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*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência. Informamos
que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos.
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violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código
Penal.
Bons estudos!
6
01
A Globalização e
o Mundo Contábil
Alunos,
Para prosperar e manter-se competitivo no mercado mundial, as empresas
necessitam de informações financeiras e contábeis, atualizadas, sendo cada vez
mais processadas e analisadas em tempo real, através de integrações de
sistemas gerenciais e contábeis. Isso é crucial para tomar decisões acertadas,
monitorar margens de lucratividade e rentabilidade, bem como ampliar seus
negócios em novas unidades, formas de atuação de produtos, pela internet ou
de forma geográfica.
Assim, a Contabilidade é responsável por gerenciar essas informações,
seguindo princípios e normas rigorosos que orientam o processo de
escrituração, demonstração e análise contábil. Como resultado, surgem as
Demonstrações Contábeis e Índices Contábeis, que são fontes valiosas de
informação para executivos, acionistas, Governos e demais stakeholders.
Para elaborarmos uma conexão entre globalização e Contabilidade, é
importante revisitar os conceitos básicos. Por isso, veremos, a seguir, algumas
abordagens sobre esses assuntos.
A Globalização
A globalização teve seu início com as navegações comerciais realizadas pelos
europeus, que promoveram a compra e venda de produtos produzidos em
países até então desconhecidos, como a Índia e a descoberta da América.
Entretanto, além da forma comercial, a globalização teve seu avanço na troca
de informações, comércio amplamente aberto, cooperação entre Governos e
outras formas de integração no fim dos anos de 1980, com o surgimento da
internet e o fim da Guerra Fria.
Antes desse período, era clara a diferença de desenvolvimento tecnológico e
social entre os países orientais e ocidentais, ficando nítida a diferença na
Alemanha Ocidental, à esquerda, em comparação com a Alemanha Oriental, à
direita, conforme imagem a seguir:
8
Fonte: acesse o link disponível aqui
9
Porém, a depender do regime político as restrições de acesso à informação,
como na Coreia do Norte, bem como socioeconômicas, como em alguns países
da África, podem manter parte da população alheia ao acesso de informações,
de bens e produtos que a globalização permite atualmente.
A Contabilidade
A necessidade do controle patrimonial é realizada pela humanidade antes
mesmo do surgimento da escrita, de forma primitiva, de inventário de animais,
ou instrumentos de trabalho.
No século XV, o método de Partidas Dobradas, que foi amplamente divulgado
pelo Frei Francisco Luca Pacioli, que supostamente se atribuiu seu
desenvolvimento a ele, trouxe o mesmo conceito que Antoine Laurent de
Lavoisier apresentou apenas no Século XVIII: “Nada se cria, nada se perde, tudo
se transforma”, que na contabilidade, temos: “Para cada crédito, haverá um
débito”. Ou seja, os recursos de uma empresa, sociedade ou entidade, sempre
possuem uma origem e um destino, que na prática temos o princípio das
Partidas Dobradas.
Originalmente, o estudo do patrimônio é a essência da contabilidade, vindo da
necessidade de controle de bens, produtos, recursos financeiros e demais
direitos. Entretanto, em um mundo globalizado e de alta competição
comercial, em que a necessidade de tomada de decisão se torna em alguns
casos necessária a todo momento, mais do que diária, o patrimônio em si pode
não ser o foco de análise principal para algumas entidades, como do mercado
financeiro, e-commerce e startups, sendo mais relevante a análise do
desempenho de resultado da operação e seus desdobramentos de análises,
que a variação de patrimônio futura gerada em si.
Todo e qualquer fato que se promove de imediato, ou futura variação
patrimonial na empresa, deve ser escriturada pela contabilidade. Para tal
escrituração, devem ser seguidas as Normas Contábeis, Princípios Contábeis e a
Legislação do País ou Região onde aquela empresa está inserida.
10
Nesse contexto, as Normas Internacionais de
Contabilidade possuem o papel de harmonizar as
diferenças existentes em cada país ou região, facilitando a
vida dos profissionais que realizam a escrituração, bem
como dos stakeholders da contabilidade.
CONECTE-SE
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02
Órgãos Reguladores
Relacionados à
Contabilidade no Brasil
e no Mundo: Introdução
Conhecendo o contexto de globalização mundial, a história básica da
contabilidade, de forma geral, a necessidade das Normas Internacionais de
Contabilidade – IFRS em um mundo globalizado, vamos prosseguir nos
conceitos destes órgãos.
Órgãos Internacionais
Em se tratando de Normas Internacionais, é necessário conhecer
primeiramente o IFAC – International Federation of Accountants (Federação
Internacional de Contadores) e o IASB – International Accounting Standards
Board, que são órgãos responsáveis pela elaboração e divulgação das normas
internacionais. Sendo a IFAC responsável pelas Normas Internacionais de
Auditoria, e a IASC da elaboração de Normas de Contabilidade de escrituração e
demonstrações contábeis em si.
O IFAC com foco na Auditoria promove a uniformização de Normas em nível
internacional. De acordo com CFC (2023), o IFAC tem as seguintes atribuições:
Organização mundial da profissão de auditoria destinada ao interesse
público;
Visa fortificar a profissão e contribuir para o desenvolvimento de
economias internacionais;
Estabelece normas internacionais de auditoria e segurança;
Estabelece normas de ética e outras orientações para o setor
governamental;
Orienta e encoraja o desempenho de alta qualidade para os profissionais
de auditoria.
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Patrícia Siqueira Varela – Membro do International Public Sector
Accounting Standards Board (IPSASB).
CONECTE-SE
14
Ser apoiado pelo Conselho Consultivo de IFRS (IFRS
Advisory Council) e pelo Comitê de Interpretações de
Entidades Nacionais
No Brasil, existem três principais entidades no exercício de elaboração de
normas, fiscalização e controle do exercício da profissão contábil, bem como
integração internacional. São eles: CFC, CRC e CPC. O Conselho Federal de
Contabilidade (CFC) é uma entidade responsável por fiscalizar o exercício
profissional dos contadores, coordenar e promover a profissão, desde 1949.
