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Contabilidade| Material de apoio

Professor Marcelo Adriano

Sistemas de Inventário de Estoques

1. Introdução
Estoques são importantes na determinação do resultado, afinal, é da venda destes que a maioria das empresas
obtém suas principais receitas. Por outro lado, a entrega desses estoques a quem compra representa, para a maioria
das empresas, a sua principal despesa, com o custo da mercadoria vendida, do produto vendido e do serviço vendido

Inventário é uma contagem, um levantamento detalhado onde se relacionam os bens de uma pessoa e seus
respectivos valores. Assim, inventário de estoques nada mais é que a contagem de cada item que uma
determinada pessoa tem em seu estoque (aspecto qualitativo) e quanto esse estoque vale no momento da
contagem (aspectos quantitativos).

2. Sistema de Inventário Periódico


Sistema de inventário periódico, a contagem é feita de período em período, não havendo controle dos custos de
cada venda, pois a apuração é efetuada apenas ao fim de período determinado, normalmente o exercício social.
O inventário periódico dificulta o controle total do fluxo nos estoques, como por exemplo, a identificação
de saídas que não foram motivadas por vendas.

2.1. Método da Conta Mercadorias com Função Mista


Nesse método utiliza-se apenas uma conta para controlar Estoques, Receita de Vendas, devoluções, abatimentos,
ou seja, registra tanto valores patrimoniais quanto de resultado. Por esse motivo é chamada de mista, por
desempenhar essas duas funções. No seu funcionamento essa conta é debitada e creditada como abaixo. Ao fim do
exercício o saldo da conta é ajustado, de forma a representar o estoque final das mercadorias.

Se essa conta recebe lançamentos tanto credores quanto devedores, seu saldo final pode variar entre credor e
devedor, apesar de ser do ativo.
Se a conta Mercadorias apresentar saldo credor, a empresa sempre terá lucro, que será igual ao resultado da soma
do saldo credor com o estoque final.
Caso o saldo final da conta Mercadorias seja devedor, o estoque final seja maior que o saldo devedor, a empresa
terá lucro. Caso contrário, ou seja, o estoque final seja menor que o saldo devedor, a empresa terá prejuízo.
Exemplo:
Estoque inicial de 13.000.
1. Compra de mercadoria no valor de 20.000
2. Devolução de compras no valor de 4.000
3. Venda de mercadoria no valor de 40.000
4. Devolução de vendas no valor de 5.000

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5. Estoque final 8.000.


Os fatos acima descritos ficam assim lançados:
1. Mercadorias
a Caixa/fornecedores..............20.000
2. Fornecedores
a Mercadorias............................4.000
3. Caixa/Clientes
a Mercadorias...........................40.000
4. Mercadorias
a Clientes....................................5.000
O Razonete da conta fica então dessa forma, já com a apuração do saldo:
MERCADORIAS - FUNÇÃO MISTA
E.I. 13.000 4.000 (2)
(1) 20.000 40.000 (3)
(4)5.000
6.000

Ao final do período determinado a empresa buscará o Resultado com Mercadoria (RCM) e para tanto, antes de
qualquer coisa, deve-se faze o inventário físico para poder se apurar o valor do estoque final daquele período e
transferi-lo para a conta Mercadorias. Esse será o saldo final desse período de apuração e o saldo inicial do próximo.
Imaginemos que estoque apurado tenha sido de 8.000.
Apurado o estoque procede-se aos cálculos para encontrar o valor do RCM, podendo ser feito de duas formas:
Matematicamente: por meio da fórmula RCM = Vendas Líquidas – CMV.
CMV = EI + C – EF. Portanto o CMV = 13.000 + (20.000 – 4.000) – 8.000
CMV = 21.000
RCM = Vendas Líquidas – CMV. Portanto RCM = (40.000 – 5.000) – 21.000
RCM = 14.000
Contabilmente conforme abaixo:
Contabilmente poderíamos ter duas situações distintas: a primeira com a conta apresentando saldo credor, o que
normalmente ocorre pelo fato das vendas serem feitas com lucro, foi o caso do exemplo apresentado. A segunda é
quando a conta Mercadorias apresenta um saldo devedor.
Devemos nos lembrar de que essa conta ao final do período deve apresentar o saldo final do estoque, ou seja, o
valor encontrado no inventário e por representar o estoque deve ter natureza devedora.
Situação 1: Vejamos primeiramente a situação da conta apresentando saldo credor utilizando o exemplo dado
acima seguindo os seguintes passos:
a) Soma-se o valor apurado no inventário ao saldo credor apurado na conta Mercadorias. Esse valor será exatamente
o RCM.
6.000 + 8.000 = 14.000
b) Após, faz-se o lançamento do valor dessa soma a débito na conta Mercadoria e a Crédito, pois o resultado é lucro,
na conta RCM, como a baixo.

