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EMBELEZAMENTO E VISAGISMO
Professora Especialista Gabriela Ramirez Santana
Universidade de Marília
Avenida Hygino Muzzy Filho, 1001
CEP 17.525–902- Marília-SP
ISBN xxxxxxxxxxxxx
CDD – 00000
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência. Informamos
que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos.
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A
violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.
Bons estudos!
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006 Aula 01: Moda e Estética
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01
Moda e Estética
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Olá, estudantes!
Para iniciar, é importante fazer a reflexão de que a moda em interação com a estética
tem como finalidade proporcionar conforto psicológico ao indivíduo – ou seja,
oferecer bem-estar por meio do uso de produtos de moda inseridos no contexto
estético social (SOUZA E HELD, 2011), e ambos, moda e estética, estão ligados à
aparência e à imagem do indivíduo.
Significado de Estereótipo
substantivo masculino
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estilo de vida e personalidade. Assim, tanto a moda quanto a estética podem
melhorar a aparência e fazer com que a autoconfiança e a autoestima aumentem.
A moda pode ajudar as pessoas a se sentirem mais seguras, uma vez que a moda
multiplica a pessoa, fazendo com que ela se vista da maneira que quiser representar
em diferentes momentos. Ela protege a nossa autoestima.
Porém, dentro do conceito de beleza feminina, existe uma medida com base no que
se pode chamar de beleza sustentável, que é quando “ser belo” deixa de ser a
perseguição pelo padrão para se tornar o “sentir-se belo”, em um movimento de
conhecimento e de autoaceitação das características do próprio corpo, de ter
personalidade, além de buscar pela saúde e bem-estar (CARON, s/d).
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A valorização da imagem trouxe uma expansão da beleza estética em
diversas áreas, principalmente na construção da autoimagem e da relação
do ser humano diante do outro, problema que acaba afetando
drasticamente a saúde emocional e as relações interpessoais.
A necessidade de adquirir um corpo cada vez mais jovem, belo, saudável e livre e o
aumento das cirurgias plásticas se devem muito à insatisfação das mulheres pelo
próprio corpo por estarem viciadas em uma imagem irreal que lhes é imposta pela
publicidade, pela moda, pela indústria cosmética e pela ideologia dominante (CARON,
s/d).
A moda sempre esteve ligada à construção do corpo, que, por sua vez, é definida
conforme a estética de cada época e das tendências que se transformam de tempos
em tempos. Assim, a busca constante pela construção da autoimagem leva à busca
por procedimentos estéticos cada vez mais especializados para quase todas as áreas
do corpo por meios de técnicas e tecnologias: ginástica, musculação, modelagem por
implantes, enxertos, cirurgias plásticas, etc., resultado em uma expansão da beleza
estética em diversas áreas.
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Para Tony Glenville, diretor-criativo da escola de moda London College of
Fashion, do Reino Unido, a atual obsessão pela magreza nas passarelas é
uma forma de anular a personalidade das modelos. “Elas não são
modelos com personalidade, daquelas que você reconhece. Só estão lá
para andar para cima e para baixo e ilustrar a atmosfera criada pelo
designer”. Ele conta também que a indústria da moda adotou a magreza
como ideal de beleza na década de 1920. “Tudo era sem bumbum, sem
quadril, sem busto, sem nada”.
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Se o mito se tornou uma religião é porque nós, mulheres, sentimos falta
de rituais que nos incluam; se se tornou um sistema econômico, é
porque ainda recebemos salários injustos; se passou a ser sinônimo de
sexualidade, é porque a sexualidade feminina é ainda um continente
desconhecido; se se traduz numa guerra, é porque nos são negados os
meios de nos vermos como heroínas, intrépidas, estoicas e rebeldes; se
corresponde à cultura das mulheres, é porque a cultura dos homens
ainda nos oferece resistência (WOLF, 1990, p. 280).
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“Beleza” entre aspas
Vídeo 1: assista a uma fala leve, porém franca, da atriz e cantora Lua
Blanco sobre a ditadura da beleza em:
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“O problema não é querer mudar, e sim, querer ser o que você não é”.
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02
A História da Moda
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Preparados para um turbilhão de estilos, tendência, movimentos sociais e ícones que
construíram o que hoje conhecemos sobre moda e comportamento?
Vamos começar com uma terminologia: oriunda do termo latino modus (maneira,
modo, jeito de fazer algo) e por meio do francês mode, a palavra “moda” se refere à
maneira de viver e de se comportar e aos diversos estilos de vestuário, penteados e
acessórios que prevalecem em uma determinada data histórica.
Nesse clima de luta, a mulher passou a se posicionar em cargos que antes eram
ocupados majoritariamente por homens. Assim, as roupas de trabalho femininas
ganharam um corte masculino nas saias, coletes, camisas e calças.
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Figura 1 - O flower power na alta-costura e a mulher vestida para trabalhar
Os seres humanos se cobriram com peles de animais para se proteger do frio, e isso
logo se tornou status e poder. Aquele que estava com uma pele mais vistosa, de um
animal mais selvagem e perigoso, então, era visto como mais forte e corajoso
perante seu grupo. Com o passar do tempo, o homem foi inventando tecnologias e
tecidos oriundos da natureza para se vestir. No período bizantino (+/-de 300 d.C a
14500 d.C), vieram as túnicas, em que a classe alta usava as feitas de seda,
decoradas com pérolas e pedras preciosas, enquanto as classes inferiores usavam
apenas mantos simples. Surgiram também os acessórios, com muito dourado por
conta do ouro.
Mas para encurtar um pouco, vamos focar em uma história mais recente, do último
século até hoje. Um breve resumo para chegarmos aos dias atuais!
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Ao longo desta aula, preste atenção como a moda é influenciada pelo
comportamento da sociedade em que está inserida. Costumes, economia
e arte ditam a moda, sempre.
Linhas orgânicas nada mais são do que linhas curvas chicoteadas, o curvilíneo estava
em alta, golas altas, busto empinado, saias longas em formato de sino, coque e
chapéus grandes.
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Figura 2 - Folhetim de 1903 e vestido art nouveau inglês de 1908
Figura 3 - A art nouveau foi inspiração da coleção 2018 do estilista libanês Elie Saab
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Década de 1910: Futurismo
Na década de 1910, o futurismo veio como um movimento artístico que iniciou o
pensar no futuro; a era da máquina e o triunfo da tecnologia sobre a natureza em
oposição às tendências artísticas anteriores. Também fez surgir novas grifes de luxo
em Paris, cidade que já estava consagrada como a capital mundial da moda e com a
formação do sindicato da alta-costura (haute couture).
A Prada, marca mundialmente famosa até os dias atuais, surgiu neste cenário,
despertando cada vez mais o forte consumo do luxo atemporal com suas bolsas e
peças de couro.
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Figura 4 - Croquis de coletes masculinos de Giacomo Balla, pioneiro da moda
futurista (1919)
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Fonte: Disponível aqui
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As cores também passaram a ser mais sóbrias, como o azul-escuro, verde-militar,
cinza, preto e marrom, um sinal de tempos difíceis e do contexto militar. Como
sempre, a moda recebeu influência do comportamento social da época.
