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CONTABILIDADE COMERCIAL

AULA 6

Prof. Alison Martins Meurer


CONVERSA INICIAL

Esta aula tem por objetivo abordar o tratamento contábil para as


operações de transferência entre matriz e filiais e entre filiais. Veremos também
como contabilizar operações com mercadorias em consignação, comodato,
simples remessa e estoques em poder de terceiros e estoques de terceiros em
seu poder. Vamos para nossa última aula!

CONTEXTUALIZANDO

Com intuito de expandir suas operações, as organizações podem abrir


diversos estabelecimentos em diferentes localidades. O estabelecimento que
concentra as operações de uma empresa é denominado matriz, enquanto os
demais são denominados filiais. Para realizar a consolidação dessas
movimentações são necessários alguns tratamentos contábeis. Da mesma
forma, algumas operações com mercadorias necessitam do uso de contas de
compensação para que sejam registradas em conformidade com a realidade das
organizações. Neste contexto, iremos aprofundar nosso conhecimento em
algumas dessas operações que não envolvem diretamente compra ou venda de
mercadorias, mas que são usuais no cotidiano das empresas.

TEMA 1 – CONTABILIZAÇÃO DE OPERAÇÕES DE TRANSFERÊNCIA ENTRE


MATRIZ E FILIAIS E ENTRE FILIAIS

Quando se trata de operações entre matriz e filiais é necessário verificar


as disposições da NBC T 2.6 – Da Escrituração Contábil das Filiais, a qual cita
que a entidade pode optar por realizar a escrituração contábil descentralizada e
depois integrar em um único sistema contábil ou realizar a escrituração
centralizada, visto que de qualquer forma as transações ocorridas entre matriz e
filiais serão eliminadas na elaboração das demonstrações contábeis.
Neste sentido, trabalharemos com o sistema de escrituração contábil
descentralizada, pois na contabilização centralizada na matriz a divisão de
operações entre matriz e filiais ocorre diretamente no único plano de contas
utilizado pela empresa, enquanto na contabilização descentralizada o plano de
contas da matriz e das filiais deverá possuir contas transitórias/compensatórias
que permitam a realização dessas operações e, posteriormente, a consolidação

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dos valores. Assim, isoladamente, essas contas possuem saldos, mas ao
consolidar as demonstrações da matriz com as das filiais esse saldo acaba
sendo zerado.
Em relação às operações com mercadorias ocorridas entre matriz e filial
ou até mesmo entre filiais, é comum haver a transferência de mercadorias entre
esses estabelecimentos, e para registrar essas operações algumas contas serão
movimentadas. Por exemplo, a Empresa Matriz adquiriu mercadorias a prazo de
seu fornecedor, por R$ 100.000 e neste valor está incluso 17% de ICMS
recuperável. Posteriormente, decidiu transferir essas mercadorias para a
Empresa Filial 1. Os lançamentos contábeis serão os seguintes:

Lançamentos Segregados
• Aquisição de mercadorias na Matriz
D - Estoques – Matriz R$ 83.000
D - ICMS a Recuperar R$ 17.000
C - Fornecedores R$ 100.000

• Transferência de mercadorias para a Filial 1 – Lançamentos na Matriz


D - Conta transitória de operações entre matriz e filiais R$ 83.000
C - Estoques – Matriz R$ 83.000

• Transferência do ICMS para a Filial 1 – Lançamentos na Matriz


D - Conta transitória de operações entre matriz e filiais R$ 17.000
C - ICMS a Recuperar R$ 17.000

• Transferência de mercadorias para a Filial 1 – Lançamentos na Filial


D - Estoques – Filial 1 R$ 83.000
C - Conta transitória de operações entre matriz e filiais R$ 83.000

• Transferência do ICMS para a Filial 1 – Lançamentos na Filial


D - ICMS a Recuperar R$ 17.000
C - Conta transitória de operações entre matriz e filiais R$ 17.000

Podemos notar que não foi realizada a transferência da obrigação com o


fornecedor da Matriz para a Filial. Se houver essa transferência de obrigação,
outros lançamentos da mesma natureza deverão ser realizados transferindo
esses saldos. É interessante notar que isoladamente a Conta transitória de
operações entre matriz e filiais possui saldo devedor de R$ 100.000 na Matriz e
saldo credor de R$ 100.000 na Filial 1. Isso ocorre justamente para viabilizar a
transferência desses valores entre as empresas. Logo, quando houver a
consolidação das demonstrações contábeis da Filial 1 com as da Matriz, essa
conta transitória de compensação ficará com seu saldo zerado, visto que o valor

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a débito na Matriz anulará o valor a crédito na Filial 1. Outro ponto relevante é
com relação ao ICMS; é preciso verificar se há cobrança deste imposto sobre
operações de transferência de mercadorias entre matriz e filiais nos estados das
empresas que você atende.