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Fato (5)
Mercadoria
a RCM.......................14.000

Mercadorias - função mista Resultado com Mercadorias


E.I. 13.000 4.000 (2) 14.000 (5)
(1) 20.000 40.000 (3)
(4)5.000
6.000 (saldo)
(5) 14.000
Saldo 8.000

Ao se apurar o saldo da conta se encontrará exatamente o valor do inventário, ou seja, 8.000.


Vale ressaltar que quando a conta Mercadorias com função mista apresentar saldo credor é uma certeza de que a
empresa apresentará um resultado bruto positivo, ou seja, um Lucro Bruto.
Situação 2: A segunda situação ocorre quando a conta Mercadorias com função mista apresenta saldo devedor,
sendo necessário um procedimento diverso. Nessa situação podem ainda ocorrer duas possibilidades:
Primeira possibilidade da Situação 2: quando o saldo apurado no estoque é maior que o saldo devedor da conta
Mercadorias com função mista. Se ocorrer essa possibilidade, o Resultado com Mercadoria será positivo, ou seja,
haverá lucro que será exatamente o valor dessa diferença. Para ilustrar essa possibilidade, imaginemos que no
exemplo acima o saldo de 6.000 tivesse sido devedor e o saldo apurado no inventário continuasse sendo 8.000. Para
encontrar o RCM basta subtrair o valor do inventário com o saldo da com Mercadorias como abaixo:
RCM = 8.000 – 6.000
RCM = Lucro de 2.000
Mas ainda falta ajustar o valor da conta Mercadorias para que fique com o valor do inventário, e assim represente
o estoque final desse período e o inicial do próximo.
Para se obter tal ajuste procede-se como anteriormente, lançando o valor do RCM em conta própria a crédito, pois
o resultado é lucro, e na conta de Mercadoria a débito como a baixo.
Fato (5) da primeira possibilidade.
Mercadoria
a RCM...................2.000
Mercadorias - função mista Resultado com Mercadorias
2.000 (5)

Saldo 6.000
(5) 2.000
Saldo 8.000

Segunda possibilidade da Situação 2: quando o saldo apurado no estoque é menor que o saldo devedor da conta
Mercadorias com função mista.
Se ocorrer essa possibilidade, o Resultado com Mercadoria será negativo, ou seja, haverá prejuízo que será
exatamente o valor dessa diferença. Para ilustrar essa possibilidade, imaginemos que no exemplo acima o saldo de
10.000 tivesse sido devedor ao invés. Para encontrar o RCM basta subtrair o valor do inventário com o saldo da com
Mercadorias como abaixo:
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RCM =8.000 – 10.000


RCM = - 2.000 (natureza devedora)
Mas ainda falta ajustar o valor da conta Mercadorias para que fique com o valor do inventário, e assim represente
o estoque final desse período e o inicial do próximo.
Para se obter tal ajuste procede-se como anteriormente, lançando o valor do resultado do RCM em conta própria,
só que agora a débito, pois o resultado é prejuízo, na conta de Mercadoria a crédito como a baixo.
Fato (5) da segunda possibilidade.
RCM
a Mercadorias..........2.000
MERCADORIAS - FUNÇÃO MISTA Resultado com Mercadorias
(5) 2.000