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Durante a década de 1930, a moda nos EUA era se vestir com sacos de
farinha estampados – não, você não leu errado! Conheça essa
interessante história em:
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Figura 5 - O clássico tailleur e Dior apresentando a saia mid ao mundo
“The Wild One” ou “O Selvagem” foi o filme que mais interferiu na moda nessa
década, principalmente entre os homens. O ator Marlon Brando, no papel de um
motoqueiro, com a sua jaqueta de couro e botões metálicos, ganhou o mundo,
principalmente entre os jovens, que passaram a adotar o estilo motoqueiro e do rock
clássico, do qual Elvis Presley era representante máximo.
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Figura 6 - Elvis Presley e Marlon Brando
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Figura 7 - Participante de Woodstock e jovens na moda da época
Um dos maiores nomes da moda punk é Vivienne Westwood, estilista britânica que
criava roupas visando o público marginalizado das periferias de Londres e as bandas
punks da época.
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Figura 8 - Casal punk e alfaiataria feminina representada pelas Panteras da série
original dos anos 1970
A moda passou do marrom e nude para cores vibrantes com modelagens de grande
volume nos ombros e justas na parte de baixo, minissaias ou calças, que aderem ao
corpo com o uso de tecidos tecnológicos principalmente na onda da ginástica que
assolou a década.
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Ícones que ditavam tendência de comportamento e visual nos anos 1980: Madonna,
Michael Jackson, princesa Diana e grupos de música new age. Por aqui, basta nos
lembrarmos de Xuxa e as Paquitas!
Figura 9 - A febre da moda fitness, Madonna, princesa Diana, Michael Jackson e Xuxa
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Década de 1990: Minimalismo
Eis que depois do exagero de cores e formas da década anterior, a moda começou a
ser vista sob a ótica do minimalismo: menos cor, mais jeans e roupas tradicionais
começaram a ser as grandes apostas; roupas que pudessem sobreviver às
tendências da moda. Assim, grandes grifes apostaram no clássico.
Uma das peças mais cobiçadas foi a jaqueta, versões em jeans e couro eram as
prediletas, e, também, em modelagens longas e acinturadas, geralmente
acompanhadas de uma camiseta branca básica. O visual clean também era
percebido nos penteados, acessórios e maquiagens naturais.
Em contraponto, surgiu o glam para as festas, com vestidos de muito brilho seja nos
tecidos (lurex, cetim e veludo molhado) ou no bordado dos paetês e na
transparência das rendas.
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Entre os homens – embora hoje fosse entendido como unissex –, o estilo grunge, que
surgiu na fria cidade de Seattle, ganhou adeptos no mundo todo, inclusive no
tropical Brasil. Mais que um modismo, o grunge é uma subcultura alimentada pelo
rock alternativo, cujas músicas costumavam falar sobre alienação sociopolítica e
angústia rapidamente caíram no gosto dos mais jovens.
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Figura 11 - Meninos e meninas grunges e Eddie Vedder, líder do Pearl Jam, e seu
estilo grunge há três décadas
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Fonte: Disponível aqui
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Fonte: Disponível aqui
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03
Da Alta-costura ao Fast
Fashion
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É muito comum ouvir o termo alta-costura (haute couture) principalmente em
vestidos de festa e de noiva. Porém, o que se sabe é que este termo é empregado de
uma maneira errada pela maioria das pessoas, dentro de um contexto que no
universo da moda ele não seria aplicado.
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O inglês Charles Frederick Worth (1825-1895) é considerado o “pai da alta-
costura”. Na década de 1840, o costureiro mudou-se para a capital
francesa por achar que Paris teria um solo mais fértil para suas ideias.
Assim, abriu o próprio negócio em 1858, a Casa Worth. “Em teoria, ele não
fundamentou ‘a alta-costura’ como regra. O que fez foi lançar
determinadas premissas que passaram a ser essenciais ao negócio”,
explica o professor de história da moda João Braga, da Fundação
Armando Álvares Penteado (Faap).
Após a Segunda Guerra Mundial, o sindicato criou, em 1945, uma exibição itinerante
de roupas, o Théâtre de La Mode, para reestabelecer Paris como capital mundial da
moda. Participaram então 53 casas de moda. O sindicato determina que as maisons
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de couture (os ateliês) devem empregar no mínimo vinte pessoas em seus ateliês,
devendo ainda mostrar para a imprensa reunida em Paris, no mínimo, cinquenta
modelos originais para as coleções primavera/verão, em janeiro, e para
outono/inverno, em julho. As criações podem tanto ser feitas para as clientes da
respectiva casa como vendidas para compradores autorizados, em moldes de papel
ou de tela.
Em 1946, eram 106 casas de alta-costura, em 1997, este número caiu para 18. As
maisons permitem que fabricantes tenham o direito de usar seus nomes em peças de
roupa e de acessórios prêt-à-porter. E existem alguns costureiros que também são
estilistas, como Karl Lagerfeld, que faz a grife (prêt-à-porter) e a Maison Chanel, de alta-
costura.
Portanto, quando ouvimos o termo alta-costura para designar vestidos de festa que
são confeccionados em escala, este termo está sendo usado de uma maneira mais
vulgar. Não quer dizer que o produto não seja de alta qualidade e de certa maneira
tenha uma certa exclusividade, porém, ele não é único, e não pertence a uma Maison
de real Alta-Costura. Até porque, hoje, o valor desses vestidos e roupas exclusivas
não são acessíveis e atendem a uma minoria abastada da população mundial.
Hoje, estima-se que existem no mundo apenas 4 mil clientes que usam a alta-costura
para eventos de gala, sendo a maioria da China e do Oriente Médio. Um vestido alta-
costura, assinado por um estilista iniciante, não custa menos do que 100 mil dólares
para eventos diurnos e já atingiu 800 mil dólares em vestidos black-tie.
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Fazem parte da lista de membros permanentes da alta-costura:
Schiaparelli, Chanel, Christian Dior, Rabih Kayrouz, Giambattista Vale,
Alexis Mabille, Stephane Rolland, Julien Fournié, Alexandre Vauthier,
Givenchy, Maison Margiela, Franck Sorbier, Jean Paul Gaultier e Haute
Joaillerie.
Além dos permanentes, anualmente, nos desfiles, podem participar grifes e estilistas
convidados. Todos apresentam o mais alto nível de sofisticação e exclusividade e são
verdadeiras obras de arte da moda. Membros que hoje são permanentes já iniciaram
como convidados.
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Figura 1 - O Triangle d’Or e A Maison Dior, no número 30 da Avenida Montaigne, em
Paris
Caso a roupa tenha algum tipo de bordado, ela não precisa ser feita no Triangle d’Or,
porém, deve ser feita em Paris. Todas as casas de alta-costura precisam ter ao menos
um perfume no seu catálogo. Afinal, é a venda deste produto que vai sustentar a
marca, além dos cosméticos, maquiagens, acessórios e a linha prêt-à-porter. É assim
que as grifes ganham rios de dinheiro e sustentam os desfiles de alta-costura, que
muitas vezes são apenas conceituais – ou seja, servem para exibir novos tecidos,
combinações e tendências, e não são roupas exatamente práticas –, mas que trazem
sofisticação e prestígio.
