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COMUNICAÇÃO

NAS ORGANIZAÇÕES
Professora Esp. Juliana Spadoto
Universidade de Marília
Avenida Hygino Muzzy Filho, 1001
CEP 17.525–902- Marília-SP

Reitor Pró-reitor Administrativo


Márcio Mesquita Serva Marco Antonio Teixeira
Vice-reitora Direção do Núcleo de Educação a Distância
Profª. Regina Lúcia Ottaiano Losasso Serva Paulo Pardo
Pró-Reitor Acadêmico Coordenadora Pedagógica do Curso
Prof. José Roberto Marques de Castro Ana Livia Cazane do Nascimento
Pró-reitora de Pesquisa, Pós-graduação e Ação Edição de Arte, Diagramação, Design Gráfico
Comunitária B42 Design
Profª. Drª. Fernanda Mesquita Serva

*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência. Informamos
que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos.

Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A
violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.

Imagens, ícones e capa: ©envato, ©pexels, ©pixabay, ©Twenty20 e ©wikimedia


BOAS-VINDAS
Ao iniciar a leitura deste material, que é parte do apoio pedagógico dos
nossos queridos discentes, convido o leitor a conhecer a UNIMAR –
Universidade de Marília.

Na UNIMAR, a educação sempre foi sinônimo de transformação, e não


conseguimos enxergar um melhor caminho senão por meio de um ensino
superior bem feito.

A história da UNIMAR, iniciada há mais de 60 anos, foi construída com base


na excelência do ensino superior para transformar vidas, com a missão
de formar profissionais éticos e competentes, inseridos na comunidade,
capazes de constituir o conhecimento e promover a cultura e o intercâmbio,
a fim de desenvolver a consciência coletiva na busca contínua da valorização
e da solidariedade humanas.

A história da UNIMAR é bela e de sucesso, e já projeta para o futuro novos


sonhos, conquistas e desafios.

A beleza e o sucesso, porém, não vêm somente do seu campus de mais de


350 alqueires e de suas construções funcionais e conectadas; vêm também
do seu corpo docente altamente qualificado e dos seus egressos: mais
de 100 mil pessoas, espalhados por todo o Brasil e o mundo, que tiveram
suas vidas impactadas e transformadas pelo ensino superior da UNIMAR.

Assim, é com orgulho que apresentamos a Educação a Distância da UNIMAR


com o mesmo propósito: promover transformação de forma democrática
e acessível em todos os cantos do nosso país. Se há alguma expectativa
de progresso e mudança de realidade do nosso povo, essa expectativa
está ligada de forma indissociável à educação.

Nós nos comprometemos com essa educação transformadora,


investimos nela, trabalhamos noite e dia para que ela seja
ofertada e esteja acessível a todos.

Muito obrigado por confiar uma parte importante do seu


futuro a nós, à UNIMAR e, tenha a certeza de que seremos
parceiros neste momento e não mediremos esforços para
o seu sucesso!

Não vamos parar, vamos continuar com investimentos


importantes na educação superior, sonhando sempre.
Afinal, não é possível nunca parar de sonhar!

Bons estudos!

Dr. Márcio Mesquita Serva


Reitor da UNIMAR
Que alegria poder fazer parte deste momento tão especial da sua vida!

Sempre trabalhei com jovens e sei o quanto estar matriculado


em um curso de ensino superior em uma Universidade de
excelência deve ser valorizado. Por isso, aproveite cada
minuto do seu tempo aqui na UNIMAR, vivenciando o ensino,
a pesquisa e a extensão universitária.

Fique atento aos comunicados institucionais, aproveite as


oportunidades, faça amizades e viva as experiências que
somente um ensino superior consegue proporcionar.

Acompanhe a UNIMAR pelas redes sociais, visite a sede


do campus universitário localizado na cidade de Marília,
navegue pelo nosso site unimar.br, comente no nosso blog
e compartilhe suas experiências. Viva a UNIMAR!

Muito obrigada por escolher esta Universidade para a Profa. Fernanda


realização do seu sonho profissional. Seguiremos, Mesquita Serva
Pró-reitora de Pesquisa,
juntos, com nossa missão e com nossos valores, Pós-graduação e Ação
sempre com muita dedicação. Comunitária da UNIMAR

Bem-vindo(a) à Família UNIMAR.

Educar para transformar: esse é o foco da Universidade de Marília no seu


projeto de Educação a Distância. Como dizia um grande educador, são
as pessoas que transformam o mundo, e elas só o transformam
se estiverem capacitadas para isso.

Esse é o nosso propósito: contribuir para sua transformação


pessoal, oferecendo um ensino de qualidade, interativo,
inovador, e buscando nos superar a cada dia para que você
tenha a melhor experiência educacional. E, mais do que isso,
que você possa desenvolver as competências e habilidades
necessárias não somente para o seu futuro, mas para o seu
presente, neste momento mágico em que vivemos.

A UNIMAR será sua parceira em todos os momentos de


sua educação superior. Conte conosco! Estamos aqui para
apoiá-lo! Sabemos que você é o principal responsável pelo
seu crescimento pessoal e profissional, mas agora você
tem a gente para seguir junto com você. Prof. Me. Paulo Pardo
Coordenador do Núcleo
Sucesso sempre! EAD da UNIMAR
007 Aula 01: Comunicação e Socialização

018 Aula 02: Elementos da Comunicação

025 Aula 03: Variações Linguísticas

035 Aula 04: Coesão e Coerência

047 Aula 05: Comunicação Interpessoal

062 Aula 06: Redação Comercial

076 Aula 07: Comunicação no Atendimento

085 Aula 08: Oratória em Reuniões

099 Aula 09: Linguagem Corporal e Expressão Oral

111 Aula 10: Comunicação na Era Digital

123 Aula 11: O Novo Acordo Ortográfico

135 Aula 12: Inadequações Entre Fala e Escrita

143 Aula 13: Homônimos e Parônimos

156 Aula 14: Ambiguidade e Redundância

162 Aula 15: Concordância Verbo-nominal

171 Aula 16: Erros Comuns e Vícios de Linguagem


Introdução
Olá, estimado(a) aluno(a)!

Vamos iniciar a disciplina de Comunicação nas Organizações, e tenho


certeza que você vai se surpreender com como é bom rever língua
portuguesa, comunicação e gramática com outro olhar!

Muitos graduandos se perguntam: “Por que tenho que estudar comunicação


ou língua portuguesa se não serei professor ou profissional de línguas ou
pedagogia?” Ora, é preciso ter consciência, como indivíduos que necessitam
afinar a comunicação para o sucesso tanto pessoal quanto acadêmico e
profissional, que a comunicação é o nosso cartão de visitas! O tratamento
dado à língua enfatiza seu conhecimento de mundo e suas diferentes
formas de interagir. Já é sabido que as modalidades oral e escrita, formal
e informal, são práticas inerentes à língua; elas se complementam e não
andam sepa-radas. O jeito que você as usa é que dá status a cada uma
delas, conferindo-lhes poder de expressão e de convencimento em dada
circunstância.

Quanto à presente disciplina, vamos pensá-la em duas partes: primeiro,


aulas mais conceituais para que você tenha uma base e referências sobre
os estudos da linguagem. Falaremos de linguagem e sociedade, coesão
e coerência, estilos formais e informais e variações linguísticas, além de
um panorama sobre oratória, comunicação organizacional e
interpessoal no ambiente de trabalho. A outra parte conterá aulas com
assuntos gramaticais tais como o novo acordo ortográfico, problemas de
concordância,vícios de linguagem e erros comuns da língua portuguesa.

Espero que você faça bom uso deste material. Aproveite o momento para refl
e-tir sobre o jeito como você se comunica e para se conscientizar da
importância da leitura, além de sanar eventuais dúvidas acumuladas ao
longo do tempo.

“A leitura do mundo precede a leitura da palavra. Linguagem e realidade se


prendem dinamicamente”

Paulo Freire, educador, pedagogo e filósofo brasileiro

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01

Comunicação
e Socialização
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“Quem não se comunica se trumbica” - Chacrinha, comunicador

Ter uma boa comunicação escrita e falada certamente pode ampliar as


oportunidades no mercado de trabalho. O que se observa muitas vezes é que o
pro ssional concentra esforços em somente entender o que os recrutadores
esperam nas entrevistas e como eles devem se posicionar diante do gestor, mas se
esquecem de que dominar o português demonstra que ele tem um nível básico de
educação e que está preparado para se comunicar em situações diversas, sejam
elas com seus colegas de trabalho, clientes ou fornecedores.

Falar e escrever bem é importante tanto ao participar de um processo seletivo


como para atuar ativamente bem no seu trabalho, a nal, do que adianta ser um
pro ssional com grande experiência e boa formação se você não tiver uma
comunicação clara, que transmita todo o seu conhecimento? Acredite: um
português bem falado e bem escrito faz a diferença.

Agora, estimado(a) aluno(a), pense nas seguintes questões:

Por que o homem se comunica?


O jeito que um grupo ou indivíduo se comunica tem a ver com o meio social
em que vive?
Comunicar-se é essencial para a vida ou é possível “existir” sem ter contato
com a escrita, a fala e o contato social?

Agora pense em sua casa, seu bairro, sua escola, sua turma. Esses certamente
foram os primeiros meios sociais em que você viveu, e a comunicação foi o canal
pelo qual sua cultura foi transmitida a você.

Foi usando a linguagem, falando e ouvindo, escrevendo e lendo, que você


aprendeu a ser membro de sociedade (DÍAZ BORDENAVE apud INFANTE, 1998), que
adotou seu modo de pensar e de agir, suas crenças e valores, seus hábitos e tabus.
Não foram os professores na escola que lhe ensinaram sua cultura: foi a
comunicação diária com pais, irmãos e amigos, na rua, no ônibus, no jogo, no bar e
na igreja que lhe transmitiu, ainda criança, as qualidades essenciais para viver em
sociedade e ser cidadão.

Utilizar bem a linguagem e a interpretação vai muito além do que apenas falar ou
escrever: é fazer parte de grupos sociais, ascender pessoal e pro ssionalmente,
adquirir e compartilhar conhecimento. A comunicação confunde-se com nossa

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própria vida. Temos tanta consciência de que comunicamos como de que
respiramos ou andamos. Somente percebemos sua importância quando, por um
acidente ou doença, perdemos a capacidade de nos comunicar. Você sabia que
pessoas que foram impedidas de se comunicar durante longos períodos
enlouqueceram ou caram perto da loucura?

Díaz Bordenave (1986) traduz em exemplos do dia a dia a importância da


linguagem e da comunicação em diferentes contextos:

“Alguém fez, uma vez, uma lista dos atos de comunicação que um
homem qualquer realiza desde que se levanta pela manhã até a hora
de deitar-se, no m do dia. A quantidade de atos de comunicação é
simplesmente inacreditável, desde o ‘bom dia’ à sua mulher,
acompanhado ou não por um beijo, passando pela leitura do jornal, a
decodi cação de número e cores do ônibus que o leva ao trabalho, o
pagamento ao cobrador, a conversa com o companheiro de banco, os
cumprimentos aos colegas no escritório, o trabalho com documentos,
recibos, relatórios, as reuniões e entrevistas, a visita ao banco e as
conversas com seu chefe, os inúmeros telefonemas, o papo durante o
almoço, a escolha do prato do menu, a conversa com os lhos no
jantar, o programinha de televisão, o diálogo amoroso com sua
mulher antes de dormir, e o ato nal de comunicação num dia cheio
dela: ‘boa noite’.” (Díaz Bordenave, 1986)

Assim, vale ressaltar a importância de estar atento ao modo como nos


comunicamos em diferentes meios que convivemos. É fato que ninguém usa o
mesmo linguajar, as mesmas palavras, postura e tom de voz quando conversa
com os amigos em uma festa e quando trata com o patrão no ambiente de
trabalho. São contextos díspares que exigem uma percepção e uma fala para cada
um deles. Misturá-los é perigoso, causa uma impressão errada e pode até lhe
retirar de algum meio de convívio social.

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No lme “O Náufrago”, de Robert Zemeckis, Chuck Noland (Tom Hanks)
ca sozinho em uma ilha deserta depois de um desastre de avião. A
certa altura da trama, ele “faz amizade” com uma bola de vôlei, à qual
ele chama de Wilson – a marca da bola. À primeira impressão, o
espectador pode achar que Chuck cou louco por conversar e dedicar
sentimentos a uma bola, mas o que se percebe é o contrário: ele sabe
que cará louco se não socializar com alguém na ilha. Logo, conversa
com um objeto e a ele atribui características humanas para evitar ir à
loucura enquanto está sozinho.

Leia um texto sobre as teorias da comunicação do lme e sua relação


com o contexto corporativo em

Comunicação e Tecnologia
Após a revolução industrial, no início do século XIX, houve a invenção de máquinas
capazes de produzir, armazenar e difundir linguagens, tais como a fotogra a, o
cinema, os meios de impressão grá ca, o rádio, a TV, o computador e seus
derivados, tablet, iphone, celulares, etc. Com um simples apertar de botões ou por
meio de uma tela touch screen, as notícias nos chegam da mesma forma como nos
chegam a água e a eletricidade.

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Atualmente, com o avanço da tecnologia, existe também a indústria 4.0, na qual a
linguagem da comunicação é feita quase que totalmente entre as próprias
máquinas, utilizando-se, inclusive, da tecnologia da linguagem computacional
denominada “Internet das coisas”, obviamente que necessitando de um ser
humano para o seu desenvolvimento. Nesse contexto, “o mundo está no início de
uma quarta revolução industrial, e essa revolução está acontecendo devido à
eliminação dos limites entre o mundo digital, o mundo físico, que são as coisas, e o
mundo biológico, que somos nós” (IEASP, 2016).

Acompanhe as principais invenções históricas a favor da comunicação:

JORNAL - o primeiro exemplar data de 59 a.C., em Roma, quando Julio César


quis informar o povo sobre os mais importantes acontecimentos sociais e
políticos do seu império. Até hoje, tem praticamente a mesma função.
RÁDIO - com sua primeira transmissão datada de 1900, foi um marco na
história, pois ao contrário do jornal, as ondas do rádio tinham um alcance de
pessoas e velocidade e informação muito superiores.
TELEVISÃO - em 1924, a TV trouxe a junção dos componentes grá cos
(imagens e guras) de um jornal com os componentes de áudio do rádio (a
fala), o que tornou possível ver imagens em movimento juntamente com o
áudio.
INTERNET - desenvolvida em 1969 nos EUA para ns de comunicação militar,
tinha o nome de ArpaNet. Com o m da Guerra Fria, o sistema tornou-se
praticamente desnecessário para ns militares e o Exército decidiu levá-lo a
público.

Fazendo um resumo, vê-se um processo crescente em que o homem desenvolveu


a linguagem depois dos desenhos nas cavernas, com a escrita, o papel, as
impressões manuais e as mecânicas, sendo assim possível a informação cruzar
grandes distâncias geográ cas, culturais e cronológicas.

Passamos pelos meios de comunicação como jornais e revistas, rádio e televisão, e


chegamos à nossa época, à qual chamamos de Era da Tecnologia e da Informação.
Na Era da Tecnologia, o computador é o carro-chefe. Quando foi desenvolvido em
1943, era uma máquina gigantesca que ocupava uma sala inteira e só servia para
fazer cálculos, até 1971, quando surgiu nos EUA o primeiro microcomputador.

Andando lado a lado com a evolução dos computadores, está a Internet, que nem
sempre foi da maneira que a conhecemos: na verdade, ela foi desenvolvida para
ns militares e não passava de um sistema de comunicação entre as bases

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militares dos EUA. Em 1971, a até então chamada ArpaNet passou a ser usada por
acadêmicos e professores universitários, principalmente nos EUA, para trocarem
ideias e mensagens, e então recebeu o nome de Internet. A disseminação e a
popularização da rede no Brasil aconteceram no nal da década de 1990, e aos
poucos foi se tornando aquilo que conhecemos hoje: indispensável para a nossa
vida, pois estar conectado à rede mundial é uma fonte de conhecimento,
interatividade, diversão e, acima de tudo, de comunicação.

Gírias, jargões e os Grupos Sociais


Considerando o grupo social do qual o sujeito faz parte, ele passa a dominar
determinado tipo de vocabulário e expressões que não são compreendidos dentro
de outro grupo social. É o caso dos diferentes jargões utilizados em discursos
jurídicos, médicos, presidiários, cantores, jogadores de futebol, chefes de cozinha,
etc. Cada grupo especí co possui palavras que são frequentemente utilizadas em
seu dia a dia, mas que di cilmente são compreendidas dentro de outro grupo
social.

GÍRIA x JARGÃO

A gíria teve sua origem na maneira de falar de grupos marginalizados


que não queriam ser entendidos por quem não pertencesse ao grupo.
Hoje, entende-se a gíria como uma linguagem especí ca de grupos
especí cos, como os jovens. Já o jargão é o modo de falar especí co de
um grupo, geralmente ligado à pro ssão. Existe, por exemplo, o jargão
dos médicos, o jargão dos especialistas em informática, etc.

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A gíria
Conceitualizando, Araújo e Sousa nos dizem que

(...) gíria é o tipo de linguagem que surge restrita a um determinado


grupo, como um código, que com o passar dos tempos invade a
sociedade sendo utilizada pelas pessoas até de forma inconsciente,
independentemente da idade ou nível social da qual fazem parte,
tornando o seu uso muito frequente em qualquer situação de
interação. (ARAÚJO E SOUZA, s/d).

Na prática, sabemos que a gíria é uma fala informal, que varia conforme o grupo e
a época. Você se lembra das gírias que falava quando criança? São as mesmas que
os jovens falam hoje? Certamente a resposta é não. Caso alguém leia este mesmo
material em 2030, por exemplo, as gírias atuais aqui expostas já serão
ultrapassadas.

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Gírias comuns nos anos 1980 Gírias comuns nos anos 2010

Nossa, peguei ranço dele.


Putz, grila! Para de ser biscoiteira, só quer
Isso é do balacobaco! atenção!
Essa foto é do arco da velha. Partiu?
Que ideia de jerico! Deu ruim!
Você fala mais que o homem da Hoje vou sair com o meu/a minha
cobra… crush.
Vamos tomar umas birinaites? Sua irmã divou no evento ontem!
Repete isso, volta a ta! Cola lá em casa pra gente ver lme…
Vira o disco, fala outra coisa! Que estilo mais chavoso, hein!
Você é um chato de galochas Falou tudo! Lacrou!
Tô gamado! A festa foi top!
Sacou? Hoje o chefe está pistola com a
Tô na pindaíba… sem um tostão gente.
furado. Meu celular bugou.
Ela é pra frentex, toda modernosa… Pode pá! Entendi!
Vamos deixar rolar… Vamos sair de rolê?
Ele é meu parça!

Fonte: elaborado pela autora.

E quem cria as gírias? - Nós mesmos, os próprios falantes de uma língua. E elas
podem surgir nas mais diversas situações tais como contextos culturais, de
entretenimento, na internet, na rua, em um vídeo que viraliza... São expressões que
normalmente não fariam sentido nenhum, ou têm algum sentido completamente
diferente daquele em que são usadas, mas o fato é que as gírias enriquecem a
linguagem de tal forma que, em determinados casos, é impossível ser
compreendido sem usar nenhuma.

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Veja mais alguns exemplos da evolução as gírias desde os anos 60:

O jargão
Imagine que você está em um hospital e ouve um médico conversando com outro.
Um deles diz:

- Em relação à dona Maria, o prognóstico é favorável ao caso de pronta-suspensão


do remédio.

É provável que você tenha levado algum tempo até entender o que o médico falou,
pois ele utilizou termos com os quais os dois colegas médicos estão acostumados.
Com a paciente, o médico deve falar de uma maneira mais simples, como: "Bem,
dona Maria, a senhora pode parar de tomar o remédio, sem problemas.”

Este é um caso de jargão – no caso, médico.

Jargão é o modo de falar usando termos especí cos de um grupo, geralmente


ligados à pro ssão. Para Dino Preti, professor titular de língua portuguesa da PUC-
SP, jargão é a "linguagem cientí ca ou técnica banalizada". Por de nição, é uma
forma de falar inadequada à situação. “A pessoa quer se promover, mostrar que
fala uma linguagem que o outro desconhece”, segundo o professor. Mas muitos
especialistas dizem que os jargões são frases prontas que tiram a autenticidade do
texto porque são consideradas antiquadas.

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Você sabe o que signi ca brie ng, feedback e ranking? São termos do
chamado “corporativês”. Nessa linguagem, muitos jargões são
emprestados da língua inglesa e nem foram traduzidos para o
português. As pessoas que não sabem o signi cado desses termos
podem prejudicar a comunicação, assim como aquelas que os usam a
todo o momento, pois podem se expressar de maneira incorreta e
“forçada”. Se o pro ssional está em uma conversa entre amigos, não há
necessidade de usar esses termos, pois pode passar uma imagem de
arrogância. Quem não conhece bem o signi cado dos termos é melhor
não utilizá-los! Conheça uma lista desses jargões em inglês em

Apesar da rapidez com que os jargões são disseminados, é importante levar em


conta o ambiente e a situação em que estamos para saber utilizar a língua de
modo adequado. Dessa forma, é possível estabelecer uma comunicação e caz,
alcançando o objetivo por parte do emissor e, ao mesmo tempo, a compreensão
por parte do receptor.

Cada pessoa e grupo social possui uma maneira própria de falar e criar suas
próprias marcas linguísticas. Tais marcas produzem uma variedade não apenas no
âmbito geográ co, mas também no âmbito pro ssional. Em suma, a língua varia de
acordo com os elementos regionais, socioculturais e contextuais, conceitos que
veremos mais adiante neste curso.

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Você já ouviu falar em anglicismo? Trata-se do uso de termos da língua
inglesa mesmo quando existem as mesmas palavras na língua
portuguesa. Há quem diga que são termos indispensáveis para dar um
ar mais “chique”, pro ssional ou corporativo à situação, mas outros
defendem que é um exagero, já que os mesmos termos podem ser
encontrados em português. O que você acha? Exagero ou necessidade?

Passatempo em vez de hobby.


Assessoria em vez de coaching.
Roupa em vez de out t.
Aparência em vez de look.
Registro de entrada em vez de check in.
Registro de saída em vez de check out.
Cópia de segurança em vez de backup.
Senha em vez de password.
Cobrir em vez de cover.
Prazo máximo em vez de deadline.
Experiência em vez de know-how.

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02

Elementos da
Comunicação
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“Se você falar com um homem em uma linguagem que ele compreende,
isso entra na cabeça dele. Se você falar com ele em sua própria linguagem,
você atinge seu coração.” (Nelson Mandela)

No mundo moderno e tecnológico, a palavra comuniçação tornou-se chave na


observação das relações humanas e no comportamento individual e coletivo.

De acordo com Martins e Zilberknop (2010), comunicar é buscar entendimento e


compreensão; é manter contato. “É uma ligação, transmissão de sentimentos e de
ideias.” Por isso, comunicar-se bem não signi ca apenas falar bonito, mas ser
e ciente no momento de transmitir mensagens, isto é, fazer com que elas
alcancem os objetivos propostos pelo emissor. Nesse sentido, comunicamos
e cientemente quando o receptor compreende a mensagem segundo os
objetivos daquele que a produz.

Quando falamos em linguagem, não estamos falando apenas da


linguagem escrita e do português padrão, correto e formal. A
comunicação utiliza vários tipos de linguagens tais como a linguagem
corporal, o tom de voz, os símbolos, as cores, etc. Além dos diferentes
tipos de linguagens, devemos considerar a diversidade de contextos
sociais e indivíduos culturais diferentes entre si. O diálogo realizado
entre amigos no nal da tarde em um happy hour não é o mesmo
diálogo realizado pelos colegas dentro da empresa ou em uma reunião
com a diretoria. Todos os lugares possuem suas regras próprias,
inclusive os locais considerados informais. Ninguém chega à casa de um
amigo e vai entrando no quarto sem pedir licença. Assim, acontece com
a linguagem.

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Elementos da Comunicação
Um dos primeiros estudiosos a considerar quais elementos são necessários para
que uma comunicação e caz aconteça foi Roman Jakobson (1896-1982). Para esse
linguista russo, há basicamente seis funções determinadas de acordo com o
elemento em que a ênfase da mensagem recai.

Veja o esquema:

Fonte: arquivo pessoal

Cada um desses elementos é responsável por tornar a comunicação e caz. Se um


deles não existe ou falha, acontece o chamado “ruído” na comunicação, ou seja, a
mensagem não acontece totalmente.

Vamos a cada um deles:

EMISSOR: é aquele que envia a mensagem. Pode ser uma pessoa, uma
empresa, uma equipe, etc. Nem sempre é uma única pessoa a responsável
pela transmissão de uma mensagem.
MENSAGEM: é o conteúdo informativo enviado de um emissor para um
receptor.
RECEPTOR: é aquele que recebe a mensagem enviada pelo emissor.

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CANAL DA COMUNICAÇÃO: é qualquer meio pelo qual a mensagem é
enviada. Pode ser a voz, celular, computador, livro, propaganda, gestos,
outdoor, etc.
CÓDIGO: é a língua em que a mensagem é escrita ou falada.

Para ilustrar onde entra cada um desses elementos, imagine uma situação comum
do cotidiano:

Janaína quer lembrar o esposo, Roberto, de algo que ela disse a ele
no café da manhã, antes de saírem para trabalhar: “Amor, não se
esqueça de trazer um suco para o jantar, tá?”

Ela, então, envia uma mensagem de texto pelo WhatsApp


reforçando que ele pare em um supermercado depois do trabalho e
compre o suco.

Roberto responde a mensagem e logo chega em casa com uma


caixa de suco debaixo do braço. Mas tem algo errado: ele comprou
suco de laranja, e Janaína queria suco de uva.

Nesse exemplo, temos o esquema:

Continuando nossa historinha:

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No supermercado, Roberto tira uma foto da caixa de suco, envia
para Janaína e vai para casa. No entanto, por algum motivo, a
mensagem com a foto não chegou e Janaína não viu que ele iria
levar suco de laranja, e não de uva.

Será que rolou uma “DR” ou o jantar seguiu em paz?

Assim, o processo de comunicação não foi totalmente satisfatório nesse caso


porque houve uma falha em um dos elementos - no canal, na hora de enviar a foto
- e a mensagem não foi recebida. A essa falha dá-se o nome de ruído.

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O QUE É RUÍDO NA COMUNICAÇÃO?

Uma comunicação só é efetivamente realizada quando há compreensão


por parte do interlocutor. Sem que haja a recepção, uma mensagem
emitida de nada serve. A isso se chama ruído na comunicação. Este
ruído ocorre quando a mensagem não é decodi cada corretamente
pelo receptor. São vários os fatores que podem atrapalhar na
identi cação dos elementos da comunicação. Desde a voz baixa do
locutor até o barulho de um ambiente ou ainda um código de signos
desconhecidos pelo receptor.

Fonte: CEGALLA, D.P. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. 48.


ed. São Paulo: Editora Nacional, 2008.

Em suma, comunicar-se bem não signi ca falar bonito, mas sim apresentar
e ciência na transmissão das mensagens, isto é, que elas alcancem os objetivos
propostos pelo emissor. Nesse sentido, comunicamos e cientemente quando o
receptor compreende a mensagem segundo os objetivos daquele que a produz.

Para tanto, é necessário ser o mais claro e objetivo dentro do processo


comunicativo para que o receptor compreenda e responda aos objetivos do
emissor de modo positivo.

23
Erro de português x Falha de comunicação

Há uma diferença entre erro de português – palavras escritas de forma


errada, problema de acentuação, de pontuação, de gramática – e erro
de comunicação. Este último é qualquer problema escrito/falado que
não apresenta exatamente erros de português, mas foi uma mensagem
transmitida de tal forma que que confuso e causa dúvidas em quem
está lendo/ouvindo.

Façamos um pequeno teste: você está procurando um dentista e chega à frente de


duas portas. Em uma delas há uma placa (com perdão do exagero no exemplo):
“Cirurgião Dentístico” e na outra, “Consultório Odontológico”. Em qual das duas
você entraria?

A primeira expressão não apresenta erro nenhum, mas simplesmente não é


comum na nossa linguagem. O dentista não tem obrigação de escrever tudo
sempre certo, mas na hora de comunicar seu serviço ao público, ele o deve fazer de
forma coerente. Senão, criará uma imagem errada de sua competência
pro ssional.

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03

Variações
Linguísticas
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“A linguagem existe para que nos sirvamos dela, não para que sirvamos a ela” -
Fernando Pessoa, poeta.

Nos espaços sociais em que vivemos, temos a oportunidade de encontrar diversas formas
de linguagem escolhidas dependendo da intenção do emissor. Vejamos algumas
informações sobre as características e os aspectos mais relevantes que demarcam as formas
de linguagem, sejam elas no plano verbal ou no plano não verbal.

No instante em que você põe os olhos em um texto, você o lê. Por que você o leu? Porque, a
partir do momento que você se alfabetizou, torna-se um ato instintivo, automático. Placas,
sinais, lmes, livros, bilhetes, posts, todas essas manifestações só existem porque existe a
linguagem aprendida.

Já vimos nas aulas anteriores que a linguagem está diretamente relacionada à prática social.
Ela é viva e dinâmica, e tanto modi ca a sociedade quanto é por ela modi cada. Nos estudos
sobre o assunto, a linguagem é abordada e entendida a partir de três vertentes, e a prática
social é uma delas:

A linguagem é algo externo ao sujeito


É um conjunto de regras e formas aprendidas, e só existe comunicação se o emissor e o
receptor dividirem o mesmo código.

A linguagem é uma capacidade inerente ao ser humano


Ela se faz na vida do ser humano a partir em que seu cérebro e corpo começam a car
su cientemente maduros para isso.

A linguagem é uma prática social


Ela surge da necessidade do homem de viver em grupos sociais e de realizar trocas com os
integrantes desses grupos.

Fonte: adaptado de Mendonça, 2012.

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Além do português padrão, há outras variedades que são usadas em situações informais
diversas e diferentes de acordo com o contexto e sujeitos do processo comunicativo. Fatores
tais como escolaridade, nível social, idade, região, etc. são responsáveis por determinado
tipo de linguajar que pode ser discriminado inclusive dentro de situações informais.

Infelizmente, a língua é vista como um status social e há muito preconceito em relação às


pessoas que não sabem utilizar a norma padrão e culta da língua portuguesa, mas conhecer
as variações linguísticas é importante justamente para combater esse preconceito.

Leia o seguinte trecho:

Antigamente
Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito
prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas,
mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas cavam
longos meses debaixo do balaio. (...) Antigamente, acontecia o indivíduo apanhar
constipação; cando perrengue, mandava o próprio chamar o doutor e, depois, ir à
botica para aviar a receita, de cápsulas ou pílulas fedorentas. Antigamente, os
homens portavam ceroulas, botinas e capa-de-goma, não havia fotógrafos, mas
retratistas, e os cristãos não morriam: descansavam.Mas tudo isso era antigamente,
isto é, outrora.

Carlos Drummond de Andrade, in: Quadrante (1962), obra coletiva. Reproduzida


em Caminhos de João Brandão, José Olympio, 1970.

É perceptível que nele existem expressões que já não usamos mais, tais como mademoiselles,
janotas, pé-de-alferes, balaio, botica, ceroulas, outrora. O texto de Drummond fala exatamente
disso: de como se falava antigamente.
Caso fôssemos adequá-las ao vocabulário atual, como caria? Os termos em destaque
seriam substituídos por “mina”, “gatinha”, “cantadas”, “da hora”, “os caras”, “a galera,”
“farmácia”, “cuecas” e assim por diante.

Perceberam que a língua é dinâmica? Ela sofre transformações com o passar do tempo em
virtude de vários fatores advindos da própria sociedade, que também é totalmente mutável.

27
Ou seja: todo mundo tem seu jeito de falar, seja por história pessoal ou coletiva. O que vale
lembrar é que não existe certo ou um errado quando a questão é sotaque, por exemplo, ou
vocabulário diferente de uma geração ou região para outra.

Errado é o que não está de acordo com a gramática vigente. As diferentes formas de falar a
língua portuguesa são chamadas de variações linguísticas.

Segundo Moysés (2014),

“[...] o português, como qualquer outra língua, não é estático e imutável. Assim
sendo, podemos dizer que uma língua não é uma unidade homogênea e
uniforme. Ela poderia ser de nida como um conjunto de variedades. É esta
diversidade que faz surgir os níveis de linguagem que variam de acordo com o
nível social, econômico, cultural e geográ co. No Brasil há uma grande
variedade de pronúncia e vocabulário: há diferentes sotaques: o sotaque
mineiro, o gaúcho, o nordestino, etc. Também no vocabulário observam-se
diferenças entre regiões e também na fala de quem mora na capital e de quem
vive na zona rural” (MOYSÉS, 2014).

Assim, essas variações são dividas em:

Variação histórica - a língua sofre variações devido ao tempo transcorrido


Variação regional - a língua sofre variações devido ao lugar em que o falante vive
Variação sociocultural - a língua sofre variações devido à condição social, econômica
e educacional e ao meio cultural em que o falante vive

Variação Histórica
É aquela que sofre transformações ao longo do tempo. Por exemplo, a palavra “você”, que
no tempo do Brasil colônia era “vossa mercê” e depois virou “vosmecê”. O mesmo acontece
com as palavras escritas com PH, como era o caso de pharmácia, agora, farmácia.

No século IX, seria comum encontrar uma placa em algum local público onde se lêsse:

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Veja como a gra a era diferente. Estava errado? Não, pois na época, era assim que se
escrevia.

É famoso nas redes sociais e por quem estuda variações linguísticas o “cartão da paquera”,
nome usado para identi car o bilhete do século XIX encontrado no acervo bibliográ co que
pertenceu ao gaúcho Othelo Rodrigues Rosa, jornalista, escritor, poeta e historiador que
morreu em 1956.

29
Acredita-se que o galanteio seja obra de algum expert em fazer a corte às damas da época.
Ao que tudo indica, o dono do cartão de fato se deu bem, uma vez que é possível observar
no cartão original uma discreta marca no canto inferior direito do cartão.

E você, em tempos de aplicativos de encontros e amores líquidos, o que achou do método?

Variação Regional
São as variações ocorridas de acordo com a cultura de uma determinada região como, por
exemplo, a palavra mandioca, que em certas regiões é tratada por macaxeira e aipim; e
abóbora, que também é conhecida como jerimum dependendo do estado brasileiro. O
sotaque também é uma variação regional, como em regiões que puxam o “r” ou ainda falam
“tu” mesmo que não conjugue o verbo corretamente (tu é, tu vai, etc.).

30
Uso de “r” pelo “l” em nal de sílaba e nos grupos consonantais: dizem pranta,
broco ao invés de planta, bloco.

Alternância de “lh” e “i”: dizem muié, véio ao invés de mulher, velho.


Tendência a tornar paroxítonas as palavras proparoxítonas: dizem arve,
go ao invés de árvore, fígado.
Redução dos ditongos: dizem pexe, caxa ao invés de peixe, caixa.
Simpli cação da concordância: dizem “as menina” ao invés de “as
meninas”.
Ausência de concordância verbal quando o sujeito vem depois do verbo:
dizem chegou duas moças ao invés de chegaram duas moças.
Uso de pronome pessoal tônico em função de objeto: dizem “Nós pegamos
ele” ao invés de “Nós o pegamos”.
Assimilação do “ndo” em “no”: dizem falano ao invés de falando.
Assimilação do “mb” em “m”: dizem tamém ao invés de também.
Desnasalização das vogais postônicas: dizem home ao invés de homem.
Redução do “o” e do “e” átonos: dizem ovu ao invés de ovo, bébi ao invés
de bebe;
Redução do R do in nitivo ou de substantivos terminados em OR: dizem
amá, amô ao invés de amar, amor.
Simpli cação da conjugação verbal: dizem “nós ama, eles ama” ao invés de
“nós amamos, eles amam”.

Fonte: Nery, 2007

Variação Sociocultural
É aquela pertencente a um grupo especí co. Neste caso, podemos destacar as gírias, a
linguagem coloquial usada no dia a dia das pessoas e a linguagem formal, que é aquela
utilizada por pessoas com maior grau de instrução.

31
Também fazem parte deste grupo os jargões, dos quais já falamos na Aula 2, que pertencem
a uma classe pro ssional mais especí ca, como é o caso dos médicos, pro ssionais da
informática e policias, dentre outros.

Diante de tantas variantes linguísticas, é inevitável perguntar qual delas é a correta.


Resposta: não existe uma opção correta em termos absolutos, mas sim, a mais adequada a
cada contexto. Dessa maneira, falar bem signi ca se mostrar capaz de escolher a variante
adequada a cada situação e conseguir o máximo de e ciência dentro da variante escolhida.

Usar o português próprio da língua escrita formal em uma situação descontraída da


comunicação oral é falar de modo inadequado. Soa como pretensioso, pedante, arti cial. Por
outro lado, é inadequado em situação formal usar gírias, termos chulos, desrespeitosos,
fugindo das normas típicas dessa situação.

Linguagem Formal e Informal


A linguagem formal é baseada na norma culta, que é o modelo de padrões linguísticos que
determinam seu uso correto. Em outras palavras, é aquela linguagem sem erros e gírias
utilizada em livros, revistas, documentos o ciais, etc. Como podemos ver, a linguagem
formal é voltada principalmente para a comunicação escrita e vai de acordo com a
gramática vigente.

Por outro lado, quando conversamos espontaneamente e fazemos o uso de formas


reduzidas tais como “cê” (você), “taí” (está aí), “pra” (para), por exemplo, temos a linguagem
informal. Neste caso, nos comunicamos principalmente por meio da fala e de maneira
coloquial. Um famoso exemplo da diferença existente entre tais é o poema “Pronominais”,
de Oswald de Andrade.

Veja:

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Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.

O primeiro verso foi escrito de acordo com a norma culta, logo, em uma linguagem formal,
pois o verbo (dar) vem antes do pronome (me). A gramática diz que o pronome (no caso
“me”) nunca deve vir antes do verbo em começo de frase. No último verso, já ocorre o
contrário: o pronome (me) vem antes do verbo (dar), representando assim a forma como
falamos e também a linguagem informal. Mas não podemos dizer que se trata de uma forma
errada: é somente inadequada em ocasiões e discursos formais.

Características da linguagem formal


Preserva as convenções gramaticais e sempre respeitando a norma culta da língua
portuguesa.
É utilizada para comunicação com autoridades e superiores em organizações, em
conferências, palestras e seminários, documentos o ciais e discursos públicos.
Envolve a comunicação entre pessoas que não se conhecem ou possuem pouca ou
quase nenhuma a nidade.
Também chamada de norma culta ou padrão.

Características da linguagem informal


Preza pela descontração e pelo relaxamento quanto às regras gramaticais.
Permite o uso de palavras mais simples, abreviadas e até gírias.
É muito utilizada na comunicação entre amigos, colegas, familiares e pessoas com alto
grau de envolvimento e relacionamento.

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Também chamada de linguagem coloquial.

Existem diferentes situações de comunicação. Uma mesma pessoa pode escolher uma
forma de linguagem mais conservadora numa situação formal ou um linguajar mais
informal, em situação mais descontraída. Quantas vezes isso não acontece conosco no
cotidiano? Na família e com amigos falamos de uma forma, mas numa entrevista de
emprego é muito diferente.

O sucesso da comunicação não depende apenas de saber utilizar os elementos do processo


comunicativo. É preciso que o emissor considere, antes de qualquer coisa, quem é o seu
público-alvo. Após estar ciente de quem receberá sua mensagem, o emissor deverá, então,
adequar sua mensagem utilizando uma linguagem que atinja seu receptor da melhor forma.
Para isso, é imprescindível levar em conta o contexto de comunicação, ou seja, se é um
ambiente formal ou informal. Além disso, é importante compreender as expressões, gírias
ou jargões especí cos do público-alvo para que a comunicação ua da forma mais natural
possível.

Sotaques são fascinantes. É curioso perceber como uma entonação ou palavra


são tão diferentes em lugares distintos do mesmo país, e com um país tão
grande e diverso como o Brasil. Então escolha sabiamente, pois a chave para o
sucesso está em alguma pronuncia entre o Oiapoque ao Chuí! Assista a uma
sketch bem humorada do grupo Porta dos Fundos sobre um inusitado candidato
com diversos sotaques em uma entrevista de emprego:

34
04

Coesão e Coerência

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“Sou todo incoerências. Vivo desolado, abatido, parado de energia, e
admiro a vida, entanto como nunca ninguém a admirou!” - Mário de Sá-
Carneiro, poeta e contista português

Coesão e coerência são elementos fundamentais para a construção de um bom


texto. Para que um discurso tenha êxito, seja oral ou escrito, ele deve construir um
signi cado, ou seja, precisa ter coerência. Para tanto, deve-se usar elementos que
estabeleçam ligação entre as partes, isto é, que con ram coesão ao discurso.

Chamamos de coesão os elementos conectivos que criam as relações de sentido


dentro do texto. O uso inadequado desses elementos pode causar a falta de
coerência. Podemos dizer então que o elemento conectivo tem o poder de
determinar a coerência textual. Vejamos o exemplo de duas informações
transmitidas separadamente:

1. Ontem fez sol.


2. Fui à praia.

Apesar de haver sentido entre as orações, não há nenhum


elemento conectivo para estabelecer uma ligação entre elas. O
ponto nal faz uma separação entre as duas orações. Vamos
acrescentar um elemento coesivo para que o texto que
articulado. Temos duas opções:

a. portanto
b. entretanto

Qual é o conectivo correto?

Se a sua escolha foi a alternativa a), você acertou, pois o


conectivo “portanto” indica uma conclusão. “Entretanto” é uma
adversativa e quer dizer “mas, porém, todavia”.

1. Ontem fez sol, portanto fui à praia - há coerência.


2. Ontem fez sol, entretanto, fui à praia - não há coerência.

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E se eu quisesse usar o conectivo “entretanto”, faria sentido? Não. Para isso, eu
teria que alterar a oração, assim:

Ontem choveu, entretanto, fui à praia - há coerência.

Podemos então resumir que coesão tem a ver com a estrutura da oração e
coerência tem a ver com o sentido dela - e, claro, uma está ligada à outra.

Os elementos conectivos
TEXTO 1: Sem conectivos TEXTO 2: Com conectivos

Fui à escola. Comprei um sanduíche Fui à escola e comprei um sanduíche


na cantina. Saí da escola. Fui na cantina, mas fui assaltado na
assaltado na esquina
esquina. Voltei para casa sem quando sai da escola e voltei para
dinheiro. casa sem dinheiro.

Os conectivos são responsáveis por estabelecer relações de sentido entre


segmentos de um texto (palavras, frases, parágrafos, etc.). Os principais conectivos
são as conjunções e as locuções conjuntivas. Antunes (apud Silva, 2017), apresenta
duas funções fundamentais para o estudo da coesão e dos conectivos: a) entender
que os conectivos são elementos de ligação de partes do texto e b) esses
elementos indicam uma relação de sentido e de orientação argumentativa.

Vamos estudar essas relações de sentido:

37
Relações lógico-discursivas (coesão)
Relação de causalidade
É aquela que expressa uma causa para o fato apresentado. As
conjunções aqui utilizadas são: porque, pois, por isso, já que, visto
que, uma vez que, etc.

NÃO VOU AO CINEMA PORQUE ESTOU SEM DINHEIRO.

CAUSA: ESTOU SEM DINHEIRO


CONSEQUÊNCIA (FATO APRESENTADO): NÃO VOU AO CINEMA.

Relação de condicionalidade
A relação se condicionalidade se dá quando um segmento expressa
uma condição para que outra coisa aconteça. São orações com
conjunções condicionais: se, caso, contanto que, a menos que, salvo
se, desde que, etc.

SE EU TIVESSE DINHEIRO, IRIA AO CINEMA.

CONDIÇÃO ANTECEDENTE: SE EU TIVESSE DINHEIRO


CONSEQUÊNCIA HIPOTÉTICA: EU IRIA AO CINEMA

Relação de temporalidade
Expressa uma relação de tempo por meio de conectivos tais como
quando, assim que, logo que, enquanto, cada vez que, etc.

QUANDO EU TIVER DINHEIRO, EU IREI AO CINEMA.

CONDIÇÃO: TER DINHEIRO


CONSEQUÊNCIA: IR AO CINEMA
38
Relação de nalidade
A nalidade se estabelece quando há uma relação intenção x objetivo,
nalidade, propósito. Os conectivos usados são os do grupo do “para”:
para, para que, a m de, a m de que, etc.

QUERO TER DINHEIRO PARA IR AO CINEMA

OBJETIVO: TER DINHEIRO


FINALIDADE: IR AO CINEMA

Relação de oposição ou de adversidade


É quando um conteúdo expresso em um segmento se opõe ao
conteúdo do outro segmento. A relação de oposição está em frase que
contenham conjunções adversativas e concessivas, tais como mas,
porém, no entanto, embora, apesar de, etc.

QUERO IR AO CINEMA, PORÉM, NÃO TENHO DINHEIRO.

CONTEÚDO 1: DESEJO DE IR AO CINEMA


CONTEÚDO DE OPOSIÇÃO: NÃO TER DINHEIRO

Relação de adição
Na relação de adição, ocorre a inclusão de mais um elemento - um item
ou argumento. Contém conjunções aditivas, do grupo do “e”, que inclui
o também, ainda, além de, além disso, nem, etc.

EU TENHO DINHEIRO E VOU AO CINEMA!

39
ELEMENTO 1: TENHO DINHEIRO
ELEMENTO 2: E TAMBÉM VOU AO CINEMA

Relação de conclusão
Como o nome deixa claro, essa relação de coesão tem a ver com a
conclusão de um algo a partir das proposições presentes em um
segmento anterior do texto. É o grupo do “portanto”: logo, sendo
assim, dessa forma, então, etc.

EU TENHO DINHEIRO, PORTANTO, VOU AO CINEMA.

PROPOSIÇÃO: TENHO DINHEIRO


CONCLUSÃO: VOU AONDE EU QUISER

O estudo dos conectivos é cobrado em praticamente todos os


concursos públicos. Nos editais, a matéria a ser estudada aparece com
o nome de “Relações Lógico-Discursivas”, e também é o que deve ser
estudo quando exigem o tópico “Coesão e Coerência”. Conectivos
podem aparecer tanto em questões de gramática quanto serem
cobrados na escrita das questões dissertativas - as temidas redações.
Quer um exemplo? Nunca se deve começar o último parágrafo da
redação com uma conjunção adversativa, por exemplo. Esse parágrafo
é chamado de “Conclusão”, logo, deve ser iniciado com uma conjunção
conclusiva. Do contrário, a argumentação perde a coerência por não ter
um elemento de coesão correto e o candidato perde pontos na prova.

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Veja abaixo uma tabela com os principais conectivos e suas respectivas relações. A
maioria já foi explicada neste presente tópico; o restante, deixo com vocês,
estimados!

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Tipo de relação Alguns conectivos

Casualidade porque, uma vez que, visto que, já que, desde que, como

se, caso, desde que, contanto que , a menos que, sem


Condicionalidade
que, salvo que, exceto que

quando, enquanto, apenas, mal, antes que, depois que ,


Temporalidade logo que, assim que, sempre que, até que, desde que,
todas as vezes que, cada vez que

Alternância ou

Conformidade de acordo, conforme, consoante, segundo, como

Complementação que, se , como

Delimitação ou
pronomes relativos
restrição

Adição e, ainda, também, não só... mas também, além de, nem

mas, porém, contudo, entretanto, no entanto, embora,


Oposição
se bem que, apesar de

Justi cativa ou
isto é, quer dizer, ou seja, pois
explicação

Conclusão logo, portanto, pois, por conseguinte, então, assim como

Comparação como, mais... do que, menos... do que, tanto... quanto

Fonte: Silva, 2017


42
O link nos leva ao texto “Coerência textual: um estudo com jovens e
adultos”, um artigo que examinou se o estabelecimento da coerência
textual está relacionado à aquisição da leitura e da escrita com jovens e
adultos, em processo de alfabetização, em uma situação de produção
de texto.

Coerência
Como já falamos, coerência é relação lógica entre as ideias de um texto. Vamos a
uma breve de nição dos linguistas Platão e Fiorin (2007):

A palavra coerência, da mesma família de aderência e aderente,


provém do latim cohaerentia (formada pelo pre xo co = junto com,
mais o verbo haerere = estar preso). Signi ca, pois, conexão, união
estreita entre várias partes, relação entre ideias que se harmonizam,
ausência de contradição. É a coerência que distingue um texto de um
aglomerado de frases.

43
Ou seja: quando você transmite uma mensagem, certamente leva em consideração
quem vai recebê-la. Provavelmente você também se lembra de que alguns
cuidados devem ser tomados para que o receptor compreenda a mensagem.
Nessa tentativa de se fazer compreendido, você deve estabelecer alguns padrões
mentais que diferem o que é coerente daquilo que não faz o menor sentido, certo?

Intuitivamente, você está seguindo um princípio básico para uma boa escrita,
chamado de coerência textual. A coerência é uma conformidade entre fatos ou
ideias, é aquilo que tem nexo, conexão, portanto, podemos associá-la ao processo
de construção de sentidos do texto e à articulação das ideias.

“Frase assim escreve uma coerência sintática, mas ninguém ainda que conheça não”.
Não entendeu nada, certo? Pois é, ninguém escreve uma oração assim... Esse é o
princípio básico da sintaxe: construir frases nas quais os elementos da oração
estejam dispostos na ordem correta. Além disso, a coerência sintática evita a
ambiguidade e garante o uso adequado dos conectivos.

Duas placas que viralizaram nas redes sociais e que exempli cam a falta de
coerência são aquelas em que se lia PINTAMOS CASA A DOMICÍLIO e CORTAMOS
CABELO AO VIVO. Alguém aí consegue explicar?

O que é sintaxe?

Sintaxe (pronuncia-se “sintásse”) é a parte da gramática que estuda a


relação das palavras dentro das frases e das orações. Estuda, também,
a oração dentro do período, permitindo que a frase tenha sentido e que
as palavras estejam na ordem certa dentro da oração.

No Carnaval de 2014, a prefeitura de Porto Nacional, em Tocantins, lançou uma


inusitada campanha cuja faixa viralizou nas redes sociais. Ela dizia:

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Nesse caso claro de falta de coerência, percebe-se que a prefeitura queria passar
duas informações distintas: 1) que os foliões da cidade usassem camisinha para se
prevenir da dengue, 2) que os foliões combatessem o mosquito da dengue. Porém,
o uso do conectivo “e” dá a ideia lógica-discursiva de adição, de acréscimo de ideias
que se complementam, e não cabe no caso de duas ideias que não tem nada a ver.
A faixa, obviamente, virou piada.

Coerência Temática

É quando o texto discorrido - seja escrito ou falado - está de acordo com a


proposta. Esse é o princípio da coerência temática, que privilegia apenas ideias que
sejam relevantes para o bom desenvolvimento do tema.

Lembra-se do candidato do Enem que, na redação cujo tema era “Imigração Legal”,
escreveu uma receita de macarrão instantâneo do desenvolvimento? É um
exemplo - mesmo que exagerado e sem noção da parte do “engraçadinho” - de
falta de coerência temática.

Coerência Estilística

A coerência estilística diz respeito à variedade linguística adotada em um texto. Se


o emissor escolhe uma linguagem formal, é coerente que ele a use no texto inteiro.
Não faz o menor sentido começar uma redação utilizando uma linguagem culta e
de repente alterar o estilo e empregar a linguagem coloquial (ou informal).

Coerência Genérica

A palavra “genérica”, aqui, quer dizer “de gênero”; de gênero textual, ou seja, dos
estilos que existem (narrativo, informativo, descritivo, etc.) Tem a ver com a escolha
adequada do gênero textual. Existe um gênero para cada ato de fala e escrita: por

45
exemplo, se a intenção de quem escreve é anunciar algum produto para a venda,
provavelmente ele optará pela linguagem informativa, e não um poema. Se a
intenção é contar uma história, o conto ou a crônica são opções possíveis.

No exemplo abaixo, temos a transcrição de uma placa real de estrada com duas
informações coerentes e uma incoerente com o gênero informativo “placa de
sinalização”. Fica óbvio qual está fora de contexto, não é?

