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Técnicas de

Massagem
Dra. Lilian Rosana dos Santos Moraes
Me. Susyane Dianin Gozzi

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EXPEDIENTE

DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de
Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de
EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi

NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon Diretoria de Design Educacional
Débora Leite Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho Diretoria de Permanência Leonardo
Spaine Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho Gerência de Produção de Conteúdo
Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisão do Núcleo de Produção
de Materiais Nádila Toledo Supervisão Operacional de Ensino Luiz Arthur Sanglard

FICHA CATALOGRÁFICA

C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ.


Núcleo de Educação a Distância. GOZZI, Susyane; MORAES, Lilian
Rosana dos Santos..

Técnicas de Massagem.
Lilian Rosana dos Santos Moraes; Susyane Dianin Gozzi.

Maringá - PR.: Cesumar, 2020.


120 p.
“Graduação - EaD”.

1. Técnicas 2. Massagem. EaD. I. Título.

Impresso por: CDD - 22 ed. 615.82 Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar
CIP - NBR 12899 - AACR/2 Diretoria de Design Educacional
ISBN 978-65-5615-163-2
Equipe Produção de Materiais

Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679 Fotos: Shutterstock

NEAD - Núcleo de Educação a Distância


Av. Guedner, 1610, Bloco 4 Jd. Aclimação - Cep 87050-900 | Maringá - Paraná
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BOAS-VINDAS

Neste mundo globalizado e dinâmico,


nós trabalhamos com princípios éticos
e profissionalismo, não somente para Tudo isso para honrarmos a nossa missão,
oferecer educação de qualidade, mas que é promover a educação de qualidade
nas diferentes áreas do conhecimento,
também, acima de tudo, gerar a conversão
formando profissionais cidadãos
integral das pessoas ao conhecimento. que contribuam para o desenvolvimento
Baseamo-nos em quatro pilares: de uma sociedade justa e solidária.
intelectual, profissional, emocional e
espiritual.
Assim, iniciamos a Unicesumar em 1990,
com dois cursos de graduação e 180
alunos. Hoje, temos mais de 100 mil
estudantes espalhados em todo o Brasil,
nos quatro campi presenciais (Maringá,
Londrina, Curitiba e Ponta Grossa) e em
mais de 500 polos de educação a distância
espalhados por todos os estados do Brasil
e, também, no exterior, com dezenas de
cursos de graduação e pós-graduação. Por
ano, produzimos e revisamos 500 livros e
distribuímos mais de 500 mil exemplares.
Somos reconhecidos pelo MEC como uma
instituição de excelência, com IGC 4 por
sete anos consecutivos e estamos entre os
10 maiores grupos educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos
educadores soluções inteligentes para as
necessidades de todos. Para continuar
relevante, a instituição de educação
precisa ter, pelo menos, três virtudes:
inovação, coragem e compromisso com a
qualidade.Por isso, desenvolvemos para
os cursos híbridos, metodologias ativas,
as quais visam reunir o melhor do ensino
presencial e a distância.

Reitor
Wilson de Matos Silva
MINHA HISTÓRIA
MEU CURRÍCULO
Olá estudante, tudo bem? Meu nome é Lilian
Rosana dos Santos Moraes, mas todos me
conhecem por Profa. Lilian Moraes, por es-
tar na área da educação já há 20 anos. Sou
natural de Maringá-PR, no entanto, quando
chegou a hora de prestar vestibular, como
não havia o curso de Fisioterapia em minha
cidade, fui morar em Lins-SP para realizar
um sonho: ser fisioterapeuta para cuidar de
crianças com dificuldades motoras. Fiquei
quatro anos por lá e durante três anos da
graduação, que era de tempo integral (da
2ª a 4ª série), fui monitora das disciplinas
de Anatomia Humana, Microbiologia e Bio-
logia, auxiliando os estudantes que tinham
dificuldade nesses conteúdos. Assim, nas-
ceu o amor pela docência. Ao voltar para
minha cidade natal, iniciei o trabalho como
fisioterapeuta, mas, com o novo sonho de ser professora, procurei a Unicesumar
para pleitear uma vaga no corpo docente da graduação em Fisioterapia, a qual
havia iniciado recentemente, porém não foi possível naquele momento. Observan-
do a necessidade que os alunos teriam em realizar estágio com crianças na área
de Pediatria, entrei em contato com uma ONG, Associação Norte Paranaense de
Reabilitação – ANPR, para propor uma parceria com a IES, criando o estágio para
os alunos de Fisioterapia naquela instituição; assim, iniciei na docência, que tanto
amo e estou até hoje. Fiquei 18 anos no ensino presencial como docente em vários
cursos da saúde e 10 anos como Coordenadora de Estética e Cosmética. Após ser
convidada a construir os cursos de Bem-Estar, a IES permitiu que eu escolhesse fi-
car no presencial ou encarar o desafio da educação a distância. Hoje estou há dois
anos no EaD, cuidando dos filhos que criei com muito amor. Em 2019, iniciei um
doutorado em Promoção da Saúde, na Unicesumar, e por meio dos estudos que já
realizava em Políticas Públicas e com as discussões nas aulas de políticas voltadas
para a melhora da qualidade de vida da população, resolvi me aventurar na Política,
saindo como candidata à vice-prefeita de Maringá. Sou abençoada com uma família
que amo, casada com o advogado e também professor na IES, Carlos Alexandre
Moraes, e temos uma pequena flor que Deus nos presenteou, Isabela Moraes. Amo
estar em casa com minha família e viajar, pois alimenta a alma e traz experiências
que ficam eternamente na memória.

Aqui você pode


conhecer um
pouco mais sobre
mim, além das
informações do
meu currículo.
MINHA HISTÓRIA
MEU CURRÍCULO
Oi, meu nome é Susyane, sou formada em
Fisioterapia há mais ou menos 18 anos.
Durante toda minha atuação profissional,
passei por várias áreas, desde Estética até
Terapias Manuais. Sou casada, tenho uma
filha e o que mais gosto de fazer é assistir
séries e correr. Esta última modalidade
aprendi a gostar depois vencer um câncer
de mama, momento em que descobri em
mim mesma os efeitos que as massagens
fazem no organismo. Por isso, nesta disci-
plina, quero te mostrar o quanto as tera-
pias com massagens são benéficas para
nosso organismo!
Currículo Lattes disponível em: http://lat-
tes.cnpq.br/1228345816866527

Aqui você pode


conhecer um
pouco mais sobre
mim, além das
informações do
meu currículo.
RECURSOS DE
IMERSÃO

Sempre que encontrar esse ícone, esteja conectado à internet e inicie o apli-
cativo Unicesumar Experience. Aproxime seu dispositivo móvel da página
indicada e veja os recursos em Realidade Aumentada. Explore as ferramentas
do App para saber das possibilidades de interação de cada objeto.

PODCAST: professores especialistas e convidados, ampliando as discussões


sobre os temas.

PÍLULA DE APRENDIZAGEM: uma dose extra de conhecimento é sempre bem-


vinda. Posicionando seu leitor de QRCode sobre o código, você terá acesso
aos vídeos que complementam o assunto discutido.

PENSANDO JUNTOS: ao longo do livro, você será convidado(a) a refletir, questionar


e transformar. Aproveite este momento!

EXPLORANDO IDEIAS: com este elemento, você terá a oportunidade de explorar


termos e palavras-chave do assunto discutido, de forma mais objetiva.

EU INDICO: enquanto estuda, você pode acessar conteúdos online que ampliaram a
discussão sobre os assuntos de maneira interativa usando a tecnologia a seu favor.

Quando identificar o ícone de QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar


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CAMINHOS DE
APRENDIZAGEM
PROVOCAÇÕES INICIAIS
8

TÉCNICAS DE MASSAGEM

1 11 2 45

A Importância dos
Alterações Estéticas
Sistemas do Corpo
que Podem ser
Humano para a
Melhoradas com
Aplicação Correta das
Técnicas de Massagem
Técnicas de Massagens

3 67 4 95

Associações de
História e Técnicas
Recursos nas
de Massagem
Massagens
PROVOCAÇÕES

INICIAIS
TÉCNICAS DE MASSAGEM

A vida desenfreada e a correria em busca de uma vida mais saudável faz com que esqueçamos de olhar
para nós mesmos e de vermos o quando essa corrida contra o relógio nos faz mal. Em vez de termos
uma melhora na qualidade de vida, estamos adoecendo fisicamente, mentalmente e emocionalmente
mediante o estilo de nossa vida, tais como a má alimentação, obesidade, estresse, ansiedade, sedentaris-
mo, disfunções estéticas e doenças dos sistemas do organismo. Para promover a saúde, a Organização
Mundial da Saúde (OMS) aponta indissociáveis os cuidados com o corpo, a mente e o espírito, permitindo
uma vida mais saudável e com menos sofrimento (OLIVEIRA; JUNGES, 2012). Se pensarmos no grande
número de pessoas que trabalham em pé sem descansar ou mesmo sentado em posições erradas, e
fizermos uma avaliação física nelas, iremos descobrir tensão muscular, inchaços, dores e outras queixas
relacionadas ao corpo.
Você sabia que uma massagem pode ajudar essas pessoas, seja ela para melhorar edemas, quadros
álgicos ou por um incômodo estético; por meio do toque terapêutico com a massagem manual, pode-
mos tratar várias disfunções. Por exemplo, Júlia é uma mulher que trabalha em uma multinacional e sua
atividade exige que ela realize longas viagens, enfrentando horas de deslocamento de avião ou carro,
chegando ao seu destino com membros superiores e inferiores edemaciados. Sabemos que, com a
massagem, podemos tratar várias disfunções! Será que para o caso de Júlia podemos trabalhar alguma
técnica de massagem?
Existem várias técnicas de massagens para indicações diferentes; no caso de Julia, para amenizar este
inchaço após suas viagens, o mais indicado é a drenagem linfática, que tem como objetivo drenar o
excesso de líquido do organismo, restaurando o equilíbrio hídrico do espaço intersticial, diminuindo o
edema e o desconforto.
PROVOCAÇÕES

INICIAIS
TÉCNICAS DE MASSAGEM

Agora é com você. Vamos experimentar um pouco dos benefícios que a drenagem linfática manual (DLM)
pode trazer ao nosso corpo fazendo uma autodrenagem em membros superiores. Em primeiro lugar, para
que a técnica tenha seu efeito de drenar, temos que desbloquear os linfonodos, por onde são filtradas as
substâncias nocivas. Então vamos lá: como primeiro movimento você bombeará por três vezes acima de
suas clavículas (linfonodos claviculares), mão direita, clavícula esquerda; mão esquerda, clavícula direita,
para ficar mais fácil; depois, desbloquearemos os linfonodos que ficam abaixo da axila (linfonodos axila-
res); após liberar os linfonodos, faça um movimento de deslizamento bem suave do cotovelo em direção
a clavícula por três vezes; depois, do punho até a clavícula por três vezes dos dois lados; e, para finalizar,
bombeie os linfonodos por três vezes novamente.
Após a experiência, o que sentiu? A drenagem tem um efeito de conforto quando feita corretamente, se
tiver algum edema, irá aliviar a sensação que o inchaço causa. Você pode fazer sempre que sentir esse
desconforto, quando ficar muito tempo na mesma posição, devido ao trabalho ou mesmo por uma viagem.
Nas clínicas, a drenagem é usada para vários tipos de disfunções, podendo ser estéticos, pós-operatório
ou mesmo em casos de retenção de líquidos.
O que iremos ver nesta disciplina são todos os conceitos necessários para se aplicar corretamente as
técnicas de massagem em vários tipos de alterações, sendo elas estéticas ou voltadas para a melhora da
saúde. Na primeira unidade, abordaremos as principais alterações anatomofisiológicas que ocorrem nos
sistemas do corpo humano e medidas tratativas com a aplicação da massagem, bem como a avaliação do
paciente/cliente, para a elaboração do protocolo correto. Na segunda unidade, estudaremos as alterações
estéticas que podem ser melhoradas com as técnicas de massagem; na terceira unidade, iremos ver as
técnicas de massagem, suas evoluções históricas, indicações, aplicabilidades e seus benefícios. Na quarta
unidade, serão abordados recursos que podemos utilizar para aumentar os benefícios da massagem.
Vamos fazer uma pesquisa, dentro da sua família ou amigos: quantos têm dores devido à tensão muscular,
algum desconforto nas pernas devido à posição do trabalho, ou mesmo quantos se olham no espelho
e estão insatisfeitos com o que vê? Da para verificar que temos um leque muito grande para trabalhar,
tanto na aplicação da massagem nas alterações estéticas quando na busca pela promoção da saúde.
Agora que você já viu um pouco do universo da massagem, como você se sente para começar a aprender
um pouco mais sobre essa área das técnicas manuais, em que nossa principal ferramenta são as mãos,
para conquistar o resultado esperado?
1
A Importância dos
Sistemas do Corpo
Humano para a
Aplicação Correta das
Técnicas de Massagens
Dra. Lilian Rosana dos Santos Moraes
Me. Susyane Dianin Gozzi

OPORTUNIDADES
DE
APRENDIZAGEM
Olá aluno(a)! Nesta unidade, você compreenderá a importância de lembrar
da Anatomia Humana e da Fisiologia dos sistemas do corpo humano para
elaborar protocolos com as técnicas conforme as necessidades do paciente/
cliente. Iremos rever alguns conceitos e características do sistema tegumentar,
do sistema linfático e vascular, para refletirmos sobre os efeitos da massa-
gem no organismo, diferenciando contração e relaxamento muscular, para
a realização da massagem de forma correta. Após revisitarmos, de forma
contextualizada, as funções que os sistemas do corpo influenciam na mas-
sagem, apresentaremos a importância da avaliação do paciente/cliente para
montar um protocolo de tratamento adequado, como também o ambiente
adequado e a postura profissional para alcançar os resultados esperados.
UNICESUMAR

Imagine que você, aluno(a) do curso de bem-estar, conseguiu a


oportunidade de estagiar numa clínica de estética. Já no seu pri-
meiro atendimento, conhece Paula, uma jovem de 26 anos com dois
filhos, obesa e bancária, que vai até a clínica à procura de tratamento.
Você, como esteticista, começa fazendo a anamnese para verificar o
que fez Paula procurar a clínica. Ela relata como queixa principal o
edema que sente nos membros inferiores no final do dia de trabalho,
sentindo-se cansada e com pernas pesadas, acrescentando que no
trabalho fica sentada por várias horas, e mesmo quando chega em
casa não consegue parar, pois tem que cuidar dos filhos, não pratica
atividade física, alimenta-se mal e está sempre na correria.
Após a avaliação clínica, você passa para outra parte deste pri-
meiro momento com a paciente, que é a observação física, podendo
ser verificado se a cliente possui postura correta, os pontos visuais
importantes para serem destacados na ficha de avaliação e a pal-
pação da cliente.
Durante a palpação, você observa uma tensão em região de
trapézio e ombros. Apesar da cliente alegar ausência de dor, du-
rante a avaliação, você encontra alguns pontos-gatilho (trigger
points) em que Paula relata sentir dor.
Por que ela só sente dor quando você aperta determinados pon-
tos? Será que deveria sentir dor constante sem precisar do toque ou
só quando estimulados os pontos por meio da palpação?
Veja, para que você entenda melhor, os pontos-gatilho ou pontos
de tensão são regiões que aparecem em nossa musculatura, quando
esta fica enrijecida. São definidos como miofasciais (PGMs), nó-
dulos palpáveis presentes numa faixa tensa localizada no músculo
em que, espontaneamente ou a digitopressão, produzem um padrão
de dor referida (TRAVEL; SIMONS; SIMONS, 1999). Esses pon-
tos-gatilhos podem ser formados devido às suas atividades mais
corriqueiras, por exemplo os maus hábitos de postura repetida por
inúmeras vezes, como quando você estuda por horas em frente
ao computador lendo, acaba ocorrendo tensão decorrente da má
postura que reflete na sua musculatura, ocasionando enrijecimen-
to. Assim, quando você levanta da cadeira ou mexe seu pescoço, a
tendência é ficar com a sensação de desconforto na musculatura e
provocar dor se o local enrijecido for apalpado, parecendo nódulos.
Portanto, Paula, além do edema e pernas pesadas, apresenta mus-
culatura tensionada, devido à posição em que trabalha e também
o estresse do dia a dia.

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UNIDADE 1

Que tal agora você examinar alguém da sua família para experi-
mentar a etapa da avaliação física e conhecer o que é um ponto de
tensão? Vamos para uma das musculaturas que mais coleciona pon-
tos de tensão e dores. No seu familiar, toque com o polegar fazendo
uma pressão na região de trapézio e na região dos ombros. Observe
se há algum ponto-gatilho. Caso encontre, faça uma digitopressão
pressionando o seu polegar no ponto dolorido por 10 segundos.
Descanse e repita por três vezes ou mais até que sinta que o ponto
de tensão desapareceu ao toque do seu dedo.

Após esta rápida experiência, é o momento de você refletir tomando


nota no Diário de Bordo dos pontos a seguir, registrando sua com-
preensão inicial sobre a avaliação física que você acabou de realizar:
• Como a avaliação física pode contribuir para a escolha ade-
quada das técnicas de terapias manuais e, consequentemente,
para melhorar o funcionamento e funções dos órgãos.
• Qual a importância do conhecimento dos sistemas para a
aplicação correta da massagem para tratar determinada dis-
função por meio do funcionamento adequado dos sistemas.

DIÁRIO DE BORDO

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UNICESUMAR

Figura 1 - Sistemas do corpo humano, pele, músculos, esqueleto e sistema circulatório

Conforme vimos na disciplina de Anatomia Humana, o sistema


tegumentar recobre o corpo humano e protege contra os atritos,
perda de água, invasão de microrganismos e a radiação ultravioleta.
Tendo um importante papel na percepção sensorial (tato, calor,
pressão e dor), por meio das terminações nervosas, na síntese de
vitamina D, na termorregulação, na excreção de íons e na secreção
de lipídios protetores e de leite (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2013).
É constituído pela pele, que apresenta três camadas (epiderme,
REALIDADE derme e hipoderme) e seus anexos cutâneos (pelos, unhas, glândula
AUMENTADA sebáceas, sudoríparas e mamárias) (ROSS; PAWLINA, 2012).
Sabemos que a pele é o maior órgão do corpo humano, pois o re-
cobre por inteiro. É constituída de epitélio estratificado, pavimentoso
e queratinizado na epiderme, de tecido unido subjacente na derme,
por tecido adiposo na hipoderme (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2013).
Isso ocorre porque a primeira camada da pele, a epiderme, é
avascular, formada pelos queratinócitos e por um epitélio estratifi-
cado, disposto em cinco camadas que se ligam umas nas outras. São
diferenciadas cinco camadas na epiderme: camada basal, camada
espinhosa, camada granulosa, camada lúcida e camada córnea.
A camada basal é responsável pela origem das demais camadas
que formam a epiderme, é nela que ocorre a divisão mitótica, também
Camadas da Epiderme conhecida como estrato germinativo. As células recém-produzidas
migram para as camadas superiores da epiderme e sofrem modificações
na composição químicas, tornando-se anucleadas. É nessa camada que
também ocorre o ciclo de queratinização, em que transforma as células
epiteliais em células córneas, mortas.

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UNIDADE 1

Os melanócitos e as células de Merkel também são encontra-


dos na camada basal. Melanócitos são as células responsáveis pela
criação da melanina que confere o pigmento a pele. As células de
Merkel são receptores táteis (ELIAS, 2005). É por meio de meca-
norreceptores sensíveis que temos na pele que, pelo toque, sentimos
a sensação de deslocamento da pele; quando realizamos uma mas-
sagem modeladora, alguns movimentos podem levar dor devido à
pressão que o toque faz sobre a pele.
A camada espinhosa é formada por várias fileiras de células que,
à medida que avançam em direção à superfície da epiderme, per-
manecem ligadas pelos desmossomos. Nesta camada, encontra-se
as células de Langerhans – são células apresentadoras de antígenos,
células imunológicas da pele (RIBEIRO, 2006).
Você sabe o que significa desmossomo? É uma junção celular
constituída por duas partes, uma delas na membrana de uma das
células e a outra na membrana da célula vizinha. Assim, um des-
mossoma consiste de duas placas circulares de proteínas especiais.
Sua função é fazer a união das células. Viu como fica fácil depois
que aprendemos? Então vamos continuar nosso aprendizado.
A camada granulosa possui de duas a três de células com grânulos de
querato-hialina e sua localização é entre a camada córnea e a espinhosa.
O formato das células é em forma de cuboides, é nessa região que se
forma a bicamada lipídica; também é responsável pela formação das
estruturas líquidas e cristalinas da pele (ELIAS, 2005).
A camada lúcida é encontrada apenas nas áreas mais espessas do
organismo, como as palmas das mãos e planta dos pés. Suas células
são achatadas, anucleadas e formadas por uma fina camada, cerca-
das por filamentos de queratina (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2013).
A camada externa da epiderme é a camada córnea, suas células
são denominadas de corneócitos, anucleadas, queratinizadas e pla-
nas. Constitui uma barreira de proteção contra atrito, invasão de mi-
crorganismo, raios ultravioletas e protegem o corpo da desidratação
(RIBEIRO, 2006). É na camada córnea que acontece o toque, esse ato
é fundamental para o desenvolvimento do ser humano em qualquer
fase da vida, proporciona sensação de aconchego e acolhimento,
transmitindo segurança e amor. Por meio do toque conseguimos
saber em que estado está a pele, revelando várias alterações, como
descamação, oleosidade, ressecamento. Dependendo do tipo de
alteração, como aumento anormal da hidratação epidérmica, pode
afetar o movimento de fricção na massagem, pois a superfície cutâ-
nea está escorregadia devido ao excesso de hidratação.

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UNICESUMAR

Camadas da epiderme

Camada córneo
Velha

Camada lúcida

Camada granulosa

Camada espinhosa

Jovem

Camada basal

Derme

Figura 2 - Camadas da epiderme

Abaixo da derme, temos a segunda camada da pele, formada por um


tecido resistente e elástico que nutre a epiderme, sendo vascularizada
com a função de proteger o corpo contra lesões mecânicas. Ela é di-
vidida em: derme papilar, constituída por tecido conjuntivo frouxo, e
derme reticular, formada por tecido conjuntivo denso não modelado.
Apresenta em sua constituição fibras de colágeno (70% a 80%), que
confere resistência à pele; fibras de elastina (1% a 3%), que confere
elasticidade ao tecido; e proteoglicanos, que são proteínas complexas de
estruturas glicídicas que constituem a substância fundamental amorfa.
A derme papilar se localiza abaixo da epiderme, é constituída
de colágeno tipo III e de fibras elásticas, que se dispõem de uma
maneira mais frouxa. A derme reticular apresenta a maior espessura
da derme, possui grande quantidade de fibras de colágeno tipo I,
dando sustentação ao tecido. O fibroblasto é a célula que é respon-
sável pela produção e qualidade das fibras de colágeno e elastina.
Outra função da derme reticular é a de produção de glicosamino-
gliclanas e outras moléculas importantes para a formação da matriz
extracelular, essa capacidade de síntese está envolvida no processo de
cicatrização profunda, na qual ocorre a deposição de tecido conjuntivo
para preencher as lesões (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2013). Na derme,
por meio dos movimentos, a massagem leva a um aumento da tempera-
tura corporal, que promove a dilatação dos vasos, ativando a circulação
linfática e venosa, o que melhora a nutrição e oxigenação, facilitando
a eliminação de toxinas e deixando a pele fica mais macia e tonificada.

