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Estética

Corporal
PROFESSORES
Me. Paula Rebola

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NA VERSÃO DIGITAL!
EXPEDIENTE
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin
Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi

NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon Diretoria de Design Educacional Débora Leite
Diretoria Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho Diretoria de Cursos Híbridos Fabricio Ricardo Lazilha
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Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisora de Projetos
Especiais Yasminn Talyta Tavares Zagonel Supervisora de Produção de Conteúdo Daniele C. Correia

PRODUÇÃO DE MATERIAIS

Coordenador de Conteúdo Lilian Rosana dos Santos Moraes Designer Educacional Raquel Baptista Meneses Frata e
Aguinaldo José Lorca Ventura Revisão Textual Cintia Prezoto Ferreira e Erica Fortega Editoração Sabrina Novaes e Lavignia
da Silva Santos Ilustração Natalia de Souza Scalassara e Bruno Cesar Pardinho Figueiredo Realidade Aumentada Maicon
Douglas Curriel Fotos Shutterstock.

FICHA CATALOGRÁFICA

C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ.


Núcleo de Educação a Distância. REBOLA, Paula.

Estética Corporal.
Paula Rebola.
Maringá - PR.: Unicesumar, 2021.
176 p.
“Graduação - EaD”.

1. Estética 2. Corporal 3. Tratamentos. EaD. I. Título.

Impresso por:
CDD - 22 ed. 370
CIP - NBR 12899 - AACR/2
ISBN 978-65-5615-272-1

Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar


Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679 Diretoria de Design Educacional

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BOAS-VINDAS
Neste mundo globalizado e dinâmico,
nós trabalhamos com princípios éticos
e profissionalismo, não somente para Tudo isso para honrarmos a nossa missão,
oferecer educação de qualidade, mas que é promover a educação de qualidade
nas diferentes áreas do conhecimento,
também, acima de tudo, gerar a conversão
formando profissionais cidadãos
integral das pessoas ao conhecimento. que contribuam para o desenvolvimento
Baseamo-nos em quatro pilares: de uma sociedade justa e solidária.
intelectual, profissional, emocional e
espiritual.
Assim, iniciamos a Unicesumar em 1990,
com dois cursos de graduação e 180
alunos. Hoje, temos mais de 100 mil
estudantes espalhados em todo o Brasil,
nos quatro campi presenciais (Maringá,
Londrina, Curitiba e Ponta Grossa) e em
mais de 500 polos de educação a distância
espalhados por todos os estados do Brasil
e, também, no exterior, com dezenas de
cursos de graduação e pós-graduação. Por
ano, produzimos e revisamos 500 livros e
distribuímos mais de 500 mil exemplares.
Somos reconhecidos pelo MEC como uma
instituição de excelência, com IGC 4 por
sete anos consecutivos e estamos entre os
10 maiores grupos educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos
educadores soluções inteligentes para as
necessidades de todos. Para continuar
relevante, a instituição de educação
precisa ter, pelo menos, três virtudes:
inovação, coragem e compromisso com a
qualidade.Por isso, desenvolvemos para
os cursos híbridos, metodologias ativas,
as quais visam reunir o melhor do ensino
presencial e a distância.

Reitor
Wilson de Matos Silva
MINHA HISTÓRIA
MEU CURRÍCULO
Olá! Meu nome é Paula e meu sobrenome é Rebola,
isso mesmo, de rebolar! Tive muita dificuldade quando
criança e até na adolescência, mas depois de um tempo
passei a utilizar meu sobrenome em várias situações
da vida. A primeira delas era, e ainda é, causar descon-
tração, risos e fazer novas amizades. Percebi que, de
alguma maneira, meu sobrenome ficaria gravado para
as pessoas. Independentemente da forma, se amiga,
profissional ou professora, o Rebola seria meu registro.
Poderia referir diversas situações, mas agora me aludo
a última e talvez a mais importante delas. O rebolar da
minha vida e que pode ser o da sua também. Rebolar
para vencer, conquistar, não esmorecer diante às di-
ficuldades, tropeços ou obstáculos, manter o foco, o
objetivo, começar e recomeçar, comemorar e festejar,
sim rebolar! Durante minha graduação em Fisioterapia,
encantei-me pela área da Pneumologia e Cardiologia,
e somado à imensa admiração por alguns professores,
tive mais uma certeza, a de ser Professora. Me formei
Aqui você pode
conhecer um no ano de 2001, fiz pós-graduação e iniciei minha vida
pouco mais sobre profissional. Trabalhei por dez anos em um hospital,
mim, além das em conjunto com Estética e Cosmética em uma clínica
informações do
de fisioterapia e realizava atendimentos a domicílio
meu currículo.
aos pacientes com alta hospitalar. Em meio às dificul-
dades, sentia-me craque na arte de rebolar até aquele
momento e, em 2008, ousei acrescentar nesta mistura
à docência e o mestrado. Dez anos se passaram como
Fisioterapeuta, Professora, Coordenadora de Curso
Superior e Pós-Graduação. Hoje, sou Fisioterapeuta,
Professora universitária dos cursos de Fisioterapia, En-
fermagem, Biomedicina, Estética e Cosmética e acadê-
mica de Licenciatura em Ciências Biológicas. Contudo,
concluo que ser Professora para mim é estabelecer uma
ponte para o conhecimento, é plantar uma semente e
esperar a magia do seu florescimento.
RECURSOS DE
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os recursos em Realidade Aumentada. Explore as ferramentas do App para saber
das possibilidades de interação de cada objeto.

RODA DE CONVERSA

Professores especialistas e convidados, ampliando as discussões sobre os temas.

PÍLULA DE APRENDIZAGEM

Uma dose extra de conhecimento é sempre bem-vinda. Posicionando seu leitor de


QRCode sobre o código, você terá acesso aos vídeos que complementam o assunto
discutido

PENSANDO JUNTOS

Ao longo do livro, você será convidado(a) a refletir, questionar e transformar.


Aproveite este momento.

EXPLORANDO IDEIAS

Com este elemento, você terá a oportunidade de explorar termos e palavras-chave


do assunto discutido, de forma mais objetiva.

EU INDICO

Enquanto estuda, você pode acessar conteúdos online que ampliaram a discussão
sobre os assuntos de maneira interativa usando a tecnologia a seu favor.

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PROVOCAÇÕES
INICIAIS
ESTÉTICA CORPORAL

Prezado(a) aluno(a), neste momento, entraremos no universo da Estética Corporal.


Falaremos sobre a postura profissional durante o contato com o paciente, como rea-
lizar a coleta de dados durante a avaliação clínica e anamnese. Em seguida, iniciare-
mos os trabalhos de vivência da rotina clínica com técnicas de hidratação, esfoliação,
bandagens e aplicação de argila, por exemplo.

Posteriormente, conheceremos as disfunções estéticas corporais de Adiposidade


Localizada, FEG – Fibro Edema Geloide, Estrias e Flacidez. Enfim, trataremos so-
bre os conceitos de Discromias corporais e tratamentos estéticos direcionados a
públicos especiais.

Como profissional da Estética, você deverá compreender que estar apto a atuar em
diversas áreas relacionadas ao Bem-Estar, a Saúde e ao Embelezamento faz parte
desta profissão.

De acordo com a evolução da humanidade, a necessidade do estar belo, estar bem


e com saúde vem crescendo de forma ascendente e aumentando a procura por esta
área profissional. Assim, com um mercado de trabalho concorrido, o esteticista viu a
necessidade de se diferenciar, atualizar e aperfeiçoar tanto no conhecimento científico
como em novas técnicas e novos recursos cosméticos.

Para isso, o profissional Tecnólogo em Estética e Cosmética entendeu a necessidade


de ampliar seus conhecimentos sobre anatomia, fisiologia, funcionamento do corpo
humano, meios alternativos de tratamento e até o comportamento do ser humano.

Assim, compreendendo diversos lados do saber, ampliando seu horizonte para no-
vas áreas, o esteticista agora faz parte da equipe de profissionais da área da saúde e
equipe multidisciplinar.

O Tecnólogo em Estética e Cosmética apresenta um leque de áreas de tratamento


que englobam não apenas a beleza e o Bem-Estar, mas a saúde individual de cada
cliente/paciente, incluindo, principalmente, a Estética corporal.
Com base nisso, consideramos que você seja um profissional da Estética formado
e trabalhe em sua clínica. Recebeu uma paciente, chamada Joanna, para avaliação
e relata que estava fazendo tratamento em uma outra clínica estética. Como havia
acabado seu pacote de dez sessões, então, decidiu conhecer outro profissional.

Logo, você percebeu que Joanna é uma paciente extrovertida e muito falante, gosta
muito de se cuidar e realiza procedimentos estéticos periodicamente. Contudo, não
se atenta em se informar sobre os procedimentos estéticos que recebe.

Durante a avaliação física, você constatou hematomas distribuídos por todo o corpo
da paciente e uma queimadura em flanco direito, preocupado(a), você a questionou
sobre a procedência. Qual a importância do seu questionamento para sua avaliação?

Em continuidade, a paciente refere que os hematomas são normais, que sempre os


apresentava após sessões de massagem modeladora e os hematomas atuais vinham
da última sessão de tratamento estético para gordura localizada. Do mesmo modo, a
queimadura ocorreu na segunda sessão deste último pacote de tratamento com um
aparelho em que ela não sabia relatar o nome, mas estava preocupada, pois ainda
não havia melhorado. Como bom profissional e ético, qual seria sua postura diante
dessas informações?

Uma boa avaliação do paciente, tanto na anamnese como em sua parte física, é
primordial para o melhor resultado, para a segurança do paciente e também para o
profissional. Além disso, quanto mais provido de conhecimento, maior será sua visão
em traçar seu protocolo de tratamento com eficácia. Para isso, a avaliação minuciosa
munida de fundamento científico, do conhecimento e manejo da técnica e experiên-
cia estabelece a diferença em todos os âmbitos do tratamento, lembrando também
das indicações e contraindicações que agregam valores fundamentais ao protocolo
proposto, garantindo o melhor resultado.

Sabendo disso, ao relacionar o caso da sua paciente Joanna, fica claro que o procedi-
mento realizado pelo outro profissional estava errado, sendo que a massagem mode-
ladora deve sim ser realizada de forma firme e com pressão suficiente para mobilizar
o tecido, mas não deve lesioná-lo, causando hematoma. Outrossim é a queimadura
que, provavelmente, aconteceu pelo uso incorreto do ultrassom.
PROVOCAÇÕES
INICIAIS
Neste momento, você deve assumir o controle da situação com discrição, ética e pro-
fissionalismo. Para isso, não existe a necessidade de expor o colega profissional, mas
você pode esclarecer com propriedades científicas de como o procedimento correto
acontece. Por exemplo, no caso da massagem modeladora, você deve explicar que é
uma técnica de manobras firmes, porém não deve causar dor ou hematomas e que,
quando isso acontece, não alcança seus objetivos, pelo contrário, as lesões causadas
podem piorar o quadro patológico instalado.

Em relação à queimadura, após uma avaliação específica sobre ela, a melhor conduta
é não realizar procedimentos em sua proximidade, o que poderia piorar o caso e,
ainda, recomendar a Joanna uma visita em um médico dermatologista para extrair
orientações e cuidados seguros do ferimento.

Você já ouviu falar de algum caso em que o paciente apresentou algum problema
durante o tratamento estético? Diante do caso explanado anteriormente, qual sua
percepção entre o conhecimento e a relação com a atividade do profissional Tecnó-
logo em Estética e Cosmética?

Leve esse questionamento em conta e faça uma breve pesquisa com profissionais
da Estética e Cosmética de sua região e/ou pessoas/conhecidos que já passaram por
algum tipo de problema causado em tratamentos estéticos. Caso sinta necessidade,
realize anotações sobre os questionamentos feitos para estes profissionais e/ou
clientes/paciente, bem como de suas respostas.

Mesmo que seu paciente apresente alguma debilidade preexistente, você, como
bom profissional, sabendo das bases fisiológicas, fisiopatológicas, de seus recursos
disponíveis, das indicações e, principalmente, contraindicações do problema, saberá
se poderá ou não realizar tratamento e conseguir o melhor resultado, dentro das
possibilidades apresentadas.

Tenho um caso específico para compartilhar contigo! Como fisioterapeuta dermato-


funcional, tive uma paciente muito parecida com a Joanna. Quando ela chegou até
mim também apresentava hematomas, e mais, apresentava escoriações em alguns
lugares do corpo. A princípio fiquei assustada e logo fui investigar o quadro.
Em seu relato, ela descreve que tanto os hematomas como as escoriações eram
provenientes da massagem modeladora que havia realizado com outro profissional.
Acrescentou que a massagem, além de muito forte, era realizada com massageador
de esferas e, algumas vezes, causava escoriações, hematomas e dores pelo corpo.

Minha conduta para resolver esse impasse foi realizar o meu trabalho, mantendo a
ética e o profissionalismo. Após avaliação, diagnóstico e traçar o protocolo de trata-
mento, iniciei os trabalhos normalmente. Aconteceu que no meio da sessão, houve
um questionamento da paciente em relação a diferença da massagem, intensa, po-
rém não dolorosa. Foi nesse momento que eu, com cautela e propriedade, expliquei
como o procedimento era realizado de forma correta para que seus benefícios fossem
aproveitados pelo corpo.

Como conclusão, a paciente nunca mais me deixou, tornou-se assídua, e mais, uma
amiga pessoal, o nome dela é Vanise!!

As pesquisas da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e


Cosméticos (ABIHPEC) mostram que o mercado é um dos mais promissores do país. O
número de profissionais passou de 72 para 480 mil nos últimos cinco anos. Estes nú-
meros demonstram um crescimento de 567% neste mercado em crescente ascensão.

Com tamanha variedade de serviços e quantidade de profissionais, o que o mercado


exige é qualificação, além da qualidade com que esses serviços serão ofertados. Neste
contexto, sobreviverão no mercado de trabalho profissionais mais bem preparados,
que se atualizarem e que melhor aplicarem o conhecimento adquirido (LOPES, 2017).

Outro fator importante que diferencia o profissional é sua postura. Causar uma boa
impressão é fundamental. O ser humano em geral, incluindo os clientes/pacientes
estéticos procuram outro local pela má qualidade de atendimento e isso inclui não
somente você como toda sua equipe (SILVA; SANTOS; OLIVEIRA, 2014). Procedimentos
de má qualidade ou incorretos, além de não alcançarem resultados, podem ainda ter
consequências indesejadas. Podemos trazer esse fato com o exemplo da sua paciente
Joanna, tanto com os hematomas como a queimadura.
PROVOCAÇÕES
INICIAIS
A massagem modeladora é realizada com movimentos vigorosos e rápidos capazes
de gerar efeito mecânico no tecido, manipulando a circulação sanguínea, aumentan-
do a velocidade e fluxo do sangue, tanto venoso como arterial. Esse procedimento
causa vasodilatação e, aos olhos, vermelhidão no local, denominada hiperemia. Os
movimentos para modelar varonis são suficientes para causar hiperemia, porém não
devem causar lesões nos tecidos ou hematomas. A presença de hematoma pode ser
consequência de rompimento do vaso sanguíneo e extravasamento de sangue no
local. O resultado disso é uma lesão do vaso que pode evoluir com cicatrização de
característica fibrótica, chamada de fibrose (PEREZ; VASCONCELOS, 2014).

Ao focarmos nossa atenção para a queimadura presente no flanco da sua paciente


Joanna, observamos que certamente algo de errado aconteceu. Contudo, diante das
vagas informações relatadas pela paciente durante a anamnese, não se sabe o que
aconteceu de fato, mesmo assim, algumas hipóteses podem ser consideradas. Como
exemplo, provavelmente o uso incorreto do ultrassom terapêutico.

O ultrassom terapêutico utilizado na estética apresenta, em seu transdutor, um cristal


que, em contato com a energia elétrica, vibra e emite ondas sonoras nos tecidos,
causando efeito mecânico e, em consequência calor (efeito térmico). Comprovados
cientificamente, são inúmeros os efeitos terapêuticos do ultrassom, mas para al-
cançá-los, a intensidade, a dose, a área e a forma de aplicação devem ser corretas
(BORGES, 2006; GUIRRO, 2003).

Uma das formas de aplicação do ultrassom é a aplicação direta, ou seja, com o transdu-
tor posicionado diretamente e perpendicular à pele e um meio condutor, normalmente
gel a base de água. O procedimento é realizado com movimentos circulares, lentos e
contínuos, especialmente no ultrassom convencional. Neste caso, durante a aplica-
ção, o cabeçote transdutor deve permanecer em constante movimentação, evitando
ondas estacionárias e, consequentemente, queimaduras no tecido (BORGES, 2006).
Como você pode observar, além do conhecimento científico, fisiopatológico da afecção
a ser tratada que fortalecem o diagnóstico preciso, as técnicas, os recursos eletroter-
mofototerápicos e os cosméticos utilizados diversificam os protocolos de tratamento.
Ainda, as indicações e contraindicações são componentes valiosos que fortalecem os
planos de tratamentos escolhidos, evitando intercorrências ou erros e alcançando os
objetivos propostos (SILVA; SANTOS; OLIVEIRA, 2014).

Ressalto que para “pôr a mão na massa” e utilizar de todos os meios mencionados,
voltamos ao princípio de tudo, a avaliação. É muito importante que os dados colhidos
na anamnese e avaliação física sejam reais, fidedignos. A veracidade de todas as in-
formações colhidas possibilita o trabalho com segurança, podendo você, profissional,
oferecer o melhor resultado (OLIVEIRA, 2008).

Durante a prática clínica, não será difícil você se deparar com outras pacientes como a Joan-
na, por isso estar preparado para o mercado de trabalho é imprescindível para o sucesso.

Tendo em vista a área profissional da Estética ser relativamente nova em relação ao


reconhecimento desta profissão, bem como o curso, apesar de ser à distância, ser de
tecnologia e extremamente prático, em que o profissional trabalha diretamente com
o cliente/paciente em vários aspectos que abrangem desde a parte psicológica, física
e, principalmente, ao que se refere a sua saúde, você, aluno(a), deve ter consciência
da importância da sua atuação para conquistar os melhores resultados.

Com base no que foi visto até agora, você percebeu que a área da estética e cosmética
é ampla e complexa, envolvendo o bem-estar e, principalmente, a saúde do paciente.
Diante do exposto, o que você espera da disciplina de Estética Corporal?
CAMINHOS DE
APRENDIZAGEM

1 2
13 53
TÉCNICAS DE
INTERAÇÃO
TRATAMENTOS
TERAPEUTA/
ESTÉTICOS
PACIENTE
CORPORAIS

3 4
95 135
DISFUNÇÕES FLACIDEZ,
ESTÉTICAS E DISCROMIAS
ABORDAGENS E PRINCIPAIS
TERAPÊUTICAS PARA ABORDAGENS PARA
TRATAMENTO TRATAMENTOS
ESPECIAIS
1
Interação
Terapeuta/Paciente
Me. Paula Rebola

Olá querido(a) aluno(a), nesta unidade, trataremos de alguns assuntos


que dão base para o tratamento estético corporal e que dentro da con-
duta profissional asseguram intrinsecamente o seu sucesso. Iniciaremos
com preceitos que fidelizam e alicerçam a carreira. Vamos trabalhar
sobre a postura profissional e ética, em seguida vamos trabalhar as fer-
ramentas existentes para realizar a coleta de dados durante a avaliação
clínica. Você vai perceber, ao longo dessa disciplina, que todas as técnicas,
cosméticos, recursos eletrotermofototerapêuticos, entre outros, que
você realizar e/ou utilizar em seu cliente/paciente terá implicação em
todo seu organismo, podendo alterar sua saúde e sua qualidade de vida.
A atenção minuciosa é imprescindível desde o primeiro contato até todos
os retornos do paciente, em que deverá acontecer uma reavaliação do
trabalho realizado na sessão anterior, a fim de prosseguir ou abortar a
estratégia. Para isso, passaremos por todo processo de construção da ficha
de avaliação estética corporal, desde a anamnese ao exame físico, vamos lá?
UNICESUMAR

Vamos imaginar agora sua Clínica de Estética? Ima- queimadura. Alguns equipamentos que trabalham
ginemos também que, neste momento, você recebeu com calor, a intensidade média depende da sensi-
para uma avaliação uma paciente cuja queixa prin- bilidade do paciente, em que, neste caso, para ele,
cipal é de gordura localizada em região de flancos. quanto mais é melhor. O que não é bem assim.
Como você estava com sua agenda livre, resolveu Muitos pacientes vão contra as orientações
adiantar o tratamento e iniciar imediatamente os médicas para poder realizar procedimentos es-
procedimentos sem a conclusão de todo o proces- téticos, encontramos como exemplo a gravidez,
so de avaliação. E, é claro que você só está fazendo câncer, infecção, insuficiência cardíaca descom-
isso porque tem uma boa experiência na área, sabe pensada, uso de marcapasso e diversos outros
exatamente qual é o tratamento indicado e, ao ba- problemas que causam risco ou se apresentam
ter os olhos, identificou o problema imediatamente, contraindicados. Outro fato importante é lem-
pois era extremamente visível e bem característico. brar que o paciente estético sempre chegará em
Levando essa questão em conta, quais são as conse- sua clínica bem, dificilmente com um problema
quências que podem ocorrer diante dessa situação? aparente. Para você entender a gravidade desse
Bem, antes de adentrarmos às consequências, va- problema, usarei mais uma amostra: academias de
mos analisar a situação. O olhar clínico é extremamente ginástica. O aluno normalmente chega saudável,
importante para o profissional, mas infelizmente ele querendo apenas melhorar sua condição física.
não é suficiente para obter ou fechar o diagnóstico, nem O que pode acontecer? Por falta de uma avalia-
tampouco para estabelecer o plano de tratamento. Uma ção criteriosa, e o aluno apresentar uma doença
boa e meticulosa avaliação, desde a anamnese como cardíaca preexistente, por exemplo, ele entra em
sua parte física, é primordial para o melhor resultado óbito realizando uma simples corrida na esteira.
para a segurança do paciente como também para o Entender que um cliente/paciente sempre será
profissional. Quanto mais o profissional sabe das pa- um paciente e que independentemente do embe-
tologias envolvidas, suas indicações e contraindicações, lezamento pessoal estamos lidando com sua saúde
melhor e mais seguro será o resultado. Além disso, to- é função do tecnólogo em estética e cosmética,
das as técnicas, equipamentos ou cosméticos possuem por isso, todos os cuidados devem ser tomados.
suas indicações e contraindicações que podem mudar Agora que falamos em diversas possibilidades
de acordo com algumas características do paciente. de consequências relacionadas ao paciente no ge-
Na vida real, o paciente que procura o tratamento ral, vamos falar sobre o paciente da estética? Con-
estético é movido à autoestima, ao embelezamento vido você a realizar um exercício simples. Procure
e muitos ainda por conta de padrões impostos pela três estabelecimentos estéticos, converse com seu
sociedade. Querem e precisam a todo custo “daquele” colega profissional e faça algumas perguntas. Va-
procedimento, muitas vezes esperando por resulta- mos ver como isso pode acontecer facilmente?
dos de outras pessoas, por propagandas da TV ou Então vamos lá!
por simplesmente querer ser ou estar igual a alguém. • Já passou por alguma ocasião em que a ava-
Diante disso, passam por cima de situações liação não foi realizada de forma atenciosa
que seriam, no caso, até contraindicadas. Não re- e por esse motivo teve consequências? As
latam a sensação de dor, formigamento ou calor consequências foram nos resultados do tra-
por exemplo, podendo até deixar acontecer uma tamento ou mais graves?

14
UNIDADE 1

• Já houve algum paciente que omitiu algum para mãe e o bebê, até o terceiro mês, por exem-
dado importante que o tratamento teve plo, nosso corpo ainda não reconheceu o embrião
consequências? como parte dele, podendo, em qualquer situação,
• Caso houvesse, quantos foram, qual a gra- expeli-lo. O aumento do retorno venoso, no caso de
vidade e a situação? Foi possível reverter? uma drenagem linfática, pode aumentar essa possi-
bilidade. Outro fato importante e que pode causar
Já tem as respostas? Podem ser inúmeras as situa- consequências graves é o tratamento, na gestação,
ções, graves ou simples. Explanaremos agora al- para gordura localizada e Fibro Edema Geloide
gumas possibilidades vivenciadas frequentemente (celulite) que por não ser realizada especialmente
em clínicas de estética. A falta de sensibilidade lo- no abdome, as gestantes costumam pedir.
cal pode ocasionar graves queimaduras no pacien- O fato é que o esteticista conta com um leque de
te, o uso de remédios controlados, anticoagulantes recursos para os tratamentos; além das técnicas, dos
para pacientes cardíacos, por exemplo, dependen- recursos eletroterápicos, conta também com os pro-
do do tipo de procedimento, pode aumentar o dutos cosméticos que apresentam princípios ativos
retorno venoso e aumentar o trabalho cardíaco, em sua composição. Os princípios ativos estão cada
podendo subir sua frequência, a pressão arterial e, vez mais eficazes em sua formulação cosmética e
com isso, até causar uma micro hemorragia. todos sabemos que é um veículo fundamental para
A drenagem linfática manual ou mecânica é um complementar o resultado do tratamento, assim, pe-
procedimento leve, lento e muito agradável. Seu efei- netrando na via sanguínea. Sabemos também que o
to é extremamente valioso para auxiliar a drenagem feto se alimenta de todos os componentes presentes
e o transporte do líquido tissular do sistema vas- no sangue da mãe, pelo cordão umbilical. O que
cular linfático que, por algum motivo, encontra-se certamente passará para o bebê, podendo acarretar
inadequado. Não são todas as pessoas que sabem a danos e consequências maiores.
função do sistema linfático ou a função da drenagem Muitas vezes, o paciente não revela a real situa-
linfática. Assim, procurando esse tipo de tratamento ção para conseguir o tratamento esperado. Como
que, como todos os outros, possuem indicações e mencionado anteriormente, por falta de informa-
contraindicações. Para muitas mulheres, o horário ção, entende de forma errônea, que quanto mais
no esteticista é sagrado, a frequência em clínicas es- forte (pressão) e maior a dor que estiver sentindo,
téticas é assídua, pois cuidar do corpo é uma de suas melhor será o resultado do procedimento e, assim,
prioridades. Uma gravidez não planejada pode vir o resultado esperado por ele(a).
a falhar todo resultado que tiver conquistado em Quando o trabalho é destinado ao ser humano,
anos. Por isso, sem indicação médica ou até contra ao que se refere à sua saúde, devemos saber que
a indicação médica, optam por fazer drenagem lin- todos os procedimentos apresentam indicações e
fática por exemplo, ou até procedimentos estéticos contraindicações. Também, elas podem ser abso-
convencionais para celulite e gordura localizada. lutas ou relativas, o que significa que podem ser
A drenagem linfática não é uma contraindica- totalmente ou parcialmente indicadas ou contrain-
ção absoluta na gestação, mas é relativa. Está re- dicadas, e isso está relacionado às disposições gerais
lacionada às características da gestação e da mãe. do paciente em questão. Incluem-se os casos con-
Mesmo em uma gestação estável, isto é, sem riscos traindicados a gestantes, cardíacos, portadores de

15
UNICESUMAR

marcapasso, câncer, alergia ao princípio ativo cosmético, hastes metálicas, diminuição de sensibilidade local,
infecções ou processos inflamatórios e várias outras. As indicações também são distintas para cada caso.
Todos os detalhes devem ser esclarecidos ao paciente para que ele tenha ciência de tudo que irá se
passar com ele. O trabalho deve ser realizado com honestidade e transparência, o termo de esclareci-
mento e livre consentimento são um alicerce fundamental, inclusive para casos de omissão.
Pacientes menores de 18 anos devem sempre ser acompanhados de seu responsável legal. Em casos,
ainda, de um paciente com prescrição médica, atenção replicada ao processo de avaliação deve acon-
tecer, todos os dados e o estado geral do paciente devem ser detectados. Os pacientes com prescrição
médica, em alguns casos, podem vir com o tratamento proposto. Quando o profissional esteticista
apresenta os conhecimentos científicos e profissionais tem subsídios para verificar se o tratamento,
no caso, proposto pelo médico, é condizente ou se existem outras indicações e técnicas.
O profissional apresenta suporte para tratar e discutir igual o caso do paciente em questão, tendo ainda
estrutura, da mesma forma, científica e profissional, para lidar com segurança em casos de complicações,
dúvidas e até novas sugestões de tratamento, estabelecendo uma ligação estreita com o médico, o que dará
mais credibilidade e confiança. Isso trará mais segurança, melhor resultado e com certeza novas indicações. O
conhecimento nos dá a base para elaboração e execução do melhor tratamento, bem como o melhor resultado.
Veja só, até aqui falamos várias situações que implicam um bom tratamento. A importância da ética
profissional, do conhecimento científico, da experiência profissional e da inclusão do esteticista na
equipe multidisciplinar. Todas essas situações partem do princípio do tema desta unidade, a avaliação.
Percebeu como ela é essencial? Agora vamos nos aprofundar no assunto.

DIÁRIO DE BORDO

16
UNIDADE 1

O crescimento do mercado esté-


tico e cosmético é inquestionável.
As pesquisas demonstram grande
interesse em tratamentos estéticos,
consumo de cosméticos e produ-
tos de beleza no Brasil e no mundo.
Trabalhadores e empreendedores
da área do embelezamento, da saú-
de e do bem-estar exploram cada
vez mais esse mercado de trabalho.
O mercado da estética e de cosméti-
cos é apontado como um dos mais
promissores, apresentando um
crescimento de 567% nos últimos
anos. O número de profissionais
nesta área cresceu 8 vezes, passando
de 72 mil para 480 mil trabalhado- oportunidade de negócio e investimentos em novas tecnologias (LOPES,
res, movimentando 47,5 bilhões no 2017). Diante desse cenário, o desenvolvimento das indústrias cosméticas,
setor econômico com perspectivas de equipamentos estéticos, pesquisas e o surgimento de novas técnicas,
de crescimento (ABIHPEC, 2020). fez-se necessário o aperfeiçoamento de profissionais específicos para a
O Brasil aparece em quarto lugar área. Deste modo, instituições de ensino do Brasil também investiram
na classificação do setor de higiene nesse setor, preparando profissionais capacitados e flexíveis para esse
pessoal, perfumaria e cosméticos, competitivo mercado (SILVA; SANTOS; OLIVEIRA, 2014).
estando atrás dos Estados Unidos, A evolução e transformação global incessante tem levado a uma
China e Japão. As empresas atuan- “overdose” de informação e sobrecarga à população contemporânea.
tes na área ascenderam de forma Essa realidade mundial revela uma tendência da sociedade em alcançar o
importante nos últimos anos com bem-estar por meio do setor de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméti-
cerca de 645 mil novos MEI e mais cos (HPPC) com a procura ascendente de atenuar a celeridade e resgatar
de 25 mil microempresas atuando a vivacidade com longevidade e saúde. Para o ser humano atual, viver a
nos seguimentos de atividades de vida de forma mais longa e saudável tem sido um bem valioso, de modo
estética, manicure e pedicure, corte que adotar e pagar por tratamentos, serviços e produtos preventivos
de cabelo e outros cuidados com o que sustentam esse desejo têm fomentado o crescimento desse setor. O
embelezamento (ABIHPEC, 2020). cuidado individual e uma boa apresentação tem sido compreendido pela
A cada dia, a qualidade de vida população como auxiliar ao sucesso pessoal e profissional, além disso,
e bem-estar são prioridade do ser as pessoas não querem ser tratadas e valorizadas pelo gênero e sim pelo
humano, fomentando um cresci- que são. De forma a acrescentar esse cenário, uma pesquisa sobre beleza,
mento abrangente do mercado da realizada pela Euromotor Internacional, mostra que envelhecer melhor
estética. Com tamanha variedade passou a ter um novo significado, em que a aparência saudável se torna-
de serviços, notou-se uma ótima prioridade na busca de longevidade com qualidade (ABIHPEC, 2020).

17
UNICESUMAR

O envelhecimento é um acontecimento universal, um processo na-


tural, irreversível e gradual do ser humano e tem sido associado ao
aumento da perspectiva de vida dos indivíduos. No Brasil, o processo de
envelhecimento tem crescido de forma acelerada. Houve um aumento
em 50% no número de indivíduos com idade acima de 60 anos nos últi-
mos 10 anos. Hoje, o Brasil apresenta 26 milhões de idosos e estima-se
para 2027 um total de 37,9 milhões de brasileiros idosos. Preservar a
mocidade por intermédio da beleza, com objetivo de suspender o tempo
e retardar a senescência é tão essencial atualmente quanto nos séculos
passados, em que a beleza era engrandecido pelos egípcios e romanos
(SHMIDTT; OLIVEIRA, C.; GALLAS, 2008; FREITAS; PY, 2018).
Sobreviverão no mercado de trabalho os profissionais mais
bem preparados, que se atualizarem e que melhor aplicarem o
conhecimento adquirido. A opção de trabalhar com outros pro-
fissionais, como fisioterapeutas, nutricionistas, médicos derma-
tologistas e também cirurgiões plásticos exige um maior conhe-
cimento, além daquele direcionado somente à estética. Anatomia
e fisiologia entram como assuntos importantíssimos a serem
estudados pelo esteticista (PEREIRA, 2013 apud LOPES, 2017).
Profissionais capacitados e flexíveis é o que cada vez mais o mercado
da beleza exige. O profissional da beleza tem de estar preparado para uma
jornada de trabalho pesada e muitas vezes exaustiva que hoje ocupa um lu-
gar de destaque no cenário nacional (SILVA; SANTOS; OLIVEIRA, 2014).
Sem dúvidas, para se tornar um profissional de sucesso, este é um
ponto a ser discutido e assimilado. Oferecer serviços que atendam
às expectativas de seu público, com tamanha variedade de serviços e
quantidade de profissionais, o que o mercado exige é qualificação, além
da qualidade com que esses serviços serão ofertados. Com um mercado
de trabalho concorrido, o esteticista viu a necessidade de se diferenciar,
atualizar e aperfeiçoar tanto no conhecimento científico como em no-
vas técnicas e novos recursos cosméticos, houve grande necessidade de
ampliar seus entendimentos sobre anatomia, fisiologia, funcionamento
do corpo humano, meios alternativos de tratamento e até do próprio
comportamento humano (SILVA; SANTOS; OLIVEIRA, 2014).
Assim, compreendendo diversos lados do saber, ampliando seu
horizonte para novas áreas, o esteticista agora faz parte da equipe
de profissionais da área da saúde, equipe multidisciplinar. Além do
conhecimento científico e prático, o sucesso profissional envolve
vários outros aspectos que veremos a seguir:

18
UNIDADE 1

A postura profissional durante o contato com o paciente em tratamentos estéticos corporais


é muito importante, pois relacionar-se com pessoas e trabalhar com as diferenças é uma tarefa
muito complexa, exige qualidades e cuidados que são praticados a todo momento. O princípio da
postura profissional de qualquer ocupação, incluindo o esteticista, é a ética. Ética é uma palavra
de origem grega; vem de ethos, que significa modo de ser, conduta ou caráter da pessoa e deve
permear toda e qualquer atitude (SILVA; SANTOS; OLIVEIRA, 2014).
A ética profissional se trata de uma coleção de preceitos e comportamentos adotados em qualquer
ocupação de forma a honrar a integridade de seu semelhante, respeitando sua dignidade e auxiliando na
edificação do bem-estar (LOPES, 2017). Os princípios morais que dirigem nossa vida e nosso trabalho,
os princípios de bom caráter, da conduta adequada e leal e o julgamento moral expressados por persona-
lidade, habilidades nas relações humanas e imagem profissional, em outras palavras, é denominado ética
(GERSON et al., 2011). Nos serviços da estética, podemos relacionar alguns conceitos básicos ao exercício
da ética profissional que contribuem para o fortalecimento e crescimento do profissional, como ter diplo-
macia e estabilidade emocional para lidar com confrontos, manter o cuidado ao manifestar sua opinião,
ter reciprocidade pelas outras pessoas, aos seus interesses e responder às suas expectativas (LOPES, 2017).

Figura 1 – Manter-se atualizado é a alma do negócio

Descrição da Imagem: profissional esteticista sentada em sua mesa de estudos com livros.

19
UNICESUMAR

Ser honesto e verdadeiro, agir com responsabilidade, proteger com sigilo a inte-
gridade do cliente/paciente, obter diplomas e certificados válidos e reconhecidos,
seguir os regulamentos, normas e diretrizes da profissão, bem como as regras da
Anvisa (Agência nacional de Vigilância Sanitária) são cuidados que estabelecem
sua seriedade, aumentam sua credibilidade e fazem parte dos princípios éticos
básicos do esteticista (GERSON et al., 2011).
Quando falamos da conduta profissional do esteticista, devemos entender tam-
bém que a vestimenta e paramentação utilizada, a higiene profissional e pessoal,
a recepção ao cliente, o comprometimento, aprimoramento constante, a avaliação
completa com anamnese e exame físico asseguram um comportamento ético que
está ligado intrinsecamente ao sucesso (SILVA; SANTOS; OLIVEIRA, 2014).
Durante o atendimento, a postura profissional do esteticista é um grande diferen-
cial nesse imenso mercado competitivo. A primeira impressão é a que fica, a postura
profissional é válida desde o primeiro contato, vai do profissional que executa o pro-
cedimento estético se alongando da mesma forma para colaboradores da recepção,
limpeza ou qualquer outro integrante de sua equipe. Independentemente de como
está seu dia, receba sempre seu paciente com alegria. Durante a avaliação, escute e
dê atenção às suas queixas e sempre esclareça todos os procedimentos que serão rea-
lizados com uma linguagem compreensível. Mantenha-se sempre atualizado, assim
poderá aplicar todas as técnicas e produtos disponíveis, reconhecidos cientificamente
e que sejam indicadas individualmente para cada cliente/paciente (LOPES, 2017;
SILVA; SANTOS; OLIVEIRA, 2014).
A avaliação é fundamental e intransferível, isto é, deve ser realizada de forma com-
pleta para posteriormente ser traçado um plano de tratamento. Além disso, ela deve
ser realizada a cada nova sessão, uma reavaliação é fundamental para ajustes e diver-
sificações no plano de tratamento. Aliás, diversificar o protocolo de tratamento, desde
técnicas, equipamentos e cosméticos é vital para garantir ao máximo o objetivo como
também os resultados esperados (LOPES, 2017; SILVA; SANTOS; OLIVEIRA, 2014).
A conduta profissional anda lado a lado com a ética, deste modo, jamais pro-
meta resultados irreais ou ilusórios. De acordo com a queixa principal do paciente,
seja real e estabeleça metas reais a curto, médio ou longo prazo. Em alguns casos,
um pacote com dez sessões não é suficiente para estabelecer o resultado esperado.
Ainda, aqueles clientes que não apresentam frequência assídua à clínica estética,
bem como aos tratamentos estéticos, não costumam compreender que um único
pacote não é o bastante para atingir o objetivo. Aliado a isso, a conscientização
e o comprometimento do paciente com alimentação adequada, atividade física,
ingestão de água e utilização correta do Home Care é um grande partícipe para
garantir o melhor resultado (SILVA; SANTOS; OLIVEIRA, 2014).

20
UNIDADE 1

Durante esta unidade, percorremos várias vertentes da área Profissional da


Estética e Cosmética em constante ascensão. Sua evolução e diversidades
do mercado, profissionalismo ético, a importância da avaliação para um bom
diagnóstico e sim um bom tratamento, recomendo o filme “Linda de Morrer”
que, por meio de uma boa comédia, nos traz a história de uma médica ultra-
passando os limites da ética profissional comercializando um remédio capaz
de acabar com o pior inimigo das mulheres “a celulite”. A promessa de um
milagroso resultado acaba tirando sua própria vida. Vendo seu erro, ela parte
em busca, mesmo morta, de consertar e salvar vidas iludidas pelo mentiroso milagre mortal.

A conscientização do paciente
em relação ao horário de aten-
dimento faz parte de uma boa
postura profissional e, é claro
que o esteticista também deve
respeitar de forma criteriosa,
então, organize sua agenda e
respeite os horários agendados.

Descrição da Imagem: esteticista em


sua sala de estética conferindo a agenda.

Figura 2 - Organize sua agenda e sempre respeite os horários

21
UNICESUMAR

O mercado é extremamente concorrido, mas o sol nasce para todos. O grande diferencial
está no conhecimento científico, técnico e na postura do profissional. Devemos entender
que a fidelização do cliente/paciente se faz por meio destes preceitos. A união entre a
classe profissional estabelece a força e o crescimento de qualquer profissão. Portanto,
mantenha contato com outros profissionais esteticistas, crie redes de parceiros de outras
áreas da saúde e faça parte de equipes multidisciplinares, como médicos, fisioterapeutas,
biomédicos, nutricionistas, educadores físicos e vários outros profissionais que atuam
na área da saúde (LOPES, 2017; SILVA; SANTOS; OLIVEIRA, 2014).
Para o atendimento, o ambiente em que o paciente será atendido são neces-
sários cuidados especiais, isso inclui desde o estacionamento, se for o caso, a
recepção, sanitários e, principalmente, o consultório de atendimento. Os am-
bientes devem ser organizados, limpos e silenciosos. Caso tenha aparelhos de
multimídia, como TV ou som, eles devem ser em baixo volume para que seja
agradável, lembre-se sempre que a primeira impressão é a que fica. O ambiente
de atendimento ao paciente deve ser confortável e aconchegante; caso houver
várias macas para atendimentos ao mesmo tempo, devem ser devidamente
separadas por biombos ou cortinas.

