomes
c.c. Mariana da Costa, mor.s na Corredoura, 1737, data do seu ingresso na Misericórdia;
Manuel Gomes Ferreira II, solteiro em 1787, 3.ª vida do prazo renovado do Beco, mora
também na Corredoura e precede Joaquina Gomes Ferreira, casada com Manuel
Joaquim de Andrade, s.ra deste prazo que irá passar a [sua sobrinha] a Exma. Sra. D.
Custódia de Penso190. Antes de avançar, recolham-se dos paroquiais outras filhos de Lucas
Ferreira, da Corredoura: [Manuel], 6.11.1667, af.ª do P.e João da Fonseca e de uma
cunhada de Lucas Ferreira [talvez, a Domingas que virá a ser 2.ª m.er de Lucas Ferreira],
Bernarda, 9.10.1669, e Angela, 14.06.1671 e provavelmente a Maria Ferreira, 1.ª m.er de
João Gomes, e todos irmãos mais novos, por certo, de uma outra – Isabel Teresa – 2.ª m.er
do mesmo João Gomes.
Passemos a um esquema, já com alguma informação adicional a documentar posterior-
mente: a Casa da Corredoura

190
Mencionada em Corredoura, fl. 7v (Idem, III, 1.ªD, 13, 1, 7); rua d´Árca, fl. 8 (do mesmo Livro de Cobrança);
rua d´Arca, fl. 13 (também do mesmo Livro) e Beco, fl. 15 (ainda do mesmo).
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Memória do último trecho, recentemente demolido

66
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Casa da Corredoura D.gos Lopes da Corredoura


I
António Ferreira cc Mª Delgada Estevão Lopes da Corredoura +1659
da Rua d´Arca c 1623 c Domingas Fernandes, mad. 1682 +1668
I ________________________________________________________________
Lucas Ferreira I : I I*
1.º X com Bernarda dos Anjos 2.º x com Domingas Manuel Maria D.gos Glz
P.zo da Ribeira, 1684, 1625 1624 c.c. M.ª Dias
em 2.ª vida, P.zo do Beco, 1712
1.ª vida Lucas Ferreira, na Misericórdia 1713
__________________________________________________________ mor.s em Romariz
I I I I I I
Maria, 1667 Bernarda Angela Isabel Teresa Fr.co Diogo Pinto
Maria Ferreira 1669 1671 3.ª vida 1675 de Romariz
1.ª vida P.zo Ribeira II, 1687 P.zo 1684 3.ª vida P.zo do Beco
1.ª m.er de João Gomes 2.ª m.er do mesmo João Gomes na Misericódia 1715
I 2.ª vida P.zo Ribeira II, 1687 c.c.
I P.zo Ribeira III, 1712, mor.s na Ribeira Catarina Gomes
I __________________________________________ I
João Gomes Manuel Gomes Ferreira I ** Joana Teresa Rev. Paulo António
também 2.ª vida P.zo 1687 herdeiro, por tes.to, “irmã de M.el Gomes, P.zo do Beco,
c.c. 3.ª vida P.zo 1687 Gomes Ferr.ª” renovado 1766
Catarina de Andrade diz-se F.º de.Isabel Teresa c.c. Agostinho que passará a
da Lavandeira c.c. Lopes de Sousa, Maria Ferreira II
Mariana da Costa Tab. 1739/1761
na Mis., 1737, P.zo 1684, renovado
mor.s na Corredoura Na Mis. 1736, provedor 1754; novo P.zo 1754
: : ____________________________________
Maria Ferreira II M.el Gomes M.ª Rita Luisa Clara de Sousa
ou M.ª Ferr.ª da Costa Fer.ª da Costa 3.ª vida “sob. M.el Gomes Fer.ª”
2.ª vida P.zo Beco na Mis. 1740 P.zo 1754 menor de 25, 1761, c.c.
c.c. João Gomes, na Mis, 1753 solt.a 1808 Fr.co Gabriel Brandão
____________________
Manuel Gomes Ferreira II Joaquina Gomes Ferreira José Ferreira Gomes Luís Gabr. P.e Manuel
3.ª vida P.zo do Beco, coube-lhe P.zos 1687 e 1712 c.c. Brandão Brandão
renovado c.c. Bernarda Gomes I 3.ª vida
solt.o 1787 M.el Joaquim de Andrade de Penso M.el P.zo 1687,
na Mis. 1781 mor.s na Corredoura, 1823, na Mis. 1782 menor renovado
iuiz ordinário 1794, 1798 compra neste ano, que irá mor.s também 1808
provedor 1800/1802 passar a D. M.ª do Carmo na Corredoura
Pinto Brito I
D. Custódia Cândida,
de Penso e da Corredoura,
c. 1822 c.
Luís António Teixeira, da PORTA
mor.s em Penso e na Corredoura
I

D. Maria do Carmo Pinto Brito

* Isabel, 1635; Joana, 1662


** SIMÕES JÚNIOR «Jornal Defesa de Arouca», n.º 2259 (5.05.2001): “Em 26 de Dezembro de 1707 abriu-se o
cofre dos pelouros da justiça que devem servir em 1708, saindo para juiz Manoel Gomes, da Corredoura.
Os dois prazos da Ribeira, 1684, renovado, e 1687, renovado em 1773, este de Isabel Teresa, da Ribeira,
aquele de Manuel Gomes Ferreira I, passam, renovados, a Luísa Clara da rua da Lavandeira – ou seja, ao
ramo dos Sousas do Tab. Agostinho Lopes de Sousa – perdidos, portanto para a Corredoura; teve ainda
este ramo outro prazo de 1712, Ribeira III, renovado, também em 1773. A Casa da Corredoura mantém,
todavia, o velho prazo do Beco, 1712.

67
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Seguindo o ramo de Joana Tereza, m.er do Tab. Agostinho Lopes de Sousa – irmã de
Manuel Gomes Ferreira I e f.ª de Isabel Teresa e João Gomes, da Ribeira – vê-se que teve
por f.ª a Luísa Clara de Sousa, futura m.er de Francisco Gabriel Brandão, com
descendência. A 12.01.1761, o Mosteiro reconheceria a Luísa Clara de Sousa, donzela
maior de 25 anos, o prazo de 12.01.1684 que fora de Lucas Ferreira e sua m.er, e 3.ª vida,
sua f.ª Isabel Teresa, m.er de João Gomes, da Ribeira; este fizera testamento (como vimos)
a seu f.º Manuel Gomes Ferreira [I] na condição de compensar sua irmã Joana Teresa, m.er
de Agostinho Lopes de Sousa: os pais de Luisa Clara de Sousa. Assim por doação, ou por
outro qualquer expediente, facto é que o prazo da Ribeira I virá a ser renovado a
Agostinho Lopes de Sousa: prazo em que foi 3.ª vida a m.er de João Gomes feyto em
12.01.1684. Agora Luiza Clara de Souza. Outro prazo, aos 21.07.1754191, a Agostinho Lopes
de Sousa e sua m.er Joana Teresa, chega em 3.ª vida a sua f.ª Maria Rita, solteira em 1802:
outra irmã de Luísa Clara de Sousa. Recordo que a esta coube o prazo de 1684, Ribeira I,
renovado; o prazo de Ribeira II, 1687, renovado a 21. 11.1773; e um prazo da Ribeira III,
1712, renovado a 20 daquele mês de 1773192. O velhíssimo prazo de 1687 virá em 3.ª vida
ao P.e Manuel Brandão, f.º de Francisco Gabriel Brandão e sua m.er Luísa Clara de Sousa.
Na Casa da Corredoura, recordarei também, ficou o prazo do Beco.
A Casa da Corredoura, iniciada com Lucas, 1638, fº de António Ferreira e de Maria
Delgada, em que esta afigura-se irmã de Gregório, 1609, fº de um meirinho do apelido
Costa e de sua m.er Jerónima Delgada; Estevão Lopes da Corredoura, casado em 1623,
seria irmão de Isabel, 1599, fª de Pedro Lopes da Corredoura e de Maria Brandoa, 1568,
que consta entre os irmãos do licenciado Domingos Brandão – vd CARTOGRAMA. MAPA V.

Os FONSECAS
Os FURTADOS TAVARES

Os Fonsecas não são facilmente agrupáveis. Aliás, personalidades do mesmo apelido,


continuarão a afluir a Arouca nas décadas e centúrias subsequentes. Na QUINTA DO BOCO
iremos ver os descendentes de uma senhora do Douro, (que deixámos atrás em Os
CARVALHOS), dos Pintos da Fonseca da Casa da Lagariça. Também os Furtado Tavares se
apresentarão, quanto possível, na mesma QUINTA DO BOCO.

191
AUC, MSMA, Livro de cobrança, III, 1ª D, 13, 1, 10, fl. 76v, prazo dos Currais, e Livro com o n.º 65 contendo
traslados de escrituras…, III, 1ª D, 13, 3, 6, fl. 349.
192
Idem, ibidem, fl. 62, e AUC, MSMA, Livro Indice Geral dos foros..., III, 1ª D, 13, 4, 10, fl. 51.
68
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Outros Fonsecas, que seriam igualmente Godinhos e Varelas, vieram de Roças (Mas o
primeiro Varela foi André Varela, do lugar do Carvalho193 (Santa Eulália); Varelas seguintes
surgem em Santa Marinha de Tropeço) e virão documentados em QUINTA DE ROMARIZ, em
QUINTA DA LAMEIRA e em QUINTA DE MINHÃOS. Voltaremos a encontá-los mais adiante,
em Os FONSECAS VARELAS.
Tornarei, aqui, Isabel da Fonseca (a ver igualmente em Os PINTOS), nascida talvez por 1530
– f.ª de João Pinto, homem nobre e rico e de sua m.er Beatriz Machada, mor.s na Lagariça
(Torre da Lagariça, Resende), ele com carta de brasão de 1538 e figura bem conhecida
dos tratadistas – que veio a Arouca e foi m.er de Bernardo de Carvalho (Ver Os
CARVALHOS, onde se colocam os filhos havidos deste casal). Foi um de seus filhos, Aires da
Fonseca (Um feliz emprazamento revelará chamar-se, também, Aires Pinto), que sempre
morou na QUINTA DO BOCO onde faleceu em 1628 e fizera dois casamentos. Outro
parente, segundo parece, foi Inácio da Fonseca (mas não pode ter sido f.º de Isabel da
Fonseca e de seu marido Bernardo de Carvalho, pois estes têm o seu Inácio Pinto de
Carvalho; de Inácio da Fonseca – um dos fundadores da Misericórdia em 1610 – nasceram
Maria e Manuel, pad.s em 1617, ela, mad. em 1622 de um dos filhos de Aires da Fonseca,
do BOCO. Outro f.º de Isabel da Fonseca teria sido Inácia da Fonseca que se vê casada
com João Gomes, pais estes do P.e João da Fonseca, mor. na rua dos Currais, pad. em
1636 e 1638; e pais de Miguel, 1607, e de Maria, 1627. Ainda mais um irmão, segundo
parece, chamava-se Manuel da Fonseca – talvez o deste nome entre os instituidores da
Misericórdia – que foi cirieiro e, de sua m.er Antonia Gabriel, teve vários filhos na rua d´Arca,
um deles af.º, também, dos da QUINTA DO BOCO, e uma f.ª, significativamente chamada
Antónia Pinta. Foram tais seus filhos: João da Fonseca que se casou com Catarina Vaz, f.ª
de Fernão Vaz e de Catarina Dinis, do Burgo; Maria da Fonseca, mad. em 1626 e 1638;
Jerónimo, 1603; Francisco, 1605: o mencionado af.º do BOCO; Manuel, 1607; Antónia, 1611,
depois Antónia Pinta; e, por fim, outro Manuel, 1616, tudo a ver em QUINTA DO BOCO.
O quadro junto – resumo e apresentação diferente do quadro mais adiante – mostra os
Inácios e os Aires: estes, nascidos por 1600 e precedidos pelo Aires da Fonseca da QUINTA
DO BOCO, nascido em 1566; aqueles, nascidos depois de Inácio de Almeida Cabral, uns
dos filhos mais velhos de Duarte de Almeida Cabral (Ver nos Almeidas);

193
COSTA, História do Bispado e Cidade..., ob. cit., vol. IV (1984), p. 52. “Foi nat. desta paróquia [Carregal,
Moimenta da Beira] Álvaro da Costa que, a 12 de Agosto de 1532, se apresentou na Universidade de Lisboa com
uma procuração lavrada nas notas do tabelião de Lamego, Luís Belo, pela qual estava habilitado a «fazer
abonação» dos bens do tio André Varela, morador na quintã do Carvalho, em Arouca”.
69
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Pintos Almeidas Furtados Tavares, do Boco


____________________________________ ____________________________________
Isabel da Fonseca Inácio de Alm.ª Cat.na Fr.co de c.c. M.ª Tav.s Ana Tavares Frutuoso Frz
c.c. Ber.do de Carvalho Cabral de Alm.ª de Alm.ª de São Pedro c.c. Ana Pinta
_________________________ I I o Velho _____________ I
Inácio An.to Aires I Inácio ver Q.TA DO BOCO Maria Inácio M.el Pinto
Pinto da de da I 1568 Tav.s Tav.s Furtado
Fonseca Carv.º Fons. I pad.s 1618 I
1561 1566 I c.c. I I
da Q.TA Inácio Seb. Aires Aires
DO BOCO1602 Velho 1601 1601

No parque de Isabel da Fonseca, alguns genealogistas incluem um irmão por nome Aires,
pai de outro Aires, além dos mais da mesma graça: nomeadamente, o avô de João Pinto,
pai de Isabel da Fonseca. A preferência por novos nomes – no caso, Inácios e Aires e,
pouco adiante, os Luíses – ainda que não demarque uma família (pois a moda não se afaz
a uma só), mostra-os vagamente aparentadas e caracteriza um período estrito, ponteado
pela preferência.
Outro João da Fonseca mor. na cid. do Porto foi pad. de Nicolau, 1613(?), f.º de Sebastião
Velho, dizendo-se cunhado deste último: Estaria casado com uma Tavares, de São Pedro,
irmã de Maria Tavares, m.er de Sebastião Velho (Ver Os VELHOS REIMÕES). Um outro
Fonseca, também mor. nos Currais, foi Sebastião da Fonseca do termo de Aveiro casado a
27.02.1628 c. Maria Lobata de Vasconcelos, f.ª de António Cardoso, de Arouca (Ver Os
MENDES), pais de Sebastião, 1634, de Maria, 1636 e de João, 1638, af.º de Maria de
Azevedo (m.er de Francisco da Fonseca Furtado, do BOCO). Este João, 1638, não teria sido
outro João da Fonseca – ou João da Fonseca Pinto – mais tarde casado, 1656, com Joana
de Miranda, matrimónio testemunhado (de novo) por Francisco da Fonseca Furtado, o
qual se verá de filiação diferente em CASA DE SÃO PEDRO (Ver QUINTA DO BOCO e CASA
DE SÃO PEDRO).
Ainda dos Fonsecas, escapa-me Antónia da Fonseca, santa da Igreja de Cristo, a
mencionar em QUINTA DO BOCO; também não identifico Pedro da Fonseca, talvez da
geração de 1590, pai de Carlos da Fonseca, escudeiro em 1646194, que tentarei destrinçar
em QUINTA DO BOCO, paralelemente a Pedro da Fonseca de Miranda.
A geração dos dois matrimónios de Aires da Fonseca, que estará igualmente na QUINTA
DO BOCO, mostra ter sido o 1.º casamento com uma Furtado – Maria Furtada – e o pad. de
C. de Francisco da Fonseca Furtado, f.º desta Maria Furtada, ter sido mais um Furtado, [seu
tio] Francisco Furtado de quem consta o prazo dos Casais, em Alvarenga e outros na Ìnsua
de Carregosa e Codal, aos 19.09.1628, então casado com uma Tavares195.

194
Livros de Matrícula dos Moradores da Casa Real..., cit.
195
PRAZOS, livro 19, III, 1ª D, 13, 2, 17 (antigo n.º ordem 143), fl. 356.
70
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

Voltemos aos Furtados Tavares. Moravam no Boco, Francisco Fernandes e sua m.er Maria
Furtada; os filhos documentados são João Tavares, Joana Furtada, também designada
Joana Tavares e Pedro Furtado, igualmente mencionado Pedro Tavares: mostrando-se, que
os da QUINTA DO BOCO, eram Furtados Tavares. O apelido Furtado persiste na Quinta, mas
também aparece largamente ajustado a Manuel Pinto Furtado com filhos de 1600 em
diante; e muito mais tarde, em 1645, consta o falecimento de Apolónia Furtada, f.ª de
Joana de Almeida (Por certo, a Joana, 1577, f.ª de Maria Tavares e de seu marido
Francisco de Almeida o Velho – Ver Os ALMEIDAS). Acresce um estreito relacionamento dos
Furtados Tavares, do Boco com os Tavares, de São Pedro e com o mencionado Manuel
Pinto Furtado: não só presenças marcantes nos actos festivos de uns e outros, como a
repetição dos mesmos nomes de baptismo, nomeadamente, três dos nome António
Tavares e três do nome próprio Luís (Ver esquema, adiante). Manuel Pinto Furtado, não sei
donde proviera. Teve um f.º por nome Aires, 1601, e no mesmo ano foi pad. de outro Aires,
f.º de Inácio Tavares de São Pedro, instituidor da Santa Casa, e neto de Ana Tavares: Será
de supor Manuel Pinto Furtado e Inácio Tavares, primos coirmãos? A hipótese consiste em
fazer Manuel Pinto Furtado, irmão de outro Frutuoso, 1580, e de Joana Pinta, 1583, filhos de
Frutuoso Fernandes e de sua m.er Ana Pinta e netos pat. de Maria Furtada e de seu marido
Francisco Fernandes, da QUINTA DO BOCO. Quanto a Frutuoso Fernandes note-se que foi
pad. de crisma de [seu sobrinho] Inácio Tavares.
Maria Furtada casada com Francisco Fernandes – Ver QUINTA DO BOCO

71
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_____________________________________________________________________________
I : : I I :
Ana Tavares M.ª Tavares Frutuoso Fernandes Joana Outros, António Tavares
~1540 c.c. c.c. Furtada Ver QUINTA ~ 1550 + 1630
c.c. Fr.co de Almeida Ana Pinta ou Tavs. DO BOCO c.c.
M.el Glz o Velho “de Roças”? I Marta Barbosa
o Verde Ver Os ALMEIDAS I An.to Tav.s, Filhos 15881607
de São Pedro I pai de Luís Tav.s de Miranda Ver Os BARB.S
______________________ I_______________________________________________
I I I : I I :
Ana Maria Inácio M.el Pinto Frutuoso Joana Pinta, 1583 An.to Tavares
Tavares 1566 Tavares Furtado +1632 1580 I pai de Luís Pinto
I M.ª Tav.s pad.s em 1618 1.ºX M.ª de Berredo An.to Tavares
I c.c. af.º Frutuoso Fz Manuel, 1600 c.c. M.ª Teixeira, rec.to do prazo de Roças 1655
I Seb. Velho no crisma, 1596 Aires, 1601
I mor.s I Maria, 1603 – Maria Furtada, mad. 1619 e 1620
Maria em Aires e Outros Jacinto, 1604
1589 São Pedro 1601 Natália, 1606
Luís – Luís Pinto, pad. 1620, e irmã M.ª
Manuel, 1609 Furtada
2.º X Antónia Pereira
António, 1620
Manuel, 1622
Ana, solteira, em 1636

Manuel Pinto Furtado casou duas vezes. Da 1.ª m.er, Maria de Berredo, teve: Manuel, 1600;
Aires, 1601; Maria, 1603 ou Maria Furtada, mad. em 1619 e 1620 (com seu irmão Luís Pinto);
Jacinto, 1604; Natália, 1606 (do mesmo nome da f.ª de António Tavares e Marta Barbosa);
Manuel (outro Manuel), 1609, e, obviamente, o mencionado Luís Pinto. Da 2.ª m.er
(1.02.1620) Antónia Pereira, teve igualmente filhos: António, 1620, af.º de seus irmãos Luís
Pinto e Maria Furtada filhos de Manuel Pinto Furtado; e, por último, Manuel, 1622, ou ainda
Ana, mãe-solteira em 1636.
Estamos, pois, entre Furtados, muito provavelmente, Furtados Tavares.
Outro esquema corrobora a hipótese – em colunas, a sequência dos prazos. Notar
também os homónimos António Tavares e os primeiros de nome Luís, da estirpe.