Composto por 27 conselheiros efetivos, um de cada estado brasileiro, o CFC é
responsável por orientar, fiscalizar e regulamentar o exercício da contabilidade,
com o apoio dos Conselhos Regionais de Contabilidade (CRC).
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Os CRCs, em conjunto com o CFC, realizam ações de fiscalização para verificar
se as empresas contábeis e os contadores estão seguindo as normas vigentes
para o exercício da profissão. Além de realizar a emissão da carteira profissional
dos contadores.
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) foi criado pela Resolução CFC
n.º 1.055/05 e é formado por diversas entidades reguladoras das normas
contábeis no país, incluindo o CFC, CVM e IBRACON. O CPC tem como objetivo
estudar, preparar e emitir Pronunciamentos Técnicos sobre os critérios
utilizados na contabilidade, bem como divulgar informações sobre esses
pronunciamentos para permitir a emissão de normas reguladoras.
O CPC também tem as seguintes atribuições:
convergência internacional das normas contábeis;
centralização na emissão de normas;
representação democrática na produção de informações envolvendo
elaboradores de informações contábeis, auditores, usuários internos e
externos e governos, entre outros.
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03
Mercado Financeiro
e de Capitais e a
Contabilidade
Acadêmicos,
A Contabilidade é encarregada de produzir as demonstrações financeiras das
organizações, em que fornece todas as informações necessárias para as
decisões de negócios. Dessa maneira, os participantes do mercado de valores
mobiliários usam estas informações para fazer previsões de investimentos.
Assim, é necessário conhecer o Mercado Financeiro e de Valores Mobiliários,
para compreender a importância da relação da contabilidade.
Mercado Financeiro e de
Capitais
As Bolsas de Valores, instituições financeiras e corretoras são algumas das
entidades que realizam a intermediação neste mercado.
Além do Mercado Financeiro, existe também o Mercado de Capitais, que é
responsável por intermediar recursos financeiros para empresas ou projetos.
Este mercado tem como foco principal a negociação de ativos, como ações e
títulos de dívida.
O Mercado Financeiro e de Capitais é dividido em diferentes segmentos:
Câmbio: é responsável pela troca de moedas, e é utilizado principalmente
por empresas exportadoras e viajantes. O Banco Central é a instituição que
controla este mercado no Brasil.
Monetário: é responsável por operações diárias, e inclui taxas de renda fixa,
como o CDI - Certificado de Depósito Interbancário. As instituições
financeiras são os principais players neste mercado.
Crédito: é responsável por empréstimos de dinheiro para pessoas físicas e
empresas, com cobranças de altas taxas. Exemplos incluem cartões de
crédito e cheques especiais e contas garantidas.
Capitais: é responsável por fornecer recursos financeiros para
organizações. Para obter recursos são emitidos títulos de dívida de renda
variável e fixa, e as empresas se comprometem a pagar o valor
emprestado dentro do prazo estipulado no contrato.
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Contudo, existe o Mercado de Capitais dentro do Mercado Financeiro. Este é
regulamentado e monitorado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). É
composto por instituições financeiras, Bolsa de Valores e corretoras. O mercado
de capitais negocia itens, como Renda Fixa, Ações, Mercado Futuro,
Debêntures e Títulos Privados.
Renda Fixa: é um tipo de investimento com regras definidas previamente.
O investidor sabe a duração, a taxa de juros ou índice de valorização do
dinheiro.
Ações: uma fração do capital de uma empresa. Ao comprar ações, o
investidor se torna sócio da empresa, participando de seus lucros e
prejuízos.
Mercado Futuro: envolve a obrigação de compra e venda de ativos a um
preço estabelecido com liquidação futura. Há uma responsabilidade para
cumprir os compromissos adquiridos.
Debênture: títulos de dívida emitidos por entidades que concedem
direitos de crédito aos investidores. É uma forma de empréstimo para as
empresas obterem recursos para seus negócios.
Títulos Privados: ativos de renda fixa emitidos por instituições financeiras,
bancos e empresas privadas. É uma maneira de obter financiamento para
capital de giro e empréstimos para manter as operações dessas
organizações.
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CONECTE-SE
A Contabilidade Versus o
Mercado Financeiro
A Contabilidade desempenha um papel crucial na prestação de informações
significativas para o progresso das empresas. Neste sentido, produz dados
sobre o patrimônio e suas mudanças ocorridas em cada período fiscal. Dessa
forma, os profissionais da contabilidade são capazes de atender às demandas
das organizações fornecendo informações precisas e atualizadas para auxiliar
nas decisões empresariais.
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Os membros do mercado financeiro utilizam as informações fornecidas pela
contabilidade para tomar decisões sobre investimentos atuais e futuros. Além
disso, mesmo antes de entrar no mercado financeiro, o investidor precisa de
informações contábeis para fazer projeções de investimento e evitar erros.
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CONECTE-SE
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04
26
Estrutura da IFRS
Em 2000, a Fundação IFRS foi formalmente estabelecida como uma entidade
baseada em Delaware, com raízes na Fundação IASC. Como resultado, os
curadores da Fundação IFRS precisavam obter recursos para financiar a
normalização e nomear membros para o Conselho Internacional de Normas
Contábeis (IASB), o Comitê Internacional de Interpretações de Demonstrações
Contábeis (IFRIC) e o Conselho Consultivo de Normas (SAC). No entanto, em
2009, houve uma mudança na estrutura, incluindo uma nova denominação do
Grupo de Implementação para PME, que segue atualmente a estrutura a
seguir:
Conselho de Monitoramento: tem a função de garantir que os Curadores
da Fundação IFRS cumpram suas obrigações definidas pela Constituição
da Fundação IFRS, aprovando a designação ou mudança de Curadores. O
Conselho de Monitoramento é composto por Comitês Técnicos e de
Mercados Emergentes da Organização Internacional de Comissões de
Valores (IOSCO), a Comissão Europeia, a Agência de Serviços Financeiros
do Japão, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos e o
Comitê de Supervisão Bancária de Basileia participa como observador.