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UNIDADE 1

CAMADAS DA DERME

Epiderme

Colágeno

Fibroblasto
Derme
Ácido hiáluronico

Elastina

Figura 3 - Constituintes da derme

A hipoderme ou tela subcutânea é um tecido conjuntivo frouxo, formado a partir da mesoderme,


que acaba sendo descrito nos livros junto ao tecido cutâneo, devido ao fato de ficar logo abaixo
da pele. Este é composto pelas células chamadas de adipócitos, por fibras colágenas e reticulares,
tecido nervoso, linfonodos, células do estroma vascular, células imunes (leucócitos, macrófagos),
fibroblastos e, ainda, pré-adipócitos (OLIVEIRA et al., 2014).
Sua função é de proteção contra impactos, isolante térmico e reservatório energético. Suas células
são formadas por ácidos graxos e glicerol e quando acontece a sua ruptura, chamamos de lipólise; ao
contrário, quando acontece a sua formação, chamamos de lipogênese. Na tela subcutânea é onde ocorre
diversas alterações, como hidrolipodistrofia ginoide, lipodistrofia (adiposidade) localizada, enrijeci-
mento, flacidez tecidual, edema, fibroses e outras. Na massagem modeladora, realizamos manobras
que têm a função de fazer a quebra da célula de gordura, para que ocorra a lipólise, melhorando a
celulite, a gordura localizada. Será que durante uma sessão de massagem modeladora conseguimos
que aconteça a lipólise, ou seja, a quebra da célula de gordura? Pense nisso, caro(a) aluno(a), em breve
descobrirá a resposta.
Vamos lá, continuar com nosso aprendizado!

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UNICESUMAR

Figura 4 - Tecido adiposo em amarelo

Vimos que a pele é o maior órgão do corpo humano. Durante as


técnicas de massagens, é com a pele que teremos mais contato,
mas junto a ela, sabemos que iremos encontrar também os anexos
cutâneos: pelos, glândulas sebáceas e sudoríparas e unhas.
Os pelos se originam por meio da invaginação da epiderme
para a região dérmica. São encontrados por toda a parte do corpo,
exceto em locais como palma das mãos, planta dos pés, lábios e
região da glande (RIBEIRO, 2010). Há dois tipos de pelos: lanugo
e velo. Lanugo é o pelo fetal, é um tipo de pelagem curta, delicada e
clara; velo são pelos mais grossos, escuros e grandes (JUNQUEIRA;
CARNEIRO, 2013). Os pelos possuem um ciclo de crescimento
com três fases distintas:
• Anágena: fase de crescimento dura cerca de 2 a 6 anos.
• Catágena: dura algumas semanas, conhecida por ser uma
fase migratória.
• Telógena: fase de queda, perdura por alguns meses.

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UNIDADE 1

ANÁGENA CATÁGENA TELLÓGENA ANÁGENO


PRECOCE

Glândulas Haste do pêlo Músculo eretor


sebáceas do pêlo

Epiderme
Terminação
nervosa

Matriz capilar

Folículo Papila
sebáceo Dérmica Derme
Figura 5 - Fases do pelo

Além dos pelos, temos outro órgão considerado como anexo, que irá cuidar da lubrificação deste teci-
do. Quando trabalhamos com a massagem, é comum usarmos algo para deslizar, como um cosmético
(creme), mas as glândulas sebáceas já realizam esta hidratação de forma fisiológica, sendo necessário
a observação do tipo de pele do paciente para escolher o produto a ser aplicado.
Sendo assim, vamos relembrar que esta glândula está associada a um folículo piloso – sua função
é de produzir sebo, que apresenta uma constituição de ácidos graxos, triglicerídeos e colesterol.
O sebo produzido é secretado para dentro do folículo através de um tubo conectivo, recobrindo
a haste do fio e estendendo-se para a superfície da pele, ou seja, na camada córnea (OLIVEIRA et
al., 2014). O sebo produzido forma um agente lubrificante e hidratante da pele, evitando a perda
de água por evaporação excessiva, também é responsável pela manutenção do pH (Potencial Hi-
drogeniônico) da pele (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2013).
Além desta glândula, temos a sudorípara, que se localiza na derme. Ela é responsável pela produ-
ção do suor e, consequentemente, pela termorregulação da pele, produzindo um suor hipotônico que
evapora durante o calor ou estresse emocional. O suor é constituído por água, sais e ureia (RIBEIRO,
2006). Estas glândulas são divididas em apócrinas e écrinas. As apócrinas apresentam secreção com
odor, localizadas nas axilas, região inguinal e púbis. As écrinas estão presentes nas regiões corpóreas.
As unhas, que todos nós conhecemos, são formadas por queratinas que se depositam na parte distal
das falanges das mãos e dos pés. Ônix é o nome técnico das unhas. Essas estruturas são anexos que
protegem as extremidades dos dedos das mãos e dos pés, sendo compostas por células de queratina
corneificadas em lâminas endurecidas (de consistência rígida).

19
UNICESUMAR

A unha possui quatro partes: a posterior ou raiz (sobre a borda da pele), lâmina (aderente ao leito
ungueal na região inferior), a borda livre e as bordas laterais. Essas lâminas queratinizadas recobrem
a última falange dos dedos (RIVITTI, 2014).

Borda distal

Corpo da unha

Borda lateral da unha Borda lateral da unha

Lâmina
Eponíquio Cutícula
Raiz da unha Borda proximal
da unha

Figura 6 - Estrutura das unhas

Anteriormente, retomamos o sistema tegumentar, agora vamos falar das funções do sistema linfático
e do sistema vascular, pois são muito importantes para a aplicação das técnicas de massagens, tais
como a drenagem linfática. Começando pelo sistema linfático, que é a via auxiliar do retorno venoso,
podemos relembrar que este é constituído pelos órgãos linfáticos (tonsilas, timo, baço, medula óssea
e linfonodos), linfa, vasos linfáticos, pré-coletores, coletores e troncos linfáticos, permitindo que os
líquidos dos espaços intersticiais possam fluir para o sangue. Sua principal função é a drenagem do
excesso de líquido dos tecidos corporais, defesa do organismo e condução da linfa como parte do
sistema circulatório (cardiovascular) (LEDUC, A.; LEDUC, O., 2007).

20
UNIDADE 1

Amígdalas
Ductos linfáticos
Veia subclávia cervicais
Glândula timo Médula óssea
Linfonodos linfáticos
axilares
Baço

Ducto Tóracico

Apêndice vermiforme Linfonodo


linfático
inguinal

Linfonodo linfático
poplíteo

Figura 7 - Sistema linfático

E o que são vasos linfáticos? São pequenos túbulos de fundo cego, que chamamos capilares linfáticos,
recobrindo o corpo todo como se fosse uma rede fina. Formando um sistema vascular avalvular, os
vasos linfáticos não possuem válvulas; a linfa pode fluir em todas as direções, podendo ser levada na
direção desejada durante um tratamento (FOLDI; STROBENREUTHER, 2012). Isso ocorre porque os
vasos linfáticos se agrupam por meio da ligação com pré-coletores, formando vasos maiores os coletores
linfáticos compostos de três camadas distintas: a túnica íntima, camada mais interna constituídas de
fibras elásticas; a túnica média, que é a maior parte da parede do coletor, formada por músculos lisos,
espiralados, acompanhando a contração do vaso; e a túnica adventícia, camada mais externa e espessa
formada por colágeno (GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2002).
Diante disso, é possível dizer que os coletores linfáticos são os verdadeiros vasos de transporte da
linfa; no seu interior há válvulas que estão predominantemente dispostas aos pares funcionando de
modo passivo, têm o papel manter os fluxo unidirecional evitando refluxo e garantindo o fluxo linfático
para o centro, o espaço entre uma válvula e outra se chama linfangion. É por meio da contração do
linfangion que a linfa pode ser carregada para a frente (LEDUC, A.; LEDUC, O., 2007).
Os coletores são divididos em superficiais e profundos: os superficiais são localizados no tecido
adiposo e drenam a pele e a hipoderme, apresentando trajetos relativamente retos, que estão ligados
por vários ramos que se juntam, por isso quando um coletor é interrompido, a linfa pode ser facilmen-

21
UNICESUMAR

te levada para outro vaso, impedindo o edema; os coletores profundos estão localizados abaixo das
fáscias e drenam músculos, articulações, ligamentos e órgãos viscerais, e estão localizados paralelos às
artérias dos órgãos correspondentes (FOLDI; STROBENREUTHER, 2012).


Essas redes se espalham por todo corpo onde se originam os vasos linfáticos, sendo eles superficiais
e profundos. Os vasos superficiais são localizados acima da fáscia muscular drenando os tecidos
superficiais e abaixo desta fáscia estão localizados os vasos profundos responsáveis pela drenagem
de músculos, cavidades articulares, órgãos e vísceras, possuindo propriedade física de alongamento
e contratilidade (ARRUDA; DIAS; MOREIRA, 2017, on-line).

Entretanto, todo esse fluxo linfático não seria possível sem os linfonodos, que são formações nodulares
dispostas em cadeias ao longo dos vasos linfáticos, constituídos de linfócitos, macrófagos e plasmócitos.
Têm como uma das funções filtrar a linfa – líquido incolor que se forma a partir das trocas entre o
sangue dos capilares e tecidos. Formada pelo excesso de sangue que não retorna aos capilares, a linfa
é altamente enriquecida por anticorpos e responsável não somente por resistir à invasão de corpos
estranhos, como também identificando-os e destruindo-os. A linfa circula pelos capilares e vasos
linfáticos devido à variação de pressão durante a respiração, pela ação muscular devido a contrações
que levam pressão aos vasos linfáticos. Isso por um conjunto de vasos linfáticos aferentes que e levam
para os linfonodos, apenas um vaso linfático eferente leva a linfa filtrada dos linfonodos para o sistema
venoso (GUYTON; HALL, 1996).

O vaso linfático se assemelha ao coração devido à sua alta atividade contrátil, por isso o sis-
tema linfático é considerado a nossa segunda circulação.

22
UNIDADE 1

Artéria

Veia

Cápsula
VASO LINFÁTICO
Linfa
Válvula fechada Válvula aberta

Fluído que entra


no capilar

Vasos linfáticos eferentes Vasos linfáticos aferentes


(levam a linfa para fora do gânglio) (levam a linfa para gânglio)

Figura 8 - Gânglio linfático

Os troncos linfáticos são formados por meio da junção de vasos linfáticos; os troncos têm a função
de drenar o líquido intersticial para vasos de maior calibre, o ducto linfático direito e o torácico. O
ducto torácico é ligado pelos membros inferiores, hemicorpo esquerdo, região de cervical e cabeça, o
direito liga o membro superior direito, hemitórax direito (GODOY, J.; GODOY, M., 1999; TORTORA;
DERRICKSON, 2016).

Você sabia que a respiração favorece o retorno venoso da linfa ao ducto torácico? O movimen-
to de inspiração e expiração leva a um aumento e diminuição da pressão no canal torácico,
favorecendo o caminho linfático até desembocar na circulação venosa.

23
UNICESUMAR

Entretanto, segundo Guyton e Hall (1996), a função mais impor-


tante dos vasos linfáticos é devolver proteínas à circulação, caso
isso não acontecesse, acumulariam no meio intersticial, podendo
originar um edema.
Isso pode ocorrer por diversos erros do sistema linfático: obstru-
ção de vasos, aumento da permeabilidade vascular, falta de movi-
mentos de contração e, com isso, a linfa pararia de circular, ocasio-
nando tecidos edemaciados (TORTORA; DERRICKSON, 2016).
Continuando nossos estudos de acordo com Guyton e Hall
(1996), a circulação tem a função de transportar nutrientes, con-
duzir hormônios de uma parte do corpo para outra, mantendo um
ambiente adequado para funcionamento das células. O coração
funciona como uma bomba capaz de se contrair, aproximadamente,
três bilhões de vezes, impulsionando sangue por todo o organismo,
garantindo o suprimento para todas as células.
Isso ocorre porque o sistema circulatório é dividido em duas
circulações: a circulação pulmonar ou pequena circulação e a cir-
culação sistêmica ou grande circulação, composta por artérias, ar-
teríolas, capilares e veias. As artérias transportam sangue com alta
pressão para os tecidos, por isso suas paredes vasculares têm alta
resistência; as arteríolas são pequenos ramos do sistema arterial
com a função de controlar o sangue que é liberado para os capila-
res, apresentam parede vascular espessa, sendo capaz de fechar e
dilatar completamente por várias vezes em resposta à necessidade
dos tecidos.
Os capilares têm como função fazer a troca de nutrientes, líqui-
dos, eletrólitos, hormônios entre o sangue e o líquido intersticial;
devido a isso, as paredes dos capilares são finas e permeáveis a
pequenas substâncias. A função das veias é conduzir o sangue dos
tecidos de volta para o coração, atuando como importante reser-
vatório de sangue. Suas paredes venosas são finas, mas com capa-
cidade de contrair e dilatar; por meio desse mecanismo, consegue
controlar a quantidade de sangue que o corpo necessita (GUYTON;
HALL, 1996).
A circulação pulmonar corresponde à saída do sangue venoso do
coração pela artéria pulmonar em direção aos pulmões, e a circula-
ção sistêmica corresponde à saída de sangue arterial dos pulmões
pela veia pulmonar em direção ao coração e, em seguida, o sangue
é ejetado do coração pela artéria aorta em direção a todos os órgãos
e tecidos (GARDNER; GRAY; O’RATILLY, 1988).

24
UNIDADE 1

FLUXO SANGUÍNEO NO SISTEMA CIRCULATÓRIO HUMANO


Fluxo sanguíneo para cabeça e braços

Veia cava superior

Artérias pulmonares
Veias pulmonares

Coração
Aorta
Veia cava inferior

Fluxo sanguíneo
para sistema digestivo
e membros inferiores

Figura 9 - Fluxo sanguíneo no sistema circulatório

A contração dos músculos, a secreção de glândulas e as funções dos tecidos dependem de, pelo menos,
uma parte da composição do líquido tecidual. Os componentes residuais desse líquido são levados
pelos vasos sanguíneos aos rins, intestinos, pulmões e pele, onde são evacuados (GARDNER; GRAY;
O’RAHILLY, 1988).
O sistema vascular e linfático controlam toda irrigação do nosso organismo, o músculo depende da
irrigação sanguínea para realizar uma contração eficaz. As massagens são realizadas mediante toque
e, por meio dele, é que sabemos se a musculatura está relaxada, tensa ou flácida, como foi proposto
para você na experimentação. Vamos entender como funciona nosso sistema muscular em relação ao
relaxamento, à contração, aos tipos e às formas de fibras, para saber aplicar as massagens.

25
UNICESUMAR

Figura 10 - Sistema musculoesquelético

Uma das principais características do corpo é o movimento, efetua-


do por células especializadas que são as fibras musculares contro-
ladas pelo sistema nervoso, classificadas em musculatura esquelé-
tica ou estriadas, cardíaca e lisa (GARDNER; GRAY; O’RAHILLY,
1988). Vamos entender um pouco mais sobre os tipos das fibras
musculares.
TECIDO MSUCULAR

MÚSCULO CARDÍACO MÚSCULO LISO MÚSCULO ESTRIADO

Figura 11 - Tipos de fibras musculares

26
UNIDADE 1

Fibra Muscular Estriada (esquelética): inervada pelo sistema nervoso central, é um músculo voluntário
e suas contrações permitem movimento dos ossos e cartilagens.
Fibra Muscular Cardíaca: tecido muscular que forma o coração, é um músculo involuntário, sendo
inervado pelo sistema nervoso autônomo.
Fibra Muscular Lisa: encontra-se na pele e órgãos internos, musculatura involuntária inervada pelo
sistema nervoso autônomo.
A musculatura estriada (esquelética) apresenta fibras de contração que são divididas em rápida e
lenta, sendo que os músculos do nosso corpo são formados por uma mistura desses tipos de fibras
(GUYTON; HALL, 1996). A massagem desportiva é uma técnica que trabalha musculatura estriada
tanto pré e pós-competição; o terapeuta prepara a musculatura para competição com objetivo de
aquecer e melhorar a vascularização do tecido muscular para prova; na pós-competição, faz uso da
técnica para recuperar as fibras musculares, favorecendo a recuperação do atleta.
• Fibras de contração lenta: podendo ser chamada de fibras vermelhas devido à sua aparência
avermelhada por apresentarem mioglobina na fibra. Essas, se contraem lentamente por longos
períodos, sendo resistente à fadiga, pois suas fibras têm uma rede de vasos sanguíneos e capilares
mais extensa que fornece uma quantidade maior e oxigênio à fibra.
• Fibras de contração rápida: têm uma aparência esbranquiçada por apresentar pouca quantida-
de de mioglobina, trata-se de fibras grandes que se contraem rapidamente entrando rapidamente
em fadiga por apresentarem pouca reserva de glicogênio. São fibras com capacidade de gerar
uma contração potente, com movimentos rápidos e por curtos períodos.

Com essa descrição, podemos dizer que as fibras rápidas são feitas para contrações musculares rápidas
e fortes, como vemos em atletas de salto e corridas de curta distância. As fibras lentas são feitas para
atividades musculares prolongadas e contínuas, como vemos em atletas de longas distâncias, marato-
nistas e como suporte do corpo contra a gravidade.
Caro(a) aluno(a), você sabia que a forma como a musculatura se apresenta está relacionada aos
pontos-gatilhos que iremos encontrar durante a aplicação da massagem? Os músculos apresentam
várias formas de acordo com o arranjo de seus fascículos, essa variação tem como finalidade promo-
ver a ação ideal do músculo em relação à sua posição. Esses arranjos apresentam divisões, segundo
Niel-Asher (2005):
• Paralelo: apresenta fascículos dispostos de maneira paralela em relação ao eixo longitudinal.
• Peniforme: são músculos que seus fascículos estão fixados obliquamente ao tendão, como
uma pena.
• Forma de leque: apresentam origem extensa que converge a um único tendão, apresentando
um formato triangular.
• Orbicular: músculo organizado em anéis concêntricos.

27
UNICESUMAR

Você sabia que quando um músculo se contrai, ele pode se


encurtar mais de 70% de seu comprimento original? Com
isso, podemos dizer que quanto mais longa a fibra, maior
a amplitude de movimento (NIEL-ASHER, 2005).

Como características gerais, os músculos são estruturas individua-


lizadas que se cruzam e que, com a sua contração, realizam movi-
mento. Cada fibra muscular é envolvida por um tecido conectivo, o
endomísio. As fibras ficam agrupadas em fascículos que são envoltos
por uma bainha denominada perimísio; o músculo como um todo
tem vários fascículos envolvidos pelo epimísio que se associa à
fáscia e, às vezes, junta-se a ela. A fáscia é um tecido conjuntivo que
envolve os músculos, formando membranas fibrosas que separam
os músculos e os revestem (GARDNER; GRAY; O’RAHILLY, 1988).
ESTRUTURA MÚSCULO ESQUELÉTICA
Perimísio
Endomísio Osso
Epimísio

Núcleo

Fibra muscular

Fascículo
Sarcolema Tendão
Vasos Sanguíneos

Figura 12 - Estrutura músculo esquelética

Os tecidos moles são sede de alterações que levam à incapacidade e dor, sendo constituídos
de tendões, ligamentos, cápsulas articulares e músculos. Seu principal componente é o teci-
do conjuntivo, que conecta todos os outros componentes, sendo eles tecido epitelial, tecido
muscular, tecido nervoso e tecido conjuntivo em seu papel funcional (CAILLIET, 2000).

28
UNIDADE 1

Segundo Niel-Asher (2005), os músculos recebem nutrientes pelo sangue de uma artéria e envia re-
síduos metabólicos por meio de veias que o circundam, localizadas na parte central dos músculos e
extremidades. Os músculos são inervados por fibras motoras e sensitivas que, geralmente, originam-se
em nervos espinhais em que a contração ocorre por um potencial de ação que trafega ao longo do
nervo motor até suas terminações nas fibras musculares. Em alguns músculos, a inervação ocorre
principalmente pela medula espinhal (GUYTON; HALL, 1996).
Entretanto, a contração muscular ocorre, de acordo com Guyton e Hall (1996), pela excitação elétrica
instantânea do nervo que vai para o músculo ou pela passagem de um leve estímulo elétrico que vai
para o músculo, levando a uma contração repentina e única, que dura segundos.
Isso ocorre pelo deslizamento dos miofilamentos uns sobre os outros, mantendo o seu comprimento.
É importante entender os tipos de contração, são elas: contração concêntrica, que produz movimento
por encurtamento, sendo a força interna maior do que a força externa; a contração excêntrica ocorre
quando o músculo já encurtado se estende, mantendo-se sua tensão; a contração isométrica não produz
movimento externo, o músculo não se encurta durante a contração; e a contração isotônica ocorre
quando o músculo encurta com a tensão permanecendo constante (CAILLIET, 2000).

TIPOS DE CONTRAÇÃO MUSCULAR

Contração Contração Contração


concênctrica excêntrica isométrica

Músculo contrai
mas não diminui

Movimento
Movimento

Sem movimento

Figura 13 - Tipos de contração muscular

29
UNICESUMAR

Até aqui, falamos sobre os sistemas do corpo humano, mas agora que você já sabe sobre as funções
dos sistemas, vamos ver como a anamnese do paciente pode nos ajudar a montar um protocolo de
massagem adequado para cada caso e sua importância para um bom atendimento.
A ação profissional deve ter como marca a compreensão e reflexão teórico-prático.
A avaliação compreende:
• Levantamento de dados (anamnese).
• Avaliação (exames físicos).
• Diagnóstico estéticos.
• Planejamento do tratamento.
• Implementações (sessões).
• Resultados.

Esta é a primeira etapa para uma avaliação, parte essencial para um diagnóstico, e é fundamental para
elaborar o plano de tratamento. A anamnese é composta por:

Profissão Quais são os motivos


Nome, Sexo,
situação conjugal,
filhos,
endereço atual, Foi indicado Nível de Início da Doenças
data de nascimento, por quem? escolaridade queixa associadas
telefone, etc.
Sentimentos em
relação a queixa
Histórico pessoal Queixa principal
Dados de identificação e social e secundária

Tratamento,
medicação
ANAMNESE É composta por? Doença atual
Alergias

Confiabilidade
Histórico familiar
Estilo de vida
Já fez algum Cirurgias
procedimento Grau de
estético? parentesco
Alimentação
Vícios, tabagismo,
Resultados Atividade física álcool

Figura 14 - Pontos que deve levar em conta em uma anamnese

30
UNIDADE 1

• Durante a anamnese, o profissional deve levar em conta alguns pontos importantes, como se
identificar, manter sempre o foco do cliente durante a entrevista, para que ele forneça todas as
informações necessárias para êxito no tratamento. Quando o cliente estiver falando, o terapeu-
ta deve estar atento, olhando nos olhos do paciente, não ficando com a cabeça baixa, fazendo
anotações, realizar somente quando cliente terminar sua fala, anotando tudo no prontuário. É
necessário, após a consulta, que caso e como será feito o tratamento sejam explicados de maneira
que ele entenda, para que ele não saia com dúvidas.

