Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Corporal
PROFESSORES
Me. Paula Rebola
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Coordenador de Conteúdo Lilian Rosana dos Santos Moraes Designer Educacional Raquel Baptista Meneses Frata e
Aguinaldo José Lorca Ventura Revisão Textual Cintia Prezoto Ferreira e Erica Fortega Editoração Sabrina Novaes e Lavignia
da Silva Santos Ilustração Natalia de Souza Scalassara e Bruno Cesar Pardinho Figueiredo Realidade Aumentada Maicon
Douglas Curriel Fotos Shutterstock.
FICHA CATALOGRÁFICA
Estética Corporal.
Paula Rebola.
Maringá - PR.: Unicesumar, 2021.
176 p.
“Graduação - EaD”.
Impresso por:
CDD - 22 ed. 370
CIP - NBR 12899 - AACR/2
ISBN 978-65-5615-272-1
Reitor
Wilson de Matos Silva
MINHA HISTÓRIA
MEU CURRÍCULO
Olá! Meu nome é Paula e meu sobrenome é Rebola,
isso mesmo, de rebolar! Tive muita dificuldade quando
criança e até na adolescência, mas depois de um tempo
passei a utilizar meu sobrenome em várias situações
da vida. A primeira delas era, e ainda é, causar descon-
tração, risos e fazer novas amizades. Percebi que, de
alguma maneira, meu sobrenome ficaria gravado para
as pessoas. Independentemente da forma, se amiga,
profissional ou professora, o Rebola seria meu registro.
Poderia referir diversas situações, mas agora me aludo
a última e talvez a mais importante delas. O rebolar da
minha vida e que pode ser o da sua também. Rebolar
para vencer, conquistar, não esmorecer diante às di-
ficuldades, tropeços ou obstáculos, manter o foco, o
objetivo, começar e recomeçar, comemorar e festejar,
sim rebolar! Durante minha graduação em Fisioterapia,
encantei-me pela área da Pneumologia e Cardiologia,
e somado à imensa admiração por alguns professores,
tive mais uma certeza, a de ser Professora. Me formei
Aqui você pode
conhecer um no ano de 2001, fiz pós-graduação e iniciei minha vida
pouco mais sobre profissional. Trabalhei por dez anos em um hospital,
mim, além das em conjunto com Estética e Cosmética em uma clínica
informações do
de fisioterapia e realizava atendimentos a domicílio
meu currículo.
aos pacientes com alta hospitalar. Em meio às dificul-
dades, sentia-me craque na arte de rebolar até aquele
momento e, em 2008, ousei acrescentar nesta mistura
à docência e o mestrado. Dez anos se passaram como
Fisioterapeuta, Professora, Coordenadora de Curso
Superior e Pós-Graduação. Hoje, sou Fisioterapeuta,
Professora universitária dos cursos de Fisioterapia, En-
fermagem, Biomedicina, Estética e Cosmética e acadê-
mica de Licenciatura em Ciências Biológicas. Contudo,
concluo que ser Professora para mim é estabelecer uma
ponte para o conhecimento, é plantar uma semente e
esperar a magia do seu florescimento.
RECURSOS DE
IMERSÃO
REALIDADE AUMENTADA
Sempre que encontrar esse ícone, esteja conectado à internet e inicie o aplicativo
Unicesumar Experience. Aproxime seu dispositivo móvel da página indicada e veja
os recursos em Realidade Aumentada. Explore as ferramentas do App para saber
das possibilidades de interação de cada objeto.
RODA DE CONVERSA
PÍLULA DE APRENDIZAGEM
PENSANDO JUNTOS
EXPLORANDO IDEIAS
EU INDICO
Enquanto estuda, você pode acessar conteúdos online que ampliaram a discussão
sobre os assuntos de maneira interativa usando a tecnologia a seu favor.
Como profissional da Estética, você deverá compreender que estar apto a atuar em
diversas áreas relacionadas ao Bem-Estar, a Saúde e ao Embelezamento faz parte
desta profissão.
Assim, compreendendo diversos lados do saber, ampliando seu horizonte para no-
vas áreas, o esteticista agora faz parte da equipe de profissionais da área da saúde e
equipe multidisciplinar.
Logo, você percebeu que Joanna é uma paciente extrovertida e muito falante, gosta
muito de se cuidar e realiza procedimentos estéticos periodicamente. Contudo, não
se atenta em se informar sobre os procedimentos estéticos que recebe.
Durante a avaliação física, você constatou hematomas distribuídos por todo o corpo
da paciente e uma queimadura em flanco direito, preocupado(a), você a questionou
sobre a procedência. Qual a importância do seu questionamento para sua avaliação?
Uma boa avaliação do paciente, tanto na anamnese como em sua parte física, é
primordial para o melhor resultado, para a segurança do paciente e também para o
profissional. Além disso, quanto mais provido de conhecimento, maior será sua visão
em traçar seu protocolo de tratamento com eficácia. Para isso, a avaliação minuciosa
munida de fundamento científico, do conhecimento e manejo da técnica e experiên-
cia estabelece a diferença em todos os âmbitos do tratamento, lembrando também
das indicações e contraindicações que agregam valores fundamentais ao protocolo
proposto, garantindo o melhor resultado.
Sabendo disso, ao relacionar o caso da sua paciente Joanna, fica claro que o procedi-
mento realizado pelo outro profissional estava errado, sendo que a massagem mode-
ladora deve sim ser realizada de forma firme e com pressão suficiente para mobilizar
o tecido, mas não deve lesioná-lo, causando hematoma. Outrossim é a queimadura
que, provavelmente, aconteceu pelo uso incorreto do ultrassom.
PROVOCAÇÕES
INICIAIS
Neste momento, você deve assumir o controle da situação com discrição, ética e pro-
fissionalismo. Para isso, não existe a necessidade de expor o colega profissional, mas
você pode esclarecer com propriedades científicas de como o procedimento correto
acontece. Por exemplo, no caso da massagem modeladora, você deve explicar que é
uma técnica de manobras firmes, porém não deve causar dor ou hematomas e que,
quando isso acontece, não alcança seus objetivos, pelo contrário, as lesões causadas
podem piorar o quadro patológico instalado.
Em relação à queimadura, após uma avaliação específica sobre ela, a melhor conduta
é não realizar procedimentos em sua proximidade, o que poderia piorar o caso e,
ainda, recomendar a Joanna uma visita em um médico dermatologista para extrair
orientações e cuidados seguros do ferimento.
Você já ouviu falar de algum caso em que o paciente apresentou algum problema
durante o tratamento estético? Diante do caso explanado anteriormente, qual sua
percepção entre o conhecimento e a relação com a atividade do profissional Tecnó-
logo em Estética e Cosmética?
Leve esse questionamento em conta e faça uma breve pesquisa com profissionais
da Estética e Cosmética de sua região e/ou pessoas/conhecidos que já passaram por
algum tipo de problema causado em tratamentos estéticos. Caso sinta necessidade,
realize anotações sobre os questionamentos feitos para estes profissionais e/ou
clientes/paciente, bem como de suas respostas.
Mesmo que seu paciente apresente alguma debilidade preexistente, você, como
bom profissional, sabendo das bases fisiológicas, fisiopatológicas, de seus recursos
disponíveis, das indicações e, principalmente, contraindicações do problema, saberá
se poderá ou não realizar tratamento e conseguir o melhor resultado, dentro das
possibilidades apresentadas.
Minha conduta para resolver esse impasse foi realizar o meu trabalho, mantendo a
ética e o profissionalismo. Após avaliação, diagnóstico e traçar o protocolo de trata-
mento, iniciei os trabalhos normalmente. Aconteceu que no meio da sessão, houve
um questionamento da paciente em relação a diferença da massagem, intensa, po-
rém não dolorosa. Foi nesse momento que eu, com cautela e propriedade, expliquei
como o procedimento era realizado de forma correta para que seus benefícios fossem
aproveitados pelo corpo.
Como conclusão, a paciente nunca mais me deixou, tornou-se assídua, e mais, uma
amiga pessoal, o nome dela é Vanise!!
Outro fator importante que diferencia o profissional é sua postura. Causar uma boa
impressão é fundamental. O ser humano em geral, incluindo os clientes/pacientes
estéticos procuram outro local pela má qualidade de atendimento e isso inclui não
somente você como toda sua equipe (SILVA; SANTOS; OLIVEIRA, 2014). Procedimentos
de má qualidade ou incorretos, além de não alcançarem resultados, podem ainda ter
consequências indesejadas. Podemos trazer esse fato com o exemplo da sua paciente
Joanna, tanto com os hematomas como a queimadura.
PROVOCAÇÕES
INICIAIS
A massagem modeladora é realizada com movimentos vigorosos e rápidos capazes
de gerar efeito mecânico no tecido, manipulando a circulação sanguínea, aumentan-
do a velocidade e fluxo do sangue, tanto venoso como arterial. Esse procedimento
causa vasodilatação e, aos olhos, vermelhidão no local, denominada hiperemia. Os
movimentos para modelar varonis são suficientes para causar hiperemia, porém não
devem causar lesões nos tecidos ou hematomas. A presença de hematoma pode ser
consequência de rompimento do vaso sanguíneo e extravasamento de sangue no
local. O resultado disso é uma lesão do vaso que pode evoluir com cicatrização de
característica fibrótica, chamada de fibrose (PEREZ; VASCONCELOS, 2014).
Uma das formas de aplicação do ultrassom é a aplicação direta, ou seja, com o transdu-
tor posicionado diretamente e perpendicular à pele e um meio condutor, normalmente
gel a base de água. O procedimento é realizado com movimentos circulares, lentos e
contínuos, especialmente no ultrassom convencional. Neste caso, durante a aplica-
ção, o cabeçote transdutor deve permanecer em constante movimentação, evitando
ondas estacionárias e, consequentemente, queimaduras no tecido (BORGES, 2006).
Como você pode observar, além do conhecimento científico, fisiopatológico da afecção
a ser tratada que fortalecem o diagnóstico preciso, as técnicas, os recursos eletroter-
mofototerápicos e os cosméticos utilizados diversificam os protocolos de tratamento.
Ainda, as indicações e contraindicações são componentes valiosos que fortalecem os
planos de tratamentos escolhidos, evitando intercorrências ou erros e alcançando os
objetivos propostos (SILVA; SANTOS; OLIVEIRA, 2014).
Ressalto que para “pôr a mão na massa” e utilizar de todos os meios mencionados,
voltamos ao princípio de tudo, a avaliação. É muito importante que os dados colhidos
na anamnese e avaliação física sejam reais, fidedignos. A veracidade de todas as in-
formações colhidas possibilita o trabalho com segurança, podendo você, profissional,
oferecer o melhor resultado (OLIVEIRA, 2008).
Durante a prática clínica, não será difícil você se deparar com outras pacientes como a Joan-
na, por isso estar preparado para o mercado de trabalho é imprescindível para o sucesso.
Com base no que foi visto até agora, você percebeu que a área da estética e cosmética
é ampla e complexa, envolvendo o bem-estar e, principalmente, a saúde do paciente.
Diante do exposto, o que você espera da disciplina de Estética Corporal?
CAMINHOS DE
APRENDIZAGEM
1 2
13 53
TÉCNICAS DE
INTERAÇÃO
TRATAMENTOS
TERAPEUTA/
ESTÉTICOS
PACIENTE
CORPORAIS
3 4
95 135
DISFUNÇÕES FLACIDEZ,
ESTÉTICAS E DISCROMIAS
ABORDAGENS E PRINCIPAIS
TERAPÊUTICAS PARA ABORDAGENS PARA
TRATAMENTO TRATAMENTOS
ESPECIAIS
1
Interação
Terapeuta/Paciente
Me. Paula Rebola
Vamos imaginar agora sua Clínica de Estética? Ima- queimadura. Alguns equipamentos que trabalham
ginemos também que, neste momento, você recebeu com calor, a intensidade média depende da sensi-
para uma avaliação uma paciente cuja queixa prin- bilidade do paciente, em que, neste caso, para ele,
cipal é de gordura localizada em região de flancos. quanto mais é melhor. O que não é bem assim.
Como você estava com sua agenda livre, resolveu Muitos pacientes vão contra as orientações
adiantar o tratamento e iniciar imediatamente os médicas para poder realizar procedimentos es-
procedimentos sem a conclusão de todo o proces- téticos, encontramos como exemplo a gravidez,
so de avaliação. E, é claro que você só está fazendo câncer, infecção, insuficiência cardíaca descom-
isso porque tem uma boa experiência na área, sabe pensada, uso de marcapasso e diversos outros
exatamente qual é o tratamento indicado e, ao ba- problemas que causam risco ou se apresentam
ter os olhos, identificou o problema imediatamente, contraindicados. Outro fato importante é lem-
pois era extremamente visível e bem característico. brar que o paciente estético sempre chegará em
Levando essa questão em conta, quais são as conse- sua clínica bem, dificilmente com um problema
quências que podem ocorrer diante dessa situação? aparente. Para você entender a gravidade desse
Bem, antes de adentrarmos às consequências, va- problema, usarei mais uma amostra: academias de
mos analisar a situação. O olhar clínico é extremamente ginástica. O aluno normalmente chega saudável,
importante para o profissional, mas infelizmente ele querendo apenas melhorar sua condição física.
não é suficiente para obter ou fechar o diagnóstico, nem O que pode acontecer? Por falta de uma avalia-
tampouco para estabelecer o plano de tratamento. Uma ção criteriosa, e o aluno apresentar uma doença
boa e meticulosa avaliação, desde a anamnese como cardíaca preexistente, por exemplo, ele entra em
sua parte física, é primordial para o melhor resultado óbito realizando uma simples corrida na esteira.
para a segurança do paciente como também para o Entender que um cliente/paciente sempre será
profissional. Quanto mais o profissional sabe das pa- um paciente e que independentemente do embe-
tologias envolvidas, suas indicações e contraindicações, lezamento pessoal estamos lidando com sua saúde
melhor e mais seguro será o resultado. Além disso, to- é função do tecnólogo em estética e cosmética,
das as técnicas, equipamentos ou cosméticos possuem por isso, todos os cuidados devem ser tomados.
suas indicações e contraindicações que podem mudar Agora que falamos em diversas possibilidades
de acordo com algumas características do paciente. de consequências relacionadas ao paciente no ge-
Na vida real, o paciente que procura o tratamento ral, vamos falar sobre o paciente da estética? Con-
estético é movido à autoestima, ao embelezamento vido você a realizar um exercício simples. Procure
e muitos ainda por conta de padrões impostos pela três estabelecimentos estéticos, converse com seu
sociedade. Querem e precisam a todo custo “daquele” colega profissional e faça algumas perguntas. Va-
procedimento, muitas vezes esperando por resulta- mos ver como isso pode acontecer facilmente?
dos de outras pessoas, por propagandas da TV ou Então vamos lá!
por simplesmente querer ser ou estar igual a alguém. • Já passou por alguma ocasião em que a ava-
Diante disso, passam por cima de situações liação não foi realizada de forma atenciosa
que seriam, no caso, até contraindicadas. Não re- e por esse motivo teve consequências? As
latam a sensação de dor, formigamento ou calor consequências foram nos resultados do tra-
por exemplo, podendo até deixar acontecer uma tamento ou mais graves?
14
UNIDADE 1
• Já houve algum paciente que omitiu algum para mãe e o bebê, até o terceiro mês, por exem-
dado importante que o tratamento teve plo, nosso corpo ainda não reconheceu o embrião
consequências? como parte dele, podendo, em qualquer situação,
• Caso houvesse, quantos foram, qual a gra- expeli-lo. O aumento do retorno venoso, no caso de
vidade e a situação? Foi possível reverter? uma drenagem linfática, pode aumentar essa possi-
bilidade. Outro fato importante e que pode causar
Já tem as respostas? Podem ser inúmeras as situa- consequências graves é o tratamento, na gestação,
ções, graves ou simples. Explanaremos agora al- para gordura localizada e Fibro Edema Geloide
gumas possibilidades vivenciadas frequentemente (celulite) que por não ser realizada especialmente
em clínicas de estética. A falta de sensibilidade lo- no abdome, as gestantes costumam pedir.
cal pode ocasionar graves queimaduras no pacien- O fato é que o esteticista conta com um leque de
te, o uso de remédios controlados, anticoagulantes recursos para os tratamentos; além das técnicas, dos
para pacientes cardíacos, por exemplo, dependen- recursos eletroterápicos, conta também com os pro-
do do tipo de procedimento, pode aumentar o dutos cosméticos que apresentam princípios ativos
retorno venoso e aumentar o trabalho cardíaco, em sua composição. Os princípios ativos estão cada
podendo subir sua frequência, a pressão arterial e, vez mais eficazes em sua formulação cosmética e
com isso, até causar uma micro hemorragia. todos sabemos que é um veículo fundamental para
A drenagem linfática manual ou mecânica é um complementar o resultado do tratamento, assim, pe-
procedimento leve, lento e muito agradável. Seu efei- netrando na via sanguínea. Sabemos também que o
to é extremamente valioso para auxiliar a drenagem feto se alimenta de todos os componentes presentes
e o transporte do líquido tissular do sistema vas- no sangue da mãe, pelo cordão umbilical. O que
cular linfático que, por algum motivo, encontra-se certamente passará para o bebê, podendo acarretar
inadequado. Não são todas as pessoas que sabem a danos e consequências maiores.
função do sistema linfático ou a função da drenagem Muitas vezes, o paciente não revela a real situa-
linfática. Assim, procurando esse tipo de tratamento ção para conseguir o tratamento esperado. Como
que, como todos os outros, possuem indicações e mencionado anteriormente, por falta de informa-
contraindicações. Para muitas mulheres, o horário ção, entende de forma errônea, que quanto mais
no esteticista é sagrado, a frequência em clínicas es- forte (pressão) e maior a dor que estiver sentindo,
téticas é assídua, pois cuidar do corpo é uma de suas melhor será o resultado do procedimento e, assim,
prioridades. Uma gravidez não planejada pode vir o resultado esperado por ele(a).
a falhar todo resultado que tiver conquistado em Quando o trabalho é destinado ao ser humano,
anos. Por isso, sem indicação médica ou até contra ao que se refere à sua saúde, devemos saber que
a indicação médica, optam por fazer drenagem lin- todos os procedimentos apresentam indicações e
fática por exemplo, ou até procedimentos estéticos contraindicações. Também, elas podem ser abso-
convencionais para celulite e gordura localizada. lutas ou relativas, o que significa que podem ser
A drenagem linfática não é uma contraindica- totalmente ou parcialmente indicadas ou contrain-
ção absoluta na gestação, mas é relativa. Está re- dicadas, e isso está relacionado às disposições gerais
lacionada às características da gestação e da mãe. do paciente em questão. Incluem-se os casos con-
Mesmo em uma gestação estável, isto é, sem riscos traindicados a gestantes, cardíacos, portadores de
15
UNICESUMAR
marcapasso, câncer, alergia ao princípio ativo cosmético, hastes metálicas, diminuição de sensibilidade local,
infecções ou processos inflamatórios e várias outras. As indicações também são distintas para cada caso.
Todos os detalhes devem ser esclarecidos ao paciente para que ele tenha ciência de tudo que irá se
passar com ele. O trabalho deve ser realizado com honestidade e transparência, o termo de esclareci-
mento e livre consentimento são um alicerce fundamental, inclusive para casos de omissão.
Pacientes menores de 18 anos devem sempre ser acompanhados de seu responsável legal. Em casos,
ainda, de um paciente com prescrição médica, atenção replicada ao processo de avaliação deve acon-
tecer, todos os dados e o estado geral do paciente devem ser detectados. Os pacientes com prescrição
médica, em alguns casos, podem vir com o tratamento proposto. Quando o profissional esteticista
apresenta os conhecimentos científicos e profissionais tem subsídios para verificar se o tratamento,
no caso, proposto pelo médico, é condizente ou se existem outras indicações e técnicas.
O profissional apresenta suporte para tratar e discutir igual o caso do paciente em questão, tendo ainda
estrutura, da mesma forma, científica e profissional, para lidar com segurança em casos de complicações,
dúvidas e até novas sugestões de tratamento, estabelecendo uma ligação estreita com o médico, o que dará
mais credibilidade e confiança. Isso trará mais segurança, melhor resultado e com certeza novas indicações. O
conhecimento nos dá a base para elaboração e execução do melhor tratamento, bem como o melhor resultado.
Veja só, até aqui falamos várias situações que implicam um bom tratamento. A importância da ética
profissional, do conhecimento científico, da experiência profissional e da inclusão do esteticista na
equipe multidisciplinar. Todas essas situações partem do princípio do tema desta unidade, a avaliação.
Percebeu como ela é essencial? Agora vamos nos aprofundar no assunto.
DIÁRIO DE BORDO
16
UNIDADE 1
17
UNICESUMAR
18
UNIDADE 1
Descrição da Imagem: profissional esteticista sentada em sua mesa de estudos com livros.
19
UNICESUMAR
Ser honesto e verdadeiro, agir com responsabilidade, proteger com sigilo a inte-
gridade do cliente/paciente, obter diplomas e certificados válidos e reconhecidos,
seguir os regulamentos, normas e diretrizes da profissão, bem como as regras da
Anvisa (Agência nacional de Vigilância Sanitária) são cuidados que estabelecem
sua seriedade, aumentam sua credibilidade e fazem parte dos princípios éticos
básicos do esteticista (GERSON et al., 2011).
Quando falamos da conduta profissional do esteticista, devemos entender tam-
bém que a vestimenta e paramentação utilizada, a higiene profissional e pessoal,
a recepção ao cliente, o comprometimento, aprimoramento constante, a avaliação
completa com anamnese e exame físico asseguram um comportamento ético que
está ligado intrinsecamente ao sucesso (SILVA; SANTOS; OLIVEIRA, 2014).
Durante o atendimento, a postura profissional do esteticista é um grande diferen-
cial nesse imenso mercado competitivo. A primeira impressão é a que fica, a postura
profissional é válida desde o primeiro contato, vai do profissional que executa o pro-
cedimento estético se alongando da mesma forma para colaboradores da recepção,
limpeza ou qualquer outro integrante de sua equipe. Independentemente de como
está seu dia, receba sempre seu paciente com alegria. Durante a avaliação, escute e
dê atenção às suas queixas e sempre esclareça todos os procedimentos que serão rea-
lizados com uma linguagem compreensível. Mantenha-se sempre atualizado, assim
poderá aplicar todas as técnicas e produtos disponíveis, reconhecidos cientificamente
e que sejam indicadas individualmente para cada cliente/paciente (LOPES, 2017;
SILVA; SANTOS; OLIVEIRA, 2014).
A avaliação é fundamental e intransferível, isto é, deve ser realizada de forma com-
pleta para posteriormente ser traçado um plano de tratamento. Além disso, ela deve
ser realizada a cada nova sessão, uma reavaliação é fundamental para ajustes e diver-
sificações no plano de tratamento. Aliás, diversificar o protocolo de tratamento, desde
técnicas, equipamentos e cosméticos é vital para garantir ao máximo o objetivo como
também os resultados esperados (LOPES, 2017; SILVA; SANTOS; OLIVEIRA, 2014).
A conduta profissional anda lado a lado com a ética, deste modo, jamais pro-
meta resultados irreais ou ilusórios. De acordo com a queixa principal do paciente,
seja real e estabeleça metas reais a curto, médio ou longo prazo. Em alguns casos,
um pacote com dez sessões não é suficiente para estabelecer o resultado esperado.
Ainda, aqueles clientes que não apresentam frequência assídua à clínica estética,
bem como aos tratamentos estéticos, não costumam compreender que um único
pacote não é o bastante para atingir o objetivo. Aliado a isso, a conscientização
e o comprometimento do paciente com alimentação adequada, atividade física,
ingestão de água e utilização correta do Home Care é um grande partícipe para
garantir o melhor resultado (SILVA; SANTOS; OLIVEIRA, 2014).
20
UNIDADE 1
A conscientização do paciente
em relação ao horário de aten-
dimento faz parte de uma boa
postura profissional e, é claro
que o esteticista também deve
respeitar de forma criteriosa,
então, organize sua agenda e
respeite os horários agendados.
21
UNICESUMAR
O mercado é extremamente concorrido, mas o sol nasce para todos. O grande diferencial
está no conhecimento científico, técnico e na postura do profissional. Devemos entender
que a fidelização do cliente/paciente se faz por meio destes preceitos. A união entre a
classe profissional estabelece a força e o crescimento de qualquer profissão. Portanto,
mantenha contato com outros profissionais esteticistas, crie redes de parceiros de outras
áreas da saúde e faça parte de equipes multidisciplinares, como médicos, fisioterapeutas,
biomédicos, nutricionistas, educadores físicos e vários outros profissionais que atuam
na área da saúde (LOPES, 2017; SILVA; SANTOS; OLIVEIRA, 2014).
Para o atendimento, o ambiente em que o paciente será atendido são neces-
sários cuidados especiais, isso inclui desde o estacionamento, se for o caso, a
recepção, sanitários e, principalmente, o consultório de atendimento. Os am-
bientes devem ser organizados, limpos e silenciosos. Caso tenha aparelhos de
multimídia, como TV ou som, eles devem ser em baixo volume para que seja
agradável, lembre-se sempre que a primeira impressão é a que fica. O ambiente
de atendimento ao paciente deve ser confortável e aconchegante; caso houver
várias macas para atendimentos ao mesmo tempo, devem ser devidamente
separadas por biombos ou cortinas.
22
UNIDADE 1
Neste caso, para realizar vários atendimentos simultaneamente, o espaço deve conter um lugar
específico para troca das vestimentas, como o banheiro, havendo também acessórios de materiais
descartáveis para o deslocamento do paciente, como roupão, avental, chinelos, entre outros. O mesmo
se aplica ao espaço de atendimento individual, este procedimento deve ocorrer da mesma forma, o
que na verdade é ideal. Ainda assim, se o espaço estético for pequeno, deve haver junto ao local de
avaliação e a cabine de atendimento: suportes para a acomodação de vestimentas, bolsas e outros
pertences do paciente (SILVA; SANTOS; OLIVEIRA, 2014).
O importante é deixar o cliente confortável e o menos constrangido possível, para que aproveite bem
o tratamento. Caso não exista banheiro ou local reservado junto à sala de atendimento, o profissional
deve se retirar para que o paciente se arrume à vontade (PEREZ; VASCONCELOS, 2014). Antes de
iniciar o atendimento, o esteticista deve receber o cliente/paciente com alegria e simpatia, bem como
ajudá-lo a se preparar para o procedimento, principalmente no primeiro atendimento.