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Figura 2 - O Chanel nº 5 é mais que um perfume: é a tradução em frasco da
sofisticação da Maison de Coco Chanel
Como não pode haver liquidação de luxo, as roupas dos desfiles que não foram
vendidas se tornam parte do patrimônio da casa, podem ser emprestadas para
grandes eventos e, por serem peças únicas, só podem estar em dois lugares: no
closet da cliente ou no acervo da maison.
Há algum tempo se tornou praxe finalizar o desfile com uma noiva, afinal,
este é o item mais desejado de qualquer mulher e, consequentemente, o
investimento mais alto de sua vida. Não é regra, porém, é muito comum.
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Assista a esta incrível obra lúdica com a qual a Dior fez o lançamento de
sua coleção Outono-Inverno 2020-2021:
Prêt-à-porter
Prêt-à-porter é uma expressão francesa para ready-to-wear, ou “pronto para usar”, e
mais:
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Fonte: Disponível aqui
Criada pelo estilista francês J. C. Weil, em 1949, após a Segunda Guerra Mundial, o
prêt-à-porter surgiu com o intuito de ampliar o campo de ação das grifes, já que, com
a guerra, a alta-costura entrou em declínio, e com essa nova tendência de mercado
criou-se uma adequação da moda aos desejos dos consumidores da época.
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capacidade de lançar tendências. As peças, mesmo aquelas vendidas em grandes
lojas de departamento, passaram a ter a marca e a assinatura de estilistas e
continuavam sofisticadas, porém, não mais exclusivas.
Com a globalização cada vez mais veloz, a moda passou a ser mundial. Tendências
europeias chegavam ao ocidente e vice-versa, e o que podia ser novidade em um
lado do planeta, em questão de pouco tempo chegava ao outro lado.
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Cuidado: a moda prêt-à-porter não é uma moda barata, como acontece
no fast fashion. Trata-se de uma moda com conceito e alta qualidade em
corte e tecidos. Tanto que até hoje não é algo acessível em termos de
valor para a maioria dos consumidores. Basta pensar em grandes marcas
como Chanel e Dior: mesmo a linha pronta para usar, que encontramos
em lojas multimarcas, tem peças caríssimas. Inclusive a linha de
cosméticos, como maquiagem e perfumes de grifes, são igualmente caras.
As grifes de alta-costura aderiram à moda prêt-à-porter para que fosse o
carro-chefe em termos de sustentar financeiramente as empresas da
marca.
Em 1959, Pierre Cardin teve a ideia de criar uma coleção para uma loja de
departamentos parisiense chamada Printemps, permitindo que os clientes entrassem
e escolhessem a peça de seu tamanho e já levar para a casa, o que antes não era
possível, já que a alta-costura predominava. Com isso, o estilista foi expulso do
sindicato da alta-costura.
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Porém, o prêt-à-porter não o destruiu, pelo contrário: Pierre Cardin é um dos maiores
e mais longevos nomes da moda mundial. Dez anos depois, o estilista foi restituído
ao sindicato e dele se tornou presidente.
Figura 3 - Pierre Cardin nos anos 1960 e a Boutique Cardin hoje, em Paris
Assim, Cardin ficou conhecido não apenas como estilista, mas, em tempos de
mudança, transformou-se em um homem de negócios e enxergou uma oportunidade
de oferecer uma solução criativa e crescer em meio à crise. Foi uma polêmica para a
época, mas que salvou os seus negócios e tantos outros que também seguiram esse
conceito.
Foi o boom fashion que redefiniu para sempre a indústria da moda. Hoje, como já
vimos na aula anterior, todas as grandes maisons de alta-costura possuem perfumes
e cosméticos, além das linhas prêt-à-porter, que garantem sua riqueza e sustento.
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O prêt-à-porter se torna um produto de alta classe, deixando a alta-costura associada
à realeza ou a grandes eventos de gala. A partir disso, as marcas que se
industrializaram passam a estar presentes no universo da publicidade, expondo os
seus logos em milhares de peças ao redor do mundo!
Figura 4 - Dois logos que não precisam de palavras: Chanel e Louis Vuitton
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“O mundo do Covid-19 não é mais o mesmo, nem a moda. Nunca se
imaginou que a tradicional semana de moda de alta-costura de Paris um
dia seria digital. Os modelos mais elaborados do planeta foram
apresentados apenas online!" Lilian Pacce e Sílvia Rogar comenta a 1ª
Semana de Moda Digital Paris-Milão de alta-costura e moda masculina
com Valentino, Hermès, Dior Homme, Giambatistta Valli, Prada e outros:
Prêt-à-porter no Brasil
Por aqui, a partir dos anos 1960, as chamadas “modistas” (costureiras) copiavam os
looks das revistas, mas na década seguinte, o cenário começou a mudar com Zuzu
Angel, estilista que resolveu investir no mercado prêt-à-porter desenvolvendo uma
coleção que tinha como influência tecidos e estampas do Brasil. Com isso, as suas
peças se tornaram conhecidas nos Estados Unidos e ela começou a vestir
personalidades americanas, além de fechar contratos com grandes lojas
internacionais. Foi ela quem abriu as portas para que outros estilistas brasileiros
pudessem enveredar pelos mesmos caminhos tornando o Brasil referência no
mercado de moda internacional.
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Figura 5 - Zuzu Angel e algumas de suas criações
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Como a moda sempre é um reflexo do contexto social da época, Zuzu
Angel foi uma guerreira. Foi empresária criativa e estilista inovadora que
não teve medo de desconstruir as convenções da moda da época -
utilizou materiais, cores e estampas diferentes dos que eram definidas
como elegantes. Depois do assassinato de seu filho pela ditadura militar,
concentrou todos os esforços para denunciar as torturas deste período.
Zuzu foi assassinada pelo regime militar em meio às buscas pelo corpo do
filho, mas não destruíram seu trabalho na luta pelos direitos humanos.
(Re)lembre a história de Zuzu Angel contada aqui por Astrid Fontenelle:
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Fast Fashion
Seguindo uma cronologia da história da moda, chegamos à era do fast fashion! Aqui
acontece a democratização real, em que as tendências que saem das passarelas do
prêt-à-porter vão parar nas lojas populares ao redor do mundo.
Claramente não se tem a mesma qualidade, porém, o foco é usar a mesma roupa
que está nas novelas, cinemas e internet, sem um alto investimento, algo que
queremos consumir e “descartar”, porque na próxima estação, ou no próximo mês,
ou até na próxima semana, a tendência será outra! É a era digital! São coleções
compactas, modelos novos o tempo todo, o alto consumo surge e aquela
“necessidade” de ter e de estar na moda.
Este novo conceito se tornou um fenômeno entre o público e se expandiu por todo o
mundo! Marcas europeias, como Zara, Benetton, H&M, Forever 21, GAP, entre tantas
outras que hoje são a cara do fast fashion. Aqui no Brasil, surgem grandes redes de
varejo como C&A, Renner, Riachuelo, Hering.
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O fast fashion traz benefícios para o mercado da moda com maior rentabilidade,
geração de empregos e produtos a custo acessível.
Muitas destas marcas que são inovadoras no Fast Fashion são acusadas
de trabalho escravo e para isso contam com uma mão de obra o mais
barato possível, levando suas fábricas ou facções (fábricas terceirizadas)
para países muito pobres, pagando o que querem e entendem como justo
pela produção, muitas vezes, centavos. E, desta maneira, se caracterizam
como trabalho escravo. Um exemplo é a Zara Brasil, que foi
responsabilizada por trabalho análogo ao escravo pela 4ª Turma do
Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, situação que foi identificada
em 2011, na cadeia produtiva da marca de roupas que pertence ao grupo
Inditex.
