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*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência. Informamos
que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos.
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A
violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código
Penal.
Bons estudos!
6
Finalizando nossos estudos, conheceremos também os conceitos de
manufatura enxuta, a previsão de demanda, a gestão de estoques, as principais
legislações referentes ao exercício da engenharia e, ainda, conceitos e
de nições acerca da inovação e criatividade no ambiente de trabalho.
Bons estudos!
7
01
A Escola de
Administração
Científica: Taylorismo
Prezado acadêmico, desde os primórdios da civilização o trabalho sempre
existiu, pois era necessária a sobrevivência do homem. Com o passar do tempo,
as atividades laborais foram aperfeiçoadas a ponto de se tornar necessária a
organização dessas atividades, desses trabalhos.
Quando nos referimos à Organização do Trabalho, é importante compreender
o que é trabalho, que é a aplicação de forças e habilidades humanas com o
intuito de alcançar determinado m. É uma atividade coordenada, de caráter
físico ou intelectual, necessária à realização de qualquer tarefa (FERREIRA,
1993).
Já a Organização do Trabalho é uma estrutura e um processo de interações
sociais. Estrutura, pois diz respeito à repartição de tarefas, à organização de
serviços de apoio, horários etc., e um processo de interações sociais, porque é
construída pelas pessoas e por suas atividades (CABALLEDA, 2002).
No período que antecedeu à primeira Revolução Industrial, as atividades de
produção eram artesanais, ou seja, quem desejava determinado produto o
encomendava com antecedência e o artesão iniciava o processo de produção.
No entanto, com o advento das máquinas, essa produção passou a ser mais
acelerada, chegando inclusive a formar estoques.
Com a produção em massa, os consumidores não esperavam mais tanto tempo
para terem os seus produtos, tudo era muito mais rápido. Em contrapartida, nas
indústrias, não houve uma preparação para lidar com essa velocidade toda, o
que gerou desperdícios e perdas, advindos de falhas de planejamento e de
erros no processo de fabricação. As empresas começam, então, a valorizar a
função produção, assim descrita:
9
Em outros termos, houve um crescimento acelerado e ao
mesmo tempo desorganizado das empresas, tornando a
organização do trabalho bastante complexa, abrindo uma
lacuna para a introdução do planejamento, controle e
administração cientí ca.
10
Para ele, quanto mais um trabalho pudesse ser decomposto em
tarefas cada vez mais simples, mais especializado seria o
trabalhador e, dessa forma, poderia aprimorar suas habilidades em
apenas uma tarefa especí ca, executando-a do modo mais e ciente
possível; como consequência lógica, obter-se-iam maior e ciência,
maior produção e, portanto, maiores salários e maiores lucros para a
empresa.
wikipédia
11
Taylor achava que o estudo do trabalhador deveria ser feito por meio
de uma abordagem econômica, considerando o homem motivado
pela busca do dinheiro e pelo medo de perder o emprego. Ele
adotou o conceito de “homo economicus” para caracterizar o
operário, isto é, a ideia de que para trabalhar mais o homem é
in uenciado apenas pelo fator econômico, portanto, só aumentará
seu ritmo de trabalho se receber em troca recompensas nanceiras
(RIBEIRO, p. 30).
NA PRÁTICA
revistamuseu.com.br
12
Para minimizar a fadiga da força de trabalho face à cansativa jornada de
trabalho, cujo foco era a e ciência, Taylor foi o precursor dos intervalos durante
o processo de produção:
Perceba, caro aluno, que o foco de Taylor era a e ciência. Nesse sentido, é
possível identi carmos uma outra importante contribuição do taylorismo, que
foi o Estudo dos Movimentos e Tempos – EMT, assim descrita por Ribeiro (2016,
p. 32, grifo nosso):
13
Os principais instrumentos utilizados nos Estudos de Movimentos e Tempos –
EMT de Taylor, são:
Fluxogramas.
Cronômetros.
Filmagem.
Observação direta.
Grá cos.
14
5 Identi cação dos movimentos inúteis e fases inúteis.
8 Implantação.
15
CONECTE-SE
16
02
A Escola das
Relações Humanas
Prezado aluno, uma das consequências negativas do taylorismo foi a geração
de problemas sociais às famílias dos trabalhadores. Uma vez que um operário
não conseguia atingir suas metas nas fábricas, ele era severamente advertido
por seu gerente e, em muitos casos, era demitido.
Em decorrência desse processo demissionário passou-se a observar com
frequência, cada vez maior, o alcoolismo, as agressões à família e até mesmo
suicídios. Nesse sentido, a primeira tendência surgida em oposição a Taylor foi a
Escola das Relações Humanas. Seus autores sempre destacaram os pontos
positivos da Escola da Administração Cientí ca, mas queriam fazer ajustes no
que consideravam excessos, no sentido de humanizar as relações de trabalho.
De acordo com Ribeiro (2016), a Escola das Relações Humanas teve origem em
função de estudos e experiências feitas em uma fábrica de equipamentos
telefônicos localizada em Hawthorne, perto de Chicago, Estados Unidos. Dentre
os estudiosos que se destacaram, encontramos Elton Mayo, psicólogo
australiano que emigrou para os Estados Unidos, por volta de 1920, e Mary
Parker Follet, cujos estudos são anteriores às experiências de Hawthorne.
Também se destacaram Kurt Lewin, com estudos sobre dinâmica de grupos, e
Chester Barnard, que descreve as funções do executivo.
Fonte: Wikipédia.
18
A Experiência de Hawthorne
PARA GABARITAR
19
Primeira fase
A primeira fase se consistiu na escolha de dois grupos:
O objetivo era veri car o efeito da iluminação sobre o rendimento dos operários.
No entanto, não foi encontrada uma relação direta entre as variáveis, mas o que
se descobriu foi o fator psicológico. Os operários aumentavam ou diminuíam a
produção, de acordo com o aumento ou a diminuição da intensidade de luz.
Comprovou-se, desta forma, que quando era feita uma troca por lâmpadas de
mesma potência, fazendo os operários acreditarem que também tivesse havido
uma mudança na intensidade da luz. Nesse sentido, a produção variava de
acordo com a luminosidade com a qual os operários acreditavam estar
trabalhando (RIBEIRO, 2016).
Segunda fase
Uma vez reconhecida a importância do fator psicológico, a experiência passou
então a averiguar a in uência de fatores basicamente siológicos, entre os
quais, a mudança de horários e a introdução de intervalos de descanso. Esta
experiência foi realizada no departamento de montagem de relés. Formaram-
se, então, dois grupos:
20
1. Grupo de observação ou grupo experimental: composto por seis
moças (cinco montavam o relé e uma fornecia as peças). Esse grupo
cava em uma sala separada do restante do departamento e
possuía um supervisor, como no grupo de controle, e um
observador. Todas as moças foram convidadas a participar e tinham
conhecimento dos objetivos da experiência.
2. Grupo de controle: composto pelo restante do departamento,
que manteve as condições de trabalho (RIBEIRO, 2016, p. 66).
A pesquisa foi dividida em doze períodos, conforme descrito por Ribeiro (2016),
por meio do Quadro 1:
21
Quadro 1 – Pesquisa – Fatores psicológicos e sua in uência na produção
Produção igual e
Seis intervalos de cinco minutos. Três de manhã e três à queixa de operários
6º tarde. pela quebra do ritmo
de trabalho.
22
11º
Semana de 5 dias (sábado livre). Produção aumenta
novamente.
Produção atinge o
Volta-se às condições do 3º Período com o consentimento mais alto nível
das moças. veri cado durante a
12º experiência (3.000
unidades).
Terceira fase
De acordo com Ribeiro (2016), a partir das observações acerca das diferenças
aferidas entre os dois grupos, o objetivo passou a ser o estudo das relações
humanas. Desta forma, foi observado que as moças no departamento
analisavam a supervisão sobre suas atividades, como vigilante e
constrangedora, e que a empresa pouco conhecia sobre as atitudes dos
operários. Assim, foi implementado um programa de entrevistas, que acabou
revelando uma organização informal dos operários. Essa organização informal
detectada era um modo de proteção contra eventuais decisões da empresa
que fossem vistas como uma ameaça aos operários.
Quarta fase
Assim como na segunda fase, foi separado em uma sala um grupo que era
observado e entrevistado regularmente, com o objetivo de estudar a relação
entre a organização informal dos empregados e a organização formal da
empresa (RIBEIRO, 2016).
Prezado acadêmico, a principal conclusão a que chegamos acerca da
experiência de Hawthorne foi, sem dúvida, o reconhecimento da importância
do fator social para o sucesso da empresa, em contraposição ao pensamento
dos defensores da Administração Cientí ca, que via a empresa como uma
máquina, pouco se importando com os fatores humanos nas linhas de
23
produção. Percebeu-se, ainda, neste experimento, que o nível de produção está
diretamente relacionado à integração social dos indivíduos, não só de sua
capacidade física e siológica.
Ao contrário daquilo apregoado pela Escola Clássica, é essencial que se
considerem também os fatores sociais e as expectativas individuais e não
somente a sua capacidade produtiva, a nal, os trabalhadores possuem um
comportamento social e suas reações não são isoladas, seu comportamento
dependerá do grupo.
A força de trabalho, desta forma, irá receber informalmente recompensas ou
sanções sociais, dependendo de seu comportamento estar ou não de acordo
com o que o grupo espera dele. Por essa razão, concluímos que a organização
informal que existe em toda empresa passou a ser muito importante para a
melhoria da produção, fato não considerado no taylorismo.
CONECTE-SE
24
03
Produção e Operações
Prezado aluno, é fundamental conhecer também a de nição de logística, além
dos conceitos de produção e operações. Perceba que, se buscarmos em sites
de pesquisa, com certeza, encontraremos algumas dezenas de de nições. No
entanto, a mais completa elaborada por este autor é a seguinte: “a área da
administração que trata da movimentação do produto, desde a aquisição da
matéria-prima até a entrega ao cliente nal, a um custo razoável”.
Nesse trajeto, ou nessa movimentação, o produto (insumo) passa pela área da
produção. A área da gestão de produção ou operações envolve signi cativa
complexidade, sofrendo forte in uência decorrente de aspectos internos e
externos à empresa.