Direcione o paciente com orientações de onde se trocar, onde guardar seus pertences, auxilie sua acomoda-
ção ao se deitar com segurança, cuide de seu posicionamento de forma adequada e confortável com travesseiros
e rolos. A maca deve estar coberta com lençol descartável, individual para cada paciente. Travesseiros, rolos de
apoio e superfícies fixas devem ser higienizados com álcool 70%; utensílios específicos para o trabalho estético,
como espátulas e cubetas devem ser substituídas por limpas previamente ou serem higienizadas. As áreas que
não receberam tratamento devem ser cobertas com toalha ou lençol.
23
UNICESUMAR
Normalmente, o paciente da estética corporal trata várias regiões corporais, diante disso, existe a ne-
cessidade de permanecer durante o atendimento de roupa de banho ou roupas íntimas. Para manter a
privacidade do paciente, especialmente em procedimentos corporais, apenas a área que está recebendo
o procedimento deve ser exposta, sendo recoberta após finalizar o local. Uma situação comum, por
exemplo, são procedimentos em região abdominal e flancos em mulheres. Neste caso, para que possam
acontecer, a paciente deve permanecer com o tronco despido, permanecendo de roupa íntima, assim,
faz-se extremamente necessário resguardar a região de mamas com toalhas.
24
UNIDADE 1
Descrição da Imagem: esteticista realizando anamnese do paciente ouvindo com atenção e simpatia suas queixas.
25
UNICESUMAR
26
UNIDADE 1
O cuidado quando realizado como procedimento na área da saúde é representado pela forma que
a assistência ao cliente/paciente é desenvolvida. Cuidar do paciente envolve tanto as condutas
realizadas como os sentimentos do profissional, estes compreendem o interesse, reciprocidade,
afeição, apreço e outras. Considerando o cuidado realizado na área da estética corporal, sabemos
que a execução das atividades abrange uma parte ou todo o corpo do paciente e, ainda, durante a
prática, ele deve estar em situação de nudez parcial ou total (WALDOW, 2001 apud PUPULIM;
SAWADA, 2005). Em meio a isso, entende-se que é crucial o profissional esteticista respeitar o
próximo, mantendo sua dignidade. A privacidade do paciente pode ser agredida de várias maneiras,
desde a violação de suas informações pessoais como do espaço ou região do seu corpo, psicológica
e moralmente (PUPULIM; SAWADA, 2005, 2010).
Não diferente de qualquer profissional da área de saúde, o esteticista está inserido neste contexto,
principalmente, tratando-se de estética corporal. Independentemente da área corporal tratada, a priva-
cidade do paciente deve ser mantida. A postura do profissional deve ser mantida com imparcialidade
e o toque deve ser firme e preciso de acordo com a técnica realizada. É claro que existe diferença entre,
por exemplo, uma drenagem linfática e uma massagem modeladora, mas a tonalidade do toque quanto
à técnica se diferencia quando o profissional se encontra inseguro, constrangido ou com intenções que
não sejam profissionais, denotando um ato de carícia ou agrado, fugindo totalmente do objetivo proposto.
Cabe ainda considerar que o resguardo da postura profissional é um escudo valioso em sua
defesa, impedindo ou impossibilitando que, caso houver outras intenções vindas do cliente/pa-
ciente, possam ser expressadas.
27
UNICESUMAR
Descrição da Imagem: homem deitado em decúbito ventral, despido, com região de glúteos coberta por toalha, velas acesas espalhadas
com terapeuta realizando massagem nas costas.
O adolescente é um público com pouca frequência nos tratamentos estéticos, apesar de ter crescido a
procura nos últimos tempos. Em geral, a busca da estética pelo adolescente se dá devido o incômodo
ao surgimento da acne, estrias ou até de forma preventiva da tão famosa celulite; outros, pela reco-
mendação ou insistência da mãe, mas tem aumentado consideravelmente.
Para esse público, o profissional esteticista deve se atentar com a autorização dos pais ou responsáveis
legais, lembrando que apresentam idade menor que 18 anos. Quando não estiverem acompanhados,
durante a anamnese e avaliação física, exigir termo de autorização te traz segurança. Agora, quando
acompanhados, a privacidade também se faz importante, solicitando para que os responsáveis que
estiverem acompanhando aguardem na sala de espera. Procure realizar os atendimentos de forma
breve e objetiva, a morosidade te causa inquietação. Contrário disso, com o público mais maduro, não
28
UNIDADE 1
29
UNICESUMAR
A anamnese é a parte inicial da ficha de avaliação. É realizada por meio de questionamentos cujas res-
postas são inseridas em uma ficha que será um documento para o profissional esteticista, nela, além dos
dados pessoais, haverá também informações das atividades de vida diária do paciente, os valores extraídos
no exame físico, o diagnóstico, o protocolo de tratamento proposto, a evolução do tratamento e também o
termo de ciência e livre consentimento. Caso o esteticista for realizar imagem para melhor comparação ao
resultado obtido, deve também inserir uma autorização de imagem do paciente.
Os dados pessoais do paciente devem estar inseridos no tópico inicial de identificação e devem ser sempre
atualizados. Todas as informações possíveis devem ser inseridas neste item, como nome, idade, endereço, telefone,
profissão, e-mail e até, se possível, suas redes sociais. O próximo dado, subsequente às referências pessoais, é a
queixa principal, o que trouxe o cliente/paciente até você. A queixa principal do paciente, de forma esclarecida,
é o que mais lhe incomoda.
Dando seguimento, consciente de que o tratamento estético trabalha e estimula o organismo do clien-
te/paciente, deve também incluir informações de hábitos alimentares, periodicidade do funcionamento
intestinal, da ingestão de água, prática de atividade física, a qualidade do sono e a quantidade horas dor-
midas diariamente, os hábitos sociais como etilismo e tabagismo, a quantidade e o tempo.
De acordo com o tipo da profissão relatada pelo paciente no início da entrevista, faz-se importante
questionamento de possível estresse existente, se apresenta doenças emocionais, como depressão ou
síndrome do pânico, se faz acompanhamento psicológico, medicamentoso ou não com psicólogo
ou médico psiquiatra, se apresenta atividades de lazer. Ainda, se passou recentemente por algum
processo inflamatório ou infeccioso e se fez ou está fazendo o uso das medicações adequadas para tal.
Em continuidade, questionar a presença de doença preexistente, se faz uso de medicamento
contínuo e qual, a quanto tempo foi descoberto e se faz acompanhamento médico. Entre elas,
histórico de câncer, problemas cardíacos, renais, vasculares, hipertensão arterial, alterações hor-
monais, doenças de pele, HIV, doença autoimune, alterações nas taxas de colesterol e triglicerídeos,
diabetes, se sim, insulino dependente ou não, doenças degenerativas, alterações na tireoide ou
doenças neurológicas. Se apresenta haste metálica em algum segmento corporal, se tem conhe-
cimento de processos alérgicos e quais são. Em caso de paciente mulher, questionar gravidez, a
existência de filhos, quantos, quanto tempo e o tipo do parto (LOPES, 2017; SILVA; SANTOS;
OLIVEIRA, 2014).
30
UNIDADE 1
Agora, depois de colher todas essas informações, você já sabe um pouco mais sobre seu paciente, assim
pode iniciar o exame físico. Vamos lá?
31
UNICESUMAR
Figura 12 - Classificação do biotipo corporal representados da esquerda para direita. Biotipo androide
(maçã); Biotipo ginoide (pera); Biotipos corporais mistos.
Descrição da Imagem: a figura apresenta cinco ilustrações de corpo feminino de maiô preto, sendo, da esquerda para direita, a primeira
sobreposta com uma figura de maçã (representando o biotipo androide); a segunda com uma pera (representando biótipo ginoide); a
3ª sobreposta com um triângulo de ponta para baixo, a 4ª sobreposta com um retângulo e a 5ª sobreposta com uma ampulheta, ambas
representando os biotipos mistos.
32
UNIDADE 1
33
UNICESUMAR
Você percebeu o quanto nós falamos sobre a Pele? Não poderia ser diferente, pois estamos falando sobre
o corpo humano, e a superfície externa que o reveste é a pele. Também conhecida como cútis, a pele é
o maior órgão do corpo em peso, nos adultos cobre uma área de cerca de 2 m2 e pesa entre 4,5 a 5 kg,
cerca de 7% do peso corporal. Sua espessura varia de 0,5 mm nas pálpebras até 4,0 mm nos calcanhares.
Apresenta duas partes principais, uma mais superficial e fina, a epiderme, e a mais profunda e espessa,
conhecida como derme. Enquanto a epiderme é avascular, a derme é vascularizada. Portanto, um corte
na epiderme não há sangramento, mas, se atingir a derme, o sangramento acontecerá. Logo abaixo da
derme, encontra-se a tela subcutânea que também é conhecida como hipoderme. Nessa camada se
encontra o tecido adiposo. As fibras que saem da derme ancoram a pele na tela subcutânea, que se liga
à fáscia subjacente, o tecido conjuntivo ao redor de músculos e ossos. Na tela subcutânea, é armazenada
gordura, grandes vasos sanguíneos que nutrem a pele e terminações nervosas que são sensíveis à pressão.
Fonte: adaptado de Tortora (2019).
34
UNIDADE 1
O uso da balança e do estadiômetro permite que sejam aferidos o peso (quilos) e a altura (metros)
do avaliado, respectivamente. A partir desses dados é possível identificar o IMC de um indivíduo,
por exemplo (ANDRADE, 2018).
35
UNICESUMAR
36
UNIDADE 1
Descrição da Imagem: essa ilustração é de um corpo humano evidenciando o abdômen em três imagens com o
crescimento da gordura abdominal, sendo, da esquerda para a direita, a primeira com grande quantidade de gordura,
a segunda com aumento moderado de gordura e a terceira com gordura abdominal normal.
37
UNICESUMAR
38
UNIDADE 1
39
UNICESUMAR
Descrição da Imagem: neste quadro, temos três figuras que identificaremos como Figura A, Figura B e Figura C. A Figura A demonstra a
imagem de um corpo feminino evidenciando a região abdominal durante a mensuração da prega cutânea suprailíaca com adipômetro.
A Figura B demonstra a imagem de um corpo feminino evidenciando a região abdominal durante a mensuração da prega cutânea ab-
dominal com adipômetro. A Figura C demonstra a imagem de um corpo feminino evidenciando a região posterior do braço e escápula
durante a mensuração da prega cutânea subescapular com adipômetro.
40
UNIDADE 1
Perimetria é um conjunto de medidas de circunfe- A medida é realizada com uma fita milimé-
rência, realizadas em diferentes pontos do tronco, trica inelástica que deve estar apoiada e ajus-
dos membros superiores e dos membros inferiores. tada na pele do indivíduo e não ser apertada
Medidas de circunferências são muito importantes demasiadamente a região mensurada. Quando a
para o acompanhamento da estética corporal. É região avaliada for o abdome ou o tórax, a men-
fundamental para avaliar o resultado do tratamen- suração deve ser realizada em um dos tempos
to, promover alterações nos protocolos ou sugerir do ciclo respiratório, ao final de uma expiração
maior comprometimento do cliente, caso neces- ou inspiração, seguidas de uma breve apneia.
sário. Ter parâmetros fieis de comparação entre o Isso traz ao avaliador uma padronização para
início e uma fase mais avançada do tratamento é as reavaliações, sendo então realizadas da mes-
uma das melhores formas de acompanhar a evo- ma forma pelo mesmo avaliador. É importante
lução do procedimento estético corporal realizado ressaltar que as medidas devem ser realizadas
pelo controle periódico das medidas do paciente. duas vezes consecutivas e o resultado da medida
Para a mensuração, o cliente/paciente deve estar deve ser a média dessas medidas. É ideal que se
despido, com roupas de banho ou íntimas, em po- utilize pontos anatômicos para demarcar o local
sição ereta, com as pernas levemente afastadas, os da circunferência para que as próximas mensu-
pés alinhados e os braços estendidos ao longo do rações sejam feitas exatamente no mesmo local
corpo (PEREZ; VASCONCELOS, 2014). (BORGES; SCORZA, 2016).
41
UNICESUMAR
42
UNIDADE 1
- 5cm
-10 cm
43
UNICESUMAR
A bioimpedância (BIA) é uma análise elétrica utilizada para avaliar a composição corporal, não invasiva,
relativamente barata e rápida. Pode ser utilizada em situações de campo ou clínica por um aparelho por-
tátil, com intensidade de corrente de 500 a 800 microampéres e frequência de 50 KHz (GUIRRO, 2003).
A passagem da corrente elétrica pelo corpo ocorre por quatro sensores metálicos. Quando em contato
com as mãos e os pés, registram a impedância dos segmentos corporais entre os membros superiores e
o tronco, ou somente entre os membros inferiores, ou ainda entre os membros superiores e os inferiores.
O modelo mais utilizado da BIA é o aparelho que avalia os segmentos superiores e inferiores. Sua
aplicação se dá por meio de quatro eletrodos fixados no hemicorpo direito do paciente avaliado, sendo
dois na extremidade do membro superior e os outros dois na extremidade inferior do membro inferior,
ambos do lado direito. Cada par de eletrodo, tanto do membro superior como do inferior, apresenta um
eletrodo fonte, distal, e um eletrodo sensor, proximal. Assim, são posicionados na mão, próximos a articu-
lação metacarpo falangeana da superfície dorsal e no punho, entre as proeminências distais do rádio e da
ulna; e no pé, no arco transverso da superfície superior e no tornozelo, entre os maléolos, medial e lateral.
O método consiste na aplicação de corrente de excitação aos eletrodos-fonte (distais) na mão
e no pé, e a queda de tensão, provocada pela impedância, é detectada pelo eletrodo-sensor (pro-
ximal) localizado no pulso e no tornozelo (EICKEMBERG et al., 2011).
Os tecidos biológicos agem como condutores ou isolantes e o fluxo de corrente através do corpo tende
a passar pelo caminho de menor resistência. Sabendo que a gordura é anidra e má condutora de corrente
elétrica, a impedância corporal total, medida a uma frequência constante, reflete primariamente os volumes
dos compartimentos de água e músculos que compreendem a massa livre de gordura e o volume de água
extracelular. Para se obter resultados fidedignos, as mensurações devem ser realizadas de forma padroni-
zada, incluindo o controle da temperatura do ambiente e o nível de hidratação corporal (GUIRRO, 2003).
Testes Específicos: em uma avaliação corporal, quando se trata de um caso de obesidade ou
gordura localizada, podem ser realizados testes específicos para se ter certeza de um quadro real
(BORGES; SCORZA, 2016).
Teste do Quadril: para diferenciar a adiposidade localizada dos culotes de uma flacidez muscular
glútea, realiza-se o teste de quadril. Para sua realização, o terapeuta avaliador senta-se à frente do
cliente/paciente que se mantém posicionado em pé com abdução dos braços a 900. Em seguida, o
examinador pede ao paciente contrair os glúteos de forma isométrica, isto é, uma contração é rea-
lizada e mantida por alguns segundos, até a visualização do avaliador (BORGES; SCORZA, 2016).
A avaliação dos resultados é feita da seguinte forma: durante a contração, se houver o desapare-
cimento do culote, neste caso, o paciente apresenta flacidez muscular e não adiposidade localizada.
Contrário disso, se durante a contração solicitada o culote permanecer, o paciente apresenta adiposidade
localizada na região do quadril.
Teste do abdome: o teste do abdômen também é utilizado como um subsídio auxiliar para melhorar
o diagnóstico e é realizado em duas fases (BORGES; SCORZA, 2016).
Primeira Fase: para a avaliação, o terapeuta avaliador deve se sentar lateralmente ao cliente/
paciente e este deve ficar em pé com abdução dos braços a 900. Em seguida, o avaliador pede para
o paciente contrair o abdômen e mantê-lo contraído sem elevar os ombros e o tórax.
44
UNIDADE 1
Como você, um(a) esteticista, deve se portar ao paciente durante o contato inicial? Após a realização da
avaliação física e o registro dos dados na ficha de avaliação, o profissional esteticista pode realizar também
a fotodocumentação. Este meio é utilizado para fins comparativos no final do tratamento e agrega ao con-
junto de informações iniciais dados relevantes da evolução do tratamento. Do mesmo modo, possibilita a
alteração do protocolo de tratamento inicialmente sugerido. Além do mais, as fotografias fornecem maior
satisfação do paciente que, geralmente, não se lembra do aspecto do corpo anteriormente ao tratamento,
bem como maior credibilidade ao trabalho realizado pelo esteticista (SILVA; SANTOS; OLIVEIRA, 2014).
Para que seja realizado de forma segura e legal, deve ser autorizado pelo paciente que assinará um
termo de ciência e consentimento de imagem. Neste documento, deverá ser esclarecido a confiden-
cialidade dos dados, mantendo-se em sigilo a identidade do paciente, (BORGES; SCORZA, 2016).
45
UNICESUMAR
E lembre-se: a documentação do seu paciente, ou seja, a ficha de avaliação que é composta pela
anamnese, o exame físico, bem como todos os documentos de esclarecimento e livre consenti-
mento deverão apresentar um espaço para a evolução clínica. Trata-se de um campo de registro
de tudo que foi realizado, qual protocolo do dia como também como seu paciente reagiu com o
tratamento realizado anteriormente, podendo o terapeuta prosseguir ou modificar o protocolo
estabelecido para obter o objetivo proposto.
Querido(a) aluno(a), nesta unidade, você pôde entender a importância de proceder a uma avaliação crite-
riosa do seu paciente, a ligação dos conceitos éticos com a postura profissional para o comprometimento,
seriedade e fidelização do cliente/paciente. Aprendeu todas as ferramentas necessárias para coletar a maior
quantidade possível de dados que são fundamentais para obter um diagnóstico preciso e com ele elabo-
rar um protocolo de tratamento ideal e adequado ao perfil individual de cada paciente. É fundamental
que você leve consigo em toda a sua vida profissional a consciência de que trabalha com o ser humano,
com a saúde e o bem-estar, isso te faz guardar também que o conhecimento é o que dará subsídios para
diferenciar o que é normal do que é patológico. Saber que uma boa entrevista, uma anamnese detalhada
e o criterioso registo dessas informações é o princípio de um tratamento seguro e eficaz.
Você teve o conhecimento de como realizar a avaliação física, de todas as ferramentas necessárias
para obter todos os dados físicos do paciente que complementam a anamnese e fortalecem o diagnóstico
e um tratamento seguro. Os dados coletados na inspeção, palpação, peso, altura, IMC, dobras cutâneas,
circunferências, bioimpedância e alguns testes são registros fundamentais para que você tenha a visão
real das necessidades e expectativas do paciente. O conhecimento obtido nesta unidade dará possibi-
lidade de prosseguir a disciplina e aumentar os conhecimentos que permeiam as disfunções estéticas
corporais que, agora sim, estão amparadas pela anamnese e avaliação física. Muito bem, chegou a sua
vez de colocar seu conhecimento em prática!
46
Se imagine um(a) esteticista, em sua clínica estética. Você recebe um paciente do sexo feminino,
com 46 anos de idade, que visualmente aparenta gordura localizada em várias regiões corporais.
Até que você consiga chegar ao diagnóstico e, portanto, traçar um protocolo de tratamento ideal
e específico para esse paciente, é primordial que uma avaliação completa aconteça. Assim, você,
como profissional comprometido e competente, realizará todos os procedimentos necessários
e, para isso, deve ter em mente todas as etapas que serão realizadas. Mencione em ordem de
realização, do princípio ao fim, respectivamente, qual seria a forma ideal para uma boa
avaliação estética corporal. É importante que você dê continuidade ao mapa mental, pois essa
prática irá ajudar a memorizar os principais pontos estudados.
Contato
inicial do
paciente
Diagnóstico
Protocolo e recursos
MAPA MENTAL
Descrição da Imagem: o mapa mental se inicia identificando um quadrado com a frase “Contato inicial do paciente”, após isso,
há duas ramificações em que à esquerda é identificado “Anamnese” e à direita “Exame físico”. Em “Anamnese” e “Exame físico”: há
quatro ramificações para cada uma delas, e você, estudante, deverá realizar o preenchimento. Abaixo das ramificações de “Anam-
nese” e “Exame físico: um novo quadro é aberto indicando a palavra “Diagnóstico”, seguido por “Protocolo e recursos”. A partir de
“Protocolo e recursos”, há três novos quadrados que devem ser preenchidos de acordo com o conhecimento abordado na Unidade 1.
47
1. Após uma boa anamnese do paciente, inicia-se o exame físico com inspeção, palpação e
todos os dados antropométricos. Em uma avaliação corporal, faz parte da antropometria o
peso e a altura do paciente, e com esses dados, podemos extrair o valor do índice de massa
corporal (IMC) do paciente. Suponhamos que você recebeu em sua clínica um paciente do
sexo feminino para avaliação corporal apresentando 1,65 (m) de altura e um peso de 70 (kg).
Diante dos dados descritos, realize os exercícios a seguir:
a) Calcule o Índice de Massa Corporal (IMC) do seu paciente.
b) Após o resultado, utilizando os valores propostos por Conde e Monteiro (2006), responda em
qual classificação seu paciente apresenta.
e) Testes específicos.
48
3. A forma do corpo é representada pelo biotipo corporal que define o tipo de obesidade de
acordo com a localização regional da gordura. A gordura localizada é caracterizada pelo ex-
cesso de adipócitos localizados de forma desorganizada em regiões do corpo. Em mulheres,
a distribuição da gordura localizada representa 25% do peso corporal e 15% nos homens.
A gordura localizada é influenciada pelo sexo, idade, hábitos de vida, fatores genéticos hor-
mônios e pelo biotipo corporal que define o tipo de obesidade de acordo com a localização
regional da gordura (BORGES; SCORZA, 2016.)
Leia as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta.
I) Localizada na região abdominal, a gordura acumulada é denominada biotipo androide e
normalmente é comum em homens.
II) Acúmulo da gordura que se encontra nos membros inferiores, mais especificamente em
quadris e coxas, denomina-se biotipo ginoide.
III) A gordura localizada acumulada em região abdominal denomina-se biotipo ginoide.
IV) Quando o acúmulo de gordura se localiza em região de quadris e coxas, denomina-se
biotipo androide.
V) O biotipo misto é uma melhor classificação e padronização dos biotipos ginoide e androide
que podem não ser adequados a determinados indivíduos.
a) Afirmativas I, II e V estão corretas.
b) Afirmativas I, III e V estão corretas.
c) Afirmativas III, IV e V estão corretas.
49
1.
a) A medida do índice de massa corporal, IMC, é calculada pela divisão do
peso (quilos) pela altura (metros) ao quadrado.
Peso / Altura2
Portanto:
Peso Normal 18 a 24
Excesso de Peso 25 a 29
Obesidade ≥ 30
50
ABIHPEC. Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos. Caderno
de Tendências 2019-2020. SEBRAE. Disponível em: https://abihpec.org.br/publicacao/caderno-de-ten-
dencias-2019-2020/. Acesso em: 07 jan. 2020.
AMER, N. M.; SANCHES, D.; MORAES, S. M. F. de. Índice de Massa Corporal e Razão Cintura/Quadril
de Participantes de Atividade Aeróbica Moderada. Revista da Educação Física, UEM Maringá, v. 12, n.
2, p. 97-103, 2. sem. 2001.
BORGES, F. S.; SCORZA, F. A. Terapêutica em Estética Conceitos e Técnicas. 1. ed. São Paulo: Phorte,
2016.
CONDE, W. L.; MONTEIRO, C. A. Body mass index cutoff points for evaluation of nutritional status
in Brazilian children and adolescents. J Pediatr, Rio de Janeiro, v. 82, 2006.
EICKEMBERG, M. et al. Bioimpedância Elétrica e sua Aplicação em Avaliação Nutricional. Rev. Nutr.,
Campinas, v. 24, n. 6, p. 883-893, nov./dez., 2011.
FREITAS, E. V.; PY, L. Tratado de geriatria e gerontologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
GELSON, J. et al. Fundamentos de Estética - Volume 1 - Orientações e negócios - Tradução da 10ª edição
norte-americana. São Paulo; Sengage Learning, 2011.
GROSS, J.; FETTO, J.; ROSEN, E. Exame Musculoesquelético. Porto Alegre: Artmed, 2000.
REFERÊNCIAS
Manole, 2007.
51
NEVES, E. B.; RIPKA, W. L.; ULBRICHT, L. Comparação do Percentual de Gordura Obtido por Bioim-
pedância, Ultrassom e Dobras Cutâneas em Adultos Jovens. Rev Bras Med Esporte, v. 19, n. 5, Set/Out,
2013.
OLIVEIRA, A. L. et al. Nutrição e atividade física: do adulto saudável às doenças crônicas. São Paulo:
Atheneu, 2015.
PEREZ, E.; VASCONCELOS, M. G. Técnicas Estéticas Corporais. São Paulo; Erica, 2014.
SANTOS, R. M. et al. A enfermeira e a nudez do paciente. Rev. Bras. Enferm, Brasília, v. 63, n. 6, 2010.
SHMIDTT, A.; OLIVEIRA, C.; GALLAS, J. C. O Mercado da Beleza e suas consequências. Santa Cata-
rina: UNIVALI, 2008.
SILVA, K. M. da; SANTOS, M. R. dos; OLIVEIRA, P. U. de. Estética e Sociedade. São Paulo: Erica, 2014.
TORTORA, G. J. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019.
REFERÊNCIAS
52
2 Técnicas de
tratamentos
estéticos corporais
Me. Paula Rebola
54
UNIDADE 2
55
UNICESUMAR
Em segundo lugar, o sabão. Com poder detergente, o sabão em contato com a gordura da pele causa
a quebra da estrutura lipídica, removendo-a. Com a adição da água quente seu efeito detergente é po-
tencializado. E em terceiro lugar, a esponja. As Esponjas, principalmente de origem vegetal, funcionam
como um veículo para auxiliar na remoção das células mortas, gordura e sebo. A massagem corporal
da esponja com adição do sabão e a água morna promovem a esfoliação corporal.
Agora, e a hidratação? A camada córnea é natural e fundamental para manter e controlar a quanti-
dade, bem como a permeabilidade da água entre as células epidérmicas, mantendo a pele saudável. Ao
remover a camada córnea, podemos dizer que a pele fica desprotegida, descoberta. Sem sua proteção
natural, ocorre uma perda anormal da água e favorece uma desidratação. A pele desidratada fica res-
secada e sofre descamação, o que contribui para seu envelhecimento precoce. Por isso, após a remoção
da camada córnea, é imprescindível sua proteção com uma hidratação.
Espero que tenha gostado dessa reflexão simples sobre a pele! Agora que você já sabe que a pele se
renova constantemente e que podemos eliminar os incrustados da pele em um simples banho, vamos
aprender como realizar esse procedimento em nossa profissão e utilizá-lo para favorecer a penetração
de princípios ativos melhorando os resultados. Vamos lá!