Slow Fashion
Uma resposta natural ao impacto do fast fashion foi o movimento slow fashion, ou
“moda devagar”, que preza pela utilização de materiais recicláveis e tecidos orgânicos
em sua confecção, além de buscar transparência em suas relações de trabalho,
transformando a moda em algo cíclico e não finito. Aqui, todo o processo é feito com
consciência ambiental e pensando em sociedade. Seria o oposto do fast fashion.
Modelo de produção que valoriza quem o faz, os seus processos e respeita o tempo
real de produção. E, principalmente, a transparência da grife com o seu consumidor
final sobre todos os seus processos.
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É a troca da quantidade pela qualidade: peças mais duráveis, que vão
estar no closet de qualquer pessoa durante várias estações, sem ter a
necessidade de troca constante. Peças feitas à mão, tecidos nobres e
naturais ganham destaque no slow fashion. O foco não é o incentivo
exacerbado ao consumo, mas não seguir calendários de moda, mudanças
de estações e tendências que possuem o intuito do estímulo de vendas e
o despertar de desejos. Com isso, as peças também possuem um valor
agregado maior, mais conceitual e, portanto, mais caro.
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“Compre menos, escolha bem”. O slogan é parte do conceito dessa moda
nova que é mais ligada com o planeta, preocupada com a redução de
dejetos na produção e diminuição de roupas no lixo. Um consumo
consciente tanto do ponto de vista ambiental, quanto social, valorizando a
produção local.” Veja as dicas do Sebrae de como usar e trabalhar com
slow fashion em:
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Tendências e Consumo
Consciente na Moda
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Como já vimos brevemente sobre moda e consumismo, tudo começou nos Estados
Unidos, no período pós-guerra, quando o país estava enriquecendo e o estímulo
consumista começava a crescer. Os anos 1960 começaram com roupas comportadas,
básicas e elegantes, vestidos pretos ou em tons pastéis, de corte reto nos ombros e
cabelos volumosos eram a norma – o new look que já vimos aqui, lembram? Pois
bem, a partir dali começaram as tais tendências de que tanto falamos e ouvimos hoje
em dia.
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desde 1973, dita essas tendências que movem a idealização, a confecção e a
divulgação das novidades que influenciam o consumo.
Tendências de moda
Esse modo de se vestir e de utilizar esses produtos pode ser notado em diversas
mídias, como desfiles de moda, novelas, internet e, acima de tudo, nas ruas.
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É essa tendência de moda que faz o despertar para o consumo de roupas
e acessórios. As tendências são criadas para que a indústria da moda se
mantenha sempre em destaque para o desejo de consumo acontecer!
Então, dentro das tendências vistas através da sociedade e seu
comportamento, são ditadas as tendências dentro do universo da moda.
Nada mais é do que a interpretação, a visão dos estilistas sobre as
macrotendências.
Macrotendências
As tendências têm origem nas macrotendências, que são tendências maiores e mais
amplas observadas em nível mais extenso e global. É uma referência a grandes
movimentos ou correntes socioculturais que influenciam as sociedades, a cultura, a
economia e o consumo.
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Aqui acontece uma junção entre sociólogos, ambientalistas, psicólogos, economistas
e matemáticos, entre outros profissionais, que estudam as condições das sociedades
do mundo todo e fazem as previsões baseadas em dados concretos e em estatísticas.
Assim, eles traçam um panorama global de quais serão as tendências de consumo, os
hábitos de vida e as escolhas que as pessoas estão propensas a fazer por influência
do contexto no qual elas estão inseridas.
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Assista COMO FUNCIONA A PESQUISA DE TENDÊNCIAS DE MODA COM
MARI FLOR EM:
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Não buscam por modinha e, sim, por roupas e acessórios de grifes que sejam
atemporais. Este consumidor está em busca de peças que tenham algum significado
e, também, evita o descarte rápido da roupa.
A questão de reciclar a moda também é muito bacana. Saber que uma peça pode se
transformar em outra, quando ainda em bom estado, ou até mesmo o brechó ou o
desapego, não simplesmente achar que algo que não lhe serve mais é lixo.
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O número de brechós e o mercado de peças de segunda mão passam por
um aumento expressivo no Brasil. Nos últimos 10 anos, a conscientização
a respeito do impacto da moda no meio ambiente, e a consolidação das
mídias sociais sendo a grande voz do consumidor moderno,
transformaram o desapego em uma tendência que cresce cada vez mais
no universo da moda. Segundo uma pesquisa da empresa de análise de
varejo chamada GlobalData, o valor movimentado pelo segmento deve
sair de US$ 24 bilhões para US$ 51 bilhões, a tendência é que este
mercado dobre em vendas diretas até 2025.
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Doação de peças, vendas de brechó, algo que além de se preocupar em ajudar o
próximo pode ser visto também na sociedade como uma preocupação com o meio
ambiente em que vivemos!
A moda precisa ser pensada de forma consciente, porque o que você compra e,
principalmente, o que descarta, não é uma escolha pessoal, já que estamos todos
dividindo o mesmo planeta e recursos naturais. O nosso pensamento deve ser macro
e não individual.
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Segundo Anny dos Santos, analista de Competitividade do Sebrae, o
movimento slow fashion e a sustentabilidade são bandeiras que
levantaram o potencial e a atratividade dos brechós entre as novas
gerações.
Sites especializados e redes sociais, que são dois tipos de venda direta,
correspondem aos principais canais de compras, com 69% e 54% de
preferência do público. A pesquisa ouviu 837 consumidores acima de 18
anos, de ambos os sexos, de todas as classes sociais, residentes nas 27
capitais do país.
Além disso, também existe o fator da moda retrô, em que peças das
décadas de 1980 e 1990 estão sempre em alta.
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É incrível pensar que há cerca de uma década dizer que comprou uma
roupa em um brechó poderia soar como constrangimento, mas hoje,
adquirir um produto de segunda mão não apenas perdeu este estigma
como é visto com bons olhos. Segundo Isabella Gorjux, do Brechó Amora,
“peças vintage têm muita personalidade e história. Todo mundo procura
ter itens especiais no guarda-roupa para cuidar com carinho”.
O mercado de second hand, ou segunda mão, é antigo, porém, agora ele está sendo
procurado por outros públicos além daquele que o consumia.
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“Não adianta nada você comprar um sapato de salto vermelho se
você não tem nada no guarda-roupa que combine com ele ou não
tenha lugar para usá-lo”: CONSUMO CONSCIENTE NA MODA: brechós,
fast fashion x slow fashion e dicas em:
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Olá a todos!
Nesta aula, vamos aprender um pouquinho sobre algumas possíveis profissões que
envolvem a moda, pois entender de moda não é apenas ser estilista. E para ficar mais
fácil, dividimos o conteúdo em áreas de atuação.
O que antes era visto apenas nas passarelas e revistas de moda hoje é o foco do
movimento do querer ser, ou estar, igual à “fulana”. O digital influencer é um
formador de opinião que ganha notoriedade por conta do grande número de
pessoas que o acompanha em suas redes sociais, ou o grau de influência que tem
sobre seus seguidores.
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Conheça as principais digital influencers de moda brasileiras em:
Imagem de Moda
Aqui, o foco é o visual: a imagem que os olhos estão recebendo e a mensagem que
aquela imagem está passando para os espectadores traduzem o que as pessoas
querem transmitir e como elas querem ser identificadas. É preciso muita pesquisa
criativa, conhecer as tendências de moda e comportamento, além de possuir
conhecimento histórico sobre estética e comunicação. São profissões tais como
Consultor de Imagem, Personal Stylist, Stylist e Visagista.
Stylist é aquele que dá vida ao conceito e à tendência da moda dentro de uma marca,
deixando-a com mais conceito, cultura e estilo. Ele trabalha bem próximo do
desenvolvimento do produto, às vezes, até como estilista também, e com a produção
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de moda, em que monta os looks compostos por roupas, cabelo, acessórios e
maquiagem. Ele, por exemplo, cria a imagem de uma grife para divulgações e
catálogos.
E, por fim, o Visagista, que trabalha com a imagem pessoal das pessoas focado em
revelar suas qualidades interiores de acordo com as características físicas e os
princípios da linguagem visual, harmonia e estética. Suas ferramentas são o corte de
cabelo, coloração, penteado e maquiagem.
Desenvolvimento de Produto
A atividade de desenvolvimento de produto é quando surgem as coleções e produtos
de vestuário, calçados e acessórios. É quando acontecem os estudos de tendências,
cores e perfil de marca e de estação. As possíveis profissões dessa área são: Designer
de Moda ou Estilista, Assistente de Estilo, Modelista, Piloteiro e Modelo de Prova.
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Figura 1 - Estilista em ateliê de criação e exemplo de croqui de moda
Fonte: Freepik.
O Assistente de Estilo é aquele que elabora os desenhos técnicos das peças criadas
pelo estilista, além de auxiliá-lo nas pesquisas. É ele quem libera o produto completo
e aprovado para a produção, auxilia nas provas e nos contatos com a modelista. É o
braço direito de qualquer estilista.
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Só um estilista pode trabalhar com moda? Não! Veja mais sobre carreiras
e salários da área em:
71
E, por fim, o Gerente de produção é o responsável pelo planejamento de toda a
produção dos produtos, alinhado com a equipe de marketing para fazer a
programação da linha de produção da empresa, com o objetivo de colocar nas lojas
os produtos, de acordo com o que foi desenvolvido na coleção pelo departamento de
estilo.
Negócios da Moda
É o segmento em que atuam os gestores de produção, distribuição, divulgação e
comercialização, além das estratégias de negócios e marketing, com o objetivo de
potencializar ao máximo a eficácia do negócio, pensando como business. Aqui
trabalham profissionais, como Marketing de Moda, Gerente de Marketing de Moda,
Vitrinista, Visual Merchandiser e Supervisor de Lojas.
Gerente de Marketing de Moda é o gestor que tem a missão de executar junto com
os setores de planejamento comercial e estratégico da empresa, englobando tudo,
chamado de gerente de branding, com o objetivo de proteger e alavancar a marca. A
comunicação/imagem da marca também é sua responsabilidade, ele traça e orienta
para onde a marca deve ir, qual é o caminho para alcançar o seu público-alvo.
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Quando olhamos as vitrines de lojas, identificamos nela todo o conceito
da marca. A vitrine representa o sentimento e o despertar do consumo
sobre aquela coleção ali exposta para ser vendida e consumida. A vitrine
desperta o sentimento de querer entrar e viver a experiência da compra,
logo, é uma das principais ferramentas para o varejo.
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Você já parou para pensar no impacto que a vitrine tem para os negócios
de uma marca? E como consumidor, você já se pegou hipnotizado por
uma vitrine e altamente tentado a entrar na loja? Pois nada disso é por
acaso. Leia um breve artigo sobre o planejamento de uma vitrine, “essa
vendedora silenciosa”, em:
Fonte: Freepik.
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vitrinista também, já que podem ser um mesmo profissional.
Produção de Moda
Aqui é onde acontece o glamour da moda! É quando se organizam os desfiles,
catálogos, sites e editoriais para revistas, além das campanhas publicitárias. A
produção de moda envolve profissionais tais como Fotógrafo, Assistente de Produção
de Moda, Figurinista, Produtor de Desfile e Jornalista de Moda.
O figurinista é quem cria, desenha ou seleciona peças prontas para teatros, bailes,
novelas, filmes e peças publicitárias; o Produtor de Desfile é quem coordena e cria
toda a base para um desfile de moda e, por fim, o Jornalista de Moda é quem escreve
editais e matérias sobre as tendências da moda e comenta desfiles e campanhas.
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Existe também o Acadêmico de Moda, que atua em faculdades e em
cursos técnicos e livres. Geralmente, ele é o Coordenador de Curso de
Moda, já que os professores provêm de várias áreas. É aquele que
coordena toda a extensão de moda de alguma instituição e, para isso,
deve ter sólida formação, experiência e conhecimento.
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06
Estilos
77
Olá, alunos!
Vamos reforçar que o intuito desta disciplina é estudar os estilos da moda e tudo
que os envolve, pois isso vai auxiliá-lo em uma consulta de Visagismo, por exemplo.
Afinal, identificar o estilo de um cliente ajuda você, como profissional da estética, a
identificar gostos e comportamentos do seu cliente. Começamos, então, vendo a
ligação entre Moda e Estética.
O estilo do indivíduo não condiz apenas com a roupa que ele usa, mas
muito se define pelo seu corte de cabelo, tonalidades de coloração,
acessórios e tudo que envolve a sua imagem. Trata-se da inter-relação
entre Visagismo, Moda e comportamento.
Estilo Clássico/Tradicional
O estilo clássico ou tradicional transmite uma imagem formal, madura e confiante.
Representa a mulher que quer passar descrição no modo de se vestir e que gosta
de estar impecável na apresentação e na primeira impressão.
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Figura 1 - Victoria Beckham, ex-Spice Girl e senhora David Beckham, é um dos
ícones do estilo clássico, inclusive em sua própria grife
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Fonte: Disponível aqui Disponível aqui
Estilo Esportivo
O estilo esportivo não é só para quem pratica esportes, mas para todos aqueles
que prioriza conforto e praticidade na hora de se vestir! Modelagens básicas e
caimento solto são suas principais características, tendo como peças-chave o jeans,
blusa branca e tênis, com acessórios simples e funcionais tais como bolsa a
tiracolo, mochilas e saltos baixos.
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Fonte: Disponível aqui
Os looks desse estilo exploram o chamado comfy (de “confortável” em inglês), com
tecidos tais como algodão, viscose de linho e moletom, sem linhas muito
estruturadas.
“O tênis, que é o símbolo dos calçados que estrelam os looks esportivos, pode ser o
ponto de partida para criar uma combinação que passa longe do lugar comum. Ele
pode arrematar com muito estilo uma produção com tricô e seda, por exemplo,
que são texturas opostas, mas que não querem guerra com ninguém – pelo
contrário: juntas, exalam beleza.”
Estilo Romântico
A mulher adepta do estilo romântico tem como referência detalhes delicados e
tons pastéis e nudes. Usa muita renda, babados, vestidos e saias rodadas com
cinturas bem marcadas, manga bufante e acessórios delicados.