Durante a realização da ficha de anamnese:


• Cuidado com o tempo.
• Ouça o necessário.
• Algumas questões podem ajudar, por exemplo: o que mais te incomoda? Local? Quando co-
meçou? Tem alguém na família com o mesmo problema? Fez tratamento? Quando observou
a piora? Houve alguma situação relacionada à disfunção?
• No final, peça para a(o) paciente/cliente assinar o termo de responsabilidade; termo de com-
promisso no fim da ficha de avaliação.

É no exame físico que se inicia a avaliação física do cliente, em que iremos observar a postura, aspectos
visuais e palpação.

Figura 15 - Postura correta e postura inadequada, figura em vermelho postura errada, postura em verde correta.

31
UNICESUMAR

Segundo Cailliet (2000), a postura inadequada gera dor, desconforto e padrões de compensação.
Hiperlordose: é o aumento anormal da curva lombar, levando a uma acentuação da lordose lombar
normal (hiperlordose).
Hipercifose: é definida como um aumento da curva torácica.
Escoliose: é a curvatura lateral da coluna vertebral, podendo ser estrutural ou não estrutural. A
progressão da curvatura na escoliose depende, em grande parte, da idade que ela inicia e da magnitu-
de do ângulo da curvatura durante o período de crescimento na adolescência, período este em que a
progressão do aumento da curvatura ocorre numa velocidade maior.

Figura 16 - Postura com ponto verde é a correta. As posturas com ponto vermelho, podemos observar da esquerda para
direita lordose, cifose e escoliose

Aspectos visuais:
• Simetria.
• Volume.
• Coloração.
• Úlcera.
• Áreas vermelhas.
• Áreas pálidas.
• Hematomas.
• Cicatrizes.
• Varizes.

A parte final do exame físico é a palpação, uma arte de tocar e explorar o corpo, em que se deve ava-
liar a presença de pontos dolorosos, contratura muscular, temperatura, textura, mobilidade e lesões
(BRAUN; SIMONSON, 2007). Isso ocorre porque, por meio do toque, podemos desencadear dor ou
desconforto. A dor, às vezes, torna-se evidente à palpação dos tecidos superficiais e o desconforto pode
ter intensidade e forma variáveis. Dor referida é provocada pela disfunção de uma estrutura local ou
um órgão distante. Dor disfunção local tende aumentar, mesmo com uma pressão mínima. Dor referida
tende a aumentar apenas na proporção da pressão aplicada.

32
UNIDADE 1

A dor pode ter causas variáveis, como irritação ou inflamação de um nervo; infecção renal, viral
(herpes-zoster); irritação local e superficial dos tecidos causada por um irritante químico ou substância
alergênica.
É na palpação que verificamos se há pontos-gatilhos na musculatura, que são formados por nó-
dulos que se tornam crônicos, agindo como estressores do organismo e causando espontaneamente
irritação, dor ou sensação de pressão ou queimação em outra região, denominada, então, área-alvo,
(CASSAR, 2001).

Entretanto os pontos-gatilho
ocorrem devido alguns fatores
desencadeantes: esforço me-
cânico, má postura, constrição
muscular de longo prazo, defi-
ciência nutricional, desidrata-
ção, fatores psicológicos e sono
insuficiente.
Na proposta de vivência
que indicamos no início de
nossos estudos, trabalhamos
com o exemplo de Paula, que
tinha pontos-gatilhos, e agora
que você já sabe como se faz a
anamnese e a avaliação física,
vamos falar da importância de
um ambiente adequado para a
aplicação da massagem.
O ambiente em que vai ser
Figura 17 - Pontos-gatilhos mais comuns na musculatura realizada a massagem é tão im-
portante quanto a própria mas-
sagem, portanto, pense no ambiente com muito amor. O ambiente deve ser preparado com antecedên-
cia, passar para a(o) cliente a sensação de conforto, segurança e higiene, estímulos visuais, auditivos,
olfativos e táteis, iluminação aconchegante, cheiros, sons, tecidos, temperatura, decoração, privacidade
e limpeza. Todos esses itens são fundamentais para uma boa massagem (BRAUN; SIMONSON, 2007).

33
UNICESUMAR

Figura 18 - Ambiente adequado para realização da massagem

A apresentação pessoal também conta muito, vestir roupa confortável e com descrição e, se possível,
fazer o uso de roupas brancas ou uso de jaleco, unhas curtas e limpas, retirar adornos, como relógios,
anéis, correntes e brincos que podem atrapalhar a execução da massagem, cabelo preso, cuidar da hi-
giene pessoal, lavar bem as mãos, calçado baixo, que não faça ruídos. Cuidado com o uso de perfume
e, em caso de atendimento domiciliar, não esqueça de levar os seus materiais.
Higienização, esterilização e segurança. Esses itens são de extrema importância, tanto para segurança
do paciente quanto do terapeuta:
• Higiene adequada das mãos.
• Procedimento adequado de limpeza.
• Materiais descartáveis.
• Lavagem de toalhas e lençóis.
• Limpeza da mesa e acessórios.

É necessário que os equipamentos estejam devidamente instalados e seguros. Os equipamentos são


projetados para que o(a) paciente se sinta confortável e relaxado e, ao mesmo tempo, dê acesso ao
corpo do(da) paciente (CASSAR, 2001).
Quanto à maca, é importante, na hora da escolha, levar em conta o preço, o conforto, a resistência,
a estabilidade e garantia, a base da maca maior se torna mais confortável, altura adequada da mesa
(o tampo da mesa deve estar na altura do seu indicador ou no meio da sua coxa). Além das macas,
temos as cadeiras de massagem que podem ser usadas em qualquer lugar (eventos públicos, shoppings,
aeroportos), utilizada para fazer a quick massagem e o shiatsu; colchonetes fornecem superfícies con-
fortáveis e estáveis.

34
UNIDADE 1

Em um ambiente de massagem,
além da maca, cadeira ou col-
chonete, temos que ter alguns
acessórios para a realização de
um atendimento de qualida-
de, tais como almofadas para
apoio, acessórios de massagem,
cremes, óleos essenciais, toalha,
velas, aromas, mantas, roupão,
lençol, antisséptico para mãos,
todos são acessórios importan-
tes que tornam o ambiente mais
confortável e agradável para
o(a) cliente, em que ele possa
relaxar e, com isso, conseguir o
resultado esperado.
Figura 19 - Massagens realizadas em maca, cadeira e colchonete

Figura 20 - Ambiente agradável para massagem, velas, almofadas e toalhas

35
UNICESUMAR

Vimos como o ambiente para realização da massagem é importante,


mas nos dia atuais, muitas empresas estão fazendo uso da massagem no
dia a dia dos seus funcionários, práticas que são inseridas em eventos,
em ginástica laboral nos ambulatórios, com o objetivo de prevenção e
tratamento de disfunções que afetam os trabalhadores, melhorando a
qualidade de vida dos funcionários dentro da empresa, como também
função do trabalhador dentro da empresa. Este livro e importante, pois
fala sobre a massagem no ambiente de trabalho, sendo mais uma área
que você pode atuar.
Título: Massagem no ambiente de trabalho
Autores: Andrezza Moretti e Valquíria de Lima
Editora: Phorte

Agora que você já revisou de forma contextualizada sobre os sistemas que serão mais solicitados nas
massagens e como realizar uma avaliação, vamos treinar e ver o que você aprendeu na prática. Convide
alguém de sua família para ser seu/sua cliente. Faça uma anamnese investigando o que está incomodan-
do o(a) cliente selecionado(a). Após essa etapa, faça uma avaliação física do seu/sua cliente, verificando
a postura, e também um exame visual, observando a coloração, varizes, hidrolipodistrofia ginoide,
gordura lipodistrofia (adiposidade) e simetrias. Finalizada essa etapa, vamos, por meio da palpação,
verificar a musculatura, dores e tensões. Lembre-se de anotar tudo no prontuário do(a) cliente, pois
este é fundamental para encontrar um protocolo de tratamento adequado.

36
UNIDADE 1

Chegamos ao final da Unidade 1, agora você já está capaci-


tado(a) para começar os estudos das massagens, é importante
registrar em seu dashboard um mapa mental. Com bases nos
preceitos dados a seguir, você deverá completar os conceitos
periféricos com palavras-chave que a sintetizem, a fim de com-
preender e fixar melhor os seus estudos.

Tegmentar Linfático Vascular

Muscular

Sistemas do Corpo
Avaliação

Ambiente

37
MAPA MENTAL

38
1. O sistema tegumentar recobre o corpo, é um sistema de proteção, protegendo-o contra o atrito,
a perda de água, a invasão de microrganismos e a radiação ultravioleta. Tem papel na percepção
sensorial (tato, calor, pressão e dor), por meio das terminações nervosas, na síntese de vitamina
D, na termorregulação, na excreção de íons e na secreção de lipídios protetores e de leite (JUN-
QUEIRA; CARNEIRO, 2013).
Com base nas informações apresentadas, escolha a opção correta.
a) A pele é o maior órgão do corpo humano, é constituída de epitélio estratificado, pavimentoso e
queratinizado na derme.
b) A pele é o maior órgão do corpo humano, é constituída de epitélio estratificado, pavimentoso e
queratinizado na epiderme.

AGORA É COM VOCÊ


c) A pele é o maior órgão do corpo humano, é constituída de tecido subjacente na hipoderme.
d) A pele é o maior órgão do corpo humano, é constituída de epitélio estratificado e por tecido
adiposo na hipoderme.
e) A pele é o maior órgão do corpo humano, é constituída de epitélio estratificado, pavimentoso e
por tecido adiposo na epiderme.

2. O sistema linfático é uma rede complexa de órgãos que transporta fluidos linfáticos. Sobre a
função do sistema linfático, analise as afirmativas.
I) Restituir de volta líquidos e proteínas.
II) Armazenar gordura absorvida no intestino delgado.
III) Auxilia na captura e destruição de patógenos.

É correto o que se afirma em:


a) I, apenas.
b) II, apenas,
c) I e II, apenas.
d) I e III, apenas.
e) Todas estão corretas.

39
3. A massagem é uma experiência sensível, que consiste na arte do toque e na forma como essa
prática pode explorar o corpo humano de forma integral. É uma prática que requer consciência
do que se está tocando, sendo usadas manobras que variam em sutileza e diversas técnicas que
são desenvolvidas e aprimoradas ao longo do tempo.
Analise as afirmativas a seguir e assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F):
( ) O ambiente deve ser agradável e é fundamental o cuidado com higiene, esterilização e segurança.
( ) Os equipamentos são projetados para que o paciente se sinta confortável e relaxado e, ao
mesmo tempo, dê acesso ao terapeuta ao corpo do paciente.
( ) Limpeza adequada das mãos, lavagem de toalhas e lençóis são fundamentais para a segurança,
não havendo a necessidade do uso de materiais descartáveis.
AGORA É COM VOCÊ

Assinale a alternativa correta:


a) V-V-V.
b) V-F-F.
c) F-F-F.
d) V-V-F.
e) V-F-V.

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1. B. É na epiderme que está o epitélio estratificado, pavimentoso e queratinizado.

2. D. O sistema linfático tem como função restituir de volta líquidos e proteínas e auxiliar na captura e des-
truição de patógenos.

3. D. O ambiente que se realiza a massagem tem que ser agradável e é fundamental o cuidado com a higiene,
esterilização e segurança, assim como o conforto para o paciente e o acesso para o terapeuta realizar a
massagem.

CONFIRA SUAS RESPOSTAS

41
ARRUDA, B. B.; DIAS, L. C.; MOREIRA, J. A. R. A aplicação da drenagem linfática eletrônica em edemas de
membros inferiores. Fisioterapia Brasil, v. 18, n. 4, 2017.

BRAUN, M. B.; SIMONSON, S. Introdução à massoterapia. Barueri: Manole, 2007.

CAILLIET, R. Doenças dos Tecidos Moles. 3. ed. Porto Alegre: Editora Artmed. 2000.

CASSAR, M.-P. Manual de Massagem Terapêutica. Barueri: Manole, 2001.

ELIAS, P. M. Stratum corneaum defensive: an integrated view. Journal of Investigative Dermatology, v. 125,
p. 183-200, 2005.

FOLDI, M.; STROBENREUTHER, R. H. Princípios da Drenagem Linfática. 4. ed. São Paulo: Manoele, 2012.

GARDNER, E.; GRAY, D. J.; O’RAHILLY, R. Anatomia- Estudo Regional do Corpo Humano. 4. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 1988.

GODOY, J. M. F.; GODOY, M. F. G. Drenagem Linfática Manual – Uma nova abordagem. São Paulo: Lin
Comunicação, 1999.

GUIRRO, E.; GUIRRO, R. Fisioterapia Dermato-Funcional – Fundamentos, Recursos e Patologias. 3. ed. São
Paulo: Manole, 2002.

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42
43
MEU ESPAÇO
MEU ESPAÇO

44
2
Alterações Estéticas
que Podem ser
Melhoradas com
Técnicas de Massagem
Dra. Lilian Rosana dos Santos Moraes
Me. Susyane Dianin Gozzi

OPORTUNIDADES
DE
APRENDIZAGEM
Na Unidade 1, aprendemos a importância de conhecer os sistemas do corpo
humano para fazer uso das técnicas de massagem, como também a realização
uma anamnese detalhada para diagnosticar disfunções e traçar um proto-
colo de tratamento adequado. Continuando nossos aprendizados, vamos
voltar à nossa cliente, a Paula: na hora da avaliação física, além de pontos
de tensão, que encontramos por meio da palpação, com a observação dos
pontos visuais, verificamos a presença das tão temidas celulites, conhecidas
cientificamente por Fibro Edema Geloide ou Ginoide - FEG ou também como
Hidrolipodistrofia Ginoide – HLDG, e também a presença de Lipodistrofia
Ginoide - LDG ou localizada, em região de abdômen, coxas e glúteo.
UNICESUMAR

Para que possamos aproveitar as oportunidades de aprendiza-


gem desta unidade, inicio propondo a você o seguinte questiona-
mento: voltando à nossa cliente, Paula, será que o inchaço de suas
pernas no final do dia e observado durante a avaliação tem relação
com a sua própria ocupação profissional?
A hidrolipodistrofia ginoide, além de ser desagradável aos olhos
do ponto de vista estético, ocasionando problemas de ordem psi-
cossocial, originados pelos padrões estéticos dos dias atuais, pode
ainda acarretar problemas álgicos nas zonas acometidas, edemas e
perdas funcionais. Por se tratar de uma condição de origem mul-
tifatorial, o desenvolvimento de terapias efetivas depende de uma
avaliação detalhada, objetivando e detectandopossíveis fatores que
desencadeiam o processo de hidrolipodistrofia ginoide na paciente.
Agora vamos pensar em você, no seu corpo! Quanto tempo você
estuda ou trabalha sentado ou em pé? Será que isso está fazendo
bem para a circulação de seus membros inferiores? Como você se
sente no final de um dia de trabalho ou estudo? Suas pernas ficam
cansadas e com sensação de pesadas? A falta de movimentação dos
membros inferiores por várias horas diminui a circulação local e
isso é um dos fatores que podem desencadear a hidrolipodistrofia
ginoide.
Agora, convido você a verificar, por meio da avaliação física, em
você ou em alguma mulher do seu convívio, de preferência com
mais de 30 anos, se há alguma disfunção estética. Para tanto, olhe-se
no espelho ou na pessoa que está à sua frente e, por meio dos pontos
visuais, verifique como está a pele, se tem Hidrolipodistrofia Gi-
noide (Fibro Edema Geloide - FEG), flacidez tissular, Lipodistrofia
Localizada e qual a aparência geral dos seus membros inferiores.

46
UNIDADE 2

Agora que você já realizou o exercício de se avaliar ou observar alguém do seu convívio social, verificou
a presença de disfunções? Liste todas as disfunções observadas no espaço Diário de Bordo, explicando
porque as está caracterizando desta forma.

DIÁRIO DE BORDO
Depois que você fizer este exercício mais “caseiro”, recomendo que você experimente ir até uma
clínica de estética fazer uma pesquisa em locus, verificando os seguintes aspectos: a) quantidade
de clientes que procuram o local para tratamentos de FEG; b) o atendimento para “celulite” está
associada a outra patologia; c) fatores desencadeantes da FEG; d) quais técnicas de massagem
auxiliam no tratamento dessa disfunção.
Isso posto, agora você pode afirmar que o edema que Paula sente em membros inferiores tem a ver
com a presença de Hidrolipodistrofia Ginoide e com o trabalho que ela exerce. Você pôde observar a
importância de traçar a origem dos problemas de nossos pacientes, quais os fatores que os desenca-
deiam e se estão associados a outra disfunção. É por meio da avaliação que você experimentou que
conseguimos traçar o tratamento adequado para cada cliente, mas para conseguir tratar, temos que
conhecer as disfunções, a fisiopatologia e a etiologia.

47
UNICESUMAR

Para cada tipo de disfunção, temos um tipo de massagem que é mais indicado e que terá um melhor
resultado. A competência técnica deste ciclo é estimular você a se interessar e conhecer as disfunções
que podemos tratar por meio do uso da terapia com massagem.
A propósito, até o momento, falamos sobre alguns sistemas do organismo e sua importância para
realizar a massagem, mas você sabe que a massagem depende também de outros fatores? Sim, então
vamos agora compreender quais disfunções que podemos tratar com uso de massagem. O edema é
um deles, este se dá por meio do acúmulo de líquido derivado do plasma no espaço intersticial ou nas
cavidades.
Entretanto, o edema ocorre devido à quebra dos mecanismos que controlam a distribuição do
volume de líquido no espaço intersticial. Segundo Starling (1896), que descreveu fisiologicamente as
forças que controlam o movimento de fluidos ao longo do leito capilar, o fluxo dos fluidos depende da
permeabilidade da parede capilar e da diferença entre as variáveis da pressão hidrostática e da pressão
oncótica ao longo do leito capilar.
As forças hidrostáticas e osmótica nos capilares, normalmente, estão em equilíbrio, não havendo
perda ou absorção de líquido no leito capilar, porém, um aumento da pressão hidrostática ou redução
da pressão osmótica do plasma causa um acúmulo de líquido extravascular.
Conforme a pressão intersticial vai aumentando, os vasos linfáticos removem a maior parte do
líquido excedente, devolvendo-o à circulação sanguínea, através do ducto torácico e ducto linfático
direito, que desembocam na bifurcação das veias subclávias direita e esquerda com as veias jugulares
internas direita e esquerda. Caso a capacidade for excedida, o excesso de líquido é mantido no meio
intersticial, causando o edema (GUYTON; HALL, 2002).

Capilar linfático
Extremidade arteriolar

Capilar
Pressão hidrostática sanguíneo

Fluxo
sanguíneo

Pressão oncótica

Espaço intersticial Extremidade venosa

Figura 1 - Troca de fluído capilar

48
UNIDADE 2

O edema pode ser dividido em edema sistêmico, onde ocorre devido a alterações no volume extra-
celular, e em edema localizado, que acomete em um capilar limitado. A seguir, você pode observar o
edema localizado em membros inferiores que, devido à má circulação venosa, teve um aumento da
pressão venosa, acarretando ao acúmulo de fluídos.

Figura 2 - Edema localizado em membros inferiores

Então, podemos dizer que edema ocorre devido a um acúmulo de líquido no espaço intersticial e
esse líquido pode ser classificado em transudato e exsudato. O transudato ocorre pela a diminuição
da pressão oncótica e aumento da pressão hidrostática e é um líquido pobre em proteínas; o exsudato
ocorre por aumento da permeabilidade vascular, sendo um líquido turvo e rico em proteínas, rico em
células e, principalmente, células inflamatórias.
Outra desordem que pode ser tratada com técnicas de massagens são as Hidrolipodistrofias Ginoides
(HLDG), que podem ser chamadas de Fibro Edema Ginoide ou Giloide (FEG), popularmente conhecida
como celulite e caracterizado pela presença de pequenas depressões na pele, com aspecto conhecido por
“casca de laranja”. Está mais presente em coxas, abdômen e glúteos (GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2002).
Quando procuramos o termo celulite, é muito comum encontrarmos esta desordem descrita
logo acima, mas dentro da patologia, segundo Cotran, Collins e Kumar (2000), no clássico livro
de “Patologia Estrutural e Funcional – Robbins”, celulite é uma forma superficial de infecção de
pele, tipicamente causada por estreptococos (Streptococcus e Staphylococcus).
A palavra celulite (de origem latina) quer dizer inflamação do tecido celular, pois deriva do
adjetivo celulae, que significa células. O sufixo ite indica inflamação, e acaba sendo atribuído para
a FEG, terminologia de forma errônea, pois não define o verdadeiro significado da FEG (fibro
edema geloide), sendo encontrado, conforme citação anterior, várias nomenclaturas para esta
desordem, tais como Paniculose Adiposa (PARIENTI, 2001).

49
UNICESUMAR


Desordem localizada que afeta o tecido dérmico e subcutâneo
com alterações vasculares e lipodistrofias com resposta esclero-
sante, que resulta no inestético aspecto macroscópico. Trata-se
de um tecido mal oxigenado, subnutrido, desorganizado e sem
elasticidade, resultante de um mau funcionamento do sistema
circulatório e das consecutivas transformações no tecido con-
juntivo (GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2002, p. 352).
A causa da hidrolipodistrofia é multifatorial: efeitos hormo-
nais, predisposição genética, inatividade física, dietas inadequadas,
obesidade, distúrbios posturais e tabagismo. Esta afeta quase que
exclusivamente mulheres, devido às fibras do tecido conjuntivo
delas serem mais separadas que as dos homens, o que favorece a
insuflação das células gordurosas depositadas.
Esta afecção tem bastante incidência na população, sendo o
gênero feminino o mais acometido, tendo uma prevalência entre
85% e 98%, nas mulheres, podendo ser encontrada facilmente na
sociedade em períodos de verão, quando as pessoas utilizam shorts,
e devido à sua localidade logo abaixo da pele; as regiões de coxas e
glúteos torna a FEG mais visível.
Os adipócitos da região ginoide (coxas e glúteos) são mais res-
ponsivos ao estrógeno que induzem ao aumento da deposição de
gordura no local sob interferência de hormônios. Os adipócitos
apresentam receptores agonistas (β) e antagonistas (α2) da adenil-
ciclase. Na região ginoide (coxas e glúteos), os receptores (α2) estão
presentes em maior quantidade que os receptores (β) (RIBEIRO,
2010).
PELE NORMAL FIBRO EDEMA GELOIDE (FEG)

Figura 3 - Tecido normal e fibro edema geloide

50
UNIDADE 2

De acordo com Guirro E. e Guirro R. (2002), fisiopatologicamente a FEG ocorre devido à hipervis-
cosidade da substância fundamental, aumentando a estase capilovenular e linfática, levando a uma
transformação do tecido adiposo, em tecido celulítico, que evolui em quatro fases.
A primeira fase é a de estase venosa e permeabilidade capilar anormal. Ela se traduz por uma con-
gestão do tecido subcutâneo com vasodilatação, bloqueios conjuntivos, seguidos de uma exsudação
plasmática com formação de um edema intersticial.
Na segunda fase, ocorre a organização progressiva e a colagenização do exsudato plasmático. O fe-
nômeno de estase se acentua. A parede dos vasos capilares se torna porosa e, por esse motivo, deixa de
filtrar, no tecido subcutâneo, o soro que contém mucopolissacarídeos e sódio. Esta etapa vai dissociar
a trama das fibras conjuntivas. Por essas razões, a pele perde sua elasticidade.
Observamos, na terceira fase, sulcos celulíticos. O fibrócito desencadeia a produção de elementos
fibrosos inelásticos que se entremeiam até dividir a hipoderme em compartimentos com múltiplos
alvéolos. A quantidade de adipócitos se organizaem micronódulos.
Na quarta fase, denominada fibrocicatricial com alteração dos capilares, os micronódulos compri-
mem as arteríolas, os nervos. As fibras conjuntivas aderem superficialmente a pele e, em profundidade,
as aponeuroses musculares.

