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Livro : Jovens religioso e o catolicismo.

Partes essenciais ao trabalho, tópicos e citações.

Capítulos e páginas:
#Introdução 23-50 56-58

#Representação da juventude e desafios sociais 61-93

#Sentir-se chamado, as motivações para a escolha do sacerdócio e da vida religiosa. 97-101 128-
133
# capítulo 7

#apontamentos conclusivos.
475-487

*introdução:
Perspectiva da autora
P 45

A perspectiva que adoto é a de que há uma


reformulação em curso dos sentidos dados à religião e na
forma de incorporá-la na esfera individual. Sua capacidade de
reciclagem se dá tanto ao nivel das formas quanto ao nível
dos conteúdos e práticas. A autonomia, a relativização dos
conteúdos religiosos, a busca ou o afastamento do sagrado
são atitudes facilmente identificáveis na forma de se viver
a religião nas sociedades ocidentais. O desafio posto é o da
identificação e compreensão de uma das formas que geram
diferentes graus de combinação dessas atitudes constituídas sob as asas da modernidade entre
os/as jovens que se dedicam
VR e a vida sacerdoral."

*Capítulo 1

Autora fala sobre a dificuldade de vc estabelecer p que deve ser enquadrado na definição de
juventude. Ela irá depender do contexto estudado, e do referencial que se adote.

P 64

Dadas essas condições, percebo-os como jovens


ou na fase que denominamos juventude, mas que talvez
pudéssemos chamar de juventudes" por sua constituição
heterogènea, não linear e diferencial, do ponto de vista das
escolhas, das trajetórias pessoais e das diferentes experiências
de inserção social.
E dificil, para não dizer impossível, afirmar
sistematicamente algo sobre a juventude brasileira, por
exemplo. E possível identificar cenários nos quais eles
sejam protagonistas no sentido positivo (ações voluntárias e
solidárias; iniciativas socioculturais etc.); ou no qual sejam
protagonistas no sentido negativo (narcotráfico, violència
urbana, evasão escolar, consumismo etc.).
Uma crítica que se ouve com alguma frequência
em relação aos "jovens de hoje" seja por pessoas de gerações
anteriores seja por setores como a mídia, a religião ou as
escolas, é a de que eles seriam desinteressados pela política,
imagéticos ou pouco associativos para questões sociais. Helena
Abramo (1997), dentre outros autores já chamou a atenção
para o fato de que os jovens são muitas vezes tomados como
sendo eles mesmos o
necessário intervir ou salvar de forma a reintegrá-los à ordem
"problema social" sobre o qual se torna
social,"
Compreender, portanto, quais seriam as imagens
que os/as jovens religiosos/as fazem do
tornou-se um de meus propósitos, sem cair na ingenuidade de
crer que suas representações não estariam também, de alguma
forma, pautadas em seu contexto social e influenciadas por
ele. O julgamento ou opinião que cada jovem possui de um
segmento social ao qual ele mesmo pertence poderia estar
revelando dados importantes na compreensão de suas próprias
motivações para a vida consagrada na atualidade.

*Ao analisar entrevistas realizadas com jovens ingressantes a vida reclusa a Fernandes notou
uma postura crítica dos jovens em relação a própria condição da juventude, e concluiu assim que:

P 69
Como já observado por alguns analistas, (MELLUCI,
1997; ABRAMO, 1997) as condições sócioculturais e biológicas
dos jovens, os colocam como um dos segmentos sociais
mais expostos às críticas e aos dilemas vividos pela sociedade
como um todo. Os jovens funcionam como uma espécie
de termômetro da vida social porque neles são depositadas
as esperanças, ansiedades e medos de todo o conjunto da
sociedade. A relação que estabelecem com o tempo passa a ser
mais complexa em condições de modernidade, sobretudo em
nossas sociedades onde principalmente os que pertencem aos
estratos populares precisam ser criativos para dar continuidade
à própria vida. Por outro lado, a juventude dos estratos sociais
mais elevados também vive suas crises relacionadas com o
desemprego, o afastamento/negligenciamento dos pais, a
dispersão etc.

Parte para incluir no

o quê Fernandes encontra ao analisar jovens ingressantes a vida vida reclusa é muito próximo
pois demonstra uma visão negativa a respeito da juventude por parte dos próprios entrevistados
nesse caso embora não haja um direcionamento ou evidência de um direcionamento da
instituição católica em relação aos seus jovens destaca-se que a percepção desses jovens que
escolhem a vida reclusa identifica como o modo de vida da juventude o modo frívolo superficial
carregado de consumismo a medida em que esses se distanciam da noção de juventude embora
não haja esse direcionamento ah por parte deles é identificação desse recortes de Van Tudi como
ligados essencialmente ao mundo então nesse caso não se busca uma aproximação de uma
juventude pura e santa mas sim distanciamento do que consideram impuro e consideram impuro
a própria juventude.
assim eu pensar sobre a política de reconhecimento dos jovens ingressante a vida reclusa
enquanto jovemfaz a ideia de que há um distanciamento ou uma busca por esse distanciamento
entre o conceito que se tem sobre o que é a juventude, conceito esse pessimista, e o que se vive
dentro da vida sacerdotal, como se houvesse uma busca para o distanciamento.

