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TÉCNICAS DE

EMBELEZAMENTO E VISAGISMO
Professora Especialista Gabriela Ramirez Santana
Universidade de Marília
Avenida Hygino Muzzy Filho, 1001
CEP 17.525–902- Marília-SP

Reitor Pró-reitor Administrativo


Márcio Mesquita Serva Marco Antonio Teixeira
Vice-reitora Direção do Núcleo de Educação a Distância
Profª. Regina Lúcia Ottaiano Losasso Serva Paulo Pardo
Pró-Reitor Acadêmico Edição de Arte, Diagramação, Design Grá ico
Prof. José Roberto Marques de Castro B42 Design
Pró-reitora de Pesquisa, Pós-graduação e Ação
Comunitária
Profª. Drª. Fernanda Mesquita Serva

F385m sobrenome, nome


nome livro / nome autor. nome /coordenador (coord.) - Marília:
Unimar, 2021.

PDF (00p.) : il. color.

ISBN xxxxxxxxxxxxx

1. tag 2. tag 3. tag 4. tag – Graduação I. Título.

CDD – 00000

*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência. Informamos
que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos.

Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A
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BOAS-VINDAS
Ao iniciar a leitura deste material, que é parte do apoio pedagógico dos
nossos queridos discentes, convido o leitor a conhecer a UNIMAR –
Universidade de Marília.

Na UNIMAR, a educação sempre foi sinônimo de transformação, e não


conseguimos enxergar um melhor caminho senão por meio de um ensino
superior bem feito.

A história da UNIMAR, iniciada há mais de 60 anos, foi construída com base


na excelência do ensino superior para transformar vidas, com a missão
de formar profissionais éticos e competentes, inseridos na comunidade,
capazes de constituir o conhecimento e promover a cultura e o intercâmbio,
a fim de desenvolver a consciência coletiva na busca contínua da valorização
e da solidariedade humanas.

A história da UNIMAR é bela e de sucesso, e já projeta para o futuro novos


sonhos, conquistas e desafios.

A beleza e o sucesso, porém, não vêm somente do seu campus de mais de


350 alqueires e de suas construções funcionais e conectadas; vêm também
do seu corpo docente altamente qualificado e dos seus egressos: mais
de 100 mil pessoas, espalhados por todo o Brasil e o mundo, que tiveram
suas vidas impactadas e transformadas pelo ensino superior da UNIMAR.

Assim, é com orgulho que apresentamos a Educação a Distância da UNIMAR


com o mesmo propósito: promover transformação de forma democrática
e acessível em todos os cantos do nosso país. Se há alguma expectativa
de progresso e mudança de realidade do nosso povo, essa expectativa
está ligada de forma indissociável à educação.

Nós nos comprometemos com essa educação transformadora,


investimos nela, trabalhamos noite e dia para que ela seja
ofertada e esteja acessível a todos.

Muito obrigado por confiar uma parte importante do seu


futuro a nós, à UNIMAR e, tenha a certeza de que seremos
parceiros neste momento e não mediremos esforços para
o seu sucesso!

Não vamos parar, vamos continuar com investimentos


importantes na educação superior, sonhando sempre.
Afinal, não é possível nunca parar de sonhar!

Bons estudos!

Dr. Márcio Mesquita Serva


Reitor da UNIMAR
3
Que alegria poder fazer parte deste momento tão especial da sua vida!

Sempre trabalhei com jovens e sei o quanto estar matriculado


em um curso de ensino superior em uma Universidade de
excelência deve ser valorizado. Por isso, aproveite cada
minuto do seu tempo aqui na UNIMAR, vivenciando o ensino,
a pesquisa e a extensão universitária.

Fique atento aos comunicados institucionais, aproveite as


oportunidades, faça amizades e viva as experiências que
somente um ensino superior consegue proporcionar.

Acompanhe a UNIMAR pelas redes sociais, visite a sede


do campus universitário localizado na cidade de Marília,
navegue pelo nosso site unimar.br, comente no nosso blog
e compartilhe suas experiências. Viva a UNIMAR!

Muito obrigada por escolher esta Universidade para a Profa. Fernanda


realização do seu sonho profissional. Seguiremos, Mesquita Serva
Pró-reitora de Pesquisa,
juntos, com nossa missão e com nossos valores, Pós-graduação e Ação
sempre com muita dedicação. Comunitária da UNIMAR

Bem-vindo(a) à Família UNIMAR.

Educar para transformar: esse é o foco da Universidade de Marília no seu


projeto de Educação a Distância. Como dizia um grande educador, são
as pessoas que transformam o mundo, e elas só o transformam
se estiverem capacitadas para isso.

Esse é o nosso propósito: contribuir para sua transformação


pessoal, oferecendo um ensino de qualidade, interativo,
inovador, e buscando nos superar a cada dia para que você
tenha a melhor experiência educacional. E, mais do que isso,
que você possa desenvolver as competências e habilidades
necessárias não somente para o seu futuro, mas para o seu
presente, neste momento mágico em que vivemos.

A UNIMAR será sua parceira em todos os momentos de


sua educação superior. Conte conosco! Estamos aqui para
apoiá-lo! Sabemos que você é o principal responsável pelo
seu crescimento pessoal e profissional, mas agora você
tem a gente para seguir junto com você. Prof. Me. Paulo Pardo
Coordenador do Núcleo
Sucesso sempre! EAD da UNIMAR

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006 Aula 01: Moda e Estética

014 Aula 02: A História da Moda

034 Aula 03: Da Alta-costura ao Fast Fashion

054 Aula 04: Tendências e Consumo Consciente na Moda

066 Aula 05: Profissões Ligadas à Moda

077 Aula 06: Estilos

096 Aula 07: Visagismo Facial

110 Aula 08: Visagismo Corporal

119 Aula 09: Colorimetria

139 Aula 10: A Evolução da Maquiagem

008 Aula 11: título aqui

000 Aula 12: título aqui

000 Aula 13: título aqui

000 Aula 14: título aqui

000 Aula 15: título aqui

000 Aula 16: título aqui

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Moda e Estética

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Olá, estudantes!

Para iniciar, é importante fazer a reflexão de que a moda em interação com a estética
tem como finalidade proporcionar conforto psicológico ao indivíduo – ou seja,
oferecer bem-estar por meio do uso de produtos de moda inseridos no contexto
estético social (SOUZA E HELD, 2011), e ambos, moda e estética, estão ligados à
aparência e à imagem do indivíduo.

Para se encaixar na moda vigente, há quem se prenda a um estereótipo de magreza


inalcançável ou a uma beleza exótica, e se frustra por não ter ou atingir tais padrões.
Porém, a Estética é a ciência que trata do belo em geral e, a partir disso,
encontramos diversos desdobramentos do conceito de beleza. Em um primeiro
momento, desperta realmente o sentimento de beleza por algo ou alguém, ou pelo
menos pode ser entendido assim, mas no âmbito filosófico, sociológico, artístico e
psicológico, no universo do design e moda, a estética desperta sensações subjetivas
mais profundas (SOUZA E HELD, 2011).

Significado de Estereótipo
substantivo masculino

Padrão estabelecido pelo senso comum e baseado na ausência de


conhecimento sobre o assunto em questão.

Concepção baseada em ideias preconcebidas sobre algo ou alguém, sem


o seu conhecimento real, geralmente de cunho preconceituoso ou repleta
de afirmações gerais e inverdades.

Algo desprovido de originalidade e repleto de clichês.

Comportamento desprovido de originalidade que, faltando adequação à


situação presente, se caracteriza pela repetição automática de um modelo
anterior, anônimo ou impessoal.

A moda exerce a função de um cartão de visitas, pois expressa a identidade de cada


indivíduo para o mundo e, com isso, o produto da moda funciona como uma
linguagem que diferencia uma pessoa da outra dentro da sociedade, revelando seu

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estilo de vida e personalidade. Assim, tanto a moda quanto a estética podem
melhorar a aparência e fazer com que a autoconfiança e a autoestima aumentem.

A moda pode ajudar as pessoas a se sentirem mais seguras, uma vez que a moda
multiplica a pessoa, fazendo com que ela se vista da maneira que quiser representar
em diferentes momentos. Ela protege a nossa autoestima.

As mulheres, em especial, tendem a querer redesenhar o seu corpo por insatisfações


com a própria aparência, pois nosso vestuário pode salientar ou atenuar pontos
insatisfatórios. Assim, a moda pode contribuir para a estruturação de uma imagem
como a qual a pessoa deseja se apresentar.

A sociedade sempre buscou, de forma incansável, o belo e o


esteticamente aceitável, interferindo no modo relevante na identificação e
na qualificação do indivíduo em relação ao ambiente em que ele vive.
Logo, a moda e a estética são ferramentas de busca pelo belo, pautadas
em aspectos psicológicos que influenciam na decisão do consumidor
sobre o produto de moda e a sua aparência. Ler e estudar sobre esses
assuntos podem torná-lo um profissional apto a identificar a
personalidade do cliente e ajudá-lo a chegar ao seu objetivo.

A Ditadura da Beleza Feminina


Ao gerar conceitos e estilos, a indústria da moda também gera um padrão inatingível
de beleza feminina para a maioria das suas consumidoras.

Porém, dentro do conceito de beleza feminina, existe uma medida com base no que
se pode chamar de beleza sustentável, que é quando “ser belo” deixa de ser a
perseguição pelo padrão para se tornar o “sentir-se belo”, em um movimento de
conhecimento e de autoaceitação das características do próprio corpo, de ter
personalidade, além de buscar pela saúde e bem-estar (CARON, s/d).

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A valorização da imagem trouxe uma expansão da beleza estética em
diversas áreas, principalmente na construção da autoimagem e da relação
do ser humano diante do outro, problema que acaba afetando
drasticamente a saúde emocional e as relações interpessoais.

A aparência tornou-se uma espécie de atestado do estado subjetivo principalmente


da mulher, como se fosse pelo corpo e não pela alma que as pessoas conseguissem
expressar o melhor e o pior delas mesmas (CARON, s/d).

A necessidade de adquirir um corpo cada vez mais jovem, belo, saudável e livre e o
aumento das cirurgias plásticas se devem muito à insatisfação das mulheres pelo
próprio corpo por estarem viciadas em uma imagem irreal que lhes é imposta pela
publicidade, pela moda, pela indústria cosmética e pela ideologia dominante (CARON,
s/d).

A moda sempre esteve ligada à construção do corpo, que, por sua vez, é definida
conforme a estética de cada época e das tendências que se transformam de tempos
em tempos. Assim, a busca constante pela construção da autoimagem leva à busca
por procedimentos estéticos cada vez mais especializados para quase todas as áreas
do corpo por meios de técnicas e tecnologias: ginástica, musculação, modelagem por
implantes, enxertos, cirurgias plásticas, etc., resultado em uma expansão da beleza
estética em diversas áreas.

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Para Tony Glenville, diretor-criativo da escola de moda London College of
Fashion, do Reino Unido, a atual obsessão pela magreza nas passarelas é
uma forma de anular a personalidade das modelos. “Elas não são
modelos com personalidade, daquelas que você reconhece. Só estão lá
para andar para cima e para baixo e ilustrar a atmosfera criada pelo
designer”. Ele conta também que a indústria da moda adotou a magreza
como ideal de beleza na década de 1920. “Tudo era sem bumbum, sem
quadril, sem busto, sem nada”.

Leia mais em:

Terminamos esta aula introdutória e nossa reflexão sobre a pressão da beleza


feminina com as palavras de Naomi Wolf, em sua célebre obra “O Mito da Beleza”,
clássico de 1990 e um dos livros mais importantes da terceira onda feminista que
redefiniu a relação entre beleza e identidade feminina:

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Se o mito se tornou uma religião é porque nós, mulheres, sentimos falta
de rituais que nos incluam; se se tornou um sistema econômico, é
porque ainda recebemos salários injustos; se passou a ser sinônimo de
sexualidade, é porque a sexualidade feminina é ainda um continente
desconhecido; se se traduz numa guerra, é porque nos são negados os
meios de nos vermos como heroínas, intrépidas, estoicas e rebeldes; se
corresponde à cultura das mulheres, é porque a cultura dos homens
ainda nos oferece resistência (WOLF, 1990, p. 280).

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“Beleza” entre aspas

Vídeo 1: assista a uma fala leve, porém franca, da atriz e cantora Lua
Blanco sobre a ditadura da beleza em:

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“O problema não é querer mudar, e sim, querer ser o que você não é”.

Vídeo 2: assista a um manifesto contra a ditadura da beleza, que exerce


maior influência entre mulheres adolescentes e jovens:

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02

A História da Moda

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Preparados para um turbilhão de estilos, tendência, movimentos sociais e ícones que
construíram o que hoje conhecemos sobre moda e comportamento?

Vamos começar com uma terminologia: oriunda do termo latino modus (maneira,
modo, jeito de fazer algo) e por meio do francês mode, a palavra “moda” se refere à
maneira de viver e de se comportar e aos diversos estilos de vestuário, penteados e
acessórios que prevalecem em uma determinada data histórica.

Moda é o conjunto de opiniões, gostos e modos de agir, de viver e de


sentir coletivos. É transmitir o que se pensa, o que se é por meio da
maneira de se vestir. Moda, portanto, é um sinônimo de costume.