Fundação IFRS: é composta por Curadores e relata ao Conselho de
Monitoramento. A Fundação IFRS tem a responsabilidade de obter
financiamento e supervisionar a normatização e a estrutura e estratégia
das IFRS.
Conselho Consultivo das IFRS (antigo SAC): é o órgão consultivo formal
do IASB e é formado pelos Curadores da Fundação IFRS. Seus membros
incluem grupos de usuários, preparadores, analistas financeiros,
professores universitários, auditores, reguladores, associações de
contadores profissionais e grupos de investidores.
IASB: é um órgão independente responsável por estabelecer as Normas
Internacionais de Relatório Financeiro (IFRS), incluindo para PMEs. Além
disso, o IASB também tem a função de aprovar novas interpretações.
Comitê de Interpretações das IFRS (IFRIC): é composto por membros de
empresas de auditoria, bem como por preparadores e usuários. A função
do IFRIC é responder a perguntas técnicas sobre a interpretação das IFRS.
Além disso, o IFRIC pode propor mudanças nas normas ao IASB em
resposta a problemas operacionais observados ou para melhorar a
consistência.
Relações de Trabalho: é composto por órgãos reguladores locais que
adotaram ou estão em processo de adoção ou convergência às Normas
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Internacionais de Relatório Financeiro - IFRS. Este grupo define uma série
de atividades que precisam ser realizadas para facilitar a adoção e uso das
IFRS.
CONECTE-SE
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05
Os Fundamentos
e a Estrutura da
Contabilidade nos EUA:
US GAAP
Olá, alunos!
As Normas Internacionais de Contabilidade visam e promovem a convergência
das Normas Contábeis entre as nações. Para compreender de fato a relevância
em todo o mundo, devemos conhecer sobre as principais nações. Vamos
conhecer os Princípios Contábeis Geralmente Aceitos nos Estados Unidos da
América.
US GAAP
A sigla GAAP refere-se aos Princípios Contábeis Geralmente Aceitos, que são
um conjunto de normas para a escrituração contábil das empresas. O objetivo é
assegurar que a contabilidade registre as operações de forma padronizada. O
US GAAP é o sistema contábil específico para a contabilidade nos Estados
Unidos, ou seja, o padrão contábil utilizado naquele país.
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CONECTE-SE
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REGRAS IFRS US GAAP
Formato da Não existe um formato padrão, mas os gastos As despesas são classificadas por
demonstração de devem ser evidenciados. Porém, alguns itens função e diretamente deduzidas
resultado devem ser apresentados separadamente. das receitas totais ou por subtotal.
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As receitas e despesas são
classificadas em grupos.
Classificação em contas de
categorias similares em relação às
Exigem classificação em contas padrão, mas
DFC: formato e IFRS, mas são mais específicos no
são flexíveis quanto ao conteúdo das contas.
método que diz respeito à classificação em
Pode ser utilizado o método direto ou indireto.
cada categoria. Pode ser usado os
métodos direto ou indireto.
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06
Os Fundamentos
e a Estrutura da
Contabilidade no Brasil:
BR GAAP
BR GAAP
Como já vimos, a sigla GAAP significa Princípios Contábeis Geralmente Aceitos.
Nesta aula, vamos conhecer os princípios geralmente aceitos no Brasil.
No ano de 2010, o Brasil adotou as normas contábeis internacionais, sendo o
CPC - Comitê de Pronunciamentos Contábeis o órgão responsável pela
regulamentação contábil nesse contexto. O CPC emite pronunciamentos sobre
as Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC), que são aprovadas pelo CFC -
Conselho Federal de Contabilidade.
As normas contábeis no Brasil incluem diversas normas e orientações técnicas
de diferentes órgãos, bem como legislações relacionadas à escrituração
contábil de organizações. A seguir, estão listadas algumas das principais
legislações e órgãos que regulamentam a prática contábil no país:
Lei das Sociedades por Ações (Lei 6.404/1976);
Leis 11.638/2007 e 11.941/2009 que realizaram modificações na Lei 6.404/76
devido à harmonização contábil;
Resoluções, Circulares, Comunicados vindos do Conselho Federal de
Contabilidade (CFC) e outros órgãos;
Conselho Monetário Nacional (CMN);
Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP);
Banco Central (BACEN);
Comissão de Valores Mobiliários (CVM);
Receita Federal do Brasil (RFB);
Superintendência de Seguros Privados (SUSEP).
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CONECTE-SE
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REGRAS IFRS BR GAAP
Não existe um formato padrão, mas os Similar às IFRS, exceto pelo tratamento
Formato da
gastos devem ser evidenciados. Porém, de alguns itens, como “não
demonstração de
alguns itens devem ser apresentados operacionais” e pelas despesas que
resultado
separadamente. devem ser apresentadas por função.
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Exigem classificação em contas padrão,
Não existe apresentação. Se
DFC: formato e mas são flexíveis quanto ao conteúdo das
voluntariamente apresentadas, as
método contas. Pode ser utilizado o método direto
regras assemelham-se às IFRS.
ou indireto.
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07
O Comitê de
Pronunciamentos
Contábeis e seus
Pronunciamentos
Acadêmicos,
A criação do CPC resultou da colaboração de diversos órgãos reguladores da
contabilidade no Brasil, incluindo o Conselho Federal de Contabilidade, a
Comissão de Valores Mobiliários e o Instituto dos Auditores Independentes do
Brasil.
CPC – Comitê de
Pronunciamentos Contábeis
O CPC foi criado pela Resolução do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) n.º
1.055/05 com o objetivo de estudar, preparar e emitir pronunciamentos técnicos
relacionados à contabilidade. Além disso, o CPC também tem como
responsabilidade divulgar informações sobre o assunto para auxiliar na emissão
de normas regulamentares para a contabilidade no Brasil. O CPC visa
centralizar e uniformizar o processo de produção de normas, bem como
promover a convergência da contabilidade brasileira com os padrões
internacionais (CPC, 2021).