Descrição da Imagem: recepção de um


centro de estética organizada e confor-
tável. Sala de espera climatizada com
cosméticos para venda.

Figura 3 - Recepção de um Centro de Estética

22
UNIDADE 1

Neste caso, para realizar vários atendimentos simultaneamente, o espaço deve conter um lugar
específico para troca das vestimentas, como o banheiro, havendo também acessórios de materiais
descartáveis para o deslocamento do paciente, como roupão, avental, chinelos, entre outros. O mesmo
se aplica ao espaço de atendimento individual, este procedimento deve ocorrer da mesma forma, o
que na verdade é ideal. Ainda assim, se o espaço estético for pequeno, deve haver junto ao local de
avaliação e a cabine de atendimento: suportes para a acomodação de vestimentas, bolsas e outros
pertences do paciente (SILVA; SANTOS; OLIVEIRA, 2014).
O importante é deixar o cliente confortável e o menos constrangido possível, para que aproveite bem
o tratamento. Caso não exista banheiro ou local reservado junto à sala de atendimento, o profissional
deve se retirar para que o paciente se arrume à vontade (PEREZ; VASCONCELOS, 2014). Antes de
iniciar o atendimento, o esteticista deve receber o cliente/paciente com alegria e simpatia, bem como
ajudá-lo a se preparar para o procedimento, principalmente no primeiro atendimento.
Direcione o paciente com orientações de onde se trocar, onde guardar seus pertences, auxilie sua acomoda-
ção ao se deitar com segurança, cuide de seu posicionamento de forma adequada e confortável com travesseiros
e rolos. A maca deve estar coberta com lençol descartável, individual para cada paciente. Travesseiros, rolos de
apoio e superfícies fixas devem ser higienizados com álcool 70%; utensílios específicos para o trabalho estético,
como espátulas e cubetas devem ser substituídas por limpas previamente ou serem higienizadas. As áreas que
não receberam tratamento devem ser cobertas com toalha ou lençol.

Descrição da Imagem: paciente deitada


posicionada adequadamente para rece-
ber o tratamento estético. Terapeuta em
posição lateral ao paciente explicando o
procedimento que será realizado

Figura 4 - Posicionamento adequado do paciente e do terapeuta durante o atendimento

23
UNICESUMAR

Normalmente, o paciente da estética corporal trata várias regiões corporais, diante disso, existe a ne-
cessidade de permanecer durante o atendimento de roupa de banho ou roupas íntimas. Para manter a
privacidade do paciente, especialmente em procedimentos corporais, apenas a área que está recebendo
o procedimento deve ser exposta, sendo recoberta após finalizar o local. Uma situação comum, por
exemplo, são procedimentos em região abdominal e flancos em mulheres. Neste caso, para que possam
acontecer, a paciente deve permanecer com o tronco despido, permanecendo de roupa íntima, assim,
faz-se extremamente necessário resguardar a região de mamas com toalhas.

Figura 5 - Posicionamento adequado do paciente durante o tratamento


Descrição da Imagem: Da esquerda para a direita, a primeira imagem demonstra paciente deitado em decúbito ventral, recebendo massa-
gem em região da perna direita, permanecendo o restante de seu corpo coberto com lençol. A segunda imagem demonstra uma paciente
deitada em decúbito dorsal com a perna direita descoberta para receber aplicação de radiofrequência em coxa direita, estando o restante
do corpo coberto com lençol. A terceira imagem demonstra uma paciente deitada em decúbito dorsal recebendo massagem em região de
abdômen com a região das mamas e de membro inferiores protegidas por lençol.

Entre um atendimento e ou-


tro, deve haver sempre alguns
minutos para a organização
do local, como a troca de len-
çol, higienização dos equipa-
mentos e troca de cosméticos.
O profissional deve manter o
cuidado atencioso aos Equi-
pamentos de Proteção Indivi-
duais (EPI’s) como touca, faixa,
máscara, óculos, luvas e jaleco
(LOPES, 2017).
Figura 6 - Equipamento de Proteção Individual – EPI

Descrição da Imagem: representação dos equipamentos de proteção individual utilizados


ao atendimento do paciente, sendo luva de procedimento, óculos e máscaras.

24
UNIDADE 1

A forma de abordagem quanto ao pro-


blema do paciente é imprescindível
para não o deixar constrangido ou ini-
bido, quando o cliente tem excesso de
gordura localizada, por exemplo, ou
qualquer que seja sua queixa principal.

Figura 7 - Forma de Abordagem ao Paciente

Descrição da Imagem: esteticista realizando anamnese do paciente ouvindo com atenção e simpatia suas queixas.

A ética se aplica em todos os momentos, isso se inclui, inclusive, ao primeiro


contato profissional, que deve se portar com tranquilidade, olhar com naturali-
dade e ser sempre sereno. Algumas situações físicas estéticas corporais causam
constrangimento ao paciente, o que, para muitos, pode ser um obstáculo grande
para a tomada de decisão à procura de ajuda. Se sentir confortável é um dos pri-
meiros passos da fidelidade e confiança (LOPES, 2017).
Durante a anamnese, o esteticista realiza diversos questionamentos ao cliente/
paciente. Este procedimento é imprescindível para obter os dados necessários até
chegar à conclusão do diagnóstico e traçar o protocolo de tratamento. O interro-
gatório, muitas vezes, está relacionado às atividades diárias de vida que, apesar de
serem básicas, são extremamente particulares. Questionar um paciente obeso sobre
seus hábitos alimentares, por exemplo, prática de atividade física ou periodicidade
do hábito intestinal (constipação) pode ser constrangedor. Por este motivo, a postura
no questionamento, isto é, tratar a situação com normalidade e tranquilidade, evita
uma resposta ludibriadora (SILVA; SANTOS; OLIVEIRA, 2014).

25
UNICESUMAR

A consulta profissional deve ser realizada com


uma conversa franca, perguntas apropriadas, es-
cutando com atenção e respeito do que o pacien-
te tem a dizer. É importante realizar perguntas de
forma adequada e que não sejam invasivas. Não é
necessário fazer intromissões que sejam pessoais e
questionamentos que oportunizem uma revelação
sem vontade. Ainda, é importante que haja abertura
ao paciente em caso de dúvidas. A maneira como a
consulta é conduzida determina sobre a confiança
do paciente no trabalho do profissional. Observar a
linguagem corporal é uma estratégia que aumenta
a qualidade da consulta. Faz parte da natureza hu-
mana a manifestação com a linguagem corporal;
ter a sensibilidade na percepção de aborrecimento,
inquietação ou ambiguidade do paciente é impor-
tante para que possa reconduzir a pergunta e extrair
a resposta desejada e necessária (LOPES, 2017).

Figura 8 - Atenção ao Paciente durante a Anamnese

Descrição da Imagem: esteticista ouvindo com seriedade e aten-


ção a paciente durante a anamnese.

Em muitas sociedades, o corpo é visto como


templo sagrado, por este motivo um profissional
da área da saúde e do bem-estar deve ter em
mente que, antes de tocar o corpo do paciente,
ele está tocando em uma pessoa e toda sua his-
tória de vida. Estar atento às aparências relacio-
nadas à postura e a expressão facial é preciso,
evitando intimidar e envergonhar o paciente
(SANTOS et al., 2010).
Descrição da Imagem: paciente deitado em decúbito dorsal,
despido, com a região das mamas e pelve cobertas por lençol.
Terapeuta realizando massagem no abdômen do paciente com
manobras precisas e toque firme.

Figura 9 - Postura do profissional durante o toque


terapêutico

26
UNIDADE 1

O cuidado quando realizado como procedimento na área da saúde é representado pela forma que
a assistência ao cliente/paciente é desenvolvida. Cuidar do paciente envolve tanto as condutas
realizadas como os sentimentos do profissional, estes compreendem o interesse, reciprocidade,
afeição, apreço e outras. Considerando o cuidado realizado na área da estética corporal, sabemos
que a execução das atividades abrange uma parte ou todo o corpo do paciente e, ainda, durante a
prática, ele deve estar em situação de nudez parcial ou total (WALDOW, 2001 apud PUPULIM;
SAWADA, 2005). Em meio a isso, entende-se que é crucial o profissional esteticista respeitar o
próximo, mantendo sua dignidade. A privacidade do paciente pode ser agredida de várias maneiras,
desde a violação de suas informações pessoais como do espaço ou região do seu corpo, psicológica
e moralmente (PUPULIM; SAWADA, 2005, 2010).
Não diferente de qualquer profissional da área de saúde, o esteticista está inserido neste contexto,
principalmente, tratando-se de estética corporal. Independentemente da área corporal tratada, a priva-
cidade do paciente deve ser mantida. A postura do profissional deve ser mantida com imparcialidade
e o toque deve ser firme e preciso de acordo com a técnica realizada. É claro que existe diferença entre,
por exemplo, uma drenagem linfática e uma massagem modeladora, mas a tonalidade do toque quanto
à técnica se diferencia quando o profissional se encontra inseguro, constrangido ou com intenções que
não sejam profissionais, denotando um ato de carícia ou agrado, fugindo totalmente do objetivo proposto.
Cabe ainda considerar que o resguardo da postura profissional é um escudo valioso em sua
defesa, impedindo ou impossibilitando que, caso houver outras intenções vindas do cliente/pa-
ciente, possam ser expressadas.

Olá aluno(a), convido você a ouvir um recado especial que trago no


podcast. Com certeza somará o conteúdo aprendido com a prática
clínica. Falaremos da inserção do esteticista na área da saúde. E ago-
ra que você pertencente a este cenário profissional, deve considerar
o contexto envolvente do profissional e do esteticista com seriedade
e ética, afinal, na estética corporal, o corpo do paciente é o instru-
mento de trabalho, fato ligado com a intimidade dele. Isso nos traz
a necessidade de manter a privacidade do paciente e a postura pro-
fissional diante do seu corpo, sua nudez ou seminudez é fundamen-
tal para manter sua integridade. Lidar com imparcialidade ao sexo
oposto e manter a precisão do toque terapêutico, principalmente
nas partes íntimas, resguardando, prevenindo e protegendo você
em casos possíveis de assédio e outras intenções do paciente com o
terapeuta, ou inversamente, evitando que o paciente apresente uma
percepção equivocada da intenção do profissional com ele.

27
UNICESUMAR

As vertentes para o atendimento na profissão da estética cresceram e aumentaram de forma emergente.


Diante disso, o público-alvo que inicialmente era feminino, hoje passa a ser extremamente variado. Mu-
lheres, homens, idosos e adolescentes se tornaram assíduos no momento presente. Os homens apresentam
algumas diferenças em relação às mulheres, desde a pele, a massa magra em maior quantidade, hormônios
e até no comportamento, por isso alguns cuidados são diferenciados (SILVA; SANTOS; OLIVEIRA, 2014).
O homem entendeu que cuidados pessoais não são apenas vaidades, mas também preocupação com
saúde e bem-estar. O público masculino é prático e objetivo. Querem, em poucos passos, conseguir o maior
número de benefícios possível e concordam em pagar o preço por todas essas qualidades (ABIHPEC, 2020).

Figura 10 - Diversidade no atendimento, exemplo de atendimento Estético no Público Masculino

Descrição da Imagem: homem deitado em decúbito ventral, despido, com região de glúteos coberta por toalha, velas acesas espalhadas
com terapeuta realizando massagem nas costas.

O adolescente é um público com pouca frequência nos tratamentos estéticos, apesar de ter crescido a
procura nos últimos tempos. Em geral, a busca da estética pelo adolescente se dá devido o incômodo
ao surgimento da acne, estrias ou até de forma preventiva da tão famosa celulite; outros, pela reco-
mendação ou insistência da mãe, mas tem aumentado consideravelmente.
Para esse público, o profissional esteticista deve se atentar com a autorização dos pais ou responsáveis
legais, lembrando que apresentam idade menor que 18 anos. Quando não estiverem acompanhados,
durante a anamnese e avaliação física, exigir termo de autorização te traz segurança. Agora, quando
acompanhados, a privacidade também se faz importante, solicitando para que os responsáveis que
estiverem acompanhando aguardem na sala de espera. Procure realizar os atendimentos de forma
breve e objetiva, a morosidade te causa inquietação. Contrário disso, com o público mais maduro, não

28
UNIDADE 1

tenha pressa. Caso tenha tempo disponível em sua agenda, deixe


um tempinho a mais para os pacientes da terceira idade que gostam
muito de atenção e uma boa conversa. Além de um paciente fiel,
você terá um grande amigo (SILVA; SANTOS; OLIVEIRA, 2014).
Você sabe quais são as ferramentas existentes para realizar
a coleta de dados durante a avaliação clínica? Para obter um
diagnóstico preciso, o esteticista deve compreender e saber exe-
cutar todo o processo de avaliação, desde a anamnese ao exame
físico. O resultado esperado está completamente vinculado à
avaliação em que, para isso, o profissional deve conhecer todas
as ferramentas necessárias e disponíveis.
A anamnese auxilia no reconhecimento de possíveis causas das
disfunções que incomodam o paciente e revela a importância da
mudança de hábitos para a conquista dos resultados esperados com
tratamento estético. É realizada em forma de perguntas, questiona-
mentos cujo os dados revelam as informações referentes aos hábitos
de vida de nosso cliente, o histórico de doenças e tratamentos que
tenha feito ou esteja fazendo, os medicamentos que utiliza, possíveis
alergias e alterações de pressão. Estes dados possibilitam realizar
nosso trabalho com a responsabilidade que ele necessita.
O exame físico está relacionado aos dados corporais. De-
monstram de forma quantitativa o que é normal, padrão, e ao
que existe alteração, ou seja, uma variação dos padrões normais
ou até patológicos. Inclui-se nesse momento da avaliação os da-
dos antropométricos e seus parâmetros de peso, altura, dobras
cutâneas, percentual de gordura, entre outros. Vamos entender
como construímos uma boa ficha de avaliação?
Para obter um diagnóstico preciso e definir um bom pro-
tocolo de tratamento, é necessário realizar uma boa avaliação
do paciente. De forma geral, ela é composta de identificação,
anamnese, exame físico, testes e medidas. É aconselhável que
uma reavaliação seja realizada no meio e ao final do tratamen-
to, o que reunirá maiores dados comparativos ao resultado do
tratamento (BORGES; SCORZA, 2016).
A palavra anamnese, no dicionário Aurélio, tem como sig-
nificado lembrança, recordação, memória, rememoração e re-
miniscência. Ela é utilizada em várias situações, mas, na saúde,
é como o conjunto de informações recolhidas pelo profissional
a respeito de um doente ou de sua doença (HOLANDA, 2010).

29
UNICESUMAR

A anamnese é a parte inicial da ficha de avaliação. É realizada por meio de questionamentos cujas res-
postas são inseridas em uma ficha que será um documento para o profissional esteticista, nela, além dos
dados pessoais, haverá também informações das atividades de vida diária do paciente, os valores extraídos
no exame físico, o diagnóstico, o protocolo de tratamento proposto, a evolução do tratamento e também o
termo de ciência e livre consentimento. Caso o esteticista for realizar imagem para melhor comparação ao
resultado obtido, deve também inserir uma autorização de imagem do paciente.
Os dados pessoais do paciente devem estar inseridos no tópico inicial de identificação e devem ser sempre
atualizados. Todas as informações possíveis devem ser inseridas neste item, como nome, idade, endereço, telefone,
profissão, e-mail e até, se possível, suas redes sociais. O próximo dado, subsequente às referências pessoais, é a
queixa principal, o que trouxe o cliente/paciente até você. A queixa principal do paciente, de forma esclarecida,
é o que mais lhe incomoda.
Dando seguimento, consciente de que o tratamento estético trabalha e estimula o organismo do clien-
te/paciente, deve também incluir informações de hábitos alimentares, periodicidade do funcionamento
intestinal, da ingestão de água, prática de atividade física, a qualidade do sono e a quantidade horas dor-
midas diariamente, os hábitos sociais como etilismo e tabagismo, a quantidade e o tempo.
De acordo com o tipo da profissão relatada pelo paciente no início da entrevista, faz-se importante
questionamento de possível estresse existente, se apresenta doenças emocionais, como depressão ou
síndrome do pânico, se faz acompanhamento psicológico, medicamentoso ou não com psicólogo
ou médico psiquiatra, se apresenta atividades de lazer. Ainda, se passou recentemente por algum
processo inflamatório ou infeccioso e se fez ou está fazendo o uso das medicações adequadas para tal.
Em continuidade, questionar a presença de doença preexistente, se faz uso de medicamento
contínuo e qual, a quanto tempo foi descoberto e se faz acompanhamento médico. Entre elas,
histórico de câncer, problemas cardíacos, renais, vasculares, hipertensão arterial, alterações hor-
monais, doenças de pele, HIV, doença autoimune, alterações nas taxas de colesterol e triglicerídeos,
diabetes, se sim, insulino dependente ou não, doenças degenerativas, alterações na tireoide ou
doenças neurológicas. Se apresenta haste metálica em algum segmento corporal, se tem conhe-
cimento de processos alérgicos e quais são. Em caso de paciente mulher, questionar gravidez, a
existência de filhos, quantos, quanto tempo e o tipo do parto (LOPES, 2017; SILVA; SANTOS;
OLIVEIRA, 2014).

Caro(a) estudante, estamos discutindo tanto sobre como seria a melhor


forma de produzir uma ficha de anamnese, mas você já tem em mente como
seria na prática o desenvolvimento desta ficha? Pensando nisso, eu trouxe um
exemplo, que eu como profissional da área, utilizo para melhor compreender
o momento de anamnese, além de um termo de consentimento, veja:
Para acessar, use seu leitor de QR Code.

30
UNIDADE 1

Agora, depois de colher todas essas informações, você já sabe um pouco mais sobre seu paciente, assim
pode iniciar o exame físico. Vamos lá?

Antropometria é o estudo das proporções e me-


didas das diversas partes do corpo, o registro das
particularidades físicas dos indivíduos. No dicioná-
rio Aurélio, exame significa observação cuidadosa,
investigação, pesquisa atenta e minuciosa. O exame
antropométrico então é a investigação minuciosa
das medidas e proporções físicas dos indivíduos,
ele é imprescindível nas profissões da saúde, princi-
palmente no âmbito corporal. A estrutura corporal
é formada pelo peso corporal, pela estatura, pelas
circunferências e pelos diâmetros, sendo que as al-
terações estão relacionadas com diversas disfunções Figura 11 - Materiais para o exame físico
corporais (ANDRADE, 2018; HOLANDA, 2010).
Descrição da Imagem: materiais utilizados para avaliação corpo-
Em uma avaliação estética corporal, o início do ral, sendo adipômetro e fita métrica.

exame físico é realizado pela inspeção. A inspeção é


a ação ou o efeito de olhar na qual será observada a
forma do corpo e a presença das disfunções estéticas sidade de acordo com a localização regional da
associadas, como estrias, aspecto celulítico, fibroede- gordura (BORGES; SCORZA, 2016).
ma, geloide e flacidez (BORGES; SCORZA, 2016). Quando localizada na região abdominal, a gor-
A forma do corpo é representada pelo bioti- dura acumulada é denominada biotipo androide
po corporal que define o tipo de obesidade de e normalmente é comum em homens. Quando o
acordo com a localização regional da gordura. A acúmulo da gordura se encontra nos membros in-
gordura localizada é caracterizada pelo excesso feriores, mais especificamente em quadris e coxas,
de adipócitos localizados de forma desorganizada denomina-se biotipo ginoide, comum em mulheres
em regiões do corpo. Em mulheres, a distribuição por apresentar maior quantidade de hormônios,
da gordura localizada representa 25% do peso como a progesterona e o estrogênio. Existe ainda
corporal e 15% nos homens. Quando homens e um terceiro biótipo, o classificado como misto, que
mulheres estão na faixa de peso dita normal, a surgiu pela necessidade de uma melhor classifi-
gordura localizada é influenciada pelo sexo, idade, cação e padronização, pois os biotipos descritos
hábitos de vida, fatores genéticos hormônios e anteriormente podem não ser adequados a deter-
pelo biotipo corporal que define o tipo de obe- minados indivíduos (BORGES; SCORZA, 2016).

31
UNICESUMAR

Figura 12 - Classificação do biotipo corporal representados da esquerda para direita. Biotipo androide
(maçã); Biotipo ginoide (pera); Biotipos corporais mistos.

Descrição da Imagem: a figura apresenta cinco ilustrações de corpo feminino de maiô preto, sendo, da esquerda para direita, a primeira
sobreposta com uma figura de maçã (representando o biotipo androide); a segunda com uma pera (representando biótipo ginoide); a
3ª sobreposta com um triângulo de ponta para baixo, a 4ª sobreposta com um retângulo e a 5ª sobreposta com uma ampulheta, ambas
representando os biotipos mistos.

Na Figura 12, observamos na 1ª


e 2ª representação os biotipos
androide e ginoide respectiva-
mente e, a 3ª, 4ª e 5ª a variação
dos biótipos corporais, chama-
dos biótipos mistos, (BORGES;
SCORZA, 2016).

Descrição da Imagem: na parte superior


da figura, há cinco ilustrações de biotipos
corporais femininos distribuídos da es-
querda para a direita, sendo a primeira
biotipo androide (tipo maçã) e segunda
biotipo ginoide (tipo pera), seguido dos
biotipos mistos, sendo a terceira ilus-
tração representada pelo tipo corporal
de triângulo invertido, na quarta o tipo
corporal de retângulo e, a quinta o tipo
corporal de ampulheta.
Na parte Inferior da figura, há cinco
ilustrações de biotipos corporais mas-
culinos distribuídos da esquerda para a
direita, sendo a primeira biotipo androi-
de (tipo maçã) e segunda biotipo ginoide
(tipo pera), seguido dos biotipos mistos,
sendo a terceira ilustração representada
pelo tipo corporal de triângulo invertido,
na quarta o tipo corporal de retângulo e
a quinta o tipo corporal de ampulheta.
Figura 13 - Exemplo de biotipo corporal feminino e masculino

32
UNIDADE 1

Podemos observar, na Figura


13, os biotipos corporais femi-
ninos seguidos da represen-
tação dos masculinos, sendo,
em ambos, da esquerda para
direita o 1o e o 2o biotipos an-
droide e ginoide e, 3o, 4o e 5o os
biotipos mistos.
Para realizar a inspeção,
o paciente deve estar posi-
cionado em pé, com os pés,
aproximadamente, a 15 cm de
distância. A avaliação deve ser
realizada de maneira lógica,
procedendo de uma posição
cranial ou caudal e observada
nos ângulos anterior, posterior
e lateral, incluindo uma com-
paração bilateral (GROSS;
FETTO; ROSEN, 2000).
Nesse momento, você vai
avaliar o corpo de seu cliente.
Para algumas pessoas, é bas-
Figura 14 - Posição anatômica para a realização da inspeção corporal
tante constrangedor mostrar o
corpo, muitas se sentem extre- Descrição da Imagem: a figura demonstra a lustração de um corpo feminino de pé em
posição lateral, anterior e posterior posicionado em posição anatômica, sendo os pés
mamente envergonhadas. Você alinhados e paralelos, os braços estendidos lateralmente ao corpo e a cabeça alinhada
com olhar para o horizonte.
deve explicar ao cliente que
trabalhará sempre com corpo
dele coberto e que suas partes O ambiente deve ser específico para a avaliação, o paciente deve se
íntimas não serão expostas. despir no banheiro e retornar com um roupão, garantindo, assim,
Faz-se necessário que o cor- que esteja confortável e menos constrangido possível. Caso não
po esteja exposto e, para isso, haja um banheiro ou local apropriado, o profissional deve sair da
o paciente deve portar roupas sala para que o paciente se prepare com privacidade.
de banho, íntimas ou descar- Com seu paciente pronto, no local apropriado, o esteticista inicia
táveis de TNT, adquirido pelo a avaliação visual, a inspeção, verificando a existência de celulite,
profissional e oferecido para o gordura localizada, flacidez, estrias, telangiectasias, varizes, hiper ou
cliente; no caso desta última hipocromias, cicatrizes, edemas hematomas e tudo que for visível
opção, o custo deve ser incluí- aos olhos. Todos os detalhes observados na inspeção deverão ser
do no valor da avaliação. registrados na ficha de anamnese (PEREZ; VASCONCELOS, 2014).

33
UNICESUMAR

A palpação é o próximo passo, verifica-se o


trofismo da pele, a condição muscular, presença
ou ausência de rugosidade (teste de “casca de la-
ranja”), sensibilidade dolorosa (teste de pressão).
Atenção também para a presença ou ausência de
sensibilidade cutânea, áreas e edema localizado,
gordura ou pele em excesso (BORGES; SCOR-
ZA, 2016; GROSS; FETTO; ROSEN, 2000).
A ciência que estuda o tamanho, dimensões
e as proporções do ser humano é denominada
antropometria. O corpo, em sua estrutura, é com-
preendido pelo peso, altura, pelas circunferên-
cias e diâmetros. As modificações na estrutura
do corpo levam ao desenvolvimento de inúmeras Figura 15 - Na figura, um exemplo de presença
disfunções corporais. Para que as disfunções cor- de rugosidade (teste de laranja)
porais sejam avaliadas e mensuradas, o profissio- Descrição da Imagem: a figura demonstra a região posterior de
nal dispõe de diversas ferramentas que permitem meio corpo de uma mulher em pé e despida evidenciando os glú-
teos. O glúteo esquerdo apresentando aspecto normal e o glúteo di-
a realização da avaliação antropométrica. reito com aspecto celulítico representado com uma casca de laranja.

Para a realização das medidas antropométricas, é necessário um conjunto de instrumentos composto


de lápis dermográfico, balança para aferição do peso corporal, estadiômetro para mensuração da altura,
fita métrica inextensível (em milímetros) para a avaliação de circunferência, adipômetro ou plicômetro
para a avaliação de dobras cutâneas e aparelho de bioimpedância para avaliação da composição corporal.
Após a avaliação, todos os dados devem ser anotados para então serem avaliados (ANDRADE, 2018).

Você percebeu o quanto nós falamos sobre a Pele? Não poderia ser diferente, pois estamos falando sobre
o corpo humano, e a superfície externa que o reveste é a pele. Também conhecida como cútis, a pele é
o maior órgão do corpo em peso, nos adultos cobre uma área de cerca de 2 m2 e pesa entre 4,5 a 5 kg,
cerca de 7% do peso corporal. Sua espessura varia de 0,5 mm nas pálpebras até 4,0 mm nos calcanhares.
Apresenta duas partes principais, uma mais superficial e fina, a epiderme, e a mais profunda e espessa,
conhecida como derme. Enquanto a epiderme é avascular, a derme é vascularizada. Portanto, um corte
na epiderme não há sangramento, mas, se atingir a derme, o sangramento acontecerá. Logo abaixo da
derme, encontra-se a tela subcutânea que também é conhecida como hipoderme. Nessa camada se
encontra o tecido adiposo. As fibras que saem da derme ancoram a pele na tela subcutânea, que se liga
à fáscia subjacente, o tecido conjuntivo ao redor de músculos e ossos. Na tela subcutânea, é armazenada
gordura, grandes vasos sanguíneos que nutrem a pele e terminações nervosas que são sensíveis à pressão.
Fonte: adaptado de Tortora (2019).

34
UNIDADE 1

O uso da balança e do estadiômetro permite que sejam aferidos o peso (quilos) e a altura (metros)
do avaliado, respectivamente. A partir desses dados é possível identificar o IMC de um indivíduo,
por exemplo (ANDRADE, 2018).

Figura 16 - Exemplo de aferição de peso e altura


Descrição da Imagem: a figura demonstra duas imagens de uma paciente estética sobre uma balança realizando a mensuração de peso e
altura. Da esquerda para direita, na primeira imagem, a paciente se encontra com roupa de banho sobre uma balança mensurando a estatura.
A segunda imagem apresenta uma esteticista realizando a mensuração da altura da paciente sobre uma balança.

O uso de medidas antropométricas na avaliação (NEVES; RIPKA; ULBRICHT, 2013). A medida do


do estado nutricional tem se tornado, embora com índice de massa corporal, IMC, é calculada pela di-
limitações, o modo mais prático e de menor custo visão do peso (quilos) dividido pela altura (metros)
para análise de indivíduos e populações, seja em ao quadrado, descrita na fórmula a seguir:
ações clínicas, de triagem ou mesmo em monitora- Quadro 1 - Fórmula
ção de tendências (CONDE; MONTEIRO, 2006).
Peso / Altura2
A Organização Mundial da Saúde (OMS), devi-
Fórmula do IMC
do a razões práticas, coloca o IMC como um indi-
Peso
cador válido para estudos epidemiológicos e em Altura2
situações com indisponibilidade de equipamentos Fonte: a autora.

35
UNICESUMAR

No que se refere à estimativa de percentual de aumento de gordura generalizada ou localizada


gordura corporal, a avaliação de dobras cutâneas em relação ao peso corporal e se relaciona com
utilizando o adipômetro é a mais indicada, pois os riscos de saúde (ANDRADE, 2018; PEREZ;
o IMC avalia o peso total do indivíduo, incluindo VASCONCELOS, 2014).
os músculos, a gordura e outros. Então, podemos Os profissionais da área da saúde, principal-
entender que duas pessoas apresentando peso e mente aqueles que trabalham com a prevenção,
altura iguais podem apresentar grande diferença redução ou eliminação da gordura localizada e
na quantidade de gordura corporal (ANDRADE, obesidade devem estar atentos na grande rele-
2018), verifique a Tabela 1 e entenda: vância da obesidade. Saber onde estão distri-
Tabela 1 - Classificação do Índice de Massa Cor- buídos os depósitos de gordura, bem como sua
poral (IMC) quantidade, saber que a obesidade ginoide se
Classificação IMC (Kg/m2) evidencia com um acúmulo de gordura acentua-
Baixo peso <17,50 da nas regiões do quadril, glúteo e coxa superior,
Peso normal 18 a 24 bem como, na obesidade denominada androi-
Excesso de peso 25 a 29 de, o acúmulo de gordura está nas regiões do
Obesidade ≥30 abdômen e flanco faz total diferença, (AMER;
Fonte: adaptada de Conde e Monteiro (2006),
SANCHES; MORAES, 2001).
Oliveira et al. (2015) e Bouchard (2003). A gordura localizada quando está deposita-
da em maior quantidade na região abdominal,
Nos tratamentos de saúde, incluindo os estéti- há maior risco à saúde em relação ao acúmulo
cos, os componentes da composição corporal em outra parte do corpo, como na região dos
mais utilizados para a estimativa da gordu- quadris, por exemplo. A gordura em torno dos
ra corporal subcutânea (%G) são o índice de órgãos viscerais aumenta o risco de doenças car-
massa corporal (IMC) e as técnicas de dobras díacas, pois as células de gordura dificultam o
cutâneas (DC), cada qual com suas vantagens e funcionamento normal dos órgãos. Neste caso,
limitações (BUSCARIOLO et al., 2008). Ambos as gorduras localizadas em torno dos órgãos vis-
devem ser aplicados em uma avaliação estéti- cerais não podem ser medidas com compasso
ca corporal, de forma que complementem os de dobras cutâneas e algumas outras técnicas
resultados referentes à gordura subcutânea e a antropométricas, pois estas se localizam logo
massa corporal total do paciente. abaixo dos músculos abdominais. Devido a isso,
Definida de forma geral por diversos autores, para buscar maior fidedignidade no diagnóstico,
a obesidade é o excesso de gordura corporal. Para pesquisadores estão incluindo à avaliação a aná-
alguns é classificada como excesso de peso para lise do índice de circunferência/cintura/quadril
idade, sexo e tipo corporal, e para outros como um (AMER; SANCHES; MORAES, 2001).

36
UNIDADE 1

Figura 17 - Gordura visceral localizada abaixo dos músculos abdominais

Descrição da Imagem: essa ilustração é de um corpo humano evidenciando o abdômen em três imagens com o
crescimento da gordura abdominal, sendo, da esquerda para a direita, a primeira com grande quantidade de gordura,
a segunda com aumento moderado de gordura e a terceira com gordura abdominal normal.

A medida da razão cintura/quadril (RCQ) revela a distribuição da gordura do


indivíduo e é um fator importante na avaliação corporal como subsídio para
complementar a avaliação corporal, sendo que verifica onde há maior localização
de gordura (AMER; SANCHES; MORAES, 2001). Assim, a razão cintura/quadril
pode ser utilizada para acrescentar os dados antropométricos na avaliação corporal
das avaliações de IMC, dobras cutâneas e circunferências.
Para sua realização, utiliza-se uma fita métrica inextensível para verificar o pe-
rímetro da cintura e, em seguida, o valor do perímetro de quadril com o paciente
de pé, em posição anatômica. Isto é, os pés alados e alinhados e braços ao longo do
corpo. Após a obtenção dos dados, divide-se o perímetro (cm) da cintura pelo quadril
(ANDRADE, 2018) como mostra a fórmula:

Razão Cintura/Quadril = Perímetro da Cintura (cm)


Perímetro do Quadril (cm)

Figura 18 - Razão da cintura/quadril / Fonte: a autora.


Descrição da Imagem: aqui vemos a indicação de Razão Cintura/quadril: perímetro da cintura e do quadril.

37
UNICESUMAR

Tabela 2 - Referência dos valores para Razão Cintura Quadril


Gênero Idade Baixa Moderada Alta Muito Alta
20 a 29 ≤ 0,82 0,83 a 0,88 0,89 a 0,94 ≥ 0,95
30 a 39 ≤ 0,83 0,84 a 0,91 0,92 a 0,96 ≥ 0,97
Homens 40 a 49 ≤ 0,87 0,88 a 0,95 0,96 a 1,00 ≥ 1,01
50 a 59 ≤ 0,89 0,90 a 0,96 0,97 a 1,02 ≥ 1,03
60 a 69 ≤ 0,90 0,91 a 0,98 0,99 a 1,03 ≥ 1,04

20 a 29 ≤ 0,70 0,71 a 0,77 0,78 a 0,82 ≥ 0,83


30 a 39 ≤ 0,71 0,72 a 0,78 0,79 a 0,84 ≥ 0,85
Mulheres 40 a 49 ≤ 0,72 0,73 a 0,79 0,80 a 0,87 ≥ 0,88
50 a 59 ≤ 0,73 0,74 a 0,81 0,82 a 0,88 ≥ 0,89
60 a 69 ≤ 0,75 0,76 a 0,86 0,84 a 0,90 ≥ 0,91

Fonte: adaptada de Oliveira et al., (2015).

As dobras cutâneas podem ser


avaliadas utilizando-se um adi-
pômetro (plicômetro) mediante
a demarcação de pontos espe-
cíficos com lápis dermográfico
(BORGES; SCORZA, 2016).
Essa técnica consiste em avaliar
o conteúdo de gordura localizado
abaixo da pele, a quantidade de gor-
Figura 19 - Mensuração de dobras cutâneas
dura subcutânea está diretamente
ligada à quantidade total presente Descrição da Imagem: a figura demonstra a mensuração da
prega cutânea de região abdominal, evidenciando a prega da
no organismo (ANDRADE, 2018). gordura com os dedos polegar e indicador e o adipômetro (co-
locado) mensurando a prega.
A gordura subcutânea representa
uma fração variável da gordura
total (20 a 70%) e depende da idade, sexo, gordura total e a técnica de mensuração utilizada.
Essas variáveis podem influenciar na estimativa da densidade corporal (GUIRRO, 2003).

38
UNIDADE 1

Inicialmente, para o procedimento deve ser realizado demarcações com o lápis


dermográfico na região avaliada e, posteriormente, realizar uma prega cutânea
com o pinçamento da tela subcutânea com os dedos indicador e polegar, descar-
tando-a do tecido muscular. Em seguida, após o pinçamento, o adipômetro deve
ser posicionado perpendicularmente à prega, a uma distância de 1 cm de cada
dedo. Assim posicionado, deve-se então soltar lentamente o gatilho do adipômetro
até a parada total do ponteiro, podendo, ainda, mantê-lo na posição por 2 ou 3
segundos e, posteriormente, realizar a leitura.
A unidade de medida do instrumento é o milímetro (mm) e, para que se obtenha
um resultado confiável, deve-se tomar como o valor final a média de três medidas
subsequentes realizadas pelo mesmo avaliador. As medidas das dobras cutâneas
devem ser realizadas bilateralmente ou no ponto a ser tratado e sempre executado
na primeira avaliação e ao final do tratamento proposto e executado, avaliação final
(BORGES; SCORZA, 2016; GUIRRO, 2010).
A partir dos resultados obtidos após realizar a espessura das dobras cutâ-
neas, pode-se estimar a densidade corporal de um indivíduo. São diversas as
regiões avaliadas, as principais delas são as do tríceps, subescapular, bíceps,
axilar, torácica ou peitoral, suprailíaca, supraespinhal, coxa e panturrilha. O
profissional deve adotar uma fórmula matemática que melhor se encaixe em
sua disponibilidade e que seja descrita por um dos pesquisadores da área. É
importante considerar que essa quantificação se torna variável entre os gêneros
e a idade. Cada pesquisador utiliza um método, diferenciando a quantidade e
regiões anatômicas avaliadas (ANDRADE, 2018).
Na prática clínica de uma avaliação estética, as medidas mais comuns são realiza-
das no tríceps, região subrailíaca, prega abdominal, subescapular e coxa. No tríceps, a
prega é realizada no terço médio do braço, especialmente entre o processo coracoide
e o olecrano. Na coxa, a medida é realizada na linha média, situada entre a espinha
ilíaca anterior e o epicôndilo interno do fêmur, normalmente localizada na altura de
dois terços de distância entre a patela e o quadril. Alguns exemplos de mensuração
de dobras cutâneas estão representados no Quadro 2 com suas respectivas formas
de aplicação (BORGES; SCORZA, 2016).

39
UNICESUMAR

A mensuração da prega cutânea


suprailíaca é realizada diretamente
acima do osso do quadril. Faz-se
uma prega ligeiramente oblíqua,
normalmente na linha média
axilar, entre a última costela e a
crista ilíaca.

A mensuração da prega abdo-


minal normalmente é realizada
medindo 2,5 cm lateralmente ao
umbigo, porém, na prática clínica,
pode haver uma variação de até 5
cm lateralmente ao umbigo.

Para a realização da prega subes-


capular, faz-se uma prega oblíqua
na região entre a coluna vertebral
e a borda interna da escápula,
área do ângulo inferior da escá-
pula.

Quadro 2 - Representação de mensuração de dobras cutâneas: suprailíaca, abdominal e subescapular


Fonte: adaptada de Borges e Scorza (2016).

Descrição da Imagem: neste quadro, temos três figuras que identificaremos como Figura A, Figura B e Figura C. A Figura A demonstra a
imagem de um corpo feminino evidenciando a região abdominal durante a mensuração da prega cutânea suprailíaca com adipômetro.
A Figura B demonstra a imagem de um corpo feminino evidenciando a região abdominal durante a mensuração da prega cutânea ab-
dominal com adipômetro. A Figura C demonstra a imagem de um corpo feminino evidenciando a região posterior do braço e escápula
durante a mensuração da prega cutânea subescapular com adipômetro.

40
UNIDADE 1

Agora vejamos sobre medidas de circunferências

Figura 20 - Medidas de Circunferências


Descrição da Imagem: esta figura demonstra a imagem de um corpo feminino evidenciando a região de coxa esquerda envolvida com
uma fita métrica em que a modelo segura.

Perimetria é um conjunto de medidas de circunfe- A medida é realizada com uma fita milimé-
rência, realizadas em diferentes pontos do tronco, trica inelástica que deve estar apoiada e ajus-
dos membros superiores e dos membros inferiores. tada na pele do indivíduo e não ser apertada
Medidas de circunferências são muito importantes demasiadamente a região mensurada. Quando a
para o acompanhamento da estética corporal. É região avaliada for o abdome ou o tórax, a men-
fundamental para avaliar o resultado do tratamen- suração deve ser realizada em um dos tempos
to, promover alterações nos protocolos ou sugerir do ciclo respiratório, ao final de uma expiração
maior comprometimento do cliente, caso neces- ou inspiração, seguidas de uma breve apneia.
sário. Ter parâmetros fieis de comparação entre o Isso traz ao avaliador uma padronização para
início e uma fase mais avançada do tratamento é as reavaliações, sendo então realizadas da mes-
uma das melhores formas de acompanhar a evo- ma forma pelo mesmo avaliador. É importante
lução do procedimento estético corporal realizado ressaltar que as medidas devem ser realizadas
pelo controle periódico das medidas do paciente. duas vezes consecutivas e o resultado da medida
Para a mensuração, o cliente/paciente deve estar deve ser a média dessas medidas. É ideal que se
despido, com roupas de banho ou íntimas, em po- utilize pontos anatômicos para demarcar o local
sição ereta, com as pernas levemente afastadas, os da circunferência para que as próximas mensu-
pés alinhados e os braços estendidos ao longo do rações sejam feitas exatamente no mesmo local
corpo (PEREZ; VASCONCELOS, 2014). (BORGES; SCORZA, 2016).

