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ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS

- ENQUADRAMENTO FISCAL
O Dec-Lei 36-A 2011, além de outras coisas aprova,
no anexo II, O regime da normalização contabilística
para as entidades do sector não lucrativo (ESNL).
O Artigo 5.º  define as Entidades do Sector não
Lucrativo, dizendo que são as que desenvolvam a
título principal uma actividade sem fins lucrativos e
que não possam distribuir aos seus membros ou
contribuintes qualquer ganho económico ou
financeiro directo, designadamente associações,
fundações e pessoas colectivas públicas de tipo
associativo.
Exceptuam-se do disposto no número anterior as
cooperativas e as entidades que apliquem as
normas internacionais de contabilidade nos termos
do artigo 6.º
Assim todas as Associações, culturais, desportivas e
recreativas, IPSS, etc. ficam enquadradas neste
novo regime que aplica a todas elas novas normas
contabilísticas.
De referir que a maioria das nossas Associações e
Torres Vedras tem muitas felizmente, não estavam
até agora obrigadas a qualquer regime de
contabilidade ou de apresentação de contas, o que a
partir de Janeiro do próximo ano deixa de ser
verdade.
Assim, neste artigo que pela sua extensão será
publicado em mais que uma vez iremos analisar de
uma forma, ainda que resumida, as novas
obrigações e as alterações em relação ás
obrigações actuais.
Primeira ideia a reter – Todas as Entidades do
Sector não Lucrativo são obrigadas a partir de
Janeiro de2012 ater um sistema de contabilidade.
Algumas delas, um sistema dito organizado,
respeitando um código de contas e um Norma
especifica outras, um regime mais simplificado mas
mesmo assim, com mapas obrigatórios.
Assim, alem do Dec-lei acima referido foi também
publicado o Aviso 6726-B/2011 onde podemos ver
todas as regras e normas aplicadas a este sector de
actividade.
As entidades que tenham vendas e outros
rendimentos que excedam  150 000€ ficam
obrigadas a elaborar os seus registos contabilísticos
através das normas e regras do “Regime da
normalização contabilística para entidades do sector
não lucrativo” publicado como anexo II do Aviso
6726-B.
Convêm reter que se trata apenas de obrigações
contabilísticas, nada tendo a ver com
enquadramentos em regimes de Iva ou outros.
Iremos, ao longo dos diversos artigos a publicar, dar 
informações indispensáveis para uma  correcta
noção do enquadramento de cada entidade, não
dispensando no entanto a leitura atenta da
legislação referida, a ajuda de técnicos
especializados ou outra.
Poderão ainda consultar e recolher os documentos
referidos e outros, no meu site
https://mrrespostas.wordpress.com/ na secção de
Associações.
(CONTINUA)
ENTIDADES DO SECTOR NÃO LUCRATIVO II
Na sequencia do artigo anterior sobre este tema
publicado neste Jornal, há que referir que as ESNL
(Entidades do Sector não Lucrativo) que ultrapassem
os limites estabelecidos no artº 10º do Dec.Lei 36-
A/2011 são obrigados a elaborar a sua contabilidade
segundo as regras do “Regime da normalização
contabilística para entidades do sector não lucrativo”
publicado como anexo II do Aviso 6726-B.
E a apresentar as seguintes Demonstrações
Financeiras:
Balanço, Demonstração dos Resultados por
Naturezas ou por Funções, Demonstração dos
Fluxos de Caixa e Anexo.
Devem ainda, apresentar mapas de alterações nos
fundos patrimoniais por opção ou por exigência de
entidades públicas financiadoras.
Como tal terão necessidade de recorrer aos serviços
de um Técnico Oficial de Contas, pessoa habilitada
para a elaboração da contabilidade segundo estas
regras.