A sua função principal é operar com grande e ciência, disponibilizando
produtos e serviços que atendam às necessidades e expectativas dos clientes e
as exigências do escalão superior da empresa. Desta forma, é possível perceber
que uma atividade essencialmente interna às organizações interage a todo
momento com o ambiente externo, visando à superação de importantes
desa os, entre os quais, o avanço constante da tecnologia, a competição
acirrada pelo cliente em um cenário globalizado, a responsabilidade social e
ambiental e a gestão do conhecimento.
A área de produção e logística estão entrelaçadas, com algumas funções muito
semelhantes. Só para termos uma noção da complexidade da área da produção
e logística, pense que os produtos precisam ser fabricados na quantidade certa,
do modo correto, com o menor custo possível e dentro da qualidade almejada.
Para que estes parâmetros sejam alcançados, há uma necessidade de
planejamento dos recursos necessários à produção, como exemplo, recursos
humanos, recursos nanceiros que garantam a compra do insumo, entrega dos
insumos no momento ideal, maquinário em perfeito funcionamento, en m,
quando nos referimos à complexidade é justamente isso! Nos referimos a uma
série de fatores que devem atuar em harmonia e sincronia. A palavra-chave
para o sucesso é o planejamento.
É importante que entendamos o conceito da função produção, nesse sentido,
Martins e Laugeni (2006, p. 02) destacam:
26
A função produção, entendida como o conjunto de
atividades, que levam à transformação de um bem
tangível em um outro com maior utilidade, acompanha o
homem desde sua origem. Quando polia a pedra a m de
transformá-la em utensílio mais e caz, o homem pré-
histórico estava executando uma atividade de produção.
Nesse primeiro estágio, as ferramentas e os utensílios
eram utilizados exclusivamente por quem os produzia, ou
seja, inexistia o comércio, mesmo que de troca ou
escambo.
27
medida do output
Produtividade =
medida do input
Ou ainda:
Resultado do processo
Produtividade = Recursos utilizados no processo
CONECTE-SE
28
cargo de gerente de produção pode ter algum outro nome. Por exemplo, pode
ser chamado de “gerente de frota” em uma empresa de distribuição, “gerente
administrativo” em um hospital ou “gerente de loja” em um supermercado.
Ainda, de acordo com os mesmos autores, a função produção é essencial para a
empresa, porque cria e entrega os bens e serviços que são a razão de sua
existência. A função produção é uma das três funções centrais de qualquer
organização. São elas (SLACK; BRANDON-JONES; JOHNSTON, 2018, p. 05):
A função marketing (que inclui vendas): responsável por comunicar os
produtos e serviços da organização a seus mercados para gerar pedidos de
serviços e produtos dos clientes.
A função desenvolvimento de produto/serviço: responsável por
desenvolver novos produtos e serviços ou modi cá-los para gerar futuros
pedidos dos clientes.
A função produção: responsável pela criação e entrega de serviços e
produtos com base nos pedidos dos clientes.
29
Tabela 1 – Algumas operações descritas em termos de seus processos
Loja de Adquirir mercadorias, gerenciar estoques, expor produtos, auxiliar as vendas, vender,
Departamentos realizar pós-venda, tratar de reclamações, operar entrega etc.
30
A produção enxuta introduziu, entre outros, os seguintes conceitos
(MARTINS; LAUGENI, 2012, p. 03):
just-in-time (JIT);
engenharia simultânea;
tecnologia de grupo;
consórcio modular;
células de produção;
desdobramento da função qualidade (quality function
deployment – QFD);
comakership;
sistemas exíveis de manufatura ( exible manufacturing
systems – FMS);
manufatura integrada por computador (computer integrated;
manufacturing – CIM);
benchmarking.
Planejamento e Controle
da Produção - PCP
Prezado aluno, o grande desa o para os gestores das empresas é a otimização
do setor de produção, de modo a obter o máximo de produtividade com a
utilização do mínimo de recursos. Exigir o máximo de cada um dos
colaboradores, controlar o uso de recursos e garantir a qualidade é uma tarefa
bastante complexa. Nas organizações empresariais, essa importante função é
desenvolvida pelo PCP – Planejamento e Controle da Produção, que pode
assim ser de nido:
33
Figura 1 – Posição do PCP na empresa
34
Planejamento e controle da produção é uma área da
empresa que antecede à produção. Com ele, todas as
áreas envolvidas com o atendimento dos pedidos dos
clientes – do processamento de ofertas até a remessa dos
produtos e prestação dos serviços – são apoiadas. Nas
tarefas do PCP, pode-se diferenciar entre planejamento da
fabricação por encomenda e planejamento e controle da
fabricação independente de pedidos.
CONECTE-SE
35
Planejamento da Fabricação
Independente de Pedidos
36
máquina, meios de transporte, dispositivos de manipulação etc.
(WIENEKE, 2009, pp. 30-31).
PARA GABARITAR
(Dependente de Pedidos)
37
relações (sintonização) entre distribuição e produção. O resultado da
sintonização é o programa de produção.
Planejamento das necessidades da produção: compreende todas as
medidas necessárias para disponibilizar os recursos para a fabricação. Os
recursos a considerar são meios de produção, material (necessidades
secundárias), pessoal, meios de transporte e outros. A principal função do
planejamento das necessidades da produção é o planejamento das
quantidades e dos prazos. No planejamento das quantidades,
determinam-se as necessidades secundárias (peças compradas e peças a
fabricar) a partir das necessidades primárias (produtos) do programa de
produção. O planejamento dos prazos determina as relações temporais
entre os pedidos de fabricação. Ao se justapor os diferentes pedidos,
obtém-se um plano em rede (WIENEKE, 2009, p. 32).
38
Figura 2 – Fluxo de informações no controle da produção
39
05
Classificação dos
Sistemas Produtivos
Prezado aluno, existem várias formas de se produzir um mesmo produto, ou
seja, de transformar o insumo em um produto acabado ou, ainda, de
transformar os inputs (recursos necessários à produção) em outputs (resultado).
Em outras palavras, há vários modos de se realizar a organização do trabalho.
Um produto pode ser resultado de um processo puramente artesanal ou de
uma produção em série ou em massa. Desta forma, o processo produtivo é
composto de vários subprocessos até que se chegue ao output nal.
41
Grau de visibilidade que os consumidores têm da produção do output:
visibilidade é um aspecto difícil de se considerar. Isso implica grau de
exposição do processo aos consumidores. Por exemplo, uma loja física tem
alta visibilidade em função da presença dos consumidores, e isso implica
um grau de tolerância baixo. Assim, se um consumidor não for bem
atendido pelo vendedor, provavelmente cará insatisfeito. Todavia, essa
insatisfação pode ser gerada também se precisar de um produto não
disponível na loja, que é denominada de variedade percebida. Por outro
lado, se esta venda ocorrer por meio da internet, o consumidor não terá
contato com o vendedor, que não precisa ter nenhuma habilidade
especial de atendimento ao público. Além disso, os processos de
embalagem e despacho podem ser padronizados (SLACK et al., 2009).
42
Figura 1 – Elementos do sistema de produção
44
Cada um dos sistemas de produção possui características distintas,
principalmente em relação ao uxo de produtos. Nesse sentido, Moreira (2012a)
apresenta as peculiaridades de cada um dos sistemas:
1. Sistema de produção contínua: os sistemas de produção contínua ou uxo
em linha apresentam uma sequência linear para se fazer o produto ou serviço;
os produtos são bastante padronizados e uem de um posto de trabalho a
outro em uma sequência prevista. As diversas etapas do processamento devem
ser balanceadas para que as mais lentas não retardem a velocidade do
processo. Às vezes, os sistemas de uxo em linha aparecem subdivididos em
dois tipos:
a. a produção em massa: para linhas de montagem de produtos o mais variado
possível;
b. a produção contínua: propriamente dita, nome reservado nessa classi cação
para as chamadas indústrias de processo, como química, papel, aço etc. Esses
processos contínuos tendem a ser altamente automatizados e a produzir
produtos com elevado grau de padronização, sendo qualquer diferenciação
pouco ou nada permitida (MOREIRA, 2012a, p. 10).
De uma forma geral, os sistemas de uxo em linha são também caracterizados
por uma alta e ciência e acentuada in exibilidade. Essa e ciência é derivada de
uma substituição maciça de trabalho humano por máquinas, bem como a
padronização do trabalho restante em tarefas altamente repetitivas.
Grandes volumes de produção devem ser mantidos para se recuperar o custo
de equipamentos especializados, o que requer um conjunto-padrão de
produtos estabilizados ao longo do tempo. Dessa forma, é problemático
modi car tanto a linha de produtos como o volume de produção, o que leva à
in exibilidade. É quase certo de que, se as condições favoráveis ao alto volume
e produção padronizada estiverem presentes, a competição forçará o uso da
produção contínua por causa da e ciência.
A produção em massa, nas chamadas linhas de montagem, é caracterizada
pela fabricação, em larga escala, de poucos produtos com grau de
diferenciação relativamente pequeno: automóveis, geladeiras, fogões,
aparelhos de ar-condicionado etc. A produção em massa pode ser chamada de
pura, quando existe uma linha ou um conjunto de equipamentos especí cos
para um produto nal. E dita produção em massa com diferenciação quando
adaptações na linha permitem a fabricação de produtos com algumas
diferenças entre si.
Finalmente, alguns fatores devem ser cuidadosamente pesados antes da
adoção de um sistema de uxo em linha. Além da competição, já referida,
pode-se citar o risco de obsolescência do produto, a monotonia dos trabalhos
45
para os empregados e os riscos de mudança tecnológica no processo (que
custa a se pagar) (MOREIRA, 2012a, p. 10).
2. Sistema de produção por lotes ( uxo intermitente): Nesse modelo, a
produção é feita em lotes. Ao término da fabricação do lote de um produto,
outros tomam o seu lugar nas máquinas. O produto original só voltará a ser
feito depois de algum tempo, caracterizando-se, assim, uma produção
intermitente de cada um dos produtos. Quando os clientes apresentam seus
próprios projetos de produto, devendo a empresa fabricá-lo segundo essas
especi cações, temos a chamada produção intermitente por encomenda.