Sendo o FEG uma alteração esteticamente indesejável, dentro dos padrões da sociedade atual,
torna-se incansável a busca por novas terapias. Por se tratar de uma condição de origem
multifatorial, o desenvolvimento de terapias efetivas depende de uma avaliação detalhada,
objetivando a detecção de possíveis fatores que desencadeiam.

Dito isso, vamos para a classificação e localização. Você sabe que, na avaliação física, verificamos a FEG
quanto ao grau de acometimento e sua localização. De acordo com Guirro E. e Guirro R. (2002), elas
são classificadas em:
• Grau I ou brando: ainda não é visível à inspeção, somente pela compressão do tecido entre os
dedos ou contração voluntária, não há alteração de sensibilidade à dor, sendo sempre curável. As
depressões são visíveis mesmo sem a compressão dos tecidos, com a luz incidindo lateralmente,
as margens são especialmente fáceis de serem delimitadas. Já existe alteração de sensibilidade,
sendo frequentemente curável. Veja com mais detalhes na Figura 4.

51
UNICESUMAR

Figura 4 - Celulite grau I

• Grau II ou moderado: as depressões são visíveis mesmo sem a compressão dos tecidos, com a
luz incidindo lateralmente, as margens são especialmente fáceis de serem delimitadas. Já existe
alteração de sensibilidade, sendo frequentemente curável.
• Grau III ou grave: o acometimento já é percebido com o indivíduo em qualquer posição, or-
tostática ou em decúbito. A pele fica enrugada e flácida. Há aparência por apresentar-se cheia
de relevos, assemelha-se a um“saco de nozes”. A sensibilidade à dor está aumentada e as fibras
do conjuntivo estão quase totalmente danificadas. Este estágio grave é considerado como in-
curável ainda que passível de melhora. A textura e aspecto podem ser observadas na Figura 5.

Figura 5 - Celulite grau III

52
UNIDADE 2

• Grau IV ou muito grave: possui as mesmas características do


FEG grau III, porém acrescido de dor à palpação e à presença de
nódulos ou depressões claramente visíveis a olho nu (GUIRRO,
E.; GUIRRO, R., 2002).

Diante do que vimos sobre esta desordem, podemos considerar a


HLDG como um problema de saúde, pois a Organização Mundial da
Saúde (OMS) considera que o indivíduo só é saudável quando pos-
sui um equilíbrio biopsicossocial. Desta forma, podemos perceber
como nosso trabalho é importante na intervenção deste problema
(MEYER et al., 2005).
Até aqui, vimos sobre a localização e a forma da lipodistrofia ginoide,
mas você já pensou que, dependendo do local no corpo humano em
que ela está localizada, pode haver mudanças nas suas características?
E você já pensou que podemos encontrar mais de um tipo de HLDG
no mesmo paciente?
Por exemplo, a FEG descrita como branda ou difusa (flácida) é aque-
la localizada na pelve, coxa e braços. Surge após emagrecimento rápido,
uso de diuréticos e procedimentos mal realizados, como lipoaspiração e
mesoterapia. Sua apresentação é mole, fofa e trêmula ao movimento, por
isso é a mais comum em causar problemas psicológicos. A considerada
dura ou sólida fica localizada na porção inferior do corpo (exemplo:
coxas), granulosa ao tato, não se altera com a movimentação postural
(pouca ou nenhuma mobilidade) e a sensação de frio nas extremidades.
Outra classificação para a FEG é a edematosa, que é considerada a
mais grave, mas menos frequente. Localizada nos membros inferiores,
também apresenta obstrução tissular nas articulações, insuficiência
circulatória, linfática e, consequentemente, falência do retorno veno-
so. O paciente apresenta edema, varizes, sobrepeso, prurido na região,
câimbras e o aspecto de casca de laranja nos locais acometidos é ainda
mais evidente.
Podemos encontrar literaturas que caracterizam a FEG como dura,
sem mobilidade, causando compressão nos tecidos adjacentes, po-
dendo causar varizes, edema associada, sendo mais comum nas coxas,
acompanhada de uma flácida na parte interna da coxa. É a forma mais
comum do FEG.
Agora, vamos falar da lipodistrofia localizada ou gordura localizada?
Trata-se do desenvolvimento irregular do tecido conjuntivo subcutâneo.
Os adipócitos se apresentam aumentados em regiões específicas com
irregularidade do tecido e aparência ondulada (GUIRRO, E.; GUIRRO,
R., 2002).

53
UNICESUMAR

O tecido adiposo, conforme vimos na disciplina de Anatomia Humana, é uma forma especializada
de tecido conjuntivo, localizada na tela subcutânea/hipoderme, que trabalha no corpo humano como
isolamento térmico, reservatório de energia, absorve choques ou impactos mecânicos, promovendo
proteção mecânica, modela a superfície corporal, preenche espaços entre os tecidos, auxilia a manter
certos órgãos em posições normais e facilita a mobilidade da pele em relação a estruturas subjacentes.
Para que ocorra um aumento do tecido adiposo, ele precisa da ação de dois mecanismos, segundo
Guirro E. e Guirro R. (2002):
a) Hipertrofia celular: alargamento ou enchimento da célula de gordura, pelo aumento de gordura
acumulada dentro da célula. A célula adiposa pode aumentar até 90% seu tamanho (lipogênese).
b) Hiperplasia celular: aumento do número total de células, pela formação de novas células
adiposas (adipogênese).

Estes dois mecanismos estão associados ao desequilíbrio do balanço energético. Veja as variações do
tecido adiposo magro e obeso:
TECIDO ADIPOSO GORDUROSO
TECIDO ADIPOSO MAGRO Hipertrofia + Hiperplasia + Inflamação

Supernutrição
+
Estilo de vida sedentário

Adipócito Pré-adipócito Macrofágo M2 Macrofágo M1

Figura 6 - Célula do adipócito, magra e gordurosa

Na Figura 6, vemos, da esquerda para a direita, a imagem de um tecido adiposo magro com as células adi-
pócitas com características regulares; na imagem da direita, vemos um tecido adiposo gorduroso após uma
dieta de supernutrição e vida sedentária, as células adipócitas estão aumentadas, em maior quantidade e
com sinais de inflamação. Agora, vamos ver como Kede e Sabatovich (2015) caracterizam o tecido adiposo?
O tecido adiposo pode ser caracterizado como branco ou marrom. O tecido adiposo branco, ama-
relo ou unilocular contém uma única unidade mitocondrial, que armazena a energia produzida em
forma de ATP. Sua função é o de balanço energético, resposta imunitária e regulação de apetite. Este
está presente no tecido subcutâneo hipoderme.

54
UNIDADE 2

O tecido adiposo marrom, pardo ou multilocular contém numerosas mitocôndrias que dissipa a
energia produzida em forma de calor, realizando a regulação térmica. Encontra-se presente no adulto
apenas próximo às vísceras, como na região do ramo descendente da artéria aorta, fígado, pâncreas,
estômago, baço, intestino delgado e intestino grosso.

Célula de gordura marrom Célula de gordura bege Célula de gordura branca

Figura 7 - Divisão do tecido adiposo

A lipodistrofia localizada (veja a Figura 8) ocorre devido a vários fatores, sendo que a má formação
das células adiposas na infância é o principal motivo para a formação da adiposidade. Além disso, há
os fatores predisponentes, tais como a genética, a idade, o sexo e o desequilíbrio hormonal. Entre os
fatores determinantes estão o estresse, o tabagismo, sedentarismo, maus hábitos alimentares e disfun-
ções no organismo geral (GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2002).

Normal Gordura subcutânea aumentada

Celulite
Figura 8 - Gordura subcutânea no tecido

55
UNICESUMAR

Outro problema que podemos encontrar para tratar com as massagens é a flacidez. Isso ocorre devi-
do algumas disfunções que favorecem ou levam a este estado, como o famoso efeito sanfona, a perda
excessiva de peso, inatividade física, imobilização prolongada, desequilíbrio alimentar, disfunção na
produção de colágeno, envelhecimento precoce ou fisiológico(BORGES, 2010).
Você sabia que podemos classificar a flacidez não como uma patologia distinta, mas sim como uma
sequela de vários episódios ocorridos, por exemplo, inatividade física ou emagrecimento demasiado?
De acordo com Kede e Sabatovich (2015), a flacidez pode ser dividida em dois tipos:
• Flacidez tissular: afeta o tecido cutâneo, caracterizada por uma atrofia da pele, em razão do
enfraquecimento das fibras de colágeno e elastina, que são os elementos que dão sustentação
aos tecidos do organismo. A flacidez ocorre quando a qualidade das fibras colágenas diminui
(pela desnutrição ou desidratação do fibroblasto ou das fibras) ou devido a forças extrínsecas
(ação gravitacional etc.) que agem sobre a pele.
• Flacidez muscular: acomete a musculatura subcutânea e é considerada uma grande “inimiga”
feminina, que compromete a beleza de pernas, braços, glúteos, seios e abdômen. Os músculos
ficam flácidos, principalmente por causa da falta de exercícios físicos.

Isso acontece quando os músculos estão pouco tonificados. A musculatura, em geral, precisa manter
certa tensão o tempo inteiro, e é assim que nossas formas ficam mais definidas e o nosso corpo fica
mais firme. Se eles não são solicitados, as fibras musculares ficam hipotrofiadas e flácidas. A flacidez
muscular é aquela que faz com que os músculos fiquem menos firmes do que deveriam ser e atingem
mulheres jovens, mais velhas, magras e obesas.
Diante dessa divisão, é muito comum que os dois tipos de flacidez apareçam associados, dando um
aspecto ainda pior às partes do corpo afetadas pelo problema.
A flacidez ocorre por diversos fatores. Segundo Guirro E. e Guirro R. (2002), como o envelheci-
mento biológico, progressivo e contínua perda de massa muscular esquelética, retardamento da síntese
de proteínas (desequilíbrio entre a formação e a degradação), a pele tende a se tornar mais delgada,
enrugada, seca, as fibras colágenas da derme se tornam mais grossas, as fibras elásticas perdem parte
da sua elasticidade e decréscimo gradual da gordura depositada no tecido subcutâneo.
Formas inadequadas de emagrecimento também podem acarretar o problema, como o efeito sanfona,
levando ao um limite elástico da pele, dietas desequilibradas, uso de medicamentos sem orientação,
diuréticos (perda de íons e minerais) e laxantes (desequilíbrio orgânico).
Falta de atividade física, o estresse e as disfunções hormonais também são fatores que levam à hi-
potrofia muscular. O hormônio feminino faz com que as mulheres acumulem mais gordura no corpo.
Por razão da variação hormonal, há diminuição do colágeno e da elastina, fibras que dão sustentação à
pele. A predisposição genética pode levar indivíduos a ter a estrutura da pele alterada, com diminuição
ou alteração das fibras de colágeno e elastina.
Até aqui, vimos que a flacidez ocorre por vários fatores,mas é importante ressaltar que a pele apre-
senta um comportamento viscoelástico (com capacidade de deformar-se frente à pressão exercida
contra o tecido). Existe relação entre a resistência interna do material em relação à carga e seu próprio
alongamento (GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2002). A tensão é diretamente proporcional à habilidade do
tecido de resistir à carga e passa por três fases:

56
UNIDADE 2

1ª FASE 2ª FASE 3ª FASE

FASE ELÁSTICA FASE DE FLUTUAÇÃO FASE DE DEFORMAÇÃO


A tensão é diretamente Nos casos em que o limite PERMANENTE OU FASE
proporcional à habilidade do elástico é ultrapassado não PLÁSTICA
tecido de resistir à carga. Se a há retorno às características Como o próprio nome indica,
carga for retirada, o tecido normais do tecido mesmo já não é possível reverter a
retorna imediatamente à tendo-se cessado o patologia, pois a deformação
dimensão anterior. estímulo. permanente.

Figura 9 - Fases da flacidez

Na fase elástica, se a carga for retirada, o tecido retorna imediatamente à dimensão anterior; porém, se
o limite elástico for ultrapassado (fase de flutuação), não haverá o retorno às características originais
do tecido. A fase plástica se caracteriza pela deformação permanente.
Pode-se concluir que um tecido que apresenta essa resposta, quando submetido a forças de tração,
é classificado como viscoelástico.

Indivíduo magro que se torna obeso em curto período de tempo e depois emagrece novamen-
te, ao cessar o estímulo, não retorna ao seu tamanho original, dando origem a esse “excesso
de pele”, sendo denominado flacidez.

A flacidez da pele é um dos principais sinais do envelhecimento. À medida que envelhecemos, a pro-
dução de colágeno e elastina reduz. Eles são responsáveis por manter a elasticidade da pele, ajudam a
evitar a flacidez e manter a pele firme, contra a força gravitacional. Quando a formação de colágeno e
elastina começam a diminuir, a pele se torna mais solta. O resultado é uma pele flácida ou caída, devido
à força da gravidade. Este é um processo natural, que pode ser retardado com o cuidado adequado,
mas não pode ser impedido. Este processo natural é, muitas vezes, acelerada por fatores, como excesso
de exposição à luz solar e radicais livres (BORGES, 2010).

57
UNICESUMAR

Para você se aprofundar e aprender um pouco mais sobre os con-


ceitos principais da estética, é um livro que aborda conceitos básicos
e áreas mais específicas. Ferramenta essencial para sua educação,
pois contribui para uma formação prática, despertando a busca pelo
conhecimento.
Para acessar, use seu leitor de QR Code.

Outro caso em que pode ser aplicado as massagens são durante e depois do período gestacional. A
gestação é um fenômeno fisiológico que acarreta uma série de modificações no organismo materno,
com a finalidade de garantir o crescimento fetal, proteger o organismo materno e ainda possibilitar
a recuperação da gestante e nutrição do recém-nascido (CASSAR, 2001). Essas modificações são
acarretadas, principalmente, pelas mudanças hormonais,assim como o aumento de peso corporal
e mudanças adaptáveis no centro de gravidade e postura (FONSECA et al., 2009).
As transformações que ocorrem no corpo da gestante podem levar a estrias, “celulite”, edemas,
varizes, manchas, acne e aumento exagerado de peso, podendo afetar a aparência da gestante. Muitas
alterações geram estresse, dor e desconforto, sendo que o estresse pode complicar a gravidez e o parto
de várias maneiras.
Entretanto, das várias alterações que ocorrem no ciclo gestacional, o edema é um dos mais carac-
terísticos e presentes. O edema ocorre devido ao desequilíbrio entre o líquido retirado dos capilares
sanguíneos pela filtragem e a drenagem desse líquido e também pela maior flexibilidade e extensi-
bilidade do estrogênio, da progesterona, do cortisol e da relaxina, além de outras alterações (WOLF;
THEISS, 2011; SILVA; ZANETTI; MATSUTANI, 2006).
No primeiro trimestre, a mulher nem sempre tem consciência da gestação. Nesses primeiros meses
pode ocorrer náuseas, vômitos, sensibilidade a odores e paladares, cansaço, prisão de ventre e instabi-
lidade de humor. Dimensões físicas relativamente inalteradas. Atenção às dicas verbais e não verbais
da paciente.
Segundo trimestre, a gravidez começa a “aparecer”. Para acompanhar o crescimento do bebê, o corpo
da mãe sofre várias alterações físicas: costelas começam a se separar; órgãos vão sendo empurrados
lateralmente, tecido conjuntivo se estica e há compressão dos vasos linfáticos. Sintomas: estrias, falta
de ar, varizes, hemorroida, azia, micção frequente, lombalgia e edema (principalmente em MMII).
Os níveis incomuns de hormônios produzidos na gestação afetam as emoções, a temperatura
corporal e os ligamentos. Relaxina – hormônio que altera a composição do colágeno, ocasionando o
afrouxamento da sínfise púbica e a expansão da pelve para o parto. (Atenção aos movimentos articu-
lares – frouxidão ligamentar- instabilidade).
Para se realizar a massagem, o posicionamento deve ser sentada ou decúbito lateral; em decúbito
dorsal, o feto exerce pressão sobre a aorta, restringindo a distribuição de sangue oxigenado (no final
do 2º trimestre - 10 a 15 minutos ou posição semirreclinada).
No terceiro trimestre, a mãe apresenta edema significativo, compressão de nervos (formigamento,

58
UNIDADE 2

dormência, fadiga, pontada de dor), apresenta mobilidade redu-


zida de articulações de tornozelos e punhos, apesar do aumento
do relaxamento dos ligamentos. Nesta fase, é visível o edema em
REALIDADE
membros inferiores na maioria das gestantes, devido às alterações.
AUMENTADA
São provocadas pela retenção de água, principalmente na substância
básica do tecido conjuntivo. Sintomas como cãibras musculares,
incontinência urinária, dor na articulação sacroilíaca, desconforto
pélvico, indigestão, estresse, preocupação e insônia são comuns
durante esse período (ROMEM, 1999; GUYTON; HALL, 2002).
Após a gestação, a mãe entra no período puerperal, período
cronologicamente variável, em que desenvolve todas as manifes-
tações involuntárias e de recuperação da genitália materna após o
parto. Por via de regra, essa involução fica completa em 6 semanas
(RESENDE; MONTENEGRO; BARCELLOS, 1982).
Nesta fase, podemos encontrar casos de diástase do músculo abdo-
minal, afastamento dos músculos abdominais e do tecido conjuntivo
Diastase abdominal após gravidez
que normalmente ocorre na gravidez, sendo a principal causa a flacidez
abdominal e a gravidez, em que se tem ganho de peso excessivo, bebê
muito grande, gravidez de múltiplos ou fraqueza abdominal.

Figura10 - Diástase do músculo abdominal

Agora que você já conheceu sobre as disfunções em que podemos


fazer uso de técnicas de massagem para tratar, vamos treinar e ver o
que você aprendeu na prática. Vamos voltar no caso da nossa cliente
Paula, que durante a avaliação foi diagnosticada com hidrolipodis-
trofia, adiposidade localizada e inchaço em membros inferiores.
A causa do edema, provavelmente, além de ser devido à posição que
fica durante seu dia no trabalho, tem relação com a adipose edematosa
ou lipodistrofia ginoide. Vimos o que causa a HLDG, os graus e suas
complicações e o que leva ao edema; então, agora, você pode explicar
para Paula o porquê de ela ter inchaço em membros inferiores no final
do dia, e como a FEG, além de ser uma disfunção estética, pode ser uma
disfunção patológica que interfere nas atividade diárias dela.

59
Chegamos ao final da segunda unidade! Agora você já está capacitado(a) para co-
meçar os estudos das técnicas de massagem. Vale registrar, em seu dashboard,um
mapa mental. Para tanto, esquematize o conteúdo com base nos preceitos dados
a seguir, conceituando cada um deles puxando um quadrado para cada conceito.

LIPODISTROFIA LOCALIZADA

FIBRO EDEMA GINÓIDE


FLACIDEZ TISSULAR E MUSCULAR
EDEMA

AVALIAÇÃO FÍSICA
GESTANTES
ANAMNESE

SISTEMAS DO CORPO

TÉCNICAS DE MASSAGEM
MAPA MENTAL

60
1. O termo celulite foi inicialmente utilizado na década de 20, em que era conhecida na comunidade
científica como lipodistrofia localizada que se traduz pelo acúmulo de gordura em uma ou vá-
rias zonas específicas do corpo (KEDE, SABATOVICH,2010). Em relação a essa disfunção estética,
assinale a alternativa correta.
a) Quanto maior a circulação, menor o aumento do tecido adiposo, e quanto menor a circulação,
maior o aumento do tecido adiposo.
b) Os adipócitos dos homens são arredondados, sendo assim, eles possuem uma menor probabi-
lidade de serem acometidos pelo fibro edema geloide.
c) Para um tratamento eficaz de fibro edema geloide devo reduzir fibrose, diminuir edema e dimi-
nuir circulação.

AGORA É COM VOCÊ


d) Na fase Nodular ocorre o aumento da densidade do tecido conjuntivo que se transforma em
fibrose; nesta fase a pessoa sente dor durante a palpação.
e) Distúrbios posturais não são considerados como causas multifatoriais do fibro edema geloide.

2. Durante a gestação, há alterações no corpo da mulher. Está correto o que se afirma em:
I) No primeiro trimestre, as dimensões físicas estão relativamente inalteradas.
II) No segundo trimestre, os órgãos vão sendo empurrados lateralmente, tecido conjuntivo se
esticam e há compressão dos vasos linfáticos.
III) Relaxina é o hormônio que altera a composição do colágeno, ocasionando o afrouxamento da
sínfise púbica e a expansão da pelve para o parto.
IV) No terceiro trimestre, é visível o edema em membros inferiores na maioria das gestantes,
devido às alterações provocadas pela retenção de água.

Assinale a alternativa correta:


a) I e II, apenas.
b) I, II e III, apenas.
c) II e III, apenas,
d) III e IV, apenas.
e) Todas estão corretas.

61
3. Vimos que a flacidez ocorre por vários fatores, mas é importante ressaltar que a pele apresenta
um comportamento viscoelástico (com capacidade de deformar-se frente à pressão exercida
contra o tecido). Quanto à flacidez, marque verdadeiro ou falso.
( ) Existe relação entre a resistência interna do material em relação à carga e seu próprio alonga-
mento.
( ) Na fase elástica, se a carga for retirada, o tecido não retorna à dimensão anterior.
( ) Os músculos ficam flácidos, principalmente pela realização de muito exercícios físicos.
( ) A flacidez da pele é um dos principais sinais do envelhecimento. À medida que envelhecemos,
a produção de colágeno e elastina reduz.
AGORA É COM VOCÊ

( ) Um tecido que apresenta essa resposta quando submetido a forças de tração é classificado
como viscoelástico.
Marque a alternativa com a sequência correta.
a) V,F,V,F e V.
b) V,F,F,V e V.
c) F,V,F,V e V.
d) F,F,V,F e V.
e) V,V,F,V e F.

62
1. A. Um tecido mal oxigenado e sem elasticidade leva a um mau funcionamento do sistema circulatório,
levando a transformações do tecido conjuntivo, aumentando tecido adiposo.

2. E. Todas estão corretas, pois são alterações que ocorrem no corpo da mulher durante a gestação no pri-
meiro, segundo e terceiro trimestre.

3. B. A afirmativas 1, 4 e 5 são verdadeiras, pois existe relação entre a resistência e o alongamento na flacidez;
quando envelhecemos, diminuímos a produção de colágeno e elastina, levando à diminuição da elasticidade
do tecido. E quando o tecido sofre uma pressão e volta ao seu estado normal é considerado viscoelástico.

As Afirmativas 2 e 3 são falsas, pois, na fase elástica, se você retirar a carga, o tecido volta a sua dimensão
anterior. E os músculos ficam tonificados quando realiza exercícios físicos, o exercício físico previne a

CONFIRA SUAS RESPOSTAS


flacidez muscular.

63
BORGES, F. S. Dermato-funcional: modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. São Paulo: Phorte, 2010.

CASSAR, M. P. Manual de Massagem terapêutica. São Paulo: Manole, 2001.