72
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_____________________________________________
Ana Pinta c.c. Frutuoso Fernandes Joana Tavares
mad. 1585 P.zo em Valmelhorado P.zo em 1579
1.ª vida P.zo no Burgo, 1593 I
de Roças, 1570, livro 13, fl. 142 I
________________________________ I
: I : I
M.el Pinto Furtado Joana Pinta António Tavares * António Tavares, 1577
I I I I
Luís Pinto António Luís Pinto Luís Tavares de Miranda
e sua irmã Tavares pad. 1617-1621 P.zo em 1655 – Livro da
Maria c.c. ou Luís Pinto de Miranda Com. de Rossas
Furtada , An.ta Teix. pad. 1623 n.º 131, fl. 152vº
pad.s em 1620 Rec.to 1655
Prazo de Roças – Livro da Comenda de Rossas, n.º 131, fl. 21
* Muito interessante: Conta-se um António Tavares Pinto (sic) entre os instituidores da Santa Casa, 1610

Os FONSECAS VARELAS

Os Varelas estão em Arouca há muito tempo, a julgar pelo prazo do casal do Carvalho em
1524, ou Quintã do Carvalho em Santa Eulália, a André Varela. Em 1532, Álvaro da Costa,
nat. do Carregal de Moimenta da Beira, apresenta-se na Universidade de Lisboa a
reclamar a herança de seu tio, aquele André Varela, da Quintã do Carvalho (Ver nota de
pé-de-página em Os FONSECAS e FURTADOS TAVARES). Em 1565 consta um
apadrinhamento em Urrô, de um Pedro Varela – talvez um neto de André Varela, a avaliar
pela cronologia – acompanhado de uma sua f.ª, mor. em Roças. Em 1568, é a vez de
Antónia Godinha, f.ª de Isabel Godinha (presumível m.er de Pedro Varela), de Ginja, Roças,
amadrinhar outro neófito de Urrô; e António Varela e sua irmã, Catarina, solteira, em 1606,
filhos de Antónia Godinha, de Roças. Além de Catarina e de António Varela, nasceu de
Antónia Godinha, provavelmente, Isabel Godinha II, que foi m.er em 1627 de Nicolau
Vieira, de Sela, b. em 1596, mor.s em Nogueiró; aquele António Varela vem a casar-se em
1613 com Isabel de Pinho, mor.s em Lourosa de Matos.
Uma terceira Isabel Godinha aproxima estes, acima, de outro ramo: Os Fonsecas Varelas.
Com efeito, outra Isabel de Pinho – esta, da LAMEIRA – casou-se em 1626, com António da
Fonseca, pais, entre outros, de Isabel Godinha III (a ver QUINTA DA LAMEIRA).
No esquema seguinte figuram Isabel Godinha I, m.er de Pedro Varela; Isabel Godinha II,
presumível f.ª deste Pedro Varela e irmã de António Varela; Isabel Godinha III, f.ª de António
da Fonseca.
Por fim, convém notar que Inácia, 1571 (ver Os VELHOS REIMÕES) amadrinha em 1591 sob o
nome de Inácia da Fonseca; no mesmo registo se faz Inácia da Fonseca f.ª de Inácia
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Velha, vª, da rua dos Currais. Esta última, como veremos em Os VELHOS REIMÕES, era f.ª de
outra Inácia Velha, vª, de Vilar em 1578 que teria estado casada com um qualquer
FONSECA VARELA (corroboando a filiação que irei propor para Simão Varela o alho de
alcunha (em Os VELHOS REIMÕES, Grupo C de Velhos / Varelas): O achado de Inácia da
Fonseca faz pensar que, da mesma geração de Pedro Varela, teria havido um Fonseca
Varela casado com Inácia Velha, de Vilar, fazendo recuar o tronco dos FONSECAS
VARELAS, conforme esquema junto que mostra a adopção dos apelidos:
FONSECAS VARELAS

André Varela
Prazo do Carvalhal, ou Quintã do Carvalho em 1524
...................................................................................................................................
N... Álvaro da Costa, sob.º de André Varela,
I reclama a Quintã do Carvalho em 1532
Pedro Varela c.c. Isabel Godinha I
mor.s em Roças
pad. em Urrô
com uma sua f.ª
_________________________________________________________________________________
I : :
Antónia Godinha Catarina Varela, do lugar do Carvalho M.ª Varela
de Roças c.c. Diogo Pinto, ela + 1608 + 1612
____________________________ _____________________________________
: I I I I I :
Isabel Godinha II Catarina An.to An.to da Luiz da D.gos da P.e João da
c. a. 1627 c. solt.a, Varela Fonseca Fonseca Fonseca Fonseca
Nicolau Vieira mad. em c. 1613 c. c. 1626 c. Varela I de Roças Varela
de Sela, b. 1596 1606 Is. de Pinho Is. de Pinho c.c. * c.~1634 c. pad. no Burgo
mor.s Nogueiró de Lourosa da LAMEIRA M.ª Leite M.ª Leite em 1636
Ver CASAS DE de Matos I do Amaral ou do Amaral
SELA I I b. 1605
I I mor.s no Carvalho
I I e depois em MINHÃOS
___________________________________________ ________________________ _________________________
An.to da Luiz da M.ª da Is. Godinha III Luiz D. M.ª Outros Cat.na M.el do Fr.ca da
Fonseca Fonseca Fonseca c. 1660 Cardoso do Amaral solt.a Amaral da Cunha
c. 1644 c. Varela II c. 1660 Ver Q.TA DA de Men.s c. c. ou P.e c.c.g.
M.ª Furt.a b. 1629 LAMEIRA Moço C. Henrique M.el do Amaral
I c. 1652 c. I em 1648 Teles de
I D. Serafina I Meneses da Q.TA DE MINHÃOS,
M.el de Men.s I Ver Q.TA orfãos de Domingos da
b. 1650 Ver ___________________________________ DE ROMARIZ Fonseca antes de 1649
af.º de Q.TA DE Luiz da Jacinto Manuel Jacinta
Briolanja ROMARIZ Fonseca b. 1664 b. 1666 b. 1667
Leite Varela III I I I I
b. 1661 I I af.º de Cat.na, f.ª de M.ª do Amaral, de MINHÃOS
c. 1696 I af.º de M.el do Amaral e de sua irmã Fr.ca, f.ºs de M.ª do
Ver I Amaral, de MINHÃOS
Q.TA DA af.º de Fr.co Vaz, juiz dos orfãos, do Burgo, e de Cat.na, solt.ª, f.ª de
LAMEIRA M.ª do Amaral, de MINHÃOS

* Diz ALÃO, tomo V, vol. II, p. 366: M.ª Leite do Amaral m.er de Ant.º (al. Luis da Fonseca Varella) o Pissica em Arouca e
tiverão M.ª Leite do Amaral (Segue-se, de outra letra, geração que não parece correcta).
Pissica, "pessoa de muito baixa estatura" (Buarque de Holanda)

74
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

Deste António da Fonseca, foi irmão Luiz da Fonseca Varela I e foi filho, Luiz da Fonseca
Varela II. O primeiro casou com Maria Leite do Amaral (que o nobiliários dizem ter nascido
de Briolanja Leite do Amaral, de Vouzela, e de seu marido Mateus de Pinho Queimado, de
Castelões de Cambra, e aí moradores; neta mat. de Maria Leite do Amaral e de António
Cardoso, de Vouzela, ela, f.ª de Briolanja Leite e de Duarte Tavares, dos de Castelões de
Cambra) e tiveram Luiz Cardoso de Meneses, moço de câmara em 1648196, e tiveram
também, muito provavelmente, D. Maria do Amaral que casou na QUINTA DE ROMARIZ. O
segundo Luís da Fonseca Varela casou-se ainda no ROMARIZ com D. Serafina de Meneses.
Irmão do primeiro e de António da Fonseca, teria sido Domingos da Fonseca que se diz de
Roças ao casar em MINHÃOS, viveu primeiro no lugar do Carvalho (de Santa Eulália), e os
filhos de sua m.er (ele já tinha falecido) Maria do Amaral, de Minhãos, vão ser padrinhos
dos filhos da Quinta da Lameira. Por fim, também parece irmão, o P.e João da Fonseca
Varela, pad. no Burgo em 1638.
Também, duplamente interessante, o registo de um primeiro f.º de Domingos da Fonseca
do lugar do Carvalho (fazendo lembrar os Varelas desse Lugar) e de sua m.er Maria Leite
(depois, sempre chamada Maria do Amaral, de Minhãos), parecendo querer entroncar
esta nos Leites, acima referenciados.
O esquema é credível e particularmente relevante. Os Fonsecas Varelas entraram em
todas estas Casas: Voltaremos a estar com eles em QUINTA DA LAMEIRA.

Os GUEDES (Santa Eulália e Burgo)

O primeiro do apelido foi Isabel Guedes, talvez do Moção e f.ª de Pedro Carvalho do casal
na aldeia do Moção (cf. Os CARVALHOS), com descendência em Santa Eulália – no
Moção, em Ronde e no Guilhafonso – e igualmente em São Salvador do Burgo: a ver em
CASAS DE RONDE, CASA DE ANTE-RONDE, e CASAS DE RONDE, IIB introdução aos Aranha,
de Arouca.

Os HENRIQUES DE QUADROS

Felipa Henriques (de Quadros) – Henriques de Quadros provindos da região de Aveiro, por
certo197 – aparece na qualidade de sogra de Sebastião Teixeira, de São Pedro, casado
com Maria Henriques e cunhado de Doroteia de Quadros, pai de dois instituidores da

196
Livros de Matrícula dos Moradores da Casa Real..., cit.
197
GONÇALVES - Memorial de Família..., p. 133, não põe em dúvida idêntica opinião.
75
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

Misericórdia: Lourenço Teixeira de Quadros e Jerónimo Teixeira. Os Teixeiras de Quadros


continuam-se em SÃO PEDRO – depois chamados de Quadros Teixeira – onde deixaram
pedra de armas, segunda pala de Quadros. Mais tarde, a mesma Quinta, continuada
pelos Tavares da Silva e Quadros – Ver QUINTA DE SÃO PEDRO.

Os HOMENS (Santa Eulália)

A primeira notícia vai para Artur Homem com um prazo de duas casas em Ronde – pai
muito provável de Gaspar Homem da Costa, de Ronde – e casado c. Guiomar da Costa
de Ronde que perece em 1582; Gaspar Homem da Costa foi marido de Francisca Ferraz –
senhora, em 1587, então viúva, de metade da quinta aonde chamam Ronde – e terá tido,
desta sua m.er, outra Francisca Ferraz, m.er de Domingos Zuzarte (Ver Os JUZARTES) e
Guiomar da Costa que casou em 1584 c. Francisco Ferreira (Ver Os VELHOS REIMÕES),
afigurando-se este segunda vez casado com Luzia Macedo, senhores da outra metade da
Quinta de Ronde, no dito ano de 1587: A ver CASAS DE RONDE, O primeiro Lugar, os
primeiros moradores; e CASAS DE RONDE, CASAL DE RONDE. Descendência tiveram, que se
mostrará, mas o apelido Homem extingue-se logo na segunda geração198.

Os JUZARTES ou ZUZARTES (Santa Eulália, Burgo e Urrô)

Os Juzartes não têm notícia nos paroquiais da vila, mas nela vivia sem dúvida Isabel
Zuzarte, m.er de Duarte de Almeida Cabral, que conhecemos por fonte diversa (Ver Os
ALMEIDAS). O Diogo (de Almeida Cabral, f.º de Izabel Zuzarte), faz lembrar um Diogo
Juzarte, provavelmente contemporâneo, que morreu em Minhãos em 1603. Tentarei
alinhar, geracionalmente, algumas poucas notícias dos deste apelido. Juzarte ou Zuzarte –
Juzarte, nos mais antigos – poderá ter sido patronímico de Juzarte199. A Juzarte Afonso o
convento concede emprazamentos em São Pedro e em São Salvador e ainda na Lameira
de São Miguel de Urrô, a começar no ano de 1545, e também no ano de 1553 e ainda em
1582. Se ao mesmo Juzarte Afonso ou se a dois homónimos, a questão é irrelevante:
Verdade, vê-se que Juzarte Afonso era nascido não muito antes nem depois de 1520 e
podia ter sido tronco de todos os demais Juzartes documentados. Todavia, da mesma

198
Ver MARQUES - Os «Reimões» do Porto e Riba-Douro no século XVI, vol. III, n.º 2, p. 296. A primeira Guiomar
da Costa faz lembrar Isabel da Costa Cirne, m.er de Braz Reimão e mãe do magnate da cidade do Porto Manuel
Reimão, mãe também de Catarina da Costa Cirne casada com Rodrigo Aranha de Vasconcelos, de Arouca, mãe
ainda de Joana da Costa com três casamentos, o primeiro em Paiva em 1581.
199
COSTA, História do Bispado e Cidade..., ob. cit., vol. I (1977), p. 310. Porém, este autor, já menciona um João
Zuzarte, em meados de quatrocentos, “corregedor da comarca” da Beira e Riba Coa.
76
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

idade, igualmente presente está a Isabel (m.er de Duarte de Almeida Cabral), do apelido
Juzarte ou Zuzarte.
Juzarte Afonso c.c. Joana Dias Isabel Zuzarte
P.zos 1545 mor.s no Burgo c.c.
1553 Duarte de Alm. Cabral
1582 I
em São Pedro (Vila) I
em São Salvador I
na Lameira (Urrô) I
I
Diogo Juzarte Antónia Juzarte P.e An.to Juzarte Diogo e Outros ~1540
+ em Minhãos, 1603 mad. 1587 Cura de Chave, 1587

M.ª Juzarte P.e Sebastião Juzarte D.gos Juzarte An.to Juzarte ~1570
(M.ª Zuzarte Prior de Vila Chã c.c. Instituidor da Santa Casa, 1610
do Romariz, tio de D.gos Juzarte II Fr.ca Ferraz do c.c. Cat.na João
+ em 1621) Casal de Ronde I
I : pad. de SELA, I
Isabel M.ª Zuzarte (Urrô) 1589 D.gos Juzarte II João Juzarte,
no crisma, 1.ª m.er de João Teixeira, do Burgo c. 1622 c. de presente em Roças
1596, Maria Reimoa I c. 1618 c. M.ª João, de
af.ª de Sebastião Juzarte do CASAL DE RONDE Cales
I
Filipe Juzarte de Azevedo,
"morador da Casa Real", 1646

Em 1622, Domingos Juzarte recebe um moinho, orta e árvores em Romariz200; e, um pouco


antes, em 1614 recebera Gonçalo Juzarte ¼ do casal de Póvoa Reguenga (Urrô)201; ainda
em Urrô encontram-se vários do apelido com filhos por meados de seiscentos; em Santa
Eulália de Chave, mais propriamente em Soutelo, revelam-se 3 ou 4 irmãos: Gonçalo
Juzarte; António solteiro; João Juzarte, no prazo de Souto Redondo de 1641202 e João
Juzarte, solteiro, de Soutelo em 1644203; e ainda Sebastião Juzarte com prazo em Miraves204.
Acha-se ainda outro Domingos Zuzarte casado c. Antónia Domingas em Outeiro Meão,
pais de Manuel, 1642. Meia centúria depois, 1692, continuavam em Soutelo Domingos
Juzarte de Soutelo205 e João Juzarte e seus irmãos206, e ainda com outros prazos neste ano.
Mas os Domingos Juzarte prosseguem também em Outeiro Meão de Baixo, 1680207, e em
Penso, 1684208, lugares, então, da freg. da vila. Mostrando-se em diáspora, inculcam
antiguidade do apelido.

200
PRAZOS, livro 18, cit., fl. 396.
201
Idem, livro 16, cit., fl. 267.
202
Idem, livro 25, III, 1ª D, 13, 2, 20 (antigo n.º ordem 146), fl. 483.
203
Idem, livro 24, III, 1ª D, 13, 2, 21 (antigo n.º ordem 147), fl.129.
204
Idem, ibiden, fl. 129.
205
PRAZOS, livro 45, III, 1ª D, 13, 2, 37 (antigo n.º ordem 165), fl. 5.
206
Idem, ibidem, fl. 83.
207
PRAZOS, livro 38, III, 1ª D, 13, 2, 27 (antigo n.º ordem 154), fl. 446.
208
Idem, ibidem, fl. 494.
77
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

Entretanto, em 1622 casara-se Domingos Zuzarte do CASAL DE RONDE, sobrinho do P.e


Sebastião Zuzarte Prior de Vila Chã e sobrinho também, provavelmente, de outro Domingos
Zuzarte c.c. Francisca Ferraz do CASAL DE RONDE.

O LODÃO (Celtis australis) da Casa do Burgo Foto de Filomeno Silva

A família Vaz-Pinto atribui o lodão a Maximiano, f.º do capitão-mor Bernardino


António, que o teria plantado por volta de 1850.

78
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

Os MAGALHÃES PEREIRAS

Em 1581 nascia Isabel, f.ª de Paulo de Magalhães e de sua m.er Maria do Amaral (Ver Os
REBELOS AMARAIS); em 1628 casava Paulo de Magalhães, ou Paulo de Magalhães Pereira,
com outra Maria do Amaral (Maria do Amaral de Almeida, a ver nos mesmos REBELOS
AMARAIS). São estes Paulo de Magalhães I e Paulo de Magalhães II – e mais outros homóni-
mos – os que vou tentar destrinçar.
Paulo de Magalhães I casado com Maria do Amaral I (provável irmã de Martim Vaz do
Amaral) moravam na Ribeira; Paulo de Magalhães II casado com Maria do Amaral II, ou
Maria do Amaral de Almeida (sem dúvida, f.ª de Martim Vaz do Amaral), viviam na
Agualva. Martim Vaz do Amaral também teve o seu Paulo, b. em 1603. Apresento-os,
desde já, num esquema simples.

___________________________________________________________
Paulo de Magalhães c.c. M.ª do Amaral Feliciano Isabel Martim Vaz do Amaral
mor.s na Ribeira Rebelo do Amaral
pad.s de Isabel, 1581
__________________________________ ________________________________________
Isabel, 1581 Paulo de Mag.s P.ra c. 1628 c. Maria do Amaral de Almeida Paulo, 1603
af.ª de Feliciano mor.s na Agualva
Rebelo e Isabel do Amaral test.a de C., [seu tio] Feliciano Rebelo

Paulo de Magalhães Pereira II viera de São Cristovão de Nogueira, freg. onde vamos
encontrar idêntico registo do seu matrimónio em 1628 com Maria do Amaral de Almeida,
de Arouca209, f.ª, pela certa, de Martim Vaz do Amaral e de sua 1.ª m.er Maria de Almeida
(Ver Os REBELOS AMARAIS).

Antes de prosseguir vejamos um esquema que elucide o texto:

209
ACEL, livro C. 1653-1684, desta freg.
79
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

Maria do Amaral Martim Vaz do Amaral


c.c.
Paulo de Magalhães I 1.º X com Maria de Almeida
_____________________ I
I I I
Isabel Mag.s P.ra Paulo de Mag.s Pra II c. 1628 c. M.ª do Amaral de Alm.da (1ºX c. Fr.co Novais Masc.as)
b. 1581 + 1638 b. 1593, + 1633 I
mor. na Ribeira mor. na Agualva I I
+ 1638 1.ºX Micia Barbosa * I I
I ____________________ I I
Paulo de Mag.s P.ra IV M.el Fabiana, 1608(?) P.e Paulo de Mag.s P.ra III Martinho, 1621
1.º X 2.º X 1605, p. 1626 b. 1629
M.ª Aires M.ªAna Soares de Albergaria na Mis., 1656
I prazo 19.01.1684, vª, com seu genro I
I Pedro da Fonseca de Miranda I
____________ ______ ______________________ I
Paulo Joana Bernarda Outros Martinho, 1662
p. 1644 m. 1649 Pessoa de Mag.s
p. de Álvaro , 1652 6.09.1654
f.ª de Paulo de Magalhães da Ribeira

* Poderá coincidir com Mécia Barbosa, f.ª de Manuel de Ameida, do Aro, mad. em 1593, Os BARBOSAS, e daqui
provir os do apelido Barbosa que virão a deter a Casa da Ribeira.

Em 1626, data anterior ao matrimónio de Paulo de Magalhães Pereira, comparece Manuel


f.º de Paulo de Magalhães, mor.s na Agualva, a apadrinhar na vila, parecendo dizer que
seu pai já vivia na Agualva antes do [2.º] casamento com Maria do Amaral de Almeida
(Também esta, como veremos Os REBELOS AMARAIS, fora em primeiro casada com
Francisco Novais Mascarenhas). Por feliz achado, fica a saber-se que a [1.ª] m.er de Paulo
de Magalhães Pereira era f.ª de Catarina de Pinho: Aos 24.11.1619 faleceu Catarina de
Pinho sogra de paullo Pereira m.or na augualva. Acha-se também Manuel, 1605, e
Fabiana, 1608(?), do 1.º matrimónio com Mécia Barbosa210. Logo no ano seguinte ao do 2.º
C., nascia Paulo, 1629, af.º de [seus tios] Francisco Rebelo e Isabel do Amaral, por certo o
depois chamado P.e Paulo de Magalhães Pereira.
Paulo de Magalhães Pereira II morre na Agualva em 1638. Largos anos depois, 1662, nascia
Martinho, f.º do P.e Paulo de Magalhães Pereira III. Entretanto, a Isabel, 1581, f.ª de Paulo de
Magalhães, da Ribeira, virá a ser, muito provavelmente, a Isabel Magalhães Pereira que
morre na mesma Ribeira em 1638. Isabel Magalhães Pereira e Paulo de Magalhães Pereira
parecem irmãos ou primos coirmãos. Mais tarde, Paulo de Magalhães Pereira IV, declarado
f.º de Isabel Magalhães Pereira, estava casado com Maria Ana Soares de Albergaria e dois
filhos daquele, Paulo e Joana apadrinham em 1644 e 1649. Falece Paulo de Magalhães
Pereira IV em 1668. Aquele Paulo, pad. em 1644, f.º de Paulo de Magalhães Pereira IV,
poderá perguntar-se se não seria Paulo de Magalhães Pereira III nascido em 1629; mas já o
apadrinhamento de Paulo de Magalhães e sua f.ª Joana, pouco depois, 1649, desfaz a
confusão: pois não se conhece qualquer Joana, f.ª de Paulo de Magalhães Pereira II.