41
UNICESUMAR

Os locais de medida das na região proximal, localizada próximo ao cotovelo. A circun-


circunferências normalmente ferência do busto ou peito apresenta como ponto de referência a
se apresentam em pontos co- região das axilas, anatomicamente esse ponto representa a quarta
muns no corpo, porém podem articulação esternocostal.
ser adaptados pelo profissional A medida de circunferência do abdômen, de forma geral, é rea-
considerando a necessidade lizada 2,5 cm do bordo superior do umbigo. No entanto, a região
individual de cada paciente. A abdominal é ampla por natureza e cada indivíduo apresenta estatu-
perimetria (medidas de circun- ra, composição e biotipo corporal específicos, podendo apresentar
ferência) são medidas realiza- maior gordura localizada ou obesidade. Assim, para se adequar à
das em várias regiões corporais realidade do paciente, a perimetria abdominal pode ser realizada
e podem ser analisadas em con- por protocolos diferentes (BORGES; SCORZA, 2016).
junto ou individualmente. Independentemente do protocolo adotado, na prática clínica,
No quadril, a medida é reali- antes da mensuração, deve ser demarcado um ponto de referência
zada na região de máxima pro- corporal do membro (abdômen). A partir deste ponto, realiza-se
trusão dos quadris, linha dos uma nova demarcação de outros pontos, sendo superior ou infe-
trocânteres maiores, esse ponto riormente ao ponto referência de acordo com a necessidade do te-
evidencia a maior circunferên- rapeuta avaliador. Este procedimento servirá como escala de forma
cia dos culotes. O paciente deve a auxiliar o esteticista para uma mensuração precisa.
estar posicionado em posição O ponto referência é denominado ponto zero, que será o ponto
anatômica, calcanhares alinha- de partida para as medidas subsequentes, e no abdômen, geral-
dos e juntos. A mensuração da mente, é determinado pela cicatriz umbilical. O umbigo, por sua
coxa é realizada na região pro- vez, apresenta-se de forma ovalada, possuindo um bordo superior
ximal, na parte superior, ime- e outro inferior, portanto, é necessário determinar qual dos bordos
diatamente após as nádegas. será adotado como padrão.
As medidas da panturrilha de- O bordo inferior normalmente é o ponto mais utilizado como
vem ser realizadas no ponto de padrão, pois o bordo superior pode apresentar alteração em casos
maior circunferência do mem- de flacidez abdominal, dificultando a visualização. Ainda assim, a
bro (BORGES; SCORZA, 2016). escolha fica a critério do terapeuta avaliador.
No membro superior, a A partir do ponto referência, o ponto zero, todas as medidas
perimetria do braço é realiza- marcadas superiormente a ele são denominadas como medidas
da na região do bíceps, espe- positivas e as medidas marcadas inferiormente ao ponto zero como
cialmente no ponto mediano negativas. Partindo do ponto referência, as demarcações superiores
entre o acrômio do ombro e e inferiores podem ser realizadas em intervalos de 5 em 5 cm ou,
a prega proximal do cotove- caso haja necessidade, pode ser adotado intervalos de 3 em 3 cm.
lo. No antebraço, a medida é A seguir, as Tabelas 3 e 4 apresentam protocolos de avaliação de
realizada no local de maior circunferência abdominal com as duas possibilidades de medidas
circunferência do membro, (BORGES; SCORZA, 2016).

42
UNIDADE 1

Tabela 3 - Protocolo para perimetria de Tronco (medida de 5 cm)


Perimetria do Tronco (medida de 5 cm)
Região 1ª sessão (cm) 2ª sessão (cm) 3ª sessão (cm) 4ª sessão (cm) 5ª sessão (cm)
+ 10 cm
+5 cm
Ponto Zero (bordo inferior do umbigo)

- 5cm
-10 cm

Fonte: adaptada de Borges e Scorza (2016).

A Tabela 3 apresenta os valores superiormente ao ponto zero +5 e +10 cm e inferiormente a ele -5 e


-10 cm com intervalos de cinco sessões para aferição e comparação dos resultados.
Tabela 4 - Protocolo para perimetria de Tronco (medida de 3 cm)
Perimetria do Tronco (medida de 3 cm)
Região 1ª sessão (cm) 2ª sessão (cm) 3ª sessão (cm) 4ª sessão (cm) 5ª sessão (cm)
+ 9 cm
+6 cm
+3 cm
Ponto Zero (bordo inferior do umbigo)
- 3 cm
-6 cm
-9 cm
Fonte: adaptada de Borges e Scorza (2016).

A Tabela 4 apresenta valores par-


tindo do ponto zero (borda infe-
rior do umbigo) em três medidas
com intervalo de 3 cm, sendo su-
perior +3, +6 e +9 cm, e inferior
de -3, -6 e -9 cm. Intervaladas em
cinco sessão para aferição e com-
paração dos resultados.
As tabelas apresentadas ante-
riormente são sugestões que podem
servir como meio auxiliar em uma
avaliação corporal,especificamente
ao exame físico que parte de circun-
ferências. Podendo ser readequada Figura 21 - Bioimpedância
pelo esteticista de acordo com a ne- Descrição da Imagem: a figura demonstra a imagem dos braços de um homem segu-
rando um aparelho de bioimpedância com as duas mãos.
cessidade de cada paciente.

43
UNICESUMAR

A bioimpedância (BIA) é uma análise elétrica utilizada para avaliar a composição corporal, não invasiva,
relativamente barata e rápida. Pode ser utilizada em situações de campo ou clínica por um aparelho por-
tátil, com intensidade de corrente de 500 a 800 microampéres e frequência de 50 KHz (GUIRRO, 2003).
A passagem da corrente elétrica pelo corpo ocorre por quatro sensores metálicos. Quando em contato
com as mãos e os pés, registram a impedância dos segmentos corporais entre os membros superiores e
o tronco, ou somente entre os membros inferiores, ou ainda entre os membros superiores e os inferiores.
O modelo mais utilizado da BIA é o aparelho que avalia os segmentos superiores e inferiores. Sua
aplicação se dá por meio de quatro eletrodos fixados no hemicorpo direito do paciente avaliado, sendo
dois na extremidade do membro superior e os outros dois na extremidade inferior do membro inferior,
ambos do lado direito. Cada par de eletrodo, tanto do membro superior como do inferior, apresenta um
eletrodo fonte, distal, e um eletrodo sensor, proximal. Assim, são posicionados na mão, próximos a articu-
lação metacarpo falangeana da superfície dorsal e no punho, entre as proeminências distais do rádio e da
ulna; e no pé, no arco transverso da superfície superior e no tornozelo, entre os maléolos, medial e lateral.
O método consiste na aplicação de corrente de excitação aos eletrodos-fonte (distais) na mão
e no pé, e a queda de tensão, provocada pela impedância, é detectada pelo eletrodo-sensor (pro-
ximal) localizado no pulso e no tornozelo (EICKEMBERG et al., 2011).
Os tecidos biológicos agem como condutores ou isolantes e o fluxo de corrente através do corpo tende
a passar pelo caminho de menor resistência. Sabendo que a gordura é anidra e má condutora de corrente
elétrica, a impedância corporal total, medida a uma frequência constante, reflete primariamente os volumes
dos compartimentos de água e músculos que compreendem a massa livre de gordura e o volume de água
extracelular. Para se obter resultados fidedignos, as mensurações devem ser realizadas de forma padroni-
zada, incluindo o controle da temperatura do ambiente e o nível de hidratação corporal (GUIRRO, 2003).
Testes Específicos: em uma avaliação corporal, quando se trata de um caso de obesidade ou
gordura localizada, podem ser realizados testes específicos para se ter certeza de um quadro real
(BORGES; SCORZA, 2016).
Teste do Quadril: para diferenciar a adiposidade localizada dos culotes de uma flacidez muscular
glútea, realiza-se o teste de quadril. Para sua realização, o terapeuta avaliador senta-se à frente do
cliente/paciente que se mantém posicionado em pé com abdução dos braços a 900. Em seguida, o
examinador pede ao paciente contrair os glúteos de forma isométrica, isto é, uma contração é rea-
lizada e mantida por alguns segundos, até a visualização do avaliador (BORGES; SCORZA, 2016).
A avaliação dos resultados é feita da seguinte forma: durante a contração, se houver o desapare-
cimento do culote, neste caso, o paciente apresenta flacidez muscular e não adiposidade localizada.
Contrário disso, se durante a contração solicitada o culote permanecer, o paciente apresenta adiposidade
localizada na região do quadril.
Teste do abdome: o teste do abdômen também é utilizado como um subsídio auxiliar para melhorar
o diagnóstico e é realizado em duas fases (BORGES; SCORZA, 2016).
Primeira Fase: para a avaliação, o terapeuta avaliador deve se sentar lateralmente ao cliente/
paciente e este deve ficar em pé com abdução dos braços a 900. Em seguida, o avaliador pede para
o paciente contrair o abdômen e mantê-lo contraído sem elevar os ombros e o tórax.

44
UNIDADE 1

Avaliação dos resultados: durante a contração, se houver o desaparecimento do abdome superior e


inferior, imaginando-se uma linha vertical, é uma indicação de que o paciente apresenta uma disfun-
ção estética relacionada à flacidez muscular abdominal (BORGES; SCORZA, 2016). Contrário disso,
caso o abdômen ainda apresentar protrusão, o paciente apresenta adiposidade localizada abdominal.
Segunda Fase: neste caso, o teste é realizado com o paciente deitado na maca com os braços elevados
paralelos à cabeça. Solicita-se ao cliente/paciente uma contração do abdômen sem elevação do tórax.
Avaliação dos resultados: os resultados referentes à segunda fase do teste do abdome seguem o mesmo
padrão da primeira fase do teste. Se não houver uma diminuição de volume abdominal, é indicativo
de adiposidade localizada (BORGES; SCORZA, 2016).

Como você, um(a) esteticista, deve se portar ao paciente durante o contato inicial? Após a realização da
avaliação física e o registro dos dados na ficha de avaliação, o profissional esteticista pode realizar também
a fotodocumentação. Este meio é utilizado para fins comparativos no final do tratamento e agrega ao con-
junto de informações iniciais dados relevantes da evolução do tratamento. Do mesmo modo, possibilita a
alteração do protocolo de tratamento inicialmente sugerido. Além do mais, as fotografias fornecem maior
satisfação do paciente que, geralmente, não se lembra do aspecto do corpo anteriormente ao tratamento,
bem como maior credibilidade ao trabalho realizado pelo esteticista (SILVA; SANTOS; OLIVEIRA, 2014).
Para que seja realizado de forma segura e legal, deve ser autorizado pelo paciente que assinará um
termo de ciência e consentimento de imagem. Neste documento, deverá ser esclarecido a confiden-
cialidade dos dados, mantendo-se em sigilo a identidade do paciente, (BORGES; SCORZA, 2016).

Algumas sugestões para a fotodocumentação:


• Primeiro, peça autorização para fotografar e explique os motivos e a importância do procedimento.
• Mantenha as imagens em arquivos ocultos ou bloqueados para terceiros, a fim de que apenas
você tenha acesso.
• Assegure de que as imagens não apresentem nomes, e identifique-as com as iniciais nominais
do cliente, por exemplo, Maria Aparecida Ribeiro, identifique como M. A. R., você pode
acrescentar a data da avaliação presente na ficha de avaliação, assim, caso tenha pacientes
com iniciais iguais, saberá identificar de outra forma.
• Imagens de corpo, evite registrar o rosto do paciente e caso seja necessário, procure esfumar o
rosto ou tarjar os olhos.
• O registro de imagem deve ser realizado pelo mesmo avaliador, no mesmo local, com o mesmo
posicionamento e, de preferência, o paciente deverá portar a mesma roupa (íntima ou de banho)
utilizada no primeiro registro.

45
UNICESUMAR

E lembre-se: a documentação do seu paciente, ou seja, a ficha de avaliação que é composta pela
anamnese, o exame físico, bem como todos os documentos de esclarecimento e livre consenti-
mento deverão apresentar um espaço para a evolução clínica. Trata-se de um campo de registro
de tudo que foi realizado, qual protocolo do dia como também como seu paciente reagiu com o
tratamento realizado anteriormente, podendo o terapeuta prosseguir ou modificar o protocolo
estabelecido para obter o objetivo proposto.

Vamos pensar na complexidade da avaliação do paciente estético? Você conseguiu perceber, no


decorrer do conteúdo abordado nesta unidade, que se não houver o comprometimento, cons-
ciência, técnica e conhecimento científico do profissional não haverá resultados? As informações
fortalecem o diagnóstico e o protocolo de tratamento. Portanto, não haverá diferença se você
não souber as bases do funcionamento humano como anatomia, fisiologia e a fisiopatologia.
Lembre-se, esses conhecimentos serão o ponto-chave para seu sucesso.

Querido(a) aluno(a), nesta unidade, você pôde entender a importância de proceder a uma avaliação crite-
riosa do seu paciente, a ligação dos conceitos éticos com a postura profissional para o comprometimento,
seriedade e fidelização do cliente/paciente. Aprendeu todas as ferramentas necessárias para coletar a maior
quantidade possível de dados que são fundamentais para obter um diagnóstico preciso e com ele elabo-
rar um protocolo de tratamento ideal e adequado ao perfil individual de cada paciente. É fundamental
que você leve consigo em toda a sua vida profissional a consciência de que trabalha com o ser humano,
com a saúde e o bem-estar, isso te faz guardar também que o conhecimento é o que dará subsídios para
diferenciar o que é normal do que é patológico. Saber que uma boa entrevista, uma anamnese detalhada
e o criterioso registo dessas informações é o princípio de um tratamento seguro e eficaz.
Você teve o conhecimento de como realizar a avaliação física, de todas as ferramentas necessárias
para obter todos os dados físicos do paciente que complementam a anamnese e fortalecem o diagnóstico
e um tratamento seguro. Os dados coletados na inspeção, palpação, peso, altura, IMC, dobras cutâneas,
circunferências, bioimpedância e alguns testes são registros fundamentais para que você tenha a visão
real das necessidades e expectativas do paciente. O conhecimento obtido nesta unidade dará possibi-
lidade de prosseguir a disciplina e aumentar os conhecimentos que permeiam as disfunções estéticas
corporais que, agora sim, estão amparadas pela anamnese e avaliação física. Muito bem, chegou a sua
vez de colocar seu conhecimento em prática!

46
Se imagine um(a) esteticista, em sua clínica estética. Você recebe um paciente do sexo feminino,
com 46 anos de idade, que visualmente aparenta gordura localizada em várias regiões corporais.
Até que você consiga chegar ao diagnóstico e, portanto, traçar um protocolo de tratamento ideal
e específico para esse paciente, é primordial que uma avaliação completa aconteça. Assim, você,
como profissional comprometido e competente, realizará todos os procedimentos necessários
e, para isso, deve ter em mente todas as etapas que serão realizadas. Mencione em ordem de
realização, do princípio ao fim, respectivamente, qual seria a forma ideal para uma boa
avaliação estética corporal. É importante que você dê continuidade ao mapa mental, pois essa
prática irá ajudar a memorizar os principais pontos estudados.

Contato
inicial do
paciente

Anamnese Exame Físico

Diagnóstico

Protocolo e recursos

MAPA MENTAL
Descrição da Imagem: o mapa mental se inicia identificando um quadrado com a frase “Contato inicial do paciente”, após isso,
há duas ramificações em que à esquerda é identificado “Anamnese” e à direita “Exame físico”. Em “Anamnese” e “Exame físico”: há
quatro ramificações para cada uma delas, e você, estudante, deverá realizar o preenchimento. Abaixo das ramificações de “Anam-
nese” e “Exame físico: um novo quadro é aberto indicando a palavra “Diagnóstico”, seguido por “Protocolo e recursos”. A partir de
“Protocolo e recursos”, há três novos quadrados que devem ser preenchidos de acordo com o conhecimento abordado na Unidade 1.

47
1. Após uma boa anamnese do paciente, inicia-se o exame físico com inspeção, palpação e
todos os dados antropométricos. Em uma avaliação corporal, faz parte da antropometria o
peso e a altura do paciente, e com esses dados, podemos extrair o valor do índice de massa
corporal (IMC) do paciente. Suponhamos que você recebeu em sua clínica um paciente do
sexo feminino para avaliação corporal apresentando 1,65 (m) de altura e um peso de 70 (kg).
Diante dos dados descritos, realize os exercícios a seguir:
a) Calcule o Índice de Massa Corporal (IMC) do seu paciente.
b) Após o resultado, utilizando os valores propostos por Conde e Monteiro (2006), responda em
qual classificação seu paciente apresenta.

2. O esteticista deve compreender e principalmente executar todo o processo de avaliação de


seu paciente. O resultado proposto pelo profissional, bem como o esperado pelo paciente
está vinculado à avaliação.
Qual das ferramentas a seguir, utilizada na avaliação, é responsável por auxiliar o reco-
nhecimento das causas das disfunções que incomodam, aos hábitos de vida, histórico
de doenças e tratamentos, medicamentos que utiliza, possíveis alergias ou alterações de
pressão. Assinale a alternativa correta.
a) Inspeção.
b) Palpação.
c) Avaliação cintura/quadril.
d) Anamnese.
AGORA É COM VOCÊ

e) Testes específicos.

48
3. A forma do corpo é representada pelo biotipo corporal que define o tipo de obesidade de
acordo com a localização regional da gordura. A gordura localizada é caracterizada pelo ex-
cesso de adipócitos localizados de forma desorganizada em regiões do corpo. Em mulheres,
a distribuição da gordura localizada representa 25% do peso corporal e 15% nos homens.
A gordura localizada é influenciada pelo sexo, idade, hábitos de vida, fatores genéticos hor-
mônios e pelo biotipo corporal que define o tipo de obesidade de acordo com a localização
regional da gordura (BORGES; SCORZA, 2016.)
Leia as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta.
I) Localizada na região abdominal, a gordura acumulada é denominada biotipo androide e
normalmente é comum em homens.
II) Acúmulo da gordura que se encontra nos membros inferiores, mais especificamente em
quadris e coxas, denomina-se biotipo ginoide.
III) A gordura localizada acumulada em região abdominal denomina-se biotipo ginoide.
IV) Quando o acúmulo de gordura se localiza em região de quadris e coxas, denomina-se
biotipo androide.
V) O biotipo misto é uma melhor classificação e padronização dos biotipos ginoide e androide
que podem não ser adequados a determinados indivíduos.
a) Afirmativas I, II e V estão corretas.
b) Afirmativas I, III e V estão corretas.
c) Afirmativas III, IV e V estão corretas.

AGORA É COM VOCÊ


d) Afirmativas I e III estão corretas.
e) Afirmativas II e IV estão corretas.

49
1.
a) A medida do índice de massa corporal, IMC, é calculada pela divisão do
peso (quilos) pela altura (metros) ao quadrado.

Descrita na fórmula a seguir:

Peso / Altura2

Portanto:

IMC = 70 2 = 70 IMC = 25,716


1,65 2,722

b) Conde e Monteiro (2006) propuseram valores Críticos do IMC para


definir Baixo Peso, Excesso de Peso e Obesidade, sendo:
Classificação IMC (Kg/m2)
Baixo Peso <17,50
CONFIRA SUAS RESPOSTAS

Peso Normal 18 a 24
Excesso de Peso 25 a 29
Obesidade ≥ 30

O paciente apresentando um IMC de 25,71, encontra-se com excesso de peso.

2. Alternativa correta é a D. A avaliação do paciente deve ser realizada de forma


completa, isso inclui todas as ferramentas possíveis para se obter o diagnóstico.
No início da avaliação deve ser realizado a Anamnese do paciente. A anamnese
é a parte inicial da ficha de avaliação. É realizada por meio de questionamentos,
cujas respostas são inseridas em uma ficha que será um documento para o pro-
fissional esteticista, nela, além dos dados pessoais, haverá também informações
das atividades de vida diária do paciente, os valores extraídos no exame físico,
o diagnóstico, o protocolo de tratamento proposto, a evolução do tratamento e
também o termo de ciência e livre consentimento.

3. Quando localizada na região abdominal, a gordura acumulada é denominada


biotipo androide e normalmente é comum em homens. Quando o acúmulo da
gordura se encontra nos membros inferiores, mais especificamente em quadris e
coxas, denomina-se biotipo ginoide, comum em mulheres por apresentar maior
quantidade de hormônios como a progesterona e o estrogênio. Existe, ainda, um
terceiro biotipo, o misto, que surgiu pela necessidade de uma melhor classificação
e padronização, pois os biotipos ginoide e androide podem não ser adequados a
determinados indivíduos. Portanto, a resposta correta é a alternativa A, sendo as
afirmativas I, II e V verdadeiras.

50
ABIHPEC. Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos. Caderno
de Tendências 2019-2020. SEBRAE. Disponível em: https://abihpec.org.br/publicacao/caderno-de-ten-
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REFERÊNCIAS

52
2 Técnicas de
tratamentos
estéticos corporais
Me. Paula Rebola

Oportunidade de aprendizagem: Querido(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) a Uni-


dade 2. Agora que aprendemos todos os processos de uma avaliação corporal,
bem como sua importância para um diagnóstico preciso, um protocolo de
tratamento eficaz, conquistando, assim, melhores resultados, você está pronto
para começar a aprender as técnicas de tratamentos estéticos corporais. Nesta
unidade, abordaremos a rotina clínica em tratamentos de Estética Corporal e
os casos mais comuns encontrados na prática clínica; para iniciarmos, veremos
de uma forma branda os conceitos das principais afecções, bem como as mais
procuradas em tratamentos estéticos corporais.
Em seguida, veremos as técnicas de esfoliação e hidratação e sua importância
nos tratamentos corporais. Entenderemos que a esfoliação é o primeiro passo
para qualquer tratamento e a hidratação é um dos mecanismos funcionais da
pele, sendo ambos essenciais para qualquer tratamento estético. Em continui-
dade, abordaremos as técnicas de bandagens tanto crioterápicas, bandagem
fria, como termoterápicas, bandagem quente, suas ações e efeitos. Para concluir,
veremos as técnicas de aplicação de argila e fangoterapia.
UNICESUMAR

O Esteticista vem crescendo coadunado com o expressivo e ascendente mercado.


Com essa evolução e agora pertencendo à área da saúde e do Bem-Estar, o pro-
fissional da estética se tornou multifacetado e imprescindível às necessidades aos
cuidados do ser humano atual.
Diante da realidade descrita, você, esteticista, de forma consciente, deve entender
a seriedade de todas as vertentes que envolvem a saúde, e isso significa um estado
completo de bem-estar físico, mental e social do seu paciente, onde todos os detalhes
são primordiais e não podem ser deixados de lado.
Sendo assim, conjecturando com esse cenário, suponha que, agora, você é um(a) este-
ticista formado(a) e atuante. Imagine que você recebeu em sua clínica uma paciente não
assídua em tratamentos estéticos e com crenças equivocadas. O desejo dos resultados
em perda de medidas e gordura localizada de algumas regiões corporais apresentam
prazos curtos por conta de um campeonato de beleza que acontecerá em 30 dias.
Por este motivo, você logo colocou a mão na massa. Após a avaliação, iniciou o
tratamento com fluído hiperemiante, seguido de uma boa massagem modeladora,
realizada com cosméticos de alta qualidade, porém, não realizou um preparo da pele
para recebê-los, ou seja, não realizou uma esfoliação e hidratação corporal. Diante
disso, você já se perguntou por que a esfoliação compreende o primeiro passo de
qualquer tratamento estético corporal?
De acordo com os conceitos aprendidos em anatomia, fisiologia e biologia no que
se refere ao sistema tegumentar, especialmente sobre a pele, entendemos que cada vez
mais, em nosso meio profissional, o conhecimento da pele está inteiramente ligado aos
procedimentos estéticos adotados. A pele recobre totalmente o corpo, é um órgão fun-
cional e vital ligado à saúde do indivíduo e representa o maior órgão do corpo em peso.
A pele é um órgão imunológico que age como proteção de agentes internos e
externos em virtude das células ligadas a ela, escudando o organismo contra danos
teciduais. Sua matéria orgânica é altamente flexível e autorrenovável.
A pele é formada por duas partes principais, a parte superficial e mais fina,
composta por tecido epitelial, chamada de Epiderme, e a parte mais profunda e
espessa formada por tecido conjuntivo, a Derme. Logo abaixo da derme, mas não
fazendo parte da pele, encontra-se a tela subcutânea, também conhecida como
Hipoderme. É composta dos tecidos areolar e adiposo e as fibras que saem da
derme ancoram a pele na tela subcutânea. A hipoderme apresenta grandes vasos
sanguíneos que nutrem a pele, armazena gordura e possui terminações nervosas,
os corpúsculos de Pacini, que são sensíveis à pressão.
Falando da parte mais externa da pele, a epiderme, é composta por epitélio que-
ratinizado e, na maior parte das regiões do corpo, apresenta quatro camadas, sendo
a mais profunda delas a camada basal, seguida da camada espinhosa, camada gra-
nulosa e camada córnea, respectivamente. Em regiões com maior atrito, nas regiões
palmoplantares, a epiderme apresenta uma quinta camada, a camada lúcida, que fica
entre a camada granulosa e a camada córnea, chamada de pele espessa.

54
UNIDADE 2

A camada mais externa da epiderme, camada córnea, constitui o verdadeiro


limite entre o indivíduo e o meio ambiente, apresenta uma grande barreira
lipídica à passagem de água composta pelo sebo, conhecido como o manto
lipídico da pele. A barreira lipídica é composta por células mortas e são pro-
tegidas por uma proteína denominada queratina. Acomodam-se em forma de
escamas, funcionando também como uma barreira física a agentes agressores,
como o sol, o calor e microrganismos.
Representa uma proteção fisiológica da pele e é removida naturalmente na higie-
ne, durante o banho diário, por exemplo. Sua remoção deve ser equilibrada, pois a
espessura do extrato córneo depende do nível e da quantidade de estímulos em sua
superfície. Estímulos rigorosos e constantes estimulam maior produção dessas células
e, quando acumuladas (excesso), dificultam a respiração da pele, ocluem os poros,
favorecem o acúmulo de incrustados e facilitam a hospedagem de microrganismos
que se alimentam do sebo para viver.
Esfoliar significa afastar, desprender ou soltar, separar ou descamar, assim, a princi-
pal função da esfoliação é o afinamento da camada córnea por meio da remoção das
células mortas queratinizadas. Na estética, este procedimento se torna fundamental
antes de iniciar o tratamento tal qual com certa periodicidade em pacientes assíduos,
com o objetivo de favorecer ou facilitar a permeação dos cosméticos.
Agora que falamos sobre a pele, bem como suas funções, convido você a
realizar uma experiência simples que, na verdade, faz parte de suas atividades
diárias. Você já pensou que um simples banho promove uma esfoliação corporal?
Programe um banho normal, mas para ele, estabeleça etapas em que, ao realizar,
você estará consciente do procedimento. O banho deverá ser com água morna,
sabão corporal e esponja de banho. Vamos lá?
Iniciar molhando o corpo em uma ducha de banho normal com água morna,
seguida do processo de limpeza realizado com sabão (sabonete) e esponja de banho.
Se possível, utilize uma esponja vegetal. Após a higiene e o banho finalizado, com o
corpo já seco, aplique um creme hidratante de sua preferência. Identifique qual ou
quais foram os mecanismos que realizaram a esfoliação corporal. Qual a importância
de utilizar creme hidratante no final do banho?
Conseguiu identificar como ocorreu a esfoliação corporal? E a hidratação: deixou
a pele do seu corpo macia e sedosa? Muito bem, vamos identificar quais as causas da
esfoliação de seu banho!
Em primeiro lugar, vamos lembrar que o extrato córneo, camada mais superfi-
cial da pele, é composta por lipídios (gorduras) que garantem uma barreira contra
a umidade, além do sebo produzido pelas glândulas sebáceas e transportados
para a superfície. A água morna de seu banho é a primeira causa da esfoliação. A
temperatura da água em contato com a gordura inicia o processo desengordurante,
amolecendo ou diluindo a gordura, é claro que com temperaturas elevadas e por
um longo período de exposição.

55
UNICESUMAR

Em segundo lugar, o sabão. Com poder detergente, o sabão em contato com a gordura da pele causa
a quebra da estrutura lipídica, removendo-a. Com a adição da água quente seu efeito detergente é po-
tencializado. E em terceiro lugar, a esponja. As Esponjas, principalmente de origem vegetal, funcionam
como um veículo para auxiliar na remoção das células mortas, gordura e sebo. A massagem corporal
da esponja com adição do sabão e a água morna promovem a esfoliação corporal.
Agora, e a hidratação? A camada córnea é natural e fundamental para manter e controlar a quanti-
dade, bem como a permeabilidade da água entre as células epidérmicas, mantendo a pele saudável. Ao
remover a camada córnea, podemos dizer que a pele fica desprotegida, descoberta. Sem sua proteção
natural, ocorre uma perda anormal da água e favorece uma desidratação. A pele desidratada fica res-
secada e sofre descamação, o que contribui para seu envelhecimento precoce. Por isso, após a remoção
da camada córnea, é imprescindível sua proteção com uma hidratação.
Espero que tenha gostado dessa reflexão simples sobre a pele! Agora que você já sabe que a pele se
renova constantemente e que podemos eliminar os incrustados da pele em um simples banho, vamos
aprender como realizar esse procedimento em nossa profissão e utilizá-lo para favorecer a penetração
de princípios ativos melhorando os resultados. Vamos lá!

DIÁRIO DE BORDO

56
UNIDADE 2

A “Saúde é a Nova Riqueza” do ser humano. O stress da vida moderna tem feito as pessoas procura-
rem, cada vez mais, maneiras de desacelerar, recuperar as energias e viver a vida de forma mais longa
e bem saudável. Buscar a longevidade passa a ser muito importante para a população atual e cada dia
mais a qualidade de vida e bem-estar são prioridades do ser humano, fomentando um crescimento
abrangente do mercado da estética (ABIHPEC, 2020).

Figura 1 - Pessoas buscam recuperar as energias e viver a vida de forma mais longa e bem saudável

Descrição da Imagem: uma mulher e um homem deitados em uma maca de spa e o terapeuta derramando óleo nas mãos para realização
de massagem corporal.

A busca pelo embelezamento e pela conservação da juventude, com o desejo de parar o tempo e de
atrasar o envelhecimento é tão importante nos dias atuais quanto foi nos séculos anteriores (SH-
MIDTT; OLIVEIRA; GALLAS, 2008). Cada vez mais, as pessoas buscam ter mais qualidade de vida,
melhorando a aparência e aliviando o estresse e correria do dia (BARBOSA; WOLFF; GOIS, 2017).
Neste contexto, a população tem mostrado disposição para adotar e pagar mais por produtos de
prevenção, tratamentos e serviços que apoiem essas iniciativas de bem-estar, tanto dentro como fora
de casa, alimentando o inquestionável e ascendente crescimento do mercado da estética e cosmética,
(ABIHPEC, 2020).
O tempo é implacável, as mudanças corporais acarretam distorções na autoimagem e cada época
possui seus padrões de beleza, mas provavelmente eles nunca tenham sido tão inflexíveis quanto hoje
em dia, promovendo grande afastamento entre o corpo vivido e o idealizado, empobrecendo as pessoas
psiquicamente (CAMPAGNA; SOUZA, 2006). Esses motivos da nova era aumentam a demanda de

57
UNICESUMAR

tratamentos para prevenção e redução de disfunções estéticas corporais.


As disfunções estéticas, como o Fibro Edema Geloide (FEG), a gordura localizada e a flacidez são
queixas entre a população de forma geral, como também os casos mais comuns encontrados na prática
clínica. Como Tecnólogo(a) em Estética e Cosmética, Profissional da área da saúde e do bem-estar, é
fundamental entender que um cliente/paciente sempre será um paciente e que, independentemente
do procedimento realizado, estamos lidando com sua saúde.
Abordaremos, de forma breve, os conceitos básicos de cada uma das principais disfunções estéticas
mais comuns encontradas na prática clínica de um esteticista e, posteriormente, nas próximas uni-
dades, trataremos cada uma delas especificamente para melhor compreensão da fisiopatologia, sua
etiopatogenia e suas principais formas de tratamento.

Figura 2 - Disfunção corporal – Fibroedemageloide

Descrição da Imagem: da esquerda para a direita, a imagem de um corpo feminino, com ênfase de glúteos e coxas com celulite, seguido
do mesmo corpo sem celulite e ao lado uma fruta laranja cortada ao meio.

O termo Celulite foi utilizado em algumas décadas para definir um tipo de disfunção estética que
se caracteriza pelo aspecto ondulado da pele. Na literatura científica, a denominação de celulite
mais utilizada é o Fibroedemageloide (FEG) (BORGES; SCORZA, 2016).
O FEG é uma alteração do tecido subcutâneo, relacionada a um desequilíbrio de circulação e das
fibras de sustentação do tecido conjuntivo, causando alterações fisiológicas e estruturais no tecido
tegumentar com diminuição da circulação local, flacidez da pele e dor, caracterizando uma alteração
do relevo cutâneo, deixando a pele com aspecto de “casca de laranja” ou de “saco de nozes” (PEREZ;
VASCONCELOS, 2014).

58
UNIDADE 2

CELULITE PELE NORMAL

Figura 3 - Tecido conjuntivo subcutâneo evidenciando o aspecto da pele com celulite e da pele normal

Descrição da Imagem: apresenta, da esquerda para a direita, a representação do tecido subcutâneo e da pele com celulite e normal, sendo:
a primeira imagem, de baixo para cima o tecido subcutâneo com células de gordura aumentadas de tamanho e quantidade, compressão
dos vasos sanguíneos, fibras de colágeno e elastina desestruturadas e relevo da pele (aspecto de casca de laranja). A segunda imagem, de
baixo para cima, apresenta o tecido subcutâneo com células de gordura, circulação, fibras de colágeno, fibras de elastina e pele normais.
A pele se apresenta lisa e saudável.

Observe, na Figura 3, a alteração do tecido subcutâneo relacionada a um desequilíbrio do metabolismo


de circulação e das fibras de sustentação do tecido conjuntivo na celulite (fibroedemageloide) com o
tecido subcutâneo normal, sem celulite.

Figura 4 - Disfunção Corporal - Adiposidade Localizada

Descrição da Imagem: a figura apresenta um corpo feminino com excesso de gordura em região abdominal e flancos.

59
UNICESUMAR

Adipócitos localizados de forma desordenada e em excesso de regiões do corpo é caracterizado como


Gordura Localizada. Está ligada diretamente com características como o sexo, idade, hábitos de vida,
fatores genéticos, hormônios e também pelo biotipo corporal (biotipo androide e ginoide), sendo
este o que define o tipo de obesidade de acordo com a localização regional da gordura (BORGES;
SCORZA, 2016).
As Estrias são causadas pela ruptura das fibras elásticas presente na derme, formada por colágeno
e elastina. Visualmente são identificadas por pequenas rugas transversais que desaparecem com a
tração do segmento.

REALIDADE
AUMENTADA

Caro(a) estudante, você já imaginou ou pensou em como


a estria se forma ou como é a sua mudança para a estria
“branca”? Não? Acesse a R.A. e entenda essa questão.

Formação das estrias

Inicialmente, são avermelhadas, estrias rubras, e, posteriormente, apresentam uma aparência esbran-
quiçada, branco-nacarada. Ocorre por uma distensão exagerada da pele como rápido crescimento,
obesidade, gestação, hipertrofia muscular, predisposição genética, entre outras (FASSHEBER et al.,
2018; BORGES; SCORZA, 2016).

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UNIDADE 2

Figura 5 - Disfunção corporal

Descrição da Imagem: A figura apresenta os glúteos de um corpo feminino com estrias brancas.

A Flacidez, de acordo com o dicionário Aurélio (2010), refere-se a um estado do que é mole ou flácido,
um estado relaxado das fibras. O tecido conjuntivo atua como alicerce estrutural da epiderme, nele, as
fibras de colágeno dão sustentação á pele e as fibras de elastina são responsáveis por sua elasticidade. A
degeneração dessas fibras leva à perda de suas funções, a pele perde sua sustentação e sua elasticidade,
tornando-se frouxa, flácida (BORGES; SCORZA, 2016; PEREZ; VASCONCELOS, 2014).

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UNICESUMAR

Figura 6 - Flacidez de pele abdominal após gestação

Descrição da Imagem: a figura apresenta o abdome de um corpo feminino com excesso de pele, evidenciando flacidez, bilateralmente
abaixo do umbigo.

A flacidez pode se apresentar em dois tipos: flacidez muscular e flacidez cutânea (flacidez da pele),
também chamada de flacidez tissular. Na maioria das vezes, o cliente/paciente estético poderá apre-
sentar os dois tipos (GUIRRO, 2007; PEREZ; VASCONCELOS, 2014).
Bom, agora que temos em mente os principais casos encontrados na prática clínica, iniciaremos os
trabalhos para os primeiros passos aos tratamentos estéticos corporais.

Figura 7 - Esfoliação Corporal.

Descrição da Imagem: demonstra mulher em decúbito ventral em maca recebendo esfoliação na região das costas.

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UNIDADE 2

A camada córnea, parte mais superficial da pele, é constituída, em sua maioria, por células denominadas
de queratinócitos (corneócitos), responsáveis pela constante renovação (descamação) da pele. Funcio-
nam como uma barreira física a agentes agressores, como o sol, o calor e microrganismos (BORGES;
SCORZA, 2016; PEREZ; VASCONCELOS, 2014).
Quando jovens, as células da pele se renovam a cada 28 dias; à medida que envelhecemos, o tempo
dessa renovação aumenta, deixando nossa pele com um depósito maior de células mortas. A espes-
sura da camada córnea depende da quantidade e do nível de estímulos realizados em sua superfície,
estabelecendo um aspecto mais fino ou mais espesso (TORTORA, 2019).
Esfoliar significa afastar, desprender ou soltar as cascas da face de algo. Sendo assim, promover a
esfoliação da camada córnea produz seu afinamento, a remoção das células mortas queratinizadas,
facilitando a permeabilidade dos ativos cosméticos, favorecendo sua penetração na pele (PEREZ;
VASCONCELOS, 2014).
O primeiro passo para um tratamento estético corporal compreende em uma esfoliação da pele,
uma vez que, ao remover as camadas superficiais mortas da pele, beneficia o aproveitamento do prin-
cípio ativo cosmético utilizado (PEREZ; VASCONCELOS, 2014).

Figura 8 - Variedade de máscaras esfoliantes corporais

Descrição da Imagem: a figura demonstra três recipientes de máscaras cosméticas abertos com tipos diferentes de máscaras esfoliantes
corporais, sendo, da esquerda para a direita, a primeira, máscara esfoliante marrom; a segunda, máscara esfoliante verde; e a terceira,
máscara esfoliante rosa.

São três os tipos de agentes em que a esfoliação pode ser realizada: agentes físicos, agentes químicos
e agentes enzimáticos.
A esfoliação física é um tipo de esfoliação que ocorre com substâncias abrasivas, com granulome-
trias diferenciadas, sendo granulometria a classificação dos diversos tamanhos das partículas presentes
no agente. Os esfoliantes físicos podem estar veiculados em gel, gel-creme, emulsões, cremes ou até
loções. São variados os tipos de agentes físicos esfoliantes, como:

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UNICESUMAR

• Derivados de substâncias naturais, como • Papaína: extraída do látex do mamão.


sementes, cascas, folhas, frutos e outros. • Bromelina: extraída do abacaxi.
• Derivado de hidrocarboneto: microesfe- • Pumpkins enzyme: extraída da espécie
ras de polietileno. Cucurbita Genus (fruto da abóbora)
• Derivado do látex: a gommage é um pro- (BORGES; SCORZA, 2016; PEREZ; VAS-
duto que, ao secar, adere-se à pele, for- CONCELOS, 2014).
mando grumos que, durante sua remo-
ção, carregam consigo as células mortas A esfoliação corporal renova a pele com a remoção
superficiais. de células epidérmicas, hidrata e auxilia no reju-
• Esfoliantes formadores de filme: quando venescimento. Remove células mortas, aumenta a
utilizado, sua aplicação forma uma pelí- circulação sanguínea, estimula o sistema linfático
cula aderente à pele e durante sua retira- e elimina toxinas, propicia maciez e tonifica a si-
da, removem também as células mortas lhueta, nutre e amacia a pele, deixando-a saudável
da camada córnea. e brilhante, relaxa o corpo, além de o toque fazer
• Equipamentos esfoliantes: equipamentos bem para o emocional, e o estímulo pode também
elétricos que promovem esfoliação por mi- aliviar a dor (MOREN, 2014).
crodermoabrasão (com microcristais de Normalmente, a esfoliação antecede os trata-
polietileno) e o peeling de diamante (com mentos corporais, os cosméticos utilizados são
microcristais de alumínio presentes na lixa à base de creme ou géis com agentes esfoliantes
de diamante) (BORGES; SCORZA, 2016). e sua aplicação acontece pelo contato direto da
formulação esfoliante com a pele em movimen-
A esfoliação química ocorre por meio de subs- tos circulares e de deslizamento, priorizando as
tâncias químicas, à base de ácidos. Sua aplicação áreas do tratamento estético e também regiões
remove camadas da pele por meio de reações mais queratinizadas (pés, joelhos e cotovelos). Al-
químicas provocadas pelo contato do ácido no gumas formulações à base de gel ou gel-creme, por
estrato córneo, desprendendo as células da super- exemplo, apresentam absorção do meio condutor
fície. Os ácidos mais utilizados nos tratamentos do agente esfoliante (gel ou gel-creme) e as esferas
estéticos são (BORGES; SCORZA, 2016; PEREZ; esfoliantes saem facilmente do corpo durante o
VASCONCELOS, 2014): movimento, porém outros esfoliantes devem ser
retirados com compressas ou toalhas umedecidas,
• Ácido Glicólico. ou ducha (PEREZ; VASCONCELOS, 2014).
• Ácido Mandélico. A hidratação é um dos mecanismos funcionais
• Ácido Lático. da pele, ela é um dos fatores que mais prejudi-
• Ácido Salicílico. cam suas funções orgânicas. Uma pele hidratada
apresenta quantidade de água adequada em todas
Por fim, temos a esfoliação enzimática e para essa as suas camadas. Para manter sua hidratação e
esfoliação são utilizadas enzimas que quebram as proteger sua perda de água, a pele apresenta me-
proteínas da pele, promovem reações químicas que canismos de hidratação natural.
favorecem o desprendimento das células mortas e a
degradação controlada da queratina. Como exem-
plo de esfoliante enzimático, encontramos:

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UNIDADE 2

Figura 9 - Hidratação Corporal

Descrição da Imagem: apresenta mulher deitada em decúbito ventral, com óleo hidratante sendo aplicado pelo esteticista.