DIÁRIO DE BORDO
56
UNIDADE 2
A “Saúde é a Nova Riqueza” do ser humano. O stress da vida moderna tem feito as pessoas procura-
rem, cada vez mais, maneiras de desacelerar, recuperar as energias e viver a vida de forma mais longa
e bem saudável. Buscar a longevidade passa a ser muito importante para a população atual e cada dia
mais a qualidade de vida e bem-estar são prioridades do ser humano, fomentando um crescimento
abrangente do mercado da estética (ABIHPEC, 2020).
Figura 1 - Pessoas buscam recuperar as energias e viver a vida de forma mais longa e bem saudável
Descrição da Imagem: uma mulher e um homem deitados em uma maca de spa e o terapeuta derramando óleo nas mãos para realização
de massagem corporal.
A busca pelo embelezamento e pela conservação da juventude, com o desejo de parar o tempo e de
atrasar o envelhecimento é tão importante nos dias atuais quanto foi nos séculos anteriores (SH-
MIDTT; OLIVEIRA; GALLAS, 2008). Cada vez mais, as pessoas buscam ter mais qualidade de vida,
melhorando a aparência e aliviando o estresse e correria do dia (BARBOSA; WOLFF; GOIS, 2017).
Neste contexto, a população tem mostrado disposição para adotar e pagar mais por produtos de
prevenção, tratamentos e serviços que apoiem essas iniciativas de bem-estar, tanto dentro como fora
de casa, alimentando o inquestionável e ascendente crescimento do mercado da estética e cosmética,
(ABIHPEC, 2020).
O tempo é implacável, as mudanças corporais acarretam distorções na autoimagem e cada época
possui seus padrões de beleza, mas provavelmente eles nunca tenham sido tão inflexíveis quanto hoje
em dia, promovendo grande afastamento entre o corpo vivido e o idealizado, empobrecendo as pessoas
psiquicamente (CAMPAGNA; SOUZA, 2006). Esses motivos da nova era aumentam a demanda de
57
UNICESUMAR
Descrição da Imagem: da esquerda para a direita, a imagem de um corpo feminino, com ênfase de glúteos e coxas com celulite, seguido
do mesmo corpo sem celulite e ao lado uma fruta laranja cortada ao meio.
O termo Celulite foi utilizado em algumas décadas para definir um tipo de disfunção estética que
se caracteriza pelo aspecto ondulado da pele. Na literatura científica, a denominação de celulite
mais utilizada é o Fibroedemageloide (FEG) (BORGES; SCORZA, 2016).
O FEG é uma alteração do tecido subcutâneo, relacionada a um desequilíbrio de circulação e das
fibras de sustentação do tecido conjuntivo, causando alterações fisiológicas e estruturais no tecido
tegumentar com diminuição da circulação local, flacidez da pele e dor, caracterizando uma alteração
do relevo cutâneo, deixando a pele com aspecto de “casca de laranja” ou de “saco de nozes” (PEREZ;
VASCONCELOS, 2014).
58
UNIDADE 2
Figura 3 - Tecido conjuntivo subcutâneo evidenciando o aspecto da pele com celulite e da pele normal
Descrição da Imagem: apresenta, da esquerda para a direita, a representação do tecido subcutâneo e da pele com celulite e normal, sendo:
a primeira imagem, de baixo para cima o tecido subcutâneo com células de gordura aumentadas de tamanho e quantidade, compressão
dos vasos sanguíneos, fibras de colágeno e elastina desestruturadas e relevo da pele (aspecto de casca de laranja). A segunda imagem, de
baixo para cima, apresenta o tecido subcutâneo com células de gordura, circulação, fibras de colágeno, fibras de elastina e pele normais.
A pele se apresenta lisa e saudável.
Descrição da Imagem: a figura apresenta um corpo feminino com excesso de gordura em região abdominal e flancos.
59
UNICESUMAR
REALIDADE
AUMENTADA
Inicialmente, são avermelhadas, estrias rubras, e, posteriormente, apresentam uma aparência esbran-
quiçada, branco-nacarada. Ocorre por uma distensão exagerada da pele como rápido crescimento,
obesidade, gestação, hipertrofia muscular, predisposição genética, entre outras (FASSHEBER et al.,
2018; BORGES; SCORZA, 2016).
60
UNIDADE 2
Descrição da Imagem: A figura apresenta os glúteos de um corpo feminino com estrias brancas.
A Flacidez, de acordo com o dicionário Aurélio (2010), refere-se a um estado do que é mole ou flácido,
um estado relaxado das fibras. O tecido conjuntivo atua como alicerce estrutural da epiderme, nele, as
fibras de colágeno dão sustentação á pele e as fibras de elastina são responsáveis por sua elasticidade. A
degeneração dessas fibras leva à perda de suas funções, a pele perde sua sustentação e sua elasticidade,
tornando-se frouxa, flácida (BORGES; SCORZA, 2016; PEREZ; VASCONCELOS, 2014).
61
UNICESUMAR
Descrição da Imagem: a figura apresenta o abdome de um corpo feminino com excesso de pele, evidenciando flacidez, bilateralmente
abaixo do umbigo.
A flacidez pode se apresentar em dois tipos: flacidez muscular e flacidez cutânea (flacidez da pele),
também chamada de flacidez tissular. Na maioria das vezes, o cliente/paciente estético poderá apre-
sentar os dois tipos (GUIRRO, 2007; PEREZ; VASCONCELOS, 2014).
Bom, agora que temos em mente os principais casos encontrados na prática clínica, iniciaremos os
trabalhos para os primeiros passos aos tratamentos estéticos corporais.
Descrição da Imagem: demonstra mulher em decúbito ventral em maca recebendo esfoliação na região das costas.
62
UNIDADE 2
A camada córnea, parte mais superficial da pele, é constituída, em sua maioria, por células denominadas
de queratinócitos (corneócitos), responsáveis pela constante renovação (descamação) da pele. Funcio-
nam como uma barreira física a agentes agressores, como o sol, o calor e microrganismos (BORGES;
SCORZA, 2016; PEREZ; VASCONCELOS, 2014).
Quando jovens, as células da pele se renovam a cada 28 dias; à medida que envelhecemos, o tempo
dessa renovação aumenta, deixando nossa pele com um depósito maior de células mortas. A espes-
sura da camada córnea depende da quantidade e do nível de estímulos realizados em sua superfície,
estabelecendo um aspecto mais fino ou mais espesso (TORTORA, 2019).
Esfoliar significa afastar, desprender ou soltar as cascas da face de algo. Sendo assim, promover a
esfoliação da camada córnea produz seu afinamento, a remoção das células mortas queratinizadas,
facilitando a permeabilidade dos ativos cosméticos, favorecendo sua penetração na pele (PEREZ;
VASCONCELOS, 2014).
O primeiro passo para um tratamento estético corporal compreende em uma esfoliação da pele,
uma vez que, ao remover as camadas superficiais mortas da pele, beneficia o aproveitamento do prin-
cípio ativo cosmético utilizado (PEREZ; VASCONCELOS, 2014).
Descrição da Imagem: a figura demonstra três recipientes de máscaras cosméticas abertos com tipos diferentes de máscaras esfoliantes
corporais, sendo, da esquerda para a direita, a primeira, máscara esfoliante marrom; a segunda, máscara esfoliante verde; e a terceira,
máscara esfoliante rosa.
São três os tipos de agentes em que a esfoliação pode ser realizada: agentes físicos, agentes químicos
e agentes enzimáticos.
A esfoliação física é um tipo de esfoliação que ocorre com substâncias abrasivas, com granulome-
trias diferenciadas, sendo granulometria a classificação dos diversos tamanhos das partículas presentes
no agente. Os esfoliantes físicos podem estar veiculados em gel, gel-creme, emulsões, cremes ou até
loções. São variados os tipos de agentes físicos esfoliantes, como:
63
UNICESUMAR
64
UNIDADE 2
Descrição da Imagem: apresenta mulher deitada em decúbito ventral, com óleo hidratante sendo aplicado pelo esteticista.
Sem água, a pele se torna rígida, sofre estiramento, podendo acelerar o processo de envelheci-
mento, portanto, a água é fundamental para manter a elasticidade do estrato córneo (BORGES;
SCORZA, 2016; PEREZ; VASCONCELOS, 2014). Os mecanismos de hidratação natural são
representados: pelas glândulas sebáceas e sudoríparas que secretam lipídeos, formam um filme
protetor (manto hidrolipídico) de função lubrificante; pela matriz lipídica intercelular, composta
de ceramidas glicoceramidas, ácido graxos, colesterol e fosfolipídeos, formando uma barreira bas-
tante eficaz à passagem da água; e o natural moisturizing fator (NMF), composto de aminoácidos,
açúcares, lactato, minerais e muitos eletrólitos, produzindo a emulsão epicutânea que protege a
pele de agressões externas (ANDRADE; CECHINEL, 2017; BORGES; SCORZA, 2016; PEREZ;
VASCONCELOS, 2014).
Vários fatores podem influenciar a hidratação da pele. Eles incluem a quantidade de água ingerida, a
umidade do meio ambiente, o transporte de água das camadas mais inferiores da pele para a superfície
cutânea e a capacidade do estrato córneo de manter essa água. Constantes agressões, como o sol, calor,
poluição, estresse e lavagens com frequência danificam a barreira hidrolipídica e causam a desidratação
da pele, deixando-a seca, estirada com vermelhidão, áspera e escamosa. Por este motivo, entender que
a hidratação é um dos mecanismos funcionais da pele é essencial para qualquer tratamento estético
(BORGES; SCORZA, 2016; PEREZ; VASCONCELOS, 2014).
Os princípios ativos com ação hidratante utilizados em produtos cosméticos podem atuar de di-
ferentes formas na pele (MATOS, 2015). Estas formas envolvem a oclusão, substâncias que formam
65
UNICESUMAR
uma barreira no extrato córneo e impedem a evaporação da água (manteiga de karité, parafina, óleos
vegetais e silicone); a umectação, substâncias que envolvem a água do ambiente, retém a água da
camada córnea (glicerina, sorbitol, alantoína, ácido lático e outros); e hidratação ativa, substâncias
que permeiam a camada córnea e retém água em toda sua extensão (hidroviton, aminoácidos, ácido
hialurônico, hialuronato de sódio, alfa hidroxiácidos, conhecidos como AHA’s, algas, malva, ureia, Aloe
vera, Aquasense, Aquaporine, Aquaphyline (BORGES; SCORZA, 2016; MATOS, 2015).
Os lipídeos presentes na camada córnea garantem o controle da permeabilidade da água, mantendo
seu movimento entre as células epidérmicas, favorecendo o conteúdo de água intracelular. Pois bem, se
a emulsão epicutânea é composta basicamente de água, lipídeos, eletrólitos e minerais, qualquer ação
na pele que cause a retirada dessa barreira prejudica seu funcionamento normal. Assim, ao realizar
qualquer higienização e esfoliação, a pele deve ser hidratada (MATOS, 2015).
Até aqui, você aprendeu que os primeiros passos dos tratamentos estéticos corporais envolvem a
preparação da pele para receber os próximos procedimentos, isto é ela deve ser limpa, esfoliada e
hidratada. Aprendeu também que o afinamento da capa córnea e a remoção das células mortas faci-
litam a penetração dos princípios ativos cosméticos e que a higienização da pele quebra sua barreira
de proteção hidrolipídica, deixando-a desidratada e ressecada (PEREZ; VASCONCELOS, 2014). As-
sim, conclui-se que a hidratação da pele é intimamente ligada à sua higienização e esfoliação, ou seja,
para aproveitar todos os benefícios de uma hidratação, a pele precisa ser higienizada e esfoliada e, do
mesmo modo, sempre quando for higienizada e esfoliada, ela perde parte da sua hidratação, ficando
ressecada, sendo necessário ser hidratada.
Por este motivo, os protocolos de tratamento sugeridos a seguir apresentam os mesmos objetivos:
higienizar, esfoliar e hidratar a pele.
Descrição da Imagem: paciente deitada de bruços enquanto recebe uma massagem de sua esteticista com a intenção de esfoliar a pele.
66
UNIDADE 2
Para a realização de técnicas de esfoliação corporal, você vai precisar dos recursos normais do am-
biente de trabalho estético corporal, como sala, se possível com banheiro, na indisponibilidade deste,
o esfoliante deverá ser retirado completamente utilizando toalhas umedecidas. Caso deseje criar um
ambiente tranquilo, adquira uma iluminação tênue, música suave, difusor com óleo essencial de pro-
priedade calmante ou velas aromáticas.
A esfoliação e hidratação corporal básicas, além de promover a remoção das células mortas da ca-
Descrição da Imagem: a figura demonstra uma terapeuta realizando a aplicação de hidratação corporal representada em duas imagens,
sendo, da esquerda para a direita, a primeira imagem, a terapeuta aplicando uma generosa camada de máscara hidratante corporal em
uma paciente deitada em decúbito dorsal, e a segunda imagem demonstra a terapeuta cobrindo todo o corpo da paciente com lençol
plástico para manter a temperatura corporal.
mada córnea, estimula a microcirculação sanguínea, propicia maciez e excelente hidratação da pele.
Veja, a seguir, como podemos fazer isso:
67
UNICESUMAR
Materiais:
- Loção de higiene corporal a base de clorexidina;
- Creme Esfoliante de preferência;
- Óleo essencial (opcional);
- Máscara Hidratante;
- Lençol mayler.
Procedimento:
1. Prepare a sala de tratamento com o difusor ligado, velas acesas, som ambiente e
maca para o procedimento com lençol descartável bem como a preparação
adequada do seu paciente (descrita na unidade anterior, preparo do paciente);
2. Em uma cubeta, separe entre três ou quatro medidas de uma espátula grande do
esfoliante corporal, a quantidade reservada está de acordo com a estrutura física
do paciente. Se você optar utilizar os efeitos dos óleos essenciais, deverá utilizar
um creme esfoliante neutro. Acrescentar 10 gostas do óleo essencial desejado e
incorporar na mistura esfoliante.
3. Realize a higienização corporal da região que receberá o procedimento.
4. Inicie a esfoliação com seu paciente em decúbito lateral direito e esquerdo
respectivamente. Esfolie suavemente, com movimentos de effleurage (roçar, tocar
levemente), as áreas das costas, glúteos e pernas.
5. Em seguida, em posição dorsal, esfolie do pescoço aos pés, incluindo braços e
mãos fazendo suaves movimentos.
O decúbito não é uma regra, o procedimento pode ser realizado em decúbito
dorsal, esfoliando toda a região anterior do corpo e posteriormente em decúbito
ventral, esfoliando a região posterior nas áreas das costas, glúteos, coxas e pernas.
6. Direcione o paciente até o banheiro para a retirada da mistura na ducha e orien-
te para que se seque devidamente retornando posteriormente a maca de atendi-
mento.
7. Aplique a máscara corporal hidratante por toda região corporal e cubra com
lençol mayler por 20 minutos.
8. Após a pausa, retire o lençol mayler e remova todo o excesso da máscara corpo-
ral com uma espátula.
9. Para finalizar, realize massagem corporal aproveitando a máscara que restou no
corpo
68
UNIDADE 2
Temos também a esfoliação com sal que hidrata e amacia a pele, ao mesmo tempo utiliza as pro-
priedades do sal para estimular o sistema linfático para eliminar toxinas. A pele fica com aparência
saudável e com “brilho especial”.
Materiais:
- Loção de higiene corporal a base de clorexidina;
- Óleo base;
- Sais de Epsom;
- Óleo essencial (opcional);
- Hidratante de sua preferência.
Procedimento:
1. Prepare a sala de tratamento com o difusor ligado, velas acesas, som ambiente e
maca para o procedimento com lençol descartável bem como a preparação
adequada do seu paciente (descrita na unidade anterior, preparo do paciente);
2. Prepare a mistura para a esfoliação com sal; misture uma xícara de sais de Epsom,
50 ml de óleo base e 10 gotas de óleo essencial com propriedades calmante ou
energizante, de acordo com o estímulo que você deseja proporcionar, este item é
opcional, caso você não tenha intenção de utilizar este recurso, poderá utilizar
apenas os materiais base (sal epsom, óleo de massagem corporal neutro) em uma
cubeta.
3. Realize a higienização corporal da região que receberá o procedimento.
4. Inicie a esfoliação com seu paciente em decúbito lateral direito e esquerdo
respectivamente. Esfolie suavemente, com movimentos de effleurage (roçar, tocar
levemente), as áreas das costas, glúteos e pernas.
5. Em seguida, em posição dorsal, esfolie do pescoço aos pés, incluindo braços e
mãos fazendo suaves movimentos de effleurage.
O decúbito não é uma regra, o procedimento pode ser realizado em decúbito
dorsal, esfoliando toda a região anterior do corpo e posteriormente em decúbito
ventral, esfoliando a região posterior nas áreas das costas, glúteos, coxas e pernas.
6. Direcione o paciente até o banheiro para a retirada da mistura na ducha e orien-
te para que se seque devidamente retornando posteriormente a maca de atendi-
mento.
7. Para finalizar, aplique creme hidratante, massageando suavemente.
8. Como opção, após o restabelecimento do paciente com suas vestimentas, você
pode oferecer-lhe um chá de ervas.
69
UNICESUMAR
O banho de lua é uma técnica que apresenta como principal objetivo o clareamento dos pelos corporais
e está associada à esfoliação e hidratação da pele. Antes de iniciar um banho de lua, é importante con-
siderar que o processo de clareamento do pelo é uma agressão à pele. Por isso, você deverá estabelecer
uma proteção como também uma reposição do que foi perdido, (PEREZ; VASCONCELOS, 2014).
Materiais:
- Loção de higiene corporal a base de clorexidina;
- Parafina ou óleo;
- Emulsão clareadora (Pó descolorante + água oxigenada volume 20;
- Hidratante corporal.
Procedimento:
1. Realizar a preparação do ambiente de trabalho, maca para o procedimento com
lençol descartável bem como a preparação adequada do seu paciente (descrita na
unidade anterior, preparo do paciente);
2. Realize a higienização corporal da região que receberá o procedimento;
3. Em seguida, aplique parafina ou óleo em toda a região que será realizado o clare-
amento. Criando uma barreira protetora para evitar o contato direto do pó desco-
lorante e da água oxigenada com a pele;
4. Com o auxílio de luvas e uma espátula, aplica-se a mistura do pó descolorante
com água oxigenada de 20 volumes por todo o corpo, por aproximadamente 20
minutos ou de acordo com as recomendações do fabricante;
Importante - observar se não há reações de sensibilidade ou alergia aos compo-
nentes da mistura.
5. Após o tempo de pausa, remova a emulsão clareadora com ducha;
6. Aplicar esfoliante com movimentos circulares e suaves em todo o corpo;
7. Direcione o paciente até o banheiro para a retirada da mistura na ducha e orien-
te para que se seque devidamente retornando posteriormente a maca de atendi-
mento;
8. Para finalizar, aplique creme hidratante, massageando suavemente todas as
regiões e, se preferir, cobrir a cliente com uma manta de alumínio, para reter o calor
e favorecer a hidratação da pele.
70
UNIDADE 2
71
UNICESUMAR
Vamos iniciar, agora, o estudo sobre bandagens corporais. O termo bandagem, no dicionário Aurélio
(2010), refere-se ao trabalho com faixas ou ataduras e esse procedimento é associado à termoterapia, ou
seja, à temperatura, sendo, portanto, ao calor ou ao frio que, aplicados superficialmente, promovem no
organismo efeitos fisiológicos locais ou sistêmicos, denominados, na prática clínica, como bandagem
quente e bandagem fria.
Descrição da Imagem: a figura apresenta a imagem de uma esteticista aplicando ataduras de crepe no corpo de sua paciente para ban-
dagem corporal.
Para compreendermos as indicações e contraindicações das bandagens corporais estéticas, bem como suas
técnicas, é de fundamental importância o conhecimento dos efeitos fisiológicos do calor e do frio. Assim,
você poderá, ao final desta unidade, acrescentar a essa técnica equipamentos (manta ou lençol térmico),
princípios ativos, como sais, argilas, cosméticos lipolíticos, crioterápicos ou circulatórios. Vamos lá?
Com o aumento da temperatura, o organismo responde desencadeando algumas reações deno-
minadas mecanismos de termorregulação. O calor, quando aplicado, promove um estímulo do meta-
bolismo celular, causando um aumento de seu trabalho, ou seja, aumentando o consumo de oxigênio
72
UNIDADE 2
73
UNICESUMAR
uma compensação para manter as funções nor- Como você pôde observar, a temperatura interfe-
mais de temperatura (BORGES; SCORZA, 2016; re diretamente em várias reações fisiológicas do
PEREZ; VASCONCELOS, 2014). nosso corpo. Agora, vamos ver como podemos
O frio estimula o centro de controle no SNC utilizar desses benefícios na área da estética e cos-
que imediatamente aciona os mecanismos para mética por meio das bandagens corporais.
restabelecer a temperatura. Assim, a termogênese A técnica de bandagem quente consiste na
é ativada, induzindo a lipólise no tecido adiposo e utilização do calor superficial, por meio de manta
a conversão de energia dos lipídios em calor (ter- ou lençol térmico com faixas de algodão ou ata-
mogênese) (BIANCO, 2000; BORGES; SCORZA, duras de crepe umedecidas com princípios ati-
2016; PEREZ; VASCONCELOS, 2014). vos variados, de acordo com a disfunção corporal
abordada. Comumente, utiliza-se loção cosméti-
ca com ação lipolítica para gordura localizada e
FEG associada, loção com ação circulatória, sal
marinho, máscaras com algas, oligoelementos e
Aprendemos que o frio estimula o centro de c íons, atuando como desintoxicante no organismo
ontrole no hipotálamo e ativa a termogênese (BORGES; SCORZA, 2016; ROSA; LOPES, 2018).
que estimula o gasto de energia com a lipólise, As bandagens quentes são utilizadas, prin-
ou seja, queima a reserva de gordura corporal cipalmente, para o controle do edema corporal,
para produzir energia, calor. Já que estamos eliminação de toxinas e auxílio na redução de
falando das reações causadas pelo frio, você medidas por meio das trocas iônicas. Além disso,
já ouviu falar em Apoptose? A Apoptose, que a sensação de calor também promove um relaxa-
também é chamada de “morte celular progra- mento muscular, melhora o estresse e alivia dores
mada”, é um mecanismo fisiológico do orga- (MATIELLO, 2019).
nismo de se autodestruir, ou seja, as células Alguns autores associam a técnica de ban-
corporais defeituosas ou que não apresentam dagem quente à talassoterapia. Essa técnica de
mais serventia. É considerado um processo origem grega – em que talassa significa “mar”
essencial para a manutenção da homeostase e terapia “cura” – utiliza desse tratamento com
dos seres vivos. princípios ativos de origem marinha que são ri-
O tecido adiposo subcutâneo, quando subme- cos em minerais, iodos, enxofre, cálcio, magné-
tido a um resfriamento localizado com tempe- sio, promovendo um aumento do metabolismo
raturas entre -5 a -15 oC, sofrem uma paniculite corporal e desintoxicando o organismo (OLI-
fria (inflamação do adipócito causada pelo frio) VEIRA et al.; 2014; PEREZ; VASCONCELOS,
e, por consequência, uma morte adipocitária, 2014; SILVA; SANTOS; OLIVEIRA, 2014).
apoptose. Essas células são eliminadas por fa- Originalmente, os gregos utilizavam a água
gocitose no organismo, sem causar danos. Esse do mar em banhos de imersão, emplastos e ina-
processo acontece na Técnica de Criolipólise, lações. É utilizada com o objetivo de equilibrar
muito utilizada na Estética para eliminação da o organismo por meio da troca de metabólitos,
Gordura Localizada. associando a água, a temperatura quente, os íons
Fonte: adaptado de Agne (2016); Azulay R., Azu- de sal e minerais que são comuns na água do mar
lay D. e Azulay-Abulafia (2013); e Tortora (2019). (PEREZ; VASCONCELOS, 2014).
74
UNIDADE 2
75
UNICESUMAR
Materiais:
- Loção de higiene corporal a base de clorexidina;
- Esfoliante ou gommage corporal;
- Fluido hiperemiante (opcional);
- Cosmético lipolítico com formulação para diluição em água;
- Creme hidratante redutor;
- Faixas ou ataduras de crepe;
- Filme plástico;
- Manta térmica ou lençol mayler (alumínio);
- Toalhas;
Procedimento:
1. Realizar a preparação do ambiente de trabalho, maca para o procedimento com
lençol descartável bem como a preparação adequada do seu paciente (descrita na
unidade anterior, preparo do paciente);
2. Realize a higienização corporal da região que receberá o procedimento;
3. Em seguida, realize uma esfoliação corporal suavemente e higienize o local;
4. Com o auxílio de luvas, aplique fluido hiperemiante no local em que se deseja
aumentar o metabolismo;
5. Umedeça em água morna as ataduras de crepe e o cosmético de sua preferência
(cosmético lipolítico ou sal termolipolítico com formulação para diluição em água);
Importante - se atente as recomendações do fabricante. O cosmético utilizado
deverá ser apropriado para exposição de temperatura pois cosméticos com
enzimas na sua formulação não devem ser utilizados com calor, correndo o risco de
perderem sua função.
6. Envolver a região de tratamento com as ataduras preparadas;
7. Ocluir a região enfaixada com filme plástico e proteger toda a área com toalhas,
evitando queimaduras no caso da utilização de manta térmica;
8. Envolva o paciente na manta térmica ou lençol de mayler por 30 minutos;
Importante – Estima-se que a temperatura desejada seja de 38oC, respeitando a
sensibilidade do paciente. Temperaturas maiores que 45 oC não apresentarão
maiores ou melhores efeitos pois, existindo uma tendência de reação na termore-
gulação, aumentando apenas a transpiração.
9. Após o tempo estipulado, retira-se as toalhas, a oclusão e a bandagem;
10. Para finalizar, aplique creme hidratante redutor com massa.
76
UNIDADE 2
Como recomendação, oriente seu paciente a não entrar em água fria por pelo menos 1 horas após o
tratamento (BORGES; SCORZA, 2016; MOREN, 2014; PEREZ; VASCONCELOS, 2014).
Descrição da Imagem: apresenta uma paciente deitada em maca, decúbito ventral, envolvida em uma manta térmica de termostato para
bandagem corporal quente.
77
UNICESUMAR
A Figura 14 demonstra a paciente com a manta térmica após o enfaixamento da bandagem com o
fluido termolítico. É importante ressaltar, nesse caso, que o termostato deve permanecer sempre de
forma visível ao terapeuta. A temperatura deve ser de acordo com o limiar no paciente e não pode
haver desconforto ou sensação de queimadura. Além disso, uma toalha deve sempre ser colocada sobre
a bandagem, ou seja, entre a bandagem e a manta térmica, a fim de garantir a proteção do paciente.