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Entre suas estampas preferidas estão o floral e o poá, e a intenção de quem gosta
do estilo romântico é transmitir feminilidade, frescor e leveza sem perder a
elegância.
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Estilo Moderno/Dramático
Elegância e sofisticação definem o estilo moderno, também chamado de dramático,
mas com uma pitada de ousadia e exagero, que transmitem uma imagem forte e
cosmopolita ao mesmo tempo.
Suas peças são sempre com referência a outros estilos e tendências, cores
contrastantes, modelagens assimétricas e sobreposições inusitadas, inclusive com
muito volume e desproporção. Os acessórios também são impactantes, com botas,
luvas, maxibrincos e maxicolares.
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As mulheres que se identificam com o estilo dramático:
Estilo Sofisticado/Elegante
Por meio do estilo sofisticado (ou elegante), as mulheres transmitem elegância na
postura e no comportamento.
São mulheres seguras e exigentes, que não precisam de peças de luxo para
serem chiques, mas que sejam duráveis e de qualidade, com acessórios sempre
refinados e impecáveis.
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Fonte: Disponível aqui
85
Figura 4 - Rania, Rainha consorte da Jordânia, e Kate Middleton, Duquesa de
Cambridge
Estilo Sexy
Se tivesse um meme para explicar este estilo, certamente seria: “Sexy sem ser
vulgar”! A mulher sensual gosta de evidenciar o corpo e não necessariamente exibir
pele, transmitindo uma imagem poderosa e sedutora.
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Fonte: Disponível aqui
Peças que modelam o corpo, couro, vinil, lurex, transparências e estampas animal
print fazem parte dos looks, sempre com saltos super altos, seja nas sandálias ou
nas botas over-the-knee (aquelas acima dos joelhos).
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Fonte: Disponível aqui
Não confunda o estilo sexy com ser vulgar: vulgar não é um estilo e,
sim, um comportamento. Logo, é possível usar uma roupa sensual sem
estar vulgar. Pense que o contrário também é válido: é possível usar um
estilo mais clássico ou romântico e se comportar segundo aquilo que a
sociedade entende como vulgar.
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Quer saber mais como ficar sensual até de camiseta? Leia mais em:
Estilo Criativo
O estilo criativo é para quem gosta de experimentar coisas diferentes e arriscar na
hora de se vestir. Transita entre todos os estilos, pois mistura cores, estampas,
texturas, comprimentos e sobreposições – sem perder a harmonia!
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Fonte: Disponível aqui
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Reunir pastas de referências de looks no celular com fotografias das
roupas que você tem no armário facilita muito a vida na hora de montar
novos visuais e brincar com o mix de estilos. Isso também funciona para
sistematizar os acessórios que mais combinam com cada vestimenta.
Ter peças fáceis de combinar pode te levar a mil e um looks! E o melhor:
poupa tempo e incertezas na hora da pressa.
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Estilos de Moda Masculina
Muitos homens já ouviram que não precisam se preocupar com o que
vestir. Entretanto, ao longo dos anos, as evoluções culturais e
socioeconômicas derrubaram o tabu da vaidade masculina e
mostraram cuidar do visual não é atribuição exclusiva do universo
feminino.
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Casual (ou esportivo) Criativo e moderno
Retrô
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Todo mundo tem um estilo, mesmo quem gosta de usar apenas
camiseta branca e calça jeans. É assim que Vitória Portes inicia seu
vídeo sobre os sete estilos universais. Vale a pena conferir!
Da mesma maneira que a sua indumentária, a moda está impressa no seu cabelo,
maquiagem e acessórios. Todos esses componentes juntos formam a sua imagem,
e estar com a sua imagem de acordo com o seu comportamento pode te levar a ser
compreendido da maneira como você deseja – da mesma forma que não estar
vestido adequadamente pode trazer complicações, principalmente no âmbito
profissional.
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A moda, portanto, não pode ser vista como uma ferramenta de opressão, mas de
liberdade, de quebra de padrões convencionais e de revolução. Deve ser uma
ferramenta para potencializar os sentimentos, valores e atitudes do indivíduo de
forma consciente.
Para complementar, assista a uma breve entrevista com Carla Lemos, do blog
Modices, sobre o seu livro “Use a Moda a Seu Favor” em:
https://www.youtube.com/watch?v=nfSh0K5cEYw
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Visagismo Facial
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Visagismo é a arte da criação de uma imagem pessoal personalizada e trata da
harmonização das características pessoais de cada um. É a arte de revelar o melhor
da identidade de uma pessoa por meio da sua imagem.
Para cada formato de rosto e tipo de feição, são estudadas as formas de criar
harmonias entre os demais elementos físicos da pessoa, combinado ao seu
comportamento na sociedade.
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Apesar de não exigir uma formação específica, para ser um profissional
de Visagismo é necessário um período de dedicação e estudo para
compreender todas as etapas e fatores que influenciam a
harmonização estética – o que você já está fazendo ao estudar esta rica
disciplina.
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Segundo a físico-química Inês Joeques, da Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp), “a maquiagem, considerada uma arte pela
civilização egípcia, se originou com o kohl”. Os mais antigos indícios da
pintura dos olhos achados por arqueólogos datam do Egito Antigo, por
volta de 3000 antes da era cristã.
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Visagismo de Rosto
Embora tenha o intuito de refletir o interior de cada um, o Visagismo compreende
os formatos comuns de rosto da maioria dos seres humanos. Assim, as linhas e
traços são estudados para que sejam propostos cortes de cabelo, coloração e
estilos de maquiagem, entre outros.
Rosto Oval
Considerado o formato que traz mais liberdade para cortes de cabelo, maquiagens
e acessórios.
O comprimento do rosto oval é igual a uma vez e meia sua largura e pode ser
dividido em três partes iguais: da linha do cabelo até a base da sobrancelha, da
base da sobrancelha até a base do nariz e da base do nariz até a base do queixo.
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Qualquer tipo de acessório e decote favorece.
Rosto longo
O comprimento do rosto é maior do que a largura, porém, também pode ser
dividido em três partes iguais.
O cabelo para este tipo de rosto deve ter algum tipo de volume na parte lateral do
rosto. Boas opções são fazer mechas e cortar as franjas em camadas curtas
próximas à face. Optar por manter o cabelo com volume e ondas retrô faz com que
o rosto e as feições sejam preenchidos, e para esse efeito, deixe o cabelo comprido
com concentração de volume até a altura das maçãs do rosto.
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Rosto Quadrado
O comprimento do rosto é semelhante à sua largura, possui as linhas do queixo e
do cabelo quadradas e a mandíbula fica abaixo da linha da boca.
O corte de cabelo ideal para o rosto quadrado é até os ombros ou mais comprido.
Cachos suavizam a mandíbula muito marcada. Cortar a franja na altura das
sobrancelhas é uma ótima opção para equilibrar a face e o queixo.
Rosto Redondo
A largura é igual ao comprimento, a mandíbula não é marcada ou evidente e o
queixo é curto, largo e arredondado.
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Fonte: Disponível aqui
O ideal para este tipo de rosto é manter o cabelo comprido, optar pela franja isso
fará com que o queixo fique em destaque, contudo, o curtinho pixie cut ajudará a
marcar ângulos, o que também é ótima estratégia para o rosto parecer mais largo.
