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CONTABILIDADE EM EXERCÍCIOS

Redução do Valor Recuperável de Ativos


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REDUÇÃO DO VALOR RECUPERÁVEL DE ATIVOS

O Teste de Recuperabilidade tem por objetivo prevenir que um ativo seja registrado por
um valor superior a seus futuros benefícios econômicos, seja pelo uso ou pela venda.
Exemplo: uma máquina de cachorro-quente vale R$ 10 (valor contábil). O valor contábil
deve ser comparado ao valor recuperável. O valor pode ser recuperado pelo uso da máquina
– e, consequentemente, pela venda do produto – ou pela venda da máquina. Pelo uso, o
valor recuperado é de R$ 12 (com as receitas das vendas menos os custos decorrentes das
vendas), e pela venda, o valor recuperado é de R$ 9. Nesse caso, o valor recuperável é,
portanto, o do uso (R$ 12), por ser o maior entre ele e o valor líquido da despesa de venda.
A perda deve apenas ser reconhecida quando o valor contábil for maior que o valor recu-
perável. Nesse caso, em regra, nada deve ser feito, exceto se já houver perdas. Se houver
perdas, é possível fazer uma reversão (receita) até o limite da perda.
Exemplo: se o valor contábil for R$ 10, o valor de uso for R$ 7 e o valor de venda for R$
9, o valor recuperável será R$ 9. Devido ao valor contábil ser maior que o valor recuperável,
deve ser reconhecida a perda de R$ 1.
5m

DIRETO DO CONCURSO
1. (CESPE/AUDITOR FISCAL/SEFAZ-RS/2019) O imobilizado de certa empresa é com-
posto pelos ativos A e B. Os dados contábeis relativos a esses ativos, em R$, estão
apresentados a seguir.

Em razão de cenário macroeconômico recessivo, a empresa resolveu realizar o teste


de recuperabilidade desses ativos, tendo constatado as informações presentes na se-
guinte tabela (valores em R$).
ANOTAÇÕES

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Nessas condições, o procedimento contábil necessário é:


a. constituir R$ 1.500 para perda de recuperabilidade do ativo A, baixar toda a perda
relativa ao ativo B e baixar mais R$ 5.000 de sua depreciação.
b. constituir mais R$ 8.500 em perda por valor não recuperável, dos quais R$ 3.500
sejam relativos ao ativo A e R$ 5.000, relativos ao ativo B.
c. reverter toda a perda por valor não recuperável do ativo B e registrar perda de R$
1.500 para o ativo A.
d. manter os saldos atuais, pois eles já refletem o valor recuperável dos ativos.
e. registrar R$ 3.500 por perda de recuperabilidade do ativo A.

RESOLUÇÃO
O valor contábil (VC) de um ativo imobilizado ou intangível é:

VC =
Custo de aquisição
– Depreciação, amortização ou exaustão acumulada
– Perdas por “impairment”/redução do valor recuperável do ativo

A exaustão acumulada depende do tipo de ativo. Por exemplo, o ativo intangível não pode
ser depreciado, pois depreciação somente se aplica a bens corpóreos. Além disso, se o
ativo intangível possui vida útil indefinida, ele não pode ser amortizado.
As perdas por “impairment”/redução do valor recuperável do ativo, assim como a deprecia-
ção, amortização ou exaustão acumulada, são contas retificadoras do ativo e, por isso, são
de natureza credora – ao contrário do ativo, que é devedor.
VC A:
75.000 – (37.500) = 37.500

VC B:
250.000 – 50.000 – 10.000 = 190.000
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O valor contábil deve ser comparado com o valor recuperável (maior valor). O valor recu-
perável de A é 36.000.

No caso do ativo A, o valor contábil é maior que o valor recuperável e deve ser reconhecida
a perda da diferença.

A
VC > VR
Perda = 37.500 – 36.000 = 1.500

No caso do ativo B, o valor contábil é menor que o valor recuperável. Em regra, nada
deve ser feito, mas, nesse caso, existem perdas reconhecidas de 10.000 e deve ser feita
uma reversão.