Sem água, a pele se torna rígida, sofre estiramento, podendo acelerar o processo de envelheci-
mento, portanto, a água é fundamental para manter a elasticidade do estrato córneo (BORGES;
SCORZA, 2016; PEREZ; VASCONCELOS, 2014). Os mecanismos de hidratação natural são
representados: pelas glândulas sebáceas e sudoríparas que secretam lipídeos, formam um filme
protetor (manto hidrolipídico) de função lubrificante; pela matriz lipídica intercelular, composta
de ceramidas glicoceramidas, ácido graxos, colesterol e fosfolipídeos, formando uma barreira bas-
tante eficaz à passagem da água; e o natural moisturizing fator (NMF), composto de aminoácidos,
açúcares, lactato, minerais e muitos eletrólitos, produzindo a emulsão epicutânea que protege a
pele de agressões externas (ANDRADE; CECHINEL, 2017; BORGES; SCORZA, 2016; PEREZ;
VASCONCELOS, 2014).
Vários fatores podem influenciar a hidratação da pele. Eles incluem a quantidade de água ingerida, a
umidade do meio ambiente, o transporte de água das camadas mais inferiores da pele para a superfície
cutânea e a capacidade do estrato córneo de manter essa água. Constantes agressões, como o sol, calor,
poluição, estresse e lavagens com frequência danificam a barreira hidrolipídica e causam a desidratação
da pele, deixando-a seca, estirada com vermelhidão, áspera e escamosa. Por este motivo, entender que
a hidratação é um dos mecanismos funcionais da pele é essencial para qualquer tratamento estético
(BORGES; SCORZA, 2016; PEREZ; VASCONCELOS, 2014).
Os princípios ativos com ação hidratante utilizados em produtos cosméticos podem atuar de di-
ferentes formas na pele (MATOS, 2015). Estas formas envolvem a oclusão, substâncias que formam

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UNICESUMAR

uma barreira no extrato córneo e impedem a evaporação da água (manteiga de karité, parafina, óleos
vegetais e silicone); a umectação, substâncias que envolvem a água do ambiente, retém a água da
camada córnea (glicerina, sorbitol, alantoína, ácido lático e outros); e hidratação ativa, substâncias
que permeiam a camada córnea e retém água em toda sua extensão (hidroviton, aminoácidos, ácido
hialurônico, hialuronato de sódio, alfa hidroxiácidos, conhecidos como AHA’s, algas, malva, ureia, Aloe
vera, Aquasense, Aquaporine, Aquaphyline (BORGES; SCORZA, 2016; MATOS, 2015).
Os lipídeos presentes na camada córnea garantem o controle da permeabilidade da água, mantendo
seu movimento entre as células epidérmicas, favorecendo o conteúdo de água intracelular. Pois bem, se
a emulsão epicutânea é composta basicamente de água, lipídeos, eletrólitos e minerais, qualquer ação
na pele que cause a retirada dessa barreira prejudica seu funcionamento normal. Assim, ao realizar
qualquer higienização e esfoliação, a pele deve ser hidratada (MATOS, 2015).
Até aqui, você aprendeu que os primeiros passos dos tratamentos estéticos corporais envolvem a
preparação da pele para receber os próximos procedimentos, isto é ela deve ser limpa, esfoliada e
hidratada. Aprendeu também que o afinamento da capa córnea e a remoção das células mortas faci-
litam a penetração dos princípios ativos cosméticos e que a higienização da pele quebra sua barreira
de proteção hidrolipídica, deixando-a desidratada e ressecada (PEREZ; VASCONCELOS, 2014). As-
sim, conclui-se que a hidratação da pele é intimamente ligada à sua higienização e esfoliação, ou seja,
para aproveitar todos os benefícios de uma hidratação, a pele precisa ser higienizada e esfoliada e, do
mesmo modo, sempre quando for higienizada e esfoliada, ela perde parte da sua hidratação, ficando
ressecada, sendo necessário ser hidratada.
Por este motivo, os protocolos de tratamento sugeridos a seguir apresentam os mesmos objetivos:
higienizar, esfoliar e hidratar a pele.

Figura 10 - Paciente recebendo esfoliação corporal

Descrição da Imagem: paciente deitada de bruços enquanto recebe uma massagem de sua esteticista com a intenção de esfoliar a pele.

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UNIDADE 2

Para a realização de técnicas de esfoliação corporal, você vai precisar dos recursos normais do am-
biente de trabalho estético corporal, como sala, se possível com banheiro, na indisponibilidade deste,
o esfoliante deverá ser retirado completamente utilizando toalhas umedecidas. Caso deseje criar um
ambiente tranquilo, adquira uma iluminação tênue, música suave, difusor com óleo essencial de pro-
priedade calmante ou velas aromáticas.

Figura 11 - Aplicação de máscara hidratante corporal e lençol para manter a temperatura

A esfoliação e hidratação corporal básicas, além de promover a remoção das células mortas da ca-

Descrição da Imagem: a figura demonstra uma terapeuta realizando a aplicação de hidratação corporal representada em duas imagens,
sendo, da esquerda para a direita, a primeira imagem, a terapeuta aplicando uma generosa camada de máscara hidratante corporal em
uma paciente deitada em decúbito dorsal, e a segunda imagem demonstra a terapeuta cobrindo todo o corpo da paciente com lençol
plástico para manter a temperatura corporal.

mada córnea, estimula a microcirculação sanguínea, propicia maciez e excelente hidratação da pele.
Veja, a seguir, como podemos fazer isso:

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UNICESUMAR

Materiais:
- Loção de higiene corporal a base de clorexidina;
- Creme Esfoliante de preferência;
- Óleo essencial (opcional);
- Máscara Hidratante;
- Lençol mayler.

Procedimento:
1. Prepare a sala de tratamento com o difusor ligado, velas acesas, som ambiente e
maca para o procedimento com lençol descartável bem como a preparação
adequada do seu paciente (descrita na unidade anterior, preparo do paciente);
2. Em uma cubeta, separe entre três ou quatro medidas de uma espátula grande do
esfoliante corporal, a quantidade reservada está de acordo com a estrutura física
do paciente. Se você optar utilizar os efeitos dos óleos essenciais, deverá utilizar
um creme esfoliante neutro. Acrescentar 10 gostas do óleo essencial desejado e
incorporar na mistura esfoliante.
3. Realize a higienização corporal da região que receberá o procedimento.
4. Inicie a esfoliação com seu paciente em decúbito lateral direito e esquerdo
respectivamente. Esfolie suavemente, com movimentos de effleurage (roçar, tocar
levemente), as áreas das costas, glúteos e pernas.
5. Em seguida, em posição dorsal, esfolie do pescoço aos pés, incluindo braços e
mãos fazendo suaves movimentos.
O decúbito não é uma regra, o procedimento pode ser realizado em decúbito
dorsal, esfoliando toda a região anterior do corpo e posteriormente em decúbito
ventral, esfoliando a região posterior nas áreas das costas, glúteos, coxas e pernas.
6. Direcione o paciente até o banheiro para a retirada da mistura na ducha e orien-
te para que se seque devidamente retornando posteriormente a maca de atendi-
mento.
7. Aplique a máscara corporal hidratante por toda região corporal e cubra com
lençol mayler por 20 minutos.
8. Após a pausa, retire o lençol mayler e remova todo o excesso da máscara corpo-
ral com uma espátula.
9. Para finalizar, realize massagem corporal aproveitando a máscara que restou no
corpo

O tempo estimado para o procedimento é de 40 minutos.

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UNIDADE 2

Temos também a esfoliação com sal que hidrata e amacia a pele, ao mesmo tempo utiliza as pro-
priedades do sal para estimular o sistema linfático para eliminar toxinas. A pele fica com aparência
saudável e com “brilho especial”.

Materiais:
- Loção de higiene corporal a base de clorexidina;
- Óleo base;
- Sais de Epsom;
- Óleo essencial (opcional);
- Hidratante de sua preferência.

Procedimento:
1. Prepare a sala de tratamento com o difusor ligado, velas acesas, som ambiente e
maca para o procedimento com lençol descartável bem como a preparação
adequada do seu paciente (descrita na unidade anterior, preparo do paciente);
2. Prepare a mistura para a esfoliação com sal; misture uma xícara de sais de Epsom,
50 ml de óleo base e 10 gotas de óleo essencial com propriedades calmante ou
energizante, de acordo com o estímulo que você deseja proporcionar, este item é
opcional, caso você não tenha intenção de utilizar este recurso, poderá utilizar
apenas os materiais base (sal epsom, óleo de massagem corporal neutro) em uma
cubeta.
3. Realize a higienização corporal da região que receberá o procedimento.
4. Inicie a esfoliação com seu paciente em decúbito lateral direito e esquerdo
respectivamente. Esfolie suavemente, com movimentos de effleurage (roçar, tocar
levemente), as áreas das costas, glúteos e pernas.
5. Em seguida, em posição dorsal, esfolie do pescoço aos pés, incluindo braços e
mãos fazendo suaves movimentos de effleurage.
O decúbito não é uma regra, o procedimento pode ser realizado em decúbito
dorsal, esfoliando toda a região anterior do corpo e posteriormente em decúbito
ventral, esfoliando a região posterior nas áreas das costas, glúteos, coxas e pernas.
6. Direcione o paciente até o banheiro para a retirada da mistura na ducha e orien-
te para que se seque devidamente retornando posteriormente a maca de atendi-
mento.
7. Para finalizar, aplique creme hidratante, massageando suavemente.
8. Como opção, após o restabelecimento do paciente com suas vestimentas, você
pode oferecer-lhe um chá de ervas.

O tempo estimado para o procedimento é de 20 minutos.

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UNICESUMAR

O banho de lua é uma técnica que apresenta como principal objetivo o clareamento dos pelos corporais
e está associada à esfoliação e hidratação da pele. Antes de iniciar um banho de lua, é importante con-
siderar que o processo de clareamento do pelo é uma agressão à pele. Por isso, você deverá estabelecer
uma proteção como também uma reposição do que foi perdido, (PEREZ; VASCONCELOS, 2014).

Materiais:
- Loção de higiene corporal a base de clorexidina;
- Parafina ou óleo;
- Emulsão clareadora (Pó descolorante + água oxigenada volume 20;
- Hidratante corporal.

Procedimento:
1. Realizar a preparação do ambiente de trabalho, maca para o procedimento com
lençol descartável bem como a preparação adequada do seu paciente (descrita na
unidade anterior, preparo do paciente);
2. Realize a higienização corporal da região que receberá o procedimento;
3. Em seguida, aplique parafina ou óleo em toda a região que será realizado o clare-
amento. Criando uma barreira protetora para evitar o contato direto do pó desco-
lorante e da água oxigenada com a pele;
4. Com o auxílio de luvas e uma espátula, aplica-se a mistura do pó descolorante
com água oxigenada de 20 volumes por todo o corpo, por aproximadamente 20
minutos ou de acordo com as recomendações do fabricante;
Importante - observar se não há reações de sensibilidade ou alergia aos compo-
nentes da mistura.
5. Após o tempo de pausa, remova a emulsão clareadora com ducha;
6. Aplicar esfoliante com movimentos circulares e suaves em todo o corpo;
7. Direcione o paciente até o banheiro para a retirada da mistura na ducha e orien-
te para que se seque devidamente retornando posteriormente a maca de atendi-
mento;
8. Para finalizar, aplique creme hidratante, massageando suavemente todas as
regiões e, se preferir, cobrir a cliente com uma manta de alumínio, para reter o calor
e favorecer a hidratação da pele.

70
UNIDADE 2

O banho de lua utiliza como reagente o pó descolo-


rante, causador de muita sensibilidade na pele quan-
do é misturado à água oxigenada. Por este motivo,
o terapeuta deve se atentar às suas contraindicações
que incluem: alergias, gestantes, distúrbios de sensi-
bilidade, varizes e tromboses, diabetes e hipertensão
descompensados, ulcerações da pele e neoplasias.

71
UNICESUMAR

Olá aluno(a)! Agora que você iniciou atividades práticas na área


da Estética corporal, quero falar sobre dois itens fundamentais
para seus tratamentos: as indicações e as contraindicações.

Vamos iniciar, agora, o estudo sobre bandagens corporais. O termo bandagem, no dicionário Aurélio
(2010), refere-se ao trabalho com faixas ou ataduras e esse procedimento é associado à termoterapia, ou
seja, à temperatura, sendo, portanto, ao calor ou ao frio que, aplicados superficialmente, promovem no
organismo efeitos fisiológicos locais ou sistêmicos, denominados, na prática clínica, como bandagem
quente e bandagem fria.

Figura 12 - Bandagem Corporal

Descrição da Imagem: a figura apresenta a imagem de uma esteticista aplicando ataduras de crepe no corpo de sua paciente para ban-
dagem corporal.

Para compreendermos as indicações e contraindicações das bandagens corporais estéticas, bem como suas
técnicas, é de fundamental importância o conhecimento dos efeitos fisiológicos do calor e do frio. Assim,
você poderá, ao final desta unidade, acrescentar a essa técnica equipamentos (manta ou lençol térmico),
princípios ativos, como sais, argilas, cosméticos lipolíticos, crioterápicos ou circulatórios. Vamos lá?
Com o aumento da temperatura, o organismo responde desencadeando algumas reações deno-
minadas mecanismos de termorregulação. O calor, quando aplicado, promove um estímulo do meta-
bolismo celular, causando um aumento de seu trabalho, ou seja, aumentando o consumo de oxigênio

72
UNIDADE 2

dos tecidos, a síntese de proteína e a atividade secretam substâncias mensageiras chamadas de


enzimática. O aumento da temperatura corporal hormônios (HALL, 2017; TORTORA, 2019).
causa uma vasodilatação periférica, aumento da O hipotálamo é um dos principais reguladores
frequência respiratória e aumento da sudorese da homeostase, pois controla muitas atividades
na tentativa do organismo em eliminar o calor corporais. Apresenta receptores que monitoram
adquirido e restabelecer a temperatura normal constantemente diversas funções corporais, in-
corpórea de 36º C (BORGES; SCORZA, 2016). cluindo a temperatura, (TORTORA, 2019). A pro-
O calor promove relaxamento, alívio das dores dução de calor do organismo é um subproduto
musculares, aumenta a circulação, favorece a eli- do metabolismo e, normalmente, a temperatura
minação de líquidos e toxinas e a diminuição de corporal média se situa entre 36,7 e 37° C. O hipo-
edema, além de melhorar o estresse. O aumento tálamo possui regiões com neurônios sensíveis ao
da permeabilidade da membrana celular, também calor e ao frio, quando os centros de temperatura
causado pelo calor, facilita a difusão e favorece a detectam um aumento ou uma diminuição do
permeação de princípios ativos (GUIRRO, 2010). valor normal, essas regiões estabelecem mecanis-
Veremos, agora, que a temperatura mais ame- mos apropriados para restabelecer o equilíbrio
na, o frio, apresenta efeitos opostos ao do calor. (HALL, 2017).
Após um período de resfriamento, a primeira res- Ao diminuir a temperatura, o organismo rea-
posta fisiológica do organismo é a diminuição da ge com uma diminuição do metabolismo, uma
temperatura (GUIRRO, 2010). vasoconstrição na região, ereção dos pelos, cha-
Nosso organismo apresenta um sistema de mada de piloereção, representada por arrepios.
equilíbrio do ambiente interno corporal, cha- Sob a ação do frio, a tensão do músculo se eleva,
mado de Homeostasia. A homeostasia é uma ocorrendo contrações assíncronas de fibras de
condição de equilíbrio que mantém o ambiente diferentes unidades motoras e até uma contração
corporal interno dentro dos limites normais. muscular (GUIRRO, 2010).
Para seu funcionamento ideal, o organismo A utilização do frio gera também o efeito de
apresenta um centro de controle que trabalha termogênese que estimula o gasto de energia e
com valores base e estabelece o equilíbrio de ativa a lipólise. Na área da estética e cosmética,
suas funções, por exemplo, o nível da glico- utiliza-se da técnica da crioterapia (utilização do
se sanguínea, o valor da pressão arterial ou a frio) para alcançar o efeito de termogênese em
temperatura corporal. Qualquer alteração que tratamentos de adiposidade localizada e fibro ede-
modifique essa condição controlada, aumen- ma geloide (FEG) que, muitas vezes, podem estar
tando ou diminuindo, causa um desequilíbrio associadas (BORGES; SCORZA, 2016; GUIRRO,
homeostático (HALL, 2017; TORTORA, 2019). 2010).
O corpo tem muitos sistemas regulatórios que Quando o corpo ou região corporal é submeti-
podem restabelecer a homeostasia, equilíbrio. Os do em temperatura fria, a termogênese é iniciada
sistemas nervoso e endócrino trabalham juntos (termogênese obrigatória) com o objetivo de gerar
ou individualmente para fornecerem as medidas energia para manter ou restabelecer a temperatura
corretivas necessárias. O sistema nervoso central, do corpo e, de forma alternativa, pode ocorrer
mais especificamente no hipotálamo, trabalha com uma produção de calor (termogênese facultativa)
sinais elétricos chamados de impulsos nervosos e, além do necessário, isto é, além da termogênese
o sistema endócrino por meio de suas glândulas, obrigatória, produzindo calor em excesso, como

73
UNICESUMAR

uma compensação para manter as funções nor- Como você pôde observar, a temperatura interfe-
mais de temperatura (BORGES; SCORZA, 2016; re diretamente em várias reações fisiológicas do
PEREZ; VASCONCELOS, 2014). nosso corpo. Agora, vamos ver como podemos
O frio estimula o centro de controle no SNC utilizar desses benefícios na área da estética e cos-
que imediatamente aciona os mecanismos para mética por meio das bandagens corporais.
restabelecer a temperatura. Assim, a termogênese A técnica de bandagem quente consiste na
é ativada, induzindo a lipólise no tecido adiposo e utilização do calor superficial, por meio de manta
a conversão de energia dos lipídios em calor (ter- ou lençol térmico com faixas de algodão ou ata-
mogênese) (BIANCO, 2000; BORGES; SCORZA, duras de crepe umedecidas com princípios ati-
2016; PEREZ; VASCONCELOS, 2014). vos variados, de acordo com a disfunção corporal
abordada. Comumente, utiliza-se loção cosméti-
ca com ação lipolítica para gordura localizada e
FEG associada, loção com ação circulatória, sal
marinho, máscaras com algas, oligoelementos e
Aprendemos que o frio estimula o centro de c íons, atuando como desintoxicante no organismo
ontrole no hipotálamo e ativa a termogênese (BORGES; SCORZA, 2016; ROSA; LOPES, 2018).
que estimula o gasto de energia com a lipólise, As bandagens quentes são utilizadas, prin-
ou seja, queima a reserva de gordura corporal cipalmente, para o controle do edema corporal,
para produzir energia, calor. Já que estamos eliminação de toxinas e auxílio na redução de
falando das reações causadas pelo frio, você medidas por meio das trocas iônicas. Além disso,
já ouviu falar em Apoptose? A Apoptose, que a sensação de calor também promove um relaxa-
também é chamada de “morte celular progra- mento muscular, melhora o estresse e alivia dores
mada”, é um mecanismo fisiológico do orga- (MATIELLO, 2019).
nismo de se autodestruir, ou seja, as células Alguns autores associam a técnica de ban-
corporais defeituosas ou que não apresentam dagem quente à talassoterapia. Essa técnica de
mais serventia. É considerado um processo origem grega – em que talassa significa “mar”
essencial para a manutenção da homeostase e terapia “cura” – utiliza desse tratamento com
dos seres vivos. princípios ativos de origem marinha que são ri-
O tecido adiposo subcutâneo, quando subme- cos em minerais, iodos, enxofre, cálcio, magné-
tido a um resfriamento localizado com tempe- sio, promovendo um aumento do metabolismo
raturas entre -5 a -15 oC, sofrem uma paniculite corporal e desintoxicando o organismo (OLI-
fria (inflamação do adipócito causada pelo frio) VEIRA et al.; 2014; PEREZ; VASCONCELOS,
e, por consequência, uma morte adipocitária, 2014; SILVA; SANTOS; OLIVEIRA, 2014).
apoptose. Essas células são eliminadas por fa- Originalmente, os gregos utilizavam a água
gocitose no organismo, sem causar danos. Esse do mar em banhos de imersão, emplastos e ina-
processo acontece na Técnica de Criolipólise, lações. É utilizada com o objetivo de equilibrar
muito utilizada na Estética para eliminação da o organismo por meio da troca de metabólitos,
Gordura Localizada. associando a água, a temperatura quente, os íons
Fonte: adaptado de Agne (2016); Azulay R., Azu- de sal e minerais que são comuns na água do mar
lay D. e Azulay-Abulafia (2013); e Tortora (2019). (PEREZ; VASCONCELOS, 2014).

74
UNIDADE 2

Atualmente, os tratamentos de talassote-


rapia são utilizados em banhos de imersão
com água do mar (em regiões que apresen-
tam essa disponibilidade) ou por meio da
hidroterapia, em banhos com sais e prin-
cípios ativos marinhos (produzidos por
indústrias cosméticas) que se dissolvem
na água morna. Alguns autores relatam a
associação dessa técnica, principalmente
pelos benefícios de seus princípios ativos,
com uma adaptação à bandagem quente.
Essa adaptação utiliza sais diluídos em água
morna com ataduras de crepe, máscaras
corporais com algas marinhas e manta tér-
mica ou mayler (lençol de alumínio) (MA-
TIELLO, 2019; PEREZ; VASCONCELOS,
2014; ROSA; LOPES, 2018).
Por meio desse procedimento, objeti-
va-se estimular a drenagem linfática, li-
beração de impurezas, toxinas e radicais
livres, promovendo uma desintoxicação,
diminuição de edema e melhora da ce-
lulite (OLIVEIRA et al., 2014; PEREZ;
VASCONCELOS, 2014; SILVA; SANTOS;
OLIVEIRA, 2014).
Em outra situação, as bandagens quen-
tes também são associadas com princípios
ativos lipolíticos, como fluidos, máscaras e
cremes de massagem que aceleram o meta-
bolismo, utilizando o aumento da permea-
bilidade da membrana celular por meio do
calor para a permeação dos ativos que esti-
mulam a lipólise (BORGES; SCORZA, 2016;
PEREZ; VASCONCELOS, 2014).
Neste contexto, em meio a tantas pos-
sibilidades e diversidades ao emprego das
bandagens quentes, abordaremos uma su-
gestão para a aplicação da bandagem quente
com objetivo terapêutico de celulite e gor-
dura localizada que, por muitas vezes, tais
disfunções estéticas podem estar associadas.

75
UNICESUMAR

Protocolo de bandagem quente

Materiais:
- Loção de higiene corporal a base de clorexidina;
- Esfoliante ou gommage corporal;
- Fluido hiperemiante (opcional);
- Cosmético lipolítico com formulação para diluição em água;
- Creme hidratante redutor;
- Faixas ou ataduras de crepe;
- Filme plástico;
- Manta térmica ou lençol mayler (alumínio);
- Toalhas;

Procedimento:
1. Realizar a preparação do ambiente de trabalho, maca para o procedimento com
lençol descartável bem como a preparação adequada do seu paciente (descrita na
unidade anterior, preparo do paciente);
2. Realize a higienização corporal da região que receberá o procedimento;
3. Em seguida, realize uma esfoliação corporal suavemente e higienize o local;
4. Com o auxílio de luvas, aplique fluido hiperemiante no local em que se deseja
aumentar o metabolismo;
5. Umedeça em água morna as ataduras de crepe e o cosmético de sua preferência
(cosmético lipolítico ou sal termolipolítico com formulação para diluição em água);
Importante - se atente as recomendações do fabricante. O cosmético utilizado
deverá ser apropriado para exposição de temperatura pois cosméticos com
enzimas na sua formulação não devem ser utilizados com calor, correndo o risco de
perderem sua função.
6. Envolver a região de tratamento com as ataduras preparadas;
7. Ocluir a região enfaixada com filme plástico e proteger toda a área com toalhas,
evitando queimaduras no caso da utilização de manta térmica;
8. Envolva o paciente na manta térmica ou lençol de mayler por 30 minutos;
Importante – Estima-se que a temperatura desejada seja de 38oC, respeitando a
sensibilidade do paciente. Temperaturas maiores que 45 oC não apresentarão
maiores ou melhores efeitos pois, existindo uma tendência de reação na termore-
gulação, aumentando apenas a transpiração.
9. Após o tempo estipulado, retira-se as toalhas, a oclusão e a bandagem;
10. Para finalizar, aplique creme hidratante redutor com massa.

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UNIDADE 2

Como recomendação, oriente seu paciente a não entrar em água fria por pelo menos 1 horas após o
tratamento (BORGES; SCORZA, 2016; MOREN, 2014; PEREZ; VASCONCELOS, 2014).

Figura 13 - Aplicação da bandagem com fluído redutor


Descrição da Imagem: apresenta a imagem de uma terapeuta aplicando atadura de crepe umedecida com fluido redutor em região ab-
dominal de sua paciente.

Observe, na Figura 13, o enfaixamento da bandagem umedecida no fluído termolítico.

Figura 14 - Manta térmica para bandagem corporal

Descrição da Imagem: apresenta uma paciente deitada em maca, decúbito ventral, envolvida em uma manta térmica de termostato para
bandagem corporal quente.

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UNICESUMAR

A Figura 14 demonstra a paciente com a manta térmica após o enfaixamento da bandagem com o
fluido termolítico. É importante ressaltar, nesse caso, que o termostato deve permanecer sempre de
forma visível ao terapeuta. A temperatura deve ser de acordo com o limiar no paciente e não pode
haver desconforto ou sensação de queimadura. Além disso, uma toalha deve sempre ser colocada sobre
a bandagem, ou seja, entre a bandagem e a manta térmica, a fim de garantir a proteção do paciente.
Agora vamos falar um pouco sobre a bandagem fria. Como você pôde observar, a bandagem
fria é uma técnica que utiliza os recursos da temperatura fria com o objetivo de extrair seus efei-
tos fisiológicos no organismo. Comumente, essa técnica é chamada de Crioterapia, em que Krýo,
palavra grega, significa frio e, terapia representada como cura (PEREZ; VASCONCELOS, 2014).
As reações fisiológicas do frio podem ser utilizadas em tratamentos de diversas disfunções esté-
ticas (FASSHEBER et al., 2018; PEREZ; VASCONCELOS, 2014). Temperaturas amenas provocam
vasoconstrição, diminuição do metabolismo local, do consumo de oxigênio e nutrientes. Ainda, esti-
mula a termogênese, utilizando os ácidos graxos livres para produção de energia para restabelecer a
temperatura (HALL, 2017; TORTORA, 2019).
Na estética corporal, a crioterapia é utilizada como uma das opções de tratamento de FEG e gor-
dura localizada ou ambas associadas. A utilização desse recurso se explica no fato de a vasoconstrição
provocada pela diminuição da temperatura utiliza a gordura para gerar energia e, consequentemente,
calor que paralelamente aumenta a circulação local, melhorando a oxigenação e nutrição tecidual do
local (BORGES; SCORZA, 2016).
A bandagem fria, ou crioterapia, é utilizada na estética corporal por meio de cosméticos com prin-
cípios ativos, cuja a base é cânfora ou mentol e provocam o resfriamento do tecido em questão. Esses
cosméticos podem ser em forma de gel ou loção, sendo o gel aplicado diretamente na pele e a loção
aplicada na atadura de crepe (BORGES; SCORZA, 2016; SILVA; SANTOS; OLIVEIRA, 2014).

Figura 15 - Enfaixamento da paciente com a bandagem.


Descrição da Imagem: demonstra uma paciente deitada em decúbito lateral com corpo enfaixado em atadura de crepe com fluido e gel
crioterápico posicionados ao lado como opção para a realização de bandagem fria.

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UNIDADE 2

A Figura 15 demonstra o enfaixamento do paciente para bandagem crioterápica, podendo ser com
loção ou gel crioterápicos. Devemos nos lembrar que se o procedimento for realizado com loção, as
faixas devem ser embebidas anteriormente ao enfaixamento do paciente. Ao contrário disso, no uso
do gel crioterápico, utiliza-se uma camada de gel na pele e, posteriormente, o enfaixamento com as
ataduras molhadas ou, ainda, embebidas em loção crioterápica.
Como sugestão, em sequência, você encontrará um exemplo de protocolo de tratamento de crio-
terapia que poderá ser utilizado em sua prática clínica ou adaptado de acordo com as realidades do
profissional e necessidades individuais do paciente, veja:

Materiais:
- Loção de higiene corporal a base de clorexidina;
- Gel crioterápico;
- Loção crioterápica;
- Faixas ou ataduras de crepe;

Procedimento:
1. Realizar a preparação do ambiente de trabalho, maca para o procedimento com
lençol descartável bem como a preparação adequada do seu paciente (descrita na
unidade anterior, preparo do paciente);
2. Realize a higienização corporal da região que receberá o procedimento;
3. Com o auxílio de luvas e espátula, aplique o gel crioterápico no local desejado;
5. Umedeça as ataduras de crepe com a loção crioterápica de sua preferência;
Importante - certifique-se de que seu paciente não apresenta alergia ou intole-
rância ao frio, alteração na sensibilidade ou alergia aos componentes ativos utiliza-
dos.
6. Envolver a região de tratamento com as ataduras preparadas;
7. Posicione seu paciente em posição confortável respeitando o tempo recomen-
dado pelo fabricante do cosmético utilizado;
Importante – o tempo de aplicação pode variar de acordo com a tolerância do
paciente. O tempo estimado é de 30 minutos porém, quanto maior a espessura da
camada adiposa mais tempo vai gastar para atingir o resfriamento ideal e obter os
efeitos desejados. Estima-se que o resfriamento eficaz da camada adiposa com até
1 cm de espessura é alcançado em 10 minutos de terapia fria.
8. Após o tempo estipulado, retira-se as ataduras de crepe removendo o excesso de
gel crioterápico restante na pele.

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UNICESUMAR

Recomenda-se que a técnica de crioterapia seja


o último procedimento realizado na sessão de
tratamento. Não ocluir a região tratada com filmes
plásticos, de PVC por exemplo, isso dificulta a
evaporação do produto cosmético. Após o pro-
cedimento, o paciente deverá permanecer por, no
mínimo, duas horas sem tomar banho. Atividades
físicas ou qualquer outra que promova o aque-
cimento corporal devem ser evitadas pelo mes-
mo período de duas horas, sendo que o aumento
do metabolismo, bem como do calor corporal,
prejudica os efeitos esperados do frio. A região
tratada não deverá ser exposta ao sol logo após
aplicação da técnica, pois alguns cosméticos são
fotossensibilizantes, (BORGES; SCORZA, 2016;
MOREN, 2014; PEREZ; VASCONCELOS, 2014;
SILVA; SANTOS; OLIVEIRA, 2014).

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UNIDADE 2

O frio, calor e substâncias naturais estimulam o funcionamento do corpo. Você aprendeu com
técnicas e procedimentos simples que é possível elaborar e realizar protocolos para gordura
localizada e celulite antes de aprender os recursos da eletroterapia. Observe que pode trabalhar
com essas disfunções mesmo sem possuir tais recursos.
Fonte: adaptado de Perez e Vasconcelos (2014).

Figura 16 - Argilas para aplicação corporal

Descrição da Imagem: vários recipientes contendo argila em pó com diferentes cores, sendo argila amarela, argila negra, argila branca,
argila vermelha e argila verde.

Chegamos no último conteúdo desta unidade. Até aqui, você aprendeu conceitos e técnicas de dife-
rentes procedimentos realizados para higienizar e hidratar a pele, que podem ser utilizados antes de
iniciar o tratamento proposto, objetivando preparar a pele para receber o procedimento. Em sequência,
aprendeu duas técnicas simples, entretanto muito utilizadas aos procedimentos corporais que utilizam
os efeitos terapêuticos da temperatura quente ou fria nos tecidos, as bandagens corporais.

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UNICESUMAR

Agora, veremos duas técnicas utilizadas normalmente na área estética das terapias integrativas, são
a Argiloterapia e a Fangoterapia. Essas modalidades são adotadas aos tratamentos das disfunções
estéticas corporais como um incremento básico e alternativo, porém eficaz, cujo objetivo, além de
diversificar o tratamento corporal, é desfrutar de suas propriedades terapêuticas.
Você já deve ter ouvido falar a respeito do uso das argilas para fins terapêuticos com finalidades
curativas, inclusive como preparos para diversos tratamentos estéticos. Em procedimentos estéticos, as
argilas comumente são utilizadas em banhos, máscaras cosméticas faciais e corporais ou em pó para
preparos. Sua aplicação é realizada de forma descomplicada, no entanto, para se beneficiar dos efeitos
promovidos pelas argilas, é necessário saber sua composição química, visto que cada uma apresenta
efeitos específicos nos tecidos, usufruindo, assim, da diversidade que esse recurso nos oferece, elabo-
rando, por exemplo, protocolos exclusivos para a necessidade individual do paciente.

Olá aluno (a)! Nessa unidade iniciamos o aprendizado das atividades práticas
profissionais da área da Estética Corporal. Aprendemos técnicas corporais ma-
nuais associadas a outras áreas como, terapias complementares, por exemplo.
Para acrescentar seus conhecimentos, recomendo a leitura do capítulo 7 do
livro TÉCNICAS ESTÉTICAS CORPORAIS.

Você, um(a) esteticista, profissional da área da saúde e do bem-estar já ouviu falar em Geoterapia?

Geoterapia é uma técnica terapêutica muito antiga utilizada pelo ser humano. De forma clara, a
geoterapia se define como o uso da terra para fins terapêuticos, de origem grega, sua definição
se divide em duas palavras, em que Geo, significa terra, argila e, terapia representa tratamento,
cura. Portanto, de forma geral, a geoterapia é denominada o uso terapêutico das argilas (ZANINI;
GRIGÓRIO; SIGNORELLI, 2014).
A argila, como medicamento, é utilizada desde a Pré-História (o que antecede a invenção da escrita),
cerca de 400 a.C., o pai da medicina, Hipócrates, já utilizava argila em seus tratamentos, sendo seu uso
como medicamento tão antiga quanto a própria humanidade (AMORIM; PIAZZA, 2010; ZANINI;
GRIGÓRIO; SIGNORELLI, 2014).
Definidas como materiais naturais terrosos, as argilas são rochas sedimentares de partículas mui-
to finas que possuem, em sua composição, diferentes tipos de minerais, como silicatos de alumínio,
associados a óxidos em sua maioria e diversos outros em menor quantidade, sendo titânio, cobre,
zinco, alumínio, cálcio, potássio, níquel, manganês lítio e sódio (ABEL, 2009; GUISONI, 2018; PEREZ;
VASCONCELOS, 2014).
Cada argila possui sua particularidade. Extraídas em diversas alturas e profundidades, a definição de
sua composição está relacionada com a quantidade de seus minerais, o que define sua colocação, bem

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UNIDADE 2

como seus fins terapêuticos (AMORIM; PIAZZA, e absorver, liberando parte de seus com-
2010; TOYOKI; OLIVEIRA, 2015). ponentes e absorvendo toxinas de vários
De acordo com sua composição, as cores das órgãos, principalmente pele e mucosas.
argilas se diferenciam entre branca, amarela, ver- • Adsorção: processo em que as argilas pro-
de, azul, cinza, roxa, marrom e preta. Quando movem a adesão (fixação) de moléculas
utilizadas, promovem uma troca iônica entre a de um fluido à sua superfície sólida. Muito
pele e os elementos da argila. A água presente na útil para a fixação das toxinas para uma
preparação da argila é absorvida pelos querati- posterior eliminação destas (MATIELLO,
nócitos, favorecendo a troca iônica e facilitando a 2019; SANTOS, 2011; SILVA, 2011).
entrada ou saída dos componentes nos espaços in-
tersticiais da derme e epiderme (GUISONI, 2018). É fundamental o conhecimento da estrutura e da
Diante das suas diversas propriedades, cada composição química da argila que será utilizada,
elemento de sua composição atua de forma espe- garantindo seus benefícios para a finalidade espe-
cífica para a saúde. Assim, o alumínio melhora cífica e individual de cada paciente (ABEL, 2009).
o tônus e atua na cicatrização; o ferro tem ação Veremos, agora, as principais argilas utilizadas em
antisséptica e estimula a renovação celular; zinco tratamentos estéticos corporais.
e magnésio são revigorantes e promovem hidrata- • Argila Branca – possui elevada quantida-
ção; o silício auxilia na reconstrução tecidual, hi- de de alumínio e silício que lhe garante
drata, acalma, tem ação purificante, adstringente, sua propriedade cicatrizante. Na estéti-
remineralizante e reduz inflamações; o manganês ca, facilita a circulação, ação antisséptica,
apresenta ação específica na biossíntese de coláge- excelente no controle acneico, estimu-
no, é antialérgico e cicatrizante; cálcio e potássio la no clareamento e no tônus geral da
agem na circulação e fortalecem o tecido; o titânio pele. Tem efeito higienizante, depurativo,
tem característica de foto proteção (ABEL, 2009; descongestionante, tensor suave e revi-
GUISONI, 2018). talizante, auxilia no aporte sanguíneo,
Os minerais presentes na composição química oxigena e nutre a pele.
das argilas apresentam efeitos fundamentais aos • Argila Preta – é obtida em grandes pro-
tratamentos estéticos e da saúde. De uma forma fundidades, também conhecida como
geral, dos minerais citados, o ferro, o silício e o lama negra, é uma argila muito rara, sua
magnésio, ainda apresentam propriedades tera- coloração está relacionada com a grande
pêuticas específicas, eles absorvem toxinas e im- quantidade de matéria orgânica e enxo-
purezas do corpo, conduzem energia e estimulam fre. Apresenta efeitos anti-inflamatórios,
as funções de órgãos doentes (ZANINI; GRIGÓ- cicatrizantes e desintoxicantes. Ativa a
RIO; SIGNORELLI, 2014). De forma esclarecida, circulação e estimula a renovação celu-
tais propriedades terapêuticas se dividem em ab- lar. Utilizada na estética facial e corporal
sorção, liberação e adsorção. Descritas a seguir: como fangoterapia.
• Absorção: apresenta plasticidade quando • Argila Verde – a mais tradicional das ar-
misturado à água, formando uma pasta. gilas, também a que possui maior diversi-
Muito eficaz nos tratamentos de edemas, dade de elementos. Apresenta Ph neutro,
inchaços e inflamações. grande função absorvente, combate ede-
• Liberação: apresenta facilidade de liberar mas, é secativa, emoliente, antisséptica e

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UNICESUMAR

bactericida, analgésica e cicatrizante. Na estética corporal, promove tensionamento, melhora


a flacidez tissular e auxilia no combate à celulite.
• Argila vermelha – grande quantidade de ferro e silício, indicada para peles sensíveis, verme-
lhas e alérgicas. Ativa a circulação, regula a microcirculação cutânea, auxilia na redução de
peso e medidas. Em protocolos corporais, é utilizada para estimular a drenagem linfática.
• Argila Rosa – uma mistura de argila branca e vermelha, a argila rosa é antioxidante e cal-
mante.
• Argila Amarela – é remineralizante de colágeno. Rica em silício e potássio, produz efeito
desinfetante, adstringente e desintoxicante. Indicada para tratamentos de celulite, edemas
e aumenta a rigidez da pele.
• Argila Marrom – é uma argila rara devido sua pureza. Rica em silício, alumínio e titânio.
Ativa a circulação, é desinfetante, adstringente e desintoxicante. Tem ação na elasticidade
da pele, melhorando a flacidez cutânea.
• Argila Roxa – rica em magnésio, induz a síntese para regeneração do colágeno e auxilia na
eliminação de toxinas (ABEL, 2009; AMARAL, 2015; AMORIM; PIAZZA, 2010; LOPES;
MEDEIROS, 2013; TOYOKI; OLIVEIRA et al., 2015).

Figura 17 - Argila negra utilizada na fangoterapia.