Sobre acessórios e decotes, a técnica é a inversa do rosto quadrado. Para não criar
angulações, o ideal é utilizar linhas verticais sem qualquer linha arredondada.
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Fonte: Disponível aqui
104
O corte ideal para esses tipos de rosto é o de camadas muito marcadas,
especialmente na parte da frente do cabelo. Use e abuse de mechas, coques e
tranças. Contudo, franjas e penteados repartidos no meio não vão lhe favorecer.
Rosto Triângulo
A testa é estreita e vai se alargando até chegar à mandíbula. Normalmente, o
queixo é pequeno e saltado.
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Rosto Diamante
É o rosto com as maçãs proeminentes, com testa e mandíbula mais estreitas.
Optar por cortes de cabelo que acrescentem largura à testa e queixo, fazendo com
que o rosto pareça mais oval, franjas laterais desconectadas tendem a acrescentar
largura à testa estreita de quem possui esse formato de rosto. E o comprimento na
altura do queixo normalmente é o ideal.
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Rosto Retângulo
Muito parecido com o rosto quadrado, porém, a mandíbula fica na linha da boca. A
testa é estreita, a linha lateral do rosto é reta e as maçãs do rosto e o queixo são
proeminentes.
Devemos nos lembrar de que é uma forma geométrica de linhas retas, ou seja,
para suavizar as formas, devemos utilizar acessórios e decotes arredondados.
107
Para fins de comparação, veja mais algumas personalidades e seu tipo
de rosto em:
108
Cada pessoa é livre para adotar o visual que mais gostar e o que mais
combine com a sua personalidade, porém, existem as técnicas que
podem ajudar na harmonização facial. Quando falamos em Visagismo,
uma das grandes estratégias é vincular o corte correto de cabelo para
valorizar os traços do seu rosto. Segundo Phillip Hallawell, criador do
conceito de Visagismo, é “a arte de criar uma imagem pessoal que
revela as qualidades interiores de uma pessoa, de acordo com suas
características físicas e os princípios da linguagem visual (harmonia e
estética), utilizando a maquiagem, o corte, a coloração e o penteado do
cabelo, entre outros recursos estéticos”.
E por que não ouvir uma fala do próprio Hallawell sobre o assunto?
Acesse:
109
08
Visagismo Corporal
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Olá novamente!
Para se sentir bem, é preciso muito mais do que usar uma roupa que
está na moda, é preciso escolher peças que estejam adequadas ao
formato do seu corpo, equilibrar as proporções e aí, sim, valorizá-lo,
destacando o que você tem de mais bonito. Pensar no biotipo quando
está escolhendo uma roupa não tem nada a ver com estar dentro do
padrão de beleza ditado pela moda e, sim, mais uma vez, usar a moda a
seu favor.
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Biotipo
Biotipo é o conjunto de características herdadas geneticamente ou adquiridas no
ambiente em que configura o indivíduo. É um termo comum para explicar o
formato do corpo de cada um. É o biotipo que vai nos orientar para uma
consultoria de imagem, por exemplo, e dizer o que fica bom ou não em cada
pessoa.
112
Corpo Ampulheta
Dica:
Uma mulher esbelta de corpo ampulheta pode usar tudo, mas cuidado com as
roupas muito justas caso não queira parecer sexy demais ou com as largas demais
para não perder as formas do corpo.
O biotipo ampulheta é considerado ideal pela sua harmonia entre ombros e quadril
pela cintura bem acentuada – ideal no sentido de ser valorizado facilmente com
qualquer estilo de roupa. É aquela pessoa que olhamos e pensamos: “Nossa, nela
113
tudo fica lindo!”.
Corpo Retângulo
Dicas:
Usar cintos e faixas para criar uma falsa cintura. Blusas soltas são ótimas para
disfarçar a falta de curvas, e prefira roupas da parte de cima com detalhes nos
ombros ou no colo (decote). Na parte de baixo, usar saias evasê, pois elas causam a
impressão de cintura mais fina. Usar acessórios que tiram o foco das linhas retas.
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No corpo retângulo, há uma harmonia simétrica entre o ombro e o quadril, mas
não há cintura acentuada. Por isso, devemos tomar muito cuidado com o que usar,
pois às vezes uma pessoa magra com esse formato de corpo pode parecer maior
do que é caso não saiba se vestir de maneira que a valorize.
Corpo Triângulo
Dicas:
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Usar peças em tons mais escuros na parte de baixo do corpo, e na parte de cima,
peças com estampas vibrantes e detalhes nos ombros ou no colo (decote). Prefira
acessórios que tiram o foco dos quadris, como maxicolares e lenços.
A mulher com biotipo triângulo (também chamado de pera) tem o quadril maior do
que os ombros, e o truque é usar roupas que aumentem os ombros para dar um
equilíbrio da silhueta e disfarçar o quadril. Uma peça-chave que sempre valoriza
esse biotipo é um blazer de ombreiras alongado que cubra o quadril.
Triângulo Invertido
Figura 1 - Decotes V
Muito busto.
Ombros mais largos que quadril.
Quadril estreito.
Pernas finas.
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Para harmonizar a silhueta é necessário criar a sensação de seios e ombros
menores e quadris maiores. Assim as proporções do corpo ficarão
balanceadas.
Dicas:
Use saias evasê e calças pantalona, e outras peças de baixo estampadas e com
bolsos ou detalhes que chamam atenção também valorizam a silhueta. Prefira
cores escuras e pouca estampa na parte de cima.
Corpo Oval
Formas arredondadas.
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Volume nos quadris, cintura, busto e barriga proeminente.
Para harmonizar a silhueta, é necessário afiná-la e alongá-la. É preciso
chamar a atenção para o rosto e áreas mais finas do corpo, como pulsos,
colo e tornozelos.
Dicas:
Usar blazer, casacos e cardigans abaixo do quadril e de corte e caimento retos,
além de decotes V ou U. Peças com detalhes verticais alongam e afinam a silhueta,
e roupas escuras e com mangas ¾ também favorecem este biotipo. Mulheres de
pernas torneadas devem valorizá-las com saias e vestidos na altura dos joelhos.
No corpo arredondado, vale usar peças que alonguem a silhueta para suavizar o
abdome em ênfase, além de peças com detalhes na vertical, corte reto e com
caimento do joelho para baixo.
Cada corpo tem a sua beleza, seus pontos fortes e aqueles pontinhos
de que a gente não gosta muito. Descobrir o seu tipo de corpo e saber
que tipos de peças e cores podem favorecê-lo é um verdadeiro trunfo:
vai fazer você parecer mais bonita e parar de gastar com roupas que
não vão te favorecer. Aprenda a descobrir seu tipo físico em casa com
as técnicas da personal stylist Dani Almeida em:
118
09
Colorimetria
119
Colorimetria é a ciência e o conjunto de tecnologias envolvidas tanto na
qualificação quanto na investigação física do fenômeno de percepção de cores
pelos seres humanos. O termo vem do latim color (cor) e metria (medida),
indicando, assim, que se trata da mensuração da cor quanto à temperatura, grau
de matiz, saturação e luminosidade.
