CONTABILIDADE EM EXERCÍCIOS

Balanço Patrimonial
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BALANÇO PATRIMONIAL

O balanço patrimonial é o principal demonstrativo contábil e é o mais cobrado em provas.

O foco desse bolo é a banca CESPE e os concursos da Polícia Federal, principalmente
agente e escrivão, mas também perito criminal.
Alguns pontos do balanço patrimonial serão explicados aqui e detalhados na teoria de
assuntos posteriores.

1. (CESPE/ANALISTA GRS/CIÊNCIAS CONTÁBEIS/SLU-DF/2019) No balanço patrimo-

nial de uma companhia aberta, os saldos credores e devedores devem ser apresen-
tados em contas separadas, mesmo aqueles que a legislação autoriza a companhia a
compensar.

COMENTÁRIO
Companhia aberta = sociedade anônima com capital aberto, que negocia suas ações em
bolsa de valores.
No balanço patrimonial, temos do lado esquerdo o ativo (contas devedoras) e do lado direi-
to o passivo (IPL e contas credoras) e o patrimônio líquido.
Há também as contas retificadoras, que no caso do ativo são de natureza credora e no
caso das redutoras do passivo ou do patrimônio líquido têm natureza devedora. Cada uma
fica do seu lado, com sinal inverso ao da sua conta principal.
O correto e a regra é que cada conta seja classificada separadamente, de acordo com
sua natureza.
Em alguns casos e quando a legislação autorizar, algumas contas podem ser compensa-
das, podendo ser classificadas separadamente ou não, pois será feita a compensação.
Quando a legislação não autorizar, há a obrigatoriedade de se classificar separadamente.
Exemplo de contas que podem ser compensadas: impostos. A empresa, quando com-
pra produtos para revender, ela paga ICMS (imposto sobre a circulação de mercadorias
e prestação de alguns serviços). Quando se compra, recupera-se esse tributo e se tem
um direito no ativo. Quando se vende a mercadoria, há uma obrigação passiva. Antes de
efetuar o pagamento do ICMS a recolher, compensa-se com o imposto a recuperar. São
classificadas separadamente, mas depois se faz uma compensação e o saldo pode ficar
como um direito no ativo (quando o ICMS a recuperar for maior que o ICMS a recolher),
ou se pode ficar com uma obrigação (quando o ICMS a recolher for maior que o ICMS a
recuperar).
ANOTAÇÕES

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Esse imposto incide, principalmente, quando se compra uma camisa em uma loja, por
exemplo. Sobre o produto, incide o ICMS que é de competência dos estados da República
Federativa do Brasil.
Quando a legislação autorizar, a companhia poderá compensar os saldos devedores e
credores.
5m
Resumo:
Legislação autoriza: pode classificar separadamente ou não. Quando não classificar sepa-
radamente, far-se-á a compensação.
Se a legislação não autorizar, não se autoriza a compensação e as contas devem ser clas-
sificadas separadamente.

2. (CESPE/OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA/ABIN/2018) Quando a apresentação

do balanço patrimonial baseada na liquidez proporcionar informação confiável e mais
relevante, a entidade deverá apresentar seus grupos de contas de forma sequenciada,
sem separá-los em circulante e não circulante.

COMENTÁRIO
De acordo com a Lei 6.404, divide-se o ativo ou o passivo em circulante ou não circulante.
No caso do ativo, coloca-se o mesmo em ordem decrescente de acordo com o índice de
liquidez (obviamente, divido em circulante e não circulante).

ATENÇÃO
Segundo o pronunciamento contábil, também se deve seguir o circulante e não circulante
e a liquidez, porém, quando a classificação pela liquidez e somente por ela, proporcionar
informações mais relevantes e mais confiáveis, a empresa pode classificar tudo com base
na liquidez, abrindo mão da separação em circulante e não circulante (Dispositivo n. 26 do
Comitê de Pronunciamentos Contábeis).
Resumindo:
CPC 26: Apresentação das demonstrações contábeis (DCs):
Regra: circulante e não circulante (modelo mais adequado).
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Exemplo: comércio mercantil, como supermercados e lojas de roupas. Ciclo operacional

claramente identificável.
10m
Exceção: liquidez. Quando a liquidez proporcionar informação confiável e relevante. A
empresa não possui um ciclo operacional claramente identificável.
Exemplo: intuições financeiras (bancos, seguradoras etc.).

3. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/STM/2018) Para fins de levantamento do balanço

patrimonial e outras demonstrações financeiras, o exercício social deve ter a duração
de um ano, mas, na constituição da entidade e quando de alterações estatutárias, a
duração do exercício poderá ser diferente.

COMENTÁRIO
O exercício social tem duração de um ano e a data do término será fixada em estatuto.
Quando da constituição ou alteração estatutária, o exercício social pode ter duração diver-
sa, geralmente menor.
Exemplo: duração de 8 meses (menor que um ano), quando iniciado em maio fixado em
31 de dezembro.
Disposto na Lei n. 6.404.

4. (CESPE/AUDITOR DE CONTROLE INTERNO/CGE CE/2019) Julgue os itens a seguir,

a respeito das disposições da Lei n. 6.404/1976, acerca das sociedades por ação, e
suas alterações após a promulgação das Leis n. 11.638/2007 e n.11.941/2009.
I – Originalmente disposto na Lei n. 6.404/1976, o subgrupo diferido, componente do
ativo, foi inicialmente mantido pela Lei n. 11.638/2007, mas, posteriormente, foi extinto
pela Lei n. 11.941/2009.
II – O subgrupo reserva de reavaliação, componente do patrimônio líquido, foi extinto
e substituído pelo subgrupo ajustes de avaliação patrimonial, após alterações na Lei n.
6.404/1976.
III – Alterações da Lei n. 6.404/1976 criaram o grupo ativo não circulante, que inclui o
subgrupo intangível, no qual deve ser classificado o fundo de comércio adquirido.
IV – A partir da promulgação da Lei n. 11.941/2009, passou a ser vedadas a apresen-
tação e a manutenção, nos balanços patrimoniais, de saldos a título de lucros acu-
mulados no patrimônio líquido das sociedades, independentemente de sua forma de
constituição.
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Estão certos apenas os itens:

a. I e II.
b. I e III.
c. II e IV.
d. I, III e IV.
e. II, III e IV.

COMENTÁRIO
Tem-se a lei das sociedades anônimas ou sociedades por ações (Lei n. 6.404), que so-
freu duas alterações importantes com o objetivo de colocar a contabilidade brasileira em
convergência com as normas internacionais de contabilidade (Lei n. 11.638/2007 e Lei n.
11.941/2009).
15m

O PULO DO GATO
As bancas cobram o que foi alterado nas Leis n. 11.638/2007 e n. 11.941/2009.

Anteriormente, havia o ativo diferido, dentro do ativo permanente. Foi mantido na lei de
2007 e extinto na lei de 2009. Inclusive, se houvesse saldo em 31 de dezembro de 2008,
quando houve a conversão da Medida Provisória 449/2008 na Lei n. 11.941/2009, a empre-
sa poderia, de acordo com a sua natureza, realocar o saldo em outras contas ou mantê-lo
até sua completa amortização. Alternativamente, poderia ser baixada contra conta, lucro
ou prejuízos acumulados.
Um exemplo prático de ativo diferido que era contabilizado, eram os gastos pré-opera-
cionais (antes de a empresa começar a operar), como gastos com advogados, contratos,
aluguel etc. Atualmente, são considerados, em regra, despesas no resultado do exercício,
exceto se contribuir para algum ativo que será ativado no patrimônio da empresa.
O saldo de reserva de avaliação ficava no patrimônio líquido e era constituído, por exem-
plo, quando a empresa tinha um bem que aumentava de valor.
Exemplo: a empresa tinha uma casa. Foi construída uma praça ao redor da casa que
valorizou a mesma. Assim, aumentava-se o valor do ativo e constituía-se uma reserva de
avaliação. Em 2008, foi extinta a constituição de reserva de avaliação, por meio da Lei n.
11.638/2007.
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A reserva de reavaliação não foi substituída pelo ajuste de avaliação patrimonial (que é o
ajuste a valor justo).
A partir da promulgação da Lei n. 11.638/2007, passou a ser vedadas a apresentação e a
manutenção, nos balanços patrimoniais, de saldos a título de lucros acumulados no pa-
trimônio líquido das sociedades, apenas para as sociedades anônimas. Uma sociedade
limitada, por exemplo, pode manter seu saldo no balanço.
20m
Mais detalhes sobre patrimônio líquido e lucros acumulados serão fornecidos na aula sobre
patrimônio líquido.
Anteriormente, o ativo tangível e o intangível ficam dentro do imobilizado. Com a criação
do ativo não circulante, subdividiu-se em intangível os bens sem existência física (marcas
e patentes) e no imobilizado, os bens tangíveis.