Agora vamos falar um pouco sobre a bandagem fria. Como você pôde observar, a bandagem
fria é uma técnica que utiliza os recursos da temperatura fria com o objetivo de extrair seus efei-
tos fisiológicos no organismo. Comumente, essa técnica é chamada de Crioterapia, em que Krýo,
palavra grega, significa frio e, terapia representada como cura (PEREZ; VASCONCELOS, 2014).
As reações fisiológicas do frio podem ser utilizadas em tratamentos de diversas disfunções esté-
ticas (FASSHEBER et al., 2018; PEREZ; VASCONCELOS, 2014). Temperaturas amenas provocam
vasoconstrição, diminuição do metabolismo local, do consumo de oxigênio e nutrientes. Ainda, esti-
mula a termogênese, utilizando os ácidos graxos livres para produção de energia para restabelecer a
temperatura (HALL, 2017; TORTORA, 2019).
Na estética corporal, a crioterapia é utilizada como uma das opções de tratamento de FEG e gor-
dura localizada ou ambas associadas. A utilização desse recurso se explica no fato de a vasoconstrição
provocada pela diminuição da temperatura utiliza a gordura para gerar energia e, consequentemente,
calor que paralelamente aumenta a circulação local, melhorando a oxigenação e nutrição tecidual do
local (BORGES; SCORZA, 2016).
A bandagem fria, ou crioterapia, é utilizada na estética corporal por meio de cosméticos com prin-
cípios ativos, cuja a base é cânfora ou mentol e provocam o resfriamento do tecido em questão. Esses
cosméticos podem ser em forma de gel ou loção, sendo o gel aplicado diretamente na pele e a loção
aplicada na atadura de crepe (BORGES; SCORZA, 2016; SILVA; SANTOS; OLIVEIRA, 2014).
78
UNIDADE 2
A Figura 15 demonstra o enfaixamento do paciente para bandagem crioterápica, podendo ser com
loção ou gel crioterápicos. Devemos nos lembrar que se o procedimento for realizado com loção, as
faixas devem ser embebidas anteriormente ao enfaixamento do paciente. Ao contrário disso, no uso
do gel crioterápico, utiliza-se uma camada de gel na pele e, posteriormente, o enfaixamento com as
ataduras molhadas ou, ainda, embebidas em loção crioterápica.
Como sugestão, em sequência, você encontrará um exemplo de protocolo de tratamento de crio-
terapia que poderá ser utilizado em sua prática clínica ou adaptado de acordo com as realidades do
profissional e necessidades individuais do paciente, veja:
Materiais:
- Loção de higiene corporal a base de clorexidina;
- Gel crioterápico;
- Loção crioterápica;
- Faixas ou ataduras de crepe;
Procedimento:
1. Realizar a preparação do ambiente de trabalho, maca para o procedimento com
lençol descartável bem como a preparação adequada do seu paciente (descrita na
unidade anterior, preparo do paciente);
2. Realize a higienização corporal da região que receberá o procedimento;
3. Com o auxílio de luvas e espátula, aplique o gel crioterápico no local desejado;
5. Umedeça as ataduras de crepe com a loção crioterápica de sua preferência;
Importante - certifique-se de que seu paciente não apresenta alergia ou intole-
rância ao frio, alteração na sensibilidade ou alergia aos componentes ativos utiliza-
dos.
6. Envolver a região de tratamento com as ataduras preparadas;
7. Posicione seu paciente em posição confortável respeitando o tempo recomen-
dado pelo fabricante do cosmético utilizado;
Importante – o tempo de aplicação pode variar de acordo com a tolerância do
paciente. O tempo estimado é de 30 minutos porém, quanto maior a espessura da
camada adiposa mais tempo vai gastar para atingir o resfriamento ideal e obter os
efeitos desejados. Estima-se que o resfriamento eficaz da camada adiposa com até
1 cm de espessura é alcançado em 10 minutos de terapia fria.
8. Após o tempo estipulado, retira-se as ataduras de crepe removendo o excesso de
gel crioterápico restante na pele.
79
UNICESUMAR
80
UNIDADE 2
O frio, calor e substâncias naturais estimulam o funcionamento do corpo. Você aprendeu com
técnicas e procedimentos simples que é possível elaborar e realizar protocolos para gordura
localizada e celulite antes de aprender os recursos da eletroterapia. Observe que pode trabalhar
com essas disfunções mesmo sem possuir tais recursos.
Fonte: adaptado de Perez e Vasconcelos (2014).
Descrição da Imagem: vários recipientes contendo argila em pó com diferentes cores, sendo argila amarela, argila negra, argila branca,
argila vermelha e argila verde.
Chegamos no último conteúdo desta unidade. Até aqui, você aprendeu conceitos e técnicas de dife-
rentes procedimentos realizados para higienizar e hidratar a pele, que podem ser utilizados antes de
iniciar o tratamento proposto, objetivando preparar a pele para receber o procedimento. Em sequência,
aprendeu duas técnicas simples, entretanto muito utilizadas aos procedimentos corporais que utilizam
os efeitos terapêuticos da temperatura quente ou fria nos tecidos, as bandagens corporais.
81
UNICESUMAR
Agora, veremos duas técnicas utilizadas normalmente na área estética das terapias integrativas, são
a Argiloterapia e a Fangoterapia. Essas modalidades são adotadas aos tratamentos das disfunções
estéticas corporais como um incremento básico e alternativo, porém eficaz, cujo objetivo, além de
diversificar o tratamento corporal, é desfrutar de suas propriedades terapêuticas.
Você já deve ter ouvido falar a respeito do uso das argilas para fins terapêuticos com finalidades
curativas, inclusive como preparos para diversos tratamentos estéticos. Em procedimentos estéticos, as
argilas comumente são utilizadas em banhos, máscaras cosméticas faciais e corporais ou em pó para
preparos. Sua aplicação é realizada de forma descomplicada, no entanto, para se beneficiar dos efeitos
promovidos pelas argilas, é necessário saber sua composição química, visto que cada uma apresenta
efeitos específicos nos tecidos, usufruindo, assim, da diversidade que esse recurso nos oferece, elabo-
rando, por exemplo, protocolos exclusivos para a necessidade individual do paciente.
Olá aluno (a)! Nessa unidade iniciamos o aprendizado das atividades práticas
profissionais da área da Estética Corporal. Aprendemos técnicas corporais ma-
nuais associadas a outras áreas como, terapias complementares, por exemplo.
Para acrescentar seus conhecimentos, recomendo a leitura do capítulo 7 do
livro TÉCNICAS ESTÉTICAS CORPORAIS.
Você, um(a) esteticista, profissional da área da saúde e do bem-estar já ouviu falar em Geoterapia?
Geoterapia é uma técnica terapêutica muito antiga utilizada pelo ser humano. De forma clara, a
geoterapia se define como o uso da terra para fins terapêuticos, de origem grega, sua definição
se divide em duas palavras, em que Geo, significa terra, argila e, terapia representa tratamento,
cura. Portanto, de forma geral, a geoterapia é denominada o uso terapêutico das argilas (ZANINI;
GRIGÓRIO; SIGNORELLI, 2014).
A argila, como medicamento, é utilizada desde a Pré-História (o que antecede a invenção da escrita),
cerca de 400 a.C., o pai da medicina, Hipócrates, já utilizava argila em seus tratamentos, sendo seu uso
como medicamento tão antiga quanto a própria humanidade (AMORIM; PIAZZA, 2010; ZANINI;
GRIGÓRIO; SIGNORELLI, 2014).
Definidas como materiais naturais terrosos, as argilas são rochas sedimentares de partículas mui-
to finas que possuem, em sua composição, diferentes tipos de minerais, como silicatos de alumínio,
associados a óxidos em sua maioria e diversos outros em menor quantidade, sendo titânio, cobre,
zinco, alumínio, cálcio, potássio, níquel, manganês lítio e sódio (ABEL, 2009; GUISONI, 2018; PEREZ;
VASCONCELOS, 2014).
Cada argila possui sua particularidade. Extraídas em diversas alturas e profundidades, a definição de
sua composição está relacionada com a quantidade de seus minerais, o que define sua colocação, bem
82
UNIDADE 2
como seus fins terapêuticos (AMORIM; PIAZZA, e absorver, liberando parte de seus com-
2010; TOYOKI; OLIVEIRA, 2015). ponentes e absorvendo toxinas de vários
De acordo com sua composição, as cores das órgãos, principalmente pele e mucosas.
argilas se diferenciam entre branca, amarela, ver- • Adsorção: processo em que as argilas pro-
de, azul, cinza, roxa, marrom e preta. Quando movem a adesão (fixação) de moléculas
utilizadas, promovem uma troca iônica entre a de um fluido à sua superfície sólida. Muito
pele e os elementos da argila. A água presente na útil para a fixação das toxinas para uma
preparação da argila é absorvida pelos querati- posterior eliminação destas (MATIELLO,
nócitos, favorecendo a troca iônica e facilitando a 2019; SANTOS, 2011; SILVA, 2011).
entrada ou saída dos componentes nos espaços in-
tersticiais da derme e epiderme (GUISONI, 2018). É fundamental o conhecimento da estrutura e da
Diante das suas diversas propriedades, cada composição química da argila que será utilizada,
elemento de sua composição atua de forma espe- garantindo seus benefícios para a finalidade espe-
cífica para a saúde. Assim, o alumínio melhora cífica e individual de cada paciente (ABEL, 2009).
o tônus e atua na cicatrização; o ferro tem ação Veremos, agora, as principais argilas utilizadas em
antisséptica e estimula a renovação celular; zinco tratamentos estéticos corporais.
e magnésio são revigorantes e promovem hidrata- • Argila Branca – possui elevada quantida-
ção; o silício auxilia na reconstrução tecidual, hi- de de alumínio e silício que lhe garante
drata, acalma, tem ação purificante, adstringente, sua propriedade cicatrizante. Na estéti-
remineralizante e reduz inflamações; o manganês ca, facilita a circulação, ação antisséptica,
apresenta ação específica na biossíntese de coláge- excelente no controle acneico, estimu-
no, é antialérgico e cicatrizante; cálcio e potássio la no clareamento e no tônus geral da
agem na circulação e fortalecem o tecido; o titânio pele. Tem efeito higienizante, depurativo,
tem característica de foto proteção (ABEL, 2009; descongestionante, tensor suave e revi-
GUISONI, 2018). talizante, auxilia no aporte sanguíneo,
Os minerais presentes na composição química oxigena e nutre a pele.
das argilas apresentam efeitos fundamentais aos • Argila Preta – é obtida em grandes pro-
tratamentos estéticos e da saúde. De uma forma fundidades, também conhecida como
geral, dos minerais citados, o ferro, o silício e o lama negra, é uma argila muito rara, sua
magnésio, ainda apresentam propriedades tera- coloração está relacionada com a grande
pêuticas específicas, eles absorvem toxinas e im- quantidade de matéria orgânica e enxo-
purezas do corpo, conduzem energia e estimulam fre. Apresenta efeitos anti-inflamatórios,
as funções de órgãos doentes (ZANINI; GRIGÓ- cicatrizantes e desintoxicantes. Ativa a
RIO; SIGNORELLI, 2014). De forma esclarecida, circulação e estimula a renovação celu-
tais propriedades terapêuticas se dividem em ab- lar. Utilizada na estética facial e corporal
sorção, liberação e adsorção. Descritas a seguir: como fangoterapia.
• Absorção: apresenta plasticidade quando • Argila Verde – a mais tradicional das ar-
misturado à água, formando uma pasta. gilas, também a que possui maior diversi-
Muito eficaz nos tratamentos de edemas, dade de elementos. Apresenta Ph neutro,
inchaços e inflamações. grande função absorvente, combate ede-
• Liberação: apresenta facilidade de liberar mas, é secativa, emoliente, antisséptica e
83
UNICESUMAR
Descrição da Imagem: demonstra um recipiente com argila negra em pó e outro recipiente com argila negra preparada em forma de
máscara corporal.
84
UNIDADE 2
85
UNICESUMAR
Descrição da Imagem: uma paciente deitada em decúbito ventral recebendo máscara corporal de argila negra (fangoterapia).
A quantidade do mineral presente individualmente em cada argila está relacionada com seu local de
origem, o que também lhe confere sua coloração e seus efeitos terapêuticos. Quanto maior a concentra-
ção de determinado mineral em cada argila, mais potencializados serão seus efeitos (MATIELLO, 2019).
Existem no mercado vários cosméticos à base de argilas, mas também, você pode utilizar dos co-
nhecimentos adquiridos até aqui para realizar diversos protocolos criando tratamentos personalizados
e individuais para cada paciente. Vamos ver alguns exemplos!
A forma mais simples para a utilização da argila é realizar uma aplicação pura, utilizando apenas
seus efeitos específicos.
• Realizar uma mistura da argila com água de modo que fique cremosa, higienizar a região de
tratamento e aplicar a argila por toda a área a ser tratada com uma espátula. Aguarde por 2 ou
3 minutos e realize movimentos circulares por toda região. Remova a argila com uma toalha
úmida ou encaminhe seu paciente para uma ducha. Em seguida, após a região higienizada e seca,
você pode realizar uma leve massagem com creme hidratante. Esse procedimento promove uma
esfoliação e prepara a pele para receber os princípios ativos do tratamento que será realizado.
De uma forma diferente, diversificando o tratamento para gordura localizada de detox e redução,
pode ser incluído um protocolo com argila com objetivo de higienizar e esfoliar a pele para melhorar
a absorção dos princípios ativos, estimular e desintoxicar os tecidos, reduzindo edemas e toxinas.
86
UNIDADE 2
• Para iniciar, higienize e esfolie a região a ser tratada. A seguir, aplique fluído hiperemiante na
região de gordura localizada e massageie até total absorção. Realize massagem com ativos esti-
mulantes, drenantes e desintoxicantes.
• Misture em uma cubeta duas colheres de sopa de argila verde com sais térmicos ou redutores.
Acrescente ativos desintoxicantes, como um óleo essencial, por exemplo. Garanta que a mistura
obtenha uma consistência cremosa.
• Aplique em toda região a ser tratada e envolva com papel filme (mayler), deixando agir por 50
minutos. Ao finalizar o tempo, remova a manta e a mistura de argila com toalhas umedecidas
em água. Finalizar o tratamento com massagem modeladora.
Descrição da Imagem: terapeuta aplicando lama negra (fangoterapia) no corpo de uma paciente deitada de decúbito ventral.
A fangoterapia, aplicação do fango para fins terapêuticos, apresenta-se de várias formas e pode variar
de acordo com a área do corpo e a lesão a ser tratada (SANTOS, 2011). Em sequência, você poderá
aprender algumas das técnicas de aplicação mais comuns do fango, como: aplicação localizada; apli-
cação corporal por banho; aplicação corporal de fango com parafina, o parafango.
87
UNICESUMAR
88
UNIDADE 2
O uso terapêutico da terra ou lama representa um recurso comum na prática clínica da área da estética
e cosmética corporal, contudo, apresentam características específicas e fundamentais para sua utilização.
Você pode aprender seus conceitos, características, efeitos e as principais formas de aplicação de ambas.
Assim, concluímos este conteúdo, bem como esta unidade com o conhecimento de diversas técnicas
que acrescentam e diversificam tratamentos estéticos corporais quando o profissional dispõe de in-
fraestrutura variada e enriquecida, como também, caso não possua muitos recursos, ou conhecimento
necessário para tal, poderá adotar essas técnicas para trabalhar na área antecipadamente.
Querido(a) aluno(a)! Nesta unidade, você pôde aprender os procedimentos iniciais realizados
na rotina clínica de tratamentos de estética corporal. Obteve conhecimentos básicos das disfunções
corporais mais procuradas para tratamentos estéticos corporais. Você pôde compreender que conhe-
cer anatomia e fisiologia é fundamental e imprescindível para entender como o organismo reage a
determinados estímulos e princípios ativos, como também como usufruir deles.
Aprendeu como iniciar um tratamento corporal, que a esfoliação corporal é o primeiro passo para
qualquer tratamento e a hidratação é um dos mecanismos funcionais da pele, sendo ambos essenciais
para qualquer tratamento estético corporal. Uma pele limpa e hidratada apresenta maiores condições
para receber o princípio ativo.
Você teve também o conhecimento de várias técnicas e aprendeu que pode realizar tratamentos de
várias disfunções corporais caso ainda não tenha equipamentos de eletroterapia. Que as bandagens
frias e quentes são uma boa opção de tratamento. Em continuidade, aprendeu que você pode usar dos
efeitos das argilas e associar a diversas técnicas aproveitando os efeitos causados por seus minerais.
Além do mais, associar ao tratamento corporal técnicas complementares, como a fangoterapia.
O conhecimento obtido nesta unidade dará possibilidade de prosseguir a disciplina e aumentar os
conhecimentos que permeiam as disfunções estéticas corporais, iniciando a prática clínica.
89
Muito bem, vamos colocar seu conhecimento em prática completando o Mapa Men-
tal? Imagine você um(a) esteticista recebe um paciente em sua clínica para avaliação
corporal. O paciente é do sexo feminino, com 29 anos e se apresenta com queixa
principal de inchaço e ressecamento de toda pele corporal. Durante a anamnese,
a paciente relata que gosta muito de sair, beber com os amigos e principalmente
tomar sol, e que acabou de passar 30 dias em sua casa na praia. Dessa forma, após
uma excelente avaliação, logo você providenciou o protocolo de tratamento seguido
por algumas etapas importantíssimas que estudamos nesta unidade. Levando isso
em conta, como você melhor preencheria o mapa mental a seguir?
Tratamentos
Estéticos
Corporais
Esfoliação Fangoterapia
Descrição da Imagem: o mapa mental se inicia pelo centro com a seguinte frase “Tratamentos estéticos corporais”.
Na esquerda, temos um novo quadrado com a palavra “Esfoliação”, seguido de “Funções da esfoliação”. No quadrado
“Funções da esfoliação” há três ramificações que devem ser preenchidas por você, estudante. À direita, temos um
quadrado com a palavra “Fangoterapia”, a seguir “Funções de fangoterapia”. Depois de “Funções de fangoterapia”,
você, aluno(a), deverá preencher 3 ramificações novas que indicam, assim como as ramificações anteriores, os
conhecimentos adquiridos nesta unidade.
90
1. O frio estimula o centro de controle no SNC que, imediatamente, aciona os mecanismos para
restabelecer a temperatura. Ocorre uma produção de calor como uma compensação para man-
ter as funções normais de temperatura induzindo a lipólise no tecido adiposo e a conversão de
energia (BORGES; SCORZA, 2016).
Qual o nome do mecanismo que induz a lipólise do tecido adiposo? Assinale a alternativa correta.
a) Termorregulação.
b) Homeostasia.
c) Termogênese.
d) Vasoconstrição.
2. A argila preta ou “lama negra” é um tipo de argila proveniente das margens do Mar Morto, rica
em sais minerais, em especial o enxofre que é proveniente das fontes termais deste mar. Seus
efeitos terapêuticos se relacionam ao elevado teor de sais minerais e retenção de calor por vá-
rias horas, promovendo maior vasodilatação e estimulando a circulação sanguínea (AMORIM;
PIAZZA, 2010; SANTOS, 2011).
Qual o nome da terapia que utiliza esse tipo de argila? Assinale a alternativa correta.
a) Argiloterapia.
b) Talassoterapia.
c) Fangoterapia.
d) Crioterapia.
e) Termoterapia.
3. A esfoliação corporal renova a pele com a remoção de células epidérmicas, hidrata e auxilia no
rejuvenescimento. Na estética corporal, utiliza-se uma técnica que apresenta como principal
objetivo o clareamento dos pelos corporais e está associada à esfoliação e hidratação da pele
(PEREZ; VASCONCELOS, 2014).
Assinale a alternativa correta referente à técnica descrita.
a) Esfoliação corporal com sal.
b) Esfoliação corporal com argila.
c) Hidratação corporal.
d) Banho de argila.
e) Banho de lua.
91
1. Alternativa C - A utilização do frio gera também o efeito de termogênese que estimula o gasto de energia
e ativa a lipólise.
2. Alternativa C - Fango é um tipo de argila proveniente das margens do Mar Morto, rica em sais minerais, em
especial o enxofre que é proveniente das fontes termais deste mar. Assim, o fango é também conhecido
como argila negra ou lama negra, sendo fangoterapia a terapia realizada pelo uso do fango.
3. Alternativa D - O banho de lua é uma técnica que apresenta como principal objetivo o clareamento dos
pelos corporais e está associada à esfoliação e hidratação da pele.
REFERÊNCIAS
92
ABEL, A. Caracterização de argilas para uso em saúde e estética. 2009. 46 f. Trabalho de Conclusão de
Curso (Tecnologia em Cerâmica) - Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC, Criciúma-SC, 2009.
AGNE, J. E. Criolipólise e Outras Tecnologias no Manejo do Tecido adiposo. Santa Maria: S.N., 2016.
AMARAL, F. Técnicas de aplicação de óleos essenciais: terapias de saúde e beleza. 1. ed. São Paulo: Cengage
Learning, 2015.
AMORIM, M. do; PIAZZA, F. C. P. Uso das argilas na estética facial e corporal. 2010. 13 p. Disponível
em: http://siaibib01.univali.br/pdf/Monthana%20Imai%20de%20Amorim.pdf. Acesso em: 07 jan. 2021.
ANDRADE, G.; CECHINEL, L. R. Anatomofisiologia aplicada à estética. Porto Alegre: SAGAH, 2017.
AZULAY, R. D.; AZULAY, D. R.; AZULAY-ABULAFIA, L. Dermatologia – Azulay. 6. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2013.
BARBOSA, A. P.; WOLFF, J.; GOIS, T. N. Influência da Estética na Autoestima e Bem Estar do Ser Humano.
Universidade Tuiuti do Paraná – TCC Online, 2017. Disponível em: https://tcconline.utp.br/influencia-da-
-estetica-na-autoestima-e-bem-estar-do-ser-humano. Acesso em: 07 jan. 2021.
BIANCO, A. C. Hormônios Tireoídeos, UCPs e Termogênese. Arq. Bras Endocrinol, v. 44, n. 4, 2000.
BORGES, F. S.; SCORZA, F. A. Terapêutica em Estética Conceitos e Técnicas. 1. ed. São Paulo: Phorte, 2016.
REFERÊNCIAS
CAMPAGNA, V. N.; SOUZA, A. S. L. de. Corpo e imagem corporal no início da adolescência feminina.
Bol. psicol, São Paulo, v. 56, n. 124, p. 9-35, jun. 2006. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S0006-59432006000100003&lng=pt&nrm=iso. Acessos em: 25 jan. 2021.
FASSHEBER, D. et al. Disfunções Dermatológicas aplicadas à Estética. Porto Alegre: SAGAH, 2018.
HALL, J. E. Guyton & Hall Fundamentos de Fisiologia. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.
93
MOREN, S. A. Spas e Salões de Beleza - Terapias Passo a Passo. São Paulo: Cengage Learning Brasil, 2014.
OLIVEIRA, A. L. et al. Curso Didático de Estética. 2. ed. São Paulo: Yendis, 2015.
PEREZ, E.; VASCONCELOS, M. G. Técnicas Estéticas Corporais. São Paulo: Erica, 2014.
ROSA, P. V.; LOPES, F. M. Eletroterapia facial e corporal básica. Porto Alegre: SAGAH, 2018.
SHMIDTT, A.; OLIVEIRA, C.; GALLAS, J. C. O Mercado da Beleza e suas consequências. Santa Catarina:
UNIVALI, 2008.
SILVA, K. M.; SANTOS, M. R.; OLIVEIRA, P. U. Estética e Sociedade. São Paulo: Erica, 2014.
TORTORA, G. J. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019.
TOYOKI, B. K.; OLIVEIRA, A. C. T. Argiloterapia: levantamento dos constituintes e utilizações dos dife-
rentes tipos de argila. 2015. 27 f. Trabalho de Pesquisa (Curso de Estética e Cosmetologia) - Centro Uni-
versitário das Faculdades Metropolitanas Unidas – FMU, São Paulo, 2015. Disponível em: http://belezain.
REFERÊNCIAS
94
3
Disfunções Estéticas
e Abordagens
Terapêuticas para
Tratamento
Me. Paula Rebola
96
UNIDADE 3
Qual foi a característica que você encontrou realizando o teste? Houve aspecto de casca de laranja?
Se sim, ele se apresentava leve, moderado ou aumentado? Você identificou presença de dor durante a
pressão realizada? Muito bem, vamos entender como esse processo pode auxiliar no diagnóstico do FEG!
Como é sabido, o aspecto de casca de laranja da pele é a característica mais comum do FEG. Essa
característica pode ser utilizada pelo profissional para auxiliar na classificação da sua gravidade.
No decorrer desta unidade, você aprenderá que o FEG, apesar de comum e presente em um grande
número de pessoas, apresenta muita complexidade. Seu desenvolvimento é diferente, mesmo que suas
causas e consequências sejam as mesmas.
Quando o FEG não é aparente ao repouso, fica claro que a sua gravidade é menor, logo, a presença
do aspecto de casca de laranja visível ao repouso evidencia maior grau. Ainda quanto maior a evidência,
onde a aparência passa de casca de laranja para “saco de nozes” e, em acréscimo dores, diminuição da
temperatura, alteração da coloração da pele ou presença de varicoses, maior o grau de comprometimento.
Você consegue identificar essas características por meio do teste de casca de laranja. É realizado
pelo profissional com uma pressão do dedo indicador e polegar na região celulítica. A presença do
FEG no local evidenciará o aspecto de casca de laranja. O aspecto pode se apresentar de forma leve,
moderado ou elevado, como também ser acompanhado de dores. Mesmo simples, esse procedimento
auxilia muito no diagnóstico e, portanto, na decisão e elaboração do protocolo de tratamento.
Não é uma receita de bolo! O profissional esteticista comprometido deve saber que cada paciente
apresenta um fator específico para o desenvolvimento do FEG e isso influencia na quantidade e na
gravidade desse desequilíbrio. Portanto, mesmo que os recursos terapêuticos disponíveis apresentem
indicações comuns ao FEG, o fator desencadeante e principalmente agravante deve ser considerado.
Se um sapato apertado causa bolha no pé, fazer um curativo e continuar usando o sapato não
resolverá o problema. Assim, o tratamento não deve ser realizado apenas pelo aspecto aparente, os
recursos devem apresentar funções específicas do fator desencadeante, agravante e aparente. Isto posto,
considere o fato de que o paciente é único e seu tratamento deve ser individual.
DIÁRIO DE BORDO
97
UNICESUMAR
Inicialmente, vamos falar do Fibroedemageloide (FEG), que popularmente é conhecido como celulite.