B
VC < VR
Reversão = 205.000 – 190.000 = 15.000

O valor revertido deve ser de até R$ 10.000, dessa forma, o valor revertido será R$ 10.000.

a) Não houve baixa de R$ 5.000 da depreciação.


b) Foi constituído R$ 1.500 em perda por valor não recuperável apenas para o ativo A.
c) Todo o valor de R$ 10.000 foi revertido e a perda de R$ 1.500 foi registrada.
d) Os saldos atuais não foram mantidos pois houve mudanças.
e) A perda foi registrada no valor de R$ 1.500.
10m

2. (CESPE/ANALISTA GRS/CIÊNCIAS CONTÁBEIS/SLU-DF/2019) Situação hipotética:


O valor em uso de um imóvel de valor contábil líquido igual a R$ 250 mil foi avaliado em
R$ 200 mil, e o valor justo desse mesmo imóvel, deduzido das despesas de venda, foi
estimado em R$ 235 mil. Assertiva: O valor contábil desse imóvel deverá ser reduzido
em R$ 15 mil, por meio da contabilização da despesa correspondente ou, se for o caso,
pela diminuição do saldo da reavaliação realizada.
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RESOLUÇÃO
O valor contábil de R$ 250 mil é maior que o valor recuperável de R$ 253 mil. Desse modo,
deve ser reconhecida a perda da diferença.

VC > VR
Perda = 250.000 – 235.000 = 15.000

Em regra:
D – Despesa com perdas
C – Perdas por “impairment”
As perdas são uma conta retificadora do ativo.

 Obs.: Se o item tiver reavaliação, ou seja, se ocorrer quando há reserva de avaliação, o


valor deve ser retirado desse dispositivo.

3. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO – STM/2018) A provisão para perda de valor recupe-


rável de ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) só será revertida, em
período posterior ao de sua constituição, se ficar comprovado que houve recomposição
das expectativas de rentabilidade.

COMENTÁRIO
O goodwill (ágio por expectativa de rentabilidade futura) não deve ser revertido. Em re-
gra, se o valor contábil for menor que o valor recuperável e existirem perdas, ocorre uma
reversão. Contudo, isso não se aplica ao goodwill, que não sofre reversão de perdas por
impairment.

4. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO – STM/2018) Situação hipotética: Um equipamento


industrial em uso foi adquirido, pela indústria Alfa, por R$ 300 mil e, no final do exercício
de 20XX, o equipamento já tinha sofrido depreciação de 60% de seu valor depreciável.
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A indústria considera um valor residual de 10% para esse equipamento. No final do


exercício de 20XX, o valor em uso do equipamento foi estimado em R$ 136 mil, e seu
valor para venda estimado em R$ 120 mil. Assertiva: Nessa situação, a indústria Alfa
deveria contabilizar, para esse equipamento, no encerramento do exercício de 20XX,
uma provisão para perda de valor recuperável superior a R$ 5 mil.
15m

RESOLUÇÃO
O valor recuperável é de R$ 136 mil. Deve ser calculada a depreciação e feita a com-
paração entre o valor contábil com o valor recuperável. Após o cálculo, contabiliza-se a
provisão. O termo “provisão”, contudo, aplica-se apenas ao passivo e está incorreto, pois
o termo correto seria “perda de valor recuperável”. O termo “provisão para perda de valor
recuperável” refere-se à perda do CPC-01.

A depreciação acumulada é igual ao valor depreciável menos o valor residual.

10% x 300.000 = 30.000

1) Depreciação acumulada: (300.000 – 30.000). 60/100


60/100 = 270.000. 60/100 = 162.000
27 . 6 = 162

2) Valor contábil: 300.000/162.000 = 138.000

O valor contábil deve ser comparado ao valor recuperável. Nesse caso, o valor recuperável
é maior que o valor contábil, de R$ 136.000, e, portanto, deve ser reconhecida a perda.

VC > VR
Perda = 138 – 136 = R$ 2 mil.
20m
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5. (CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO – CONTABILIDADE/EBSERH/2018) A consta-


tação de que o valor de mercado das ações de uma empresa é inferior ao seu valor
patrimonial é um indicativo externo de que seus ativos podem estar sobreavaliados,
sinalizando a necessidade de realização de testes de recuperabilidade do valor patri-
monial desses ativos.