As pessoas se vestem de forma diferente ao passar dos anos, e a roupa de cada


época diz muito sobre ela e seus movimentos sociais: comportamento e vestimenta
andam sempre juntos! Vamos estudar mais sobre o assunto, mas apenas para
exemplificar o sinônimo de moda, pense nos anos 1970, os costumes, a cultura e a
situação socioeconômica mundial da época. Foram anos revolucionários, de gritos
por liberdade de expressão, com o movimento hippie e suas as roupas soltas, fluidas
e leves (o flower power - o poder das flores, do “faça amor, não faça guerra”), que
transmitiam esse sentimento de luta por liberdade.

Nesse clima de luta, a mulher passou a se posicionar em cargos que antes eram
ocupados majoritariamente por homens. Assim, as roupas de trabalho femininas
ganharam um corte masculino nas saias, coletes, camisas e calças.

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Figura 1 - O flower power na alta-costura e a mulher vestida para trabalhar

Fonte: Disponível aqui

Já que moda e comportamento andam juntos, podemos partir do princípio de que a


moda existe desde os primórdios da humanidade, concorda?

Os seres humanos se cobriram com peles de animais para se proteger do frio, e isso
logo se tornou status e poder. Aquele que estava com uma pele mais vistosa, de um
animal mais selvagem e perigoso, então, era visto como mais forte e corajoso
perante seu grupo. Com o passar do tempo, o homem foi inventando tecnologias e
tecidos oriundos da natureza para se vestir. No período bizantino (+/-de 300 d.C a
14500 d.C), vieram as túnicas, em que a classe alta usava as feitas de seda,
decoradas com pérolas e pedras preciosas, enquanto as classes inferiores usavam
apenas mantos simples. Surgiram também os acessórios, com muito dourado por
conta do ouro.

Mas para encurtar um pouco, vamos focar em uma história mais recente, do último
século até hoje. Um breve resumo para chegarmos aos dias atuais!

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Ao longo desta aula, preste atenção como a moda é influenciada pelo
comportamento da sociedade em que está inserida. Costumes, economia
e arte ditam a moda, sempre.

1900: Art Nouveau


Logo no início do século XX, em meados de 1900, surgiu o padrão estético Pós-
Revolução Industrial, a chamada Art Nouveau (a “Nova Moda”), cuja grande
inspiração foram a natureza e o processo de estilização das linhas orgânicas das
flores, folhas, galhos, raízes, animais, entre outros elementos naturais.

Linhas orgânicas nada mais são do que linhas curvas chicoteadas, o curvilíneo estava
em alta, golas altas, busto empinado, saias longas em formato de sino, coque e
chapéus grandes.

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Figura 2 - Folhetim de 1903 e vestido art nouveau inglês de 1908

Fonte: Disponível aqui Disponível aqui

Figura 3 - A art nouveau foi inspiração da coleção 2018 do estilista libanês Elie Saab

Fonte: Disponível aqui

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Década de 1910: Futurismo
Na década de 1910, o futurismo veio como um movimento artístico que iniciou o
pensar no futuro; a era da máquina e o triunfo da tecnologia sobre a natureza em
oposição às tendências artísticas anteriores. Também fez surgir novas grifes de luxo
em Paris, cidade que já estava consagrada como a capital mundial da moda e com a
formação do sindicato da alta-costura (haute couture).

A Prada, marca mundialmente famosa até os dias atuais, surgiu neste cenário,
despertando cada vez mais o forte consumo do luxo atemporal com suas bolsas e
peças de couro.

“O que você veste é como você se apresenta ao mundo, principalmente


hoje, em que o contato humano se dá de forma imediata. A moda é uma
linguagem instantânea” - Miuccia Prada, herdeira da House of Prada

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Figura 4 - Croquis de coletes masculinos de Giacomo Balla, pioneiro da moda
futurista (1919)

Fonte: Disponível aqui

Década de 1920: Art Déco


Após o Futurismo, cada vez mais as linhas retas, ângulos acentuados e traços
geométricos estavam presentes na arte e na moda. Porém, com o cenário de pós-
Primeira Guerra Mundial (1914 a 1918), surgia o empoderamento feminino, já que
muitas mulheres tiveram que trabalhar durante a guerra porque seus maridos
estarem no campo de batalha e, com isso, a moda teve que se adequar à nova
realidade.

As mulheres cortaram os cabelos em comprimentos mais práticos e passaram a usar


vestidos de corte reto, com menos tecido, com a cintura baixa, na altura dos quadris.
As saias encurtaram, chegando à altura dos joelhos.

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Fonte: Disponível aqui

Pacce (2013) resume as principais características da art déco na moda em


traços mais simples e a predominância da simetria, formas
geométricas em vez dos arabescos da art nouveau e influência de fontes
consideradas exóticas para o mundo ocidental tais como as culturas
egípcia, asiática e grega.

Década de 1930: Masculinização da


Moda Feminina
É no final da década de 1930, com o início da Segunda Guerra Mundial em 1939, as
roupas femininas passaram a ter aspectos masculinos, como ombros acentuados,
casacos e sapatos mais pesados, e o uso de duas peças ao invés de vestidos, mas
aqui ainda eram saias e blusas.

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As cores também passaram a ser mais sóbrias, como o azul-escuro, verde-militar,
cinza, preto e marrom, um sinal de tempos difíceis e do contexto militar. Como
sempre, a moda recebeu influência do comportamento social da época.

Fonte: Disponível aqui

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Durante a década de 1930, a moda nos EUA era se vestir com sacos de
farinha estampados – não, você não leu errado! Conheça essa
interessante história em:

Década de 1940: o New Look de


Dior
Com o fim da Segunda Guerra Mundial e da forte recessão econômica mundial,
surge Christian Dior com o new look e o resgate da feminilidade para a moda das
mulheres. As coleções de Dior eram marcadas de saias rodadas abaixo do joelho, o
comprimento midi, cintura bem marcada, ombros delineados e sapatos de salto alto
e fino – uma verdadeira mudança de paradigma na história da moda. Também
nessa década surgiu a confecção em série, o famoso prêt-à-porter, ao qual
dedicaremos uma aula exclusiva.

Até hoje, Dior é sinônimo de classe e elegância, sofisticação e referência estética.

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Figura 5 - O clássico tailleur e Dior apresentando a saia mid ao mundo

Fonte: Disponível aqui Disponível aqui

Década de 1950: Jaqueta de Couro


Nos anos de 1950, a modernidade das grandes telas do cinema já ditava a moda,
interferência que antes era apenas das artes plásticas. Mas com outros segmentos
de arte surgindo, novas interferências na sociedade também aconteciam.

“The Wild One” ou “O Selvagem” foi o filme que mais interferiu na moda nessa
década, principalmente entre os homens. O ator Marlon Brando, no papel de um
motoqueiro, com a sua jaqueta de couro e botões metálicos, ganhou o mundo,
principalmente entre os jovens, que passaram a adotar o estilo motoqueiro e do rock
clássico, do qual Elvis Presley era representante máximo.

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Figura 6 - Elvis Presley e Marlon Brando

Fonte: Disponível aqui Disponível aqui

Década de 1960: Hippies


Os primeiros “filhos das flores” eram boêmios, negavam tabus morais e de
comportamento, priorizavam uma vida livre e em contato com a natureza, usavam
cabelos soltos ao vento e gostavam de flores, principalmente de margaridas, símbolo
da liberdade e inocência.

Contra os padrões de uma moda pré-estabelecida, usavam túnicas de algodão, muita


estampa, calças boca de sino, jeans, pés descalços ou com sandálias de couro e não
usavam maquiagem. Paz e amor, Flower Power e Make love, not war eram seus lemas,
o ponto alto dessa contracultura foi o Festival de Woodstock, em 1969.

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Figura 7 - Participante de Woodstock e jovens na moda da época

Fonte: Disponível aqui Disponível aqui

Década de 1970: Unissex e Punk


Nos anos de 1970, o unissex e principalmente a alfaiataria para a mulher ganhou
espaço na moda, com tecidos mais firmes e caimento mais reto e estruturado, tais
como lãs frias, linho, gabardine, jacquard, tweed, cashmere, oxford, entre outros.

Em 1975, em Londres, surgiu o movimento punk por meio de jovens insatisfeitos e


revoltados com a situação da época, principalmente em relação à economia e ao
desemprego causado pela crise do petróleo. Manifestavam sua rebeldia por meio do
visual, com predominância da cor preta nas roupas em geral, jaquetas cheias de
rebites e tachas, calças jeans rasgadas, coturnos desgastados, colares em formato de
coleiras ou correntes, cadeados e cabelos superexpressivos e coloridos,
despenteados ou em moicano.

Um dos maiores nomes da moda punk é Vivienne Westwood, estilista britânica que
criava roupas visando o público marginalizado das periferias de Londres e as bandas
punks da época.

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Figura 8 - Casal punk e alfaiataria feminina representada pelas Panteras da série
original dos anos 1970

Fonte: Disponível aqui Disponível aqui

Década de 1980: Exagero


Sem dúvida, os anos de 1980 foram uma década de exageros em cor, texturas e
ousadia dos estilistas que fugiram de todos os padrões e chegaram até a moda
fitness nas ruas, ao elastano, a tecidos como o lurex e novos shapes (modelagens).

A moda passou do marrom e nude para cores vibrantes com modelagens de grande
volume nos ombros e justas na parte de baixo, minissaias ou calças, que aderem ao
corpo com o uso de tecidos tecnológicos principalmente na onda da ginástica que
assolou a década.

Cabelos volumosos e um visual dramático marcaram a moda feminina dessa década;


uma moda extravagante em um período marcado pelo materialismo, por avanços
tecnológicos e pela riqueza, com jovens e adultos focados em mostrar logos de
grandes marcas em camisetas e acessórios.

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Ícones que ditavam tendência de comportamento e visual nos anos 1980: Madonna,
Michael Jackson, princesa Diana e grupos de música new age. Por aqui, basta nos
lembrarmos de Xuxa e as Paquitas!

Figura 9 - A febre da moda fitness, Madonna, princesa Diana, Michael Jackson e Xuxa

Fonte: Fitmoda Disponível aqui Theadventurine Disponível aqui Veja


Disponível aqui Britannica Disponível aqui

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Década de 1990: Minimalismo
Eis que depois do exagero de cores e formas da década anterior, a moda começou a
ser vista sob a ótica do minimalismo: menos cor, mais jeans e roupas tradicionais
começaram a ser as grandes apostas; roupas que pudessem sobreviver às
tendências da moda. Assim, grandes grifes apostaram no clássico.

Uma das peças mais cobiçadas foi a jaqueta, versões em jeans e couro eram as
prediletas, e, também, em modelagens longas e acinturadas, geralmente
acompanhadas de uma camiseta branca básica. O visual clean também era
percebido nos penteados, acessórios e maquiagens naturais.

Em contraponto, surgiu o glam para as festas, com vestidos de muito brilho seja nos
tecidos (lurex, cetim e veludo molhado) ou no bordado dos paetês e na
transparência das rendas.

Figura 10 - A supermodelo Cindy Crawford, as meninas da série Friends e a cobiçada


jaqueta jeans

Fonte: Disponível aqui Disponível aqui

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Entre os homens – embora hoje fosse entendido como unissex –, o estilo grunge, que
surgiu na fria cidade de Seattle, ganhou adeptos no mundo todo, inclusive no
tropical Brasil. Mais que um modismo, o grunge é uma subcultura alimentada pelo
rock alternativo, cujas músicas costumavam falar sobre alienação sociopolítica e
angústia rapidamente caíram no gosto dos mais jovens.

Mais conscientes sobre questões de sustentabilidade e de consumismo, esses


grupos geralmente compravam roupas em brechós e usavam as mesmas peças em
dias mais quentes e mais frios, fazendo sobreposições com camisas de flanela
xadrez (quer pode vir por cima de uma camiseta de banda ou ainda amarrada na
cintura nos dias menos frios), tocas de tecido fáceis de guardar no bolso e
bermudões em cima de calças justas. Os coturnos complementam o estilo tanto em
meninos quanto meninas.

Os cabelos longos e desgrenhados e as roupas largas e surradas que os músicos


usavam foram adotados pelos fãs. Seus maiores expoentes foram as bandas Nirvana
e Pearl Jam.

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Figura 11 - Meninos e meninas grunges e Eddie Vedder, líder do Pearl Jam, e seu
estilo grunge há três décadas

Fonte: Disponível aqui

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Fonte: Disponível aqui

Novo Século: A Era Fast Fashion


Chegamos ao século XXI com um mix de padrões e culturas sem limites de distância,
pois a era digital nos permite vivenciar movimentos culturais e conhecer tendências
do mundo todo a um click de distância.

Um exemplo da globalização na moda são as lojas especializadas em fast fashion


(também teremos uma aula sobre este tema), com uma moda mais acessível para
todos. Aquelas peças que vemos nas passarelas do mundo e tanto desejamos agora
podem ser encontradas em lojas de departamentos, com valor acessível para a
maioria da população.

