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UniAGES

Centro Universitário
Bacharelado em Enfermagem

DOUGLAS PEREIRA GOMES

O IMPACTO E A RELEVÂNCIA DA CAPACITAÇÃO


EM PRIMEIROS SOCORROS VOLTADA
AO AMBIENTE ESCOLAR:
uma abordagem multidisciplinar

Paripiranga
2021
DOUGLAS PEREIRA GOMES

O IMPACTO E A RELEVÂNCIA DA CAPACITAÇÃO


EM PRIMEIROS SOCORROS VOLTADA
AO AMBIENTE ESCOLAR:
uma abordagem multidisciplinar

Monografia apresentada no curso de graduação do


Centro Universitário AGES, como um dos pré-
requisitos para a obtenção do título de bacharel em
Enfermagem.

Orientador: Prof. Me. Fabio Luiz Oliveira de Carvalho

Paripiranga
2021
DOUGLAS PEREIRA GOMES

O IMPACTO E A RELEVÂNCIA DA CAPACITAÇÃO


EM PRIMEIROS SOCORROS VOLTADA
AO AMBIENTE ESCOLAR:
uma abordagem multidisciplinar

Monografia apresentada como exigência parcial


para obtenção do título de bacharel em
Enfermagem à Comissão Julgadora designada
pela Coordenação de Trabalhos de Conclusão
de Curso do UniAGES.

Paripiranga, 01 de Julho de 2021.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Fabio Luiz Oliveira de Carvalho


UniAGES

Prof. Dalmo de Moura Costa


UniAGES

Profª Giselle Santana Dosea


UniAGES
Dedico este trabalho a minha avó Mercedes Gomes (in memoriam). Gratidão eterna,
minha vó.
AGRADECIMENTOS

Primeiramente, gostaria de agradecer a Deus. É Ele quem cuida de mim e de


minha família a todo instante. Sem sua presença em nossas vidas, jamais seríamos o
que nos tornamos hoje. Gratidão, Deus, por estar permitindo-me realizar esse sonho,
fazendo-o uma concretização entre as minhas aspirações.
Agradeço imensamente aos meus pais, Maria da Conceição Gomes Pinto e
Evânio Pereira Pinto. Sou muito grato por todo o esforço, carinho, educação que me
proporcionaram. Minha mãe e meu pai, saibam que essa conquista é nossa! Dedico
minha vida aos senhores, e sempre vou pedir a Deus que continue nos abençoando,
proporcionando bênçãos para nossa família. Saibam que esse amor que sinto por
vocês é eterno.
Ao meu irmão Rauan David, que, sempre que precisei, pôde ajudar-me em
viagens para chegar à faculdade, nas práticas hospitalares, de acordo com os horários
previstos. Sempre serei grato por esse esforço que você pôde fazer por mim. Deus o
abençoe sempre, e saiba que você também faz parte dessa minha conquista.
Agradeço, grandemente, a minha noiva, Mylena Sousa. Saiba que você
também faz parte dessa minha conquista. Sou muito grato por tudo. Você é um dos
meus pilares que fizeram eu me tornar o que me tornei hoje. Sempre esteve ao meu
lado nessa trajetória árdua, mas que nunca me desmotivou. Sempre me passou
motivação, choramos juntos em momentos difíceis que passamos. Agradeço pela
compreensão, pois nos meus momentos de estresse você estava ali para me acalmar
e me dá um norte.
Quero agradecer em especial ao meu orientador Fábio Luiz, aos meus
professores que compõem o colegiado de enfermagem da Ages, que me passaram
conhecimentos que levarei por toda a minha trajetória, sem me esquecer da minha
professora que acompanhou meu ensino médio completo Aline Santos, e o meu
preceptor Vanderley Santos, pela paciência, compreensão e motivação.
Outrossim, agradeço aos meus amigos de infância que me ajudaram quando
precisei, pois me proporcionaram distrações com diversões e muitas risadas. Sou
grato por ter amigos como vocês em minha vida. Saibam que desejo tudo de melhor
para vocês. Em especial, agradeço a minha sogra Elizângela (Eli) e meu sogro Marcos
Barreto. Sou grato por vocês confiarem em mim. Vocês me inspiram a noção exata
de respeito e carinho. Além do mais, agradeço aos componentes da minha turma,
Geiza, Laura, Amenaide e Edeildes. Meninas, agradeço pelo acolhimento que recebi,
vocês são incríveis, sou grato por tudo que vocês fizeram por mim. Agradeço inclusive
ao meu amigo Felipe da Fonseca, que me convidou para fazermos parte da
enfermagem.
Também quero agradecer aos meus colegas (republicanos) que sempre me
apoiaram e proporcionaram carinho e diversão durante essa longa jornada
acadêmica. Sou muito grato por vocês fazerem parte dessa trajetória, Henrique
(brutos), Junior (locutor), Davi (presta para nada), Edilberto (Edi Ramos), Rita (Maria
Rita), Val (mãezona). Igualmente agradeço aos meus colegas do grupo de estágio
que me ajudaram em alguns momentos de dúvidas e insegurança, bem como meus
colegas que me acolheram de forma surpreendente em seus locais de trabalho, além
do que, aprimoraram meu conhecimento. Obrigado, enfermeiros Alan Vinícius e
Matheus Rodrigues.
Vale ressaltar: Aos que disseram que eu não iria conseguir e sempre quiseram
me desmotivar, quero que vivam muito e contemplem cada conquista minha. Saibam
que o preguiçoso está se formando pelas bênçãos de Deus. Saibam que vocês
também fazem parte de minha conquista, pois cada palavra desmotivadora que ouvi,
serviu de empenho e desafio pessoal para eu ir mais além, em busca do meu sonho.
RESUMO

O espaço escolar é um ambiente propício para a existência de acidentes corriqueiros,


como: engasgo por corpo estranho, convulsões, trauma com avulsão dentária, parada
cardiorrespiratória (PCR), hemorragia externa e interna, queimadura, desmaio,
entorse, luxações, fraturas. Diante disso, faz-se necessário avaliar o nível de
conhecimento em Primeiros Socorros (PS) por parte dos professores e profissionais
responsáveis pelos alunos, tanto no ensino infantil como no fundamental das escolas
públicas e privadas. Dessa forma, os PS são um instrumento primordial para
assegurar o bem-estar da comunidade estudantil, perante uma situação de
emergência. Com esse conhecimento, os profissionais saberão proceder de forma
correta e segura, proporcionando mudanças satisfatórias neste aspecto. Objetivo: A
presente pesquisa tem como objetivo principal: determinar o grau de influência da
capacitação em primeiros socorros para os professores e coordenadores do ambiente
escolar, no intuito de salvar vidas. Os objetivos específicos são: aprimorar e enaltecer
a importância do conhecimento em PS no âmbito escolar ou em qualquer cenário
propício a acidentes, e que necessite de um atendimento de emergência; buscar
meios e estratégias para que “leigos” obtenham conhecimento, valendo-se de
recursos eficazes na educação em saúde, sendo que a enfermagem ocupe essa
função estrategista para oferecer essas ações voltadas para os PS; fazer o confronto
com o déficit de conhecimento dos professores acerca da temática, levando em
consideração os entraves que estão causando a falta de interesse e a busca de
conhecimento em relação aos PS; Método: Trata-se de uma revisão integrativa. Para
a realização deste estudo, recorreu-se aos idiomas inglês, português e espanhol, aos
textos na íntegra e aos temas compatíveis com o pesquisado neste trabalho, com
limitadores temporais no período de publicação de 2011 até 2021, consultados nas
bases de dados: Medline/PubMed, LILACS, SciElo. Resultado: Foi evidenciado um
nível de conhecimento insatisfatório dos professores e profissionais do ambiente
escolar a respeito da temática de primeiros socorros, notando-se que a educação em
saúde é de suma relevância para o desenvolvimento de práticas de capacitação em
PS nas escolas. Conclusão: A presente pesquisa constatou que o treinamento em
primeiros socorros é relevante. Ela apresentou resultados satisfatórios e efetivos nos
atendimentos de emergência nas escolas. Descritores: “Primeiros Socorros”, “Escola”
e “Educação em Saúde”.

PALAVRAS-CHAVE: Primeiros Socorros. Escola. Educação em Saúde.


ABSTRACT

The school space is a favorable environment for the existence of common accidents,
such as: choking by a foreign body, seizures, trauma with dental avulsion,
cardiopulmonary arrest (CRP), external and internal hemorrhage, burns, fainting,
sprains, dislocations, fractures. Therefore, it is necessary to assess the level of
knowledge in First Aid (FA) by teachers and professionals responsible for students,
both in early childhood education and in public and private schools. In this way, the FA
are an essential instrument to ensure the well-being of the student community, in the
face of an emergency situation. With this knowledge, professionals will know how to
proceed correctly and safely, providing satisfactory changes in this aspect. Objective:
This research has as main objective: to determine the degree of influence of training
in first aid for teachers and coordinators of the school environment, in order to save
lives. The specific objectives are: to improve and enhance the importance of
knowledge in FA in the school context or in any scenario that is prone to accidents,
and that requires emergency care; to seek means and strategies for “lay people” to
obtain knowledge, making use of effective resources in health education, and that
nursing occupies this strategic role to offer these actions aimed at FA; to confront the
lack of knowledge of teachers about the theme, taking into account the obstacles that
are causing the lack of interest and the search for knowledge in relation to SP; Method:
This is an integrative review. In order to carry out this study, we used English,
Portuguese and Spanish, the texts in full and the themes compatible with the
researched in this work, with time limits in the period of publication from 2011 to 2021,
consulted in the databases: Medline / PubMed, LILACS, SciElo. Result: It was
evidenced an unsatisfactory level of knowledge of teachers and professionals of the
school environment regarding the theme of first aid, noting that health education is of
paramount importance for the development of training practices in FA in schools.
Conclusion: The present research found that training in first aid is relevant. It presented
satisfactory and effective results in emergency care at schools. Descriptors: “First Aid”,
“School” and “Health Education”.

KEYWORDS: First Aid. School. Health education.


LISTAS

LISTA DE FIGURAS

1: Demostrando os pontos específicos para palpar os pulsos conforme a posição


anatômica 18
2: Demonstração anatômica de movimentos torácicos e abdominais durante a
inspiração e expiração 19
3: Anatomia do sistema respiratório superior e inferior 20
4: Demostrando a expressão facial de acordo com a escala de dor Faces e FPS-R 24
5: Demonstração da Manobra de Heimlich em adulto e gestante 27
6.1: Demostrando a manobra de desengasgo (Heimlich) com golpes leves com a
região palmar nas costas em criança menor de 1 ano de idade 28
6.2: Demostrando a realização das compressões torácicas em uma criança menor
de 1 ano de idade 28
7: Simulação de como agir em uma vítima de desmaio 29
8.1: Simulação de como proteger a cabeça da vítima com um travesseiro e retirar
os objetos ao redor 31
8.2: simulação da posição adequada (decúbito lateral) para a vítima que apresenta
vômitos ou grande quantidade de saliva 31
9: Demonstração de tipos de fraturas abertas e fechadas 36
10: Demonstração da imobilização de um membro lesionado 36
11.1: Demonstração da manobra de compressões torácicas e vítima de PCR 40
11.2: Demonstração da ventilação após as 30 compressões torácicas 40

LISTA DE QUADROS

1: Esquematização do processo de aquisição do corpus 54


2: Analítica para amostragem dos 7 estudos selecionados para os resultados e
discussões 55

LISTA DE SIGLAS

AHA American Health Association


APH Atendimento Pré-hospitalar
DEA Desfibrilador Externo Automático
ESF Estratégias em Saúde da Família
FR Frequência Respiratória
HAS Hipertensão Arterial Sistêmica
IASP Associação Internacional para o Estudo da Dor
LILACS Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde
MMII Membros Inferiores
MMSS Membros Superiores
MEDLINE Literatura Internacional em Ciências da Saúde
MS Ministério da Saúde
OMS Organização Mundial da Saúde
OVACE Obstrução de Vias Aéreas por Corpo Estranho
PA Pressão Arterial
PCR Parada Cardiorrespiratória
PS Primeiros Socorros
PSE Programa Saúde na Escola
RCP Reanimação Cardiopulmonar
SAMU Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
SBV Serviço Básico de Vida
SciELO Scientific Electronic Library Online
SNC Sistema Nervoso Central
SSVV Sinais Vitais
TCE Traumatismo Crânio Encefálico
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 12

2 DESENVOLVIMENTO 15
2.1 Referencial Teórico 15
2.1.1 Primeiros socorros: definição e reconhecimento de aferição dos sinais
vitais 15
2.1.2 Principais intercorrências no âmbito escolar e condutas a serem
tomadas de acordo com cada intercorrência 24
2.1.3 Avaliação do interesse e conhecimento dos professores e
coordenadores acerca da temática 41
2.1.4 Intervenções e estratégias eficazes para confrontar a deficiência e
compreensão dos professores do âmbito escolar em primeiros
socorros 45
2.1.5 Leis e programas que preconizam as escolas a capacitar os
profissionais e os alunos acerca dos primeiros socorros 49

3 METODOLOGIA 53

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 55

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 62

REFERÊNCIAS 65
12

1 INTRODUÇÃO

Primeiros socorros (PS) tem como objetivo, prestar um atendimento de forma


adequada e imediata, tendo como conduta inicial: atendimento prestado por qualquer
pessoa aos indivíduos que estejam em risco iminente de morte ou para aliviar seu
sofrimento. Com isso, existe a necessidade de se aprimorar o conhecimento e
capacitar os professores a dominar essa temática e serem capazes de agir nesses
episódios. Este assunto é de suma importância diante do baixo nível de conhecimento
e despreparo no mesmo em executar e se comportar de forma adequada (NETO et
al., 2017).
O ambiente escolar é um dos locais onde pode ocorrer de forma pertinente
agravos que necessitem de um atendimento de urgência e emergência, no qual os
professores são os principais a chegar e presenciar o ocorrido. Diante disso, ainda há
um déficit de capacitação em primeiros socorros voltados para os professores da área
escolar, fazendo com que aconteça a insegurança e incapacidade em prestar
atendimento de forma adequada. Entretanto, existem estratégias de planejamento
para se obterem resultados benéficos, no que seria a educação em saúde, em uma
abordagem multidisciplinar voltada aos PS (NETO et al., 2017).
Os professores e outros profissionais da área escolar estão suscetíveis a
presenciar quaisquer situações de emergência. Além disso, quando o público está
relacionado a crianças, ocorre a necessidade de se ter um cuidado maior, devido sua
vulnerabilidade e correlação com seu desenvolvimento físico e comportamental. Com
isso, há importância de se oferecer treinamentos em PS para o enfrentamento de
circunstâncias que ofereçam risco de lesões e sequelas irreversíveis (CABRAL;
OLIVEIRA, 2019).
Desse modo, segundo Camboim; Fernandes (2016), o ambiente escolar está
propício a diversas situações de emergência, em virtude de possuir um público
vulnerável a acidentes, cujo principal alvo são as crianças e adolescentes. Durante
suas pausas para o intervalo e nas aulas de educação física, os alunos utilizam o seu
tempo para correr, se alimentar, pular, entre outras atividades. Em razão disso,
ocorrem as situações de acidentes e lesões.
13

No ambiente escolar, os professores devem ser treinados a ter o conhecimento


das devidas condições em que se necessita de um atendimento de emergência, sendo
as seguintes situações propícias a agravos de saúde: engasgo por corpo estranho,
convulsões, trauma com avulsão dentária, parada cardiorrespiratória (PCR),
hemorragia externa e interna, queimadura, desmaio, entorse, luxações, fraturas, entre
outras ocorrências em que seja necessário o acionamento de uma equipe de resgate.
Em situações como estas exige-se dos professores e dos demais profissionais o
reconhecimento das manobras de ressuscitação cardiopulmonar, manobras de
desengasgo, contenção de um sangramento externo, imobilização de uma fratura,
noção da conduta correta diante de uma convulsão e de um desmaio (CAMBOIM;
FERNANDES, 2016).
Diante da temática exposta, é notória a importância de os professores e os
demais profissionais presentes no ambiente escolar saberem reconhecer cada
situação e fornecer atendimento de qualidade para a vítima que precise de um
atendimento de emergência. Ademais, ainda é extremamente baixo o número de
profissionais da educação detentores desse saber, fato que interfere negativamente
na intervenção efetiva diante dessas situações, bem como é raso o interesse das
escolas e dos responsáveis na busca de capacitação em PS. Diante disso, a
capacitação em primeiros socorros para professores e os demais profissionais do
ambiente escolar se torna eficaz em situações de acidentes?
Além do mais, este presente trabalho tem como objetivo geral determinar o grau
de influência da capacitação em primeiros socorros para os professores e
coordenadores do ambiente escolar, no intuito de salvar vidas. Outrossim, relatar
pontos positivos em relação à compreensão de se buscar melhorias no ambiente
escolar, através de realização de capacitações em primeiros socorros por
profissionais da saúde. Para isto, é indispensável o comprometimento dos professores
e coordenadores num debate sobre as possíveis soluções.
Elencado a isto, os sinais vitais (SSVV) são os fatores que necessitam de
perfeita estabilidade para que as funções respiratórias, circulatórias, neurais e
endócrinas do nosso corpo mantenham-se funcionando adequadamente. Com base
nisto, é possível se obter informações vitais para sabermos reconhecer o grau da
gravidade da doença ou acidente. Dessa forma, os SSVV são os dados universais
capazes de passar essas informações fidedignas e, com base nessas informações,
14

os profissionais da saúde ou outro profissional/civil treinado saberá intervir e oferecer


uma conduta adequada diante da situação vivenciada (TEIXEIRA et al., 2015).
O artigo 135, do Código Penal Brasileiro, alude de forma clara e concisa que a
omissão do socorro e a falta de conhecimento sobre o atendimento em PS eficiente
são os imprescindíveis motivos de morte e agravos irreversíveis das lesões das
vítimas. Com base nisto, o presente trabalho busca trazer discursões relevantes
acerca do assunto trabalhado e sobre os possíveis meios de oferta de conhecimento
em PS. Além do mais, está em vigor a Lei Lucas (13.722) que obriga as escolas
públicas e privadas a possuírem cursos e kits de PS.
Dessa maneira, o presente trabalho tem como objetivos específicos aprimorar
e enaltecer a importância do conhecimento em PS no âmbito escolar ou em qualquer
cenário propício a acidentes, e que necessite de um atendimento de emergência;
buscar meios e estratégias para que “leigos” obtenham conhecimento, utilizando-se
de recursos eficazes, valendo-se da educação em saúde, sendo que a enfermagem
ocupa essa função estrategista para oferecer essas ações voltadas para os PS; fazer
o confronto com o déficit de conhecimento dos professores acerca da temática e
levando em consideração os entraves que estão causando a falta de interesse no
assunto em questão, além da consideração na busca de conhecimento em relação
aos PS (NETO et al., 2017).
Em vista disso, a presente pesquisa se vale de uma revisão integrativa da
literatura temática, contendo um assunto de suma importância para quaisquer leitores,
por buscar responder a indagações a respeito do conhecimento da população em
relação aos PS, mostrando a forma correta de agir, de reconhecer situações em que
pessoas necessitem de um atendimento imediato, de fornecer informações precisas
e relevantes na busca de ajuda especializada e evidencia a participação do enfermeiro
em frente às estratégias de educação em saúde.
15

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Referencial Teórico

2.1.1 Primeiros socorros: definição e reconhecimento de aferição dos


sinais vitais

PS têm como definição prestar cuidado a uma pessoa acidentada, com lesões
leves, moderadas, graves ou até mesmo com risco iminente de morte. Esse cuidado
pode ser realizado por qualquer pessoa que tenha conhecimento em PS, sendo que
tal atitude seja executada com a finalidade de evitar agravamento da situação e com
a antecedência de uma assistência médica. As situações corriqueiras que necessitam
de PS são os traumas. comorbidades e doenças (HOSAPATNA et al., 2020).
Para Veronese et al. (2010); Varella; Jardim (2011), citado por Cabral et al.
(2019), PS é o atendimento de forma imediata a um indivíduo que se encontra ferido
ou doente, ao qual a população pode oferecer, antes do atendimento médico. É um
tema de grande valia e com finalidade de manter o organismo da vítima funcionado
para manter-se viva. Acidentes que requeiram atendimento desse tipo são
frequentemente presenciados em locais de trabalho, ambiente escolar, trânsitos, entre
outros cenários.
Neto et al. (2017), define PS como um atendimento realizado por profissionais
da área da saúde ou não, com o objetivo de diminuir, cessar a dor ou evitar
agravamento da situação. A ausência desse recurso poderia levar a vítima a óbito,
uma vez que os estudos apontam atitudes simples e acertadas como um diferencial
na fronteira entre vida e morte. Além disso, essa prática faz com que a lesão ou a
doença não seja capaz de trazer piores consequências para o indivíduo. Sendo assim,
os PS têm o objetivo de prevenir esses agravos, assegurar a melhora e salvar vidas.
Para Pergola; Araújo (2008) citado por Camboim; Fernandes (2016), PS são
atendimentos prestados de forma imediata ao portador de mal súbito ou acidentado e
elencando ao atendimento pré-hospitalar (APH), sendo que tais práticas e cuidados
16

primários ocorram fora da área hospitalar. Para isto, é necessário que qualquer
pessoa possua conhecimento em noções básicas de saúde para socorrer a vítima
traumática ou psiquiátrica. Desse modo, também se considera PS um atendimento de
emergência que leve em consideração as implicações da cena, a prudência e o
conhecimento suficiente para prestar-se um atendimento adequado.
Ademais, para Alves; Silva (2011), citado por Camboim; Fernandes (2016),
outra definição para PS (Cruz Vermelha Brasileira), como sendo atendimentos
voltados para as vítimas, no local do acidente ocorrido, com a finalidade de promover
o funcionamento dos SSVV no intuito de manter a vida e minimizar agravos. Ele
considera que esse tipo de socorro é realizado antes da chegada da equipe médica e
faz lembrar que esse atendimento não substitui o médico e nem a equipe de urgência
e emergência. Apenas previne que a vítima tenha agravos mais complexos.
Dito isto, fica perceptível que a ideia de se passar o conhecimento de PS para
a população é de suma importância, sendo um dos pontos inicias para resultar de
forma significante no aumento do número de pessoas a adquirir e aprimorar seu
conhecimento em noções básicas de PS, bem como de focar nos acidentes e lesões
que são mais corriqueiros. Em virtude disto, deve-se buscar intervenções adequadas,
que aumentem o nível de aprendizagem dos profissionais de âmbito escolar, que
passam grande parte do seu tempo cuidando de crianças e adolescentes, os quais
estão propícios a esses riscos de lesões que necessitem de um atendimento imediato
(CAMBOIM; FERNANDES, 2016).
Segundo Amaral et al., (2014), nesse sentido, a educação é o pilar para a
promoção do saber, proteção dos SSVV e soluções que envolvem situações
emergenciais. A educação oferece conhecimento e meios de buscar técnicas para se
saber comportar diante de um cenário de acidente, no qual a vítima esteja precisando
de um atendimento eficaz para mante-se viva. Outrossim, todo ambiente público ou
privado deve ter kits de PS e pessoas capacitadas ao uso dos materiais e às
aplicações das técnicas de PS. Vale ressaltar que qualquer indivíduo pode ser
surpreendido por uma situação em que se necessite de um atendimento imediato e,
como é sabido, nem sempre o atendimento médico chega a tempo.
Segundo Potter e Perry (2013), é importante salientar que os SSVV são os
indicadores das funções do organismo. Eles dão informações ao profissional ou a
quaisquer pessoas que tenham conhecimento sobre a situação instantânea da vítima.
Esses SSVV são: temperatura, pulso, respiração, pressão arterial (PA). São esses
17

indicadores que devem manter-se estáveis para garantir a vida do indivíduo


acidentado ou com outra situação específica que tenha risco de morte. A dor também
está inclusa aos sinais vitais. Diante disso, deve-se avaliar a dor, e esse sinal faz com
que o indivíduo procure uma unidade de saúde.
É necessário levar em consideração alguns pontos importantes para se saber
mensurar esses indicadores de forma correta: a necessidade de conhecer os locais
exatos de colocar o equipamento, saber os fatores que podem causar variações, como
ambiente, temperatura, tensão emocional, alimentação, a calibração correta do
equipamento de mensuração da PA, entre outros fatores que podem causar
alterações. Sendo assim, o profissional ou outra pessoa que tenha conhecimento em
PS, precisa manter essa atenção (CAMBOIM; FERNANDES, 2016).
É importante salientar que a compreensão dos SSVV exige conhecimento e
raciocínio clínico perante o cenário do ocorrido. Os SSVV são de vasta importância,
tanto no meio extra-hospitalar quanto no intra-hospitalar, pelo fato de transmitir
informações relevantes. Para se ter uma ideia, na alteração de apenas um desses
sinais vitais, pode resultar em modificações dos demais. São essas informações que
devem indicar qual a conduta correta a ser adotada frente ao quadro clínico do
enfermo (PERRY; POTTER; ELKIN, 2013).
Para a medição de alguns SSVV é necessário obtenção de aparelhos
adequados que permitam uma aferição confiável. Esses aparelhos são:
esfigmomanômetro, estetoscópios, termômetro. Para a mensuração da PA é
indispensável o esfigmomanômetro e o auxílio do estetoscópio, e, para a temperatura,
é preciso o termômetro. Vê-se que em poucas situações, senão em nenhuma o
socorrista vai ter esses materiais em mãos, mas é necessário prestar socorro à vítima
de forma segura (PERRY; POTTER; ELKIN, 2013).
O pulso presente é a indicação de que o coração está bombeando o sangue
para o corpo através do bombeamento cardíaco e arterial, que resulta numa onda que
se inicia sobre as artérias e se estende por todo o corpo (Figura 1). Além disso, o
pulso deve ser avaliado em locais específicos, para observar se ele se encontra com
um ritmo, rítmico ou arrítmico, também levando em consideração se ele está cheio ou
filiforme. Quando o pulso se encontra com um parâmetro de anormalidade, é indicativo
de uma alteração do fluxo sanguíneo (CAMBOIM; FERNANDES, 2016).
18

Figura 1: Demostrando os pontos específicos para palpar os pulsos conforme a posição anatômica.
Fonte: torres; Moreira; Silva (2019).

Os melhores locais para se palpar o pulso são onde as artérias de grosso


calibre se encontram próximas à superfície cutânea. O pulso radial pode ser
sentido na parte da frente do punho. O pulso carotídeo é o pulso sentido na
artéria carótida que se localiza de cada lado do pescoço. Pode-se também
sentir o pulso palpando-se as artérias: braquial, na dobra do braço; femoral,
na raiz da coxa ou região inguinal e pedioso, no dorso do pé. Pode-se
mensurar o pulso pela ausculta cardíaca no ápice do coração, no lado
esquerdo do tórax, levemente abaixo do mamilo (pulso apical). Para isto,
torna-se necessário o uso de um estetoscópio (CAMBOIM; FERNANDES,
2016).

Segundo Potter e Perry (2013), o pulso é uma pressão exercida pelo ventrículo
esquerdo, levando o sangue para as artérias periféricas. Essa avaliação do pulso
fornece informações do fluxo sanguíneo. Dito isto, existe um valor referencial para ser
seguido de acordo com a literatura avaliada. A referência que está sendo utilizada traz
seu valor normal de referência de 60 a 100 batimentos por minutos, mas algumas
outras literaturas podem trazer algumas divergências nos valores de referência. O
pulso radial é o mais palpável em adultos. Já em bebês o pulso braquial ou apical são
os mais escolhidos para palpar.
Por conseguinte, a respiração também é um dos indicadores de importância
vital para o ser humano. Ela faz acontecer a troca de oxigênio e dióxido de carbono
no movimento de expiração e inspiração (Figura 2). Sendo assim, é necessário que o
socorrista, ou outra pessoa que não seja necessariamente da área da saúde, tenha
conhecimento desse fenômeno, para poder oferecer suporte básico de vida (SBV).
Esses movimentos de inspiração e expiração são observados pelo movimento do
19

tórax ou abdome. A vítima deve ter atendimento de forma imediata para que ela possa
ter desobstruídas suas vias aéreas (PERRY; POTTER; ELKIN, 2013).

Figura 2: Demonstração anatômica de movimentos torácicos e abdominais durante a inspiração e


expiração.
Fonte: Perry; Potter; Elkin (2013).

A avaliação da respiração inclui: frequência respiratória (movimentos


respiratórios por minuto); caráter (superficial e profunda) e ritmo (regular e
irregular). Deve-se avaliar a respiração tendo em vista os sinais e sintomas
de comprometimento respiratório: cianose (arroxeamento da pele);
inquietação; dispneia (dificuldade respiratória) e sons respiratórios anormais
(CAMBOIM; FERNANDES, 2016).

Segundo Brasil (2003), citado por Camboim; Fernandes (2016), a respiração


faz com que o organismo receba oxigênio e se mantenha estável. No entanto, há
alguns fatores que podem fazer com quer a respiração possa ser interrompida, como:
engasgo com corpo estranho, vômitos, secreções e outros diversos fatores mais
específicos. Perante esse cenário, a percepção do socorrista em relação à vítima com
algum fator que esteja causando uma obstrução parcial ou total, deve ser de imediata.
A obstrução, caso não seja percebida e tratada, pode levar a vítima a ter uma PCR.
20

Figura 3: Anatomia do sistema respiratório superior e inferior.


Fonte: Silverthorn (2010).

O oxigênio e o gás carbônico são transportados até o sangue através do


sistema respiratório, por difusão. Esse sistema respiratório está dividido em superior
e inferior, e é interligado por uma série de tubos ramificados, denominados de vias
aéreas. Dessa forma é possível ocorrer a troca gasosa. Uma vez que o sangue chega
até o sistema circulatório, ele transporta o oxigênio para todo o organismo (Figura 3).
O pulmão é o responsável para que a troca gasosa aconteça. Essa é uma das suas
funções no organismo, fazendo com que o oxigênio realize o percurso do ar até o
sangue venoso, fazendo com que o dióxido de carbono faça o percurso inverso
(WEST, 2013).
Entretanto, outro fator importante a ser observado é a quantidade de vezes que
o indivíduo está inspirando e expirando em um determinado tempo referencial, o qual
seria de 60 segundos. Durante esses 60 segundos, a frequência respiratória (FR)
deve manter-se em: 12 a 20 para adulto, 20 a 30 crianças e de 30 a 60 em bebês.
Essa contagem é realizada através da observação do movimento do tórax ou do
abdome em relação a adultos. Já nas crianças a movimentação do tórax é menos
21

visível. Nesse caso, faz-se necessário colocar as mãos nas partes superior e inferior
do abdome (CAMBOIM; FERNANDES, 2016).
Outrossim, um outro SSVV importante que deve ser avaliado é a PA. Ela pode
trazer vários danos ao paciente quando seus valores estão elevados ou baixo da
referência de normalidade em milímetros de mercúrio (mmHg). A PA, é a pressão
exercida pelo sangue no interior das artérias. Essa pressão depende de alguns fatores
extrínsecos e intrínsecos para se manter alterada ou dentro do seu parâmetro de
referência. A pressão arterial é mensurada com aparelhos específicos para este fim,
no intuito de se obter um resultado fidedigno. Para a compreensão da leitura da
aferição da PA, leva-se em consideração saber quais resultados são referentes à
pressão sistólica e à diastólica. A pressão sistólica se refere ao primeiro resultado ou
ao número de maior valor, e a diastólica diz respeito ao segundo resultado ou de
menor valor (CAMBOIM; FERNANDES, 2016).
A aferição da PA se dá através dos equipamentos conhecidos como
esfigmomanômetro e o estetoscópio, ou até mesmo por aparelho digital. O mais
comum para a aferição é que ela seja realizada nos membros inferiores (MMII) ou
membros superiores (MMSS), porém, o local mais comumente utilizado são os MMSS.
Para sua realização, algumas recomendações são necessárias, como: posicionar o
MMSS do paciente em uma altura que esteja no nível do coração, certificar-se da
artéria braquial através da palpação, investigar se o paciente está com a bexiga cheia,
informar sobre a insuflação que irá realizar. Após realizar o procedimento, identificar
a pressão sistólica e diastólica (MEIRELES, 2014).
Além do já explanado, para que se obtenha uma aferição de PA com mais
fidedignidade, deve-se investigar se o paciente estava realizando algum exercício
físico nos últimos 30 minutos e procurar um ambiente tranquilo, pois o estresse
também pode alterar o valor. Ademais, em crianças e adolescentes alguns fatores
podem tornar mais ineficiente a aferição da PA, como a idade, altura, condicionamento
físico, e até mesmo histórico familiar de hipertensão arterial (MEIRELES, 2014).
Um dos fatores mais investigados na aferição da PA é a Hipertensão Arterial
Sistêmica (HAS), bem como uma crise hipertensiva, que pode ser caracterizada pelo
aumento inapropriado e instantâneo da PA, e que necessita de um atendimento
rápido, devendo-se de imediato procurar um atendimento de saúde mais próximo, pois
tal alteração pode levar o paciente a adquirir danos irreversíveis. Algumas pessoas
apresentam os sintomas clássicos como: tontura, cefaleia, zumbido, dentre outros.
22

Diante disso, é de suma relevância que no ambiente escolar haja pessoas capacitadas
a prestar os primeiros socorros às pessoas que possam necessitar de um atendimento
rápido, pois a chance de prevenir agravos é bem maior, quando se trata de risco de
morte (SOUSA, 2018).
Por conseguinte, outro evento interligado à pressão arterial é a hipotensão,
onde o valor da pressão arterial cai abaixo do normal. Neste caso, uma das principais
condutas a ser realizada é colocar a pessoa em local arejado, elevar os MMII acima
do nível do coração, mais ou menos 45° acima do chão e oferecer líquidos. É no
mínimo aceitável dizer que as escolas são ambientes que estão propícios a acontecer
qualquer tipo de ocorrência, e assim, necessita de pessoas capacitadas para realizar
alguns procedimentos de primeiros socorros. Deste modo, é necessário que os
docentes e colaboradores busquem conhecimento e que sejam capazes de preencher
quaisquer requisitos em prestar os primeiros socorros, uma vez que o ambiente
escolar é muito movimentado, propiciando fatos pertinentes à prestação de socorro
(SOARES; MAGALHÃES, 2012).
Segundo Potter e Perry (2013), uma das principais alterações e mais
corriqueira é a hipertensão, sendo que, em alguns casos, o paciente se encontra
assintomático. Como já dito, os aparelhos de uso manual para se obter os valores
mmHg, é o esfigmomanômetro e o estetoscópio. Esse é o método auscultatório
manual, mas também tem há aparelho eletrônico auscultador da PA.
Mediante o exposto, o conhecimento sobre primeiros socorros e as condutas a
serem prestadas é imprescindível em um ambiente escolar, garantindo o primeiro
atendimento ao paciente, prevenindo-se piores agravos da saúde. Sabe-se da
escassez do conhecimento acerca da temática dos primeiros socorros nas escolas.
Desta forma, nota-se a necessidade de abordar esta temática, bem como de capacitar
pessoas leigas para que possam desenvolver estas ações, e, assim, reduzir os índices
de agravos e mortalidade de pessoas que necessitem de um atendimento rápido
(LANDA; FERREIRA, 2020).
De acordo com Potter e Perry (2013), a temperatura ocorre de acordo com os
tecidos internos do corpo. A temperatura pode sofrer algumas variações do seu valor
de referência. Essas mudanças de temperatura podem ocorrer com a prática de
atividade física, processo de hidratação prejudicada ou por alguns processos
infecciosos. Seu valor de referência está entre 36 a 38 °C (adulto), no entanto, esses
valores podem variar de acordo com o local onde está sendo mensurado.
23

A temperatura é o fator que resulta do equilíbrio de perda e ganho de calor do


nosso corpo. Esse equilíbrio se dá a partir do estado em que o indivíduo se encontra,
como mudanças fisiológicas: estado emocional, exercício, digestão, ambiente quente
ou frio. Entretanto, quando o corpo tem contato com um agente infeccioso, a
temperatura corporal pode sofrer elevação, a qual se dá o nome de hipertermia. Com
isso, o organismo perde o controle do equilíbrio da temperatura. Além disso, o
organismo também pode perder o controle da temperatura por outros fatores como:
uma lesão cerebral que atinja o hipotálamo, responsável regulador da temperatura.
Semelhantemente, tumores, traumatismo craniano, acidente vascular, entre outros
fatores, podem resultar na dissipação do calor (CAMBOIM; FERNANDES, 2016).
A dor é um sinal vital de suma importância que deve ser avaliado. Essa
avaliação se dá pela verbalização e por sinais específicos que o paciente apresenta.
A dor é definida pela Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP). Uma
experiência emocional e sensorial desagradável, a dor pode ser avaliada por algumas
escalas aplicadas com o paciente verbalizando e pode ser relatada sua intensidade
através da escrita, linguagem verbal ou corporal, mas existem situações em que o
paciente não pode passar essa informação em virtude de sua condição clínica. Diante
disso, a dor é considerada como o 5° sinal vital a ser observado e que pode levar o
paciente a desencadear uma alteração dos demais SSVV e agravar seu estado clínico
(RIVAS et al., 2018).
Ademais, os SSVV são inespecíficos para poder avaliar de forma correta a dor
do indivíduo. É necessário que o mesmo consiga verbalizar ou demostrar alterações
faciais indicativas de dor. Com isso, o profissional da saúde ou não, deve saber lidar
com esse tipo de situação, para oferecer SBV, pois a conduta ineficaz agrava a saúde
do indivíduo. São diversos fatores que podem levar o indivíduo a se queixar de dores,
como: lesão renal ou tecidual, emocional, sociocultural, entre outros. Sendo assim,
todo paciente deve ter sua avaliação nesse aspecto, para não agravar sua saúde, mas
quando a mensuração não é realizada, o paciente pode apresentar alterações
negativas do sistema cardiovascular, imunológico, alterações do sono e psicológicas
(NASCIMENTO et al., 2016).
24

Figura 4: Demostrando a expressão facial de acordo com a escala de dor Faces e FPS-R.
Fonte: Oliveira et al. (2014).

Segundo as Associações Americanas, a partir do ano (2000), citado por


Nascimento (2016), a dor é considerada com um SSVV que deve ser avaliado de
forma padronizada junta aos demais sinais vitais, com o intuído de passar conforto
para o paciente que está referindo dor, que pode ser dor leve ou intensa. Ademais, o
padrão ouro é o autorrelato, mas há outros meios para a mensuração da dor, sendo
as escalas numéricas, nominais, analógicas e ilustrativas (Figura 4).

2.1.2 Principais intercorrências no âmbito escolar e condutas a serem


tomadas de acordo com cada intercorrência

Segundo Sena et al. (2008), citado por Leite et al. (2013), o ambiente escolar é
um local propício a acontecer acidentes com frequência e em quaisquer momentos. É
sabido que nos intervalos das aulas, os alunos tiram esse tempo para correr, lanchar,
brincar, desenvolver suas atividades rotineiras. É mais precisamente nesses
momentos que os mesmos ficam vulneráveis a sofrer algum tipo de acidente. Também
é sabido que acidentes podem deixar sequelas graves ou até mesmo levar o indivíduo
a óbito. Com isso, observa-se uma grande preocupação devido ao baixo nível de
conhecimento dos professores ou dos cuidadores das crianças, em não saber lidar
com esse tipo de situação que necessita de um atendimento de urgência ou
emergência.
A escola é um ambiente em que a todo o momento estão sendo desenvolvidas,
por parte dos alunos, várias atividades de socialização, brincadeiras, recreação, e
25

isso faz com que esse local seja bem propício a acontecimentos de acidentes. Vendo
esse cenário, entendemos que a necessidade de um atendimento em primeiros
socorros antes da chegada da equipe de saúde é primordial (LEITE et al., 2013).
O ambiente escolar está propício a acidentes, em virtude de crianças e
adolescentes passarem uma grande parte do seu dia ali, e além do mais, participam
de várias atividades de movimentação em grupos. Professores ou outras pessoas que
estejam responsáveis pelas crianças e adolescentes precisam receber treinamentos
em PS para enfrentar qualquer situação de emergência, sendo que essa faixa etária
está mais vulnerável a sofrer acidentes (LEITE et al. 2013).
É em razão dessas atividades desenvolvidas no ambiente escolar pelas
crianças e adolescentes, que o risco de acidente é maior, sendo as quedas, uns dos
acidentes de ocorrências de emergência mais corriqueiros nesse ambiente, com
consequências de fraturas expostas (aberta) ou internas (fechadas), traumas,
escoriações, e cortes. Além disso, também são bem pertinentes casos que
apresentam crises convulsivas e síncope, devido às condições clínicas do mesmo.
Com isso, se faz necessário o conhecimento em PS para oferecer a conduta
adequada para não prestar um socorro sem conhecimento e acabar prejudicando
mais ainda a situação (CAMBOIM; FERNANDES, 2016).
Para Leite et al. (2013), outras situações bem comuns no ambiente escolar que
necessitam de um atendimento de urgência e emergência são os engasgos por corpo
estranho, quedas com fraturas ou sem fraturas, luxações, entorse, queimaduras,
choque elétrico, hemorragias, perfurações, desmaio, cortes, ressaltando que alguns
desses acidentes citados anteriormente, podem levar o indivíduo a uma PCR, além
de outros acidentes que não são tão comuns nesse ambiente. Ademais,
independentemente do acidente, é necessário o reconhecimento da situação de
emergência e realizar com segurança o atendimento da vítima antes da equipe
especializada chegar ao local.
A obstrução das vias aéreas é uma das mais graves ocorrências em qualquer
faixa etária, mas sendo mais comum em crianças, devido ao desenvolvimento
anatômico das vias aéreas. Essa obstrução ocorre de forma subtotal ou total, fazendo
com quer ocorra a deficiência na passagem do oxigênio inspirado do ar atmosférico
para os pulmões. A gravidade dessa obstrução depende do grau da obstrução e do
atendimento que vai ser prestado para a vítima. A obstrução total e o socorro tardio
podem levar o indivíduo a óbito rapidamente, por causa da asfixia causada pelo corpo
26

estranho e pela falta de um atendimento de PS de forma imediata para desobstruir as


vias aéreas da vítima (RODRIGUES et al., 2012).
Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (2019), entende-se, obstrução
de vias aéreas por corpo estranho (OVACE), toda circunstância que ocorra um fator
que esteja impedindo a passagem do trânsito do ar ambiente até os alvéolos
pulmonares, seja de forma parcial ou total. Em razão disso, se faz necessário o
socorro de forma imediata em vítimas desse tipo de trauma. Além do que, essa
obstrução pode ser de forma intrínseca, quando ocorre o relaxamento da língua que
resulta na obstrução, ou de forma extrínseca, quando acontece aspiração de um corpo
estrando que pode ser um objeto, alimento, entre outras causas que tenham o
potencial de provocar o impedimento do ar ambiente para os pulmões. No Brasil, a
OVACE é uma das maiores causas de acidentes em crianças e lactentes, e que em
grande parte desses acidentes, resulta em morte.
A OVACE, quando acontece de forma parcial, o indivíduo ainda está fazendo a
troca gasosa de forma prejudicada, resultando em tosse, que é uma resposta do corpo
para tentar desobstruir o corpo estranho. Mas quando a obstrução ocorre de forma
total, o mesmo indivíduo fica impossibilitado de fazer a troca gasosa e pode sofrer
uma parada cardiorrespiratória (PCR). Com isso, a vítima necessita de um
atendimento mais que imediato. Esse atendimento deve ser feito antes de a equipe
médica chegar ao local, para que a chance de reanimação seja maior (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2019).
OS PS para uma vítima de uma obstrução grave (total), quando a mesma ainda
se encontra consciente, deve ser aplicação da manobra de Heimlich (Figura 5). Essa
manobra faz com que ocorra uma pressão nas vias aéreas. Para que ocorra essa
pressão é preciso que aconteça uma força no abdome, elevando o diafragma para
forçar a saída do ar dentro dos pulmões. Isso faz com que o corpo estranho possa ser
expulso. Existem algumas exceções para que essa manobra seja realizada no
abdome. Em mulheres grávidas ou pessoas obesas, a força da manobra deve ser
exercida no tórax. Em bebês, devem ser aplicadas 5 batidas nas costas com a palma
da mão, e compressões no tórax (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA,
2019).
Segundo Costa et al. (2020), as crianças estão bem vulneráveis a sofrer esse
tipo de acidente. Isso representa um grave problema de saúde pública da população
de pediatria. Esse fator leva em consideração o desenvolvimento das crianças, em
27

suas características próprias. Nos seus primeiros anos de vida, as crianças exploram
o mundo colocando objetos na boca, elas mantêm uma maior frequência respiratória,
poucos dentes na arcada dentária, subdesenvolvimento da mastigação e deglutição,
maturação das vias aéreas, entre outras. Essas especificidades fazem delas as mais
vulneráveis. Por isso, a importância de buscar meios estratégicos nessa temática é
de suma importância. Saber identificar os diferentes estágios da obstrução, conhecer
as técnicas de SBV para esse tipo de empasse, que seriam: golpear nas costas,
realizar compressões torácicas e abdominais de acordo com suas especificidades
(idade), saber identificar a perda de consciência para iniciar a RCP.

Figura 5: Demonstração da Manobra de Heimlich em adulto e gestante.


Fonte: Sociedade Brasileira De Cardiologia (2019).

A manobra consiste em posicionar-se atrás da vítima e colocar um dos pés


entre os pés dela, passar os braços por baixo dos braços da vítima e em volta
da cintura (cinco dedos acima do umbigo), segurar o próprio punho com a
outra mão, apertar o diafragma do acidentado para dentro e para cima (em
forma de “J”), e fazer a compressão até que a vítima volte a falar ou a tossir
(CAMBOIM; FERNANDES, 2016).

Entretanto, em situações que a vítima se encontra inconsciente por ter


obstruído as vias aéreas de forma total e não houve o socorro adequado, deve-se de
imediato: ligar e pedir ajuda ao atendimento médico de emergência, deixar o celular
em viva-voz, iniciar as compressões cardíacas, observar se o corpo estranho está
28

visível e fazer a retirada com segurança. As manobras de RCP não devem ser
interrompidas até que a vítima seja reanimada ou o atendimento médico de
emergência chegue (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2019).
Por conseguinte, segundo Camboim; Fernandes, (2016), se a vítima de uma
asfixia causada por um corpo estranho for uma criança menor de um ano, a manobra
de Heimlich é contra indicada, devido ao risco de lesionar as vísceras abdominais.
Sendo assim, a conduta correta é colocar a criança em uma posição de apoio (posição
ventral sobre as pernas do socorrista), golpear 5 vezes com a região palmar (Figura
6.1), virá-la e realizar cinco compressões torácicas (Figura 6.2), no intuito de reanimar
e desobstruir as vias aéreas da mesma.

Figura 6.1: Demostrando a manobra de Figura 6.2: Demostrando a realização das


desengasgo (Heimlich) com golpes leves com a compressões torácicas em uma criança menor
região palmar nas costas em criança menor de 1 de 1 ano de idade.
ano de idade. Fonte: Ministério da Saúde, 2016.
Fonte: Ministério da Saúde, 2016.

Em vista disso, outra causa que também faz parte das ocorrências mais
corriqueiras no âmbito escolar é o desmaio. O desmaio é a perda súbita da
consciência pela diminuição de oxigênio no cérebro, sendo diversas condições
clínicas que podem levar o indivíduo a desmaiar. A hipoglicemia, emoções, cansaço
excessivo, acidentes que levem o indivíduo a ter perda sanguínea, dor intensa, dentre
outros fatores. Além do que, quando o sujeito está suando frio, com fraqueza,
náuseas, palidez, vertigem, estamos diante de um dos indicies que podem resultar em
desmaio (CAMBOIM; FERNANDES, 2016).
29

Diante de um quadro como esse, é necessário prestar socorro à vítima, colocá-


la em uma posição segura, elevar os membros inferiores, mantendo-os mais alto que
a cabeça, afrouxar as roupas, ficar atento aos SSVV e ao tempo em que o indivíduo
está desmaiado. Caso passe de dois minutos, é preciso acionar o serviço de socorro
(Figura 7). Em algumas situações o paciente tem episódios de vômitos, com isso, é
preciso lateralizar o mesmo, deixando-o em uma posição na qual ele não aspire a
secreção e sofra uma obstrução das vias aéreas (CAMBOIM; FERNANDES, 2016).

Figura 7: Simulação de como agir em uma vítima de desmaio.


Fonte: Camboim; Fernandes (2016).

Outro fator propício a acontecer no ambiente escolar são as crises epiléticas,


em razão da atividade neural anormal, resultando, também, nesses sinais e sintomas.
A epilepsia é um distúrbio cerebral que faz com que o indivíduo apresente as crises
epiléticas, que afetam 2% da população mundial. Dessa forma, faz-se necessário
instruir a população e principalmente a comunidade profissional escolar. Ademais, as
crises convulsivas podem acontecer devido a outros fatores clínicos, como:
hipoglicemia, intoxicações e lesões relacionada ao calor (SOCIEDADE BRASILEIRA
DE CARDIOLOGIA, 2019).
Segundo Brasil (2003), citado Camboim; Fernandes (2016), as crises
convulsivas implicam uma ação involuntária dos músculos, perda de consciência que
pode ter duração de 2 a 4 minutos. Essas crises podem ser o resultado de uma
hipertermia, hipoglicemia, episódios hemorrágico, traumatismo crânio-encefálico
(TCE), tumores, edemas cerebrais, intoxicação, entre outras causas.
Diante disso, a vítima precisa de cuidados adequados durante as crises
convulsivas, mantendo a cabeça protegida, evitar objetos próximos que elevem o risco
de agravar a situação, não tentar segurar a vítima no intuito de impedir os movimentos
30

involuntários dos músculos (convulsão). Caso ocorra a presença de vômito é preciso


lateralizar a vítima em decúbito lateral (Figura 4), ficar atento aos minutos de duração
da crise. Após o episódio convulsivo, deve-se manter o indivíduo calmo e esperar que
volte seu estado normal de consciência. É importante saber que esses cuidados
servem para crianças, adolescentes e adultos (CAMBOIM; FERNANDES, 2016).
Segundo o Ministério da Saúde (2016), as crises convulsivas podem vir
acompanhadas de vômitos, intensa salivação, lábios e dentes cerrados, e também
podem apresentar incontinência urinária. O socorrista presente no local precisa
manter a calma e oferecer a conduta adequada para o paciente, ser responsivo,
manter a permeabilidade das vias aéreas, anotar a frequência e o tempo das crises,
proteger a cabeça para evitar possíveis traumas adicionais. Essas crises convulsivas
podem estar associadas a processos patológicos reversíveis ou disfunção do Sistema
Nervoso Central (SNC).
Outrossim, é necessário manter-se calmo, explicando aos demais presentes
sobre o que está acontecendo, tentar posicionar a cabeça do indivíduo em um objeto
macio, podendo ser um travesseiro (Figura 8.1), ficar atento se houver vômitos,
excesso de saliva ou sangue que saia da boca da vítima, para realizar a posição
adequada (decúbito lateral), evitando broncoaspiração e asfixia (Figura 8.2). Bem
como se faz necessário permanecer ao lado da vítima para aguardar o estado de
consciência e explicar o que aconteceu, e pedir ajuda médica em casos de duração
de mais de 5 minutos convulsionando. Outro ponto importante é saber o que não deve
ser feito durante o episódio da crise epilética: não tentar imobilizar a vítima nem
colocar os dedos dentro da boca, não tentar parar as crises jogando água, não tentar
fazer algo sem conhecimento do que está fazendo (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIA, 2019).
31

Figura 8.1: Simulação de como proteger a Figura 8.2: simulação da posição adequada
cabeça da vítima com um travesseiro e retirar os (decúbito lateral) para a vítima que apresenta
objetos ao redor. vômitos ou grande quantidade de saliva.
Fonte: Camboim; Fernandes (2016). Fonte: Camboim; Fernandes (2016).

Semelhantemente, é importante entender sobre as queimaduras, seus fatores


de risco, bem como a prevenção e condutas a serem tomadas para com suas vítimas,
levando em conta que o ambiente escolar apresenta, ao contrário do que se pensa,
possibilidades reais e muito desastrosas de acontecimentos nesse tocante. É alta a
incidência de queimaduras nas escolas e estas lesões estão associadas a um risco
significativo de morte, além das sequelas físicas, psíquicas e funcionais aos
sobreviventes. Como forma de prevenção destas lesões o vínculo entre família e
escola é de suma relevância para um melhor resultado (OLIVEIRA et al., 2016).
Ainda assim, toda pessoa que sofre uma queimadura, independentemente da
sua extensão, torna-se vítima de uma agressão física, podendo variar a gravidade de
acordo com a extensão e profundidade da lesão. Sendo assim, as condutas tomadas
de forma correta a estas vítimas poderão desenvolver uma melhor recuperação, além
do apoio psicológico posterior que o paciente queimado deve ter. Inicialmente,
algumas condutas de praxe devem ser tomadas, como o afastamento da vítima da
fonte de calor e imediato resfriamento da pele com água corrente, não ultrapassando
20 minutos, devido ao risco de hipotermia deste paciente. Estas condutas são
consideradas as primeiras atitudes que devem ser tomadas, em qualquer ambiente
onde ocorram acidentes com queimaduras (SECUNDO; SILVA.; FELISZYN, 2019).
32

Adicionando-se a isto, na assistência ao paciente queimado, o manejo da dor


é um desafio para os profissionais de saúde, pois geralmente os pacientes
apresentam dores intensas, e necessitam de uma terapia combinada com
medicamentos. Ainda assim, a verificação de vias aéreas destes pacientes queimados
é primordial e deve ser precedida de controle de hemorragias, se houver, bem como,
avaliação neurológica. Com isso, percebe-se que a assistência e condutas que devem
ser tomadas a vítimas de queimaduras são amplas e variam de acordo com cada
lesão (AMANTE et al., 2017).
Vale ressaltar que o cuidado com a vítima de queimadura vai além da resolução
imediata do problema, bem como a sistematização das ações a serem executadas.
As condutas com ênfase no público leigo têm como objetivo o saber o que fazer ou
não na assistência rápida, para a diminuição do risco de agravamento do quadro do
paciente e até mesmo ocorrência de morte. Tratando-se de um ambiente escolar, as
condutas iniciais são: manter a calma, afastar os curiosos do local, e garantir que o
serviço de emergência seja chamado e tenha acesso garantido. Qualquer conduta
prática a ser tomada é imprescindível que antes se avalie a lesão e que esta pessoa
seja habilitada para prestar os cuidados adequados a uma vítima (AMANTE et al.,
2017).
Os tratamentos e condutas para com o paciente queimado vão variar conforme
a lesão, e todos iniciam com o tratamento de emergência (interrupção do processo de
queimadura, remoção de roupa e cobrir a lesão). Após isso, a avaliação da
profundidade e extensão da queimadura irá possibilitar o manejo e os próximos
cuidados que devem ser tomados com esta vítima, pois a profundidade da
queimadura, sexo e faixa etária são fortes indicativos para avaliar a gravidade da
lesão. Primordialmente, a hidratação deste paciente é de suma importância no
tratamento das queimaduras, pois é comum que o paciente tenha grandes perdas de
volume e irá variar conforme a extensão da lesão (SANTOS et al., 2017).
Outrossim, saber como fazer os primeiros socorros a uma vítima de
queimadura ainda é escasso no ambiente escolar. Desenvolver esta habilidade, tanto
nos professores quanto em todos colaboradores deste ambiente, torna-se
fundamental, pois quanto mais pessoas souberem prestar os primeiros socorros,
menor será a possibilidade de pessoas, no intuito de tentar ajudar sem conhecimento,
acabarem agravando o quadro clínico da vítima. O atendimento rápido do serviço
33

especializado ou de quem tenha conhecimento e treinamento, pode prevenir a vítima


de um choque hipovolêmico e morte (HERNÁNDEZ et al., 2020).
Entendendo que os acidentes no ambiente escolar constituem uma
preocupação diária, é fundamental que tanto os professores quanto os colaboradores
deste ambiente saibam como agir frente a uma situação de emergência,
principalmente como evitá-los e os primeiros socorros a serem prestados, a fim de
evitar piores danos. Por fim, a construção de conhecimento acerca da temática de
vítimas de queimaduras é de suma importância para qualquer ambiente, pois todo
atendimento de emergência se torna indispensável. Apesar disso, sabe-se que em
situação de queimaduras, quanto mais rápido for uma assistência adequada, mais alta
se torna a chance de diminuir piores agravamentos no quadro clínico da vítima (LEITE,
2013).
Outro fator traumático digno de atenção no ambiente escolar é a avulsão
dentária, ocasionada por um conjunto de aspectos que causam o deslocamento do
dente de forma total, caracterizado por sair do seu local específico, alvéolo. Esse
acidente se torna mais corriqueiro em ambientes escolares, em crianças e
adolescentes, por estarem expostos a um maior risco de quedas. A etiologia desses
agravos de saúde é mais comum nas práticas esportivas, momentos de recreação,
que são instantes em que os alunos estão em uma maior interação envolvendo
movimentos bruscos e contato físico (RODRIGUES et al., 2017).
Segundo Bittencourt; Pessoa; Silva (2013) a avulsão dentária é considerada
uma das principais intercorrências no âmbito escolar e com alto índice em crianças,
caracterizada quando um dente é completamente removido do seu alvéolo. Além
disso, é considerada um dos problemas dentários mais graves entre a maioria das
lesões dentárias, advindas de um trauma. Este problema diminui as chances de
reimplantação dentária, pois as células do ligamento ficam expostas, e
consequentemente, depois de certo tempo fora da boca, esses ligamentos não são
mais apropriados para o reimplante.
Sendo assim, quando acontece uma avulsão dentária na escola, os docentes
e colaboradores são o referencial para participação em situações de emergência, pois
sabe-se que é a qualidade do atendimento de emergência prestado que vai afetar
posteriormente e diretamente no prognóstico deste dente lesionado. Algumas
condutas de primeiros socorros devem ser assumidas para que o dente que foi
avulsionado seja implantado novamente. Dependendo da forma que o dente foi
34

armazenado, existe uma maior probabilidade de reimplante. O ideal a se fazer é


armazenar este dente em um local úmido, pois aumenta as chances da viabilidade
dos ligamentos periodontal (CURYLOFO; LORENCETTI; SILVA, 2012).
De acordo com, Brito et al. (2020), o prognóstico da avulsão dentária está
correlacionado com a conduta adequada que for tomada no momento desse trauma.
Esse atendimento adequado deve ser feito de forma imediata, e são os professores
os primeiros a chegar ao local do acidente. Dessa forma, cabe ao profissional saber
lidar com esse tipo de situação, para se obter um prognóstico com maior chance de
restauração e recuperação do dente. Entretanto, a falta do conhecimento a respeito
desse trauma, diminui a chance de um bom prognóstico. Isso se evidencia em
manuseios incorretos realizados no momento do acidente. Sendo assim, nota-se a
vasta relevância de um conhecimento adequado. Esses conhecimentos são
adquiridos por realizações de capacitações sobre essa temática. É necessário que a
vítima receba esse atendimento correto, sendo que esse auxílio pode ser efetuado
por qualquer pessoa presente no momento, ressaltando que tenha o conhecimento
teórico sobre o caso especifico (BRITO et al., 2020).
A avulsão dentária é responsável por um grande problema de saúde bucal e
causa um grande desconforto para a vítima em vários aspectos, deixando-a numa
condição em que ela evita sorrir, resultando em problemas psicológicos, além do
grande desconforto físico. Destaca-se a criança como uma das principais vítimas
desse traumatismo dentário. Esse tipo de acidente ocorre com maior frequência na
fase escolar, como resultado de quedas em meio a suas atividades de diversões no
ambiente escolar (CURYLOFO; LORENCETTI; SILVA, 2012).
Os PS para dentes traumatizados devem acontecer de forma imediata, para se
tentar obter melhores resultados em seu tratamento final, salientando que em um local
escolar, é a atuação dos professores que vai influenciar no prognóstico do dente
avulsionado, É sabido ainda que o dente avulsionado pode ser reimplantado, mas
para que isso ocorra, a atitude nos primeiros socorros tem que ser precisa, com os
devidos cuidados imediatos (CURYLOFO; LORENCETTI; SILVA, 2012).

[...] Quando ocorre avulsão do dente é preciso armazená-lo em leite frio, pois
há ótima osmolaridade e composição de pH ideal para conservação por um
período de até três horas, tempo suficiente para que a criança receba
atendimento odontológico. O trauma dentário na maior parte das vezes afeta
os incisivos centrais e pode levar a uma perda de função, bem como um
impacto negativo na qualidade de vida, desconforto ao sorrir, sofrimento
35

psicológico e baixa autoestima, sendo significativa a importância da


implantação imediata do dente perdido ou quebrado (BRITO et al., 2020).

Dito isto, os professores são o foco principal, o público alvo no ambiente escolar
para que aconteça o atendimento da forma que deve ser realizado, sendo que ainda
é pouco ou quase nada trabalhada a capacitação desses profissionais da educação
em capacitação em PS. Dessa maneira, o atendimento prestado pelos professores no
âmbito escolar, frente a esse tipo de trauma ou mesmo a outros acidentes em que se
faz necessário um suporte básico de vida, ainda é muito ineficaz, resultando em
maiores agravos de saúde, em virtude da ausência de conhecimento e oferta de
treinamento em PS (CURYLOFO; LORENCETTI; SILVA, 2012).
Alguns outros acidentes que acontecem no ambiente escolar são as quedas.
As crianças e os adolescentes estão sempre buscando meios de brincar, correr, se
divertir, e acidentalmente acontecem as quedas, podendo resultar em ferimentos que
podem levar o indivíduo a uma hemorragia, fraturas expostas (abertas) ou internas
(fechadas). As fraturas acontecem quando um osso é quebrado, fazendo com que ele
perca sua continuidade. Isso acontece quando o osso recebe um impacto, uma força
maior ao que sua estrutura suporta. Quando isso acontece, ocorrem também lesões
musculares, nos nervos, entre outros órgãos (Figura 9). Os ossos têm como função
sustentar a estrutura do corpo, proteger órgãos, possuindo, assim, uma grande
atribuição de forma vital e, ainda, dão formação ao esqueleto (CAMBOIM;
FERNANDES, 2016).
Segundo Camboim, Fernandes (2016), as fraturas são classificadas como
abertas e fechadas. A fechada acontece quando o osso não rompe a pele nem fica
exposto, mas causa uma dor intensa. A fratura aberta resulta em rompimento da pele
no local onde aconteceu a fratura. O osso fica exposto ao meio externo, com isso, a
possibilidade de agravar a situação é maior, fato que exige melhor preparação na
prestação de PS. Por conseguinte, uma fratura pode também ocasionar uma
hemorragia no momento da quebra do osso ou quando o socorro é realizado de forma
incorreta. As fraturas são consideradas como uma emergência ortopédica.
36

Figura 9: Demonstração de tipos de fraturas abertas e fechadas.


Fonte: Fernandes (2014).

É importante salientar que o socorro inicial é de suma importância. Realiza-se


de início o controle da hemorragia, caso esteja presente, mantem-se o cuidado na
imobilização do membro lesionado, evitando quaisquer movimentos bruscos,
deixando o acidentado numa posição favorável e utilizar talas para auxiliar na
imobilização do membro (Figura 10). Essas talas têm como objetivo manter imóveis
os pontos de articulações dos membros lesionados. Ademais, é necessário manter a
vítima calma, para que o membro fique imóvel, monitorar os SSVV, acionar o
atendimento médico (CAMBOIM; FERNANDES, 2016).

Figura 10: Demonstração da imobilização de um membro lesionado.


Fonte: Camboim; Fernandes (2016).

Em relação à entorse (menos grave quando comparado com as fraturas abertas


e fechadas) esta tem como definição: ruptura dos ligamentos que mantêm as
articulações fixas à estrutura óssea. A entorse acontece quando o indivíduo faz um
37

movimento fora do limite normal de rotação da articulação. Isso causa um desconforto


intenso para o paciente, mas esse grau de desconforto está ligado à complexidade do
movimento. Dito isto, a entorse necessita de alguns cuidados importantes para
amenizar a dor e inchaço. Deve-se fazer uso de compressas frias ou geladas no local
da articulação lesionada, com duração de 15 a 20 minutos e, caso essa dor não passe,
é preciso procurar o atendimento médico (CAMBOIM; FERNANDES, 2016).
Nas luxações ocorre o deslocamento do osso, saindo de sua posição normal,
de forma parcial para outra posição, causando desconforto, rompimento de
articulações, podendo lesionar vasos sanguíneos e nervos. Esse tipo de acidente
ocorre por ocasião de movimentos agressivos no membro. Isto provoca uma dor
intensa, havendo necessidade imediata de se manter a articulação lesionada
imobilizada, para evitar possíveis complicações além da que já está estabelecida.
Após isso, é necessário acionar o atendimento médico (CAMBOIM; FERNANDES,
2016).
Além do que já está exposto, crianças e adolescentes no ambiente escolar
também estão propícios a acidentes com objetos perfurocortantes, entre outros que
podem causar o rompimento dos tecidos moles (músculos, órgãos, pele, tecido
gorduroso), e que pode deixar o indivíduo vulnerável a infecções ou com risco iminente
de morte, precisando de um atendimento de emergência. Com isso, as medidas de
atendimento devem ser de acordo com o grau de complexidade do ferimento. São
diversos os tipos específicos de ferimentos, dentre eles: ferimentos superficiais;
profundos e extensos; traumas: cabeça e face; tórax; ocular; amputação, dentre
outros. A conduta correta é saber usar a técnica adequada para cada caso específico,
mantendo-se calmo, tendo confiança e segurança no uso da técnica aprendida
(CAMBOIM; FERNANDES, 2016).
Conseguinte a isto, podem-se observar em ambientes escolares vários casos
de hemorragias, sejam elas leves ou graves. Assim, é necessário que todos que
compõem este ambiente estejam habilitados e saibam como lidar com estas
situações. As hemorragias possuem diversas definições. Uma delas é a perda súbita
de sangue, podendo ser advinda de rompimento de um ou dois vasos sanguíneos.
Elas podem ser classificadas de duas formas: externa, quando o sangramento
acontece visivelmente na superfície do corpo, ou interna, quando acontece no interior
de um órgão ou tecido. Neste último caso não é possível ver a saída do sangue,
ocorrendo, assim, uma forma mais grave das hemorragias, pois poderá causar danos
38

maiores e até mesmo a morte do paciente, levando em conta possível demora na


percepção desse tipo de hemorragia (BROLEZI, 2014).
Juntamente a isto, dependendo do vaso sanguíneo que for lesionado, a
hemorragia terá uma diferente gravidade em cada situação. Diante de uma
hemorragia, tanto profissional da saúde quanto educadores devem agir de forma
rápida e eficaz. A princípio, deve-se passar tranquilidade para a vítima, utilizar luvas
de procedimento durante a intervenção. Vale ressaltar a importância de manter a
vítima em decúbito dorsal para uma melhor circulação sanguínea entre o cérebro e o
coração, de aplicar uma compressa sobre o corte, com gaze ou pano limpo, fazendo-
se pressão sobre o local até que o sangue pare de correr, podendo durar até 10
minutos em casos leves. Importante que durante este momento, verificar se a criança
está acordada, a temperatura corporal, e não oferecer bebida ou comida à vítima
(BROLEZI, 2014).
Ainda tratando-se das principais intercorrências que podem acontecer no
ambiente escolar, pode-se notar que o choque elétrico está entre elas. Desta forma é
de vital importância que exista um ensino e aprendizagem entre os profissionais da
saúde e os educadores pressentes neste ambiente. O choque elétrico é resultante de
uma passagem de corrente elétrica no corpo humano, e dependendo do tempo e
intensidade, pode ser fatal. Assim, é possível perceber a vasta importância do
conhecimento em PS para se atender a uma vítima de choque elétrico. No ambiente
escolar se faz necessário que exista uma capacitação por meio de exposição
dialogada do conteúdo, seguida de uma parte prática no que tange aos primeiros
socorros (CAMBOIM; FERNANDES, 2016).
Concomitante ao tratado a cima, os PS voltados à vítima de choque elétrico, e
diante de um ambiente escolar, devem ser bastante precisos. A princípio deve-se
desligar ou cortar a fonte de energia e não se deve tocar na vítima enquanto isso não
ocorra. Como atitude imediata para afastar a fonte elétrica da vítima, precisa-se do
auxílio de algo que não conduza eletricidade (madeira seca, plástico), acionar o
serviço de urgência, verificar se a vítima está acordada. Se consciente, acalme até a
equipe acionada chegar; se inconsciente e não respirando, realize compressões
cardíacas, repetindo as avaliações da vítima e monitoramento dos SSVV até o socorro
especializado chegar (NARDINO, 2012).
Por conseguinte, em relação aos acidentes que já foram citados no decorrer do
texto, nota-se que vários deles podem levar a vítima a sofrer uma PCR, os quais
39

necessitarão de uma reanimação cardiopulmonar (RCP). Segundo a Sociedade


Brasileira de Cardiologia (2013), citado por Camboim; Fernandes, (2016), a PCR
ainda é uma das principais causas de morte no Brasil e uma complicação mundial de
saúde pública. A PCR tem como definição, um bloqueio de forma reversível e
irreversível da circulação sanguínea sistêmica e da respiração. Entretanto, como
consequência da interrupção da circulação e da respiração, o indivíduo vai apresentar
perda de consciência, pulsos e terá os movimentos respiratórios ausentes.
Também foi dito que os acidentes citados anteriormente são considerados
como corriqueiros no meio escolar. A maioria não é considerada como umas das
principais causas de PCR, mas vale ressaltar que dependendo da gravidade da
situação é possível resultar em uma PCR. Por isso a importância do atendimento em
PS de forma imediata para a vítima, fazendo-se o reconhecimento da PCR, o que
seria observar a responsividade, os movimentos respiratórios e averiguar presença
ou ausência de pulso. Feito isso e após reconhecer, deve ser realizada a manobra de
reanimação com compressões torácicas de forma rápida (CAMBOIM; FERNANDES,
2016).
Segundo o Ministério da Saúde (2016), para ser possível reconhecer uma PCR,
o socorrista deve avaliar a responsividade da vítima, chamando o paciente em voz
alta e também realizando o toque nos ombros, observar se a respiração está presente
ou apresentando a respiração de gasping, checar o pulso carotídeo, isso deve ser
feito de forma simultânea entre 5 a 10 segundos. Paciente irresponsivo, respiração de
gasping, pulso e respiração ausentes é sugestivo de uma PCR. Com isso, deve-se de
imediato avaliar a segurança da cena, manter o paciente em uma posição de decúbito
dorsal em região rígida e plana, solicitar um Desfibrilador Externo Automático (DEA)
e ligar para o atendimento de urgência e emergência. Após realizar o contado e
conseguir o atendimento, é necessário informar para a Regulação Médica o estado
clínico do mesmo e seguir as orientações que serão passadas.
Elencado a isto, a técnica de RCP deve ser realizada de forma correta, para
manter uma probabilidade elevada de sobrevida da vítima. Esse SBV ao paciente diz
respeito à ventilação e compressões cardíacas, sendo consideradas como padrão
ouro no atendimento primário à vítima que sofreu uma PCR (Figura 11.1) e (Figura
11.2). Ademais, qualquer pessoa capacitada para saber reconhecer e o que deve ser
feito na PCR, pode dar o socorro à vítima, e, orientar os demais no auxilio ao
atendimento (CAMBOIM; FERNANDES, 2016).
40

Figura 11.1: Demonstração da manobra de Figura 11.2: Demonstração da ventilação após


compressões torácicas e vítima de PCR. as 30 compressões torácicas.
Fonte: Camboim; Fernandes (2016). Fonte: Camboim; Fernandes (2016).

As compressões torácicas só devem ser realizadas com o reconhecimento


correto de uma PCR, como já foi citado anteriormente. Ademais, nas compressões
torácicas em um APH para um adulto, deve-se manter um ciclo de 30 compressões
cardíacas para duas insuflações, em uma frequência de 100 a 120/min, fazendo o
retorno completo do que foi deprimido. O tórax tem que ser deprimido em 5 a 6 cm.
Em caso de DEA disponível, este precisa de imediato ser instalado para observar se
o ritmo é chocável e realizar o choque de acordo com a análise, lembrando que as
compressões torácicas só devem ser interrompidas na análise do DEA e quando for
realizar o choque. Após o choque realizado, de imediato retornar as RCP, fazer as
compressões cardíacas no período de 2 min e reavaliar os sinais vitais do mesmo
(BRASIL, 2016).
Ainda nesse raciocínio, sabe-se que a PCR em crianças é menos frequente
quando comparada a adultos, mas existem casos específicos que podem fazer com
que a criança sofra uma PCR. Por isso a importância de se saber os PS em uma PCR
em bebês. Neste caso é necessário entender que é preciso colocar dois dedos no
41

meio do peito da vítima, localizando o osso esterno, e é necessário comprimir o tórax


aproximadamente 4 cm, atentando-se sempre para que o tórax após ser deprimido,
volte completamente. Já em crianças, realiza-se a RCP com uma ou duas mãos
posicionadas na metade inferior do esterno, deprimindo pelo menos 1/3 do diâmetro
anteroposterior do tórax ou cerca de 5 cm. Se houver apenas um socorrista no local
realizando RCP, deve-se realizar 30 compressões para 2 ventilações, com frequência
de 100 a 120 compressões/minuto. Entretanto, se houver dois profissionais na cena
realizando RCP, deve-se realizar 15 compressões para 2 ventilações, mantendo-se
uma frequência de 100 a 120 compressões/minuto (BROLEZI, 2014).

2.1.3 Avaliação do interesse e conhecimento dos professores e


coordenadores acerca da temática

É notável a importância dos PS no âmbito escolar e reconhecida a vasta


relevância da aceitabilidade dos professores e responsáveis por este ambiente, para
agregar conhecimento sobre esta área, com intuito de auxiliar a pessoa a se recuperar
com mais eficiência, bem como manter a pessoa viva até a chegada do serviço médico
pré-hospitalar, além de prevenir possíveis agravos. Entretanto, sabe-se que ainda é
alto o índice de escolas que não possuem pessoas capacitadas em prestar PS, faz-
se necessária a avaliação do interesse destes profissionais que atuam nas escolas,
bem como a quantidade de conhecimento que carregam sobre esta temática.
Considerando que a educação e a saúde são intrínsecas, portanto, é indispensável o
conhecimento sobre toda esta temática (AMARAL; REIS; FREITAS, 2014).
Dessa forma, com os crescentes índices de violências e acidentes
correlacionados em ambientes escolares, é notório que isso é um problema de saúde
e educação, por se mostrar pouco interesse nessa temática, no intuito de se construir
recursos, projetos, melhorias para se possuir um melhor resultado e valia de
mudanças de conhecimentos desses responsáveis. É vasta a quantidade de
despreparo dos professores e coordenadores na prestação de socorro a uma vítima,
além do que, ainda é preciso que os gestores e coordenadores ofereçam ambiente
físico, social e psicológico seguro para os alunos (SILVA et al., 2017).
42

É sabido ainda que, em uma situação de acidente no cenário escolar que


precise de um atendimento de imediato, é o professor o responsável naquele
momento por prestar os PS à criança ou ao adolescente que for vítima de um acidente
e que venha a necessitar desse socorro. Diante disso, gera um estresse por parte do
responsável, em saber que ele precisa tomar uma decisão que pode ser crucial para
a vítima ou inadequada. Além disto, esse estresse pode ser bem maior quando se
trata de falta de conhecimento em PS, num momento em que se deve agir com rapidez
(CABRAL; OLIVEIRA, 2019).
Segundo Silva et al. (2017), é sabido que os professores de educação física,
em sua grade curricular de ensino, possuem algumas disciplinas que trazem
conteúdos de SBV, porém os demais professores de licenciatura não têm essa
disciplina. Vale ressaltar que ambos necessitam passar por treinamentos
periodicamente, pelo fato de poder esquecer e, também, em virtude das atualizações
dos conteúdos trabalhados. A preparação de forma continuada proporciona uma
segurança maior em aspectos técnicos, emocionais e psicológicos. Desse modo, é
assegurada a autoconfiança para si e para os demais alunos e professores.
Elencado a isto, ainda é grande o índice de profissionais da educação em não
buscar meios de capacitação em PS, apesar da solidariedade que impulsiona a busca
por tentar salvar a vítima em uma circunstância de urgência ou emergência, por ter
embasamento em conhecimentos populares sem nenhuma fundamentação científica
ou teórica. Com isso, é de suma importância buscar capacitações acerca da temática,
avaliar o interesse e conhecimento desses profissionais para intervir nessas ocasiões,
visto que uma atitude por impulso, na intenção de realizar um ato heroico, pode levar
a consequências graves, sequelas permanentes ou até mesmo o óbito (CABRAL;
OLIVEIRA, 2019).
Segundo Cabral; Oliveira, (2019), ainda é muito utilizado o saber popular, com
base no qual são tomadas decisões inadequadas, sem utilidade benéfica para a
vítima, além do que algumas atitudes também colocam em risco o mesmo que está
prestando o socorro, revelando um atendimento sem total conhecimento e segurança.
É grande o número dessas pessoas com conhecimentos quebrados em PS, por não
saberem lidar com situações de emergência.
Contudo, segundo a American Heart Association (AHA), citado por Cabral;
Oliveira (2019), mostra que o atendimento a uma vítima em PCR ou em outra situação
de emergência, em um ambiente extra-hospitalar, deve ser realizado por profissionais
43

da área da saúde, mas, em casos que o leigo tenha total conhecimento e segurança
(capacitado) em prestar esse tipo de socorro, ele está respaldado a realizar o
atendimento, sendo esse atendimento considerado de suma importância, por ser feito
nos primeiros minutos do ocorrido, e isso faz aumentar a sobrevida da vítima. Essa
ação é denominada como SBV. Dessa forma, é de vasta relevância intervir e buscar
capacitar a população leiga de modo geral em PS, ademais, isso vai resultar em
experiências positivas, diminuindo a chance de risco de sequelas permanentes e
aumentar a sobrevida da vítima, colocando em prática o treinamento da população
leiga.
Ligado a este pensamento, o papel do enfermeiro como educador é amplo,
levando em consideração que a educação sobre PS trata-se de algo que está em
desenvolvimento permanente, além do mais, sabe-se que a escola é um ambiente
onde há alto risco de acometimentos trágicos para as crianças, e as experiências
vivenciadas pelos professores e colaboradores neste ambiente se tornam o pilar para
a execução práticas de PS. Assim, se faz necessária a parceria dos profissionais
educadores com os da saúde, com intuito de trazer uma maior segurança para todas
estas pessoas que estão presentes nas escolas (SILVA et al., 2017).
Com base nesse contexto, a escola é tida como um local de alerta para a
ocorrência de situações de emergências. Por isso, popularizar e ensinar sobre as
práticas dos PS e, sobretudo, conseguir interesse dos profissionais educadores
acerca desta temática é primordial, pois será a partir do interesse dos profissionais
que se pode alcançar um melhor resultado, com intento de prevenir piores agravos de
saúde e mitigar procedimentos inadequados. Tudo isso impactará positivamente nos
níveis de conhecimento e habilidades destes professores e colaboradores (SILVA et
al., 2017).
É oportuno salientar quão importante é haver influência e estímulo entre os
profissionais da educação e colaboradores para com a aprendizagem das técnicas
dos PS, mesmo sabendo que a inserção das noções dos PS já é realidade em
algumas regiões, porém, ainda são baixos os índices, tornando-se assim uma prática
irreal para muitos ambientes escolares. Segundo a Organização Mundial da Saúde,
OMS, o treinamento dos PS no ambiente escolar é recomendado mundialmente.
Seguindo essa linha de pensamento, torna-se imprescindível que o interesse dos
professores esteja em primeiro lugar para que se possa implantar uma prática de PS
nas escolas (RIBEIRO, 2015).
44

Vale ressaltar que as escolas, por apresentarem uma estrutura que pareça ser
segura, mesmo assim, ainda oferecem imensos condições de risco para as crianças
e adolescentes. Assim, os professores necessitam agir para intervir nesses fatores de
risco. Esse conhecimento dos fatores de risco faz com que os mesmos sejam
corrigidos e tenham uma forte influência na diminuição de acidentes, mas, para isso
ocorrer, os professores precisam ter essa concepção através de capacitação sobre a
temática exposta (SILVA et al., 2017).
Nessa perspectiva, a insegurança desses profissionais de educação no
conhecimento de suporte de primeiros socorros ainda é bem presente, por isso a
importância de trazer e buscar melhorias nessa temática. É preciso que os
educadores mantenham-se mais preparados para prestar os PS, mesmo em
acidentes de pequeno porte, pois o primeiro atendimento nesses acidentes vai ter uma
grande influência fundamental para manter a vítima salva. Além do mais, esses
educadores e coordenadores do ambiente escolar, carecem saber distinguir qual
acidente necessita de atendimento do socorro especializado em emergência
(RIBEIRO, 2015).
Por fim, cabe ressaltar que o educador, no ambiente escolar, saiba prestar o
atendimento em primeiros socorros, pois em alguns casos a ineficiência no
atendimento gera outros problemas de responsabilidade legal em se prestar um
socorro inadequado, na medida em que essa prática ineficiente pode resultar em
agravos à saúde da vítima. Esse agravo é resultante tanto de uma prática ineficiente
de PS, quanto da ausência de conhecimento para a identificação da necessidade de
solicitar um serviço especializado de urgência e emergência (RIBEIRO, 2015).

2.1.4 Intervenções e estratégias eficazes para confrontar a deficiência e


compreensão dos professores do âmbito escolar em primeiros socorros

Considerando o que já foi conceituado sobre PS no decorrer de outros capítulos


do desenvolvimento desse trabalho, sabe-se que primeiros socorros pode ser
praticado por um espectador que esteja presente no momento de um acidente, o qual
não precisa ser necessariamente um profissional de saúde. Sendo assim, a
45

capacitação da população e em especial aos professores que vivem uma grande parte
dos seus dias no ambiente escolar (e é o responsável pelas crianças e adolescentes
dentro da escola, e que o âmbito escolar é um local de comum intercorrências de
acidentes que necessitam de um atendimento imediato), digo, a capacitação desse
público em evidência é um dos pilares de suma importância para diminuir os agravos
e óbitos decorrentes da falta do saber lidar com uma situação que precise de PS
(BRITO et al., 2020).
Ademais, a falta de conhecimento da população em geral, com relação a
primeiros socorros, pode resultar em inúmeros problemas, devido a uma má conduta
prestada à vítima numa tentativa desesperada de ajudar. Os acidentes são
imprevisíveis: não denunciam antecipadamente o local onde vão acontecer, nem a
hora, nem tampouco descreve a pessoa que vai ser a próxima vítima. Isso é fato. No
entanto, alguns locais, como o ambiente escolar, entre outros de concentração de
público e sua atividade ali exercida, estão mais expostos ao risco de um acidente que
precise de um atendimento imediato. Isso deve ser o suficiente para se entender a
importância de se capacitar em primeiros socorros os responsáveis pelas crianças e
adolescentes no ambiente escolar, bem como o cidadão comum onde quer que seja
(NARDINO et al. 2012).
A educação é um dos principais meios de se obter melhores resultados em
prevenção a acidentes. Este é um dos recursos ao qual as escolas devem aderir para
incluir em todos os programas escolares essa filosofia de prevenção a acidentes,
fazendo com que entre as abordagens curriculares sejam contempladas a filosofia da
prevenção e a prática em PS quando da necessidade. Entretanto, essa estratégia já
é contemplada em alguns ambientes de trabalho, com o objetivo de prevenir e saber
realizar uma conduta correta diante de uma situação de emergência (NARDINO et al.
2012).
Segundo Pergola; Araujo, (2008) citado por Nardino et al. (2012), sabe-se que
é muito elevada a quantidade de acidentes que acontecem no mundo, ocorrendo em
grande parte em ambientes do cotidiano, trânsito, ambiente escolar, domicílios, local
de trabalho, entre outros. Com isso, é vital o conhecimento em PS, mas no Brasil há
prevalência de desconhecimento sobre essa temática, sendo muito pouco difundida e
trabalhada.
Os acidentes envolvendo crianças e adolescentes são constantes. Os
noticiários estão trazendo essas notícias de forma alarmante, é imensa a quantidade
46

de ocorrências com esse público, mas pouco se ouve falar em educação em saúde
como um meio de estratégia para mudar essa realidade. Ademais, a capacitação em
aprendizados técnicos que vise passar conhecimento e aprimorar a técnica em PS é
uma estratégia para ser trabalhada num público desde criança (COELHO, 2015).
Diante disso, é visível a necessidade de se buscar a orientação da população
leiga na educação em saúde, com o intuito de realizar mudanças comportamentais,
adquirir conhecimento de SBV. Essa orientação educacional transmitida para uma
grande quantidade de pessoas vai trazer, ainda que a longo prazo, resultados
positivos, voltados à prevenção e conduta adequada para as vítimas por quaisquer
situações que precisem de uma intervenção imediata, diminuindo o agravo à saúde
(NARDINO et al., 2012).
A população deve ser mais estimulada a adquirir conhecimento em primeiros
socorros. Nota-se que em grande parte dos acidentes, o primeiro atendimento é
realizado por um leigo, fato que poderia salvar pessoas, por se conhecer as noções
básicas de PS, mas, ao contrário disso, esse mesmo atendimento tem se mostrado
ineficiente e, pior ainda, contribuído para o agravamento da situação da vítima,
fazendo com que ela tenha sequelas permanentes. Elencado a isto, a omissão dos
primeiros socorros é crime. Assim sendo, a prestação de socorro é um dever legal
(NARDINO et al., 2012).
O artigo 135 do Código Penal Brasileiro diz que a omissão em primeiros
socorros e a falta de conhecimento para prestar um cuidado adequado é uma das
principais causas de mortes e sequelas permanentes em vítimas de acidentes no
Brasil. É de grande relevância prestar atendimento de PS à vítima nas primeiras horas
do acidente, fazendo com que a chance de sobrevida aumente e diminua a chance de
danos irreversíveis (OLIVEIRA et al., 2013).

Em 1958, a Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu o termo “acidente”


como um acontecimento independente da vontade humana, provocado por
força exterior que atue rapidamente sobre o indivíduo, com consequente dano
físico ou mental (OLIVEIRA et al., 2013).

Os acidentes em ambientes escolares acontecem com maior frequência devido


a presença de um público constituído por crianças e adolescentes. Esses indivíduos
ainda estão explorando as fantásticas descobertas do mundo, e não possuem muita
noção dos riscos a que podem se expor. É notável a curiosidade que as crianças têm
47

para explorar locais que lhes ofereçam risco de acidentes. Essa curiosidade
desenvolvida pelas crianças é natural. Com isso, por estarem em desenvolvimento,
buscando novas experiências, e contando com o fato de que nem sempre seus
protetores estão presentes para intervir no que poderia desencadear um possível
acidente, elas se lançam com maior energia aos cenários favoráveis a uma tragédia,
ao se sentirem donas de si mesmas. Entretanto, quando ocorre o acidente no
ambiente escolar, fica claramente perceptível que muitos desses professores não
sabem prestar um atendimento adequado em primeiros socorros e podem gerar
problemas adicionais. Isso ocorre pelo fato de os mesmos não terem recebido o
treinamento em PS (OLIVEIRA et al., 2013).
Diante disto, é de suma importância capacitar a população leiga em primeiros
socorros, e que essas noções devem ser transmitidas, preferencialmente, por
profissionais da área da saúde, por se tratar de profissionais capacitados neste
tocante e conhecedores das características relacionadas a esta trilogia “ambiente
escolar, crianças e acidentes”. Essa temática deve ser mais explorada para tornar
possível a obtenção de esclarecimento e conhecimento educacional em primeiros
socorros, colocando-se como desafio a elaboração de projetos para a população,
envolvendo a enfermagem e os demais profissionais da saúde. (NARDINO et al.
2012).
Ademais, nota-se a importância do enfermeiro para desenvolver estratégias de
educação em saúde, no intuito de transmitir o conhecimento e aprimorar a
compreensão dos professores em primeiros socorros. O enfermeiro, enquanto
educador desses profissionais da educação, tem suma importância em passar
conhecimento, dialogar, trazer experiências vivenciadas de situações que necessitam
de atendimento imediato, capacitar em práticas de prevenção de acidentes e
promoção de intervenções acertadas quando do atendimento face aos acidentes.
Outrossim, a relevância em elaboração de projetos com essa temática, fazendo com
quer as escolas possam aderir a esse pensamento estratégico, no intuito de buscar
um maior público para adquirir esse conhecimento e capacitar ao mesmo tempo os
seus profissionais (LEITE et al., 2013).
É importante a participação dos profissionais da educação em participar
periodicamente de cursos que ofereçam treinamentos em PS, mantendo-se esse
compromisso de buscar a capacitação, para saber lidar em situações de acidentes,
tanto no saber agir adequadamente e controlar o fator emocional, quanto na
48