As entidades  que não atinjam os valores referidos
neste Dec. Lei, isto é as que não tenham vendas
e/ou outros rendimentos que excedam  150 000€ por
ano, ficam obrigadas à apresentação de contas em
regime de caixa  e  divulgam a seguinte informação
(entenda-se mapas):
Pagamentos e Recebimentos, Património Fixo,
Direitos e Compromissos Futuros.
Esta é uma situação totalmente nova. Enquanto  as
entidades que já excediam estes valores, segundo o
anterior regime já eram obrigadas a ter
contabilidade, as que não atingiam elaboravam a
sua contabilidade como bem entendiam, não
havendo qualquer obrigatoriedade, o que agora não
acontece. Mesmo as que já apresentavam um mapa
de receitas e despesas raramente apresentavam o
mapa de Património e o de Direitos e Compromissos
Futuros.
Voltaremos a este tema num outro artigo dando
informações de como fazer. Por agora e voltando
para as que são obrigadas a cumprir o novo regime
contabilístico, convém referir que deixaram de existir
os Planos Sectoriais tal como o das IPSS
Alerto para o facto de na elaboração do novo Plano
de Contas com base no Código de Contas agora
publicado, muito embora a Seg. Social, segundo
julgo saber, ainda não se tenha pronunciado sobre
isso, haver necessidade de contemplar uma classe 9
semelhante ao POC para as IPSS a fim de poder dar
resposta aos respectivos Mapas.
Poderão consultar artigos e mapas em:
https://mrrespostas.wordpress.com/ na secção de
Associações.
ENTIDADES DO SECTOR NÃO LUCRATIVO III
Retomamos neste artigo a temática das novas
regras contabilísticas para as ESNL em especial as
que até a momento não tinham qualquer
obrigatoriedade imposta, isto é as que não atingem
um volume de vendas ou outros rendimentos
superior a 150.000€ por ano.
Assim estas entidades, cuja definição foi feita na
nossa primeira publicação e se encontra plasmada
no artº5º do Dec.Lei 36-A/2011, ficam obrigadas,
qualquer que seja o seu volume de vendas ou outros
rendimentos a apresentar, pelo menos 3 mapas:
Pagamentos e Recebimentos (elaborado segundo o
regime de caixa), Património Fixo, Direitos e
Compromissos Futuros.
Comecemos por explicar o que se entende por
regime de caixa; obriga a registar os documentos
quando são pagos ou recebidos. Por exemplo uma
Associação compra mercadorias em Julho para o
seu bar, essa factura é paga em Agosto.
O registo desta operação é feito na contabilidade,
em regime de caixa no mês de Agosto e nãoem
Julho. Sea factura for de Dez de 2011 e paga em
Janeiro de 2012, entra no mapa de Recebimentos e
Pagamentos do ano de 2012.
Mapa de Património Fixo, é uma relação dos
Equipamentos, Máquinas e Edifícios que a entidade
possui e as quais não se destinam a venda .
Direitos e Compromissos Futuros – É um mapa
elaborado no final de cada ano de todos os
documentos ou mesmo sem documento.  
Direitos que a entidade tem a receber ou
Compromissos que tem a pagar, mas que ainda não
estão pagas.
Era neste Mapa que iria ser registada a factura de
Dezembro, referida no exemplo anterior, que apenas
foi paga em Janeiro, prestações de um empréstimo,
vencimentos etc.
De recordar que as Entidades do Sector não
Lucrativo podem estar isentas de IRC ao abrigo do
Artº 10º e 11º do Código. Existe ainda uma isenção
para valores inferiores a 7.481,97 € prevista no Artº
54º do Estatuto dos Benefícios Fiscais.
Pode ainda existir sujeição, com eventual isenção ao
nível do IVA.
Dada a responsabilidade atribuída pessoalmente
aos Directores deste tipo de entidades convêm que
cada um analise o verdadeiro enquadramento da
entidade em que é Director no sentido de poder
estar “descansado” cumprindo todas as obrigações
fiscais e contabilísticas.

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