No sistema de produção intermitente, a mão de obra e os equipamentos são
tradicionalmente organizados em centros de trabalho por tipo de habilidades,
operação ou equipamento. Dito de outra forma, os equipamentos e as
habilidades dos trabalhadores são agrupados em conjunto, de nindo um tipo
de arranjo físico conhecido como funcional ou por processo.
O produto ui, de forma irregular, de um centro de trabalho a outro. O
equipamento utilizado é do tipo genérico, ou seja, equipamentos que
permitem adaptações dependendo das particulares características das
operações que estejam realizando no produto. A própria adaptabilidade do
equipamento exige uma mão de obra mais especializada, devido às constantes
mudanças em calibragens, ferramentas e acessórios. Embora esses
equipamentos permitam uma grande facilidade para mudança no produto ou
no volume de produção, o tempo que se perde nos constantes rearranjos de
máquina leva a uma relativa ine ciência.
Em suma, o que o sistema de produção intermitente ganha em exibilidade
diante da produção contínua, ele perde em volume de produção. Justi ca-se,
portanto, a adoção de um sistema intermitente quando o volume de produção
for relativamente baixo. São sistemas comuns no estágio inicial de vida de
muitos produtos e praticamente obrigatórios para empresas que trabalham
com encomenda ou atuam em mercados de reduzidas dimensões.
3. Sistema de produção para grandes projetos: O sistema de produção para
grandes projetos se diferencia bastante dos tipos anteriores. Na verdade, cada
projeto é um produto único, não havendo, rigorosamente falando, um uxo do
produto. Nesse caso, tem-se uma sequência de tarefas ao longo do tempo,
geralmente de longa duração, com pouca ou nenhuma repetitividade. Uma
característica marcante dos projetos é o seu alto custo e a di culdade gerencial
no planejamento e no controle. Exemplos de projetos incluem a produção de
navios, aviões, grandes estruturas etc.
46
Prezado acadêmico, o principal fator para a escolha do sistema de produção é,
sem dúvida alguma, o uxo do produto. Essa escolha deve levar em
consideração também a estrutura fabril da empresa e os recursos envolvidos na
linha de produção. O objetivo é a escolha de um sistema de produção que
atenda às necessidades da empresa, como, por exemplo, produzir o máximo de
itens possível com reduzidos recursos investidos.
PARA GABARITAR
47
06
Arranjo Físico ou
Layout Produtivo
Prezado acadêmico, o layout (também conhecido como leiaute ou arranjo
físico) é a disposição dos equipamentos no ambiente de produção. O
planejamento do layout é uma tarefa que antecede inclusive a abertura da
empresa. O correto sequenciamento dos equipamentos, obedecido o
respectivo distanciamento, pode signi car o bom desempenho de uma equipe
de trabalho.
De acordo com Lozada (2016, p. 201), “o arranjo físico de uma planta é a
disposição racional de todos os recursos produtivos e das tecnologias
necessárias para atingir os objetivos da operação”.
Ainda, no tocante às peculiaridades de um layout, Lozada (2016, p. 201) destaca:
49
Uma linha de montagem é onde
os processos de trabalho são
ordenados, de acordo com as
etapas progressivas segundo as
quais o produto é fabricado. Na
realidade, o trajeto de cada peça é
uma linha reta. As peças discretas
são fabricadas, passando de uma
estação de trabalho para outra a
uma velocidade controlada,
obedecendo à sequência
necessária à construção do
produto. Exemplos são a
montagem de brinquedos,
utilidades domésticas e
automóveis.
@freepik
50
Arranjo por processo ou funcional;
Arranjo por produto;
Arranjo posicional;
Arranjo celular.
51
Layout por Produto: Neste tipo de layout, a disposição dos postos de
trabalho ocorre de acordo com a sequência do processamento do produto,
formando um conjunto de equipamentos, mantendo em comum o
processamento sequencial de partes de um produto (ROCHA; NONOHAY,
2016).
Layout Celular: A célula é de nida como um arranjo de pessoas,
máquinas, materiais e métodos em que as etapas do processo estão
próximas e ocorrem em ordem sequencial, através da qual as partes são
processadas em uxo contínuo. Os componentes processados são
agrupados em famílias (similaridade de formas e/ou dimensões e/ou
processos). O layout físico de uma célula em “U” é o mais conhecido, mas
muitas formas variadas são possíveis (ROCHA, NONOHAY, 2016).
CONECTE-SE
53
07
Critérios para
Localização de
Empresas
Caro aluno, a localização de empresas é uma tarefa que precisa ser analisada
minuciosamente pela alta cúpula da empresa, pois decorrente dessa
importante decisão, as atividades da empresa poderão ser facilitadas ou
sensivelmente di cultadas. Onde devo implantar a minha empresa? Qual o
melhor local? Com certeza, as respostas devem ser muito bem embasadas,
pautadas em estudos e projetos muito bem elaborados.
Imagine, por exemplo, um aventureiro que decide abrir o seu frigorí co na Índia
ou em outro país onde a carne bovina não é consumida! É “jogar dinheiro fora”!
Por essa razão, são vários os pro ssionais que se dedicam a essa importante
atividade de elaboração de projetos para melhor de nição de local para
abertura de empresas.
Nesse aspecto, Moreira (2012, p. 159, grifo nosso) descreve o signi cado de
localizar empresas:
55
Como vimos, uma determinada área pode ser considerada excelente para uma
determinada empresa e não tão boa para outra. Tudo depende de seus
objetivos estratégicos. A decisão sobre localização independe do ciclo de vida
da empresa, podendo ser realizada para empreendimentos novos ou ainda
para empresas já atuantes no mercado. Quando se tratar de uma empresa já
em operação, há três opções básicas para se localizar uma unidade operativa
(MOREIRA, 2012, p. 160):
a. Expandir a instalação já existente: essa alternativa será viável se houver
espaço disponível para tanto. A expansão local das instalações, além de levar a
menores custos, propicia um melhor controle das ações por parte da
administração. Dependendo do espaço disponível, os novos prédios podem
ser térreos ou em andares. Entre outras vantagens, os prédios térreos ensejam
maior exibilidade para a disposição física de máquinas e equipamentos e
conduzem a menores custos de manuseio, por não haver movimento entre
andares.
b. Adicionar nova unidade, retendo as demais que já estão em operação:
neste caso, torna-se importante veri car o impacto sobre o sistema total em
termos de custo/benefício com a abertura.
c. Fechar uma unidade e abrir outra: nesta alternativa, importa balancear os
custos de abrir e fechar. O fechamento de uma unidade pode se dar por
mudanças de mercado, exaustão de matérias-primas, di culdades de
expansão no próprio local, aumento exagerado dos custos operacionais etc.
São vários os fatores que in uenciam na decisão sobre localização de empresas,
cada qual exercendo maior ou menor peso sobre o processo decisório. As
atividades industriais, por exemplo, são fortemente orientadas para locais
próximos à fonte de matéria-prima, recursos humanos, energia, entre outros. Já
as atividades de serviços são orientadas para locais de uxo de pessoas,
presença de concorrentes e facilidades de acesso.
Os principais fatores que pesam na melhor escolha para localização de
empresas são descritos por Moreira (2012, pp. 160-162):
1) Matéria-prima: Um primeiro motivo para que as rmas procurem se localizar
junto às fontes de matéria-prima é a relativa perecibilidade da mesma. Se a
matéria-prima, uma vez obtida, não puder ser transportada por distâncias
razoáveis, ou se demandar condições muito especiais e custosas para esse
transporte, isso tenderá a atrair a empresa para perto do depósito ou fonte
dessas matérias-primas. Uma fábrica de processamento de alimentos,
geralmente, localiza-se pelo menos nas cercanias da região de onde provêm as
matérias-primas. É o caso de fábricas de pescado (região litorânea) ou de
processamento de legumes e vegetais.
56
Outra razão que justi ca a localização próxima às
matérias-primas é o custo de transporte, sempre um dos
principais itens de custo a se considerar, principalmente
no caso de instalações industriais. Matérias-primas
volumosas e de pequeno valor (relativamente aos
produtos derivados) atraem as empresas para as
proximidades. Empresas de processamento de matérias-
primas obtidas por extração mineral, como as de cimento,
serão orientadas para a localização dos depósitos de
matéria-prima.
57
algumas – precisam de um grande e constante suprimento de água. No caso
das indústrias de alumínio, a extração eletrolítica do metal a partir do minério
exige também gigantescas quantidades de energia elétrica.
4) Localização dos mercados consumidores: Frequentemente é muito difícil,
no caso de atividades industriais, estar ao mesmo tempo próximas dos
mercados fornecedores e dos mercados consumidores. Os custos de transporte
de matérias-primas em relação aos produtos acabados e à estratégia
competitiva estarão entre os fatores decisórios.
5) As atitudes da comunidade e o local de nitivo: Uma vez escolhidas as
alternativas possíveis para a localização, a busca será então pelo local de nitivo.
Neste momento, além dos fatores apresentados anteriormente, será relevante
também considerar as atitudes da comunidade quanto à instalação de novas
empresas. Existem comunidades que procuram atrair empresas, inclusive
oferecendo incentivos, tais como cessão gratuita do terreno, isenção de
impostos por um certo tempo, construção imediata da infraestrutura, e assim
por diante.
A presença das empresas é vista como desejável, pela geração de empregos,
pelos impostos que serão arrecadados e pelos efeitos em cadeia no sentido da
pujança econômica da comunidade. De outro lado, existem comunidades que
colocam restrições à entrada de novas empresas, principalmente se estiverem
associadas à poluição ambiental (MOREIRA, 2012, pp. 160-162).
CONECTE-SE
58
Caro além das considerações dos diversos fatores que in uenciam diretamente
na escolha da melhor localização de empresas, há ainda os métodos
matemáticos, utilizados por especialistas no tema, todos eles dedicados ao
problema de localizar uma só unidade:
ponderação qualitativa;
comparação de custos xos e variáveis;
análise dimensional;
método do centro de gravidade;
método da mediana (MOREIRA, 2012, p. 163).
