Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Somos burgueses sem religião, somos o futuro da nação, somos frutos de qual
Geração?
1
tempo, a primeira infância (de 0 a 3 anos) foi caracterizada pela dependência da criança em
relação à mãe.
A idade da razão, caracterizada pela adesão ao raciocínio operatório, marca o início da
escolaridade obrigatória na maioria das culturas. Pode-se ver na Declaração dos Direitos da
Criança, adotada em 1959 pela Assembleia Geral das Nações Unidas, o reconhecimento
oficial da especificidade da infância, cujo estatuto particular justifica direitos particulares. A
grande diversidade da condição das crianças em todo o mundo mostra claramente como os
princípios não são suficientes para orientar as instituições. Se, no mundo ocidental, a
escolaridade obrigatória se alongou, se as diferenças no tratamento educacional de meninas e
meninos se tornaram indistintas, isso não ocorre em outras culturas, onde os papéis
dos homens e mulheres são bem diferenciados e fixos desde o final da primeira infância,
quando muitas crianças têm pouca ou nenhuma escolaridade e participam muito cedo das
atividades, até mesmo das responsabilidades dos adultos. Para eles, a infância acaba muito
antes da puberdade.
O documentário nos mostra um contraste gritante que ocorre em nosso país, a
desigualdade social e os impactos que causam ou poderão causar no desenvolvimento da
criança como adulto. Utilizando-se da frase proferida ao final do vídeo: “ser criança não
significa ter infância” nos deixa uma reflexão acerca do que é ser criança no mundo
contemporâneo.
Existe modelos diferenciados de infância, onde constata-se que algumas crianças,
delimitadas pelo seu contexto social são obrigadas a transforma-se em adultos precocemente,
contexto onde se tem a violação da infância. Estamos obcecados por criança, mas isso não
significa que estamos preservando a noção de infância.
Os motivos que levam uma criança a trabalhar cedo no país são inúmeros; ajudar no
sustento, falta de políticas públicas, valores culturais. Para muitas famílias, a ocupação é a
proteção quanto a marginalização e pobreza por exemplo.
No Brasil, o trabalho infantil é proibido para menores de 16 anos. Estudos mostram
que o trabalho nessa fase da vida, munido a fragilidade do crescimento e os riscos do serviço
atrapalham o ciclo de desenvolvimento trazendo graves consequências, uma criança que
trabalha com lixo fica exposta ao sol, chuva a produtos tóxicos, carregando peso pode ter
problemas de colunas e deformação dos ossos.
Por outro lado, temos as crianças em um cenário oposto, onde a família, o seu
ambiente os das totais condições de desenvolvimento, porém, por falta de conhecimento
2
acabam pecando no excesso de conforto, ou pela total ausência da figura protetora no
processo de amadurecimento. No caso do excesso, as que tem tudo de “mão beijada”, sem
nenhum esforço para ter uma recompensa, no qual no referimos como crianças mimadas,
podem ter dificuldade em lidar com rejeições, situações interpessoais como professores
repreendendo-as ou recusando-se a conceder extensões nas tarefas de casa, colegas de
brincadeira recusando-se a brincar com seus brinquedos e companheiros de brincadeira
recusando encontros com eles, perda de amigos, podem ter problemas com controle de raiva,
profissionalismo e relacionamentos pessoais.
As fronteiras entre infância e vida adulta estão cada vez mais tênues no contexto
contemporâneo, os mecanismos de proteção social a infância estão se desintegrando, exemplo
é o modelo Americano que hoje encarcera crianças nas mesmas condições que encarceram os
adultos. Aqui no Brasil outro exemplo é as proposições de redução da maioridade penal, o que
faz com que alguns autores tentando compreender o contexto contemporâneo e seus impactos
na infância.
Afinal, estamos vivendo o desaparecimento da infância proposto por Postman (2007), ou
estamos vivendo uma nova re-institucionalização da infância como dito pelo pesquisador
Sarmento (2004)? Essa é uma pergunta que confesso ainda não ter a resposta. O fato é que, a
sociedade contemporânea vive uma crise de diversas dimensões, econômica politica cultural e
social, essa crise rebate em todas as esferas da vida social, rebatendo também na infância e no
tratamento social que é dado a ela.