O CPC é uma entidade autônoma formada por 2/3 de seus membros, incluindo
o Conselho Federal de Contabilidade, sete outras entidades e dois membros
por entidade, na maioria contadores sem remuneração. Outros órgãos também
são convidados a participar das atividades do CPC.
Para estudar temas específicos, o CPC pode formar comissões e grupos de
trabalho, e entre os órgãos convidados estão o Banco Central do Brasil,
Comissão de Valores Mobiliários, Secretaria da Receita Federal do Brasil,
Superintendência de Seguros Privados, Federação Brasileira de Bancos,
Confederação Nacional da Indústria e a Superintendência Nacional de
Previdência Complementar (CPC, 2022).
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CONECTE-SE
41
Quadro 1 – Pronunciamentos Técnicos emitidos pelo CPC
CPC 02 Efeitos das mudanças nas taxas de câmbio e conversão de demonstrações contábeis
CPC 06 Arrendamentos
CPC 13 Adoção Inicial da Lei n.º 11.638/07 e da Medida Provisória n.º 449/08
CPC 16 Estoques
42
CPC 21 Demonstração Intermediária
43
CPC 44 Demonstrações Combinadas
CPC
Entidade em Liquidação
Liquidação
CPC PME Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas com Glossário de Termos
44
08
BR GAAP e IFRS
BR GAAP e IFRS
Os BR GAAP são os princípios contábeis geralmente aceitos no Brasil, como já
visto, são o conjunto de normas, diretrizes e legislação sobre a prática contábil
em nosso país.
Do outro lado, temos as IFRS que são o conjunto de princípios contábeis
emitidos pelo IASB – International Accounting Standards Board, cujo órgão
internacional emite e realiza o estudo de normas contábeis para serem aceitos
de forma ampla em vários países. Diante deste cenário o CPC realiza a
consonância das normas contábeis internacionais com os princípios vigentes
em nosso país, auxiliando os profissionais no processo de transcrição, análise,
tradução e equiparação das normas contábeis.
Diante dessas variações de normas e diretrizes, temos o quadro comparativo:
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PRÁTICAS CONTÁBEIS PRÁTICAS CONTÁBEIS INTERNACIONAIS
TEMAS
BRASILEIRAS (BR GAAP) (IFRS)
47
Entretanto, na prática, os ele possam ser identificados
separadamente;
critérios definidos na legislação a viabilidade técnica do produto já
tributária são seguidos. tenha sido demonstrada;
exista uma indicação clara de
mercado futuro para o
produto/processo [...]; etc.
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Superávits de reavaliação são
creditados a uma reserva de
reavaliação, a menos que estes
revertam numa deficiência
previamente debitada na
demonstração do resultado [...]
Os incentivos governamentais
Caso este incentivo figure como
devem ser registrados quando
compensação para despesas ou perdas
recebidos, não sendo associados
já incorridas [...], deve-se creditar o valor à
com a vida do projeto ou ativo.
7 – INCENTIVOS demonstração de resultado.
GOVERNAMENTAIS
O incentivo mais comum, o
[...] O repagamento de um incentivo
incentivo fiscal do imposto de
relacionado com um ativo deve ser
renda, não transita por lucros e
registrado aumentando-se o valor
perdas.
existente do ativo ou reduzindo-se o
saldo da receita diferida. A depreciação
cumulativa adicional, que teria sido
debitada se o incentivo não existisse,
deve ser debitada a lucros e perdas
imediatamente.
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transação de leaseback é no início do lease , no valor de
registrada pelo valor mercado do ativo arrendado ou, se
nominal, não importando as menor, no valor presente das
circunstâncias. prestações.
As prestações do bem arrendado
devem ser alocadas entre a despesa
Arrendador: financeira e a redução do passivo
em aberto [...]
O débito nos resultados num
Todos os leases são
leasing operacional deve ser
considerados operacionais.
despesa de aluguel para o período
O modelo de contabilização
contábil.
está definido na Portaria n.º
Existe distinção entre leasing
140 do Ministério da
financeiro e leasing operacional,
Fazenda*.
sendo a prática contábil a ser
adotada diferente em cada caso.
*Instituída em 27 de julho de
1984, estabelecendo normas às Arrendador:
contraprestações de
Leasing financeiro – registrado em
arrendamento mercantil no Contas a receber [...];
tocante à computação no lucro Leasing operacional - contabilizado
como ativo imobilizado depreciável
líquido do período-base em que [...].
foram exigíveis.
50
investimentos em longo prazo ou como
afiliadas pelo método de equivalência
patrimonial.
Investimentos em afiliadas em
demonstrações financeiras consolidadas
devem ser valorizados pelo método de
equivalência patrimonial, a menos que
as circunstâncias (a) e (b) citadas sejam
aplicáveis à subsidiária, ou se o investidor
deixar de ter influência significativa,
embora continue com o investimento.
Nestes casos, registra-se a afiliada como
investimento de longo prazo.
Todos os custos de um
empreendimento em fase pré-
Despesas incorridas por um
operacional, além daqueles
empreendimento em fase pré-
10 - capitalizados normalmente como
operacional devem ser registradas
EMPREENDIMENTOS ativos fixos, são capitalizados
imediatamente no resultado, a menos
EM FASE PRÉ- como ativos diferidos, a serem
que sejam despesas de natureza que
OPERACIONAL amortizados a partir da data de
possam ser capitalizadas como ativos
início das atividades. Não existe
fixos.
um período de amortização
predeterminado.
51
NA PRÁTICA
52
09
Após a publicação da Lei n.º 11.638/2007 foi desenvolvida a Medida Provisória n.º
449/2008, trazendo pequenas alterações na Lei n.º 11.638/07 que,
posteriormente, foi convertida na Lei n.º 11.941/09, que de fato preparou a
legislação do Brasil para o processo de convergência às IFRS.