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GUIRRO, E.; GUIRRO, R. Fisioterapia Dermato-Funcional – Fundamentos, Recursos e Patologias. 3. ed.


São Paulo: Manole, 2002.

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Camboriú, 2011.

64
65
MEU ESPAÇO
MEU ESPAÇO

66
3 História e Técnicas
de Massagem
Dra. Lilian Rosana dos Santos Moraes
Me. Susyane Dianin Gozzi

OPORTUNIDADES
DE
APRENDIZAGEM
Nesta unidade você ampliará a sua compreensão sobre as técnicas de
massagens tanto as mais usuais quanto as técnicas complementares. Para
tanto, você ingressará no estudo da clássica massagem relaxante bem como
os aspectos fundamentais que a envolve: ritmo, pressão, direção, tempo de
duração e frequência. Outra técnica muito utilizada, sobretudo conjugada ao
uso de cosméticos específicos, é a massagem modeladora, na qual você
aprenderá os movimentos e o tempo para sua realização. A drenagem linfáti-
ca manual é outra técnica a ser depreendida por você. Dentre as técnicas de
massagens complementares, você estudará a bambuterapia, assim como a
massagem com pedras quentes. Esta unidade é finalizada com a massagem
desportiva, na qual você entenderá os efeitos e os momentos de uso.
UNICESUMAR

Nas unidades anteriores, aprendemos sobre as disfunções estéticas e como o conhecimento do corpo
humano e uma avaliação adequada influenciam na escolha do protocolo de tratamento. Você, aluno(a),
já avaliou Paula, nossa cliente da unidade dois. Verificou suas queixas e suas disfunções, e sabe que ela
apresenta Hidrolipodistrofia Ginóide (Celulite), Lipodristrofia Localizada, Edema em membros infe-
riores e pontos gatilhos na região do trapézio. Nesse ponto, será que técnicas de massagens poderiam
diminuir suas desordens? Qual seria o protocolo de tratamento mais indicado para cada problema?
Como já estudamos, a fibro edema gelóide é uma desordem localizada, que afeta o tecido dérmico e
subcutâneo com alterações vasculares e lipodistrofias. Você também já sabe que edema é um acúmulo
de líquido nos espaços intersticiais e que pontos gatilho são pontos de tensão na musculatura. São essas
as três disfunções que apresentam a nossa cliente, Paula, sendo que estas alterações podem ocorrer
devido a vários fatores, tais como trabalho, estudo e estresse. Nesta unidade, aprenderemos qual(is)
tipo(s) de massagem podemos usar para melhorar a qualidade de vida, diminuir tensão, edema, bem
como a melhora na aparência das tão temidas “celulites”.
Contudo, para montar um protocolo adequado de tratamento para Paula, é necessário conhecer a
importância, a função e os efeitos de cada técnica de massagem no organismo. A competência deste
ciclo é apresentar a você, aluno(a), as técnicas de terapias de massagens que podem ser realizadas no
seu atendimento, conhecendo suas origens, funções, efeitos e aplicação. Vamos lá!
Então, vamos começar experimentando um tipo de massagem: a automassagem nas mãos. Para
fazê-la você pode usar creme hidratante para facilitar o deslize. Agora, comece com uma das mãos
tocando a outra mão. Com o polegar faça movimentos circulares nas palmas das mãos e deslize-o
passando por todos os dedos. Faça esses movimentos por cinco minutos em cada uma das mãos.
Você sentiu como a massagem tem efeitos benéficos no nosso organismo? Descreva, no espaço a
seguir, quais são as sensações obtidas durante e após a massagem. Procure descrever pormenores que
poderiam ser mencionados para a sua cliente numa sessão de massagem, indicando os efeitos benéficos.
DIÁRIO DE BORDO

68
UNIDADE 3

A experiência e os efeitos sentidos com a massagem nas mãos são


resultado de uma das técnicas de Jin Shin Jyutsu. A mão direita
representa o “aqui agora” e a mão esquerda, o “passado”. Ela é usada
para aliviar emoções bloqueadas e atuar em cinco atitudes negativas
específicas: preocupação, medo, raiva, tristeza (pesar) e pretensão
(cobrir, esconder). Assim, ao massagear suavemente cada dedo de
sua mão, você se sentirá melhor porque para cada dedo corre um
canal de energia que é conectado a um órgão do corpo e, portanto,
associado a uma emoção.
A propósito, a palavra massagem tem sua origem do grego masso
que significa literalmente “amassar”. Pode ser definida como a arte
de tocar o corpo, manipulando tecidos moles com intenção de
promover saúde e bem-estar, podendo ser estimulante ou relaxante,
dependendo da velocidade e da pressão de seu toque. Por isso, ela
pode fazer uma pessoa se sentir alerta e pronta para participar de
uma maratona ou relaxada e sonolenta (LIDELL, 2002).
A massagem trabalha com o nosso maior órgão, a pele. Aliás,
podemos dizer que a pele é de fundamental importância na relação
dos seres humanos, pois é responsável pelo sentido do tato, capaci-
tando a classe de animais vertebrados, incluindo nós, humanos, de
se pôr em relação íntima com o meio externo, gerando experiências
únicas e intensas, que se desdobram de modo integral pelo corpo
humano (MONTAGU, 1988).
Ao longo de milhares de anos, as pessoas vêm usando a mas-
sagem para comunicação, alívio de dor e/ou desconforto, cura,
proteção ou melhora da saúde em geral. Mencionada pela primeira
vez há cerca de 3000 a.C., utilizada de forma intuitiva e para afastar
demônios, na Grécia antiga, há 750 a.C., o Pai da Medicina, Hipó-
crates, que rejeitava a teoria de saúde e medicina como obra de
magia e deuses, dizia que a massagem iria promover saúde, ajustar
as tensões articulares, relaxar e desenvolver os músculos.
Na Roma antiga, 750 a.C., Cornélio (25 a.C. – 57 d.C.) escreveu
uma série de 8 textos, chamados “De Medicina”, no qual ele fazia
indicações de aplicação de massagens em tratamentos de para-
lisias, fraquezas, tensão corporal, dores de cabeça e de estômago,
cólica menstrual, febres, resfriados, espasmos, asma, tosse, úlcera
e cicatrização

69
UNICESUMAR

Na Idade Média, na Europa, o clero assumiu o controle por um determinado período e, durante
a gestão da Igreja Católica, a massagem foi considerada bruxaria. Diante do ocorrido, a massagem
só voltou a ser realizada no Iluminismo, tendo como seu precursor o médico sueco Per Henrik Ling
(1776 – 1839), que desenvolveu um movimento que era uma forma de tratamento que combinava
massagem e exercícios, que ficou conhecida, posteriormente, como massagem sueca, considerada a
forma clássica das massagens (PEREIRA, 2018).
Em 1813, Ling, o pai da massagem, fundou, em Estocolmo, a primeira escola para massagistas, sendo
reconhecida no mundo como uma ótima proposta para o bem-estar (DE DOMENICO; WOOD, 1998).
No século XIX, técnicas específicas de massagem e manipulação corporal foram criadas, promovidas
e divulgadas na Europa e nos EUA. Após o desenvolvimento dos movimentos suecos, houve pessoas
que promoveram especificamente o campo da massoterapia, como Johan Georg Mezger, na Holanda.
Este foi o primeiro a identificar os toques clássicos da massagem e diferenciá-los da ginástica e dos
movimentos suecos.
Emil Kleen, um médico sueco, estudou os efeitos do deslizamento, da fricção, do amassamento e da
vibração sobre a circulação sanguínea e o fluxo linfático. Salientou a importância dos conhecimentos
de anatomia e fisiologia, das habilidades de palpação, das técnicas manuais e do uso de instrumentos
mecânicos como auxiliares em algumas situações.
A massagem foi legitimada em 1894 (Grã-Bretanha), quando oito mulheres fundaram a Sociedade de
massagistas diplomadas (Society of Trained Masseuses), na qual os membros, para serem considerados
massagistas, tinham que preencher requisitos acadêmicos, examinados por uma banca. Sobretudo, foi no
século XX que a massagem começou a ter uma base mais sólida, sendo considerada pela comunidade médica.
Nos dias atuais, você encontrará várias técnicas de massagem, sendo indicada para vários tipos de
disfunções; vamos aprender sobre elas começando pela massagem clássica.
A massagem clássica relaxante é a compressão do corpo ou parte dele por meio do toque, com o
intuito terapêutico, realizada com as mãos ou com auxílio de objetos, visando à mobilização dos tecidos
corporais, a fim de proporcionar maior conforto e bem-estar (LACRIMANTI, 2008).

Figura 1 - Massagem clássica

70
UNIDADE 3

Nesse sentido, a massagem é uma experiência sensível que consiste na arte do toque e na forma como
essa habilidade pode explorar o corpo humano de forma integral, realizada de maneira complexa
e agradável. É uma prática que requer consciência do que se está tocando, sendo usadas manobras
que variam em sutileza e diversas técnicas que são desenvolvidas e aprimoradas ao longo do tempo
(BRAUNSTEIN; BRAZ; PIVETTA, 2011).
Devido a isso, existem várias formas de toque para atingir um resultado específico e todos atuam
sobre a pele, estimulando o Sistema Nervoso Central (SNC), influenciando os diferentes sistemas do
organismo a trabalharem de modo harmônico, causando efeitos denominados de mecânicos, fisioló-
gicos e psicológicos (BRAUN; SIMONSON, 2007).
Os efeitos mecânicos levam à estimulação mecânica dos tecidos por meio de pressão e estiramento
(BRAUNE; SIMONSON, 2007), provocam o movimento linfa, sangue, secreções pulmonares, conteúdo
intestinal, conteúdo de hematomas e a mobilização das fibras musculares, tendões, pele, tecido sub-
cutâneo, fáscias e aderências. Os efeitos mecânicos dão origem aos efeitos fisiológicos na circulação
sanguínea e linfática:
• Aumento do aporte circulatório sanguíneo.
• Melhora da oxigenação e nutrição celular.
• Remoção de metabólitos da dor.
• Aumento do número de hemoglobinas e eritrócitos.
• Melhora do transporte linfático.

Com a melhora da circulação sanguínea e linfática, ocorre


Figura 2 - Circulação efeitos terapêuticos, como analgesia e diminuição do ede-
sanguínea e linfática
ma. Trata-se de um dos principais efeitos da massagem nos
músculos, pois aumenta a circulação local, ocorrendo um
aumento das atividades químicas das células musculares,
levando a produção de calor dos músculos (CASSAR,
2001).
No Sistema Nervoso, o toque sustentado por 10 a
15 minutos e a massagem ativam a resposta de rela-
xamento do SNP (sistema nervoso parassimpá-
tico), acalmando o sistema nervoso, alterando
os níveis sanguíneos de várias substâncias
neuroquímicas e hormônios relacionados à
dor, como o aumento do nível de dopamina,
endorfinas, encefalinas, ocitocinas, seroto-
nina e a redução do nível de cortisol e de
substância P.
O efeito acumulado de relaxamento, que
se origina nos músculos e estende-se para
o indivíduo como um todo, cria uma mu-
dança no estado emocional do paciente.

71
UNICESUMAR

Uma transformação primária é a substituição de sentimentos internos, como tensão e ansiedade por
calma e tranquilidade.
Todos esses efeitos juntos levam a efeitos terapêuticos, como a promoção da analgesia, relaxamento
muscular, relaxamento mental, diminuição de edema, promoção de sensação de bem-estar e regulador
do sono.

Melhora a qualidade
do sono
Alivia dores Melhora a
musculares circulação

Acelera
a cicatrização Estimula o
de lesões nos movimento
tecidos moles líquido linfático

Reduz a tensão Melhora mobilidade


muscular articular

Aumenta a função Alivia o estresse


imunológica
Melhora a
atenção mental
Figura 3 - Benefícios da massagem terapêutica

É importante lembrar que cada paciente é diferente e responde de forma distinta ao tratamento, por
isso é necessário um plano terapêutico, determinando quantas massagens cada caso clínico precisará,
para que melhore. Para realizar a massagem, devemos levar em conta alguns componentes que são
importantes para realizar uma técnica bem-sucedida (BRAUN; SIMONSON, 2007).

72
UNIDADE 3

Esses componentes citados são a direção da massagem, a duração da execução por área tratada, a
pressão das mãos ou do objeto que for usado sobre a superfície, velocidade, ritmo e a ambientalização.
Vamos ver cada um deles?
• Direção: centrífuga (que afasta do centro), afastando-se do coração, direção do fluxo arterial.
Centrípeta (centro), direção do coração, fluxo venoso e linfático, de fora para dentro.
• Duração: qualquer técnica de massagem depende do tamanho da área tratada– em média o
tempo de duração é de 60 minutos, não ultrapassando 90 minutos.
• Pressão: sempre se inicia com uma pressão leve e vai aumentando gradativamente, a pressão é
de acordo com o paciente. Nunca utilizar uma pressão tão intensa a ponto de causar lesão nos
vasos sanguíneos e linfáticos superficiais.
• Velocidade e ritmo: em termos gerais, os movimentos que são efetuados lentamente tendem
a ser mais relaxantes, enquanto os movimentos rápidos são mais estimulantes. Lento tem como
objetivo o relaxamento, médio estimula a circulação na área em questão e rápido quando se
deseja aquecer os músculos.
• Ambientalização: é muito importante a realização da massagem em um ambiente adequado,
levando em consideração: sensação de conforto, segurança e higiene. Estímulos visuais, audi-
tivos, olfativos e táteis – iluminação, cheiros (higiene diária dos dentes, cabelos e corpo), sons,
tecidos, temperatura, decoração. Privacidade (não trancar a porta). Cuidados com a limpeza
na sala, lixos e mesa.
Bem, agora que já vimos os componentes da massagem, convido você a observar as seguintes
orientações para a massagem relaxante:
1. Ritmo: as manobras devem obedecer sempre a um padrão rítmico, isto é, ser lento, médio ou
rápido.
2. Pressão: inicia-se leve, aumentando gradativamente, até uma pressão moderada- a gosto do
paciente.
3. Direção: centrípeta.
4. Tempo de duração: 50 a 60 minutos (corporal); 10 a 15 minutos (facial).
5. Frequência: média 2 vezes na semana.

Além dos componentes da massagem, há outros pormenores a serem levados em conta. Para começar,
o posicionamento do terapeuta é importante para a realização adequada da massagem. Os pés devem
estar em contato com o chão para que o equilíbrio seja mantido. Outro aspecto é a altura da mesa
terapêutica que deve ser tal que o terapeuta possa atingir a parte do corpo em questão, ao mesmo
tempo em que mantém suas costas eretas, sendo importante um equipamento devidamente instalado
e seguro. O equipamento é projetado para que o paciente se sinta confortável e relaxado e, ao mesmo
tempo, dê para o terapeuta acesso ao corpo do paciente, pode ser utilizado maca, cadeiras ou colcho-
netes (BRAUN; SIMONSON, 2007).

73
UNICESUMAR

Figura 4 - Ambiente para realização da massagem

As reações das técnicas de massagens e o trabalho corporal variam de um paciente para o outro. En-
quanto uma pessoa apresenta uma resposta positiva em um curto período de tempo, outro paciente,
nas mesmas condições, talvez necessite de um tratamento muito mais longo. A diferença é inevitável
e deve ser encarada como natural (BRAUN; SIMONSON, 2007).
Agora, vamos ver o passo a passo de uma massagem clássica:

1. Deslizamento: o termo vem do francês effleurer, que significa “deslizar”, é usado no começo
de todas as rotinas de massagem, propiciando o contato inicial com o paciente.
2. Compressão: o movimento de compressão visa comprimir os tecidos moles utilizando as
mãos, dedos e outras regiões do corpo, como o cotovelo.
Os tecidos podem ser pressionados contra o osso subjacente ou manualmente entre si.
3. Amassamento: movimento mais profundo do que o deslizamento, com pressões intermitentes,
levantar tecidos, “agarrar, levantar e amassar” tela subcutânea, fáscias e músculos, faz uso de
pouco Lubrificante – apreensão tecidual. Dedos juntos para escavar os tecidos juntamente com
a base do polegar – agarra, comprime e solta.
4. Percussão: palavra oriunda do francês tapotement, que significa “pancadinhas leves”. É um
movimento rítmico rápido que, geralmente, utiliza ambas as mãos como em uma batida rápi-
da de tambor. Os movimentos de percussão são realizados apenas nas áreas com mais tecido
muscular, nunca nas áreas predominantemente ósseas.
5. Fricção: fricção ou “massagem do tecido conjuntivo” é um movimento de pressão penetrante
feito direta e profundamente em um local de tensão muscular. Formalizado por James Cyriax,
previne e dissolve aderências locais no tecido conectivo– essa técnica constitui uma excelente
forma de localizar e “dissolver” os nódulos.
6. Vibração: é uma manobra que envolve movimentos vibratórios das mãos. As vibrações podem
percorrer o corpo, afetando deste a superfície cutânea até os órgãos mais profundos. A pressão
é pequena e aplicada muito rapidamente, para criar movimentos de vibração fina.

74
UNIDADE 3

Veja, a seguir, quais são as indicações e as contraindicações para o uso da massagem relaxante,
segundo Cassar (2001):
Quadro 1 - Indicações e contraindicações para a massagem relaxante

Principais indicações Contraindicação

• Ansiedade
• Estresse
• Neoplasias
• Cansaço
• Infecções
• Dores musculares
• Febre
• Musculatura tensa
• Lesões cutâneas e musculares
• Insônia
• Trombose
• Edema
• Insuficiência cardíaca e renal não compensada
• Constipação
• Cefaleia de tensão

Fonte: a autora.

Outra técnica de massagem é a modeladora que, através de movimentos rápidos e vigorosos, visa tra-
balhar de forma regiões do corpo com intuito de reduzir medidas e melhorar a fibro edema gelóide
(celulite) (RIBEIRO, 2010). Portanto, trata-se de um conjunto de manipulações realizadas no corpo e/
ou face, visando o embelezamento e melhora da estética por meio da estimulação dos músculos e da
facilitação da penetração de princípios ativos na pele.

Figura 5 - Massagem modeladora

75
UNICESUMAR

Realizada com uso de cosméticos específicos que auxiliam na redução da celulite e gordura localiza-
da, fazendo uma mobilização do tecido adiposo, que leva a uma melhor distribuição dele, tornando
o tecido mais uniforme. Existem várias informações de que a massagem modeladora faz a quebra da
gordura levando à lipólise, mas não existe comprovação científica. Tem como seu principal efeito o
toque realizado de modo rápido, desritmado e profundo, estimulando o fuso muscular, este estímulo
muscular melhora da tonicidade muscular (BORGES, 2006).
Os efeitos fisiológicos na pele ajudam na renovação da camada epitelial superficial, ficando os orifí-
cios das glândulas sebáceas e sudoríparas mais permeáveis. Ocorre também a liberação de histaminas,
fazendo com que ocorra a hiperemia e aumento da temperatura da pele local de 1 a 3 graus centígrados.
Sabe-se que a massagem não tem efeito direto sobre o tecido adiposo. O que ocorre é uma melhor
distribuição deste tecido, uma reorganização destas células, promovendo uma melhor troca de substân-
cias e eliminação de catabólitos. Devido à melhora do metabolismo local através da contração reflexa
das fibras musculares lisas dos vasos, leva a uma dilatação capilar através da fricção, melhorando a
contratilidade e a tonicidade muscular (KEDE; SABATOVICH, 2004).
Já sabemos que cada técnica de massagem tem suas características próprias, mas que todas devem
obedecer aos compostos de uma massagem. Pelo fato de ser uma massagem vigorosa, a técnica mo-
deladora estimula o sistema nervoso central (levando a melhora da tonicidade muscular). Por isso,
a direção na massagem modeladora deve ser no sentido da circulação venosa (de baixo para cima),
seguindo o sentido das fibras musculares.
Em termos de pressão, deve ser com uma força exercida sobre o paciente, que vai depender do seu estado
e das suas características estruturais, pois nunca devemos começar com uma pressão brusca, iniciamos com
uma pressão menor, para verificar a percepção do paciente/cliente e ir aumentando gradualmente.
Quando falamos da velocidade e do ritmo na massagem modeladora, as mano-
bras realizadas de modo lento produzem efeito calmante, analgésico e
drenante, já as manobras rápidas (no caso da massagem mo-
deladora) produzem efeito estimulante muscular, circu-
latório geral e desintoxicante.
Outro item que temos para associar as técnicas
de massagens são os produtos, como cosméticos,
cosmecêuticos, óleos vegetais e óleos essenciais.
Associar a utilização de cosméticos de acordo
com a necessidade de cada paciente traz grandes
benefícios.
A duração da massagem, deve-se levar em conta
pelo estado geral da paciente. Geralmente, leva-se
em torno de 45 minutos a uma hora.
A frequência da massagem deve ser realizada,
no mínimo, 2 vezes por semana e, no máximo, 3
vezes na semana. Com pelo menos 20 sessões para
um resultado satisfatório.

76
UNIDADE 3

A massagem modeladora apresenta algumas características


próprias, como movimentos rápidos, desritmados, profundos e no
sentido da fibra muscular.
O deslizamento superficial é a manobra que consiste, geralmente,
no primeiro tempo da massagem, podendo também constituir a
finalização. São executados com a palma da mão paralelamente à
superfície da pele com uma pressão leve acompanhando o sentido
da fibra muscular. O deslizamento profundo é realizado do mesmo
modo que a manobra citada, porém com uma maior pressão.
A compressão (fricção ou pata de ganso) consiste em apertar e
voltar várias vezes ao tecido com ambas as mãos. Ajuda a acelerar
a circulação venosa e linfática, ajudando na eliminação de resíduos
tóxicos. Não deverá ser feito com violência, caso seja feito de modo
lento, ajudará a distender os tecidos contraídos, amolecendo os te-
cidos adjacentes, levando ao relaxamento. Caso seja feito de modo
rápido, ajudará na tonificação e estimulação da musculatura.

Figura 6 - Movimento compressão

77
UNICESUMAR

Os movimentos em leque são realizados com uma ou ambas as mãos ao mesmo tempo, que vai do
dedo mínimo para o indicador, que têm por objetivo estimular a circulação. O tapping são movimentos
rápidos realizados com pequenos "tapinhas", ajuda na estimulação da tonificação dos músculos.
Outros movimentos, como percussões (pinçamento), são rápidos em pinça, realizado com a pon-
ta dos dedos, provocando uma hiperemia local, melhorando a nutrição dos tecidos. Compressão e
descompressão (bombeamento) são realizadas no sentido do músculo, este movimento realiza uma
compressão e, em seguida, uma descompressão com o próprio nome já diz. Favorece o esvaziamento
dos vasos, drenando o líquido intersticial e seu “enxugamento”.
As manobras peristálticas são movimentos realizados sobre o abdômen, sendo feito no sentido
horário, respeitando e estimulando a peristalse visceral. Não existe um tempo determinado para cada
manobra, você pode criar a quantidade em média de cinco a 15 vezes (para não ocorrer o fator aco-
modação). O “termômetro” da massagem será dito pela hiperemia na pele.
Quadro 2 - Indicações e contraindicações da massagem modeladora
Indicação Contraindicações
Doenças vasculares
Algias musculares e ósseas (fibromialgia)
Furúnculos
Modelagem corporal Úlceras ou feridas na pele
Melhora da circulação sanguínea Câncer
Melhorar nutrição tecidual Estados inflamatórios
Melhorar permeação de cosméticos Lesões traumáticas ósseas e musculares recentes
Redução de medidas Cirurgia plástica recente
Melhora do aspecto da pele Blefaroplastia (3 meses após)
Melhora do quadro da FEG Botox
Restilane (preenchimento-gordura, pois reabsorve e perde o
implante)
Acne (deve ser feito o tratamento adequado antes)
Fonte: a autora.

