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Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes

Disciplina: CIS 141 - Nádia


Semestre: 2019/01.
Professora responsável: Nádia
Nome: Eduarda Cristina Maciel Cal - 90696

A escola “faz” as juventudes? Reflexões em torno da socialização


juvenil
JUAREZ DAYRELL

No presente artigo, o autor cria uma ponte entre a construção da juventude, sua
relação com o ambiente escolar e suas dificuldades. Mostrando as dificuldades de
se falar sobre o tema JUVENTUDE, que sendo uma categoria construída
socialmente, apresenta grandes desafios em sua origem.

O autor aponta as várias dimensões que cercam a vida do jovem, como o jovem
não é levado a sério, não é considerado um interlocutor valido, principalmente em
suas relações escolares. Isso contribui para a formação de uma tensão entre os
jovens e o espaço escolar, onde eles são desestimulados a participar e a atuar em
relação a escola, na forma como veem- a como uma obrigação que não faz parte da
vida real. Realidade esta que se encontra em constantes transformações e
mudanças de significados, tanto sociais como culturais.

Dayrell chama de “ as múltiplas dimensões da condição juvenil” aquilo que


influencia fortemente a vida destes jovens, começando pelo trabalho, percebendo
suas condições sociais: a classe popular tem uma juventude mais dura, onde a
pobreza interfere diretamente nas suas possibilidades.

Lembrando que ao contrário de muitos países, a juventude brasileira não pode ser
classificada como trabalhadores, ou não, o trabalho é apenas uma mediação efetiva
e de caráter simbólico na experimentação dos jovens. Sendo assim, a escola e o
trabalho acabam se superpondo ou terminam sendo escolhidos com o momento ou
a condição social dessas pessoas.

Os jovens, em sua busca pelo autoconhecimento constante, criam entre si suas


próprias culturas juvenis, espaços de práticas e rituais que marcam suas
identidades. Os jovens marcam em seus corpos, a fim de distinguirem- se uns dos
outros, ostentam e expressam em seus corpos e nos visuais, suas marcas culturais.
A adesão a algum estilo ou grupo tem grande significado na vida destes jovens,
inclusive nos seus passos na socialização.

Logo, a sociabilidade ocorre na vivencia e em toda sua intensidade de acordo com


o tempo e o espaço em que se insere.

A criação do individual em distinção do coletivo em uma turma de amigos é tão


importante quanto a ideia de movimento constante que constitui essa variante.

Dayrell fala sobre a criação de uma memória individual e coletiva que se cria
dentro desses espaços. Estas construções refletem os processos de sociabilidade,
mostrando suas alterações nas formas de criação dos indivíduos. Afirma- se que os
valores e modos de vida que são aprendidos em diferentes instituições são
colocados em confronto, contribuindo para uma contrariedade da construção da
juventude. Como são diversos universos sociais de referência, muitos se
contrapõem e sobrepõem na trajetória.

A tensão falada aqui, envolve muito mais a construção do aluno em si, na sua
integração escolar, pois, se ele não se sente parte do ambiente escolar, logo, não
será motivado a participar de suas experiências.

O autor aponta que se deve trabalhar a pesquisa na escola como instrumento


pedagógico para se entender o interesse dos alunos e fazer com que eles percebam
a sociologia e a escola como um único elemento enquanto parte de suas vidas.
Também aponta que os professores de sociologia devem atuar como sociólogos do
espalho escolar, para muito além da docência, assim, auxiliaria muito na produção
da desnaturalização de estereótipos e preconceitos que ainda existem sobre os
alunos e no auxílio da compreensão destes indivíduos como sujeitos sociais,
membros de grupos sociais, com origens e culturas diferentes que devem ser
respeitadas e valorizadas.

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