54
Quadro 1 – Convergência das Normas Internacionais em vigência no Brasil
55
A Contabilidade registra fatos que ocorreram no ambiente
empresarial como um todo. Desta forma, por essência, os fatos
A contabilidade passa a ser de
contábeis originam em decisões tomadas pela diretoria e
toda a empresa, não só do
administração como um todo, cabendo aos diretores, conselhos de
Contador
administração e fiscal aprovar as demonstrações contábeis, tendo
tanta responsabilidade quanto o contador em si.
CONECTE-SE
56
Quadro 2 - Principais Alterações na Lei n.º 6.404/76
Com a extinção do Ativo Diferido, os valores existentes no Ativo Diferido (ao final do exercício do ano de
2008), que não puderem ser realocados em outras contas do ativo, poderão permanecer sob essa
classificação até sua completa amortização. Segundo o art. 178; § 2; I, II e III o passivo passa a ser dividido
em:
Passivo circulante,
Passivo não circulante e
Patrimônio líquido, dividido em:
- Capital social,
- Reservas de capital,
- Ajustes de avaliação patrimonial,
- Reservas de lucros,
- Ações em tesouraria, e
- Prejuízos acumulados.
Com a revogação do artigo 181, os valores classificados como Resultados de Exercício Futuro, ao final do
exercício de 2008, deverão ser alocados ao Passivo não circulante em conta representativa de receita
diferida. As obrigações da companhia serão classificadas no passivo circulante quando vencerem no
exercício seguinte, e no passivo não circulante quando o vencimento for em prazo maior (art. 180).
57
CONECTE-SE
58
10
O Comitê de
Pronunciamentos
Contábeis (CPC)
CPC – Comitê de
Pronunciamentos Contábeis
O CPC foi constituído pela Resolução do Conselho Federal de Contabilidade
(CFC) n.º 1.055/2005, com o objetivo de estudar, preparar e emitir
pronunciamentos técnicos sobre Contabilidade, além de divulgar informações
similares para permitir a elaboração de normas pela organização reguladora do
Brasil. Contudo, o foco desse processo é centralizar e uniformizar a produção,
buscando a convergência da Contabilidade brasileira aos padrões
internacionais (CPC, 2021).
O CPC possui autonomia em relação às entidades que representa, e é
composto por 2/3 de membros indicados pelo CFC - Conselho Federal de
Contabilidade, pelas sete entidades que constituem o CPC e pelos membros do
próprio CPC, geralmente, contadores sem remuneração. Além disso, outros
órgãos são convidados a participar das atividades do CPC, podendo ser
formadas comissões e grupos de trabalho para estudar temas específicos.
Entre as entidades convidadas estão o Banco Central do Brasil (BACEN), a
Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Secretaria da Receita Federal do Brasil
(RFB), a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), a Federação Brasileira
de Bancos (FEBRABAN), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a
Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC), conforme
informado pelo CPC, em 2021.
O CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis) foi criado em 2005 como
resultado do processo de harmonização da contabilidade no Brasil. O objetivo
era reduzir custos na elaboração de relatórios contábeis, diminuir riscos e
custos nas análises e decisões e reduzir custos de capital. Além disso, o CPC foi
criado para centralizar a emissão de normas contábeis no país.
A produção de informações é feita democraticamente, com a participação de
contadores, auditores, usuários intermediários, governo e outros. O CPC oferece
comunicados, orientações, interpretações e pronunciamentos técnicos, que são
submetidos à audiência pública. Em 2010, os pronunciamentos técnicos do
CPC praticamente finalizaram o processo de convergência das Normas
60
Brasileiras de Contabilidade às Normas Internacionais de Contabilidade. A partir
de 2011, o CPC começou a trabalhar na revisão ou elaboração de normas
internacionais.
Até o momento, temos 52 pronunciamentos publicados pelo CPC. Assim, cada
pronunciamento engloba diversos assuntos da contabilidade. Neste contexto,
segue um quadro resumo com o número do documento e o título de cada um
dos CPCs:
61
Quadro 1 – Pronunciamentos Técnicos emitidos pelo CPC
CPC 02 Efeitos das mudanças nas taxas de câmbio e conversão de demonstrações contábeis
CPC 06 Arrendamentos
CPC 13 Adoção Inicial da Lei n.º 11.638/07 e da Medida Provisória n.º 449/08
CPC 16 Estoques
62
CPC 21 Demonstração Intermediária
63
CPC 44 Demonstrações Combinadas
CPC
Entidade em Liquidação
Liquidação
CPC PME Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas com Glossário de Termos
CONECTE-SE
64
11
Demonstrações
Contábeis - Parte I
Dando continuidade à Lei n.º 6.404/76 e à Lei n.º 11.638/07, vamos abordar as
Demonstrações Contábeis: Balanço Patrimonial (BP) e Demonstrativo do
Resultado do Exercício (DRE).
Balanço Patrimonial
O Balanço Patrimonial é a demonstração que apresenta a posição financeira e
patrimonial de uma organização numa determinada data, como uma
“fotografia” da situação do patrimônio. Ele é composto pelo Ativo, Passivo e
Patrimônio Líquido, e suas contas são classificadas de acordo com os
elementos patrimoniais.
De acordo com a Resolução n.º 1.283/2010, “O balanço patrimonial é a
demonstração contábil destinada a evidenciar, quantitativa e qualitativamente,
numa determinada data, a posição patrimonial e financeira da Entidade”.
Assim, essa demonstração vem apresentar os aspectos quantitativos e
qualitativos referentes à posição patrimonial de uma determinada organização.
A Resolução n.º 1.283/2010 afirma que o objetivo do Balanço Patrimonial é
apresentar tanto aspectos quantitativos quanto qualitativos da posição
patrimonial de uma entidade.
A Lei 6.404/76 define o Balanço Patrimonial como sendo composto pelo Ativo
(que representa bens e direitos) e pelo Passivo (que identifica obrigações e
Patrimônio Líquido). Além disso, as Leis 11.638/07, 11.941/09 e o CPC PME
também regulam essa demonstração. A NBC TG 26 estabelece a estrutura do
Balanço Patrimonial, que é representada simbolicamente por um "T", com o
Ativo no lado esquerdo e o Passivo no lado direito. As contas do Ativo, Passivo e
Patrimônio Líquido são substituídas pelas nomenclaturas específicas de cada
elemento patrimonial:
66
Quadro 1 – Estrutura básica do Balanço Patrimonial
Patrimônio Líquido
Fonte: o autor.