transmissão de confiança e segurança aos alunos e aos demais ao seu redor. Sabe-
se que a grade curricular dos cursos de licenciatura não oferece capacitação em
noções básicas de primeiros socorros. Esse fato deixa professores e alunos em uma
situação problemática quando se admite a hipótese de ocorrência de um fato que
envolva risco vital. Com isso, cabe aos professores o interesse na busca de meios e
recursos que os capacitem em SBV (SILVA et al., 2017).
Segundo Silva et al. (2017), o Programa Saúde na Escola do Ministério da
Saúde, busca levar o conhecimento em PS para uma vasta população do âmbito
escolar. Esse programa surgiu com os relatos dos professores em não saber lidar com
situações de emergência, sendo um ambiente muito propício a ocorrer acidentes.
Diante disso, vemos este programa como um meio de estratégia a ser trabalhado no
intuito de se realizar capacitações em urgência e emergência. Desse modo, já se trata
de uma prática preventiva dos agravos em saúde.
Vale ressaltar que a influência dos responsáveis pela gestão da escola em
desejar capacitar seus profissionais, professores é de muito grande valia. A gestão da
escola deve buscar incentivar seus colaboradores e professores a se interessar por
capacitação em PS, bem como, deve oferecer uma estrutura ambiental segura para
as crianças. O resultado dessa influência faz com que esses acidentes sejam
prevenidos e, caso ocorram, haja profissionais capacitados em prestar o primeiro
atendimento à vítima (SILVA et al., 2017).
Além disso, projetos de extensões trazidos por alunos de enfermagem, voltados
às noções básicas de primeiros socorros, trazem benefícios favoráveis para o
desenvolvimento não somente desse público escolar específico, mas também, da
população como um todo. Esses projetos são de grande valia por realizar a
capacitação da população leiga sobre situações de emergência, na qual é preciso um
atendimento adequado em SBV (NARDINO et al., 2012).
Diante do exposto, percebe-se a necessidade de sugerir a implantação de mais
programas nas escolas, voltados a treinamentos de urgência e emergência para os
profissionais da educação e os demais responsáveis pelas crianças e adolescentes,
pelo fato de estarem envolvidos no cenário onde possam presenciar acidentes e,
assim, saibam prestar os PS de forma adequada. A implantação desses programas
deve ter como objetivo proporcionar prevenção e promoção em saúde para esses
profissionais. Isso é primordial nas atitudes adequadas para se evitar possíveis danos
irreversíveis à vítima (OLIVEIRA et al., 2013).
49

Certamente a parceria dos profissionais da educação junto aos da saúde torna-


se indispensável na busca da educação em SBV. Juntos, tornam-se fortalecidos em
aprimorar estratégias de planejamento, apoiando-se uns aos outros na busca de
novas mudanças comportamentais e métodos a serem pensados no intuído de
amenizar os agravos de saúde (SILVA et al., 2017).
Por fim, o aumento de interesse em construir estratégias eficazes para
aquisição de melhores resultados relevantes em primeiros socorros no ambiente
escolar, cresceu a partir da trajetória do profissional enfermeiro, devido aos inúmeros
atendimentos prestados nas escolas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
(SAMU). Com isso, foram surgindo questionamentos sobre o despreparo dos
profissionais do âmbito escolar em não saber prestar o atendimento mínimo de
primeiros socorros, fazendo necessária a presença de uma intervenção com eficácia,
criando a educação em saúde (RIBEIRO, 2011).

2.1.5 Leis e programas que preconizam as escolas a capacitar os


profissionais e os alunos acerca dos primeiros socorros

O conhecimento e a prática de PS são essências para aliviar o sofrimento e


aumentar a sobrevida e prognóstico da vítima. Os socorros são procedimentos de
emergência que, por sua vez, tem sua origem nos acidentes que deixam a vítima em
risco de morte. Os PS devem ser prestados a vítimas de acidentes com consequência
traumática ou por causas clínicas, sendo as doenças cardiovasculares umas das
principais causas de morte, por resultar em uma PCR. A PCR é considerada a mais
grave emergência clínica de saúde. Diante disto, os programas e leis referentes a esta
temática, e já outrora rechaçados de alguma forma, pela falta de interesse dos
principais responsáveis por fazer o ato acontecer, podem ser, hoje, os elementos
utilizados nessa busca por capacitação da população geral em SBV. Ademais, vale
ressaltar que o conhecimento dos leigos em saber prestar os primeiros socorros de
forma adequada é essencial (VON RANDOW et al., 2019).
O Ministério da Saúde (MS) cita que a escola é considerada um dos principais
meios de transmitir a educação em saúde, a qual faz parte do desenvolvimento social
e político, com relação à transformação da sociedade e ao exercício da cidadania.
50

Assim sendo, intervenções que impeçam agravamento do quadro de saúde de uma


vítima, devem ser trabalhadas nas escolas, com crianças e adolescentes, com ações
de prevenção e promoção de atendimento padronizado em PS no âmbito escolar
(VON RANDOW et al., 2019).
A educação em saúde é uma das principais estratégias que mostra resultados
eficazes na dificuldade dos professores em conhecimento acerca da temática
trabalhada. Destacando a enfermagem como um dos principais pilares a capacitar os
profissionais da educação, esta ganha tal posição por fazer parte dos serviços de
urgência e emergência. Esses serviços de urgência e emergência buscam atuar por
meios de estratégias educacionais nas escolas, que resultam no Programa Saúde na
Escola, visando à prevenção e promoção da saúde escolar (NETO et al., 2017).
As estratégias de ensino e capacitação em primeiros socorros devem ser bem
trabalhadas, mantendo um recurso bem didático com fundamentações teóricas e
evidências científicas. A boa didática é de suma relevância para o público alvo,
possibilitando a viabilização da compreensão das informações a serem absorvidas
pela percepção e utilização dos professores para suas contribuições em capacitação
(NETO et al., 2017).
Por consequente, é fundamental que os atendimentos de agravos em saúde
ultrapassem o meio interno dos hospitais, envolvendo outros setores responsáveis por
esses atendimentos por meio de uma sociedade preparada. As Estratégias em Saúde
da Família (ESF) têm seu papel importante, as quais buscam obter junto a sociedade
meios de promoção e prevenção em saúde, bem como, fazendo parceria com outros
setores para que se possa dar um diagnóstico situacional. Esses diagnósticos
situacionais vão servir de norte para que seja capaz de observar quais locais estão
com maior necessidade de prioridade. Isso se dá pela importância de buscar e
conhecer dispositivos eficazes para necessidade de saúde dos indivíduos, sendo a
escola um dos principais recursos associados para fortalecer a atenção primária de
saúde (SANTIAGO et al., 2012).

Para regulamentar as atividades para a saúde no âmbito escolar, o Decreto


nº 6.286 de 05 de dezembro de 2007(4) instituiu o Programa Saúde na Escola
(PSE) e suas finalidades; e a Portaria nº 1.861, de 04 de setembro de 2008
(5) regulamentou a responsabilidade orçamentária do Ministério da Saúde
(MS) com os municípios que aderem ao PSE (SANTIAGO et al., 2012).
51

Segundo Santiago et al. (2012), o PSE tem como principal objetivo mudar a
forma do comportamento da sociedade por meios de articulações com do setor da
saúde junto com o da educação. Isso resultou da parceria do ministério da saúde e da
educação, com o intuído de unir forças, melhorar e enfatizar a prevenção do acidente
e promoção de atitudes que evitem os agravos da saúde. Ademais, a implantação do
PSE reforça a percepção dos profissionais de saúde a educarem e facilitarem o
contato dos adolescentes com enfermeiros. Assim, amplia-se a aproximação das
escolas às unidades de saúde, resultando em melhor conhecimento com o referencial
científico.
O ambiente escolar é um meio transformador da realidade social, por isso a
importância de sua vinculação à prevenção de acidentes e promoção da saúde. O
PSE tem como objetivo criar estratégias de prevenção, diante da vulnerabilidade das
crianças e adolescentes percebidas nas escolas, impactando na vida dos educandos
e familiares de forma positiva (FARIAS et al., 2016).
Com isso, cabe ao profissional enfermeiro levar conhecimento às escolas,
devido ao seu potencial, conhecimento com a função de capacitar esses profissionais
do âmbito escolar. O mesmo representa a figura principal para mostrar aos
profissionais da educação a grande relevância do “minuto de ouro” que é essa rapidez
que vai fazer com quer a vítima tenha uma maior sobrevida ou se ficará com sequelas
(MORENO et al., 2021).

Atualmente existe uma lei denominada Lei Lucas (Lei n°13.722, de 4 de


outubro de 2018), que “institui a obrigatoriedade de estabelecimentos
públicos e privados voltados ao ensino ou recreação infantil e fundamental a
capacitarem seu corpo docente e funcional em noções básicas de primeiros
socorros” Essa lei veio a ser instituída após um garoto de 10 anos, que ao
fazer um passeio escolar veio a óbito pelo fato de ter se engasgado com um
pedaço de salsicha e no momento a professora presente não estava
capacitada a exercer os primeiros socorros (MORENO et al., 2021).

A educação em saúde faz acontecer a troca de conhecimento entre o público


alvo e os profissionais de saúde. Essa troca de conhecimento e capacitação é de
vasta importância que seja transmitida por um profissional enfermeiro, devido ao seu
conhecimento em urgência e emergência. O objetivo dessa capacitação é
proporcionar o autocuidado para a população leiga e promover um espaço mais
seguro e adequado (MORENO et al., 2021).
52

Segundo Nardino et al. (2012), citado por Moreno et al. (2021), as pessoas que
omitem socorro à vítima de um acidente, a qual necessita de ajuda, podem ser
penalizadas. Dessa forma, é obrigatório prestar socorro, desde que não ofereça risco
para si próprio. Com isso, é um dever não apenas moral, mas legal prestar assistência.
Diante disso, de acordo com o código penal:

Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo, sem risco pessoal, à


criança, a pessoa abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida,
ao desamparado ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos,
o socorro da autoridade pública: Pena – detenção de 1 (um) a 6 (seis) meses
ou multa. Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se da omissão
resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta em morte.

Diante disto, a Lei Lucas vem com a necessidade de proporcionar melhoras


nos atendimentos que as crianças e adolescentes necessitam diante de um acidente
inevitável. Isso faz perceber a vasta importância em primeiros socorros com
planejamentos de uma educação continuada, com o intuito de aperfeiçoar e
proporcionar conhecimento adequado para os profissionais da educação, para que se
possa minimizar a falta de um atendimento correto à vítima (MORENO et al., 2021).
Entretanto, sabe-se que ainda é necessário maior disponibilidade dos recursos
e conteúdos de SBV que levem os conhecimentos até o ambiente escolar e a
população de forma geral. Ainda é pouco o conhecimento em primeiros socorros na
sociedade, que faz com que ainda se observem relatos de falta de atendimento
adequado, bem como, a falta de atualizações por profissionais que já tiveram
treinamentos em suas graduações, fazendo com que isso gere um problema de saúde
pública. Por fim, é notória a importância de treinamentos em PS com uma educação
continuada, para que os professores e coordenadores da escola tenham uma total
segurança em suas tomadas de decisões, frente a uma necessidade de um
atendimento de urgência (MORENO et al., 2021).
53

3 METODOLOGIA

O presente trabalho trata de uma revisão integrativa da literatura e de natureza


qualitativa, realizada no Centro Universitário AGES, em Paripiranga-Bahia, emergindo
como uma metodologia capaz de proporcionar a síntese do conhecimento junto à
incorporação da aplicabilidade de resultados dos estudos discutidos. A revisão
integrativa é um método que associa as evidências de estudos, com o intuito de
aumentar a objetividade e a validade dos achados. É uma revisão considerada como
uma síntese realizada a partir de todas as pesquisas relacionadas ao tema proposto,
determinando o conhecimento atual sobre a temática específica, já que é conduzida
de modo que identifica, analisa e sintetiza resultados de estudos independentes sobre
o mesmo assunto, com elaboração de pensamento crítico (SOUZA; SILVA;
CARVALHO, 2010).
Para a realização deste estudo, foram utilizados os seguintes descritores:
“primeiros socorros”, “escola” e “educação em saúde”, em idiomas como português,
espanhol e inglês, a partir de textos na íntegra e temas compatíveis ao pesquisado
neste trabalho. A monografia foi realizada entre os meses de março e junho de 2021,
visto que nesse período foi realizada uma pesquisa sistemática diante do tema do
trabalho. Os limitadores temporais, no que diz respeito ao período de publicação,
foram de estudos publicados entre os anos de 2011 a 2021, mas com predominância
de utilização de estudos do ano de 2018, sendo consultados em bases de dados
como: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS),
Literatura Internacional em Ciências da Saúde (MEDLINE) e Scientific Electronic
Library Online (SciELO).
Ao todo, foram encontrados 93 estudos quando uma primeira seleção foi
realizada, e, mediante a exclusão de duplicidades nas bases de dados, restaram 38
documentos. Em seguida, ocorreu a apreciação dos títulos, o que resultou na seleção
de 13 publicações, essas que, logo após passarem por uma triagem de leituras dos
seus resumos, acarretaram a exclusão de 5 publicações que não versavam sobre o
tema compatível ao pesquisado. Restaram, então, 8 estudos que foram analisados
com a leitura na íntegra. O trabalho finalizou com a inclusão de 7 estudos que foram
destinados, exclusivamente, para os resultados e as discussões (Quadro 1).
54

Esquematização do processo de
aquisição do corpus

Identificação 93 estudos - Base de dados: LILACS,


MEDLINE e SciELO.
Triagem 38 publicações após eliminação de
duplicidade. 13 publicações identificadas
pelos títulos.
Elegibilidade 5 publicações não versavam sobre o
tema compatível ao pesquisado após
leituras dos resumos.
Inclusão 8 estudos analisados com a leitura na
íntegra e exclusão daqueles que não
atendiam aos objetivos. 7 estudos que
foram destinados, exclusivamente, para
os resultados e as discussões.
Quadro 1: Esquematização do processo de aquisição do corpus.
Fonte: Dados do pesquisador (elaborado em 2021).
55

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O resultado da pesquisa inicia-se a partir dos descritores já citados na


metodologia, com dados analíticos, com títulos dos estudos, autores/ano, métodos e
conclusão (Quadro 2). Foram organizados em quadro os dados de estudo, a fim de
serem utilizados somente para esta etapa, para ser possível fortificar a pesquisa para
o objetivo geral do trabalho.