PARA GABARITAR
59
08
Estratégias Produtivas
Prezado acadêmico, quando nos referimos à estratégia da produção, diz
respeito ao estabelecimento de políticas e planos amplos para uso dos recursos
de uma organização, objetivando melhor sustentação de sua estratégia
competitiva em longo prazo.
61
1. descreve sob qual aspecto a entrega da sua empresa é
verdadeiramente única (qual é o mercado no qual sua empresa
detém o monopólio, por assim dizer) ou o processo pelo qual você
alcança e ciência inimitável;
2. descreve como você planeja defender esse produto, serviço ou
processo dos competidores atuais, de novos possíveis concorrentes
e de imitações (DRANOVE; MARCIANO, 2019, p. 19).
62
CONECTE-SE
Caro aluno, para termos uma noção mais clara do que seja o Planejamento
Estratégico de Manufatura, Moreira (2012, p. 13) lança mão da classi cação de
Richardson; Taylor e Gordon (1985) diferenciando as empresas industriais
segundo seus objetivos e políticas de manufatura, ou seja, suas estratégias
nesse setor. Eles distinguem seis tipos de organização:
. Abridores de fronteiras tecnológicas: são rmas orientadas para a
pesquisa e desenvolvimento de produtos de ponta em suas áreas de
atuação. São importantes fatores de sucesso para essas companhias o
projeto, o desenvolvimento e a qualidade do produto, aliados à habilidade
para introduzir novos produtos continuamente no mercado. Sem dúvida
alguma, ter preços competitivos não costuma ser um fator de grande
importância, dado que os produtos dessas empresas são diferenciados.
. Exploradores de tecnologia: são rmas que introduzem novos produtos e
continuam com eles durante o seu ciclo de vida, ou seja, até que se
esgotem tecnológica e/ou mercadologicamente e não sejam mais
procurados. Para essas empresas, ter preços competitivos é um fator de
sucesso dos mais importantes. Elas devem ter habilidade para reduzir o
preço para altos volumes de produção, para introduzir novos produtos e
ter uma forte orientação para a minimização de custos de produção.
. Empresas voltadas para o cliente: são organizações que inovam pouco e
aceitam projetos para produtos fabricados em baixo volume, sob
63
especi cações do cliente. Como fatores determinantes de sucesso,
contam-se a habilidade e a exibilidade de adaptação a diferentes
projetos e volumes de produção.
. Empresas de alta tecnologia voltadas para o cliente: sua característica
principal é a que desenvolve tecnologia sob encomenda para poucos
clientes e mercados. Para o sucesso, contam-se a excelência em projeto do
produto, a alta qualidade e a exibilidade de adaptação às necessidades
do cliente.
. Empresas voltadas para o cliente a custo mínimo: trabalham com
produtos maduros, com preços competitivos. Entre os fatores de sucesso,
contam-se a habilidade de reduzir custos, mesmo com baixos volumes de
produção, os prazos de entrega atrativos e alguma exibilidade para
mudanças de projeto e volumes de produção.
. Empresas minimizadoras de custos: são rmas que trabalham com altos
volumes de produção a baixo custo. A habilidade de reduzir custos e
prazos de entrega é o principal fator de sucesso (MOREIRA, 2012, p. 13).
Não há um planejamento estratégico padrão repetido por todas as empresas.
Nesse aspecto, cresce em importância os componentes desse planejamento.
Alguns dos mais signi cativos componentes do Planejamento Estratégico de
Produção são elencados por Moreira (2012, pp. 13-14):
. Tecnologia do produto: os produtos variam desde os que são fabricados
exclusivamente sob encomenda até os que são produzidos em grandes
volumes para estoque. Fatores como custo, qualidade, prazo de entrega,
capacidade da empresa em se adaptar a novos projetos ou volumes de
produção são potencialmente importantes, bem como os próprios ciclos
de vida dos produtos, que podem ser renovados através de melhorias
tecnológicas. A coordenação entre Marketing e Produção é vital na área de
tecnologia do produto.
. Tecnologia do processo: liga-se diretamente à tecnologia do produto. Os
movimentos na direção de maior automação costumam complicar as
decisões, não só pelo alto custo e risco envolvidos, mas também pelas
mudanças que acarretam a estrutura do sistema produtivo, nas
necessidades de um novo per l de mão de obra, no atendimento ao
cliente etc.
. Capacidade das instalações: as decisões estratégicas sobre capacidade
envolvem a escolha inicial da capacidade, as mudanças e as épocas de
mudanças posteriores, o tipo de capacidade (como, por exemplo, ter uma
grande fábrica versus ter diversas fábricas menores) e a descoberta e o
64
aproveitamento de economias de escala (possibilidade de redução de
custos, se os produtos forem feitos em maior escala).
. Localização das instalações: é uma temática ligada bem de perto às
decisões sobre capacidade. Envolve decisões, como localizar a manufatura
perto dos suprimentos ou dos mercados consumidores, a escolha da
macrorregião (a grande área geográ ca dentro da qual a empresa se
instalará), a infraestrutura necessária etc.
. Recursos humanos: envolve decisões sobre políticas de formação e
desenvolvimento de pessoal e suas relações com processos e produtos
(assim, por exemplo, maior automação exige menor número de
funcionários, mas melhor habilitados), formação de gerentes, políticas de
promoção e carreira etc. Todos esses fatores afetam inegavelmente a
produção.
. Suprimentos: envolve decisões estratégicas sobre políticas de compras,
desenvolvimento de fornecedores, fabricação interna de peças e
componentes etc.
de Produção
65
Uma especi cação é uma descrição detalhada de um material,
peça ou produto, incluindo medidas, como viscosidade,
acabamento de superfície, classi cação de pH e dimensões físicas.
Essas especi cações fornecem aos departamentos de produção
informações precisas sobre as características do produto a ser
produzido [...].
Padronização refere-se à atividade de projeto que reduz a
variedade entre um grupo de produtos ou peças. Por exemplo, se
um grupo de produtos com 20 modelos fosse redesenhado para ter
somente 10 modelos, iríamos nos referir ao novo grupo como mais
padronizado [...].
Simpli cação: de um projeto é a eliminação dos recursos,
complexos de forma que a função pretendida seja executada, mas
com custos reduzidos, qualidade mais elevada ou mais satisfação do
cliente. A satisfação do cliente pode ser aumentada fazendo-se um
produto mais fácil de reconhecer, comprar, instalar, manter ou usar
[...].
PARA GABARITAR
66
09
A Cadeia de
Suprimentos –
Supply Chain
A Cadeia de Suprimentos
Logística
68
A cadeia de valores desagrega uma empresa nas suas atividades de
relevância estratégica para que se possa compreender o
comportamento dos custos e as fontes existentes e potenciais de
diferenciação. Uma empresa ganha vantagem competitiva,
executando estas atividades estrategicamente importantes de uma
forma mais barata ou melhor do que a concorrência PORTER (1990,
p. 31).
70
CONECTE-SE
71
A de nição do CLM destaca que a logística é um processo,
uma cadeia, o que signi ca incluir todas as atividades
importantes para a disponibilização de bens e serviços aos
consumidores quando e onde estes quiserem adquiri-los.
Para o estudo da cadeia logística as atividades são
separadas em principais (primárias) e secundárias (de
apoio ou suporte).
b) Gerência de Estoques
Políticas de estocagem de matérias-primas e produtos acabados.
Previsão de vendas em curto prazo.
Variedade de produtos nos pontos de estocagem.
Número, tamanho e localização dos pontos de estocagem.
c) Embalagem de proteção
Manuseio.
Estocagem.
Proteção contra perdas e danos.
d) Compras (Obtenção)
Seleção da fonte de suprimentos.
O momento da compra.
Quantidade das compras.
e) Programação do produto
Distribuição ( uxo de saída).
Programação da produção (quando e onde devem ser fabricadas).
73
Cabe o destaque de que a competência logística é
alcançada pela coordenação de um projeto de rede, de
informação, do transporte, do estoque e armazenagem, do
manuseio de materiais e embalagem. De acordo com
Bowersox; Closs (2004, p. 37), “o desa o está em gerenciar
o trabalho relacionado a essas áreas funcionais de maneira
orquestrada, com o objetivo de gerar a capacidade
necessária ao atendimento das exigências logísticas”.
A Logística Integrada
74
A principal função do gerenciamento da cadeia de suprimentos é sincronizar as
necessidades dos clientes com a administração dos uxos de materiais, a partir
dos fornecedores, reduzindo o investimento e os custos desses serviços e
gerando vantagem competitiva e valor para a cadeia de suprimentos. Já a
cadeia de suprimentos é um termo surgido mais recentemente e que capta a
essência da logística integrada e inclusive a ultrapassa. Desta forma, Mentzer et
al. (2001 apud Ballou 2006, p. 28) de nem SCM:
76
10
A Qualidade no
Setor Produtivo
Caro aluno, a tão almejada qualidade em todas as atividades da empresa passa
necessariamente pela área de produção. A começar pelas compras dos
insumos e chegando até a inspeção nal do produto fabricado. Pense na
hipótese, por exemplo, de a empresa vender produtos com defeitos de
fabricação.
Dentro deste contexto, Baily et al. (2000, p. 118, grifo nosso) fazem alguns
apontamentos acerca do termo qualidade:
CONECTE-SE
78
Atualmente, há uma forte tendência das empresas na implantação da
qualidade em todos os seus procedimentos. De acordo com Bertaglia (2009, p.
427), o TQM “é uma loso a que, associada a métodos, ferramentas e ações,
força toda a organização, em todos os seus níveis, a buscar a excelência nas
atividades individuais e corporativas”.
Mais especi camente no setor de compras, a qualidade de um produto de ne-
se através da comparação de suas características com os desejos do
consumidor ou com as normas e especi cações de fabricação. Determinado
produto pode ter alta qualidade apenas regular para os departamentos
técnicos que o fabricam. O problema central do controle de qualidade é manter
determinado nível de qualidade para um produto de acordo com a política da
empresa, ou seja, de acordo com os padrões de qualidade de nidos (DIAS,
2010).