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Fonte: Disponível aqui

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03

Da Alta-costura ao Fast
Fashion
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É muito comum ouvir o termo alta-costura (haute couture) principalmente em
vestidos de festa e de noiva. Porém, o que se sabe é que este termo é empregado de
uma maneira errada pela maioria das pessoas, dentro de um contexto que no
universo da moda ele não seria aplicado.

A palavra francesa couture significa costura ou trabalho de agulha, estilismo e


execução de alta qualidade. O estilista ou costureiro cria modelos com base em uma
tela feita de linho fino ou musselina, que é assinada. As peças decalcadas da tela são
então executadas sob medida para as clientes.

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O inglês Charles Frederick Worth (1825-1895) é considerado o “pai da alta-
costura”. Na década de 1840, o costureiro mudou-se para a capital
francesa por achar que Paris teria um solo mais fértil para suas ideias.
Assim, abriu o próprio negócio em 1858, a Casa Worth. “Em teoria, ele não
fundamentou ‘a alta-costura’ como regra. O que fez foi lançar
determinadas premissas que passaram a ser essenciais ao negócio”,
explica o professor de história da moda João Braga, da Fundação
Armando Álvares Penteado (Faap).

Fonte: Disponível aqui

Existe um sindicato de estilistas, a Chambre Syndicale de La Confection et de Couture


pour Dames et Filletes, fundado em Paris, em 1868, para evitar cópias e plágios.

Após a Segunda Guerra Mundial, o sindicato criou, em 1945, uma exibição itinerante
de roupas, o Théâtre de La Mode, para reestabelecer Paris como capital mundial da
moda. Participaram então 53 casas de moda. O sindicato determina que as maisons

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de couture (os ateliês) devem empregar no mínimo vinte pessoas em seus ateliês,
devendo ainda mostrar para a imprensa reunida em Paris, no mínimo, cinquenta
modelos originais para as coleções primavera/verão, em janeiro, e para
outono/inverno, em julho. As criações podem tanto ser feitas para as clientes da
respectiva casa como vendidas para compradores autorizados, em moldes de papel
ou de tela.

A hautecouture conta com um grupo numeroso de especialistas que fazem


botões, luvas, bijuterias, chapéus e adornos com altíssimo nível de
qualidade, por isso, trata-se de uma moda trabalhosa e cara.

Em 1946, eram 106 casas de alta-costura, em 1997, este número caiu para 18. As
maisons permitem que fabricantes tenham o direito de usar seus nomes em peças de
roupa e de acessórios prêt-à-porter. E existem alguns costureiros que também são
estilistas, como Karl Lagerfeld, que faz a grife (prêt-à-porter) e a Maison Chanel, de alta-
costura.

Portanto, quando ouvimos o termo alta-costura para designar vestidos de festa que
são confeccionados em escala, este termo está sendo usado de uma maneira mais
vulgar. Não quer dizer que o produto não seja de alta qualidade e de certa maneira
tenha uma certa exclusividade, porém, ele não é único, e não pertence a uma Maison
de real Alta-Costura. Até porque, hoje, o valor desses vestidos e roupas exclusivas
não são acessíveis e atendem a uma minoria abastada da população mundial.

Hoje, estima-se que existem no mundo apenas 4 mil clientes que usam a alta-costura
para eventos de gala, sendo a maioria da China e do Oriente Médio. Um vestido alta-
costura, assinado por um estilista iniciante, não custa menos do que 100 mil dólares
para eventos diurnos e já atingiu 800 mil dólares em vestidos black-tie.

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Fazem parte da lista de membros permanentes da alta-costura:
Schiaparelli, Chanel, Christian Dior, Rabih Kayrouz, Giambattista Vale,
Alexis Mabille, Stephane Rolland, Julien Fournié, Alexandre Vauthier,
Givenchy, Maison Margiela, Franck Sorbier, Jean Paul Gaultier e Haute
Joaillerie.

Além dos permanentes, anualmente, nos desfiles, podem participar grifes e estilistas
convidados. Todos apresentam o mais alto nível de sofisticação e exclusividade e são
verdadeiras obras de arte da moda. Membros que hoje são permanentes já iniciaram
como convidados.

Para ser membro permanente da cúpula da alta-costura, também é preciso estar


com o seu negócio estabelecido no Triangle d’Or, o Triângulo do Ouro, em Paris, na
delimitação de três avenidas: Champs-Elysées, Montaigne e Georges V. As maisons
precisam estar dentro do Triangle d’Or, além de ocupar um prédio inteiro, que não
pode ser alugado. A construção também precisa ter um estilo arquitetônico
reconhecido pela arquitetura. No térreo, deve estar localizada a loja, no primeiro
andar, um salão de atendimento exclusivo para aqueles clientes que fazem parte da
nobreza e não querem aparecer.

38
Figura 1 - O Triangle d’Or e A Maison Dior, no número 30 da Avenida Montaigne, em
Paris

Fonte: Disponível aqui Disponível aqui

Caso a roupa tenha algum tipo de bordado, ela não precisa ser feita no Triangle d’Or,
porém, deve ser feita em Paris. Todas as casas de alta-costura precisam ter ao menos
um perfume no seu catálogo. Afinal, é a venda deste produto que vai sustentar a
marca, além dos cosméticos, maquiagens, acessórios e a linha prêt-à-porter. É assim
que as grifes ganham rios de dinheiro e sustentam os desfiles de alta-costura, que
muitas vezes são apenas conceituais – ou seja, servem para exibir novos tecidos,
combinações e tendências, e não são roupas exatamente práticas –, mas que trazem
sofisticação e prestígio.

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Figura 2 - O Chanel nº 5 é mais que um perfume: é a tradução em frasco da
sofisticação da Maison de Coco Chanel

Fonte: Disponível aqui

Como não pode haver liquidação de luxo, as roupas dos desfiles que não foram
vendidas se tornam parte do patrimônio da casa, podem ser emprestadas para
grandes eventos e, por serem peças únicas, só podem estar em dois lugares: no
closet da cliente ou no acervo da maison.

Já tivemos dois representantes brasileiros na alta-costura: Gustavo Lins, com a sua


própria Maison, participou como membro convidado e chegou a ser permanente,
porém, a casa faliu em 2015. E o estilista Ocimar Versolato, que apresentou uma
coleção própria e chegou a ser diretor criativo da Lanvin por dois anos.

Há algum tempo se tornou praxe finalizar o desfile com uma noiva, afinal,
este é o item mais desejado de qualquer mulher e, consequentemente, o
investimento mais alto de sua vida. Não é regra, porém, é muito comum.

40
Assista a esta incrível obra lúdica com a qual a Dior fez o lançamento de
sua coleção Outono-Inverno 2020-2021:

Prêt-à-porter
Prêt-à-porter é uma expressão francesa para ready-to-wear, ou “pronto para usar”, e
mais:

41
Fonte: Disponível aqui

Criada pelo estilista francês J. C. Weil, em 1949, após a Segunda Guerra Mundial, o
prêt-à-porter surgiu com o intuito de ampliar o campo de ação das grifes, já que, com
a guerra, a alta-costura entrou em declínio, e com essa nova tendência de mercado
criou-se uma adequação da moda aos desejos dos consumidores da época.

A alta-costura, tão valorizada por sua exclusividade, perdeu força diante


do prêt-à-porter, que deixou a moda mais acessível. O mundo se
transformou, e a moda precisou se adequar às novas realidades. O desejo
de consumir mais rápido, a cultura e os valores mudaram junto com a
economia mundial pós-guerra.

Conceito de prêt-à-porter revolucionou a produção industrial, pois com ela as roupas


passaram a ser criadas em escala para oferecer qualidade e praticidade àquelas
mulheres que estavam agora trabalhando, garantindo, assim, um melhor preço e

42
capacidade de lançar tendências. As peças, mesmo aquelas vendidas em grandes
lojas de departamento, passaram a ter a marca e a assinatura de estilistas e
continuavam sofisticadas, porém, não mais exclusivas.

Com a globalização cada vez mais veloz, a moda passou a ser mundial. Tendências
europeias chegavam ao ocidente e vice-versa, e o que podia ser novidade em um
lado do planeta, em questão de pouco tempo chegava ao outro lado.

Constanza Pascolato e Eloysa Simão explicam as origens e influências do


prêt-à-porter e o início das semanas de moda no Brasil e no mundo em:

Graças à força americana no pós-guerra, quando a Europa estava devastada e os


Estados Unidos estavam fortes, os estilistas europeus migraram para solos
americanos, levando um fôlego de inspiração para as modistas locais e criando uma
moda independente do que estava acontecendo no mercado europeu. As grandes
cadeias de lojas americanas passaram a fornecer moda em grande quantidade – esse
era o estilo ready-to-go.

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Cuidado: a moda prêt-à-porter não é uma moda barata, como acontece
no fast fashion. Trata-se de uma moda com conceito e alta qualidade em
corte e tecidos. Tanto que até hoje não é algo acessível em termos de
valor para a maioria dos consumidores. Basta pensar em grandes marcas
como Chanel e Dior: mesmo a linha pronta para usar, que encontramos
em lojas multimarcas, tem peças caríssimas. Inclusive a linha de
cosméticos, como maquiagem e perfumes de grifes, são igualmente caras.
As grifes de alta-costura aderiram à moda prêt-à-porter para que fosse o
carro-chefe em termos de sustentar financeiramente as empresas da
marca.

Em 1959, Pierre Cardin teve a ideia de criar uma coleção para uma loja de
departamentos parisiense chamada Printemps, permitindo que os clientes entrassem
e escolhessem a peça de seu tamanho e já levar para a casa, o que antes não era
possível, já que a alta-costura predominava. Com isso, o estilista foi expulso do
sindicato da alta-costura.

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Porém, o prêt-à-porter não o destruiu, pelo contrário: Pierre Cardin é um dos maiores
e mais longevos nomes da moda mundial. Dez anos depois, o estilista foi restituído
ao sindicato e dele se tornou presidente.

Figura 3 - Pierre Cardin nos anos 1960 e a Boutique Cardin hoje, em Paris

Fonte: Disponível aqui

Assim, Cardin ficou conhecido não apenas como estilista, mas, em tempos de
mudança, transformou-se em um homem de negócios e enxergou uma oportunidade
de oferecer uma solução criativa e crescer em meio à crise. Foi uma polêmica para a
época, mas que salvou os seus negócios e tantos outros que também seguiram esse
conceito.

Foi o boom fashion que redefiniu para sempre a indústria da moda. Hoje, como já
vimos na aula anterior, todas as grandes maisons de alta-costura possuem perfumes
e cosméticos, além das linhas prêt-à-porter, que garantem sua riqueza e sustento.

Deu-se, então, a democratização da moda e a união entre as grandes maisons com a


indústria têxtil e as lojas de departamentos. Agora não era mais a alta-costura que
ditava tendências e, sim, o prêt-à-porter, porque apesar de ser uma produção em
escala, trata-se da moda em si, acrescenta estilo às ruas e tem criatividade em peças
básicas.

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O prêt-à-porter se torna um produto de alta classe, deixando a alta-costura associada
à realeza ou a grandes eventos de gala. A partir disso, as marcas que se
industrializaram passam a estar presentes no universo da publicidade, expondo os
seus logos em milhares de peças ao redor do mundo!

Figura 4 - Dois logos que não precisam de palavras: Chanel e Louis Vuitton

Fonte: Disponível aqui

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“O mundo do Covid-19 não é mais o mesmo, nem a moda. Nunca se
imaginou que a tradicional semana de moda de alta-costura de Paris um
dia seria digital. Os modelos mais elaborados do planeta foram
apresentados apenas online!" Lilian Pacce e Sílvia Rogar comenta a 1ª
Semana de Moda Digital Paris-Milão de alta-costura e moda masculina
com Valentino, Hermès, Dior Homme, Giambatistta Valli, Prada e outros:

Prêt-à-porter no Brasil
Por aqui, a partir dos anos 1960, as chamadas “modistas” (costureiras) copiavam os
looks das revistas, mas na década seguinte, o cenário começou a mudar com Zuzu
Angel, estilista que resolveu investir no mercado prêt-à-porter desenvolvendo uma
coleção que tinha como influência tecidos e estampas do Brasil. Com isso, as suas
peças se tornaram conhecidas nos Estados Unidos e ela começou a vestir
personalidades americanas, além de fechar contratos com grandes lojas
internacionais. Foi ela quem abriu as portas para que outros estilistas brasileiros
pudessem enveredar pelos mesmos caminhos tornando o Brasil referência no
mercado de moda internacional.

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Figura 5 - Zuzu Angel e algumas de suas criações

Fonte: Disponível aqui Disponível aqui

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Como a moda sempre é um reflexo do contexto social da época, Zuzu
Angel foi uma guerreira. Foi empresária criativa e estilista inovadora que
não teve medo de desconstruir as convenções da moda da época -
utilizou materiais, cores e estampas diferentes dos que eram definidas
como elegantes. Depois do assassinato de seu filho pela ditadura militar,
concentrou todos os esforços para denunciar as torturas deste período.
Zuzu foi assassinada pelo regime militar em meio às buscas pelo corpo do
filho, mas não destruíram seu trabalho na luta pelos direitos humanos.
(Re)lembre a história de Zuzu Angel contada aqui por Astrid Fontenelle:

49
Fast Fashion

Seguindo uma cronologia da história da moda, chegamos à era do fast fashion! Aqui
acontece a democratização real, em que as tendências que saem das passarelas do
prêt-à-porter vão parar nas lojas populares ao redor do mundo.