Saldo 10.000 (5) 2.000


Saldo 8.000
O método da conta mercadorias com função mista é considerado ultrapassado.
2.2. Método das Três Contas (Mercadorias desdobrada)
Nesse método os valores das compras e vendas são registrados em contas separadas havendo no mínimo três
contas para o controle das operações com mercadorias:
1. Mercadorias – indica o estoque inicial (patrimonial)
2. Compras de Mercadorias – é usada somente para registrar as compras do exercício (resultado – despesa);
3. Receita de Vendas – registra a receita bruta de vendas (resultado – receita).
Serão ainda utilizadas outras contas de resultado, Abatimento sobre compras, Descontos Incondicionais sobre
Compras, como contas de receitas e Devoluções de Vendas, Abatimento sobre Vendas e Descontos Incondicionais
sobre Vendas, como despesas.
Por ser um sistema periódico, ao fim de cada exercício, é necessário realizar um inventário para a apuração do
estoque final possibilitando assim o cálculo do Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) e o Resultado com Mercadorias
(RCM).
Vejamos novamente o exemplo anterior agora utilizando-se o método da conta Mercadorias com Desdobrada.
1. Compras
a Caixa/Fornecedores..............20.000
2. Fornecedores
a Devolução de Compras.........4.000
3. Caixa/Clientes
a Venda de Mercadorias........40.000
4. Devolução de Vendas
a Clientes....................................5.000
Vejamos agora como ficam os razonetes nas contas relevantes para apuração do resultado:
Mercadorias Compras Dev. de Compras
E.I. 13.000 (1) 20.000 4.000 (2)

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Venda de Mercadorias Dev. de Vendas


40.000 (3) (4) 5.000

Procede-se agora à apuração do resultado, apurando-se primeiramente o CMV. Antes porém, as compras devem
ser ajustadas pelas devoluções, fretes, seguros, carga e descarga, abatimentos e demais valores relacionados às
aquisições de mercadorias, já que no CMV deve entrar as compras líquidas. Opcionalmente pode-se transferir esses
valores para diretamente para a conta CMV que o resultado será o mesmo. A apuração do RCM segue assim os
seguintes passos:
Primeiramente então se ajusta as compras, debitando Devolução de Compras e creditando Compras, obtendo
então as compras líquidas.
Fato (5)
Devolução de Compra
a Compras.................4.000

Compras Dev. de Compras


(1) 20.000 4.000 (5) (5) 4.000 4.000 (2)
Saldo 16.000
Agora se encontra o CMV baseando-se em sua fórmula:
CMV = EI + C – EF
CMV = 13.000 + 16.000 – 8.000
CMV = 21.000
Agora encontrar as Vendas Líquidas debitando Vendas e creditando Devolução de Vendas, como abaixo:
Fato (6)
Vendas
a Dev. de Vendas..............5.000
Venda de Mercadorias Dev. de Vendas
(5) 5.000 40.000 (3) (4) 5.000 5.000 (5)
35.000 saldo

Agora a conta mercadoria deve ser ajustada para representar o estoque final do período e o inicial do seguinte com
os seguintes lançamentos:
Fato (7):
Mercadorias
a Compras................16.000
Mercadorias Compras
13.000 (1) 20.000 4.000 (5)
(7) 16.000 Saldo 16.000 16.000 (7)
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Fato (8):
CMV
a Mercadorias.................21.000
Mercadorias CMV
13.000 21.000 (8) (8) 21.000
(7) 16.000
Saldo 8.000

Levantados o CVM e as vendas líquidas, deve-se então confrontar-se esses dois valores para se chegar ao Resultado
com Mercadorias. A conta Resultado com Mercadorias é transitória, para onde se transferem os valores das vendas
do período e do custo das mercadorias vendidas. Essa conta é debitada pelo CMV e creditada pelas vendas.

