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Ele começa a ter as primeiras interações sexuais, onde ele não busca o
prazer e realização através do círculo familiar e indo para fora dele buscando o
prazer através do outro ser ou objeto. Com isso também vem a vivência de vários
lutos que o deixa cada vez mais perto da puberdade. Isso se liga a afirmações de
ideias próprias em diversos campos da vida (social, ideológico, etc.), começando a
formar relações afetivas com outros indivíduos.
Segundo o livro, “Os efeitos desses impasses são, hoje, muito visíveis:
adesão sem medida ao mundo virtual, podendo chegar até a radicalidade da
delinquência, do autoflagelo ou do suicídio, e muitos apelam às "condutas de risco"
numa clara busca por assegurar o valor da existência, por afastar”. Também
apresenta dificuldades em encontrar um lugar a pertencer, pois ele se vê com
maturidade, mas não é reconhecido.
Hoje não estamos mais presos às tradições, isso ocasiona que jovem esteja à
mercê de suas próprias ideias e decisões, com isso muitos de sua própria geração
se ajudem a passar por essa transição complicada e traumática, e acaba se
tornando um símbolo de apelo corporal e social não visível. Eles encerram da
seguinte forma:
“Se for assim, ela não deixa de ser uma tentativa de resposta ao evento da
puberdade que, como tal, se apresenta ao sujeito alterando biologicamente
seu corpo, mas também psiquicamente seus impulsos sexuais, sua
habilidade social, bem como sua capacidade sociocognitiva de pensamento
e de formação de conceitos. Muitos não vivem isso apaziguadamente, mas,
decerto, por meio de sucessivas "crises" e comportamentos disruptivos, que
amiúde são manejados com demasiada dificuldade pelas famílias,
responsáveis e educadores, em geral.”
Mesmo eles tendo essas ideias e conceitos mais avançados, ainda mantém
as formas mais elementares sendo ainda muito utilizadas. Os conceitos têm a
função de permitir ao sujeito se entender e entender o seu entorno.
É bem provável que, hoje, os adolescentes tenham menos dificuldades em
definir os conceitos formais que eles já conseguem operar bem. O mundo virtual e
performático que atualmente experimentamos podem, inclusive, estar induzindo
crianças maiores à antecipação da formação de conceitos formais, abstratos e
científicos, para além do pseudoconceitos. Isso contribuiria bastante para uma
definição mais significativa desses mesmos conceitos por parte dos adolescentes.
Piaget nos apresenta um adolecente que escreve idealizando sistemas e
teorias que transformam o mundo, sendo criadas pelos mesmos ou estudando. Mas
o mundo virtual suas intimidades estão amplamente expostas na internet o “Eu” se
torna inflado e as redes contribuem para seu aumento e cria um egocentrismo que
acredita ser capaz de construir um universo capaz de incorporá-lo.
Mas, se para o psicólogo suíço somente após 11 ou 12 anos esse Eu
passaria a produzir o “pensamento formal”, podemos inferir que, no século XXI, tal
pensamento já se constata em crianças com menos de 10 anos, quando as
“operações lógicas” começam a mudar do plano da manipulação concreta para o
das ideias. O pensamento se torna “hipotético-dedutivo” ao poder fazer conclusões
formais independentemente da realidade de fato.
Os adolescentes parecem hoje se pôr em pé de igualdade com os mais
velhos no que concerne à autonomia de pensamento, mas muito diferente deles em
relação à idealização do mundo.
Então o texto ressalta a dificuldade para educar os adolescentes, falando
que existem várias formas de aproveitar a vida e a sociedade ainda reafirma essa
ideia. Porém a fase conturbada impede que o adolecente perceba o valor desse
momento, não só do momento, acredito eu, do tempo. Para envolvidos em sua vida
vale a pena entender o quão conturbado esse momento é complicado e deve se
criar um ambiente acolhedor. O texto faz algumas recomendações: