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em Podologia
Dra. Lilian Rosana dos Santos Moraes
Me. Flávia Rodrigues da Cunha
FICHA CATALOGRÁFICA
Instrumentação em Podologia.
Flávia Rodrigues da Cunha e Lilian Rosana dos Santos Moraes.
1. Podologia 2. Instrumentação.
Impresso por: CDD - 22 ed. 617.585 Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar
CIP - NBR 12899 - AACR/2 Diretoria de Design Educacional
ISBN: 978-65-5615-292-9
Equipe Produção de Materiais
Reitor
Wilson de Matos Silva
MINHA HISTÓRIA
MEU CURRÍCULO
EU INDICO: enquanto estuda, você pode acessar conteúdos online que ampliaram a
discussão sobre os assuntos de maneira interativa usando a tecnologia a seu favor.
INSTRUMENTAÇÃO EM PODOLOGIA
1 9 2 29
3 51 4 75
Aplicação Clínica
dos Instrumentos Recursos
Podológicos Podológicos
Perfurocortantes
PROVOCAÇÕES
INICIAIS
INSTRUMENTAÇÃO EM PODOLOGIA
A paciente chega ao consultório relatando ser portadora de diabetes Mellitus tipo 2, com onicocriptose
grau 4. Ela relata que a sua HGT está em 99, porém, em teste no consultório, constatamos que está em
240. Você considera que seria interessante fazer algum procedimento na paciente? Considerando esta
situação e, caso você ache necessário, qual o procedimento a ser executado? Quais instrumental e técnica
você usaria nessa paciente? Como você faria um encaminhamento?
Levando em consideração que a diabetes já é considerada uma epidemia mundial, devido ao número de
casos no ano de 2018 e, também, ao fato de muitos pacientes não terem o acompanhamento correto
com uma equipe multidisciplinar, devemos sempre realizar o teste capilar antes de todo atendimento,
por isso, é necessário nos resguardar para a realização de um procedimento seguro.
Sugiro que você faça uma pesquisa de campo para entrevistar um(a) profissional sobre esse caso des-
crito, com perguntas bem objetivas, para saber a técnica que ele(a) usaria. Ao receber a paciente, qual
a técnica que o(a) profissional utilizaria ? Que tipo de encaminhamento ele faria para o profissional da
equipe multidisciplinar? Mediante as respostas e a sua pesquisa, após essa visita, o que você pôde per-
ceber de positivo?
É fundamental onhecer quais são os instrumentos básicos exigidos pelo Código Sanitário do Podologista
e Podólogo e as normativas da Vigilância Sanitária bem como saber identificar as diferenças e as funções
dos artigos críticos, semicríticos e não críticos de cada instrumento fundamental, pois, assim, caro(a)
estudante, você fica habilitado(a) para escolher o melhor recurso a ser utilizado nos seus pacientes, em
sua prática clínica. É por meio do uso correto das ferramentas disponíveis no mercado, do conhecimento
legislativo, dos cuidados sanitários e do atendimento empático que temos êxito profissional. Ao fornecer
atendimento adequado no exercício da nossa profissão, com base nos conhecimentos científicos e tec-
nológicos da área, conseguimos aplicar, de forma segura e responsável, os protocolos necessários para
cada caso clínico, fazendo a diferença na sociedade em que estamos inseridos.
O objetivo desta disciplina é levar você ao conhecimento teórico de como utilizar os instrumentais com
técnicas de Biossegurança e boas práticas e, também, com numeração dos instrumentos e técnicas de
uso, aprendendo o manuseio e as técnicas a serem utilizadas, sem colocar em risco a saúde do paciente.
Já vimos como é interessante o nosso conteúdo, então, lhe convido a entrar nesse universo maravilhoso
da Podologia Instrumental, você vai adorar!
1 Regulamento
Normativo para uma
Clínica de Podologia
Me. Flávia Rodrigues da Cunha
Dra. Lilian Rosana dos Santos Moraes
OPORTUNIDADES
DE
APRENDIZAGEM
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UNIDADE 1
e falta de segurança no exercício de sua atividade de trabalho. Vale lembrar que é comum vermos,
nos noticiários, relatos sobre profissionais da área de saúde sendo autuados e, muitas vezes, presos
por causarem danos à população, pela falta de condições mínimas para atendimento ao seu público.
Com isso, vale a pena pensar e ter consciência de como devemos compreender cada detalhe antes de
abrirmos uma clínica.
Lembra que Joana pesquisou, a fundo, com amigos e fontes seguras, a possibilidade de abrir seu
próprio negócio? Ambiente, localização, questões sanitárias, enfim, fez uma pesquisa exaustiva, mas
necessária e relevante para que seu sonho se realizasse! Levando isso em conta e mais: você, como
futuro(a) podologista(a) também poderá passar por essa mesma situação, sugiro, então, que monte um
passo a passo de qual seria a melhor possibilidade ou o melhor caminho que você e Joana poderiam
empreender para realizar o sonho de consultório próprio. Utilize pesquisas via web, vídeos, livros da
área de empreendedorismo, entrevistas com uma profissional da área e visitas em clínicas de podologia.
Quando chegar nas clínicas: atenção! Observe o local, em qual bairro o consultório está localizado,
verifique onde está a área de esterilização dos equipamentos, como é a ventilação dos ambientes, a ilu-
minação da clínica, anote tudo em seu diário de bordo, pois poderá ser importante. Não despreze nada,
observe tudo, até mesmo a vestimenta do profissional que estiver atendendo naquele estabelecimento.
Então? Conseguiu ver diferenças de uma clínica para outra? Percebe que locais apertados, sem ilu-
minação e ventilação, sem um local confortável na recepção para o paciente/cliente, são inadequados
para serem considerados espaços voltados à saúde?
O contrário também é verdadeiro, ou seja, locais ventilados, bem iluminados, com profissionais com
indumentária alinhada, são sinais positivos. Volte no exemplo que inseri anteriormente e perceba! Para
montar uma clínica, Joana e você precisavam de um local com ventilação, com espaço mínimo para
a recepção e cabines, além de um local separado para a esterilização, certo? Vocês devem ter muitas
ideias para montar o consultório, mas muitas dúvidas também, pois a legislação de cada cidade traz
aspectos legais e exigências que podem ser diferentes. Pensando nisso, resolvi ajudar um pouquinho,
fazendo algumas provocações para que você se sinta desconfortável, pois o conforto das circunstâncias
neutraliza nossos avanços.
O olhar com estranheza para o cotidiano faz com que escapemos das armadilhas das velhas frases:
“eu já tenho”, “eu já fiz, não dá para fazer”. Então, vamos: como será e como devo fazer para montar um
consultório? Qual a quantidade de jogos de instrumentais que devo ter para atender a meus pacientes?
Qual a paramentação correta? Você deve estar se perguntando como fazer, não é mesmo? É muito
importante que saiba como executar e como proceder, neste caso, temos uma lista a seguir para a ex-
celência do local. Responda a estas perguntas e, quando terminar a unidade, veja quantas conseguiu
responder. Caso você não consiga, tenho certeza que, ao final da unidade, todas suas dúvidas estarão
resolvidas.
Para entendermos, um pouco melhor, como funciona a regulamentação para a abertura de uma
clínica de podologia e quais as necessidades reais, em todos os âmbitos práticos, começaremos falando
sobre a Anvisa, que, conforme citei anteriormente, é a Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
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UNICESUMAR
Ela foi criada pela Lei 9.782, de 26 de janeiro de 1999, com o intuito de controlar e regular os servi-
ços e produtos de bem-estar e saúde, como alimentos, medicamentos, cosméticos e outros. A agência
reguladora é vinculada ao Ministério da Saúde e monitora e fiscaliza os ambientes, processos, insumos
e tecnologias relacionados à saúde (BRASIL, 1999, on-line). Dessa forma, devemos consultar todas
as leis e normativas vigentes para obtermos sucesso na abertura de nossa clínica, considerando, pelo
menos, os critérios mínimos para funcionamento, qualidade e avaliação do atendimento de podologia.
Estas informações que veremos, a seguir, são de extrema relevância, pois você terá o conhecimento
de quais órgãos são responsáveis pela criação das normativas e dos decretos que você deverá obedecer.
Por exemplo, para montagem, legalização, equipamento, entre outros, lhe convido a ler, com muita
atenção, e a guardar todas as informações a seguir:
As ações e os serviços de saúde são de relevância pública e estão sujeitos à regulamentação, à fis-
calização e ao controle do Poder Público, nos termos do Art. 197 da Constituição Federal (BRASIL,
1988, on-line), que coloca a relevância pública das ações de serviços na área da saúde e descreve que
é o Poder Público que realiza a regulamentação, a fiscalização e o controle.
A gestão da Anvisa, caro(a) aluno(a), é realizada por pessoas físicas ou jurídicas, sendo implantado
por meio das secretarias de saúde estaduais e municipais e pelo Distrito Federal, estabelece procedi-
mentos para a adoção do regulamento técnico, que pode adotar normas de caráter suplementar com
a finalidade de adequá-las na região onde o profissional atuará (ALMEIDA apud MELO NETO;
FROES, 1999).
Você pode observar que, na Lei Federal nº 8.078, de 11/09/90 (código de proteção e defesa do
consumidor), em que se estabelece a proteção da saúde e segurança da população contra os riscos
provocados por práticas no fornecimento de serviço, se garante o direito básico do consumidor quanto
ao atendimento de qualidade e à proteção contra qualquer prática que coloque o nosso cliente/paciente
em situação de risco (BRASIL, 1990, on-line).
A Lei Federal nº 8.080, 19 de setembro de 1999, que trata das condições para a promoção, proteção e
recuperação da saúde como direito fundamental do ser humano (BRASIL, 1999, on-line), mostra, de
forma clara, a responsabilidade que temos em nossas mãos. Sendo assim, volto a afirmar que devemos
oferecer o nosso melhor no atendimento para os clientes/pacientes, eles estão muito bem amparados
pela lei, é crime oferecer risco à vida do ser humano.
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UNIDADE 1
Levando em conta que cada estado e município tem o seu código sanitário, lanço-lhe um
questionamento: você está a par do Código Sanitário do seu município? E do seu estado?
Sugiro que faça esta pesquisa, pois ela será de grande valia para você!
Você pode observar, por exemplo, que se procurar, na internet, o regimento ou o estatuto de quais são
os requisitos para abrir uma clínica de podologia, encontrará detalhes diferentes entre Rio de Janeiro,
São Paulo, Paraná, Natal e outros estados e municípios. Sugiro que consulte a Resolução nº 1.558, de
23 de agosto de 2017, Código Sanitário do Estado do Rio de Janeiro, que é o estado onde eu, professora
Flávia, moro, e você terá uma ideia de como é um código sanitário.
Como o código de todas as cidades é fundamentado por meio da legislação da Anvisa, as regras gerais
são iguais para todos, sendo definidas algumas exigências para que possamos obter a licença sanitária.
Exigências: a licença sanitária e o alvará deverão ser expedidos pelos órgãos sanitários estadual e
municipal ou do Distrito Federal, que analisarão o local e liberarão o funcionamento dos estabeleci-
mentos que exerçam atividades que sigam as regras do regime de vigilância sanitária.
O espaço físico deve ser especializado para o desenvolvimento da atividade de podologia, caracte-
rizada por dimensões diferenciadas, como indica Mastroeni (2005):
• Sala: envolto por paredes e há a necessidade de uma porta.
• Área: ambiente aberto, sem paredes.
• Área de processamento de artigos: local onde são realizadas a lavagem, a desinfecção e, até
mesmo, a esterilização de materiais usados nos procedimentos.
• Esterilização: indicativo físico ou químico ou físico-químico que exclui todas as formas de vida
microbiana.
• Evento adverso: efeito não esperado em humanos e que é decorrente do uso de produtos sujeitos
à vigilância de órgão específico.
• Local insalubre: área que permite a exposição a fatores de risco para a saúde.
• Responsável legal: pessoa designada em estatuto e por formação e que deve representar ativa-
mente, nos atos judiciais e extrajudiciais, a pessoa jurídica, isto é, o dono do consultório.
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É importante que você, futuro(a) profissional, saiba que os estabelecimentos de podologia estão
sujeitos às normas gerais e específicas vigentes de edificações, sejam federais, sejam estaduais,
sejam municipais, às normas técnicas da Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT) em
sua especificidade, as normas técnicas específicas de engenharia e arquitetura, com a adoção de
procedimentos que garantam a segurança do trabalhador e do usuário (ANVISA, 2009).
Entre as normas, é que, nas dependências da clínica de podologia, nem poderá ser realizado outro
procedimento da área da saúde, nem servir de passagem para outro local. A instalação predial de água,
esgoto, energia elétrica, proteção, combate a incêndio, telefonia e outras existentes deverá atender às
exigências do código de obras e postura local, assim como as normas técnicas pertinentes a cada uma
das instalações (ANVISA, 2009).
Sendo assim, para que TER o seu alvará sanitário, você deve estar por dentro de todos os
itens que constem no Regulamento Técnico para Licenciamento e Funcionamento de Esta-
belecimentos de Podologia, os quais são expedidos pela secretaria de saúde de sua cidade.
São muitos detalhes! Você, que pretende abrir o seu espaço, já deve se informar sobre as
exigências de sua cidade com a secretaria de saúde. Ah, não SE esqueça que o alvará sani-
tário deve ficar fixado em um quadro, dentro de sua clínica, para que todos possam ver, ok?
Já as instalações elétricas, caro(a) aluno(a), deverão possuir fração embutida, tomadas com indicadores
de voltagem e quadro de força devidamente identificado, com acesso desobstruído. O local deverá
ser identificado na parte externa, de maneira que a população consiga visualizar que é uma clínica de
podologia. A entrada deve ter acesso fácil, portas com, no mínimo, 0,80 m de vão livre e adequações
aos portadores de necessidades especiais, conforme legislação vigente (ANVISA, 2009).
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UNIDADE 1
A parte destinada à recepção/sala de espera da clínica deverá ser de fácil acesso, para que todos
consigam entrar no ambiente, por exemplo, com rampas que tenham inclinação máxima de 8,33%.
Este local deve ter ventilação e iluminação que garantam conforto térmico aos pacientes e, também,
sempre lembrar das necessidades de nosso paciente/cliente, disponibilizando ao usuário água potável
e copos descartáveis (MASTROENI, 2005).
Quanto ao lixo, além de coletor de lixo com sacos plásticos, você deve prestar atenção ao separar
os resíduos dos materiais perfurocortantes, biológicos e do lixo comum, conforme foi abordado na
disciplina de Biossegurança. Outra regra importante é que as instalações sanitárias destinadas ao
público deverão ser separadas por gênero, com o piso de material liso para facilitar a higienização,
resistente e antiderrapante. Já as paredes também devem ser de material liso, resistente, impermeável
e de fácil higienização (ANVISA, 2009).
Outro detalhe que deve ter em uma clínica de podologia,
segundo a Anvisa (2009), é a pia-lavatório, com suporte para
toalha de papel, dispensador de álcool em gel, dispensador de
sabão líquido, vaso sanitário com tampa, recipiente coletor
de lixo com saco plástico e tampa de acionamento por pedal.
Quando albergada em shoppings/centros comerciais, as ins-
talações sanitárias destinadas ao público poderão ser coletivas
ao local que está vinculado. Paredes e teto do estabelecimento
deverão ser revestidos ou pintados com material liso, caso não
seja desta forma, devem ser resistentes e impermeáveis, como
citado anteriormente. O piso também deverá ser de material antiderrapante, resistente, impermeável
e de fácil higienização. Todos os ralos instalados nos estabelecimentos deverão ser de fecho hídrico e
tampa escamoteável, para seguir as normativas da Anvisa (2009).
Já falamos da iluminação e ventilação, mas vale destacar que pode elas podem ser natural e/ou
artificial, de forma a proporcionar adequadas condições de segurança e conforto. Caso a clínica tenha
sanitários/vestiários de funcionários, deverão ter as mesmas características citadas para os lavabos
das clínicas.
“
Devem ser separados por gênero, providos de vaso sanitário com tampa, pia lavatório com dispensador
de sabão líquido e suporte para papel toalha, lixeira com tampa e acionamento por pedal e armário
para guarda de pertences (ANVISA, 2009, p. 10).
O local que você estará trabalhando efetivamente, a sala destinada ao atendimento direto ao cliente
(manuseio), deverá dispor de pia-lavatório para higienização das mãos, com um dispensador de sabão
líquido e álcool em gel, suporte para papel toalha, coletor para lixo com saco plástico, com tampa e
acionamento por pedal (ZARDETTO; GUARÉ; CIAMPONI, 1999).
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Para apoiar os materiais durante o trabalho, podemos ter, na clínica, bancada fixas ou móveis com
acabamento liso, impermeável, resistente, lavável e de fácil higienização. O ambiente destinado ao
processamento de artigos deverá dispor de pia com bancada para limpeza de materiais e bancada para
o preparo, desinfecção ou esterilização de materiais. Quando não houver sala para processamento de
material, esta atividade poderá estar localizada em uma área dentro da sala de procedimentos, desde
que estabelecida barreira técnica (NEVES; CORTEZ; MOREIRA, 2006).
Você deve ficar atento(a) para que, em sua clínica, esteja disponível uma área específica para guardar
materiais esterilizados. Este deve ser um armário exclusivo para os equipame2ntos que estão estéreis
e deve ficar sempre fechado, limpo e livre de umidade bem como deve haver um local específico para
materiais limpos e instrumentais não esterilizados, que deverão ser acondicionados em recipientes
fechados, higienizados e livre de umidade (ABNT, 1984).
Quanto à metragem, nos estabelecimentos onde é exercida a atividade de podologia, o ambiente
deverá ter área mínima total de 10 m2, com largura mínima de 2,5 m2 e área mínima de 5 m2 para
cadeira adicional. Caso haja mais de um compartimento de atendimento, estes deverão ser separados
por divisórias de, no mínimo, 2 m de altura. Estas medidas podem variar de região para região (AN-
VISA, 2009).
As normas pedem que o estabelecimento disponibilize local adequado para refeições e que não
tenha comunicação direta com:
“
[...] posto de trabalho, instalações sanitárias ou locais insalubres, tendo no mínimo piso revestido
com material resistente, liso e impermeável, pia com bancada, armário para guarda de alimentos e
utensílios, geladeira exclusiva para guarda de alimentos e equipamento para aquecimento de alimentos.
No caso de preparo de alimentos, o estabelecimento fica obrigado a instalar cozinha, de acordo com
a legislação específica (ANVISA, 2009, p. 10).
Deverá ser garantida a privacidade do cliente durante os procedimentos, por isso, a sala/cabine deve
ser individual. Como em todo comércio, nosso espaço também deve ter o DML (depósito de material
de limpeza):
“
O DML deverá ser dotado de tanque com profundidade de 35 cm para higienização de materiais
usados no processo de limpeza das superfícies dos estabelecimentos e para o descarte das águas
utilizadas na higienização do local (ANVISA, 2014, on-line).
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UNIDADE 1
O cuidado que devemos ter com o reservatório de água potável deve ser considerável, pois a conta-
minação da água pode causar muitos malefícios, por isso, o recipiente deve estar isento de rachadura,
sempre deve estar com tampa, deve permitir o seu esvaziamento total para a higienização e ficar em
local de fácil acesso para inspeção e limpeza. A água de abastecimento deverá atender aos padrões
de potabilidade previstos na legislação pertinente, confirmados por meio de análises bacteriológica e
físico-química a serem realizadas anualmente (ANVISA, 2009).
As normas, quando se tratam de água, são bem descritas, sendo detalhado até a forma de descarte
do esgoto sanitário e das águas residuais, sendo entendido pela Anvisa (2009) que a sua destinação
final deve ser a rede coletora de esgotos ou sistemas individuais de esgotamento sanitário, vedado o
lançamento no sistema de coleta de águas pluviais.
“
O sistema de caixas de gordura e de passagem deverão ter manutenção periódica, evitando incrus-
tações ou extravasamentos.
“
[...] Para escoamento da água de lavagem de pisos, o estabelecimento deverá dispor de sistema de ralos
instalados em pontos estratégicos, com fecho hídrico e tampa escamoteável, devidamente interligado
ao sistema de esgotamento sanitário. Todos os resíduos sólidos produzidos no estabelecimento de-
verão ser acondicionados em sacos plásticos com simbologia de substância infectante (ANVISA,
2009, p.10, grifo meu).
Nas imagens, a seguir, é possível verificar que temos diferenciações até mesmo para descartar o lixo da
forma mais adequada, veja: o símbolo em amarelo representa que, ali, existe lixo com risco biológico,
logo, o utilizamos para descarte de materiais infectados. Já o símbolo destacado em branco e preto é
para recipiente de lixo comum, isto é, o descarte, por exemplo, do copo em que o seu cliente bebeu
água ou de algum papel aleatório.
Figura 1 - Símbolos para lixo infectante à esquerda e, para lixo comum, à direita
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UNICESUMAR
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UNIDADE 1
“
Os resíduos sólidos deverão ser depositados, após embalados,
em local apropriado, protegidos contra acesso de roedores e ou-
tros animais, fora da área de atendimento (expurgo), enquanto
aguardam o recolhimento. É importante lembrar que não são
permitidos o acúmulo, em locais impróprios, de detritos que
possibilitem a proliferação de vetores. Os estabelecimentos de que
trata este Regulamento deverão instituir rotinas de desinsetização
e desratização. Quanto à saúde ocupacional, os proprietários dos
estabelecimentos deverão capacitar e manter registro atualizado
de treinamento dos funcionários contendo carga horária, nome
e formação do instrutor, conteúdo, nome e assinatura do funcio-
nário. Os estabelecimentos deverão elaborar e tornar disponíveis
aos funcionários Manual de Procedimento Operacionais (POP),
contendo rotinas de procedimentos técnicos, biossegurança e
Figura 4 - Exemplo de recipiente pró-
medidas de controle de transmissão de doenças, sendo que este
prio para lixos perfurocortantes
manual deverá ser atualizado anualmente (ANVISA, 2009, p. 10).
Os profissionais que realizam procedimentos onde são utilizados instrumentos perfurocortantes de-
vem ser vacinados contra hepatite b, tríplice e influenza, sem prejuízo de outras que forem necessárias
(ANVISA, 2009).
O mobiliário deverá estar em condições ergonômicas e permitir a adaptação das condições de
trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar o máximo
de conforto e segurança. Deverão “ser disponibilizados equipamentos de proteção individual (EPI)
aos funcionários (óculos, máscaras, luvas e jalecos), de acordo com as funções exercidas em número
suficiente, de forma que seja garantido o imediato fornecimento ou reposição” (ANVISA, 2009, p.
11). Fica proibido aos funcionários
“
O ato de fumar, o uso de adornos durante os procedimentos, bem como a guarda e consumo de
alimentos em locais não destinados para este fim. Os funcionários que trabalham utilizando mate-
rial perfurocortante devem ser responsáveis pelo seu descarte, sendo vetado o re-encape de agulhas
(ANVISA, 2009, p. 11).
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UNICESUMAR
É importante, também, sempre estar atento(a) quanto aos produtos de interesse à saúde em uso ou
armazenados no estabelecimento. Eles deverão, obrigatoriamente, estar dentro do prazo de validade
e obedecer à legislação específica quanto ao registro no órgão competente. Os produtos químicos,
saneantes e domissanitários que forem submetidos ao fracionamento ou à diluição deverão ser acon-
dicionados em recipientes devidamente identificados, de forma legível, por etiqueta, com o nome do
responsável pela manipulação ou pelo fracionamento. O fracionamento deverá ser de acordo com as
especificações contidas no rótulo do fabricante, não é permitido o procedimento de reutilização das
embalagens de produtos químicos (ANVISA, 2009).
Quanto aos equipamentos, você, como profissional da saúde, deve ter, em sua clínica, todos aqueles
necessários para a realização das atividades propostas, mantendo-os higienizados e em condições de
funcionamento. Os equipamentos deverão ser disponibilizados em quantidade suficiente para atender
à demanda do estabelecimento, respeitando os prazos, a limpeza, a desinfecção ou a esterilização deles.
Todos os equipamentos deverão possuir registro no órgão competente, segundo a Anvisa (2009), sendo
observadas suas restrições de uso.
Para um trabalho de qualidade, além da necessidade de ter, nas clínicas, uma quantidade de mate-
riais que atenda às necessidades do dia de trabalho, devemos observar se os mesmos são ergonômicos,
prezando pela qualidade e pelo conforto do paciente e pela nossa saúde como profissionais, pois, assim,
evitamos as doenças ocupacionais, como as Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e os Distúrbios
Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT).
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UNIDADE 1
“
Os artigos utilizados em procedimentos de Podologia deverão ser submetidos aos processos de lim-
peza, desinfecção e esterilização, de acordo com o estabelecido em legislação específica e o Manual de
Procedimento Operacional Padrão (POP), do estabelecimento. Estes artigos, quando em contato com
sangue, devem ser esterilizados ou descartáveis. Após processos de limpeza, desinfecção e esterilização,
os artigos deverão ser acondicionados em recipientes limpos e protegidos (ANVISA, 2009, p. 13).
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A construção de um mapa mental torna mais fáceis a organização e a compreensão
dos conteúdos que foram abordados até aqui. Dessa forma, a partir dos conceitos
centrais desta unidade, é essencial que você, estudante, preencha o mapa com
informações que se associam aos conceitos abordados nesta unidade. A prática do
mapa mental lhe ajudará a memorizar os principais pontos estudados, vamos lá?
22
1. Joana é uma podologista recém-formada no curso tecnólogo, pela Unicesumar. Ao se graduar,
decidiu que está preparada para este novo desafio e, agora, correrá atrás de questões técnicas
sobre licença e vigilância sanitária com a intenção de oferecer um serviço de qualidade e que
respeite a saúde e o bem-estar de seu cliente. Considerando este caso, estabeleça critérios mí-
nimos para o funcionamento, com qualidade, e para a avaliação do atendimento do podólogo.
2. No Brasil, temos a legislação que estabelece critérios mínimos para que um ambiente de aten-
dimento na área da saúde possa iniciar a sua jornada. Devemos levar em consideração que o
nosso espaço físico deve seguir alguns requisitos básico para termos o mínimo de condições ao
atendimento de podologia. Diante destas afirmações, assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F):
3. Os estabelecimentos deverão ser providos de reservatório de água potável, com capacidade sufi-
ciente para sua demanda diária. Considerando esta afirmação, assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F):
( ) O reservatório deve ser limpo de a cada seis meses.
( ) A limpeza e a desinfecção do reservatório deverão ser registradas em formulário contendo data,
método de lavagem utilizado e assinatura do(a) responsável.
( ) O reservatório de água potável deve estar isento de rachadura e deve ter tampa, permitindo o
fácil acesso para inspeção e limpeza, além de possibilitar o esvaziamento total.
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1. Devemos sempre levar em consideração os códigos da Anvisa e os códigos das secretarias de saúde esta-
duais e municipais e do Distrito Federal, implementando os procedimentos e a legislação de acordo com
o Regulamento Técnico. O descumprimento das determinações estabelece uma infração de natureza sani-
tária, condicionando o infrator a sofrer processo e a penalidades preventivas, encontradas na Lei nº 6.437,
de 1977, ou instrumento legal que venha a substituí-la, sem prejuízo das responsabilidades penal e civis.
2. C.
3. E
CONFIRA SUAS RESPOSTAS
24
ABNT. NBR 8.419 – Apresentação de projetos de aterros sanitários de resíduos sólidos. São Paulo: ABNT, 1984.
ANVISA. Referência Técnica para o Funcionamento dos Serviços de Estética e Embelezamento sem
Responsabilidade Médica. Brasília: Anvisa, dez. 2009.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 9 nov. 2020.
BRASIL. Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977. Configura infrações à legislação anitária federal, estabelece as
sanções respectivas, e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6437.
htm. Acesso em: 9 nov. 2020.
BRASIL. Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990. Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras provi-
dências. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1990/lei-8078-11-setembro-1990-365086-pu-
blicacaooriginal-1-pl.html. Acesso em: 9 nov. 2020.
BRASIL. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e
recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm#:~:text=Disp%C3%B5e%20sobre%20as%20
condi%C3%A7%C3%B5es%20para,correspondentes%20e%20d%C3%A1%20outras%20provid%C3%AAncias.
Acesso em: 9 nov. 2020.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 9.782, de 26 de janeiro de 1999. Define o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, cria a
Agência Nacional de Vigilância Sanitária e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/l9782.htm. Acesso em: 9 nov. 2020.
MASTROENI, M. F. Biossegurança Aplicada a Laboratórios e Serviços de Saúde. 2. ed. São Paulo: Atheneu,
2005.
NEVES, T. P.; CORTEZ, E. A.; MOREIRA, C. O. Biossegurança como ação educativa: contribuições à saúde do
trabalhador. Cogitare Enfermagem, Curitiba, v. 11, n. 1, 2006.
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MEU ESPAÇO
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MEU ESPAÇO
MEU ESPAÇO
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2 Tipos de Artigos
(Instrumentos)
na Podologia
Me. Flávia Rodrigues da Cunha
Dra. Lilian Rosana dos Santos Moraes
OPORTUNIDADES
DE
APRENDIZAGEM
Como vimos na unidade anterior, Joana pesquisou tudo para a abertura de uma clínica de podologia
e verificou que precisaria de alguns cuidados com a esterilização, pois temos alguns artigos que são
críticos, semicríticos e não críticos, assim, devemos fazer a limpeza e a esterilização de maneira dife-
renciada. Agora, imagine como você e a Joana levantariam todo este material. Quais devem ser esses
artigos? Como deveriam ser separados? A limpeza de todos deve ser feita da mesma forma? Existe
algum um passo a passo para essa limpeza?
Caro(a) estudante, você pôde perceber que estamos falando de um assunto muito importante, que
são os tipos de artigos, sua classificação e esterilização. Veja bem, somos profissionais da área de saúde e,
como tal, sempre devemos estar dentro das normas de segurança para proporcionar o atendimento de
excelência para nossos clientes/pacientes e, também, para nossa própria segurança. Sempre falo que, se
não soubermos classificar os artigos, estaremos cometendo um grande erro, pois a classificação errada
é sinal de contaminação. Julgo este assunto o mais importante, sem desmerecer os outros, claro. Ele é o
coração do nosso procedimento, precisamos preservar a saúde dos nossos clientes/pacientes, levando
em consideração que eles confiam no nosso trabalho, evitando a contaminação dos artigos críticos,
por exemplo, alicate de corte reto, os instrumentais (bisturis) goiva 206, micronuclear 208, sondador
245, entre outros, além de evitar, também, a contaminação do ambiente de trabalho. Com isso, vale a
pena pensar e ter consciência de como devemos fazer a classificação e esterilização.
Agora que você conhece um pouco do nosso assunto, pesquise na web, em livros e artigos. Se pos-
sível, vá a uma clínica de podologia, observe como é feita a esterilização e leve em consideração a área
limpa e a área suja bem como se há uma classificação correta dos artigos de trabalho. Você é um(a)
futuro(a) podólogo(a) e precisa saber deste assunto, afinal, ele fará parte do seu dia a dia.
Agora, caro(a) aluno(a), pergunto: o que você observou na sua pesquisa? A boa higiene é um dos
requisitos mais importantes para a saúde do cliente/paciente, podólogo e para a equipe de trabalho.
Levando em consideração o uso dos artigos, como bisturis, pontas diamantadas, entre outros, são
materiais com tecido, sangue, secreções e microrganismos, possibilitando o perigo da contaminação.
30
UNIDADE 2
Gostaria de lhe lembrar que toda clínica é obrigada a ter um equipamento para esterilização pelo
meio úmido (autoclave) ou meio seco (estufa), destacando que, em alguns estados, como o Rio de
Janeiro, o meio seco está proibido, pois, com este método, não é possível executar um monitoramento
correto. Nossos procedimentos são geradores de resíduos biológicos que representam risco potencial
à saúde, dessa forma, devem ser descartados em sacos e recipientes adequados para não haver conta-
minação do(a) podólogo(a) bem como do(a) profissional que coleta os resíduos.
A vigilância sanitária está sempre alterando normativas para o atendimento das necessidades de bios- DIÁRIO DE BORDO
segurança nos consultórios de podologia, por exemplo, antes de 2014, no município do Rio de Janeiro,
era permitido o uso de estufa nos consultórios para a esterilização dos artigos, a partir deste ano, se
tornou proibido o uso da estufa. Isto mostra que sempre devemos seguir as normativas implantadas
pelo Centro de Vigilância Sanitária (CVS) do estado ou município, pois eles possuem normativas espe-
cíficas a todo profissional. Elas apresentam conteúdos relacionados à biossegurança com a finalidade
de demonstrar a importância das normas internacionais de segurança para o(a) podólogo(a) e para o
paciente (JOVANA; LEITE; RODRIGUES, 2014).
31
UNICESUMAR
Agora, caro(a) aluno(a), aprofundando um pouco mais esta teoria, falaremos sobre alguns temas impor-
tantes. O primeiro que destaco é a microbiologia, o estudo que envolve a identificação da morfologia,
estrutura, fisiologia e reprodução. Os microrganismos são seres microscópicos que constituem grandes
e diversificados grupos de organismos e possuem vida autônoma e parasitária, classificados como: fun-
gos, leveduras, bactérias, vírus e metazoários. São encontrados na natureza, no ar, nas árvores, na água,
na terra e nos alimentos, no corpo humano, interna e externamente, e no pó (BEGA; LOROSA, 2010).
32
UNIDADE 2
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UNICESUMAR
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UNIDADE 2
Você sabe identificar os sintomas da infecção, caro(a) aluno(a)? No período de incubação, ocorre
a penetração (contaminação) dos microrganismos até o aparecimento dos sintomas, no período da
doença, podem ser observados febre e sintomas clínicos, no período de convalescença, há a recupe-
ração após o desaparecimento dos sintomas. Existe, também, a infecção sem sintomas, quando um
organismo abriga microrganismos patogênicos sem apresentar sintomas, ou ainda, a infecção local, em
que são observados focos infecciosos localizados e assintomáticos, os quais podem atuar em órgãos
distantes, podendo ser detectados com exame clínico (VIANA, 2007).
Além do mais, as fontes de infecção podem ser endógenas ou exógenas. As fontes endógenas
dizem respeito a quando há origem no próprio paciente, por exemplo, o microrganismo aloja-se onde
ele possa se reproduzir. Já uma fonte exógena acontece quando há origem externa, como alimentos,
outras pessoas etc. (VIANA, 2007).
Para termos o controle e evitar ou diminuir a probabilidade de infecções em nosso ambiente de
trabalho, é muito importante realizarmos as condutas de etiqueta sanitária, como lavar as mãos antes
e depois do atendimento de cada paciente. Também devemos usar luvas em todos os procedimentos e
sempre descartá-las na frente do cliente/paciente, para que este tenha a certeza de nossa preocupação
com a biossegurança. Isso é importante porque, em nossa pele, existem a flora transitória e a flora
residente. Na transitória, existem microrganismos que estão instalados nas unhas e na pele, sendo eles
responsáveis por infecções. Já a flora residente significa microrganismos instalados nas regiões mais
profundas da pele (folículo piloso e glândulas sebáceas).
Ademais, as roupas devem ser confeccionadas em tecido próprio para não haver penetração de
poeira durante o lixamento. Os profissionais devem usar touca, óculos de proteção, luvas, máscara,
jaleco e roupa brancos. A roupa branca é utilizada porque esquenta menos que as roupas coloridas e
absorve menos bactérias. Ainda, as roupas usadas nos atendimentos devem ser lavadas separadamente,
em água corrente, com sabão adequado, e a temperatura deve variar de 70 °C a 95 °C. Por fim, a troca
da roupa deve ser feita sem muita agitação, evitando a dispersão de microrganismos no ar. As roupas
sujas devem ser transportadas em sacos separados e fechados com fita adesiva (VIANA, 2007).
Caro(a) aluno(a), a remoção dos resíduos de material orgânico que protegem o microrganismo
contra a ação dos esterilizantes é feita por meio da limpeza, com esta limpeza, conseguiremos o
estado de asseio. Damos o nome, para o conjunto de meios utilizados para diminuir ou eliminar os
microrganismos patogênicos de um local, de assepsia. Existem vários meios de assepsia que podem
ser utilizados, como o digluconato de clorexidina 2%.
35
UNICESUMAR
A degermação diz respeito a remover ou a reduzir as bactérias da pele de forma mecânica, com
uso de sabão, detergente e escovação (lavagem das mãos), evitando o controle da infecção cruzada. O
tempo da lavagem das mãos é muito importante, deve levar, no mínimo, um minuto, para a realização
da ação mecânica, como também para atingir o efeito esperado pela ação do antisséptico. Ademais, o
uso da escovinha para a limpeza das unhas é muito importante e devemos secar as mãos sempre com
papel descartável. É necessário que as mãos e antebraços estejam sem joias (anéis, pulseiras e relógios)
e as unhas estejam polidas, sem esmalte, curtas e bem tratadas.
Caro(a) aluno(a), devemos aplicar a técnica da lavagem e antissepsia das mãos nas seguintes situa-
ções: no início e término do turno de trabalho; antes e após atendimento dos pacientes; antes e após
funções fisiológicas ou pessoais (uso do banheiro, fumar, pentear cabelo etc.); após remover materiais
contaminados e lixo; manusear dinheiro; entre outros.
A seguir, conforme Viana (2007), observe os métodos que nós, podólogos(as), devemos utilizar para
as corretas verificação e higienização dos instrumentais reutilizáveis:
• Antissepsia: é realizada sobre os tecidos vivos. Deve-se remover, parcialmente, os microrganis-
mos da pele por agentes químicos por meio de álcool iodado, PVPI ou gluconato de clorexidina
> 0,5%.
• Desinfecção: realizada sobre superfícies inertes, como: pisos, paredes, utensílios, sanitários,
móveis e equipamentos. Promove a destruição dos germes patogênicos e a inativação dos vírus,
não necessariamente matando os esporos.
• Desinfestação: diz respeito à eliminação de roedores, insetos e outros animais.
• Esterilização: é a destruição total dos microrganismos, vírus, esporos. É realizada em instru-
mentais, campos cirúrgicos, roupas, luvas, algodão, gaze e ar ambiente. É o processo de destruição
de todas as formas de vida microbiana, nas suas formas vegetativas e esporuladas, patogênicas
ou não, mediante a aplicação de agentes químicos ou físicos.
• Sanitização: é a redução dos germes a nível isento de perigo. Realizados em objetos inanimados,
nas dependências etc.
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UNIDADE 2
Como é possível um(a) podólogo(a), em seu consultório, realizar a esterilização dos artigos
críticos, usados durante seus atendimentos, em grande quantidade, como os seguintes instru-
mentos: 206 (goiva), 208 (micronuclear) e ponta diamantada 718 (broca)? Quais equipamentos
e insumos são indicados para serem usados, neste caso?
O primeiro passo é a pré-embebição, que diz respeito à imersão dos artigos em solução de detergente
enzimático, com o objetivo de evitar que detritos orgânicos sequem nos instrumentos. O processo
deve ser executado, imediatamente, após o atendimento e deve durar de 5 a 20 minutos, de acordo
com o fabricante do detergente enzimático. Ainda, este processo deve ser realizado por meio da cuba
de imersão ou cuba ultrassom. Este procedimento diminui a carga microbiana nos instrumentais ao
realizar a lavagem manual, não há necessidade de pré-lavagem dos instrumentais, pois estes podem
ser colocados diretos na imersão (VIANA, 2007).
Depois, temos a escovação, que é escovar os instrumentos com escova macia de cabo longo (esco-
va de dente). Seguido deste processo, é necessário enxaguar com água destilada, desmineralizada ou
filtrada, os instrumentos, observando e tendo cuidado em abrir os que são articulados, como: tesouras
e alicates etc. (VIANA, 2007).
Ainda, é necessário realizar a secagem. Os instrumentais devem ser secados por meio de boa
inspeção, assim você evitará a oxidação, a ferrugem e a interferência no processo de esterilização. Não
devemos deixar os instrumentais secarem naturalmente (VIANA, 2007).
Depois da secagem, caro(a) aluno(a), é o momento da inspeção. Isto significa fazer um exame
dos instrumentais, observando se não há, no processo de esterilização, nenhum vestígio de resíduos
orgânicos, instrumentos com corrosão que devem ser descartados, pontas desalinhadas, imperfeições
no corte, articulações endurecidas (VIANA, 2007).
Ainda, tem de ser feita a lubrificação, por meio de óleo mineral, das peças com articulações en-
durecidas. Por fim, é necessária a realização de uma embalagem em rolo de papel grau cirúrgico ou
em envelope descartável. Os envelopes de grau cirúrgico devem ser fechados com seladora ou com a
fita de selagem do envelope (VIANA, 2007).
37
UNICESUMAR
A seguir, está disponibilizado um fluxograma, o qual deve estar sempre fixado no quadro de avisos
da esterilização, juntamente com o POP, para seguirmos o padrão de esterilização com excelência.
Lavagem
Secagem
Embalagem
Caro(a) aluno(a), devemos realizar o monitoramento com o uso de indicadores biológicos para ter-
mos certeza da eficácia da esterilização. Os resultados devem ser arquivados pelo prazo de um ano.
Observe, no Quadro 1, como seguir e verificar as informações a respeito dos indicadores biológicos.
Quadro 1 - Monitoramento da esterilização
Tipo de indica-
Descrição Função Frequência de uso
dores
Fonte: a autora.
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UNIDADE 2
O integrador químico é um artigo muito utilizado por outros profissionais da saúde, inclusive por
tatuadores e body piercers, para conferir se o processo de esterilização foi realizado com sucesso. Ele
se constitui de uma pastilha que indica, por padrões preestabelecidos de esterilização a vapor, se o
instrumento foi corretamente esterilizado.
A seguir, é possível ver exemplos de tubos de ensaios que nós, podólogos(as), utilizamos com o objetivo
de serem indicadores biológicos. Atualmente, podemos classificá-los como a forma mais segura para
o monitoramento de esterilização do trabalho que realizamos.
39
UNICESUMAR
Caro(a) aluno(a), que tal, agora, você vir comigo para uma conversa,
em nosso podcast, com relação ao que estamos falando até então?
Não deixe de ouvir, pois tenho certeza de que muito poderá ser
acrescentado no conteúdo de nossa unidade.
40
UNIDADE 2
Temos, também, as áreas semicríticas, que são aquelas ocupadas pelos pacientes portadores de
doenças infecciosas, como a Covid-19, que falamos anteriormente, a tuberculose, a meningite, entre
outras. A limpeza da área deve ser feita com desinfecção com vapor a 120 °C ou agentes químicos
(detergentes, fenóis, aldeídos). A superfície deverá ser limpa com produto químico, além da ação me-
cânica. É necessário enxaguar em abundância e repetir o processo, deixando o produto químico agir
por, pelo menos, dez minutos.
Provavelmente, você ficou com muitas dúvidas em relação à esterilização e todo o processo de
monitorização desta etapa, não é mesmo? Mas eu tinha pensado que essas dúvidas surgiram,
então, levando isso em conta, separei um vídeo que apresenta algumas informações sobre
todo o processo de esterilização e como podemos utilizar o indicador químico e biológico.
Para acessar, use seu leitor de QR Code.
Também é essencial verificar a incompatibilidade dos produtos usados, a fim de não provocar reação
química danosa ao ambiente e às pessoas, além de verificar o tempo de contato do produto com o
ambiente. O uso de EPIs é obrigatório, durante a manipulação do produto, para os profissionais da
limpeza devidamente capacitados (VIANA, 2007).
As áreas críticas dizem respeito àquelas onde verificamos a maior probabilidade de ocorrer riscos
de processos infecciosos. Devemos realizar a limpeza de desinfecção com bastante atenção durante
a higienização do local, para que este seja bem limpo. Temos, como exemplo, a sala de atendimento
da podologia, onde é gerado bastante material biológico, favorecendo a proliferação de microrganis-
mos. Durante a limpeza, o uso de EPIs é obrigatório bem como durante a manipulação dos produtos
antissépticos, para que os profissionais da limpeza estejam protegidos e capacitados para executar a
atividade (VIANA, 2007).
41
UNICESUMAR
Ainda, temos as áreas contaminadas, onde verificamos a presença de pus, sangue, secreção ou ex-
creção (SOUZA et al., 2007). Nas clínicas de podologia, é muito possível cair sangue e pus em algumas
superfícies, assim como o paciente pode não se sentir bem, vomitar ou urinar durante seu atendimento.
O método aplicado para a desinfecção do local é a remoção da matéria orgânica. Para a realização
da desinfecção das áreas e superfícies contaminadas, utilizamos produtos, como desinfetantes de uso
exclusivo de hospitais e estabelecimentos da área de saúde.
Caro(a) aluno(a), não podemos utilizar os desinfetantes caseiros que encontramos nas prateleiras dos
supermercados. Os desinfetantes devem ter os seguintes princípios ativos: fenólicos, quaternários de amônio,
compostos orgânicos e inorgânicos, liberadores de cloro ativo, iodo e derivados, álcoois, glicóis, entre outros
produtos ativos, desde que estejam na legislação específica (GONÇALVES, [2020], on-line).
O tempo de contato com o produto varia de acordo com as especificações dos fabricantes e normas
técnicas, variando de 10 a 30 minutos. As áreas contaminadas devem seguir o seguinte passo a passo
da desinfecção: usar o produto sobre a matéria orgânica (água sanitária sobre o sangue ou vômito,
deixando agir de 10 a 30 minutos, no mínimo) removendo a matéria orgânica envolvida no produto,
desprezá-la e limpar o local novamente (SOUZA et al., 2007). Ademais, caro(a) aluno(a), o lixo deve
ser desprezado em lixeira com tampa e pedal, saco de lixo duplo e de cor diferenciada, para que sejam
reconhecidos pelo profissional da coleta de lixo hospitalar, além da identificação “contaminado”, também
devem ser fechados para sua coleta hermética e depositados em locais predeterminados. Para a retirada
dos sacos, deve-se usar luvas apropriadas, os sacos nunca devem exceder a capacidade máxima, a coleta
precisa ser efetuada por empresas especializadas em coleta hospitalar. Ademais, a desinfecção do ar no
ambiente deve ser feita por meio de borrifador ou nebulizador contendo produto específico de ação
comprovada pelos órgãos competentes e que não apresentem risco à saúde das pessoas (VIANA, 2007).
Ainda, é de extrema importância tomarmos muito cuidado com a classificação dos artigos utiliza-
dos na podologia, como o telefone, o quadro, os instrumentais. Seja qual for a classificação, temos que
colocar todos em seus devidos lugares e não podemos negligenciá-los. Vejamos, agora, como podemos
fazer essa classificação.
42
UNIDADE 2
Como todos os lugares de atendimento da área de saúde possuem artigos críticos, semicríticos e
não críticos, não poderíamos deixar de falar destes últimos, na área de podologia. Devemos levar em
consideração todo passo a passo visto anteriormente, como limpeza, desinfecção, esterilização, entre
outros. Agora, chegou a hora de você conhecer como os classificamos e como, por exemplo, fazemos
a limpeza e os demais passos para que seu atendimento seja de excelência.
Caro(a) aluno(a), o artigo não crítico é aquele destinado ao contato com a pele íntegra ou ao
contato com pessoas (mobiliário e telefone). É necessário fazer uma remoção física de sujidade para
manter limpos os artigos, pois a presença de matéria orgânica dificulta a ação dos produtos químicos
no processo de desinfecção e esterilização. A limpeza é feita com sabão, água e/ou desincrustantes. O
mobiliário deve ser lavado com sabão biodegradável e água, ademais, as instalações sanitárias devem
ser lavadas, diariamente, com detergente, sabão e cloro. Os artigos não críticos devem estar isentos de
agentes de doenças infecciosas transmissíveis, admitindo-se, contudo, a presença, em pequenos números,
de microrganismos encontrados, normalmente, na microesfera humana (MONTEIRO, [2020], on-line).
Já os artigos semicríticos são utilizados na podologia e entram em contato com a pele do paciente
que não está íntegra, mas que não tem a função de invadir os tecidos, como o bisturi. Estes são con-
siderados artigos de risco moderado e devemos usar o método de esterilização ou desinfecção para
higienizar. Como exemplo, temos o aplicador gaze tubular e a pinça anatômica.
Para que a desinfecção seja
efetiva, devemos seguir um flu-
xograma para termos eficácia,
pois, com esse passo a passo, ob-
teremos a destruição de todos
os microrganismos.
Descontaminação
Por fim, os artigos críticos são aqueles que
penetram nos tecidos subepiteliais, sistema
vascular e em outros órgãos isentos da flora
Lavagem
microbiana própria bem como todos os que
sejam diretamente conectados com eles, por
exemplo, bisturis e alicates (FUNDAÇÃO
Secagem
CASA, 2020). Os artigos críticos devem es-
tar livres de microrganismos (fungos, vírus
e esporos) ao serem utilizados. Os que são
Embalagem Acondicionamento termorresistentes precisam ser submetidos
a processos físicos que utilizem calor seco
Figura 7 - Fluxograma de desinfecção
Fonte: a autora. ou vapor d’água, e os termossensíveis, pro-
cessos químicos ou radiação. A estufa deve
ser utilizada a 200 ºC por duas horas e/ou o autoclave deve ser utilizado em 134 °C. Estes são os
processos utilizados na podologia.
43
UNICESUMAR
44
Vamos, agora, caro(a) aluno(a), para o preenchimento de um mapa mental? Isto
fortalece a compreensão dos conteúdos que trabalhamos nesta unidade. Com base
no que você estudou, complete as classificações dos artigos utilizados nas clínicas
de podologia. É importante que você dê continuidade ao mapa mental para que a
sua experiência de aprendizagem seja completa.
Classicação dos
artigos utilizados nas
clínicas de podologia
MAPA MENTAL
45
MAPA MENTAL
46
1. “O conjunto de meios utilizados para diminuir ou eliminar os microrganismos patogênicos de
um local”. Com base nesta frase, qual tipo de processo é utilizado?
2. Sabemos que os cuidados com a saúde de nossos pacientes/clientes são fundamentais para
o bom desempenho do trabalho e, também, para evitar complicações e promover a saúde da
população. Qual a função da esterilização?
3. Nesta unidade, vimos que infecção e inflamação são diferentes e podem acometer o paciente,
ao mesmo tempo. Defina o conceito de cada uma delas.
6. Com base no que foi estudado, nesta unidade, sobre esterilização, monte um POP para a este-
rilização do seu consultório.
47
1. Assepsia.
2. É a destruição de todas as formas de vida microbiana, nas suas formas vegetativas e esporuladas, patogênicas
ou não, por meio de rotina que utiliza agentes químicos ou físicos.
3. A infecção é a invasão de tecidos corporais de um organismo hospedeiro por parte de organismos capa-
zes de provocar doenças; a multiplicação desses organismos e a reação dos tecidos do hospedeiro a eles
e às toxinas por eles produzidas. Podem ser endógenas ou exógenas: endógenas quando há origem do
próprio paciente e exógenas quando há origem externa. A inflamação é a reação natural do nosso orga-
nismo frente a alguma lesão do tecido, que pode ser devido a um trauma físico ou por meio de um agente
agressor (microrganismos, vírus, fungos etc.). O processo inflamatório é caracterizado por apresentar rubor
(vermelhidão), calor (aumento da temperatura local), tumefação (edema/inchaço), dor, perda funcional do
CONFIRA SUAS RESPOSTAS
4. Por meio da utilização do fluxograma, que consiste em: descontaminação, lavagem, secagem, desinfecção,
embalagem e acondicionamento.
5. B.
48
BEGA, A.; LOROSA, R. R. P. Podologia, bases clínicas e anatômicas. 1. ed. São Paulo: Martinari, 2010.
CLINRIO. Indicador Químico Classe 5 Clean Test – Clean Up. Clinrio, [2020]. Disponível em: https://www.
clinrio.com.br/indicador-quimico-classe-5-clean-test---clean-up/p. Acesso em: 10 nov. 2020.
FUNDAÇÃO CASA. Manual de Higiene, Limpeza, Desinfecção e Esterilização. São Paulo: Fundação Casa,
2020. Disponível em: http://justica.sp.gov.br/wp-content/uploads/2020/03/FCasa_Livreto_Higienizacao_DI-
GITAL.pdf.pdf. Acesso em: 10 nov. 2020.
GONÇALVES, R. Higienização e Limpeza Hospitalar. [S. l.: s. n.], [2020]. 30 slides. color. Disponível em:
https://www.powershow.com/view4/6a652c-NGZmN/HIGIENIZA_powerpoint_ppt_presentation. Acesso
em: 10 nov. 2020.
MONTEIRO, M. E. de L. Podologia Preventiva. [S. l.: s. n.], [2020]. Disponível em: https://pt.slideshare.net/
mariaelizabetelimamo/apostila-de-podologia-preventiva. Acesso em: 10 nov. 2020.
SOUZA, R. de et al. Manual de Normas e Rotinas – Centro Cirúrgico e Central Material de Esterilização. La-
vras: Unilavras, 2007. Disponível em: http://doczz.com.br/doc/62066/manual-de-normas-e-rotinas-%E2%80%-
93-centro-cirurgico-e-cme. Acesso em: 10 nov. 2020.
REFERÊNCIAS
49
MEU ESPAÇO
50
3
Aplicação Clínica
dos Instrumentos
Podológicos
Perfurocortantes
Me. Flávia Rodrigues da Cunha
Dra. Lilian Rosana dos Santos Moraes
OPORTUNIDADES
DE
APRENDIZAGEM
Ao pensar na realidade clínica, imagine um cliente de 60 anos com queixa podológica, relatando dor
no hálux do pé direito, em que o mesmo identifica recidivas de onicocriptose. Este paciente relata que
fez uso de várias medicações e se submeteu a diversos tratamentos, infelizmente, todos sem sucesso.
Após tantos problemas, esse paciente lhe procura para atendimento na sua clínica podológica, com
muita confiança em, agora, obter melhora da dor e, consequentemente, de sua qualidade de vida. Na
avaliação da podóloga, foi observado que a unha hálux do pé direito está muito comprometida com
onicocriptose grau 4, pois a região encontra-se com edema, eritema, exsudato purulento e um granulo-
ma piogênico. Contudo quais instrumentais você acredita que seriam necessários para o atendimento
desse paciente? Quais insumos devem ser utilizados?
Pois bem, é importante que você tenha conhecimento da existência de instrumentos específicos e
de insumos que utilizaremos no tratamento da onicocriptose desse cliente de 60 anos. Você realizará a
anamnese desse paciente e, se não houver nenhum impedimento para a realização do procedimento,
como o teste capilar > 160 hgt, poderá realizá-lo. A seguir, deverá ser utilizado o kit para onicocriptose:
alicate de corte reto, 254 (formão), 209 (nuclear estreito) e porta-agulha (Mathieu). Os insumos utili-
zados são: algodão, gaze, soro fisiológico, esparadrapo ou micropore, medicamento a avaliar e malha
tubular (gaze tubular), assim como solicitar o retorno do cliente em 24 horas, para a primeira revisão,
depois, em 48 e 72 horas.
Criamos uma situação-problema de um cliente com uma onicocriptose grau 4 e, seguindo isso, lhe
proponho que faça uma pesquisa de campo: entreviste um profissional da podologia e pergunte como
é feito o procedimento de onicocriptose grau 4 e quais os insumos utilizados, se há muito retorno desse
tipo de tratamento e qual o relato dos clientes depois do procedimento. Anote tudo o que você viu e foi
falado, isto será muito importante, pois lhe trará perspectivas sobre como o profissional da podologia
deve ou não agir em uma situação destas. Utilize o seu diário de bordo para fazer esta entrevista!
Agora, desenvolveremos e aprofundaremos um pouco mais seu conhecimento a respeito de alguns
recursos e prepará-lo(a) para a utilização dos instrumentais e insumos empregados na podologia.
Você, como profissional, deverá chegar em seu ambiente de trabalho e criar uma rotina para começar
suas atividades.
Verifique o seu kit básico de trabalho: se estão completos com os bisturis 206, 208, 245, 261 ou ponta
diamantada (broca), alicate para onicotomia (corte da unha) e alicate de eponíquio, como também os
insumos: se há algodão e gaze suficientes para o seu dia de trabalho, emoliente, entre outros.
As fichas de anamnese estão preenchidas corretamente. Os profissionais que deixam suas rotinas
e protocolos bem definidos têm melhores resultados em seus procedimentos clínicos, tornando seu
atendimento mais seguro. Sendo assim, nos prepararemos para que esta escolha seja perfeita e, assim
você tenha muito sucesso na sua trajetória profissional. Quer ver como isso é viável?
52
UNIDADE 3
DIÁRIO DE BORDO
A seguir, conheceremos os instrumentais e artigos obrigatórios utilizados e que respeitam as
exigências determinadas pela Anvisa, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. É importante
ressaltar que, se seguirmos o protocolo e as suas funções, faremos nosso atendimento com perfeição.
Há uma vasta gama de bisturis no mercado, entre eles, podemos encontrar a goiva 206 para retirada
de onicofose, a micronuclear 208 para retirada de calo com núcleo e calos Millet. Nuclear estreito 209
destinado à retirada de núcleos de calos médios, calo interdígito ou golfinho 220 para retirada de calo
na região interdigital, calosidade ou golf 222 para remoção de calosidade na região plantar, estilete 245
com a finalidade de sondar espícula e/ou onicofose (FREITAS; GONÇALVES, 2019).
53
UNICESUMAR
Além disso, você consegue encontrar vários instrumentais no mercado, como o aplicador de órtese
246, que tem a finalidade de apoio na aplicação de órteses ungueais. O formão 254 para corte lateral da
lâmina ungueal, espátula 260 para mistura de medicamentos e aplicação, cureta 261 para remoção de
excesso de eponíquio e detrito, ponteiro 472, também para retirada de excesso de eponíquio e detritos
(BEGA; LOROSA, 2010).
Já mencionamos, mas vale ressaltar a importância das pontas diamantadas (brocas), pois encon-
tramos várias numerações. Elas têm a função de retirar detritos ao redor do eponíquio e, também de
lixar a região superior das unhas. A número 1 é destinada à retirada de onicofose, a número 42 apre-
senta formato cônico, retira resíduo e onicofose com facilidade. As numerações 92 e 95 lixam as unhas
em caso de onicogrifose, já a 718 e a 720 são indicadas para serem utilizadas ao redor do eponíquio
(BEGA; LOROSA, 2010).
54
UNIDADE 3
O Cabo de Gubia é utilizado como base para receber a lâmina de Gubia. Existe, também, o cabo de
bisturi números 3 e 4, são utilizados como base para receber os bisturis descartáveis. Já as enucleadoras
P, M e G são indicadas para retirar calos com núcleo. O mandril é utilizado com uma lixa em formato
circular.
Existem kits básicos para o atendimento podológico que o profissional precisa sempre ter
à mão para qualquer tipo de procedimento.
O manuseio de gaze e algodão nos instrumentos é indispensável; alicate de corte, alicate de epo-
níquio, goiva 206, micronuclear 208, golf, 222, sondador 245, formão 254, cureta 261 ou branca 720.
Com este kit, você, profissional, estará pronto(a) para todo o tipo de atendimento básico e para todas
as técnicas da podologia.
A fresa de tungstênio 90101 e 90701 é altamente cortante, utilizada para alinhamento do corte em
caso de retirada de espícula ou em lâminas muito espessas. A seguir, apresento a você um quadro com
alguns instrumentais podológicos, veja:
Quadro 1 - Principais instrumentos
O alicate de corte ponta reta é utilizado para rea- O alicate de corte para espícula é utilizado,
lizar o corte das lâminas ungueais (onicotomia). unicamente, para auxílio na espiculaectomia. O
alicate de eponíquio 722 é utilizado para remo-
ver pequenos detritos na região do eponíquio.
A pinça curva 16 cm auxilia nos curativos. Luva e instrumental para procedimento. Pin-
ça ortodôntica 10 cm para aplicação do botão
sublingual.
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UNICESUMAR
A lâmina de bisturi números 20, 21 e 22 faz A luva estéril tamanhos 6, 6,5, 7, 7,5 e 8 é
a retirada de calosidade na região de retropé e destinada à proteção na retirada de onicocripto-
medial. se graus 3 e 4.
Fonte: a autora.
Existem, também, outros instrumentos importantes para a sua aquisição, como o alicate orto 053,
que pode ser destinado à confecção e ao manuseio do fio ortodôntico, e o alicate de corte mini de
fio, o qual tem o corte do fio ortodôntico.
Veremos, agora, artigos usados para o atendimento na podologia. A poltrona de podologia é
uma cadeira para o cliente ser atendido; o mocho para podologia é o assento do profissional; a bandeja
para resíduos inox tem a função de armazenamento dos insumos e de suporte para o atendimento; a
luminária com exaustor 127/220v objetiva iluminar e sugar os pós liberados pela pele e pela lâmina
ungueal; a bandeja inox 22 x 9 x 1,5 cm serve como suporte para os bisturis durante o atendimento.
Também são importantes: porta-algodão inox para armazenamento de algodão; porta-gaze inox para
o armazenamento de gaze; porta-gaze tubular inox para o armazenamento da malha tubular. Sempre
utilizar os óculos de acrílico para proteção, justamente como protetor ocular.
A touca descartável serve como proteção dos cabelos contra agentes biológicos; a máscara des-
cartável (tripla) funciona como proteção para as vias aéreas; o propé descartável protege os calça-
dos; o avental descartável deve ser utilizado no atendimento para proteção dos braços e da roupa;
o lençol descartável forra a poltrona de podologia; o papel toalha 21 x 23 cm descartável é para
enxugar os pés.
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UNIDADE 3
É importante, também, o uso de borrifador 250 ml para emoliente e higienizante. O aplicador de gaze
tubular inox tem a função de aplicar a malha tubular após a onicocriptose, o estesiômetro ou mono-
filamento de náilon (Semmes-Weinstein) 10 g realiza teste para auxiliar na avaliação da sensibilidade
protetora plantar.
A lixeira inox com pedal 10 l desprezar o lixo infectante e comum, enquanto o saco infectante
despreza o lixo contaminado, o saco preto é destinado ao lixo comum.
Veremos, agora, os insumos usados para os atendimentos de podologia.
O grau cirúrgico 10 cm x 100 m faz envelopes para esterilização; a fita para autoclave 19 mm
x 30 m lacra o envelope de grau cirúrgico; o envelope para esterilização 9 mm x 26 mm esteriliza
os instrumentos; a escova com cabo longo (pequena) se destina à escovação dos instrumentos.
O integrador químico vapor classe 5 ou 6 realiza testes utilizados em autoclave para saber se a
temperatura interna da cabine está dentro dos padrões desejáveis; o indicador biológico é o teste mais
seguro de monitoramento de esterilização, por meio dele, temos a certeza da eliminação dos esporos
(bactérias) adormecidos e resistentes ao processo de esterilização.
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UNICESUMAR
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UNIDADE 3
A cola instantânea 100 g é destinada a fixar a fibra de memória para qualquer outra órtese, como é o
caso do botão sublingual; o elástico corrente auxilia na pressão do botão sublingual; o fio ortodôn-
tico 0,16 mm faz a confecção de ômega; a resina A2 4 g é para a ficção do fio ou botão sublingual.
O adesivo Bond 5 ml auxilia na fixação da resina; o azul de metileno 0,01% capta a irradiação da
luz e destrói o microrganismo; o polímero pó rosa 25 g é utilizado na realização de prótese ungueal,
melhorando a qualidade de vida do paciente quando há atrofias definitivas ou traumatismo.
O monômero líquido 30 ml resina acrílica é usado para reparos e complementos quando falta
a lâmina ungueal, para correção de cortes inadequados e alívio das pressões laterais que os artelhos
59
UNICESUMAR
e calçados exercem sobre a lâmina, além de atrofias definitivas e traumatismo. O micropore espa-
radrapo 2,5 m x 4,5 m tem a função de fixar a malha tubular; o silicone em forma de dispositivo
protege calos e calosidades (BEGA; LOROSA, 2010).
Os óleos essenciais consistem em aromáticos voláteis extraídos de plantas, pelos processos de desti-
lação. São utilizados na podologia como antissépticos, antifúngicos, entre outras utilidades.
Agora que vimos todos os instrumentos e insumos, falaremos dos nossos atendimentos.
Na podologia, existem algumas observações, higienizações de procedimentos que são realizados com
devidos protocolos, vejamos, a seguir, quais são.
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UNIDADE 3
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UNICESUMAR
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UNIDADE 3
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UNICESUMAR
O procedimento de onicogrifose: você fará a antissepsia das unhas com clorexidina a 2% e enxa-
guará com água filtrada ou ozonizada. Seque bem, aplique algodão com clorexidina a 2% para realizar
uma emoliência de três minutos, utilize fresa de tungstênio 90101 ou 90701 ou lixa de gramatura mais
grossa, número 80, sobre o corpo da unha para provocar a onicoabrasão. Em seguida, faça o corte da
unha com alicate de corte de ponta reta, realize a limpeza subungueal, oriente o cliente/paciente a fazer
a higienização das unhas com escovação diária, usando um sabonete líquido antisséptico durante o
banho.
O procedimento de órteses de fibra de memória molecular: você deverá fazer a antissepsia das
unhas com clorexidina a 2% e enxaguar com água filtrada ou ozonizada. Seque bem, realize o lixamento,
levemente, no corpo da unha, com lixa de gramatura número 220 ou com a ponta diamantada número
720, promovendo a uniformização da textura da lâmina. A seguir, limpe o corpo da unha com álcool
70% para desengordurar a mesma, seque bem o local, realize a medição da fibra a ser cortada, arre-
donde as bordas laterais com lixa número 220 e pingue uma gota de monômero no corpo da unha. O
monômero promove melhor aderência da fibra no corpo da unha, então, há a necessidade de aplicá-lo
com bisturi número 246 aplicador de fibra. Use uma camada fina de cola instantânea nas extremidades
da fibra, cole um lado por vez, pressionando, com firmeza, cada parte, com o bisturi 246. A fixação da
fibra será iniciada pelo lado de maior curvatura da unha, aguarde o tempo suficiente entre a colagem
de uma extremidade e outra. Não esqueça que a manutenção deverá ser feita entre 20 e 30 dias, mas isso
dependerá da anatomia da placa ungueal. Oriente o seu cliente/paciente que o tempo de tratamento
pode variar de 30 a 120 dias, dependendo do resultado entre cada manutenção.
O procedimento de órtese metálica ômega fixada com ganchos: faça a antissepsia das unhas
com clorexidina a 2% e enxague com água filtrada ou ozonizada, seque bem, realize o lixamento, leve-
mente, no corpo da unha, com lixa de gramatura 220 ou com a ponta diamantada 720, promovendo
a uniformização da textura da lâmina. Limpe o corpo da unha com álcool 70% para desengordurar a
mesma, seque bem o local, realize a medição do fio ortodôntico, prepare o aro com o fio ortodôntico,
fixe-o nas bordas laterais pelo lado de maior curvatura da unha, pingue uma gota de resina acrílica ou
cola instantânea no ômega e nos ganchos para melhor fixação.
A manutenção para troca da órtese deverá ser feita após os primeiros 20 dias, mas isso depende muito
da anatomia da placa ungueal e, a cada manutenção, deve ser verificada a abertura do corpo da unha. O
tempo de tratamento, em média, varia de 30 a 120 dias (JUSTINO; BOMBONATO; JUSTINO, 2019).
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UNIDADE 3
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UNICESUMAR
O tratamento de calo dorsal dos dedos: faça a antissepsia dos pés com clorexidina a 2% e enxague
com água filtrada ou ozonizada, seque bem, aplique algodão com clorexidina a 2% para realizar uma
emoliência de três minutos. Desbaste a região com lâmina de bisturi 15, com cabo 3 e com lixa laminar
de gramatura mais grossa, sugiro a número 220 para o polimento e acabamento do procedimento.
Higienize com clorexidina a 2% e oriente o cliente/paciente a fazer a hidratação do local com creme
umectante e a rever os calçados. Não esqueça de indicar o protetor para evitar o atrito.
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UNIDADE 3
O procedimento de fissuras superficiais por ressecamento: comece com a antissepsia dos pés
com clorexidina a 2% e enxague com água filtrada ou ozonizada, seque bem, aplique algodão com clo-
rexidina a 2% para realizar a emoliência de três minutos, faça o lixamento com lixa plantar de gramatura
a ser avaliada conforme o ressecamento da região (JUSTINO; BOMBONATO; JUSTINO, 2019). É
muito importante não haver lesão do tecido, então, faça hidratação com um creme umectante próprio
para este tipo de fissura, oclua com PVC por 20 minutos, retire o creme e oriente o paciente sobre a
importância da manutenção em casa com creme umectante próprio para este tipo de ressecamento.
Caro(a) aluno(a), nas fissuras profundas com hiperqueratose, você realizará a antissepsia dos pés
com clorexidina a 2% e enxaguará com água filtrada ou ozonizada, secará bem e aplicará algodão
com clorexidina a 2%, o que, segundo Viana (2007), será para realizar a emoliência de três minutos.
Desbaste a região com lâmina de bisturi 20, com cabo 4, no sentido longitudinal da região da fissura
e acerte o tecido o mais próximo do sulco da fissura, sem haver lesão. Hidrate com creme umectante
próprio para este tipo de lesão, oclua com PVC por 20 minutos, retire o creme e, caso já exista lesão do
tecido, aplique óleo de girassol, orientando o paciente sobre a importância da manutenção com creme
umectante próprio para esse tipo de fissuras e, também, sobre a ingestão de líquidos, pois isto auxilia
na hidratação interna (VIANA, 2007).
Assim, encerramos esta etapa de procedimentos e processos que devem ser seguidos para o bom
desempenho profissional.
Caro(a) estudante, vimos que, nesta unidade, entramos, de vez, no mundo da podologia! Agora
que sabemos quais são os instrumentais e insumos utilizados para o atendimento, você deve estar se
perguntando: como deve ser o atendimento?
Em breve você estará em nosso laboratório, podendo aplicar todo o conhecimento que você obteve
neste material didático. Você deve colocar todo o seu conhecimento em prática por meio da realização
da ficha de anamnese, avaliando as alterações ungueais e utilizando a melhor técnica para realizar
os seus procedimentos, o que garante o retorno do paciente e leva em consideração toda a rotina do
atendimento.
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Vamos fazer um exercício de tudo que foi visto na unidade, por meio de um mapa
mental? Faça um check-list de todos instrumentos e avalie para que cada um serve,
separando-os pelas funções. Verifique quais são imprescindíveis para a sua atuação
e aqueles que podem ser adquiridos para determinados tipos de tratamentos. Assim,
caro(a) aluno(a), você se inteira, de forma divertida, de todo o conteúdo. Vamos lá!
O que
PENSA E SENTE?
O que
FALA E FAZ?
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1. Com as informações que você obteve nesta unidade, podemos perguntar: qual a função dos
instrumentais alicate de corte reto, 254 e porta-agulha Mathieu para a realização do tratamento
da onicocriptose?
2. No dia a dia do seu trabalho, você precisa executar algumas rotinas na esterilização, dentre
elas, o teste biológico. Mediante esta informação descreva a função do indicador biológico na
esterilização.
3. O detergente enzimático tem muita importância na rotina da esterilização. Assim, com suas pa-
lavras, explique porque devemos utilizar detergente enzimático nos instrumentais.
69
1. Com o 254, fazermos a sondagem da espícula, com o alicate de corte reto, cortamos a espícula, com o
porta-agulha Mathieu, retiramos a espícula.
2. Verificarmos o calor interno da autoclave, se a sua tecnologia consiste na aplicação dos próprios esporos
(bactérias adormecidas e resistentes ao processo de esterilização a ser monitorado), verificamos a pressão
interna, o aparelho e a oxidação dos instrumentos.
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BEGA, A.; LOROSA, R. R. P. Podologia: bases clínicas e anatômicas. 1. ed. São Paulo: Martinari, 2010.
FREITAS, E. O. de; GONÇALVES; T. O. de F. Técnicas de instrumentação cirúrgica. São Paulo: Érica, 2019.
REFERÊNCIAS
71
MEU ESPAÇO
72
73
MEU ESPAÇO
MEU ESPAÇO
74
4 Recursos Podológicos
Me. Flávia Rodrigues da Cunha
Dra. Lilian Rosana dos Santos Moraes
OPORTUNIDADES
DE
APRENDIZAGEM
Nesta unidade, trabalharemos recursos que poderemos desenvolver na
podologia, além dos equipamentos utilizados para lixamento plantar e
laminar. Ainda, veremos seus conceitos teóricos, efeitos fisiológicos e te-
rapêuticos bem como indicações e contraindicações clínicas do uso dos
equipamentos. Por fim, trabalharemos desenvolvendo conteúdo e conhe-
cimento a respeito dos equipamentos e como estes realizam a eliminação
de agentes biológicos.
UNICESUMAR
Imagine uma situação de atendimento, na qual você, profissional da podologia, se depara com uma
cliente/paciente de 54 anos, com queixa podológica, ansiosa, relatando dor nas pregas periungueais do
hálux pé direito e esquerdo, apresentando onicomicoses de repetição. Já fez uso de várias medicações
para onicomicose e se submeteu a diversos tratamentos conservadores, sem nenhuma resposta sig-
nificativa. Procurou atendimento em uma clínica para obter melhora da dor, da unha e da qualidade
de vida. Na avaliação, foram analisadas as unhas dos dois hálux comprometidos com destruição do
corpo da unha e onicocriptose grau 4, a região está com edema e eritema. Como você avaliaria este
caso? Qual a importância destas informações para o(a) profissional?
É muito importante que um(a) profissional de podologia saiba que a onicomicose é uma alteração
ungueal de difícil tratamento e os protocolos devem ser seguidos de maneira rígida, tanto no consultório,
por meio do uso do laser ou da alta frequência e da podoprofilaxia, quanto no tratamento domiciliar.
Caro(a) aluno(a), você também deve ter percebido que existem alguns equipamentos que podemos
utilizar para o tratamento da onicomicose, os quais têm efeitos terapêuticos e fisiológicos. Precisamos
selecioná-los, saber como utilizá-los para regredimos o eritema e o edema do hálux dessa cliente/
paciente, pois o uso inadequado dos equipamentos e os insumos errados prejudicam muito o nosso
cliente/paciente. Temos de ser conscientes e analisar qual a melhor técnica a ser usada, devemos sempre
levar em consideração a vida e a saúde dos nossos clientes/pacientes.
Agora, caro(a) aluno(a), proponho uma atividade. Procure um(a) podólogo(a) em sua cidade para
visitar a clínica dele(a) e realizar uma pequena entrevista. Caso não possa visitá-lo(a) presencialmente,
peça que este(a) responda a alguns de seus questionamentos via telefone.
Nesta prática, pergunte como este(a) profissional realiza o procedimento de onicomicose, questione
se ele(a) teve segurança quando executou esse procedimento pela primeira vez. Fique atento(a) a todas
as suas respostas, pois tenho certeza de que isso ajudará muito a sua compreensão de como funciona
este problema e qual é a resolução prática ideal.
Nas áreas da podologia, existem alguns equipamentos que podem ser utilizados na prática clínica,
nos protocolos de atendimentos especializados e individuais. Imagine se fôssemos discutir marcas de
aparelhos, a variedade seria imensa. Agora, desenvolveremos e aprofundaremos um pouco mais o seu
conhecimento a respeito de alguns recursos e prepará-lo(a) para a utilização, pois os profissionais que
deixam esta escolha bem definida em seus protocolos têm melhores resultados em seus procedimentos
clínicos. Você poderá usar várias opções de recursos para o atendimento e os resultados objetivos no
seu atendimento e na sua esterilização. Quer ver como isso é viável? Veja como é possível.
Existem equipamentos que podem auxiliar no tratamento de onicomicoses e que devem ser uti-
lizados neste caso, acredite! Ao final da unidade, você verificará que é possível o tratamento e que os
resultados são fantásticos. Você seria capaz de listar quais são os equipamentos mais indicados para
esse caso? O laser fungicida e cicatrizante é notado em curto prazo e, o mais importante, o efeito é
contínuo após uma única aplicação.
Agora, chegou a sua vez de analisar o que lhe falei. Vou fazer um pedido, procure um(a) profissional
podólogo(a) e troque informações sobre o uso da laser na onicomicose para que você veja como temos
recursos maravilhosos na nossa área:
76
UNIDADE 4
DIÁRIO DE BORDO
Diante do que vimos até agora, caro(a) aluno(a), que tal conhecermos, neste momento, os equipamen-
tos obrigatórios que podem ser utilizados na podologia, respeitando as exigências relativas a registro,
cadastramento ou isenção determinadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa?
Devemos seguir as seguintes instruções para os equipamentos, a seguir.
Quanto à autoclave, por exemplo, podemos dizer que a autoclavagem é um tratamento térmico
muito utilizado nos serviços de saúde para esterilização. O processo consiste em manter o material a
uma temperatura elevada, por meio do contato com o vapor de água sob pressão, durante período de
tempo o suficiente para destruir todos os agentes patogênicos (VIANA, 2007).
A pressão proporciona ao vapor uma temperatura mais alta que a convencional ao nível do mar,
que é de 100 °C, de acordo com a pressão oferecida, a temperatura varia. A temperatura dos ciclos das
autoclaves utilizadas na podologia é de 134 °C, como vimos na Unidade 2. Portanto, caro(a) aluno(a),
para que a esterilização aconteça, é necessário o contato do vapor, na temperatura certa e pelo tempo
adequado, com o material a ser esterilizado. Por este motivo, é importante utilizar, dentro de cada
pacote, um indicador classe 5, pelo menos, assim, você terá certeza de que entrou vapor no pacote
(VIANA, 2007).
77
UNICESUMAR
Figura 1 - Autoclave
É importante lembrar, também, que a máquina esterilizadora tem algumas etapas que a tornam segura
e garantem a sua eficiência. A primeira delas é o processo de aquecimento e desaceleração (BEGA;
LOROSA, 2010). Antes que aconteça a ebulição da água, o calor que é formado no interior da câmara
tem a meta de retirar o ar frio, porque este é um excelente isolante térmico, sendo observado que
ocorre a desaceleração juntamente com o aquecimento do ar, dentro do equipamento. Por meio da
convecção, enquanto o ar quente sobe, o ar frio desce e este é expulso, saindo pela válvula (VIANA,
2007; ANVISA, 2005). Esta etapa da esterilização, caro(a) aluno(a), é muito importante, pois, assim, faz
com que não haja a formação de bolsas de ar frio que, conforme já citei, são isolantes e impedem que o
vapor entre em contato com os instrumentos dentro dos pacotes, ocasionando falhas na esterilização
(FIOCRUZ, 2005; BRASIL, 2006).
É importante que você observe que o êxito da dessecação depende da sua destreza em realizar o
fechamento da válvula no momento correto, para dar início à pressurização da câmara (BRASIL, 2006).
Com a formação de vapor e o aumento da pressão interna da autoclave, a temperatura se eleva para
iniciar o processo, sendo, por este motivo, que a regulagem de altitude do aparelho é extremamente
importante (ANVISA, 2005; VIANA, 2007).
Os aparelhos estão cada vez mais modernos e eficazes, sendo monitorados por meio de um conjunto
de sistema eletrônico e mecânico para atuar dentro do ciclo que o profissional seleciona, por meio de
sensores que medem a temperatura e a pressão. Quando se estabilizam, a fase de esterilização inicia
automaticamente (FIOCRUZ, 2005).
Já no processo de esterilização, a temperatura e a pressão (entre 121 ºC e 134 ºC, dependendo do
ciclo) ficam estáveis até terminar toda atividade no tempo predeterminado para cada ciclo, passando
pela fase da despressurização, em que podemos verificar que ocorre a liberação rápida do vapor até
que a pressão fique igual à pressão do ambiente (BEGA; LOROSA, 2010; VIANA, 2007).
Temos, caro(a) aluno(a), a secagem. Este processo dependerá da autoclave que você tem/terá em
sua clínica. Para a secagem dos materiais, em algumas autoclaves, precisamos deixar a porta do esteri-
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UNIDADE 4
Caro(a) aluno(a), o que tem achado de nossos estudos, até aqui? Para
tudo ficar ainda melhor e mais completo, que tal ouvir o podcast
que preparamos, com muito carinho, para você? Não deixe de dar o
play e embarcar em mais uma aventura do conhecimento conosco.
Outro equipamento muito utilizado é o micromotor 30.000
RPM. Este é essencial para a podologia, pois realiza as funções de
desgaste e polimento ungueais, de lixamento plantar e ungueal. Já
o equipamento de alta frequência tem sido um aliado das clínicas
de podologia, pois auxilia no tratamento de onicomicoses, verruga
plantar e onicocriptose. Isto porque o ozônio gerado possui efeito
fungicida e bactericida, estimulando a circulação do local aplicado.
Além do mais, com sua função vasodilatadora, ajuda na penetração
dos medicamentos que atuam no metabolismo celular, produzindo
seu aumento e, dessa forma, há a melhora da oxigenação celular.
Utilizamos eletrodos, cebolinha, cebolão, cauterizador e rabo
de peixe para procedimentos como verruga plantar, onicomicose,
onicocriptose, interdigital, entre outros. Não devemos aplicar em
clientes/pacientes portadores de marca-passos, neoplasias (câncer),
disfunções cardíacas, gestantes, pessoas com distúrbios de sensibili-
dade, epiléticos, diabéticos descompensados, pele com cosméticos
inflamáveis, portadores de pinos ou de placas metálicas no local
da aplicação.
Agora, caro(a) aluno(a), sobre o vapor de ozônio, você já ouviu
falar? Sua função é de higienização e eliminação de microrganismos
bem como de auxílio na nutrição, limpeza e hidratação dos pés. Ele
tem boa resposta no tratamento de fissuras e ressecamento, fazendo
com que o produto utilizado tenha penetração maior.
79
UNICESUMAR
Além do mais, temos o laser de baixa intensidade, que é um dos recursos que está revolucionando
diversos procedimentos na podologia. Ele é utilizado porque os de alta intensidade lesionam a pele
quando entram em contato com o tecido, sendo usado de duas formas: ou para tratamentos sistêmicos,
em que é feita a técnica ILIB, a qual é a irradiação intravascular, ou para tratamentos tópicos, em que
pode ser usado direta ou indiretamente no tecido.
Este recurso terapêutico começou a ser estudado por Albert Einstein que, em 1905, auxiliado pelo
trabalho de Max Planck, verificou que a luz era formada por pacotes discretos e bem determinados de
energia, os quais, anos mais tarde, seriam chamados de fótons. Já em 1913, o dinamarquês Niels Bohr
conseguiu evoluir em suas pesquisas, pois a Dinamarca foi um dos poucos países da Europa que se
manteve neutro diante da Primeira Guerra Mundial. Assim, Bohr apresentou o seu modelo de átomo,
que foi alterado, ao longo dos anos, por outros estudiosos, até chegar aos equipamentos que temos
hoje (WALKER; JÚNIOR, 2010).
Existem vários tipos de lasers para serem aplicados na área da saúde, mas, conforme citado por Bega
e Lorosa (2010), é aplicado, na área de podologia, o laser de baixa intensidade. Quando usado direta-
mente no tecido, não usamos um agente fotossensível (azul de metileno ou a curcumina). As radiações
ópticas produzidas pelos diversos tipos de lasers têm, basicamente, as mesmas características. Ademais,
Kitchen (2003) destaca que são geradas por meio do mesmo princípio, podendo ser trabalhadas com
o laser, buscando resultados clínicos bastante específicos, pois o que determina a sua interação com o
tecido biológico é a densidade de potência óptica e o seu comprimento de onda.
O laser terapêutico utilizado na podologia, caro(a) aluno(a), que é o de baixa intensidade, tem dois
comprimentos de ondas. Estes são o de 660 nanômetros (nm), que apresentam a cor vermelha, e o de
808 nm, que é o infravermelho, sem coloração visível aos olhos (não tem cor) (BEGA; LOROSA, 2010).
No início, os lasers eram classificados segundo o tipo de aparelho que existia no mercado. Nos
tempos de hoje, temos uma classificação baseada na interação do laser com o tecido-alvo. Isso acontece
80
UNIDADE 4
porque a célula tem um limiar de sobrevivência baseado no tipo de tecido onde está localizada e em seu
estado fisiológico. Quando utilizamos o laser, levamos em consideração esse limiar, oferecemos para a
célula uma baixa intensidade de energia e trabalhamos com o laser operando em baixa densidade de
potência (BEGA; LOROSA, 2010). Devido a esta situação, utilizamos, na podologia, o termo “laser de
baixa potência” ou “laser de baixa intensidade de energia”, conforme citamos anteriormente. Mesmo
sendo oferecida uma densidade baixa de energia, segundo Bega e Lorosa (2010), esta quantidade é
suficiente para que a célula-alvo a utilize de maneira a estimular a sua membrana e as suas organelas.
Com isso, estaremos indicando a essa célula a biomodulação, ou seja, ela procurará estabelecer o estado
de normalidade na região comprometida.
Em 1966, dois pesquisadores, Ohshiro e Calderhead, passaram a chamar este tipo de terapia como
Laser Therapy, sendo aceita como terminologia internacional para esse tipo de tratamento com laser
(WALKER; JÚNIOR, 2010).
Observando os tratamentos com laser, caro(a) aluno(a), você sabe quais são os princípios físicos
dos lasers terapêuticos? Os lasers terapêuticos ou lasers de baixa intensidade são, talvez, os mais es-
tudados ao redor do mundo, comenta Guirro (2004), bem como fazem parte da rotina de clínicas de
vários países, tornando-se populares devido ao baixo custo, à eficácia, à objetividade e à simplicidade
na aplicação dos procedimentos clínicos a que se destinam.
Podemos observar que os primeiros lasers terapêuticos estudados foram os da mistura gasosa de
hélio e neônio (He, Ne), com a potência variando entre 5 e 30 mW, e o comprimento de onda, 632,8
nm. Este estava dentro da faixa visível do espectro de luz, mais precisamente, da cor vermelha, que
é a cor do laser usado na podologia atual (BEGA; LOROSA, 2010). Nos dias de hoje, o laser a díodo
tornou-se mais acessível para as condições financeiras do terapeuta. A aquisição de um equipamento
de laser de baixo intensidade (LBI) e os estudos científicos no mundo todo já demonstram a eficácia
deste ativo e desse equipamento na modulação dos tecidos e na terapia fotodinâmica (TFD) (BEGA;
LOROSA, 2010).
O laser a díodo, com comprimento de onda na faixa do vermelho visível e do infravermelho pró-
ximo, tem, em sua composição, os seguintes elementos químicos: InGaAIP (fosfato de índio, gálio,
alumínio e fósforo) (GUIRRO, 2004).
Ondas de rádio
Micro-ondas
Infravermelho
Luz visível
Ultravioleta
Raio X
Raios Gama
81
UNICESUMAR
A luz é uma forma fundamental de energia, sendo uma radiação eletromagnética descrita por suas
propriedades e características do comprimento de onda, da frequência, amplitude e velocidade. Um
feixe de luz é composto por um número inteiro de fótons, que são partículas de energia. Sendo assim,
a luz é conceituada, segundo Borges e Scorza (2016), como um feixe de partículas com energias em
fótons, que oscila em campo eletromagnético (ondas).
É importante que você, estudante, entenda que o espectro eletromagnético abrange ondas de alta
energia, como a radiação gama, e a de baixa energia, como a onda de rádio. Estas ondas podem ser
vistas, em alguns casos, pelas lâmpadas dos lustres, ou por aquelas que não podemos ver, como as do
forno micro-ondas. A unidade de medida de uma onda é a distância entre os cristais consecutivos da
onda, sendo representadas por medidas em metros, centímetros, micrômetros e nanômetro (BORGES;
SCORZA, 2016).
Para que possamos entender um pouco mais o laser, é necessário que saibamos sobre a emissão de
radiação. Esta é estimulada quando um elétron que está em repouso absorve a energia de um fóton
de luz. Assim, ele atinge o estado de “excitação“ e, na sequência, absorve um fóton de energia de luz,
retornando ao seu estado de repouso (WALKER; JÚNIOR, 2010).
Esta propriedade é chamada de emissão de radiação estimulada, segundo Walker e Júnior (2010),
que se repete, continuamente, e gera um raio de laser. A luz ou radiação eletromagnética de um laser
representa um fluxo luminoso de alta intensidade de energia que não existe, normalmente, na natureza.
Assim, entendemos a geração de um raio laser como um funil energético que produz uma forma de
luz altamente purificada e intensa, com as características no quadro a seguir.
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A sua dosimetria é a relação entre a energia e a área, expressa em joules (unidade básica de trabalho do
Sistema Internacional de Unidades) por centímetro quadrado (j cm²), a ser aplicado a cada efeito dese-
jado. Alguns autores preconizam que a densidade de energia a ser depositada deve ser entre 1 e 6 j/cm².
Ação anti-inflamatória 1 a 3 joules
Vale ressaltar que a ação biológica do laser de baixa intensidade advém de as células humanas apre-
sentarem fotorreceptores especializados, com exceção dos olhos. Com isso, a presença de fótons com
determinado comprimento de onda do equipamento, algumas moléculas e proteínas celulares agem
realizando o mecanismo de ação esperado do equipamento (BEGA; LOROSA, 2010). Além do mais,
caro(a) aluno(a), o laser de baixa intensidade age exatamente sobre elas e consegue desencadear reações
de biomodulação, por meio da produção de ATP (energia produzida pela célula, mais especificamente,
pela mitocôndria). As células vivas necessitam de energia para o seu metabolismo e essa energia é pro-
duzida por ela mesma, graças à glicose e ao oxigênio que chegam pela via circulatória e que participam
de vários processos na produção do ATP. O aumento desse metabolismo celular faz com que a célula
seja obrigada a produzir mais energia para compensar o seu gasto energético. A irradiação com o laser
de baixa intensidade, em determinado comprimento de onda mais específico, é entre 632 nm e 660
nm, apresentando a cor vermelha, ou entre 680 nm e 904 nm, sendo denominado infravermelho, e a
absorção pelos fotorreceptores não especializados induz a mitocôndria a produzir mais ATP.
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Para a verruga mosaico, usa-se técnica de varredura. A quelação química poderá ser associada, após
a aplicação do laser, porém, não pode ultrapassar uma quelação por semana. A opção por dosagem
menor se faz necessária quando a verruga e a região estiverem hipersensíveis em decorrência do efeito
do medicamento, devemos aplicar a dosagem de 12 joules por cm².
A periodicidade ocorre na aplicação, que pode ser feita semanalmente, associada à quelação da
verruga, ou em duas vezes na semana, sendo que, neste último caso, a quelação só poderá ser feita em
uma das sessões, ou seja, uma vez por semana. O efeito da aplicação auxilia no combate ao vírus e na
regeneração celular da região lesionada, reduzindo a formação de cicatrizes. Ainda, o agente fotossen-
sibilizador (azul de metileno), associado à luz, leva à produção de oxigênio singleto, causando a morte
ou a inativação do microrganismo no tecido-alvo e potencializa o tratamento.
Quanto à aplicação para onicocriptose, a conduta e a terapia fotodinâmica, são necessários a coloca-
ção dos EPIs, a higienização e inspeção do local, a aplicação da dosimetria de 4 a 6 joules por cm², com
o objetivo de promover analgesia, aproximadamente, em três pontos: a região próxima ao granuloma
e a região circundante. Em seguida, realizar o procedimento de onicocriptose e retirar a espícula, la-
var com soro fisiológico 0,9% em jato, secar, aplicar o laser vermelho de 4 joules por cm², utilizando a
técnica pontual e/ou de varredura para a estimulação do colágeno e da cicatrização, realizar o curativo
com dosimetria de 4 joules. A periodicidade da aplicação e a indicação de aplicação do laser são
de 48 em 48 horas, no mínimo, e, no máximo, em 96 horas. Os efeitos promovem reparo no processo
inflamatório, aceleram a cicatrização e a relativa analgesia.
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Além do mais, temos a cuba de imersão. Devemos fazer a imersão de instrumentos diversos em deter-
gente enzimático (anterior à limpeza), conforme recomendações de biossegurança e boas práticas. Estas
práticas proporcionam mais segurança ao profissional e minimizam o manuseio de material contaminado.
Coloque o EPI, como luvas grossas de látex para limpeza, óculos de proteção, máscara, avental e
sapato fechado. Em seguida, remova a tampa da cuba e coloque o equivalente a 1,5 l de água filtrada,
na cuba. Depois, coloque a quantidade de detergente enzimático, fazendo a diluição correta de acordo
com as recomendações do fabricante. Por fim, coloque os instrumentais na cuba, deixando-os total-
mente imersos, mas não sobrepostos, pois é muito importante não sobrepor os instrumentos bem
como colocar uma quantidade suficiente para o bom manuseio dos mesmos.
Deixe os instrumentais em imersão por, aproximadamente, 10 minutos, ou de acordo com as instru-
ções do fabricante do detergente enzimático. Retire os instrumentais do cesto de plástico, levantando
o escorredor, e leve-os para a próxima etapa, que é a limpeza. Esta poderá ser mecânica (esfregação
manual com escova de cabo longo, preferencialmente, uma escova de dente, como foi visto na Unidade
2) (VIANA, 2007). Os artigos serão enxaguados e secos. Na sequência, Fonseca (1997) e Cunha et al.
(2000) sinalizam que os instrumentos passarão pela inspeção visual, pela embalagem e esterilização.
Despreze a solução contaminada em uma pia apropriada, exclusiva para a limpeza de instrumen-
tais, da seguinte maneira: inclinando, com cuidado, a cuba, para qualquer um dos cantos, facilitando
o descarte da água e evitando qualquer derramamento ou respingos da solução para fora da pia.
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Já o baropodômetro serve para diagnosticar o tipo de pisada e postura, de forma estática e dinâ-
mica, possibilitando que a avaliação seja feita com mais precisão, direcionando a melhor prescrição
para a confecção de uma palmilha postural sob medida.
Temos, também, caro(a) aluno(a), o fotopolimerizador, que serve para a fixação da resina na
colocação da onicoórtese. Ademais, é importante pontuar sobre a balança, que é um dispositivo que
mede o peso ou a massa corporal.
Por fim, é necessário falar que, para a podologia, é necessária a utilização do massageador. Este
proporciona o relaxamento na região plantar (BEGA; LOROSA, 2010).
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Quantos recursos existem na podologia, não é mesmo? São muitos instrumentos,
produtos e técnicas que temos, atualmente, para otimizar os nossos tratamentos.
Junto com as tecnologias, ganhamos aliados importantes, como o equipamento
de eletrotermofototerapia (laser) e o baropodômetro. Por meio de uma forma
mais divertida, avaliaremos as ferramentas colocadas nesta unidade. Sendo assim,
quanto ao mapa da empatia, a seguir, leia os comandos e, a partir dos caminhos
iniciais que deixei, preencha as lacunas conforme as suas experiências com esta
unidade. Vamos lá?!
O que
PENSA E SENTE?
A terapia fotodinâmica A Podoposturologia é uma
O que O que
é um recurso muito OUVE? VÊ?
excelente área de atuação,
importante na atuação e o Baropodômetro auxilia
podológica. no diagnóstico.
O que
FALA E FAZ?
MAPA MENTAL
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MAPA MENTAL
1. O podoscópio é um equipamento que ajuda na avaliação da pisada do paciente. Com base nesta
afirmação, descreva o conceito e a importância dele no atendimento.
2. Diagnosticar o tipo de pisada e a postura, de forma estática e dinâmica, possibilitando que a ava-
liação seja feita com mais precisão, direcionando a melhor prescrição para a confecção de uma
palmilha postural sob medida. Com base nesta afirmação, qual equipamento poderemos usar?
a) a) Alta frequência.
b) b) Podoscópio.
c) c) Laser.
AGORA É COM VOCÊ
d) d) Micromotor.
e) e) Baropodômetro.
3. O laser possui alguns benefícios para o tratamento de onicomicose. Quais são os benefícios do
laser em curto prazo de tempo?
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1. É um equipamento que possibilita a visualização da face plantar do pé, proporcionando uma análise real
da distribuição do peso nesta região, facilitando, desta forma, a detecção do tipo de pé do paciente, se
normal, plano ou cavo.
2. E.
5. Efeito primário.
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ANVISA. Informes Técnicos Institucionais: Biossegurança. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 39, n. 6, p. 989-
991, 2005.
BEGA, A.; LOROSA, R. R. P. Podologia: bases clínicas e anatômicas. 1. ed. São Paulo: Martinari, 2010.
BORGES, F. dos S.; SCORZA, F. A. Terapêutica em estética: conceitos e técnicas. São Paulo: Phorte, 2016.
BRASIL. Ministério da Saúde. Diretrizes Gerais para o Trabalho em Contenção com Agentes Biológicos.
Brasília: Ministério da Saúde, 2006.
GUIRRO, E. Laser. In: GUIRRO, E.; GUIRRO, R. Fisioterapia Dermato-Funcional: Fundamentos, Recursos,
Patologias. São Paulo: Manole, 2004. p. 209-221.
HILL, P.; OWENS, P. Milady Laser e Luz. São Paulo: Cengage, 2017.
KITCHEN, S. Eletroterapia: prática baseada em evidências. 2. ed. Manole: São Paulo, 2003.
REFERÊNCIAS
WALKER, A. L. de S.; JÚNIOR, F. O. Contribuição do físico brasileiro Sergio Porto para as aplicações do laser
e sua introdução no Brasil. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 32, n. 3, 2010.
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