Descrição da Imagem: demonstra um recipiente com argila negra em pó e outro recipiente com argila negra preparada em forma de
máscara corporal.

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UNIDADE 2

Você já ouviu falar em Fango? Fango é a linguagem popular de-


signada a produtos naturais formados por uma mistura de subs-
tâncias de granularidade fina, transportados por água mineral
termal. O fang, é um tipo de argila proveniente das margens do
Mar Morto, rica em sais minerais, em especial, o enxofre, que
é proveniente das fontes termais deste mar (SANTOS, 2011;
SILVA, 2011). A água termal é uma água mineral com grandes
concentrações de minerais, podendo chegar a 300 vezes mais
concentração de alguns minerais do que a água potável (AMA-
RAL, 2015).
Assim, o fango é também conhecido como argila negra ou lama
negra, sendo a fangoterapia a terapia realizada pelo uso do fango.
Seus efeitos terapêuticos se relacionam ao elevado teor de sais mi-
nerais e retenção de calor por várias horas, promovendo maior
vasodilatação e estimulando a circulação sanguínea (AMORIM;
PIAZZA, 2010; SANTOS, 2011).
São aplicados topicamente como agentes terapêuticos em forma
de banho ou cataplasmas (máscaras corporais) e pode ser aplicado
com a combinação de vários materiais e aditivos preparados no
momento de sua aplicação. Um exemplo desse procedimento é
o Parafango, em que se combina o fango em sua forma seca com
parafina, podendo ainda acrescentar óleos essenciais de eucalipto,
lavanda, hortelã-pimenta e princípios ativos anti-inflamatórios,
por exemplo a Aloe Vera. O Parafango é denominado um preparo
extemporâneo (AMARAL, 2015; SILVA, 2011).
Até agora nós aprendemos os conceitos da argila e do fango. O
que lhes diferenciam está relacionado com sua origem, portanto,
sua composição e coloração, assim, estabelecendo seus efeitos tera-
pêuticos. São inúmeras as formulações de preparo para as aplica-
ções das argilas e dos fangos, ambos podem ser utilizados puros,
usufruindo seus efeitos particulares, como também combiná-los
com ativos específicos para cada tratamento (MATIELLO, 2019;
SANTOS, 2011; SILVA, 2011).

Agora, vamos verificar e entender um pouco melhor sobre a


aplicação de Argiloterapia

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UNICESUMAR

Figura 18 - Paciente recebendo aplicação de argila

Descrição da Imagem: uma paciente deitada em decúbito ventral recebendo máscara corporal de argila negra (fangoterapia).

A quantidade do mineral presente individualmente em cada argila está relacionada com seu local de
origem, o que também lhe confere sua coloração e seus efeitos terapêuticos. Quanto maior a concentra-
ção de determinado mineral em cada argila, mais potencializados serão seus efeitos (MATIELLO, 2019).
Existem no mercado vários cosméticos à base de argilas, mas também, você pode utilizar dos co-
nhecimentos adquiridos até aqui para realizar diversos protocolos criando tratamentos personalizados
e individuais para cada paciente. Vamos ver alguns exemplos!
A forma mais simples para a utilização da argila é realizar uma aplicação pura, utilizando apenas
seus efeitos específicos.
• Realizar uma mistura da argila com água de modo que fique cremosa, higienizar a região de
tratamento e aplicar a argila por toda a área a ser tratada com uma espátula. Aguarde por 2 ou
3 minutos e realize movimentos circulares por toda região. Remova a argila com uma toalha
úmida ou encaminhe seu paciente para uma ducha. Em seguida, após a região higienizada e seca,
você pode realizar uma leve massagem com creme hidratante. Esse procedimento promove uma
esfoliação e prepara a pele para receber os princípios ativos do tratamento que será realizado.

De uma forma diferente, diversificando o tratamento para gordura localizada de detox e redução,
pode ser incluído um protocolo com argila com objetivo de higienizar e esfoliar a pele para melhorar
a absorção dos princípios ativos, estimular e desintoxicar os tecidos, reduzindo edemas e toxinas.

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UNIDADE 2

• Para iniciar, higienize e esfolie a região a ser tratada. A seguir, aplique fluído hiperemiante na
região de gordura localizada e massageie até total absorção. Realize massagem com ativos esti-
mulantes, drenantes e desintoxicantes.
• Misture em uma cubeta duas colheres de sopa de argila verde com sais térmicos ou redutores.
Acrescente ativos desintoxicantes, como um óleo essencial, por exemplo. Garanta que a mistura
obtenha uma consistência cremosa.
• Aplique em toda região a ser tratada e envolva com papel filme (mayler), deixando agir por 50
minutos. Ao finalizar o tempo, remova a manta e a mistura de argila com toalhas umedecidas
em água. Finalizar o tratamento com massagem modeladora.

Figura 19 - Paciente recebendo aplicação do preparo de “lama negra” na Fangoterapia

Descrição da Imagem: terapeuta aplicando lama negra (fangoterapia) no corpo de uma paciente deitada de decúbito ventral.

A fangoterapia, aplicação do fango para fins terapêuticos, apresenta-se de várias formas e pode variar
de acordo com a área do corpo e a lesão a ser tratada (SANTOS, 2011). Em sequência, você poderá
aprender algumas das técnicas de aplicação mais comuns do fango, como: aplicação localizada; apli-
cação corporal por banho; aplicação corporal de fango com parafina, o parafango.

Aplicação Corporal Localizada – Aplicados em forma de emplastro ou compressas.


• Aplicação em forma de emplastros, o fango é mais espesso, aplicado diretamente na pele e
recoberto com uma gaze ou plástico isolante de calor; já as compressas, o fango apresenta uma

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UNICESUMAR

forma mais cremosa, devendo ser aplicado uma camada de gaze


sob a pele, seguida de uma camada de fango e finalizando com
mais uma camada de gaze, facilitando sua retirada. É aplicado
quente, entre 40 oC a 50 oC em camadas de 1 a 2 cm de fango da
região desejada, cobrindo com material que mantenha o calor.
• O tempo de aplicação está relacionado com a temperatura do
fango, que deve diminuir, aproximando-se dos 36 oC, processo
que dura de 20 a 30 minutos. A duração do tratamento depende
do seu objetivo terapêutico, estendendo-se entre uma a duas
semanas.
• Aplicação do fango em patologias agudas, em áreas inflamadas
ou congestionadas, é denominada cataplasma. Neste caso, o fan-
go deve apresentar uma temperatura inferior à temperatura cor-
poral, atuando como anti-inflamatório. As aplicações apresentam
um tempo médio de 15 a 20 minutos (AMORIM; PIAZZA, 2010;
GUISONI, 2018; LOPES; MEDEIROS, 2013; SANTOS, 2011;
SILVA, 2011; TOYOKI; OLIVEIRA, 2015).

Aplicação corporal por Banho – Utilizados para aplicação de fango


em áreas mais extensas.
• Ocorre em um tanque com a mistura de fango e água. A aplicação
é realizada com submersão de todo o corpo ou partes do corpo
que deseja-se tratamento.
• A temperatura dessa aplicação poderá ser quente ou fria, de-
pendendo do objetivo do tratamento. Em casos de processos
inflamatórios, o fango é utilizado em temperatura fria (pouco
inferior à temperatura corporal), e em casos da utilização do
composto quente, a temperatura varia entre 37-38º em um tempo
de submersão de 15 a 20 minutos (SANTOS, 2011; SILVA, 2011).

Aplicação Corporal de Parafango – Mistura de fango com parafina.


• O Parafango é utilizado para aplicações corporais localizadas
com a mistura de fango e parafina em temperatura média de
40 – 45º C.
• A camada de Parafango na pele varia de 1 a 5 cm e deve ser en-
volvida para manutenção do calor, com um tempo de tratamento
de 20 a 30 minutos.
• Conferem uma vasodilatação e uma grande hidratação da pele,
(AMORIM; PIAZZA, 2010; GUISONI, 2018; LOPES; MEDEIROS,
2013; SANTOS, 2011; SILVA, 2011; TOYOKI; OLIVEIRA, 2015).

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UNIDADE 2

O uso terapêutico da terra ou lama representa um recurso comum na prática clínica da área da estética
e cosmética corporal, contudo, apresentam características específicas e fundamentais para sua utilização.
Você pode aprender seus conceitos, características, efeitos e as principais formas de aplicação de ambas.
Assim, concluímos este conteúdo, bem como esta unidade com o conhecimento de diversas técnicas
que acrescentam e diversificam tratamentos estéticos corporais quando o profissional dispõe de in-
fraestrutura variada e enriquecida, como também, caso não possua muitos recursos, ou conhecimento
necessário para tal, poderá adotar essas técnicas para trabalhar na área antecipadamente.
Querido(a) aluno(a)! Nesta unidade, você pôde aprender os procedimentos iniciais realizados
na rotina clínica de tratamentos de estética corporal. Obteve conhecimentos básicos das disfunções
corporais mais procuradas para tratamentos estéticos corporais. Você pôde compreender que conhe-
cer anatomia e fisiologia é fundamental e imprescindível para entender como o organismo reage a
determinados estímulos e princípios ativos, como também como usufruir deles.
Aprendeu como iniciar um tratamento corporal, que a esfoliação corporal é o primeiro passo para
qualquer tratamento e a hidratação é um dos mecanismos funcionais da pele, sendo ambos essenciais
para qualquer tratamento estético corporal. Uma pele limpa e hidratada apresenta maiores condições
para receber o princípio ativo.
Você teve também o conhecimento de várias técnicas e aprendeu que pode realizar tratamentos de
várias disfunções corporais caso ainda não tenha equipamentos de eletroterapia. Que as bandagens
frias e quentes são uma boa opção de tratamento. Em continuidade, aprendeu que você pode usar dos
efeitos das argilas e associar a diversas técnicas aproveitando os efeitos causados por seus minerais.
Além do mais, associar ao tratamento corporal técnicas complementares, como a fangoterapia.
O conhecimento obtido nesta unidade dará possibilidade de prosseguir a disciplina e aumentar os
conhecimentos que permeiam as disfunções estéticas corporais, iniciando a prática clínica.

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Muito bem, vamos colocar seu conhecimento em prática completando o Mapa Men-
tal? Imagine você um(a) esteticista recebe um paciente em sua clínica para avaliação
corporal. O paciente é do sexo feminino, com 29 anos e se apresenta com queixa
principal de inchaço e ressecamento de toda pele corporal. Durante a anamnese,
a paciente relata que gosta muito de sair, beber com os amigos e principalmente
tomar sol, e que acabou de passar 30 dias em sua casa na praia. Dessa forma, após
uma excelente avaliação, logo você providenciou o protocolo de tratamento seguido
por algumas etapas importantíssimas que estudamos nesta unidade. Levando isso
em conta, como você melhor preencheria o mapa mental a seguir?

Tratamentos
Estéticos
Corporais

Esfoliação Fangoterapia

Funções da Esfoliação Funções da Fangoterapia


MAPA MENTAL

Descrição da Imagem: o mapa mental se inicia pelo centro com a seguinte frase “Tratamentos estéticos corporais”.
Na esquerda, temos um novo quadrado com a palavra “Esfoliação”, seguido de “Funções da esfoliação”. No quadrado
“Funções da esfoliação” há três ramificações que devem ser preenchidas por você, estudante. À direita, temos um
quadrado com a palavra “Fangoterapia”, a seguir “Funções de fangoterapia”. Depois de “Funções de fangoterapia”,
você, aluno(a), deverá preencher 3 ramificações novas que indicam, assim como as ramificações anteriores, os
conhecimentos adquiridos nesta unidade.

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1. O frio estimula o centro de controle no SNC que, imediatamente, aciona os mecanismos para
restabelecer a temperatura. Ocorre uma produção de calor como uma compensação para man-
ter as funções normais de temperatura induzindo a lipólise no tecido adiposo e a conversão de
energia (BORGES; SCORZA, 2016).
Qual o nome do mecanismo que induz a lipólise do tecido adiposo? Assinale a alternativa correta.
a) Termorregulação.
b) Homeostasia.
c) Termogênese.
d) Vasoconstrição.

AGORA É COM VOCÊ


e) Vasodilatação.

2. A argila preta ou “lama negra” é um tipo de argila proveniente das margens do Mar Morto, rica
em sais minerais, em especial o enxofre que é proveniente das fontes termais deste mar. Seus
efeitos terapêuticos se relacionam ao elevado teor de sais minerais e retenção de calor por vá-
rias horas, promovendo maior vasodilatação e estimulando a circulação sanguínea (AMORIM;
PIAZZA, 2010; SANTOS, 2011).
Qual o nome da terapia que utiliza esse tipo de argila? Assinale a alternativa correta.
a) Argiloterapia.
b) Talassoterapia.
c) Fangoterapia.
d) Crioterapia.
e) Termoterapia.

3. A esfoliação corporal renova a pele com a remoção de células epidérmicas, hidrata e auxilia no
rejuvenescimento. Na estética corporal, utiliza-se uma técnica que apresenta como principal
objetivo o clareamento dos pelos corporais e está associada à esfoliação e hidratação da pele
(PEREZ; VASCONCELOS, 2014).
Assinale a alternativa correta referente à técnica descrita.
a) Esfoliação corporal com sal.
b) Esfoliação corporal com argila.
c) Hidratação corporal.
d) Banho de argila.
e) Banho de lua.

91
1. Alternativa C - A utilização do frio gera também o efeito de termogênese que estimula o gasto de energia
e ativa a lipólise.

2. Alternativa C - Fango é um tipo de argila proveniente das margens do Mar Morto, rica em sais minerais, em
especial o enxofre que é proveniente das fontes termais deste mar. Assim, o fango é também conhecido
como argila negra ou lama negra, sendo fangoterapia a terapia realizada pelo uso do fango.

3. Alternativa D - O banho de lua é uma técnica que apresenta como principal objetivo o clareamento dos
pelos corporais e está associada à esfoliação e hidratação da pele.
REFERÊNCIAS

92
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94
3
Disfunções Estéticas
e Abordagens
Terapêuticas para
Tratamento
Me. Paula Rebola

Oportunidade de aprendizagem: Olá aluno(a), seja bem-vindo(a) a Uni-


dade 3. No decorrer da disciplina de Estética Corporal, você aprendeu
todos os procedimentos necessários para dar início a um tratamento
estético corporal. Aprendeu como preparar um ambiente de trabalho
adequado, a ética e o comportamento profissional, avaliação física de
qualidade e algumas técnicas manuais. De forma construtiva, todo con-
teúdo aprendido, quando somados, favorecem melhor aproveitamento
e, consequentemente, maior resultado dos procedimentos realizados.
Em continuidade, nesta unidade, vamos aprender as disfunções estéti-
cas que incluem o Fibroedemageloide (FEG) e Adiposidade Localizada.
De forma específica, em cada uma delas, seus conceitos, causas, como
são formadas, isto é, sua fisiopatologia. Veremos também como se
classificam os princípios ativos e cosméticos utilizados e, por fim, con-
cluiremos com as principais abordagens terapêuticas utilizadas para
seus tratamentos. Ficou entusiasmado(a)? Então vamos lá!
UNICESUMAR

O Fibroedemageloide (FEG) e a Adiposidade Lo-


calizada é um assunto muito popular quando se
trata do cuidado estético corporal. A maioria das
pessoas, principalmente mulheres, lutam constan-
temente contra esse mal que afeta sua autoestima.
Por ser um assunto muito comum, você já deve ter
ouvido falar que o FEG normalmente é associado
com a adiposidade localizada, isso é real e vamos
aprender em sequência. Agora, também acontece
em pessoas, mulheres consideradas eutróficas,
com peso considerado normal.
Considerando que as duas disfunções podem
estar associadas, você consegue imaginar como
mulheres magras desenvolvem o Fibroedema-
geloide?
Inicialmente, vamos falar do Fibroedemageloi-
de (FEG), que popularmente é conhecido como
celulite. O FEG causa uma alteração da circulação,
diminuindo o fluxo sanguíneo da região afetada, levando a um edema na derme. Esse edema comprime
os adipócitos (células adiposas) que se rompem, formando micro e macro nódulos, podendo aumentar
em tamanho e em quantidade.
Existem evidências de que o fibroedemageloide seja uma característica sexual secundária feminina,
é quase universal em mulheres e raras em homens. Esses dados partem do princípio do componente
hormonal diferentes entre os sexos.
O hormônio estrogênio é indicativo da incidência do FEG no sexo feminino, iniciando após pu-
berdade. Representa importante função na qualidade e na deposição da gordura corporal, além de
facilitar o edema. O período pré-menstrual tem forte relação com o agravamento do FEG, ocorrendo
nessa fase uma retenção de água e ganho de peso.
Dessa forma, embora na prática clínica exista uma relação do FEG com erros alimentares e sobrepeso,
mulheres com peso normal ou até abaixo do peso podem apresentar fibroedemageloide em razão da
qualidade e quantidade de deposição da gordura corporal e edema provocados pela ação hormonal.
Se eu perguntar qual é a principal característica do fibroedemageloide, automaticamente virá em
sua mente o aspecto de casca de laranja, aqueles famosos furinhos indesejáveis, não é? Agora, você,
aluno(a), sabia que essa característica pode te auxiliar em um diagnóstico difícil ou duvidoso? Convido
você a realizar uma simples experiência.
Escolha uma pessoa de sua preferência e faça uma breve avaliação clínica. Observe se há presença
visível do aspecto de casca de laranja. Caso não seja evidente, faça uma leve compressão com seus
dedos indicador e polegar na área celulítica e observe as características apresentadas. Peço, ainda, a
observação da presença de dor durante esse processo de compressão. Vamos lá?

96
UNIDADE 3

Qual foi a característica que você encontrou realizando o teste? Houve aspecto de casca de laranja?
Se sim, ele se apresentava leve, moderado ou aumentado? Você identificou presença de dor durante a
pressão realizada? Muito bem, vamos entender como esse processo pode auxiliar no diagnóstico do FEG!
Como é sabido, o aspecto de casca de laranja da pele é a característica mais comum do FEG. Essa
característica pode ser utilizada pelo profissional para auxiliar na classificação da sua gravidade.
No decorrer desta unidade, você aprenderá que o FEG, apesar de comum e presente em um grande
número de pessoas, apresenta muita complexidade. Seu desenvolvimento é diferente, mesmo que suas
causas e consequências sejam as mesmas.
Quando o FEG não é aparente ao repouso, fica claro que a sua gravidade é menor, logo, a presença
do aspecto de casca de laranja visível ao repouso evidencia maior grau. Ainda quanto maior a evidência,
onde a aparência passa de casca de laranja para “saco de nozes” e, em acréscimo dores, diminuição da
temperatura, alteração da coloração da pele ou presença de varicoses, maior o grau de comprometimento.
Você consegue identificar essas características por meio do teste de casca de laranja. É realizado
pelo profissional com uma pressão do dedo indicador e polegar na região celulítica. A presença do
FEG no local evidenciará o aspecto de casca de laranja. O aspecto pode se apresentar de forma leve,
moderado ou elevado, como também ser acompanhado de dores. Mesmo simples, esse procedimento
auxilia muito no diagnóstico e, portanto, na decisão e elaboração do protocolo de tratamento.
Não é uma receita de bolo! O profissional esteticista comprometido deve saber que cada paciente
apresenta um fator específico para o desenvolvimento do FEG e isso influencia na quantidade e na
gravidade desse desequilíbrio. Portanto, mesmo que os recursos terapêuticos disponíveis apresentem
indicações comuns ao FEG, o fator desencadeante e principalmente agravante deve ser considerado.
Se um sapato apertado causa bolha no pé, fazer um curativo e continuar usando o sapato não
resolverá o problema. Assim, o tratamento não deve ser realizado apenas pelo aspecto aparente, os
recursos devem apresentar funções específicas do fator desencadeante, agravante e aparente. Isto posto,
considere o fato de que o paciente é único e seu tratamento deve ser individual.

DIÁRIO DE BORDO

97
UNICESUMAR

Inicialmente, vamos falar do Fibroedemageloide (FEG), que popularmente é conhecido como celulite.
O termo utilizado como celulite surgiu na França, em 1920, pela observação de Alquim e Paviot. Logo,
esse termo passou a ser muito conhecido e, embora impróprio, é utilizado até os dias atuais.
A partir daí, muitos outros estudos foram realizados para adequar a melhor nomenclatura da doença,
pois, de acordo com alguns autores, existem controvérsias quanto à utilização desse termo, sendo que o
sufixo “ite” é indicativo de inflamação, mas os estudos indicam o FEG uma disfunção não inflamatória
do tecido (BORGES; SCORZA, 2016; KEDE; SABATOVICH, 2015).
Muitos termos são utilizados para designar a celulite baseando-se no aspecto do tecido, das alte-
rações encontradas e também na população acometida. Dentre eles, o mais utilizado por representar
melhor sua definição é o Fibroedemageloide (FEG). Assim, como o termo celulite é muito conhecido
e utilizado pela população, tanto por mídia quanto por profissionais da área da estética, abordaremos
essa disfunção em ambas nomenclaturas: Fibroedemageloide (FEG) e Celulite (BORGES; SCORZA,
2016; KEDE; SABATOVICH, 2015).
Segundo Kede e Sabatovich (2015), o FEG é definido como uma patologia multifatorial, ocor-
rendo degeneração do tecido adiposo e interface entre alteração de matriz intersticial, estase
microcirculatória e hipertrofia dos adipócitos. Essas alterações clinicamente geram uma retração
irregular da superfície cutânea com o clássico aspecto “casca de laranja”.
É designado como uma infiltração edematosa do tecido conjuntivo, não inflamatória, seguida de poli-
meração da substância fundamental amorfa do espaço intersticial da derme. Essa infiltração de líquido no
tecido conjuntivo causa edema, multiplica-se e produz uma reação fibrótica consecutiva. De forma geral, o
FEG é uma doença que afeta a derme e o tecido adiposo subcutâneo, assim, formando nódulos de fibrose,
alteração vascular e depressão na pele da região acometida (BORGES; SCORZA, 2016; GUIRRO, 2010).
Entender a formação desse processo, ou seja, a sua fisiopatologia, sua incidência e instalação,
facilitará a compreensão do seu desenvolvimento. Existem evidências de que a doença seja de pre-
dominância feminina, sendo quase universal em mulheres após a puberdade e rara em homens, com
exceção daqueles que apresentam deficiência ou disfunção de andrógenos. Homens obesos raramente
a apresentam, enquanto que mulheres magras ou não podem apresentar frequentemente.
Evidências indicam o hormônio estrogênio e a organização do tecido adiposo diferente entre os
sexos como uma explicação para maior incidência do FEG no sexo feminino (BORGES; SCORZA,
2016; GUIRRO, 2010; KEDE; SABATOVICH, 2015). Com função importante, o hormônio estrogê-
nio representa grande atuação na qualidade e na deposição da gordura corporal, além de facilitar a
retenção de água e formação de edema (BORGES; SCORZA, 2016).
Estruturalmente, existem diferenças na organização dos tecidos subcutâneos entre homens e mulheres,
sendo maiores no sexo feminino. O tecido adiposo feminino é composto por septos fibrosos finos e frouxos
que se distribuem de forma perpendicular à derme. Essa distribuição facilita uma protrusão vertical dos
nódulos adiposos, formando hérnias de gordura na derme. Assim, mulheres apresentam tecido adiposo
mais espesso, maiores células de gordura e um tecido conjuntivo frouxo, caracterizando uma face ondulante.
Esse processo identifica a produção de saliências, o aspecto de “casca de laranja” ou também chamado de
fenômeno do colchão, caracterizados, principalmente, pela hipertrofia das células de gordura.

98
UNIDADE 3

Predominantemente, acometem nádegas, coxas e abdome, podendo se manifestar também em


outras regiões, com exceção de região palmar, plantar ou couro cabeludo (BORGES; SCORZA, 2016).
Etiopatogenia se refere às causas que levam à formação da doença. Delinear uma etiologia para o fibroe-
demageloide seria impossível, visto que são inúmeros os fatores causadores que, quando somados, contri-
buem para a formação da doença. Assim, a maioria dos pesquisadores estabelecem suas causas em fatores
predisponentes, desencadeantes e agravantes assim determinados (GUIRRO, 2010; HOLANDA, 2010).
Os fatores predisponentes geram uma probabilidade razoavelmente aumentada para a instalação
da doença. Tais fatores são destacados pela hereditariedade e desequilíbrio hormonal.
• Hereditariedade: o fator hereditário está representado sobre a disposição genética do indivíduo
somados ao sexo, a idade e a raça, que também são predispostos ao biotipo corporal. Apresenta
maior disposição na raça branca, sendo de menor incidência nas raças negra e oriental. O FEG
se apresenta em 80% das pessoas da mesma família e tende aparecer na pré-adolescência, ado-
lescência ou na idade adulta e no sexo feminino. A representação da gordura corporal é incluída
em adição a todos os fatores hereditários, estabelecendo a distribuição de gorduras em padrões
ginoide ou androide (BORGES; SCORZA, 2016; GUIRRO, 2010; KEDE; SABATOVICH, 2015)
• Hormonais: o hormônio estrogênio é indicado como grande responsável pela disfunção inicial do
FEG no sexo feminino após a puberdade. Alterações das quantidades ideais do hormônio estrogênio
apresentam ações diretas no tecido. Essas ações levam à perda da elasticidade das fibras colágenas, a
hipertrofia das células adiposas, aumenta a permeabilidade da membrana dos capilares, facilitando
o edema local. Além disso, hormônios como a progesterona desencadeiam edema em cada ciclo
menstrual, podendo levar ao FEG. Outro exemplo é a prolactina, que aumenta a retenção hídrica
no tecido adiposo. Esses desequilíbrios podem iniciar, agravar ou até perpetuar o fibroedemageloide
em mulheres (BORGES; SCORZA, 2016; KEDE; SABATOVICH, 2015).

Agora vamos falar um pouco sobre os fatores desencadeantes e agravantes. Nesse grupo, estão
incluídos itens que podem ser modificados ao longo da vida, os hábitos vividos pelo indivíduo, como
alimentação, ingestão de álcool ou tabaco, prática de atividade física, estresse da vida diária, distúrbios
posturais e ortopédicos e doenças preexistentes que exigem utilização de medicação contínua.
• Hábitos alimentares: consumo de açúcares e gorduras em excesso estimula e aumenta a
lipogênese. O sal excessivo contribui para a retenção hídrica. Dietas pobres em proteínas fa-
vorecem a desestruturação do tecido conjuntivo, e a ingestão baixa de fibras e água diminui o
funcionamento intestinal.
• Prática de Atividade Física: o exercício físico melhora e mantém o tônus muscular, além de
criar apoio para a gordura sobrejacente. Assim, o sedentarismo predispõe a flacidez muscular
que prejudica o retorno venoso, favorece o edema, a diminuição da massa magra e o aumento
do tecido adiposo.

99
UNICESUMAR

Por conseguinte, a Obesidade e Sobrepeso se associam aos hábitos alimentares e às práticas físicas.
O excesso da gordura corporal desencadeia inúmeros mecanismos de disfunção metabólica, levando
a efeitos deletérios em todo tecido comprometido. O aumento excessivo do tecido adiposo compri-
me ainda mais os vasos sanguíneos e linfáticos já prejudicados, referenciando-se como agravante do
aspecto celulítico.
• Ingestão de álcool e tabaco: ambos têm grande influência na microcirculação, diminuem
a oxigenação dos tecidos e aumentam a formação de radicais livres. Além disso, a ingestão de
álcool estimula o aumento do tecido adiposo.
• Distúrbios Posturais e Ortopédicos: posturas inadequadas ou desvios posturais da coluna,
geno valgo ou varo tendem a comprimir o tecido adiposo em áreas específicas que reforçam o
aspecto de casca de laranja.
• Medicamentos e doenças preexistentes: terapias estrogênicas e uso de contraceptivos favo-
recem a formação de edema. Patologias que exigem uso contínuo de corticoesteroides, anti-
-histamínicos, antitiroideanos ou betabloqueadores agravam a doença.
• Distúrbios circulatórios: disfunções circulatórias, como insuficiência venosa, varizes e edema
linfático fornecem condições ótimas para o início da doença, bem como serem agravantes para
ela.
• Fator Psicossomático: estresse emocional, depressão e ansiedade ou até frustração aumentam
os índices de catecolaminas que, em altas concentrações, são lipogênicas (BORGES; SCORZA,
2016; GUIRRO, 2010; KEDE; SABATOVICH, 2015). As catecolaminas são hormônios que
funcionam também como neurotransmissores (transmissores de sinais nervosos). Quimica-
mente, as catecolaminas são classificadas como adrenalina, noradrenalina e dopamina. Durante
a prática de atividade física ou em situações de estresse, o hipotálamo estimula a produção de
adrenalina e noradrenalina, que aumentam o débito cardíaco, a pressão arterial e o fluxo san-
guíneo do fígado, músculos e tecido adiposo. A dopamina é responsável pela emoção e sensação
de prazer (TORTORA, 2019).

A presença ou a somatória desses fatores determinam a maior ou menor susceptibilidade do fibroe-


demageloide. O progressivo aumento da deposição de gordura dentro dos adipócitos causa uma
aproximação entre eles, comprimindo os vasos sanguíneos e linfáticos que os permeiam, afetando a
nutrição e oxigenação da pele (BORGES; SCORZA, 2016).
Para melhor compreensão do aumento do depósito de gordura nos adipócitos, bem como a com-
pressão dos vasos que os permeiam, caracterizando o aspecto do fibroedemageloide, é demonstrado
na figura a seguir:

100
UNIDADE 3

Figura 1 - Compressão do tecido circulatório pelo tecido adiposo e formação do FEG

Descrição da Imagem: demonstra a ilustração do tecido subcutâneo e a formação do FEG, sendo, da esquerda para a direita, a
primeira imagem, a representação do tecido normal que, observando debaixo para cima as células de gordura, fibras colágenas e
elásticas, vasos sanguíneos e pele se encontram de tamanho e aparência normais. A segunda imagem, observando debaixo para cima,
apresenta células de gordura aumentadas de tamanho e quantidade, desestruturação das fibras colágenas e elásticas, compressão
dos vasos sanguíneos e relevo da pele, caracterizando o aspecto celulítico.

O fibroedemageloide é classificado pelo profissional por meio da avaliação, incluindo todos os seus
processos, sendo anamnese, exame físico e complementar (ANDRADE et al., 2018).

Figura 2 - Classificação do FEG


quanto ao aspecto da pele

Descrição da Imagem: apresenta


imagem de uma coxa feminina sen-
do comprimida pelas duas mãos da
paciente, evidenciando o aspecto de
casca de laranja na pele.

101
UNICESUMAR

O aspecto da pele no FEG muda, e na avaliação de um paciente com fibroedemageloide, durante


a inspeção e palpação, o profissional procura identificar alterações que evidenciem a doença, como
relevo, coloração e flacidez da pele, presença de disfunções circulatórias (telangectasias e equimoses),
condições do tônus muscular e da pele, e presença de dor durante a palpação. Como é sabido, o aspec-
to de casca de laranja da pele é a característica mais comum do FEG e é também utilizada como um
dos testes clínicos para auxiliar na classificação da sua gravidade, chamado teste da casca de laranja
(ANDRADE et al., 2018; BORGES; SCORZA, 2016; GUIRRO, 2010).

Figura 3 - Teste de casca de laranja

Descrição da Imagem: Terapeuta


comprimindo a região posterior da
coxa de uma paciente com os dedos
polegar e indicador, evidenciando
a rugosidade (casca de laranja) da
pele entre os dedos.

Para sua realização, o profissional deve pressionar o tecido adiposo entre os dedos polegar e indicador.
Esse procedimento, quando realizado e houver a presença do FEG, pode evidenciar o aspecto de casca
de laranja na pele.
O teste de contração muscular voluntária também é utilizado para identificar o aspecto de casca de
laranja. Para isso, basta solicitar que o paciente realize uma contração muscular voluntária (BORGES;
SCORZA, 2016).

102
UNIDADE 3

Figura 4 - Teste de casca de laranja com contração da musculatura glútea

Descrição da Imagem: a figura apresenta duas imagens. A primeira demonstra a coxa e os glúteos feminino contraídos, evidenciando
a casca de laranja na região. A segunda apresenta a mesma imagem sem contração e sem aparência da casca de laranja.

A aparência de casca de laranja auxilia na classificação dos graus do FEG e, quanto maior a evidência,
maior o grau apresentado. O teste de pressão também é utilizado para auxiliar no diagnóstico do
FEG. Sua realização consiste em pressionar o tecido adiposo entre os dedos e a pele, similar ao teste
de casca de laranja (Figura 4), porém promovendo uma tração vertical. Quando ocorre presença de
dor maior do que o normal considerado, representa um sinal de FEG associado a uma alteração de
sensibilidade dolorosa.
Para melhor identificar e quantificar o quadro doloroso, pode-se considerar como sem dor, dor
fraca, dor desconfortável ou dor angustiante e dor torturante. O quadro doloroso representa um aco-
metimento do tecido e é utilizado como auxiliar na classificação do grau de acometimento do FEG,
sendo que no grau 1 não há presença de dor; no grau 2, dor fraca ou desconfortável; no grau 3, dor
desconfortável ou angustiante, podendo apresentar sensação de perna cansada; no grau 4, considera-
dos casos mais graves, a dor é constante e/ou torturante, pele sensível ao toque pela compressão das
terminações nervosas, possível avaliar a presença de nódulos na pele (BORGES; SCORZA, 2016).
A classificação evolutiva do fibroedemageloide pode ser dividida em três ou quatro graus de
acordo com seu aspecto clínico e histopatológico. Segundo Guirro (2010), a classificação em três graus
se apresenta mais utilizada por representar as alterações clínicas mais marcantes. Outros autores utili-
zam quatro graus para sua classificação, entretanto, a colocação numérica e quantitativa varia entre 0 a
3 e de 1 a 4 graus, sendo da mesma forma classificada em 4 graus (ANDRADE et al., 2018; BORGES;
SCORZA, 2016; GUIRRO, 2010; KEDE; SABATOVICH, 2015).
Uma outra classificação evolutiva do FEG é a chamada BIMED (Método Integrado Biorreológico
com Sistema Dinâmico e Endermologia) que consiste em esquemas de terapias integradas, utilizando
quatro grupos nomeados como grupo constitucional; alterações nutricionais; presença de sinais cutâ-
neos; presença de sintomas (BORGES; SCORZA, 2016; KEDE; SABATOVICH, 2015).

103
UNICESUMAR

Utilizaremos como princípio a classificação em quatro


estágios, quatro graus.
• Grau 1: fibroedemageloide latente ou assintomático, apre-
sentando apenas alterações histopatológicas iniciais. Aspecto
de casca de laranja presente apenas pela compressão dos
dedos ou contração muscular voluntária. Não apresenta
alterações de sensibilidade a dor e o relevo cutâneo se apre-
senta normal.
• Grau 2: a irregularidade do relevo cutâneo se apresenta visí-
vel durante o repouso. Agravamento do aspecto com a com-
pressão dos dedos e a contração muscular voluntária. Pode
ser acrescentado de reduções da temperatura e edema local.
• Grau 3: acrescido de nódulos e aderências nos planos pro-
fundos acompanhados de dor. Aspecto de casca de laranja
visível durante a inspeção, presente em qualquer posição
apresentada pelo paciente. A pele adota aparência de saco
de nozes.
• Grau 4: representa a fase mais avançada. Aspecto de casca
de laranja se mantém constantemente. Evolução de nódulos
e aderências, apresentando-se mais visíveis, palpáveis e do-
lorosos. Flacidez de pele e diminuição do tônus muscular.
Sensação de dor aumentada, podendo se tornar constante,
(ANDRADE et al., 2018; BORGES; SCORZA, 2016; GUIR-
RO, 2010).

Clinicamente, o fibroedemageloide apresenta aspecto aparen-


te, manifestações visíveis e condicionadas pela textura das lesões.
Manifesta-se sob aspectos diferentes entre os indivíduos, porém,
sua afecção primária permanece a mesma. Seu acometimento se
vincula sempre às mesmas causas, as mesmas transformações do
tecido conjuntivo, com os mesmos sinais e sintomas, levando às
mesmas consequências (GUIRRO, 2010).
Suas diferentes formas de manifestações clínicas podem estar
relacionadas ao metabolismo individual de cada organismo, das
disponibilidades hereditárias, como também a quantidade dos fa-
tores determinantes ou agravantes. Assim, o FEG é representado
em sua manifestação clínica em quatro formas, cada uma acome-
tendo um perfil específico de pacientes, (GUIRRO, 2010; KEDE;
SABATOVICH, 2015).

104
UNIDADE 3

As apresentações clínicas do FEG podem ser: dura, flácida,


edematosa ou mista.
• Dura: presente em indivíduos jovens e magros, fisicamente
ativos e músculos definidos. Não são comuns grandes de-
formações. Encontrado também em indivíduos obesos, de
peso médio ou ligeiramente elevado que nunca tenham tido
perda de peso importante. Apresenta grande espessamento
da pele com impossibilidade de mobilização dos planos su-
perficiais, pois estão presos nos planos profundos. Aparência
de casca de laranja presente, zonas endurecidas, percepção
de varicosidades, equimoses e extremidades frias. A pele
fica cada vez mais seca, rugosa e, apesar do espessamento
cutâneo, a epiderme se apresenta com uma textura fina e
delicada, podendo apresentar estrias (BORGES; SCORZA,
2016; GUIRRO, 2010).
• Flácida: considerada a forma mais importante, tanto ao
número como nas manifestações aparentes, sendo a de maior
incidência. Normalmente, acomete pessoas sedentárias, com
antecedentes desportivos ou após perda de peso sem ativi-
dade muscular. Frequente após a terceira década, podendo
ser a manifestação da dura não tratada. Tecidos superficiais
sem consistência, distribuem-se sem resistência, deforman-
do-se com qualquer posição adotada. Déficit circulatório,
varicosidades associadas com edema e sensação de peso nos
membros acometidos (GUIRRO, 2010; KEDE; SABATOVI-
CH, 2015; PEREZ; VASCONCELOS, 2014).
• Edematosa: normalmente, apresenta um aspecto de ede-
ma tecidual puro e simples. Encontrado em qualquer faixa
etária e peso, ou seja, indivíduos jovens ou adultos, obesos
ou não. Frequente em mulheres com desequilíbrio circula-
tório, usuárias de métodos contraceptivos hormonais. Ao
tato presença de placas rígidas, aspecto enrugado “casca de
laranja” e edema apresentado à pressão digital (GUIRRO,
2007; KEDE; SABATOVICH, 2015).
• Mista: representa variações dos tipos já apresentados, ma-
nifestando-se em diferentes partes do corpo. FEG duro em
região glútea e flácido em região abdominal (BORGES;
SCORZA, 2016).

105
UNICESUMAR

Um diagnóstico preciso é fundamental para uma resposta terapêutica eficaz. Assim, além de uma ava-
liação clínica detalhada, investigações complementares são requeridas, a fim de fechar o diagnóstico
preciso e prosseguir no protocolo de tratamento.
Algumas ferramentas são utilizadas para auxiliar não apenas para classificação do FEG, mas tam-
bém para acompanhar os resultados da intervenção terapêutica. Os mais comuns utilizados são
documentação fotográfica, exame antropométrico, bioimpedância e termografia (ANDRADE et al.,
2018; BORGES; SCORZA, 2016; KEDE; SABATOVICH, 2015).
• Documentação fotográfica: ferramenta importante, porém de difícil utilização no FEG, sendo
que os registros são eficazes para acometimentos mais graves, com aparência clínica evidentes
na inspeção. Além disso, requer uma padronização de fundo, posicionamento, avaliador e todos
os cuidados para qualquer registro fotográfico de um paciente (KEDE; SABATOVICH, 2015).
• Exame Antropométrico: simples e de baixo custo, utilizado frequentemente por sua sim-
plicidade. Mensura-se peso (kg), altura (m), circunferências (cm) e índice de massa corporal
(IMC). Por mais que seja específico para obesidade e adiposidade localizada, esse exame se
torna importante especialmente porque o FEG pode estar associado ou ser agravado com a
obesidade (BORGES; SCORZA, 2016; KEDE; SABATOVICH, 2015).
• Bioimpedância: avalia as composições corporais. Calcula as proporções de água, massa gorda
(gordura) e massa magra (massa óssea, muscular e residual). O processo se faz por meio de um
fluxo de corrente elétrica pelo corpo. Apesar de rápido e não invasivo, não avalia as alterações
do tecido conjuntivo e a microcirculação não caracteriza o volume local, alterações circulatórias
e o tecido adiposo (BORGES; SCORZA, 2016).
• Termografia: exame realizado por meio de placas de cristal termossensíveis colocadas sobre
a pele. Após alguns segundos de contato da placa com a pele, aparece um mapa de cores que é
determinado pelas diferentes temperaturas da pele. Regiões com alteração do fluxo sanguíneo
e áreas de hipóxia se diferenciam das de circulação normal representada por cores variadas na
placa. As cores rósea, verde ou azul com áreas homogêneas e uniformes indicam ausência da
doença ou menor comprometimento circulatório. Áreas frias, com comprometimento circu-
latório, são identificadas pela coloração escura, sendo amarelo, marrom ou preto, chamadas
“buracos negros” ou “pele de leopardo”, evidenciando graus mais elevados do FEG (BORGES;
SCORZA, 2016; KEDE; SABATOVICH, 2015).