80
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

Assim, Paulo, pad. em 1644, e Joana, mad. em 1649, eram filhos de Paulo de Magalhães
Pereira IV e de um possível 1.º matrimónio deste. Com efeito, acha-se Maria Aires (cf. Os
AIRES), m.er de Paulo de Magalhães que falece em 1641 e desta Maria Aires teriam
nascido os mencionados Paulo e Joana.
O raciocínio exposto pode traduzir-se, com bastante verosimilhança, pelo esquema dos
Magalhães Pereira – acima – e habilita-nos a entender outros registos: 1629, pad. Paulo de
Magalhães – ou Paulo de Magalhães Pereira II; 1640, pad. Paulo de Magalhães – ou Paulo
de Magalhães Pereira IV; 1643, pad. Paulo de Magalhães Pereira – o mesmo, Paulo de
Magalhães Pereira IV.
Paulo de Magalhães Pereira IV, morador na Ribeira, viúvo em 1641 de Maria Aires, voltou
então a casar com Maria Ana, ou Mariana, Soares de Albergaria e têem os seguintes filhos:
Maria, 1651; Bernarda Pessoa de Magalhães, 1654; Álvaro Soares de Magalhães; Mafalda,
1658; Úrsula, 1660. Álvaro Soares de Magalhães morou em Serém onde foi Tab. e 2.ª vida de
um Prazo de 19.01.1684: viúvo, mor. em Serem da Vila da Esgueira e sua irmã recebem em
3.ª vida o Prazo q. foi 1.ª vida Mariana Soares de Albergaria dona v.ª de Paulo de
Magalhães Pereira211.
.................................................................................................................
Paulo de Magalhães Pereira (IV) 2.º X c. Mariana Soares de Albergaria Juliana Soares de Almeida
mor. na Ribeira P.zo 19.01.1684, v.ª,
com seu genro Pedro Fonseca Miranda
____________________________________________________________
I I I I I
Maria Bernarda Álvaro 1652 Mafalda Úrsula
15.07.1651 Pessoa de Soares 1658 1660
Magalhães de Mag.s 21.01 28.10
31.08.1654 pad. em Maio + aos 7 (3?) anos Afª M.ª Soares
c. 1670 c. 1668 em 1661 freira em Arouca
Pedro da Fonseca de Miranda
________________________________________________________
I I I I I I I
Carlos Micaela Aurélia Silvrestre Manuel Pedro Mafalda
1676 1678 Teresa 1687 1690 1693 1696
12.03 27.11 Soares 6.01 25.07 28.01 3.09
1680 M.el
25.10 Soares de Magalhães
c.c. Tab., mor. em Serém
seu primo Marcos Ferreira de Az.º Soares
I
Teresa de Jesus Aurélia Soares, 17.06.1714
nat. e mor. Angeja
c.c. bacharel M.el de Almeida Matoso, familiar do Santo Ofício, 1720

210
O mesmo nome (paterno) e apelido (materno) – P.e Paulo Barbosa – volta a encontrar-se: irmão da Misericórdia
em 1680 e de novo inscrito em 1712.
211
"Associação da Defesa do Património Arouquense", Colecção de Fotocópias de Livros de Cobrança do MSMA.
81
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

Bernarda Pessoa de Magalhães, ou Bernarda Pessoa Soares, mantém-se na Ribeira e casa


com Pedro da Fonseca de Miranda212 – dos senhores da Quinta de Paço de Fornelos (ou
Fornelo, Pedorido, Castelo de Paiva) e das Quintas de Vilar Maior e de Travanca (Feira)213 –
que veio a Arouca onde foi notário do público e onde o vemos testemunhar em 1694, aos
50 anos, no processo de beatificação de Santa Mafalda214. Foram pais de Aurélia Teresa
Soares de Jesus, adiante. Os registos dão-lhes mais – a Bernarda Pessoa e seu marido Pedro
d´Afonseca – Carlos, 1676; Micaela, 1678; a referida Aurélia, 1680, que se voltará a
mencionar; Silvestre, 1687; Manuel, 1690, o futuro Tab. de Serem, Manuel Soares de
Magalhães; Pedro, 1693; e Mafalda, 1696. Bernarda Pessoa de Magalhães passou a Serém,
onde estava viúva em 1715 quando o Mosteiro de Arouca lhe renova em 1.ª vida o Prazo
da Ribeira, e onde se lê em nota, paga mais do off.º de tabalião. Mais tarde, o mesmo off.º
he de m.el Soares de Magalhães mor. em Serém, acima, b. em 1690. Aurélia Teresa Soares,
nat. de Arouca, vai casar-se com Marcos Ferreira de Azevedo Soares, nat. de Angeja e
irmão de Serafina Soares de Brito (a ver QUINTA DE MINHAOS e CASA DA PORTA). Foram
pais de Teresa de Jesus Aurélia Soares, 1714, nat. e mor. na vila de Angeja, casada em 1734
com o bacharel Manuel de Almeida Matoso215, familiar do Santo Ofício por carta de
1720216, em cuja habilitação se declinam os pais e avós de sua m.er., deixados acima.

212
ALÃO também visita Pedro da Fonseca de Miranda c.c. Bernarda Pessoa, esta f.ª de Paulo de Magalhães Caldeira
(sic, em lugar de Pereira) e Maria Ana Soares de Albergaria – ALÃO, tomo II, vol. I, p. 365.
213
GAYO, “Pintos” § 30 N 15
214
Beatificationis, & Canonizationis ..., ob.. cit., pp. 33, 37, 47, 84, 87, 89, 92 e 96. Teria sido Pedro da Fonseca de
Miranda a mandar gravar o célebre NON SINE INVIDIA ANNO 1686 numa casa antiga da Ribeira – O
personagem coaduna-se: Homem de fora; notário público; 42 anos em 1686; casado com a herdeira do velho
prazo da Ribeira (vindo dos Barros para os Amarais e pelos Magalhães Pereiras até Bernarda Pessoa de
Magalhães, sua m.er); e testemunha de invulgar evidência no processo da Santa Mafalda. Todavia, a mesma Casa
poderá atribuir-se ao P.e Paulo Barbosa (mencionado em nota acima), aí mor. em 1711, como se depreende de um
reconhecimento: Huas cazas em que vive o reconhecente João Gomes e sua molher nesta villa sobradadas com
seu eirado parte do nascente e norte com cazas e quintal do Padre Paullo Barbosa [sic] e do poente com cazas
dos reconhecentes de outro prazo e do sul com o rio. O documento e a identificação da casa ao lado esquerdo, ou
seja a casa a Poente, devo-as a Alberto de Pinho Gonçalves, da “Associação para a Defesa da Cultura
Arouquense”, Arouca. A primeira menção de residência na Ribeira encontro-a em Beatriz de Barros, onde tem os
filhos do Tab. Martim Vaz do Amaral e onde falece, viúva, a 18.01.1632.
215
Note-se que os autores de Macinhata da Seixa fazem o Dr. Manuel de Almeida Matoso casado com outra Teresa
Soares – D. Teresa Soares, da Casa do Alméu, falecida em 1783 – por lapso manifesto. Aquele casou com Teresa
de Jesus Soares e Miranda, f.ª da outra Teresa, Aurélia Teresa de Miranda, e de seu marido Marcos Ferreira de
Azevedo.
216
Revista Arquivo do Distrito de Aveiro, vol. XXXIX (1973), p. 62.
82
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

A Casa da Ribeira, de Bernarda Pessoa e de seu marido Pedro da Fonseca de Miranda,


atrás217.

com a data de 1 6 8 6, a ver adiante: 22. afirmações e datações

Os MALAFAIAS

As primeiras gerações de Malafaias andam confusas em três grandes nobiliários: o de Alão


de Morais, o de Manso de Lima e o de Felgueiras Gayo. Tentarei cotejá-los.

217
Desenho de apresentação do arq. José Eduardo Silvestre, da CMA, com base no projecto do Posto de Turismo, da
autoria de um gabinete de Aveiro.

83
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

Selo de João Gonçalves (Malafaia), 1456 e 1459, espécimen único pela


concepção e correcção.

Marquês de Abrantes - O Estudo de Sigilografia Medieval Portuguesa.


Lisboa: Ministério da Educação, 1983, reprodução na contra-capa

Três características rodeiam os Malafaias: São a única (última) estirpe que afronta o
convento; casam-se dentro da própria casa; transmitem o patronímíco como apelido.
Os Malafaias de Arouca com geração continuada (entretanto perdem o patronímico) são
os Malafaias Mascarenhas: Tais foram os já integrados no sistema de total dependência do
Mosteiro, pois antes vão saber-se os de outra linha que ainda afrontam vivamente o
poderoso Mosteiro de Arouca e com ele medem suas forças. Nascem aqueles do
matrimónio de Jorge Fernandes Malafaia com uma Mascarenhas de Coimbra, por um f.º,
84
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

Nuno Fernandes Mascarenhas, que, por sua vez, se casa com uma parenta, f.ª de João
Godins Malafaia e neta de Belchior Malafaia. Este Belchior Malafaia, ou Melchior Malafaia,
teria feito dois casamentos e teria tido ainda um f.º de outra m.er; o primeiro matrimónio,
com Maria Godins, mãe do mencionado João Godins e o segundo, com Maria de
Azevedo. Mostrarei estes e os que virão, num esquema possível:

“D. Rod.º Malafaia, irmão ou sob.º do B.po do Porto D. João de Azevedo” (bispo do Porto, 1465-1473)

_______________________________________________________________________________________________
Jorge Fern.s Malafaia Belchior Malafaia, Diogo Roiz D.te Roiz Malaf.
c.c. M.ª Masc. em Coimbra 1.º X M.ª Godins, c.g.; Malafaia Ab. de
2.º X M.ª de Az.do, s.g.; Protonotário, Várzea,
outra m.er abade, Chave e Urrô
_____________________ _____________________________________ Vig.º Geral I
Filipa Outros Nuno João Godins Pantalião Roiz Malafaia e Des.or do I
Brito Fern.s Malafaia Com.or da Várzea Arceb.º de L.x I
Masc.s Masc.s + na Várzea, c.c. I I
c.c. Cav.º 1569, Helena Vaz de Azevedo Bento Bento Roiz
Dr. Álvaro de sendo test.ro ela + 1574 Roiz Ab. de Urrô
Soares São Tiago Pant.ão Roiz ele + 1582 Malafaia + 1554
Des.or dos I I _________________________ de Arouca I
Agravos I I I I I ** I I
__c.c. Brites Beatriz Bento Belchior Belchior Malaf. João Roiz
Carneiro Malafaia Roiz 1555 Moço de Câmara, Malafaia
Malafaia m. 1568 Malaf. * Cav. OX 1566 Cónego
I c.g. c.c. I
I em herdeira I
I Guim.s de Alv.ga I
_______________________________ I I
Diogo Malafaia Masc. Outros Jácome João Ber.º
+ 1639 Roiz Malafaia Mascarenhas
1.º X a. 1609 c. Malafaia 7.º neto de
An.ta de Pinho Brandão sr. de Pantalião
b. 1572, + 1609 Alv.ga Roiz Malafaia ***
2.º X c. Isabel Vahia c.g. de
I P.ras Vas.os
Domingos Malafaia Mascarenhas de Cinfães
b. 1609, f.º de An.ta de Pinho
em CASA GRANDE DOS MALAFAIAS

* f.º do comendador da Várzea, enquanto pad. em 1568 de


um dos filhos de Bernardo de Carvalho – ver Os CARVALHOS
** Também, Rodrigo Malafaia, cónego em Viseu, pad. na Várzea,
f.º de Pantalião Roiz Malafaia, segundo o Fundo Rangel
de Quadros no Arq. Distrital de Braga
*** Sanches de Baena, Archivo Histórico Genealógico, n.º 1100

Retrocedendo a Jorge Fernandes, Manso de Lima atribui-lhe a comenda de São Salvador


da Várzea e com ela, possivelmente, uma Quinta: Aquela vai passar a [seu sobrinho]
Pantalião Roiz Malafaia e esta a seu f.º Nuno Fernandes que efectivamente consta no

85
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

Soveral da Varzea [sobral ou sobreiral da Várzea] em 1564; como na mesma Várzea vive
seu f.º Diogo Malafaia Mascarenhas que virá a casar-se na vila de Arouca com Antónia de
Pinho Brandão, uma f.ª de Roque Brandão e de Marquesa de Pinho (Ver Os BRANDÕES);
como ainda na mesma Várzea, Rodrigo Malafaia, cónego em Viseu (f.º de Pantalião Roiz,
segundo o fundo Rangel de Quadros, no Arquivo Distrital de Braga), ambos os ramos
moradores na Várzea; o Diogo mantém-se mor. na Várzea e aqui morre em 1639, mas é na
vila de Arouca onde aquela sua m.er falece de parto em 1609; sobrevive-lhe seu f.º
Domingos – Domingos Malafaia Mascarenhas – o primeiro que se muda para a casa da
vila, a depois legendária CASA GRANDE DOS MALAFAIAS: finalmente pequena, face ao
poder absoluto do Mosteiro de Arouca. Pantalião Roiz Malafaia – meio-irmão daquele
João Godins – foi comendador da Várzea (diz Gayo e dizem os paroquiais de Arouca) e
do seu casamento com Helena Vaz de Azevedo, sobrinha de sua madrasta Maria de
Azevedo218, nasce: Uma Beatriz Malafaia que vai para Guimarães, originando os da
Capela dos Andrades de São Francisco; um Bento Malafaia, f.º do Comendador, pad. em
1568, ou Bento Roiz Malafaia, pai de Jácome Roiz Malafaia que possue Alvarenga pelo
casamento e origina os Vasconcelos Pereira de Cinfães; um Belchior Malafaia, cujo registo
de B. (aliás transcrição de um assento mais antigo) afirma ter nascido em 1555; deste
último, o Belchior, provém João Bernardo Malafaia Mascarenhas (a fazer fé numa sua
carta de brasão), armigerado em 1792, “7.º neto de Pantalião Roiz Malafaia”.
Os tratadistas genealógicos divergem, como afirmei, havendo os que atribuem a Bento
Roiz uma filiação diferente: Não em Pantalião Roiz comendador, mas em Diogo Roiz
protonotário e abade. Um Belchior Malafaia de Arouca Moço de Câmara em 1566 e f.º de
Bento Roiz Malafai,a de Arouca219, poderá explicar a divergência, se admitirmos dois
homónimos, um f.º de Pantalião Roiz e o outro f.ª de Diogo Roiz; aquele pai de Jácome, da
casa de Alvarenga, e este pai de Belchior, moço de câmara.

Mas em Arouca – além de Nuno Fernandes e de seus primos Pantalião Roiz e Diogo Roiz –
pontificou outra linha que parece mais antiga, a julgar pela cronologia que Arouca nos
oferece. Foi ela a de três gerações de eclesiásticos a começar com o abade Duarte Roiz
Malafaia que por renúncia à igreja de São Miguel de Urrô, passou de si a seu f.º Bento Roiz,
talvez por 1525, pois logo de seguida motiva um protesto do procurador do Mosteiro, já

218
Cf. ALÃO, tomo I, vol. I, “Malafayas”.
219
Também sobrinho do Desembargador dos Agravos António Soares – numa colectânea de genealogias manuscritas
avulsas, do IAN-TT, informação que devo a João Bernardo Galvão-Telles, Alvarenga. Ver GAYO, “Malafaias”,
onde vem que o Dr. António Soares fora casado com uma das irmãs de Nuno Fernandes Malafaia, tendo havido
outras mais três irmãs, também casadas, e duas c.g.
86
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

que a mesma andava anexa ao cenóbio; protesto aliás sem eficácia pois nela se mantém
Bento Roiz até à sua morte em 1554; a seu tempo, obtivera uma conezia em Lamego para
seu f.º João Roiz Malafaia, onde efectivamente consta cónego (compreendido num rol de
1566 a 1580220), por acordo com terceiro a quem destinara a referida abadia; mas na
mesma o Mosteiro investiu o nosso conhecido Gonçalo de Beça (Ver Os BARBOSAS, Os
BARBOSAS): Daí a acesa contenda que se arrastou por largos anos. Esta linha de Malafaias
é particularmente interessante por isso. O braço de ferro com o Mosteiro (história a ver mais
em pormenor em CASA GRANDE DOS MALAFAIAS) foi o último resquício independentista de
que já fiz eco ao entrar nestes.

Os MENDES

Não fora outras fontes, não se revelam nos paroquiais como de Vasconcelos, onde, aliás,
aparecem muito pouco. Apenas: Maria da Silveira, m.er de Cristovão Mendes, amadrinha
em 1566; Joana de Abreu, m.er de Tristão Mendes, amadrinha em 1567. É tudo. A
reconstituição dos Mendes de Vasconcelos faz-se pelos prazos do Mosteiro, e pelas
familiaturas e cartas de brasão de seus descendentes.
Em primeiro, tentarei alinhar as personalidades que parecem nascidas pelo início de
quinhentos; em segundo, a descendência imediata de cada uma delas; em terceiro, o
conjecturado tronco comum destes Mendes de Vasconcelos.

1. As personalidades são as seguintes:


Cristovão Mendes de Vasconcelos (esquema que se segue) encontra-se avô da m.er do
familiar do Santo Ofício António do Rego Correia, Maria da Silveira e Vasconcelos, f.ª de
Inácio de Almeida Cabral (Ver Os ALMEIDAS) e de Isabel Mendes de Bulhões, e neta mat.
de Cristovão Mendes de Vasconcelos e de sua m.er Maria da Silveira de Bulhões, todos de
Arouca; Maria da Silveira de Bulhões, viúva em 1580, era mãe de Baltasar de Bulhões, pad.s
em 1590, talvez o Baltazar de Bulhões falecido na vila de Arouca em 1628 e homónimo do
cavaleiro-fidalgo e tabelião em Sobrado de Paiva, abaixo mencionado.
Tristão Mendes de Vasconcelos, casado com Joana de Abreu (Ver Os ABREUS), mad. em
1567 de João, f.º de Cristovão Mendes, acima, escudeiro m.or na rua dos Currais, conforme
um prazo do Mosteiro221, vem mencionado na carta de brasão de armas a seu neto
Vicente de Vasconcelos em 1605, f.º de Maria de Abreu e seu marido Mateus Duarte, e

220
Veja-se AZEVEDO, D. Joaquim, ob. cit, p. 217.
221
PRAZOS, livro 8, cit., fl. 89v.
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neto mat. de Tristão Mendes de Vasconcelos; pelos prazos do Mosteiro sabemo-lo


Escudeiro e pela carta, Cavaleiro do hábito de Cristo, bem como cavaleiro professo, no
seu óbito.
O P.e Duarte Mendes que apenas topei, sem outra informação, pad. em 1576 e 1586.
Isabel Mendes de Vasconcelos casada com João Aranha de Vasconcelos: ele, de filiação
a conjecturar adiante; ela, f.ª de “Joane Mendes de Vasconcelos, o Novo”, já falecido em
1540, sr. da Quinta Grande de Moimenta, Fornos de Paiva, e neto de outro “Joane Mendes
de Vasconcelos, o Velho”: “«Instromento de compromisso e transacção amigavel» feito a
27-5-1549, nas pousadas de Baltasar de Bulhões, cavaleiro-fidalgo, mor. na casa do
Gondim (Sobrado-Paiva), entre Duarte Mendes de Vasconcelos, outro sim fidalgo da Casa
Real mor. na quinta de Várzea (freg. de Benviver), c.c. Felipa Serveira, e seus irmãos
Gonçalo Mendes de Vasconcelos c.c. Guiomar Soares Teixeira e Isabel Mendes de
Vasconcelos c.c. João Aranha”222.
Duarte Mendes de Vasconcelos e Gonçalo Mendes de Vasconcelos, irmãos de Isabel
Mendes de Vasconcelos, mencionados acima.
2. as primeiras gerações sequentes são as seguintes:

Cristovão Mendes de Vasconcelos + a. 1589


c.c.
Maria da Silveira de Bulhões
__________________________________________________________________________________________________
I I I I I I I I
Duarte Mendes Isabel Mendes Baltasar Mécia da Joana da Maria Miguel João
de Vasconcelos de Bulhões de Bulhões Silveira Silveira Mendes crismado b. 1567
c.c. c.c. P.zo 1603 m. 1589 P.zo 1605 ou da em 1576
Isabel Mendes Inácio de Almeida Cabral m. 1590 Silveira p. 1595, 1596
de São Tiago de Piães _______________________________________________ mad. de
I I I I Maria, 1584
António Cardoso M.ª da Silveira de Vasconcelos Dionísio Inácio
c.c. b. 1584 da 1602
M.ª Moreira, f.ª de m. 1617 Silveira
Vicente de Pinho c.c 1595
e de M.ª Moreira António do Rego Correia, FSO af.º de Miguel Mendes
I I________________________________________
______________________________________________ __________ I____________________________
Fr.co Maria Cat.na Clara António João Simão Maria Bernarda
Cardoso Lobata 1600 de Vasc. 1604 1606 1621 1623 1634
de Vasc. de Vasc. 1603 na Q,tã da vila
de V.N. c. 1628 c. c.c af.º de Joana
de Gaia, Seb. da Fonseca Diogo Perdigão da Costa da Silveira
c.g. Ver Os FONSECAS c.g. em Lamego e um f.º
b. em Arouca, 1637, então mor. na Cruz do Aro223

Cristovão Mendes de Vasconcelos teve de Maria da Silveira, Joana, 1567, que surge cc João Pinto do Ribeiro de
Moldes, pais de Joana Mendes – vd CARTOGRAMA. MAPA III.