O conceito surge apenas na década de 1990, com o barateamento tanto da mão de


obra quanto da matéria-prima na indústria têxtil. É o movimento da moda em que
todos, independentemente de classe social, vão ter acesso ao que se está vendo nas
passarelas, novelas ou cinema. Além disso, a pressa pelo consumo dita de tal forma a
tendência que a qualidade e o conceito se perdem, visando apenas o ter e o estar na
moda, que na sua esmagadora maioria, é muito passageira.

Claramente não se tem a mesma qualidade, porém, o foco é usar a mesma roupa
que está nas novelas, cinemas e internet, sem um alto investimento, algo que
queremos consumir e “descartar”, porque na próxima estação, ou no próximo mês,
ou até na próxima semana, a tendência será outra! É a era digital! São coleções
compactas, modelos novos o tempo todo, o alto consumo surge e aquela
“necessidade” de ter e de estar na moda.

Este novo conceito se tornou um fenômeno entre o público e se expandiu por todo o
mundo! Marcas europeias, como Zara, Benetton, H&M, Forever 21, GAP, entre tantas
outras que hoje são a cara do fast fashion. Aqui no Brasil, surgem grandes redes de
varejo como C&A, Renner, Riachuelo, Hering.

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O fast fashion traz benefícios para o mercado da moda com maior rentabilidade,
geração de empregos e produtos a custo acessível.

Muitas destas marcas que são inovadoras no Fast Fashion são acusadas
de trabalho escravo e para isso contam com uma mão de obra o mais
barato possível, levando suas fábricas ou facções (fábricas terceirizadas)
para países muito pobres, pagando o que querem e entendem como justo
pela produção, muitas vezes, centavos. E, desta maneira, se caracterizam
como trabalho escravo. Um exemplo é a Zara Brasil, que foi
responsabilizada por trabalho análogo ao escravo pela 4ª Turma do
Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, situação que foi identificada
em 2011, na cadeia produtiva da marca de roupas que pertence ao grupo
Inditex.

Slow Fashion
Uma resposta natural ao impacto do fast fashion foi o movimento slow fashion, ou
“moda devagar”, que preza pela utilização de materiais recicláveis e tecidos orgânicos
em sua confecção, além de buscar transparência em suas relações de trabalho,
transformando a moda em algo cíclico e não finito. Aqui, todo o processo é feito com
consciência ambiental e pensando em sociedade. Seria o oposto do fast fashion.
Modelo de produção que valoriza quem o faz, os seus processos e respeita o tempo
real de produção. E, principalmente, a transparência da grife com o seu consumidor
final sobre todos os seus processos.

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É a troca da quantidade pela qualidade: peças mais duráveis, que vão
estar no closet de qualquer pessoa durante várias estações, sem ter a
necessidade de troca constante. Peças feitas à mão, tecidos nobres e
naturais ganham destaque no slow fashion. O foco não é o incentivo
exacerbado ao consumo, mas não seguir calendários de moda, mudanças
de estações e tendências que possuem o intuito do estímulo de vendas e
o despertar de desejos. Com isso, as peças também possuem um valor
agregado maior, mais conceitual e, portanto, mais caro.

O planeta não está mais comportando o consumo desenfreado no modelo


tradicional de capitalismo. Por isso, aqui o foco é priorizar peças atemporais, itens
básicos que fazem parte de qualquer guarda-roupa e que não saem de moda.

Fonte: Disponível aqui

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“Compre menos, escolha bem”. O slogan é parte do conceito dessa moda
nova que é mais ligada com o planeta, preocupada com a redução de
dejetos na produção e diminuição de roupas no lixo. Um consumo
consciente tanto do ponto de vista ambiental, quanto social, valorizando a
produção local.” Veja as dicas do Sebrae de como usar e trabalhar com
slow fashion em:

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04

Tendências e Consumo
Consciente na Moda
54
Como já vimos brevemente sobre moda e consumismo, tudo começou nos Estados
Unidos, no período pós-guerra, quando o país estava enriquecendo e o estímulo
consumista começava a crescer. Os anos 1960 começaram com roupas comportadas,
básicas e elegantes, vestidos pretos ou em tons pastéis, de corte reto nos ombros e
cabelos volumosos eram a norma – o new look que já vimos aqui, lembram? Pois
bem, a partir dali começaram as tais tendências de que tanto falamos e ouvimos hoje
em dia.

Tendências são previsões e especulações quanto ao uso de roupas,


maquiagens, sapatos, acessórios, cores, tecidos, estampas, etc. E, essas
previsões são feitas com base no ciclo da moda, são os resultados do
ritmo contínuo do mercado e reflexo do interesse social, comportamento.
Elas estão no centro da cadeia de produção do mundo da moda.

A palavra tendência vem da expressão “tender a”, ou seja, remete a estar


propenso a optar por algo, seguir ou escolher alguma coisa. Assim, pode
ser dito que as tendências de moda são previsões do que o consumidor
deve escolher para vestir ou comprar e, por isso, são de extrema
importância. Tendências são o fio condutor que guia e movimenta a
indústria da moda, isso porque o produto ofertado deve estar conectado
ao que as pessoas tendem a gostar e querer consumir.

As tendências surgem por meio de pesquisas de consumo, análises de valores


sociais, criações inovadoras dos estilistas e de releituras da história. A Première
Vision Paris, maior feira do segmento no mundo, que acontece duas vezes ao ano,

55
desde 1973, dita essas tendências que movem a idealização, a confecção e a
divulgação das novidades que influenciam o consumo.

Tudo para despertar o desejo de consumo nas pessoas, o desejo do novo e do


diferente e para diversificar os produtos do mercado, fazer a economia girar. É o que
causa impacto desde o desenvolvedor de cores, malharia, fios até o consumidor final.

Tendências de moda

Tendência de moda é o que se usa e se consome em determinado momento. São


peças de roupas, acessórios, calçados, cores, formatos e materiais presentes no
gosto de determinado público em uma estação do ano ou época específica.

Esse modo de se vestir e de utilizar esses produtos pode ser notado em diversas
mídias, como desfiles de moda, novelas, internet e, acima de tudo, nas ruas.

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É essa tendência de moda que faz o despertar para o consumo de roupas
e acessórios. As tendências são criadas para que a indústria da moda se
mantenha sempre em destaque para o desejo de consumo acontecer!
Então, dentro das tendências vistas através da sociedade e seu
comportamento, são ditadas as tendências dentro do universo da moda.
Nada mais é do que a interpretação, a visão dos estilistas sobre as
macrotendências.

Estude de onde vêm as tendências a moda em:

Macrotendências
As tendências têm origem nas macrotendências, que são tendências maiores e mais
amplas observadas em nível mais extenso e global. É uma referência a grandes
movimentos ou correntes socioculturais que influenciam as sociedades, a cultura, a
economia e o consumo.

A macrotendência dita as diretrizes das tendências, e é fundamental e estratégica


para o mundo da moda, pois identificam posicionamentos mundiais de
comportamento e oportunidades de produção para o consumo, o que inclui o
desenvolvimento de novos produtos para o mercado.

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Aqui acontece uma junção entre sociólogos, ambientalistas, psicólogos, economistas
e matemáticos, entre outros profissionais, que estudam as condições das sociedades
do mundo todo e fazem as previsões baseadas em dados concretos e em estatísticas.
Assim, eles traçam um panorama global de quais serão as tendências de consumo, os
hábitos de vida e as escolhas que as pessoas estão propensas a fazer por influência
do contexto no qual elas estão inseridas.

As macrotendências tratam de um comportamento definido com base em


influências globais que envolvem desde o modo de agir das pessoas até
movimentos da economia, influências de arte, avanços tecnológicos, etc.

As macrotendências acontecem aproximadamente com dois anos de antecedência,


dando uma visão com esse horizonte temporal de distância para a criação, execução,
produção e divulgação do produto até chegar ao consumo das peças.

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Assista COMO FUNCIONA A PESQUISA DE TENDÊNCIAS DE MODA COM
MARI FLOR EM:

E assista a um bate-papo superinteressante sobre como se comportam os


movimentos sociais e a relação deles nas análises de tendências de
moda:

Consumo Consciente na Moda


Não confunda: moda e consumo consciente não são a mesma coisa que moda
sustentável.

A moda sustentável, como já estudamos, se preocupa com as formas de produção da


indústria têxtil. Já a moda consciente é quando o consumidor manifesta em suas
compras uma preocupação com as questões ambientais e sociais que envolvem a
produção em massa das fast fashion. Com isso, este consumidor busca por produtos
com materiais sustentáveis e de alta qualidade e, também, que tenham uma
durabilidade maior. Não apenas em comprar produtos taxados como eco-friendly.

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Não buscam por modinha e, sim, por roupas e acessórios de grifes que sejam
atemporais. Este consumidor está em busca de peças que tenham algum significado
e, também, evita o descarte rápido da roupa.

Este consumidor se preocupa em saber sobre a fabricação do produto e em quais


condições ele foi produzido, além de estar atento ao slow fashion, ele preza por
qualidade e não quantidade! Antes de comprar algo, ele pensa se realmente precisa
daquilo ou se seria apenas um impulso de consumismo. Este consumidor também
pesquisa entre as opções qual atenderia melhor às suas necessidades para não
precisar trocar, ele também se preocupa com o seu financeiro, como irá buscar as
suas compras e em qual embalagem ela será colocada (principalmente os eco-
friendly).

A questão do não descarte rápido é tão importante quanto a sua compra.


Por isso, investir em peças de alta qualidade é um dos principais focos
neste assunto. Fala-se muito sobre isso durante consultorias de imagem!
Vale muito mais a pena ter uma roupa que dure, que combine com a
nossa personalidade e que assim vamos usar muito, do que ter dez peças
fast fashion que na semana que vem não vamos mais querer!

A questão de reciclar a moda também é muito bacana. Saber que uma peça pode se
transformar em outra, quando ainda em bom estado, ou até mesmo o brechó ou o
desapego, não simplesmente achar que algo que não lhe serve mais é lixo.

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O número de brechós e o mercado de peças de segunda mão passam por
um aumento expressivo no Brasil. Nos últimos 10 anos, a conscientização
a respeito do impacto da moda no meio ambiente, e a consolidação das
mídias sociais sendo a grande voz do consumidor moderno,
transformaram o desapego em uma tendência que cresce cada vez mais
no universo da moda. Segundo uma pesquisa da empresa de análise de
varejo chamada GlobalData, o valor movimentado pelo segmento deve
sair de US$ 24 bilhões para US$ 51 bilhões, a tendência é que este
mercado dobre em vendas diretas até 2025.

A procura por este tipo de produto está alinhada à economia circular e ao


consumo consciente, isso porque permite que as mercadorias circulem e
evita o crescimento do lixo têxtil. “Acredito que essa comercialização é
promissora, porque o second hand (itens de segunda mão) vende itens de
coleções passadas, enquanto as lojas tradicionais abastecem o desejo de
novidade do consumidor. São mercados paralelos”, avalia a consultora de
marketing e moda Alessandra Campanha.

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Doação de peças, vendas de brechó, algo que além de se preocupar em ajudar o
próximo pode ser visto também na sociedade como uma preocupação com o meio
ambiente em que vivemos!

A moda precisa ser pensada de forma consciente, porque o que você compra e,
principalmente, o que descarta, não é uma escolha pessoal, já que estamos todos
dividindo o mesmo planeta e recursos naturais. O nosso pensamento deve ser macro
e não individual.

Fonte: Disponível aqui

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Segundo Anny dos Santos, analista de Competitividade do Sebrae, o
movimento slow fashion e a sustentabilidade são bandeiras que
levantaram o potencial e a atratividade dos brechós entre as novas
gerações.

Sites especializados e redes sociais, que são dois tipos de venda direta,
correspondem aos principais canais de compras, com 69% e 54% de
preferência do público. A pesquisa ouviu 837 consumidores acima de 18
anos, de ambos os sexos, de todas as classes sociais, residentes nas 27
capitais do país.

Outro levantamento, feito pelo e-commerce ThredUp, publicado em 2019,


estima que o segmento second hand será maior que o fast fashion até
2028.

Um exemplo é a plataforma de revendas TROC, que com apenas três anos


de atuação faturou R$ 10 milhões e vendeu mais de 100mil peças de
segunda mão, sendo considerado o maior brechó online do Brasil.

As razões para o sucesso são várias: economia, valor agregado da


curadoria e o acesso ao mercado de luxo, no qual os brechós tornam-se a
oportunidade de acessar grandes marcas com menor custo e, também, a
questão da sustentabilidade.

Além disso, também existe o fator da moda retrô, em que peças das
décadas de 1980 e 1990 estão sempre em alta.

Fonte: Disponível aqui

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É incrível pensar que há cerca de uma década dizer que comprou uma
roupa em um brechó poderia soar como constrangimento, mas hoje,
adquirir um produto de segunda mão não apenas perdeu este estigma
como é visto com bons olhos. Segundo Isabella Gorjux, do Brechó Amora,
“peças vintage têm muita personalidade e história. Todo mundo procura
ter itens especiais no guarda-roupa para cuidar com carinho”.