DRE
A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é um relatório financeiro que
apresenta o saldo final de todas as contas de resultado, incluindo receitas e
despesas, de uma empresa em um determinado período, geralmente um ano.
A DRE reconhece as receitas e despesas de acordo com o Princípio da
67
Competência, que determina que as transações e eventos sejam reconhecidos
no período ao qual se referem, independentemente de recebimento ou
pagamento.
A receita representa o ingresso de lucros para a empresa, resultando em
aumento do Patrimônio Líquido, enquanto as despesas são incorridas quando
há diminuição de ativos ou aumento de passivos.
A DRE tem como objetivo apurar o resultado líquido do período através da
comparação entre as receitas, provenientes das atividades ordinárias da
empresa, e as despesas, como salários, aluguel, água e energia elétrica, entre
outras. A receita deve ser reconhecida pelo seu valor justo em relação ao
montante recebido.
De acordo com o CPC 30 (R1), há as seguintes fontes de receita (CPC, 2017, on-
line):
contratos de arrendamento comercial (veja NBC T 10.2 - Operações de
Arrendamento Comercial);
dividendos provenientes de investimentos contabilizados pelo método de
equivalência patrimonial (veja NBC TS sobre Investimento em Coligada);
contratos de seguro (veja NBC T 19.16 - Contratos de Seguro);
mudanças no valor justo de ativos e passivos financeiros ou sua venda
(veja NBC TS sobre Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e
Mensuração);
mudanças no valor de outros ativos circulantes;
reconhecimento inicial e mudanças no valor justo de ativos biológicos
relacionados à atividade agrícola (veja NBC T 19.29 - Ativo Biológico e
Produto Agrícola);
reconhecimento inicial de produtos agrícolas (veja NBC T 19.29); e
extração de recursos minerais.
68
a entidade transferiu para o comprador os riscos e benefícios mais
significativos da propriedade dos bens;
a entidade não mantém envolvimento contínuo na gestão dos bens
vendidos de forma normalmente associada à propriedade ou não tem
controle efetivo sobre esses bens;
o valor da receita pode ser medido com confiança;
é provável que os benefícios econômicos da transação fluam para a
entidade; e
as despesas incorridas ou a serem incorridas relacionadas à transação
podem ser medidas com confiança.
De acordo com o CPC (2017, on-line), as receitas também podem vir de juros,
royalties e dividendos gerados por ativos de terceiras entidades. O
reconhecimento dessas receitas depende das seguintes condições: (a) a
probabilidade de que os benefícios econômicos associados à transação fluam
para a entidade e (b) a capacidade de medir confiavelmente o valor da receita.
A base para reconhecimento dessas receitas inclui: (a) juros reconhecidos
usando o método da taxa efetiva de juros, conforme definido na NBC TS sobre
Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração; (b) royalties
reconhecidos de acordo com o regime de competência, de acordo com a
essência do acordo; e (c) dividendos reconhecidos quando o acionista tiver o
direito de receber o respectivo valor.
Por lei (Lei n.º 11.638/07), a Demonstração de Resultados de uma empresa
brasileira deve ser apresentada e seguir uma determinada estrutura:
69
Quadro 2 – Estrutura sintética da DRE
Receita Bruta
(-) CMV/CPV/CSP
Fonte: o autor.
70
CONECTE-SE
71
12
Demonstrações
Contábeis - Parte II
Dando continuidade às Demonstrações Contábeis, nesta aula, vamos abordar a
Demonstração do Resultado Abrangente (DRA), a Demonstração do Fluxo de
Caixa (DFC) e Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL).
DRA
A Demonstração do Resultado Abrangente (DRA) apresenta as variações no
patrimônio líquido de uma entidade no período em análise. Evidenciando
mudanças que não decorrem de investimentos dos sócios e distribuições aos
proprietários da empresa, mas de transações cambiais, ou outros ajustes
contábeis de instrumentos financeiros.
A finalidade da DRA é atualizar a divisão do patrimônio e o que pertence de
fato aos sócios, fornecendo informações importantes para os investidores sobre
a capacidade da empresa de receber futuros investimentos. O CPC 26 (R4) traz
conceitos de outros resultados abrangentes, como variações de reservas de
reavaliação do Ativo Imobilizado e do Ativo Intangível, ganhos e perdas
atuariais em planos de pensão de benefícios a empregados, ganhos e perdas
derivados de conversão de demonstrações contábeis de operações no exterior,
ajuste de avaliação patrimonial relativo aos ganhos e perdas na remensuração
de ativos financeiros disponíveis para venda e ajuste de avaliação patrimonial
relativo à efetiva parcela de ganhos ou perdas de instrumentos de hedge em
hedge de fluxo de caixa.
A DRA pode ser apresentada em demonstração própria ou dentro da
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL).
DFC
A Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) evidencia as origens e destinações, ou
entradas e saídas de recursos de caixa e equivalente de caixa, os quais
entendem aqueles depósitos ou aplicações que podem ser imediatamente
convertidos em um montante conhecido de caixa, bem como um
73
insignificante risco de mudança de valor. A DFC tem sua composição dos fluxos
de caixa de atividades operacionais, atividades de investimento e de
financiamento, sendo definidas em:
Atividades Operacionais
São os recursos oriundos das atividades operacionais da empresa, que se
entendem por: recebimentos de venda de mercadorias e prestações de
serviços; recebimentos de honorários, comissões e royalties, restituição de
impostos e entradas de caixa de negociação de venda futura, bem como os
pagamentos de fornecedores de mercadorias e serviços, pagamentos a
empregados e encargos, por exemplo.
É intrínseca a análise em conjunto com a Demonstração do Resultado do
Exercício (DRE) para verificar a viabilidade da operação empresarial, pagamento
de dividendos, juros sobre o capital próprio e amortização de empréstimos.