TEMA 2 – CONTABILIZAÇÃO DE OPERAÇÕES DE CONSIGNAÇÃO DE


MERCADORIAS

Para explicar o funcionamento das operações com mercadorias em


consignação, vamos exemplificar uma situação. Você é proprietário de uma
distribuidora de notebooks e seus clientes são lojas de tecnologia que vendem
produtos de informática para o consumidor final. Para impulsionar as vendas da
sua distribuidora, você faz a seguinte proposta para seus clientes: serão
enviados cinco notebooks no valor de R$ 2.000 a unidade para cada cliente, e
estes somente pagarão por essas máquinas quando as venderem para o
consumidor final. Vejam que em resumo, estamos condicionando o
reconhecimento e o recebimento da receita ao ato da venda desses produtos
que estão em posse do cliente ao consumidor final.
Para esse tipo de situação exemplificada, damos o nome de operações
em consignação. Assim, o recebimento da receita depende da venda desses
produtos pelo comprador e somente é reconhecida a receita quando o
comprador efetivar a venda desses notebooks. Esse tratamento está em linha
com as disposições do CPC 47 – Receita de Contrato com Cliente, que cita que
uma receita somente deve ser reconhecida quando os riscos e os benefícios são
repassados ao comprador. No caso da consignação, não há transferência de
riscos ou benefícios, visto que se o notebook não for vendido, quem deverá arcar
com seus custos é a sua distribuidora.
A fim de controlar aas remessas de produtos em consignação, usaremos
as contas de compensação para registrar o valor dos produtos enviados e as
contas de tributos a recuperar e a recolher do Balanço Patrimonial para registrar
os tributos incidentes na operação de remessa. Sim, pode haver incidência de
tributos sobre o envio de produtos consignados, visto que o fato gerador de um
tributo nem sempre é a sua venda efetiva. No caso do ICMS um dos fatos
geradores é a circulação de mercadorias, logo a consignação também
representa uma circulação de mercadorias.

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Referente ao nosso exemplo dos notebooks, vamos considerar que há
incidência de ICMS e a alíquota é de 18%, e que o custo de cada notebook para
sua empresa é de R$ 1.200. Vamos aos lançamentos:

Lançamentos Segregados
• Na remessa das mercadorias para consignação
D - Estoques em Consignação (Conta de Compensação Ativa) R$ 10.000
C - Remessa de Estoques em Consignação R$ 10.000
(Conta de Compensação Passiva)

• ICMS incidente na consignação


D - ICMS a Recuperar sobre Consignação (Ativo) R$ 1.800
C - ICMS a Recolher (Passivo) R$ 1.800

• Venda da mercadoria pelo consignatário


D - Caixa ou Duplicatas a Receber R$ 10.000
C - Receita com Vendas R$ 10.000

• ICMS incidente na venda


D - ICMS sobre Vendas R$ 1.800
C - ICMS a Recuperar sobre Consignação (Ativo) R$ 1.800

• Baixa das mercadorias em consignação


D - Remessa de Estoques em Consignação R$ 10.000
(Conta de Compensação Passiva)
C - Estoques em Consignação (Conta de Compensação Ativa) R$ 10.000

Podemos notar a partir desses lançamentos que as contas de


compensação são meramente transitórias e que ao final da operação seu valor
estará com saldo zerado. Perceba que a receita com vendas somente foi
reconhecida após a venda da mercadoria pelo consignatário; isso se deve ao
fato de os critérios para o reconhecimento de receitas somente serem atendidos
quando os riscos e benefícios são repassados ao cliente. Nos lançamentos
anteriores, apresentamos o tratamento para contabilização do valor nominal da
venda. No caso do CMV, este deverá ser reconhecido no ato da venda das
mercadorias pelo consignatário e pelo consignante.

TEMA 3 – CONTABILIZAÇÃO DE OPERAÇÕES DE COMODATO PARA


MERCADORIAS

As operações de comodato são comuns em empresas comerciais e


normalmente elas ocorrem mediante contrato, no qual um fornecedor cede

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determinado bem em comodato para seu cliente, fixando prazos para duração
desse empréstimo, bem como outras condições de transações. Por exemplo,
uma empresa distribuidora de sorvetes pode ceder refrigeradores para seus
clientes mediante uma compra mínima de sorvetes todo mês.
Vamos analisar a seguinte situação: A Empresa Ice Dream é uma
distribuidora de sorvetes e realiza o comodato de refrigeradores para clientes
que adquirem mensalmente no mínimo R$ 5.000 em mercadorias. A Empresa
Sorvete da Vovó atende essa condição e resolveu solicitar um refrigerador em
comodato para o período de um ano. Sabe-se que o refrigerador tem um valor
contábil de R$ 5.000 e possui depreciação contábil de 20% ao ano, sem valor
residual que seja material. Para controlar essas operações é necessário o uso
de contas de compensação que registrem essas transações na empresa que
está recebendo o comodato, visto que o freezer não pode ser reconhecido como
um imobilizado da Sorvete da Vovó. Vamos aos lançamentos contábeis:

Lançamentos Segregados – Empresa Ice Dream


• Na remessa do freezer para comodato
D - Bens em Comodato (Ativo Imobilizado) R$ 5.000
C - Bens Reservados para Comodato (Ativo Imobilizado) R$ 5.000

• Pela depreciação mensal do bem em consignação


D - Depreciação de Bens Cedidos em Comodato (Conta de Resultado) R$ 1.000
C - Depreciação Ac. de Bens Cedidos em Comodato (Ativo Imobilizado) R$ 1.000

Observe que nesses lançamentos houve a baixa do freezer da conta de


bens reservados para comodato e houve o controle da depreciação desse bem.
Ao término do contrato, o freezer deverá voltar para a conta de bens em
comodato e a depreciação deverá ser transferida para a conta retificadora de
Bens em Comodato, conforme exemplificado a seguir:

Lançamentos Segregados
• No retorno do freezer para a empresa Ice Dream
D - Bens Reservados para Comodato (Ativo Imobilizado) R$ 5.000
C - Bens em Comodato (Ativo Imobilizado) R$ 5.000

• Estorno da depreciação pelo término de contrato


D - Depreciação Ac. de Bens Cedidos em Comodato (Ativo Imobilizado) R$ 1.000
C - Depreciação Ac. de Reservados para Comodato (Ativo Imobilizado). R$ 1.000

Agora, vamos aos lançamentos da Sorvete da Vovó:

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Lançamentos Segregados – Sorvete da Vovó
• No recebimento do freezer em comodato
D - Bens Recebidos em Comodato (Conta de Compensação Ativa) R$ 5.000,00
C - Bens Recebidos em Comodato a Devolver R$ 5.000,00
(Conta de Compensação Passiva)

• No término do contrato e devolução do freezer


D - Bens Recebidos em Comodato a Devolver R$ 5.000,00
(Conta de Compensação Passiva)
C - Bens Recebidos em Comodato (Conta de Compensação Ativa) R$ 5.000,00

Perceba que em nenhum momento a Sorvete da Vovó controlou a


depreciação do bem ou reconheceu o freezer em seu imobilizado. Isso ocorre
pelo fato de o comodato não atender aos critérios para reconhecimento do ativo
e, portanto, este não deve figurar no balanço patrimonial dessa empresa.

TEMA 4 – CONTABILIZAÇÃO DE OPERAÇÕES DE SIMPLES REMESSA DE


MERCADORIAS

A remessa de mercadorias normalmente ocorre quando uma empresa


envia mercadorias para seu cliente para demonstração, antes de efetivamente
ocorrer uma venda. O objetivo por trás dessa operação é possibilitar que o cliente
conheça determinado produto antes que um pedido de maior volume seja
realizado. Normalmente, para o registro dessas operações também são
utilizadas contas de compensação.
Por exemplo, uma empresa distribuidora de notebooks pode enviar uma
unidade deste produto para uma loja de informática avaliar o desempenho da
máquina e decidir se irá adquirir o produto ou se irá devolvê-lo ao distribuidor.
Vamos utilizar essa situação, levando em conta que o valor de venda desse
notebook no distribuidor seja de R$ 2.000. Confira os lançamentos:

Lançamentos Segregados – Distribuidora de notebooks


• Remessa de mercadorias
D - Mercadorias Remetidas para Demonstração R$ 2.000
(Conta de Compensação Ativa)
C - Remessas de Mercadorias para Demonstração R$ 2.000
(Conta de Compensação Passiva)

É possível observar que como não há a transferência do controle do


notebook da distribuidora para a loja de informática, mas somente a posse, então
não há elementos que indiquem que o notebook deve ser desreconhecido do
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ativo da distribuidora e reconhecido no ativo da loja de informática. Assim, as
contas de compensação possibilitam o controle desse tipo de operação e a
manutenção desse equipamento lançado como um ativo da distribuidora. Caso
a loja de informática devolva o notebook, um estorno será realizado.

Lançamentos Segregados – Distribuidora de notebooks


• Retorno de mercadorias
D - Remessas de Mercadorias para Demonstração R$ 2.000
(Conta de Compensação Passiva)
C - Mercadorias Remetidas para Demonstração R$ 2.000
(Conta de Compensação Ativa)

Na loja de informática, o seguinte lançamento será realizado quando o


notebook for recebido:

Lançamentos Segregados – Loja de informática


• Recebimento do notebook
D - Entradas de Mercadorias para Demonstração R$ 2.000
(Conta de Compensação Ativa)
C - Mercadorias Recebidas para Demonstração R$ 2.000
(Conta de Compensação Passiva)

Da mesma forma, um lançamento de estorno deverá ser realizado pela


devolução do notebook.