222
Carvalhos de Basto, ob. cit., vol. I, p. 314, nota 56.
223
Poderão ter sido os pais de Lourenço Manuel de Lamego, reportado à Casa do Aro, em BRITO, Boletim da
ADERAV, cit.
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Isabel Mendes de Bulhões (ou Isabel da Silveira, segundo parece, mad, 1584, VILA), já
mostrei como vem na familiatura de seu genro António do Rego Correia; teve alguns filhos,
conhecidos já por emprazamentos e apadrinhamentos, já pelos paroquiais, também da
vila de Arouca.
O f.º primogénito de Cristovão Mendes de Vasconcelos teria sido Duarte Mendes de
Vasconcelos, apresentado pela familiatura de seu neto-afim Diogo Perdigão da Costa,
capitão-mor em Lamego, casado com Clara de Vasconcelos, f.ª de António Cardoso de
Vasconcelos; este último, que deu um título em Alão – “Cardosos de Arouca” (onde aliás,
por lapso, Clara de Vasconcelos vem casada c. Manuel Teixeira Homem224: mas este foi
marido de Joana de Vasconcelos, f.ª de Alexandre de Abreu). Foi António Cardoso, outro
dos instituidores da Santa Casa em 1610. De António Cardoso de Vasconcelos, além de
dois filhos recenseados por Alão, os últimos quatro encontram-se nos registos de B. na vila;
faleceu a cruz do aro em 1622. Outros filhos de Cristovão Mendes de Vasconcelos, além de
Duarte e de Isabel, foram, garantidos, Baltasar de Bulhões, pad. em 1582, prazo de 1603225
(do nome de seu tio o Tab. de Paiva) e sua irmã Joana da Silveira, prazo de 1605226, e outra
sua irmã Maria (Mendes ou da Silveira), pad.s em 1584 de outra Maria (da Silveira e
Vasconcelos) f.ª de Isabel Mendes de Bulhões. Descobre-se ainda Miguel no rol de
crismados em 1576, f.º de Maria da Silveira, viúva de Cristovão Mendes, e que reaparece
no rol de 1596, na qualidade de pad., e também pad. de Dionísio, no ano anterior. Maria
Mendes ou Maria da Silveira – f.ª de Maria da Silveira, viúva em 1580 – amadrinha em 1607,
parecendo a mesma casada com João Pinto, do Ribeiro de Moldes e pais de Joana
Mendes casada com João de Pinho também do Ribeiro de Moldes. A Joana da Silveira do
prazo de 1605 amadrinha neste ano, solteira, e volta a amadrinhar em 1621 Simão, f.º de
Maria da Silveira e Vasconcelos e de António do Rego Correia. Por fim, mais um irmão
documentado, João b. em 1567, af.º de Joana de Abreu, m.er de Tristão Mendes. Uma
Paula Mendes, mad. em 1577 e em 1586, e Manuel Mendes (casado no Boco com Joana
Furtada – Ver Os FONSECAS TAVARES), talvez nascidos, especialmente este último: não de
Cristovão Mendes de Vasconcelos, mas sim de Tristão Mendes.
A descendência de Tristão Mendes de Vasconcelos ficou em Os ABREUS, podendo ser
acrescentado, talvez, Brás Mendes clérigo de Evangelho, pad. em 1605, e padre, pad. em
1606.

224
ALÃO, tomo II, vol. I. p. 339: "M.ª Moreira q casou em Arouca cõ Ant.º Cardoso pae de Fran.co de Vasc.os de
Villa nova e de M.ª Lobata m.er de ... cõ g. e de D. Clara m.er de M.el Teixr.ª Homem hirmão de fr. Vivardo de
Vasc.os Br.do e gl."
225
PRAZOS, livro 15, cit., fl. 19.
226
Idem, ibidem, fl. 140.
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_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

A descendência de Isabel Mendes de Vasconcelos e seu marido João Aranha de


Vasconcelos está guardada nos nobiliários: Francisco Mendes de Vasconcelos, capitão na
Índia e Rodrigo Aranha de Vasconcelos. Este – com presença em Arouca: a ver CASAS DE
RONDE, IIB introdução aos Aranha de Arouca – casou-se em 1574 c. Catarina da Costa
Cirne (Ver Os VELHOS REIMÕES) e tiveram, segundo Gayo: Brás Reimão de Vasconcelos
que casou com sua prima D. Brites da Rua Magriço; Francisco de Vasconcelos, jesuíta; Frei
João Domínico; Joana Mendes de Vasconcelos, solteira; Marta de Vasconcelos, casada;
Isabel de São Francisco; Maria de São Jerónimo; e Alexandre de Vasconcelos Cirne (para
este, QUINTA DE TERÇOSO CASAS DE SELA).
Notícia da descendência de Duarte Mendes de Vasconcelos e de seu irmão Gonçalo
Mendes de Vasconcelos pode ser recolhida: em ALÃO, a daquele; em Carvalhos de Basto,
a deste.
Resumindo os de fora que interessam a Arouca:

(Joane Mendes de Vasconcelos, de Fornos de Paiva, f.º de outro do mesmo nome)


_____________________________________________________________________________________
Duarte Mendes de Vasconcelos Gonçalo Mendes de Vasconcelos Isabel Ms. de Vasc.os
c.c. c. ~1549 c. c.c.
Filipa Cerveira Guiomar Soares Teixeira __________ João Aranha, em Arouca
mor.s na Várzea do Douro, de Benviver I
___________________________________________ I
I I I I
Gaspar Correia Afonso Mendes Cristovão Cerveira de Vasc. I
c.c. An.ta Carneiro, s.g. de Vasc., c.g. mor. em Arouca I
I I
Miguel Mendes * c. 1603 c. Maria Soares de Vasconcelos
nat. de Arouca.
+ 1612, em Fornos, c.g.

* Outro Miguel Mendes, pad. em 1582. 1595 e 1596, era f.º de Cristovão Mendes e Maria da Silveira (Ver
acima), corroborando a hipótese de parentesco

3. O tronco comum:
Por fim, o esquema infra inculca donde podiam ter provindo Os MENDES, de Arouca.
A carta de brasão de armas de Vicente de Vasconcelos (Ver nos Abreus) inventaria seus
avós, pelos Mendes de Vasconcelos, até Rui Mendes de Vasconcelos mor. em Arouca, pai
de Duarte Mendes de Vasconcelos e avô de Tristão Mendes de Vasconcelos. Ponderando
o nome Duarte poderá conjecturar-se que o Rui Mendes de Vasconcelos proviesse
também de Duarte Mendes de Vasconcelos, senhor de Fontelas, avô dos Mendes de
Vasconcelos da Quinta Grande da Moimenta. Um outro Duarte Mendes, provavelmente
da mesma geração de Rui Mendes de Vasconcelos, era abade de São Miguel da
90
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

Junqueira de Cambra, ao tempo da demarcação do couto do São Salvador, em 1496,


pelo Tab. Gonçalo Teixeira II (Ver nos Vieiras Teixeiras). Assim, o projecto:

Gonçalo Mendes, de Alvarenga, confirmado na Honra em 1469 (cf. Braancamp Freire)


I
Guiomar Mendes de Vasconcelos
da Casa e Torre de Fontelas
I
Duarte Mendes de Vasconcelos, sr. de Fontelas
_______________________________________________________________________________
: : I I
Rui Mendes de Vasc. Duarte Mendes Joane Mendes de Vasc., o Velho Outros
mor. em Arouca abade da Junqueira I “de Fontelas”
I Joane Mendes de Vasc., o Novo
Duarte Mendes de Vasc. da Q.ta Grande de Moimenta,
nat. de Arouca Fornos de Paiva
_____________________________________ ________________________
I I : I I I
Cristovão Mendes Tristão Mendes João Aranha c.c. Isabel M.s Duarte M.s Gonçalo M.s
de Vasc. de Vasc. de Vasc. de Vasc de Vasc.. de Vasc.
________________ pad., com M.ª da
Duarte Isabel Silveira, m.er de
Cristovão Mendes

Tristão Mendes de Vasconcelos, fº de Duarte Mendes de Vasconcelos, diz-se sobrinho de Leonor Mendes em 1516 –
vd academia.edu: Pedro Pinto, Fragmentos de Pergaminho […]

91
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

Para: Alexandre de Abreu - Pina Cabral, Cartas de Brasão, Lx. 1936, N 60. António Cardoso
de Vasconcelos - Alão, VI-II, p. 81; Gayo “Costados” III arv. 70; revista Arquivo do Distrito de
Aveiro
, XXIX, p. 50. Baltazar de Bulhões, Tab. de Paiva - Carvalhos de Basto, I, p. 314, nota 56.
Cristovão Mendes de Vasconcelos - Gayo, “Costados III”, arv. 70. Duarte Mendes de
Vasconcelos – Alão, VI-II, p. 178; Gayo, “Costados III”, arv. 70; revista Arquivo do Distrito de
Aveiro, XXIX, p. 50; Carvalhos de Basto, I, p. 314; Alão, VI-II, p. 178; Pina Cabral, Cartas de
Brasão, Lx. 1936, N 60; Armas e Troféus, 1981, p. 168. Francisca Isabel, f.ª de Alexandre de
Vasconcelos Cirne – Gayo, “Reimões” § 4 N 4; Vasconcelos § 15 N 19; QUINTA DE TERÇOSO
– mãe de Teotónio de Vasconcelos Portugal – revista Arquivo do Distrito de Aveiro, XLII, p.
292; Gayo, “Correias” § 61 N 4; QUINTA DE TERÇOSO. Gonçalo Mendes de Vasconcelos -
Carvalhos de Basto, I, p. 314, nota 56. Isabel Mendes de Bulhões – revista Arquivo do Distrito
de Aveiro, XXV, p. 293. Isabel Mendes de Vasconcelos – Gayo, “Vasconcelos” § 15 N 18;
revista Arquivo do Distrito de Aveiro, XXIX, p. 50; Carvalhos de Basto, I, p. 314, nota 56. Joana
de Vasconcelos – Pina Cabral, Cartas de Brasão, Lx. 1936, N 60. Joane Mendes de
Vasconcelos - Carvalhos de Basto, I, p. 314, nota 56. João Aranha de Vasconcelos – Gayo,
“Vasconcelos” § 15 N 16; Carvalhos de Basto, I, p. 314, nota 56. Maria da Silveira e (ou de)
Vasconcelos – revista Arquivo do Distrito de Aveiro, XXV, p. 293. Miguel Mendes de
Vasconcelos - VILA, livro 1; Carvalhos de Basto, I, p. 314. Rodrigo Aranha de Vasconcelos -
Gayo, “Goyos” §7 N 1; Reimões § 1 N 4; “Vasconcelos” § 15 N 19; CASAS DE RONDE IIB
introdução aos Aranha de Arouca. Rui Mendes de Vasconcelos - Pina Cabral, Cartas de
Brasão, Lx. 1936, N 60; Armas e Troféus, 1981, p. 168. Tristão Mendes de Vasconcelos - Pina
Cabral, Cartas de Brasão, Lx. 1936, N 60; Armas e Troféus, 1981, p. 168. Vicente de
Vasconcelos - Armas e Troféus, 1981, p. 168.

92
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A NOGUEIRA (Juglans regia) da Casa da Lavandeira

17,30

10,20

93
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foi plantada no extremo de uma leira, a norte da casa, por Alberto Gonçalves (tio),
nos anos 30 ou 40 do século findo.
A NOGUEIRA foi derrobada pelo vendaval de 25.02.2010.

Os PINHOS

Os Pinhos são inúmeros – a desenvolver em QUINTA DA LAMEIRA, introdução aos Pinho, de


Arouca. O apelido está bem representado a partir de um Jorge de Pinho, tutor em 1525 da
orfã Beatriz de Barros da QUINTA DE MINHÃOS; seguem-se outros do mesmo nome, um
deles, Jorge de Pinho, de Eiriz, casado c. Brites Aranha – a ver CASAS DE RONDE, IIB
introdução aos Aranha de Arouca, Os Pinhos de Eiriz. Da geração seguinte à do primeiro
Jorge de Pinho parece pertencer João de Pinho, com documentada descendência de
comissários e familiares do Santo Ofício e presente em todas as Casas de Arouca: LAMEIRA,
EIRIZ, MALAFAIAS, PORTA, TERÇOSO, SÃO PEDRO, SELA, VALDASNA, ROMARIZ, CAVADA DO
ARIEIRO e MINHÃOS.

Os PINTOS

No final de quinhentos, o pedreiro da Capela de S.to António – lugar deste nome da freg.
de Santa Eulália – gravava 1S99 numa das pedras da fachada, logo abaixo do brasão que
acabara de esculpir: O dos Pintos. Foi desta maneira que, data e escudete, volveram a ser
uma das belas relíquias de terras de Arouca. Diz certo autor227: “Capela de Santo António –
Ao lado da estrada principal de acesso à vila, ao entroncamento que segue para Castelo
de Paiva, ergue-se destacadamente num ponto que foi cimo de reduzido morro, que o
corte das estradas mais vincou, sítio agora isolado por paredões, formando adro alto [...]”.
A 6 de Nov.º de 1606 morria João Roiz Carvalho pai do Vigário João Pinto. Diz outro
autor228: "Por escritura lavrada [pelo tabelião Martim Vaz do Amaral, a ver Os REBELOS
AMARAIS e também QUINTA DE MINHÃOS], João Rodrigues de Carvalho e mulher, em
consideração do muito que deviam a Santo António, acordaram em legar-lhe diversas
propriedades em vínculo de morgado229. A capela fora mandada erigir pelo filho, o P.e

227
GONÇALVES, A. Nogueira - Inventário Artístico de Portugal, Distrito de Aveiro, Zona Nordeste. Lisboa:
Academia de Belas Artes, 1991, p. 99.
228
COSTA, Manuel Gonçalves da, ob. cit., vol. IV (1984), p. 461.
229
Devo à amabilidade do Padre António Vaz Pinto S.J., uma cópia da transcrição (leitura e versão diplomática) da
escritura de anexação de bens, existente no IAN-TT, Cabido da Sé de Lamego, Livro 34, fl. 255 a 256v. As
referidas “várias propriedades” eram, aliás, um casal que possuíam em Mançores, para os lados de onde, uma vez
mais, aparecem citados dois dos padrinhos dos filhos de João Rodrigues e Cecília Pinta.
94
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João Pinto de Carvalho, vigário da freguesia, no sítio conhecido por Carvalho Dalguar [ou
do Algar230], com o acordo de seus irmãos [aliás: de seu irmão], que se prontificaram a
renunciar à herança em favor da instituição". Acrescenta o primeiro autor: “Pintos, família
representada em brasões regionais”, a pensar, obviamente, na pedra da Casa do Burgo
(IV quartel), na capela da Cela (III quartel) e no brasão que estava na Casa de São Pedro
(II pala, II faixa), mas não é evidente a relação que insinua: É certo, os Pintos da Capela de
Santoto António deixaram larga descendência em Arouca, mas não são ascendentes de
todas aquelas casas..., ao menos, de modo que se explicite.
Pelo processo de familiatura de António de Carvalho (Ver Os CARVALHOS) – primo coirmão
do mencionado cura de Santa Eulália João Pinto – se revelam seus pais e avós, bem como
os avós maternos, João Pinto homem nobre e rico e sua m.er Beatriz Machada moradores
na Lagariça: contribuindo para complemento de GAYO que referencia Isabel da Fonseca,
f.ª daqueles – “D. Izabel da Fon.ca, s.n.” – desconhendo, os tratadistas, que ela casara em
Arouca.
Além de Isabel da Fonseca, uma Pinto – com filhos declarados e outros subentendidos, uns
do apelido Pinto, outros do apelido Carvalho (Ver Os CARVALHOS) – interessa-nos aqui, os
progenitores do P.e João Pinto: Cecília Pinta e seu marido, o segundo João Roiz de
Carvalho, cunhado de Isabel da Fonseca (aliás, duplamente cunhado, segundo parece).
Quem eram os irmãos do cura de Santa Eulália, P.e João Pinto, naqueles anos de 1599?
Pelo teor da mencionada escritura, sou forçado a admitir que estavam vivos apenas dois
filhos de João Roiz Carvalho e sua m.er Cecília Pinta: o P.e vigário de Santa Eulália e um
outro (que veremos adiante) chamado Manuel Pinto de Carvalho. Pois, “...aos sete dias do
mês de Janeiro do dito ano [1599], em Santa Ovaia, que é termo da vila de Arouca, nas
casas das moradas de João Rodrigues Carvalho e do padre João Pinto, estando aí
presentes e outorgantes, a saber o dito João Rodrigues Carvalho com sua mulher Cecília
Pinta e o dito padre João Pinto de Carvalho e Manuel Pinto de Carvalho morador na dita
Vila” e, na folha seguinte da escritura, anotou-se que “aí pareceu o dito seu filho João
Pinto que fez a dita capela e seu filho Manuel Pinto e por eles ambos e cada um por si foi
dito eles, por estarem já com vida e acomodados bem para satisfazerem as vontades dos
ditos seus pais e por entenderem que os ditos seus pais quereriam que eles fossem
participantes nestas obras, consentiam [etc] para o que renunciavam suas legítimas que
no dito casal lhes podiam caber por morte dos ditos seus pais...” Deste modo, outros Pinto
de Carvalho, Inácio Pinto de Carvalho e Diogo Pinto de Carvalho, que sabemos ainda

230
FERNANDES, A. de Almeida; SILVA, Filomeno – Toponímia Arouquense. Arouca: Associação para a Defesa da
Cultura Arouquense, 1995, p. 63, entrada Carvalha, Carvalho / Carvalho do Algar.
95
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

vivos para além da data da Capela, terão de pertencer ao outro casal, Bernardo Carvalho
e sua m.er Isabel da Fonseca (Ver Os CARVALHOS).
Todavia, há que adicionar outros filhos (embora tivessem morrido), cujos nascimentos estão
bem expressos nos anos dos primeiros registos – além de Manuel, 1565, o futuro Manuel
Pinto de Carvalho com uma f.ª, outra Cecília Pinta, casada em 1624 com o médico Pedro
Tavares – Joana, 1587, e Beatriz, 1578. E o rol de crismados de 1596 volta a registar Joana e
acrescenta Pedro, Francisco e Diogo (um outro, diverso do Diogo Pinto de Carvalho que
vai nos CARVALHOS), todos filhos de João Roiz Carvalho e sua m.er Cecília Pinta: Joanna
he seu padrinho iorie de Paiva m.or em Fermedo termo da Feira; Pedro, o mesmo padrinho;
Francisco, he padrinho D.º Frz de Fermedo termo da Feira; Diogo, he padrinho o Licenciado
Gonçalo de Beça.
Quer Cecília Pinta, quer seu marido João Roiz de Carvalho, surgem na qualidade de
padrinhos da principalidade de Arouca, ela de 1565 (primeiros assentos) a 1580, ele de
1567 a 1571, vivos em 1578, ano do nascimento de Beatriz; ambos ainda mencionados nos
crismas de 1596, vindo a sobreviver, João Roiz de Carvalho, até ao ano de 1606. Além dos
filhos encontrados, quer de Bernardo Carvalho e Isabel Fonseca, quer de João Roiz
Carvalho e Cecília Pinta, outros deste mesmo apelido talvez fossem parentes chegados:
Ana Pinta, m.er de Frutuoso Fernandes (em Os FURTADOS TAVARES); António Pinto, de
Lourosa, Salvador, casado em 1591 com Maria Dias e Antónia Pinta casada com Gonçalo
Gonçalves de Lamas, Tropeço, com uma f.ª Jerónima, 1597. Da geração anterior, ou seja,
a da mesma Cecília Pinta, consta João Pinto do Ribeiro de Moldes (com referência em Os
MENDES); Diogo Pinto (outro Diogo) casado com Úrsula Descobar, pais de João, 1577, de
Manuel, 1578, e de Teresa, 1580, af.ª de Cecília Pinta, m.er de João Roiz de Carvalho; e
Filipa Pinta, m.er de Belchior de Morais.
Ainda mais atrás, outros foram guardados no cartório do Mosteiro, nomeadamente um
João Pinto de Romariz com prazo de 1501.
Eis um esboço, que a todo o tempo se possa completar ..., ou recusar
:

96
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Diz Manuel Abranches do Soveral – Pinto, Moura Coutinho e Carvalho,


numa sua pág. na Web:

Pedra de armas da torre da Lagariça.

É curiosa a colocação de estrelas no campo,


que terá sido uma diferença nas armas deste
ramo, evocando a origem Fonseca da torre
da Lagariça. Esta pedra deve ter sido colocada
na torre na 2ª metade do séc. XV por Aires
Pinto, pai do Pedro Aires Pinto em epígrafe.

Esta torre não ficou para este Pedro Aires


mas sim para sua irmã Briolanja Pinto
ou directamente para o filho desta, João Pinto,
que aí vivia quando a 27.6.1538 teve carta
de armas de Pinto com uma brica de verde
carregada com um J. Não terá sido portanto
este João a colocar a pedra, que nesse caso
seria a da carta de armas. Possivelmente foi
justamente por ter herdado a torre que João
Pinto pediu armas de Pinto, talvez mesmo
com a diferença das estrelas usada pelo avô
materno, o que pelos vistos não lhe foi
concedido, levando mesmo a brica
correspondente à quebra de varonia.

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_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

João Pinto, da Lagariça, Resende


I __________ ___________________________
I I I I I I I
Isabel c.c. Bernardo João Roiz de Carvalho II c.c. Cecília Pinta João Diogo Filipa
da Carvalho Pinto * Pinto Pinta **
Fonseca c.c Úrsula de Escobar.
I _____________________________________________ ........................ ____________
I I I I I I I I I I I I I I
I P.e João Pedro Fr.co Diogo M.el Joana Beatriz Ana An.to Antónia João M.el Teresa
I Pinto Pinto Pinta 1578 Pinta Pinto Pinta 1577 1578 1580
I Cura de de 1588 c.c. c.1591 ***
I Santa Eulália Carvalho Frutuoso G.º Gonçalves
I 1565 Fernandes de Lamas
I _____________________________ I I
em Carvalhos Joana Cecília Pinta An.to em Jerónima,1597
em Fonsecas 1587 c. 1624 c. 1592 Os FURTADOS
o médico Pedro Tavares TAVARES

* João Pinto, do Ribeiro de Moldes cc Maria Mendes (de Vasconcelos), mor.s 1565
** Filipa Pinta c.c. Belchior de Morais
*** Teresa, af.ª de Cecília Pinta, m.er de João Roiz Carvalho

O esquema tenta uma aproximação ao clã de Cecília Pinta, irmã mais que provável de
Isabel da Fonseca: Note-se que Cecília Pinta foi mad. de um f.º de Isabel da Fonseca (Ver
Os CARVALHOS); e teve um (primeiro f.º) João, nome de João Pinto, da Lagariça; e uma
(última f.ª ) Beatriz, nome da m.er do mesmo João Pinto.