Apura-se o resultado com mercadorias com os seguintes lançamentos:


Fato (9):
Vendas
a RCM.................35.000
Venda de Mercadorias RCM
(5) 5.000 40.000 (3) 35.000 (9)
(9) 35.000 35.000 saldo

Fato (10):
RCM
A CMV.................21.000
CMV RCM
(8) 21.000 21.000 (10) 21.000 (10) 35.000 (9)
14.000 SALDO

3. Sistema de Inventário Permanente


Como a própria denominação sugere, o sistema de inventário permanente, diferente do sistema periódico, registra
de forma imediata e concomitante, todas as movimentações de estoque, possibilitando dentre outros:
1) Conhecer o valor de todas as entradas e saídas do período;
2) Conhecer, a cada saída, do custo da mercadoria vendida da operação;
3) Conhecer o resultado de cada venda (receita líquida – CMV);
4) Conhecer o estoque (inicial e final) a qualquer momento sem contagem física;
5) Encontrar o Resultado com Mercadoria a cada venda.
6) Registro da movimentação das mercadorias diretamente na conta Estoques.
Para se implantar o inventário permanente, é necessário o registro das movimentações do estoque em fichas de
estoque, livros ou formulários, normalmente em um sistema eletrônico de dados que registra as entradas e as saídas
pelos custos de aquisição. Mesmo assim, no regime de inventário permanente, não são totalmente dispensáveis os
inventários físicos de final de período.

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Métodos de avaliação de estoques


Os métodos de avaliação de estoque no inventário permanente existem em razão de dois fatores cumulativos:
1) Instabilidade dos preços.
2) Impossibilidade de identificação exata do bem que está sendo vendido.
3.1. Preço Específico
De acordo com esse método, o Custo da Mercadoria Vendida será referente ao preço efetivamente pago pelo item
que saiu do estoque. Normalmente a aplicação te tal método só é possível para produtos de alto valor agregado e com
possibilidade de diferenciação entre cada um, como é o caso dos automóveis em uma concessionária onde cada
unidade tem um alto valor e pode ser identificado facilmente pelo número do chassi. Deve ser utilizado para itens que
não são normalmente intercambiáveis ou bens e serviços segregados por projetos específicos.

O método do preço específico é aceito pelo Fisco


3.2. PEPS (Primeiro que Entra é o Primeiro que Sai) ou FIFO (First-In-First-Out)
Nesse método a baixa no estoque é dada pelas entradas mais antigas, ou seja, as primeiras. Para tanto aos bens
adquiridos para o estoque devem ser segregados por lote de compra quando adquiridos por custos distintos. Método
utilizado normalmente, quando não é possível ou não é necessário identificar exatamente qual item está saindo do
estoque, ou ainda, quando a permanência do item no estoque pode afetar seu valor de revenda ou provocar a sua
perda, como no caso de produtos perecíveis.
Por esse método o valor do estoque final será representado pelo valor das últimas entradas que em uma economia
inflacionária representará os bens de maior valor. Já em uma economia deflacionária será o inverso e em uma
economia em perfeito equilíbrio não haveria diferenças de preços entre os produtos mais novos e os mais antigos.

O método Primeiro que Entra é o Primeiro que Sai – PEPS, é aceito pelo Fisco.
3.3. UEPS (Último que Entra é o Primeiro que Sai) ou LIFO (Last-In-First-Out)
Por esse método a baixa no estoque é dada levando-se em consideração o valor das últimas compras. Para tanto
aos bens adquiridos para o estoque devem ser segregados por lote de compra quando adquiridos por custos distintos.
Método utilizado normalmente, quando não é possível ou não é necessário identificar exatamente qual item está
saindo do estoque.
Por esse método o valor do estoque final será representado pelo valor das primeiras entradas que em uma
economia inflacionária representará os bens de menor valor. Já em uma economia deflacionária será o inverso e em
uma economia em perfeito equilíbrio não haveria diferenças de preços entre os produtos mais novos e os mais antigos.