Com isso, é possível verificar a capacidade da operação em gerar caixa para a
própria manutenção e de possíveis investimentos com recursos próprios.
Atividades de Investimento
Diferentemente das atividades operacionais, que possuem foco no presente da
entidade, as atividades de investimentos envolvem operações que possuem
finalidade de gerar resultados e fluxos de caixa no futuro.
São exemplos de atividade de investimentos: pagamentos e recebimentos
relacionados à compra e venda de ativos imobilizados, pagamentos e
recebimentos por compra e venda de ações, debêntures ou participações
societárias, recebimentos ou pagamentos de adiantamento de crédito de
terceiros e pagamentos ou recebimentos por contratos futuros, exceto aqueles
de negociação imediata.
Atividades de Financiamento
As Atividades de Financiamento são operações onerosas ou não, com finalidade
de financiar o caixa da entidade, sua divulgação separada é útil para prever as
exigências sobre futuros fluxos de caixa pelos fornecedores de capital à
entidade.
74
São exemplos de atividade de financiamentos: pagamentos e recebimentos
relacionados à emissão ou resgate de ações e instrumentos patrimoniais, ou de
debêntures, amortizações de empréstimos e financiamentos e pagamentos
por arrendatário.
A DFC pode ser elaborada por dois métodos: direto ou indireto. Sendo o
método indireto composto por informações que resultam em alterações no
fluxo de caixa retiradas de outras demonstrações contábeis, como o Balanço
Patrimonial do Demonstrativo do Resultado do Exercício, com ajustes. Exemplo
de DFC pelo Método Indireto:
75
Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo Método Indireto 20X2
Ajustes por:
Depreciação 450
Perda cambial 40
3.740
76
Caixa líquido usado nas atividades de investimento (480)
77
Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo Método Direto 20X2
78
Caixa e equivalentes de caixa no início do período (Nota C) 120
CONECTE-SE
79
13
Demonstrações
Contábeis - Parte III
DMPL
A Demonstração da Mutação do Patrimônio Líquido (DMPL) é um relatório
financeiro que apresenta as alterações ocorridas no patrimônio líquido de uma
empresa durante um determinado período. O patrimônio líquido de uma
empresa inclui o capital social, reservas de capital, lucros ou prejuízos
acumulados e outras contas que representam o valor líquido da empresa.
A DMPL é importante, porque fornece informações sobre as fontes de
financiamento da empresa e como esses recursos são utilizados para gerar
valor para os acionistas. A DMPL mostra as mudanças no patrimônio líquido da
empresa devido a atividades, como a emissão ou recompra de ações,
pagamento de dividendos, lucros ou prejuízos do período, ajustes contábeis e
outras transações que afetam o patrimônio líquido da empresa. Para os
investidores sua análise é interessante, pois é possível compreender como a
empresa tem se saído ao longo do tempo no financiamento de suas atividades,
bem como na geração de valor aos acionistas.
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DVA
A demonstração do valor adicionado (DVA) é um relatório financeiro que
apresenta as informações sobre a riqueza gerada por uma empresa em um
determinado período. Ela mostra como o valor foi criado e distribuído entre os
diversos componentes econômicos envolvidos na produção e comercialização
de bens ou serviços, bem como compreender o valor gerado para a sociedade
em geral.
Modelo de DVA para empresas em geral, conforme o CPC 09:
82
Modelo I - Demonstração do Valor Adicionado – EMPRESAS EM
GERAL
1 – RECEITAS
1.1) Vendas de mercadorias, produtos e serviços
1.2) Outras receitas
1.3) Receitas relativas à construção de ativos próprios
1.4) Provisão para créditos de liquidação duvidosa – Reversão /
(Constituição)
2 - INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui os valores dos
impostos – ICMS, IPI, PIS e COFINS)
2.1) Custos dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos
2.2) Materiais, energia, serviços de terceiros e outros
2.3) Perda / Recuperação de valores ativos
2.4) Outras (especificar)
3 - VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)
4 - DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO
5 - VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)
6 - VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA
6.1) Resultado de equivalência patrimonial
6.2) Receitas financeiras
6.3) Outras
7 - VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)
8 - DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO (*)
8.1) Pessoal
8.1.1 – Remuneração direta
8.1.2 – Benefícios
8.1.3 – F.G.T.S.
8.2) Impostos, taxas e contribuições
8.2.1 – Federais
83
8.2.2 – Estaduais
8.2.3 – Municipais
8.3) Remuneração de capitais de terceiros
8.3.1 – Juros
8.3.2 – Aluguéis
8.3.3 – Outras
8.4) Remuneração de Capitais Próprios
8.4.1 – Juros sobre o Capital Próprio
8.4.2 – Dividendos
8.4.3 – Lucros retidos / Prejuízo do exercício
8.4.4 – Participação dos não controladores nos lucros retidos (só p/
consolidação)
CONECTE-SE
84
14
Demonstrações
Contábeis - Parte IV
Notas Explicativas
As Demonstrações Contábeis são consolidações das operações, movimentações e
posições patrimoniais de uma companhia em uma determinada data. Apesar de
possuírem de forma estruturada informações em sua maioria suficientes para
análises e tomada de decisões, as notas explicativas trazem informações sobre as
operações ocorridas, forma de escrituração e demais observações que sejam
relevantes ao usuário sobre a contabilidade.
Conforme o CPC 26, as notas explicativas devem apresentar em sua estrutura:
(c) prover informação adicional que não tenha sido apresentada nas
demonstrações contábeis, mas que seja relevante para sua
compreensão.