Teria sido, como segue, a árvore destes Pintos continuada em Arouca por [duas irmãs]
Isabel da Fonseca e Cecília Pinta (considerando os respectivos filhos com descendência
continuada):

98
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Briolanja Pinto Catarina Machada


c.c. c.c.
Gonçalo Cochefel António Portocarrero
______________________ ____________________________
I I I I I I
Diogo Dias da c.c.Isabel Pinto Outros João Pinto c.c. Beatriz Machada Outros An.to Pto
Fonseca Portocarrero,
pai de
Diogo Pinto
que c. 1571

(Ver GAYO “Pintos” § 59 Pintos Portocarreros)


da Casa-Torre da Lagariça, Resende.
Brasão dos Pintos, de 27.07.1538. (Ver SOUSA MACHADO
- Brasões Inéditos, 287 João Pinto)
_________________________________________________________________________
I : :
Isabel da Fonseca Cecília Pinta Outros
c.c. Bernardo de Carvalho c.c. João Roiz de Carvalho
___________________________________________________ __________________________
Inácio Diogo António Aires P.e João Manuel
Pinto de Pinto de Carvalho Pinto Pinto Pinto de Carvalho
Carvalho Carvalho c.c. ou vigário de Santa Eulália
c.c. c.c. Leonor Aires da Fonseca em Os FONSECAS e
Isabel Cat.na Almeida (Os ALMEIDAS) c. 2 X FONSECAS FURTADOS
Vieira Varela mor. em Lisboa em QUINTA DO BOCO
__________________ na Casa dos Bicos
Os VIEIRAS em Os FONSECAS
e VIEIRAS TEIXEIRA e QUINTA DE MINHÃOS

Os REBELOS AMARAIS

Os Rebelos Amarais eram estes: Maria do Amaral casada com Paulo de Magalhães (Ver Os
MAGALHÃES PEREIRAS) que tiveram em 1581 Isabel, af.ª de Feliciano Rebelo e de Isabel do
Amaral; em 1592, Martim Vaz do Amaral comparece na qualidade de padrinho e, no ano
seguinte (1593), leva ao B. Maria, f.ª de sua m.er Maria de Almeida e af.ª de seu irmão
Domingos Rebelo e, dois anos depois, Isabel (do nome de sua tia), nascida em 1595; casa-
se de novo com Beatriz de Barros em 1600 e os filhos havidos desta sua m.er são registados
de 1601 a 1607, um deles do nome Feliciano.

Recorrendo ao que já foi dito em Os MAGALHÃES PEREIRAS, teremos um primeiro esquema:

____________________________________________________________________________________
99
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Maria do Amaral Feliciano Isabel Martim Vaz do Amaral Domingos


X Rebelo do Amaral 1.º X 2.º X Rebelo
Paulo de Mag.s pad.s de Isabel, 1581 Maria Beatriz pad. de Maria
mor.s na Ribeira de Alm.ª de Barros em 1593
I _________________________ I
Isabel Maria do Amaral Isabel Feliciano e Outros
1581 de Almeida, 1593 1595
af.ª de Feliciano Rebelo 1.º X 2.º X
e de Isabel do Amaral Fr.co Novais Paulo Mag.s
Masc.as Pereira
I I
Martinho P.e Paulo Mag.s P.ra, pai de Martinho
1621 1662

Estamos sem dúvida perante Rebelos Amarais. Qualquer um deles aparece mencionado
apenas uma vez, ou pouco mais de uma vez, com excepção de Martim Vaz do Amaral,
que vem largamente referenciado.
Martim Vaz do Amaral, sabe-se Tab. em 1597 e em 1599, e escrivão dos orfãos em 1603 e
em 1611. Foi um dos instituidores da Santa Casa em 1610.
Direi, antes de prosseguir, que se nota estranha falta de notícias da família de Martim Vaz
do Amaral desde 1565 até 1581: ou seja, durante os primeiros 16 anos dos registos
paroquiais e logo se pensa que não estavam em Arouca. O Livro Velho termina com dois
assentos de Jan.º de 1581: e nada de Rebelos nem Amarais; segue-se, então, o livro 1 e, aí,
sim, aos 14 de Abril vêm mencionados Maria do Amaral, Feliciano Rebelo e Isabel do
Amaral. Em 1592 comparece pela primeira vez Martim Vaz do Amaral, pad. de um neófito
da vila e logo no ano seguinte com a primeira f.ª na fonte do B., Maria, que era já
bautizada por C.ª dis parteira, af.ª de D.gos Rabello irmã do sobredito Martim Vaz damaral
e a mesma parteira. De novo, pad. em 1593. Em 1595 nasce Isabel f.ª de Martim Vaz do
Amaral e de Maria de Almeida sua m.er, af.ª de Diogo Pinto [provavelmente, Diogo Pinto
de Carvalho] e de Maria Correia, f.ª de Martim Correia (Ver CASAS DE RONDE, IIA
introdução aos Correia de Arouca). Volta o Livro Velho a exprimir-se numa folha solta de
1596 e 97, aliás em muito mau estado, onde nada encontrei destes. Segue-se a essa folha
um caderno muito danificado, talvez a começar em 1599, mas ao certo, em 1600: Em
1601(?), Luiza, f.ª de Martim Vaz do Amaral e de sua m.er Beatriz de Barros, af.ª de Jácome
de Barros (Ver QUINTA DE MINHÃOS, introdução aos Escobar de Barros) e de sua f.ª Maria
de Azevedo (Ver QUINTA DE ROMARIZ): Os pais tinham-se casado em Santa Eulália em
1600. Logo em 1601 recebe um prazo de duas propriedades sitas nesta vila e seu limite231
provavelmente os bens de Minhãos que vinham dos Barros de sua 2.ª m.er Beatriz de Barros:

231
Prazo de 28 de Set.º – PRAZOS, livro 10, III, 1ª D, 13, 1, 10 (antigo n.º ordem 10), fl. 459.
100
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

a própria que vai receber confirmação, já viúva, em 1.03.1622232. Em 1601 nasceu Feliciano,
f.º de Martim Vaz do Amaral e sua m.er Beatriz de Barros, af.º de Bernardo Pereira, f.º do
licenciado Manuel Moreira, e de Filipa Mendes, m.er de Martim Correia. Seguiu-se Paulo,
1603, af.º do Doutor Amador Ribeiro e sua f.º Jerónima Ribeira. Voltamos a encontrá-lo no
livro 2 (1603 a 1640); logo em 1603, amadrinha Isabel, f.ª de Martim Vas escrivão. (Adiante
vem Ana, f.ª de Martim Vaz e de sua m.er Ana Francisco, mor.s em Friães, Moldes:
obviamente outro, que talvez fosse mais um dos nascidos de Martim Vaz do Amaral, a
reencontrar com filhos, adiante). Apadrinha em 1604. Em 1605 nasceu a segunda Maria (f.ª
do 2.º X), af.ª do licenciado Domingos Brandão (Ver CASA GRANDE DOS MALAFAIAS), e em
1607(?), Francisco, af.º de António Descobar Vieira e Antónia de Beça (Ver, estes, QUINTA
DE ROMARIZ). Toda a principalidade da vila acorre ao B. de seus filhos, nomeadamente os
letrados em Arouca.
Em 1611 Maria, f.ª de Martim Vaz do Amaral, amadrina também em São Bartolomeu e o
próprio neste mesmo ano (mas também Martim Vaz, de Friães, que faz baptizar sua f.ª
Maria, af.ª de M.el seu irmã e M.ª dias m.er de M.el ). Apadrinha em 1614 e 1615 (Neste, foi
b. Jerónima f.ª de Martim Vaz, de Friães). Em 1617, Martim Vaz do Amaral da vila do
Mosteiro apadrinha em Urrô e no mesmo ano, na vila, Martim Vaz Amaral e hua sua f.ª e
também Cat.na Rabello, f.ª de Martim Vas, onde mais uma vez se mostra que Vaz do
Amaral era também Rebelo. (Em 1618, b. Catarina, f.ª de Martim Vaz e sua m.er Ana
Francisco mor.s no lugar de Friães). Feliciano Rabello apadrinha em 1619; o mesmo, em
1628, testemunhará o C. de [sua sobrinha] Maria do Amaral de Almeida. Em 1620, com
uma f.ª cujo nome se omite. Ainda em 1621 (14.04), mad. Isabel, f.ª de Martim Vaz do
Amaral; (depois, já não este, mas outro Martim Vaz, a 8.12.1621). Falecera a 13.11.1621233,
aos 4 meses de Martinho, seu primeiro neto, f.º de Maria do Amaral e de Francisco Novais
Mascarenhas, seu testamenteiro.
As homónimas Maria do Amaral são cinco ou seis em Arouca!, sem contar com as do
nome Maria Leite do Amaral, fora de Arouca. Convirá atentar um pouco no esquema
junto:

232
PRAZOS, livro 18, cit., fl. 223.
233
VILA, livro 20, O. 1613-1690.

101
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Maria Leite do Amaral c.c. António Cardoso


de Vouzela
____________________________________________________________________________________________
Maria do Amaral (I) Outros Martim Vaz do Amaral Briolanja Leite
X Paulo de Mag.s 1.º X com 2.ºX com de Castelões
mor.s na Ribeira Maria de Almeida Beatriz de Barros de Cambra
I ………………………………….... I I
Paulo de Magalhães c.c. Maria do Amaral (II) D.gos do Maria do Amaral (III) Maria Leite do Amaral
Amaral de Almeida Amaral, de Minhãos, c.c. c.c.
juiz dos D.gos da Fonseca Luís da Fons. Varela
órfãos de Arouca I
I I
Maria do Amaral (IV) D. Maria do Amaral (V)
c.c. Francisco ou Maria Rebelo do Amaral
Vaz Aranha c.c. Henrique Teles
de Meneses, do ROMARIZ

Maria do Amaral (I), irmã de Martim Vaz do Amaral, casada na Ribeira (onde já seus pais
viviam) com Paulo de Magalhães; outro Paulo de Magalhães foi 2.º marido de Maria do
Amaral (II), ou Maria do Amaral de Almeida, f.ª do primeiro matrimónio de Martim Vaz do
Amaral, tendo sido 1.º marido daquela Francisco Novais Mascarenhas; Maria do Amaral
(III), meia-irmã da anterior, dita de Minhãos, nascida do 2.º matrimónio de Martim Vaz do
Amaral com Beatriz de Barros de MINHÃOS; Maria do Amaral (IV), f.ª de Domingos do
Amaral, também de Minhãos, juiz dos órfãos; D. Maria do Amaral (V) casada no Romariz (f.ª
de Maria Leite do Amaral, a ver em Os FONSECAS VARELAS); por fim, um dos registos de
baptismo (1 de Abril de 1662, de Martinho, f.º do P.e Paulo de Magalhães) acusa uma
Maria Rebelo do Amaral a amadrinhar com os de MINHÃOS – Manuel solteiro f.º de Maria
do Amaral e Maria Rebelo do Amaral do lugar de Minhãos – que não se vê facilmente
quem fosse: Não sendo possível tratar-se da velha Maria do Amaral (I), que nada tinha,
aliás, com Minhãos; nem também de sua sobrinha Maria do Amaral de Almeida, pois
falecera na Ribeira em 1633; ainda, não se confundindo com Maria do Amaral de Minhãos,
dado que o assento menciona as duas; e não parecendo ser a f.ª desta última já então
casada com Francisco Vaz Aranha, mor. no Burgo. Por exclusão de partes (e não só) o
assento parece nomear D. Maria do Amaral que viria a casar no ROMARIZ, uns dias depois,
a 17 de Abril... Esta D. Maria do Amaral, que noutro assento se diz de Arouca, tenho-a eu
por f.ª de Maria Leite do Amaral e seu marido Luís da Fonseca Varela, de Arouca, ela, irmã
de Gil Rebelo do Amaral, de Cambra, onde progride o apelido composto Rebelo do
Amaral. Note-se, ainda, que é bem possível que Luís da Fonseca Varela, pai de D. Maria do
Amaral, fosse irmão de Domingos da Fonseca, de MINHÃOS, e naquela data de 1662, a 1
de Abril, quinze dias antes de casar no ROMARIZ, D. Maria do Amaral (ou, segundo parece,
também Maria Rebelo do Amaral, para se distinguir de [sua tia] Maria do Amaral de

102
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

Minhãos), poderá aceitar-se residente em MINHÃOS, nestes anos em que seus pais já
teriam morrido.
A família de Martim Vaz do Amaral é paradigma de homonímias. Estas, e os Paulo de
Magalhães Pereiras (vistos em Os MAGALHÃES PEREIRAS), e ainda os dois padres Manuel do
Amaral, que é um dos casos mais interessantes: Sabe-se que o P.e Bernardo do Amaral e
Cunha, f.º de Francisca da Cunha de Minhãos e vigário de Souselas (a mostrar em QUINTA
DE MINHÃOS) era sobrinho do P.e Manuel do Amaral e Cunha que o antecedeu na mesma
Souselas; efectivamente, encontra-se Manuel solteiro f.º de Maria do Amaral (1662); Manuel
f.º de Maria do Amaral de Minhãos (1662); Manuel e sua irmã Francisca filhos de Maria do
Amaral de Minhãos (1666): tratando-se, sem dúvida, do P.e Manuel do Amaral e Cunha,
irmão de Francisca da Cunha, de Minhãos, que pelos vistos trocara Arouca por Souselas;
mas também se encontra o P.e Manuel do Amaral de Minhãos, primo de Francisca da
Cunha, celebrando o matrimónio desta em 1680; um ano antes, o P.e Manuel do Amaral
de Minhãos fora pad. de um dos filhos da CASA DA PORTA (Pedro, 1671). Deduz-se que
estamos perante dois homónimos: Um, irmão de Francisca da Cunha; outro, primo de
Francisca da Cunha. Aquele, f.º de Maria do Amaral de Minhãos; este – o P.e Manuel do
Amaral de Minhãos – f.º de um qualquer irmão de Maria do Amaral de Minhãos:
Encontrada Maria do Amaral, f.ª de Domingos do Amaral de Minhãos, juiz dos órfãos – a
explanar em QUINTA DE MINHÃOS – é este último que melhor se oferece como progenitor
do P.e Manuel do Amaral de Minhãos, primo de Francisca da Cunha.
Tendo eu começado por mostrar, acima, que Martim Vaz do Amaral pertencia a uma
qualquer estirpe de Rebelos Amarais, também agora se verá que constam outros
pequenos achados que indiciam a junção destes Rebelos Amarais à estirpe dos Leites. São,
tais achados, primeiro, o nome de Maria Leite dado a sua f.ª Maria do Amaral de Minhãos
à data do nascimento do primogénito filho desta e de seu marido Domingos da Fonseca,
no lugar do Carvalho, antes de estes últimos dois passarem a MINHÃOS; segundo, a m.er
de um outro Fonseca Varela, m.er de Luís da Fonseca Varela (I), ter sido uma Leite do
Amaral, f.ª de Briolanja Leite de Castelões de Cambra; terceiro, duas notícias de Arouca
relativas a uma outra (ou a duas outras) Briolanja Leite: que estava religiosa no Mosteiro em
1650 e amadrinhou uma criança de mais um Fonseca Varela em 1662.
Porém, antes de considerarmos estes Leites, vejamos melhor o assento de Santa Eulália que
nos vai fornecer quatro factos memoráveis:

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_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

________________________________
Catarina Varela, Maria Varela,
do Carvalho, do Carvalho,
+ 1608 + 1612
test.ro seu marido
Diogo Pinto
I
Domingos da Fonseca
c.c.
Maria Leite,
mor.s no Carvalho
I
Cecília
b. 1635(?)
af.ª de Gil Rebelo, de Cambra,
e de Lourenço Teixeira, da vila

Com efeito, pelos finais do 1.º livro dos registos paroquiais de Santa Eulália – um volume
deteriorado que abarca, quanto a baptismos, os anos compreendidos entre 1602 e 1636 –
pode ler-se um assento truncado respeitante a um filho de Domingos da Fonseca e de sua
m.er, mor.s no lugar do Carvalho: Cezilia, b. aos 20 de Nov.º de 1635(?), f.ª de Domingos da
Fonseca e de sua m.er Maria Leite do lugar do Carvalho, af.ª de Gil Rebelo, de Cambra, e
de Lourenço Teixeira, da vila de Arouca. A preciosa memória revela-nos quatro factos de
primordial importância: Primeiro, ficamos a saber que Domingos da Fonseca e sua m.er
moravam no Carvalho onde tiveram o [primeiro filho] antes de passarem a MINHÃOS –
lembrando a quintã do Carvalho de André Varela, antes de 1520; segundo, é de supor que
uma Catarina Varela que morre no Carvalho em 1608 deixando seu marido Diogo Pinto
testamenteiro – tivessem, ela e ele, sido os pais de Domingos da Fonseca, pois com efeito
deixámos na árvore dos Carvalhos e dos Pintos, Diogo Pinto de Carvalho, f.º de João Roiz
Carvalho II e de sua m.er Cecília Pinta (os pais do P.e João Pinto de Carvalho que levantou
o brasão doa Pintos na capelinha de Santo António), precisamente (aquela Cecília Pinta)
do nome da Cecília nascida no Carvalho em 1635; terceiro, vemos a m.er de Domingos da
Fonseca designada por Maria Leite antes do nome Maria do Amaral e do designativo de
Minhãos pelos que irá ser tratada subsequentemente, apelido Leite que aproxima os
Rebelos Amarais, de Martim Vaz, da estirpe dos Leites; quarto, encontramos um dos
Rebelos do Amaral, de Cambra (Gil Rebelo), que também era dos Leites, a apadrinhar
aquela criança dos Rebelo do Amaral, de Arouca, o que mais aproxima estes últimos da
mencionada estirpe dos Leites.
No que respeita ao outro padrinho de B. de Cecília – f.ª de Domingos da Fonseca e de sua
m.er Maria Leite, ou Maria do Amaral – podemos facilmente apurar quanto a m.er de

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_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

Lourenço Teixeira de Quadros – Filipa Soares de Leão – está nos mesmos de Castelões de
Cambra!, a ilustrar pelo esquema seguinte:

Os Tavares e os Leites, de Castelões [cf. ADA, Registos Paroquiais da Freguesia de Castelões


de Cambra]:

_________________________________________
Pedro Soares Catarina Duarte Tavares c.c. Briolanja Leite
de Cambra Tavares mor.s na cidade do Porto
c.c. c.c. ________________________________________
Filipa de Pinho João Dias, 2.º marido M.ª Leite do Amaral Diogo Tav.s Soares, + 8.01.1590
I I c.c. An.to Cardoso c.c. Ant.a do Couto, + 19.05.1603
Cat.na de Leão c.c. Simão Tavares de Vouzela do Porto
__________________________.............................. I__________________________________________________
Isabel Soares Filipa Soares Cat.na de Leão Briolanja Leite P.e Gaspar D. An.ta M.el
c.1597 * c. c. 1618 c. ** c.c. c.c. do do Amaral Leite
Pantaleão Lourenço Nuno Mariz*** Mateus de Pinho Couto ou do Couto
P.ra do Lago Teix.ra de I Queimado tesº de seu pai c. 13.08.1595 c
I s.g. I + 12.02.1619 +1.10.1619 Sebastião
I I ___________________________________________ Ribeiro Pessoa
Marta Filipa Soares Sebastiana Gil Rebelo do Amaral Joana I
7.04.1610 mad. 1606 + 21.11.1620 26.10.1606 10.09.1609 Q.ta da
af.ª de Sebastião Juzarte, de Vila Chã **** af.º de af.ª do P.e Prelada,
e de Filipa Soares, f.ª de André Borges da Costa Nuno de Mariz Gaspar do Couto no
e de sua f.ª Filipa Soares Porto

* D. Isabel Soares c. no dia 20 de janeiro.


** O matrimónio de Filipa Soares de Leão e Lourenço Teixeira [de Quadros], realizado a 22 de Maio, foi
testemunhado pelo P.e Gaspar do Couto, por M.el Leite [irmão deste] e pelos [parentes] o licenciado Mateus
de Pinho e André Borges da Costa: todos aqui figurados.
*** Nuno Mariz viria a falecer a 3.11.1624.
**** Ver Os JUZARTES.