P89/90
Nesse sentido, a definição da identidade estará de
modo dialógico sendo construída a partir do que desejam ver
em nós ou em oposição a essas construções feitas por nossos
outros significativos, como por exemplo, o ideal de vida a nós
traçado por nossos pais. Como esse processo é dialógico tudo
indica que os/as jovens vocacionados não se autoidentificam
como jovens quando sua visão sobre a juventude é negativa ou
desencantada, porém, há momentos em que essa identidade
é acionada para o estabelecimento de outras relações, como
por exemplo, na relação estabelecida com os formadores e
formadoras das casas conventuais e seminários onde estáo.
Para alguns é nítida e percepção de que o momento
que atravessam é um tempo de aprendizado e que devem ser
obedientes (o máximo possível),70 sobretudo durante o período
de formação. Importa
ser experimentada como um período que pode aproximar ou
afastar os jovens religiosos do segmento juvenil. Nesse sentido,
é corroborado o argumento de que a juventude não é um
estado homogêneo de coisas, mas pode ser negada ou aceita de
acordo com a situação experimentada cotidianamente, além
de outras variáveis socioculturais.
analisar
que
a categoria juventude pode
A distinção que alguns jovens fazem de sua condição
com a que observam na maioria da juventude brasileira revela
a busca de autenticidade enunciada por Charles Taylor. Essa
autenticidade é construída com base num processo de distinção
que pode redundar numa crítica radical. Embora o discurso
não revele uma comparação literal, fica evidente que a situação
enunciada sobre a juventude não é a mesma que eles próprios
experimentam, ou seja, os jovens religiosos diferenciam-se de
uma condição de vida vivenciada pela juventude como um
todo e que irão avaliar negativamente.
A diferenciação é constitutiva do processo de
identificação dos indivíduos e faz com que estes busquem
demarcar os limites entre "eles" e "nós" estabelecendo fronteie
simbólicas.

a própria autora em um outro momento do texto lembra que a juventude funciona como um
motor catalizador de todas as características da sociedade então nesse sentido a representação
que a ideia de juventude se apresenta tende sempre a estar carregada de uma imagem pejorativa
e é nesse sentido que vindo diretamente da organização em forma de admoestações a fim de
direcionar o comportamento dos jovens ou vindo dos próprios jovens.

P92/93

Importa observar que, quandoo senso comum


constrói uma imagem pejorativa da juventude (e muitas
vezes não apenas o senso comum), baseada nas informações
veiculadas pela grande midia, tal imagem pode se traduzir em
um efeito boomerang entre os jovens, traduzido pela atitude
de dispensabilidade na realização de distinções, relativização
de posicionamentos e valorização das idiossincrasias presentes
no segmento. Neste sentido, os jovens da atualidade devem
ser lidos por sua singularidade e certamente podem mobilizar
tanto quanto pequenas parcelas da juventude de outras
décadas.
Reconhecer-se nesse cenário parece não ser uma
tarefa empreendida por nossos informantes. A busca de
eles empreendida a partir da mudança
de condição sociocultural mostra-se muitas vezes velada no
discurso do apego ao sagrado e da não assimilação de sua
condição geracional. Por outro lado, o incremento de uma
atuação direcionada para a juventude pode representar que em
suas visões de mundo os jovens constituem um público em
potencial a ser orientado ou "evangelizado".
A mudança de lugar social que moças e rapazes
religiosos experimentam os coloca também em situação de
profunda vulnerabilidade na constituição de seus ideais de
autenticidade, que vão sendo consolidados no processo de
constituição das identidades. Ser diferente numa sociedade
em que os jovens são iguais e,
percebidos de modo negativo, pode ser um ganho na causa
do reconhecimento. Assim, a instituição religiosa recebe
por parte dos jovens uma determinada capacidade de inflar
um estatuto permanente de regeneração e resgate, sendo ela
mesma a promotora ou incentivadora do desenvolvimento das
virtudes necessárias aos jovens contemporâncos.

tal postura não se distanciar muito dos jovens religiosos de outras denominações visto que esses
também buscam distanciamento da condição que remete a visão pejorativa da juventude e
buscam elementos que os munam de características como pureza retidão, diferenciando-se do
que é atribuído a juventude pelo senso comum.

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