O padrão de qualidade a ser atingido ou mantido ocorre em função de uma
série de fatores. A empresa, quando de ne que certo produto será fabricado em
conformidade com certas especi cações de qualidade, normalmente realiza
previamente uma análise de dois fatores básicos (DIAS, 2010, p. 296):
. Aspecto interno: as condições materiais, instalações, matéria-prima,
pessoal e quais os custos para atingir ou manter determinado nível de
qualidade. A medida de con abilidade de um produto aceito como de boa
qualidade em relação às especi cações do projeto e do processo é que é a
qualidade de fabricação.
. Aspecto externo: quais os desejos dos consumidores? Existem condições
governamentais quanto à qualidade do produto fabricado? Ocorrem
exigências para determinado tipo de mercado consumidor?
A de nição de qualidade pode ser muito simples ou demasiadamente
complexa, mas o que realmente importa é que ela seja estabelecida de forma
muito bem criteriosa. Nesse sentido, Dias (2010) considera que as de nições dos
padrões de qualidade devem ser precedidas de uma descrição sumária, em
termos técnicos adequados e usuais, os quais serão informados ao fornecedor.
Tais de nições podem ser estabelecidas da seguinte forma (p. 298):
Por marca.
Por especi cações.
Por desenhos.
Por in uência do mercado.
Por amostra.
Por combinação de duas ou mais modalidades acima.
79
Após análise desses dois fatores e chegar a uma conclusão, a empresa poderá
então determinar os seus padrões de qualidade que podem ser relativos aos
mais diversos aspectos. Para manutenção dos seus padrões de qualidade é
importante que haja o controle da qualidade, é preciso existir um programa de
gerenciamento, como exemplo, o TQM.
Os conceitos de TQM – Total Quality Management são cada vez mais aplicados
no gerenciamento das organizações empresariais. A qualidade total é um
termo relacionado à cultura e ao comportamento de empresas, originária do
Japão, por volta dos anos de 1950. De acordo com Bertaglia (2009, p. 427),
existem várias de nições para o conceito de TQM:
- Filoso a de administração em
que a qualidade é a preocupação
principal em todo o sistema;
- Forma pela qual a organização é
administrada para obter
excelência nos negócios,
baseando-se nos conceitos
fundamentais de foco no cliente,
parceria com fornecedores,
melhoria contínua, inovação,
liderança, consistência de
propósito, responsabilidade
pública e orientação para
resultados;
- Comprometimento
organizacional (da empresa) para
desenvolver um processo cujo
objetivo é conseguir produtos de
alta qualidade e satisfação do
cliente.
@rutchapong em freepik
80
as empresas de primeira linha, chamadas de classe mundial,
normalmente trabalham com o conceito de TQM, mesmo que
customizado para suas realidades;
a forma mais efetiva de introduzir o TQM é treinando a alta gerência,
pessoas envolvidas com o desenvolvimento de produtos e pessoas
envolvidas com clientes;
é mais fácil introduzir novos conceitos de desenvolvimento de produtos
em uma companhia que já tenha a cultura do TQM. As pessoas passam a
entender que as ferramentas são utilizadas para administrar o uxo de
trabalho e a informação, visando suportar o ciclo de vida do produto em
vez de apoiar uma função local para administração de ferramentas e
dados do CAD (Computer Aided Design).
81
Quadro 1 – Características do TQM
Qualidade orientada para o cliente: o atributo fundamental do TQM é a sua orientação para o cliente,
ou seja, o cliente está em primeiro lugar. A satisfação do cliente é vista como a mais alta prioridade da
organização, pois o seu sucesso depende totalmente da satisfação do cliente. A visão do TQM é sensível
às demandas dos clientes e procura responder rapidamente a elas.
Liderança e comprometimento da alta gerência: O TQM é um caminho para a organização; pode ser a
sua vida, portanto, deve ser introduzido e liderado pela alta gerência da empresa. Esse é um posto-chave
para que o programa alcance êxito. Várias tentativas de implementação do TQM falham devido ao não
comprometimento dos líderes das organizações, que, muitas vezes, delegam as atividades para
terceiros. O comprometimento e o envolvimento pessoal são extremamente necessários para criar e
impregnar valores de qualidade e metas consistentes aos objetivos da organização, gerando e
produzindo sistemas, métodos e indicadores bem de nidos para alcançar essas metas.
Melhoria contínua: a melhoria contínua de todas as operações e atividades é a essência do TQM. Uma
vez que exista o reconhecimento de que a satisfação do cliente somente pode ser obtida com o
fornecimento de produtos de alta qualidade, a melhoria contínua da qualidade do produto será vista
como caminho para manter o nível elevado de satisfação do cliente. Como resultado, o TQM enfatiza a
melhoria contínua nos processos da empresa. Essa prática conduz a uma melhoria na qualidade do
processo que, por sua vez, melhorará a qualidade do produto, aumentando a satisfação do cliente.
Resposta rápida e e caz: para conseguir a satisfação do cliente, a organização deve rapidamente
responder às suas necessidades, o que representa ciclos mais curtos de desenvolvimento e introdução
de produtos e serviços. A resposta à demanda pode ser obtida se o foco estiver direcionado para o
cliente e o processo. E ciência e simpli cação reduzem drasticamente os tempos envolvidos em todas
as etapas [...]
Ações baseadas em fatos: no conceito de TQM, a análise estatística dos fatos que ocorrem nas áreas de
desenvolvimento de produto e na manufatura é fundamental, pois ela nos fornece dados importantes
para revisão, planejamento, acompanhamento do desempenho e melhoria das operações e comparação
dos indicadores com a concorrência.
Participação dos funcionários: para que a implementação do TQM seja bem-sucedida é fundamental
que os funcionários estejam comprometidos com o conceito e sejam muito bem treinados. Os sistemas
de premiações e reconhecimentos que enfatizem os objetivos de qualidade conseguidos estimulam a
participação. A educação e o treinamento devem ser processos contínuos e constantes aplicados aos
empregados, de modo a encorajá-los a assumir mais responsabilidades, a fazer uma comunicação mais
efetiva, a agir de maneira mais criativa e a inovar.
82
Cultura do TQM: A introdução do TQM em uma organização não é simples, portanto, a administração de
empresa deve criar uma cultura aberta e cooperativa. Os funcionários têm de “comprar” a ideia de que
também são responsáveis pela satisfação dos clientes. Caso não participem do desenvolvimento da
visão, das estratégias e dos planos da organização, eles se sentirão excluídos dessa responsabilidade.
4 Mobilidade da direção.
83
5 Direção da empresa com base apenas em números
visíveis.
84
PARA GABARITAR
85
11
Ferramentas
da Qualidade
Prezado acadêmico, há tempos a qualidade deixou de ser um diferencial
competitivo, transformando-se em uma obrigação. Empresas que não adotam
essa premissa, com certeza, terão di culdades para sua continuidade no
mercado.
Quando trabalhamos com o foco na qualidade, nossos produtos atendem aos
pré-requisitos de fabricação e atendem às necessidades dos clientes,
produzindo satisfação e, por consequência, a conquista de novos clientes,
melhorando a lucratividade da empresa.
Até mesmo o relacionamento do cliente com empresas que praticam a
qualidade é diferente! É possível sentirmos que a qualidade está impregnada
na empresa, desde sua linha de produção até os atendentes, nos passando
uma impressão de que a qualidade está no ar. Consequentemente, nossa
preferência de consumo passa a ser por aquelas organizações que entregam
aquilo que prometem.
Nesse sentido, a utilização das ferramentas da qualidade é o primeiro passo
para obtenção de melhoria da lucratividade, conforme descrito na gura a
seguir:
87
CONECTE-SE
PDCA
O ciclo de melhoria contínua, como é conhecido, tem como objetivo a
identi cação e a organização das atividades de um processo de solução de
problemas de maneira a garantir, de modo e caz, o desenvolvimento de uma
atividade planejada. O crescimento desordenado aliado à falta de
planejamento e de nição de metas faz com que a empresa não tenha uma
base sólida e passe por situações sazonais (LOBO, 2019).
A correta utilização dessa importante ferramenta da qualidade permite à
empresa crescer sempre com uma base sólida, promovendo a melhoria
contínua do processo, como Lobo (2019) descreve na gura a seguir:
88
Fases do Ciclo PDCA
Veri cação
90
2 Reduzir a margem de erro.
De acordo com Lobo (2019), os tipos mais comuns de folha de veri cação são:
a. Folha de veri cação da variação do processo: revela a variação que existe em
um processo, como o peso de uma amostra de sulfato de sódio em gramas
(Tabela 1).
b. Folha de veri cação de falha de processo: revela as falhas mais comuns em um
processo, como as paradas de um tear para tecido plano (Tabela 2).
91
Tabela 1 – Exemplo de uma folha para variação do processo
28 xxx 2
28,5 xxx 4
29 xxx 6
29,5 xxx 8
30 xxx 10
30,5 xxx 8
31 xxx 7
31,5 xxx 5
32 xxx 0
32,5 xxx 0
92
Tabela 2 – Exemplo de uma folha de veri cação para falha no processo
Urdume xxx 2
Trama xxx 5
Inserção xxx 23
Mecânico xxx 28
Elétrico xxx 6
Urdição xxx 3
Acumulador xxx 1
Diagrama de Pareto
93
Grá co 1 – Tipos de defeito e porcentagem acumulada
94
Motivo Frequência % %Acumulada
96
Brainstorming
O brainstorming (termo que em português pode ser traduzido como
“tempestade de ideias”) é um método de geração coletiva de novas ideias pela
contribuição e pela participação de diversos indivíduos inseridos em um grupo.
A utilização desse método parte do pressuposto de que um grupo gera mais
ideias do que os indivíduos isoladamente e constitui, por isso, uma importante
fonte de inovação pelo desenvolvimento de pensamentos criativos e
promissores.
As sessões de brainstorming podem ser estruturadas de maneira rígida em
torno de determinado objetivo ou de forma totalmente livre, dependendo dos
gestores. Contudo, para encorajar a participação e a criatividade, os gestores
tendem a dar total liberdade e não emitir críticas nessas sessões. Após a sessão,
na qual podem ser geradas dezenas de ideias, é necessário efetuar escolhas,
eliminando todas as que não se adaptam aos objetivos e às capacidades
nanceiras, técnicas ou administrativas da organização (LOBO, 2019, p. 59).