CRUZAMENTO PERIGOSO

REDUZA A VELOCIDADE

DOE LEITE MATERNO

Cabe aqui fazer uma observação: há casos em que o emissor da mensagem faz uso
da falta de coerência propositalmente para causar algum efeito poético ou de
humor.

Leia o trecho abaixo:

Subi a porta e fechei a escada.

Tirei minhas orações e recitei meus sapatos.

Desliguei a cama e deitei-me na luz

Tudo porque

Ele me deu um beijo de boa noite...

(Anônimo)

Fonte: Antunes, 2005.

Neste texto anônimo, a desordem das palavras é proposital, pois o “sentido” do


poema está justamente na desorganização da forma como as coisas foram ditas. A
intenção do autor era transmitir que as pessoas perdem o sentido; perdem a lógica
das coisas quando se apaixonam e subvertem a ordem natural dos eventos. As
pessoas cam bobas, incoerentes de uma forma poética quando estão
apaixonadas.

46
05

Comunicação
Interpessoal
47
As cinco essenciais habilidades empreendedoras para o sucesso são
concentração, discernimento, organização,inovação e comunicação.
Michael Faraday, cientista britânico.

Para começar, a comunicação deve ser entendida como parte inerente à natureza
das organizações, que são formadas por pessoas que se comunicam entre si e que,
por meio de processos de interação, viabilizam o sistema funcional para a
realização dos objetivos organizacionais. Portanto, sem comunicação as
organizações não existiriam. (KUNSCH, 2009).

Segundo, das várias competências comportamentais valorizadas no ambiente


empresarial - liderança, automotivação, trabalho em equipe, criatividade, etc. -
destaca-se a excelência na comunicação interpessoal, que é item fundamental
para o sucesso de líderes, colaboradores e equipes.

Ter habilidades de comunicação interpessoal é uma qualidade que as empresas


têm buscado cada vez mais nos pro ssionais, pois se trata de pessoas que têm
mais facilidade em passar ideias de uma maneira que todos possam entender sem
causar desentendimentos providos de ruídos na comunicação.

O que é comunicação interpessoal?


Comunicação interpessoal é a troca de informação que existe entre dois
ou mais indivíduos. Basicamente, trata-se de passar e receber
mensagens por meio da fala, da escrita, da mímica e dos meios
tecnológicos.

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Se você passou pelo porteiro hoje, acenou para ele e ele retribuiu,
automaticamente vocês realizaram uma interação de comunicação interpessoal.

No ambiente corporativo, devemos ter cuidado com a maneira como passamos as


mensagens para outras pessoas. Aliás, quantos casos você conhece de gente que
entrou em con ito simplesmente por causa de uma comunicação com ruídos? A
mensagem desejada não é passada, o locutor é mal interpretado e isso causa um
desconforto entre duas partes.

Uma comunicação interpessoal clara evita con itos, pois faz com que as
mensagens sejam passadas de uma maneira que os dois lados possam
compreender, resultando assim no sucesso da troca de informações.

Uma pesquisa realizada por Albert Mehrabian, psicólogo americano e


professor da Universidade da Califórnia – UCLA, constatou que as
formas de comunicação não verbais, aquelas feitas por meio de gestos,
postura corporal e contato visual, são 55% mais impactantes do que
outras formas de comunicação por ser uma forma universal de
relacionamento entre as pessoas. Ainda segundo Mehrabian, 38% do
impacto da comunicação estão no nosso tom de voz, e apenas 7% nas
palavras propriamente ditas. Desenvolver as habilidades de
comunicação não verbal e verbal, portanto, é essencial para
potencializar os resultados e construir harmonia nas relações
interpessoais.

49
Comunicação no ambiente
pro ssional
Comunicar-se não envolve apenas o que falamos, mas também a maneira que
levamos essas informações às outras pessoas. A linguagem corporal, o tom de voz
e o que você fala in uenciam na maneira como o outro recebe a sua mensagem.
Por isso, é preciso prestar atenção em como você se porta perto das pessoas com
quem interage, como fala com elas, qual o tom de voz que usa e como gesticula.

Enquanto exercemos nossas atividades diárias, é natural que estejamos sempre


comunicando algo. Claro que existem pessoas que demonstram mais facilidade em
estabelecer a comunicação interpessoal com outros; da mesma forma que há
quem considere tal prática irrelevante. Curiosamente, porém, quem não se atenta
às formas de comunicação interpessoal são os mesmos que costumam reclamar
que são “eternos incompreendidos”.

Aprimorar práticas de comunicação interpessoal pode impulsionar sua vida pessoal


pro ssional. Segundo a Endeavor, maior organização de apoio a
empreendedorismo e empreendedores de alto impacto no mundo, há meios de
sempre melhorar as relações corporativas por meio da comunicação. Vamos aos
mais importantes:

50
Utilize a comunicação interpessoal para resolver con itos – as
práticas de comunicação interpessoal são poderosas aliadas na
resolução e na prevenção de con itos. Não são raros casos de
pro ssionais que criam situações con ituosas porque se negam a
dedicar dez minutos do dia para trocar ideias, desfazer equívocos e
chegar a um consenso. Por isso, procure estimular o diálogo entre seus
funcionários. Atue como mediador, ouça as partes envolvidas e procure
aproximá-las para que tudo se resolva com serenidade.

Procure trocar algo mais que palavras –. O ideal é que, quando você
inicie a troca de informações com alguém, procure exercer a empatia,
ou seja, a capacidade de se colocar no lugar da outra pessoa. Assim,
você conseguirá conhecer fatos culturais que, talvez, você jamais
chegue a vivenciar.

Aprenda com seus interlocutores – a partir do momento em que você


está aberto para se comunicar, está também aberto para receber
aprendizados. Lembre-se que o processo de aprendizagem é bilateral:
a troca de ideias, experiências e riqueza de informações em trânsito são
bastante relevantes para o crescimento pessoal e pro ssional.

Combata a inibição – a inibição é uma característica normal de muitas


pessoas, mas quando se trata de compartilhar ideias ou conhecimento
em um ambiente corporativo, ela pode ser prejudicial, pois muitos
pro ssionais deixam de apresentar suas ideias e mostrar o quanto
podem ser valiosos à empresa por conta da timidez. Por isso, é muito
importante exercitar a comunicação interpessoal a m de ganhar mais
con ança, pois falar faz parte do contexto social em que você está
inserido.

Fique atento ao gestual – a comunicação interpessoal não se dá


apenas por meio das palavras, mas também da entonação da voz e dos
gestos que você faz enquanto conversa com alguém. Para quem é

51
atento, a postura e o gestual demonstram todo tipo de sentimento:
alegria, contrariedade, etc., e isso pode causar falhas de comunicação e
desentendimentos.

Melhore o desempenho de sua equipe – sendo você gestor ou gerido,


quando a comunicação interpessoal é praticada no ambiente
corporativo, as pessoas melhoram o desempenho porque passam a se
conectar melhor na busca pela obtenção de resultados. É impensável a
ideia de uma equipe que tenha o silêncio como marca.

Promova o autoconhecimento – a comunicação interpessoal também


serve de termômetro para que um pro ssional saiba como os outros o
percebem, e isso é importante principalmente no desenvolvimento das
habilidades comportamentais. Então, ao promover as práticas de
comunicação interpessoal, você abrirá caminhos para não apenas
conhecer a si próprio, mas para entender como seus funcionários te
veem.

Fonte: adaptado de ENDEAVOR BRASIL. Comunicação interpessoal:dicas


para melhorar suas relações corporativas. Disponível em: Endeavor
. Acesso em 22 maio 2019.

52
Já ouviu falar que toda empresa tem um “rádio corredor”? Qual o limite
entre comunicação informal e fofoca? Neste artigo, Alessandra Becker,
sócia fundadora da FALE Consultoras, alerta para o perigo de boatos e
fofocas se tornarem a comunicação o cial de uma organização.

Imagem pessoal no ambiente


laboral
No mundo dos negócios, há uma frase que diz: “Você é a sua melhor marca”. Mas
falam-se também outras coisas, do tipo: "Sua imagem pessoal é seu cartão de
visita” ou “Nos negócios, menos é mais.” Você concorda?

No mercado de trabalho, a imagem pessoal tem muito valor. A construção da


imagem pessoal no ambiente pro ssional é algo que se dá ao longo da carreira,
mas é inegável que a marca que deixamos nas pessoas e como seremos lembrados
pode ser positiva ou negativa. E aqui entra outro ditado: “A primeira impressão é
a que ca”. Na modernidade, os pro ssionais bem sucedidos obviamente mantêm
uma imagem pessoal positiva. Para tanto, usam seu poder pessoal para conquistar
objetivos, in uenciar pessoas e assim construir uma base de valor pessoal sólida.

Mas como usar a imagem pessoal como estratégia de mercado? Para ser
e ciente, o marketing pessoal deve ser sutil e inteligente, a começar pela aparência.
Exibir roupas de marca, por exemplo, não faz de você um pro ssional respeitado.

53
Pior: o resultado pode até ser o contrário e revelar que, na falta do que falar, você
exagera na aparência.

O que não se pode negar, no entanto, é que o primeiro julgamento é o visual, a


partir do visual podemos perceber a que grupo uma pessoa pertence, se é
cuidadosa ou não pelo seu penteado, se é calma ou agitada pelo modo de andar,
sentar e falar, ou seja, fazemos logo um julgamento de alguém que nem
conhecemos.

Na Carta ao Leitor do livro “Marketing pessoal no contexto pós-moderno”, de


Claúdio Rizzo, o empresário Antoninho Trevisan comenta:

“Um conhecido meu, quando quer contratar um pro ssional, além de


avaliar o currículo e realizar entrevistas, convida o candidato para
almoçar. Diz que, ao observar seu comportamento à mesa, ele é capaz
de vislumbrar características que podem ser de nitivas para contratá-
lo ou não. Se, por exemplo, a pessoa enterra a cabeça no prato e só
volta a erguê-la quando termina a refeição, meu amigo entende que
ali há uma di culdade e talvez uma falta de interesse no outro e no
ambiente ao seu redor. Outro empresário relatou que dá muita
importância ao fato de um candidato participar de um coral, de uma
orquestra ou ser voluntário em uma atividade de fundo social, porque
denota que a pessoa sabe trabalhar em equipe.” (RIZZO, 2017).

A fala do empresário dá uma dica preciosa do que é a imagem pessoal no universo


laboral. Certo ou errado, justo ou injusto, é que cada vez mais importante cuidar da
imagem porque, querendo ou não, o candidato é julgado pelo inconsciente do
recrutador, e depois de contratado, ele será julgado pelo inconsciente dos clientes
e parceiros de negócio.

54
“Não basta à mulher de César ser honesta, ela tem de parecer
honesta”. Cícero (106–43 a.C.), político, escritor, orador e lósofo
romano. Transportado para os dias de hoje e dentro do contexto
laboral, podemos dizer que não basta ser um ótimo pro ssional, com
currículo impecável e experiências invejáveis: é preciso visualmente
parecer um ótimo pro ssional.

Mas, então, trata-se de uma “ditadura da imagem perfeita”? Não. Trata-se de ser
exível e se adequar aos diferentes contextos e grupos sociais que vivemos.
Ninguém veste as mesmas roupas, faz os mesmos gestos ou fala com a mesma
linguagem quando está com os familiares e com os clientes, por exemplo. Sua
imagem pessoal não é única, e o bom pro ssional é capaz de se adaptar a
diferentes ocasiões sem se esquecer de quem é ele, do seu estilo, da sua
personalidade e dos seus gostos.

É muito difícil, para não dizer praticamente impossível, explorar a mesma imagem
para sempre sem novidades, pois no ramo pro ssional é preciso unir atualização
de conhecimento técnico à aquisição de aspectos culturais e sociais. Quer dizer que
o pro ssional tem de desenvolver um per l que explore suas habilidades sem
mudar seu caráter pessoal, ao mesmo tempo em que cria uma imagem
sempre coerente com o mercado.

Nesse sentido, não importa a função que se esteja exercendo em qualquer área da
organização ou na sociedade: o fundamental é estar incluso (RIZZO, 2017).

55
“Não se pode car parado, sobretudo num mundo cujos pontos de
referência estão sobre rodas.” A frase é de Zygmunt Bauman (1925-
2017), que se você ainda não conhece, precisa conhecer. Os livros do
sociólogo e lósofo polonês trazem ideias sobre as conexões na
sociedade contemporânea, na comumente conhecida como pós-
modernidade. É dele o conceito de relações líquidas, tão discutido e
pertinente hoje. Para Bauman, é impossível fugir das consequências da
globalização, com suas vertiginosas ondas de informação, em que tudo
ocorre com intensa velocidade, o que também se re ete em todas as
relações entre as pessoas.

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Boas práticas e imagem pessoal
COMUNICAÇÃO NÃO
BOA COMUNICAÇÃO BOA POSTURA
VERBAL

A expressão tanto No ambiente de Preste atenção à sua


escrita quanto trabalho, é linguagem
falada in uencia muito fundamental corporal. O aperto de
nossa imagem manter uma postura mão deve ser
pessoal, por isso deve pro ssional e que rme para transmitir
ser mantida esteja de acordo com segurança. Lembre-se
sempre em um nível os valores e normas de olhar sempre nos
adequado. da empresa, olhos das pessoas
respeitando os quando conversar com
Utilize palavras códigos de elas, o que
adequadas e trabalho, os horários, demonstra con ança e
pertinentes o código de dá mais
ao momento e cuide da vestimenta e as credibilidade ao que
língua portuguesa: diretrizes. dizemos.
fuja dos vícios de
linguagem, erros de Não tente assumir Evite uma postura de
pronúncia, gírias, uma postura superioridade, com
expressões que do que você não é, cabeça muito erguida e
demonstrem pois assim você não “nariz em pé”.
intimidade ou tom de conseguirá transmitir Evite também andar
piada. Deixe a graça credibilidade sobre a curvado ou sentar-se
para os amigos e sua imagem pessoal jogado na cadeira
familiares! aos outros. Tenha denotando certo
uma postura natural desleixo.
Procure falar em um e condizente com o Ombros bem
tom de voz e que você realmente alinhados e coluna
velocidade de fala é. ereta já são
agradável, de o su ciente para criar
preferência uma boa imagem.
semelhante à da pessoa
com quem está

57
conversando, o que
confere mais
harmonia à conversa.

CUIDADO COM A IMAGEM NAS REDES


CÓDIGO DE ÉTICA
APARÊNCIA SOCIAIS

Postou é para sempre.


Procure manter
O que você lança no
uma aparência
ciberespaço revela A ética é um valor
condizente
crenças, valores, fundamental em todas
com o seu
preconceitos as esferas da vida para
ambiente de
e pode criar muita saia boa convivência com
trabalho, o que
justa. as outras pessoas. Não
envolve o modo de
adianta ter uma boa
se vestir e de se
Quando publicar fotos, postura dentro da
arrumar em geral.
evite divulgar imagens empresa, ser
com pouca roupa ou supercomunicativo
Os homens devem
consumindo bebidas e habilidoso no que faz,
manter a barba
alcoólicas, mas não seguir códigos
bem
não escreva palavrões, de ética.
feita, e as
não exponha suas
mulheres devem
opiniões Fique longe de mentiras,
usar uma
sobre colegas de fofocas, corrupção e
maquiagem mais
trabalho ou sobre a de tudo que possa ser
leve. Ambos
empresa, classi cado como um
devem
cuidado com os erros desvio de conduta.
usar vestimentas
grosseiros de português
adequadas
e selecione bem os Seja o tipo de pessoa que
seguindo
vídeos postados. Eles você gostaria de
o código de
podem conhecer.
vestimenta da
dar uma ideia errada de
empresa.
você e dos seus gostos.

Fonte: adaptado de Disponível aqui

58
No início de 2016, um case corporativo cou famoso nas redes sociais
quando um estagiário da Cantareira Construtora e Imobiliária foi
demitido após fazer posts machistas em suas redes pessoais. Nas fotos
em que tirou ao visitar uma obra, escreveu na legenda algo como
"procurando uma feminista para ajudar a descarregar a carga de
cimento".

A empresa se manifestou na página do Facebook e a rmou que as


opiniões do estagiário não re etiam a visão da construtora. Via
assessoria de imprensa, a Cantareira disse que ele seria demitido e não
manteriam alguém que disseminasse opiniões sexistas.

A Apex Brasil, Agência Brasileira de Promoção de Exportações e


Investimentos, lançou um manual de boas práticas de utilização das
redes sociais para companhias. Con ra em:

Falhas na comunicação interpessoal

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Talvez nem seja necessário pontuar, mas é sempre bom validar com dados:
segundo um estudo feito em 2014 pelo Sebrae, 60% dos problemas nas empresas
causados se devem à falta de comunicação entre os colaboradores. Veja algumas
das falhas mais recorrentes nesse âmbito:

1. Não pedir ajuda - quem tem vergonha de tirar alguma dúvida, em algum
momento vai fazer algo de errado. Lembre-se: pergunta boba é aquela que
nunca foi feita.
2. Não explicar quando necessário - às vezes deixamos de explicar qual nossa
expectativa ao designar uma tarefa ou simplesmente combinar algo com as
pessoas, acreditando que elas já compreenderam. Procure explicar sem
receio o que você deseja dos outros.
3. Esconder-se atrás do e-mail - mensagens de texto como WhatsApp também
são válidas nesse caso. Com o advento tecnológico, preferimos enviar um e-
mail ou mensagem em que podemos resolver pessoalmente ou fazer uma
ligação que levaria menos tempo. Quando sentir que pode resolver mais
rapidamente por meio de uma ação, vá e faça.
4. Não ir direto ao ponto - existem pessoas que começam um assunto, vão
fazer alguma outra coisa no meio e não conseguem nalizá-lo. Re ita se você
é essa pessoa. Nunca se esqueça de que todo assunto que tem um início,
tem um m!
5. Falar demais, escutar de menos - já ouviu falar que não é à toa termos
dois ouvidos e uma boca, certo? Procure ouvir mais e fala menos, e tenha
menos impulsividade no momento de defender alguma ideia. Esteja atento
às informações e sempre ouça mais!
6. Sempre concordar com tudo - nunca seja o tipo de pessoa que concorda
com tudo, até com opiniões e fatos que, na verdade, você não concorda.
Procure questionar aquilo que está sendo transmitido a você e não
concordar de primeira em tudo quanto é assunto.
7. Não revisar textos - em um e-mail o mensagem de texto, revise antes de
enviar. Veja se o que foi escrito está correto, se não tem problemas de
gramática e se tem coerência. Revisar informações é muito importante para
amadurecer a comunicação escrita e consequentemente a verbal.

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Nós temos o poder de mudança positiva no local em que vivemos. Por meio da
comunicação, é possível consolidar essa positividade. Com esses passos com
certeza uma comunicação de sucesso acontecerá.

Fonte: adaptado de Disponível aqui Acesso em 23 maio 2019.

61
06

Redação
Comercial
62
“Os analfabetos do próximo século não são aqueles que não sabem ler ou
escrever, mas aqueles que se recusam a aprender, reaprender e voltar a
aprender.” – Alvin To er, escritor e futurista norte-americano, maior nome
dos escritos sobre a revolução digital e a revolução das comunicações.

“A nível de, menas, questã, concerteza”? Quem nunca passou nervoso ao ver textos
com esses termos? Esses erros grosseiros e muitos outros são cometidos no
cotidiano das empresas em sua comunicação com clientes e parceiros. Contudo, é
preciso saber eliminá-los e ter uma boa redação empresarial, o que re ete até
mesmo nos resultados dos trabalhos.

Escrever correta e adequadamente é imprescindível para administradores e


executivos. Você assinaria um contrato cheio de erros? Não dá para con ar, certo?
Então aprimore sua escrita.

E é necessário cuidado, pois o cenário no mercado atual é assustador. Já que


escrever é um ato que a maioria dos pro ssionais exerce diariamente e com a
necessidade de agilidade exigida pelo mercado, cada vez mais se observa erros de
escritas nas mensagens, e-mails e até mesmo propostas e contratos.

Orientações de escrita
Vejamos seis orientaçõesiniciais para uma boa redação comercial:

1. É importante ter em mente que na redação empresarial a escrita é coletiva,


ou seja, você está falando em nome da organização que trabalha. Assim,
normalmente pense em escrever frases com o sujeito “nós”, e não mais em
primeira pessoa (eu).
2. Preocupe-se com o destinatário da sua mensagem, busque entender a forma
que ele pensa. Re ita como ele vai reagir ao conteúdo do texto produzido
por você e enviado pela sua empresa.
3. Reforçando, no seu texto você está representando toda a empresa, logo, a
apresentação visual é primordial. Cuidado com uma mensagem mal
formatada e sem correção, o que demonstra uma imagem pouco con ável

63
ou de desleixo. Além disso, adapte a fonte ao texto do e-mail: algumas fontes
são mais infantis, outras é difícil de ler em smartphones, etc.
4. Apresente o objetivo da mensagem logo no início, deixando tudo claro e
facilitando o entendimento. Para isso, escreva o texto com frases curtas, elas
são mais fáceis de processar.
5. Procure usar palavras simples, que são facilmente compreendidas. Utilize
também uma diagramação arejada, ou seja, parágrafos curtos, o que faz
com o que o texto não se torne cansativo.
6. Antes de escrever, se tiver di culdade, pontue todos os temas que deseja
abordar, e se forem muito distantes um dos outros, estabeleça subtítulos.
Por m, leia tudo o que escreveu e revise em busca de possíveis erros e
expressões incorretas. Lembre-se: quanto mais você escreve, mais se
aprimora!

Fonte: BARBOSA, R.M. Catho, 2018. Disponível em: CATHO . Acesso em 11 maio
2019.

Erros comuns
Erros gramaticais são os mais comuns na redação de qualquer e-mail ou outro tipo
de mensagem. Às vezes, pode se tratar de um erro de digitação, mas outras vezes,
talvez você apenas não conheça a gra a correta de alguma palavra. Pode parecer
algo bobo, mas em um mercado competitivo, até um erro como esse pode reduzir
sua credibilidade diante da concorrência.

E mais: todos nós sabemos que o português não é dos idiomas mais fáceis, mas
com as ferramentas de correção automática de texto disponíveis em softwares,
não existe desculpa para não dar aquela revisada antes de enviar o seu e-mail.

Repetir palavras
Quem trabalha com vendas, por exemplo, está acostumado a ter a rotina
interrompida inúmeras vezes ao longo do dia. Por isso, nem sempre é fácil sentar
para escrever um e-mail com calma sem receber uma ligação no meio do processo.

64
Como consequência, na hora de retomar a redação, você pode acabar repetindo
palavras que já havia escrito sem nem perceber. Nada que uma rápida releitura
não resolva.

Errar a gra a do nome ou da empresa do cliente


É o tipo de erro que pode dar a entender que o emissor não está interessado no
seu próprio cliente. Enquanto algumas pessoas podem não ligar, outras podem até
mesmo se ofender. Mais uma vez, nada que uma rápida revisão não resolva.

Se você está conversando com um cliente ou empresa de gra a complexa, é


melhor manter a atenção redobrada! Na dúvida, copie e cole o nome a partir de
alguma fonte segura, como o site da empresa ou algum e-mail anterior do cliente.

Errar a gra a do nome da sua própria empresa


Este é outro erro difícil de engolir, mas que acontece com bastante frequência.
Certamente é menos grave do que errar o nome da empresa do seu cliente, mas
não deixa de ser um problema facilmente evitável.

Não utilizar parágrafos


O parágrafo funciona como se fosse um pedaço do discurso que expressa um
mesmo pensamento, além de quebrar o texto em parágrafos ajuda bastante na
leitura. Se você já precisou ler um longo bloco de texto, vai concordar que a
experiência não é das melhores.

Utilizar um discurso vago ou evasivo


Vamos ser honestos: ninguém gosta de receber um e-mail com ofertas ou
propostas de produtos ou serviços. Você até pode acabar adquirindo aquilo que foi
oferecido no e-mail, mas a reação inicial não costuma ser tão positiva.

65
Talvez por isso que tantos vendedores pareçam ter receio de escrever um e-mail de
vendas. O pior é que, muitas vezes, isso acaba sendo percebido no próprio
conteúdo. É como se o vendedor estivesse com vergonha de demandar a atenção
do seu possível cliente. O resultado disso costuma ser frases excessivamente
longas que podem provocar ainda mais dúvidas no cliente. Ao invés de escrever
“Você, por um acaso, estaria interessado em agendar uma conversa para
debatermos melhor a questão?”, busque ser objetivo e honesto em relação às suas
intenções, optando por algo como “O que acha de agendarmos uma conversa de
15 minutos para eu te apresentar melhor o produto?”.

Vai utilizar e-mail para realizar o primeiro contato com um possível cliente? Con ra
algumas dicas:

66
Preste atenção na formatação: quando você copia algum texto de uma
página na internet e o cola no corpo de um e-mail que você está
escrevendo, é comum que a formatação original do trecho copiado seja
mantida no e-mail. Quando se fala em formatação, nos referimos a
detalhes como tamanho e tipo de fonte, por exemplo.

Se você já recebeu algum e-mail em que parte do conteúdo está escrito


com uma fonte de um tamanho, enquanto em outra parte o tamanho é
diferente, então você já se deparou com esse tipo de erro. Não é lá um
problema assim tão grave, mas pode di cultar a leitura e fazer com que
o e-mail pareça amador e desleixado.

Leia mais, escreva mais e peça ajuda: é sempre válido frisar: o


português não é um idioma fácil. Ninguém espera que sua redação seja
perfeita, mas saber se comunicar a partir da escrita é uma habilidade
que deve ser desenvolvida por qualquer vendedor.

Para algumas pessoas, no entanto, escrever é um pouco mais difícil do


que para outras. Ainda assim, é necessário entender que a redação não
é um dom, mas uma competência. E, como qualquer competência, ela
pode ser aprimorada.

Você pode melhorar sua redação lendo e escrevendo. Simples assim! E,


quando surgir alguma dúvida, basta perguntas para algum colega. As
sugestões de outras pessoas podem nos ajudar a melhorar a qualidade
de um texto e, com o tempo, escrever bem se torna natural.

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Os avanços tecnológicos deixaram a troca de mensagens mais veloz com a ajuda
dos computadores e do espaço virtual – a web. Hoje, a comunicação entre
empresas - ou pessoas jurídicas, pro ssionais autônomos, etc. - ou dentro da
própria empresa acontece em segundos.

Por meio dos recursos da Intranet, os veículos online se ampliaram. Têm-se à


disposição e-mails, o Messenger (troca imediata de mensagens, impressas, via
vídeo ou voz), Skype (troca imediata de mensagem via voz, em tempo real),
mensagens SMS (troca de mensagens instantâneas por meio de aparelhos
celulares e computadores), WhatsApp, entre outros recursos que não cabe, neste
momento, aprofundar.

Todavia, alguns cuidados necessitam ser tomados para que a comunicação ocorra
sem ruídos quando enviada por meio da web:

construir mensagens breves, com economia de palavras, mas com conteúdo;


ser claro, objetivo e conciso, sem repetições de palavra;
não deixar de informar dados fundamentais na mensagem;
adequar a fonte ao texto do e-mail: algumas fontes são mais infantis, outras
é difícil de ler em smartphones, etc.
colocar sempre no texto uma frase que sugira a con rmação do recebimento
da mensagem.
NÃO ESCREVER A MENSAGEM EM CAIXA ALTA para não dar a impressão de
que está bravo, pois na linguagem digital essa é a função de um texto escrito
todo em letra maiúscula: dar uma bronca!

Nos meios virtuais, sempre que disponível, é recomendável a utilização do recurso


de con rmação de leitura. Caso não seja viável, deve constar da mensagem
con rmação de recebimento. Nos termos da legislação em vigor, para que a
mensagem de correio eletrônico tenha valor documental, isto é, para que possa ser
aceita como documento original, é necessário existir certi cação digital que ateste
a identidade do remetente, na forma estabelecida em lei.

68
Como NÃO escrever um e-mail:

Olá, Bom dia!

Escrevo para lembrar sobre o e-mail que passei no outro dia, assunto de seu
interesse. Espero que já tenha resolvido aquilo e já esteja resolvendo outro
sobre o qual conversamos pessoalmente.

Nesse exemplo, ca impossível saber do que se trata e quem enviou.


Assim, não use palavras inde nidas e demonstrativas sem referências:
“no outro dia”, “aquilo”, “outro”, “seu colega de trabalho”. Outra
Informação interessante é sobre as saudações “Bom dia, Boa tarde e
Boa noite”. Se o e-mail é uma correspondência digital, não se pode
prever quando e em que horário o receptor irá ler. Por isso, pre ra o
horário em que você, emissor, está escrevendo, independentemente do
período em que o receptor vai ler. O “Olá” é totalmente aceito nesse
tipo de correspondência, bem como desfechos tais como “Abraços” e
“Saudações”. Formalidades que vão além dessas formas (“Estimas de
consideração”, “Meus votos de respeito e felicidades”, etc.) podem
parecer arrogante demais - ou no mínimo mostra que a pessoa ainda
vive em uma variação histórica antiga” E é importante destacar que
responder mensagens muito tempo depois demonstra ine ciência.

Adaptado de França, 2013.

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Vícios na Comunicação Comercial
É denominado “chavão” (ou clichê) o vício de estilo incorporado como linguagem
do texto empresarial. Alguns chavões contêm erros gramaticais ou de signi cado,
mas outros são apenas expressões que, de tanto uso, se tornaram muletas que
convêm evitar, uma vez que não conferem ao texto a necessária autenticidade e
atrapalham a e cácia do texto. Assim, os chavões assumem papel negativo não só
de concepção do texto como antiquado, mas também de falha no poder de
mobilização do leitor.

Veja o que nos diz o jornalista Renato Paiva:

70
“Por volta 1880, o poeta parnasiano Luiz Guimarães escreveu o verso
‘depois de um longo e tenebroso inverno‘ na poesia ‘Visita à Casa
Paterna’. Os leitores acharam tão bonito que nunca mais deixaram de
repeti-lo, mesmo não sabendo quem escreveu e em que contexto. Pela
recorrência, o que era agradável cou cansativo e chato. Assim nascem
os chavões, clichês ou lugares-comuns, que são palavras e expressões
tidas um dia por interessantes ou bonitas, mas que se desgastaram pela
repetição.

O leitor mais exigente torce o nariz (chavão proposital) quando lê


expressões tais como ‘luz no m do túnel‘, ‘fechar com chave de ouro‘,
‘lugar ao sol‘, ‘requintes de crueldade‘, ‘acreditar piamente‘, ‘comédia de
erros‘, ‘do Oiapoque ao Chuí‘, ‘merecidas férias‘, ‘caixinha de surpresa‘ e
outras centenas ou milhares que empobrecem artigos, reportagens e
relatórios.

Modismos, que são os clichês usados em um determinado momento,


estimulados pelos meios de comunicação abundam nos jornais,
principalmente colunas sociais: ‘No agito‘ dos ‘ricos e famosos‘ a fulana
‘causou’ (...) Estas coisas acontecem por preguiça de pensar, pois é mais
fácil repetir o que já está pronto economizando esforço.

Claro que a língua é dinâmica e que palavras entram e saem do uso


conforme a vontade dos falantes. Mas os casos de repetições citados
são estimulados pelos meios de comunicação, que deveriam cuidar
melhor dela (a língua), pois é sua matéria prima.”

71
Você já deve ter ouvido e falado inúmeros chavões sem perceber. Quem
nunca falou que o fulano “dispensa apresentações”? Ou teve uma
atuação impecável, cometeu um erro gritante, teve uma calorosa
recepção, algo ou alguém teve uma importância vital num
acontecimento, o Beltrano é a bola da vez, tal coisa caiu como uma luva,
o Cicrano entrou em rota de colisão com o Fulano, outro fugiu da raia, e
tudo voltou à estaca zero, e depois de marcar um gol, a seleção só
administrou o resultado? Pois leia mais sobre chavões e clichês no texto
do jornalista Mouzar Benedito em:

Vamos estudar alguns chavões a serem evitados na redação comercial e técnica:

Chavões de introduções
“Viemos, através desta, solicitar”

Ora, ninguém, a não ser o super-homem, consegue ver “através” de algo. A palavra
através signi ca atravessar, fazer travessia. Portanto, pode-se ver através da
vidraça, pode-se enriquecer através dos anos, mas não se pode, por exemplo,
“aprovar o aumento através de decreto-lei, pois o decreto-lei não é atravessado,
para que o aumento aconteça; pode-se somente “aprovar o aumento por meio do
decreto”. Portanto, não é correta e não deve ser usada a expressão “através desta
carta”, mas sim por meio, mas não nesta situação frasal, pois não há outra carta
por onde vir, a não ser só por meio da mesma.

72
“Venho, pela presente, solicitar a V. M.”

Já que pela ausente não se solicita nada, a expressão pela presente torna-se,
obviamente dispensável. Só há uma carta: a presente, só se poderá vir por meio
dela.

“Solicitamos a V. Sa. a inclusão de João Amaro”

O pronome de tratamento V. Sª. só será utilizado quando o destinatário exigir tal


formalidade, ou por ser de hierarquia superior dentro da empresa e houver tal
orientação, ou por se tratar de destinatário externo, em que se deseja manter tal
formalidade.

No caso de colegas do mesmo nível hierárquico, esse pronome pode ser suprimido,
resultando em um texto com maior empatia e maior e cácia comunicativa.

“Acusamos o recebimento do e-mail”

Hoje em dia não se deve utiliza o verbo acusar nos textos empresariais, devido ao
seu signi cado na atualidade. Diga apenas “Recebemos/Recebi seu e-mail”.

“Em resposta ao contrato referenciado”

A palavra “referenciado” nem existe! - e mesmo assim é tão usada por aí...
Substitua-a por uma das formas: mencionado, referido ou citado.

Chavões de desfechos
“Reiteramos os protestos de elevada estima e consideração”

Esse fecho, exemplo clássico de chavão, utilizado em ofícios e insistentemente


usado por setores do judiciário, está fora de uso desde 1982, quando a Instrução
Normativa nº 133 do Departamento de Administração do Serviço Público
recomendou a sua substituição por fechos mais simples. E como alguém ainda
consegue usar isso na Era Digital?

Além disso, falta coerência de sentido ao chavão citado, pois não se podem fazer
votos, isto é, desejos de estimar (sic) alguém; pode-se desejar prosperidade, saúde,
felicidades, mas a estima e a consideração se adquirem pela convivência e não por
desejo, concorda?

“Sem mais para o momento”

73
Quando se analisa o signi cado dessa frase, percebe-se que ela indica que não há
mais nada para acrescentar. Se o texto terminou, é lógico que é sem mais.
Portanto, só deve ser usada em comunicações em que não se pretenda encerrar de
forma polida, como em cartas de cobrança ou similares. O uso da expressão está
condicionado à continuidade da comunicação, em relação à mensagem veiculada.

REFINE SEU VOCABULÁRIO CORPORATIVO


Em 2015, o jornalista William Bonner recebeu o prêmio Melhores do Ano da TV
Globo na categoria jornalismo. Ao ser perguntado sobre qual era o sabor daquele
troféu, especialmente após substituir um dos maiores ícones do jornalismo
brasileiro − o apresentador Cid Moreira −, Bonner respondeu enfaticamente: “Eu
não substituí o Cid, eu o sucedi. Seria impossível substituí-lo”.

Os verbos “substituir” e “suceder” podem, a princípio, parecer quase sinônimos. No


entanto, para Bonner, a opção por “suceder” foi muito mais feliz. “Suceder” soa
mais natural que “substituir”, enquanto “substituir” é muito mais apropriado para
uma lâmpada do que para uma pessoa. Pequenas sutilezas como essa fazem toda
a diferença na comunicação.

Muita leitura e um dicionário sempre à mão na hora de escrever são as principais


dicas para quem deseja re nar o vocabulário. É importante ressaltar a diferença
entre “re nar” e “rebuscar”. O primeiro conceito está muito mais próximo de
“lapidar”, trabalhar para escolher as palavras que melhor exprimem a mensagem
desejada. Já o segundo signi ca “ orear, so sticar sem necessidade”.

Não faz sentido em um jantar familiar dizer “Por obséquio, passe-me o sal”. Note
que no exemplo de William Bonner, ele não usa nenhum rebuscamento. No
entanto, ele procura a palavra exata para exprimir sua mensagem. O re namento
assemelha-se a um trabalho mais artesanal.

Escolher as palavras certas pode ser um diferencial positivo na carreira de um


pro ssional. Por isso, mãos à obra. Veja abaixo alguns exemplos de frases em que
é possível optar por um vocabulário mais re nado e preciso:

Recursos vocabulares

Na sala cabem vinte pessoas.


A sala comporta vinte pessoas.

74
Eu tenho cinco convites para esse setor.
Eu disponho de cinco convites para esse setor.

Suas observações foram passadas para o gerente.


Suas observações foram encaminhadas ao gerente.

Os documentos têm informações con denciais.


Os documentos contêm informações con denciais.

Puseram um aviso no painel.


A xaram um aviso no painel.

A atendente me deu informações imprecisas.


A atendente me forneceu informações imprecisas.

Enviarei a proposta para você ver.


Enviarei a proposta para você analisar/avaliar.

Vou pôr o dinheiro no banco.


Vou depositar o dinheiro no banco.

A certi cação é a atual meta da empresa.


A certi cação representa a atual meta da empresa.

Os gerentes tiveram momentos difíceis.


Os gerentes viveram momentos difíceis.

OBS: No mundo corporativo, tem-se notado o uso do verbo “experenciar”.


Tal termo ainda não consta do vocabulário o cial da língua portuguesa,
por isso, cuidado em que local você vai utilizá-lo! Pre ra “viver uma
experiência” ou “passar por uma experiência”.

Fonte: adaptado de Disponível aqui . Acesso em 30 maio, 2019.

75
07

Comunicação no
Atendimento
76
“Os"Já não basta simplesmente satisfazer clientes. É preciso encantá-los".
Richard Whitely, jornalista e apresentador britânico

Para Chiavenato (2006), “comunicação é a troca de informações entre indivíduos.


Signi ca tornar comum uma mensagem ou informação. Constitui um dos processos
fundamentais da experiência humana e da organização social”. E comunicar-se bem
pressupõe falar bem. Um atendimento, um encontro pro ssional ou uma venda
passam por processos de comunicação intensos, nos quais as pessoas possuem
interesses particulares: um de se fazer entender, outro de entender para realizar o
que se pede. Para tanto, habilidades de comunicação são exigidas.

Habilidades de Comunicação
Um bom administrador, gestor ou vendedor é sinônimo de um bom comunicador, e
ser um bom comunicador signi ca interagir de várias formas. Veja:

77
Acreditar no seu potencial e na sua capacidade de realizar
aquilo que deseja,
saber valorizar-se e reconhecer-se como uma pessoa capaz de
Comunicar-
lidar com
se bem
situações e clientes difíceis e sentir-se um vencedor são jeitos
consigo
de manter uma comunicação constante com você mesmo. Essa
mesmo
autoestima certamente será percebida pelo cliente. Como outra
pessoa vai valorizar e reconhecer alguém
que não se dá o devido de valor?

Saber ouvir é uma das grandes di culdades na comunicação de


atendimento, e ouvir também é valorizar o outro, estudar suas
características e cultivar o hábito da empatia - colocar-se no
Ser todo lugar do cliente, entender suas limitações e seus valores, aquilo
ouvidos que preza ou detesta, respeitar profundamente seus direitos de
ser diferente e ter seus próprios pensamentos. Um bom
vendedor sabe compreender e, a partir disso, criar um clima
favorável para realizar o atendimento.

A primeira impressão que causamos ui por meio da aparência.


Usar a
Tenha sempre os cabelos cortados, os sapatos e as roupas
expressão
limpas. Ao falar, acompanhe a sua fala com gestos adequados
corporal a
ao conteúdo e ao contexto, mas sem exageros. Olhe nos olhos
seu favor
do cliente e movimente seu corpo de forma equilibrada.

É comum você ver atendentes com as mãos en adas nos


bolsos, de braços cruzados ou fazendo movimentos repetitivos
Use bem
sem sentido. Com esse tipo de comunicação, seu corpo está
a voz
falando que não está a m de atender ou que o está fazendo
automaticamente. Cuidado.

Cuide Parte daquilo que transmitimos não está no conteúdo da


do bom mensagem, mas em como fazemos a imposição da voz. Por
português isso, nosso jeito de falar é capaz de passar a nossa carga

78
emocional, e o nosso interlocutor percebe como estamos. É
preciso falar com clareza, pronunciar as sílabas, variar o volume
e a tonalidade e expressar de maneira agradável os nossos
argumentos.

Fonte: adaptado de Passadori, 2013.

A comunicação passa pela linguagem, e é possível praticar diariamente a habilidade


de demonstrar excelência em atendimento por meio da fala. Analise a lista de dicas a
seguir e escolha uma ou mais por dia para pôr em prática!

Nunca deixa de incluir o sorriso no seu cumprimento de boas-vindas, pois isso


facilita a aproximação com o cliente. Sempre que possível, chame-o pelo nome
e procure pronunciá-lo corretamente.
Mesmo fora de seu setor, cumprimente a todos: colegas de trabalho e clientes
que circulam pelo local. A gentileza não precisa se restringir ao seu setor de
atuação, mas faz toda a diferença quando o cliente percebe o ambiente
receptivo da empresa mesmo entre aqueles que não vão atendê-lo. Isso
fortalece a marca da instituição.
Iniciar o contato com uma expressão do tipo “Em que posso ajudá-lo?” está de
bom tamanho: simples e neutro.
Exclua as palavras de conotação negativa do seu vocabulário. Se você não tiver
aquilo de que seu interlocutor precisa no momento, não fale "Infelizmente não
temos X agora", mas "Vou providenciar e nos falamos em uma semana".
Não diga que o produto ou serviço "custa $". Pre ra "O valor é de $”.
Ainda quanto ao valor, não diga o preço em parcelas primeiro. O cliente
precisará fazer contas para chegar ao preço nal, que muitas vezes é superior
ao valor que pagaria à vista.
Evite o uso de termos técnicos. O cliente pode car incomodado por não
entender e envergonhado de pedir esclarecimentos, frustrando assim suas
expectativas de compra. Abreviações e siglas também devem ser evitadas.
Evite termos íntimos ou no diminutivo ao falar com o cliente. Adjetivos como
"camarada", “querido(a)”, “ or” podem causar desconforto e uma proximidade
inexistente. Chame pelo apelido apenas se o cliente assim pedir ou se o
relacionamento já é de longa, longa data.

79
Cuidado com os "achismos". Tenha certeza daquilo que está falando. Se você
usar muito “eu acho”, “não tenho certeza”, “talvez” ou “provavelmente”, pode
parecer que você não tem domínio sobre os dados do produto/serviço.
O ambiente da loja também conta como canal de comunicação para um bom
atendimento. Se puder, contribua com a escolha cores claras e uma boa
iluminação.
Quando atendendo um casal, dê atenção primeiro à fala da mulher e em
seguida volte-se ao homem. A decisão da compra geralmente é DELA, e não
DELE.
Nunca use frases que se confundem com uma ordem. Ninguém gosta de ouvir
algo como “O senhor tem que assinar aqui”. Uma expressão cordial (com o uso
de “por favor”) tem mais valor: “Por favor, pode assinar nesta linha?”
Diante de um interlocutor autoritário, tente usar de sua habilidade para
contornar qualquer mal entendido. Caso perceba que uma determinada
situação pode piorar, procure ajuda de seu supervisor ou gerente, mas nunca
entre em um embate direto.

Fonte: Spadoto, 2018.

Quer mais algumas dicas de especialistas sobre atendimento ao cliente


(ou sobre erros de atendimento)? Dr. Plínio Tomaz, consultor empresarial,
fala neste podcast sobre “Os 10 Piores Erros do Atendimento ao
Cliente”. Vá lá:

80
Ferramentas de Multiatendimento
Existem vários tipos de atendimento que vão ajudar a empresa a se relacionar
melhor com os seus clientes. Investir em multiatendimento é essencial, mas tudo
deve ser feito com muito cuidado e sensibilidade. Algumas dessas estratégias são
bem conhecidas do público empresarial, como o telefone e o e-mail, entretanto,
outras formas têm conquistado cada vez mais espaço no mercado de contact center.

1. Telefone e e-mail: São as ferramentas mais comuns de quem quer fazer um


atendimento de qualidade. Por serem os mais antigos e conhecidos, eles têm
um lugar especial nas estratégias de relacionamento. O telefone xo, por
exemplo, é essencial em qualquer empresa, independentemente do tamanho,
segmento ou advento da telefonia móvel. Ele traz uma sensação de
credibilidade e formalidade, algo necessário para que o cliente con e cada vez
mais no seu negócio. O e-mail também tem um apelo parecido, além de ter um
custo bem baixo e servir como um banco de dados importante para você
avançar com suas estratégias de comunicação.
2. Chat online: se sua empresa tem capacidade ter uma equipe própria para
cuidar do atendimento ao consumidor, pode investir em um chat online dentro
do seu site. Assim, a pessoa não precisa ligar ou esperar a resposta de um e-
mail para resolver um problema imediato. O chat online é uma tendência que
vai continuar forte por muito tempo, pois é uma alternativa que agiliza a
comunicação e diminui o tempo de resposta, satisfazendo o cliente.

81
3. WhatsApp: é inegavelmente a mais nova forma de prestar atendimento ao
público. Com o aplicativo, você tem contato direto com seus clientes e pode
oferecer a eles novos produtos, ofertas e promoções, além de resolver
diretamente os problemas que eles por acaso tiverem. Embora fosse uma
ferramenta cada vez mais popular, é aconselhável não exagerar no seu uso.
Mandar propaganda em excesso pode fazer com que o cliente se sinta
invadido e bloqueie o seu número. A chave desse aplicativo é ter bom senso.
4. ChatBot: uma nova forma de aprimorar o atendimento e o relacionamento
com os clientes é o ChatBot. Caso você ainda não saiba do que se trata, o
ChatBot é um programa-robô de atendimento programado para “conversar”
com o cliente em busca de uma solução imediata. O sistema pode ser aplicado
não só para atendimento ao cliente, mas também na geração de leads,
realização de pesquisas, agendamentos e reservas e entretenimento. O
ChatBot funciona 24 horas por dia, sete dias por semana. Erros por distração
não acontecem, e o atendimento é excelente mesmo com vários clientes
simultaneamente, mas a equipe responsável pelo funcionamento do ChatBot
deve estar muito bem preparada, caso contrário, o sistema será um fracasso.

Independente da área de atuação administrativa em que você trabalha, saber como


lidar com as outras pessoas é essencial para que a imagem da sua marca não seja
arranhada e que a propaganda boca a boca tenha efeito - de forma positiva, claro. A
Exame.com listou quatro coisas que os clientes esperam de uma empresa:

82
RESPEITO CRIATIVIDADE AGILIDADE CREDIBILIDADE

Falta de
ânimo não Consistência no
combina com discurso e na
Coloque-se no
Não use o atendimento, prática é o que
lugar do cliente e
mesmo mas ser leva uma empresa
lembre-se das
discurso : proativo não a ter credibilidade
atitudes grosseiras
aquela história signi ca no mercado. Se
que podem afastar
de que o despejar um vendedor falta
o cliente. O
produto é infomações com a verdade ou
primeiro contato é
perfeito para em cima do mente, isso É
crucial, pois o
você é um cliente. Foque catastró co. Caso
vendedor está
clichê que não em ajudar o o vendedor não
falando em nome
convence. O cliente a tenha a
da empresa e, por
ideal é sugerir entender o informação que o
mais que o cliente
até três que ele quer consumidor
esteja em um dia
opções que e o que vai necessita, a
ruim, as boas
atendam à comprar. Só sinceridade é o
maneiras devem
necessidade não vale único caminho.
ser mantidas. Todo
do cliente. tentar “Quero me
mundo gosta de
Fuja do script, empurrar certi car de que
ser bem tratado,
mas esteja coisas que não lhe darei uma
aind mais quando
atento à não tem nada informação
se está solicitando
realidade do a ver com o errada” é uma das
um serviço ou
cliente. cliente para frases que ele
produto.
terminar o gostaria de
atendimento escutar.
logo.

Fonte: adaptado de Disponível aqui

83
Deixe sua comunicação mais simples!
Há quem pense que se comunicar adequadamente no mundo corporativo é ser
extremamente formal, mas por pensar dessa forma, alguns pecam pelo excesso de
formalidade. Veja como deixar a sua comunicação mais simples, porém ainda
formal:

No lugar de: Escreva:


Acusamos o recebimento de Recebemos
Agradecemos a atenção dispensada Agradecemos
Acima citado/ supracitado Citado
Antecipadamente gratos Gratos
Aproveitamos o ensejo para comunicar Comunicamos
Através dessa missiva, informamos Informamos
De acordo com o supracitado Conforme exposto
Essa missiva tem por finalidade Nosso objetivo é
Levamos ao conhecimento de Informamos
No que tange Em relação a /Quanto a

Fonte: adaptado de Disponível aqui . Acesso em 30 maio, 2019.

84
08

Oratória em
Reuniões
85
“Você nunca terá uma segunda chance de causar uma primeira
impressão”
Danuza Leão, jornalista e escritora brasilera

Uma reunião, no seu sentido mais amplo, ocorre em diferentes contextos sociais.
Ela pode acontecer em momentos familiares, encontros com amigos, eventos
escolares, rituais religiosos, festas populares e outras situações em que um grupo
se junta com um objetivo em comum.

No âmbito pro ssional, as reuniões em uma organização são voltadas para


situações especí cas, e aqui vamos pensar em reunião como qualquer evento em
que seja preciso se projetar ao público, falar a um grupo. E, segundo Dionísio et al.
(2012) as vantagens de falar em público, no que diz respeito a atividades
pro ssionais (e até acadêmicas), são muitas. Podemos citar algumas:

projeta a personalidade do falante


propicia a autoanálise e o autoconhecimento
gera cooperação entre os colegas para com o falante
estimula a criatividade
consolida o prestígio do pro ssional
inspira credibilidade
exercita o raciocínio lógico
é um valiosos instrumento de persuasão
favorece o exercício das habilidades de liderança
fortalece o marketing pessoal e pro ssional
estabelece laços de interação e empatia
valoriza o poder de argumentação criativa
aprimora a linguagem verbal e não-verbal do emissor
proporciona mais e melhores relações interpessoais

Creio que nem seja preciso enfatizar como é necessário que o comunicador saiba
falar em público e se posicione diante dos assuntos com os quais se envolve no
cotidiano de uma organização, certo? Mas esta aula será de grande valia para

86
aqueles que ainda não têm essa consciência ou querem melhorar suas habilidades
oratórias.

Habilidades oratórias e princípios


gerais
Segundo Dionísio et.al.,

Em vários momentos, falar em público é tão decisivo quanto garantir a


sobrevivência da democracia. Tem sido assim desde a Antiguidade,
nascedouro dos grandes oradores, e ainda hoje, quando um país
como o Brasil se vê em um longo processo de estabilização e
consolidação dos valores democráticos. Em uma sociedade em que
vozes podem (e devem) ser ouvidas, falar em público com
propriedade, com o domínio do tema e dos recursos de expressa da
fala e dos gestos constitui um dos momentos mais importantes de
partilha da informação e do conhecimento. Desde oradores como
Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.). Cícero (106 a.C. - 43 a.C.) e Quintiliano
(30 d.C - 95 d.C.) até dos oradores modernos, ler o mundo, a apalavra
escrita, acompanhada pelo pensar, escrever e bem dizer apresenta-se
como uma harmoniosa continuidade. (DIONÍSIO ET. AL., 2012, p.177).

Assim, mostrar habilidades oratórias na atualidade é ser dotado de algumas das


três inteligências múltiplas desenvolvidas por Howard Gardner (1995), psicólogo da
Universidade de Harvard:

Inteligência linguística - é ter sensibilidade para os sons, ritmos e signi cados das
palavras. É a principal habilidade para usar a linguagem para convencer ou
estimular o público.

Inteligência interpessoal - é a habilidade para entender e responder


adequadamente a pessoas de diferentes humores, temperamentos e desejos. É
bastante apreciada em psicoterapeutas, professores, político, gestores e
vendedores.

87
Inteligência intrapessoal - é o equivalente interno da inteligência interpessoal: é a
habilidade de entender os próprios sentimentos, desejos e ideias para saber usá-
los na solução de problemas pessoais. Trata-se de reconhecer suas habilidades,
sonhos e necessidades e de formular uma imagem clara de si próprio para usá-la
em meios sociais de forma efetiva.

Os princípios gerais para uma boa apresentação também devem ser considerados
com cuidado.

Vejamos:

88
Grande parte da insegurança de falar em público vem da
dúvida do emissor quanto ao seu conhecimento sobre o
tema. Assim, é necessário estudar o assunto, ainda mais
quando houver a possibilidade de os receptores fazer
Domínio do
perguntas. A credibilidade do orador depende disso, e o
tema
ritmo da fala e a espontaneidade dos gestos e palavras
resultam desse domínio do assunto.

Cada público exige uma abordagem diferente: quem fala


com os colegas de trabalho procura ter uma postura
diferente do que se sua comunicação fosse dirigida a
Conhecer o
experientes pro ssionais da área. Essa diferenciação
público
acontece basicamente no nível a linguagem.

Visitar e avaliar o local no qual se irá palestrar. Veja a


disposição dos assentos em relação ao palco, a
luminosidade, a acústica, etc., pois elementos do espaço
Conhecer o
físico podem atrapalhar a apresentação caso não se
espaço físico
conheça com antecedência.

Naturalidade Uma pesquisa realizada pela UCLA (Universidade da


de expressão Califórnia) revelou que somente 7% do impacto da
corporal mensagem decorrem do conteúdo, 38% da intensidade e
velocidade da voz e 55% de gestos, postura e contato
visual. Isso signi ca que devemos ngir quem não somos
em uma apresentação? Não. Todos possuímos máscaras
sociais que nos ajudam a interagir em sociedade, mas nada

89
justi ca tentar ser em público aquilo que você não é. A dica
é não exagerar na imposição da voz e não pronunciar as
palavras como se você as tivesse lendo.

Assim, se o orador cometer algum erro técnico, mas se


comportar de maneira natural e espontânea, a plateia vai
continuar aceitando bem a mensagem. Do contrário, os
receptores podem achá-lo arrogante e forçado. O segredo
é você preservar suas características pessoais e seu estilo
de comunicação, adaptando-o para se sentir con ante na
apresentação.

Memorizar palavra por palavra para uma apresentação é


muito arriscado, pois caso seja necessário falar de
improviso, o orador não vai saber contornar o problema.
Fazer um roteiro da apresentação é o ideal. Anote uma
Não con e na
ideia, conceito, frase ou palavra-chave para que você
memória
comente e os amplie, discuta e exponha até que essa parte
da mensagem se esgote.

Em certos momentos, os desvios gramaticais podem até


dar uma uidez ao discurso, mas há erros graves que
devem ser observados e evitados, tais como erros de
Cuidado com concordância, gerundismo e outros vícios - que serão vistos
a linguagem nesta disciplina mais adiante. Gírias também devem ser
evitadas.

Ter bom O bom humor dá leveza à apresentação e cria empatia com


humor o público. Mas cuidado com o exagero! - na dose certa,

90
provoca risos e serve como termômetro se a plateia está
gostando ou não. Todavia, nunca deixe que a apresentação
se transforme em um show de humor: usar qualquer
pretexto para fazer graça coloca a credibilidade do orador
em risco.

A atenção com a apresentação pessoal envolve cuidados


básicos - aparência, roupa, modo de sorrir e de gesticular,
etc. - mas se for negligenciada, coloca em risco a gura do
orador e seu empenho em cativar a plateia. O orador está
diante de olhares que o percorrerão de cima a baixo e que
Apresentação
farão julgamentos inevitáveis sobre sua aparência.
pessoal
Portanto, para que o primeiro pensamento sobre você não
seja algo relacionado a um descuido com a apresentação
pessoal.

Fonte: adaptado de Melo in Dionísio et al., 2012

91
Você já se sentiu como se, ao falar, ninguém ouvisse? Julian Treasure
está aqui para ajudar. Neste TED talk, palestra bastante útil, o
especialista em comunicação e empreendedor demonstra como falar
poderosamente; desde exercícios vocais até dicas de como falar com
empatia. Uma palestra que pode ajudar o mundo a soar mais bonito.
Vale a pena assistir!

Recursos didáticos
Borges (2013) oferece um guia prático de recursos didáticos bastante úteis para
todos que precisam lidar com apresentações - e isso é inevitável - no meio
acadêmico, pro ssional e outros.

Quadro negro

92
Vantagens Desvantagens

Maçante quando usado em


Disponível em quase todos os locais; demasia;

Desenvolvimento progressivo durante a Prática exigida para o


apresentação/aula; layout;

Facilmente apagável; Facilmente desordenável;

Fácil participação do ouvinte/aluno. Tendência a escrever fora


de nível.

Indicações

Método espontâneo;

Bom para grupos pequenos (2 a 20 pessoas) em salas iluminadas;

Desenhos e grá cos devem ser simples e de fácil cópia.

Dicas

Cuidado com o giz e seu pó;

Use cores para ênfase;

Escreva legivelmente;

Leia alto o que escreve, mantém a atenção do grupo;

Não deixe muita coisa sempre escrita;

Limpe-o para a próxima apresentação;

Escreva da esquerda para a direita, apagando-o na mesma sequência.

93
Flipchart

Vantagens Desvantagens

Fácil de preparar antes ou durante a


apresentação/aula;

Desenvolvimento progressivo durante a


apresentação/aula;

Sequência exível, pode folhear para Armazenagem;


frente e para trás;
Não muito durável;
Folhas removíveis para colocar na
Tendência do apresentador de
parede ou quadro-negro;
ler para o público.
Portátil;

Colorido ou preto e branco;

Atua como roteiro.

Indicações

Uso recomendado em grupos pequenos (2 a 20 pessoas) e salas bem


iluminadas;

Bom meio informal;

Facilmente preparável;

Podemos ter acesso em qualquer ordem, embora seja usada uma sequência
preparada.

94
Retroprojetor
Vantagens Desvantagens

Variedade de material disponível


para fazer transparência, com ou
sem máquina de Distorção trapezoidal*;
copiar/impressora;
Arranjo na sala onde se realizará a
O apresentador olha para o projeção;
público de frente;
Tendência a copiar guras de manual
Sala iluminada; ou livros que sejam pequenos demais
para reproduzir uma transparência
Progressivo;
legível.
Baixo custo;

Facilmente disponível. Facilmente


duplicado ou corrigido;
*deformação em forma de trapézio, da imagem
Colorido ou preto e branco;
projetada na tela, resultante da indicação do eixo do
Portátil; feixe de projeção, em relação à normal, ao plano da

tela.
Durável.

Indicações

Grupos pequenos e médios (2 a 50 pessoas) em sala escurecida ou não;

Pode se projetada em qualquer superfície clara;

Bom meio informal;

Fácil de preparar;

Ideal para acesso aleatório;

Permite ao apresentador olhar para os ouvintes todo o tempo.

95
Dicas

Regras que concernem a linhas e cores do ipchart também se aplicam aqui;

Evite transparência de cópias de páginas digitadas. Se absolutamente


necessário use tipo de letra Arial, com tamanho 20, no mínimo;

Considere a possibilidade de usar transparências superpostas;

Utilize cores, canetas para retroprojetor são facilmente encontradas;

Lembre-se de usar cartão adequado para tampar a transparência toda vez que
não esteja em uso ou então desligue o projetor;

Coloque-as em molduras para facilitar o manuseio;

Mantenha-as em molduras para facilitar o manuseio;

Mantenha-as em número reduzido;

Leve um indicador e se possível use-o na tela e não no aparelho;

Lembre-se de utilizá-la como o quadro-negro para efeitos de construção.

96
Datashow

Vantagens Desvantagens

Permite uso de cores;

Movimentação;

Permite maior sequência,


mediante escolha de opções;

Fácil transporte; Alto custo do equipamento;

Permite alterações até mesmo na Exige conhecimento de operação de


hora; software de apresentação.

Permite uso individual


(autoinstrução).

Indicações

Recomendado para grupos pequenos e médios (2 a 50 pessoas) ou para uso


individual;

Recursos auxiliares ao computador como datashow e vídeo projetores podem


também auxiliar na exibição de lmes.

97
Dicas

Planeje o roteiro do que se quer mostrar e os caminhos a serem escolhidos;

Faça sempre backup da apresentação a ser realizada;

Informe-se antecipadamente se a con guração disponível no


microcomputador é compatível como software da sua apresentação;

Chegar com antecedência su ciente para instalar no microcomputador a


apresentação e testá-la;

Veri car a existência de lâmpadas sobressalentes do equipamento de


reprodução da tela do computador (datashow, videoprojetor, canhão etc.).

Você é tímido? Fica nervoso quando precisa falar em público, mesmo


que sejam seus conhecidos? Leia na revista Pequenas Empresas,
Grandes Negócios “4 TRUQUES PARA PERDER A TIMIDEZ AO FALAR EM
PÚBLICO EM 5 MINUTOS”:

98
09

Linguagem Corporal
e Expressão Oral
99
Linguagem Corporal
“Eu gosto de olhos que sorriem, de gestos que se desculpam, de toques que
sabem conversar e de silêncios que se declaram.” - Machado de Assis

Voltando à linguagem não verbal, devemos nos atentar para o fato de que assim
como acontece com a linguagem verbal, a compreensão da linguagem corporal nos
ajuda a entender melhor nosso semelhante e nos possibilita agir de maneira
inteligente e respeitosa, além de desenvolver um melhor relacionamento com as
pessoas, seja no âmbito familiar, pro ssional ou social. Também, como na
linguagem verbal, o corpo fornece pistas acerca da pessoa que você é - como pensa
e vê o mundo.

No ambiente pro ssional, por exemplo, a linguagem corporal é fortemente


valorizada, pois a importância dela para quem lida com um público reside no fato
de muitas pessoas carem inseguranças ou relutarem em comunicar abertamente
suas intenções. No entanto, é enfatizada também nesses contextos a necessidade
de se levar em conta todo o contexto e o tipo de personalidade das pessoas e do
público com quem você lida.

Tim Connor, presidente do Connor Resource Group, traçou regras básicas


amplamente aceitas de tipos comuns de comportamento humano no meio
pro ssional e o que o cliente/interlocutor provavelmente está pensando ou
sentindo:

Abertura
Mãos abertas
Tirar o casaco ou blazer
Aproximar-se
Inclinar-se para a frente
Descruzar as pernas
Braços cruzados suavemente sobre as pernas

100
Entusiasmo
Pequenos sorrisos ou risadas
Corpo rme e ereto
Mãos abertas, braços estendidos, olhos alertas
Voz bem modulada e com energia

Defesa
Corpo rígido
Braços/pernas cruzados fortemente
Contato visual reduzido
Lábios contraídos
Cabeça baixa, com queixo sobre o peito
Punhos cerrados
Dedos entrelaçados sobre braços cruzados
Jogar-se para trás na cadeira

Avaliação
Cabeça levemente inclinada para o lado
Sentar na ponta da cadeira e inclinar-se para frente
Mão na parte da frente do queixo ou na bochecha
Coçar o queixo

Nervosismo
Limpar a garganta
Morder (lábios, unha, dedo, etc.)
Cobrir a boca quando fala

101
Puxar o lóbulo da orelha
Abrir os olhos
Caretas
Contorcer mãos ou lábios
Boca entreaberta
Brincar com objetos
Ficar trocando o peso de uma perna para a outra (quando em pé)
Tamborilar os dedos
Ficar mexendo o pé

Rejeição ou dú da
Coçar o nariz
Coçar os olhos
Franzir o cenho
Pernas e braços cruzados
Corpo em posição de “fuga”
Limpar a garganta
Esfregar as mãos
Levantar as sobrancelhas

Suspeita
Pouco contato visual
Resistência a olhar “olho no olho”
Ficar olhando para os lados ou por sobre o ombro
Coçar o nariz
Ficar olhando por sobre os óculos

Con ança, autoridade


Jogar-se para trás na cadeira com as mãos atrás da cabeça

102
Postura orgulhosa
Cabeça alta, com queixo levantado
Contato visual rme, sem piscar

Frustração
Mãos apertadas rmemente
Balançar punhos fechados
Respiração curta, porém controlada
Olha ‘através’ de você
Passar as mãos no cabelo
Bater os pés no chão

Chateado, indiferente
Mãos ‘segurando’ a cabeça
Olhos sonolentos
Postura relaxada demais (largada)
Ficar mexendo com pés, mãos, dedos
Balançar as pernas
Olhar vazio
Pouco contato visual
Boca “mole”.

Fonte: adaptado de Disponível aqui

103
A linguagem corporal é só uma parte da história. Você deve considerar
também seu comportamento em geral, sua natureza e seu jeito de ser
para transmitir mensagens e lidar com um público. E da próxima vez
que alguém disser que ouvir é a parte mais importante das pro ssões
que lidam com pessoas, lembre-se que o corpo também fala.

Todo ser humano tem a capacidade de se comunicar, e saber ouvir é essencial. Mas
por que existem tantas falhas e desencontros quando nos comunicamos?

O ato de se comunicar é um processo complexo - seja verbalmente, pela escrita ou


por gestos. Intencional e conscientemente ou não, a comunicação acontece. Até
quando deixamos de falar, gesticular ou escrever, estamos nos comunicando;
como dizem os vários provérbios: "Quem cala consente.", "Poupa o teu tempo e
também as tuas palavras.", "Bom é saber calar até ser tempo de falar.", "De calar
ninguém se arrepende e de falar, sempre.","Uma imagem vale por mil palavras".

Prevenção de falhas ou ruídos


Toda situação de comunicação está sujeita a falhas devido à presença de ruído ou
interferência - todo e qualquer fator que inter ra no processo de comunicação,
como por exemplo, distrações físicas, erros gramaticais, diferenças culturais, etc.
Cada um de nós processa informações de maneiras distintas. Assim, falhas na
comunicação geram con itos, improdutividade, prejuízos e ressentimentos.

Os ruídos na comunicação interna das empresas são erros bastante comuns no dia
a dia pro ssional, porém, muito prejudiciais para a produtividade e bem-estar no
ambiente corporativo. As falhas comunicacionais entre equipe, clientes e gestores,
muitas vezes geradas por erros corriqueiros, podem resultar em retrabalho,
atrasos em prazos e desentendimentos.

Cada um tem uma maneira própria de se comunicar, mas algumas práticas


simples podem ser adotadas para reduzir ao máximo a possibilidade de ruídos:

104
1. Documente os acordos – registre sempre por e-mail decisões acordadas em
reuniões presenciais, on-line ou por telefone. Não se esqueça de deixar claro
quem cou responsável por cada tarefa, datas de novas reuniões ou eventos
e prazos estipulados.
2. Mantenha os envolvidos informados – certi que-se de que todos os
envolvidos em determinado projeto ou processo estão inteirados sobre
todas as informações necessárias, estando copiados nos e-mails e recebendo
convites para as reuniões, por exemplo.
3. Seja didático – é melhor pecar pelo excesso do que pela falta de explicações.
Quando for instruir alguém, repasse até as informações que lhe parecerem
mais óbvias, pois para o interlocutor, podem não ser.
4. Estipule prioridades e esclareça prazos – sempre que designar tarefas,
deixe claro qual é a prioridade de cada uma e estipule prazos exatos, ou seja,
nunca utilize termos como “o quanto antes”, por exemplo. Dê data e, se
necessário, horário em que você precisa receber o material desejado.
5. Envie lembretes – nas vésperas de entregas importantes, veri que se está
tudo certo com o andamento das tarefas e se o prazo acordado está
mantido, assim, você tem tempo hábil para partir para um plano B, se
necessário. O mesmo vale para reuniões agendadas, a con rmação evita
deslocamentos e janelas desnecessárias na agenda.
6. Adote canais o ciais de comunicação - O número de pessoas e
informações que circulam dentro de uma empresa diariamente é alto, e não
é difícil que uma informação seja distorcida ou se perca. Quando a empresa
não tem canais de comunicação o ciais, qualquer boato ganha força e se
espalha com facilidade. Depois de analisar e estudar a organização, é mais
fácil identi car quais ferramentas e práticas serão mais e cientes.
Comunicadores internos, mural, TV corporativa, informativos impressos ou
online: existem vários canais de comunicação que podem ajudar a sua
empresa a se comunicar melhor.
7. Estabeleça a cultura do diálogo - Comunicar de forma clara e ouvir com
atenção é a melhor maneira de evitar ou resolver problemas. Uma empresa
atenta aos ruídos da comunicação incentiva seus colaboradores a
conversarem entre si e com os diretores e gestores de forma clara e direta.

105
Expressão Oral
Segundo Vanoye (2017), existem dois tipos de comunicação oral:

a. situação de intercâmbio: a conversa acontece com a presença real do


emissor e do receptor, e os papeis se invertem durante o diálogo. É o que
acontece em uma conversa, aula com diálogo, entrevista, etc.
b. situação de não-intercâmbio: o receptor não tem a possibilidade imediata
de responder e assumir o papel de emissor, independentemente de estar
próximo ou não. Ela pode ser unicamente oral, em que a mensagem é
transmitida apenas pela voz do interlocutor, ou pode ser mista, unindo o
visual e o oral. Vemos essa modalidade em aulas expositivas, discursos,
monólogos teatrais, sermões, etc.

Brainstorming
Você já deve ter ouvido o termo brainstorming que, em inglês, quer dizer
“tempestade mental”. Trata-se de uma expressão oral do tipo situação de
intercâmbio, e é uma técnica bastante difundida que tem por objetivo a produção
intensiva, por um pequeno grupo, de ideias novas e originais.

Quando um grupo se vê diante de um problema, os participantes do grupo


apresentam suas ideais para solucioná-lo, e há toda a liberdade criativa para que
proponham ideias extravagantes e até absurdas, mas devem se esforçar para listar
o máximo número de sugestões no menos período de tempo. Ninguém do grupo
está autorizado a criticar as ideias emitidas, e devem tentar associar essas ideias
com as suas. O coordenador do grupo não manifesta reações visíveis e limita-se a
reformular falas confusas e encorajar igualmente todos os participantes. Há
também a gura do observador da atividade que, em silêncio, anota as ideias e faz
uma lista a partir da qual serão selecionadas as mais originais, as mais viáveis e as
mais e cazes.

Gostou? Consegue pensar em alguma situação prática da sua vida para aplicá-la?
Pode ser no seu trabalho, na faculdade, na família, na igreja...

106
Técnicas de apresentação oral

PREPARAÇÃO
A preparação é a fase mais importante para determinar o sucesso de uma
apresentação oral. Para que ela seja bem elaborada, segue alguns passos:

De nição do tema, assunto;


Objetivo da apresentação: Qual a intenção da sua fala? Emocionar?
Persuadir? Informar? Instruir? Fazer rir? Fazer chorar? Vender? Expor?
Público Alvo: Você vai falar para quem? Quantas pessoas? Homens?
Mulheres? Jovens? Idosos? Crianças? Empresários?
Esboço da apresentação e planejamento adequado do tempo e dos recursos.
É importante organizar o roteiro de sua apresentação, de nindo o início,
meio e m, para saber se o conteúdo será su ciente ou excessivo de acordo
com o tempo que você tem para a apresentação. Conhecer os recursos que
serão utilizados também faz diferença para organizar o tempo de sua
apresentação.
Estudo e atualização de conhecimentos. É muito importante estar atualizado
em relação ao tema que será apresentado. Fazer leituras e conhecer vários
autores cujas opiniões acerca do tema sejam diferentes cria uma visão ampla
sobre o assunto. Uma boa estratégia é fazer o que chamamos de
antecipação das perguntas. Imaginar aquilo que poderá ser perguntado
durante a apresentação e preparar as respostas mais adequadas é um bom
exercício de atualização.

ROTEIRO
A parte oral de uma boa apresentação está relacionada com uma prévia
elaboração e estruturação realizada por meio de organização das ideias.
Geralmente, essa organização é realizada por meio da escrita. Para tanto,
apresentaremos alguns tópicos que devem ser abordados no roteiro:

107
Estrutura: introdução, corpo, resumo, conclusão;
Identi cação pessoal;
Introdução do assunto;
Síntese da estrutura da apresentação;
Especi cação dos recursos técnicos;
Referência ao tempo da apresentação;
Resumo e conclusão.

TÉCNICAS
Para vencer os aspectos negativos da apresentação oral, podemos recorrer a
algumas técnicas, estratégias e recursos. O primeiro passo é: troque palavras
negativas por positivas, por exemplo, em vez de dizer “Isso não vai dar certo”, diga
“Há outras possibilidades melhores”.

Existe também a técnica do “NÃO, MAS...”.

A palavra NÃO é negativa por natureza. Seu uso pode causar uma má impressão.
Assumir que não sabe algo é ético e preciso. Mentir pode trazer consequências
desagradáveis e criar uma imagem ainda mais negativa. Sendo assim, a técnica do
“Não, mas...” é uma saída para escapar de situações em que não temos o
conhecimento necessário. Exemplo:

“-Você fala inglês?”

“-Não, mas estou iniciando um curso no início do mês.”

E se der branco, o que fazer? Repita a última frase. Dará impressão que você está
enfatizando. Muitas vezes, a repetição faz lembrar o que tinha sido esquecido. Caso
não se lembre, continue assim: “Assim, o que eu quero dizer é...” e explique a
mesma frase dita anteriormente com outras palavras. Depois segue a conversa.

EVITE!!

Pedir desculpas ao(s) receptor(es);


Contar piadas;
Fazer perguntas no início;
Opinar sobre um assunto polêmico. Isso pode gerar discussões e situações
constrangedoras;

108
Utilizar chavões ou frases vulgares;
Repetição excessiva de vícios de linguagem (né, tipo, fala sério, etc.);
Ficar falando sobre a vida pessoal;
Apresentar exemplos que não estão relacionados diretamente com o tópico
abordado. Isso pode parecer que você está preenchendo o tempo por falta
de conteúdo e conhecimento;
Apresentar vídeos muito longos;
Expor alguém da plateia;
Responder algo de forma insegura e sem a certeza da resposta. Caso não
saiba, diga que vai pesquisar e tente relacionar alguma situação à questão
perguntada;
Apontar o dedo pode parecer um pouco hostil, é bom evitar.

Toda pessoa é auditiva, visual ou sinestésica. Sendo assim, é importante


considerar sua postura, sua voz, suas atitudes. Uma postura errada
pode agredir o visual, uma voz ruim agride o auditivo, atitudes de
insegurança, excesso de perfume, maquiagem, risos e vários tipos de
posturas agridem pessoas que têm uma percepção sinestésica.

Desta forma, devemos trabalhar o visual (postura), o auditivo (voz) e os


sentidos (conhecimento sobre o assunto). A falta de conhecimento não
signi ca uma falha, porém a falta de aprimoramento e busca por novos
conhecimentos são falhas visíveis no processo comunicativo durante
uma apresentação oral.

109
Você tem medo de falar em público? Isso geralmente acontece porque
temos receio de sofrer algum tipo de depreciação diante dos nossos
colegas de trabalho ou faculdade, mas também pode ser falta de
prática. Assista a algumas preciosas dicas de oratória do professor
Marcello Pepe:

110
10

Comunicação
na Era Digital
111
A Era Digital
“Na era da informação, a invisibilidade é equivalente à morte.” - Zygmunt
Bauman

Era Digital (ou Era da Informação) são os termos utilizados para designar os
avanços tecnológicos resultantes da Terceira Revolução Industrial e que acontecem
em um ciberespaço instrumentalizado pela informática e pela internet.

A Terceira Revolução Industrial, também chamada de Revolução Informacional,


teve início em meados do século XX, quando a eletrônica surgiu como meio de
modernização da indústria. Isso se deu após a II Guerra Mundial (1939-1945) e
abrange o período que vai de 1950 e até os dias atuais.

As principais características e consequências que marcam a Terceira Revolução


Industrial são:

o uso de tecnologia e do sistema de informação na produção industrial;


o desenvolvimento da robótica, da engenharia genética e da biotecnologia;
a aceleração da economia capitalista e geração de emprego;
a utilização de várias fontes de energia, inclusive as menos poluentes, e a
conscientização ambiental;
o amento da consciência ambiental;
a consolidação do capitalismo nanceiro;
a terceirização da economia e
a expansão das empresas multinacionais.

A obtenção ágil da informação – e principalmente da informação de qualidade – é o


grande desa o destes nossos tempos. De um microcomputador doméstico, um
notebook ou um smartphone podemos ter acesso ao resultado de uma pesquisa
eleitoral ou de mercado, acontecimentos registrados em forma impressa, áudio e
vídeo, depoimentos de celebridades e chefes de Estado, resultados esportivos,
anúncios de acordos, fusões e novos produtos, entretenimento sem m e
relacionamentos pessoais por meio de uma simples conexão à Internet (adaptado
de JAMIL E NEVES, 2000).

112
Assim, ca claro que a exposição a essa enxurrada de informações causa algum
impacto, positivo ou negativo, nas nossas relações, no modo como enxergamos o
mundo e como interpretamos aquilo que lemos.

Mas será que apenas ler a informação que nos é apresentada na Internet é o
su ciente para adquirir conhecimento?

Tudo o que eu preciso saber está na Internet?

Será que eu ainda vou ter meu próprio site na Internet?

É possível gostar de música, matemática e Internet


tudoaomesmotempoagora?

Não há como esgotar um assunto tão como a sociedade da informação


– esta em que vivemos. Quer saber a resposta de essas e outras
perguntas da Era da Informação? Leia o artigo da Revista
Superinteressante:

É fato que a Internet criou novos hábitos de comunicação entre as pessoas. Nós
nos adaptamos às facilidades da nova tecnologia, e isso vale tanto para a leitura,
em vista da enorme quantidade de textos veiculados na rede, quanto para a
escrita, principal meio de expressão do internauta - bem, apesar de até as
conversas “via áudio” já estão se tornando mais corriqueiras... logo, as gerações
vindouras nem mais saberão como é sua caligra a!

113
Podemos concluir então que cada vez mais o acesso às redes sociais é irrestrito,
porém, as pessoas não sabem separar as informações mais valiosas para a
aquisição do conhecimento daquelas meramente de entretenimento,
super ciais ou falsas.