O termo utilizado como celulite surgiu na França, em 1920, pela observação de Alquim e Paviot. Logo,
esse termo passou a ser muito conhecido e, embora impróprio, é utilizado até os dias atuais.
A partir daí, muitos outros estudos foram realizados para adequar a melhor nomenclatura da doença,
pois, de acordo com alguns autores, existem controvérsias quanto à utilização desse termo, sendo que o
sufixo “ite” é indicativo de inflamação, mas os estudos indicam o FEG uma disfunção não inflamatória
do tecido (BORGES; SCORZA, 2016; KEDE; SABATOVICH, 2015).
Muitos termos são utilizados para designar a celulite baseando-se no aspecto do tecido, das alte-
rações encontradas e também na população acometida. Dentre eles, o mais utilizado por representar
melhor sua definição é o Fibroedemageloide (FEG). Assim, como o termo celulite é muito conhecido
e utilizado pela população, tanto por mídia quanto por profissionais da área da estética, abordaremos
essa disfunção em ambas nomenclaturas: Fibroedemageloide (FEG) e Celulite (BORGES; SCORZA,
2016; KEDE; SABATOVICH, 2015).
Segundo Kede e Sabatovich (2015), o FEG é definido como uma patologia multifatorial, ocor-
rendo degeneração do tecido adiposo e interface entre alteração de matriz intersticial, estase
microcirculatória e hipertrofia dos adipócitos. Essas alterações clinicamente geram uma retração
irregular da superfície cutânea com o clássico aspecto “casca de laranja”.
É designado como uma infiltração edematosa do tecido conjuntivo, não inflamatória, seguida de poli-
meração da substância fundamental amorfa do espaço intersticial da derme. Essa infiltração de líquido no
tecido conjuntivo causa edema, multiplica-se e produz uma reação fibrótica consecutiva. De forma geral, o
FEG é uma doença que afeta a derme e o tecido adiposo subcutâneo, assim, formando nódulos de fibrose,
alteração vascular e depressão na pele da região acometida (BORGES; SCORZA, 2016; GUIRRO, 2010).
Entender a formação desse processo, ou seja, a sua fisiopatologia, sua incidência e instalação,
facilitará a compreensão do seu desenvolvimento. Existem evidências de que a doença seja de pre-
dominância feminina, sendo quase universal em mulheres após a puberdade e rara em homens, com
exceção daqueles que apresentam deficiência ou disfunção de andrógenos. Homens obesos raramente
a apresentam, enquanto que mulheres magras ou não podem apresentar frequentemente.
Evidências indicam o hormônio estrogênio e a organização do tecido adiposo diferente entre os
sexos como uma explicação para maior incidência do FEG no sexo feminino (BORGES; SCORZA,
2016; GUIRRO, 2010; KEDE; SABATOVICH, 2015). Com função importante, o hormônio estrogê-
nio representa grande atuação na qualidade e na deposição da gordura corporal, além de facilitar a
retenção de água e formação de edema (BORGES; SCORZA, 2016).
Estruturalmente, existem diferenças na organização dos tecidos subcutâneos entre homens e mulheres,
sendo maiores no sexo feminino. O tecido adiposo feminino é composto por septos fibrosos finos e frouxos
que se distribuem de forma perpendicular à derme. Essa distribuição facilita uma protrusão vertical dos
nódulos adiposos, formando hérnias de gordura na derme. Assim, mulheres apresentam tecido adiposo
mais espesso, maiores células de gordura e um tecido conjuntivo frouxo, caracterizando uma face ondulante.
Esse processo identifica a produção de saliências, o aspecto de “casca de laranja” ou também chamado de
fenômeno do colchão, caracterizados, principalmente, pela hipertrofia das células de gordura.
98
UNIDADE 3
Agora vamos falar um pouco sobre os fatores desencadeantes e agravantes. Nesse grupo, estão
incluídos itens que podem ser modificados ao longo da vida, os hábitos vividos pelo indivíduo, como
alimentação, ingestão de álcool ou tabaco, prática de atividade física, estresse da vida diária, distúrbios
posturais e ortopédicos e doenças preexistentes que exigem utilização de medicação contínua.
• Hábitos alimentares: consumo de açúcares e gorduras em excesso estimula e aumenta a
lipogênese. O sal excessivo contribui para a retenção hídrica. Dietas pobres em proteínas fa-
vorecem a desestruturação do tecido conjuntivo, e a ingestão baixa de fibras e água diminui o
funcionamento intestinal.
• Prática de Atividade Física: o exercício físico melhora e mantém o tônus muscular, além de
criar apoio para a gordura sobrejacente. Assim, o sedentarismo predispõe a flacidez muscular
que prejudica o retorno venoso, favorece o edema, a diminuição da massa magra e o aumento
do tecido adiposo.
99
UNICESUMAR
Por conseguinte, a Obesidade e Sobrepeso se associam aos hábitos alimentares e às práticas físicas.
O excesso da gordura corporal desencadeia inúmeros mecanismos de disfunção metabólica, levando
a efeitos deletérios em todo tecido comprometido. O aumento excessivo do tecido adiposo compri-
me ainda mais os vasos sanguíneos e linfáticos já prejudicados, referenciando-se como agravante do
aspecto celulítico.
• Ingestão de álcool e tabaco: ambos têm grande influência na microcirculação, diminuem
a oxigenação dos tecidos e aumentam a formação de radicais livres. Além disso, a ingestão de
álcool estimula o aumento do tecido adiposo.
• Distúrbios Posturais e Ortopédicos: posturas inadequadas ou desvios posturais da coluna,
geno valgo ou varo tendem a comprimir o tecido adiposo em áreas específicas que reforçam o
aspecto de casca de laranja.
• Medicamentos e doenças preexistentes: terapias estrogênicas e uso de contraceptivos favo-
recem a formação de edema. Patologias que exigem uso contínuo de corticoesteroides, anti-
-histamínicos, antitiroideanos ou betabloqueadores agravam a doença.
• Distúrbios circulatórios: disfunções circulatórias, como insuficiência venosa, varizes e edema
linfático fornecem condições ótimas para o início da doença, bem como serem agravantes para
ela.
• Fator Psicossomático: estresse emocional, depressão e ansiedade ou até frustração aumentam
os índices de catecolaminas que, em altas concentrações, são lipogênicas (BORGES; SCORZA,
2016; GUIRRO, 2010; KEDE; SABATOVICH, 2015). As catecolaminas são hormônios que
funcionam também como neurotransmissores (transmissores de sinais nervosos). Quimica-
mente, as catecolaminas são classificadas como adrenalina, noradrenalina e dopamina. Durante
a prática de atividade física ou em situações de estresse, o hipotálamo estimula a produção de
adrenalina e noradrenalina, que aumentam o débito cardíaco, a pressão arterial e o fluxo san-
guíneo do fígado, músculos e tecido adiposo. A dopamina é responsável pela emoção e sensação
de prazer (TORTORA, 2019).
100
UNIDADE 3
Descrição da Imagem: demonstra a ilustração do tecido subcutâneo e a formação do FEG, sendo, da esquerda para a direita, a
primeira imagem, a representação do tecido normal que, observando debaixo para cima as células de gordura, fibras colágenas e
elásticas, vasos sanguíneos e pele se encontram de tamanho e aparência normais. A segunda imagem, observando debaixo para cima,
apresenta células de gordura aumentadas de tamanho e quantidade, desestruturação das fibras colágenas e elásticas, compressão
dos vasos sanguíneos e relevo da pele, caracterizando o aspecto celulítico.
O fibroedemageloide é classificado pelo profissional por meio da avaliação, incluindo todos os seus
processos, sendo anamnese, exame físico e complementar (ANDRADE et al., 2018).
101
UNICESUMAR
Para sua realização, o profissional deve pressionar o tecido adiposo entre os dedos polegar e indicador.
Esse procedimento, quando realizado e houver a presença do FEG, pode evidenciar o aspecto de casca
de laranja na pele.
O teste de contração muscular voluntária também é utilizado para identificar o aspecto de casca de
laranja. Para isso, basta solicitar que o paciente realize uma contração muscular voluntária (BORGES;
SCORZA, 2016).
102
UNIDADE 3
Descrição da Imagem: a figura apresenta duas imagens. A primeira demonstra a coxa e os glúteos feminino contraídos, evidenciando
a casca de laranja na região. A segunda apresenta a mesma imagem sem contração e sem aparência da casca de laranja.
A aparência de casca de laranja auxilia na classificação dos graus do FEG e, quanto maior a evidência,
maior o grau apresentado. O teste de pressão também é utilizado para auxiliar no diagnóstico do
FEG. Sua realização consiste em pressionar o tecido adiposo entre os dedos e a pele, similar ao teste
de casca de laranja (Figura 4), porém promovendo uma tração vertical. Quando ocorre presença de
dor maior do que o normal considerado, representa um sinal de FEG associado a uma alteração de
sensibilidade dolorosa.
Para melhor identificar e quantificar o quadro doloroso, pode-se considerar como sem dor, dor
fraca, dor desconfortável ou dor angustiante e dor torturante. O quadro doloroso representa um aco-
metimento do tecido e é utilizado como auxiliar na classificação do grau de acometimento do FEG,
sendo que no grau 1 não há presença de dor; no grau 2, dor fraca ou desconfortável; no grau 3, dor
desconfortável ou angustiante, podendo apresentar sensação de perna cansada; no grau 4, considera-
dos casos mais graves, a dor é constante e/ou torturante, pele sensível ao toque pela compressão das
terminações nervosas, possível avaliar a presença de nódulos na pele (BORGES; SCORZA, 2016).
A classificação evolutiva do fibroedemageloide pode ser dividida em três ou quatro graus de
acordo com seu aspecto clínico e histopatológico. Segundo Guirro (2010), a classificação em três graus
se apresenta mais utilizada por representar as alterações clínicas mais marcantes. Outros autores utili-
zam quatro graus para sua classificação, entretanto, a colocação numérica e quantitativa varia entre 0 a
3 e de 1 a 4 graus, sendo da mesma forma classificada em 4 graus (ANDRADE et al., 2018; BORGES;
SCORZA, 2016; GUIRRO, 2010; KEDE; SABATOVICH, 2015).
Uma outra classificação evolutiva do FEG é a chamada BIMED (Método Integrado Biorreológico
com Sistema Dinâmico e Endermologia) que consiste em esquemas de terapias integradas, utilizando
quatro grupos nomeados como grupo constitucional; alterações nutricionais; presença de sinais cutâ-
neos; presença de sintomas (BORGES; SCORZA, 2016; KEDE; SABATOVICH, 2015).
103
UNICESUMAR
104
UNIDADE 3
105
UNICESUMAR
Um diagnóstico preciso é fundamental para uma resposta terapêutica eficaz. Assim, além de uma ava-
liação clínica detalhada, investigações complementares são requeridas, a fim de fechar o diagnóstico
preciso e prosseguir no protocolo de tratamento.
Algumas ferramentas são utilizadas para auxiliar não apenas para classificação do FEG, mas tam-
bém para acompanhar os resultados da intervenção terapêutica. Os mais comuns utilizados são
documentação fotográfica, exame antropométrico, bioimpedância e termografia (ANDRADE et al.,
2018; BORGES; SCORZA, 2016; KEDE; SABATOVICH, 2015).
• Documentação fotográfica: ferramenta importante, porém de difícil utilização no FEG, sendo
que os registros são eficazes para acometimentos mais graves, com aparência clínica evidentes
na inspeção. Além disso, requer uma padronização de fundo, posicionamento, avaliador e todos
os cuidados para qualquer registro fotográfico de um paciente (KEDE; SABATOVICH, 2015).
• Exame Antropométrico: simples e de baixo custo, utilizado frequentemente por sua sim-
plicidade. Mensura-se peso (kg), altura (m), circunferências (cm) e índice de massa corporal
(IMC). Por mais que seja específico para obesidade e adiposidade localizada, esse exame se
torna importante especialmente porque o FEG pode estar associado ou ser agravado com a
obesidade (BORGES; SCORZA, 2016; KEDE; SABATOVICH, 2015).
• Bioimpedância: avalia as composições corporais. Calcula as proporções de água, massa gorda
(gordura) e massa magra (massa óssea, muscular e residual). O processo se faz por meio de um
fluxo de corrente elétrica pelo corpo. Apesar de rápido e não invasivo, não avalia as alterações
do tecido conjuntivo e a microcirculação não caracteriza o volume local, alterações circulatórias
e o tecido adiposo (BORGES; SCORZA, 2016).
• Termografia: exame realizado por meio de placas de cristal termossensíveis colocadas sobre
a pele. Após alguns segundos de contato da placa com a pele, aparece um mapa de cores que é
determinado pelas diferentes temperaturas da pele. Regiões com alteração do fluxo sanguíneo
e áreas de hipóxia se diferenciam das de circulação normal representada por cores variadas na
placa. As cores rósea, verde ou azul com áreas homogêneas e uniformes indicam ausência da
doença ou menor comprometimento circulatório. Áreas frias, com comprometimento circu-
latório, são identificadas pela coloração escura, sendo amarelo, marrom ou preto, chamadas
“buracos negros” ou “pele de leopardo”, evidenciando graus mais elevados do FEG (BORGES;
SCORZA, 2016; KEDE; SABATOVICH, 2015).
106
UNIDADE 3
O mundo cada vez mais globalizado, em constante atualização e crescimento, tem tornado o mercado
de trabalho cada vez mais competitivo e exigente. Para acompanhar esse processo, o ser humano tem
enfrentado jornadas de trabalho exaustivas, com diminuição do tempo livre, acúmulo de afazeres,
mudanças de hábitos alimentares, diminuição da mobilidade e do lazer, induzindo o sedentarismo.
Esse fato tem levado ao estresse físico, psicológico e várias outras consequências na saúde física
e emocional do ser humano. Consideradas como consequências, as disfunções estéticas podem ser
desenvolvidas ou aceleradas por esses fatores. A adiposidade localizada é uma disfunção estética
causada por vários fatores, alguns deles se relacionam diretamente pela alteração dos hábitos alimen-
tares, bem como aos hábitos de vida (LELIS, 2012; MAGALHÃES, 2016).
A adiposidade localizada ou gordura localizada é caracterizada pelo acúmulo de gordura em áreas
variadas do corpo, quando há excesso da reserva do tecido adiposo em determinadas regiões, ocor-
rendo mesmo quando o indivíduo não está acima do peso.
Dentre os fatores causadores, destacam-se o sexo, a idade, etnia, sedentarismo, dietas hipercalóri-
cas, predisposição genética, uso de tabaco, alterações hormonais, estresse, uso de anticoncepcionais
e algumas patologias do sistema venoso ou linfático (FASSHEBER et al., 2018). Mesmo que em pe-
quenas quantidades, a adiposidade localizada incomoda muito, principalmente o público feminino, e
tem sido uma das principais queixas para tratamentos estéticos, como uma alternativa de driblar essa
disfunção (BORGES; SCORZA, 2016).
Dessa forma, para desenvolver e aplicar um tratamento eficaz a essa disfunção, é necessário um
conhecimento aprofundado sobre a anatomia e fisiologia do tecido adiposo, bem como sua etiopato-
genia e conhecer as variadas técnicas de tratamento. Vamos lá!
107
UNICESUMAR
Vamos falar sobre o tecido adiposo? A pele é formada por duas partes principais, a epiderme,
mais superficial e mais fina, e a derme, localizada abaixo da epiderme, sendo mais profunda, espessa
e vascularizada. Abaixo da derme, mas sem fazer parte da pele, encontra-se a tela subcutânea, tam-
bém chamada de hipoderme. A hipoderme é composta por tecido areolar e adiposo, portanto, é na
hipoderme que se armazena a gordura.
O tecido adiposo é composto por células chamadas de adipócitos especializadas em armazenar
triglicerídeos (gorduras) e são pertencentes ao tecido conjuntivo frouxo, presentes na hipoderme. Entre
suas funções, a hipoderme age como amortecedor e isolante térmico para regiões corporais, estoca
energia metabólica, pode sintetizar hormônios, além de modelar a superfície corporal (BORGES;
SCORZA, 2016; TORTORA, 2019).
Poros
Queratinócitos
mortos
EPIDERME Queratinócitos
Células basais
GORDURA Células de
gordura
Miocitos
MÚSCULO
Descrição da Imagem: ilustração das camadas e células da pele e hipoderme. Observando de cima para baixo, a figura demonstra a
epiderme com os poros e os queratinócitos mortos, em seguida a derme com seus queratinócitos (células rosadas) e células basais
(em branco) e, abaixo a hipoderme, o tecido adiposo com as células adiposas (em amarelo), e a única camada é representada pelo
tecido muscular (em vermelho).
Os adipócitos são compostos por uma única grande gotícula de triglicerídeo (gordura), seu citoplasma
e núcleo são empurrados para a periferia da célula e um conjunto de adipócitos forma o tecido adiposo,
neste caso, chamado tecido adiposo branco (unilocular ou amarelo) presentes em indivíduos adultos
(BORGES; SCORZA, 2016; TORTORA, 2019).
108
UNIDADE 3
Um outro tipo de tecido adiposo é chamado de tecido adiposo marrom ou pardo. Seus adipócitos
são menores, apresentam núcleo central e seu citoplasma contém várias gotículas de triglicerídeos e
muitas mitocôndrias (responsáveis pela sua cor escura), exerce a função a termogênese (produção de
calor) e está presente em neonatos (BORGES; SCORZA, 2016; TORTORA, 2019).
Figura 7 - À esquerda: adipócito branco (amarelo ou unilocular); à direita: adipócito marrom (pardo)
Descrição da Imagem: à esquerda, há a ilustração de um adipócito (amarelo) com uma única e grande gotícula de gordura (amare-
lo), um núcleo (azul) e uma mitocôndria (marrom). À direita, há a ilustração de um adipócito (marrom) com um núcleo (azul), várias
gotículas de gordura (amarelo) e várias mitocôndrias (marrom).
109
UNICESUMAR
Descrição da Imagem: demonstra uma variedade de nutrientes alimentares (carboidratos, gorduras e proteínas) representadas por
vários alimentos com peixe, sementes, legumes, frutas e mel.
110
UNIDADE 3
Precisamos todo o tempo de energia, pois a utilizamos diária e constantemente. Como vimos, os
alimentos são fonte de energia para o organismo por meio de seus substratos; em uma alimentação
adequada e equilibrada, a quantidade de nutrientes ingeridos é igual ao gasto realizado, porém se a
ingestão for maior do que o gasto e a oferta de energia é abundante, a gordura é estocada. Ao contrário,
em um déficit calórico, ou seja, uma ingestão abaixo do necessário, o organismo utiliza da energia
estocada (como a gordura por exemplo) para produzir energia, manter seu funcionamento normal e
não entrar em falência (BORGES; SCORZA, 2016).
Os adipócitos confiam na função de armazenar a gordura e apresentam a capacidade de aumentar
ou diminuir seu volume de acordo com a quantidade de triglicerídeos em seu interior (LOPES, 2017).
Pele
Célula de gordura
Célula muscular
Pele
Célula de gordura
Célula muscular
Gordura em pessoas com obesidade
Descrição da Imagem: Acima, a figura demonstra a ilustração da pele e tecido adiposo normal, representa pela pele (em cor rosa),
tecido adiposo com células de gordura redondas e iguais (em amarelo), seguidas do tecido muscular com células ovais (em verme-
lho). Abaixo a ilustração da pele e tecido adiposo aumentados, representados pela pele (na cor rosa) mais larga, tecido adiposo com
células de gordura redondas de tamanhos variados (em amarelo), seguidas do tecido muscular com células ovais (em vermelho).
Vamos nos atentar sobre as Atividades adipocitárias para armazenar e eliminar gordura: os
carboidratos são armazenados no organismo em forma de glicogênio que, em quantidades excessivas é
transformado em triglicerídeo e armazenado no tecido adiposo, como gordura. As proteínas também
fornecem energia, porém em menor quantidade e, para isso, precisam ser transformadas em glicose.
Em casos de depleção de energia, as proteínas podem ser transformadas em ácidos graxos livres e
gerar energia.
111
UNICESUMAR
112
UNIDADE 3
Descrição da Imagem: a figura ilustra mulheres e os biotipos corporais com 5 imagens. Da esquerda para a direita, a primeira
apresenta o desenho de uma mulher com braços longos, tórax magro, cintura fina e gordura localizada nos quadris e coxas, repre-
sentando biotipo ginoide. A segunda apresenta o desenho de uma mulher com corpo esguio, cintura fina, com ombros e quadris
de tamanho equilibrado, como uma ampulheta de tempo, representando um dos biotipos mistos. A terceira apresenta o desenho
de uma mulher com corpo esguio, ombros largos e tórax pequeno com acúmulo de gordura em ambos, pouca cintura e quadris,
delineando um triângulo com a ponta para baixo, representa um dos biotipos mistos. A quarta apresenta o desenho de uma mulher
com gordura localizada em região abdominal, tórax, seios e cintura, com rosto redondo, delineando a imagem de uma maçã, repre-
senta o biotipo androide. A quinta apresenta o desenho de uma mulher com corpo esguio, com ombros, tórax, cintura e quadril do
mesmo tamanho, delineando um retângulo entre os ombros e quadris, representa um dos biotipos mistos.
Na 1ª representação da Figura 10, observamos o biótipo ginoide (tipo pera) clássico, é mais comum
em mulheres. Indivíduos com biótipo ginoide normalmente apresentam braços longos, tórax magro,
cintura fina e gordura localizada nos membros inferiores, especialmente em coxas e quadris. A 4ª
representação se refere ao biotipo androide clássico (tipo maçã), é mais comum em homens, porém
as mulheres também apresentam. Indivíduos com biotipo androide possuem como característica
principal o acúmulo de gordura em região abdominal, com rosto redondo, de aspecto gorducho e
gordura localizada em tórax, seios, abdome e cintura. A 2ª, 3ª e 5ª demonstram o biotipo misto, ou
seja, a variação dos biotipos corporais (BORGES; SCORZA, 2016; KEDE; SABATOVICH, 2015).
113
UNICESUMAR
114
UNIDADE 3
Um nutricosmético, de acordo com sua composição, auxilia, por exemplo, no retardo do enve-
lhecimento cutâneo, melhora da firmeza da pele, do aspecto irregular provocado pelo FEG ou na
melhora dos desequilíbrios causadores da adiposidade localizada. Seus ativos naturais ou minerais
é que determinam suas ações e, portanto, muito utilizados de forma complementar em tratamentos
estéticos (MATOS, 2015).
Os cosméticos são utilizados em tratamentos estéticos como agentes tópicos destinados a afetar a
função corporal, sendo sua eficácia potencializada por substâncias ativas presentes em sua formulação.
Para tratamentos do FEG, os cosméticos utilizados apresentam princípios ativos com objetivo
de aumentar o fluxo sanguíneo local, estimular a eliminação e reduzir a produção de radicais livres,
promover a diminuição dos adipócitos locais, além de reduzir edema e estimular o retorno venoso.
Na prática clínica, faz-se necessário o terapeuta conhecer os princípios ativos, bem como os efeitos
terapêuticos dos cosméticos escolhidos para o tratamento.
Os cosméticos utilizados para os tratamentos da adiposidade localizada são constituídos de princí-
pios ativos capazes de atuar nos processos bioquímicos da formação das células de gordura, formação
de triglicerídeos e na transformação do triglicerídeo em ácido graxo e glicerol. Assim, os ativos eficazes
no tratamento da gordura localizada devem possuir ações de inibição da lipidogênese, inibição da
lipogênese e ativação da lipólise (MATIELLO et al., 2018b; MATOS, 2015).
Desse modo, considerando que as consequências do FEG se associam com as da gordura localizada,
os cosméticos utilizados para seus tratamentos devem conter princípios ativos que apresentem ações
eficazes tanto nas transformações da congestão do tecido conjuntivo, no meio intersticial, melhoran-
do a circulação, a flacidez e em uma possível inflamação, como também os que atuam na ativação da
lipólise e inibição lipidogênese e lipogênese (BORGES; SCORZA, 2016; MATIELLO et al., 2018b;
MATOS, 2015).
115
UNICESUMAR
116
UNIDADE 3
O Quadro 2 apresenta os principais ativos utilizados nos tratamentos do FEG com ações e locais de
atuação específicos no tecido.
Atuantes no Atuantes na Anti-inflamatório Tensores
Interstício Microcirculação
Centelha asiática aobromine® Adipol ATP Flex
Ácido ascórbico Capsicum Arnica Coheliss
Enzimas de difusão Castanha-da-Índia Bioex Antilipêmico Coupe D ́eclat
Enzimas proteolíticas Centella asiática Celulinol Dermochlorella DMAE
Vegetais e algas Nicotinato de Metila Centella asiática Idebenona
Tretinoína e retinol Flavonoides Castanha-da-Índia Liftline
Silícios orgânicos e silanóis Ginkgo Biloba Nicotinato de metila Raffermine
Laranja amarga Silanois Regu-Slim®
Liporeductil Silícios orgânicos Slimbuster L
Meliloto Xantogosil Tensea lift
Mirtilo Tensine
Hera Toniskin
Xantogosil
Bioex Antilipêmico
Mentol
Slimbuster H
Pilosella
Quadro 2 - Ativos eficazes nos tratamentos do fibroedemageloide, ações e atuação no tecido
Fonte: adaptado de Matos (2015).
117
UNICESUMAR
Quadro 3 - Sugestão de óleos essenciais e vegetais para massagem modeladora nos tratamentos do FEG, adi-
posidade localizada e detox corporal / Fonte: Adaptado de Matos (2015).
A seguir, abordaremos os principais recursos terapêuticos utilizados nos tratamentos das patologias
estudadas nesta unidade.
A massagem tem seu fundamento no toque das mãos sobre o corpo. É utilizada com o objetivo
de promover o relaxamento, analgesia, estimular a circulação, diminuir edema, além de mobilizar
estruturas (PEREZ; LEVIN, 2014; VERSAGI, 2015).
A massagem proporciona um efeito mecânico pela pressão manual no local realizado, assim, pode
estimular e melhorar a circulação, estimulando a eliminação de metabólitos e mobilizando fibroses
existentes. No sistema linfático, a massagem proporciona aumento do seu fluxo, drenando o excesso de
linfa acumulada. As manobras de massagem mais utilizadas para o tratamento do FEG e adiposidade
localizada são de massagem modeladora e drenagem linfática (FASSHEBER et al. 2018; OLIVEIRA,
2018; PEREZ; LEVIN, 2014; SIMÃO et al., 2018; SIMÃO, 2019).