106
UNIDADE 3

As alterações e consequências do FEG e adiposidade localizada no tecido adiposo se relacio-


nam ao seu estoque. Um dos principais objetivos de tratamento se relacionam ao seu gasto,
queima, ou seja, sua conversão em energia, diminuindo o tamanho e o número dos adipócitos,
melhorando o aspecto do FEG e diminuindo a gordura localizada. Como a gordura é queimada
e utilizada como energia?
Os substratos energéticos são convertidos em energia, o ATP – Trifosfato de Adenosina que é
a energia imediata para quase todo o metabolismo e deve ser produzida constantemente. O
maior fornecimento de ATP para as células vem da gordura. A gordura armazenada no adipócito
como triglicerídeo é quebrada em glicerol e ácido graxo, processo denominado de lipólise. O
ácido graxo é a molécula responsável pela produção do ATP, para isso, deve ser transformado
em acetil CoA, processo chamado de betaoxidação, a partir daí entrar no Ciclo de Krebs e dar
início da produção de ATP, processo chamado de Fosforilação Oxidativa.
Fonte: adaptado de Costil, Wilmore e Kenney (2012).

O mundo cada vez mais globalizado, em constante atualização e crescimento, tem tornado o mercado
de trabalho cada vez mais competitivo e exigente. Para acompanhar esse processo, o ser humano tem
enfrentado jornadas de trabalho exaustivas, com diminuição do tempo livre, acúmulo de afazeres,
mudanças de hábitos alimentares, diminuição da mobilidade e do lazer, induzindo o sedentarismo.
Esse fato tem levado ao estresse físico, psicológico e várias outras consequências na saúde física
e emocional do ser humano. Consideradas como consequências, as disfunções estéticas podem ser
desenvolvidas ou aceleradas por esses fatores. A adiposidade localizada é uma disfunção estética
causada por vários fatores, alguns deles se relacionam diretamente pela alteração dos hábitos alimen-
tares, bem como aos hábitos de vida (LELIS, 2012; MAGALHÃES, 2016).
A adiposidade localizada ou gordura localizada é caracterizada pelo acúmulo de gordura em áreas
variadas do corpo, quando há excesso da reserva do tecido adiposo em determinadas regiões, ocor-
rendo mesmo quando o indivíduo não está acima do peso.
Dentre os fatores causadores, destacam-se o sexo, a idade, etnia, sedentarismo, dietas hipercalóri-
cas, predisposição genética, uso de tabaco, alterações hormonais, estresse, uso de anticoncepcionais
e algumas patologias do sistema venoso ou linfático (FASSHEBER et al., 2018). Mesmo que em pe-
quenas quantidades, a adiposidade localizada incomoda muito, principalmente o público feminino, e
tem sido uma das principais queixas para tratamentos estéticos, como uma alternativa de driblar essa
disfunção (BORGES; SCORZA, 2016).
Dessa forma, para desenvolver e aplicar um tratamento eficaz a essa disfunção, é necessário um
conhecimento aprofundado sobre a anatomia e fisiologia do tecido adiposo, bem como sua etiopato-
genia e conhecer as variadas técnicas de tratamento. Vamos lá!

107
UNICESUMAR

Vamos falar sobre o tecido adiposo? A pele é formada por duas partes principais, a epiderme,
mais superficial e mais fina, e a derme, localizada abaixo da epiderme, sendo mais profunda, espessa
e vascularizada. Abaixo da derme, mas sem fazer parte da pele, encontra-se a tela subcutânea, tam-
bém chamada de hipoderme. A hipoderme é composta por tecido areolar e adiposo, portanto, é na
hipoderme que se armazena a gordura.
O tecido adiposo é composto por células chamadas de adipócitos especializadas em armazenar
triglicerídeos (gorduras) e são pertencentes ao tecido conjuntivo frouxo, presentes na hipoderme. Entre
suas funções, a hipoderme age como amortecedor e isolante térmico para regiões corporais, estoca
energia metabólica, pode sintetizar hormônios, além de modelar a superfície corporal (BORGES;
SCORZA, 2016; TORTORA, 2019).
Poros
Queratinócitos
mortos

EPIDERME Queratinócitos

Células basais

GORDURA Células de
gordura

Miocitos

MÚSCULO

Figura 5 - Representação das camadas e células da pele e hipoderme

Descrição da Imagem: ilustração das camadas e células da pele e hipoderme. Observando de cima para baixo, a figura demonstra a
epiderme com os poros e os queratinócitos mortos, em seguida a derme com seus queratinócitos (células rosadas) e células basais
(em branco) e, abaixo a hipoderme, o tecido adiposo com as células adiposas (em amarelo), e a única camada é representada pelo
tecido muscular (em vermelho).

Os adipócitos são compostos por uma única grande gotícula de triglicerídeo (gordura), seu citoplasma
e núcleo são empurrados para a periferia da célula e um conjunto de adipócitos forma o tecido adiposo,
neste caso, chamado tecido adiposo branco (unilocular ou amarelo) presentes em indivíduos adultos
(BORGES; SCORZA, 2016; TORTORA, 2019).

108
UNIDADE 3

Figura 6 - Imagem do tecido adipo-


so e adipócitos

Descrição da Imagem: à esquerda,


a figura demonstra um corte histo-
lógico do tecido adiposo represen-
tado por células ovais brancas. A
direita apresenta a imagem de uma
célula adiposa (adipócito) ampliada
por microscópio e representada por
uma célula oval com gordura no seu
interior (em amarelo) e seu núcleo
na periferia superior (em vermelho).

Um outro tipo de tecido adiposo é chamado de tecido adiposo marrom ou pardo. Seus adipócitos
são menores, apresentam núcleo central e seu citoplasma contém várias gotículas de triglicerídeos e
muitas mitocôndrias (responsáveis pela sua cor escura), exerce a função a termogênese (produção de
calor) e está presente em neonatos (BORGES; SCORZA, 2016; TORTORA, 2019).

Figura 7 - À esquerda: adipócito branco (amarelo ou unilocular); à direita: adipócito marrom (pardo)

Descrição da Imagem: à esquerda, há a ilustração de um adipócito (amarelo) com uma única e grande gotícula de gordura (amare-
lo), um núcleo (azul) e uma mitocôndria (marrom). À direita, há a ilustração de um adipócito (marrom) com um núcleo (azul), várias
gotículas de gordura (amarelo) e várias mitocôndrias (marrom).

109
UNICESUMAR

Os adipócitos são as únicas células do organismo especializadas em armazenar lipídios (gorduras). De


acordo com a necessidade energética do indivíduo, ou seja, do seu metabolismo, a gordura armaze-
nada no adipócito é utilizada para produção de energia, por meio da lipólise. Quando o metabolismo
celular é lento, a quantidade de energia para o seu funcionamento é menor, assim, com energia além
do necessário, a gordura é estocada (BORGES; SCORZA, 2016; GUIRRO, 2010).
O ser humano obtém energia por meio dos alimentos, neles são encontrados nutrientes em forma
de carboidratos, gorduras e proteínas. Esses três componentes funcionam como combustíveis ou
substratos de energia que, após ingeridos, podem ser fracionados, convertidos em energia e utilizados
pelas células do corpo, processo chamado de bioenergética (COSTIL; WILMORE; KENNEY, 2012).

Figura 8 - Substratos energéticos. Nutrientes alimentares – Carboidratos, gorduras e proteínas

Descrição da Imagem: demonstra uma variedade de nutrientes alimentares (carboidratos, gorduras e proteínas) representadas por
vários alimentos com peixe, sementes, legumes, frutas e mel.

110
UNIDADE 3

Precisamos todo o tempo de energia, pois a utilizamos diária e constantemente. Como vimos, os
alimentos são fonte de energia para o organismo por meio de seus substratos; em uma alimentação
adequada e equilibrada, a quantidade de nutrientes ingeridos é igual ao gasto realizado, porém se a
ingestão for maior do que o gasto e a oferta de energia é abundante, a gordura é estocada. Ao contrário,
em um déficit calórico, ou seja, uma ingestão abaixo do necessário, o organismo utiliza da energia
estocada (como a gordura por exemplo) para produzir energia, manter seu funcionamento normal e
não entrar em falência (BORGES; SCORZA, 2016).
Os adipócitos confiam na função de armazenar a gordura e apresentam a capacidade de aumentar
ou diminuir seu volume de acordo com a quantidade de triglicerídeos em seu interior (LOPES, 2017).

Pele

Célula de gordura

Célula muscular

Pessoas normais e saudáveis

Pele

Célula de gordura

Célula muscular
Gordura em pessoas com obesidade

Figura 9 - Representação do tecido adiposo normal e aumentado (estoque de gordura)

Descrição da Imagem: Acima, a figura demonstra a ilustração da pele e tecido adiposo normal, representa pela pele (em cor rosa),
tecido adiposo com células de gordura redondas e iguais (em amarelo), seguidas do tecido muscular com células ovais (em verme-
lho). Abaixo a ilustração da pele e tecido adiposo aumentados, representados pela pele (na cor rosa) mais larga, tecido adiposo com
células de gordura redondas de tamanhos variados (em amarelo), seguidas do tecido muscular com células ovais (em vermelho).

Vamos nos atentar sobre as Atividades adipocitárias para armazenar e eliminar gordura: os
carboidratos são armazenados no organismo em forma de glicogênio que, em quantidades excessivas é
transformado em triglicerídeo e armazenado no tecido adiposo, como gordura. As proteínas também
fornecem energia, porém em menor quantidade e, para isso, precisam ser transformadas em glicose.
Em casos de depleção de energia, as proteínas podem ser transformadas em ácidos graxos livres e
gerar energia.

111
UNICESUMAR

Ambos os processos, os carboidratos e as proteínas podem ser trans-


formados em triglicerídeos para fornecer energia quando necessário,
tais processos denominados lipogênese. A gordura (ácido graxo),
produzida ou proveniente da alimentação, é armazenada nos adipócitos
em forma de triglicerídeos, processo chamado de lipidogênese.
Para produzir energia, a gordura deve ser quebrada em sua menor
unidade, o ácido graxo, ser lançada na corrente sanguínea e utilizada
como fonte de energia pelos tecidos corporais, processo chamado de
lipólise. Em síntese, a forma que o tecido adiposo armazena a gordura
é denominada de lipogênese e lipidogênese e o meio que se transforma
em energia para os tecidos é denominado lipólise (BORGES; SCORZA,
2016; COSTIL; WILMORE; KENNEY, 2012).
A adiposidade localizada é definida como um excesso de adipóci-
tos localizados de forma desordenada distribuídos em várias regiões
do corpo, ou seja, quando a quantidade de gordura é maior do que o
seu gasto, o organismo armazena e reserva essa gordura dentro das
células adiposas (BORGES; SCORZA, 2016). As causas da adiposi-
dade localizada estão diretamente ligadas a diversos fatores, como
sexo, idade, etnia, herança genética, hormônios, hábitos alimentares
e de vida. Outro fator que influencia a adiposidade localizada é o
biotipo corporal. O biotipo corporal define o tipo de obesidade de
acordo com a localização regional da gordura (FASSHEBER et al.,
2018; LOPES, 2017; PEREZ; VASCONCELOS, 2014).
Obter um diagnóstico preciso e definir um protocolo de tratamento
eficaz é fundamental para conquistar os objetivos propostos, bem como
um resultado satisfatório. Para isso, a avaliação corporal deve ser realiza-
da de forma criteriosa. Na avaliação corporal, a análise do biotipo físico
é realizada durante a inspeção, visto na Unidade 1, avaliação corporal.
Os biotipos físicos se dividem em dois tipos básicos: biotipo
androide (maçã), biotipo ginoide (pera) e, ainda, houve a neces-
sidade em formar um terceiro biotipo, chamado biotipo misto,
para melhorar a qualificação e padronização, visto que os biotipos
básicos podem não se adequar em determinados indivíduos, po-
dendo haver uma variação ou combinação entre biotipos androide e
ginoide. Conhecer o biotipo corporal e as características específicas
de cada um deles é imprescindível nos tratamentos estéticos cor-
porais, principalmente para a adiposidade localizada que, muitas
vezes, está associada ao fibroedemageloide ou flacidez muscular e
de pele (BORGES; SCORZA, 2016; KEDE; SABATOVICH, 2015).

112
UNIDADE 3

Figura 10 - Representação dos biotipos corporais e suas variações.

Descrição da Imagem: a figura ilustra mulheres e os biotipos corporais com 5 imagens. Da esquerda para a direita, a primeira
apresenta o desenho de uma mulher com braços longos, tórax magro, cintura fina e gordura localizada nos quadris e coxas, repre-
sentando biotipo ginoide. A segunda apresenta o desenho de uma mulher com corpo esguio, cintura fina, com ombros e quadris
de tamanho equilibrado, como uma ampulheta de tempo, representando um dos biotipos mistos. A terceira apresenta o desenho
de uma mulher com corpo esguio, ombros largos e tórax pequeno com acúmulo de gordura em ambos, pouca cintura e quadris,
delineando um triângulo com a ponta para baixo, representa um dos biotipos mistos. A quarta apresenta o desenho de uma mulher
com gordura localizada em região abdominal, tórax, seios e cintura, com rosto redondo, delineando a imagem de uma maçã, repre-
senta o biotipo androide. A quinta apresenta o desenho de uma mulher com corpo esguio, com ombros, tórax, cintura e quadril do
mesmo tamanho, delineando um retângulo entre os ombros e quadris, representa um dos biotipos mistos.

Na 1ª representação da Figura 10, observamos o biótipo ginoide (tipo pera) clássico, é mais comum
em mulheres. Indivíduos com biótipo ginoide normalmente apresentam braços longos, tórax magro,
cintura fina e gordura localizada nos membros inferiores, especialmente em coxas e quadris. A 4ª
representação se refere ao biotipo androide clássico (tipo maçã), é mais comum em homens, porém
as mulheres também apresentam. Indivíduos com biotipo androide possuem como característica
principal o acúmulo de gordura em região abdominal, com rosto redondo, de aspecto gorducho e
gordura localizada em tórax, seios, abdome e cintura. A 2ª, 3ª e 5ª demonstram o biotipo misto, ou
seja, a variação dos biotipos corporais (BORGES; SCORZA, 2016; KEDE; SABATOVICH, 2015).

113
UNICESUMAR

As disfunções estéticas causam e são causadas por alterações no funcionamento fisiológico do


organismo. Os recursos terapêuticos atuam a reorganizar e restabelecê-los. Conhecer a anatomia,
fisiologia, ação dos ativos, ação dos equipamentos e das técnicas utilizadas é fundamental para
obtenção dos objetivos, bem como aos resultados.

Embora sejam disfunções estéticas distintas, o fibroedemageloide e a adiposidade localizada, na maioria


das vezes, estão relacionadas e associadas, assim, as abordagens terapêuticas utilizadas para ambas
podem ser realizadas de forma conjunta, utilizando dos mesmos efeitos fisiológicos e terapêuticos
(PEREZ; VASCONCELOS, 2014).
Consideradas como disfunções de origem multifatorial, o fibroedemageloide pode se apresentar em
diferentes graus sobrepostos na mesma região ou em várias regiões corporais. Ainda que se manifeste
de forma diferente entre os indivíduos acometidos, apresentam as mesmas causas, sinais, sintomas e
consequências. Da mesma forma, a adiposidade localizada pode se apresentar em diferentes formas e
regiões entre as pessoas, de acordo com o biotipo individual. Muitas causas entre as duas disfunções
são as mesmas ou, ainda, uma consequente da outra (GUIRRO, 2010; BORGES; SCORZA, 2016).
Assim, o terapeuta pode escolher diversas técnicas entre seus pacientes ou mesmo vários recursos
em um mesmo programa de tratamento. O tratamento do FEG e Adiposidade Localizada incluem
desde cosméticos, com ativos específicos, técnicas e recursos manuais, recursos eletrotermofotote-
rapêuticos, orientações e recomendações de home care cosméticos e de hábitos e nutricosméticos.
Agora que você conheceu o fibroedemageloide e a adiposidade localizada, abordaremos os principais
recursos terapêuticos utilizados para seus tratamentos (BISSON, 2020; LOPES, 2017; SILVA; SANTOS;
OLIVEIRA, 2014).
Com o crescimento ascendente do mercado da beleza no Brasil e no mundo, criou-se o conceito
“beleza de dentro”, que se refere a alimentos, nutracêuticos e bebidas que agregam saúde e bem-estar.
Desenvolvidos com o objetivo de promover, manter ou prevenir a saúde da pele, unhas e cabelo, foram
denominados nutricosméticos (BISSON, 2020).
Os nutricosméticos são produtos naturais ou nutrientes de administração oral utilizados com o
objetivo de proporcionar a beleza de dentro para fora. São suplementos específicos para determinados
distúrbios estéticos que, em geral, apresentam em sua composição aminoácidos, ácidos graxos essen-
ciais, colágeno, fitoterápicos, além de vitaminas e minerais (VENTURI; SANT’ANNA, 2020; MATOS,
2015). São encontrados em forma de cápsulas, chamados encapsulados, em forma de pó, preparo de
shakes ou suco, líquidos, chocolates, gomas, sorvetes e outros (VENTURI; SANT’ANNA, 2020).

114
UNIDADE 3

Um nutricosmético, de acordo com sua composição, auxilia, por exemplo, no retardo do enve-
lhecimento cutâneo, melhora da firmeza da pele, do aspecto irregular provocado pelo FEG ou na
melhora dos desequilíbrios causadores da adiposidade localizada. Seus ativos naturais ou minerais
é que determinam suas ações e, portanto, muito utilizados de forma complementar em tratamentos
estéticos (MATOS, 2015).
Os cosméticos são utilizados em tratamentos estéticos como agentes tópicos destinados a afetar a
função corporal, sendo sua eficácia potencializada por substâncias ativas presentes em sua formulação.
Para tratamentos do FEG, os cosméticos utilizados apresentam princípios ativos com objetivo
de aumentar o fluxo sanguíneo local, estimular a eliminação e reduzir a produção de radicais livres,
promover a diminuição dos adipócitos locais, além de reduzir edema e estimular o retorno venoso.
Na prática clínica, faz-se necessário o terapeuta conhecer os princípios ativos, bem como os efeitos
terapêuticos dos cosméticos escolhidos para o tratamento.
Os cosméticos utilizados para os tratamentos da adiposidade localizada são constituídos de princí-
pios ativos capazes de atuar nos processos bioquímicos da formação das células de gordura, formação
de triglicerídeos e na transformação do triglicerídeo em ácido graxo e glicerol. Assim, os ativos eficazes
no tratamento da gordura localizada devem possuir ações de inibição da lipidogênese, inibição da
lipogênese e ativação da lipólise (MATIELLO et al., 2018b; MATOS, 2015).
Desse modo, considerando que as consequências do FEG se associam com as da gordura localizada,
os cosméticos utilizados para seus tratamentos devem conter princípios ativos que apresentem ações
eficazes tanto nas transformações da congestão do tecido conjuntivo, no meio intersticial, melhoran-
do a circulação, a flacidez e em uma possível inflamação, como também os que atuam na ativação da
lipólise e inibição lipidogênese e lipogênese (BORGES; SCORZA, 2016; MATIELLO et al., 2018b;
MATOS, 2015).

115
UNICESUMAR

O Quadro 1 representa os principais ativos contidos em composições cosméticas utilizados nos


tratamentos de adiposidade localizada e fibroedemageloide.
Ativos Inibidores da Ativos Inibidores da lipogênese Ativos Estimulantes da Lipólise
lipidogênese
Fisetina Ácido hidroxítrico Hera
Frambinona Adiporeguline L-carnitina
Liporeductil Aspartame Liporeductil
MyricelineTM Fisetina Metilxantinas
Nano-framboesa Floridzina Ioimbina
Pro Sveltyl Frambinona Regu-slim®
ProvislimTM Garcínia Camboja Silanois Slimbuster H e L Teobro-
Scopariane MyricelineTM mina
Silusyne Nano-framboesa Teofilina
Sveltessence Neurocafeína Xantogosil
Slimbuster L Algisium C
Bioex
Antilipêmico
Cafeína
Cafeisilane C
Quadro 1 - Ativos cosméticos eficazes para Fibroedemageloide e Adiposidade Localizada
Fonte: adaptado de Matos (2015).

116
UNIDADE 3

O Quadro 2 apresenta os principais ativos utilizados nos tratamentos do FEG com ações e locais de
atuação específicos no tecido.
Atuantes no Atuantes na Anti-inflamatório Tensores
Interstício Microcirculação
Centelha asiática aobromine® Adipol ATP Flex
Ácido ascórbico Capsicum Arnica Coheliss
Enzimas de difusão Castanha-da-Índia Bioex Antilipêmico Coupe D ́eclat
Enzimas proteolíticas Centella asiática Celulinol Dermochlorella DMAE
Vegetais e algas Nicotinato de Metila Centella asiática Idebenona
Tretinoína e retinol Flavonoides Castanha-da-Índia Liftline
Silícios orgânicos e silanóis Ginkgo Biloba Nicotinato de metila Raffermine
Laranja amarga Silanois Regu-Slim®
Liporeductil Silícios orgânicos Slimbuster L
Meliloto Xantogosil Tensea lift
Mirtilo Tensine
Hera Toniskin
Xantogosil
Bioex Antilipêmico
Mentol
Slimbuster H
Pilosella
Quadro 2 - Ativos eficazes nos tratamentos do fibroedemageloide, ações e atuação no tecido
Fonte: adaptado de Matos (2015).

Considerando a variedade de ativos disponíveis nos tratamentos do FEG e adiposidade localizada, os


de origem natural, provenientes das plantas, apresentam efeitos terapêuticos de comprovação científica
que ajudam o organismo na normalização de suas funções fisiológicas prejudicadas.
Cada planta dá origem a um óleo essencial, cujas propriedades terapêuticas se relacionam aos
princípios ativos compostos em cada uma delas. Podem ser utilizados em várias aplicações dos siste-
mas corporais como respiratório, digestivo, circulatório, nervoso, endócrino, muscular e até na pele
(AMARAL, 2015; SAAD et al., 2018; SOUZA; MARTINEZ, 2017).
Segue uma sugestão de protocolo de tratamento para massagem modeladora com o uso de óleos
essenciais e minerais utilizados para fibroedemageloide e adiposidade localizada apresentadas no
Quadro 3.

117
UNICESUMAR

Fibroedemageloide Adiposidade Localizada Detox Corporal


5 ml de OV de gérmen de trigo 2 ml de OV de abacate 3 ml de OV de jojoba
1 ml de OV de jojoba 2 ml de OV de macadâmia 3 ml de OV de macadâmia
2 gotas de OE de alecrim 2 ml de OV de girassol 3 gotas de OE de lemongrass
2 gotas de 0E de grapefruit 3 gotas de OE de grapefruit 1 gota de OE de palmarosa
1 gota de OE de lemongrass
Nota: Óleo Vegetal (OV) – Óleo
Essencial (OE).

Quadro 3 - Sugestão de óleos essenciais e vegetais para massagem modeladora nos tratamentos do FEG, adi-
posidade localizada e detox corporal / Fonte: Adaptado de Matos (2015).

A seguir, abordaremos os principais recursos terapêuticos utilizados nos tratamentos das patologias
estudadas nesta unidade.
A massagem tem seu fundamento no toque das mãos sobre o corpo. É utilizada com o objetivo
de promover o relaxamento, analgesia, estimular a circulação, diminuir edema, além de mobilizar
estruturas (PEREZ; LEVIN, 2014; VERSAGI, 2015).
A massagem proporciona um efeito mecânico pela pressão manual no local realizado, assim, pode
estimular e melhorar a circulação, estimulando a eliminação de metabólitos e mobilizando fibroses
existentes. No sistema linfático, a massagem proporciona aumento do seu fluxo, drenando o excesso de
linfa acumulada. As manobras de massagem mais utilizadas para o tratamento do FEG e adiposidade
localizada são de massagem modeladora e drenagem linfática (FASSHEBER et al. 2018; OLIVEIRA,
2018; PEREZ; LEVIN, 2014; SIMÃO et al., 2018; SIMÃO, 2019).
A massagem modeladora é utilizada com o objetivo de favorecer a modelagem corporal cau-
sada pela redução de medidas da área, obtida pela melhora da circulação e modificação mecânica
do tecido conjuntivo. Sua execução ocorre por meio das manobras de deslizamento, amassamento,
pinçamento e percussão por meio de movimentos firmes, rápidos, vigorosos e rítmicos. São realizados
com alternância de pressão moderada e forte, suficientes para mobilizar o tecido, aumentar o fluxo
sanguíneo e o metabolismo local, sem causar hematomas ou lesões teciduais (BORGES; SCORZA,
2016; SIMÃO, 2019).
Cabe ressaltar que os efeitos da massagem modeladora na adiposidade localizada estão relacionados
aos efeitos fisiológicos causados pelos mediadores químicos que estimulam a lipólise. A massagem
modeladora potencializa a penetração dos princípios ativos cosméticos, facilitando sua permeação,
aumentando a circulação local, a mobilização dos tecidos mais profundos, adiposo e muscular, bem
como uma melhor acomodação dos adipócitos no tecido, favorecendo o contorno corporal e mode-
lando o tecido (MATOS, 2015; SIMÃO et al., 2018; VERSAGI, 2015).

118
UNIDADE 3

A drenagem Linfática Manual (DML) é uma técnica específica realizada por manobras no sistema
vascular linfático, auxiliando a regular sua composição e suas funções (FOLDI; STROBENREUTHER,
2012; VASCONCELOS, 2015). O sistema vascular linfático é um sistema de drenagem corporal. Tem
a função de transportar e drenar a linfa e substâncias nela contida da periferia para a circulação veno-
sa. Assim, a DML estimula o sistema linfático na eliminação de líquidos e resíduos do metabolismo,
promovendo a renovação da linfa, sua reabsorção e transporte (FOLDI; STROBENREUTHER, 2012;
OLIVEIRA, 2018).
O acúmulo de substâncias nocivas que causam toxicidade ou patologias e estão presentes no inters-
tício podem ser removidas com pressão e deslocamento da pele promovidas pela drenagem linfática.
Dessa forma, a drenagem linfática manual é indicada em situações de estase capilar e formação de
edema, salvo para suas contraindicações absolutas, aquelas que colocam em risco a saúde e a vida do
paciente e, portanto, nunca podem ser ignoradas, e as contraindicações relativas são situações em que
a realização da técnica possa trazer benefícios maiores que os riscos para a saúde do paciente (VAS-
CONCELOS, 2015; VERSAGI, 2015).
Inúmeras técnicas foram desenvolvidas por vários autores, como Vodder, Leduc, Foldi e Godoy, e,
independente da técnica escolhida pelo profissional, suas manobras devem apresentar três caracte-
rísticas fundamentais: pressão, ritmo e sentido (VASCONELOS, 2015).
Para que seja efetiva, as manobras devem ser realizadas de forma lenta e suave. Isso porque 80%
dos vasos linfáticos do corpo se localizam superficialmente e para manipular a linfa presente nessas
superfícies a pressão aplicada deve apresentar, no máximo, uma pressão de 40 mm/hg, suficiente para
promover o deslocamento da linfa (FOLDI; STROBENREUTHER, 2012; VASCONCELOS, 2015).
Esse recurso terapêutico é indicado para diminuição do edema, melhorar o retorno venoso, dre-
nando o excesso de líquido acumulado no espaço intersticial, normalizando as pressões tissulares e
hidrostáticas, diminuindo a formação de fibrose, sendo muito indicada e utilizada nos tratamentos
do fibroedemageloide, como também coadjuvante na adiposidade localizada (BORGES; SCORZA,
2016; FOLDI; STROBENREUTHER, 2012).
As principais abordagens terapêuticas utilizadas nos tratamentos do FEG e adiposidade localizada,
recorrendo aos benefícios da temperatura fria, são a bandagem fria e a criolipólise, que veremos em sequência.
É utilizada no FEG por meio da técnica de bandagem fria (aprendido na Unidade 2 deste livro),
principalmente quando se associa a adiposidade localizada. A diminuição da temperatura e a vaso-
constrição provocada pode levar a utilização da gordura para gerar energia e produzir calor local.
Ao mesmo tempo, aumenta a circulação periférica, melhorando a oxigenação e nutrição dos tecidos
(BORGES; SCORZA, 2016; PEREZ; VASCONCELOS, 2014).
A criolipólise é uma técnica que utiliza como princípio o “resfriamento» localizado do tecido
adiposo subcutâneo de forma não invasiva por meio de temperaturas em torno de -5 a -15 ºC medi-
das externamente. As células de gordura são mais sensíveis ao efeito do frio do que os tecidos da pele,
dos nervos e dos músculos. Quando são resfriadas em torno de zero grau, sofrem uma inflamação
chamada de paniculite lobular. Esse processo inflamatório desencadeia um processo de morte celular
programada, chamado de apoptose (AGNE, 2016; BORGES; SCORZA, 2014).

119
UNICESUMAR

Apoptose é um processo natural que acontece em muitas células do nosso corpo que têm vida limi-
tada, que em certo momento envelhecem e não apresentam mais capacidade de realizar suas funções
e são substituídas por novas células. Entretanto, as células de gordura, quando expostas à temperatura
extrema, como o frio, por exemplo, induz a morte dos adipócitos, levando a uma apoptose induzida
(AGNE, 2016).

Congelamento da Gordura – Criolipólise

Muitos de nós temos células Resfriamento localizado e Após o tratamento as células Células de gorduras são
de gorduras que podem ser controlado do tecido adiposo de gordura cristalizadas são eliminadas.
resistentes a dietas e para cristalizar as células de removidas após semanas ou
exercícios; gordura; meses pelo sistema imune;

Figura 11 - Representação do quadro de apoptose adipocitária induzida pela criolipólise

Descrição da Imagem: a figura apresenta 4 ilustrações referentes ao quadro de apoptose induzida pele criolipólise, sendo, da
esquerda para a direita: a primeira ilustração, demonstra o tecido adiposo aumentado com aumento do número e tamanho das
células adiposas; a segunda ilustração, o aplicador (em copo) da criolípólise sugando o tecido adiposo e, resfriando o tecido em seu
interior (região fria dentro do aplicador representada em azul); a terceira ilustração demonstra o tecido adiposo congelado após a
realização da criolipólise, representado pelas células adiposas congeladas na cor azul; a quarta ilustração demonstra o tecido adi-
poso após alguns meses de criolipólise representado pela diminuição e tamanho das células adiposas, com espaçamento entre elas.

Portanto, a criolipólise por meio do resfriamento do tecido causa uma diminuição do tecido adiposo
subcutâneo localizado. A técnica é realizada por meio de um aparelho composto de um aplicador
(manopla) em forma de copo que utiliza um vácuo moderado para sugar a gordura para dentro do
aplicador, formando uma prega. A prega dentro do aplicador fica posicionada entre duas placas de
resfriamento presente em suas laterais que resfriam o tecido adiposo (BORGES; SCORZA, 2014;
BORGES; SCORZA, 1016).

120
UNIDADE 3

Criolipólise –
Congelamento
de gordura

Antes Criolipólise Depois

Figura 12 - Aplicação da criolipólise. Copo de aplicação e placas de resfriamento no tecido adiposo

Descrição da Imagem: apresenta 3 ilustrações, sendo: a primeira ilustra a aplicação da criolipólise com aplicador (em copo) sugan-
do o tecido adiposo e resfriando o tecido em seu interior (região fria dentro do aplicador representada em azul); a segunda ilustra
uma paciente deitada na maca recebendo aplicação da criolipólise em região abdominal; a terceira ilustra o console (aparelho) de
criolipólise com dois aplicadores (copo) em cada lateral. Inferiormente, a figura ainda indica 3 ilustrações, sendo: a primeira ilustra
um corpo com acúmulo de gordura em região de flancos; a segunda ilustra a aplicação da criolipólise em região abnominal anterior;
a terceira ilustra a região de flancos após alguns meses de criolipólise com eliminação de gordura nos flancos.

Para regiões desprovidas de gordura ou pele para formação de prega, utiliza-se aplicações com placas
de resfriamento, em que, neste caso, não há utilização do vácuo.

121
UNICESUMAR

Figura 13 - Aplicação de criolipó-


lise com placas, sem presença do
vácuo

Descrição da Imagem: demonstra


a imagem de uma mulher deitada
na maca recebendo aplicação de
criolipólise com aplicadores em for-
ma de placas na região abdominal e
culotes (direito e esquerdo).

Ambas as aplicações são realizadas com proteção da pele por meio de uma manta anticoagulante,
evitando queimaduras. Por ser tão importante e fundamental, a manta deve apresentar boa qualidade,
ser individual para cada área aplicada, conter registros na Anvisa e jamais ser cortada.

Olá aluno(a)! Agora você conheceu e iniciou atividades práticas de


forma específica em duas das principais disfunções estéticas corpo-
ral, o FEG e a adiposidade localizada. Considerando a importância
dos recursos terapêuticos disponíveis para seus tratamentos estéti-
cos, quero te falar um pouco mais sobre a CRIOLIPÓLISE com orien-
tações específicas e fundamentais desse método tão eficaz no trata-
mento de gordura localizada.

A técnica de vacuoterapia utiliza aparelhos geradores de pressão negativa (vácuo), causando uma
sucção localizada, contínua ou pulsada, produzindo uma depressomassagem e uma depressodre-
nagem linfática, (BORGES; SCORZA, 2016). Apresentam cabeçotes (manoplas) que, por meio do
vácuo, produzem aspiração do tecido, podendo ser acrescidos de rolos em seu interior, auxiliando seu
deslizamento (BORGES; SCORZA, 2016; GUIRRO, 2010).
A técnica produz uma mobilização profunda da pele e da tela subcutânea, aumentando a circulação
sanguínea e linfática, além de mobilizar o tecido conjuntivo, agindo sobre o processo fibrótico, dimi-
nuindo as alterações da pele que caracterizam o aspecto de casca de laranja do FEG e a mobilização
do tecido na adiposidade localizada (BORGES; SCORZA, 2016; GUIRRO, 2010).

122
UNIDADE 3

A iontoforese é uma técnica que realiza a penetração de substâncias ionizáveis no organismo através
da pele. Ocorre pelos efeitos de uma corrente contínua, de baixa frequência e polarizada, denominada
corrente galvânica. De forma geral, a substância ionizável com princípio ativo é embebida no eletrodo
que apresente a mesma polaridade. Em contato com a corrente galvânica, haverá uma eletrorrepulsão,
ou seja, o carreamento do princípio ativo através da pele (BORGES; SCORZA, 2016; ROSA; LOPES,
2018). Os efeitos produzidos pela iontoforese dependem do princípio ativo das substâncias ionizadas.
Para o tratamento do FEG e adiposidade localizada, os cosméticos normalmente apresentam funções
que ativam a circulação sanguínea e linfática, ações lipolíticas e hidratantes (GUIRRO, 2010; ROSA;
LOPES, 2018).
A técnica de eletrolipólise, também chamada eletrolipoforese, consiste na aplicação de uma corrente
elétrica de baixa frequência, contínua ou alternada, atuando diretamente nos adipócitos acumulados,
produzindo sua destruição e estimulando sua posterior eliminação. É realizada por meio de agulhas
de acupuntura implantada na hipoderme (BORGES; SCORZA, 2016; ROSA; LOPES, 2018).
A corrente russa é uma das modalidades muito utilizadas em tratamentos estéticos corporais.
Trata-se de um tipo de corrente elétrica com propriedade excitomotora, promovendo contrações mus-
culares (AGNE, 2013; GUIRRO, 2010). A corrente russa é uma corrente elétrica de média frequência,
despolarizada, que utiliza frequências de 2.500 a 4000 Hz. É utilizada para fins estéticos com o objetivo
de minimizar a flacidez e a perda do tônus muscular em regiões como coxas, abdome, glúteos e braços
(MATIELLO et al., 2018a).
Utilizada nos tratamentos do fibroedemageloide como coadjuvante, principalmente nos casos
de FEG flácida, em que se apresenta massa muscular pouco desenvolvida e tecidos superficiais sem
consistência (BORGES; SCORZA, 2016; KEDE; SABATOVICH, 2015).
O ultrassom é uma das modalidades terapêuticas mais utilizadas nos tratamentos de fibroede-
mageloide e adiposidade localizada. É um aparelho que utiliza a energia elétrica para produzir ondas
sonoras (AGNE, 2013; GUIRRO, 2010).
As ondas sonoras produzidas pelo aparelho de ultrassom se dão por meio de um cristal presente
em seu cabeçote transdutor mediante vibrações mecânicas com frequências de ondas de 1 MHz,
atingindo estruturas mais profundas, e 3 MHz alcançando planos mais superficiais. As disfunções
estéticas normalmente estão localizadas mais superficialmente e, por isso, a frequência utilizada é de
3 MHz (AGNE, 2013; BORGES; SCORZA, 2016; GUIRRO, 2010).
As ondas ultrassônicas apresentam duas formas de emissão: o modo pulsado, com efeitos térmico
e mecânico diminuídos; e o modo contínuo, com efeitos térmico e mecânico. Neste caso, o efeito
mecânico e o aumento da temperatura produzido no modo contínuo, pode levar ao efeito tixotrópico
do ultrassom, transformando substâncias sólidas em géis ou géis em líquido (AGNE, 2013; BORGES;
SCORZA, 2016; MATIELLO et al., 2018a).

123
UNICESUMAR

A maioria dos efeitos terapêuticos do ultrassom acontece por meio de um fenômeno chamado
cavitação e ocorre em toda aplicação. A passagem do feixe ultrassônico nos tecidos provoca oscilações
das moléculas e células situadas em seu caminho, essas oscilações estimulam a formação de bolhas de
ar/gás nos líquidos, em que as ondas sonoras se propagam. Ainda, a cavitação pode ocorrer de duas
formas: a cavitação estável, em que as bolhas geradas oscilam, aumentam e diminuem de tamanho,
mas permanecem intactas e é responsável pela maioria dos efeitos do ultrassom convencional; e a
cavitação instável, em que o volume das bolhas geradas se altera de forma rápida e violenta, levando a
implosão destas. A cavitação instável, na adiposidade localizada, promove o rompimento da membrana
do adipócito, levando o complexo adipocitário desintegrar (AGNE, 2016; BORGES; SCORZA, 2016).
Levando em consideração as alterações teciduais do FEG como, a congestão do tecido conjuntivo,
formação de fibroses, o comprometimento vascular e linfático e o aumento do número e tamanho dos
adipócitos causados também pela adiposidade localizada, o ultrassom diminui a viscosidade do local,
aumentando o fluxo sanguíneo, melhorando a oxigenação e o metabolismo, (MATIELLO et al., 2018a).
Atualmente, o ultrassom tem sido utilizado com equipamentos focalizados de ultracavitação. A
terapia de ultracavitação conta com os mesmos princípios do ultrassom terapêutico convencional, o
que os diferem é a forma diferenciada da emissão das ondas sonoras, produzindo um altíssimo nível
de intensidade ultrassônica, proporcionando um tratamento localizado, possibilitando aumento da
intensidade do feixe ultrassônico no foco desejado (BORGES; SCORZA, 2016). A ultracavitação
vem sendo denominada comercialmente de várias maneiras, podendo ser classificadas como: HIFU
(High intensity focused ultrasound), Ultrassom Focalizado de Alta Intensidade e Ultrassom de
baixa frequência e baixa intensidade, ultrassom cavitacional plano, ultrassom cavitacional
não focalizado (BORGES; SCORZA, 2016; FASSHEBER et al., 2018; RODRIGUES; PETRI, 2018).
De forma geral, a ultracavitação está indicada principalmente no tratamento de adiposidade locali-
zada, podendo o equipamento cavitacional plano melhorar de forma considerável o tecido acometido
do fibroedemageloide (BORGES; SCORZA, 2016).
A radiofrequência (RF) é uma modalidade terapêutica não invasiva que utiliza ondas eletro-
magnéticas para produzir calor (RODRIGUES; PETRI, 2018). Este recurso terapêutico utiliza ondas
eletromagnéticas de alta frequência e média intensidade, transformando a energia eletromagnética
em energia térmica, processo que ocorre por meio da fricção, vibração, das moléculas de água dos
tecidos, gerando calor nos tecidos alvo (BORGES; SCORZA, 2016; KEDE; SABATOVICH, 2015).

124
UNIDADE 3

O aumento da temperatura produzido pela radiofrequência provoca uma vasodilatação, melho-


rando a consistência e a firmeza tissular, reabsorvendo líquidos, levando maior oxigenação e nutrição
para os tecidos. Estimula a circulação com aumento da drenagem venosa, auxiliando a remoção de
catabólitos e favorecendo a diminuição de edemas. Além disso, a elevação da temperatura atua nas
fibras colágenas, remodelando-as e estimulando a neocolagenase (produção de novas fibras). Ainda, a
alta temperatura causada pela RF é indicada para diminuição da gordura imediatamente subcutânea,
associada ao aspecto de casca de laranja no FEG. Considera-se que a temperatura alta pode causar
um trauma térmico na membrana adipocitária, inutilizando o adipócito para armazenar triglicerídeos
(BORGES; SCORZA, 2016; RODRIGUES; PETRI, 2018).
Os efeitos promovidos pela radiofrequência dependem da temperatura tecidual e do tempo que
o aquecimento será mantido. Em sequência, são apresentadas algumas sugestões de temperatura da
radiofrequência para tratamentos do FEG com associação de outros recursos terapêuticos.
Patologia Tempera- Frequência de tra- Combinação de tratamento
tura tamento
FEG flácido ou aspecto 41 oC a 43 oC Máximo de duas Iontoforese ou fonoforese com ati-
celulítico sessões semanais. vos que aumentem a produção de
colágeno, hidratantes ou lipolíticos
e Vacuoterapia.
FEG compacto e edematoso Ultrassom/fonoforese, massagem
37 oC a 38 oC modeladora, drenagem linfática
manual e Vacuoterapia.
Três sessões semanais.
Quadro 4 - Sugestão de temperatura da radiofrequência com associação de outros recursos terapêuticos para
o FEG. / Fonte: adaptado de Borges e Scorza (2016).