Mas viver na Era Digital é tão ruim assim para a nossa formação como cidadão? De
jeito nenhum. Pelo contrário: deveríamos nos sentir privilegiados por, ao alcance
de um clique, no tempo que leva acessar um link, ter à disposição uma profusão de
textos, vídeos e áudios sobre todos os assuntos, de todas as épocas, sob todos os
pontos de vista - e ainda poder debater com gente do mundo todo por um custo
mínimo. Nossa re exão deve ser justamente acerca de como fazer do nosso
notebook ou smartphone um ltro de tanta informação, que nos ajudará a ler mais
e compreender melhor.

Alguns tópicos que merecem re exão sobre leitura e interpretação na Era Digital:

Estamos vivendo a era da instantaneidade, em que o mais importante parece


ser a velocidade da publicação e não mais a qualidade e a riqueza do
conteúdo.
Virou tendência apenas copiar e replicar o que lemos, sem questionas se
aquilo é de fato o que acreditamos ou discordamos. Nos habituamos ao
ctrl+c e ctrl+v e nos esquecemos da nossa própria opinião.
Geramos informações, mas não geramos conteúdo. Geramos textos , mas
não geramos conhecimento. Somos autores de blogs e redes sociais, mas
como disse o jornalista André Petry: Qualquer escrita oresce no mundo digital,
mas a leitura, a boa leitura murcha.
Há décadas saber ler e escrever não é mais um diferencial, porém, ler e
escrever bem certamente é um seletor natural. É só pensar nos processos
seletivos e provas que fazemos ao longo da vida, com suas redações e longos
enunciados.
A leitura na internet é apenas uma extensão da leitura em qualquer outro
meio (livro, jornal, revista, etc.) Se na internet as pessoas não leem, é possível
que não leem também em outros meios, e se não sabem interpretar texto na
internet, não saberão interpretar em lugar algum.

Fonte: adaptado de Disponível aqui (link 1) Disponível aqui (link 2)

114
Observe este meme que viralizou nas redes:

Hoje, há um tipo de falta de interesse comum entre os usuários de redes sociais: a


preguiça. Sim, preguiça de ler. Você certamente já deixou de ler um post ou
comentário por considerá-lo “muito longo” - e já existe neologismo para isso: o
“textão”.

Somam-se a isso a falta de leitura fora dos meios digitais (livro, jornal, revista, etc.)
e o próprio caráter de leitura rápida (o “passar os olhos”) inerente às tecnologias e
temos o resultado: a falta de prática em leitura longa e desinteresse do usuário em
dispor de um tempo maior para ler um enunciado mesmo que consideravelmente
curto. Quando ele se depara com textos e enunciados grandes em provas e testes,
a primeira sensação é de estar perdido quanto ao que fazer e por onde começar a
ler (dica: pelo começo!).

Mais de 90% das desavenças que acontecem nas redes sociais são
causadas pela má interpretação de texto. O dado é do Anonymous
Br4sil, e você deve ter cado impressionado com o número - ou se
lembrou de alguma ocasião em que brigou com alguém porque um não
entendeu o que o outro quis dizer em vias digitais. A escrita virtual não
tem tom de voz, linguagem não-verbal corporal ou expressões faciais
(embora tenhamos os emojis...) e isso pode causar uma falha de
comunicação se a pessoa não souber dominar o uso de pontos de
exclamação, interrogação ou vírgulas. Um “oi” pode soar mais seco que
um ‘“oi!!<3”, mas como con rmar se o remetente do primeiro oi estava
realmente bravo ou desinteressado em conversar? - Só pessoalmente, e
até então, namoros já foram desfeitos e amizades foram parar na corda
bamba.

115
Para nos preparar para o próximo tópico, vale ouvir o podcast do
Jornal da USP sobre como o analfabetismo funcional é uma das causas
da disseminação de notícias falsas, as fake news:

https://jornal.usp.br/atualidades/analfabetismo-funcional-pavimenta-o-
caminho-para-as-fake-news/

As fake news
A grande acessibilidade aos meios de comunicação permite que qualquer pessoa
produza conteúdo e o divulgue nas redes sociais. Assim, muito do que consumimos
de informação não corresponde totalmente à verdade - tanto é que jornalistas
estão fazendo o impossível para conseguir apurar essas informações “duvidosas”. A
situação é tão séria que surgiram agências especializadas em checar fatos – as
chamadas fact-checking agencies.

Em tradução literal para o português, o termo signi ca “notícias falsas”. Segundo a


editora inglesa Collins, fake news seriam: “informações falsas e eventualmente
sensacionalistas divulgadas sob o disfarce de notícias”. A expressão também foi
escolhida como a “palavra do ano” em 2017, período em que as menções ao termo
na mídia aumentaram em 365% (dados da BBC Brasil).

No ano anterior, 2016, o termo eleito pelo Dicionário Oxford como a palavra do ano
foi pós-verdade, conceito da Sociologia que já abria caminho para o que viria a ser
o fenômeno das fake news: “circunstâncias em que fatos objetivos são menos
in uentes na formação da opinião pública do que emoções e crenças pessoais"
(ENGLISH OXFORD LIVING DICTIONARIES, 2016). A pós-verdade encaixa-se
perfeitamente em um mundo em que mentiras e fofocas se espalham rapidamente
em redes cujas pessoas acreditam mais uma nas outras do que em qualquer órgão
tradicional da imprensa, nas instituições de pesquisa e até mesmo na ciência.

Não há como abordar pós-verdade, Era Digital e fake news sem falar de Zygmunt
Bauman, sociólogo polonês que desenvolveu o conceito de modernidade líquida.
Sua frase mais famosa para resumir o conceito é: “Vivemos em tempos líquidos.
Nada foi feito para durar”. Na modernidade líquida, os vínculos pessoais podem
ser rompidos a qualquer momento e levar o indivíduo ao isolamento social, e isso
enfraquece a solidariedade e estimula a insensibilidade em relação ao sofrimento
do outro (BAUMAN, 2001).

116
Para o sociólogo, as redes sociais são uma nova forma de estabelecer contatos e
formar vínculos, mas não proporcionam um diálogo real, pois é muito fácil se
fechar em círculos de pessoas pensam igual a você e não entrar em contato com
controvérsias. Esse afastamento, mais a uidez das relações e a rapidez das
informações, são o terreno propício para plantar a semente da desinformação e
das fake news.

Assista a uma entrevista com Zygmunt Bauman ao Programa Milênio


sobre o conceito da modernidade líquida, em que não se valoriza o
permanente, mas o temporário.

As fake news são uma ferramenta para a pós-verdade, pois divulgar


uma informação falsa porque se sabe que um grupo de pessoas vai
acreditar e se envolver com o assunto mesmo que não seja verdadeiro,
é uma forma de manipulação - e é aí que mora o perigo, não é? E isso
pode acontecer tanto no mundo dos esportes e das celebridades
quanto em assuntos bem mais sérios, como política, religião e relações
externas.

117
A primeira agência brasileira de fact-checking é a Agência Lupa.
Conheça no Twitter: @agencialupa e em:

20.02.2019 / 19h09 / no Facebook

#Veri camos: É falso que revista japonesa tenha feito capa


criticando tratamento da imprensa brasileira a Bolsonaro.

21.02.2019 / 17h08 / no Facebook

#Veri camos: É falso que Dilma tenha proposto idade mínima de 95


anos para aposentadoria.

118
Notícias reais sobre notícias falsas

No Brasil, o
A agência de Por que as fake
Senado tem se
fact-checking. news viralizam?
mobilizado em
Aos Fatos Porque segundo o
torno do assunto:
divulgou uma Segundo o conceito da pós-
em 21 de março de
pesquisaque laboratório verdade, uma
2018 o Plenário foi
a rma que de segurança pessoa está
transformado em
43% dos PSafe,os condicionada a
sessão temática
entrevistados brasileiros acreditar em algo
para tratar de
descon a acessaram alinhado com as
notícias falsas, por
das cerca de 2.9 suas crenças.
iniciativa de
informações milhões de Quando
Telmário Mota
que recebe Fake News recebemos o link
(PTB-RR). O
em entre janeiro de uma matéria
senador sugeriu a
aplicativos de a março de sobre algo com a
criação de
mensagem. 2018, e o qual nos
delegacias
Por outro principal simpatizamos por
especializadas
lado, metade meio de questões
para dar
dos disseminação ideológicas,
celeridade na
entrevistados dessas políticas ou
investigação das
a rmou que informações morais, temos
notícias falsas
já tomou é o aplicativo mais chances de
propagadas na
alguma de ignorar evidências
internet tanto
decisão Whatsapp. de que essa
sobre o autor
errada notícia seja falsa -
como sobre quem
baseada em e aí acreditamos
reproduz o
Fake News. cegamente.
conteúdo.

Fonte: adaptado de Disponível aqui (link 1) Disponível aqui (link 2)

119
Para ilustrar o conceito de pós-verdade, os exemplos geralmente
utilizados são das eleições presidenciais americanas de 2016. Trata-se
de um exemplo clássico por ter tido impacto global, mas o fenômeno da
pós-verdade ocorre cotidianamente, em menor escala, nas nossas
vidas.

Eleições americanas de 2016: o candidato Donald Trump disseminou


informações e estatísticas não fundamentadas para fortalecer sua
campanha e atingir seus adversários. Essas a rmações, relacionadas à
segurança nacional e ao terrorismo, apelavam diretamente aos
sentimentos de revolta e insegurança da população, que se sentiu
representada pelo discurso sem se preocupar se os dados eram
verdadeiros ou não. Entre as principais declarações dele, estão que:

Hillary Clinton criou o Estado Islâmico;


o desemprego nos EUA chegava a 42%;
Barack Obama é muçulmano;
o Papa Francisco apoiava sua campanha.

Grande parte da população americana, motivada por valores pessoais,


acreditou e ainda acredita nessas e outras a rmações de Trump, que foi
eleito presidente.

Existem fake news inofensivas, como as sátiras, as paródias e o sensacionalismo


bizarro ao estilo do famigerado bebê-diabo do jornal “Notícias Populares”, por
exemplo. Há os clickbaits, que são manchetes propositalmente polêmicas usadas
para se conseguir mais acesso e consequentemente adquirir lucros nanceiros. Há
ainda as fake news disseminadas anonimamente pelas redes sociais, as “fake news
do tiozão do WhatsApp”. O problema não são esses tipos de fake news, mas

120
aquelas usadas por grupos diversos para manipular a opinião pública com
interesses políticos ou, mais precisamente, sobre como essa manipulação
acontece.

Existem fake news inofensivas, como as sátiras, as paródias e o


sensacionalismo bizarro ao estilo do famigerado bebê-diabo do jornal
“Notícias Populares”, por exemplo. Há os clickbaits, que são manchetes
propositalmente polêmicas usadas para se conseguir mais acesso e
consequentemente adquirir lucros nanceiros. Há ainda as fake news
disseminadas anonimamente pelas redes sociais, as “fake news do
tiozão do WhatsApp”. O problema não são esses tipos de fake news,
mas aquelas usadas por grupos diversos para manipular a opinião
pública com interesses políticos ou, mais precisamente, sobre como
essa manipulação acontece.

Outro perigo é a disseminação de notícias que incitam revolta em


algum grupo. “O serralheiro carioca Carlos Luiz Batista, de 39 anos, viu sua
vida virar de cabeça para baixo em poucos dias em razão de um boato
compartilhado nas redes sociais. Uma mensagem, acompanhada de sua
foto, dizia que o serralheiro era “estuprador e sequestrador de crianças”. (...)
em 2014, uma mulher foi espancada até a morte no Guarujá, litoral
paulista, depois de ser acusada, em boatos em redes sociais, de que
estuprava e sequestrava crianças. No entanto, nem sequer existiam
denúncias do tipo na região. Esses casos demonstram o que acontece a
indivíduos, em casos extremos, quando o compartilhamento de informações
mentirosas sai do controle.”

Link para matéria completa:

Logo, conclui-se que fake news também é um problema de


desinformação. Pode parecer um paradoxo, mas informação falsa se
combate com... informação! Quanto mais leitura o cidadão tem, mais
senso crítico ele desenvolve para descon ar da veracidade daquilo que
ele recebe. Antes de compartilhar dados por emoção, re ita com base
na razão.

121
Logo, conclui-se que fake news também é um problema de desinformação. Pode
parecer um paradoxo, mas informação falsa se combate com... informação! Quanto
mais leitura o cidadão tem, mais senso crítico ele desenvolve para descon ar da
veracidade daquilo que ele recebe. Antes de compartilhar dados por emoção,
re ita com base na razão.

A educação virtual é uma arma importante para detectar informações


falsas no noticiário, segundo especialistas. Para evitar que as fake news
tumultuem o debate público, essa “alfabetização” deve contar com
esforços de vários setores da sociedade, como prestar atenção a dicas
para identi car fake news e conhecer as agências de fact-checking:

122
11

O Novo Acordo
Ortográfico
123
"En m consegui familiarizar-me com as letras quase todas. Aí me exibiram
outras vinte e cinco, diferentes das primeiras e com os mesmos nomes
delas. Atordoamento, preguiça, desespero, vontade de acabar-me. Veio
terceiro alfabeto, veio quarto, e a confusão se estabeleceu, um horror de
quiproquós.” - Graciliano Ramos.

Nossa aula de hoje trata de um tópico que tem causado polêmica e dor de cabeça
em alunos e professores: o acordo ortográ co da Língua Portuguesa, ou
simplesmente a nova ortogra a.

Polêmica porque muitos não veem sentido prático para as alterações e


simplesmente as ignoram, preferindo escrever ainda da forma como aprenderam
tempos atrás; e dor de cabeça porque, no geral, a população reclama que em
muitos casos nem sabia a forma correta de usar o hífen, por exemplo, e agora
precisam estudar regras que as confundem ainda mais.

Mas não há motivo para preocupação! Basta ter a consciência de que o acordo tem
caráter o cial e deve ser respeitado. Assim, não podemos ignorá-lo ou achar que
são mudanças pequenas; que só um hífen ou um acento agudo não faz diferença
na escrita. Pois faz, e são essas diferenças que podem excluir ou aprovar um
candidato em um processo seletivo ou concurso.

124
Em resumo, o Acordo Ortográ co está em vigor no Brasil desde 1º de
janeiro de 2009, mas foi proposto inicialmente em 1990, quando
assinado em Lisboa (Portugal) e só aprovado em 1995. A rati cação de
Portugal ocorreu em 2008 e no ano seguinte o acordo foi decretado no
Brasil. A princípio, havia sido determinado um prazo até 2013 para que
as editoras e os brasileiros em geral absorvessem todas as mudanças
que, en m, tornar-se-iam normas obrigatórias. Mas esse prazo foi
estendido pelo governo brasileiro até 2016, o que não nos desobriga de
estudá-lo e usá-lo.

O Portal da Língua Portuguesa traz uma explicação das questões


diplomáticas do acordo, que envolve os sete países de língua o cial
portuguesa (além do Brasil e de Portugal, também Angola, Cabo Verde,
Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe). Traz também o link
para que você conheça as reformas que o português sofreu desde 1911.
É puro conhecimento, aproveite!

125
Para facilitar nossos estudos e principalmente para que você tenha um material de
consulta, vamos separar as mudanças quanto aos acentos e outros sinais (trema e
hífen). Vamos iniciar:

ACENTO AGUDO
O acento agudo deixa de existir em alguns poucos casos, vejamos:

Paroxítonas: CAI O ACENTO DE “EI” E “OI” E DE HIATOS COM “I” E “U”

1. Nas palavras paroxítonas, ou seja, naquelas cuja sílaba tônica recai na


penúltima sílaba, os ditongos abertos ei e oi que eram acentuados, não
são mais. Assim, alguns termos que hoje se escreve de um jeito, tomam
novos formatos ortográ cos, como: assembleia, ideia, jiboia, proteico,
heroico, etc. Já outros, continuam como sempre foram: cadeia, cheia, apoio,
baleia, dezoito, etc.

126
Como era Como ca
alcalóide alcaloide
alcatéia alcateia
andróide androide
apóia apoia (verbo apoiar)
apóio apoio (verbo apoiar)
asteróide asteroide
bóia boia
celulóide celuloide
clarabóia claraboia
colméia colmeia
Coréia Coreia
debilóide debiloide
epopéia epopeia
estóico estoico
estréia estreia
estréio (verbo estrear) estreio
geléia geleia
heróico heroico
idéia ideia
jibóia jiboia
jóia joia
odisséia odisseia
paranóia paranoia
paranóico paranoico
platéia plateia
tramóia tramoia

Porém, o acento agudo permanece nas oxítonas (palavras cuja sílaba tônica incide
na última sílaba) e nos monossílabos tônicos com ditongos abertos -éi, -éu ou -ói,
seguidos ou não de –s: papéis, herói, remói, anéis, ilhéus, chapéu, etc. = todos
continuam igual

127
2. Nas palavras paroxítonas com hiatos formados com i e u, sendo que a vogal
anterior a estas faz parte de um ditongo, ou seja, quando são precedidas de
ditongo. Dessa forma, feiúra passa a ser feiura, baiúca passa a ser baiuca.

ACENTO CIRCUNFLEXO
1. Não existe mais circun exo nos pares dobrado de “e” e “o”. Assim, antes
era: crêem, dêem, lêem, vêem, relêem, prevêem e agora ca: creem, deem,
leem, veem, releem, preveem.
2. De igual modo, o acento circun exo deixa de existir na vogal tônica “o” de
palavras paroxítonas, assim como: enjoo, voo, abençoo, perdoo.

Como era Como ca


abençôo abençoo
crêem (verbo crer) creem
dêem (verbo dar) deem
dôo (verbo doar) doo
enjôo enjoo
lêem (verbo ler) leem
magôo (verbo magoar) magoo
perdôo (verbo perdoar) perdoo
povôo (verbo povoar) povoo
vêem (verbo ver) veem
vôos voos
zôo zoo

3. Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára (verbo)/para


(preposição), pêlo(s)(substantivo) /pelo(s)(preposição), pólo(s)/polo(s)

Ele gosta de jogar pólo.


Como era Esse gato tem pêlos brancos.
Ele pára o carro. Comi uma pêra.
Ele foi ao pólo Norte.

128
Como ca Ele gosta de jogar polo.
Ele para o carro. Esse gato tem pelos brancos.
Ele foi ao polo Norte. Comi uma pera.

Atenção: permanece o acento diferencial em pôde/pode.Pôde é a forma do


passado do verbo poder. Pode é a forma do presente do indicativo.

Veja : Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele pode.

Permanece o acento diferencial em pôr/por.Pôr é verbo. Por é preposição.

Exemplo: Vou pôr o livro na estante que foi feita por mim.

Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos


verboster e vir, assim como de seus derivados (manter, deter, reter, conter,
convir, intervir, advir etc.).
Exemplos:
Ele tem dois carros. / Eles têm dois carros.
Ele vem de Sorocaba. / Eles vêm de Sorocaba.
Ele mantém a palavra. / Eles mantêm a palavra.
Ele convém aos estudantes. / Eles convêm aos estudantes.
Ele detém o poder. / Eles detêm o poder.
Ele intervém em todas as aulas. / Eles intervêm em todas as aulas.

Ex: Vocês têm muito o que aprender!


Os pais sempre intervêm nas escolhas dos lhos.

Será que eles vêm de carro ou de ônibus?


As caixas contêm dez unidades cada.

129
O acento diferencial de número (plural) permanece na terceira pessoa
do plural dos verbos TER e VIR e dos respectivos derivados. Nesse
aspecto, não houve alteração, ou seja, a regra foi mantida:

TER - Ele tem / Eles têm

VIR - Ele vem / Eles vêm

TREMA
Sim, podemos dizer adeus ao trema (¨)!

Assim sendo, palavras que normalmente eram grafadas com o trema, como
lingüiça, tranqüilo, lingüística, bilíngüe, freqüentar, cinqüenta, agüenta, etc., não
possuem mais o trema.

Essa nova regra justi cou-se no fato de que há ditongos na língua que não
precisam do trema para indicar a quem lê o fato do “u” ter que ser pronunciado
ou não, como em: língua e quente. No primeiro caso, sabe-se que o “u” deve ser
pronunciado e no segundo não. Este fato não tem a ver com gra a e sim com
fonética, ou seja, com o modo de dizer e não com o de escrever, tornando o trema
desnecessário.

130
HÍFEN
Usa-se hífen com substantivos compostos cujas palavras quando separadas
continuam fazendo sentido isoladamente: guarda-chuva (guarda e chuva), boa-fé
(boa e fé), segunda-feira (segunda e feira), mesa-redonda (mesa e redonda), porta-
malas (porta e malas), etc. Esses substantivos continuam iguais, ou seja, não
perderam o hífen.

Usa-se o hífen em compostos que têm palavras iguais ou quase iguais, sem
elementos de ligação. Exemplos: reco-reco, blá-blá-blá, zum-zum, tico-tico, tique-
taque, cri-cri, glu-glu, pingue-pongue, zigue-zague, esconde-esconde, pega-pega,
corre-corre. Esses substantivos também continuam iguais, ou seja, não perderam o
hífen.

Não se usa o hífen – e nunca se usou – em compostos como pé de moleque, pé de


vento, pai de todos, dia a dia, cara a cara, m de semana, cor de vinho, ponto e
vírgula, camisa de força, cara de pau, olho de sogra.

O acordo também se refere a palavras formadas por pre xos (anti, super, ultra,
sub, etc.) ou por elementos que podem funcionar como pre xos (aero, agro, auto,
eletro, geo, hidro, macro, micro, mini, multi, neo, etc.).

CASOS GERAIS
1. Usa-se o hífen diante de palavra iniciada por h.

Exemplos:

anti-higiênico
anti-histamínico
macro-história
mini-hotel
proto-história
sobre-humano
super-homem
ultra-humano

131
2. Usa-se o hífen se o pre xo terminar com a mesma letra com que se inicia a outra
palavra.

Exemplos:

micro-ondas
anti-in amatório
sub-bibliotecário
micro-ônibus
inter-racial

3. Não se usa o hífen se o pre xo terminar com letra diferente daquela com que se
inicia a outra palavra. Exemplos:

autoescola
antiaéreo
intermunicipal
supersônico
geopolítica
anticoncepcional
autoestima
superinteressante
agroindustrial
aeroespacial
semicírculo

Atenção: segundo a nova ortogra a, se o pre xo terminar por vogal e a outra


palavra começar por r ou s, essas letras dobram:

minissaia / autorretrato / antirracismo / ultrassensível / ultrassom / antisséptico /


semirreta

4. Usa-se o hífen com os pre xos ex, sem, além aquém, recém, pós, pré, pró, vice.
Exemplos:

além-mar
além-túmulo
aquém-mar
ex-aluno
ex-diretor
ex-presidente

132
pós-graduação
pré-história
pré-vestibular
pró-europeu
recém-casado
recém-nascido
sem-terra
vice-reitor

MUDANÇAS NO ALFABETO
O alfabeto passa a ter 26 letras, já que foram reintroduzidas as letras k, w e y. O
alfabeto completo passa a ser:

ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ

As letras k, w e y, que na verdade não tinham desaparecido da maioria dos


dicionários da nossa língua, são usadas em várias situações, como:

na escrita de símbolos de unidades de medida: km (quilômetro), kg


(quilograma), W (watt)
na escrita de palavras e nomes estrangeiros (e seus derivados): show,
playboy, playground, windsurf, kung fu, yin, yang, William, kaiser, Kafka,
kafkiano.

133
A Biblioteca Digital da Câmara dos Deputados disponibilizou um guia de
bolso do acordo ortográ co em PDF. É só ir em:

134
12

Inadequações Entre
Fala e Escrita
135
“Pense antes de falar. Leia antes de pensar.” - Anônimo.

Existem várias ferramentas às quais podemos recorrer em caso de dúvida de


português – dicionários, gramáticas ou uma simples busca no Google. Contudo, é
sabido que a maioria dos estudantes e pro ssionais não consultam o dicionário,
por exemplo, quando se deparam com uma palavra desconhecida, ou não buscam
uma gramática para sanar dúvidas que, teoricamente, o indivíduo tido como
alfabetizado não deveria cometer.

Assim, é muito comum o indivíduo aprender uma a palavra ou expressão e depois


repeti-la, mas sem conferir como é a escrita, causando uma inadequação entre o
que se ouve e o que se escreve.

Quer um exemplo? A expressão “por ora”, muito usada em correspondências e


redações técnicas, que signi ca “agora”, “no momento”. Não existe “h” no termo:
“Por ora estou ocupado. Volte mais tarde.” Já “por hora” existe, mas quer dizer
“por um período de 60 minutos”: “O estacionamento cobra por hora.”

Figura Ilustrativa.

Muitos podem achar que é exagero corrigir quem confunde “um simples ‘há’, ou ‘a’,
ou ainda ‘à’... é tudo igual!”. Mas certamente deixam de achar besteira quando esse
tipo de problema cai em concursos, processos seletivos ou avaliações das quais
você depende para dar um passo importante na vida. Pense nisso!

136
Aliás, o correto da placa seria “HOMENS TRABALHANDO A 300m”. “A” indica avanço
para frente no tempo ou no espaço. Por exemplo: “Moro a dois quarteirões daqui”,
“Vamos nos ver daqui a dois dias”. O “há” refere-se ao passado: “Nos vimos HÁ
duas semanas”

Vejamos algumas dessas confusões geralmente causadas porque são parecidas na


fala ou na forma de escrever.

MAU é um adjetivo, o oposto de bom:


Estou de bom humor./ Estou de mau humor.
Logo, temos: mau hálito, mau caráter, mau caminho, lobo mau, que
podem ser todos substituídos por “bom” para fazer o antônimo.

MAL é um advérbio, o oposto de bem:


Todos falaram mal do lme. / Todos falaram bem do lme.
Logo, temos: mal estar, passar mal, mal amado, mal visto, que podem
ser todos substituídos por “bem” para fazer o antônimo.

PERDA é um substantivo: a perda, as perdas, uma perda, sua perda,


minha perda...
Falar desse assunto é perda de tempo.
Sinto muito pela sua perda.

PERCA é verbo no imperativo (o modo do mando, do pedido) ou no


subjuntivo:
Não perca a promoção de sábado!
Mesmo que eu perca, não vou desistir!