A massagem modeladora é utilizada com o objetivo de favorecer a modelagem corporal cau-
sada pela redução de medidas da área, obtida pela melhora da circulação e modificação mecânica
do tecido conjuntivo. Sua execução ocorre por meio das manobras de deslizamento, amassamento,
pinçamento e percussão por meio de movimentos firmes, rápidos, vigorosos e rítmicos. São realizados
com alternância de pressão moderada e forte, suficientes para mobilizar o tecido, aumentar o fluxo
sanguíneo e o metabolismo local, sem causar hematomas ou lesões teciduais (BORGES; SCORZA,
2016; SIMÃO, 2019).
Cabe ressaltar que os efeitos da massagem modeladora na adiposidade localizada estão relacionados
aos efeitos fisiológicos causados pelos mediadores químicos que estimulam a lipólise. A massagem
modeladora potencializa a penetração dos princípios ativos cosméticos, facilitando sua permeação,
aumentando a circulação local, a mobilização dos tecidos mais profundos, adiposo e muscular, bem
como uma melhor acomodação dos adipócitos no tecido, favorecendo o contorno corporal e mode-
lando o tecido (MATOS, 2015; SIMÃO et al., 2018; VERSAGI, 2015).
118
UNIDADE 3
A drenagem Linfática Manual (DML) é uma técnica específica realizada por manobras no sistema
vascular linfático, auxiliando a regular sua composição e suas funções (FOLDI; STROBENREUTHER,
2012; VASCONCELOS, 2015). O sistema vascular linfático é um sistema de drenagem corporal. Tem
a função de transportar e drenar a linfa e substâncias nela contida da periferia para a circulação veno-
sa. Assim, a DML estimula o sistema linfático na eliminação de líquidos e resíduos do metabolismo,
promovendo a renovação da linfa, sua reabsorção e transporte (FOLDI; STROBENREUTHER, 2012;
OLIVEIRA, 2018).
O acúmulo de substâncias nocivas que causam toxicidade ou patologias e estão presentes no inters-
tício podem ser removidas com pressão e deslocamento da pele promovidas pela drenagem linfática.
Dessa forma, a drenagem linfática manual é indicada em situações de estase capilar e formação de
edema, salvo para suas contraindicações absolutas, aquelas que colocam em risco a saúde e a vida do
paciente e, portanto, nunca podem ser ignoradas, e as contraindicações relativas são situações em que
a realização da técnica possa trazer benefícios maiores que os riscos para a saúde do paciente (VAS-
CONCELOS, 2015; VERSAGI, 2015).
Inúmeras técnicas foram desenvolvidas por vários autores, como Vodder, Leduc, Foldi e Godoy, e,
independente da técnica escolhida pelo profissional, suas manobras devem apresentar três caracte-
rísticas fundamentais: pressão, ritmo e sentido (VASCONELOS, 2015).
Para que seja efetiva, as manobras devem ser realizadas de forma lenta e suave. Isso porque 80%
dos vasos linfáticos do corpo se localizam superficialmente e para manipular a linfa presente nessas
superfícies a pressão aplicada deve apresentar, no máximo, uma pressão de 40 mm/hg, suficiente para
promover o deslocamento da linfa (FOLDI; STROBENREUTHER, 2012; VASCONCELOS, 2015).
Esse recurso terapêutico é indicado para diminuição do edema, melhorar o retorno venoso, dre-
nando o excesso de líquido acumulado no espaço intersticial, normalizando as pressões tissulares e
hidrostáticas, diminuindo a formação de fibrose, sendo muito indicada e utilizada nos tratamentos
do fibroedemageloide, como também coadjuvante na adiposidade localizada (BORGES; SCORZA,
2016; FOLDI; STROBENREUTHER, 2012).
As principais abordagens terapêuticas utilizadas nos tratamentos do FEG e adiposidade localizada,
recorrendo aos benefícios da temperatura fria, são a bandagem fria e a criolipólise, que veremos em sequência.
É utilizada no FEG por meio da técnica de bandagem fria (aprendido na Unidade 2 deste livro),
principalmente quando se associa a adiposidade localizada. A diminuição da temperatura e a vaso-
constrição provocada pode levar a utilização da gordura para gerar energia e produzir calor local.
Ao mesmo tempo, aumenta a circulação periférica, melhorando a oxigenação e nutrição dos tecidos
(BORGES; SCORZA, 2016; PEREZ; VASCONCELOS, 2014).
A criolipólise é uma técnica que utiliza como princípio o “resfriamento» localizado do tecido
adiposo subcutâneo de forma não invasiva por meio de temperaturas em torno de -5 a -15 ºC medi-
das externamente. As células de gordura são mais sensíveis ao efeito do frio do que os tecidos da pele,
dos nervos e dos músculos. Quando são resfriadas em torno de zero grau, sofrem uma inflamação
chamada de paniculite lobular. Esse processo inflamatório desencadeia um processo de morte celular
programada, chamado de apoptose (AGNE, 2016; BORGES; SCORZA, 2014).
119
UNICESUMAR
Apoptose é um processo natural que acontece em muitas células do nosso corpo que têm vida limi-
tada, que em certo momento envelhecem e não apresentam mais capacidade de realizar suas funções
e são substituídas por novas células. Entretanto, as células de gordura, quando expostas à temperatura
extrema, como o frio, por exemplo, induz a morte dos adipócitos, levando a uma apoptose induzida
(AGNE, 2016).
Muitos de nós temos células Resfriamento localizado e Após o tratamento as células Células de gorduras são
de gorduras que podem ser controlado do tecido adiposo de gordura cristalizadas são eliminadas.
resistentes a dietas e para cristalizar as células de removidas após semanas ou
exercícios; gordura; meses pelo sistema imune;
Descrição da Imagem: a figura apresenta 4 ilustrações referentes ao quadro de apoptose induzida pele criolipólise, sendo, da
esquerda para a direita: a primeira ilustração, demonstra o tecido adiposo aumentado com aumento do número e tamanho das
células adiposas; a segunda ilustração, o aplicador (em copo) da criolípólise sugando o tecido adiposo e, resfriando o tecido em seu
interior (região fria dentro do aplicador representada em azul); a terceira ilustração demonstra o tecido adiposo congelado após a
realização da criolipólise, representado pelas células adiposas congeladas na cor azul; a quarta ilustração demonstra o tecido adi-
poso após alguns meses de criolipólise representado pela diminuição e tamanho das células adiposas, com espaçamento entre elas.
Portanto, a criolipólise por meio do resfriamento do tecido causa uma diminuição do tecido adiposo
subcutâneo localizado. A técnica é realizada por meio de um aparelho composto de um aplicador
(manopla) em forma de copo que utiliza um vácuo moderado para sugar a gordura para dentro do
aplicador, formando uma prega. A prega dentro do aplicador fica posicionada entre duas placas de
resfriamento presente em suas laterais que resfriam o tecido adiposo (BORGES; SCORZA, 2014;
BORGES; SCORZA, 1016).
120
UNIDADE 3
Criolipólise –
Congelamento
de gordura
Descrição da Imagem: apresenta 3 ilustrações, sendo: a primeira ilustra a aplicação da criolipólise com aplicador (em copo) sugan-
do o tecido adiposo e resfriando o tecido em seu interior (região fria dentro do aplicador representada em azul); a segunda ilustra
uma paciente deitada na maca recebendo aplicação da criolipólise em região abdominal; a terceira ilustra o console (aparelho) de
criolipólise com dois aplicadores (copo) em cada lateral. Inferiormente, a figura ainda indica 3 ilustrações, sendo: a primeira ilustra
um corpo com acúmulo de gordura em região de flancos; a segunda ilustra a aplicação da criolipólise em região abnominal anterior;
a terceira ilustra a região de flancos após alguns meses de criolipólise com eliminação de gordura nos flancos.
Para regiões desprovidas de gordura ou pele para formação de prega, utiliza-se aplicações com placas
de resfriamento, em que, neste caso, não há utilização do vácuo.
121
UNICESUMAR
Ambas as aplicações são realizadas com proteção da pele por meio de uma manta anticoagulante,
evitando queimaduras. Por ser tão importante e fundamental, a manta deve apresentar boa qualidade,
ser individual para cada área aplicada, conter registros na Anvisa e jamais ser cortada.
A técnica de vacuoterapia utiliza aparelhos geradores de pressão negativa (vácuo), causando uma
sucção localizada, contínua ou pulsada, produzindo uma depressomassagem e uma depressodre-
nagem linfática, (BORGES; SCORZA, 2016). Apresentam cabeçotes (manoplas) que, por meio do
vácuo, produzem aspiração do tecido, podendo ser acrescidos de rolos em seu interior, auxiliando seu
deslizamento (BORGES; SCORZA, 2016; GUIRRO, 2010).
A técnica produz uma mobilização profunda da pele e da tela subcutânea, aumentando a circulação
sanguínea e linfática, além de mobilizar o tecido conjuntivo, agindo sobre o processo fibrótico, dimi-
nuindo as alterações da pele que caracterizam o aspecto de casca de laranja do FEG e a mobilização
do tecido na adiposidade localizada (BORGES; SCORZA, 2016; GUIRRO, 2010).
122
UNIDADE 3
A iontoforese é uma técnica que realiza a penetração de substâncias ionizáveis no organismo através
da pele. Ocorre pelos efeitos de uma corrente contínua, de baixa frequência e polarizada, denominada
corrente galvânica. De forma geral, a substância ionizável com princípio ativo é embebida no eletrodo
que apresente a mesma polaridade. Em contato com a corrente galvânica, haverá uma eletrorrepulsão,
ou seja, o carreamento do princípio ativo através da pele (BORGES; SCORZA, 2016; ROSA; LOPES,
2018). Os efeitos produzidos pela iontoforese dependem do princípio ativo das substâncias ionizadas.
Para o tratamento do FEG e adiposidade localizada, os cosméticos normalmente apresentam funções
que ativam a circulação sanguínea e linfática, ações lipolíticas e hidratantes (GUIRRO, 2010; ROSA;
LOPES, 2018).
A técnica de eletrolipólise, também chamada eletrolipoforese, consiste na aplicação de uma corrente
elétrica de baixa frequência, contínua ou alternada, atuando diretamente nos adipócitos acumulados,
produzindo sua destruição e estimulando sua posterior eliminação. É realizada por meio de agulhas
de acupuntura implantada na hipoderme (BORGES; SCORZA, 2016; ROSA; LOPES, 2018).
A corrente russa é uma das modalidades muito utilizadas em tratamentos estéticos corporais.
Trata-se de um tipo de corrente elétrica com propriedade excitomotora, promovendo contrações mus-
culares (AGNE, 2013; GUIRRO, 2010). A corrente russa é uma corrente elétrica de média frequência,
despolarizada, que utiliza frequências de 2.500 a 4000 Hz. É utilizada para fins estéticos com o objetivo
de minimizar a flacidez e a perda do tônus muscular em regiões como coxas, abdome, glúteos e braços
(MATIELLO et al., 2018a).
Utilizada nos tratamentos do fibroedemageloide como coadjuvante, principalmente nos casos
de FEG flácida, em que se apresenta massa muscular pouco desenvolvida e tecidos superficiais sem
consistência (BORGES; SCORZA, 2016; KEDE; SABATOVICH, 2015).
O ultrassom é uma das modalidades terapêuticas mais utilizadas nos tratamentos de fibroede-
mageloide e adiposidade localizada. É um aparelho que utiliza a energia elétrica para produzir ondas
sonoras (AGNE, 2013; GUIRRO, 2010).
As ondas sonoras produzidas pelo aparelho de ultrassom se dão por meio de um cristal presente
em seu cabeçote transdutor mediante vibrações mecânicas com frequências de ondas de 1 MHz,
atingindo estruturas mais profundas, e 3 MHz alcançando planos mais superficiais. As disfunções
estéticas normalmente estão localizadas mais superficialmente e, por isso, a frequência utilizada é de
3 MHz (AGNE, 2013; BORGES; SCORZA, 2016; GUIRRO, 2010).
As ondas ultrassônicas apresentam duas formas de emissão: o modo pulsado, com efeitos térmico
e mecânico diminuídos; e o modo contínuo, com efeitos térmico e mecânico. Neste caso, o efeito
mecânico e o aumento da temperatura produzido no modo contínuo, pode levar ao efeito tixotrópico
do ultrassom, transformando substâncias sólidas em géis ou géis em líquido (AGNE, 2013; BORGES;
SCORZA, 2016; MATIELLO et al., 2018a).
123
UNICESUMAR
A maioria dos efeitos terapêuticos do ultrassom acontece por meio de um fenômeno chamado
cavitação e ocorre em toda aplicação. A passagem do feixe ultrassônico nos tecidos provoca oscilações
das moléculas e células situadas em seu caminho, essas oscilações estimulam a formação de bolhas de
ar/gás nos líquidos, em que as ondas sonoras se propagam. Ainda, a cavitação pode ocorrer de duas
formas: a cavitação estável, em que as bolhas geradas oscilam, aumentam e diminuem de tamanho,
mas permanecem intactas e é responsável pela maioria dos efeitos do ultrassom convencional; e a
cavitação instável, em que o volume das bolhas geradas se altera de forma rápida e violenta, levando a
implosão destas. A cavitação instável, na adiposidade localizada, promove o rompimento da membrana
do adipócito, levando o complexo adipocitário desintegrar (AGNE, 2016; BORGES; SCORZA, 2016).
Levando em consideração as alterações teciduais do FEG como, a congestão do tecido conjuntivo,
formação de fibroses, o comprometimento vascular e linfático e o aumento do número e tamanho dos
adipócitos causados também pela adiposidade localizada, o ultrassom diminui a viscosidade do local,
aumentando o fluxo sanguíneo, melhorando a oxigenação e o metabolismo, (MATIELLO et al., 2018a).
Atualmente, o ultrassom tem sido utilizado com equipamentos focalizados de ultracavitação. A
terapia de ultracavitação conta com os mesmos princípios do ultrassom terapêutico convencional, o
que os diferem é a forma diferenciada da emissão das ondas sonoras, produzindo um altíssimo nível
de intensidade ultrassônica, proporcionando um tratamento localizado, possibilitando aumento da
intensidade do feixe ultrassônico no foco desejado (BORGES; SCORZA, 2016). A ultracavitação
vem sendo denominada comercialmente de várias maneiras, podendo ser classificadas como: HIFU
(High intensity focused ultrasound), Ultrassom Focalizado de Alta Intensidade e Ultrassom de
baixa frequência e baixa intensidade, ultrassom cavitacional plano, ultrassom cavitacional
não focalizado (BORGES; SCORZA, 2016; FASSHEBER et al., 2018; RODRIGUES; PETRI, 2018).
De forma geral, a ultracavitação está indicada principalmente no tratamento de adiposidade locali-
zada, podendo o equipamento cavitacional plano melhorar de forma considerável o tecido acometido
do fibroedemageloide (BORGES; SCORZA, 2016).
A radiofrequência (RF) é uma modalidade terapêutica não invasiva que utiliza ondas eletro-
magnéticas para produzir calor (RODRIGUES; PETRI, 2018). Este recurso terapêutico utiliza ondas
eletromagnéticas de alta frequência e média intensidade, transformando a energia eletromagnética
em energia térmica, processo que ocorre por meio da fricção, vibração, das moléculas de água dos
tecidos, gerando calor nos tecidos alvo (BORGES; SCORZA, 2016; KEDE; SABATOVICH, 2015).
124
UNIDADE 3
Existe uma diversidade de técnicas e recursos que podem ser utilizados nas terapias de adiposidade
localizada e fibroedemageloide, utilizados em conjunto para ambas disfunções ou de forma singular
mediante a seus efeitos específicos para cada uma delas. Várias outras técnicas também são utilizadas
como complemento terapêutico, por exemplo: a termoterapia (manta térmica), plataforma vibra-
tória, hidrolipoclasia ultrassônica e ondas de choque. Todas, apesar de suas indicações específicas
ou associadas, são utilizadas de forma combinadas, objetivando resultados mais efetivos (BORGES;
SCORZA, 2016).
125
UNICESUMAR
Querido(a) aluno(a)! Nesta unidade, você pode aprender duas das principais disfunções corporais
procuradas em tratamentos estéticos, o fibroedemageloide e a adiposidade localizada.
Você obteve conhecimentos específicos dos conceitos, causas e, principalmente, da fisiopatologia
de cada uma delas. De forma especial, pode compreender que seus processos de desenvolvimento
causam e são causados por um desequilíbrio do funcionamento normal do organismo, ou seja, seu
estado fisiológico. Com isso, conscientizar-se cada vez mais da importância dos conhecimentos de
anatomia e fisiologia para trabalhar com o corpo humano, como também trabalhar com o paciente
estético, trata-se não apenas da beleza, mas da saúde.
Você aprendeu que ambas as disfunções, na maioria das vezes, andam juntas e que a maioria das
abordagens terapêuticas podem ser associadas de forma a complementar uma a outra e, com isso, a
escolha ideal do protocolo de tratamento. Em continuidade, aprendeu a importância dos ativos cos-
méticos utilizados nos tratamentos estéticos corporais e da utilização dos nutricosméticos no papel da
nutrição e bem-estar, ligando-se à aparência e à beleza. E por fim, os principais recursos terapêuticos
utilizados nos tratamentos de fibroedemageloide e adiposidade localizada.
O conhecimento obtido nesta unidade dará novas habilidades e possibilidades em diversificar
tratamentos. Você será capaz de elaborar procedimentos com maior qualidade, utilizar de recursos
variados e associá-los a técnicas e cosméticos, obtendo resultados eficazes e satisfatórios.
126
Muito bem, vamos colocar seu conhecimento em prática? Chegou a sua vez! Imagine que chega
até você uma paciente com 32 anos de idade que faz usos de contraceptivos hormonais, sobre-
peso localizado em pelve e coxas, com braços longos e tórax magro. É sedentária e apresenta
fibroedemageloide em coxas e glúteos de relevo “casca de laranja” visível ao repouso, edema nos
pés e na região de coxas apresentado à pressão digital.
Assim, como profissional dedicado(a) que é, preocupou-se em analisar o caso com cuidado para
traçar um protocolo de tratamento preciso e eficaz. Diante disso, de acordo com todo conteúdo
aprendido na Unidade 3, descreva no campo a seguir todas abordagens terapêuticas indicadas
aos tratamentos do FEG e adiposidade localizada, por meio do Mapa Mental, vamos lá?
Descrição da Imagem: iniciamos o mapa mental com “Recursos terapêuticos usados para este caso”, à direita e à esquerda
deste mapa temos dois quadrados para cada lado que devem ser preenchidos por você, estudante. Abaixo, temos a seguinte
MAPA MENTAL
frase “Infiltração edematosa no tecido conjuntivo; formação de fibrose; aumento do número e tamanho dos adipócitos; conges-
tionamento vascular; edema e dor”. Para à esquerda deste quadrado, temos “Paciente com adiposidade localizada + FEG”; para
a direita há um novo quadrado preenchido com “Possíveis causas” e mais 5 ramificações que você deve preencher de acordo
com o conhecimento adquirido nesta unidade.
127
MAPA MENTAL
128
1. O FEG é definido como uma patologia multifatorial, ocorrendo degeneração do tecido adipo-
so e interface entre alteração de matriz intersticial, estase microcirculatória e hipertrofia dos
adipócitos (KEDE; SABATOVICH, 2015). Diante da afirmação, descreva a classificação evolutiva
do FEG grau 3, de classificação clínica flácida e a avaliação do teste de casca de laranja.
2. Recurso terapêutico que causa uma paniculite fria localizada, morte adipocitária por apoptose
e uma diminuição do tecido adiposo subcutâneo localizado.
Assinale a alternativa correta correspondente ao recurso terapêutico mencionado anterior-
mente.
a) Ultrassom.
b) Corrente russa.
c) Criolipólise.
d) Radiofrequência.
e) Eletrolipólise.
129
1. Questão 1.
Classificação evolutiva do FEG - Grau 3: acrescido de nódulos e aderências nos planos profundos acom-
panhados de dor. Aspecto de casca de laranja visível durante a inspeção, presente em qualquer posição
apresentada pelo paciente. A pele adota aparência de saco de nozes.
Classificação Clínica do FEG - Flácida: considerada a forma mais importante, tanto ao número como nas
manifestações aparentes, sendo a de maior incidência. Normalmente, acomete pessoas sedentárias,
com antecedentes desportivos ou após perda de peso sem atividade muscular. Frequente após a ter-
ceira década, podendo ser a manifestação da dura não tratada. Tecidos superficiais sem consistência
se distribuem sem resistência, deformando-se com qualquer posição adotada. Déficit circulatório,
varicosidades associadas com edema e sensação de peso nos membros acometidos.
Teste da “casca de laranja - Para sua realização, o profissional deve pressionar o tecido adiposo entre
os dedos polegar e indicador. Esse procedimento, quando realizado e houver a presença do FEG, pode
evidenciar o aspecto de casca de laranja na pele.
2. Questão 2.
CONFIRA SUAS RESPOSTAS
Alternativa C – Criolipólise. A criolipólise causa uma paniculite fria localizada, morte adipocitária por
apoptose e uma diminuição do tecido adiposo subcutâneo localizado.
3. Questão 3.
Cavitação estável, as bolhas geradas oscilam, aumentam e diminuem de tamanho, mas permanecem
intactas e é responsável pela maioria dos efeitos do ultrassom convencional.
Cavitação instável, o volume das bolhas geradas se altera de forma rápida e violenta, levando a implo-
são destas. A cavitação instável, na adiposidade localizada, promove o rompimento da membrana do
adipócito, levando o complexo adipocitário desintegrar
130
AGNE, J. E. Criolipólise e Outras Tecnologias no Manejo do Tecido adiposo. Santa Maria: S.N., 2016.
AMARAL, F. Técnicas de aplicação de óleos essenciais: terapias de saúde e beleza. 1. ed. São Paulo:
Cengage Learning, 2015.
ANDRADE, G. et al. Métodos e técnicas de avaliação estética. Porto Alegre: SAGAH, 2018.
BORGES, F. S.; SCORZA, F. A. Terapêutica em Estética Conceitos e Técnicas. 1. ed. São Paulo: Phorte,
2016.
COSTIL, D. L.; WILMORE, J. H.; KENNEY, W. L. Fisiologia do Exporte e do Exercício. 5. ed. Barueri:
Manole, 2012.
FASSHEBER, D. et al. Disfunções Dermatológicas aplicadas à Estética. Porto Alegre: SAGAH, 2018.
KEDE, M. P. V.; SABATOVICH, O. Dermatologia Estética. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2015.
LELIS, C. T. Mulheres, trabalho e alimentação: uma análise comparativa. 2012. 117 f. Dissertação (Mestra-
do em ergonomia familiar, Estudo da família; Teoria econômica e Educação do consumidor) – Universidade
Federal de Viçosa – UFV, Viçosa, 2012.
REFERÊNCIAS
MAGALHÃES, E. S. A compreensão do tempo e a formação de novos hábitos alimentares: reveses e
possibilidades. 2016. 89 f., il. Dissertação (Mestrado em Política Social) – Universidade de Brasília-UNB,
Brasília, 2016.
131
OLIVEIRA, F. R. Drenagem linfática. Porto Alegre: SAGAH, 2018.
PEREZ, E.; LEVIN, R. Técnicas de Massagens Ocidental e Oriental. 1. ed. São Paulo: Erica, Saraiva, 2014.
PEREZ, E.; VASCONCELOS, M. G. Técnicas Estéticas Corporais. São Paulo; Erica, 2014.
RODRIGUES, P. A.; PETRI, T. C. Eletroterapia facial e corporal avançada. Porto Alegre: SAGAH, 2018.
ROSA, P. V.; LOPES, F. M. Eletroterapia facial e corporal básica. Porto Alegre: SAGAH, 2018.
SAAD, G. A. et al. Fitoterapia Contemporânea - Tradição e Ciência na Prática Clínica. 2. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
SILVA, K. M.; SANTOS, M. R.; OLIVEIRA, P. U. Estética e Sociedade. São Paulo: Erica, 2014.
SOUZA, L.; MARTINEZ, D. G. A. Nutrição Funcional e Fitoterapia. Porto Alegre: SAGAH, 2017.
TORTORA, G. J. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019.
VASCONCELOS, M. G. Princípios de Drenagem Linfática. 1. ed. São Paulo: Saraiva, Érica, 2015.
VENTURI, I.; SANT´ANNA, L.C. Nutrição aplicada à estética. Porte Alegre: SAGAH, 2020.
VERSAGI, C. M. Protocolos Terapêuticos de Massoterapia: Técnicas Passo a Passo para Diversas Con-
dições Clínicas. Barueri: Manole, 2015.
REFERÊNCIAS
132
133
MEU ESPAÇO
MEU ESPAÇO
134
4
Flacidez, Discromias e
Principais Abordagens
para Tratamentos
Especiais
Me. Paula Rebola
136
UNIDADE 4
A derme e a hipoderme, além de extremamente vascularizadas, são compostas em sua grande parte
por tecido conjuntivo que, em meio de suas variadas funções, estabelecem a consistência, sustentação e
flexibilidade da pele. Com o tempo, o tecido conjuntivo perde sua funcionalidade, levando à desorga-
nização das fibras colágenas e elásticas. A pele, por sua vez, apresenta grande quantidade desse tecido
e, por ser mais exposta aos agentes ambientais, sofre maior deterioração em consequência de agressões
físicas, químicas e mecânicas desenvolvendo a flacidez.
Você percebeu que apesar da flacidez e as estrias serem populares seu processo de desenvolvimento é
complexo? Percebeu, também, quanto o conhecimento básico de anatomia e fisiologia são importantes
quando trabalhamos na área do bem-estar?
De forma visual e palpável, ambas são facilmente identificadas, porém, quando observadas interior-
mente, seu desenvolvimento envolve inúmeras reações celulares minuciosas. Podemos comparar as
alterações celulares causadas pelas forças aplicadas nos tecidos colágenos e elásticos de forma prática
ao fazer uma analogia entre o tecido conjuntivo da pele e um pedaço de elástico.
Vamos visualizar de forma simples o que acontece com as fibras colágenas e elásticas para
a formação de flacidez e estrias? Convido você a realizar três experiências simples, ok?
Você vai precisar de um elástico simples, de 20 cm, aqueles utilizados em confecção de roupas, e
depois disso:
• Experiência 1: Pegue o elástico em cada extremidade e estique com suas mãos; em seguida,
solte-o e observe o que aconteceu.
• Experiência 2: Pegue o elástico e prenda-o em duas extremidades de modo que fique tensionado
em sua maior capacidade por 5 horas. Após esse período, solte-o e observe o que aconteceu.
• Experiência 3: Encontre uma superfície fixa, que não se moverá quando for tracionada. Pegue
o elástico e amarre uma de suas extremidades na superfície que você escolheu. Pode ser uma
grade de janela, um pilar fino de metal ou concreto ou ainda qualquer extremidade fixa e fina
que você possa amarrar uma das pontas do elástico.