Outra técnica de massagem muito utilizada é a drenagem linfática manual. Esta diferencia-se dos outros
métodos, especialmente da massagem clássica, por não produzir vasodilatação arteriolar superficial
(hiperemia) e por utilizar pressões manuais extremamente suaves (de até 30 a 40 mmHg) e lentas (em
média de 12 vezes por minuto).
Etimologicamente, a palavra massagem vem do grego massien, que traduz a ação de esfregar, fric-
cionar e roçar (TACANI; CERVERA, 2004). A drenagem é originada do germânico draug, que gerou os
termos do inglês antigo (anglo-saxão) drough e dry, e pertence ao léxico da hidrologia, consistindo em
evacuar um pântano do excesso de água por meio de canaletas que desembocam em um coletor maior,
desembocando este, por sua vez, em um poço ou curso de água (GODOY; BELCZAK; GODOY, 2005).

78
UNIDADE 3

A drenagem linfática manual é uma técnica de massagem específica que segue o trajeto do sistema
linfático com o objetivo de drenar o excesso de líquido do interstício celular, restaurando o equilíbrio
e a capacidade de transporte do sistema linfático (GODOY, J.; GODOY, M., 1999). Tem como objetivo
drenar o excesso de líquido intersticial e auxiliar na evacuação dos dejetos gerados pelo metabolismo;
devido a isso, mantém o equilíbrio hídrico dos espaços intersticiais das células (LEDUC, A.; LEDUC,
O., 2000). A técnica utiliza manobras superficiais, feitas em ritmo contínuo e lento para que a linfa seja
carreada gradativa e suavemente (EMRICH, 2013).
As primeiras descrições foram em 1930, por Emil Vodder Estrid; em 1936, a DLM (drenagem linfática
manual) é apresentada em um congresso de Paris. Grupo de pesquisadores especialistas em linfolo-
gia começaram a estudar os efeitos da técnica em um nível muito mais científico que o desenvolvido
por Vodder, trazendo provas da eficácia da DLM. Em 1960, começou a ser utilizada para prevenção
e tratamento de algumas complicações de cirurgia palpebral; em 1970, com Albert Leduc, a DLM foi
aperfeiçoada por meio de investigações em animais e no ser humano (NETO; BELCZAK, 2009).
Podemos verificar diferentes métodos de drenagem linfática. Apesar da existência de versões adap-
tadas e evoluídas da drenagem linfática manual, aprimoradas por diferentes escolas científicas ao longo
da história, conforme achados e pesquisas experimentais de anatomia, fisiologia e fisiopatologia do
sistema linfático, todas estas versões seguem os mesmos parâmetros técnicos, ou seja, não há diferença
técnica de drenagem linfática manual terapêutica e estética. Segundo Guirro E. e Guirro R. (2002), a
drenagem linfática manual que mais vemos é representada por duas técnicas: a de Leduc e a de Vodder.
As duas são baseadas no trajeto do sistema linfático, associado a três categorias de manobras: a cap-
tação realizada no segmento edemaciado, em que haverá aumento da captação de linfa pelos capilares
linfáticos; reabsorção onde as manobras se dão nos pré-coletores e coletores linfáticos responsáveis
pelo transporte da linfa; e a evacuação, que ocorrerá nos linfonodos, provocando escoamento de linfa
proveniente dos coletores linfáticos.

Profissionais não qualificados, aproveitando-se da popularidade das técnicas de drenagem


linfática, têm seduzido um público cada vez maior com falsas promessas de emagrecimento,
realizando manobras extremamente vigorosas, provocando dores intensas, hematomas e
equimoses (PERES, 2008).

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UNICESUMAR

Para a realização da técnica de drenagem linfática, é importante o conhecimento sobre a anatomia e


fisiologia do sistema linfático, para que ela possa ser realizada de modo correto e adequado, evitando
danos às estruturas do organismo (BORGES, 2006).
A drenagem linfática é composta por: ritmo, pressão, direção, posicionamento, frequência, vesti-
menta e ambiente. Leia cada um desses pormenores a seguir.
Ritmo: pode ser ritmada e lenta, uma manobra a cada três segundos – frequência diferente para
estimular e aumentar o ritmo do linfático. Uma contração a cada 6 a 10 segundos, ducto torácico 7 a
11 vezes/minuto, em comparação ao batimento cardíaco, é extremamente lento.
Pressão: drenagem superficial, drenagem profunda. A mais importante é a superficial, pois, na maioria
dos casos, os edemas são superficiais. A contração muscular quase não interfere no linfangion superficial.
Direção: direção do transporte linfático fisiológico é sentido do linfonodo proximal (ao coração
centrípeta).
Posicionamento: paciente – confortável, favorecendo a drenagem funcional, sem pressionar os
linfonodos, travesseiros, rolinho, triângulo e toalhas. Terapeuta confortável, acesso ao corpo do paciente
de forma que facilite o movimento adequado.
Frequência: depende do caso clínico – média 2 vezes na semana.
Auxílios: pode usar lubrificantes, bambus, pedras, toalhas e conchas.
Ambiente: cuidados visuais, auditivos, olfativos e táteis.
Inicia-se a técnica com a paciente em DD (decúbito dorsal), MMII (membros inferiores) com uma
leve inclinação. Estimulando a respiração diafragmática, drenar linfonodos, iniciando a sequência de
manobras de drenagem com deslizamento. As manobras (1,2,3) sempre irão iniciar na região proximal
do linfonodo (Proximal para distal).

REALIDADE
AUMENTADA

Localização dos Figura 7 - Localização dos linfonodos e direção das manobras


linfonodos no corpo

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UNIDADE 3

As pressões excessivas são capazes de lesar os capilares linfáticos por estes serem muito frágeis, as
manobras jamais devem produzir dor e eritema. Por isso, devem ser sempre leves, superficiais, lentas,
pausadas e repetitivas, drenando apenas o líquido intersticial dos tecidos mais superficiais do corpo,
empurram tangencialmente a pele até o seu limite elástico, sem que haja deslizamento ou fricção sobre
ela.
Inicia-se sempre com a “evacuação” ou “desbloqueio” das regiões proximais comprometidas por
meio da manobra de bombeamento, indo para regiões comprometidas mediante estímulos manuais,
aumentando a motricidade do linfangion e, consequentemente, o fluxo linfático (HERPERTZ, 2006).

Indico este livro para você se aperfeiçoar e aprender como funciona


uma das técnicas de drenagem mais usada, a de Leduc. Sabemos que
o sistema linfático contribui para a drenagem do organismo. Em caso
de disfunção e formação de edema, a drenagem linfática manual é
uma das técnicas utilizadas para favorecer a circulação de retorno.
Para acessar, use seu leitor de QR Code.

Esses movimentos indicados na drenagem linfática manual têm como objetivo mobilizar líquido in-
tersticial, aumentar ativação do linfangion e aumentar motricidade dos vasos linfáticos. Influenciando
diretamente nas respostas imunes, no aumento de até 5 vezes do volume circulante de linfa (o aumento
da quantidade de linfa processada nos linfonodos), estimula a musculatura lisa dos vasos sanguíneos e
linfáticos, melhora da motricidade do intestino, atua no sistema nervoso autônomo – parassimpático e
influencia indiretamente no aumento da quantidade de líquido excretado, melhora da nutrição celular,
melhora da oxigenação dos tecidos, desintoxicação dos tecidos intersticiais e na constante renovação
do líquido intersticial (pobre em nutriente e ricos em toxinas) (BORGES, 2010).
Para sistematizar os movimentos a serem realizados na drenagem linfática, leia o quadro a seguir:

Quadro 3 - Manobras da drenagem linfática manual

Deslizamento (duas mãos juntas - proximal, medial e distal)


Deslizamento alternado (uma mão depois a outra, espera as duas mãos se encontrarem para drenar
os linfonodos proximal, medial e distal)
Círculos (proximal, medial, distal)
Onda
Sincronizado (anterior – lateral externa - lateral interno)
Rolinho
Pata de ganso (apenas em pequenas áreas)
Chamada
Bracelete
Bombeamento

Fonte: a autora.

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UNICESUMAR

Devido aos seus objetivos, a dre-


nagem linfática é indicada para:
edemas e linfedemas, celulite,
pós-cirurgia plástica, obesidade
e mastodinia (BORGES, 2010).
Tem como contraindicações:
tumores malignos, tuberculose
– Bacilo Koch – pode voltar a
atividade infecções agudas, dis-
seminar pelo organismo, insufi-
ciência renal, trombose venosa,
risco de embolia e afecções de
pele (BORGES, 2006).
Figura 8 - Deslizamento com duas mãos
Estudadas as técnicas de
massagem mais utilizadas, pas-
samos para as técnicas de massagens complementares. Iniciamos por bambuterapia, uma técnica criada
na França, por Gil Amsallem, em 2003, é assim chamada porque utiliza o bambu como ferramenta para
sua realização. Segundo Calvi, Rodrigues e Gelsi (2009), a vara de bambu age como se fosse a extensão
dos dedos, possibilitando alcançar todas as regiões corporais e faciais.

Figura 9 - Massagem com bambu

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UNIDADE 3

A massagem com bambu pode ser associada à drenagem linfática,


modeladora, shiatsu, reflexologia e massagem relaxante, tendo como
objetivo melhorar a circulação linfática, sanguínea e energética,
proporcionando relaxamento muscular, aliviando tensões do dia a
dia e modela o corpo, podendo levar a um lifiting facial.

Figura 10 - Modeladora com bambu

Você sabia que após usado os bambus, estes devem ser reenergiza-
dos? Como fazer isso? Ele pode ser enterrado por três horas, deixar
o bambu exposto ao sol ou expor à luz da lua. Para a realização das
terapias com bambu, é utilizado varas com tamanho e diâmetro
diferentes. Com auxílio das pontas do bambu, pode-se estimular
pontos energéticos, zonas reflexas como também reequilibrar os
chakras.
Quadro 4 - Indicações da massagem modeladora com bambu
Indicações
Relaxamento muscular
Dores
Estresse
Ansiedade
Fonte: a autora.

Outra modalidade é a massagem com pedras quentes, em que estas


também podem ser frias e são utilizadas para massagear. As mano-
bras utilizadas nesta técnica têm origem da massagem sueca, shiatsu,
ayurveda, mais sempre com princípios da medicina oriental, que usa a
termoterapia para tratar (AUAD, 2007). Faz uso de pedras vulcânicas,
plutônicas e sedimentares que trazem uma herança energética de mi-
lhões de anos, os tamanhos são escolhidos de acordo com o local da
aplicação, e as que têm o melhor encaixe no corpo.

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UNICESUMAR

Figura 11 - Massagem com pedras quentes

A massagem com pedras quentes é muito usada na China com a finalidade de aliviar o cansaço, utilizada
desde a Dinastia Shang (2000-1500 a.C.), os índios utilizavam pedras em seus rituais de cura, elas eram
cuidadosamente selecionadas. Na Rússia, as pessoas usam as pedras quentes durante o banho para
se massagear. Acredita-se muito que as pedras carregam lembranças de todo os eventos do planeta.
Quando entramos em contato com as pedras, temos a capacidade de equilibrar as nossas energias, já
que estamos sendo embalados pelas energias da terra (AUAD, 2007).

Quadro 5 - Efeitos fisiológicos e ação terapêutica da massagem com pedras quentes

Efeitos Fisiológicos Ação terapêutica

Equilíbrio do corpo e da mente


Estimula a perda de peso, auxilia no tratamento da perda de
Equilíbrio energético
peso
Alívio das dores, stress e fadiga
Melhora as funções orgânicas
Melhora a circulação sanguínea
Recupera a energia
Melhora a oxigenação dos músculos
Elimina o stress
Relaxamento sedativo
Harmonização corpo - mente - espírito
Diminui inflamação
Equilibra o sistema nervoso
Regeneração celular

Fonte: a autora.

84
UNIDADE 3

Ainda, é possível fazer uso de pedras brasileiras, como pedras vulcânicas, com o objetivo do equilíbrio
físico, mental e emocional. Quando falamos de massagens com pedras, estamos falando das pedras
propriamente ditas, os cristais e as rochas, sendo escolhidas de acordo com a indicação de cada caso
(AUAD, 2007). As pedras mais indicadas para massagem são: ágata, calcedônia, feldspato, basalto,
amigdaloide e pedras plutônicas.

Figura 12 - Uso das pedras na massagem

As pedras devem ser lavadas em água corrente com sabão e colocadas em água aquecida a 37-40 °C,
quanto a pedra estiver muito quente, realizar movimentos mais rápidos, não deixar parar sobre a pele. É
importante explicar o procedimento para os clientes, utilizar um produto para a pedra deslizar melhor,
cuidar para não passar a pedra sobre protuberâncias ósseas (PEREIRA, 2018).

Quadro 6 - Indicações e contraindicações da massagem com pedras quentes

Indicações Contraindicações

Alterações ósteo articulares Fraturas


Fadiga física e mental Osteoporose avançada
Problemas musculares Tumores
Distúrbio do sistema nervoso Alterações vasculares
Estresse, depressão e insônia Alterações de sensibilidade
Tratamentos estético corporais e faciais Menores de oito anos e maiores de oitenta anos

Fonte: a autora.

85
UNICESUMAR

Outro tipo de massagem é a desportiva, com uma grande eficácia no campo dos esportes, sendo bem
aceita pela maioria dos atletas. As formas de trabalhar a fadiga e a rigidez muscular no campo dos es-
portes são os mesmos que em qualquer outra situação, sendo essencial que o terapeuta compreenda os
estados que os músculos ficam durante o treinamento e em outras ocasiões. Por essa razão, é essencial
que os objetivos da massagem esportiva sejam bem definidos, durante os períodos de treinamento e
entre eventos esportivos, a massagem é indicada para manter um desempenho muscular ideal, por isso
é muito importante o conhecimento da musculatura e dos movimentos que o atleta usa com maior
frequência em determinado esporte (CASSAR, 2001).
Com isso, podemos dizer que a massagem esportiva é muito importante para: flexibilidade, recu-
peração de fadiga muscular e melhora do desempenho. Veja outras indicações no Quadro 7:
Quadro 7 - Indicações para massagem desportiva

Indicações
Redução da dor muscular
Alívio de espasmos musculares
Redução do período de recuperação
Melhora da propriocepção e da consciência corporal para a coordenação
Restauração do comprimento normal dos músculos em repouso
Rompimento de restrições fasciais
Aumento da ADM
Melhora da circulação sanguínea e linfática

Fonte: a autora.

A massagem desportiva pode ser feita em três momentos: antes e depois de uma competição, assim
como para restaurar o corpo. Veja os detalhes e indicações de como fazer cada uma a seguir:
a) Massagem pré-competição
• Dois dias antes e também no dia da competição.
• Duração: 15 a 20 minutos.
• Local às vezes inadequado (temperatura, autofalantes, barulho de torcidas...).
• Maca, atleta com vestimenta.
• Objetivos: aumentar circulação, aquecer os tecidos, reduzir tensão muscular, melhorar flexibi-
lidade, melhorar a ADM, reduzir a ansiedade e melhorar a concentração.
b) Massagem pós-competição
• Indicada até 6 horas depois do desempenho atlético.
• Duração: 15 a 20 minutos.
• Objetivos: estimular a circulação, reduzir tensão, restaurar flexibilidade, aliviar cãibras (se hou-
ver), diminuir débito de oxigênio e ácido lático.
c) Massagem restauradora
• Entre 6 a 72 horas após o desempenho atlético.
• Duração: 30 a 60 minutos.
• Objetivos: estimular a circulação e restaurar o comprimento de repouso do músculo, alongar
os músculos especificamente ativos durante o evento.

86
UNIDADE 3

Na sua vida profissional, você vai se deparar com profissionais


aplicando técnicas de drenagem de forma errada, levando a dor e
não conseguindo o resultado esperado com a técnica. Drenagem
não é massagem modeladora, ela não machuca, não causa hipe-
remia e nem hematoma. Por isso é muito importante saber qual a
pressão da mão adequada na técnica, a velocidade do movimento,
sendo importante a prática da técnica. Prática leva você ao melhor
aperfeiçoamento da técnica, levando a confiança e, assim, conse-
guindo realizar a técnica de forma correta e alcançando o resultado
esperado.

Agora, aluno(a), você já conhece as técnicas de massagem, suas


indicações e funções, sabe que podemos usar mais de uma técnica
em uma mesma sessão de terapia manual, em que podemos tratar
mais de uma disfunção. O que temos que ter sempre em mente e
a realização adequada de cada técnica, algumas têm as mesmas
manobras, mas a pressão das mãos na realização da técnica é dife-
rente, por isso a importância do conhecimento fisiológico de cada
técnica para assim saber aplicá-la de forma correta. Vamos lembrar
da Paula, paciente com celulite, gordura localizada e inchaço – será
que podemos indicar para ela sessões de drenagem linfática? Sim,
pois a drenagem vai ajudar na diminuição do inchaço e, conse-
quentemente, no descongestionando da região que Paula apresenta
a celulite, pois nessa região ocorre acúmulo de líquido. Ao final da
técnica, podemos fazer uma massagem terapêutica em região de
trapézio para aliviar a tensão.

87
Chegamos ao final do terceiro ciclo, agora você já está capacitado para conseguir
traçar um protocolo de tratamento para sua cliente, a Paula. É importante registrar,
em seu dashboard, um mapa mental/empatia. Com bases nos preceitos dados a
seguir, você poderá refletir, compreender e fixar melhor seus estudos.

Paula Gordura localizada

Celulite
Exame físico
AVALIAÇÃO
Inchaço MMII
Sistemas do corpo

Anamnese ? Ponto de gatilho

Técnicas de massagem
MAPA MENTAL

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1. Na massagem, há várias formas de toque para atingir um resultado específico. O toque atuando
sobre a pele estimula o SNC e influencia os diferentes sistemas do organismo a trabalharem
de modo harmônico, causando efeitos denominados de mecânicos, fisiológicos e psicológicos
(BRAUN; SIMONSON, 2007). Considerando os efeitos da massagem, análise as asserções a seguir.
I) Estimulação mecânica leva ao movimento: linfa, sangue, secreções, conteúdo de hematomas;
e a mobilização: fibras musculares, tendões, pele, tecido subcutâneo, fáscias, aderências.
II) Podemos dizer que a estimulação mecânica leva a efeitos fisiológicos na circulação sanguínea
e linfática.
a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.

AGORA É COM VOCÊ


b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.
c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
e) As asserções I e II são proposições falsas.

2. Para realizar uma massagem, há alguns pontos que temos que levar em conta, para realizar a
técnica com sucesso. Análise as afirmativas.
I) Duração: qualquer técnica de massagem depende do tamanho da área tratada, não pode
ultrapassar 30 min.
II) Pressão: sempre se inicia com uma pressão leve e vai aumentando gradativamente, quanto
mais pressão, melhor o efeito.
III) Velocidade e ritmo: em termos gerais, os movimentos que são efetuados lentamente tendem
a ser mais relaxantes, enquanto os movimentos rápidos são mais estimulantes.
IV) Ambientalização: é muito importante a realização da massagem em um ambiente adequado.

Assinale a alternativa correta.


a) I e II, apenas.
b) II e III, apenas.
c) I e III, apenas.
d) III e IV, apenas.
e) II e IV, apenas.

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3. A drenagem é uma técnica que se diferencia de outros métodos de massagem, especialmente
da massagem clássica, por não produzir vasodilatação arteriolar superficial (hiperemia) e por
utilizar pressões manuais extremamente suaves (de até 30 a 40 mmHg) e lentas (em média de
12 vezes por minuto) (TACANI; CERVERA, 2004). Analise as afirmativas.
I) Para a realização da técnica de drenagem linfática é importante o conhecimento sobre a ana-
tomia e fisiologia do sistema linfático.
II) Pressões excessivas são capazes de lesar os capilares linfáticos por estes serem muito frágeis,
mas deve ser feita para levar ao movimento da linfa.
III) Começar a técnica estimulando a respiração diafragmática, drenar linfonodos, iniciando a
sequência de manobras de drenagem com deslizamento.
AGORA É COM VOCÊ

IV) Manobras devem ser sempre leves, superficiais, lentas, pausadas e repetitivas, drenando apenas
o líquido intersticial dos tecidos mais superficiais do corpo.

Assinale a alternativa correta,


a) I, II e III, apenas.
b) II, III e IV, apenas.
c) I, II e IV, apenas.
d) I, III e IV, apenas.
e) Todas estão corretas.

4. Massagem modeladora é o conjunto de manipulações realizadas no corpo e/ou face, visando o


embelezamento e melhora da estética, por meio da estimulação dos músculos e facilitação da
penetração de princípios ativos na pele. Análise as asserções a seguir.
I) No tecido adiposo, sabe-se que a massagem não tem efeito direto sobre o tecido gorduroso,
levando à sua diminuição.
II) Entretanto, leva a uma melhor distribuição do tecido adiposo, ocorrendo uma reorganização
das células.
a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.
b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.
c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
e) As asserções I e II são proposições falsas.

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1. A. Quando se realiza a massagem, ocorre estimulação mecânica com efeitos fisiológicos de movimento
da linfa e sangue.

2. D. As afirmativas III e IV afirmam corretamente sobre velocidade e ambiente para realização da massagem:
movimentos que são efetuados lentamente tendem a ser mais relaxantes, enquanto os movimentos rápidos
são mais estimulantes, além de ser importante a realização da massagem em um ambiente adequado.

3. D. Para realização da drenagem linfática, é muito importante conhecer sistema linfático para realização
correta da técnica. Sempre ao início da técnica, estimular os linfonodos para conseguir desobstruir o ca-
minho para a linfa, sempre com movimentos lentos, suaves e superficiais.

CONFIRA SUAS RESPOSTAS


4. A. No tecido adiposo, a massagem tem como efeito uma melhor distribuição deste tecido gorduroso,
reorganizando as células e promovendo uma melhor troca de substâncias e eliminação de catabólitos.

91
AUAD, L. Massagem Oriental com Pedra quentes e frias: manual técnico.São Paulo: Vita Derm, 2007.

BORGES, F. S. Dermato-funcional: modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. São Paulo: Phorte, 2006.

BRAUN, M. B.; SIMONSON, S. Introdução à Massoterapia. Barueri: Manole, 2007.

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http://unifra.br/eventos/forumfisio2011/Trabalhos/2246.pdf. Acesso em: 16 jul. 2020.

CALVI, E.; RODRIGUES, P.; GELSI, T. Bambuterapia. São Caetano: Yendis., 2009.

CASSAR, M. P. Manual de Massagem Terapêutica: um guia completo de massoterapia para o estudante e


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TACANI, R. E.; CERVERA, L. Técnicas Manuais. Tratado de Medicina Estética. São Paulo: Roca, 2004. p.
1881-1915.