TAMPOUCO signi ca “nem”, “também não”


Ele fez o jantar, tampouco varreu a casa!
Você não trabalha, tampouco estuda. (ATENÇÃO: “nem tampouco” é
redundância).

TÃO POUCO quer dizer muito pouco, pouquíssimo:


Havia tão pouco entusiasmo naquele grupo que eu me desanimei.
Eu como tão pouco e mesmo assim não perco peso!

137
A internet também pode ser uma grande aliada quando o assunto é
sanar erros comuns de português. Os chamados “quiz”, aqueles jogos
de perguntas que você clica e confere sua pontuação, é um jeito bacana
de aprender. Desa o você a fazer um teste de português antes e depois
de ler o material destas duas aulas. Você vai notar a diferença.

Baixe no App Store:

Fala x Escrita
COMO É FALADO A instituição atua em todo país.
Ele vive às custas do irmão. O CORRETO É...
É a melhor escola a nível estadual. Ele vive à custa do irmão.
Joana estava ao par de tudo. É a melhor escola em nível
Faça uma rúbrica no contrato. estadual.
Joana estava a par de tudo.

138
Faça uma rubrica no contato
(sem acento, sílaba tônica“bri”)
A instituição atua em todo o país.

*A frase quer dizer que a instituição atua no país inteiro. Assim, o artigo
depois de todo, toda (Ele comeu toda a comida), todos (Preciso de todos os
relatórios), todas (Todas as alunas estão convidadas) é obrigatório. Sem o
artigo, todo passa a ser sinônimo de "qualquer", como na frase "todo
homem é igual perante à Lei.”

Vou consigo até a cidade. Vou com você até a cidade.


Ela foi uma das que menos falou Ela foi uma das que menos
hoje. falaram hoje.

*Inverta a forma para conferir: de toda sas que menos falaram, ela foi
uma.

Fiz o pagamento junto ao banco. Fiz o pagamento no banco.


Lâmpadas orescentes. Lâmpadas uorescentes.
Eu estou quites com você. Eu estou quite com você.

*QUITE é adjetivo e, portanto, deve concordar com a palavra a que serefere:


Ele está quite com o irmão. Eles estão quites.

Ela corria risco de vida. Ela corria risco de morte.


Vende-se duas casas na praia. Vendem-se duas casas na praia.
O professor interviu na briga. O professor interveio na briga.
Casa germinada. Casa geminada.

*A casa não germina como planta. “Geminado” vem de gêmeas, unidas,


iguais.

139
Diga não à descriminição! Diga não à discriminação!
Gosto de pizza calabreza e Gosto de pizza de calabresa e
portugueza. portuguesa.

Pare com essa hipocresia. Pare com essa hipocrisia.


Faremos um bazar bene ciente. Faremos um bazar bene cente.

Aonde x Onde

“Aonde” é usado quando a frase tem algum verbo de deslocamento,


como é o caso de “ir” e outros que pedem a preposição “a”: ir a, dirigir-
se a, encaminhar-se a, etc. Corresponde a “para onde você foi?”. Com
outros verbos, é apenas “onde”, no sentido de “em que lugar”. Assim, o
correto é “Onde você colocou as chaves?” e não “Aonde você colocou as
chaves?”, “Onde você trabalha?” e não “Aonde você trabalha?”. Mas é
correto “Eu sei aonde ele foi.”, por exemplo.

AS FORMAS DE PORQUÊ
Já que estamos analisando palavras e expressões fáceis de confundir, vamos fechar
o conteúdo de hoje com as quatro formas de porquê.

Na língua portuguesa, existem quatro formas de usar o porquê. Disso todos


sabem, mas parece que o descaso é maior que a preocupação em aprender ou
relembrar.

140
PORQUE (junto e sem acento): É uma conjunção explicativa. Usamos, por exemplo,
para responder perguntas e explicar qualquer assunto mesmo quando não foi feita
pergunta nenhuma (o famoso “no meio da frase”). Essa forma pode ser substituída
por "POIS."

Eu sempre faço exercícios porque me sinto muito bem!

Não vou sair porque não quero. Simples assim.

PORQUÊ (junto e com acento): É um substantivo que pode ser substituído pela
palavra “motivo”. Vem junto de artigo (O/UM PORQUÊ = O/UM MOTIVO), de um
pronome possessivo (MEU PORQUÊ = MEU MOTIVO) e tem plural (OS PORQUÊS).

Você só arruma desculpa para não sair, é um porquê atrás do outro!

A infância é a fase dos porquês.

POR QUE (separado e sem acento): Usa-se quando for "o motivo pelo qual"
(geralmente usado junto dos verbos do tipo “saber, entender, descon ar, imaginar,
supor”) e no começo ou meio de perguntas.

Agora eu sei por que você sempre vai embora mais cedo.

Por que a gente nunca vai jantar no restaurante japonês?

Não entendo por que ele saiu e nem deu tchau.

POR QUÊ (separado e com acento no "que"): Quando o "que" estiver em nal de
sentença ou interrogação, ou seja, ao lado da pontuação (seja ponto nal ou
vírgula), precisa sempre ter o acento, em todos os casos.

Ele está triste por quê? Por quê?

Ninguém me explicou por quê, mas não vamos receber aumento.

141
Fonte: Arquivo pessoal

O livro acima era uma famosa enciclopédia de perguntas e respostas dos anos de
1960 e 70; uma espécie de minigoogle da era pré-internet. Mas talvez não fosse
bom fazer a esse oráculo perguntas sobre gramática ou uso dos porquês – a
própria capa estampa o uso errado. Qual seria a gra a certa? É “por quê” separado,
por se tratar de uma interrogativa isolada, sozinha e sem complemento (no nal da
pergunta).

A cantada pode até ser boa (será?), mas o “por que” deveria ser separado: mesmo
estando no meio da frase, trata-se de uma interrogativa.

142
13

Homônimos e
Parônimos
143
“A leitura torna o homem completo, a conversação o torna ágil e o
escrever dá-lhe precisão.” - Francis Bacon, político, lósofo e cientista
inglês (1561 – 1626).

Eminente (ilustre, famoso, famigerado) e Iminente (pendente, próximo para


acontecer).

Homônimos
Homônimos são palavras que têm a mesma pronúncia - às vezes, a mesma gra a -
, mas que possuem signi cados diferentes.

Ex: Acender (colocar fogo) / ascender (subir)


Acento (sinal grá co) / assento (lugar em que se senta)

Os homônimos dividem-se em três tipos:

Homógrafas: Iguais na escrita, mas diferentes na pronúncia


Exemplos:

a. este (pronome), este (ponto cardeal)

144
b. governo (substantivo), governo (verbo)

Homófonas: Iguais na pronúncia, porém diferentes na escrita e no signi cado.


Exemplos:

a. cheque (ordem de pagamento), xeque (lance de xadrez)


b. viagem (substantivo), viajem ( exão do verbo viajar)

Homônimos perfeitos: Iguais na escrita e na pronúncia.


Exemplos:

a. verão ( exão do verbo ver), verão (substantivo)


b. banco (instituição nanceira), banco (assento)

Veja alguns exemplos no quadro abaixo:

145
acender (colocar fogo) ascender (subir)

acento (sinal grá co) assento (local onde se senta)

apreçar (ajustar o preço) apressar (tornar rápido)

bucho (estômago) buxo (arbusto)

caçar (perseguir animais) cassar (tornar sem efeito)

cegar (deixar cego) segar (cortar, ceifar)

cela (pequeno quarto) sela (forma do verbo selar; arreio)

censo (recenseamento) senso (entendimento, juízo)

céptico (descrente) séptico (que causa infecção)

cerração (nevoeiro) serração (ato de serrar)

cerrar (fechar) serrar (cortar)

cervo (veado) servo (criado)

chá (bebida) xá (antigo soberano do Irã)

cheque (ordem de
xeque (lance no jogo de xadrez)
pagamento)

círio (vela) sírio (natural da Síria)

146
cito (forma do verbo citar) sito (situado)

concertar (ajustar,
consertar (reparar, corrigir)
combinar)

concerto (sessão musical) conserto (reparo)

coser (costurar) cozer (cozinhar)

esotérico (secreto) exotérico (que se expõe em público)

espectador (aquele que expectador (aquele que tem esperança, que


assiste) espera)

esperto (perspicaz) experto (experiente, perito)

espiar (observar) expiar (pagar pena)

espirar (soprar, exalar) expirar (terminar)

estático (imóvel) extático (admirado)

esterno (osso do peito) externo (exterior)

estrato (camada) extrato (o que se extrai de algo)

estremar (demarcar) extremar (exaltar, sublimar)

incerto (não certo,


inserto (inserido, introduzido)
impreciso)

147
incipiente (principiante) insipiente (ignorante)

laço (nó) lasso (frouxo)

ruço (pardacento, grisalho) russo (natural da Rússia)

tacha (prego pequeno) taxa (imposto, tributo)

tachar (atribuir defeito a) taxar ( xar taxa)

Fonte: Só Português

Você já deve ter ouvido essa expressão, certo? Mas o correto é que
alguém foi o bode ESPIATÓRIO ou o bode EXPIATÓRIO?

O correto é “expiatório”, do verbo “expiar”, que quer dizer pagar por um


erro, remir-se de uma culpa; e não “espiatório”, de quem está espiando.

“Bode expiatório” é uma expressão usada para de nir uma pessoa


sobre a qual recaem as culpas alheias, quando alguém é acusado de um
delito que não fez. É quando alguém leva sozinho a culpa de algo
errado.

148
Parônimos
Parônimos são palavras com gra as ou pronúncias parecidas, mas com
signi cados diferentes e por isso facilmente confundidas. Exemplos:

Absolver (perdoar, inocentar) / absorver (sorver, aspirar)

Cavaleiro (que cavalga) / cavalheiro (homem cortês, educado)

Veja alguns exemplos no quadro:

149
absolver (perdoar, inocentar) absorver (aspirar, sorver)

apóstrofe ( gura de linguagem) apóstrofo (sinal grá co)

aprender (tomar conhecimento) apreender (capturar, assimilar)

arrear (pôr arreios) arriar (descer, cair)

ascensão (subida) assunção (elevação a um cargo)

bebedor (aquele que bebe) bebedouro (local onde se bebe)

cavaleiro (que cavalga) cavalheiro (homem gentil)

comprimento (extensão) cumprimento (saudação)

deferir (atender) diferir (distinguir-se, divergir)

delatar (denunciar) dilatar (alargar)

descrição (ato de descrever) discrição (reserva, prudência)

descriminar (tirar a culpa) discriminar (distinguir)

despensa (onde se guardam


dispensa (ato de dispensar)
mantimentos)

docente (relativo a professores) discente (relativo a alunos)

emigrar (deixar um país) imigrar (entrar num país)

150
iminência (qualidade do que está
eminência (elevado)
iminente)

eminente (elevado) iminente (prestes a ocorrer)

esbaforido (ofegante, apressado) espavorido (apavorado)

estadia (permanência temporária em


estada (permanência em um lugar)
um lugar)

agrante (evidente) fragrante (perfumado)

uir (transcorrer, decorrer) fruir (desfrutar)

fusível (aquilo que funde) fuzil (arma de fogo)

imergir (afundar) emergir (vir à tona)

in ação (alta dos preços) infração (violação)

in igir (aplicar pena) infringir (violar, desrespeitar)

mandado (ordem judicial) mandato (procuração)

peão (domador de cavalos) pião (tipo de brinquedo)

precedente (que vem antes) procedente (que tem fundamento)

rati car (con rmar) reti car (corrigir)

151
recrear (divertir) recriar (criar novamente)

soar (produzir som) suar (transpirar)

sortir (abastecer, misturar) surtir (produzir efeito)

sustar (suspender) suster (sustentar)

tráfego (trânsito) trá co (comércio ilegal)

Fonte: Só Português

Palavras e expressões parônimas


Parônimos são palavras quase idênticas que se diferenciam por algum traço de
gra a (como “acender = ligar” e “ascender = subir”) ou que se pronuncia do mesmo
jeito, mas com escrita diferente (como “agente = quem atua, pratica” e “a gente =
nós, o grupo”).

152
Ao encontro de tem
sentido positivo, signi ca De encontro a tem sentido negativo, signi ca
“em busca de”, “em direção “em oposição a”, “para chocar-se com”: O
a”, “para junto de”: Ele foi motorista foi de encontro ao muro.
ao encontro do sucesso.

Absolver: inocentar,
Absorver: embeber em si, esgotar: O solo
relevar da culpa imputada:
absorveu lentamente a água da chuva.
O júri absolveu o réu.

Acender: atear (fogo),


Ascender: subir, elevar-se.
in amar.

Acento: sinal grá co;


Assento: banco, cadeira: Tomar assento num
in exão vocal: Vocábulo
cargo.
sem acento.

A cerca de: indica aproximação: Estava a cerca


Acerca de signi ca “sobre”, de 3 km daqui.
“a respeito de”: Falei acerca
de política.
E ainda temos Há cerca de: indica tempo
decorrido: Brigamos há cerca de um mês.

A princípio signi ca no Em princípio signi ca de maneira geral, sem


começo, para começar: A entrar em detalhes, de forma geral: Em
princípio, pensei em princípio, todos deveriam ter acesso à
desistir. educação.

Assistir ao signi ca ver, Assistir signi ca tomar conta, cuidar, dar


olhar: Hoje vou assistir ao assistência: O médico assistiu a paciente/ o
jogo/ à novela. paciente.

153
Caçar: perseguir, procurar,
Cassar: tornar nulo ou sem efeito, suspender,
apanhar (geralmente
invalidar.
animais).

Censo: alistamento, Senso: entendimento, juízo, tino.


recenseamento, contagem.

Cerrar: fechar, encerrar,


Serrar: cortar com serra, separar, dividir.
unir, juntar.

Seção: setor, subdivisão de um todo,


repartição, divisão: Em qual seção do
Cessão: ato de ceder; A ministério ele trabalha?
cessão do local pelo
município tornou possível E ainda temos Sessão: espaço de tempo que
a realização da obra. dura uma reunião, um congresso; reunião;
espaço de tempo durante o qual se realiza
uma tarefa: A próxima sessão legislativa será
iniciada em 1º de agosto.

Cheque: ordem de Xeque: perigo, como na expressão “pôr em


pagamento à vista. xeque”.
dirigente árabe; lance de xadrez; ( g.)

Conjectura: suspeita, Conjuntura: acontecimento, situação, ocasião,


hipótese, opinião circunstância

Despercebido: que não se Desapercebido: desprevenido, que não está


percebeu, não observado, preparado, sem provisões: Quando viu que ela
não notado. Meu estava desapercebida, ele lhe roubou a bolsa

154
aniversário passou Iminente: que está a ponto de acontecer;
despercebido, que triste. próximo, imediato: A crise na indústria é
Eminente: alto, elevado, iminente: é melhor me precaver!
excelente, superior,
famoso: Aquele senhor é
um dos mais eminentes
estudiosos da área.

In ação: ato ou efeito de Infração: ato ou efeito de infringir ou violar


in ar; emissão exagerada uma norma.
de moeda, aumento
persistente de preços.

Rati car: validar,


con rmar, comprovar:
Rati camos seu pedido do Reti car: corrigir, emendar, alterar: A grá ca

histórico. reti cou o texto com passagens ambíguas

Tachar: censurar,
Taxar: xar taxa; regular, regrar: taxar
quali car, tachar alguém
mercadorias.
(tachá-lo) negativamente.

Traz: do verbo “trazer”.


Trás: atrás, na parte posterior, detrás. Falar
Todo dia ele traz um livro
por trás das costas é fácil. Tente cara a cara!
novo para casa.

Tráfego – circulação, uxo


de carros, pessoas, Trá co – negócio ilegal, clandestino, ilícito.
mercadorias, etc. O tráfego Alguns países que acabaram com o trá co de
de pessoas no centro da drogas.
cidade é intenso.

Fonte: adaptado de "Parônimos" em Só Português

155
14

Ambiguidade e
Redundância
156
Eu gosto de ambiguidade. Não gosto da arte fechada em si mesma.
Detesto verdades absolutas.- Lygia Pape, professora e artista multimídia
brasileira

Ambiguidade
A transcrição a seguir é da embalagem de um produto e ilustra bem o que é
ambiguidade: quando uma mensagem está escrita de tal maneira que causa certa
estranheza quanto ao signi cado, geralmente relacionado à ordem das palavras.

Nesse caso, a expressão “em pó” está no lugar errado na frase, causando a sensação
imediata de que os atletas são em pó. Obviamente, sabemos que tal coisa não existe,
mas demonstra um despreparo linguístico e leva a um problema de coesão e
coerência. O adequado seria “suplemento energético em pó para atletas”.

Outros exemplos de ambiguidade:

O garoto está sentado perto do banco.


(banco, aqui, é um assento ou uma agência bancária?)

157
Uma construção como "O garoto está sentado perto do banco da praça" não deixaria
esta dúvida.

O sargento estava precisando do cabo. (este cabo é relativo à patente de um


militar ou ao cabo de uma vassoura, por exemplo?)
Tomei o isqueiro de João. (tomei o isqueiro que estava com João ou o isqueiro
que pertencia a João?)
Preciso da chave do armário que estava na cozinha. (quem estava na cozinha, a
chave ou o armário?)
Pedro disse a Jorge que seus argumentos convenceriam seu pai. (os
argumentos de quem convenceriam: de Pedro ou de Jorge?)
Crianças que comem doces frequentemente têm cáries. (crianças que
frequentemente comem doces ou crianças têm cáries frequentemente?)

A ambiguidade também pode acontecer por uso incorreto dos pronomes


possessivos. Hoje, estabeleceu-se na mídia (jornalismo, legendagem, etc.) que é
melhor utilizar o os pronomes dele e dela no lugar de “seu” quando se refere a uma
terceira pessoa. Veja:

MANTENHA SEU CÃO FORA DOS JARDINS E RECOLHA SEU COCÔ

O enunciado diz “seu cão”, ou seja, do dono do cão (ou tutor, como as associações de
proteção a animais sugerem), o que está correto. Mas o erro foi usar “suas fezes” no
lugar de “as fezes dele”, ou simplesmente “recolha as fezes” – obviamente as fezes do
cachorro.

PROIBIDO O TRÂNSITO DE BICICLETAS ADULTOS E CRIANÇAS

Bom, se é para cumprir a lei, então ninguém mais anda no parque Trianon em São
Paulo, onde se encontra a placa de onde a transcrição acima foi tirada.

158
Pleonasmo (ou Redundância)
Redundância (ou pleonasmo) são expressões repetidas desnecessariamente que
geralmente falamos e não percebemos. Fugindo um pouco do “subir pra cima”,
“descer pra baixo”, “sair pra fora” e “entrar pra dentro”, note que as pessoas falam
coisas do tipo “encarar os fatos de frente” (tem como encarar de lado ou de costas?),
“dar ré para trás” (tente dar ré para o lado!), ter “hemorragia de sangue” – sem
comentário – e “repetir de novo” (seriam três vezes então?).

Redundâncias
Abismo sem fundo Decapitar a cabeça Labaredas de fogo
Abusar demais Dé cit negativo Lagrimas dos olhos
Acabamento nal Descer para baixo Lançamento novo
Acrescentar mais Descoberta de novos Livre escolha
Adega de bebida Detalhe minucioso Manter o mesmo
Adiar para depois Devolvido de volta Massa polar fria
Almirante da Marinha Duas metades Melhorar mais
Amanhecer o dia Echarpe no pescoço Metades iguais
Anexar junto Elo de ligação Minha opinião pessoal
Arvore oca por dentro Empréstimo Monopólio exclusivo
Aumentar mais temporário Negociata suja
Avançar para frente Encarar de frente Novidade inédita
Batom na boca Engolir pela boca Orbitar ao redor
Brigadeiro da Entrar para dentro Perpetuar-se para o
Aeronáutica Exportar para fora futuro
Canja de galinha Exultar com alegria Piorar mais
Colírio para os olhos Fato verídico Planejar
Comparecer em Ganhe grátis antecipadamente
pessoa General do Exército Plebiscito popular
Completamente vazio Hemorragia de sangue Pomar e frutas
Consenso geral Hepatite do fígado Preconceito
Conviver juntos Importar para dentro intolerante
Criar novos Individual de cada um Principal protagonista
Crise caótica Introduzir dentro Recuar pata trás

159
Reincidir de novo Sorriso nos lábios Útero materno
Repetir outra vez Subir para cima Vereador municipal
Safra agrícola Surpresa inesperada Voar pelos ares

Vale lembrar que a redundância não acontece apenas em nível de


sentido, mas também de estrutura. Veja:

- SE CASO você quiser, podemos marcar uma aula.


- SE você quiser ou: CASO você queria, podemos marcar uma aula.

- HÁ um ano ATRÁS, mudei-me para cá.


- HÁ um ano, mudei-me para cá. Ou: Um ano ATRÁS, mudei-me pra cá!

- Ela NEM SEQUER me deu tchau ao sair.


- Ela NEM me deu tchau ao sair. Ou: Ela SEQUER me deu tchau ao sair.

Certamente você já deve ter visto a placa ao


lado em algum elevador, certo? E por que ela
está em um material sobre erros da língua
portuguesa? Por causa do pronome “mesmo”.
Há uma tendência equivocada principalmente
na linguagem escrita de se utilizar esse termo
para substituir um substantivo. Por exemplo:
“Consultei vários autores, e os mesmos
indicaram a solução da questão” está errado.
O correto é: “Consultei vários autores, e eles
indicaram solução da questão. “Li a crônica e
tirei conclusões da mesma” (Errado).“Li a
crônica e tirei conclusões dela” (Correto).

Fonte: https://www.placassp.com.br

160
Assim, antes de escrever o termo “o mesmo” ou “a mesma”, pare e analise se há
outro jeito de escrever a frase. No caso da placa do elevador, uma opção seria a frase
“ANTES DE ENTRAR, VERIFIQUE SE O ELEVADOR ENCONTRA-SE PARADO NESTE
ANDAR”.

Ah: e se você tem idade para lembrar do extinto Orkut, você talvez se lembre de que
lá havia uma comunidade chamada “Eu tenho medo do mesmo” satirizando esse
aviso do elevador.

161
15

Concordância
Verbo-nominal
162
“ Seu nome não é um nome, Osmar. É um erro de concordância!” - Ziraldo,
cartunista brasileiro, em uma de suas tiras.

Um dos grandes vilões da boa redação em português sem dúvida é a concordância


verbo-nominal - ou seja, dos verbos com seus termos (pronomes, substantivos,
etc.) e destes entre si (feminino ou masculino, plural ou singular).

A regra geral de concordância verbal estabelece que o verbo concorda com o


sujeito da oração em número e pessoa. No entanto, algumas situações merecem
comentários especí cos.

Para ilustrar o conceito, vamos pensar na palavra “anexo”. “Anexo” é adjetivo, logo,
deve concordar em gênero e número com os substantivos:

A PLANILHA SEGUE ANEXA. – singular e feminino


AS PLANILHAS SEGUEM ANEXAS. – plural e feminino

O ARQUIVO SEGUE ANEXO. – singular e masculino


OS ARQUIVOS SEGUEM ANEXOS. – plural e masculino

Porém, a expressão adverbial “em anexo” não faz a concordância:


A PLANINHA SEGUE EM ANEXO / AS PLANILHAS SEGUEM EM ANEXO.

163
Em e-mails, no caso da expressão “segue anexo”, geralmente
iniciamos a frase com o verbo “segue” e esquecemos de
concordá-lo com o sujeito, ou seja, a coisa anexada. Logo, as
frases do exemplo acima cam:

SEGUE ANEXA A PLANILHA / SEGUEM ANEXAS AS


PLANILHAS.
SEGUE ANEXO O ARQUIVO/ SEGUEM ANEXOS OS
ARQUIVOS.

Vamos a outros casos problemáticos?

Com verbos impessoais


O verbo haver, no sentido de existir, NÃO TEM PLURAL, em nenhum tempo verbal
(presente, passado ou futuro).

Havia pessoas interessantes no curso preparatório.

ERRADO CERTO

Houveram vários acidentes no Houve vários acidentes no


feriado. feriado.
Haverão momentos de alegria no Haverá momentos de alegria no
futuro. futuro.
Haviam só três alunos na sala. Havia só três alunos na sala.
Devem haver ligações perdidas. Deve haver ligações perdidas.

164
O mesmo ocorre com o verbo fazer referindo-se a tempo passado.
Faz vinte minutos que ele saiu da sala.

ERRADO CERTO

Fizeram três dias que a conta Fez três dias que a conta venceu.
venceu. Faz meses que não nos vemos.
Fazem meses que não nos vemos. Fazia horas que estávamos
Faziam horas que estávamos esperando.
esperando.

165
Com os verbos faltar, bastar,
restar, sobrar e car (no sentido de
restar, sobrar)
Esses verbos concordam normalmente com o sujeito. Portanto:

Faltam dois dias para o lançamento da campanha.


Bastam alguns minutos e posso te convencer da compra.
Ficaram vários assuntos para discutir na próxima reunião.
Quantas notas restaram para pagar?

Deu na imprensa online:

Carreira
Ministro da educação tropeça feio no português durante entrevista
“Haverão mudanças”, disse o ministro da Educação, Mendonça Filho.

Com o pronome“-se”
Com o pronome -se, também chamado de partícula apassivadora, SEM
PREPOSIÇÃO, o verbo concorda com o sujeito e ca no plural:

Vendem-se casas no Jardim Oriente. (sujeito= casas).

ERRADO
Consertam-se sapatos.
Conserta-se sapatos. Veem-se os primeiros resultados.
Vê-se os primeiro resultados. Contratam-se mecânicos.
Contrata-se mecânicos.
CERTO

Quando o “-se” TEM PREPOSIÇÃO, o verbo ca no singular.

Precisa-se de professores de gramática. (preposição = de)

166
Escreve-se com amor e dedicação. (preposição = com)

ERRADO CERTO
Con am-se em pro ssionais Con a-se em pro ssionais
graduados. graduados.
Tratam-se de questões sérias. Trata-se de questões sérias.

ADMITE-SE PESSOAS COM EXPERIÊNCIA EM ÓPTICA


O correto é “admitem-se”

Casos gerais
“É bom, é necessário, é proibido”
Variam se o sujeito vier precedido de artigo ou outro determinante.