Faça um nó firme de modo que não se desfaça quando o elástico for tracionado; em seguida, pegue
a outra ponta do elástico e envolva na sua mão de força dominante. Você vai puxar, esticar o elástico
até que ele se rompa, até que ele rasgue. Isso mesmo, vamos rasgar o elástico e depois observar o que
aconteceu. Relate a sua experiência no “Diário de Bordo”.
Identificou diferenças no elástico entre as experiências? Conseguiu associar essas alterações com a
flacidez e estrias? A propriedade viscoelástica da pele permite que ela seja tensionada durante nossos
movimentos voltando ao seu estado normal no repouso.
Quando estirada, a pele obedece à força de deformação aplicada e ao tempo que a tensão defor-
mante foi mantida. Desse modo, ela respeita os limites físicos de elasticidade, plasticidade e ruptura.
Ao comparar a pele com o elástico utilizado nas experiências, podemos ter ideia de como isso acontece
nos tecidos biológicos.
137
UNICESUMAR
Na primeira experiência, ao tensionar e soltar o elástico, ele volta às suas condições normais. Isto é o que
acontece com a pele quando nos movimentamos, neste caso, a pele obedece ao limite físico de sua elasticidade.
Em um segundo momento, quando você realizou a experiência 2, deve ter observado que o elástico
não permaneceu da mesma forma. Ao tirar a tensão do elástico após 5 horas de estiramento máximo,
provavelmente ele ficou com ondulações em toda sua extensão. Quando comparamos isso com a nossa
pele, podemos entender que ao ser exposta em tensões por um longo período, como gestação, ganho
rápido de peso seguido de emagrecimento, sua estrutura inicia um processo de degeneração.
Dependendo do tempo submetido, a estrutura da pele se degrada e perde sua capacidade funcional,
estabelecendo uma característica frouxa ou flácida. Neste caso, a pele obedece aos princípios físicos
da elasticidade e plasticidade, em que plasticidade é a qualidade das matérias em se moldar, adaptar
às condições do meio em que foram submetidas. Por último, na terceira experiência, ao tensionar o
elástico até seu rompimento, podemos entender que ele passou pelos três princípios físicos, o elástico,
plástico, chegando ao limite máximo de ruptura.
Transferindo esse conceito para a pele, essa condição ultrapassa seu limite elástico e plástico, per-
manecendo ondulada onde atingiu seu limite máximo de plasticidade e, ao atingir o limite de ruptura
de alguns pontos, se rompe e consequentemente resulta em estrias.
Espero que essa analogia o tenha ajudado a compreender e associar os processos que levam ao
desenvolvimento dessas disfunções nos tecidos. Agora que você está familiarizado, falaremos es-
pecialmente de cada uma delas e também as principais abordagens terapêuticas utilizadas em seus
tratamentos. Vamos lá?
DIÁRIO DE BORDO
138
UNIDADE 4
A alteração do tônus e da elasticidade dos tecidos musculares e cutâneos na estética denomina-se fla-
cidez. O tônus permite a sustentação dos tecidos cutâneo e muscular, e a diminuição ou degeneração
desses tecidos torna-os flácidos. A flacidez pode ser encontrada de duas formas: flacidez cutânea e
flacidez muscular, apesar de distintas, ambas podem estar associadas (FASSHEBER et al., 2018; PEREZ;
VASCONCELOS, 2014).
A flacidez da pele é também conhecida como flacidez cutânea ou flacidez tissular. Carac-
teriza-se pela perda da capacidade da pele em manter sua elasticidade, não conseguindo se manter
sustentada (TORTORA; DERRICKSON, 2012; TORTORA, 2019). Pode-se concluir que, quando a
pele é estirada além do seu limite, ultrapassando seu ponto de equilíbrio por um determinado tempo,
sofre degeneração de suas fibras, não conseguindo voltar ao estado normal e levando à sobra de pele,
denominando-se flacidez estética (GUIRRO, 2010).
De acordo com Guirro (2010), algumas características classificam a flacidez da pele:
Fase elástica – o tecido sofre uma tensão, estiramento, retornando ao normal quando finalizar a tensão.
Fase de flutuação – a pele é estirada por determinado tempo e não consegue voltar às condições
normais quando colocada em repouso.
Fase plástica – o estiramento da pele chega em seu limite máximo, causa danos permanentes, le-
vando à ptose (queda).
Ponto de ruptura – o estiramento provocado na pele ultrapassa seu ponto de equilíbrio, limite má-
ximo de distensão e rompe, desenvolvendo estrias.
Quadro 1 - Classificação da flacidez / Fonte: adaptado de Guirro (2010).
Assim como a pele, os músculos esqueléticos também ficam flácidos. De modo igual ou até com
maior intensidade, os músculos se mantêm tensionados o tempo todo por conta de seu tônus natural.
O tônus do músculo dá consistência e firmeza necessárias para garantir os contornos corporais. Na
flacidez muscular, os músculos ficam hipotônicos e menos firmes do que deveriam ser. Isso ocorre
pela perda da massa muscular magra, diminuição do número e tamanho das fibras musculares e con-
sequente redução da força (FASSHEBER et al., 2018; GUCCIONE; WONG; AVERS, 2017; GUIRRO,
2010; REBELATTO; MORELLI, 2007).
139
UNICESUMAR
O tecido muscular esquelético apresenta fibras estriadas com características diferentes, sendo de-
nominadas de fibra muscular vermelha (tipo I) e fibra muscular branca (tipo II). Essas características
não resumem apenas suas aparências, mas suas composições e funções, o que explica também o local
onde cada tipo de fibra está presente no corpo. As fibras musculares do tipo I são vermelhas, isso por
apresentar grande irrigação sanguínea, se contraem em velocidade lenta e suportam longos períodos
de contração até fadigar (cansar). Por ser assim, as fibras vermelhas são responsáveis pela manuten-
ção da postura e atividades aeróbicas (longa duração), portanto, estão presentes nos músculos de
sustentação como os posturais e dos membros inferiores. As fibras musculares do tipo II apresentam
menor irrigação sanguínea, por isso são classificadas como brancas e rosadas, e são responsáveis por
movimentos rápidos de curta duração, porém se cansam (fadigam) rapidamente. Estão presentes, em
maioria, nos membros superiores e em alguns músculos dos membros inferiores (FASSHEBER et al.,
2018; TORTORA, 2019).
A flacidez muscular é progressiva, contínua e pode estar associada à adiposidade localizada. As re-
giões que mais são acometidas pela flacidez do músculo são: abdome, braços, interior da coxa e glúteo.
É importante ressaltar que, apesar de distintas, o paciente pode apresentar os dois tipos de flacidez,
muscular e da pele (FASSHEBER et al., 2018; GUIRRO, 2010; KEDE; SABATOVICH, 2015; PEREZ;
VASCONCELOS, 2014).
São diversos os fatores etiológicos da flacidez, dentre eles, o processo natural do envelhecimento já
estabelece o desgaste e a degeneração dos tecidos. Além disso, a flacidez pode ser acelerada e acentuada
por fatores externos como o fotoenvelhecimento, sedentarismo, hábitos alimentares, emagrecimento
demasiado e rápido, ganho de peso seguido de emagrecimento, gravidez, entre outros (FREITAS, 2018;
PEREZ; VASCONCELOS, 2014).
140
UNIDADE 4
Agora vamos falar um pouco sobre a fisiopatologia da flacidez. Tanto a pele como os músculos
são constituídos por grande quantidade de tecido conjuntivo. Em meio às suas inúmeras funções,
ele une, sustenta e fortalece outros tecidos corporais. O tecido conjuntivo é formado por uma matriz
chamada de substância fundamental, onde são produzidas suas principais proteínas: o colágeno e a
elastina. Uma de suas principais células são os fibroblastos, responsáveis em combinar as proteínas
de colágeno e elastina e construir as fibras colágenas e fibras elásticas, respectivamente. Em conjunto,
ambas desempenham a função de sustentação e elasticidade para a pele e músculos (TORTORA;
DERRICKSON, 2012; TORTORA; 2019).
Descrição da Imagem: a Figura 2 demonstra a representação do tecido conjuntivo sendo da esquerda para a direita, de cima para
baixo, a primeira camada epiderme, seguida pela derme e, posteriormente, a hipoderme.
A figura demonstra também as fibras de colágeno na cor verde escura em forma de x, fibras elásticas
retas e cilíndricas verde clara, ácido hialurônico por esferas na cor lilás, fibroblastos em forma de qua-
drados de cor laranja e células de gordura em esferas amarelas.
O desgaste e degeneração do tecido conjuntivo é inevitável e acontece naturalmente com o enve-
lhecimento intrínseco e extrínseco. Esse desgaste do tecido conjuntivo diminui sua funcionalidade, as
fibras colágenas se desorganizam, as fibras elásticas degradam, os fibroblastos diminuem, a produção
de colágeno e elastina também reduz.
A perda da elasticidade é extremamente evidente na pele envelhecida, sem turgor e tendendo a pen-
der forma a flacidez tissular (FREITAS, 2018; GUCCIONE; WONG; AVERS, 2017; TORTORA, 2019).
No músculo, por sua vez, a massa muscular magra diminui em espessura e tamanho, diminuindo seu
número de fibras e consequentemente sua força, ocorre diminuição da sua tensão natural, hipotonia,
ou seja, flacidez muscular (GUIRRO, 2010).
141
UNICESUMAR
Flacidez da pele, flacidez muscular e estrias estão relacionadas sobretudo à diminuição e dege-
neração das células do tecido conjuntivo. Como é sabido, o decrescimento do tecido conjuntivo
acontece naturalmente com o passar do tempo pelo envelhecimento cronológico e adiantado e
intensificado por fatores externos.
O envelhecimento é programado pelo corpo e sua contagem regressiva é controlada por um tipo
de relógio biológico representado por uma estrutura denominada telômero. Os telômeros são
estruturas protetoras dos cromossomos celulares, uma de suas funções é garantir que a célula
seja perfeitamente copiada quando se replica, garantindo um novo tecido idêntico. O fato é que
em toda divisão celular o telômero se encurta, além disso os telômeros não se regeneram. Com
o tempo, diminuídos e encurtados, os telômeros não asseguram a replicação idêntica da célula
que perde parcial ou completa capacidade de divisão. As células envelhecidas da pele originam
um tecido debilitado, sem elasticidade, extensibilidade e flácido.
Descrição da Imagem: a figura demonstra ilustração do tecido conjuntivo de pele jovem (esquerda) e pele envelhecida (direita). A
figura da esquerda demonstra, de cima para baixo, as camadas da pele, sendo: epiderme (com queratinócitos), derme (com fibras
de colágeno e elastina saudáveis) e hipoderme (com células de gordura). A figura da direita demonstra, de cima para baixo, as
mesmas camadas e células da pele, porém com as fibras de colágeno rompidas, elastina em menor quantidade e células adiposas
aumentadas de tamanho.
142
UNIDADE 4
Para você diferenciar flacidez de pele e muscular, na avaliação, durante a palpação, realiza-se o
estiramento da pele com os dedos em forma de pinça com o polegar e o indicador. Em seguida,
repete-se o movimento, mas agora alcançando o tecido muscular verificando sua tonicidade.
Ainda, de maneira a elucidar possíveis dúvidas entre uma flacidez muscular com adiposidade
localizada, você pode realizar os testes de quadril e abdome estudados na Unidade 1.
Descrição da Imagem: a Figura 4 apresenta a região de coxas de um corpo feminino magro e flácido, com a modelo realizando
pinçamento da coxa (próximo da região inguinal) com os dedos polegar e indicador, demonstrando flacidez de pele e muscular.
Olá, aluno(a), agora que você aprendeu sobre flacidez muscular e flacidez de pele, vamos ver as prin-
cipais abordagens terapêuticas aplicadas em seus tratamentos estéticos.
A flacidez muscular é revertida por meio de atividades que melhoram o tônus muscular. As práticas
que causam a contração muscular e aumentam a massa muscular são obtidas por meio da atividade
física. Em tratamentos estéticos, a contração do músculo esquelético é realizada por meio da eletroes-
timulação com objetivos funcionais de aumentar a força e a massa muscular, manter as condições
funcionais do músculo, reduzir níveis de gordura subcutânea, melhorar a silhueta corporal e normal-
mente é realizada com a corrente russa e a corrente aussie (AGNE, 2016; MATIELLO et al., 2018;
PEREZ; VASCONCELOS, 2014).
143
UNICESUMAR
144
UNIDADE 4
Os ativos mais utilizados aos tratamentos tópicos cosméticos capazes de regenerar a derme e
renovar a epiderme agem por mecanismos diferentes. O Quadro 2 apresenta alguns dos principais
ativos presentes nos cosméticos utilizados em tratamentos para a firmeza da pele, veja:
Regenerador Dérmico Renovador Epidérmico
Alfa-hidroxiácidos Linefactor AHA’s
Ascorbosilane Reffermine® Ácido alfa-lipoico
Biolift H Renew Zime Centella asiática
Densiskin Retinol Fator EGH
Elastinol Pó de opala Hidrolisado de soja
Happybelle Silicium P Hyaxel®
Hidroxiprolisilane C Hidroxiprolina Lipossomas de Aloe vera
Hyaxel® Extrato de caracol Lipossomas de hamamélis
IGH VC - IP Lipossomas de Papaína
Matrixyl VC - PMG Lipossoma de Pantenol
MFA Óleo de rosa-mosqueta
Renew Zime
Retinol
TGF-B3
Vitamina B5
Coenzima Q10
Selênio
Extrato de Gingko Biloba
Ativos Tensores
Argireline (hexapeptídeo) Liftline Peptídeos
Coup d’Eclat Complex Raffermine Syn-ake
DMAE Tensine Melitina
Elastocell Thalassine THPE
Nos tratamentos estéticos para flacidez da pele, são utilizados vários recursos terapêuticos cujo os
efeitos, quando somados, auxiliam na melhora da disfunção.
As microcorrentes, também chamada de MENS (Micro Electro Neuro Stimulation), são correntes
de baixa frequência, polarizadas, contínuas ou alternadas. Nos tecidos, as microcorrentes estimulam
a reconstrução celular e dos tecidos, restabelece o equilíbrio elétrico normal das células, aumentam a
produção de ATP (trifosfato de adenosina) em aproximadamente 500%, aumentam o transporte de
aminoácidos intracelular em 40%, aumentando a capacidade da célula de sintetizar novas proteínas,
145
UNICESUMAR
A radiofrequência é um grande aliado aos tratamentos estéticos para flacidez tissular, produz calor
em nível cutâneo e subcutâneo através de ondas eletromagnéticas (BORGES; SCORZA, 2016).
Ao penetrar nos tecidos, a radiofrequência eleva a temperatura da pele. O calor promove dilatação
dos vasos sanguíneos no local da aplicação. Por consequência, aumenta o fluxo de sangue e, como
sabemos, o sangue traz consigo todos os nutrientes e oxigênio necessários para o funcionamento ce-
lular. Com isso, a capacidade de reconstrução e regeneração celular aumenta, melhorando o trofismo
tissular. Por outro lado, o efeito térmico da radiofrequência modifica a forma das fibras colágenas,
reorganizando e estimulando a produção de novos colágenos (AGNE, 2016; BORGES; SCORZA, 2016).
O laser é outro recurso somado aos tratamentos de flacidez tissular. Os lasers vermelho e infra-
vermelho promovem o aumento da produção dos componentes da matriz extracelular como as fibras
colágenas, fibras elásticas e ácido hialurônico, aumentando sua espessura (AGNE, 2013; GUIRRO,
2010; KEDE; SABATOVICH, 2015; RODRIGUES; PETRI, 2018).
Alguns aparelhos de ultrassom têm sido utilizados no tratamento de flacidez tissular: o ultrassom
microfocado (USMF) e o ultrassom focado de alta intensidade (UFAI) desdobram as cadeias de coláge-
no que assumem uma configuração mais estável, tornando-se mais curto e espesso, além de estimular
o neocolágeno (LIMA; LIMA, 2018).
146
UNIDADE 4
De forma geral, os tratamentos estéticos por meio do uso de correntes elétricas, eletroterapia
apresentam contraindicações básicas que devem ser levadas em consideração, ademais, o profissional
esteticista ao realizar tais procedimentos deve se atentar para as contraindicações específicas de cada
patologia ou técnica utilizada (AGNE, 2016; BORGES, 2006; GUIRRO, 2010; MATIELLO et al., 2018).
Estria é caracterizada pela ruptura das fibras elásticas presentes na derme. Apresentam-se de forma
linear, com aspecto atrófico (diminuição da espessura da pele, redução da elasticidade, pregueamento,
adelgaçamento e ressecamento), podendo ter sua superfície discretamente enrugada, desaparecendo
com uma tração no seguimento. No início são eritematosas, podendo apresentar discreta elevação no
local, após alguns meses, sua tonalidade passa a ser esbranquiçada, conhecida como branco-nacarada.
Surgem de forma perpendicular ao eixo de maior tensão da pele e acompanham as linhas de clivagem
(linhas de langer), tendendo de ser bilateral (BORGES; SCORZA, 2016; KEDE; SABATOVICH, 2015).
Indivíduos de ambos os sexos podem apresentar estrias, porém são de três a seis vezes mais frequentes
em mulheres do que nos homens. Normalmente se desenvolve na faixa etária dos 12 aos 20 anos de
idade, comumente surgem na adolescência ou durante a gravidez e dificilmente se desenvolvem em
indivíduos acima de 45 anos em condições normais de saúde. Normalmente se localizam nas mesmas
regiões entre os indivíduos, nas mulheres se desenvolvem principalmente em mamas, glúteos, quadris
e abdome, entretanto nos homens, quando presentes, se desenvolvem especialmente no dorso, região
lombar e parte externa das coxas (BORGES; SCORZA, 2016; KEDE; SABATOVICH, 2015).
147
UNICESUMAR
Embora os fatores causadores das estrias sejam os mesmos, vários desafios são encontrados para
reproduzir sua avaliação experimental e quantificá-las de forma isolada. Em vista disso, um agrupa-
mento de fatores tem sido considerado como responsável pelo seu desenvolvimento e predisposição
(LYON; SILVA, 2015; KEDE; SABATOVICH, 2015).
A classificação dos fatores desencadeantes das estrias se distribui em três grupos: predisposição
genética; fatores mecânicos; fatores bioquímicos e endócrinos.
Predisposição genética: indivíduos com diminuição dos genes para a formação de colágeno e
elastina e alteração no metabolismo dos fibroblastos normalmente apresentam flacidez cutânea com
consequente predisposição às estrias (BORGES; SCORZA, 2016; GUIRRO, 2010).
Fatores mecânicos: aqueles que causam estiramento repentino da pele, como obesidade, especial-
mente com ganho rápido de peso, períodos rápidos de crescimento, introdução de próteses mamárias,
hipertrofia muscular associada à prática de fisiculturismo e gestação (BORGES; SCORZA, 2016;
GUIRRO, 2010; KEDE; SABATOVICH, 2015).
Fatores bioquímicos e endócrinos: o uso de corticoide tópico por automedicação pode diminuir
a produção de colágeno e favorecer estrias (BORGES; SCORZA, 2016; KEDE; SABATOVICH, 2015).
Grandes quantidades do hormônio cortisol desencadeia a síndrome de Cushing e uma de suas mani-
festações clínicas é o desenvolvimento de largas estrias no abdome e flancos (KEDE; SABATOVICH,
2015; TORTORA, 2019). Outras síndromes também podem ocasionar o aparecimento de estrias como
síndrome de Mafan e síndrome de Ehlers – Danlos. Os hormônios progesterona e estradiol diminuí-
dos aceleram o envelhecimento da pele e diminuem a produção de colágeno e elastina. Substâncias
andrógenas e anabólicas em quantidades elevadas, presentes em anabolizantes, contribuem para a
formação das estrias (BORGES; SCORZA, 2016; FASSHEBER et al., 2018).
Agora que você entendeu que a estria é um estiramento excessivo do tecido além do seu limite
normal, ficará mais fácil entender seu aspecto histológico e suas manifestações clínicas.
Para diversos autores, as estrias correspondem a cicatrizes lineares visíveis, dispostas paralelamente
umas às outras de forma perpendicular às linhas de clivagem da pele. Contudo, diferenciam-se das
cicatrizes, pois, após análise microscópica, nas estrias os fibroblastos são quase ausentes, enquanto
que nas cicatrizes, os fibroblastos estão bem desenvolvidos, o que promove a reconstrução do tecido
(FASSHEBER et al., 2018; KEDE; SABATOVICH, 2015; LYON; SILVA, 2015).
Clinicamente, as estrias se manifestam de formas variadas e suas características se relacionam aos
fatores causadores, ou à soma deles, a fase que se encontram, a cor e o aspecto.
As estrias surgem pelo rompimento da pele. Inicialmente desencadeia uma reação inflamatória, de
aparência plana, cor rosada, podendo haver prurido local. Gradativamente, aumenta o comprimento e
a largura, aos poucos assume coloração avermelhada, recebendo o nome de estrias rubras. Nessa fase
ocorre rompimento, fragmentação das fibras elásticas, prurido em suas bordas, erupção plana, dor,
mas sem depressão da superfície acometida (FASSHEBER et al., 2018; LYON; SILVA, 2015).
148
UNIDADE 4
As lesões se tornam esbranquiçadas com o passar do tempo, assumindo uma cor mais clara que a
pele normal, denominando-se estrias albas ou branco-nacaradas. A diminuição acentuada da cor
ocorre porque não há produção de melanina no local de rompimento das fibras, além disso ocorre
uma diminuição da circulação sanguínea. As características dessa fase são representadas por: atrofia e
aplainamento da epiderme, redução da espessura da derme, retração, fragmentação e redução das fibras
elásticas e redução e adormecimento do colágeno, apresentando depressão da pele no local estriado.
As estrias são retilíneas, seu comprimento varia de alguns milímetros até 30 cm e varia de largura
de 2 a 5 mm, podendo chegar até 3 cm, (FASSHEBER et al., 2018; KEDE; SABATOVICH, 2015; LYON;
SILVA, 2015).
149
UNICESUMAR
A avaliação das estrias acontece pelo processo normal de avaliação corporal, porém devemos lembrar
que cada disfunção apresenta características específicas, portanto, uma análise minuciosa é fundamen-
tal para obter um diagnóstico preciso e seguro, garantindo um tratamento eficaz. A seguir, de forma a
acrescentar a avaliação corporal, sugerimos uma ficha de avaliação para estrias (ANDRADE et al., 2018).
Aspecto macroscópico
Depressão:
Sim ( ) Não ( )
Descrição:
Ficha Clínica
150
UNIDADE 4
Diagnóstico: ______________________________________________________________________________________________
Olá, aluno(a), agora que você aprendeu sobre as estrias, vamos ver as principais abordagens tera-
pêuticas aplicadas em seus tratamentos estéticos.
151
UNICESUMAR
Descrição da Imagem: a Figura 9 demonstra o glúteo de um corpo feminino com estrias branca-nacarada recebendo aplicação de
laser (representada por luz vermelha na estria).
A estética dispõe de várias técnicas para amenizar o aspecto das estrias. O uso tópico de cosméticos
é imprescindível para o sucesso do tratamento. A abordagem precoce alcança melhores resultados,
portanto, a fase inicial é o melhor momento para iniciar o tratamento. No entanto, a região estriada
pode apresentar estrias iniciais e tardias necessitando de tratamentos combinados (KEDE; SABATO-
VICH, 2015).
No Quadro 4, estão representados os principais ativos cosméticos de uso tópico utilizados para
estrias e suas respectivas ações (MATIELLO et al., 2018).
152
UNIDADE 4
Quadro 4 - Ativos cosméticos antiestrias / Fonte: adaptado de Borges e Scorza (2016) e Matiello et al. (2018).
153
UNICESUMAR
Outro recurso terapêutico utilizado nos tratamentos de estrias é o peeling químico. Em geral, para
estrias, os peelings utilizados são os conhecidos como superficiais, agindo na epiderme. Os ácidos mais
indicados são o retinóico (até 5%), ácido glicólico (até 70%) e ácido mandélico (até 50%). O ácido lático
(19%) com associação de peptídeos de soja (3%) é uma opção para utilização na gestação, de forma
preventiva, como também fora dela.
Importante ressaltar que os tratamentos com peeling exigem cuidados pós-aplicação, recomen-
dando-se utilização de protetor solar, evitar exposição ao sol, roupas apertadas e sem elasticidade
(jeans), abrasão local por coceiras, nem tampouco retirada de possíveis crostas (BORGES; SCORZA,
2016; KEDE; SABATOVICH, 2015).
A microdermoabrasão, chamada de peeling físico – classificados como peeling de cristal e dia-
mante –, é muito utilizada e apresenta bons resultados.
O eletrolifting, também chamado de microgalvanopuntura, é um método minimamente invasivo
que utiliza a microcorrente galvânica polarizada através do estímulo mecânico de uma agulha na ex-
tremidade de seu eletrodo. É uma técnica superficial, indicada para estrias atróficas e não deve causar
sangramento (BORGES; SCORZA, 2016; GUIRRO, 2003; MATIELLO et al., 2018). O tratamento gera
lesão tecidual com consequente processo inflamatório local. Como resposta, o organismo desencadeia
uma série de processos fisiológicos formando um tecido cicatricial e um novo tecido epitelial, preen-
chendo o espaço do tecido (GUIRRO, 2003; MATIELLO et al., 2018).
Outra técnica utilizada como coadjuvante é a vacuoterapia. Sua aplicação na estria se dá através
de ventosas de vidro, especificamente com ponteira de bico e pressões que variam entre 400 a 500
mmHg. É realizada em estrias brancas com objetivo de aumentar o aporte sanguíneo, a oxigenação e
nutrição do local, assim, estimulando fibras de colágeno e elastina. Em meio a esses objetivos, a técnica
normalmente é associada a outros procedimentos como ácidos e eletrolifting (MATIELLO et al., 2018).
A carboxiterapia utiliza a administração terapêutica de gás carbônico medicinal (CO2) promovendo
vasodilatação e aumento de aporte de oxigênio ao tecido, promovendo espessura da derme. A técnica
é realizada por médicos ou profissionais da saúde habilitados em procedimentos invasivos, neste caso,
o esteticista trabalha em conjunto associando outros recursos terapêuticos (BORGES; SCORZA, 2016;
KEDE; SABATOVICH, 2015).
O microagulhamento (terapia de indução de colágeno) também utilizado em tratamentos para
estrias é um procedimento realizado por instrumentos compostos de agulhas chamados de rollers
e canetas de microagulhas, sendo que os mais utilizados pelo esteticista são os rollers, ou também
chamados de dermarollers.