Por fim, podemos ter uma panorâmica mais ampla dos mencionados Rebelo do Amaral, e
Leite, num esquema a elaborar com o auxílio dos principais tratadistas:
ALÃO [I-II, p. 575] registou Briolanja Leite, que de Vouzela veio casar (com Mateus de Pinho
Queimado) e residir em Cambra, mãe de Maria Leite do Amaral, casada em Arouca com
Luís da Fonseca Varela, e de Gil Rebelo do Amaral, de Cambra, pai de outro Rebelo do
Amaral casado “com uma sua parenta”, f.ª de uma Mécia Vaz do Amaral;

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Aldonça Leite Gil Rebelo c.c. Isabel Rz do Amaral


c.c. João Rz do Amaral C.B.A., 1535, de Rebelos e Cardosos
I I
Briolanja Leite G.º Rebelo
c.c. c.c. sua parente
Duarte Tavares Joana Dias, irmã de D.gos Cardoso
I I
Maria Leite do Amaral c.c. António Cardoso D.gos Cardoso
de Vouzela
_____________________________________________________________
Catarina Varela c.c. Diogo Pinto Martim Vaz do Amaral D.gos Briolanja Leite Maria António
+ 1608 mor.s no Carvalho 2.ºX com Rebelo mor.a em Castelões Cardoso
I Beatriz de Barros de Cambra de Vouzela
I I __________________________________ ____________________
I Maria Leite Maria Leite do Amaral Gil Rebelo Gil Rebelo Briolanja
I ou do Amaral c.c. do Amaral Cardoso Leite
________________ c.c. D.gos da Fonseca Luís da Fons. Varela de Cambra freira em Arouca
I I I
Cecília D. Maria do Amaral Manuel
20.11.1635 ou Rebelo do Amaral Rebelo do Amaral
af.ª de Gil Rebelo, c.c. Henrique Teles c.c. sua parente
de Cambra, e de de Meneses, Natália Soares de Albergaria,
Lourenço Teixeira do ROMARIZ f.ª de Mécia Vaz do Amaral

irmã – a Briolanja Leite – de António Cardoso de Vouzela, pai de Gil de Rebelo Cardoso e
de Briolanja Leite freira em Arouca; ambos filhos – a Briolanja Leite e o António Cardoso –
de Maria Leite do Amaral e de seu marido António Cardoso de Vouzela e netos de
Briolanja Leite e do marido desta, Duarte Tavares, dos de Cambra, e netos também –
Briolanja Leite e António Cardoso – de Gonçalo Rebelo “da honra de Rebelo”, e de uma
sua parente Joana Dias Cardoso, aquele f.º de Gil Rebelo Cardoso que teve brasão de
armas de Rebelos e Cardosos dada em 1535 (v. BAENA, n.º 948) e cuja m.er era já uma
Amaral, Isabel Rodrigues do Amaral. Para trás de Maria Leite do Amaral, m.er de António
Cardoso que, pelos vistos, também descendia de Amarais, conta-se a primeira Briolanja
Leite, f.ª de Aldonça Leite e João Rodrigues do Amaral (irmão do muitas vezes citado pelos
genealogistas, Pedro Rodrigues do Amaral, protonotário e conde palatino234), e neta de
Vasco Leite, escudeiro de D. Afonso V.
À árvore assim construída pode juntar-se um Domingos Cardoso, irmão de António
Cardoso, de Vouzela; bem como um outro Domingos Cardoso, irmão de Joana Dias
Rebelo: que fazem lembrar o irmão de Martim Vaz do Amaral por nome Domingos
Rebelo... Provavelmente, Martim Vaz e seus irmãos eram igualmente irmãos de Briolanja
Leite, mor.a em Cambra e de António Cardoso, de Vouzela.

234
Veja-se, com proveito, “AMARAIS” na recém-aparecida Raízes da Beira, de Eduardo Osório Gonçalves (Dislivro
Histórica, 2006), publicação aliás de muito bom gosto.
106
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

Parece evidente que Martim Vaz do Amaral descendia dos Leites e descendia de Gil
Rebelo, o tal que teve carta de brasão de Rebelos e Cardosos.

Os REBELOS AMARAIS foram revistos e completados em 8: MARTIM VAZ DO AMARAL.

O SOBREIRO (Quercus suber) do Calvário da vila de Arouca

12,30

17,00

O exemplar não é o mais opulento de Arouca – pois ultrapassa-o o


espécime que se encontra na estrada nacional 224, ao Km 39 – mas
beneficia do excelente local e enquadramento.
O acima referido mede 23,70 de comprimento e 25,20 de altura.

Os TAVARES

107
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

Os Tavares, que ostentaram um dos chamamentos mais ilustres de Arouca, parecem já


repartidos por três grupos procedentes de gerarcas nascidos por 1500. Assim Tavares de
Arouca, do título que gozam em Alão de Morais, é demasiado abrangente. Em QUINTA DE
TERÇOSO CASAS DE SELA se dará um resumo dos três grupos, com especial ênfase para os
«Tavares de Arouca» fundados por Francisco Tavares em Santa Eulália de Chave e depois
passados a Roças. E depois entrados em todas as CASAS.

A TILIA (Tília cordada) da CASA DE POUSADA, plantada em 1914

108
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

13,30

17,50

Foto Homero Abrunhosa de Brito

Os VELHOS REIMÕES

A 5 de Maio de 1671 morria na vila de Arouca o P.e Manuel Reimão de Vasconcelos. Os


dois apelidos conjugados assim – Reimão de Vasconcelos – fazem lembrar um dos irmãos
do longínquo Alexandre de Vasconcelos Cirne (a ver QUINTA DE TERÇOSO, CASAS DE SELA),
por nome Brás Reimão de Vasconcelos. Este Alexandre, este Brás e outros irmãos
(recolhidos por GAYO), eram filhos de Catarina da Costa Cirne e de Rodrigo Aranha, de
Arouca (a ver este em CASAS DE RONDE, IIIB introdução aos Aranha, de Arouca) e netos
maternos de Isabel da Costa Cirne e de seu marido Brás Reimão (escrivão da alfândega e
almoxarifado do Porto, irmão de Belchior Reimão, cavaleiro da Casa d´El Rei e mor. no
concelho de Paiva). Dos mesmos nomes, Belchior e Brás, são os de Arouca que iremos
encontrar: Belchior ou Melchior, b. em 1573, f.º de Inácia Varela (Velho Reimão) e Brás, b.
em 1605, f.º de Antónia Velha (Reimão). Lá chegaremos! No ano anterior ao de 1671, tinha
ido a enterrar Maria Dias criada do P.e Manuel Reimão de Vasconcelos; e em 1668

109
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

registara-se na vila o falecimento do P.e Manuel Reimão mor. na cid. do Porto235, com
doação a favor de seu sobrinho o P.e Manuel Reimão de Vasconcelos. Também me
encontrei – nestas incursões – com João Reimão de Vasconcelos que era irmão de
Mariana Pereira de Vasconcelos, que chegou a morar na Casa do Aro, irmãos, segundo
um prazo de 1668, de Manuel Reimão de Vasconcelos: sem mais!236. Nasceram em Boca
da Vila, de Bartolomeu Pereira de Vasconcelos e de sua m.er Maria Tavares, dos de São
Pedro, ele fº de Gonçalo João e Maria Pereira, da Quinta da Torre, Castelões de Cambra,
e neto paterno de João Anes (de Vasconcelos de Boca da Vila) – a ver melhor Honra de
Cesar, Luís Miguel Pinho; ver também CARTOGRAMA, MAPA III. Nos Reimão, recuando aos
primórdios de seiscentos, nascem Inácia Reimoa em 1602 e seu irmão Brás Reimão em 1605
(depois, pad. de outro Brás, f.º daquela Inácia Reimoa), e outro irmão, Domingos Reimão,
filhos de Antónia Velha e de seu marido João Tavares, mor.s no Outeiro Meão (de Moldes):
Temos, pois, três Reimões, filhos de uma Velha e de um Tavares. Outro Velho daquela
geração – que talvez possamos entender entre os nascidos por 1570 – foi Sebastião Velho
de São Pedro perecido no último de Maio de 1659, deixando viúva sua m.er Maria Tavares.
(Esta Maria Tavares direi tratar-se de Maria, b. em 1576, filha de Ana Tavares, de São Pedro,
a ver em Os FURTADO TAVARES). Tiveram um f.º Manuel, nascido por 1610 e pad. em 1631,
chamado, então, Manuel Velho (mas desconheço se coincide com o P.e Manuel Reimão,
mor. na cid. do Porto, tio do P.e Manuel Reimão de Vasconcelos: com os quais, acima,
iniciei esta epopeia). Voltarei a eles. Ainda nos paroquiais da vila, constam mais dois do
apelido Velho – António Velho e Nicolau Velho – casados cada um deles com m.er do
apelido Tavares (ver adiante) e, assim, ainda que encontrassemos qualquer filho deles do
apelido Reimão, não saberíamos dizer se o apelido provinha dos Velhos, se dos Tavares, já
que todos os pais Velhos casaram com mães Tavares! Voltando a Sebastião Velho, a
situação ilumina-se um pouco, pois reconhecemos a estirpe de sua m.er Maria Tavares que
era, como disse, dos Tavares de São Pedro, f.ª de Ana Tavares, e muito provável neta
materna de Maria Furtada, da QUINTA DO BOCO e sobrinha, portanto, dos Furtados
Tavares: Daqui, parece escorreito situar a origem do apelido Reimão nos Velhos e não nos
Furtados Tavares. Sendo assim, se eu pudesse provar que Sebastião Velho tivera algum filho
do apelido Reimão – por hipótese, a pessoa do P.e Manuel Reimão, tio de outro P.e
Manuel Reimão (de Vasconcelos) – sossegava de vez, garantindo-me que por detrás dos
Reimões estiveram os Velhos, ou dito de outro modo, todos os Reimões, encontrados e a
encontrar, descendiam de personalidades do apelido Velho: Ora..., vamos achar,

235
Os «Reimões» do Porto e Riba-Douro..., ob. cit., p. 308: Um Manuel Velho Reimão fez uma venda, no Porto, ao
licenciado Nicolau de Faria, em 30.08.1660.
236
Ver BRITO - A Casa do Aro, em Arouca.
110
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

efectivamente, Nicolau Velho Reimão, pad. em 1643: tenha ele sido, Nicolau Velho I, irmão
de Sebastião Velho, ou tenha ele sido, Nicolau Velho II, filho de Sebastião Velho, a
distinção é irrelevante porque qualquer dos casos faz prova de que os Velhos eram
Reimões. Tal é o ponto um. Vamos ao ponto dois. Antes de prosseguir, direi que Maria
Reimoa I, casada em 1622, era f.ª de João Ferreira (Velho) do casal de Ante-Ronde ou
CASAL DE RONDE e que Maria Reimoa II era sobrinha do mesmo, pois esta amadrinha em
1626, dizendo-se f.ª de Isabel Ferr.ª de Villar: Esta irmã de João Ferreira, Isabel Ferreira, sabe-
se casada com João Apariço e com ele mor.a em Vilar (CASAS DE RONDE, CASAL DE
RONDE). Daqui por diante, num e noutro ramo, o nome de MARIA REIMOA vai prosseguir e
mostra-se, ela e sua parentela, todos provindos de Velhos Reimões. Atente-se no esquema
simplificado – vd também CARTOGRAMA, MAPA II – VELHO FERREIRA REIMÃO:

“MARIA REIMOA” - esquema simplificado

Ferreias / Velhos Reimões237


___________________________________________________________________________________
I I I I I I
Fr.co Ferreira João Ferreira Isabel Ferreira Antónia Sebastião Outros
(Velho) (Velho) (Reimão) + 1632 Velha (Reimão) Velho, 1573
c. 1584 c. c.c. c.c. c.c. c.c.
Guiomar da Costa Cat.na da João Apariço João Tav.s M.ª Tav.s
da Ronde Conceição mor.s em Vilar mor.s em mor.s em
CASAL DE ANTERONDE Out.ro Meão São Pedro
I ________ ____________________________________
: I I I I I I I I I
Simão Fer.ª Velho MARIA REIMOA I Simão, MARIA REIMOA II M.ª Tav.s Inácia Brás D.gos M.el Outros
+ 1670 c.c. c. 1622 c. crisma + 1643 c. 1630 Reima Reimão Reimão Velho
Luzia Vieira D.gos Zuzarte em 1596 c.1635 c. Nicolau pad. 1631
mor.s em Murça mor.s CASAL RONDE D.gos Vaz Dias
de Parada
___________________ ____________________ __________________________________________
I I I I I I I I I I
An.to Fr.co João Bento MARIA REIMOA III Filipe Antónia Is. Tav.s MARIA REIMOA IV P.e Fr.co Tavs.
1614 1619 1624 Vieira 1623 Zuzarte 1656 c. 1686 c. c.c.
Soares af.ª de Simão Fer.ª de Azevedo D.gos Lourenço da Fonseca
1625 + Ronde 1670 b. 1631 Vaz mor.s em Vilar
Mor. da C.R. c.c. Mor. da C.R., 1647 do I
em 1646 António Fernandes I Moção I
_____________ I I
I I Ver _____________________________
An.to Frz Simão, QUINTA DE RONDE MARIA REIMOA V Francisco
c.c. do Casal de Ronde (bisavós da m.er de c.c. 11.10.1672
Is. Lourenço 1659 Fernando José Tavares) Fr.co Pereira, af.º de Nuno Malafaia
I af.º de Simão Fer.ª Velho de Moção, mor.s na Touta
I I
MARIA REIMOA VI, 1673, C. 1699 C. An.to Correia M.el Pereira Vilar,
mor.s em Murça depois no CASAL DE RONDE da QUINTA DA CAVADA ARIEIRO

O rol de filhos de Isabel Ferreira e João Apariço, de 1584 a 1593, foram:


Dionísio, 1584; Simão, 1586; Isabel, 1588; João, 1589 e Gregório, 1793.

237
PRAZOS, Livro com o n.º 6 contendo traslados de escrituras dos anos de 1542-1548, III, 1ªD,13,2,3, fl. 466v de
6.11.1547, vem Simão Ferreira c.c. Maria Velha [que, por certo, era Reimão]. O achado oferece, provavelmente,
os avós da linha subsequente. Note-se, adiante (GRUPO C), as deduções para o gerarca desta linha – Inácia Velha
(Reimão), de Vilar –, que, por sua vez, teria nascido do casal Simão Ferreira-Maria Velha ou dele era paralela..A
eles voltaremos em QUINTAS DE RONDE, CASAL DE RONDE.
111
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

Foi revista a relação Francisco Ferreira /João Ferreira, em CARTOGRAMA, MAPA II. Também, Simão Ferreira no crisma
é o mesmo Simão Ferreira Velho, sendo este, portanto, irmão de Maria Reimoa II.

Volvendo a Antónia Velha e a Sebastião Velho: já vimos os outros dois prováveis irmãos –
António Velho e Nicolau Velho – curiosamente ambos casados (ainda!), com mulheres do
apelido Tavares (esquema GRUPO B).
António Velho casou com outra Maria Tavares e tiveram Manuel em 1615(?) e pad. em
1625, um menino em 1619, Maria em 1620 e Francisco em 1634.

Prazo de Vilar,1º fólio

112
_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

Nicolau Velho virá na qualidade de pad. em 1636 com sua sobrinha Maria de Almeida e,
em 1643, lê-se: pad.s Francisco da Fonseca do Boco e Maria de Almeida sobrinha de
Nicolau Velho; e no ano seguinte: mad. Maria de Almeida sobrinha de Nicolau Velho.
Nicolau Velho (tio, ou Nicolau Velho I) casara-se com Natália Tavares (que depois falece
em 20.02.1624) e deixara, que se saiba, apenas João, 1619; Natália Tavares, podemos
identificá-la como f.ª de António Tavares (dos FURTADOS TAVARES) e de Marta Barbosa
(dos BEÇAS e dos BARBOSAS). A sobrinha era, assim parece, a m.er de seu sobrinho e
homónimo Nicolau Velho (Nicolau Velho II, que se passara em 1659), f.º de [seu irmão]
Sebastião Velho, o que corrobora a asserção de Nicolau Velho e Sebastião Velho terem
nascido do mesmo ventre. Acresce que um relevante assento de 1647 guardou o
apadrinhamento de uma criança da vila por Nicolau Velho e Maria de Almeida sua
m.er238; um outro apadrinhamento, em 1643 – o acima referido – trás o nome completo de
Nicolau Velho Reimão; ajunte-se que em 1651 morreu Maria Roiz em casa de seu irmão
Nicolau Velho. Já muito adiante, na senda dos filhos da casa, encontrámos Isabel, 1582,
nascida dos mesmos pais. Aquela Maria Roiz é por certo Maria, 1574, f.ª de Rodrigo Velho e
Maria Tavares, af.ª de Francisco de Almeida [Fr.co de Alm.da o Velho, em Os ALMEIDAS] e
de Catarina Vieira [ou Maria Vieira?] m.er de Pedro Fernandes de São Pedro [ou da
Cabreira, em Os VIEIRAS, da Lapa]. Verifica-se que, pelo menos dois destes Velhos Reimões
– Sebastião Velho e Nicolau Velho –, casaram na principalidade da vila, mais
concretamente, com Furtados Tavares do BOCO.
Da geração de Antónia Velha (mãe de Inácia Reimoa, de Brás Reimão e de Domingos
Reimão: todos do chamamento Reimão), de Sebastião Velho (pais de um Manuel e de um
Nicolau), de António Velho (pai de outro Manuel) e de Nicolau Velho e de sua irmã Maria
Roiz (patronímico de Rodrigo) ... (todos alinhados no GRUPO B), teriam sido, por certo, os de
Ronde (acima, esquema “MARIA REIMOA”), donde provêm Maria Reimoa I e Maria Reimoa
II; e, mais abaixo, Maria Reimoa III e Maria Reimoa VI. Enfim, admito – sem susto de dúvida –
que os pais de Reimões foram personalidades do apelido Velho, que todos cabem na
geração anterior e que designarei por Velhos Reimões. Esquemas como os seguintes
sumariam o que ficou dito. Vamos tê-los em três Grupos: GRUPO A, GRUPO B e GRUPO C,
começando pelo GRUPO B de Velhos Reimões, que nos vem guiando:

238
ACEL, Arouca, VILA, livro de B. cobrindo 1640 a 1650.
113
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GRUPO B Velhos Reimões

Rodrigo Velho c.c. Cat.na Diz, mor.s em São Pedro


_____________________________________________________________________________________________________________________________
Antónia Velha239 c.c. João Tavares Sebastião Velho c.c. Maria Tavares Maria António Isabel Nicolau Francisca
n. ~1562,65 mor.s em Outeiro Meão, Moldes n. 1573, mor.s Outeiro S. Pedro Roiz Velho 1582 Velho 1587
________________________________________________________________________ 1574 c.g. Reimão
I I I I I I I I I I +1651 1584
Maria Inácia Brás D.gos Maria Joana Isabel Manuel Nicolau Miguel pad. 1643
Tav.s Reimoa Reimão 1601 1605 1607 Velho Velho 1617 c.c. Natália Tav.s
1601 1602 1605 1607 m. 1621 p. 1631 1613(?) + 1652 + 1624, pais de João, 1619
+ 1656 c. em 1630 e 1632 + 1659
c.c. c.c. M.ª de Almeida
Nicolau Dias pad.s 1647
mor.s em Vilar ela, mad. 1659, com
seu tio Nicolau Velho Reimão

Tal é o ponto três.

Diligenciando perscrutar as gerações anteriores nos registos de São Bartolomeu de Arouca,


apenas se colhe notícia de uma Inácia Velha (GRUPO C), mad. em 1566, bem como se
encontra uma Inácia Varela com um rol de filhos, mas apenas conhecidos (os mais novos,
possivelmente): Bernardo, 1566, af.º de Rodrigo Velho; Maria, 1568 (e que volta a aparecer
com 8 anos no crisma em 1576); Joana, 1569; Inácia, 1571 e Melchior, 1573. Era casada e
mor.a na rua dos Currais, vindo a fenecer em São Pedro em 1614. É possível que de Inácia
Velha, tenham nascido Inácia Varela, bem como Rodrigo Velho (com um f.º Sebastião,
1573), e um Simão Varela (com uma f.ª em 1577). De resto, como atrás foi dito, Inácia
Varela surge igualmente chamada Inácia Velha vª dos Currais, mãe de Inácia da Fonseca
que amadrinha em 1591.
Inácia Varela, tendo tido um último filho em 1573, haverá de ter nascido depois de 1530.
Aparece casada com Cristovão Dias capateiro dos Currais, ofício que não desmereceu da
presença dos notáveis da vila no B. de seus filhos 240; e teve prazo de huas propriedades
citas em São Pedro aos 18 de Fevereiro de 1578241. (Um Cristovão Dias, dito de Valdasna, é
referenciado em alguns prazos do Mosteiro – num prazo a Gonçalo Teixeira de um Lameiro
em Valdasna e outros242–; mais homónimos de Cristovão Dias foram o P.e Cristovão Dias
que apadrinha oito dos crismados em 1576 e [o mesmo?] P.e Cristovão Dias,

239
Em 1577 foi mad. Antónia Ferreira m.er de João Tavares e em 1583 foi b. João f.º de Antónia Ferreira e de João
Tavares: Esta Antónia Ferreira não parece a Antónia Velha, pois esta, com um f.º em 1607, teria nascido por
1562/65: obviamente tarde, para estar já casada em 1577.
240
Bernardo de Carvalho e Maria f.ª de Martim Roiz, António Descobar o Novo e Antónia de Beça, Brás Mendes e
sua mãe Joana de Abreu, Cecília Pinta m.er de João Roiz Carvalho.
241
PRAZOS, livro 32, cit., fl. 405.
242
PRAZOS, livro 8, cit., fl. 18.
114
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já falecido neste ano, pai de uma filha Maria, então também crismada, havida em Ana
Carneira). Obviamente que para lá da geração de 1530, não é possível esperar mais dos
livros iniciados depois de Trento.