COMENTÁRIO
Sempre que a empresa obter indicativos que seu patrimônio está maior que seu valor re-
cuperável, ela deve aplicar o teste de recuperabilidade. Os indicativos ocorrem pormeio
de fatores internos ou externos. Um dos fatos externos é a verificação de que o valor das
ações dentro do patrimônio está maior que o valor de mercado das ações. Diante disso,
subentende-se que há um problema com o patrimônio da empresa e deve ser aplicado o
teste de recuperabilidade.

6. (CESPE/TÉCNICO TRIBUTÁRIO – SEFAZ RS/2018) Um ativo torna-se desvalorizado


quando o valor contábil excede o valor recuperável. Nesse caso, o Pronunciamento
Técnico n. 01 (CPC-01) estabelece que o ágio pago por expectativa de rentabilidade
futura (goodwill) em combinação de negócios deve ser testado a cada:
a. semestre.
b. ano.
c. dois anos.
d. três anos.
e. cinco anos.

COMENTÁRIO
Em regra, para ser feito o teste de recuperabilidade, deve haver algum indício de que os
ativos podem estar desvalorizados – por meio de fontes internas e externas. Com indícios,
o teste deve ser feito. Porém, mesmo sem haver indícios, a norma determina que alguns
itens devem ser testados, no mínimo, anualmente, ou seja, a cada ano. Esses itens são o
goodwill e o ativo intangível com vida útil indefinida.
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7. (CESPE/AGE/SEDF/2017) Situação hipotética: Um ativo que possui valor contábil


líquido de R$ 100.000 pode ser alienado em mercado concorrencial por R$ 95.000, livre
de despesas de venda, ou pode ser mantido em atividade, quando então gerará um fluxo
de caixa a valor presente de R$ 102.000. Assertiva: Nessas condições, cabe à entidade
detentora do referido ativo constituir uma provisão para perda de valor recuperável.

COMENTÁRIO
O termo “alienado” refere-se à alienação de venda.
O valor em uso é de R$ 102.000; o valor justo líquido das despesas de venda é de R$ 95
mil. O valor recuperável é o maior entre os dois, ou seja, o valor em uso.
A perda é apenas reconhecida quando o valor contábil é maior. Nesse caso, o valor con-
tábil é menor e não há perdas registradas. Diante disso, portanto, não é conhecida perda,
pois será registrado o menor valor R$ 100.000.

VC > VR, não constitui perda.


25m

8. (CESPE/CONTADOR – FUB/2015) Considere que uma máquina industrial tenha sido


adquirida por R$ 120 mil e, posteriormente, tenha sofrido depreciação de R$ 20 mil. O
valor em uso dessa máquina foi calculado em R$ 95 mil e seu valor líquido de venda
foi apurado em R$ 97,5 mil. Nessa situação, caso a empresa deseje manter o bem em
operação, deveria constituir provisão para redução ao valor recuperável de R$ 5 mil.

RESOLUÇÃO
VC: 130 – 20 = 100 mil
VR = 97,5 mil

VC > VR
Perda = 100 – 97,5 = 2,5 mil

A empresa deve constituir a perda de R$ 2,5 mil.


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9. (CESPE/AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO – TCU/2015) Situação hipoté-


tica: Ao final de 2014, determinada companhia estimou o valor em uso do seu imobilizado
em R$ 2 milhões e o valor líquido de venda em R$ 1,7 milhão. Na mesma data, o valor
contábil líquido desse imobilizado era de R$ 1,5 milhão. Assertiva: Nesse caso, a compa-
nhia deve fazer um lançamento contábil para redução ao valor recuperável, cujo débito
será em conta de resultado, resultando em redução da situação líquida da companhia.

RESOLUÇÃO
VR = R$ 2 milhões
VC = R$ 1,5 milhão
VC < VR, não constitui perda. Por não constituir perda, não há lançamento contábil.

10. (CESPE/AGE/SEDF/2017) Caso tenha sido reconhecida uma perda de valor realizável
em um goodwill e se constate, em exercício subsequente, que houve recuperação do
valor realizável, a perda reconhecida deverá ser revertida até o montante do valor origi-
nalmente reconhecido como perda.

COMENTÁRIO
A perda não deve ser revertida pois o goodwill não pode ser revertido.
30m

GABARITO
1. c
2. C
3. E
4. E
5. C
6. b
7. E
8. E
9. E
10. E

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Francisco Feliphe da Luz Araújo.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

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