O método Último que Entra é o Primeiro que Sai – UEPS, não é aceito pelo Fisco por apresentar o menor
lucro e, consequentemente, propiciar a arrecadação de um menor valor como Imposto de Renda. Também
não é aceito contabilmente.
3.4. Média ponderada ou custo médio ou preço médio
Esse método não leva em consideração o preço efetivo da mercadoria ou matéria prima no momento da baixa do
estoque, o CMV é calculado com base no custo médio de aquisição
1) Fixa:
Nessa variante do método ao final de um determinado período calcula-se a média de preços dos bens adquiridos para
o estoque utilizando-se a seguinte fórmula:
Ei + Compras (em valor total)
Ei + Compras (em unidade)

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O método da Média Ponderada Fixa não é aceito pelo nem pelo Fisco nem pela legislação societária.

2) Móvel:
Nessa variante do método o CMV é calculado com base no custo médio de aquisição, apurado a cada entrada de
mercadorias, ponderado pelas quantidades adquiridas e pelas anteriormente existentes. Em cada entrada, soma-se o
valor total da entrada ao valor do que existe no estoque (quantidade existente X ultimo preço médio encontrado) e
divide-se pela quantidade total de produtos (entrada + a quantidade que já existia).

O método da Média Ponderada Móvel é aceito pelo nem pelo Fisco.


4. Ficha de controle de estoque

Ferramenta utilizada no controle de estoque. Nela são registrados os valores de entrada, saída e o saldo final do
estoque a cada operação, além da data de ocorrência.
Os valores de entrada registrados nessa ficha são o das compras líquidas, ou seja, a compra ajustada pelas inclusões
e deduções. Esses valores também quantificarão os bens no momento da saída do estoque no momento da venda,
representando o CMV, e no momento da devolução de compras.
O primeiro registro encontrado será o do estoque inicial do período, que será o estoque final do período anterior.
A ficha de controle de estoque é basicamente composta de quatro colunas:
1) A primeira é destinada ao registro da data do fato contábil que alterou o estoque.
2) A segunda registra as entradas de bens, e quando houver valores negativos nessa coluna representa a devolução
de vendas. A devolução não é registrada na coluna de saída para que não se confunda a devolução de compras
com uma venda.
3) A terceira coluna é a de saí onde serão registradas as saídas de mercadoria em função do consumo, venda ou
transferência par o processo produtivo. As devoluções ao estoque, inclusive as devoluções de venda, serão
registradas nessa coluna com seus respectivos valores com sinal negativo. Esse procedimento é adotado para que
não se confunda a devolução de venda com uma compra. Cada valor registrado nessa coluna representa o CMV
de cada venda e o somatório desses valores o CVM do período.
4) Na quarta e última coluna são registrados os saldos após cada operação de entrada ou saída, representando o
estoque final após cada operação e do período depois de realizada a última operação do período determinado.
Isso significa que essa coluna vai representar a quantidade de bens disponíveis para a venda.

Cl = Valor das Compras líquidas


EI = Estoque inicial
EF = Estoque final
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5. Os Métodos de avaliação de estoque e o ambiente econômico

Com relação a variação de preços, a economia de um país se comporta basicamente de três formas:
1) Economia em perfeita estabilidade:
Nessa situação não há variação de preços. Sabemos que situação como essa é praticamente impossível de
acontecer.
2) Economia inflacionária:
Nessa situação os preços variam para cima com o passar do tempo. É a situação mais corriqueira, onde os preços
vão subindo gradativamente.
Se essa variação for muito alta, pode-se se classificar a economia de um país como hiper-inflacionária.
3) Economia deflacionária:
Nessa situação os preços variam para baixo com o passar do tempo, situação também muito difícil de acontecer.
Por esse motivo, os métodos de avaliação de estoques impactarão de forma diferenciada no patrimônio da
empresa e em seus resultados da seguinte forma:
1) Economia perfeitamente estável
Em uma economia perfeitamente estável os três métodos apresentariam os mesmos valores.
2) Economia Inflacionária
Em uma economia inflacionária os valores se apresentam como na tabela a baixo.

3) Economia deflacionária
Em uma economia deflacionária os valores se apresentam como na tabela a baixo.