86
CONECTE-SE
Obrigatoriedade de
Demonstrações Contábeis
As Demonstrações Contábeis têm sua obrigatoriedade de apresentação
conforme o porte da entidade, sendo as Micro, Empresas de Pequeno Porte,
Pequenas e Médias empresas dispensadas das entregas de algumas
obrigações, conforme a NBC TG 1000, NBC TG 2000 e NBC TG 26. A
obrigatoriedade pode ser disposta conforme quadro:
87
Quadro Resumo das Demonstrações Contábeis Obrigatórias
Demonstração Contábil ME e EPP ITG 1000 PME’s NBC TG 1000 Regra Geral
88
NA PRÁTICA
89
15
Governança
A governança corporativa e a contabilidade são áreas interdependentes que
trabalham juntas para garantir que as empresas sejam gerenciadas de forma
responsável e transparente.
Governança Corporativa
A governança corporativa é o conjunto de processos, práticas e políticas pelos
quais uma empresa é dirigida e controlada. A governança corporativa visa
proteger os interesses dos acionistas, bem como promover a eficiência e a
eficácia da empresa como um todo. Já a contabilidade, por sua vez, é a ciência
que estuda o patrimônio das entidades, registrando, mensurando e
comunicando as informações financeiras relevantes para a tomada de decisão.
Sendo a contabilidade uma ferramenta importante para a governança
corporativa, uma vez que fornece informações financeiras precisas e confiáveis
sobre a empresa.
Os relatórios financeiros, como o balanço patrimonial e a demonstração de
resultados, são uma parte fundamental da governança corporativa, pois
fornecem informações valiosas aos investidores, credores e outras partes
interessadas. A contabilidade também ajuda a garantir que a empresa cumpra
as leis e regulamentos aplicáveis, bem como a gerenciar os riscos financeiros e
a prevenir fraudes. Além disso, a governança corporativa estabelece padrões
para a conduta ética e responsável dos gestores da empresa. A contabilidade
desempenha um papel fundamental na promoção da transparência e da
responsabilidade, fornecendo informações precisas e confiáveis sobre as
finanças da empresa.
91
CONECTE-SE
92
TRANSPARÊNCIA
1 A companhia prepara seus relatórios financeiros exigidos por lei dentro do prazo previsto?
CONTROLE E CONDUTA
O grupo controlador, considerando o acordo de acionistas, possui menos de 50% das ações com
9
direito a voto?
10 A porcentagem de ações sem direito a voto é menor que 20% do total do capital?
O índice de acionistas controladores de direitos de fluxos de caixa para direitos de voto é maior ou
11
igual a 1?
O free-float da companhia é maior ou igual ao que é requerido pela bolsa de valores de São Paulo
12
para o “Novo Mercado” (25%)?
DIREITOS DE ACIONISTAS
O contrato social da companhia concede direitos adicionais de voto além do que é legalmente
14
requerido?
93
16
Conselhos de Administração
Os Conselhos de administração desempenham um papel fundamental no
governo corporativo das empresas de capital aberto. Podemos destacar
algumas das principais razões pelas quais os conselhos são importantes:
Tomada de decisão estratégica: O conselho de administração é
responsável por tomar decisões estratégicas importantes em nome da
empresa. Essas decisões podem incluir a escolha da equipe executiva, a
95
definição da estratégia de negócios e a aprovação de investimentos de
longo prazo. Como os conselheiros geralmente são pessoas de negócios
experientes e especialistas em suas áreas, eles podem fornecer insights
valiosos para a empresa.
Supervisão da gestão: O conselho é responsável por supervisionar a
gestão da empresa e garantir que ela esteja agindo de acordo com as
políticas e diretrizes estabelecidas. Os conselheiros também são
responsáveis por garantir que a empresa esteja operando dentro da lei e
em conformidade com as regulamentações aplicáveis.
Responsabilidade e prestação de contas: O conselho é responsável por
garantir que a empresa esteja operando de maneira responsável e ética.
Eles também são responsáveis por garantir que a empresa esteja
prestando contas a seus acionistas e outras partes interessadas.
Gerenciamento de riscos: Os conselheiros também são responsáveis por
gerenciar os riscos da empresa. Isso pode incluir a identificação de riscos
financeiros, de reputação e outros riscos que possam afetar a empresa. O
conselho deve implementar políticas e procedimentos para mitigar esses
riscos e garantir a sustentabilidade da empresa em longo prazo.
Proteção dos interesses dos acionistas: Finalmente, o conselho é
responsável por proteger os interesses dos acionistas. Eles devem garantir
que a empresa esteja operando de forma eficiente e maximizando o
retorno sobre o investimento dos acionistas.
96
NA PRÁTICA
97
Conclusão
A contabilidade internacional é importante por diversas razões, principalmente
por: Padronização contábil: A contabilidade internacional estabelece padrões
contábeis internacionais que são utilizados em diversos países, o que permite
que as informações contábeis sejam comparáveis entre empresas de diferentes
países, facilitando a tomada de decisões pelos investidores e analistas
financeiros.
Transparência e Prestação de contas: A adoção de normas internacionais de
contabilidade traz mais transparência e clareza para as demonstrações
financeiras, o que aumenta a confiança dos investidores e dos mercados
financeiros. Além disso, a adoção dessas normas também melhora a prestação
de contas das empresas, ajudando a evitar fraudes e irregularidades.
Facilita o comércio internacional: A contabilidade internacional é importante
para o comércio internacional, pois permite que as empresas possam
apresentar suas demonstrações financeiras de forma consistente e
transparente, facilitando a obtenção de crédito e a realização de negócios entre
empresas de diferentes países.
Globalização: A contabilidade internacional é fundamental na era da
globalização, em que as empresas estão se expandindo para mercados
internacionais. Com a adoção de normas contábeis internacionais, as empresas
podem apresentar suas demonstrações financeiras em diferentes países,
facilitando a expansão de seus negócios.
Convergência contábil: A adoção de normas internacionais de contabilidade
também promove a convergência contábil entre os países, o que significa que
as empresas podem utilizar as mesmas normas contábeis,
independentemente de onde estiverem localizadas. Isso ajuda a evitar custos
adicionais para empresas que operam em diferentes países.
Em resumo, a contabilidade internacional é importante, porque facilita a
comparação e transparência das informações financeiras, contribui para a
globalização das empresas e facilita o comércio internacional, ajudando a
reduzir barreiras e custos para as empresas.
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