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Nome: Luiz Henrique Silva Cruz RA:1917643

Somos burgueses sem religião, somos o futuro da nação, somos frutos de qual
Geração?

O período da infância é proporcionalmente mais longo no ser humano do que em


outras espécies animais. A imaturidade da criança humana a torna um ser frágil, incapaz de
sobreviver por conta própria. No entanto, está na origem de uma grande plasticidade que
permite adaptar-se às mudanças do ambiente e adquirir controle sobre elas.
A criança é dependente dos adultos, o que permite o desenvolvimento de relações
interindividuais fortes e duradouras e uma transmissão privilegiada dos conhecimentos
adquiridos pelas gerações anteriores e da cultura em todas as suas vertentes (crenças, código
moral, boas maneiras, expressão artística, etc. ). Os estatutos específicos das crianças, os
papéis que lhes são atribuídos, as expectativas, as solicitações, as contribuições, as ajudas, as
proibições de que são impostas, que moldam a sua existência, sua personalidade, são
determinados juntamente pela maturidade biológica e pelas interpretações sócio-históricas e
culturais.
Desde o mundo antigo, as crianças eram vistas como pequenos adultos a serem
preparados para a vida adulta. A sociedade medieval por exemplo não conhecia o sentimento
de infância, a família medieval não era sentimental, as relações eram pautadas numa visão
utilitarista. A igreja ajudou a fincar sua concepção quando retratava as crianças com aparecia
e expressões mais fechadas, utilizando roupas de adultos, fomentava a visão de que era
adultos em miniaturas.
O que vai despertar o novo sentimento de criança é a partir da modernidade, em
meados dos séculos XVII, onde as famílias passam a educa-las em seu núcleo familiar, o que
não ocorria anteriormente. Com os cuidados e atenção sendo modificado, é despertado o
sentimento de paparicação, de miniatura de adultos, passam a serem reconhecidas com
graciosidade, beleza e ingenuidade, fazendo dela como uma distração para os adultos, esse
sentimento foi primeiramente despertado pelas mulheres, as mães e amas de leite e
posteriormente envolvendo outros membros da família. Essa forma de enxergar as crianças
sofreu forte resistência da época que já vinha sido condicionada em cima de outro conceito.
A divisão da infância em idades de infância , como se fala em idades de vida , é feita
mais em métodos educacionais do que em estágios de amadurecimento. De fato, por muito

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tempo, a primeira infância (de 0 a 3 anos) foi caracterizada pela dependência da criança em
relação à mãe.
A idade da razão, caracterizada pela adesão ao raciocínio operatório, marca o início da
escolaridade obrigatória na maioria das culturas. Pode-se ver na Declaração dos Direitos da
Criança, adotada em 1959 pela Assembleia Geral das Nações Unidas, o reconhecimento
oficial da especificidade da infância, cujo estatuto particular justifica direitos particulares. A
grande diversidade da condição das crianças em todo o mundo mostra claramente como os
princípios não são suficientes para orientar as instituições. Se, no mundo ocidental, a
escolaridade obrigatória se alongou, se as diferenças no tratamento educacional de meninas e
meninos se tornaram indistintas, isso não ocorre em outras culturas, onde os papéis
dos homens e mulheres são bem diferenciados e fixos desde o final da primeira infância,
quando muitas crianças têm pouca ou nenhuma escolaridade e participam muito cedo das
atividades, até mesmo das responsabilidades dos adultos. Para eles, a infância acaba muito
antes da puberdade.
O documentário nos mostra um contraste gritante que ocorre em nosso país, a
desigualdade social e os impactos que causam ou poderão causar no desenvolvimento da
criança como adulto. Utilizando-se da frase proferida ao final do vídeo: “ser criança não
significa ter infância” nos deixa uma reflexão acerca do que é ser criança no mundo
contemporâneo.
Existe modelos diferenciados de infância, onde constata-se que algumas crianças,
delimitadas pelo seu contexto social são obrigadas a transforma-se em adultos precocemente,
contexto onde se tem a violação da infância. Estamos obcecados por criança, mas isso não
significa que estamos preservando a noção de infância.
Os motivos que levam uma criança a trabalhar cedo no país são inúmeros; ajudar no
sustento, falta de políticas públicas, valores culturais. Para muitas famílias, a ocupação é a
proteção quanto a marginalização e pobreza por exemplo.
No Brasil, o trabalho infantil é proibido para menores de 16 anos. Estudos mostram
que o trabalho nessa fase da vida, munido a fragilidade do crescimento e os riscos do serviço
atrapalham o ciclo de desenvolvimento trazendo graves consequências, uma criança que
trabalha com lixo fica exposta ao sol, chuva a produtos tóxicos, carregando peso pode ter
problemas de colunas e deformação dos ossos.
Por outro lado, temos as crianças em um cenário oposto, onde a família, o seu
ambiente os das totais condições de desenvolvimento, porém, por falta de conhecimento

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acabam pecando no excesso de conforto, ou pela total ausência da figura protetora no
processo de amadurecimento. No caso do excesso, as que tem tudo de “mão beijada”, sem
nenhum esforço para ter uma recompensa, no qual no referimos como crianças mimadas,
podem ter dificuldade em lidar com rejeições, situações interpessoais como professores
repreendendo-as ou recusando-se a conceder extensões nas tarefas de casa, colegas de
brincadeira recusando-se a brincar com seus brinquedos e companheiros de brincadeira
recusando encontros com eles, perda de amigos, podem ter problemas com controle de raiva,
profissionalismo e relacionamentos pessoais.
As fronteiras entre infância e vida adulta estão cada vez mais tênues no contexto
contemporâneo, os mecanismos de proteção social a infância estão se desintegrando, exemplo
é o modelo Americano que hoje encarcera crianças nas mesmas condições que encarceram os
adultos. Aqui no Brasil outro exemplo é as proposições de redução da maioridade penal, o que
faz com que alguns autores tentando compreender o contexto contemporâneo e seus impactos
na infância.
Afinal, estamos vivendo o desaparecimento da infância proposto por Postman (2007), ou
estamos vivendo uma nova re-institucionalização da infância como dito pelo pesquisador
Sarmento (2004)? Essa é uma pergunta que confesso ainda não ter a resposta. O fato é que, a
sociedade contemporânea vive uma crise de diversas dimensões, econômica politica cultural e
social, essa crise rebate em todas as esferas da vida social, rebatendo também na infância e no
tratamento social que é dado a ela.

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