92
93
MEU ESPAÇO
MEU ESPAÇO

94
4 Associações de
Recursos nas
Massagens
Dra. Lilian Rosana dos Santos Moraes Me.
Susyane Dianin Gozzi

OPORTUNIDADES
DE
APRENDIZAGEM
Nesta unidade você complementará os conhecimentos estudando outros
recursos que podem ser associados às técnicas de massagem, a fim de
potencializar seus efeitos de acordo com o problema de um(a) cliente. Para
cumprir tal propósito, você aprenderá a importância da associação de cos-
mecêuticos no protocolo do(a) paciente, com foco nos tipos de princípios
ativos por meio da cosmetologia. Percorrerá as técnicas crioterapia e termo-
terapia, muito associadas à massagem modeladora e à drenagem linfática.
Estudará a técnica que usa o calor e o frio, a termoterapia, assim como a
técnica que utiliza o gesso como oclusivo dérmico, a gessoterapia. Por fim,
entenderá que todas essas técnicas podem ser potencializadas quando
combinadas com uma alimentação equilibrada associada à atividade física.
UNICESUMAR

Na terceira unidade, você aprendeu o ciclo completo de um protocolo de tratamento com massagem,
estudando desde a etapa de como realizar e quando indicar cada técnica. Com o conhecimento ad-
quirido, você consegue realizar uma anamnese e traçar um tratamento para as disfunções estéticas
que incomodam o seu cliente/paciente. No entanto, sabemos que a massagem pode ser associada a
outras formas de tratamentos que auxiliam no resultado. Além do protocolo de massagem ministrado
à paciente Paula, quais outras técnicas podem ser utilizadas para auxiliar no tratamento da paciente
em questão, aumentando a eficácia da massagem?
Recordemos que, na anamnese de Paula, foi verificado a presença de Fibro Edema Ginoide ou
Geloide (FEG) - celulite, adiposidade localizada e vários fatores que afetam as suas disfunções. Dentre
os tratamentos indicados, pode-se fazer uso de técnicas de massagem, além de outros recursos que
amplificam seu efeito como cosméticos com princípios ativos que aceleram o metabolismo, alguma
técnica que aumente a circulação e sugerir o acompanhamento com um profissional de Nutrição, que
indique uma dieta, que contribua para a perda de gordura. A melhora na qualidade de vida da cliente
ainda pode ser implementada com um cosmético que vai ajudar a relaxar, como hidratantes com óleos
essenciais de lavanda ou, até mesmo, uma bolsa de água quente aplicada no dia em que está sentindo
aquela tensão.
Aluno(a) de Bem-estar, agora chegou o momento de experimentar o efeito que o calor pode pro-
porcionar na musculatura, o relaxamento. Caso tenha uma bolsa de água quente, coloque-a nas suas
costas, sobre os seus ombros e deixe-a por dez minutos em cada parte. Caso não tenha, pode fazer uso
de um banho quente. Deixe a água quente bater nas costas e depois passe um creme hidratante fazendo
movimentos de deslizamento no ombro.
Após a realização da experimentação com bolsa quente ou banho quente, consegue sentir o alívio
e o relaxamento que o calor faz na musculatura? Quais são as sensações obtidas? Anote todas essas
informações no Diário de Bordo.
DIÁRIO DE BORDO

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UNIDADE 4

Agora que você passou pela experiência da água morna em contato


com a musculatura e a relatou, explico que o calor e o relaxamento
obtido são efeitos do aumento da vasodilatação, que melhora o me-
tabolismo e a circulação local, ocasionando um relaxamento muscu-
lar. Inclusive, caso queira ampliar o seu conhecimento, recomendo
que vá até uma clínica de estética e acompanhe um protocolo de
tratamento para adiposidade localizada, em que a esteticista faça uso
da técnica de massagem redutora e manta térmica. Aproveite o mo-
mento e questione a esteticista quais outros recursos são utilizados
junto com massagem para auxiliar no tratamento de suas clientes.
Veja, é importante que você perceba como já está habilitado(a)
para traçar um tratamento para nossa cliente, a Paula, indicando a
massagem mais adequada para o seu caso, além de outros recursos
que acentue o efeito da massagem. A competência desta última
unidade é apresentar para você, aluno(a), como associar recursos
à técnica de massagem, como a cosmetologia, crioterapia, termo-
terapia e a alimentação com a função de auxiliar na terapia com
massagens.
Então, vale ressaltar que, nas antigas civilizações, verificou-se o
início do uso de cosméticos, como maquiagem para face, lábios e
área dos olhos. Nos últimos anos, a utilização destes está sendo mais
intensa, fazendo parte integralmente da rotina diária. Por isso, a pele
está profundamente exposta às formulações cosméticas, podendo
sofrer manifestações benéficas ou nocivas (ALVES, 2015).
A palavra “cosmecêutico” foi criada pelo dermatologista Albert
Kligman, em 1980. Os cosmecêuticos contêm substâncias medi-
cinalmente ativas, ou seja, são cosméticos com leve ação medica-
mentosa e que têm em sua fórmula ingredientes com moderadas
propriedades terapêuticas. Produtos utilizados na pele de uso tópico
que, em contato com a pele, anexos cutâneos e mucosas, pode oca-
sionar mudanças estruturais e/ou funcionais ao órgão em questão
(VANZIN; CAMARGO, 2011).
Reszko, Berson e Lupo (2009) dividem os cosmecêuticos em sete
categorias principais de produtos:
• Fotoprotetores solares.
• Antioxidantes.
• Clareadores.
• Reparadores de colágeno.
• Esfoliantes.
• Reparadoras da barreira/ Hidratantes.
• Anti-inflamatórios.

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UNICESUMAR

Os produtos cosmecêuticos acompanharam a evolução tecnológica


com o lançamento de produtos inovadores, prometendo multifun-
cionalidade e eficácia na região a ser tratada. Entre elas, destacam-se
a veiculação de ativos em vesículas, como lipossomas, e o uso dos
sistemas particulados (VANZIN; CAMARGO, 2011).

Figura 1 - Teste de princípios ativos

A pele apresenta diferentes características de acordo com as regiões


anatômicas, a etnia, a idade e as características que se relacionam
às particularidades de cada tipo de pele. Essas diversas proprieda-
des devem ser criteriosamente avaliadas para a determinação das
características do veículo (COSTA, 2012).
Os princípios ativos são responsáveis pela ação do cosmético na
pele, sendo o princípio ativo do produto que representa sua indica-
ção. O veículo é a substância que leva o princípio ativo para a pele e
constitui a maior parte da formulação, determinando a forma física
do cosmético (emulsão, gel, óleo etc.), sendo compostos por vários
ingredientes com características específicas, que juntos formam
os ativos. Os principais tipos de formulações empregadas como
veículos em produtos cosmecêuticos são: cremes, géis, pomadas e
os aerossóis para cuidados com a pele.

Figura 2 – Matéria-prima dos princípios ativos

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UNIDADE 4

Em relação ao veículo, ressalta-se o interesse no desenvolvimento


de emulsões, utilizando recursos tecnológicos inovadores que pro-
porcionem benefícios de grande interesse em produtos cosmecêu-
ticos. Nesse aspecto, podemos destacar as microemulsões, cristais
líquidos, nanoemulsões e as emulsões múltiplas.
• As microemulsões: o que diferencia essa emulsão das con-
vencionais é o tamanho da partícula na fase interna, fato
que ocasiona várias consequências em relação aos atributos
sensoriais, e a estabilidade, que influenciará na eficácia da
formulação.
• Cristais Líquidos: são preparações em um estado
intermediário da transição térmica do sólido para líquido.
As emulsões constituídas de cristais líquidos são veículos de
grande interesse para as indústrias farmacêuticas e cosme-
cêuticas, pois oferecem algumas vantagens, como: aumento
da solubilidade e a maior estabilização química de princí-
pios ativos, além de permitir a sustentação e o controle da
liberação dos ativos.
• Nanoemulsões: oferecem diversas vantagens em veículos,
como a formulação de veículos transparentes com senso-
rial agradável e um toque leve, não oleoso. Esses tipos de
formulações facilitam a penetração de ingredientes ativos
lipossolúveis.
• Emulsões múltiplas: esses tipos de emulsões são vantajosos,
uma vez que veiculam componentes incompatíveis e instá-
veis, dispersam ativos hidrofílicos e lipofílicos nas diferentes
fases e garantem a liberação modificada ou controlada por
princípio ativo. Os princípios ativos são substâncias químicas
ou biológicas que possuem atividade comprovadamente
eficaz sobra a célula do tecido. O princípio ativo promove a
ação específica sobre a célula (BORGES, 2010).

Devido a isso, o uso de princípios ativos pode ser feito durante e após
a massagem, dependendo do efeito desejado. Para tanto, existem
vários tipos de princípios ativos, como os ativos vasodilatadores e
drenantes, que aumentam a circulação local e periférica, podendo
aumentar a resistência capilar e alterar a permeabilidade venular
local.

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UNICESUMAR

Os agentes que ativam a circulação sanguínea e linfática são: Gingko biloba, Ruscus aculeatus, Arnica,
Aesculus hippocastanum ( castanha da Índia), Hedera helix, Melilotus officinalis, Rutina e quercetina
(flavonóides), Centella asiática, Pentoxifilina, Silício, Vitis vinífera (uvas vermelhas), Carica papaya
(mamão papaia) e Ananas sativus (MATEUS; PALERMO, 2012).
Os vasodilatadores são os princípios ativos que têm a função de aumentar a circulação, melhorando
a viscosidade do sangue e inibindo o fator ativador de plaquetas. Esses ativos agem graças à capacida-
de inibitória sobre enzimas catalíticas, que quebram proteoglicanas das paredes dos vasos, levando à
atividade agonista da ação da histamina sobre o aumento da permeabilidade vascular.
Atuam com ação antagonista do fator ativador antiplaquetário (PAF), reduzindo a viscosidade
sanguínea e melhora a perfusão sanguínea periférica nos capilares e arteríolas.
• Aumenta a resistência dos capilares.
• Diminui a permeabilidade vascular.
• Aumento da tonicidade dos vasos.
• Diminui a agregação plaquetária.
• Tem ação antirradical livre.
• Ativa o metabolismo celular.
• Inibe a fosfodiesterase.

Os princípios vasodilatadores possuem ação vasodilatadora, aumentam a resistência dos capilares,


diminuem a permeabilidade capilar, aumentam a tonicidade dos vasos, ação antirradical livre e ativam
o metabolismo (KEDE; SABOTOVICH, 2015).
Os drenantes são os ativos que ajudam a acelerar a eliminação dos exsudatos celulares, reabsorvem
edemas e apresentam função vasoativa. Devido a isso, podemos dizer que eles estimulam a liberação
de toxinas para as linfas, ajudando a diminuir os edemas e acúmulos.
Sendo assim, esses ativos permitem um melhor funcionamento do sistema linfático, ativando o
automatismo dos vasos linfáticos. Têm como ação a diminuição da permeabilidade vascular, levando
a uma drenagem linfática.
• Favorece a microcirculação.
• Reduz edema.
• Nutre os tecidos.
• Faz a estimulação vascular conjuntivo.

Os ativos drenantes atuam no sistema venoso e linfático, fortalecendo as paredes dos vasos e diminuem
infiltrados e edemas. Agem no interstício, amenizam edema e normaliza a microcirculação superficial
(GOMES; DAMAZIO, 2009).
Os ativos lipolíticos atuam diretamente nas células adiposas, promovendo a lipólise, inibindo a fosfodies-
terase e aumentando os níveis da adenosina monofosfato cíclico (AMPc), que ativa a enzima lipase – aquela
cuja função é a quebra de triglicerídeos em ácido graxo e glicerol. Também possuem efeito estimulante sobre
a microcirculação cutânea. Esses ativos transportam o ácido graxo para o interior das mitocôndrias para que
seja oxidado pela adenosina trifosfato. (KEDE; SABOTOVICH, 2015). Além dessas funções, os ativos lipolíti-
cos ativam o metabolismo celular que têm como ação fisiológica a estimulação, a mobilização e a destruição

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UNIDADE 4

dos ácidos graxos livres, induzindo seu transporte para as mitocôndrias. Isso é importante porque os ácidos
graxos livres podem causar saturação do sistema, levando a um feedback negativo na lipólise. Além disso, o
processo de mobilização e destruição de ácidos graxos livres gera trifosfato de adenosina, o que aumenta a
atividade da lípase, melhorando a degradação hidrolítica dos triglicerídios (MATEUS; PALERMO, 2012).
Tipos
Metilxantinas (cafeína, teobromina, aminofilina, teofilina), Agonistas beta-adrenérgicos (epinefri-
na, isoproterenol), Antagonistas alfa-adrenérgicos, Ativadores de adenilciclase, Silício, L-carnitina e
acetilcoenzima A, Rutina, Dioscorea oposita e hormônio do crescimento.
Os protocolos com uso de ativos são:

1 Aplicar um creme esfoliante com


pequenas partículas insolúveis
6 Aplicar o cabeçote com
movimentos lentos,
que, por ação mecânica (atrito) circulares e pressão leve;
na pele, promovem um leve
afinamento. Aplicar realizando
movimentos circulares por todo 7 Aplicar um creme
anticelulite com ativos
o corpo;
anti edematosa,
lipolítico, ativadores da
2 Aplicar gel com melange circulação periférica,
redutor com: cafeína, extrato anti-inflamatórios.
de hera e castanha da índia e (extrato de arnica,
extrato de centella asiática; centella asiática,
gingkobiloba, guaraná,
3 Espalhar o gel fazendo cavalinha, algas, cafeína,
l-carnitina);
movimentos circulares na
área a ser tratada;
8 Realizar uma massagem
4 Aplicar o ultrassom 3 mhz, modeladora;
no modo fonoforese;

5 Deixar o tempo de dois


9 Realizar no mínimo
10 sessões, duas vezes
minutos por era; por semana.

Figura 3 - O passo a passo do uso de ativos

Vale ressaltar que se deve levar em conta no tratamento o tipo de pele da paciente e também o estilo
de vida para que consiga o resultado esperado.
Falando nos fibroblásticos, estes são ativos que aumentam a produção de colágeno na pele, restau-
rando a estrutura normal da derme e subcutâneo, por meio da redução do colágeno, síntese de colágeno
dérmico e a angiogênese na derme papilar.
A ação fisiológica é aumentar a síntese de colágeno e elastina, por meio da estimulação da síntese
de glicosaminoglicanos e colágeno, aumentando a espessura e a firmeza da derme, minimizando a
herniação da gordura superficial. Age no tecido conjuntivo, durante a formação de colágeno, atuando
como cofator para duas enzimas essenciais na biossíntese do colágeno, dessa forma, fazem a formação e
estabilização do colágeno de tripla hélice, com isso fibras de colágenas são formadas por um rearranjo
espacial espontâneo (VANZIN; CAMARGO, 2011).

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UNICESUMAR

Dentre os tipos e derivados da vitamina A estão os retinoides (vitamina A), ácido ascórbico (vi-
tamina C), fucus vesiculosus, silícios orgânicos (regula o metabolismo e a divisão celular), centella
asiática, vegetais e algas, enzimas proteolíticas e sulfato de condroitina (MATEUS; PALERMO, 2012).
Nesse sentido, a hidratação é um termo que tem vários significados e interpretações, dependendo
da forma como nos referimos à pele em termos de aparência macroscópica, textura ou suavidade ao
toque. O que podemos ver com maior importância na pele é a existência de água. A hidratação tem
a função de manter o conteúdo de água na epiderme e a barreira epidérmica em perfeito estado. A
suavidade da pele ao toque é, efetivamente, obtida à custa de água (BARATA, 2002).

De acordo com Silva e Melo (2018), a hidratação da pele depende de vários fatores, que man-
têm a quantidade de água no estrato córneo (20% a 35%), impedindo a desidratação, sendo
o equilíbrio cutâneo essencial para o funcionamento e manutenção da pele. Quando há falta
de água no organismo, o estrato córneo fica desidratado, tornando a pele áspera e seca, com
isso podemos afirmar que a hidratação é a chave para integridade da pele.

Borges (2010) relata que hidratação da pele ocorre de duas formas distintas: na superfície da pele, por
meio da retenção de água proveniente do processo de maturação celular, em que esse processo pode
ser feito pela área da cosmética, mediante óleos de origem vegetal, animal, dos óleos modificados e dos
umectantes, atuando de formas distintas, mas com o mesmo objetivo, que é o de reter água proveniente
da maturação celular; e no nível celular com o uso de princípios ativos que vão concentrar o fator na-
tural de hidratação da pele NMF (um concentrado de aminoácidos composto por várias substâncias
resultantes da decomposição celular).

A pele tem a hidratação e retenção de água fisiológica que ocorre pela presença de lipídeos
secretados pelas glândulas sebáceas. Uma pele naturalmente hidratada deve reter água
da epiderme e derme. A presença das aquaporinas formam canais de água na membrana
celular principalmente dos queratinócitos basais, responsáveis pelo transporte de água. Dis-
ponibiliza água da camada mais profunda (derme) para a mais externa (epiderme) (VANZIN;
CAMARGO, 2011).

Tensores são considerados os princípios ativos capazes de promover a redução de rugas, seja na hora,
como o chamado efeito cinderela, seja por ação nas fibras de colágeno e elastina, promovendo melhora
do tônus, deixando a pele mais firme e com melhora do contorno facial, ou seja, ainda por atuação em
componentes mioativos dos queratinócitos e da derme. São ativos que atuam sobre fibras colágenas,
elásticas, miofibrilas, fibrilas de actina, fibronectina e nos queratinócitos, componentes dérmicos e
epidérmicos que podem modular a tensão da pele (COSTA, 2012).

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UNIDADE 4

Exemplo: extrato hidrolisado da soja (Raffermine), L-fucose e L-rhamnose (elastinol + R).


• Deanol ou 2: Dimetilaminoetanol (DMAE) estimula a liberação de acetilcolina, que estimula
os músculos da face, promovendo um efeito tensor.
• Peptídeos: são cadeias curtas de sequência de aminoácidos, formando proteínas que simulam
os peptídeos do colágeno e elastina, aumentando a sua produção. Citamos como exemplo
Matrixyl, Argireline, Aldenine.
• Firmadores Cutâneos: têm ação inibitória sobre elastase, preservando a elasticidade cutânea
e estimulando diretamente a contração dos fibroblastos, reforçando a estrutura molecular da
derme, aumentando a firmeza, a elasticidade e o tônus da pele.
Além do uso de cosméticos, podemos fazer uso de vários outros recursos que auxiliam no efeito
da massagem. Uma das técnicas usadas após uma massagem modeladora ou uma drenagem é a crio-
terapia e a termoterapia.

Para você se aprofundar em diversas técnicas da estética que podem


ser utilizadas em diversos tipos de disfunções estéticas, possibilitando
um conhecimento teórico e prático sólido em busca de oferecer sempre
um melhor tratamento para seus clientes. Então, embarque na leitura
de Terapêutica em estética: conceitos e técnica, dos autores Fábio dos
Santos Borges e Flávia A. Scorza.

Outra técnica é a termoterapia, procedimento que usa o calor ou frio superficiais, levando a efeitos
fisiológicos locais ou sistêmicos. Estes efeitos podem ser o aumento de oxigenação local no tecido,
sudorese e metabolismo do corpo, sendo justificado por meio da alteração da temperatura corporal.
Para o organismo manter a temperatura ideal e o bom funcionamento dos sistemas, o corpo, ao ser
submetido à termoterapia, busca, por meio dos efeitos, regular novamente a temperatura, evitando
danos aos sistemas corporais.
Utiliza-se na termoterapia o calor superficial por condução (compressa quente) e por convecção
(infravermelho, mantas térmicas, forno de Bier) e no calor profundo por conversão (radiofrequência
e ultrassom). Na termoterapia por subtração, utiliza-se o frio (BORGES; SCORZA, 2016).
Para o corpo manter a homeotermia, a termogênese é ativada por hormônios presentes no hipo-
tálamo, em que temos neurônios sensíveis ao calor e neurônios sensíveis ao frio, que são estimulados
por variações da temperatura do sangue. Encontramos dois tipos de receptores: sensíveis ao frio ou
sensíveis ao calor. A informação transmitida por estes receptores é enriquecida pela informação pro-
veniente de receptores da dor, especificamente estimulados por variações extremas da temperatura,
desencadeando diversos efeitos e reações físicas e fisiológicas.

103
UNICESUMAR

As reações físicas são o aumento do metabolismo, quebra de


proteína, aumento da circulação sanguínea e líquido intersticial,
alteração da viscosidade e amolecimento de estruturas anatômicas,
como o colágeno. As reações fisiológicas são estimulação sensorial,
analgesia, vasodilatação, aumento de fluxo sanguíneo e troca de
líquido dos tecidos quando aquecidos (GUIRRO, E.; GUIRRO, R.,
2002).
O uso do frio nos tratamentos estéticos é chamado de crioterapia
e é muito utilizada na redução da gordura localizada. O frio gera
efeito da “termogênese” para gasto de energia, ativando a lipólise. A
termogênese pode ser obrigatória ou facultativa, a primeira ocorre
no metabolismo basal, em que leva energia para a manutenção da
homeostasia corpórea, e a segunda ocorre para produção de calor,
em que ocorre uma compensação para a manutenção das funções
normais; a produção de calor ocorre para compensar o frio, garan-
tindo um homeotermia (BORGES; SCORZA, 2016).
A crioterapia consiste na aplicação de um produto crioterápico
que possui ativos capazes de diminuir a temperatura local. Durante
a aplicação, é importante seguir as orientações do tempo que o pro-
duto deve ficar em contato com a pele do paciente, fornecidas pelo
fabricante do cosmético escolhido. Para a eficácia do tratamento, a
região deve ser recoberta por bandagem (de crepom ou algodão)
que são embebidas em loção crioterápica, mentolada e canforada
(BORGES; SCORZA, 2016).

Figura 4 - Aplicação de faixa na técnica de crioterapia

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UNIDADE 4

Deve-se ter alguns cuidados para aplicação da crioterapia, como não utilizar na presença de patologias
dérmicas, não aplicar na região abdominal após a alimentação e não utilizar em portadores de doenças
gastrointestinais. O resfriamento pode ser realizado com gel e/ou solução crioterápica, devendo ser
mantido por bandagem ou enfaixamento. Não podemos ocluir a região a ser tratada com filmes de
PVC, deve-se evitar tomar banho quente ou tomar sol antes de três horas após o fim do tratamento,
evitar realizar atividades físicas intensas logo após o tratamento. O tempo de tratamento deve ser, no
mínimo, de 30 minutos, respeitar sempre a tolerância do paciente.
Quando falamos de calor, pensamos em aumentar a temperatura do corpo, sendo assim, a aplicação
do calor local promove um estímulo do metabolismo celular com aumento do consumo de oxigênio
pelos tecidos, gerando modificações na permeabilidade da membrana celular, aumento da síntese pro-
teica e da atividade enzimática. Todos esses efeitos fisiológicos podem ser coadjuvantes no tratamento
da gordura localizada, pois, pelo calor, o tecido se torna mais maleável e pode favorecer a penetração
de ativos cosméticos lipolíticos (BORGES; SCORZA, 2016).
Após um aumento da temperatura, o organismo responde desencadeando algumas reações deno-
minadas mecanismos de termorregulação. Esta pode ser: a) vasodilatação periférica: elimina o calor
pelo aumento do fluxo de sangue; b) hiperventilação pulmonar: elimina o calor pelo vapor d´água
presente na respiração; e c) aumento da sudorese: elimina o calor pelo suor.