De acordo com Lobo (2019), as principais regras do brainstorming são:
a. as críticas devem ser suspensas;
b. deve-se gerar ideias em quantidade;
c. combinar ideias;
d. manter ininterrupto o uxo de ideias;
e. registrar todas as ideias.
Diagrama de Dispersão
98
Grá co 3 – Correlação Negativa
PARA GABARITAR
99
12
Manufatura Enxuta
Prezado acadêmico, a manufatura ou produção enxuta, ou ainda STP – Sistema
Toyota de Produção, refere-se a um modelo de produção ou loso a produtiva
que preconiza a redução dos desperdícios na linha de produção, eliminando ou
minimizando atividades que não agregam valor ao produto. Nesses aspectos,
são apresentados dois conceitos de produção enxuta, de modo a facilitar nossa
compreensão:
101
Uma das formas de não estocar é praticado por empresas modernas,
obrigando seus fornecedores a somente entregar o volume necessário à
produção, de modo que não ocorram sobras. Nesse caso, o custo adicional ca
a cargo dos fornecedores.
CONECTE-SE
102
Os Métodos “Puxados” e
“Empurrados” do Fluxo de
Trabalho
103
Agora considere um restaurante cinco estrelas em que você está
sentado em uma mesa e recebe um menu de pratos, antepastos,
sopas, saladas e sobremesas requintados. Você pode escolher entre
lé mignon, bife parterhouse, atum yellow n, garoupa e postas de
cordeiro. A seleção de várias saladas é preparada em sua mesa.
Embora alguns antepastos, sopas e sobremesas possam ser
preparados com antecedência e aquecidos logo antes de servir, o
prato principal e a salada não podem. Seu pedido de salada e do
prato principal sinalizam ao chefe da cozinha que comece a
preparar seus pedidos especí cos. Para esses itens, o restaurante
está usando o método puxado. Quando esse método é adotado, a
demanda do cliente ativa a produção de um bem ou serviço
(KRAJEWSKI; RITZMAN; MALHORTA, 2009, p. 289, grifo nosso).
Enxuta
104
organizar layouts que permitam a movimentação dos colaboradores entre
máquinas ou estações para mantê-los ocupados e produtivos;
implantar polivalência e montar rotinas de operações-padrão para
demandas (e tempos de ciclos) diferentes;
mudar o sistema de avaliação e remuneração dos colaboradores, de
produtividade individual para atendimento de metas do grupo;
implantar um sistema de programação, em geral puxado pelo cliente, com
regras de sequenciamento simples e claras, executadas pelos próprios
colaboradores e que permita identi car rapidamente a capacidade de
produção necessária etc.
PARA GABARITAR
Melhoria Contínua
105
1980, cujo foco era principalmente na Qualidade Total (TQ), a partir do livro do
Professor Imai, chamado Kaizen: the kay to Japan’s competitive success (1986)
(TUBINO, 2015, p. 21).
Ainda, de acordo com Tubino (2015), a maneira de promover a melhoria da
posição competitiva é sempre considerar que um problema, ou um erro,
ocorrido no sistema de produção não deve ser omitido, mas sim encarado
como uma oportunidade de melhorar o sistema. Quanto mais à vista for a
gestão do sistema de produção, mais fácil cará a identi cação dos problemas
e, também, das oportunidades de melhoria. É por essa razão que as práticas da
estratégia de produção da manufatura enxuta estão voltadas para a gestão à
vista.
Eliminação de Desperdícios
Desperdícios são de nidos como tudo aquilo que não agrega valor ao cliente,
ou seja, quando compramos rolos de malha para cortar e fazer nossas
camisetas, ou quando compramos motores elétricos para montar na nossa
motobomba, ou ração para nosso cachorro, só gostaríamos de pagar (ou
custear se a produção é interna) por aquelas atividades que no sistema
produtivo dos fornecedores (externos ou internos) transformaram matérias-
primas e componentes em produtos acabados (TUBINO, 2015).
De acordo com Tubino (2015, p. 28), os desperdícios que ocorrem nessas
atividades dos sistemas produtivos, principalmente em lotes “são em geral
classi cados em oito categorias: superprodução, estoque, defeitos, transporte,
movimento improdutivo, espera, processamento desnecessário e intelectual”.
Desperdícios de superprodução
Desperdícios de estoques
é o primeiro que sai) como regra para manter um estoque mais saudável.
Desperdícios de transporte
Desperdícios de espera
Desperdícios de processamento
desnecessário
108
13
A Importância da
Previsão da Demanda
no Setor Produtivo
Prezado aluno, as organizações empresariais estão sujeitas a alterações e
transformações a todo momento no sentido de se tornarem mais competitivas,
por meio da diminuição de seus custos, do combate aos desperdícios, da
melhoria do atendimento, da quali cação de seu quadro de colaboradores, e da
melhoria de suas instalações. A gama de esforços é contínua na busca por
qualidade para a obtenção de um nível de serviço diferenciado. Desta forma, a
previsão de demanda tem papel essencial para se atingir os objetivos
organizacionais.
A palavra de ordem dentro das empesas é a estimativa de receitas e de gastos.
Nesse contexto, o planejamento e o controle exigem a melhor previsão possível
das quantidades de SKU (Stock Keeping Unit - em português Unidade de
Manutenção de Estoque) demandadas por local. Embora a tarefa de previsão
não seja totalmente uma ciência exata, uma quantidade crescente de
empresas está adotando processos integrados de previsão, incluindo a coleta
de dados de múltiplas fontes, técnicas matemáticas e estatísticas so sticadas e
pessoal treinado e motivado (BOWERSOX; CLOSS, 2004).
111
Para desenvolver um processo integrado de previsão, os executivos
de logística devem considerar todas as possíveis fontes de
informações e as características dos possíveis usuários. Antes de
terminar o processo de previsão mais adequado, é importante
entender a natureza da demanda e os principais componentes de
previsão (BOWERSOX e CLOSS, 2004, p. 208).
113
CONECTE-SE
114
Quadro 1 – Métodos usuais de previsão
Método Descrição
Júri de Método qualitativo baseado na experiência dos gestores, mediante um processo grupal,
Opinião com votações quando as opiniões divergem.
Previsão com base em comparação com itens similares ou que guardam algum aspecto
Analogia comum. Por exemplo, prever o comportamento da demanda de um novo produto com
base no comportamento de um produto similar.
Média
móvel Considera como previsão de demanda a média aritmética de um número constante de
aritmética períodos da série temporal.
simples
Suavização Considera como previsão de demanda a média ponderada por meio de um sistema de
exponencial pesos que decresce exponencialmente à medida que o período vai recuando no passado.
Análise de Método que procura identi car a relação de causalidade entre duas ou mais variáveis, por
regressão e exemplo, qualidade do ar, arborização urbana e incidência de doenças das vias
correlação respiratórias.
115
14
Gestão de Estoques
Prezado acadêmico, a gestão de estoques desempenha um papel fundamental
na obtenção de vantagem competitiva pelas empresas. Uma e caz gestão de
estoques é capaz de fazer toda a diferença no que compete à diminuição de
desperdícios e obsoletismo de produtos estocados em curto, médio e longo
prazo.
A existência de estoques em uma empresa deve ser analisada por dois prismas:
a do nanceiro e a do comercial. Para o setor comercial é interessante efetivar
uma venda sabendo da existência de estoques para a entrega ao cliente. Para o
nanceiro, a existência de estoques representa uma preocupação, pois é
dinheiro parado! Você percebe que a manutenção de estoques não é uma
unanimidade, não é mesmo?
Cooperativas costumam armazenar produtos aguardando eventual alta no
mercado. Supermercados costumam ter estoques para garantir o suprimento
das gôndolas. Nesse caso, o estoque seria então uma forma da organização
proteger-se da imprevisibilidade dos processos internos e externos dos quais
depende. A nal, não podemos admitir que um paciente dê entrada no hospital
e este não tenha os materiais e medicamentos em estoque para tratá-lo. Nesse
contexto, Arnold (2006, p. 265) destaca o papel da administração de estoques:
117
Estoque de produtos auxiliares: peças de reposição, materiais de limpeza,
materiais de escritório.
Estoque de produtos acabados: produtos prontos para comercialização.
Sob o prisma da logística, as decisões que envolvem estoques são de alto risco
e de alto impacto. O comprometimento com determinado nível de estoque e a
subsequente expedição de produtos para mercados em antecipação a vendas
futuras, acarretam várias atividades logísticas. No que se refere à complexidade
da gestão de estoques, Bowersox; Closs (2004, p. 223) destacam:
118
quando os clientes pagarem pelos serviços que lhe foram prestados, ou seja,
quando o ciclo constituído pela compra de materiais, atendimento e
recebimento se completar.
E você? Prefere receber críticas pelo estoque alto ou correr o risco da falta dele?
Imagine a falta de estoque em uma unidade hospitalar. Quais seriam as
consequências? Para auxiliar sua re exão, Barbieri; Machline (2009, p. 35)
de nem estoque:
B) Objetivos do Estoque
Qualquer que seja a razão para manter estoques, ela pode ser eliminada por
meio de um trabalho de inteligência. Desta forma, o ideal seria e empresa
manter o estoque zero. O problema é que o custo para manter estoque zero
pode ser maior do que o custo de manutenção do estoque.
. Objetivos de custo: Estabelecer os níveis de estoque e sua localização é
apenas uma parte do problema do controle de estoque. Considerando
esse objetivo mais amplo, uma questão crítica é balancear os custos de
manter e de pedir estoque, porque esses custos têm comportamentos
con itantes. Quanto maiores as quantidades estocadas, maiores serão os
custos de manutenção. Quanto maior for a quantidade do pedido, maior
será o estoque médio e maior o custo de mantê-lo. No entanto, se maiores
quantidades forem solicitadas, menos pedidos e suas consequentes
entregas ocorrerão e, por consequência, menores custos de aquisição
(CHING, 2010).