Lançamentos Segregados – Loja de informática


• Devolução do notebook
D - Mercadorias Recebidas para Demonstração R$ 2.000
(Conta de Compensação Passiva)
C - Entradas de Mercadorias para Demonstração R$ 2.000
(Conta de Compensação Ativa)

Caso a loja de informática decida adquirir o produto, também deverá haver


a baixa dos saldos das contas de compensação de ambas as organizações, o
reconhecimento da receita e da baixa do estoque na empresa distribuidora de
notebooks e a entrada do produto na loja de informática.

TEMA 5 – CONTABILIZAÇÃO DE ESTOQUE EM PODER DE TERCEIROS E DE


TERCEIROS EM PODER DA EMPRESA

Normalmente, operações de estoques em poder de terceiros ou em poder


da empresa ocorrem no envio de matéria-prima para industrialização ou
armazenamento por parte de terceiros. Por exemplo, uma empresa
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indústria/distribuidora de notebooks pode contratar uma outra empresa para
realizar a estocagem dos equipamentos já produzidos. Neste cenário, a empresa
contratada somente realizaria a guarda dos equipamentos da contratante.
Portanto, vamos supor que nessa operação houve o envio de R$ 100.000
em notebooks para serem armazenados por outra organização. Em troca do
serviço de armazenagem, a contratante pagará um valor mensal de R$ 1.000.
Temos os seguintes lançamentos:

Lançamentos Segregados – Distribuidora de notebooks


• Envio dos notebooks para armazenagem
D - Estoque em terceiros (Ativo) R$ 100.000
C - Estoque (Ativo) R$ 100.000

• Reconhecimento da despesa e pagamento pelo serviço de armazenagem mensal


D - Despesa com armazenagem R$ 1.000
C - Caixa ou Banco R$ 1.000

Na empresa que armazenará os notebooks serão efetuados os seguintes


lançamentos:

Lançamentos Segregados – Armazenadora


• Pela entrada dos notebooks
D - Estoque recebido de terceiros (Conta de Compensação Ativa) R$ 100.000
C - Estoque recebido de terceiros (Conta de Compensação Passiva) R$ 100.000

• Pelo reconhecimento da receita com serviço de armazenagem e recebimento


D - Caixa ou Banco R$ 1.000
C - Receita com Serviço de Armazenagem R$ 1.000

Assim, quando houver o retorno dos produtos de terceiros para a


indústria/distribuidora de notebooks, os lançamentos das contas de
compensação da armazenadora e da transferência de estoques da
indústria/distribuidora deverão ser estornados para que os saldos retornem aos
valores desconsiderando tal operação.

TROCANDO IDEIAS

Por que uma mercadoria consignada não pode ser reconhecida no


estoque da empresa que está recebendo-a?

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NA PRÁTICA

1) A Empresa ABC é o estabelecimento matriz e adquiriu mercadorias por


R$ 50.000, sendo tributado por 18% de ICMS. A Empresa ABC decidiu transferir
essas mercadorias para a filial Empresa D. Realize a contabilização dessa
operação na matriz e na filial.

Gabarito
• Aquisição de mercadorias na Matriz
D - Estoques – Matriz R$ 41.000
D - ICMS a Recuperar R$ 9.000
C - Fornecedores R$ 50.000

• Transferência de mercadorias para a Filial 1 – Lançamentos na Matriz


D - Conta transitória de operações entre matriz e filiais R$ 41.000
C - Estoques – Matriz R$ 41.000

• Transferência do ICMS para a Filial 1 – Lançamentos na Matriz


D - Conta transitória de operações entre matriz e filiais R$ 9.000
C - ICMS a Recuperar R$ 9.000

• Transferência de mercadorias para a Filial 1 – Lançamentos na Filial


D - Estoques – Filial 1 R$ 41.000
C - Conta transitória de operações entre matriz e filiais R$ 41.000

• Transferência do ICMS para a Filial 1 – Lançamentos na Filial


D - ICMS a Recuperar R$ 9.000
C - Conta transitória de operações entre matriz e filiais R$ 9.000

FINALIZANDO

Aprendemos nessa aula como realizar transações entre matriz e filiais e


entre filiais. Além disso, vimos que há formas de realizar o registro contábil de
operações consignadas, remessas e comodatos. Por fim, verificamos os
procedimentos para contabilização de estoques em poder de terceiros e
estoques de terceiros em seu poder. Finalizamos por aqui a nossa disciplina, até
mais pessoal!

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REFERÊNCIAS

IUDÍCIBUS, S.; MARION, J. C. Contabilidade Comercial. 11 ed. São Paulo:


Gen, 2019.

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