Adaptado de Igo estrela para o site Metrópoles

O mercado de second hand, ou segunda mão, é antigo, porém, agora ele está sendo
procurado por outros públicos além daquele que o consumia.

Segundo Georgia Castro, coordenadora do Laboratório de Pesquisa em Design,


Indumentária e Moda, da Universidade de Brasília (UnB), “já interessava a
colecionadores, artistas e profissionais que trabalham com o estilo. Atualmente, os
brechós têm interessado às novas gerações de uma classe mais abastada,
intelectualizada e que tem o olhar voltado para as questões relacionadas à moda e à
sua indústria, que encontra nesta cultura uma forma de expressão. São pessoas que
veem o second hand Market como uma saída sustentável – do ponto de vista
ecológico, de reutilização, de reciclagem e de ressignificação – para manter o estilo
focado nas mudanças frenéticas da moda, adquirindo produtos autênticos, que
contam histórias e que, muitas vezes, são atemporais”.

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“Não adianta nada você comprar um sapato de salto vermelho se
você não tem nada no guarda-roupa que combine com ele ou não
tenha lugar para usá-lo”: CONSUMO CONSCIENTE NA MODA: brechós,
fast fashion x slow fashion e dicas em:

E atire a primeira pedra quem nunca se deixou levar pelo “deslumbre” e


acabou comprando uma bolsa, blusa, um terno, sapato ou boné por
impulso? É hora de pensar em consumo sustentável:

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05

Profissões Ligadas à Moda

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Olá a todos!

Nesta aula, vamos aprender um pouquinho sobre algumas possíveis profissões que
envolvem a moda, pois entender de moda não é apenas ser estilista. E para ficar mais
fácil, dividimos o conteúdo em áreas de atuação.

Atualmente, existe uma nova e importante profissão na moda, os influencers,


blogueiros que movimentam o mercado da moda por meio das redes sociais. São
hoje talvez os maiores responsáveis pela imagem de vários produtos, lançamentos e,
muitas vezes, até ditam o comportamento social.

O que antes era visto apenas nas passarelas e revistas de moda hoje é o foco do
movimento do querer ser, ou estar, igual à “fulana”. O digital influencer é um
formador de opinião que ganha notoriedade por conta do grande número de
pessoas que o acompanha em suas redes sociais, ou o grau de influência que tem
sobre seus seguidores.

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Conheça as principais digital influencers de moda brasileiras em:

Imagem de Moda
Aqui, o foco é o visual: a imagem que os olhos estão recebendo e a mensagem que
aquela imagem está passando para os espectadores traduzem o que as pessoas
querem transmitir e como elas querem ser identificadas. É preciso muita pesquisa
criativa, conhecer as tendências de moda e comportamento, além de possuir
conhecimento histórico sobre estética e comunicação. São profissões tais como
Consultor de Imagem, Personal Stylist, Stylist e Visagista.

O Consultor de Imagem é o profissional apto a estudar o perfil do cliente, o seu


biotipo e definir um estilo para ele, além de assessorá-lo na montagem de um novo
guarda-roupa, na combinação das suas peças e opinar no seu visual, cabelo e
maquiagem.

Já o Personal Stylist auxilia os seus clientes na combinação de roupas, cores e estilos


de acordo com seu perfil. Ele visa melhorar o visual que a pessoa já tem. Muito usado
por artistas, principalmente para grandes eventos, premiações etc., mas também
contratados por muitos para sempre dizer o que usar, no dia a dia, cuidar da sua
imagem.

Stylist é aquele que dá vida ao conceito e à tendência da moda dentro de uma marca,
deixando-a com mais conceito, cultura e estilo. Ele trabalha bem próximo do
desenvolvimento do produto, às vezes, até como estilista também, e com a produção

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de moda, em que monta os looks compostos por roupas, cabelo, acessórios e
maquiagem. Ele, por exemplo, cria a imagem de uma grife para divulgações e
catálogos.

E, por fim, o Visagista, que trabalha com a imagem pessoal das pessoas focado em
revelar suas qualidades interiores de acordo com as características físicas e os
princípios da linguagem visual, harmonia e estética. Suas ferramentas são o corte de
cabelo, coloração, penteado e maquiagem.

Desenvolvimento de Produto
A atividade de desenvolvimento de produto é quando surgem as coleções e produtos
de vestuário, calçados e acessórios. É quando acontecem os estudos de tendências,
cores e perfil de marca e de estação. As possíveis profissões dessa área são: Designer
de Moda ou Estilista, Assistente de Estilo, Modelista, Piloteiro e Modelo de Prova.

Designer de Moda ou Estilista é a profissão mais famosa da moda. É aquele


profissional que elabora croquis de novos produtos por meio de pesquisa de novas
tendências, sempre preocupado com o que o seu cliente está buscando e com aquilo
que é mais comercial e, também, precisa estar sempre atento às pesquisas de
matérias-primas para compor o seu produto.

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Figura 1 - Estilista em ateliê de criação e exemplo de croqui de moda

Fonte: Freepik.

O Assistente de Estilo é aquele que elabora os desenhos técnicos das peças criadas
pelo estilista, além de auxiliá-lo nas pesquisas. É ele quem libera o produto completo
e aprovado para a produção, auxilia nas provas e nos contatos com a modelista. É o
braço direito de qualquer estilista.

Modelista é quem transforma os croquis em moldes, quando a criação começa a se


tornar um produto. É o intercâmbio entre a criação e a produção, e piloteiro é quem
costura a peça piloto da criação, seguindo a orientação do modelista, e faz o modelo
sair do papel.

Modelo de prova é um modelo que precisa ter as medidas correspondentes à base


de clientes da empresa, normalmente entre o P e o M, para que as peças-piloto sejam
provadas e avaliadas quanto à caimento, tamanho, costura, modelo, etc., tendo que,
muitas vezes, fazerem-se ajustes na modelagem até que a peça seja aprovada para
finalmente ser produzida.

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Só um estilista pode trabalhar com moda? Não! Veja mais sobre carreiras
e salários da área em:

PCP – Planejamento e Controle da


Produção
Na área de PCP, o produto é desenvolvido em larga escala para chegar até o seu
consumidor final, área responsável por planejar e executar a produção das peças. E,
aqui trabalham profissionais, como Compradora de Moda e Matéria-prima,
Assistente de Compras, Assistente de PCP e Gerente de produção.

Comprador de Moda e Matéria-prima é o profissional que faz a aquisição das


matérias-primas necessárias para a produção das peças, como tecido, aviamento,
entre outros. Também tem como função pesquisar os possíveis fornecedores, efetuar
negociações e prazos, e acompanhar o andamento dos pedidos e entregas.

O Assistente de Compras auxilia todo o processo do Comprador de Moda, e o


Assistente de PCP é quem auxilia o Gerente de produção, desenvolve os
planejamentos de entrada de modelos para a produção, acompanhamento do
processo até a sua finalização, todo o seu caminho percorrido: risco, corte do tecido,
costura, acabamento, passadoria, embalagem, etiquetagem, distribuição e estoque.

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E, por fim, o Gerente de produção é o responsável pelo planejamento de toda a
produção dos produtos, alinhado com a equipe de marketing para fazer a
programação da linha de produção da empresa, com o objetivo de colocar nas lojas
os produtos, de acordo com o que foi desenvolvido na coleção pelo departamento de
estilo.

Negócios da Moda
É o segmento em que atuam os gestores de produção, distribuição, divulgação e
comercialização, além das estratégias de negócios e marketing, com o objetivo de
potencializar ao máximo a eficácia do negócio, pensando como business. Aqui
trabalham profissionais, como Marketing de Moda, Gerente de Marketing de Moda,
Vitrinista, Visual Merchandiser e Supervisor de Lojas.

Marketing de Moda tem a missão de zelar pela imagem da Marca, elaborar


estratégias para alcançar o seu consumidor, identificar e conhecer o seu público-alvo
e como atingi-lo.

Gerente de Marketing de Moda é o gestor que tem a missão de executar junto com
os setores de planejamento comercial e estratégico da empresa, englobando tudo,
chamado de gerente de branding, com o objetivo de proteger e alavancar a marca. A
comunicação/imagem da marca também é sua responsabilidade, ele traça e orienta
para onde a marca deve ir, qual é o caminho para alcançar o seu público-alvo.

O vitrinista tem a missão de elaborar vitrines que valorizem os produtos expostos e


atraia o olhar e interesse do cliente para o seu consumo. Algumas marcas
padronizam as suas vitrines para toda a rede de lojas ou franquias, para que os
pontos estejam de acordo com as determinações do vitrinista responsável da marca.

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Quando olhamos as vitrines de lojas, identificamos nela todo o conceito
da marca. A vitrine representa o sentimento e o despertar do consumo
sobre aquela coleção ali exposta para ser vendida e consumida. A vitrine
desperta o sentimento de querer entrar e viver a experiência da compra,
logo, é uma das principais ferramentas para o varejo.

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Você já parou para pensar no impacto que a vitrine tem para os negócios
de uma marca? E como consumidor, você já se pegou hipnotizado por
uma vitrine e altamente tentado a entrar na loja? Pois nada disso é por
acaso. Leia um breve artigo sobre o planejamento de uma vitrine, “essa
vendedora silenciosa”, em:

Fonte: Freepik.

Já o Visual Merchandiser é quem trabalha no ponto de venda para deixar os produtos


mais acessíveis, ao alcance do cliente e de forma atrativa no interior das lojas. É ele
quem pensa nas composições de peças e cores, trabalho que pode ser efetuado pelo

74
vitrinista também, já que podem ser um mesmo profissional.

Por fim, o supervisor de Lojas é o responsável pela comunicação entre as lojas e a


administração central para garantir os padrões de gestão das redes varejistas. Ele
supervisiona as metas, horários, deveres e se tudo está acontecendo de maneira
positiva tanto para funcionários quanto para clientes.

Quando olhamos vitrine de lojas, identificamos nela todo o conceito da


marca. A vitrine representa o sentimento e o despertar do consumo sobre
aquela coleção ali exposta para ser vendida e consumida. A vitrine
desperta o sentimento de querer entrar e viver a experiência da compra,
logo, é uma das principais ferramentas para o varejo.

Produção de Moda
Aqui é onde acontece o glamour da moda! É quando se organizam os desfiles,
catálogos, sites e editoriais para revistas, além das campanhas publicitárias. A
produção de moda envolve profissionais tais como Fotógrafo, Assistente de Produção
de Moda, Figurinista, Produtor de Desfile e Jornalista de Moda.

O Fotógrafo é especializado em fotos de moda para revistas, catálogos, exposições e


anúncios.

O Assistente de Produção de Moda é quem auxilia o Produtor em tudo que ele


precisa para organizar eventos. O Produtor de Moda, por sua vez, organiza e trabalha
com campanhas publicitárias, eventos e publicações, desfiles, com o objetivo de
achar as locações para estes eventos, escolher os fotógrafos, maquiadores, modelos
e todos os outros profissionais envolvidos para a realização deles.

O figurinista é quem cria, desenha ou seleciona peças prontas para teatros, bailes,
novelas, filmes e peças publicitárias; o Produtor de Desfile é quem coordena e cria
toda a base para um desfile de moda e, por fim, o Jornalista de Moda é quem escreve
editais e matérias sobre as tendências da moda e comenta desfiles e campanhas.

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Existe também o Acadêmico de Moda, que atua em faculdades e em
cursos técnicos e livres. Geralmente, ele é o Coordenador de Curso de
Moda, já que os professores provêm de várias áreas. É aquele que
coordena toda a extensão de moda de alguma instituição e, para isso,
deve ter sólida formação, experiência e conhecimento.

Para concluir a aula, assista a um vídeo da influencer Andressa Martins


explicando tudo sobre a Faculdade de Moda: as matérias, o material
exigido, o estágio, os rumos da profissão...

76
06

Estilos

77
Olá, alunos!

Vamos reforçar que o intuito desta disciplina é estudar os estilos da moda e tudo
que os envolve, pois isso vai auxiliá-lo em uma consulta de Visagismo, por exemplo.
Afinal, identificar o estilo de um cliente ajuda você, como profissional da estética, a
identificar gostos e comportamentos do seu cliente. Começamos, então, vendo a
ligação entre Moda e Estética.

Existem sete estilos universais de estilos. Normalmente, transitamos entre eles


dependendo do nosso dia, evento e humor, porém, tendo sempre um deles como
base da nossa personalidade. É esse estilo-base que carrega as nossas crenças,
experiências de vida e atitudes por meio de alguma característica comum que nos
direciona para ele. Como já estudamos, podemos nos comunicar com a nossa
imagem por meio da roupa, maquiagem, acessórios e cabelo.

O estilo do indivíduo não condiz apenas com a roupa que ele usa, mas
muito se define pelo seu corte de cabelo, tonalidades de coloração,
acessórios e tudo que envolve a sua imagem. Trata-se da inter-relação
entre Visagismo, Moda e comportamento.