É comum pensar sobre quais cores combinam mais com alguma situação, seja ela
em uma festa ou em um dia de trabalho comum. Mas também é possível identificar
qual a cor de roupa, maquiagem ou cabelo que combina mais com cada indivíduo.
É para isso que existe a Colorimetria na Estética e na Moda.
A Colorimetria pode, por meio de uma análise realizada com tecidos, por exemplo,
descobrir qual cor valoriza mais a sua beleza natural. Na maquiagem, uma cor
pode disfarçar olheiras, manchinhas e imperfeições, assim como deixar a pele mais
iluminada e uniforme. A cor funciona como uma luz, interferindo de forma positiva
ou negativa no indivíduo.
O primeiro passo é entender a divisão de cores, pois, assim, conseguimos ter uma
visão melhor sobre como uma cor se sobressai às outras. Para isso, as cores são
divididas em primárias – azul, vermelho e amarelo – e secundárias – laranja, roxo e
verde (lembram-se das aulas de Educação Artística no ensino fundamental? 😊)
120
Quando dispomos as cores em um círculo cromático, usado para estudar as cores,
vemos que as cores primárias são contrastantes das cores secundárias, ou seja,
uma está de frente para a outra, o que é chamado de cores complementares (frias
e quentes).
Esse contraste das cores complementares é o que ajuda a anular a outra e a criar
uma visão diferenciada. Por exemplo, para anular o reflexo vermelho, é utilizado
um corretor verde. Para anular o amarelo, um corretor roxo, e para o laranja, o
azul.
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Fonte: Disponível aqui
Além disso, é importante saber identificar a partir do círculo os tons frios e quentes
para saber qual é a mais adequada de acordo com a temperatura da sua pele.
122
Colorimetria por tom de pele
Para entender a Colorimetria, é preciso conhecer as divisões de cores e como elas
se comportam nos tons de pele existentes.
Pele quente – são peles escuras ou claras com tons amarelados, dourados ou
alaranjados. Normalmente, bronzeiam de forma mais rápida e ficam com
tonalidade amarelada ou dourada.
Pele fria – caracterizada por pele escura com tons variados de azul ou verde-oliva e
peles claras pálidas, com tons rosados, arroxeados ou azuis fracos. Na exposição
ao sol, as claras ou pálidas se queimam rapidamente, deixando a região
avermelhada.
Pele neutra – pode ser branca ou negra, mas não se queima facilmente no sol.
É possível identificar o tom de pele entre quente, fria ou neutra de duas formas: a
primeira é analisando as veias do antebraço. Se elas forem num tom mais azul,
puxado para o roxo, a pele, então, é fria. Se forem mais esverdeadas e amareladas,
então, é quente. E se não for possível identificar a diferença entre as duas cores,
então, é neutra.
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Figura 1 - Pele Fria, Pele Quente e Pele Neutra
124
Fonte: Disponível aqui
125
Primavera Pura
São os indivíduos que não possuem contraste entre a pele, o cabelo e os olhos, e
têm olhos azuis, verdes ou caramelos, com cabelos castanho-médio, castanho-
dourado ou castanho-escuro.
126
Primavera Suave
Também não possui contraste entre a pele, cabelo e olhos, porém, os tons são
mais parecidos, como olhos claros e cabelos de tons dourados, loiro-claro ou
médio.
127
Primavera Quente
Os tons aqui também são parecidos, mas não iguais, com olhos azuis, verde-
escuros, caramelo e âmbar, com os cabelos loiro-dourado e ruivo.
128
Verão Puro
Aqui, os tons são frios, com olhos azuis, cinza ou castanho, e cabelos castanho-
médio ao escuro, quase preto.
129
Verão Claro
Tons mais claros e frios, com menos contraste, olhos claros azuis ou verdes, com
cabelos loiro-claro acinzentado até o médio.
130
Verão Neutro
131
Outono Quente
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Outono Profundo
Praticamente, não existe contraste aqui, entre a pele e o cabelo escuro, com os
olhos tendo um destaque especial, entre o castanho-escuro, verde-escuro e âmbar
com cabelos castanho-escuro, quase preto.
133
Outono Neutro
Nem forte demais, nem opaco demais, com olhos azuis, verde acinzentado,
castanho-claro ou âmbar, e cabelos loiro-dourado ou castanho-médio dourado.
134
Inverno Claro
Aqui, predomina o contraste. Olhos em tons violetas, azuis e verdes com cabelos
do castanho-escuro ao preto.
135
Inverno Profundo
136
Inverno Puro
Um contraste não tão evidente: olhos azuis, violetas ou cinzas, e cabelos pretos e
acinzentados/platinados.
137
Vídeo 2: Regras básicas sobre Colorimetria e cabelos:
138
10
A Evolução da Maquiagem
139
Olá, queridos!
140
Figura 1 - Registro de Cleópatra e o olhos fortemente marcado
141
Assista a uma deliciosa e didática linha do tempo das tendências de
maquiagem no século XX em:
Paris logo se firmou como autoridade em moda e deu um novo status ao mundo
da maquiagem. Mas somente no século XX, com os avanços da indústria química
fina, foi que os cosméticos se tornaram produtos de uso geral. Em 1921, Paris foi
palco de uma verdadeira revolução na história do batom, quando, pela primeira
vez, o produto foi embalado em um tubo e vendido em cartucho. O sucesso foi
142
tanto que, em 1930, os estojos de batom dominaram o mercado americano,
trazendo uma nova fase para o desenvolvimento dessas formulações (SOARES, on-
line).
143
Figura 2 - Elizabeth Arden e propaganda do seu batom Vermelho Vitória
Nos anos 1960, a maquiagem atingiu o auge de alcance aos mais jovens, fazendo
com que a indústria se aprimorasse nas embalagens e estojos. Na década seguinte,
as cores de maquiagem passaram a acompanhar as coleções de alta-costura
144
francesa, italiana e britânica. Quando um grande costureiro lançava uma nova
coleção, lá vinha junto um tom de sombra específico para os olhos e uma nova cor
de boca! Dior, Chanel, Yves Saint Laurent e todas as grandes maisons ousavam e
enchiam os olhos com criações cada vez mais tentadoras, ainda mais que, na
década de 1970, a Moda Disco trouxe uma variedade de brilho e alegria nas cores,
que só se intensificou com o exagero colorido dos anos 1980.
145
Figura 3 - Anúncios de maquiagens das grifes Dior e YSL e coleção 1970 e 1980 de
sombras em pó da Maybelline
146
No final da década de 1980, as fórmulas de cosméticos pigmentados ficavam cada
vez mais evoluídas, e na década de 1990, com a aproximação do novo milênio, o
mercado recebeu com sucesso as fórmulas baseadas em tecnologia, que ofereciam
propriedades benéficas não só para a beleza, mas também para a saúde, tais como
proteção solar e controle de envelhecimento, os chamados anti-aging.
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Lembrando, como já citado em aulas anteriores, que são cosméticos da
linha de maquiagem e a perfumaria que mantêm financeiramente a
maioria das maisons ainda existentes. As grifes de luxo, super
sofisticadas, usam desta moda e da necessidade de embelezamento
feminino para lançar novas tendências no universo da maquiagem e,
assim, atrair clientes que gostariam de ser consumidores da grife, mas
não possuem poder aquisitivo. Porém, quando consomem um singelo
cosmético ou perfume da marca, já se sentem empoderados.
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