154
UNIDADE 4
Figura 10 - Dermaroller
155
UNICESUMAR
Discromias são definidas como alterações da cor da pele e ocorre pelo aumento ou diminuição da
atividade melânica. Melanócitos são células da epiderme cuja função é a produção do pigmento
melanina. A melanina é um pigmento amarelo avermelhado ou castanho-escuro que colabora com
a cor da pele e absorve raios ultravioleta (AZULAY, 2017; TORTORA, 2019).
156
UNIDADE 4
As efélides, também conhecidas como sardas, são manchas de coloração castanho-claro ou escu-
ro, geralmente hereditárias e habitualmente em indivíduos loiros ou ruivos. Distribuem-se de forma
simétrica atingindo principalmente a face, antebraços, braços, ombros e a porção superior do tronco
(BOLOGNIA; JORIZZO; SCHAFFER, 2015; RIVITTI, 2018).
Hipercromias pós-inflamatórias acontecem por traumas repetidos na pele, como fricção, esco-
riações, após dermatite de contato, sequela de acne, furúnculo ou picadas de inseto. Tendem a descorar
lentamente quando superficiais, porém podem ser exacerbadas perante exposição solar (AZULAY,
2015; BOLOGNIA; JORIZZO; SCHAFFER, 2015; KEDE; SABATOVICH, 2015). Também classifi-
cadas como hipercromias são as pigmentações externas conhecidas como tatuagens (profissionais,
amadoras e cosméticas), realizadas intencionalmente, e as traumáticas ou acidentais, ocorridas pela
deposição de pigmento na pele por abrasão ou explosão (AZULAY, 2015; KEDE; SABATOVICH, 2015;
LYON; SILVA, 2015; RIVITTI, 2018).
Para elaborar um protocolo de tratamento ideal e individual do paciente, uma averiguação
cuidadosa da hipercromia, do fototipo e da sensibilidade cutânea é fundamental. Além do diagnósti-
co preciso, fatores como a extensão da superfície cutânea corporal, o grau de descamação, formação
de pequenas crostas e o tempo de cicatrização devem ser considerados (KAZIMATO, 2014; KEDE;
SABATOVICH, 2015); do mesmo modo, a idade do paciente, o envelhecimento cronológico e fotoen-
velhecimento, hábitos de vida, alimentares e uso contínuo de medicação fotossensibilizantes (LYON;
SILVA, 2015; KAMIZATO; BRITO, 2014).
O tipo de pele pode ser avaliado pela classificação de Fitzpatrick que possibilita avaliar a sensibilida-
de à radiação ultravioleta da pele em se queimar ou bronzear. É uma ferramenta importante utilizada
pelo profissional, auxiliando na seleção dos métodos utilizados para o tratamento.
A classificação de Fitzpatrick divide a pele em seis categorias, sendo: tipo de pele I, cor clara, sempre
queima e nunca bronzeia; tipo de pele II, cor clara, sempre queima e bronzeia pouco; tipo de pele III,
cor clara, queima e bronzeia pouco; tipo IV, cor moreno-claro, raramente queima e bronzeia fácil; tipo
de pele V, cor morena, muito raramente queima e bronzeia fácil; tipo de pele VI, cor negra, não queima
e bronzeia facilmente (KEDE; SABATOVICH, 2015).
Os tratamentos para hipercromias apresentam como objetivo procedimentos que afine a epiderme,
remova células superficiais pigmentadas e que atue na despigmentação. São vários recursos utilizados
no tratamento das hipercromias. Os principais métodos utilizados na estética corporal são:
• Fotoproteção: o protetor solar é fundamental para a proteção contra a radiação ultravioleta
(UVA e UVB), não somente durante os tratamentos das lesões pigmentares, que é imprescin-
dível, mas diária e periodicamente ao longo da vida (AZULAY, 2015; KAMIZATO; BRITO,
2014; RIVITTI, 2018).
• Ácidos: o peeling químico, conhecido como quimioesfoliação, utiliza agentes químicos (áci-
dos) capazes de esfoliar e destruir partes da epiderme e/ou derme, seguida da regeneração dos
tecidos epidérmicos e dérmicos. Os ácidos atuam em níveis de profundidade diferenciados
classificados como muito superficial, superficial, médio e profundo, sendo esse último realizado
por médicos dermatologistas.
157
UNICESUMAR
De acordo com Kede e Sabatovich (2015), as hipercromias com indicações para peelings químicos são
efélides, lentigos, lentigos solares, melasmas dérmicos e pigmentação pós-inflamatória.
Para obter melhor resposta no tratamento da pele com o ácido, é necessário saber a ligação entre
profundidade da mancha com a profundidade de ação do peeling. O Quadro 5 correlaciona as indi-
cações hipercrômicas às profundidades necessárias para se obter um bom resultado.
Indicação Profundidade do Peeling para obter melhor resposta
O mecanismo de ação de cada agente químico se relaciona com a composição, quantidade e profun-
didade. A seguir, o Quadro 6 apresenta os principais peelings utilizados nos tratamentos estéticos de
acordo com suas respectivas profundidades.
Classificação dos Peelings Químicos
Profundidade Percentual
Muito Superficiais (Extrato Córneo)
Ácido salicílico 30% (uma ou mais camadas)
Ácido glicólico 30 a 40% (por 1 a 2 minutos)
Ácido tricloroacético (TCA ou ATA) 10 a 25% (uma camada)
Resorcina 20 a 30% (5 a 10 minutos)
Tretinoína 3 a 5%
Médios Percentual
Tricloroacético (ATA) 35 a 50%
Ácido glicólico 70% (3 a 30 minutos)
Ácido mandélico 50% (5 a 30 minutos)
158
UNIDADE 4
Profundos Percentual
Fenol 88% (com oclusão)
Beker e Gordon (fenol modificado) 45 a 50%
Hetter (fenol modificado) 33%
Nota: os peelings de fenol necessitam de monitorização e cuidados especiais, sendo, portanto, reali-
zados apenas no centro cirúrgico por médicos dermatologistas.
Quadro 6 - Classificação dos Peelings Químicos de acordo com suas profundidades de ação
Fonte: adaptado de Kede e Sabatovich (2015).
Existem poucas contraindicações absolutas a todos os tipos de peeling químico superficiais, porque a
esfoliação superficial pode ser bem tolerada com pouco risco por quase todos os pacientes de todos
os tipos de pele, independentemente do seu estado de saúde geral (KEDE; SABATOVICH, 2015).
• Microdermoabrasão: realizada através do peeling de cristal e peeling de diamante, promove a
esfoliação das camadas córnea, espinhosa e granulosa. Indicados para melasmas, lentigos solares,
hiperpigmentações pós-inflamatórias, entre outras e não apresenta indicação para tatuagens.
• Laser: qualquer laser que produz luz ultravioleta, visível ou infravermelha, pode remover
pigmentos cutâneos em algum grau, pois a melanina é um ótimo alvo para a luz laser por sua
ampla capacidade de absorção. Nas lesões pigmentadas, os lasers mais utilizados são o rubi – 694
nm, alexandrita – 755 nm e Nd:YAG – 532 nm (KEDE; SABATOVICH, 2015; RODRIGUES;
PETRI, 2018).
• Luz Intensa Pulsada (LIP): trata-se de uma fonte luminosa pulsada de alta energia. Em prin-
cípio, é a primeira escolha para o tratamento de alterações pigmentares epidérmicas provocadas
pelo sol (KEDE; SABATOVICH, 2015).
Agora iniciaremos os estudos aos Tratamentos Estéticos Especiais. Neles abordaremos as principais
alterações e abordagens terapêuticas encontradas em gestantes, durante e após a gestação, pacientes
na terceira idade e, por fim, falaremos sobre a importância da estética corporal na qualidade de vida
do indivíduo.
159
UNICESUMAR
Descrição da Imagem: a Figura 12 demonstra a imagem de uma gestante deitada em decúbito lateral recebendo massagem rela-
xante.
Durante a gestação, inúmeras alterações ocorrem no corpo da mulher. Desde a primeira semana até o
final da gravidez, o corpo passa por modificações de origem metabólica com natureza proteica, lipídica
e glicídica de diversos sistemas corporais fisiologicamente necessários para garantir o desenvolvimento
do feto. Além das modificações hormonais e mecânicas que são fundamentais e necessárias, alterações
emocionais e psicológicas também afetam a mulher, afinal, são grandes as mudanças no formato do
seu corpo em um espaço de tempo curto, prejudicando tanto sua saúde quanto sua aparência estética
que, por sua vez, vivenciam diversos conflitos de ansiedade e baixa autoestima (LOPES; CAMPOS
JUNIOR, 2010; ZAMPRONIO; DREHER, 2012).
O sistema endócrino é responsável por grande parte das alterações no corpo, aumentam a produção
dos hormônios estrogênio, progesterona, beta HCG, prolactina e diversos outros que alteram comple-
tamente as funções do organismo causando aumento no débito cardíaco, alteração da pressão arterial
e da dinâmica respiratória, variação do apetite, náuseas, vômitos e refluxo, constipação, aumento do
peso corporal e vários outros (GARCIA; NETO; VIDAL, 2020; VASCONCELOS, 2015; ZAMPRONIO;
DREHER, 2012).
Os distúrbios vasculares são frequentes no período gestatório. Representados por telangiectasias,
varizes e edema, são causados por altos níveis de estrogênio que, por reter água e sódio, aumentam a
permeabilidade dos vasos sanguíneos. Até o final da gravidez, o corpo aumenta cerca de 7 litros de
água (KEDE; SABATOVICH, 2015; LYON; SILVA, 2015; VASCONCELOS, 2015).
160
UNIDADE 4
O fluxo sanguíneo aumentado, a maior permeabilidade dos vasos e o peso do útero gravídico
favorecem o desenvolvimento do edema (GARCIA; NETO; VIDAL, 2020; VASCONCELOS, 2015;
TORTORA, 2019).
161
UNICESUMAR
Para que os procedimentos sejam feitos com segurança, o esteticista deve se atentar a alguns de-
talhes como: cosméticos específicos e recomendados, controle da pressão arterial e posicionamento
da paciente, uma vez que procedimentos realizados com a paciente deitada podem causar mal-estar,
desfalecimento, náusea, sudorese e outros (ZAMPRONIO; DREHER, 2012).
162
UNIDADE 4
Figura 16 - Hiperpigmentação
da linha alba na gestação
163
UNICESUMAR
Recomenda-se que o tratamento seja protelado para o puerpério, pois no período gestatório o estímulo
hormonal é constante, favorecendo as alterações pigmentares. Nesse caso, utilizam-se recursos aplicados
nos tratamentos das discromias, atentando-se, é claro, com a lactação (KEDE; SABATOVICH, 2015;
ZAMPRONIO; DREHER, 2012).
Os músculos do abdome sustentam e apoiam o conteúdo abdominal. Para permitir o crescimento
do feto, os músculos retos abdominais sofrem um estiramento e consequente separação de seus ventres
ao longo da linha alba, processo denominado Diástase do Músculo Reto Abdominal (DMRA).
A diástase abdominal é visível em qualquer mulher após o parto, no puerpério. O puerpério é o pe-
ríodo após o parto que o corpo da mulher inicia o restabelecimento das alterações causadas durante
a gestação. A regressão ou involução das alterações corporais gravídicas variam entre 6 a 8 semanas
(BORGES; VALENTIM, 2002; ROCKENBACH; MOHR; WINKELMANN, 2013). A separação dos
ventres musculares dos retos abdominais, na DMRA, causa uma fenda na região da linha alba. Quando
normal, a DMRA apresenta uma lacuna vertical de 1 a 3 cm de largura e 12 a 15 cm de comprimen-
to, normalmente com recuperação espontânea. Contudo, em alguns casos a fenda pode apresentar
uma largura de 12 a 20 cm, se estendendo por quase todo comprimento dos músculos reto abdomi-
nal (BORGES; VALENTIN, 2002; MESQUITA; MACHADO; ANDRADE, 1999; ROCKENBACH;
MOHR; WINKELMANN, 2013). Seu tratamento pode ser iniciado no primeiro dia do puerpério. A
intervenção imediata contribui para uma recuperação mais rápida e eficaz. Na estética, o fortaleci-
164
UNIDADE 4
mento da musculatura abdominal é realizado através da eletroestimulação, corrente russa que possui
resultados satisfatórios em pouco tempo (BORGES; VALENTIN, 2002; ROCKENBACH; MOHR;
WINKELMANN, 2013).
O estiramento excessivo da pele durante a gestação pode causar flacidez tissular abdominal (GUIR-
RO, 2003; LIMA; LIMA, 2018). As abordagens terapêuticas para flacidez da pele, após o parto, utilizam
os recursos estéticos indicados para flacidez de pele, porém durante a amamentação, cosméticos e
ativos cosméticos devem ser cuidadosamente selecionados (MATIELLO et al., 2018; PEREZ; LEVIN,
2014; DEMARTINI; DEON; SIMÕES, 2015; GADELHA, 2017).
A maioria das disfunções causadas no período gestacional tendem a regressar naturalmente durante
o puerpério. A área da estética dispõe de uma variedade de recursos e técnicas para os tratamentos
das disfunções estéticas causadas na gravidez. Contudo, nem todos os recursos estéticos podem ser
utilizados durante a gravidez ou quando utilizados devem ser adaptados para a gestante evitando
riscos à mãe e ao feto. De forma geral, os tratamentos estéticos devem ser postergados para depois
do parto, pois acredita-se que alguns recursos podem provocar efeitos teratogênicos ou até mesmo
desencadear o aborto. Quando realizado, o esteticista deve apresentar conhecimento adequado do
quadro fisiológico gestatório além de capacitação para tratamentos em grávidas (VASCONCELOS,
2015; ZAMPRONIO; DREHER, 2012).
O envelhecimento é um processo irreversível, natural e individual da pessoa e acontece à medida
que sua idade aumenta, mas você esteticista pode contribuir para que esse processo aconteça de
forma saudável por meio das abordagens terapêuticas dedicadas à terceira idade.
165
UNICESUMAR
Sob o ponto de vista biológico, o envelhecimento do ser humano nem sempre está associado ao enve-
lhecimento cronológico, pois cada indivíduo envelhece de forma diferente. Há uma tendência com o
padrão de vida de cada indivíduo em seus hábitos, dieta e história pregressa que influenciam e alteram
o envelhecimento. Assim, pessoas com a mesma idade cronológica apresentam níveis de envelheci-
mento diferentes (FREITAS, 2018).
O envelhecimento é considerado um fenômeno global e está associado ao aumento da expectativa
de vida das pessoas em todo o mundo, incluindo o Brasil. A população com mais de 60 anos vem
redefinindo seu papel na sociedade e buscando maneiras de levar a vida de forma ativa, significativa
e independente, motivando-se a melhorar a saúde, bem-estar, vivendo melhor enquanto envelhecem,
o que aumenta a demanda aos cuidados dessa população (ABIHPEC, 2019; BISSON, 2020; KEDE;
SABATOVICH, 2015).
Estudos mostram que vaidade e embelezamento afetam positivamente a qualidade de vida do indi-
víduo e esse aspecto está diretamente ligado ao mercado de beleza e estética. Em meio a esse cenário,
o esteticista atua prevenindo, amenizando e retardando o processo de envelhecimento, (SHMIDTT;
OLIVEIRA; GALLAS, 2008). A atuação do tecnólogo em estética e cosmética aos pacientes da terceira
idade estão relacionadas às suas queixas principais e utiliza recursos relacionados às suas respectivas
indicações e contraindicações (SILVA; SANTOS; OLIVEIRA, 2014; ANDRADE et al., 2018; LOPES,
2017).
Normalmente, esses pacientes procuram tratamentos estéticos para flacidez de pele, flacidez mus-
cular, gordura localizada, distúrbios pigmentares, revitalização corporal, relaxamento, pós-operatório,
dentre outros (PEREZ; LEVIN, 2014; FASSHEBER et al., 2018; SIMÃO et al., 2018). A estética dispõe
de inúmeros tratamentos para as afecções acima citadas e muitas outras, sendo, portanto, utilizado em
todos os pacientes que apresentem indicações, incluindo o público maduro da terceira idade (MA-
TIELLO et al., 2019; MATOS, 2015; RODRIGUES; PETRI, 2018; ROSA; LOPES, 2018; SILVA, 2019;
SIMÃO, 2019; VASCONCELOS, 2015).
166
UNIDADE 4
Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), a saúde é definida como o bem-estar bio-psíquico-
-social do indivíduo. Tanto a saúde quanto a qualidade de vida são elementos fundamentais para o ser
humano e estão intimamente ligados.
Com o passar do tempo, a estética passou a fazer parte da área da saúde, deixando de ser considerada
um cuidado supérfluo ou apenas vaidoso. O ser humano entendeu que o cuidado individual e a
aparência saudável ajudam no sucesso pessoal e profissional, em razão disso, a estética tem sido
prioridade para pessoas que buscam longevidade e qualidade (SILVA; SANTOS; OLIVEIRA, 2014;
ABIHPEC, 2019).
Qualidade de vida está relacionada à autoestima e ao bem-estar pessoal do indivíduo. Sua realização
envolve a capacidade funcional e intelectual, o nível socioeconômico e a interação social, autocuida-
do, o estado emocional e de saúde, os valores culturais, éticos e religiosos, satisfação profissional, das
atividades diárias, bem como com o ambiente que se vive (CERVI, 2014).
Contudo, a vida moderna tem causado um stress no ser humano. O aumento no tempo e demanda
de trabalho, somados às responsabilidades da casa, família, filhos e diminuição do tempo de lazer vem
causando um excesso de informações na população. Essa turbulência tem feito cada vez mais o ser
humano buscar maneiras de desacelerar, recuperar as energias e viver a vida de forma mais longa e
saudável (ABIHPEC, 2019).
Procedimentos estéticos contribuem na autoestima, qualidade de vida e bem-estar, principalmente
daqueles que possuem algum distúrbio estético. Partindo do princípio de que a saúde é o completo
bem-estar físico, psíquico e social e não apenas a ausência da doença, compreende-se que o distúrbio
estético representa uma ameaça à integridade emocional do indivíduo, diminuindo sua autoestima
e gerando impacto negativo à qualidade de vida do ser humano (CERVI, 2014; FERREIRA; LEMOS;
SILVA, 2016; MOREIRA; MARRONE, 2013; SILVA; BRITO, 2017).
167
UNICESUMAR
168
Muito bem, vamos colocar seu conhecimento em prática? Chegou a sua vez! Em sua rotina normal
de trabalho, você esteticista realiza avaliação de uma paciente de 23 anos com queixa de flacidez
de pele e estrias por conta de grande emagrecimento após cirurgia bariátrica.
Ao realizar a avaliação corporal, você identificou grande flacidez em abdome e região tri-
cipital. Observou também a presença de estrias branco-nacaradas em região abdominal
e flancos.
Diante da variada opção de tratamento, escolha um recurso ou técnica que você utilizará para
cada patologia (flacidez e estrias) e descreva cada uma delas. Utilize o seu mapa mental para isso.
Dei o start para você, mas é preciso finalizá-lo, vamos lá?
Descrição da Imagem: o mapa mental indicado apresenta duas ramificações iniciais, a primeira à esquerda “Tratamento para
flacidez tissular”, a seguir apresenta a seguinte informação “Recurso eletroterápico escolhido: radiofrequência” e depois “Efeitos
fisiológicos no tecido”. A partir disso, você estudante deve preencher três ramificações indicadas. Por sua vez, a ramificação da
MAPA MENTAL
direita apresenta como primeiro ponto “Tratamento para estrias”, depois “Recurso eletroterápico escolhido” e “Efeitos fisioló-
gicos no tecido”. A partir deste último, é apresentado novamente três ramificações para que você preencha de acordo com os
conhecimentos obtidos na unidade.
169
MAPA MENTAL
170
1. 1. Perda da capacidade da pele em manter sua extensibilidade, e elasticidade, diminuindo
tanto a habilidade de distender como de retornar ao estado normal após um estiramento
(TORTORA; DERRICKSON, 2012).
Qual disfunção estética corporal corresponde à afirmação acima? Assinale a alternativa correta:
a) Diástase do reto abdominal.
b) Estrias.
c) Flacidez tissular.
d) Flacidez Muscular.
e) Fibroedemageloide.
171
1. C. A flacidez tissular é a perda da capacidade da pele em manter sua extensibilidade e elasticidade,
diminuindo tanto a habilidade de distender como de retornar ao estado normal após um estiramento.
2. a) A síndrome da hipotensão supina ocorre pela compressão dos vasos sanguíneos da região pélvica,
causada pelo peso do útero gravídico, que prejudica o retorno do sangue dos membros inferiores ao
coração. Durante a drenagem linfática, a paciente não deve ser posicionada por longos períodos em
decúbito dorsal. A alternância entre os decúbitos laterais alivia a obstrução das grandes veias abdo-
minais, permitindo que o sangue acumulado nos membros inferiores retorne à circulação sistêmica.
3. Estrias, quando surgem, são planas e de cor rosada. O rompimento da pele desencadeia inicialmente
uma reação inflamatória. Nessa fase, ocorre o rompimento e fragmentação das fibras elásticas e as
alterações na borda da estria se estendem até três centímetros com prurido, apresentando, ainda,
erupção plana, dor, mas sem depressão da superfície acometida. Esse processo evolui de forma gra-
dativa, aumentando o comprimento e a largura e, aos poucos, assumindo uma coloração avermelhada,
recebendo o nome de estrias rubras.
CONFIRA SUAS RESPOSTAS
172
ABIHPEC. Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos. SEBRAE.
CADERNO DE TENDÊNCIAS 2019-2020. 2019. Disponível em: https://abihpec.org.br/publicacao/
caderno-de-tendencias-2019-2020/. Acesso em 21 jan. 2021.
AGNE, J. E. Criolipólise e Outras Tecnologias no Manejo do Tecido adiposo. Santa Maria: S.N., 2016.
AMARAL, F. Técnicas de aplicação de óleos essenciais: terapias de saúde e beleza. São Paulo: Cengage
Learning, 2015.
ANDRADE, G. et al. Métodos e técnicas de avaliação estética. Porto Alegre: SAGAH, 2018.
ANDRADE, G.; CECHINEL, L. R. Anatomofisiologia aplicada à estética. Porto Alegre: SAGAH, 2017.
BOLOGNIA, J. L.; JORIZZO, J. L.; SCHAFFER, J. V. Dermatologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.
BORGES, F. S. Modalidades Terapêuticas nas Disfunções Estéticas. São Paulo: Phorte, 2006.
BORGES, F. S.; SCORZA, F. A. Terapêutica em Estética Conceitos e Técnicas. São Paulo: Phorte, 2016.
REFERÊNCIAS
Geriatria e Gerontologia. Porto Alegre: PUCRS, 2014.
FASSHEBER, D. et al. Disfunções Dermatológicas aplicadas à Estética. Porto Alegre: SAGAH, 2018.
FERREIRA, J. B. LEMOS, L. M. A.; SILVA, T. R. Qualidade de vida, imagem corporal e satisfação nos trata-
mentos estéticos. Revista Pesquisa em Fisioterapia, v. 6, n. 4, 2016. Disponível em: https://www5.bahiana.
edu.br/index.php/fisioterapia/article/view/1080. Acesso em: 22 jan. 2021.
FREITAS, E. V. PY, L. Tratado de geriatria e gerontologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
173
GADELHA, R. S. P. Tratamento da flacidez abdominal pós-parto utilizando as técnicas de radio-
frequência e corrente russa. 2017. 15 f. Monografia (Graduação) - Faculdade de Ciências da Educação e
Saúde, Centro Universitário de Brasília, Brasília, 2017.
GARCIA, A. M. A.; NETO, F. S. S.; VIDAL, G. P. Análise das principais alterações estéticas provenientes da
gravidez: uma revisão integrativa. Research, Society and Development, v. 9, n. 9, p. 1-19, 2020.
GUCCIONE, A. A.; WONG, R. A.; AVERS, D. Fisioterapia Geriátrica. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2017.
HALL, J. E. Guyton & Hall Fundamentos de Fisiologia. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.
KAMIZATO, K. K.; BRITO, S. G. Técnicas Estéticas Faciais. São Paulo: Saraiva, 2014.
KEDE, M. P. V.; SABATOVICH, O. Dermatologia Estética. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2015.
LIMA, E.; LIMA, M. Cirurgia Dermatológica Cosmética e Corretiva. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2018.
LOPES, F. A.; CAMPOS JUNIOR, D. Filhos: da Gravidez aos 2 Anos de Idade. Barueri: Manole, 2010.
LYON, S.; SILVA, R. C. Dermatologia Estética – Medicina e Cirurgia Estética. Rio de Janeiro: MedBook, 2015.
REFERÊNCIAS
MESQUITA, L. A.; MACHADO, A. V.; ANDRADE, A. V. Fisioterapia para Redução da Diástase dos Músculos
Retos Abdominais no Pós-Parto. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Rio de Janeiro, v. 21,
n. 5, p. 267-272, jun. 1999.
174
PEREZ, E.; LEVIN, R. Técnicas de Massagens Ocidental e Oriental. São Paulo: Erica, Saraiva, 2014.
PEREZ, E.; VASCONCELOS, M. G. Técnicas Estéticas Corporais. São Paulo; Erica, 2014.
REBELATTO, J. R.; MORELLI, J. G. S. Fisioterapia Geriátrica: a prática da assistência ao idoso. 2. ed. ampl.
Barueri: Manole, 2007.
RIVITTI, E. A. Manual de Dermatologia Clínica de Sampaio e Rivitti. São Paulo: Artes Médicas, 2014.
RODRIGUES, P. A.; PETRI, T. C. Eletroterapia Facial e Corporal Avançada. Porto Alegre: SAGAH, 2018.
ROSA, P. V.; LOPES, F. M. Eletroterapia Facial e Corporal Básica. Porto Alegre: SAGAH, 2018.
SHMIDTT, A.; OLIVEIRA, C.; GALLAS, J. C. O Mercado da Beleza e Suas Consequências. Santa Cata-
rina: UNIVALI, 2008.
SILVA, O. M.; BRITO, J. Q. A. Avanço da Estética no Processo de Envelhecimento: uma revisão de literatu-
ra. Revista Multidisciplinar de Psicologia, v. 11, n. 135, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.14295/
idonline.v11i35.740. Acesso em: 22 jan. 2021.
SILVA, K. M.; SANTOS, M. R.; OLIVEIRA, P. U. Estética e Sociedade. São Paulo: Erica, 2014.
REFERÊNCIAS
TORTORA, G. J. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Corpo Humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 8. ed. Porto
Alegre: Artmed, 2012.
175
MEU ESPAÇO
176