Estilo Clássico/Tradicional
O estilo clássico ou tradicional transmite uma imagem formal, madura e confiante.
Representa a mulher que quer passar descrição no modo de se vestir e que gosta
de estar impecável na apresentação e na primeira impressão.

Predominância de peças de alfaiataria, com excelente qualidade e caimento, e


cores sóbrias tais como preto, branco, marinho e cinza, além de estampas mais
discretas – listras, poá, pied-de-poule e o xadrez príncipe de Gales. Os acessórios
também são sempre mais clássicos, finos ou de pérolas, com bolsas estruturadas,
scarpins e sapatilhas.

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Figura 1 - Victoria Beckham, ex-Spice Girl e senhora David Beckham, é um dos
ícones do estilo clássico, inclusive em sua própria grife

Fonte: Disponível aqui

Figura 2 - As padronagens pied-de-poule e príncipe de Gales

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Fonte: Disponível aqui Disponível aqui

As mulheres que se identificam com o estilo clássico:

Amam roupas impecáveis, com cortes retos;


Não gostam de roupas enfeitadas demais;
Apreciam tecidos de alta qualidade;
Não gostam de roupas informais;
Não apreciam tendências;
Gostam do que já é validado há anos.

Fonte: Disponível aqui

Estilo Esportivo
O estilo esportivo não é só para quem pratica esportes, mas para todos aqueles
que prioriza conforto e praticidade na hora de se vestir! Modelagens básicas e
caimento solto são suas principais características, tendo como peças-chave o jeans,
blusa branca e tênis, com acessórios simples e funcionais tais como bolsa a
tiracolo, mochilas e saltos baixos.

80
Fonte: Disponível aqui

Os looks desse estilo exploram o chamado comfy (de “confortável” em inglês), com
tecidos tais como algodão, viscose de linho e moletom, sem linhas muito
estruturadas.

A grife brasileira Maria Filó (on-line, 2021) ensina:

“O tênis, que é o símbolo dos calçados que estrelam os looks esportivos, pode ser o
ponto de partida para criar uma combinação que passa longe do lugar comum. Ele
pode arrematar com muito estilo uma produção com tricô e seda, por exemplo,
que são texturas opostas, mas que não querem guerra com ninguém – pelo
contrário: juntas, exalam beleza.”

Estilo Romântico
A mulher adepta do estilo romântico tem como referência detalhes delicados e
tons pastéis e nudes. Usa muita renda, babados, vestidos e saias rodadas com
cinturas bem marcadas, manga bufante e acessórios delicados.

81
Entre suas estampas preferidas estão o floral e o poá, e a intenção de quem gosta
do estilo romântico é transmitir feminilidade, frescor e leveza sem perder a
elegância.

Fonte: Disponível aqui

As mulheres que se identificam com o estilo romântico:

São atentas aos detalhes;


Não gostam de exageros;
Passam uma imagem jovial e delicada;
Não são fãs de tendências;
Gostam de elementos vintage.

Fonte: Disponível aqui

82
Estilo Moderno/Dramático
Elegância e sofisticação definem o estilo moderno, também chamado de dramático,
mas com uma pitada de ousadia e exagero, que transmitem uma imagem forte e
cosmopolita ao mesmo tempo.

Suas peças são sempre com referência a outros estilos e tendências, cores
contrastantes, modelagens assimétricas e sobreposições inusitadas, inclusive com
muito volume e desproporção. Os acessórios também são impactantes, com botas,
luvas, maxibrincos e maxicolares.

Figura 3 - Victoria Beckham também é adepta do estilo moderno/dramático

Fonte: Disponível aqui

83
As mulheres que se identificam com o estilo dramático:

Amam volumes e movimento em suas peças;


Gostam de roupas que fujam do óbvio;
Usam a roupa como forma de expressão;
Passam uma imagem imponente e ousada;
Não são apreciadoras de tendências.

Fonte: Disponível aqui

Estilo Sofisticado/Elegante
Por meio do estilo sofisticado (ou elegante), as mulheres transmitem elegância na
postura e no comportamento.

São mulheres seguras e exigentes, que não precisam de peças de luxo para
serem chiques, mas que sejam duráveis e de qualidade, com acessórios sempre
refinados e impecáveis.

84
Fonte: Disponível aqui

Embora se pareça com o estilo clássico, o sofisticado é um pouco mais fluido e


permite combinar peças de outros estilos. As cores também são sóbrias, porém, os
looks são mais abertos a cores vivas, assim, pode-se conter um único foco de cor
em algum acessório ou calçado.

Acima de tudo, o sofisticado não se apega ao conservadorismo, pois todos podem


ser sofisticados e contemporâneos ao mesmo tempo. Até rainhas e princesas.

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Figura 4 - Rania, Rainha consorte da Jordânia, e Kate Middleton, Duquesa de
Cambridge

Fonte: Disponível aqui

Estilo Sexy
Se tivesse um meme para explicar este estilo, certamente seria: “Sexy sem ser
vulgar”! A mulher sensual gosta de evidenciar o corpo e não necessariamente exibir
pele, transmitindo uma imagem poderosa e sedutora.

86
Fonte: Disponível aqui

Peças que modelam o corpo, couro, vinil, lurex, transparências e estampas animal
print fazem parte dos looks, sempre com saltos super altos, seja nas sandálias ou
nas botas over-the-knee (aquelas acima dos joelhos).

87
Fonte: Disponível aqui

Não confunda o estilo sexy com ser vulgar: vulgar não é um estilo e,
sim, um comportamento. Logo, é possível usar uma roupa sensual sem
estar vulgar. Pense que o contrário também é válido: é possível usar um
estilo mais clássico ou romântico e se comportar segundo aquilo que a
sociedade entende como vulgar.

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Quer saber mais como ficar sensual até de camiseta? Leia mais em:

Estilo Criativo
O estilo criativo é para quem gosta de experimentar coisas diferentes e arriscar na
hora de se vestir. Transita entre todos os estilos, pois mistura cores, estampas,
texturas, comprimentos e sobreposições – sem perder a harmonia!

89
Fonte: Disponível aqui

As mulheres que se identificam com o estilo criativo:

Não gostam de seguir regras;


Amam misturar cores e estampas diferentes;
Não são preocupadas com que os outros pensam de sua imagem;
Possuem uma alma criativa e livre;
Passeiam por vários estilos;
Abraçam ou não as tendências, depende muito se as mesmas se
encaixam no que elas buscam.

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Reunir pastas de referências de looks no celular com fotografias das
roupas que você tem no armário facilita muito a vida na hora de montar
novos visuais e brincar com o mix de estilos. Isso também funciona para
sistematizar os acessórios que mais combinam com cada vestimenta.
Ter peças fáceis de combinar pode te levar a mil e um looks! E o melhor:
poupa tempo e incertezas na hora da pressa.

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Estilos de Moda Masculina
Muitos homens já ouviram que não precisam se preocupar com o que
vestir. Entretanto, ao longo dos anos, as evoluções culturais e
socioeconômicas derrubaram o tabu da vaidade masculina e
mostraram cuidar do visual não é atribuição exclusiva do universo
feminino.

O homem moderno não se prende a esse tipo de pensamento e


procura explorar o mundo da moda masculina a fim de descobrir seu
estilo e sua identidade na hora de se vestir, pois entende que o visual
pode impactar não apenas a forma de se relacionar na vida social com
seus amigos e familiares, mas também na vida profissional.

Algumas dicas desse processo de construção da imagem são:

Buscar referências e experimentá-las até se identificar com algum


estilo – para desenvolver gosto por um estilo, é necessário se identificar
com suas características. Mesmo se inspirando em alguma
personalidade, só testando estilos é que você vai expressar o seu
verdadeiro “eu” e se sentir confortável com o que veste.

Levar em conta o seu físico e o seu cotidiano – nunca ignore o


tamanho que você usa, sua altura e sua silhueta, pois são características
essenciais na hora de comprar roupa. Composições com tamanhos
equivocados costumam provocar um efeito negativo no look. Além
disso, considere suas atividades diárias (se você trabalha, estuda, treina,
seu meio de transporte, etc.) e pense em peças que possam transitar
entre os ambientes.

Entender que ter um estilo não significa engessar seu visual –


escolher um estilo não significa abrir mão dos outros. Dependendo da
ocasião, você pode explorar os demais estilos, tornando o seu guarda-
roupa versátil em vez de engessado.

Os principais estilos masculinos são:

Básico Tradicional e elegante

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Casual (ou esportivo) Criativo e moderno

Retrô

Fonte: Disponível aqui

Conheça as características, peças-chave, acessórios e calçados de cada


estilo em:

Acesse: Disponível aqui

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Todo mundo tem um estilo, mesmo quem gosta de usar apenas
camiseta branca e calça jeans. É assim que Vitória Portes inicia seu
vídeo sobre os sete estilos universais. Vale a pena conferir!

Use a Moda a seu Favor


Com base em tudo que estudamos até aqui, desde os estilos existentes na moda
até as tendências e os biotipos, podemos concluir que, sabendo usar das
ferramentas disponíveis a nosso favor, a moda nos ajuda a valorizar o que já
somos e, ainda, imprimir a personalidade e o conceito que queremos passar para a
sociedade em que vivemos. Para isso, autoconhecimento é essencial.

Ter autoconhecimento é saber as limitações e as qualidades do seu corpo, sem


desejar ser de outra maneira porque a moda assim manda, mas apenas buscar a
melhoria de si mesmo. Isso vai refletir em como você se veste e se comporta.
Lembrando que, como já dito por aqui, moda e comportamento andam sempre
juntos.

Da mesma maneira que a sua indumentária, a moda está impressa no seu cabelo,
maquiagem e acessórios. Todos esses componentes juntos formam a sua imagem,
e estar com a sua imagem de acordo com o seu comportamento pode te levar a ser
compreendido da maneira como você deseja – da mesma forma que não estar
vestido adequadamente pode trazer complicações, principalmente no âmbito
profissional.

94
A moda, portanto, não pode ser vista como uma ferramenta de opressão, mas de
liberdade, de quebra de padrões convencionais e de revolução. Deve ser uma
ferramenta para potencializar os sentimentos, valores e atitudes do indivíduo de
forma consciente.

Em um mundo em que a todo o momento tentam nos ditar – principalmente às


mulheres – o que devemos ou não usar, a única regra que não pode ser excluída é
dominar a moda a seu favor e não contrário.

Para complementar, assista a uma breve entrevista com Carla Lemos, do blog
Modices, sobre o seu livro “Use a Moda a Seu Favor” em:
https://www.youtube.com/watch?v=nfSh0K5cEYw

Confira dicas de looks para alongar a silhueta com Fernanda Gaiotti


em:

95
07

Visagismo Facial

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Visagismo é a arte da criação de uma imagem pessoal personalizada e trata da
harmonização das características pessoais de cada um. É a arte de revelar o melhor
da identidade de uma pessoa por meio da sua imagem.

O termo origina-se do francês visage, que significa “rosto”, assim, visagismo é um


conjunto de técnicas usadas para valorizar a beleza de um rosto. Maquiagem,
cosméticos, tintura, corte de cabelo e design de sobrancelhas, por exemplo, são
algumas das práticas adotadas depois de um estudo das características físicas e
psicológicas da pessoa.

Assista a uma explicação sobre Visagismo do ponto de vista histórico e


conceitual em:

Para cada formato de rosto e tipo de feição, são estudadas as formas de criar
harmonias entre os demais elementos físicos da pessoa, combinado ao seu
comportamento na sociedade.

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Apesar de não exigir uma formação específica, para ser um profissional
de Visagismo é necessário um período de dedicação e estudo para
compreender todas as etapas e fatores que influenciam a
harmonização estética – o que você já está fazendo ao estudar esta rica
disciplina.

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Segundo a físico-química Inês Joeques, da Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp), “a maquiagem, considerada uma arte pela
civilização egípcia, se originou com o kohl”. Os mais antigos indícios da
pintura dos olhos achados por arqueólogos datam do Egito Antigo, por
volta de 3000 antes da era cristã.

Tanto homens quanto mulheres pintavam as pálpebras com kohl, uma


pasta feita com o mineral malaquita misturado com carvão e cinzas a
fim de proteger os olhos, considerados “espelhos da alma”, dos
espíritos malignos. Esse pigmento preto é usado até os dias atuais para
sublinhar o contorno dos olhos e escurecer cílios e sobrancelhas.

Fonte: Disponível aqui

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Visagismo de Rosto
Embora tenha o intuito de refletir o interior de cada um, o Visagismo compreende
os formatos comuns de rosto da maioria dos seres humanos. Assim, as linhas e
traços são estudados para que sejam propostos cortes de cabelo, coloração e
estilos de maquiagem, entre outros.

Rostos que possuem linhas retas são um sinal de força e determinação, as


diagonais representam o dinamismo e as curvas transmitem delicadeza e
suavidade. Vamos estudar os formatos do rosto.

Rosto Oval
Considerado o formato que traz mais liberdade para cortes de cabelo, maquiagens
e acessórios.

Fonte: Disponível aqui

O comprimento do rosto oval é igual a uma vez e meia sua largura e pode ser
dividido em três partes iguais: da linha do cabelo até a base da sobrancelha, da
base da sobrancelha até a base do nariz e da base do nariz até a base do queixo.