Trecho do prazo a Fernão Velho, de Vilar, f.º de outro Fernão Velho e neto de João Velho,
livro 3 1514-1528, III, 1ªD, 13, 1, 126, fls. 472v

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_______________________AS DOZE PORTAS DE GERAÇÕES DE AROUCA – ABERTUTA III____________________

GRUPO C Velhos / Varelas


Inácia Velha [Reimão?], m. 1566, viúva de Vilar, 1579
_______________________________________________________________________
: : :
Inácia Varela ou Inácia Velha Rodrigo Velho, de São Pedro, Simão Varela
m. 1608, v.ª da R. dos Currais, 1591 solt. 1566, pad. de Bernardo, 1566 O alho de alcunha
c.c. Cristovão Dias. capatr.º na questão do Aro c.c. Madalena f.ª de An.to Roiz, meirinho
mor.s na rua dos Currais c.c. Maria Tavares + 1572 pais de Maria, 1577
+ em São Pedro, viúva, 1614 mor.s em São Pedro ou Outeiral de São Pedro
__________________________________ _____________________________________________________________________________
Bernardo Maria Joana Inácia Melchior An.ta Velha Seb.ão Velho An.to Velho Nicolau Velho Maria Roiz Isabel Fr.ca
1566 1568 1569 1571 1573 ~1562-65 1573 c.c.g. Reimão 1574 1582 1588
af.º de Rodrigo Velho, solteiro c.c. João Tav.s c.c. Maria Tav.s c.c. Natália Tav.s. +1652
[seu tio?] e de Lianor Diz I I c.g.
irmã do vig.º do Salvador I I
________________________________ _____________________________________________________________
Maria Inácia Brás D.gos Maria Joana Isabel Manuel Velho Nicolau Velho II Miguel
Tavs Reimoa R.ão R.ão 1601 1605 1606 p. 1631 1613? 1617
1601 1602 1605 1607 c.c. M.ª Almª
c. 1630 c c. 1630 c. m.1569
Nicolau D.gos Glz, de Outeiro Meão, m. c. s/ tio Nicolau Velho,
Dias pais de Brás, 1635, af.º de Brás Reimão 1643, de Fr.co Fonseca Furtado
I
Isabel Tav.s, 1659, e Outros

Antónia Ferreira, mad. em 1574 e 1576, era fª de Inácia Velha, de Vilar. Maria, 1577, Simão e
Madalena, não eram casados, advertência que agradeço a Gautier Neto.
Simão Ferreira Velho será neto de Simão Ferreira, do Burgo, e de sua m.er Maria Velha, com
prazo de 1547 – Prazos, L.º 9, fls. 416 – vd CARTOGRAMA. MAPA II. Note-se ainda que, na
escritura de demarcação das terras do Salvador em 1496, consta orta de João Velho do
Burgo. João Velo do Burgo seria outro fº de Fernão Velho I, de Vilar, neto do outro João
Velho, de Vilar, e deve teria nascido Maria Velha, que nos vai aparecer cc Simão Ferreira,
moradores no Burgo.
Note-se que Inácia Varela teve filhos até 1573 e desde 1566 (senão antes), podendo ter
nascido por 1535 ou 1540, anos que convêm igualmente a Rodrigo Velho e a Simão Varela.
Quanto a Inácia Velha, de Vilar, será que a veremos recuar uma geração, colocando-a na
posição de mãe destes últimos e tronco dos Velhos-Reimões, de Vilar? No que respeita a
Inácia Velha, consta o amadrinhamento de um neófito da vila em 1566, mencionado
acima, por Inacia Velha, sem mais qualquer determinativo. A experiência nestes assuntos
leva a pensar que se trataria de outra que não Inácia Varela, pois desta se teria
mencionado o estado de casada ou o local de residência (a rua dos Currais). Assim, mais
me parece tratar-se, em 1566, de pessoa já de certa idade e bem conhecida, sendo
então de admitir, efectivamente, Inácia Velha, de Vilar (que Vilar é vila) e logo uns anos à
frente, viúva. Tal é o ponto quatro.

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Por fim, eis o GRUPO A, que iremos conhecer em CASAS DE RONDE, CASAL DE RONDE:

GRUPO A Ferreiras / Velhos Reimões


___________________________________________________________________________________________
Francisco Ferreira (Velho) João Ferreira (Velho) Isabel Ferreira (Velho) ~1550/60
c. 1584 c. c. c. c.c.
Guiomar da Costa Catarina da Conceição João Apariço
de Ronde do Casal de AnteRonde mor.s em Vilar
....................................._____________________............._________________ _________________
: : I I I I I I
P.e Fr.co Ferreira Simão Ferreira Velho Bento Maria Reimoa I N... Simão Dionizia Maria Reimoa II
iescrivão c.c Luzia Vieira Ferreira c. 1622 c. mad. Crisma Crisma + 1643
mor.s em Murça D.gos Juzarte de 1596 1596 c.c. D.gos Vaz
P.zo 1649 I em 1628 Luzia Simão
I Ferr.ª, da Praça
I pai do P.e Simão Ferrª
I + 1668
_______________________________ __________________________
António Bento Vieira Soares Maria João Luzia Filipe
1614 1625 1623 1625 1628 1631
Mor. da Casa Real af.ª de af.ª de Filipe Zuzarte de Azevedo
em 1646 Simão uma morador da Casa Real, 1646
Ferreira Velho cunhada
c.c.g. do mesmo Domingos Zuzarte
no CASAL DE RONDE

Entre os intituidores da Santa Casa em 1610, consta-se João Ferreira Velho (e não do nome Jerónimo)

Simão Ferreira Velho teria nascido por 1590, talvez um pouco antes que seu primo coirmão
e homónimo, Simão f.º de Isabel Ferreira de Vilar, no crisma em 1696, e teria casado antes
de 1615: Foram seus filhos em Murça: Francisco, b. em 1619 (do nome de seu presumível tio
avô, Francisco Ferreira (Velho) e af.º de Maria Teixeira, f.ª de Jorge de Pinho e de Brites
Aranha de Eiriz; João, 1624; Bento, 1625, (Bento Vieira Soares, no esquema acima, morador
da Casa Real em 1646243); e uma f.ª, 1632, cujo nome se omite. recedendo o mais velho
destes, conta-se António, n. na vila e não em Murça, b. em 9.11.1614, af.º de seu tio Bento
Ferreira, coisa que, a ser assim, desce provavelmente o ano de C. de Simão Ferreira Velho.
Por testamento – tendo seus filhos provavelmente falecido – passou a Quinta de Murça
(Ver em Os CARVALHOS, a propósito da Quinta de Murça ) a Manuel da Mota (seu genro?,
seu sobrinho?). Perecera Luzia Vieira aos 4.11.1683, v.ª do lugar de Mursa, com testamento
em que estipulava 3 of.ºs de 20 padres e esmolas as confrarias E mais legados conteudos
no dito test.º. Passou-se muito antes Simão frr.ª de Murça em 22 de 7 br. do anno assima
[1670); fes testam.to deixou per sua alma tres off. de v.te p.es: des missas rezadas a Nossa
S.ra outra esmollas e legados que do testamento constavão. Apenas falta ..., o próprio
testamento! Prosseguindo com o GRUPO A, Francisco Ferreira, “escrivão da mesa”, assina o
termo da Santa Casa e Confraria dos Santos Passos em 26 de Março de 1626244: Trata-se do
P.e Francisco Ferreira que entrara a 8 para irmão da Misericórdia, provavelmente sobrinho

243
Livros de Matrícula dos Moradores da Casa Real..., cit.
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de Francisco Ferreira, da QUINTA DE RONDE. Na mesma linha, está João Ferreira (Velho), pai
de Maria Reimoa I, do CASAL DE RONDE; e está Isabel Ferreira (Velho) m.er de João
Apariço, mor.s em Vilar, pais de Maria Reimoa II. Quem teria sido o progenitor desta
primeira linha de Ferreiras / Velhos Reimões? Cheguei a pensar propor Jorge Ferreira e sua
m.er, uma também Apariço, pais de Bernarda, 1566..., mas não se ajustavam aos Velhos
Reimões. Foi então que – muito depois de concluída a reconstituição penosa destes
Ferreira / Velhos Reimões – um feliz registo do Livro Antigo da vila (como o tenho
designado, livro que está na cúria de Lamego) acusou Francisco Ferreira pad. em 1576, f.º
de Inácia Velha de Vilar: Assim, temos estes Ferreiras / Velhos Reimões irmãos de Rodrigo
Velho e de Inácia e Simão Varela, do GRUPO C. É bem possível que Inácia Velha
[Reimão?], de Vilar, tenha sido casada com um Ferreira, pai então dos Ferreiras / Velhos
Reimões de Vilar. O GRUPO B é sem dúvida de Velhos Reimões, prováveis irmãos de
Sebastião Velho, nascido em 1573 de Rodrigo Velho e de sua m.er Catarina Dias e mor.s
em São Pedro, af.º de Jorge Barbosa [em Os BEÇAS, Os BARBOSAS] e de Catarina Antonia
m.er de João Lucas; por fim, Rodrigo Velho é f.º presumível de Inácia Velha [Reimão?] de
Vilar. O GRUPO C traz os filhos de Inácia Varela e os filhos e os netos de Sebastião Velho,
tudo como já exposto. Tal é o ponto cinco e assim chegamos ao sexto e último ponto:
Reimões do Porto e Reimões de Paiva (nomeadamente de São Martinho de Sabrosa) estão
inventariados no excelente ensaio de Armando de Jesus Marques, “Os Reimões do Porto e
de Riba Douro no séc. XVI” 245; Reimões, onde vão entroncar, aliás, os Vasconcelos Cirne
da Quinta de Terçoso, Arouca (a ver QUINTA DE TERÇOSO, CASAS DE SELA); alguns Reimões
continuam recenseados no concelho de Paiva, nomeadamente o Tab. João Reimão com
notas de 1626 e ainda de 1639246 (parente de Manuel Reimão, do Porto, “a quem [este]
deu o ofício de tabelião no concelho de Paiva”, em data anterior a 1609, como se lê no
testamento de 14 de Outubro247). Aquele estudo de Reimões inclui uma Reimoa casada
com um Fernão Tavares (uma vez mais, Reimões casados com Tavares!); ajunta, mais
acima, um Gonçalo Reimão com uma Isabel Velha, estes, pais de três sacerdotes,
ordenados dois em 1528 e o último em 1535, inculcando-se nascidos por 1500 ou pouco
depois, cabendo a seus pais então a geração de 1470. É possível que os padres Miguel,
Rafael e Gabriel – assim se chamavam os sacerdotes – tivessem tido irmãos e irmãs, e uma
pudesse ter casado com um Velho, de Arouca, avô dos Ferreiras Velhos, também Reimões,
do GRUPO A. Verdade é que se encontra no inestimável cartório do Mosteiro, um prazo de

244
SIMÕES JÚNIOR, notas esparsas, Colecção da “Associação da Defesa do Património Arouquense”, Arouca.
245
Os «Reimões» do Porto e Riba-Douro..., ob. cit., pp. 284-326.
246
Arquivo particular do Arq. Manuel Aranha Furtado de Mendonça, Porto.
247
Idem, p. 298.
118
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2 de Abril de 1527, feito a Fernão Velho de dous cazais citos em Villar248. Revela, o mesmo
emprazamento, que foi pai deste Fernão Velho, outro Fernão Velho, e foi seu tio, um
Gonçalo Velho, e foi seu avô, um João Velho que já detivera o prazo de Vilar: apelido,
pois, na vila de Arouca desde uma geração de 1440/50 ou mais antiga. Aquele Gonçalo
Reimão casado com Isabel Velha, supõe-se f.º – diz o cit. ensaio de Reimões – de Gonçalo
Reimão e de sua m.er Leonor Toscana (largamente referenciados no mesmo trabalho).
Olhando para o esquema do GRUPO C é impressionante ver quanto parecem falar
Gonçalo Reimão e Isabel Velha à ”nossa” Inácia Velha [Reimão?]..., em cuja estirpe, além
de tudo o mais, virá a emergir por três vezes o nome de Isabel... Todavia, também é
verdade que, o nome próprio Brás, destes de Arouca, recorda bem Brás Reimão, de um
outro ramo, tal como seu irmão Belchior Reimão (de novo os nomes de Belchior e Brás, nos
Reimões), que está relacionado com terras de Paiva vizinhas de Arouca – avô,
precisamente, de Brás Reimão de Vasconcelos, irmão do nosso Alexandre de Vasconcelos
Cirne. Foi a este Alexandre de Vasconcelos – “ao Senhor Alexandre de Vasconcelos,
sobrinho do dito meu marido” – que a viúva de Manuel Reimão, mor. Rua Nova, do Porto,
deixou em testamento de 12.02.1637, “o escritório que tem as armas dos Reimõis que tenho
nestas casas em que vivo” 249.

248
PRAZOS, livro 3, III, 1ª D, 13, 1, 127 (antigo n.º ordem 126), fl. 472.
249
Os Reimões do Porto e Riba-Douro ..., ob. cit., p. 302.
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Brasão de Reimões Um “escritório”: FERRÃO, Bernardo - Mobiliário Português,


Enciclopédia Verbo, entrada “Reimão” 1990, vol. IV, p. 40. Esteve exposto na “XVII Exposição Europeia de
Arte, Ciência e Cultura” e consta do respectivo catálogo com o n.º
61, p. 113.

Documentados, sim, apenas os Velhos, de Vilar: a partir de João Velho, pai de Fernão
Velho e de Gonçalo Velho e avô de outro Fernão Velho que recebeu a renovação do
prazo em 1527250, como notei. Deste apelido – além de algumas figuras antigas da cidade
do Porto e de outras em terras de Paiva (por exemplo, P.e Gonçalo Velho e seu sobrinho
Fernão Velho m 1506251), consta no cartório do Mosteiro de Arouca Gonçalo Velho criado
do Bispo de Lamego, em 1409252. São estes Velhos, muito provavelmente, o velhíssimo
tronco dos Ferreiras Velhos Reimões; dos Velhos Reimões; e dos Velhos Varelas: os grupos
acima ponderados em QUINTA DE RONDE, CASAL DE RONDE, como em Outeiro Meão de
Moldes e como no lugar de Vilar253 da vila de Arouca.
Confesso que a curiosidade pelos Reimões – Os VELHOS REIMÕES de Arouca – nasceu das
numerosas MARIA REIMOA, de Ronde e de Vilar, de I a VI, que agrupei no primeiro
esquema.

250
PRAZOS, livro 31, III, 1ª D, 13, 2, 22 (antigo n.º ordem 148), fl. 282v. SIMÕES JÚNIOR - Couto de Antuã e
Avança «Revista do Archivo do Distrito de Aveiro», vol XX (1954), p. 114, vem: Fernam Cerveira e sua m.er
Leonor Velha renunciavam em 1447 a uns “cazais em Avança” que foram de Leonor Velha e seu primeiro
marido Lourenço Martins. Do mesmo autor SIMÕES JÚNIOR - Mosteiro de Arouca, A Dona Abadessa
Donatária do Couto de Fráguas, «Revista Arquivo do Distrito de Aveiro», vol. XVII (1951), p. 295, nota-se:
Fernão Velho, escudeiro de D. Afonso V na batalha de Toro (1476) que recebera do monarca a jurisdição do
crime de Fráguas, mas que sendo do Mosteiro de Arouca, logo a abadessa contestou. E outros mais do apelido
Velho nas “Gavetas” do Mosteiro.
251
COSTA, História do Bispado e Cidade..., ob. cit, vol. II, p. 321.
252
AUC, MSMA, livro 1 de Colações, III, 1ª D, 14, 1, 13 (antigo n.º ordem 343), fl. 110.
253
Deles descendia Manuel Pereira Vilar, da CASA DA CAVADA DO ARIEIRO, f.º de MARIA REIMOA V, de
Vilar, e de seu marido Fr.co Pereira, o Novo, de Moção d´Além, mor. na Touta (sobrinho de Manuel Pereira
Burgos, do Moção e sr. da QUINTA DE ROMARIZ); neto de MARIA REIMOA IV, de Vilar; bisneto de Maria
Tavares, de Vilar, que fora f.ª de Antónia Velha e de seu marido João Tavares: A permanência em Vilar é mais
um facto que aproxima Antónia Velha de Isabel Ferreira (Velho), de Vilar.
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Os VIEIRAS, de Santa Eulália


Os VIEIRAS, da Lapa

Os VIEIRAS, da Lapa – embora neles o apelido Teixeira não se mostre com clareza suficiente
– parecem provir de António Vieira da Lapa e de Francisco Vieira da Lapa. Ambos filhos ou
sobrinhos de Catarina Vieira [Teixeira] ou de qualquer outra personagem apresentada nos
VIEIRAS TEIXEIRAS. Efectivamente, os registos guardam notícia de um grupo de Vieiras
radicados na Lapa – mor.s na Lapa; na Lapa ao cimo desta vila; na Lapa de São Pedro –
parecendo provir de um António Vieira mor. na Lapa ou de um Francisco Vieira também
mor. na Lapa ou ainda de uma Maria Vieira, da Cabreira (vizinha da mesma Lapa). Logo
se pergunta se dos mesmos Vieiras Teixeiras se trataria, embora não se veja na
descendência de qualquer um deles a adopção do apelido Teixeira, apelido largamente
documentado nos Vieiras. Também o estatuto social dos mor.s na Lapa teria sido um
pouco inferior, o que lhes acarretaria um certo déficit de referências. Todavia, o nome
André anda por lá: nome do bem conhecido homem nobre André Fernandes, marido de
Catarina Vieira, da Cavada ou Barroca de Roças. E também parece que o nome do
Apóstolo fora monopolizado por uma só família na Arouca das primeiras décadas de
quinhentos!
Aconteceu que André Fernandes e sua irmã Catarina Vieira filhos de André Fernandes, da
Barroca de Roças se deslocaram expressamente em 1574 a apadrinar António, f.º de Maria
Vieira, da Cabreira: Tal registo aproxima, particularmente, Maria Vieira, da Cabreira, dos de
Catarina Vieira, de Roças.
No que concerne aos Andrés, além de André Fernandes e de seu f.º André Fernandes
Teixeira – o que foi a juiz de fora em Ovar – além, ainda, de André Teixeira de Murça –
provável f.º de Isabel Vieira de Jugueiros e de seu marido Inácio Pinto de Carvalho – conta-
se André Vieira da vila, padrinho de Francisco, 1581, f.º de Francisco Vieira da Lapa, bem
como padrinho em numerosas ocasiões desde 1618 a 1634 e num destes próprios
apadrinhamentos se regista todos dos Currais. Acresce que instalados António e Francisco
na Lapa: os seus e outros nomes da estirpe multiplicam-se nas gerações posteriores. É assim
que iremos colher mais destes chamamentos e também os de Catarina, Filipa e Isabel,
cabendo todos na geração que teria nascido por 1570/80.
Em Santa Eulália contaremos André Teixeira a casar-se com Maria Barbosa, e depois esta,
já viúva, a casar-se com Francisco Vieira. Na vila, o acima referido André Vieira, na pia de
baptismo de numerosas crianças. Ainda na vila, António Vieira c.c. Helena Francisca, mor.s
na Lapa, e António Vieira c.c. Guiomar Barbosa, mor.s na Lapa; Francisco Vieira c.c. Maria

121
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Aranha, mor.s na Lapa, e Francisco Vieira, da Lapa, c.c. Maria Aranha... Ainda, uma
Francisca Barbosa, viúva, da Lapa, falecida em 1620, tendo sido testamenteiro seu genro
Francisco Vieira. Um emaranhado que não vai ser possível desvencilhar por completo ou
arrumar em definitivo, colmatando todas as incertezas. Mas alguma coisa se haverá de
aclarar.
Comecemos por André Teixeira respigando o que se puder dos estafados livros de Santa
Eulália. Casa-se com Maria Barbosa em 1603, mês de Setembro, dia 7, e moram em Murça,
mas logo se fina no ano seguinte, precisamente em Setembro de 1604; em 1607, Maria
Barbosa viúva (provavelmente a mesma), está a casar com Francisco Vieira de Murça e
deles nasce António, 1608. É de supo-los, André Teixeira e Francisco Vieira, irmãos: Este –
Francisco Vieira – a matrimoniar-se com a viúva daquele – André Teixeira – que teria vindo
casar a Murça mas que logo faleceu. Entre os filhos de Isabel Vieira de Jugueiros e de seu
marido Inácio Pinto de Carvalho – que seguem os apelidos maternos, ora Vieira, ora
Teixeira, e não o dos Pintos de Carvalho: talvez por Inácio ter falecido cedo (efectivamente
em 1601), deixado a crianças muito pequenas – contar-se-íam o André Teixeira e o
Francisco Vieira, embora não constem nos apadrinhamentos dos de Jugueiros.
Encontramos, sim – terá sido o primogénito – João de Jugueiros, do nome do avô paterno
João Roiz Carvalho, pad. em 1602 e 1604 (o futuro João Teixeira do Burgo: como se
depreende do baptismo aos 28.02.1628, de sua f.ª Isabel (depois, Isabel Teixeira, avó do
Manuel José Teixeira, da Casa do Burgo), af.ª de seus irmãos [irmãos dele, João Teixeira]
Diogo e Catarina mor.s em Jugueiros); encontramos também, o secundogénito, André, do
nome do avô mat., André Fernandes; segue-se Diogo de Jugueiros, do nome de seu tio
Diogo Pinto de Carvalho, pad. em 1602 e 1606, ou Diogo Teixeira, pad. em 1623 (e 1628, cf.
acima, com sua irmã Catarina); vêm depois, António e Catarina solteiros em 1618(?);
eventualmente, Inácio Vieira de Jugueiros a falecer em 1654 tendo apadrinhado em 1623
e 1624; e, por fim, Maria Vieira a casar aos 24.01.1620 com Manuel João, de Crasto, pais de
Gonçalo, 1624, familiar do Santo Ofício mais tarde, quando aclara os pais e avós acima
(Estes serão o tronco dos Teixeiras de Vinhas, e depois de muitas outras casas).