6. Cálculo pelos métodos Média Ponderada Fixa, Média Ponderada Móvel, PEPS e UEPS.

Mas porque a preocupação em escolher um método de avaliação?


O método de avaliação escolhido afetará o total do lucro a ser reportado para um determinado período contábil.
Permanecendo inalterados outros fatores, quanto maior for o estoque final avaliado, maior será o lucro e menor será
o CMV. Esses valores poderão variar para mais ou para menos dependendo da combinação de dois fatores: o
comportamento da economia em relação a variação de preços, se estável, inflacionária ou deflacionária, e a escolha
do método de avalição de estoque.
Assim a escolha do método de avaliação afetará diretamente o resultado da organização.
Vejamos o seguinte exemplo pelos principais métodos considerando uma economia inflacionária já que é a mais
comum.
Suponha uma certa empresa que possua estoque inicial de mercadoria de R 400,00 (20 unidades a 20,00 cada uma)
e tenha realizado as seguintes operações:
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a) compra a vista: 30 unidades a R 30,00 cada uma;


b) venda a vista: 10 unidades a R 32,00 cada uma;
c) venda a prazo: 20 unidades a R 36,00 cada uma;
d) compras a prazo: 30 unidades a R 32,00 cada uma;
e) venda a vista de 25 unidades, ao mesmo preço unitário da venda 3.

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Pode-se observar então que em uma economia inflacionária:


 O PEPS apresentará o maior estoque final (800), o menor CMV (1460) e, consequentemente o maior lucro
(480).
 O UEPS apresentará o menor estoque final (560), o Maior CMV (1.760) e, consequentemente, o menor lucro
(240).
 A Média Ponderada Móvel apresentou valores intermediários, ou seja, terá todos esses valores entre o PEPS
e o UEPS.
Em uma economia deflacionária os métodos PEPS e UEPS se comportam de maneira inversa:
 O UEPS apresentará o maior estoque final, o menor CMV e, consequentemente o maior lucro.
 O PEPS apresentará o menor estoque final, o Maior CMV e, consequentemente, o menor lucro.

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 A Média Ponderada Móvel apresentou valores intermediários, ou seja, terá todos esses valores entre o PEPS
e o UEPS.
Em uma economia perfeitamente estável os três métodos apresentariam os mesmos valores.
RESULTADO EM UMA ECONOMIA INFLACIONÁRIA

RESULTADO EM UMA ECONOMIA DEFLACIONÁRIA

7. Baixa dos Estoques

Segundo o CFC, os estoques devem ser baixados quando:


1. Reconhecido como despesa durante o período, o qual é denominado frequentemente como custo dos produtos,
das mercadorias ou dos serviços vendidos, consiste nos custos que estavam incluídos na mensuração do estoque
que agora é vendido.
2. Por ocasião do consumo no processo produtivo ou qualquer outra atividade ao qual o estoque foi destinado;
3. Quando ocorrer qualquer outra redução, ou em função de perda, ou em função e ajustes ao valor realizável
líquido.
Segundo o CFC:

“O valor do estoque baixado, reconhecido como despesa durante o período, o qual é denominado frequentemente
como custo dos produtos, das mercadorias ou dos serviços vendidos, consiste nos custos que estavam incluídos na
mensuração do estoque que agora é vendido. Os custos indiretos de produção eventualmente não-alocados aos
produtos e os valores anormais de custos de produção devem ser reconhecidos como despesa do período em que
ocorrem, sem transitar pelos estoques, dentro desse mesmo grupo, mas de forma identificada. As circunstâncias da
entidade também podem admitir a inclusão de outros valores, tais como custos de distribuição, se eles adicionarem
valor aos produtos; por exemplo, uma mercadoria tem valor de venda maior na prateleira do supermercado do que
no depósito de distribuição dessa entidade; assim, o custo do transporte do centro de distribuição à loja de venda
deve ser considerado como parte integrante do custo de colocar o estoque em condições de venda;
consequentemente, deve afetar o custo da mercadoria”.

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