É proibido entrada de estranhos./ É proibida a entrada de estranhos.


É necessário chegar cedo./ É necessária sua chegada.
É bom estudar mais. / É boa a prática do estudo.

As palavras “só”, “próprio” e “mesmo” concordam com a pessoa:

Ele estava só (= sozinho) / Eles estavam sós (=sozinhos)

Mas a expressão “a sós” é usada somente no plural: O rapaz gosta de car a sós.

Elas mesmas zeram a tarefa. / Os próprios meninos deduraram a


irmã. / Elas próprias trocaram o pneu.

167
Com A MAIORIA, PARTE GRANDE PARTE, BOA PARTE, UM
GRANDE NÚMERO, etc.
Na frase: “A maioria das pessoas faltou/faltaram ao encontro”, o sujeito “A maioria
das pessoas” tem o núcleo no singular: maioria. No entanto, ele é seguido de uma
palavra no plural: pessoas. Quando isso ocorre, a concordância pode ser feita tanto
com o núcleo do sujeito - e o verbo cará no singular - quanto com o substantivo
após o núcleo - e cará no plural.

Assim, está correto:

A MAIORIA das pessoas FALTOU ao encontro.


ou
A maioria das PESSOAS FALTARAM ao encontro.

No entanto, é importante lembrar que segundo a norma culta, é


preferível - e também mais comum em veículos de comunicação - a
concordância verbal no SINGULAR: A MAIORIA das pessoas FALTOU ao
encontro.

A expressão “a grande maioria” é redundante: se é grande, já é


maioria. Escolha “grande parte” ou só “a maioria”.

Quando a expressão de quantidade (maioria, parte) não vier sozinha, ou


seja, não for seguida de substantivo nenhum, o verbo ca no singular:
“A maioria está presente”, “Grande parte não tem tempo”, etc.

168
Com verbo longe do sujeito
É muito comum na escrita diária cometer erros de concordância quando a frase é
mais longa e o verbo está longe do sujeito.

Veja o exemplo:

O encontro marcado na sexta passada pelos acionistas foram


con rmados.

Sujeito = encontro. Verbo = foram.


Logo, a concordância está incorreta. O verbo deveria, neste caso:

O encontro marcado na sexta passada pelos acionistas foi


con rmado.
Veja exemplos reais de concordância incorreta em jornais:

Segundo os pesquisadores do CBPF, “advogados franceses solidários


ao drama de
Adlène” estava no aeroporto para qualquer problema.
2/3 das pessoas do mundo apresenta algum nível de insu ciência de
lactase.

“Fui eu que z” ou “Fui eu quem z”? Quem nunca teve essa dúvida de
concordância, não é? Qualquer que seja o verbo, são duas as formas
corretas, mas a diferença está no uso dos pronomes QUE e QUEM. Veja:

1 – Fui eu QUE ENVIEI o relatório. = eu enviei.


2 – Fui eu QUEM ENVIOU o relatório. = quem enviou? Eu.

169
Estimado(a) aluno(a), os casos de problema de concordância vão muito além dos
expostos aqui, que são os principais. Mas a intenção não é esgotar o assunto em
um material, mas fazê-lo pensar a respeito e ter cuidado na hora de escrever. Só
tem dúvida quem um dia estudou, não é verdade? Então, assim que precisar ou
que a vontade de aprender mais bater, procure uma boa gramática – deixei
indicações na sessão Complemente seus Estudos! – ou jogue no Google para somar
ao que você já aprendeu aqui!

170
16

Erros Comuns e
Vícios de Linguagem
171
“Um bom professor de português quer formar bons usuários da língua
escrita e falada, e não prováveis candidatos ao Prêmio Nobel de
literatura!” - Marcos Bagno, professor, sociolinguista e lólogo brasileiro.

Não é novidade nenhuma que o nosso idioma é complexo por natureza, e que é
exatamente a essa complexidade que devemos prestar atenção e começar a nos
corrigir, a nos acostumar com o correto. É o que chamamos de “pegadinhas” nas
avaliações, mas que na verdade é um ponto que os avaliadores têm para medir o
grau de contato do candidato com o idioma.

Ninguém, nem mesmo pro ssionais da área de Letras, é obrigado a saber de tudo –
para isso existe o auxílio de livros, dicionários e gramáticas. Mas o que se espera é
que o aluno, em algum momento da sua vida, estude português em um nível tal
que seja capaz de se destacar de outros que nunca buscaram saber como falar e
escrever corretamente. Uma pequena informação a mais que o concorrente e você
já está um passo à frente dele.

Assim, a intenção é oferecer um panorama dos problemas mais comuns


observados na população média e tentar saná-las. Preparado?

Antes de iniciarmos esta discussão, assista a uma reportagem que


revela um número surpreendente: em cada dez pessoas que passam
por uma entrevista de emprego, sete são reprovadas porque falam e
escrevem errado. Vá lá:

172
Erros Gerais
A comparação abaixo é uma coletânea de erros comumente encontrados em
escritos de diferentes gêneros: pro ssionais, acadêmicos, empresariais e pessoais.
Con ra e corrija-se!

ERRADO voltamos a conversar.


A energia falhou derrepente,
Fazem 12 anos que não viajo ao porisso perdemos o trabalho
exterior. digitado.
Aquele foi o tempo onde mais Fiquei fora de si com aquela
fomos situação.
felizes. Aquela loja vende tudo apartir de
Assisti um lme onde o cachorro R$1,99.
morre no As crianças falarão a verdade
nal. ontem.
Acusamos o recebimento do Quando eu falei que era um
email. previlégio trabalhar com ele, ele
Este livro é para mim ler, não é? disse: “Nada haver...”
Ela devia ter chego antes, mais O ladrão concerteza é de menor.
está atrasada... Essa foi uma grande perca para
Diga que volto daqui há pouco. todos.
Ele comprou trezentas gramas Fazemos entrega a domicílio. Para
de mussarela. maiores informações, ligue xxxx-
Quando nós vamos se ver? xxxx
Vocês tem conta aqui? Quando Você quer que eu compro pra
vocês virem denovo, vou você?
con rmar. Se você quizer viajar, eu estou
Ela mesmo arrumou a sala. a m.
Agente não vamos faltar amanhã. A moça disse ao Sr. Tavares:
Ela estava meia cansada e não “Obrigado!”
veio. Quando você ver ela, mande
Entre eu e ele não há conversa meus comprimentos.
nem acordo.
Se você propor um bom salário, CERTO

173
A energia falhou de repente, por
Faz 12 anos que não viajo ao isso perdemos o trabalho
exterior. digitado.
Aquele foi o tempo em Fiquei fora de mim com aquela
que/quando mais fomos felizes. situação
Assisti a um lme em que o Aquela loja vende tudo a partir de
cachorro morre no nal. R$1,99.
Con rmamos o recebimento do As crianças falaram a verdade
email. ontem.
Este livro é para eu ler, não é? Quando eu falei que era um
Ela devia ter chegado antes, mas privilégio trabalhar com ele, ele e
está atrasada... disse: “Nada a ver...”
Diga que volto daqui a pouco. O ladrão com certeza é menor.
Ele comprou trezentos gramas Essa foi uma grande perda para
de muçarela. todos.
Quando nós vamos nos ver? Fazemos entrega em domicílio.
Vocês têm conta aqui? Quando Para mais informações, ligue xxx-
vocês vierem de novo, vou xxxx
con rmar. Você quer que eu compre pra
Ela mesma arrumou a sala. você?
A gente não vai faltar amanhã. Se você quiser viajar, eu estou a
Ela estava meio cansada e não m.
veio. A moça disse ao Sr. Tavares:
Entre mim e ele não há conversa “Obrigada!”
nem acordo. Quando você a vir, mande meus
Se você propuser um bom salário, cumprimentos.
voltamos a conversar.

174
MENAS E MEIA

É o seguinte: “menas” NÃO EXISTE. Nunca. Em contexto nenhum. O


advérbio é sempre masculino, logo,

“Hoje eu tenho MENOS MATÉRIA para estudar”, ou “Ela está MENOS


CANSADA que ontem.”

Quanto à palavra “meia”, o termo não tem feminino quando dá uma


quantidade; um nível para o adjetivo que o acompanha: “A bebê está
MEIO SONOLENTA.”

Porém, tem feminino quando quer dizer metade: “Comi apenas MEIA
MAÇÔ, “Agora são meio dia e MEIA (hora)”.

Outro caso é quando “meia” se refere ao substantivo “pedaço de pano


costurado que se põe nos pés para aquecê-los”,

Verbos problemáticos: TER, PÔR,


VIR E VER (e derivados)
A maior di culdade em relação aos verbos ter, pôr, vir e ver é a conjugação deles
em certos tempos e modos. O certo é "quando eu pôr" ou "quando eu puser"? "Se
eu vir ao colégio" ou "Se eu vier ao colégio?"

175
Lembra-se do modo subjuntivo?

O tempo verbal denominado pretérito do subjuntivo indica hipótese e


condição, e é iniciado pela conjunção "se" ou pela conjunção "caso". São
aqueles que terminam na desinência "-sse": "Se eu estudasse”, "Caso
estudássemos mais".
O tempo verbal denominado futuro do subjuntivo indica possibilidade
futura. É iniciado pela conjunção "quando" ou pela conjunção "se" e
caracterizado pela desinência "ar", "er" ou "ir" e geralmente
acompanhado de outro verbo no futuro do presente do indicativo: "Se
eu estudar mais, conseguirei melhores notas"; "Quando estudarmos
mais, conseguiremos melhores notas".

Agora analisemos os verbos apresentados como problemáticos - ter,


pôr, vir e ver e derivados:

ter – deter, reter, conter, entreter


pôr – propor, supor, depor, opor, expor, compor, antepor,
contrapor, recompor, transpor
vir – intervir, sobrevir, convir, desavir
ver – prever, antever, rever, prover

ERRADO um desastre. Quando pormos


Se mantermos contato, será dinheiro na conta, nós avisamos.
muito legal.
Se o IR reter minha declaração,
Eu esperava que você se terei que refazê-la. Se você ver a
oponhasse ao cargo. professora, mande um abraço.
Se a empresa o mantesse, seria

176
Ela iria embora se suposse o que ...que você se opusesse ao cargo.
aconteceria. Embora eu Se a empresa o mantivesse...
prevesse minha nota, foi pior Quando pusermos dinheiro....
ainda!
Se a banda composse algo bom, Se o IR retiver minha declaração...
eu escutaria. Se você vir a professora...

Vou devolver a caixa se ela conter ...se supusesse o que aconteceria.


nove unidades Embora eu previsse...
Quando ela vir, peça que traga um Se a banda compusesse algo
casaco. bom...
CERTO
Se mantivermos contato... ...se ela contiver nove unidades.
Quando ela vier...

Sim, eu sei que estudar verbos é um exercício chato... por isso, minha
indicação é um quiz on-line sobre os 100 verbos mais comuns da língua
portuguesa. Teste seus conhecimentos e compartilhe sua pontuação no
nosso fórum!

177
O Particípio
O particípio, juntamente com o in nitivo e o gerúndio, é uma das chamadas
formas nominais do verbo. É chamado assim por não apresentar modo e tempo ou
número e pessoa, assemelhando-se mais com um adjetivo do que com uma forma
verbal.

Nas suas formas regulares, o particípio termina em -ADO ou –IDO, e é usado junto
com os verbos TER e HAVER em qualquer tempo, modo ou pessoa, formando uma
locução:

FALAR – FALADO. O senador não deveria ter falado besteira no discurso.


CAMINHAR – CAMINHADO. Nós já tínhamos caminhado pela manhã.
MORRER – MORRIDO. A mãe dele havia morrido fazia três meses.
COMER – COMIDO. O rapaz queria ter comido tudo que podia.

A principal função do particípio é expressar uma ação concluída, terminada.


Porém,há muitos casos em que ele faz a função de adjetivo:

O rapaz chegou em casa todo molhado.

Os sapatos estavam jogados no canto da sala.

Aquelas mulheres não eram amadas, mas maltratadas pelos maridos.

PARTICÍPIO IRREGULAR – VERBO ABUNDANTE


Verbos abundantes são aqueles que apresentam mais de uma forma para
expressar a mesma exão. Há muitos verbos que possuem duas formas de
particípio: a REGULAR, terminada em -ADO ou-IDO, e a IRREGULAR, que é uma
forma reduzida.

Veja:

INFINITIVO Entregar Matar


Expressar Salvar
Aceitar Expulsar Soltar

178
Acender matado entregue
Benzer salvado expresso
Eleger soltado expulso
Morrer acendido morto
Prender benzido salvo
Suspender elegido solto
Emergir morrido aceso
Exprimir prendido bento
Extinguir suspendido eleito
Frigir emergido morto
Imergir exprimido preso
Imprimir extinguido suspenso
Tingir frigido emerso
imergido expresso
REGULAR imprimido extinto
tingido frito
aceitado imerso
entregado IRREGULAR impresso
expressado tinto
expulsado aceito

VERBOS DE UM ÚNICO PARTICÍPIO IRREGULAR


Abrir – aberto
Cobrir – coberto
Dizer – dito
Escrever – escrito
Fazer – feito
Pôr – posto
Ver – visto
Vir – vindo

179
Voltando à regra, com os verbos TER e HAVER usa-se os regulares (primeira coluna),
e com os verbos SER e ESTAR, os irregulares (segunda coluna).

A professora HAVIA IMPRIMIDO as provas. As provas ESTÃO IMPRESSAS.

Você deveria TER SALVADO os arquivos. Nenhum FOI SALVO.

Assim sendo, estão erradas frases do tipo:

A professora havia chego fazia muito tempo.


O 13º foi empregue na reforma da casa.
Ela podia ter trago o bolo.
Você podia ter impresso a matéria antes!

O correto é:

A professora havia chegado fazia muito tempo.


O 13º foi empregado na reforma da casa.
Ela podia ter trazido o bolo.
Você podia ter imprimido a matéria antes!

180
COM OS VERBOS TER E HAVER COM OS VERBOS SER ou ESTAR

pagado pago

entregado entregue

gastado gasto

aceitado aceito

salvado salvo

prendido preso

morrido morto

matado morto

fritado frito

elegido eleito

181
Há uma grande discussão sobre algumas formas, principalmente
GANHADO/GANHO, PAGADO/PAGO e PEGAR/PEGO com ter e haver. Já
se nota nas ruas, na tevê e na imprensa em geral o uso de estruturas
tais como: “Ela devia ter pego o ônibus” e “Eu tinha ganho um
dinheiro”, o que pode vir, no futuro, a se tornar regra. Porém, algumas
referências consagradas como o Manual de Redação e Estilo do Estado de
São Paulo e obras de gramáticos in uentes garantem que na norma
culta, aquela que nos é exigida em provas e concursos, ainda vale as
formas “ter pagado”, “ter pegado”, etc. “Chego” não existe como
particípio! O correto é “tinha chegado”.

Gerundismo
Quando se fala em gerundismo - e se fala bastante! -, é comum as pessoas
apresentarem muitas dúvidas sobre esse conceito gramatical. Há até quem
pergunte se a forma verbal do gerúndio não é mais usada ou se é errado usá-la.
Mas é muito importante salientar que gerúndio e gerundismo são coisas
distintas! Então, antes que se comece a tomar o certo pelo duvidoso e o errado
pelo certo, vamos nos lembrar de algumas regras:

GERÚNDIO é o nome dado à forma verbal que termina em “-NDO”: estudando,


escrevendo, sorrido, propondo, etc. Essa forma expressa uma ação em curso no
presente ou no passado, e pode ser usado sozinho ou com outro verbo (composto):

a) Vi as crianças brincando na pracinha.


b) Os alunos estavam conversando enquanto a professora explicava a
matéria.
c) Ela chegou alegrando o escritório.
d) Este ano, estou estudando com a nco.

182
O problema, contudo, é que o gerúndio passou a ser utilizado para
conferir ao verbo uma ideia de progressividade no futuro e, conforme
a norma culta, isso caracteriza erro ou vício de linguagem:

a) Eu vou estar fazendo um bolo para o seu aniversário.


b) Eu estarei telefonando para a escola para conversar com a
professora.
c) Você pode estar depositando o valor amanhã.
d) Nós vamos estar resolvendo o problema assim que possível.

TENHA CERTEZA: UM ATENDENTE DE CALL CENTER


AINDA VAI ESTAR TE LIGANDO!
O segredo é ter cuidado dobrado quando você usar verbos no gerúndio.

Para descontrair, veja uma lista de músicas com erros de português. Do


sertanejo ao rock, tem para todos os gostos!

183
Conclusão
Chegamos ao nal da disciplina, e espero que você tenha aproveitado o máximo.
Ao longo dela, estudamos assuntos que ampliaram o seu conhecimento e sua
formação no terceiro grau, e certamente lhe serão úteis em várias etapas do seu
crescimento pessoal e pro ssional. Todo conhecimento é válido; nada que se
aprende é em vão.

Mais do que corrigir erros de português e saber as regras do novo acordo


ortográ co, é preciso ter consciência de que se comunicar de forma simples e
direta, tanto na escrita quanto na fala, garante seu sucesso no caminho que você
pretende percorrer. Uma comunicação mal apresentada signi ca muito mais do
que a falha em si. Ela pode ser um fator que altera a percepção do cliente sobre
sua empresa, o cuidado que você toma ao divulgar informações, a sua atenção aos
detalhes... Escrever um email mal redigido ou falar um erro grosseiro de português,
por exemplo, pode levantar todas essas questões na mente de quem vai receber
sua mensagem.

Assim, ca aqui meu desejo de contínuo estudo e crescimento pessoal - e sucesso


sempre!

Profª Ju Spadoto

julianaspadoto.ead@unimar.br

184
Material Complementar
LIVRO

Título: Preconceito Linguístico


Autor: Marcos Bagno
Editora: Parábola
Sinopse: O preconceito, seja ele de que natureza for, é uma crença
pessoal, uma postura individual diante do outro. Qualquer pessoa pode
achar que um modo de falar é mais bonito, mais feio, mais elegante,
mais rude do que outro. No entanto, quando essa postura se trans-
forma em atitude, ela se torna discriminação e esta tem de ser alvo
de denúncia e de combate. No caso da língua, é imprescindível que
toda cidadã e todo cidadão que frequenta a escola (pública ou privada)
receba uma educação linguística crítica e bem informada, na qual se
mostre que todos os seres humanos são dotados das mesmíssimas
capacidades cognitivas e que todas as línguas e variedades linguísticas
são instrumentos perfeitos para dar conta de expressar e construir a
experiência humana neste mundo. Este livro já é um clássico brasileiro
sobre esse assunto tão delicado de se abordar. Vale a pena ler.

LIVRO

Título: Gramática da Língua Portuguesa para Leigos


Autor: Magda Bahia Schlee
Editora: Alta Books
Sinopse: É muito comum ouvirmos dizer por aí que o português
é uma língua difícil. Curioso é que muitas das pessoas que dizem
isso usam o português no seu dia a dia para interagirem umas
com as outras sem maiores problemas. Mas então que portu-
guês é esse tão difícil assim? Na verdade, a grande dificuldade que
muitos falantes têm em relação à língua portuguesa se concen-
tra em uma de suas variedades, a chamada variedade padrão.
Este livro aqui trata justamente dessa variedade, que costuma nos dar
uma certa dor de cabeça. Isso ocorre porque esse é o padrão de lingua-
gem usado em situações formais, mais distantes do uso coloquial que
fazemos da nossa língua. Essa variedade se deduz fundamentalmente
dos usos da língua em textos escritos e dos usos de grupos sociais com
alto grau de escolarização, e também das situações de interação em
que há maior formalidade entre os interlocutores.
Em linguagem acessível, este manual apresenta os mecanismos básicos
que constituem a língua portuguesa.

185
LIVRO

Título: Manual de Redação e Estilo do Estado de S. Paulo


Autor: Eduardo Martins
Editora: Moderna
Sinopse: Consagrado conjunto de normas da imprensa brasileira, que
ultrapassa a fronteira do papel para o mundo online, o Manual de re-
dação e Estilo do Estado cumpriu essa trajetória exatamente porque
sua utilidade não é restrita às redações de jornais e revistas.
De autoria do jornalista Eduardo Martins, com 40 anos dedicados ao
ofício de moldar textos na Redação do Estado, o Manual chega agora à
terceira edição impressa. Cada um dos seus verbetes traz a experiência
de quem chefiou incontáveis editorias no jornal, foi seu secretário de
Redação e já por oito anos auxilia a Direção da Redação no controle
de qualidade dos textos publicados. Indispensável para que quer apri-
morar sua escrita, pois funciona como um tira-dúvidas rápido e eficaz.

FILME

Título: Sentidos do Amor


Ano: 2011
Sinopse: O filme conta a história de Susan (Eva Green), uma epidemio-
logista que acaba de sair de um péssimo relacionamento, enquanto
Michael (Ewan McGregor) é um chefe de cozinha que não liga muito
para o que as outras pessoas querem. Ambos se conhecem em um mo-
mento conturbado para a humanidade, pois por causa de uma doença
que se espalha pelo planeta, as pessoas vão gradativamente perdendo
os cinco sentidos (olfato, paladar, audição, visão e tato).
Comentário: Apesar da tradução melosa do título em português (Senti-
dos do Amor), não se trata exatamente de uma história de amor, mas
sim, da forma que vemos o mundo e como nos comunicamos. Você
imagina como seria suas relações pessoais se um dia você perdesse o
olfato, depois a audição, no outro o paladar, no outro o tato, e assim
sucessivamente?

186
FILME

Título: A Chegada
Ano: 2016
Em A Chegada, Amy Adams interpreta Louise Banks, uma linguista
brilhante convocada pelo governo americano para se comunicar com
os alienígenas que estacionaram suas naves em diversos pontos do
mundo. A Dra. Banks lidera a equipe que tenta desvendar o que eles
querem. “Seria maravilhoso ter uma língua universal. Mas estamos bem
longe disso”, diz Adams. “O que temos em comum são as emoções e
nossa experiência humana. Somos todos iguais. Todos temos medos,
compaixão, amor, raiva. Mas não sabemos nos comunicar.”

Você gosta de filmes e séries? Veja aqui 14 filmes que o Guia de Estu-
dantes listou para quem gosta ou quer entender um pouco mais dos
mecanismos de comunicação nas áreas sociais, políticas, empresariais,
virtuais e jornalísticas.

https://guiadoestudante.abril.com.br/orientacao-profissional/14-fil-
mes-e-series-para-quem-gosta-da-area-de-comunicacao/

WEB

Indispensável para quem escreve em uma base diária, o dicionário da


língua portuguesa também serve como gramática e conjugador verbal.
Veja na página do link abaixo 5 dicionários online gratuito, entre eles

WEB

o Michaellis, o Aurélio e o Priberam:


http://portuguesonline.net/5-dicionarios-de-portugues-online-gratis/

187
Conclusão
Chegamos ao final da disciplina, e espero que você tenha aproveitado o
máximo. Ao longo dela, estudamos assuntos que ampliaram o seu conhe-
cimento e sua formação no terceiro grau, e certamente lhe serão úteis em
várias etapas do seu crescimento pessoal e profissional. Todo conhecimento
é válido; nada que se aprende é em vão.
Mais do que corrigir erros de português e saber as regras do novo acordo
ortográfico, é preciso ter consciência de que se comunicar de forma simples
e direta, tanto na escrita quanto na fala, garante seu sucesso no caminho
que você pretende percorrer. Uma comunicação mal apresentada significa
muito mais do que a falha em si. Ela pode ser um fator que altera a per-
cepção do cliente sobre sua empresa, o cuidado que você toma ao divulgar
informações, a sua atenção aos detalhes... Escrever um email mal redigido
ou falar um erro grosseiro de português, por exemplo, pode levantar todas
essas questões na mente de quem vai receber sua mensagem.
Assim, fica aqui meu desejo de contínuo estudo e crescimento pessoal - e
sucesso sempre!

Profª. Juliana Spadoto


julianaspadoto.ead@unimar.br

188
Referências
BORGES, Roberto Cabral de Mello. Técnicas de Apresentação. UFRGS. 2003.
CEGALLA, Domingos Paschoal. Dicionário de Dificuldades da Língua Portuguesa.
Ed. Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1996.
CHIAVENATO, I. Recursos Humanos: O Capital Humano das Organizações. 8.ed.
São Paulo: Atlas, 2006.
DIONÍSIO ET AL. Oratória. 1 ed. Curitiba: IESDE Brasil, 2012.
FRANÇA, Ana Shirley. Comunicação Escrita nas Empresas: teorias e práticas. São
Paulo: Editora Atlas, 2013.
FIORIN, José Luiz; SAVIOLI, Francisco Platão. Para entender o texto: Leitura e
redação. 18 ed. São Paulo: Editora Ática, 2006.
GARDNER, Howard. Inteligências Múltiplas: a teoria na prática. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1995.
JAKOBSON, Roman. Linguística e Comunicação. São Paulo: Cultrix, 2005.
KOBS, Verônica Daniel. Interpretação de textos. Curitiba: IESDE, 2012.
KOCH, Ingedore e ELIAS, Vanda Maria. Ler e Escrever: estratégias de produção
textual. São Paulo: Contexto, 2009.
KUNSCH, Margarida M. Krohling (org.) Comunicação organizacional: Linguagem,
gestão e perspectivas. Vol. 2. São Paulo, SP. Saraiva, 2009.
______. Comunicação organizacional: conceitos e dimensões dos estudos e
das práticas In: MARCHIORI, Marlene. Faces da cultura e da comunicação
organizacional. São Caetano do Sul: Difusão Editora, 2006.
NASCIMENTO, E. L. Concordância e Regência. Curitiba: IESDE Brasil, 2012.
RIZZO, C. Marketing pessoal no contexto pós-moderno. Livro eletrônico. 4. ed. São
Paulo: Trevisan Editora, 2017.
ROSENTHAL, Marcelo. Gramática para concursos. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
TERCIOTTI, Helena, S. Comunicação Empresarial na Prática. 3ª Ed. São Paulo: Editora
Saraiva, 2013.
VANOYE, Francis. Usos da linguagem: problemas e técnicas na produção oral e
escrita. Martins Fontes: São Paulo, 2017.

189

Você também pode gostar