Existe uma diversidade de técnicas e recursos que podem ser utilizados nas terapias de adiposidade
localizada e fibroedemageloide, utilizados em conjunto para ambas disfunções ou de forma singular
mediante a seus efeitos específicos para cada uma delas. Várias outras técnicas também são utilizadas
como complemento terapêutico, por exemplo: a termoterapia (manta térmica), plataforma vibra-
tória, hidrolipoclasia ultrassônica e ondas de choque. Todas, apesar de suas indicações específicas
ou associadas, são utilizadas de forma combinadas, objetivando resultados mais efetivos (BORGES;
SCORZA, 2016).

125
UNICESUMAR

Olá aluno(a)! Nessa unidade, aprendemos duas disfunções muito procu-


radas no dia a dia clínico. Quanto mais preparado você estiver, melhor
será o seu trabalho e, em consequência, os resultados obtidos. Para
acrescentar seus conhecimentos, recomendo dois vídeos de técnicas,
cosméticos, equipamentos e protocolos que podem ser utilizados aos
tratamentos do FEG e gordura localizada, veja:

Reduxcel Max - Método Flash Detox - Manobras de Massagem:

Sonic Compact Maxx HTM - Guia da plataforma de ultrassom + correntes:

Para acessar, use seu leitor de QR Code.

Querido(a) aluno(a)! Nesta unidade, você pode aprender duas das principais disfunções corporais
procuradas em tratamentos estéticos, o fibroedemageloide e a adiposidade localizada.
Você obteve conhecimentos específicos dos conceitos, causas e, principalmente, da fisiopatologia
de cada uma delas. De forma especial, pode compreender que seus processos de desenvolvimento
causam e são causados por um desequilíbrio do funcionamento normal do organismo, ou seja, seu
estado fisiológico. Com isso, conscientizar-se cada vez mais da importância dos conhecimentos de
anatomia e fisiologia para trabalhar com o corpo humano, como também trabalhar com o paciente
estético, trata-se não apenas da beleza, mas da saúde.
Você aprendeu que ambas as disfunções, na maioria das vezes, andam juntas e que a maioria das
abordagens terapêuticas podem ser associadas de forma a complementar uma a outra e, com isso, a
escolha ideal do protocolo de tratamento. Em continuidade, aprendeu a importância dos ativos cos-
méticos utilizados nos tratamentos estéticos corporais e da utilização dos nutricosméticos no papel da
nutrição e bem-estar, ligando-se à aparência e à beleza. E por fim, os principais recursos terapêuticos
utilizados nos tratamentos de fibroedemageloide e adiposidade localizada.
O conhecimento obtido nesta unidade dará novas habilidades e possibilidades em diversificar
tratamentos. Você será capaz de elaborar procedimentos com maior qualidade, utilizar de recursos
variados e associá-los a técnicas e cosméticos, obtendo resultados eficazes e satisfatórios.

126
Muito bem, vamos colocar seu conhecimento em prática? Chegou a sua vez! Imagine que chega
até você uma paciente com 32 anos de idade que faz usos de contraceptivos hormonais, sobre-
peso localizado em pelve e coxas, com braços longos e tórax magro. É sedentária e apresenta
fibroedemageloide em coxas e glúteos de relevo “casca de laranja” visível ao repouso, edema nos
pés e na região de coxas apresentado à pressão digital.
Assim, como profissional dedicado(a) que é, preocupou-se em analisar o caso com cuidado para
traçar um protocolo de tratamento preciso e eficaz. Diante disso, de acordo com todo conteúdo
aprendido na Unidade 3, descreva no campo a seguir todas abordagens terapêuticas indicadas
aos tratamentos do FEG e adiposidade localizada, por meio do Mapa Mental, vamos lá?

Descrição da Imagem: iniciamos o mapa mental com “Recursos terapêuticos usados para este caso”, à direita e à esquerda
deste mapa temos dois quadrados para cada lado que devem ser preenchidos por você, estudante. Abaixo, temos a seguinte

MAPA MENTAL
frase “Infiltração edematosa no tecido conjuntivo; formação de fibrose; aumento do número e tamanho dos adipócitos; conges-
tionamento vascular; edema e dor”. Para à esquerda deste quadrado, temos “Paciente com adiposidade localizada + FEG”; para
a direita há um novo quadrado preenchido com “Possíveis causas” e mais 5 ramificações que você deve preencher de acordo
com o conhecimento adquirido nesta unidade.

127
MAPA MENTAL

128
1. O FEG é definido como uma patologia multifatorial, ocorrendo degeneração do tecido adipo-
so e interface entre alteração de matriz intersticial, estase microcirculatória e hipertrofia dos
adipócitos (KEDE; SABATOVICH, 2015). Diante da afirmação, descreva a classificação evolutiva
do FEG grau 3, de classificação clínica flácida e a avaliação do teste de casca de laranja.

2. Recurso terapêutico que causa uma paniculite fria localizada, morte adipocitária por apoptose
e uma diminuição do tecido adiposo subcutâneo localizado.
Assinale a alternativa correta correspondente ao recurso terapêutico mencionado anterior-
mente.
a) Ultrassom.
b) Corrente russa.
c) Criolipólise.
d) Radiofrequência.
e) Eletrolipólise.

3. O ultrassom é um recurso terapêutico muito utilizado no tratamento de adiposidade localizada


e FEG. Seus efeitos são baseados no fenômeno causado nos tecidos chamado de Cavitação.
Provoca oscilações cíclicas, estimulando a formação de bolhas cheias de ar/gás nos líquidos
do meio onde as ondas sonoras se propagam. Existem dois tipos de cavitação: cavitação es-
tável e cavitação instável (BORGES; SCORZA, 2016). Sabendo disso, descreva cavitação estável
e cavitação instável.

AGORA É COM VOCÊ

129
1. Questão 1.

Classificação evolutiva do FEG - Grau 3: acrescido de nódulos e aderências nos planos profundos acom-
panhados de dor. Aspecto de casca de laranja visível durante a inspeção, presente em qualquer posição
apresentada pelo paciente. A pele adota aparência de saco de nozes.

Classificação Clínica do FEG - Flácida: considerada a forma mais importante, tanto ao número como nas
manifestações aparentes, sendo a de maior incidência. Normalmente, acomete pessoas sedentárias,
com antecedentes desportivos ou após perda de peso sem atividade muscular. Frequente após a ter-
ceira década, podendo ser a manifestação da dura não tratada. Tecidos superficiais sem consistência
se distribuem sem resistência, deformando-se com qualquer posição adotada. Déficit circulatório,
varicosidades associadas com edema e sensação de peso nos membros acometidos.

Teste da “casca de laranja - Para sua realização, o profissional deve pressionar o tecido adiposo entre
os dedos polegar e indicador. Esse procedimento, quando realizado e houver a presença do FEG, pode
evidenciar o aspecto de casca de laranja na pele.

2. Questão 2.
CONFIRA SUAS RESPOSTAS

Alternativa C – Criolipólise. A criolipólise causa uma paniculite fria localizada, morte adipocitária por
apoptose e uma diminuição do tecido adiposo subcutâneo localizado.

3. Questão 3.

Cavitação estável, as bolhas geradas oscilam, aumentam e diminuem de tamanho, mas permanecem
intactas e é responsável pela maioria dos efeitos do ultrassom convencional.

Cavitação instável, o volume das bolhas geradas se altera de forma rápida e violenta, levando a implo-
são destas. A cavitação instável, na adiposidade localizada, promove o rompimento da membrana do
adipócito, levando o complexo adipocitário desintegrar

130
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REFERÊNCIAS

132
133
MEU ESPAÇO
MEU ESPAÇO

134
4
Flacidez, Discromias e
Principais Abordagens
para Tratamentos
Especiais
Me. Paula Rebola

Olá, aluno(a), seja bem-vindo(a) à Unidade 4. Chegou a hora de você


aprender os conceitos de flacidez tissular, muscular e estrias. Identificar
suas causas, desenvolvimento e classificações. Aprenderá os principais
recursos terapêuticos para os protocolos estéticos corporais. A seguir,
aprenderá os conceitos dos principais tipos de discromias corporais, as
localizações mais comuns e suas principais abordagens terapêuticas.
Em continuidade, você aprenderá as principais abordagens em trata-
mentos especiais, cuidados estéticos utilizados em gestantes e após a
gestação, como também as principais abordagens terapêuticas utiliza-
das nos pacientes da terceira idade. Por fim, concluiremos a unidade,
bem como a disciplina de estética corporal polindo-se da importância
da qualidade de vida para os tratamentos estéticos corporais. Ficou
entusiasmado? Vamos lá!
UNICESUMAR

Você sabe por que a pele fica


flácida?
Nessa unidade, vamos falar
muito sobre a pele. As disfun-
ções corporais que você apren-
derá se relacionam diretamente
à pele e aos músculos. Quando
falamos de tratamentos em
flacidez tissular ou muscular,
estrias, discromias, gravidez ou
tratamentos para terceira idade,
no envelhecimento, não pode-
mos separá-los da pele.
Pelas várias funções que
exerce a pele, é considerada
um importante órgão, além de
envolver o corpo, nos separa do
meio externo e previne a perda de água, controla a temperatura do corpo e recebe estímulos sensoriais
de tato, pressão e dor. A pele sofre progressiva deterioração morfológica e fisiológica. Esse desgaste pode
ser antecipado e agravado por fatores externos como hábitos de vida e alimentares, exposição ao sol,
poluição, sedentarismo e vários outros. Uma das consequências da debilidade dos tecidos corporais
pode ser a flacidez. E você já se perguntou por quê?
O que o tempo, os fatores genéticos ou os fatores externos causam para o desenvolvimento ou a
evolução da flacidez?
Inicialmente, flácido, de acordo com o dicionário Aurélio (HOLANDA, 2010), refere-se a um adjetivo
de algo que está frouxo, sem rigidez ou firmeza, que está mole ou lânguido. Na área da estética, a flacidez é
uma alteração caracterizada pela perda do tônus e da elasticidade dos tecidos muscular e cutâneo. Tônus
é definido como o estado de semitensão que suas fibras se encontram quando estão em repouso, ou seja,
possuem uma certa tensão sem se contrair e quando estão relaxadas (PEREZ; VASCONCELOS, 2014).
A pele permite nossos movimentos por conta de sua elasticidade. Sua tensão a permite voltar ao
estado normal de repouso sem sofrer alteração. Diferentemente de quando se mantém tensionada por
um longo período, por exemplo, gestação ou ganho rápido de peso seguido de emagrecimento. Nesses
casos, sua estrutura e células se degradam ou perdem a capacidade funcional natural, deixando-a frouxa
ou flácida. A epiderme, camada mais superficial da pele, é composta por tecido epitelial e não apresenta
vascularização, sua nutrição vem da derme.

136
UNIDADE 4

A derme e a hipoderme, além de extremamente vascularizadas, são compostas em sua grande parte
por tecido conjuntivo que, em meio de suas variadas funções, estabelecem a consistência, sustentação e
flexibilidade da pele. Com o tempo, o tecido conjuntivo perde sua funcionalidade, levando à desorga-
nização das fibras colágenas e elásticas. A pele, por sua vez, apresenta grande quantidade desse tecido
e, por ser mais exposta aos agentes ambientais, sofre maior deterioração em consequência de agressões
físicas, químicas e mecânicas desenvolvendo a flacidez.
Você percebeu que apesar da flacidez e as estrias serem populares seu processo de desenvolvimento é
complexo? Percebeu, também, quanto o conhecimento básico de anatomia e fisiologia são importantes
quando trabalhamos na área do bem-estar?
De forma visual e palpável, ambas são facilmente identificadas, porém, quando observadas interior-
mente, seu desenvolvimento envolve inúmeras reações celulares minuciosas. Podemos comparar as
alterações celulares causadas pelas forças aplicadas nos tecidos colágenos e elásticos de forma prática
ao fazer uma analogia entre o tecido conjuntivo da pele e um pedaço de elástico.
Vamos visualizar de forma simples o que acontece com as fibras colágenas e elásticas para
a formação de flacidez e estrias? Convido você a realizar três experiências simples, ok?
Você vai precisar de um elástico simples, de 20 cm, aqueles utilizados em confecção de roupas, e
depois disso:
• Experiência 1: Pegue o elástico em cada extremidade e estique com suas mãos; em seguida,
solte-o e observe o que aconteceu.
• Experiência 2: Pegue o elástico e prenda-o em duas extremidades de modo que fique tensionado
em sua maior capacidade por 5 horas. Após esse período, solte-o e observe o que aconteceu.
• Experiência 3: Encontre uma superfície fixa, que não se moverá quando for tracionada. Pegue
o elástico e amarre uma de suas extremidades na superfície que você escolheu. Pode ser uma
grade de janela, um pilar fino de metal ou concreto ou ainda qualquer extremidade fixa e fina
que você possa amarrar uma das pontas do elástico.

Faça um nó firme de modo que não se desfaça quando o elástico for tracionado; em seguida, pegue
a outra ponta do elástico e envolva na sua mão de força dominante. Você vai puxar, esticar o elástico
até que ele se rompa, até que ele rasgue. Isso mesmo, vamos rasgar o elástico e depois observar o que
aconteceu. Relate a sua experiência no “Diário de Bordo”.
Identificou diferenças no elástico entre as experiências? Conseguiu associar essas alterações com a
flacidez e estrias? A propriedade viscoelástica da pele permite que ela seja tensionada durante nossos
movimentos voltando ao seu estado normal no repouso.
Quando estirada, a pele obedece à força de deformação aplicada e ao tempo que a tensão defor-
mante foi mantida. Desse modo, ela respeita os limites físicos de elasticidade, plasticidade e ruptura.
Ao comparar a pele com o elástico utilizado nas experiências, podemos ter ideia de como isso acontece
nos tecidos biológicos.

137
UNICESUMAR

Na primeira experiência, ao tensionar e soltar o elástico, ele volta às suas condições normais. Isto é o que
acontece com a pele quando nos movimentamos, neste caso, a pele obedece ao limite físico de sua elasticidade.
Em um segundo momento, quando você realizou a experiência 2, deve ter observado que o elástico
não permaneceu da mesma forma. Ao tirar a tensão do elástico após 5 horas de estiramento máximo,
provavelmente ele ficou com ondulações em toda sua extensão. Quando comparamos isso com a nossa
pele, podemos entender que ao ser exposta em tensões por um longo período, como gestação, ganho
rápido de peso seguido de emagrecimento, sua estrutura inicia um processo de degeneração.
Dependendo do tempo submetido, a estrutura da pele se degrada e perde sua capacidade funcional,
estabelecendo uma característica frouxa ou flácida. Neste caso, a pele obedece aos princípios físicos
da elasticidade e plasticidade, em que plasticidade é a qualidade das matérias em se moldar, adaptar
às condições do meio em que foram submetidas. Por último, na terceira experiência, ao tensionar o
elástico até seu rompimento, podemos entender que ele passou pelos três princípios físicos, o elástico,
plástico, chegando ao limite máximo de ruptura.
Transferindo esse conceito para a pele, essa condição ultrapassa seu limite elástico e plástico, per-
manecendo ondulada onde atingiu seu limite máximo de plasticidade e, ao atingir o limite de ruptura
de alguns pontos, se rompe e consequentemente resulta em estrias.
Espero que essa analogia o tenha ajudado a compreender e associar os processos que levam ao
desenvolvimento dessas disfunções nos tecidos. Agora que você está familiarizado, falaremos es-
pecialmente de cada uma delas e também as principais abordagens terapêuticas utilizadas em seus
tratamentos. Vamos lá?

DIÁRIO DE BORDO

138
UNIDADE 4

A alteração do tônus e da elasticidade dos tecidos musculares e cutâneos na estética denomina-se fla-
cidez. O tônus permite a sustentação dos tecidos cutâneo e muscular, e a diminuição ou degeneração
desses tecidos torna-os flácidos. A flacidez pode ser encontrada de duas formas: flacidez cutânea e
flacidez muscular, apesar de distintas, ambas podem estar associadas (FASSHEBER et al., 2018; PEREZ;
VASCONCELOS, 2014).
A flacidez da pele é também conhecida como flacidez cutânea ou flacidez tissular. Carac-
teriza-se pela perda da capacidade da pele em manter sua elasticidade, não conseguindo se manter
sustentada (TORTORA; DERRICKSON, 2012; TORTORA, 2019). Pode-se concluir que, quando a
pele é estirada além do seu limite, ultrapassando seu ponto de equilíbrio por um determinado tempo,
sofre degeneração de suas fibras, não conseguindo voltar ao estado normal e levando à sobra de pele,
denominando-se flacidez estética (GUIRRO, 2010).
De acordo com Guirro (2010), algumas características classificam a flacidez da pele:

Fase elástica – o tecido sofre uma tensão, estiramento, retornando ao normal quando finalizar a tensão.
Fase de flutuação – a pele é estirada por determinado tempo e não consegue voltar às condições
normais quando colocada em repouso.
Fase plástica – o estiramento da pele chega em seu limite máximo, causa danos permanentes, le-
vando à ptose (queda).
Ponto de ruptura – o estiramento provocado na pele ultrapassa seu ponto de equilíbrio, limite má-
ximo de distensão e rompe, desenvolvendo estrias.
Quadro 1 - Classificação da flacidez / Fonte: adaptado de Guirro (2010).

Assim como a pele, os músculos esqueléticos também ficam flácidos. De modo igual ou até com
maior intensidade, os músculos se mantêm tensionados o tempo todo por conta de seu tônus natural.
O tônus do músculo dá consistência e firmeza necessárias para garantir os contornos corporais. Na
flacidez muscular, os músculos ficam hipotônicos e menos firmes do que deveriam ser. Isso ocorre
pela perda da massa muscular magra, diminuição do número e tamanho das fibras musculares e con-
sequente redução da força (FASSHEBER et al., 2018; GUCCIONE; WONG; AVERS, 2017; GUIRRO,
2010; REBELATTO; MORELLI, 2007).

139
UNICESUMAR

Figura 1 - Flacidez muscular

Descrição da Imagem: a Figura 1


demonstra a imagem de um corpo
feminino evidenciando glúteos caí-
dos sendo elevados pelas mãos da
paciente, representando flacidez
muscular.

O tecido muscular esquelético apresenta fibras estriadas com características diferentes, sendo de-
nominadas de fibra muscular vermelha (tipo I) e fibra muscular branca (tipo II). Essas características
não resumem apenas suas aparências, mas suas composições e funções, o que explica também o local
onde cada tipo de fibra está presente no corpo. As fibras musculares do tipo I são vermelhas, isso por
apresentar grande irrigação sanguínea, se contraem em velocidade lenta e suportam longos períodos
de contração até fadigar (cansar). Por ser assim, as fibras vermelhas são responsáveis pela manuten-
ção da postura e atividades aeróbicas (longa duração), portanto, estão presentes nos músculos de
sustentação como os posturais e dos membros inferiores. As fibras musculares do tipo II apresentam
menor irrigação sanguínea, por isso são classificadas como brancas e rosadas, e são responsáveis por
movimentos rápidos de curta duração, porém se cansam (fadigam) rapidamente. Estão presentes, em
maioria, nos membros superiores e em alguns músculos dos membros inferiores (FASSHEBER et al.,
2018; TORTORA, 2019).
A flacidez muscular é progressiva, contínua e pode estar associada à adiposidade localizada. As re-
giões que mais são acometidas pela flacidez do músculo são: abdome, braços, interior da coxa e glúteo.
É importante ressaltar que, apesar de distintas, o paciente pode apresentar os dois tipos de flacidez,
muscular e da pele (FASSHEBER et al., 2018; GUIRRO, 2010; KEDE; SABATOVICH, 2015; PEREZ;
VASCONCELOS, 2014).
São diversos os fatores etiológicos da flacidez, dentre eles, o processo natural do envelhecimento já
estabelece o desgaste e a degeneração dos tecidos. Além disso, a flacidez pode ser acelerada e acentuada
por fatores externos como o fotoenvelhecimento, sedentarismo, hábitos alimentares, emagrecimento
demasiado e rápido, ganho de peso seguido de emagrecimento, gravidez, entre outros (FREITAS, 2018;
PEREZ; VASCONCELOS, 2014).

140
UNIDADE 4

Agora vamos falar um pouco sobre a fisiopatologia da flacidez. Tanto a pele como os músculos
são constituídos por grande quantidade de tecido conjuntivo. Em meio às suas inúmeras funções,
ele une, sustenta e fortalece outros tecidos corporais. O tecido conjuntivo é formado por uma matriz
chamada de substância fundamental, onde são produzidas suas principais proteínas: o colágeno e a
elastina. Uma de suas principais células são os fibroblastos, responsáveis em combinar as proteínas
de colágeno e elastina e construir as fibras colágenas e fibras elásticas, respectivamente. Em conjunto,
ambas desempenham a função de sustentação e elasticidade para a pele e músculos (TORTORA;
DERRICKSON, 2012; TORTORA; 2019).

Figura 2 - Representação do tecido conjuntivo

Descrição da Imagem: a Figura 2 demonstra a representação do tecido conjuntivo sendo da esquerda para a direita, de cima para
baixo, a primeira camada epiderme, seguida pela derme e, posteriormente, a hipoderme.

A figura demonstra também as fibras de colágeno na cor verde escura em forma de x, fibras elásticas
retas e cilíndricas verde clara, ácido hialurônico por esferas na cor lilás, fibroblastos em forma de qua-
drados de cor laranja e células de gordura em esferas amarelas.
O desgaste e degeneração do tecido conjuntivo é inevitável e acontece naturalmente com o enve-
lhecimento intrínseco e extrínseco. Esse desgaste do tecido conjuntivo diminui sua funcionalidade, as
fibras colágenas se desorganizam, as fibras elásticas degradam, os fibroblastos diminuem, a produção
de colágeno e elastina também reduz.
A perda da elasticidade é extremamente evidente na pele envelhecida, sem turgor e tendendo a pen-
der forma a flacidez tissular (FREITAS, 2018; GUCCIONE; WONG; AVERS, 2017; TORTORA, 2019).
No músculo, por sua vez, a massa muscular magra diminui em espessura e tamanho, diminuindo seu
número de fibras e consequentemente sua força, ocorre diminuição da sua tensão natural, hipotonia,
ou seja, flacidez muscular (GUIRRO, 2010).

141
UNICESUMAR

Flacidez da pele, flacidez muscular e estrias estão relacionadas sobretudo à diminuição e dege-
neração das células do tecido conjuntivo. Como é sabido, o decrescimento do tecido conjuntivo
acontece naturalmente com o passar do tempo pelo envelhecimento cronológico e adiantado e
intensificado por fatores externos.
O envelhecimento é programado pelo corpo e sua contagem regressiva é controlada por um tipo
de relógio biológico representado por uma estrutura denominada telômero. Os telômeros são
estruturas protetoras dos cromossomos celulares, uma de suas funções é garantir que a célula
seja perfeitamente copiada quando se replica, garantindo um novo tecido idêntico. O fato é que
em toda divisão celular o telômero se encurta, além disso os telômeros não se regeneram. Com
o tempo, diminuídos e encurtados, os telômeros não asseguram a replicação idêntica da célula
que perde parcial ou completa capacidade de divisão. As células envelhecidas da pele originam
um tecido debilitado, sem elasticidade, extensibilidade e flácido.

Figura 3 - Representação do tecido conjuntivo normal e envelhecido

Descrição da Imagem: a figura demonstra ilustração do tecido conjuntivo de pele jovem (esquerda) e pele envelhecida (direita). A
figura da esquerda demonstra, de cima para baixo, as camadas da pele, sendo: epiderme (com queratinócitos), derme (com fibras
de colágeno e elastina saudáveis) e hipoderme (com células de gordura). A figura da direita demonstra, de cima para baixo, as
mesmas camadas e células da pele, porém com as fibras de colágeno rompidas, elastina em menor quantidade e células adiposas
aumentadas de tamanho.

142
UNIDADE 4

Para você diferenciar flacidez de pele e muscular, na avaliação, durante a palpação, realiza-se o
estiramento da pele com os dedos em forma de pinça com o polegar e o indicador. Em seguida,
repete-se o movimento, mas agora alcançando o tecido muscular verificando sua tonicidade.
Ainda, de maneira a elucidar possíveis dúvidas entre uma flacidez muscular com adiposidade
localizada, você pode realizar os testes de quadril e abdome estudados na Unidade 1.

Figura 4 - Pinçamento da pele

Descrição da Imagem: a Figura 4 apresenta a região de coxas de um corpo feminino magro e flácido, com a modelo realizando
pinçamento da coxa (próximo da região inguinal) com os dedos polegar e indicador, demonstrando flacidez de pele e muscular.

Olá, aluno(a), agora que você aprendeu sobre flacidez muscular e flacidez de pele, vamos ver as prin-
cipais abordagens terapêuticas aplicadas em seus tratamentos estéticos.
A flacidez muscular é revertida por meio de atividades que melhoram o tônus muscular. As práticas
que causam a contração muscular e aumentam a massa muscular são obtidas por meio da atividade
física. Em tratamentos estéticos, a contração do músculo esquelético é realizada por meio da eletroes-
timulação com objetivos funcionais de aumentar a força e a massa muscular, manter as condições
funcionais do músculo, reduzir níveis de gordura subcutânea, melhorar a silhueta corporal e normal-
mente é realizada com a corrente russa e a corrente aussie (AGNE, 2016; MATIELLO et al., 2018;
PEREZ; VASCONCELOS, 2014).

143
UNICESUMAR

O músculo esquelético é inervado pelo sistema nervoso somático


voluntário. As fibras musculares são inervadas por motoneurônios
distintos, por isso, a velocidade de condução dos impulsos nervosos
é mais lenta nas fibras vermelhas e mais rápida nas fibras brancas.
Assim, em uma eletroestimulação, para obter estimulação muscular
semelhante à fisiológica, os parâmetros das frequências devem ser
ajustados entre 30 a 40 Hz para fibras vermelhas e de 80 a 100 Hz
para fibras brancas (AGNE, 2016).
O fortalecimento do músculo esquelético pode ser complemen-
tado com exercícios ativos associados à eletroestimulação, conquis-
tando maiores e mais rápidos resultados. Outra alternativa utilizada
é a crioterapia, ela eleva a tensão do músculo e causa contrações
assíncronas de diferentes unidades motoras, contribuindo para o
fortalecimento muscular (AGNE, 2016; GUIRRO, 2010).
A flacidez da pele se caracteriza, principalmente, pela perda de
colágeno e elastina, dessa forma, para prevenir, amenizar ou me-
lhorar esse quadro, os procedimentos adotados devem restabelecer
o equilíbrio dessas alterações (LIMA; LIMA, 2018; FASSHEBER et
al., 2018).
As abordagens terapêuticas incluem uma variedade de combina-
ções que vão desde a conscientização do paciente como a ingestão
alimentar e hídrica, hidratação da pele, bem como a somatória de
técnicas corporais estéticas.
Atualmente, o paciente tem compreendido a importância de uma
nutrição balanceada com antioxidantes, proteínas e vitaminas ativas
na pele. Tem escolhido conquistar beleza pelo lado de dentro por
meio do corpo saudável. Toda essa movimentação tem acrescido
a utilização de suplementação oral natural com nutracêuticos e
nutricosméticos, além dos cosméticos de uso tópico já utilizados
(ABIHPEC, 2019; LIMA; LIMA, 2018).
Os nutracêuticos e nutricosméticos disponíveis no mercado
brasileiro mais utilizados para prevenção e cuidados da pele e seus
anexos são: o silício orgânico, betacaroteno, luteína, licopeno, ômega
3, ômega 6, os minerais como cobre, selênio e zinco, a curcumina
(açafrão), o chá verde, colágeno, algumas vitaminas como C e E,
entre outros. Esses compostos apresentam ação antioxidante, dimi-
nuição de radicais livres, proteção dos tecidos, membranas e DNA
celular, bem como proteção aos danos oxidativos induzidos pela
radiação UV (BISSON, 2020).

144
UNIDADE 4

Os ativos mais utilizados aos tratamentos tópicos cosméticos capazes de regenerar a derme e
renovar a epiderme agem por mecanismos diferentes. O Quadro 2 apresenta alguns dos principais
ativos presentes nos cosméticos utilizados em tratamentos para a firmeza da pele, veja:
Regenerador Dérmico Renovador Epidérmico
Alfa-hidroxiácidos Linefactor AHA’s
Ascorbosilane Reffermine® Ácido alfa-lipoico
Biolift H Renew Zime Centella asiática
Densiskin Retinol Fator EGH
Elastinol Pó de opala Hidrolisado de soja
Happybelle Silicium P Hyaxel®
Hidroxiprolisilane C Hidroxiprolina Lipossomas de Aloe vera
Hyaxel® Extrato de caracol Lipossomas de hamamélis
IGH VC - IP Lipossomas de Papaína
Matrixyl VC - PMG Lipossoma de Pantenol
MFA Óleo de rosa-mosqueta
Renew Zime
Retinol
TGF-B3
Vitamina B5
Coenzima Q10
Selênio
Extrato de Gingko Biloba

Ativos Tensores
Argireline (hexapeptídeo) Liftline Peptídeos
Coup d’Eclat Complex Raffermine Syn-ake
DMAE Tensine Melitina
Elastocell Thalassine THPE

Quadro 2 - Ativos regeneradores dérmicos e renovadores epidérmicos


Fonte: adaptado de Kede e Sabatovich (2015) e Matos (2015).

Nos tratamentos estéticos para flacidez da pele, são utilizados vários recursos terapêuticos cujo os
efeitos, quando somados, auxiliam na melhora da disfunção.
As microcorrentes, também chamada de MENS (Micro Electro Neuro Stimulation), são correntes
de baixa frequência, polarizadas, contínuas ou alternadas. Nos tecidos, as microcorrentes estimulam
a reconstrução celular e dos tecidos, restabelece o equilíbrio elétrico normal das células, aumentam a
produção de ATP (trifosfato de adenosina) em aproximadamente 500%, aumentam o transporte de
aminoácidos intracelular em 40%, aumentando a capacidade da célula de sintetizar novas proteínas,

145
UNICESUMAR

estimulando as células de fibroblastos a produzirem colágeno e elastina (MATIELLO et al., 2018;


ROSA; LOPES, 2018).
A iontoforese também pode ser utilizada para os tratamentos de flacidez da pele. Por favorecer
a permeação de ativos na pele, quando utilizada com cosméticos firmadores ionizáveis, auxilia no
combate à flacidez tissular (PEREZ; VASCONCELOS, 2014).

Figura 5 - Aplicação de radiofre-


quência para flacidez tissular

Descrição da Imagem: a Figura 5


demonstra um corpo feminino com
ênfase em glúteos e coxas receben-
do aplicação de radiofrequência.

A radiofrequência é um grande aliado aos tratamentos estéticos para flacidez tissular, produz calor
em nível cutâneo e subcutâneo através de ondas eletromagnéticas (BORGES; SCORZA, 2016).
Ao penetrar nos tecidos, a radiofrequência eleva a temperatura da pele. O calor promove dilatação
dos vasos sanguíneos no local da aplicação. Por consequência, aumenta o fluxo de sangue e, como
sabemos, o sangue traz consigo todos os nutrientes e oxigênio necessários para o funcionamento ce-
lular. Com isso, a capacidade de reconstrução e regeneração celular aumenta, melhorando o trofismo
tissular. Por outro lado, o efeito térmico da radiofrequência modifica a forma das fibras colágenas,
reorganizando e estimulando a produção de novos colágenos (AGNE, 2016; BORGES; SCORZA, 2016).
O laser é outro recurso somado aos tratamentos de flacidez tissular. Os lasers vermelho e infra-
vermelho promovem o aumento da produção dos componentes da matriz extracelular como as fibras
colágenas, fibras elásticas e ácido hialurônico, aumentando sua espessura (AGNE, 2013; GUIRRO,
2010; KEDE; SABATOVICH, 2015; RODRIGUES; PETRI, 2018).
Alguns aparelhos de ultrassom têm sido utilizados no tratamento de flacidez tissular: o ultrassom
microfocado (USMF) e o ultrassom focado de alta intensidade (UFAI) desdobram as cadeias de coláge-
no que assumem uma configuração mais estável, tornando-se mais curto e espesso, além de estimular
o neocolágeno (LIMA; LIMA, 2018).

146
UNIDADE 4

De forma geral, os tratamentos estéticos por meio do uso de correntes elétricas, eletroterapia
apresentam contraindicações básicas que devem ser levadas em consideração, ademais, o profissional
esteticista ao realizar tais procedimentos deve se atentar para as contraindicações específicas de cada
patologia ou técnica utilizada (AGNE, 2016; BORGES, 2006; GUIRRO, 2010; MATIELLO et al., 2018).

Figura 6 - Estrias corporais

Descrição da Imagem: a Figura 6


demonstra o glúteo e coxa de cor-
po feminino com estrias brancas em
glúteo.

Estria é caracterizada pela ruptura das fibras elásticas presentes na derme. Apresentam-se de forma
linear, com aspecto atrófico (diminuição da espessura da pele, redução da elasticidade, pregueamento,
adelgaçamento e ressecamento), podendo ter sua superfície discretamente enrugada, desaparecendo
com uma tração no seguimento. No início são eritematosas, podendo apresentar discreta elevação no
local, após alguns meses, sua tonalidade passa a ser esbranquiçada, conhecida como branco-nacarada.
Surgem de forma perpendicular ao eixo de maior tensão da pele e acompanham as linhas de clivagem
(linhas de langer), tendendo de ser bilateral (BORGES; SCORZA, 2016; KEDE; SABATOVICH, 2015).
Indivíduos de ambos os sexos podem apresentar estrias, porém são de três a seis vezes mais frequentes
em mulheres do que nos homens. Normalmente se desenvolve na faixa etária dos 12 aos 20 anos de
idade, comumente surgem na adolescência ou durante a gravidez e dificilmente se desenvolvem em
indivíduos acima de 45 anos em condições normais de saúde. Normalmente se localizam nas mesmas
regiões entre os indivíduos, nas mulheres se desenvolvem principalmente em mamas, glúteos, quadris
e abdome, entretanto nos homens, quando presentes, se desenvolvem especialmente no dorso, região
lombar e parte externa das coxas (BORGES; SCORZA, 2016; KEDE; SABATOVICH, 2015).

147
UNICESUMAR

Embora os fatores causadores das estrias sejam os mesmos, vários desafios são encontrados para
reproduzir sua avaliação experimental e quantificá-las de forma isolada. Em vista disso, um agrupa-
mento de fatores tem sido considerado como responsável pelo seu desenvolvimento e predisposição
(LYON; SILVA, 2015; KEDE; SABATOVICH, 2015).
A classificação dos fatores desencadeantes das estrias se distribui em três grupos: predisposição
genética; fatores mecânicos; fatores bioquímicos e endócrinos.
Predisposição genética: indivíduos com diminuição dos genes para a formação de colágeno e
elastina e alteração no metabolismo dos fibroblastos normalmente apresentam flacidez cutânea com
consequente predisposição às estrias (BORGES; SCORZA, 2016; GUIRRO, 2010).
Fatores mecânicos: aqueles que causam estiramento repentino da pele, como obesidade, especial-
mente com ganho rápido de peso, períodos rápidos de crescimento, introdução de próteses mamárias,
hipertrofia muscular associada à prática de fisiculturismo e gestação (BORGES; SCORZA, 2016;
GUIRRO, 2010; KEDE; SABATOVICH, 2015).
Fatores bioquímicos e endócrinos: o uso de corticoide tópico por automedicação pode diminuir
a produção de colágeno e favorecer estrias (BORGES; SCORZA, 2016; KEDE; SABATOVICH, 2015).
Grandes quantidades do hormônio cortisol desencadeia a síndrome de Cushing e uma de suas mani-
festações clínicas é o desenvolvimento de largas estrias no abdome e flancos (KEDE; SABATOVICH,
2015; TORTORA, 2019). Outras síndromes também podem ocasionar o aparecimento de estrias como
síndrome de Mafan e síndrome de Ehlers – Danlos. Os hormônios progesterona e estradiol diminuí-
dos aceleram o envelhecimento da pele e diminuem a produção de colágeno e elastina. Substâncias
andrógenas e anabólicas em quantidades elevadas, presentes em anabolizantes, contribuem para a
formação das estrias (BORGES; SCORZA, 2016; FASSHEBER et al., 2018).
Agora que você entendeu que a estria é um estiramento excessivo do tecido além do seu limite
normal, ficará mais fácil entender seu aspecto histológico e suas manifestações clínicas.
Para diversos autores, as estrias correspondem a cicatrizes lineares visíveis, dispostas paralelamente
umas às outras de forma perpendicular às linhas de clivagem da pele. Contudo, diferenciam-se das
cicatrizes, pois, após análise microscópica, nas estrias os fibroblastos são quase ausentes, enquanto
que nas cicatrizes, os fibroblastos estão bem desenvolvidos, o que promove a reconstrução do tecido
(FASSHEBER et al., 2018; KEDE; SABATOVICH, 2015; LYON; SILVA, 2015).
Clinicamente, as estrias se manifestam de formas variadas e suas características se relacionam aos
fatores causadores, ou à soma deles, a fase que se encontram, a cor e o aspecto.
As estrias surgem pelo rompimento da pele. Inicialmente desencadeia uma reação inflamatória, de
aparência plana, cor rosada, podendo haver prurido local. Gradativamente, aumenta o comprimento e
a largura, aos poucos assume coloração avermelhada, recebendo o nome de estrias rubras. Nessa fase
ocorre rompimento, fragmentação das fibras elásticas, prurido em suas bordas, erupção plana, dor,
mas sem depressão da superfície acometida (FASSHEBER et al., 2018; LYON; SILVA, 2015).

148
UNIDADE 4

Figura 7 - Estrias rubras

Descrição da Imagem: a Figura 7


demonstra o abdome de uma ges-
tante com estrias rubras abaixo do
umbigo.

As lesões se tornam esbranquiçadas com o passar do tempo, assumindo uma cor mais clara que a
pele normal, denominando-se estrias albas ou branco-nacaradas. A diminuição acentuada da cor
ocorre porque não há produção de melanina no local de rompimento das fibras, além disso ocorre
uma diminuição da circulação sanguínea. As características dessa fase são representadas por: atrofia e
aplainamento da epiderme, redução da espessura da derme, retração, fragmentação e redução das fibras
elásticas e redução e adormecimento do colágeno, apresentando depressão da pele no local estriado.
As estrias são retilíneas, seu comprimento varia de alguns milímetros até 30 cm e varia de largura
de 2 a 5 mm, podendo chegar até 3 cm, (FASSHEBER et al., 2018; KEDE; SABATOVICH, 2015; LYON;
SILVA, 2015).

Figura 8 - Estrias branco-naca-


radas

Descrição da Imagem: a Figura 8


demonstra o abdome de uma mu-
lher com estrias brancas-nacaradas
distribuídas por toda a região abdo-
minal.

149
UNICESUMAR

A avaliação das estrias acontece pelo processo normal de avaliação corporal, porém devemos lembrar
que cada disfunção apresenta características específicas, portanto, uma análise minuciosa é fundamen-
tal para obter um diagnóstico preciso e seguro, garantindo um tratamento eficaz. A seguir, de forma a
acrescentar a avaliação corporal, sugerimos uma ficha de avaliação para estrias (ANDRADE et al., 2018).

Ficha de Avaliação de Estrias


Localização das estrias:
( ) Abdome ( ) Glúteo ( ) Seios ( ) Região toracolombar ( ) Interno de coxa ( ) Culote
( ) Outras regiões

Período de aparecimento das estrias:


( ) Adolescência ( ) Gravidez ( ) Obesidade ( ) Medicamento

Coloração inicial: Coloração atual:


( ) Vermelha ( ) Violácea ( ) Branca ( ) Vermelha ( ) Violácea ( ) Branca

Aspecto macroscópico
Depressão:
Sim ( ) Não ( )
Descrição:

Ficha Clínica

Cor da Pele: ( ) Branca ( ) Parda ( ) Negra ( ) Amarela

Ano da menarca _______________ Número de gestações _______________

Faz uso de medicamentos:


( ) À base de corticoides ( ) Anti-histamínico ( ) Esteroide ( ) Anti-inflamatórios
Outros _____________________________________________________________________

Disfunção hormonal: Sim ( ) Não ( ) Qual? ____________________________________


Faz uso de contraceptivo: Sim ( ) Não ( ) Quanto tempo? ___________________________

Diabetes: Sim ( ) Não ( ) Hemofilia: Sim ( ) Não ( )

Transtorno circulatório e/ou de cicatrização: _____________________________________


Dispõe de cicatriz hipertrófica: Sim ( ) Não ( ) Local:_________________________

150
UNIDADE 4

Dispõe de queloide: Sim ( ) Não ( ) Local: _________________________________

Patologias Dérmicas: _________________________________________________________


Patologia Genética: __________________________________________________________
Históricos: ( ) Obesidade ( ) Crescimento acelerado ( ) Prótese mamária
( ) Uso de corticoide oral ( ) Uso de corticoide tópico Qual tempo__________
Outros ___________________________________________________________

Alergia: Corrente elétrica ( ) Ativo cosmético ( ) Qual?______________________


Medicamentos ( ) Outro ( ) Qual?______________________________

Tratamentos anteriores – quais: _____________________________ Quando___________


Resultados: ________________________________________________________________

Palpação: Flacidez de pele ( ) Flacidez Muscular ( ) Obs.: _________________________


___________________________________________________________________________
Grau de hidratação da pele: Hidratada ( ) ( ) Desidratada

Diagnóstico: ______________________________________________________________________________________________

Protocolo de tratamento: _____________________________________________________________________________


_____________________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________
Quadro 3 - Avaliação de estrias / Fonte: adaptado de Borges e Scorza (2016).