Títulos dos
Autores/ Anos Métodos Resultados
estudos
Trata-se de uma
pesquisa de caráter
exploratório, com
abordagem
qualitativa,
desenvolvida com Emergiram
18 professores de três categorias
nove Centros temáticas: O
Municipal de professor do CMEI
Educação Infantil e sua relação com
Conhecimento de Divinópolis, primeiros socorros:
dos educadores localizado no conceitos e suas
dos centros município de inseguranças;
municipais Souza et al. Divinópolis, Minas Primeiros
de educação (2020). Gerais, Brasil. socorros durante
infantil sobre Foram realizadas acidentes no
primeiros entrevistas CMEI: atitudes
socorros. individuais no corretas e
período de julho a incorretas e
dezembro de 2018, Educação Infantil:
por meio de tipos de acidentes
roteiro e exposições a
semiestruturo, riscos.
posteriormente os
dados foram
analisados
mediante a Análise
de Conteúdo.
56

Participaram
97,1% (34)
profissionais do
sexo feminino,
42,8% (15)
afirmaram já terem
recebido algum
Trata-se de um treinamento e
quase experimento 71,4% (25) já
do tipo pré e pós- presenciaram uma
teste, para 35 emergência.
funcionários e Verificou-se antes
Primeiros professores de do treinamento
socorros na uma escola, uma pontuação
escola: Calandrim et al. avaliados com a média de 19,43
treinamento de (2017). utilização de pontos referentes a
professores e instrumentos habilidade e 2,91
funcionários. validados, quanto pontos no
ao conhecimento e conhecimento e
a habilidade em após 174,57
duas etapas, antes pontos na
e após um habilidade e 9,17
curso/treinamento. no conhecimento,
diferença
estatisticamente
significativa pelo
Teste de Postos
Sinalizados de
Wilcoxon
(p<0,001).
Foi aplicado um O questionário
questionário a 195 continha 12
professores da questões objetivas
Conhecimento
rede pública do sobre os
dos professores
ensino da região do traumatismos
do ensino
nordeste do Brasil, dentários e seus
fundamental
Pithon et al. O questionário métodos de
brasileiro sobre
(2014). continha 12 prevenção e
gerenciamento
questões objetivas manejo. Após
imediato de
sobre os obtenção dos
trauma dentário.
traumatismos dados, esses
dentários e seus foram submetidos
métodos de ao teste qui-
prevenção e quadradro e ao
57

manejo. Após teste de regressão


obtenção dos de Poisson (p >
dados, esses foram 0,05).
submetidos ao
teste qui-quadradro
e ao teste de
regressão de
Poisson (p > 0,05).
Foram obtidas três
classes:
“Conhecimento
dos professores
acerca
Estudo descritivo,
dos primeiros
qualitativo
socorros” (apontou
realizado em maio
influência da
de 2014, a partir de
experiência
grupo focal com
materna, crença
nove professores
em mitos
da rede municipal
populares e
Vivências de de Bom
consciência do
professores Jesus-PI. Ocorreu
despreparo);
acerca dos Galindo Neto et al. gravação de áudio,
“Sentimentos em
primeiros (2018). o conteúdo foi
situações de
socorros na transcrito, os dados
urgência e
escola. foram processados
emergência”
no software
(angústia, medo e
IRAMUTEQ e
preocupação); e
analisados
“Primeiros
a partir da
socorros
Classificação
vivenciados na
Hierárquica
escola”, (ocorridos
Descendente.
em sala de aula ou
durante recreação,
oriundos de
pancadas e
síncope).
PRIMEIROS Estudo Foram incluídos
SOCORROS: bibliográfico, sete estudos,
OBJETO DE descritivo, tipo publicados entre os
Silva et al. (2018).
EDUCAÇÃO EM revisão integrativa, anos de 2008 a
SAÚDE PARA com busca de 2017. Embora não
PROFESSORES. artigos entre os se observe um
58

meses de padrão de métodos


novembro e de intervenção nos
dezembro de 2017, estudos
nas bases de analisados, os
dados LILACS, testes pré-
BDENF e intervenção
MEDLINE. revelaram
resultados
inferiores em
relação aos testes
pós intervenção
que, por sua vez,
apresentaram
melhoras
significativas na
média de
respostas corretas.
Foi realizado um
estudo de
intervenção com A média de
Educação em
um grupo de 15 respostas corretas
saúde dirigida em
professores. E obtidas antes da
primeiros
coletadas intervenção
socorros
Martín (2015). informações sobre educativa é
para o corpo
conhecimentos de 38,6% e sobe após
docente do
primeiros socorros a intervenção para
ambiente escolar.
antes e depois da 76,2%.
intervenção
educacional.

Estudo de caráter Na análise dos


exploratório- dados, verificou-se
descritivo realizado que 81,8% são do
ANÁLISE DO
em uma escola sexo feminino e
CONHECIMENTO
pública estadual, 18,2% do sexo
SOBRE
localizada no masculino.
PRIMEIROS Gomes et al.
município de Ressalta-se que
SOCORROS DE (2011).
Turmalina, Minas 38,6% tinham de
PROFESSORES
Gerais. Os sujeitos 20 a 39 anos de
DE ESCOLAS
da pesquisa foram idade e 47,7% de
PÚBLICAS.
a totalidade dos 40 a 49 anos de
professores da idade. No que diz
escola (95,7%) que respeito ao tempo
59

consentiram em de docência
participar do desses
presente estudo. professores,
observou-se que
11,4% trabalham
há menos de um
ano, 22,7% de 1 a
5 anos, 11,4% de 6
a 10 anos e 34,1%
trabalham há mais
de 20 anos nessa
escola.
Quadro 2: Analítica para amostragem dos 7 estudos selecionados para os resultados e discussões.
Fonte: Dados do pesquisador (elaborado em 2021).

Perante a avaliação dos dados de acordo com o Quadro 2 e na seleção dos


estudos exclusivos para a conclusão do trabalho exposto, foi perceptível uma vasta
relevância de capacitações e estratégias a serem trabalhadas junto aos professores
e coordenadores do ambiente escolar. Capacitações estas que podem resultar em
salvar vidas e evitar sequelas permanentes para as vítimas de diversos tipos de
acidentes.
Entretanto, de acordo com os autores citados no trabalho, eles trazem de forma
geral o conceito de primeiros socorros como uma forma de atendimento de imediato
para qualquer indivíduo que esteja em sofrimento, risco de sequelas permanentes e
risco iminente de morte. Esse suporte básico de vida pode ser realizado por quaisquer
pessoas presentes no momento do ocorrido, contanto que tenham conhecimento e
segurança para realizar o atendimento de forma adequada.
Além do mais, foi possível identificar através de questionários realizados com
os profissionais do ambiente escolar, números alarmantes de relatos em relação aos
acidentes presenciados por eles. Face a tais acidentes, muitos deles não souberam o
que deveria ser feito no momento para prestar socorro à vítima. Isso deixa bem
perceptível a importância de capacitar esses profissionais para prestar um
atendimento de forma correta.
Outrossim, é perceptível que o treinamento em primeiros socorros é de vasta
importância para toda a população, exatamente por não se saber o momento, local e
de que forma vai acontecer um acidente. Isto mostra que a falta de conhecimento em
suporte básica de vida é um problema de saúde pública. Além disto, ainda é bem
60

perceptível a forte influência dos saberes populares, sem fundamentação científica e


teórica, sendo utilizados em vítimas de diversas causas de acidentes.
De acordo com os instrumentos de avaliações que foram executados pelos
autores, com utilização de questionamentos para os professores e coordenadores do
âmbito escolar, foi observado um número alarmante em conhecimentos baseados em
saberes populares, que resultaram em respostas errôneas, além do que, como já foi
citado no decorrer do trabalho, os acidentes nesse ambiente ocorrem de forma
corriqueira e ainda não são bem planejadas e trabalhadas as estratégias de
intervenção para a prestação de um atendimento adequado para esse público.
Concomitante a isto, os autores, de forma bem similar, avaliaram o nível de
conhecimento desses profissionais, após capacitarem os mesmos em treinamentos
de primeiros socorros. Diante disso, os resultados apontaram uma diferença
significativa em comparação aos resultados obtidos anteriormente. Esses resultados
benéficos foram analisados e trazidos ao longo de todos os estudos citados nesse
trabalho. Isso mostra que o treinamento em primeiros socorros é efetivo, devido aos
acertos e habilidades demostrados e analisados após o treinamento de capacitação
executado pelos autores. Vale ressaltar, ainda, que a educação em saúde impacta
obviamente os níveis de conhecimento e habilidades desses professores e
responsáveis pelos alunos nas escolas.
Acrescente-se ainda que os professores de educação física, no decorrer de sua
graduação, passam por disciplinas de noções básicas em primeiros socorros, mas
vale evidenciar que, mesmo assim, esses profissionais não obtiveram boas respostas
nos critérios de avaliação dos autores. Esses critérios de avaliação está centrado em
questionamentos a respeito do que fazer em uma situação de emergência e análise
de agilidade na cena. Com isso, é nítido que a educação em saúde deve ser uma
abordagem permanente, buscando capacitação e aprimoramento do saber sobre a
temática exposta, e que esses professores e profissionais possam participar
anualmente de cursos formais e treinamentos práticos específicos em primeiros
socorros.
Juntamente a isto, nos levantamentos obtidos após os treinamentos de
primeiros socorros, os resultados foram bem significantes, os professores e
profissionais do âmbito escolar demostraram mais habilidade e souberam realizar a
conduta de forma adequada. Essas evidências foram expostas de acordo com os
relatos e resultados de questionamentos obtidos dos professores acerca de já
61

haverem realizado condutas de forma inadequada, demonstrado despreparo,


estresse, devido ao não saber lidar com esses tipos de situações de emergências
antes de passarem por um treinamento formal e prático de modo específico em
primeiros socorros.
Todavia, ainda é um déficit a prática de primeiros socorros de qualidade nas
escolas, os profissionais ainda demonstram insegurança, tem o total conhecimento do
que seria o conceito de PS, mas a habilidade e o conhecimento para determinados
acidentes nesse cenário é insatisfatório. Acidentes como: trauma dentário, convulsão,
PCR, engasgo, hemorragias, queimaduras, entorse, luxações, fraturas, são
corriqueiros nas escolas e o despreparo desses profissionais faz com que o socorro
seja de má qualidade.
Perante o exposto, nota-se que é urgente a necessidade de capacitações no
que tange à temática de PS para esses profissionais. Além do que, o enfermeiro é um
dos profissionais de suma importância para buscar a articulação dessas estratégias
de capacitação em educação e saúde, por ter o conhecimento e o potencial de
transmitir conhecimentos em noções básicas de suporte de vida, uma vez que sua
formação lhe proporciona disciplinas específicas para o atendimento adequado em
primeiros socorros.
Por conseguinte, foi possível concluir que o treinamento em primeiros socorros
nas escolas é efetivo, evidenciando necessidade de um treinamento permanente e
com demonstração prática de como agir, enfatizando as condutas corretas nesses
atendimentos, fazendo com que a vítima tenha um auxílio satisfatório, elevando-se a
percepção do socorrista para manter-se protegido de fluidos corporais e seja capaz
de fazer avaliação da cinemática da cena.
Em vista disso, o Brasil tem legislação que impõe às escolas públicas e
privadas da educação básica e infantil, a busca por capacitação de seus profissionais
responsáveis pelos alunos em treinamentos de primeiros socorros.
Por fim, vale ressaltar que, de acordo com os resultados de pesquisas por
ocasião do presente trabalho a respeito do conhecimento em SBV por parte de
educadores e demais profissionais da educação, são insuficientes tais conhecimentos
para se realizar uma intervenção segura em PS, sendo que é uma obrigatoriedade
dessas escolas, treinar seus docentes para intervirem de forma segura nesse
problema de saúde pública.
62

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho de conclusão de curso teve como ponto de partida ao ser


observado e testemunhado a existência de carência de conhecimento e treinamento
de professores no ambiente escolar, sobre a temática de primeiros socorros. Isso fez
buscar a justificativa de análise da eficiência e pontos satisfatórios que a intervenção
em primeiros socorros nas escolas faz ser primordial. Além do mais, o despreparo
desses professores, relatos de incapacidade ao se depararem com situações de
emergência e não saber como agir. Sendo eles os responsáveis pelos alunos, tal
situação acaba resultando em estresse e na impotência desses profissionais.
Diante disso, o presente trabalho propôs e expôs o objetivo geral de determinar
o grau de influência da capacitação em primeiros socorros para os professores e
coordenadores do ambiente escolar, no intuito de salvar vidas. A presente análise
mostrou que a capacitação em treinamento de PS desses professores e profissionais
do ambiente escolar se mostra eficaz, quando antes dos treinamentos teórico e prático
o nível de conhecimento era notavelmente insatisfatório. Assim sendo, a necessidade
de capacitar esses professores é de vasta relevância, no intuito de realizar
intervenções eficientes.
Dessa maneira, o presente trabalho trouxe como objetivos específicos: buscar
meios de estratégias para “leigos” obterem conhecimento por meio de práticas
eficazes, as quais seriam educação em saúde, sendo que a enfermagem ocupe essa
função estrategista para oferecer essas ações voltadas para os PS. Nota-se que os
resultados são bastante satisfatórios com as estratégias de educação em saúde, com
profissionais capacitados a prestar esse treinamento para lidar com situações de
emergência, considerando o ambiente escolar como um cenário propicio a acontecer
acidentes. Entretanto, ainda é necessário bater repetidas vezes nessa tecla, para que
se realize com um maior número de escolas a efetivação de treinamento em primeiros
socorros de forma permanente, através de repetições periódicas para os professores
e coordenadores.
Ademais, outro objetivo específico foi aprimorar e enaltecer a importância do
conhecimento em PS no âmbito escolar ou em qualquer cenário propício a acidentes
e que necessite de um atendimento de emergência, pois o conhecimento em suporte
63

básico de vida é válido para qualquer cenário em que a vítima esteja necessitando
desse socorro. Dessa forma, o conhecimento de primeiros socorros deve ser passado
para qualquer público.
Por fim, o objetivo específico foi fazer o confronto com o déficit de conhecimento
dos professores acerca da temática, levando em consideração os entraves que estão
causando a falta de interesse por parte do público alvo na temática e a busca de
conhecimento em relação aos PS. Diante disso, a pesquisa mostrou que ainda há um
déficit significativo no nível de conhecimento dos profissionais da educação sobre
Suporte Básico de Vida. Com isso, é notório que o conhecimento de primeiros
socorros para os professores, até então, representa uma problemática, fazendo-se
necessário trabalhar mais em estratégias para solucionar esses entraves que estão
acarretando a falta de treinamento em PS nas escolas.
Dito isto, o presente trabalho buscou artigos, livros e outras bases de dados
para atingir os possíveis resultados e esclarecer os objetivos pré-estabelecidos com
o assunto que é de vasta importância, primeiros socorros, no qual foi pesquisado o
nível de conhecimento e habilidade dos professores e coordenadores em primeiros
socorros. A pesquisa esclarece a relevância de treinamentos para esses profissionais
da rede de ensino básico, através de uma revisão integrativa. Além disso, essa obra
é válida para qualquer leitor, pois a mesma oferece um conteúdo rico em base teórica
e científica sobre conhecimento de noções básicas em primeiros socorros.
Perante o exposto, a revisão integrativa foi de bom proveito, por se tratar de um
tema de suma relevância, que tem como principal propósito o de salvar vidas, e que
servirá de base para a construção de outras pesquisas.
64

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