. Objetivos de nível de serviço: Às vezes, a di culdade em estimar os
custos de faltas leva ao estabelecimento de um objetivo ligeiramente
diferente para o controle de estoque. Ao xar a disponibilidade conforme a
política de que, por exemplo, “98% dos pedidos de um item qualquer
devem ser atendidos em 48 horas”, devem ajustar-se os custos de manter
e de pedir de modo que sua soma seja minimizada. Deve-se ter grande
cautela para xar o nível de serviço de estoque desta forma. Deve-se obter
o maior equilíbrio possível entre a produção e o custo total de estoque, de
um lado, e o nível de serviço prestado aos clientes, de outro lado.
121
CONECTE-SE
Os diferentes esquemas utilizados nas construções das curvas ABC podem ser
resumidos sob a forma de um diagrama de bloco, conforme se vê na gura 9,
que objetiva facilitar a confecção da curva ABC, ao mesmo tempo em que
todos os aspectos sejam devidamente considerados, conforme ilustra o Quadro
1:
122
Quadro 1 – Modelo para construção da Curva ABC
Necessidade da curva ABC.
Discussão preliminar.
1
De nição de objetivos.
Análise e conclusões.
4
Providências e decisões.
5
Dias (2010, p. 71) alerta que “deverão ser dedicados cuidados especiais aos
problemas surgidos na fase de veri cação e levantamento dos dados a serem
utilizados na confecção da curva ABC”. Desse modo, deverão ser
providenciados:
. pessoal treinado e preparado para fazer levantamentos;
. formulário para a coleta de dados;
. normas e rotinas para o levantamento.
A uniformidade dos dados coletados é de primordial importância para a
consistência das conclusões da curva ABC, principalmente quando estes dados
são numerosos. Nesse caso, é interessante fazer uma análise preliminar após o
registro de uma amostra de dados para veri car a necessidade de estimativas,
arredondamentos e conferência de dados, a m de padronizar as normas de
registro. Em seguida, conforme a disponibilidade de pessoal e de
equipamentos, deve ser programada a tarefa de cálculos para a obtenção da
curva ABC, utilizando-se de meios de cálculo manual ou um software
adequado (DIAS, 2010).
123
Caro aluno: a experiência tem mostrado que grande parte dos gestores de
pequenas e médias empresas não conhecem, ou conhecem muito pouco
sobre a curva ABC. Na prática, a classi cação ABC tem sido realizada com uma
simples planilha de “excel” e apresentado bons resultados. Barbieri; Machline
(2009) a rmam que a classi cação ABC estabelece uma relação entre a
percentagem acumulada do valor de utilização dos itens e a percentagem
acumulada do número de itens existentes.
As empresas praticam com bastante frequência a classi cação de clientes
utilizando a Curva ABC. Um exemplo dessa prática são as várias nomenclaturas
atribuídas aos clientes das instituições bancárias (Ouro, Azul, Select, Personalité,
entre outras). O objetivo é dar maior atenção aos clientes que têm maior
volume nanceiro, ou seja, dar um atendimento melhor, mais personalizado!
Caro aluno, além dos bancos, você consegue identi car outras formas de as
empresas classi carem seus clientes ou produtos pela Curva ABC?
124
15
Principais Legislações e
Normas da Engenharia
Os princípios da segurança do trabalho remontam, praticamente, desde os
primórdios. No período pré-histórico, por exemplo, embora o homem ainda não
soubesse denominar os equipamentos e os procedimentos de segurança, os
quais tinham por objetivo resguardar sua integridade física e psíquica durante
os períodos de caça, ele já os utilizava. Como exemplo, as vestimentas de couro
para sua proteção contra mordidas de animais peçonhentos e contra as fortes
intempéries da época (BARSANO; BARBOSA, 2014).
A preocupação com a segurança do trabalhador sempre foi motivo de
constantes estudos, no sentido de minimizar os riscos à integridade da força de
trabalho. A seguir, Barsano e Barbosa (2014, p. 17) destacam alguns pensadores
antigos da segurança do trabalho:
Século IV a.C. - Hipócrates (Grécia, 460-375 a.C.): ocorreram mudanças do
paradigma espiritualista para o naturalista. O mecanismo do processo
saúde-doença pela teoria dos miasmas vigorou até o século XIX.
Hipócrates descreveu a intoxicação saturnina em um mineiro, porém,
omitiu o ambiente de trabalho e a ocupação. O Tratado de Hipócrates
(ares, águas e lugares) informava ao médico a relação entre ambiente e
saúde (clima, topogra a, qualidade da água, organização política).
Século I a.C. - Lucrécio também indagava a respeito dos trabalhadores das
minas. Plínio, o Velho (23-79 a.C.), escreveu o Tratado de História Naturalis,
relatando o aspecto de trabalhadores expostos a chumbo, mercúrio e
poeira. Fez, também, a descrição dos primeiros equipamentos de proteção
individual utilizados, como máscaras (panos e bexigas de carneiros) para
evitar a inalação de poeiras e fumos.
Na Grécia, as instituições responsáveis pelos con itos trabalhistas eram
denominadas erans e, em Roma, collegia: “Os erans admitiam como
membros todos os cidadãos gregos, os lhos e os escravos, sendo que
estes últimos não eram, na realidade, membros com direito pleno e sim
um ‘capital de trabalho’”. Quanto aos collegia: “Qualquer pessoa podia ser
membro desta associação, inclusive os escravos e os libertos”.
126
Hipócrates e Plínio
Fonte: Wikipédia.
127
Quadro 1 – Principal Legislação afeta a engenharia, arquitetura e agronomia
Fonte: o autor.
128
Quadro 2 – ART – Anotação de Responsabilidade Técnica
Sempre que o pro ssional rmar um contrato escrito ou verbal com o seu contratante para a realização
de obras/serviços de engenharia, é necessário o registro da ART pelo pro ssional. Sempre que o
pro ssional for contratado por uma pessoa jurídica para exercer uma função envolva atividades para as
quais precise da habilitação legal e dos conhecimentos técnicos, é necessário o registro da ART de
desempenho de cargo ou função técnica.
O preenchimento da ART é sempre de responsabilidade do pro ssional, uma vez que ela responde por
todas as informações nela contidas. O pagamento da taxa da ART é de responsabilidade do pro ssional
quando ele for contratado como autônomo, e da pessoa jurídica quando se tratar de pro ssional com
vínculo empregatício com a empresa.
É importante que os pro ssionais saibam que nenhuma obra ou serviço pode ser iniciada sem o registro
e pagamento da ART. Assim que o pro ssional concluir a obra/serviço, é necessário que ele comunique o
Crea. Esse processo é conhecido como baixa da ART. Importante destacar que mesmo com a ART
baixada, o pro ssional continua responsável pela obra ou serviço.
Uma construção sem a Anotação de Responsabilidade Técnica e sem a assinatura perante o CREA
(mesmo que um engenheiro civil esteja como encarregado) está sujeita a multas e embargos. O
proprietário da edi cação precisa car atento, pois, como vimos, a ART é a forma legal de responsabilizar
o pro ssional. Sem ela não há garantia perante a lei de que ele responderá por acidentes e outros
problemas.
129
O registro da ART efetiva-se após o seu cadastro no sistema eletrônico do Crea e o recolhimento do valor
correspondente. Cada pro ssional e empresa possui um login e senha para acessar a área restrita no site
do Crea-PR e preencher a ART.
Apenas pro ssionais com registro ou visto ativo no Crea-PR possuem acesso à área restrita para o
registro de ART.
Se o contrato de execução de obra ou prestação de serviço já registrado em ART sofrer alteração (de
objeto, valor, alteração das atividades técnicas contratadas ou alteração de prazo de execução), deverá
ser registrada uma ART complementar, vinculada à primeira.
Em caso de erro de preenchimento da ART deverá ser registrada uma ART de substituição, corrigindo os
dados errados. Ao preencher a ART o pro ssional deve informar seu nível de participação na obra ou
serviço:
ART individual: indica que a atividade objeto do contrato é desenvolvida por um único pro ssional;
ART de coautoria: indica que uma atividade técnica caracterizada como intelectual (exemplo: projeto),
objeto de contrato único é desenvolvida em conjunto por mais de um pro ssional de mesma
competência;
ART de corresponsabilidade: indica que uma atividade técnica caracterizada como executiva (exemplo:
execução de obra), objeto de contrato único é desenvolvida em conjunto por mais de um pro ssional
de mesma competência; e
ART de equipe: indica que diversas atividades complementares, objetos de contrato único são
desenvolvidas em conjunto por mais de um pro ssional com competências diferenciadas.
130
CONECTE-SE
132
Quadro 3 – Principais NRs e NBRs da área de engenharia
NR 06 – Equipamentos de Proteção Individual – EPI: essa norma determina que o EPI só poderá ser
posto à venda ou utilizado com a indicação do Certi cado de Aprovação – CA. E que o mesmo deverá
apresentar em caracteres indeléveis e bem visíveis, o nome comercial da empresa fabricante, o lote de
fabricação e o número do CA, ou, no caso de EPI importado, o nome do importador, o lote de fabricação
e o número do CA. Além disso, a empresa é obrigada a fornecê-los aos empregados, gratuitamente, de
acordo com o risco aos quais estarão expostos, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas
seguintes circunstâncias:
a. sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes
do trabalho ou de doenças pro ssionais e do trabalho;
b. enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas e;
c. para atender emergências.
NBR 6118 – PROJETOS DE ESTRUTURAS DE CONCRETO: considerada a “bíblia” do Engenheiro Civil, essa
norma versa sobre as principais características das estruturas de concreto. Alguns dos principais
assuntos abordados nessa diretriz são:
Diretrizes para durabilidade da estrutura de concreto;
Segurança e Estados Limites;
Resistências dos materiais;
Ações internas e externas nas estruturas de concreto armado;
Princípios gerais para dimensionamento de peças – Vigas, Pilares e Lajes;
Análise Estrutural.
133
aço e mistas de aço e concreto no Brasil. Essa norma, nalizada após cerca de cinco anos de discussões,
apresenta procedimentos atualizados, similares aos das normas internacionais mais aceitas, e
compatíveis com outras normas brasileiras. Seu escopo engloba elementos estruturais com per s
abertos e tubulares.