100
Qualquer tipo de acessório e decote favorece.

Porém, deve-se atentar ao comprimento do pescoço. Se o pescoço for curto, a


sugestão é utilizar acessórios e decotes em linha vertical e para os pescoços longos,
a sugestão é utilizar decotes e acessórios em linha horizontal.

Rosto longo
O comprimento do rosto é maior do que a largura, porém, também pode ser
dividido em três partes iguais.

Fonte: Disponível aqui

O cabelo para este tipo de rosto deve ter algum tipo de volume na parte lateral do
rosto. Boas opções são fazer mechas e cortar as franjas em camadas curtas
próximas à face. Optar por manter o cabelo com volume e ondas retrô faz com que
o rosto e as feições sejam preenchidos, e para esse efeito, deixe o cabelo comprido
com concentração de volume até a altura das maçãs do rosto.

Os acessórios indicados são os de linha horizontal, pois dão volume na largura do


rosto. Outra sugestão é optar por brincos com formas arredondadas e evitar
colares e decotes verticais.

101
Rosto Quadrado
O comprimento do rosto é semelhante à sua largura, possui as linhas do queixo e
do cabelo quadradas e a mandíbula fica abaixo da linha da boca.

Fonte: Disponível aqui

O corte de cabelo ideal para o rosto quadrado é até os ombros ou mais comprido.
Cachos suavizam a mandíbula muito marcada. Cortar a franja na altura das
sobrancelhas é uma ótima opção para equilibrar a face e o queixo.

Os acessórios mais indicados são os de formato arredondado para suavizar a


angulação do rosto quadrado. Evitar brincos que fiquem na altura da mandíbula, e
o decote V é o mais indicado.

Rosto Redondo
A largura é igual ao comprimento, a mandíbula não é marcada ou evidente e o
queixo é curto, largo e arredondado.

102
Fonte: Disponível aqui

O ideal para este tipo de rosto é manter o cabelo comprido, optar pela franja isso
fará com que o queixo fique em destaque, contudo, o curtinho pixie cut ajudará a
marcar ângulos, o que também é ótima estratégia para o rosto parecer mais largo.

Sobre acessórios e decotes, a técnica é a inversa do rosto quadrado. Para não criar
angulações, o ideal é utilizar linhas verticais sem qualquer linha arredondada.

Rosto Triângulo Invertido/Coração


A testa é mais larga e vai estreitando até chegar à mandíbula, com o queixo mais
pontudo.

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Fonte: Disponível aqui

Fonte: Disponível aqui

104
O corte ideal para esses tipos de rosto é o de camadas muito marcadas,
especialmente na parte da frente do cabelo. Use e abuse de mechas, coques e
tranças. Contudo, franjas e penteados repartidos no meio não vão lhe favorecer.

Os acessórios e decotes indicados são os de linha horizontal que trazem volume


para a altura da mandíbula e queixo, ou seja, brincos mais longos e com formas
arredondadas e decotes redondos.‍

Rosto Triângulo
A testa é estreita e vai se alargando até chegar à mandíbula. Normalmente, o
queixo é pequeno e saltado.

Fonte: Disponível aqui

Cortes de cabelo com volume e movimento em comprimentos médios valorizam


esse formato de rosto.

Os acessórios ideais são os que adicionam volume na parte superior do rosto,


sendo os de linhas horizontais mais indicados, que não fiquem na altura da
mandíbula e que apontem para cima, tipo brincos ear cuff. E, quanto aos decotes, o
ideal são os de linhas verticais.

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Rosto Diamante
É o rosto com as maçãs proeminentes, com testa e mandíbula mais estreitas.

Fonte: Disponível aqui

Optar por cortes de cabelo que acrescentem largura à testa e queixo, fazendo com
que o rosto pareça mais oval, franjas laterais desconectadas tendem a acrescentar
largura à testa estreita de quem possui esse formato de rosto. E o comprimento na
altura do queixo normalmente é o ideal.

Acessórios mais indicados são os brincos de tamanho pequeno ou médio. Evitar o


uso de brincos grandes, pois chamam atenção para a parte mais longa do rosto.
Decotes sugeridos são amplos, independente se arredondados ou verticais, o
importante é equalizar o volume da parte central do rosto com a parte inferior e
superior.

106
Rosto Retângulo
Muito parecido com o rosto quadrado, porém, a mandíbula fica na linha da boca. A
testa é estreita, a linha lateral do rosto é reta e as maçãs do rosto e o queixo são
proeminentes.

Fonte: Disponível aqui

A melhor opção aqui é dar a impressão de encurtar o rosto e preencher suas


laterais. Para isso, evite cabelos compridos e opte pela franja de lado e amenize a
característica quadrada do rosto.

Devemos nos lembrar de que é uma forma geométrica de linhas retas, ou seja,
para suavizar as formas, devemos utilizar acessórios e decotes arredondados.

107
Para fins de comparação, veja mais algumas personalidades e seu tipo
de rosto em:

108
Cada pessoa é livre para adotar o visual que mais gostar e o que mais
combine com a sua personalidade, porém, existem as técnicas que
podem ajudar na harmonização facial. Quando falamos em Visagismo,
uma das grandes estratégias é vincular o corte correto de cabelo para
valorizar os traços do seu rosto. Segundo Phillip Hallawell, criador do
conceito de Visagismo, é “a arte de criar uma imagem pessoal que
revela as qualidades interiores de uma pessoa, de acordo com suas
características físicas e os princípios da linguagem visual (harmonia e
estética), utilizando a maquiagem, o corte, a coloração e o penteado do
cabelo, entre outros recursos estéticos”.

E por que não ouvir uma fala do próprio Hallawell sobre o assunto?
Acesse:

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Visagismo Corporal

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Olá novamente!

A autoaceitação em relação ao corpo conduz à felicidade. Aceitar o biotipo e


valorizá-lo colabora para a quebra de preconceitos e paradigmas impostos pela
cultura da beleza e traz empoderamento.

Assim, o profissional da beleza e da saúde deve incentivar o estilo livre e a


harmonia entre biotipo e expressão corporal natural de seu cliente, ou seja, um
estilo que favoreça a pessoa.

A satisfação em relação à imagem corporal está ligada à aceitação de


sua natureza e à aplicação de técnicas de Visagismo que harmonizem as
características e equilibrem aquelas que a pessoa considere
esteticamente menos favoráveis.

Para se sentir bem, é preciso muito mais do que usar uma roupa que
está na moda, é preciso escolher peças que estejam adequadas ao
formato do seu corpo, equilibrar as proporções e aí, sim, valorizá-lo,
destacando o que você tem de mais bonito. Pensar no biotipo quando
está escolhendo uma roupa não tem nada a ver com estar dentro do
padrão de beleza ditado pela moda e, sim, mais uma vez, usar a moda a
seu favor.

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Biotipo
Biotipo é o conjunto de características herdadas geneticamente ou adquiridas no
ambiente em que configura o indivíduo. É um termo comum para explicar o
formato do corpo de cada um. É o biotipo que vai nos orientar para uma
consultoria de imagem, por exemplo, e dizer o que fica bom ou não em cada
pessoa.

Mas antes de iniciar este tópico tão importante, sugiro fortemente o


vídeo da stylist Luciana Cachinski. Nele, a principal mensagem é que
não importa o número que você veste, mas saber qual é o seu biotipo
para valorizá-lo. Vale a pena!

Fonte: Disponível aqui

Para isso, vamos conhecer um pouquinho dos biotipos mais comuns.

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Corpo Ampulheta

Fonte: Disponível aqui

Ombros e quadril com tamanhos iguais ou parecidos.

Cintura bem definida.

Embora as formas já sejam harmônicas, o importante é valorizá-las, mas com


cuidado para não modificá-las.

Dica:
Uma mulher esbelta de corpo ampulheta pode usar tudo, mas cuidado com as
roupas muito justas caso não queira parecer sexy demais ou com as largas demais
para não perder as formas do corpo.

O biotipo ampulheta é considerado ideal pela sua harmonia entre ombros e quadril
pela cintura bem acentuada – ideal no sentido de ser valorizado facilmente com
qualquer estilo de roupa. É aquela pessoa que olhamos e pensamos: “Nossa, nela

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tudo fica lindo!”.

Corpo Retângulo

Fonte: Disponível aqui

Cintura não definida ou pouca cintura.


Medidas iguais ou próximas de ombros e quadril.
Poucas curvas.
Para harmonizar a silhueta, é necessário criar curvas; criar uma ilusão de
cintura ou usar roupas para desviar a atenção dela. Além disso, é importante
deixar uma aparência feminina com estampas e acessórios para disfarçar as
linhas muito retas do corpo.

Dicas:
Usar cintos e faixas para criar uma falsa cintura. Blusas soltas são ótimas para
disfarçar a falta de curvas, e prefira roupas da parte de cima com detalhes nos
ombros ou no colo (decote). Na parte de baixo, usar saias evasê, pois elas causam a
impressão de cintura mais fina. Usar acessórios que tiram o foco das linhas retas.

114
No corpo retângulo, há uma harmonia simétrica entre o ombro e o quadril, mas
não há cintura acentuada. Por isso, devemos tomar muito cuidado com o que usar,
pois às vezes uma pessoa magra com esse formato de corpo pode parecer maior
do que é caso não saiba se vestir de maneira que a valorize.

Corpo Triângulo

Fonte: Disponível aqui

Quadril mais largo que ombros.


Ombros estreitos.
Coxas volumosas.
Para harmonizar a silhueta, é necessário disfarçar os quadris e chamar a
atenção para os ombros, ou para a parte de ima do corpo. Assim, as
proporções do corpo ficarão balanceadas.

Dicas:

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Usar peças em tons mais escuros na parte de baixo do corpo, e na parte de cima,
peças com estampas vibrantes e detalhes nos ombros ou no colo (decote). Prefira
acessórios que tiram o foco dos quadris, como maxicolares e lenços.

A mulher com biotipo triângulo (também chamado de pera) tem o quadril maior do
que os ombros, e o truque é usar roupas que aumentem os ombros para dar um
equilíbrio da silhueta e disfarçar o quadril. Uma peça-chave que sempre valoriza
esse biotipo é um blazer de ombreiras alongado que cubra o quadril.

Triângulo Invertido
Figura 1 - Decotes V

Fonte: Disponível aqui

Muito busto.
Ombros mais largos que quadril.
Quadril estreito.
Pernas finas.

116
Para harmonizar a silhueta é necessário criar a sensação de seios e ombros
menores e quadris maiores. Assim as proporções do corpo ficarão
balanceadas.

Dicas:
Use saias evasê e calças pantalona, e outras peças de baixo estampadas e com
bolsos ou detalhes que chamam atenção também valorizam a silhueta. Prefira
cores escuras e pouca estampa na parte de cima.

Neste biotipo, é preciso fazer exatamente o oposto do corpo triângulo: o ombro é


maior do que o quadril, logo, vale disfarçar os ombros e aumentar o quadril.
Aposte em decotes V profundos e saias ou calças amplas.

Corpo Oval

Fonte: Disponível aqui

Formas arredondadas.

117
Volume nos quadris, cintura, busto e barriga proeminente.
Para harmonizar a silhueta, é necessário afiná-la e alongá-la. É preciso
chamar a atenção para o rosto e áreas mais finas do corpo, como pulsos,
colo e tornozelos.

Dicas:
Usar blazer, casacos e cardigans abaixo do quadril e de corte e caimento retos,
além de decotes V ou U. Peças com detalhes verticais alongam e afinam a silhueta,
e roupas escuras e com mangas ¾ também favorecem este biotipo. Mulheres de
pernas torneadas devem valorizá-las com saias e vestidos na altura dos joelhos.

No corpo arredondado, vale usar peças que alonguem a silhueta para suavizar o
abdome em ênfase, além de peças com detalhes na vertical, corte reto e com
caimento do joelho para baixo.

Cada corpo tem a sua beleza, seus pontos fortes e aqueles pontinhos
de que a gente não gosta muito. Descobrir o seu tipo de corpo e saber
que tipos de peças e cores podem favorecê-lo é um verdadeiro trunfo:
vai fazer você parecer mais bonita e parar de gastar com roupas que
não vão te favorecer. Aprenda a descobrir seu tipo físico em casa com
as técnicas da personal stylist Dani Almeida em:

118
09

Colorimetria

119
Colorimetria é a ciência e o conjunto de tecnologias envolvidas tanto na
qualificação quanto na investigação física do fenômeno de percepção de cores
pelos seres humanos. O termo vem do latim color (cor) e metria (medida),
indicando, assim, que se trata da mensuração da cor quanto à temperatura, grau
de matiz, saturação e luminosidade.

Os aspectos psicológicos da cor são objeto de estudo da Psicologia da


Cor, e seu estudo dentro da composição estética pertence à Cromática,
ciência que estuda a harmonia entre as cores.

É comum pensar sobre quais cores combinam mais com alguma situação, seja ela
em uma festa ou em um dia de trabalho comum. Mas também é possível identificar
qual a cor de roupa, maquiagem ou cabelo que combina mais com cada indivíduo.
É para isso que existe a Colorimetria na Estética e na Moda.