A manta térmica é um aparelho


que faz uso do calor superficial
obtido por “resistências” elétri-
cas revestidas por um tecido
sintético (nylon, silicone ou
courvin), e tem forma de man-
ta ou “tapete”. Há um termostato
para manutenção da tempera-
tura.
No tratamento da gordura
localizada, a região a ser tratada
Figura 5 - Uso da manta térmica deve, primeiramente, ser limpa.
O cosmético eleito deve ser um
produto que possa ser exposto ao aumento de temperatura, sendo usado em uma faixa umedecida
com a loção cosmética, envolvendo a região a ser tratada, mas sem grande compressão. O cliente deve
ser posicionado na maca em decúbito dorsal, e a manta deve ser colocada sempre com uma proteção
de toalha ou um lençol para que o calor não fique em contato direto com a pele, podendo gerar quei-
maduras.
A temperatura da manta deve ser acima de 38 °C, sempre respeitando a sensibilidade do cliente. O
tempo é de 20 a 30 minutos e sempre deve estar acompanhado do profissional, para evitar qualquer
tipo de intercorrência. Ao término da aplicação, deve-se retirar o produto cosmético com auxílio de
uma toalha, finalizando a sessão com uso de um hidratante.

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UNICESUMAR

Veja só o protocolo utilizando a manta térmica antes da mas-


sagem modeladora:

1. Coloque a manta térmica para aquecer (ativação metabólica e auxilia na permeação de ativos).
2. Posicione uma toalha seca e limpa em cima da manta.
3. Realize uma esfoliação física na região a ser tratada.
4. Misture o gel neutro e os óleos essenciais (3 colheres de gel neutro, 15 gotas de óleo essencial
de cipreste (diurético), 15 gotas de óleo essencial de erva-doce (elimina toxinas) e 15 gotas de
óleo essencial de limão siciliano (lipolítico).
5. Acrescente quatro colheres de argila verde (ativa o metabolismo, absorve toxinas, melhora a
circulação sanguínea e descongestiona a circulação linfática).
6. Aplique na região a ser tratada de forma uniforme.
7. Envolva no papel filme plástico.
8. Deixe na manta térmica por 20-30 minutos.
9. Retire a manta e o filme plástico.
10. Faça a drenagem linfática ou massagem modeladora.
11. Indicação de, no mínimo, 10 sessões a cada 15 dias, com duração de 50 minutos cada uma.

É sempre importante fazer uma avaliação bem detalhada da lipodis-


trofia ginoide, como também com todas as outras desordens, como
já comentado no livro anteriormente, para assim poder comparar o
tratamento do início ao final, mostrando os resultados para o cliente.
Além da manta, pode-se usar um aparelho de infravermelho
que libera uma luz visível vermelha, que aquece por meio de lâm-
padas de tungstênio. Esta lâmpada pode estar presente nas mantas
térmicas, e o aumento da temperatura gerado melhora a circulação
local, aumenta o metabolismo celular e a capacidade de drenagem
linfática de fluidos intersticiais – esses fatores podem favorecer o
processo de lipólise. Quando aplicado no corpo, resulta na absorção
de energia pelas moléculas de água, sendo esse fato fundamental
para gerar a bioestimulação, resultando em um incremento do
metabolismo por intermédio da microcirculação sanguínea, pro-
vocando uma desintoxicação metabólica entre outros benefícios
para a saúde e para a estética (BORGES; SCORZA, 2016).
Apresenta como efeitos fisiológicos a produção de calor que faz
uma vasodilatação instantânea que é seguida por uma hiperemia
ativa, ação anti-inflamatória, faz a aceleração da circulação sanguí-
nea e linfática, traz mais linfócitos, em menor tempo, para o local de
inflamação, leva a transpiração à eliminação de toxinas, aumenta o
funcionamento vital das células e melhora a cicatrização.

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UNIDADE 4

Contraindicações:
• Áreas com sensibilidade térmica cutânea deficiente.
• Pessoas com doença cardiovascular avançada.
• Áreas com a circulação periférica local comprometida.
• Tecido cicatricial ou tecido desvitalizado por radioterapia profunda ou outras radiações ioni-
zantes (que pode estar mais sujeito a queimaduras).
• Tecido maligno na pele (embora tal tecido possa ocasionalmente ser tratado com o uso de
irradiação infravermelha) Ex.: câncer.
• Pessoas com redução no nível de consciência ou da capacidade de compreensão dos riscos do
tratamento, pessoas com enfermidade febril aguda e algumas doenças agudas de pele, como
dermatite ou eczema.

Outra técnica que pode ser associada às massagens é a gessoterapia que, como o próprio nome indica,
utiliza o gesso como oclusivo dérmico; quando endurece, aquece e dilata os vasos sanguíneos, esti-
mula um maior transporte de nutrientes, melhora diversos processos metabólicos, como a produção
de energia, a oxigenação dos tecidos e a síntese proteica. Devido a esses efeitos, melhora a absorção de
princípios ativos e também a drenagem de líquidos acumulados na região em que o gesso foi aplicado,
levando à eliminação de toxinas do organismo, auxiliando na redução dos processos inflamatórios,
como a celulite.

Figura 6 - Gessoterapia com uso de argilas

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UNICESUMAR

A função do uso da tala de gesso é modelar a área a ser tratada; quando o gesso seca, ele faz uma oclu-
são, levando à contenção do tecido, auxiliando na drenagem dos líquidos. O gesso, normalmente, é
vendido na forma de pó composto de sulfato de cálcio hidratado, a técnica é feita por meio de ataduras
gessadas que, quando endurecem, liberam calor. Hoje, existem no mercado as ataduras com princípios
ativos, funcionando como potencializador de ativos.
A técnica faz uso de recursos minerais com finalidade terapêutica e seu uso normalmente é feito
de uma mistura com argila e água diretamente na pele. As argilas têm uma formulação variada tanto
na sua composição como na sua cor e seus componentes, que determinam a finalidade nos produtos
cosméticos (EVELINE, 2010). Apresenta, na sua composição, materiais terrosos, de granulação fina,
formadas quimicamente por silicatos hidratados de alumínio, ferro e magnésio. A composição mi-
neralógica da argila, o formato e distribuição granulométrica das partículas são os fatores principais
que controlam as propriedades físico-químicas que uma determinada argila possui (SANTOS, 1975;
ZAGUE et al., 2007).
Há milhares de anos já se fazia uso das argilas; os egípcios e os gregos utilizavam em máscaras para
desintoxicação e uso terapêutico; nos dias atuais, mesmo com avanços tecnológicos, ainda é muito
utilizado princípios naturais, como a argila, que estão presentes nos cosméticos.
A utilização correta da argila depende da avaliação de um(a) profissional, que indicará a cor correta
a ser utilizada, bem como a necessidade de utilizar-se sinergias para o objetivo do tratamento.
De acordo com Ribeiro (2010), existem argilas de vários tipos, com cores e funções, respeitando
seus fins terapêuticos.

Figura 7 - Cores das argilas

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UNIDADE 4

Quadro 1 - Tipos de argilas e suas funções

Branca age melhorando a circulação sanguínea, ação antisséptica.


argila mais comum, age como seborregulador e purificadora, e promove
Verde ou acinzentada o tensionamento. Utilizada na estética corporal, na flacidez tissular e no
combate à celulite.
apresenta propriedades tensoras, age no fluxo sanguíneo e vascular. Uti-
Vermelha
lizada na estética pelos efeitos anti-flacidez e por ativar a microcirculação.

Rosa mistura da argila branca e vermelha, tem efeito antioxidante e calmante.

Preta ou lama negra argila rara, com efeito anti-inflamatório e cicatrizante.


argila remineralizante de colágeno da pele, contribui para o antienvelheci-
Amarela
mento cutâneo, efeito purificador.
argila que tem como efeito a indução da síntese regeneradora do colágeno,
Roxa
utilizada para eliminação de toxinas.
Fonte: a autora.

A utilização das argilas nos produtos cosméticos deve apresentar algumas exigências quanto à segu-
rança e estabilidade. Devido a isso, as indústrias estão desenvolvendo matérias-primas argilosas com
funções diferenciadas (ZAGUE et al., 2007).
Podemos encontrar a utilização da argila para vários tipos de tratamentos, sendo eles terapêuticos
e estéticos, como alívio e tratamento de quadros álgicos, inflamatórios, desintoxicação, entre outros
(MEDEIROS, 2013).

Figura 8 - Aplicação de argila

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UNICESUMAR

A gessoterapia ativa a microcirculação e a oxigenação dos tecidos; quando se está fazendo a aplicação
dos produtos, ocorre um aquecimento local, após, ocorre um resfriamento, favorecendo a drenagem
de líquidos no local onde o gesso foi aplicado, auxiliando na eliminação de toxinas e processos infla-
matórios.
• Desintoxicação e melhora na oxigenação dos tecidos.
• Regeneração das células.
• Modelagem do corpo.
• Redução da gordura localizada.
• Melhora da drenagem linfática.
• Prevenção contra o envelhecimento precoce, já que promove uma espécie de “varredura dos
radicais livres”.

A gessoterapia não tem contraindicações, mas devemos ter cuidados na aplicação. Em caso ferimentos
abertos, não é indicada a aplicação da argila diretamente em cima da lesão; em diabéticos, exige
cuidados para que não haja fricção com intensidade; importante avaliar a pele em idosos, gestantes e
crianças, pelo fato de serem mais delicadas e necessitam de mais atenção.
O protocolo da técnica de gessoterapia inclui, primeiramente, a esfoliação da zona a tratar para
preparar a pele na absorção de ativos; após é feito uma massagem modeladora com um creme que
contenha princípios termo ativos; a seguir, é feita a aplicação de um gesso enriquecido com princípios
ativos de acordo com o problema que se deseja tratar. A duração deve ser de, aproximadamente, 90
minutos, pois o gesso deve ficar a atuar entre 30 a 45 minutos, levando ao efeito que chamamos de
Cinderela, em que ocorre a perda de vários centímetros imediatamente, muito usado antes de festas
e eventos, devido ao seu efeito.
Para enriquecer a Gessoterapia, indica-se a aplicação de ativos específicos para lipodistrofia localiza-
da e FEG ou, até mesmo, a flacidez tissular. Tudo depende da alteração estética que a cliente apresentar.
De acordo com o Prontuário Estético, utilizar os ativos direcionados à alteração em questão em contato
direto com a pele. Para preparar a atadura gessada para aplicação, deve-se segurar na vertical, dentro
de um recipiente, e despejar lentamente água por cima até umedecer por completo. Aguardar o excesso
de água escorrer, para que a atadura não fique encharcada (sem pressionar). Aplicar no local desejado.
A massagem também pode ser associada à vacuoterapia, que é uma técnica de tratamento que
engloba equipamentos baseados na aspiração (sucção), gerando uma pressão negativa, levando a uma
sucção localizada, que pode ser contínua ou pulsátil, em que produz efeito de depressomassagem e a
depressodrenagem linfática, melhorando o aspecto da pele e o contorno corporal. Isso ocorre porque
a vacuoterapia produz uma mobilização profunda do tecido subcutâneo devido à distorção que ocorre
com os adipócitos após aplicação da técnica e uma consequente reorganização, resultando num alisa-
mento da superfície corporal (BORGES; SCORZA, 2016).

110
UNIDADE 4

Figura 9 - Aparelho de vacuoterapia eletrônico

Divulga-se que o vácuo leva à lipólise (“quebra da gordura”), mas isso não tem comprovação;
o que pode se dizer é que a vacuoterapia melhora o aspecto da pele e o contorno corporal,
ocorrendo a diminuição de medidas em vários protocolos estéticos utilizados (BORGES;
SCORZA, 2016).

Um vácuo feito manualmente com uma bomba de ar gera a sucção, esta bomba é acoplada a ventosas
de plástico ou vidro em forma de copo, sendo uma forma alternativa no tratamento de gordura lo-
calizada, mas deve se ter cuidado na forma de manusear o equipamento para manter a regularidade
de movimentos, podendo atrapalhar a pressão negativa oferecida ao tecido, portanto, é uma técnica
indicada na estética quando o tratamento for para áreas pequenas ou pontuais (BORGES, 2010).
Por isso, aluno(a), quando se quer tratar grandes áreas de adiposidades, deve-se seguir o uso de
equipamento eletrônico. Os equipamentos eletrônicos de vácuo têm uma melhor padronização da
sucção e agilidade da terapia, devido à facilidade de escolher um cabeçote adequado para o tipo de
tratamento e por conseguir colocar a pressão negativa correta (BORGES; SCORZA, 2016).

111
UNICESUMAR

Esses equipamentos eletrônicos de vacuoterapia apresentam dois modos de sucção: o contínuo


e o pulsado. O contínuo realiza a sucção de forma intermitente, o modo pulsado possui intervalos
regulares de sucção e pausa.
No modo pulsado, a duração da sucção é determinada pelo número de pulsos que o aparelho
realiza por minuto, mais pulsos por minuto; menor é o tempo de duração dessa sucção, sendo isso
determinado pelo profissional. Como o protocolo de tratamento de gordura localizada, a vacuoterapia
deve ser feita de duas a três vezes por semana. Após, é indicado realizar drenagem linfática porque a
sucção pode levar edemas que atrapalham os resultados do tratamento.
Quadro 2 - Resumo dos aspectos que envolvem a Vacuoterapia

Efeitos Fisiológicos Efeitos Terapêuticos

·Fortalecimento dos vasos sanguíneos (ginástica · Atenuação de cicatrizes e áreas fibróticas.


circulatória). · Melhora do aspecto da celulite.
· Aumento na irrigação sanguínea dos tecidos. · Reorganização do tecido adiposo subcutâneo.
· Melhora da nutrição e das trocas metabólicas · Auxílio na redução de edema.
nos tecidos. · Definição do contorno corporal.
· Aceleração na absorção de líquidos corporais e · Depressodrenagem: drenagem realizada por
eliminação de toxinas. meio do vácuo, contínua e pulsada (linfonodos).
· Mobilização do infiltrado subcutâneo, dos líquidos · Estimula funcionamento dos coletores linfáticos.
intersticiais e nódulos da hipoderme. · Aumenta a capacidade de transporte do sistema
· Descongestionamento e desfibrosagem dos te- linfáticos.
cidos. · Aumenta a reabsorção de edema.
· Relaxamento muscular. · Previne formação de fibrose.
Indicações Contraindicações
· Tumores.
· Lipodistrofiaginoide. · Doenças infecciosas.
· Gordura localizada. · Gravidez.
· Drenagem. · Infecções na pele.
· Pré e Pós-operatório. · Tratamento com anticoagulantes.
· Estrias. · Hipertensão arterial não controlada.
· Queimaduras e cicatrizes. · Fragilidade capilar.
· Limpeza de pele. · Flebites e tromboses.
· Hérnias e varizes.
Cuidados
· Diabéticos.
· Pessoas que já tiveram trombose.
· Zona umbilical e inguinal.
· Região do ventre (menstruação).
· Flacidez.
Fonte: a autora.

Lembra que, para Paula, além das técnicas de massagem aliadas aos recursos que acabamos de trazer,
você pode e deve estimular que a cliente adquira hábitos saudáveis aplicados à estética, conciliando
nutrição e atividade física? Pois é, diante disso, é necessário que além de tratamentos estéticos, lançar-
mos mãos de hábitos saudáveis, como alimentação e atividade física.

112
UNIDADE 4

Figura 10 - Dieta e exercícios físicos


Quando falamos em alimentação, a nutrição estética é a imple-
mentação de um cuidado nutricional que, além dos requisitos fun-
damentais da dieta, trabalha também com necessidades estéticas
dos pacientes por meio da dietoterapia, que tem como objetivo a
redução do tecido adiposo, a regulação do trânsito intestinal e a
diminuição da retenção hídrica (SCHNEIDER, 2009).
Na dietoterapia, temos alimentos que ajudam a limpar o organis-
mo e que melhoram a circulação sanguínea, alimentos com funções
benéficas e/ou específicas ao organismo humano, são os alimentos
funcionais que auxiliam na regulação dos fatores predisponentes e
reparo das alterações dos tecidos.

Figura 11 - Dietoterapia

113
UNICESUMAR

A atividade física age de maneira positiva à composição corporal por meio de vários mecanismos,
promovendo o aumento do gasto energético total, equilíbrio na oxidação dos macronutrientes e pre-
servação da massa magra. Os efeitos no metabolismo energético irão depender do tipo, da intensidade,
da duração e da frequência do exercício realizado.

Figura 12 - Exercícios físicos

A alimentação equilibrada unida à atividade física faz com que o trabalho metabólico fique normal, com
isso leva o indivíduo a atingir e manter seu peso ou buscar pelo corpo ideal (SERRA; SANTOS, 2003).
O que podemos ver é que só com o tratamento estético o resultado esperado pode não ser alcançado,
pois as disfunções estéticas têm vários tipos de fatores etiológicos, que para conseguir conquistar os
resultados esperados em um protocolo de tratamento estético é necessário unirmoss além de técnicas
estéticas, a prática de atividade física e uma alimentação equilibrada.
Finalizamos os ciclos de aprendizagem, e neles você aprendeu os conceitos e como aplicar as mas-
sagens, mas além disso, vimos os sistemas do corpo humano que
influenciam nas técnicas de massagens, a importância da avaliação
para traçar o seu protocolo de tratamento, as disfunções que pode-
mos tratar com técnicas de massagem e, neste último ciclo, vimos
alguns tratamentos que podem ser realizados com a massagem,
auxiliando no resultado.
Na proposta de vivências, no início do primeiro ciclo, colocamos
a sua cliente Paula, que procurou a clínica para realizar um tratamen-
to estético, com avaliação realizada, sabendo suas disfunções e com
um protocolo de massagem, qual técnica que podemos utilizar para
conquistar um melhor resultado no seu tratamento? Sabemos que a
drenagem linfática é muito bem indicada para seu caso, mas, junto a
drenagem, o que mais podemos fazer, uma manta térmica, gessotera-
pia? Agora é com você, vá em busca de conhecimentos práticos em
clínicas de estéticas, tenha interesse em ver quais tratamentos são mais
utilizados para aumentar o efeito das massagens, interesse-se, pergunte
e estude, para sempre estar atualizado e levando novidades para suas
ou seus clientes.

114
Chegamos ao final da disciplina, agora você já traçou um protocolo de tratamento
para sua cliente Paula, mas para auxiliar nesse protocolo, temos técnicas que ajudam
para um melhor resultado final do tratamento. Vamos lá, é importante registrar,
em seu dashboard, um mapa mental/empatia. Com bases nos preceitos dados a
seguir, você poderá refletir, compreender e fixar melhor seus estudos.

TÉCNICAS DE MASSAGEM
Disfunções Estéticas

SISTEMAS DO CORPO

ANAMINESE E AVALIAÇÃO FÍSICA Ambiente


Recursos associados à massagem
Massagens

MAPA MENTAL

115
1. Leia o trecho a seguir:

Enquanto a aplicação de cosméticos se refere aos gestos diários de proteção solar e de hidra-
tação, os agentes tópicos dizem respeito à aplicação tópica de cosméticos que contêm, na sua
composição, substâncias antioxidantes, retinoides, hidroxiácidos, despigmentantes, factores de
crescimento, citoquinas e outros. Sabemos que os princípios ativos têm, em sua composição, ca-
racterísticas específicas, tendo suas funções sobre determinadas disfunções e de acordo ao efeito
desejado. Assim, considerando o conteúdo estudado, associe princípios ativos e suas funções:
1) Ativos vasodilatadores.
2) Ativos drenantes.
3) Ativos lipolíticos.
AGORA É COM VOCÊ

4) Ativos fibroblásticos.
( ) Ativos que inibem a lipogênese e promovem a lipólise.
( ) Ativos que favorecem a microcirculação.
( ) Ativos que melhoram/aumentam a circulação.
( ) Ativos que restauram a estrutura normal da derme.

Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.


a) 3, 2, 1, 4.
b) 2, 1, 4, 3.
c) 2, 4, 3, 1.
d) 1, 3, 2, 4.
e) 4, 3, 2, 1

2. A busca pelo embelezamento e pela preservação da juventude, do desejo de parar no tempo,


de vencer o envelhecimento e retardar o fim é tão ativo hoje quanto nos séculos passados. Com
base no elemento-base e no conteúdo estudado, cosmetologia é definida como:
a) A ciência que estuda as formulações cosméticas, a fim de preservar a beleza e a saúde da pele
e dos cabelos.
b) A ciência que estuda as formulações cosméticas, a fim de acelerar o envelhecimento.
c) A ciência que estuda as formulações de remédios, com intuído de curar.
d) A ciência que estuda os equipamentos que podem se usar para a saúde da pele e dos cabelos.
e) A ciência que estuda as formulações cosméticas, a fim de adiar o rejuvenescimento.

116
3. Endermologia é o tratamento que engloba equipamento baseado na aspiração (sucção) acrescido
de uma mobilização tecidual que gera:
a) Pressão positiva.
b) Pressão nula.
c) Pressão negativa.
d) Pressão positiva e negativa.
e) Pressão nula e negativa.

4. Segundo Baby et al. (2008), para a eficácia da penetração dos princípios ativos na pele, é neces-

AGORA É COM VOCÊ


sário que eles apresentem sua função e sejam compatíveis para cada tipo de pele. Produtos
cosméticos apresentando em sua composição princípios ativos funcionais é dependente da
penetração limitada destes na pele. Os métodos existentes que promovem aumento deste pro-
cesso se fundamentam em vários fatores, entre eles desenvolvimento de emulsões, utilizando
recursos tecnológicos inovadores, que proporcionem benefícios de grande interesse em produtos
cosmecêuticos.
Diante deste contexto, quais são os tipos de emulsões e suas funções?

117
1. É correta, pois (3) os ativos lipolíticos têm a função de causar a lipólise dos adipócitos, levando à destruição
dos ácidos graxos livres. (2) Os ativos drenantes melhoram a microcirculação, favorecendo a liberação de
toxinas pelas linfas, (1) os ativos vasodilatadores aumentam a circulação, melhorando a viscosidade do
sangue e (4) os ativos fibroblásticos aumentam a síntese de colágeno e elastina, aumentando a produção
de colágeno.

2. A cosmetologia estuda os cosméticos que serão usados para agir em disfunções estéticas e também pro-
dutos que ajudam para preservar, no dia a dia, a nossa saúde e beleza.

3. A vacuoterapia realiza pressão com associação de um vácuo.


CONFIRA SUAS RESPOSTAS

4. Podemos destacar: as microemulsões, os cristais líquidos, as nanoemulsões e as emulsões múltiplas. As


microemulsões têm uma diferenciação no tamanho da partícula na fase interna, fato que ocasiona várias
consequências em relação aos atributos sensoriais, e a estabilidade, que influencia na eficácia da formulação.
Os cristais líquidos são preparações em um estado intermediário da transição térmica do sólido para o
líquido, oferecem algumas vantagens, como aumento solubilidade e meio de estabilização química de
princípios ativos, além de permitir a sustentação e o controle da liberação dos ativos. As nanoemulsões
são formulações de veículos transparentes com sensorial agradável e um toque leve, não oleoso. Esses
tipos de formulações facilitam a penetração de ingredientes ativos lipossolúveis. As emulsões múltiplas
veiculam componentes incompatíveis e instáveis, dispersam ativos hidrofílicos e lipofílicos nas diferentes
fases e garantem a liberação modificada.

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MEU ESPAÇO

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