5. (CESPE/AUDITOR DE CONTAS PÚBLICAS/TCE - PB/2018) A Lei n.11.638/2007, que

introduziu alterações na forma de elaboração e de apresentação das demonstrações
contábeis das companhias, determinou a:
a. extinção da demonstração de origens e aplicações de recursos.
b. adoção do procedimento de redução ao valor recuperável dos ativos.
c. segregação do ativo fixo no grupo físico e no grupo imaterial.
d. vedação de lançamentos em contas de ativo diferido.
e. proibição do uso da conta de lucros ou prejuízos acumulados.

COMENTÁRIO
a) Na Lei n.11.638/2007, a DOAR (Demonstração de Origem de Aplicação de Recursos)
deixou de ser obrigatória, mas a demonstração continua a existir. Empresas que queiram
podem apresentar a DOAR, ou seja, a apresentação passou a ser facultativa.
b) A Lei n.11.638/2007 introduziu a redução ao valor recuperável de ativos que é trabalhada
no CPC 01. Essa redução é para que os ativos não estejam registrados por um valor que
supere seus futuros benefícios econômicos, seja por uso do bem ou pela venda. Far-se-á o
teste de recuperabilidade e se o valor do bem no ativo for maior do que o valor recuperável
(fácil de identificar), deve-se reconhecer uma perda.
c) Segregação do ativo fixo (imobilizado) no grupo físico e no grupo imaterial (intangível).
Ativo fixo = ativo permanente.
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Ativo permanente (Lei n. 11.638): subdividido em físico (imobilizado) e imaterial (intangí-

vel), mas o ativo permanente continua existindo na Lei n. 11.638, mas foi extinto e substi-
tuído na Lei n. 11.941/2009. Em seu lugar, tem-se o não circulante.
25m
d) Lei n. 11.941/2009.
e) Não há proibição do uso da conta e sim, não conter saldo positivo e só é válido para as
sociedades anônimas.

6. (CESPE/TÉCNICO EM CONTABILIDADE/EBSERH/2018) As aplicações de recursos

em despesas do exercício seguinte são classificadas no ativo circulante.

COMENTÁRIO
Lei n. 6.404/1976: serão classificadas no ativo circulante as disponibilidades, os direitos
realizáveis no curso do exercício social subsequente e as aplicações em despesas do
exercício seguinte, que são as despesas antecipadas.

7. (CESPE/TÉCNICO TRIBUTÁRIO/SEFAZ RS/2018) De acordo com a legislação vigente,

adiantamentos em dinheiro de uma empresa a seus fornecedores nacionais de merca-
dorias devem ser contabilizados:
a. no grupo de estoques, no ativo.
b. nas contas a receber, no ativo.
c. na conta de fornecedores, no passivo.
d. em resultados de exercícios futuros, no passivo.
e. como despesa, no resultado do exercício.

COMENTÁRIO
A empresa faz um adiantamento a fornecedor: fornecedor é passivo; logo, adiantamento a
fornecedor é ativo (é um direito da empresa de receber as mercadorias), mas não é uma
conta a receber e ficará dentro do grupo de estoques, subclassificado como adiantamento
a fornecedores.
O correto da conta “adiantamento a fornecedores de mercadorias” (estoque) será classifi-
cá-la dentro do grupo “estoques”.
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Se for adiantamento para aquisição de bens fixos (veículo para uso da empresa, por exem-
plo) será ativo não circulante imobilizado.

8. (CESPE/ANALISTA SUPERIOR/FINANÇAS/TELEBRÁS/2015) O balanço patrimonial

é dividido em ativo e passivo, cujos totais são sempre iguais. O primeiro é constituído
pelos bens e créditos; o segundo, pelo passivo exigível, que representa as dívidas com
terceiros, e pelo patrimônio líquido.
30m

COMENTÁRIO
A questão é polêmica porque não mencionou se a afirmação foi feita de acordo com a Lei
n. 6.404 ou de acordo com os pronunciamentos contábeis.
Percebemos que foi feita de acordo com a Lei n. 6.404 porque ela divide o ativo (bens e
direitos – créditos a receber, que não pode ser confundido com o crédito do lançamento) e
o passivo (divido em passivo exigível e patrimônio líquido).
Essa questão deveria ter um enunciado trazendo algo ligado às sociedades anônimas.

GABARITO
1. E
2. C
3. C
4. b
5. b
6. C
7. a
8. C

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Francisco Feliphe da Luz Araújo.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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