A Colorimetria pode, por meio de uma análise realizada com tecidos, por exemplo,
descobrir qual cor valoriza mais a sua beleza natural. Na maquiagem, uma cor
pode disfarçar olheiras, manchinhas e imperfeições, assim como deixar a pele mais
iluminada e uniforme. A cor funciona como uma luz, interferindo de forma positiva
ou negativa no indivíduo.

O primeiro passo é entender a divisão de cores, pois, assim, conseguimos ter uma
visão melhor sobre como uma cor se sobressai às outras. Para isso, as cores são
divididas em primárias – azul, vermelho e amarelo – e secundárias – laranja, roxo e
verde (lembram-se das aulas de Educação Artística no ensino fundamental? 😊)

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Quando dispomos as cores em um círculo cromático, usado para estudar as cores,
vemos que as cores primárias são contrastantes das cores secundárias, ou seja,
uma está de frente para a outra, o que é chamado de cores complementares (frias
e quentes).

Esse contraste das cores complementares é o que ajuda a anular a outra e a criar
uma visão diferenciada. Por exemplo, para anular o reflexo vermelho, é utilizado
um corretor verde. Para anular o amarelo, um corretor roxo, e para o laranja, o
azul.

121
Fonte: Disponível aqui

Além disso, é importante saber identificar a partir do círculo os tons frios e quentes
para saber qual é a mais adequada de acordo com a temperatura da sua pele.

São chamadas cores terciárias aquelas que resultam da mistura entre


cores primárias e secundárias.

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Colorimetria por tom de pele
Para entender a Colorimetria, é preciso conhecer as divisões de cores e como elas
se comportam nos tons de pele existentes.

Pele quente – são peles escuras ou claras com tons amarelados, dourados ou
alaranjados. Normalmente, bronzeiam de forma mais rápida e ficam com
tonalidade amarelada ou dourada.

Pele fria – caracterizada por pele escura com tons variados de azul ou verde-oliva e
peles claras pálidas, com tons rosados, arroxeados ou azuis fracos. Na exposição
ao sol, as claras ou pálidas se queimam rapidamente, deixando a região
avermelhada.

Pele neutra – pode ser branca ou negra, mas não se queima facilmente no sol.

É possível identificar o tom de pele entre quente, fria ou neutra de duas formas: a
primeira é analisando as veias do antebraço. Se elas forem num tom mais azul,
puxado para o roxo, a pele, então, é fria. Se forem mais esverdeadas e amareladas,
então, é quente. E se não for possível identificar a diferença entre as duas cores,
então, é neutra.

123
Figura 1 - Pele Fria, Pele Quente e Pele Neutra

Fonte: Disponível aqui

A segunda forma de descobrir é pegar um tecido dourado, representando tons


quentes, e um prata, representando tons frios, e colocar um de cada vez bem
próximo à pele. A opção que ficar mais bonita é a temperatura. Portanto, se ficou
mais bonito o dourado, isso significa que a pele é quente e, consequentemente, se
ficou mais bonita a prata, significa que a pele é fria.

Colorimetria por Estação do Ano


A segunda parte deste processo consiste em descobrir a estação que representa o
indivíduo. De forma geral, o outono e a primavera representam as peles quentes,
enquanto o verão e inverno, as peles frias.

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Fonte: Disponível aqui

Vamos aqui incluir também a cor dos olhos e dos cabelos.

Subtons das Estações


Existem doze subtons das estações, com classificações de puro, suave, quente,
claro, neutro e profundo. Acompanhe:

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Primavera Pura

Fonte: Disponível aqui

São os indivíduos que não possuem contraste entre a pele, o cabelo e os olhos, e
têm olhos azuis, verdes ou caramelos, com cabelos castanho-médio, castanho-
dourado ou castanho-escuro.

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Primavera Suave

Fonte: Disponível aqui

Também não possui contraste entre a pele, cabelo e olhos, porém, os tons são
mais parecidos, como olhos claros e cabelos de tons dourados, loiro-claro ou
médio.

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Primavera Quente

Fonte: Disponível aqui

Os tons aqui também são parecidos, mas não iguais, com olhos azuis, verde-
escuros, caramelo e âmbar, com os cabelos loiro-dourado e ruivo.

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Verão Puro

Fonte: Disponível aqui

Aqui, os tons são frios, com olhos azuis, cinza ou castanho, e cabelos castanho-
médio ao escuro, quase preto.

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Verão Claro

Fonte: Disponível aqui

Tons mais claros e frios, com menos contraste, olhos claros azuis ou verdes, com
cabelos loiro-claro acinzentado até o médio.

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Verão Neutro

Fonte: Disponível aqui

Aqui, o contraste é médio, com olhos azuis acinzentados ou castanho-claros, com


cabelos castanho-claros ao médio.

131
Outono Quente

Fonte: Disponível aqui

No outono quente, os olhos são castanhos, verde-escuros ou âmbar, com os


cabelos ruivos e castanho-dourado do claro ao médio.

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Outono Profundo

Fonte: Disponível aqui

Praticamente, não existe contraste aqui, entre a pele e o cabelo escuro, com os
olhos tendo um destaque especial, entre o castanho-escuro, verde-escuro e âmbar
com cabelos castanho-escuro, quase preto.

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Outono Neutro

Fonte: Disponível aqui

Nem forte demais, nem opaco demais, com olhos azuis, verde acinzentado,
castanho-claro ou âmbar, e cabelos loiro-dourado ou castanho-médio dourado.

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Inverno Claro

Fonte: Disponível aqui

Aqui, predomina o contraste. Olhos em tons violetas, azuis e verdes com cabelos
do castanho-escuro ao preto.

135
Inverno Profundo

Fonte: Disponível aqui

Tons neutros, mais ou menos iguais, com os olhos pretos, castanho-escuros ou


âmbar, e cabelos castanho-escuros e acinzentados.

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Inverno Puro

Fonte: Disponível aqui

Um contraste não tão evidente: olhos azuis, violetas ou cinzas, e cabelos pretos e
acinzentados/platinados.

É possível identificar o subtom colocando vários lenços coloridos, de tons


diferentes na frente do indivíduo, para analisar o que mais combina. É assim que os
profissionais especialistas em Colorimetria fazem para descobrir o seu subtom.

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Vídeo 2: Regras básicas sobre Colorimetria e cabelos:

138
10

A Evolução da Maquiagem

139
Olá, queridos!

Chegamos à Maquiagem, um assunto sobre algo tão desejado e consumido por


mulheres – e homens também – de todo o mundo. Para contextualizar, vamos
entender um pouquinho da sua história.

No período Paleolítico (3 milhões de anos 10.000 a.C.), o homem começou a se


reunir em grupos, parou de migrar, fixou-se em regiões e se tornou mais
sedentário e, assim, surgiram os primeiros sinais da vaidade no homem. Com as
diferenças hierárquicas dentro desses grupos, os chefes enfeitavam-se com garras
e dentes de animais enquanto ou feiticeiros e curandeiros adornavam o corpo com
pinturas consideradas mágicas.

Com a evolução do homem, surgem as primeiras pinturas de guerras, e mais tarde,


na região da Mesopotâmia, produtos de maquiagem à base de carvão para os
olhos, henna e outros resíduos naturais. Os gregos, por sua vez, tinham mais
preocupação com a saúde e a beleza do corpo do que com a maquiagem
propriamente dita, mas usavam a maquiagem, porém, menos.

No Egito, a maquiagem era parte da higiene diária e sinônimo de requinte e se


tornou ritual de beleza e, desse modo, surgiram os primeiros registros do uso de
cosméticos.

As misturas de metais pesados davam um tom esverdeado para


impregnar e proteger as pálpebras dos nobres. Foi também na
civilização egípcia que surgiu a distinção entre pele clara e escura.

Cleópatra, Rainha do Egito de 51 a 30 a.C., é quem melhor representa o ideal de


beleza da época. Carismática e poderosa, ela imortalizou seu tratamento de banho
diário com leite de cabra, de usar uma máscara de argila e de maquiar os olhos
com pó de khol, que era um ingrediente obtido inicialmente pelos árabes, de uma
poeira preta que foi condensada e solidificada, dando origem ao produto que as
mulheres da época usavam.

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Figura 1 - Registro de Cleópatra e o olhos fortemente marcado

Fonte: Disponível aqui

Já em Roma, as mulheres usavam máscaras de farinha, miolo de pão e leite sobre o


rosto durante a noite para melhorar a pele. Dizia-se que Popeia Sabina, segunda
esposa do imperador romano Nero, tinha a pele muito alva graças ao resultado
constante de banhos de leite de jumenta. Ela, então, lançou moda entre as
romanas mais nobres, que usavam máscaras noturnas com ingredientes tais como
farinha de favas e miolo de pão com leite de jumenta diluído para formar “gomas”
de beleza. Depois, surgiram misturas de giz, pasta de vinagre e claras de ovos,
usadas ao longo de muitas décadas para fins de embelezamento facial (SOARES,
on-line).

141
Assista a uma deliciosa e didática linha do tempo das tendências de
maquiagem no século XX em:

Com o desenvolvimento científico, o ato de pintar os lábios tornou-se


moda no século XVII, quando as pomadas coloridas se tornaram mais
acessíveis e seguras. Um século antes, a preocupação com a higiene
pessoal havia sido deixada de lado, o que ironicamente contribuiu para
o crescimento do uso da maquiagem e de perfumes.

Adaptado de Mundo Cultura, on-line.

Paris logo se firmou como autoridade em moda e deu um novo status ao mundo
da maquiagem. Mas somente no século XX, com os avanços da indústria química
fina, foi que os cosméticos se tornaram produtos de uso geral. Em 1921, Paris foi
palco de uma verdadeira revolução na história do batom, quando, pela primeira
vez, o produto foi embalado em um tubo e vendido em cartucho. O sucesso foi

142
tanto que, em 1930, os estojos de batom dominaram o mercado americano,
trazendo uma nova fase para o desenvolvimento dessas formulações (SOARES, on-
line).

Em 1941, em meio à Segunda Guerra Mundial, a cosmetóloga canadense Elizabeth


Arden criou o batom com a icônica cor “Vermelho Vitória” como forma de encorajar
as mulheres a manterem a maquiagem como parte da rotina apesar do conflito
que estava acontecendo no mundo. Um anúncio publicitário declarava: “Nenhum
batom vai vencer a guerra, mas ele simboliza uma das razões pelas quais estamos
lutando: o precioso direito da mulher de ser feminina e linda em qualquer
circunstância”. Arden também introduziu no mercado pós, blushes e perfumaria,
inclusive a fragrância Red Door, até hoje um dos EDPs (Eau de Parfum) mais
vendidos no mundo.

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Figura 2 - Elizabeth Arden e propaganda do seu batom Vermelho Vitória

Fonte: Disponível aqui Disponível aqui

Nos anos 1960, a maquiagem atingiu o auge de alcance aos mais jovens, fazendo
com que a indústria se aprimorasse nas embalagens e estojos. Na década seguinte,
as cores de maquiagem passaram a acompanhar as coleções de alta-costura

144
francesa, italiana e britânica. Quando um grande costureiro lançava uma nova
coleção, lá vinha junto um tom de sombra específico para os olhos e uma nova cor
de boca! Dior, Chanel, Yves Saint Laurent e todas as grandes maisons ousavam e
enchiam os olhos com criações cada vez mais tentadoras, ainda mais que, na
década de 1970, a Moda Disco trouxe uma variedade de brilho e alegria nas cores,
que só se intensificou com o exagero colorido dos anos 1980.

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Figura 3 - Anúncios de maquiagens das grifes Dior e YSL e coleção 1970 e 1980 de
sombras em pó da Maybelline

Fonte: Disponível aqui Disponível aqui Disponível aqui


Disponível aqui

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No final da década de 1980, as fórmulas de cosméticos pigmentados ficavam cada
vez mais evoluídas, e na década de 1990, com a aproximação do novo milênio, o
mercado recebeu com sucesso as fórmulas baseadas em tecnologia, que ofereciam
propriedades benéficas não só para a beleza, mas também para a saúde, tais como
proteção solar e controle de envelhecimento, os chamados anti-aging.

O século XXI deu continuidade ao desenvolvimento tecnológico com a criação dos


dermocosméticos, e foram inseridas na maquiagem cores mais neutras e terrosas
como marrom, bege e malva.

Figura 4 - A “reinvenção” do batom de Elizabeth Arden com um sistema hidratante e


rejuvenescedor e a atual paleta do batom da Givenchy

Fonte: Disponível aqui Disponível aqui

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Lembrando, como já citado em aulas anteriores, que são cosméticos da
linha de maquiagem e a perfumaria que mantêm financeiramente a
maioria das maisons ainda existentes. As grifes de luxo, super
sofisticadas, usam desta moda e da necessidade de embelezamento
feminino para lançar novas tendências no universo da maquiagem e,
assim, atrair clientes que gostariam de ser consumidores da grife, mas
não possuem poder aquisitivo. Porém, quando consomem um singelo
cosmético ou perfume da marca, já se sentem empoderados.

Assista a um tutorial sobre automaquiagem, pois saber se maquiar e


entender quando e como usar esta ferramenta também faz parte de ser
um bom profissional no Visagismo:

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