Olá, aluno(a), agora que você aprendeu sobre as estrias, vamos ver as principais abordagens tera-
pêuticas aplicadas em seus tratamentos estéticos.

151
UNICESUMAR

Figura 9 - Abordagens terapêuticas para estrias

Descrição da Imagem: a Figura 9 demonstra o glúteo de um corpo feminino com estrias branca-nacarada recebendo aplicação de
laser (representada por luz vermelha na estria).

A estética dispõe de várias técnicas para amenizar o aspecto das estrias. O uso tópico de cosméticos
é imprescindível para o sucesso do tratamento. A abordagem precoce alcança melhores resultados,
portanto, a fase inicial é o melhor momento para iniciar o tratamento. No entanto, a região estriada
pode apresentar estrias iniciais e tardias necessitando de tratamentos combinados (KEDE; SABATO-
VICH, 2015).
No Quadro 4, estão representados os principais ativos cosméticos de uso tópico utilizados para
estrias e suas respectivas ações (MATIELLO et al., 2018).

152
UNIDADE 4

Ativos Cosméticos An- Ações no tecido


tiestrias
Aloe vera Ação anti-inflamatória, cicatrizante e hidratante da pele. Possui uma mis-
tura de mais de 200 componentes, incluindo vitaminas, minerais e po-
lissacarídeos. Sua principal função antiestrias é na hidratação. Penetra
profundamente nas três camadas da pele. Restitui os líquidos perdidos e
repara os tecidos de dentro para fora.
Centella Asiática Aumenta a síntese de colágeno pelos fibroblastos e sua concentração
na derme.
D-pantenol Atua na formação de células na epiderme, acelera a cicatrização celular,
age com mecanismos anti-inflamatórios e atua como hidratante.
Escina Atua como anti-inflamatório e acelera a circulação.
Extrato seco de limão ou Apresenta alta concentração de vitamina C, óleos e aminoácidos que re-
laranja duzem o quadro inflamatório local, melhora a circulação e é um potente
hidratante, melhorando a elasticidade da pele.
Hidrolisado de proteínas Atuam como umectantes locais da camada córnea, auxiliam na retenção
de água e na melhora da hidratação local. As proteínas mais utilizadas
são colágeno, queratina e elastina.
Hdroxyprolisilane CN Esse ativo possui como base um aminoácido essencial na formação de
colágeno na derme. É um potente agente condicionante para a pele. Pode
se apresentar de forma associada a hidratantes, ureia e ceramidas.

Lactato de amônio Promove a umectação na região e uma hidratação intensiva da pele.


Lanolina É uma mistura complexa de ésteres, álcoois graxos e ácidos graxos que
promove uma hidratação importante da pele, criam uma película prote-
tora na pele.
Manteigas em geral/óleo de São formados por triglicerídeos e ácidos graxos e atuam formando uma
buriti/oliva/rosa mosqueta película lipofílica sobre a pele, promovendo hidratação.
Vitamina C A vitamina C, ácido ascórbico (AA), é capaz de estimular a proliferação ce-
lular, como também a produção de colágeno pelos fibroblastos dérmicos,
sendo, portanto, muito utilizada nos tratamentos de estrias. A concentra-
ção indicada é de até 20% de solução tópica aplicada no período noturno
ou associada a outras técnicas, como microdermoabrasão ou eletrolifting.

Vitamina F Composta de ácidos graxos essenciais, quando utilizada a partir de 2%


aumenta a renovação celular.
Argila verde Apresenta efeito tensor. Rica em silício, zinco, óxido de ferro, cálcio, potás-
sio e vários outros componentes. Ativa a circulação e promove esfoliação
local. Pode ser aplicada em forma de máscara corporal no local da estria,
atuando como um coadjuvante no tratamento.

Quadro 4 - Ativos cosméticos antiestrias / Fonte: adaptado de Borges e Scorza (2016) e Matiello et al. (2018).

153
UNICESUMAR

Outro recurso terapêutico utilizado nos tratamentos de estrias é o peeling químico. Em geral, para
estrias, os peelings utilizados são os conhecidos como superficiais, agindo na epiderme. Os ácidos mais
indicados são o retinóico (até 5%), ácido glicólico (até 70%) e ácido mandélico (até 50%). O ácido lático
(19%) com associação de peptídeos de soja (3%) é uma opção para utilização na gestação, de forma
preventiva, como também fora dela.
Importante ressaltar que os tratamentos com peeling exigem cuidados pós-aplicação, recomen-
dando-se utilização de protetor solar, evitar exposição ao sol, roupas apertadas e sem elasticidade
(jeans), abrasão local por coceiras, nem tampouco retirada de possíveis crostas (BORGES; SCORZA,
2016; KEDE; SABATOVICH, 2015).
A microdermoabrasão, chamada de peeling físico – classificados como peeling de cristal e dia-
mante –, é muito utilizada e apresenta bons resultados.
O eletrolifting, também chamado de microgalvanopuntura, é um método minimamente invasivo
que utiliza a microcorrente galvânica polarizada através do estímulo mecânico de uma agulha na ex-
tremidade de seu eletrodo. É uma técnica superficial, indicada para estrias atróficas e não deve causar
sangramento (BORGES; SCORZA, 2016; GUIRRO, 2003; MATIELLO et al., 2018). O tratamento gera
lesão tecidual com consequente processo inflamatório local. Como resposta, o organismo desencadeia
uma série de processos fisiológicos formando um tecido cicatricial e um novo tecido epitelial, preen-
chendo o espaço do tecido (GUIRRO, 2003; MATIELLO et al., 2018).
Outra técnica utilizada como coadjuvante é a vacuoterapia. Sua aplicação na estria se dá através
de ventosas de vidro, especificamente com ponteira de bico e pressões que variam entre 400 a 500
mmHg. É realizada em estrias brancas com objetivo de aumentar o aporte sanguíneo, a oxigenação e
nutrição do local, assim, estimulando fibras de colágeno e elastina. Em meio a esses objetivos, a técnica
normalmente é associada a outros procedimentos como ácidos e eletrolifting (MATIELLO et al., 2018).
A carboxiterapia utiliza a administração terapêutica de gás carbônico medicinal (CO2) promovendo
vasodilatação e aumento de aporte de oxigênio ao tecido, promovendo espessura da derme. A técnica
é realizada por médicos ou profissionais da saúde habilitados em procedimentos invasivos, neste caso,
o esteticista trabalha em conjunto associando outros recursos terapêuticos (BORGES; SCORZA, 2016;
KEDE; SABATOVICH, 2015).
O microagulhamento (terapia de indução de colágeno) também utilizado em tratamentos para
estrias é um procedimento realizado por instrumentos compostos de agulhas chamados de rollers
e canetas de microagulhas, sendo que os mais utilizados pelo esteticista são os rollers, ou também
chamados de dermarollers.

154
UNIDADE 4

Figura 10 - Dermaroller

Descrição da Imagem: a Figura 10 demonstra a imagem de um dermaroller.

O dermaroller é um pequeno cilindro-rolo composto de finas agulhas. O deslizamento do dermaroller


sobre a pele causa lesão localizada, por vezes mínimos sangramentos pela ruptura dos vasos super-
ficiais. Após a agressão mecânica das agulhas, a pele inicia o processo de cicatrização com objetivo
de regenerar o tecido. Estimula a produção de colágeno, melhora a qualidade da epiderme e derme.
Contudo, o profissional deve ter capacitação específica da técnica, além do mais ter conhecimento da
anatomia e fisiologia da pele e sempre garantir a esterilidade do instrumento (BORGES; SCORZA,
2016; LIMA; LIMA, 2018).

Olá, aluno(a)! Para acrescentar em seu conhecimento, recomendo o


vídeo que indica a estrutura da pele, veja:
Para acessar, use seu leitor de QR Code.

155
UNICESUMAR

Discromias são definidas como alterações da cor da pele e ocorre pelo aumento ou diminuição da
atividade melânica. Melanócitos são células da epiderme cuja função é a produção do pigmento
melanina. A melanina é um pigmento amarelo avermelhado ou castanho-escuro que colabora com
a cor da pele e absorve raios ultravioleta (AZULAY, 2017; TORTORA, 2019).

Figura 11 - Discromias corpo-


rais

Descrição da Imagem: a Figura 11


demonstra a imagem de uma mu-
lher apontando para manchas mar-
rom no dorso da sua mão.

As discromias se dividem em acromias, hipocromias e hipercromias. As acromias e hipocromias são


classificadas como ausência ou diminuição de melanina, respectivamente, e as hipercromias são re-
presentadas pelo aumento de melanina. Apresentam-se de forma congênita, hereditária ou adquirida,
podem ser localizadas ou generalizadas e causadas por fatores genéticos, endógenos ou externos como
exposição a luz solar ou pela deposição de pigmento na derme, como as tatuagens (AZULAY, 2017;
PETRI, 2009; SOUZA; REIS, 2015).
As desordens pigmentares procuradas na estética e cosmética são as hipercromias, resultado
da produção exagerada de melanina. Assim, abordaremos os conceitos das hipercromias mais comuns
e suas principais indicações de tratamento (LYON; SILVA, 2015).
De forma geral, as hipercromias corporais são classificadas como lentigo e lentigo solar, efélides
(sardas), hipercromias pós-inflamatórias e hipercromias por pigmentos externos. Vamos conhecê-las?
Lentigo são manchas hipercrômicas pequenas, de origem congênita ou hereditária e coloração
castanho escura a preta. São localizadas em qualquer região da pele, inclusive em áreas não expostas
ao sol (AZULAY, 2017; RIVITTI, 2014; BOLOGNIA; JORIZZO; SCHAFFER, 2015). Por sua vez, o
lentigo solar são manchas bem circunscritas, arredondadas, variam em cor do marrom claro ao escuro
e/ou pretas e tem origem pela ação cumulativa da luz solar na pele, cujo aparecimento e intensidade
depende do tipo de pele e o tempo de exposição à luz solar. Aparecem com lesões múltiplas, sempre
em áreas expostas ao sol como o dorso das mãos, antebraços e face (AZULAY, 2017; BOLOGNIA;
JORIZZO; SCHAFFER, 2015).

156
UNIDADE 4

As efélides, também conhecidas como sardas, são manchas de coloração castanho-claro ou escu-
ro, geralmente hereditárias e habitualmente em indivíduos loiros ou ruivos. Distribuem-se de forma
simétrica atingindo principalmente a face, antebraços, braços, ombros e a porção superior do tronco
(BOLOGNIA; JORIZZO; SCHAFFER, 2015; RIVITTI, 2018).
Hipercromias pós-inflamatórias acontecem por traumas repetidos na pele, como fricção, esco-
riações, após dermatite de contato, sequela de acne, furúnculo ou picadas de inseto. Tendem a descorar
lentamente quando superficiais, porém podem ser exacerbadas perante exposição solar (AZULAY,
2015; BOLOGNIA; JORIZZO; SCHAFFER, 2015; KEDE; SABATOVICH, 2015). Também classifi-
cadas como hipercromias são as pigmentações externas conhecidas como tatuagens (profissionais,
amadoras e cosméticas), realizadas intencionalmente, e as traumáticas ou acidentais, ocorridas pela
deposição de pigmento na pele por abrasão ou explosão (AZULAY, 2015; KEDE; SABATOVICH, 2015;
LYON; SILVA, 2015; RIVITTI, 2018).
Para elaborar um protocolo de tratamento ideal e individual do paciente, uma averiguação
cuidadosa da hipercromia, do fototipo e da sensibilidade cutânea é fundamental. Além do diagnósti-
co preciso, fatores como a extensão da superfície cutânea corporal, o grau de descamação, formação
de pequenas crostas e o tempo de cicatrização devem ser considerados (KAZIMATO, 2014; KEDE;
SABATOVICH, 2015); do mesmo modo, a idade do paciente, o envelhecimento cronológico e fotoen-
velhecimento, hábitos de vida, alimentares e uso contínuo de medicação fotossensibilizantes (LYON;
SILVA, 2015; KAMIZATO; BRITO, 2014).
O tipo de pele pode ser avaliado pela classificação de Fitzpatrick que possibilita avaliar a sensibilida-
de à radiação ultravioleta da pele em se queimar ou bronzear. É uma ferramenta importante utilizada
pelo profissional, auxiliando na seleção dos métodos utilizados para o tratamento.
A classificação de Fitzpatrick divide a pele em seis categorias, sendo: tipo de pele I, cor clara, sempre
queima e nunca bronzeia; tipo de pele II, cor clara, sempre queima e bronzeia pouco; tipo de pele III,
cor clara, queima e bronzeia pouco; tipo IV, cor moreno-claro, raramente queima e bronzeia fácil; tipo
de pele V, cor morena, muito raramente queima e bronzeia fácil; tipo de pele VI, cor negra, não queima
e bronzeia facilmente (KEDE; SABATOVICH, 2015).
Os tratamentos para hipercromias apresentam como objetivo procedimentos que afine a epiderme,
remova células superficiais pigmentadas e que atue na despigmentação. São vários recursos utilizados
no tratamento das hipercromias. Os principais métodos utilizados na estética corporal são:
• Fotoproteção: o protetor solar é fundamental para a proteção contra a radiação ultravioleta
(UVA e UVB), não somente durante os tratamentos das lesões pigmentares, que é imprescin-
dível, mas diária e periodicamente ao longo da vida (AZULAY, 2015; KAMIZATO; BRITO,
2014; RIVITTI, 2018).
• Ácidos: o peeling químico, conhecido como quimioesfoliação, utiliza agentes químicos (áci-
dos) capazes de esfoliar e destruir partes da epiderme e/ou derme, seguida da regeneração dos
tecidos epidérmicos e dérmicos. Os ácidos atuam em níveis de profundidade diferenciados
classificados como muito superficial, superficial, médio e profundo, sendo esse último realizado
por médicos dermatologistas.

157
UNICESUMAR

De acordo com Kede e Sabatovich (2015), as hipercromias com indicações para peelings químicos são
efélides, lentigos, lentigos solares, melasmas dérmicos e pigmentação pós-inflamatória.
Para obter melhor resposta no tratamento da pele com o ácido, é necessário saber a ligação entre
profundidade da mancha com a profundidade de ação do peeling. O Quadro 5 correlaciona as indi-
cações hipercrômicas às profundidades necessárias para se obter um bom resultado.
Indicação Profundidade do Peeling para obter melhor resposta

Melasma superficial Superficial ou média


Melasma misto Superficial, média ou profunda
Hiperpigmentação Pós-inflamatória Superficial, média ou profunda
Efélides (sardas) Superficial ou média
Lentigos Superficial ou média

Quadro 5 - Correlação entre indicações e profundidade do peeling


Fonte: adaptado de Kede e Sabatovich (2015).

O mecanismo de ação de cada agente químico se relaciona com a composição, quantidade e profun-
didade. A seguir, o Quadro 6 apresenta os principais peelings utilizados nos tratamentos estéticos de
acordo com suas respectivas profundidades.
Classificação dos Peelings Químicos
Profundidade Percentual
Muito Superficiais (Extrato Córneo)
Ácido salicílico 30% (uma ou mais camadas)
Ácido glicólico 30 a 40% (por 1 a 2 minutos)
Ácido tricloroacético (TCA ou ATA) 10 a 25% (uma camada)
Resorcina 20 a 30% (5 a 10 minutos)
Tretinoína 3 a 5%

Superficiais (Epidérmicos) Percentual


Tretinoína 5 a 12%
Ácido glicólico 40 a 70% (2 a 20 minutos)
Ácido mandélico 30 a 50% (2 a 20 minutos)
Resorcina 40 a 50% (30 a 60 minutos)
Tricloroacético (ATA) 10 a 25%

Médios Percentual
Tricloroacético (ATA) 35 a 50%
Ácido glicólico 70% (3 a 30 minutos)
Ácido mandélico 50% (5 a 30 minutos)

158
UNIDADE 4

Profundos Percentual
Fenol 88% (com oclusão)
Beker e Gordon (fenol modificado) 45 a 50%
Hetter (fenol modificado) 33%

Nota: os peelings de fenol necessitam de monitorização e cuidados especiais, sendo, portanto, reali-
zados apenas no centro cirúrgico por médicos dermatologistas.
Quadro 6 - Classificação dos Peelings Químicos de acordo com suas profundidades de ação
Fonte: adaptado de Kede e Sabatovich (2015).

Existem poucas contraindicações absolutas a todos os tipos de peeling químico superficiais, porque a
esfoliação superficial pode ser bem tolerada com pouco risco por quase todos os pacientes de todos
os tipos de pele, independentemente do seu estado de saúde geral (KEDE; SABATOVICH, 2015).
• Microdermoabrasão: realizada através do peeling de cristal e peeling de diamante, promove a
esfoliação das camadas córnea, espinhosa e granulosa. Indicados para melasmas, lentigos solares,
hiperpigmentações pós-inflamatórias, entre outras e não apresenta indicação para tatuagens.
• Laser: qualquer laser que produz luz ultravioleta, visível ou infravermelha, pode remover
pigmentos cutâneos em algum grau, pois a melanina é um ótimo alvo para a luz laser por sua
ampla capacidade de absorção. Nas lesões pigmentadas, os lasers mais utilizados são o rubi – 694
nm, alexandrita – 755 nm e Nd:YAG – 532 nm (KEDE; SABATOVICH, 2015; RODRIGUES;
PETRI, 2018).
• Luz Intensa Pulsada (LIP): trata-se de uma fonte luminosa pulsada de alta energia. Em prin-
cípio, é a primeira escolha para o tratamento de alterações pigmentares epidérmicas provocadas
pelo sol (KEDE; SABATOVICH, 2015).

Olá, aluno(a)! Você aprendeu que as alterações ocorridas na flacidez,


estrias e discromias envolvem especialmente a pele e podem agra-
var e prematurar com fatores externos, como a exposição solar.
Sabendo que a prevenção é fundamental para prevenir o quadro,
quero lhe falar um pouco mais sobre o protetor solar.

Agora iniciaremos os estudos aos Tratamentos Estéticos Especiais. Neles abordaremos as principais
alterações e abordagens terapêuticas encontradas em gestantes, durante e após a gestação, pacientes
na terceira idade e, por fim, falaremos sobre a importância da estética corporal na qualidade de vida
do indivíduo.

159
UNICESUMAR

Figura 12 - Abordagens terapêuticas em gestantes

Descrição da Imagem: a Figura 12 demonstra a imagem de uma gestante deitada em decúbito lateral recebendo massagem rela-
xante.

Durante a gestação, inúmeras alterações ocorrem no corpo da mulher. Desde a primeira semana até o
final da gravidez, o corpo passa por modificações de origem metabólica com natureza proteica, lipídica
e glicídica de diversos sistemas corporais fisiologicamente necessários para garantir o desenvolvimento
do feto. Além das modificações hormonais e mecânicas que são fundamentais e necessárias, alterações
emocionais e psicológicas também afetam a mulher, afinal, são grandes as mudanças no formato do
seu corpo em um espaço de tempo curto, prejudicando tanto sua saúde quanto sua aparência estética
que, por sua vez, vivenciam diversos conflitos de ansiedade e baixa autoestima (LOPES; CAMPOS
JUNIOR, 2010; ZAMPRONIO; DREHER, 2012).
O sistema endócrino é responsável por grande parte das alterações no corpo, aumentam a produção
dos hormônios estrogênio, progesterona, beta HCG, prolactina e diversos outros que alteram comple-
tamente as funções do organismo causando aumento no débito cardíaco, alteração da pressão arterial
e da dinâmica respiratória, variação do apetite, náuseas, vômitos e refluxo, constipação, aumento do
peso corporal e vários outros (GARCIA; NETO; VIDAL, 2020; VASCONCELOS, 2015; ZAMPRONIO;
DREHER, 2012).
Os distúrbios vasculares são frequentes no período gestatório. Representados por telangiectasias,
varizes e edema, são causados por altos níveis de estrogênio que, por reter água e sódio, aumentam a
permeabilidade dos vasos sanguíneos. Até o final da gravidez, o corpo aumenta cerca de 7 litros de
água (KEDE; SABATOVICH, 2015; LYON; SILVA, 2015; VASCONCELOS, 2015).

160
UNIDADE 4

O fluxo sanguíneo aumentado, a maior permeabilidade dos vasos e o peso do útero gravídico
favorecem o desenvolvimento do edema (GARCIA; NETO; VIDAL, 2020; VASCONCELOS, 2015;
TORTORA, 2019).

Figura 13 - Edema na gestação

Descrição da Imagem: a Figura


13 demonstra a imagem de uma
gestante descalça e sentada com
edema nos pés.

Apesar de regressarem naturalmente durante o puerpério, as alterações vasculares causam desconforto,


dores e cansaço no período gestatório. Perante recomendação médica, o profissional esteticista atua
com alguns procedimentos a fim de minimizar e aliviar o quadro. As técnicas de drenagem linfática e
massagens relaxantes são recomendadas a partir do segundo trimestre gestacional com recomendação
do médico obstetra, além disso, a prescrição médica deve sempre ser anexada à ficha de avaliação da
paciente (VASCONCELOS, 2015; ZAMPRONIO; DREHER, 2012).

161
UNICESUMAR

Para que os procedimentos sejam feitos com segurança, o esteticista deve se atentar a alguns de-
talhes como: cosméticos específicos e recomendados, controle da pressão arterial e posicionamento
da paciente, uma vez que procedimentos realizados com a paciente deitada podem causar mal-estar,
desfalecimento, náusea, sudorese e outros (ZAMPRONIO; DREHER, 2012).

Figura 14 - Drenagem linfática


gestacional

Descrição da Imagem: a Figura 14


demonstra a imagem de uma ges-
tante deitada em decúbito lateral
recebendo drenagem linfática.

Em procedimentos de drenagem linfática e massagem relaxante, preconiza-se posicionamento em decú-


bito lateral, visto que gestantes em longos períodos em decúbito dorsal podem desencadear síndrome
da hipotensão supina. A hipotensão supina ocorre pela compressão dos vasos sanguíneos da região
pélvica, causada pelo peso do útero gravídico, que prejudica o retorno venoso dos membros inferiores
ao coração ocasionando tontura, mal-estar, formigamento, adormecimento e até o esmaecimento da
gestante. A alternância entre os decúbitos laterais alivia a obstrução, permitindo que o sangue retorne
à circulação sistêmica (VASCONCELOS, 2015; ZAMPRONIO; DREHER, 2012).
Gestantes na puberdade apresentam maiores incidências de desenvolver cicatrizes hipertróficas e
queloides, além do agravamento do fibroedemageloide (FEG), explicadas provavelmente pela teoria
hormonal, principalmente pelo estrogênio (ALVES; VARELLA, 2005; GARCIA; NETO; VIDAL, 2020;
GUIRRO, 2003; KEDE; SABATOVICH, 2015; VASCONCELOS, 2015).
Entre as gestantes, estrias e manchas pigmentares ocorrem em 90% dos casos. As estrias são causadas
possivelmente pelo aumento do peso, estiramento do tecido conjuntivo e idade da gestante, sendo que
mulheres mais novas são mais predispostas (KEDE; SABATOVICH, 2015; ZAMPRONIO; DREHER,
2012). Tendem a surgir no terceiro trimestre da gestação ou a qualquer momento dela. Normalmente
se localizam no abdome, mamas, face lateral dos quadris e nádegas (KEDE; SABATOVICH, 2015;
LYON; SILVA, 2015).

162
UNIDADE 4

Figura 15 - Estrias na gestação

Descrição da Imagem: a Figura 15


demonstra a imagem de uma ges-
tante com estrias rubras em toda
região abdominal.

O tratamento se faz, sobretudo, durante a gestação, de forma preventiva com acompanhamento e


orientações em manter a pele hidratada, cuidados com banhos em altas temperaturas e sabonetes com
propriedades adstringentes, evitar ganho excessivo de peso, cuidados na dieta alimentar orientadas
por nutricionistas e endocrinologistas e adotar programas de atividades físicas próprias para gestantes.
No puerpério, o tratamento é realizado com todos os recursos vistos anteriormente nessa disfunção,
apenas, dependendo do recurso utilizado, a fase de lactação deve ser considerada (KEDE; SABATO-
VICH, 2015; ZAMPRONIO; DREHER, 2012).
Por outro lado, as alterações pigmentares ocorrem provavelmente pelo estímulo hormonal de es-
trogênio, progesterona e pelo hormônio melanoestimulante (MSH), estimulando maior produção de
melanina. A hiperpigmentação é leve e raramente generalizada, mais evidente nos mamilos, aréolas
mamárias, genitália externa, faces internas das coxas, axilas e linha alba do abdome ou linha nigra. Sur-
gem precocemente na gravidez e tendem a regredir no puerpério, parcial ou totalmente, mas geralmente
a pele não retorna a coloração inicial (KEDE; SABATOVICH, 2015; ZAMPRONIO; DREHER, 2012).

Figura 16 - Hiperpigmentação
da linha alba na gestação

Descrição da Imagem: a Figura 16


demonstra a imagem de uma ges-
tante com aumento da pigmentação
da linha Alba do abdome.

163
UNICESUMAR

Recomenda-se que o tratamento seja protelado para o puerpério, pois no período gestatório o estímulo
hormonal é constante, favorecendo as alterações pigmentares. Nesse caso, utilizam-se recursos aplicados
nos tratamentos das discromias, atentando-se, é claro, com a lactação (KEDE; SABATOVICH, 2015;
ZAMPRONIO; DREHER, 2012).
Os músculos do abdome sustentam e apoiam o conteúdo abdominal. Para permitir o crescimento
do feto, os músculos retos abdominais sofrem um estiramento e consequente separação de seus ventres
ao longo da linha alba, processo denominado Diástase do Músculo Reto Abdominal (DMRA).

Figura 17 - Diástase do músculo


reto abdominal na gestação

Descrição da Imagem: a Figura 17


apresenta 5 fases diferentes e de
progressão da diástase.

A diástase abdominal é visível em qualquer mulher após o parto, no puerpério. O puerpério é o pe-
ríodo após o parto que o corpo da mulher inicia o restabelecimento das alterações causadas durante
a gestação. A regressão ou involução das alterações corporais gravídicas variam entre 6 a 8 semanas
(BORGES; VALENTIM, 2002; ROCKENBACH; MOHR; WINKELMANN, 2013). A separação dos
ventres musculares dos retos abdominais, na DMRA, causa uma fenda na região da linha alba. Quando
normal, a DMRA apresenta uma lacuna vertical de 1 a 3 cm de largura e 12 a 15 cm de comprimen-
to, normalmente com recuperação espontânea. Contudo, em alguns casos a fenda pode apresentar
uma largura de 12 a 20 cm, se estendendo por quase todo comprimento dos músculos reto abdomi-
nal (BORGES; VALENTIN, 2002; MESQUITA; MACHADO; ANDRADE, 1999; ROCKENBACH;
MOHR; WINKELMANN, 2013). Seu tratamento pode ser iniciado no primeiro dia do puerpério. A
intervenção imediata contribui para uma recuperação mais rápida e eficaz. Na estética, o fortaleci-

164
UNIDADE 4

mento da musculatura abdominal é realizado através da eletroestimulação, corrente russa que possui
resultados satisfatórios em pouco tempo (BORGES; VALENTIN, 2002; ROCKENBACH; MOHR;
WINKELMANN, 2013).
O estiramento excessivo da pele durante a gestação pode causar flacidez tissular abdominal (GUIR-
RO, 2003; LIMA; LIMA, 2018). As abordagens terapêuticas para flacidez da pele, após o parto, utilizam
os recursos estéticos indicados para flacidez de pele, porém durante a amamentação, cosméticos e
ativos cosméticos devem ser cuidadosamente selecionados (MATIELLO et al., 2018; PEREZ; LEVIN,
2014; DEMARTINI; DEON; SIMÕES, 2015; GADELHA, 2017).

Figura 18 - Flacidez abdominal


pós-parto

Descrição da Imagem: a Figura 18


demonstra a imagem do abdome
de uma mulher magra com grande
quantidade de pele na região ab-
dominal, representando flacidez de
pele após o parto.

A maioria das disfunções causadas no período gestacional tendem a regressar naturalmente durante
o puerpério. A área da estética dispõe de uma variedade de recursos e técnicas para os tratamentos
das disfunções estéticas causadas na gravidez. Contudo, nem todos os recursos estéticos podem ser
utilizados durante a gravidez ou quando utilizados devem ser adaptados para a gestante evitando
riscos à mãe e ao feto. De forma geral, os tratamentos estéticos devem ser postergados para depois
do parto, pois acredita-se que alguns recursos podem provocar efeitos teratogênicos ou até mesmo
desencadear o aborto. Quando realizado, o esteticista deve apresentar conhecimento adequado do
quadro fisiológico gestatório além de capacitação para tratamentos em grávidas (VASCONCELOS,
2015; ZAMPRONIO; DREHER, 2012).
O envelhecimento é um processo irreversível, natural e individual da pessoa e acontece à medida
que sua idade aumenta, mas você esteticista pode contribuir para que esse processo aconteça de
forma saudável por meio das abordagens terapêuticas dedicadas à terceira idade.

165
UNICESUMAR

Figura 19 - Abordagem tera-


pêutica na terceira idade

Descrição da Imagem: a Figura 19


demonstra a imagem de uma mu-
lher idosa deitada na maca receben-
do massagem estética na região das
costas.

Sob o ponto de vista biológico, o envelhecimento do ser humano nem sempre está associado ao enve-
lhecimento cronológico, pois cada indivíduo envelhece de forma diferente. Há uma tendência com o
padrão de vida de cada indivíduo em seus hábitos, dieta e história pregressa que influenciam e alteram
o envelhecimento. Assim, pessoas com a mesma idade cronológica apresentam níveis de envelheci-
mento diferentes (FREITAS, 2018).
O envelhecimento é considerado um fenômeno global e está associado ao aumento da expectativa
de vida das pessoas em todo o mundo, incluindo o Brasil. A população com mais de 60 anos vem
redefinindo seu papel na sociedade e buscando maneiras de levar a vida de forma ativa, significativa
e independente, motivando-se a melhorar a saúde, bem-estar, vivendo melhor enquanto envelhecem,
o que aumenta a demanda aos cuidados dessa população (ABIHPEC, 2019; BISSON, 2020; KEDE;
SABATOVICH, 2015).
Estudos mostram que vaidade e embelezamento afetam positivamente a qualidade de vida do indi-
víduo e esse aspecto está diretamente ligado ao mercado de beleza e estética. Em meio a esse cenário,
o esteticista atua prevenindo, amenizando e retardando o processo de envelhecimento, (SHMIDTT;
OLIVEIRA; GALLAS, 2008). A atuação do tecnólogo em estética e cosmética aos pacientes da terceira
idade estão relacionadas às suas queixas principais e utiliza recursos relacionados às suas respectivas
indicações e contraindicações (SILVA; SANTOS; OLIVEIRA, 2014; ANDRADE et al., 2018; LOPES,
2017).
Normalmente, esses pacientes procuram tratamentos estéticos para flacidez de pele, flacidez mus-
cular, gordura localizada, distúrbios pigmentares, revitalização corporal, relaxamento, pós-operatório,
dentre outros (PEREZ; LEVIN, 2014; FASSHEBER et al., 2018; SIMÃO et al., 2018). A estética dispõe
de inúmeros tratamentos para as afecções acima citadas e muitas outras, sendo, portanto, utilizado em
todos os pacientes que apresentem indicações, incluindo o público maduro da terceira idade (MA-
TIELLO et al., 2019; MATOS, 2015; RODRIGUES; PETRI, 2018; ROSA; LOPES, 2018; SILVA, 2019;
SIMÃO, 2019; VASCONCELOS, 2015).

166
UNIDADE 4

Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), a saúde é definida como o bem-estar bio-psíquico-
-social do indivíduo. Tanto a saúde quanto a qualidade de vida são elementos fundamentais para o ser
humano e estão intimamente ligados.

Figura 20 - O universo da esté-


tica e cosmética ilumina a alma,
aumenta a autoestima e quali-
dade de vida

Descrição da Imagem: a Figura 20


demonstra uma jovem mulher no
meio de uma plantação de girassóis
(flores) feliz, soprando pétalas de
suas mãos. Representa autoestima
e qualidade de vida que o universo
da estética e cosmética traz ao ser
humano.

Com o passar do tempo, a estética passou a fazer parte da área da saúde, deixando de ser considerada
um cuidado supérfluo ou apenas vaidoso. O ser humano entendeu que o cuidado individual e a
aparência saudável ajudam no sucesso pessoal e profissional, em razão disso, a estética tem sido
prioridade para pessoas que buscam longevidade e qualidade (SILVA; SANTOS; OLIVEIRA, 2014;
ABIHPEC, 2019).
Qualidade de vida está relacionada à autoestima e ao bem-estar pessoal do indivíduo. Sua realização
envolve a capacidade funcional e intelectual, o nível socioeconômico e a interação social, autocuida-
do, o estado emocional e de saúde, os valores culturais, éticos e religiosos, satisfação profissional, das
atividades diárias, bem como com o ambiente que se vive (CERVI, 2014).
Contudo, a vida moderna tem causado um stress no ser humano. O aumento no tempo e demanda
de trabalho, somados às responsabilidades da casa, família, filhos e diminuição do tempo de lazer vem
causando um excesso de informações na população. Essa turbulência tem feito cada vez mais o ser
humano buscar maneiras de desacelerar, recuperar as energias e viver a vida de forma mais longa e
saudável (ABIHPEC, 2019).
Procedimentos estéticos contribuem na autoestima, qualidade de vida e bem-estar, principalmente
daqueles que possuem algum distúrbio estético. Partindo do princípio de que a saúde é o completo
bem-estar físico, psíquico e social e não apenas a ausência da doença, compreende-se que o distúrbio
estético representa uma ameaça à integridade emocional do indivíduo, diminuindo sua autoestima
e gerando impacto negativo à qualidade de vida do ser humano (CERVI, 2014; FERREIRA; LEMOS;
SILVA, 2016; MOREIRA; MARRONE, 2013; SILVA; BRITO, 2017).

167
UNICESUMAR

A estética, em todas as áreas de atuação e principalmente na estética corporal, previne, ameniza e


restabelece as alterações causadas pelos distúrbios estéticos responsáveis pela insatisfação da imagem
corporal e diminuição da autoestima, possuindo, portanto, um impacto positivo sobre a qualidade de
vida (FERREIRA; LEMOS; SILVA, 2016; MOREIRA; MARRONE, 2013).
Querido(a) aluno(a)! Nessa unidade, você aprendeu um pouco mais sobre sua profissão, comple-
mentando seu conhecimento para a vida profissional.
Obteve conhecimentos específicos de flacidez da pele e muscular, a diferença entre elas e quais
seus fatores causadores. De forma mais aprofundada, aprendeu suas características fisiopatológicas de
cada uma delas, acrescido das principais abordagens terapêuticas utilizadas em seus tratamentos. Em
seguida, aprendeu o desenvolvimento das estrias, as alterações fisiológicas no tecido conjuntivo que
causam o estiramento e consequente ruptura da pele, suas características de surgimento, bem como
quando já instaladas, concluindo esse aprendizado com os principais recursos terapêuticos utilizados.
Em continuidade, aprendeu o conceito das principais alterações pigmentares desenvolvidas no corpo
de forma a elucidar suas diferenças e estabelecer um protocolo de tratamento eficaz e seguro, no qual se
localizam, seus fatores causadores e os principais recursos e ativos utilizados em tratamentos estéticos.
Você aprendeu que ambas as disfunções, na maioria das vezes, andam juntas, e as abordagens
terapêuticas podem ser associadas de forma a complementar uma à outra. Percebeu a importância
do profissional esteticista ao restabelecimento da saúde do ser humano, não se limitando somente
ao embelezamento, mas aos cuidados daqueles que possuem patologias ou condições especiais que
desenvolvem distúrbios estéticos, como as gestantes e o paciente idoso.
Por fim, concluímos a unidade e a disciplina de estética corporal, polindo-se da importância da
estética na saúde, autoestima e qualidade de vida do indivíduo. O conhecimento obtido nessa unidade
lhe dará novas habilidades e possibilidades em diversificar o tratamento. Você será capaz de elaborar
procedimentos com maior qualidade, utilizar de recursos variados e associá-los a técnicas e cosméticos,
obtendo resultados eficazes e satisfatórios.

168
Muito bem, vamos colocar seu conhecimento em prática? Chegou a sua vez! Em sua rotina normal
de trabalho, você esteticista realiza avaliação de uma paciente de 23 anos com queixa de flacidez
de pele e estrias por conta de grande emagrecimento após cirurgia bariátrica.
Ao realizar a avaliação corporal, você identificou grande flacidez em abdome e região tri-
cipital. Observou também a presença de estrias branco-nacaradas em região abdominal
e flancos.
Diante da variada opção de tratamento, escolha um recurso ou técnica que você utilizará para
cada patologia (flacidez e estrias) e descreva cada uma delas. Utilize o seu mapa mental para isso.
Dei o start para você, mas é preciso finalizá-lo, vamos lá?

Descrição da Imagem: o mapa mental indicado apresenta duas ramificações iniciais, a primeira à esquerda “Tratamento para
flacidez tissular”, a seguir apresenta a seguinte informação “Recurso eletroterápico escolhido: radiofrequência” e depois “Efeitos
fisiológicos no tecido”. A partir disso, você estudante deve preencher três ramificações indicadas. Por sua vez, a ramificação da

MAPA MENTAL
direita apresenta como primeiro ponto “Tratamento para estrias”, depois “Recurso eletroterápico escolhido” e “Efeitos fisioló-
gicos no tecido”. A partir deste último, é apresentado novamente três ramificações para que você preencha de acordo com os
conhecimentos obtidos na unidade.

169
MAPA MENTAL

170
1. 1. Perda da capacidade da pele em manter sua extensibilidade, e elasticidade, diminuindo
tanto a habilidade de distender como de retornar ao estado normal após um estiramento
(TORTORA; DERRICKSON, 2012).
Qual disfunção estética corporal corresponde à afirmação acima? Assinale a alternativa correta:
a) Diástase do reto abdominal.
b) Estrias.
c) Flacidez tissular.
d) Flacidez Muscular.
e) Fibroedemageloide.

2. A síndrome da hipotensão supina é uma condição que acontece em gestantes causando


mal-estar, formigamento, podendo até chegar ao desfalecimento da futura mãe. Ocorre
principalmente durante longos períodos de repouso em decúbito dorsal.
Sabendo disso, responda à questão abaixo.
a) Descreva como a síndrome da hipotensão se desenvolve na gestante e como você, um(a)
esteticista, pode evitar essa condição em um procedimento de drenagem linfática.

3. As estrias evoluem de formas diferentes e apresentam características distintas ao surgir e


após instaladas. Para desenvolver um protocolo de tratamento ideal e eficaz, o(a) esteticista
deve saber suas alterações fisiológicas.
Isso posto, descreva o processo de desenvolvimento das estrias desde o surgimento em sua

AGORA É COM VOCÊ


coloração rosada até se tornarem rubras.

171
1. C. A flacidez tissular é a perda da capacidade da pele em manter sua extensibilidade e elasticidade,
diminuindo tanto a habilidade de distender como de retornar ao estado normal após um estiramento.

2. a) A síndrome da hipotensão supina ocorre pela compressão dos vasos sanguíneos da região pélvica,
causada pelo peso do útero gravídico, que prejudica o retorno do sangue dos membros inferiores ao
coração. Durante a drenagem linfática, a paciente não deve ser posicionada por longos períodos em
decúbito dorsal. A alternância entre os decúbitos laterais alivia a obstrução das grandes veias abdo-
minais, permitindo que o sangue acumulado nos membros inferiores retorne à circulação sistêmica.

3. Estrias, quando surgem, são planas e de cor rosada. O rompimento da pele desencadeia inicialmente
uma reação inflamatória. Nessa fase, ocorre o rompimento e fragmentação das fibras elásticas e as
alterações na borda da estria se estendem até três centímetros com prurido, apresentando, ainda,
erupção plana, dor, mas sem depressão da superfície acometida. Esse processo evolui de forma gra-
dativa, aumentando o comprimento e a largura e, aos poucos, assumindo uma coloração avermelhada,
recebendo o nome de estrias rubras.
CONFIRA SUAS RESPOSTAS

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