NBR 5410 – INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DE BAIXA TENSÃO: considerado um dos regulamentos mais
lidos por Engenheiros Eletricistas, esta norma estabelece as condições a que devem satisfazer as
instalações elétricas de baixa tensão a m de garantir a segurança de pessoas e animais, o
funcionamento adequado da instalação e conservação dos bens. Funciona para o pro ssional da área
como um guia sobre o que se deve ou não fazer e traz um texto diferenciado.
134
PARA GABARITAR
135
16
Inovação e Criatividade
no Ambiente de
Trabalho
Inovação no Trabalho
137
nos laboratórios de P&D – Pesquisa e Desenvolvimento, seja no atendimento ao
cliente, no departamento de crédito e cobrança, e assim por diante
(RODRIGUEZ y RODRIGUEZ, 2010).
Nesse sentido, Freitas Filho (2013) enfatiza que, para se inovar, é fundamental a
coexistência de três elementos: conhecimento, criatividade e
empreendedorismo, conforme apresentado na Figura 1:
Figura 1 – Elementos da inovação
Uma inovação muito raramente nasce ao acaso. Você já deve ter ouvido, em
alguma fase da sua vida a seguinte frase de nossos antepassados: “a
necessidade é a mãe da imaginação”. Nesse sentido, os elementos da inovação
são descritos por Freitas Filho (2013, p.12) da seguinte forma:
Conhecimento: um dos elementos para a geração é o conhecimento. Não se
inova se não houver conhecimento sobre o assunto. E esse é um ponto muito
importante quando se vai rodar uma seção de geração de ideias. Nesse tipo de
evento, a fase de preparação é fundamental e os conhecimentos sobre o
assunto devem ser nivelados de alguma forma, ou especialistas sobre o assunto
devem participar do processo.
Criatividade: a criatividade é o princípio da inovação. Sem criatividade, não se
inova. Pessoas criativas são fundamentais em seções de geração de ideias, pois
são elas que produzirão o maior número de propostas e farão as ligações e
farão as ligações entre as ideias apresentadas.
138
Empreendedorismo: o empreendedorismo é o fazer acontecer, é pôr a ideia
em prática, é implementá-la. Pessoas com este per l são fundamentais para
que haja inovação. São elas que irão tirar as ideias do papel e farão o caminho
da ideia à realidade.
A inovação contribui de diversas formas para o sucesso das organizações. Uma
forma que merece destaque no cenário atual é a obtenção de diferencial
competitivo por meio da cadeia de valor. A cadeia de valor é considerada uma
importante ferramenta estratégica para identi car oportunidades de inovação
em diversos níveis da organização, melhorando a performance do sistema, até
o projeto de ofertas de produtos ou serviços inéditos.
O ato de inovar, na vida pessoal ou pro ssional, implica necessariamente sair da
zona de conforto, promover mudanças, fazer as coisas de um modo diferente,
criar algo, transformar o meio à nossa volta. As pessoas normalmente associam
inovação à invenção, o que é errado. Para ser inovador basta apenas mudar um
processo ou um procedimento, tornando-o mais e caz. A inovação se
transformou em um imperativo organizacional. É importante para que a
empresa obtenha um diferencial competitivo, ou vantagem competitiva,
atraindo com isso a preferência do consumidor por meio de programas de
inovação.
Os programas inovadores desenvolvidos pelas organizações estão atrelados a
uma estrutura organizacional voltada para inovação dentro de uma empresa. A
inovação não ocorre por acaso. É preciso estimulá-la, incessantemente!
CONECTE-SE
139
Estrutura Organizacional para
Inovação no Trabalho
140
De acordo com Tidd, Pavitt e Bessant (2008), a construção das organizações
que sejam abertas à mudança, ou seja, capazes de aprendizado contínuo, é
uma das principais tarefas da estratégia de inovação. P&D e outras funções
relacionadas dentro da empresa são aspectos fundamentais dessa capacidade
de aprendizado. No entanto, conforme a tabela 1, a natureza e o propósito das
atividades tecnológicas das grandes empresas variam bastante. É possível
comparar as atividades de P&D de interesse para diferentes áreas da empresa:
141
Tabela 1 – A heterogeneidade das atividades tecnológicas das grandes
empresas
Prazo de execução
Locus de Interesse Foco
(em anos)
142
• P&D de suporte para negócios já existentes (como produtos,
processos, divisões) deveria ser alocada em divisões estabelecidas.
• P&D de suporte para novos negócios (como produtos, processos,
divisões) deveria, inicialmente, ser alocada em laboratórios centrais,
e depois transferida para as divisões (estabelecidas ou
recentemente criadas) para exploração.
•P&D de suporte à produção estrangeira deveria ser alocada perto
daquela produção estrangeira e estar voltada, principalmente, para
a adaptação de produtos e processos às condições locais (TIDD,
BESSANT; PAVITT, 2008, pp. 226-227).
Tipos de Inovação e de
Inovadores
De acordo com Tigre (2006, p. 73), “as mudanças tecnológicas são usualmente
diferenciadas por seu grau de inovação e pela extensão das mudanças em
relação ao que havia antes”.
Ao se falar de inovação é natural se pensar em novos produtos. Existem diversos
exemplos que ilustram esse tipo de inovação. Todos concordam quando se fala
que o celular é uma grande inovação, pois ele trouxe a mobilidade e
portabilidade à comunicação (FREITAS FILHO, 2013).
Por meio da tabela 2, Tigre (2006) demonstra que a gama de inovações
observadas na atividade econômica é classi cada segundo seus impactos,
exempli cando as diferentes trajetórias para o caso de inovações em processos:
144
Tabela 2 – Taxonomia das mudanças tecnológicas
Tipo de
Características
mudança
De acordo com a OCDE (1997 apud Freitas Filho, 2013, p. 150), existem quatro
tipos de inovação: de produto, de processo, organizacional e de marketing:
145
A inovação por produto: é caracterizada pela alteração signi cativa
em características funcionais dos produtos (bens e sérvios). É
aplicável tanto a produtos totalmente novos como aos casos de
aperfeiçoamentos signi cativos nos já existentes. Como exemplo de
inovação de produtos (bens manufaturados) são citados: o telefone
celular, a câmera digital, a fralda descartável, o computador pessoal,
o pendrive, a moto bicombustível. Já para serviços, é inovador o
atendimento bancário através dos caixas eletrônicos, o serviço de
vendas on-line pela internet, o sistema de logística reversa para
coleta de embalagens de produtos.
A inovação de processo: ocorre quando os métodos de produção e
distribuição dos produtos passam por mudanças signi cativas,
incorporando novas características. São exemplos de inovação de
processos: uma linha de montagem, o sistema de manufatura
auxiliado por computador (CAM), um novo processo de manutenção
preditiva.
A inovação organizacional: é quando são implantados novos
métodos organizacionais. Pode-se obter inovação organizacional
em qualquer das áreas da gestão empresarial, tais como modelos
de negócio, estrutura organizacional, gestão nanceira, capacitação
e gestão de desempenho de pessoal. Como exemplos de inovação
organizacional têm-se o sistema de custeio baseado em atividades
(ABC), os sistemas de franquias, o sistema Balance Scorecard (BSC),
o sistema matricial de liderança.
As inovações de marketing: estão relacionadas com a adoção de
novos métodos associados ao design de produtos, na análise do
comportamento do mercado, nas técnicas de promoção do
produto, na delização do cliente, nos métodos de formação de
preço de venda, entre outros. Com exemplos de inovações em
marketing, citam-se os cartões de delidade, exposição de carros
conceito, produtos para gerar imagem da marca, uso de mídias
sociais na internet (OCDE, 1997 apud FREITAS FILHO, 2013, p. 15).
Prezado aluno, para que ocorram as mudanças tão requeridas em nossas vidas
pessoais e pro ssionais, é essencial que procedamos à inovação. Esta pode
ocorrer pela forma de realizarmos uma mesma tarefa por meios diferentes ou
até mesmo a reinventarmos todo um processo. Não podemos, a nal,
querermos que fatos diferentes ocorram se procedemos sempre da mesma
maneira, não é mesmo? Precisamos sair um pouco da nossa zona de conforto,
e fazermos aquilo que todos consideram impossível! Isso é inovação!
146
Conclusão
Prezado aluno, concluímos nossos estudos abordando a "Organização do
Trabalho", descrevendo a forma pela qual o trabalho é organizado e gerenciado,
envolvendo o projeto do trabalho em si até os aspectos da estratégia
empresarial, objetivando a eliminação de elementos improdutivos e garantindo
a segurança do trabalhador.
Estudamos sobre o taylorismo, também conhecido como a Escola da
Administração Cientí ca ou Escola Mecanicista, cujo foco era o aumento da
e ciência, da produtividade e da competitividade. Uma marcante característica
do taylorismo foi a divisão do trabalho, decompondo o trabalho em várias tarefas
e atribuindo a operários diferentes. Vimos que essa escola teve consequências
para o trabalhador.
Uma decorrência da Escola Mecanicista foi o surgimento da Escola das Relações
Humanas, surgida em oposição a Taylor. Seus autores sempre destacaram os
pontos positivos da Escola da Administração Cientí ca, mas queriam fazer
ajustes no que consideravam excessos, no sentido de humanizar as relações de
trabalho.
Abordamos o ambiente de trabalho envolvendo a administração da produção e
operações, o planejamento e controle da produção – PCP, a classi cação dos
sistemas produtivos, o layout ou arranjo físico produtivo, sempre analisando suas
vantagens e desvantagens e benefícios.
Com o propósito de agregar valor ao nosso conteúdo, estudamos sobre os
critérios utilizados para a localização de empresas, as estratégias produtivas
comumente utilizadas para se atingir os objetivos previamente traçados.
Conhecemos também sobre os principais conceitos envolvendo a cadeia de
suprimentos e sua importância no que se refere à organização do trabalho.
Identi camos, ainda, os principais conceitos envolvendo a qualidade na
produção, bem como as suas principais ferramentas.
Finalizando nossos estudos, conhecemos também os conceitos de manufatura
enxuta, a previsão de demanda, a gestão de estoques, as principais legislações
referentes ao exercício da engenharia e, ainda, conceitos e de nições acerca da
inovação e criatividade no ambiente de trabalho.
Espero que nosso estudo possa subsidiá-lo tanto na vida acadêmica quanto na
pro ssional. Sucesso!
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Livro
Filme
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