O que pode traduzir-se pelo esquema:

122
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Isabel Vieira c.c. Inácio Pinto de Carvalho, este + 1601, mor.s em Jugueiros
______________________________________________________________________________________________________
I : : I I I I I
João Teix. André´Teix. c. 1603 c. M.ª Barbosa c.1607c. Fr.co Vieira G.º Teix. Diogo Teix. An.to e Cat.na Maria Vieira
de + 1604 de Murça de Sá p. 1602/6/23 solt.s 1618(?) c. 1620 c.
Jugueiros moradores em Murça I M.el João
p. 1602/4; António, 1608 de Crasto
do Burgo, 1620

Passando aos registos da vila de Arouca ... António Vieira, mor. na Lapa, encontrava-se
casado com Helena Francisca e, posteriormente, também casado com Guiomar Barbosa.
Logo se suspeita de dois matrimónios do mesmo António Vieira. Efectivamente, em 1581,
acha-se Angela f.ª de António Vieira da Lapa e de sua segunda m.er. Também se vê
António Vieira e sua irmã Angela Brás, pad.s no mesmo de 1581 (sem referência à Lapa,
mas sim), filhos de João Anes da Lavandeira: De um outro António Vieira se trataria, f.º de
uma Vieira, m.er daquele João Anes, da Lavandeira da geração de 1510/20.
O esquema segura os achados:

N... Vieira c.c. João Anes


da Lavandeira
___________________
Helena Francisca c. ~1570 c. António Vieira c. 1576? c. Guiomar Barbosa António Angela
mor.s na Lapa Vieira Brás
1.º X 2.º X
pad.s em 1581
________________ ______________________ (Estes, da Lavandeira, poderão
Pedro Francisco Maria Filipa Angela ter sido tronco dos Vieiras da Lavan-
1572 1574 1577 1579 1581 deira, do P.e Simão Gonçalves de S.José
af.º de CASAS DE RONDE, QUINTA DE RONDE)
M.ª Vieira

Do 1.º casamento nasceram Pedro, 1572, e Francisco, 1574, este af.º de Maria Vieira; do 2.º
casamento vieram Maria, 1577, Filipa, 1579, af.ª de Maria Teixeira f.ª de Gonçalo Teixeira
nos Currais (G.º Teixeira, escudeiro-fidalgo, c.c. Filipa Vieira, e a falecer pouco depois, por
1580), e Angela, 1581, f.ª de António Vieira da Lapa e de sua segunda m.er., como já
vimos. António Vieira apadrinhava ainda em 1604. Casou-se, pois, António Vieira, por duas
vezes, da primeira com Helena Francisca, lá por 1570, e de seguida, talvez em 1576, com
Guiomar Barbosa, sempre morador (note-se: não natural) na Lapa ou Lapa de São Pedro. É
de sublinhar a identidade e o nome da madrinha de Filipa, 1579 – Maria Teixeira da rua dos
Currais, irmã de Luís Teixeira, filhos de Gonçalo Teixeira e de sua m.er Filipa Vieira.
Na mesma Lapa moravam Francisco Vieira e sua m.er Maria Aranha (f.ª de Isabel Nunes da
Mourisca254), pais de Francisco, 1581, af.º de André Vieira (a interrogar adiante); Francisco,
1613(?), f.º de Francisco Vieira e de sua m.er da Lapa, af.º de Angela Vieira irmã do dito

254
Em 1582, na qualidade de mad. na VILA, volta a aparecer Maria Aranha f.ª de Isabel Nunes: o que é estranho,
pois era já casada e mãe de Francisco, 1581.
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Francisco; e Francisco, mor. na Lapa, a casar na vila em 1628 com Maria Aranha f.ª que
ficou do P.e João Nunes. Parece querer dizer: Francisco Vieira (Francisco Vieira II) casado
com outra Maria Aranha, em 1628, sendo esta f.ª do P.e João Nunes e ele talvez f.º de
Francisco Vieira I e de sua m.er Maria Aranh -a, casado assim, ele Francisco II, com uma
sobrinha de sua mãe.
André Vieira, o mais antigo deste nome, seria irmão de Catarina, Beatriz e Milícia, filhos do
tabelião Lopo Rodrigues e de sua m.er Beatriz ou Milicia Vieira – matrimónio revelado por
meu amigo António Taveira.

Antecipo o esquema seguinte, já um pouco interpretativo:

Isabel Nunes da Mourisca (a voltar a ver CASAS DE RONDE


IIA introdução aos Aranha, de Arouca)
………………………………………………………
I :
Fr.co Vieira I c.c. M.ª Aranha P.e João Nunes
mor.s na Lapa da vila
________________________________ I
I I I
Angela M.ª Barbosa c. c. Francisco Vieira II c. 1628 c. Maria Aranha
Vieira v.ª, 1601 b. 1581 I
mad. + 1627, vª de Murça mor. na Lapa I
de Fr.co I af.º de André Vieira I
_________________________ __________________
M.ª Barbosa Fr.co Bento Maria
c. 1635 c. 1613(?) 1633 1636
D.gos Lopes af.º de af.ª de Filipa Vieira
f.º de Diogo Lopes (sua tia) mor. na rua dos currais
e M.ª Gomes Angela Vieira

Reconheçamos: Primeiro, que Francisco, 1613(?), f.º de Francisco Vieira da Lapa e de sua
m.er não podia ter sido f.º de Francisco Vieira I que já tinha o seu Francisco, 1581; segundo,
Francisco Vieira II em 1628 contaria 47 anos, não custando admitir que faria, então, o seu
2.º casamento e, assim, Francisco, 1613(?), teria vindo de um 1.º matrimónio do mesmo
Francisco Vieira II (Sabe-se, precisamente, de Maria Barbosa c.c. Francisco Vieira, pais de
outra Maria Barbosa casada em 1635). Se assim foi, Angela Vieira irmã do dito Francisco
Vieira era irmã de Francisco Vieira II, f.ª, muito provavelmente, de Francisco Vieira I e de
sua m.er Maria Aranha, mor.s na Lapa. Ainda, se assim, mostra-se que Francisco Vieira I
teve uma f.ª Angela Vieira e que António Vieira (do esquema anterior) teve também, em
1581, uma f.ª do nome: o que mais aproxima, além da morada na Lapa, os dois Vieiras que
encabeçam cada um dos esquemas, António e Francisco I.

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Poderá colocar-se a hipótese de Francisco Vieira I coincidir com o Francisco, 1574, f.º de
António Vieira? Obviamente, não há lugar para qualquer geração intermédia, ou seja,
António Vieira e Francisco Vieira tiveram filhos nos mesmos anos.
Alinhados António Vieira e Francisco Vieira I, mor.s na Lapa, falta localizá-los quanto ao
nascimento – que seria na geração de 1540/50 – e falta saber quem foram os
progenitores.
A terminar o que oferecem os dois esquemas, basta recordar Bento, 1633, e Maria, 1636,
filhos de Francisco Vieira II; a última, af.ª de Filipa Vieira dos Currais: possivelmente a Filipa,
1579, f.ª de António Vieira e af.ª dos Teixeiras da dita rua dos Currais.
António Vieira e Francisco Vieira (É de supor, que os da Lapa) figuram entre os instituidores
da Santa Casa da Misericórdia em 1610.
Também desta vila ou dos Currais, encontra-se o já mencionado André Vieira, pad. de
Francisco, 1581, acima; entra na Santa Casa em 1616; e está presente em numerosos
outros apadrinhamentos na vila desde 1618 a 1634: Não aparece com m.er, nem filhos se
lhe conhecem. Escapa-nos! Nem a identidade das crianças apadrinhadas, nem as
madrinhas das mesmas que o acompanham, revelam muito. São todos da principalidade
da vila, e se alguma coisa há a notar será a ligeira eleição dos Furtados e dos Almeidas,
quiçá dos Escobares: Em 1618, Clemência, f.ª de Jerónimo Teixeira e Maria de Azevedo, de
SÃO PEDRO, na companhia de D. Maria, f.ª de Francisco Teles; 1624, uma f.ª de Bernardo
de Almeida e neta de Luiza de Almeida, na companhia de Antónia Descobar, m.er de
João Gomes; 1626, um f.º de Aires da Fonseca do BOCO e de Maria Tavares, na
companhia de Isabel de Aguiar, f.ª de Inácio Tavares; 1627, uma f.ª do licenciado Bernardo
Pereira e Ana de Almeida, na companhia de Apolónia (Furtada), f.ª de Joana de Almeida
(e de António Francisco), todos moradores na rua dos Currais; 1634, um f.º de Sebastião da
Fonseca e Maria Lobata de Vasconcelos, com Maria de Almeida, sobrinha de Sebastião
Coelho (Estes dois últimos, aliás, os únicos que não identifico). No mesmo ano de 1634
falece na rua dos Currais onde morava. Os mencionados Currais poderão aproximá-los dos
Teixeiras. Desconheço, porém, qualquer André na descendência de Gonçalo Teixeira;
nem, tão pouco, na descendência de Beatriz Vieira.
Mais um André, apenas conheço – além dos já mencionados Vieiras Teixeiras – o deste
nome, b. em 1588 e crismado em 1596, f.º de Francisco de Brito: figurável no esquema infra:

125
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N ... Vieira
c.c.
João Anes
da Lavandeira
I
Angela c.c. António de Brito Francisco de Brito (Ver OS BRITOS)
Brás “de Lamego” mor. na Lavandeira
m. 1581 p. 1587
inst. Santa Casa, 1610
P.zo 1625
___________
I I
André Angela
1588 1637 c.c
Cirsma An.to Brandão
1596

Tal André, 1588, teria 28 anos em 1616 e 46 em 1634; mas toda a gente entende que não
há-de ser o André Vieira, pad. de Francisco Vieira, da Lapa, em 1581!
Então? Mais um Vieira da 2.ª geração dos do quadro, abaixo? Sobrinho de André
Fernandes? Primo coirmão de André Fernandes Teixeira?
No que respeita a Maria Vieira (mad. de Francisco, 1574) talvez coincida com a deste
nome casada na Cabreira, vizinha da Lapa, com Pedro Fernandes onde tiveram filhos e as
datas dos respectivos baptismos convidam a alinhar, também esta Vieira, com António
Vieira e Francisco Vieira I, da Lapa.

Olhemos…

Maria Vieira c.c. Pedro Fernandes, da Cabreira:


______________________________________________________
: I I
Brás Fernandes António Isabel
da Cabreira, 1574 1576
azamel, + 1632 af.º de André Fz e de v.ª da Cabreira em 1635
c.c. Cat.na Vieira, filhos de
Joana Dias André Fz, da Barroca de Roças
irmã de G.º Teix.ra
mor.s na Cabreira
________________________________________
I I I I
M.ª Vieira Isabel Vieira Luzia Leonor
c. 1633 c. mad. 1628/34/36 1614 m. 1626
Brás Coelho af.ª de Francisco Vieira
mor.s na Cabreira
________________________________________________________________
I I I I I
An.to cc Bernarda de Pinho Fr.co Antónia Joana Manuel
1634 1636 1640 1645 1649
af.º de af.º de
Grácia Isabel Vieira,
Vieira f.ª que ficou de
(m.er do licenciado An.to Moreira) Brás Fernandes

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Como particularidades mais interessantes destaco André Fernandes e Catarina Vieira filhos
de André Fernandes da Barroca de Roças – abaixo –, a caminho de apadrinhar António,
1574, o que aproxima esta Maria Vieira dos Vieiras Teixeiras, da Cavada de Roças; Luzia,
1613(?), af.ª de Francisco Vieira – provavelmente, Francisco Vieira II, da Lapa. Igualmente
curioso, o dizer-se Joana Dias (m.er de Brás Fernandes) irmã de Gonçalo Teixeira – sem
dúvida, Gonçalo Teixeira (da Porta) que se mostra deste modo expressamente inserido nos
Dias de Eiriz (a 1.ª m.er de Gonçalo Teixeira de Eiriz foi Leonor Dias) e o que explica a
presença de Brás Coelho na partilha do velho prazo em 1650 – Casal deiris do prazo de
Gonçalo Teixeira E de Maria e Luzia filhas que forão de João Brás.
Finalmente, estamos habilitados a alinhar os Vieiras que teriam pertencido às gerações de
1510/20 e de 1540/50: Além dos nossos conhecidos Catarina Vieira casada com André
Fernandes da Cavada de Roças, e seus filhos, André Fernandes Teixeira, Gonçalo Teixeira e
Catarina Vieira e, por certo, Isabel Vieira de Jugueiros (avó mat. comprovada do capitão
Gonçalo Teixeira....), e por fim os da Lavandeira e também os que moravam na Lapa:

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.............................................................................______________________________________________________................................................
Catarina Vieira Gonçalo Teixeira, escudeiro-fidalgo Brites Vieira N... Vieira
c.c. André Fz, da _______________ I c.c. João Anes
Barroca ou Cavada de Roças I I QUINTA DE SÃO PEDRO da Lavandeira
I Luís Teixeira Maria Teix. I
___________________________________ .............................................................. _________
I I I I I I I : :
André Fz G.º Teix. Cat.na Vieira Isabel Vieira An.to Vieira Fr.co Vieira M.ª Vieira An.to Angela
I I I c.c. mor. na Lapa da Lapa c.c. Vieira Brás
I CASA CASA Inácio Pinto de Carvalho c. c. M.ª Aranha P.º Fz pp. 1581
I DE EIRIZ DE SELA I 1.º x 2.º x I I
I _____________________________________________________ _________ ________________ _________________ ___________________
João João André Fr.co Gonçalo Diogo An.to e Cat.na M.ª Vieira Pedro Fr.co Maria Filipa Angela Maria Angela Fr.co Brás An.to Isabel
de 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19
Pinho
Teix.
mor. em Vagos
CBA 1648
1. João, de Jugueiros, depois, do Burgo NOME DO AVÔ PATERNO
2. André Teixeira, de Murça NOME DO AVÔ MATERNO
3. Francisco Vieira, de Murça NOME DE FR.CO VIEIRA, DA LAPA
4. Gonçalo Teixeira, de Sá NOME DA ESTIRPE
5. Diogo Teixeira, de Jugueiros NOME DOS PINTOS DE CARVALHO
6 e 7. António e Catarina, de Jugueiros, solteiros em 1618(?); pad.s 1623
NOME DE AN.TO VIEIRA, DA LAPA, E NOME DA ESTIRPE
8. Maria Vieira c. 1620 c. M.el João, do Crasto, pais do capitão G.º Teix. e muita outra geração,
incluindo os Teixeiras de Vinhas
9. Pedro NOME ESTRANHO À ESTIRPE; HOMENAGEM A PEDRO FZ, DA CABREIRA?
10. Fr.co af.º DE MARIA VIEIRA
11. Maria
12. Filipa af.ª DE MARIA TEIXEIRA, f.ª DE GONÇALO TEIXEIRA, DOS CURRAIS
13. Angela NOME DOS VIEIRAS DA LAVANDEIARA
14. Maria
15. Angela
16. Fr.co
af.º DE ANDRÉ VIEIRA
o dos Currais

17. Brás, com filhos do apelido Vieira (Ver o esquema anterior)


18. António af.º DE ANDRÉ FZ E CATARINA VIEIRA, FILHOS DE ANDRÉ FZ, DA BARROCA DE ROÇAS
19. Isabell NOME DE ISABEL VIEIRA, DE JUGUEIROS

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Os VIEIRAS TEIXEIRAS

Do apelido Teixeira, as duas primeiras personagens em Arouca são o Tab. do julgado por
nomeação régia mediante proposta da abadessa, e a própria abadessa do Mosteiro:
Gonçalo Teixeira I e Dona Catarina Teixeira (a ver, e todos os demais, CASA DA PORTA,
introdução aos Teixeira, de Arouca). Ele, exerce funções em 1450; ela, preside ao convento
por largos anos (não seguidos por força das perturbações dos tempos) e perece na
viragem para o quinhentos.
O mesmo apelido prossegue com Gonçalo Teixeira II, nat. de Arouca, com o prazo de
Valsasna em 1485, escudeiro e ouvidor antes de nomeado por D. João II Tab. em 1494;
Gonçalo Teixeira III, dito d´Álém Douro em 1511 e Sebastião Teixeira, tabelião do público e
judicial em 1525. Este último terá sido o pai dos Vieiras Teixeiras de Arouca – e avô de outro
Sebastião Teixeira, de São Pedro (a ver QUINTA DE SÃO PEDRO) – f.º de Beatriz Vieira, irmã
do escudeiro-fidalgo Gonçalo Teixeira V: Outro homónimo, Gonçalo Teixeira IV, mor. na vila
e nomeado Tab. por D. João III, sucede a seu pai o Tab. Lopo Rodrigues, tendo por
escrivão e ajudante Gaspar Teixeira que era irmão do escudeiro-fidalgo Gonçalo Teixeira V
e de Beatriz Vieira. Dos Vieiras (ou Vieiras Teixeiras), além de Beatriz, perpassam Catarina
Vieira e Milícia Vieira. A primeira, m.er de André Fernandes – homem de calidade e q.
sempre viveo a lei de homem nobre – foi mãe de André Fernandes Teixeira, juiz de fora em
Ovar; de Gonçalo Teixeira VI, mor. em Eiriz; de Catarina Vieira, de Sela (ver QUINTA DE
TERÇOSO CASAS DE SELA; ascendente, também, da CASA GRANDE DOS MALAFAIAS); e de
Isabel Vieira casada em Jugueiros com Inácio Pinto de Carvalho, primo coirmão do P.e
João Pinto que fez a capela de Santo António (ver Os Carvalhos e Os Pintos; ver
igualmente QUINTA DO BOCO). A segunda, Milícia Vieira, casou-se nos Escobares (a ver
QUINTA DE MINHÃOS, introdução aos Escobar de Barros; igualmente QUINTA DO BOCO e
QUINTA DE ROMARIZ). Gonçalo Teixeira VI, de Eiriz (a ver continuado em CASA DE EIRIZ), foi
o progenitor de Gonçalo Teixeira VII, da Casa da Porta, a desenvolver em CASA DA PORTA
introdução aos Teixeira de Arouca e a mostrar todos, desde já, no esquema simplificado
seguinte:

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Dona Catarina Teixeira Gonçalo Teix.ra I


Tab. Arouca
referido em 1450

Gonçalo Teix.ra II
P.zo 1485
escudeiro e ouvidor
Tab. Arouca, 1496

……………………………………………………………….
Lopo Roiz cc Milícia V.ra Gº Teixeira Seb. Teix.ra
Tab. Arouca Tab. Em 1527 Tab. em Arouca
a. 1516 referido em 1525
I ................................................................................................................................................
Gonçalo Teix.ra IV Gaspar Beatriz Gonçalo Catarina Milícia N... Vieira
Tab. Arouca Teix.ra Vieira Teix.ra V Vieira Vieira da Lavandeira
por D. João III escrivão da R. Currais Esc.º fid.º de Roças da vila de quem parecem provir
c.c. c.c. G.º Fz c.c. c.c. c.c. os Vieiras, da Lapa e da Cabreira
Helena Mendes Filipa Vieira André Frz Henrique
de Abreu I I I Descobar, Q.TA DE ROMARIZ
I I I ______________________________________________
c.g. Seb. Teix.ra Luís Teix.ra André Gonçalo Cat.na Isabel
c.c. M.ª Henriques inst. da Frz Teixeira VI Vieira Vieira
QUINTA DE Misórdia Teix.ra CASA DE SELA c.c.
SÃO PEDRO cc Ana juiz EIRIZ TERÇOSO Inácio
de Azevedo em I MALAFAIAS Pinto de Carvº
c.g. Ovar Gonçalo mor.s Jugueiros
Teixeira VII c.g.
CASA DA PORTA

Gonçalo Teixeira V poderá coincidir com Gonçalo Teixeira IV, ou seja, o escudeiro fidalgo
com o tabeião por D. João III, filho do também tabelião e escudeiro, Lopo Rodrigues tido em
sua m.er Briolanja ou Milícia Vieira – vd António Taveira, Forum do GeneAll, Teles de Meneses ,
pais também de todos os outros do mesmo rol.
O pai desta linha, poderá ter sido Sebastião Teixeira ou um outro Gonçalo Teixeira – que
agora se encontra – ou o próprio Lopo Rodrigues, documentado progenitor de Gonçalo
Teixeira, tabelião por D. João III.

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A noite encobre. Se contundem águas

no pino do verão que tempestua,

o estrépito crepita. Quase racha

o tambor da floresta sob a chuva.

O verde sacudido cheira a plantas.

Ao arranque da terra enquanto enxurra

e à sôfrega valeta de borbotões que traga

e se estrangula.

O fenómeno cumpre. Desencanta

o granítico ponto de alavanca

de onde o espanto atinge a sua altura.

Fernando Echevarría - GEÓRGICAS. Ed. Afrontamento, 1998, p. 128

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NOMES E SOBRENOMES

Aos Gonçalos seguir-se-ão os Jacintos. É que morrera o quinhentos. Decorridos que foram
os últimos 100 anos: o Mosteiro renascera e revia-se na figura emblemática da nova
abadessa, Milícia de Melo, sobrinha-neta, suponho, de Dona Catarina Teixeira, velha de um
outro tempo. Reafirmara-se, reivindicara as graças régias; obtivera os padroados das igrejas
do termo; distribuíra senhorios úteis; arroteara terras; multiplicara os réditos.

A estrutura dominial estava montada.

Mas a decrépita fábrica do Mosteiro em ruínas e a sua Rainha por canonizar irão ser duas
empresas para outros 200 anos. Farão o Mosteiro e farão a Santa. Culminarão no estralejar
festivo dos foguetes num céu de todas as cores. Depois, os morteiros de Fim da Festa e um
cheiro bom a queimado...

Por fim, o último morteiro: O rebentamento não se ouviu.

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Luís Amorim de Sousa,


MERA DISTÂNCIA [poemas escolhidos], Artefacto, 2015

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