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Resumo
Introdução: O melasma é uma das queixas dermatológicas mais frequentes nos consultórios e clínicas de estética. Visto enquanto um
transtorno dermatológico adquirido, de caráter predominantemente estético, tem como principal característica o aparecimento de manchas
hiperpigmentadas. Objetivo: Compreender a ação de nutricosméticos no tratamento do melasma. Metodologia: Trata-se de um estudo
bibliográfico exploratório/explicativo, que visa buscar esclarecimentos sobre o tema, conectar ideias e obter resultados que ajudem
compreender a ação e eficácia de nutricosméticos no tratamento. Foram pesquisados/estudados 53 artigos científicos, dos quais 23 tinham
relação específica com o tema estudado. Deu-se prioridade aos artigos mais recentes do PubMed, do Google Acadêmico e Scielo, com os
seguintes descritores: melasma, “tratamentos de melasma”, “efeitos colaterais do melasma”, “inibição da tirosinase”, “nutricosméticos”,
“antioxidantes” e “anti-inflamatórios”, “mecanismo de ação” no período de 2005 a 2020. Os bioativos mais citados na literatura, com melhores
resultados, foram os que tiveram maior ênfase e inserção neste estudo. Resultado: O estudo demonstrou que o Polypodium leucotomos,
Pinus pinaster, Punica granatum e Vaccinium vitis edaea L, apresentaram eficiência para o clareamento do melasma. Conclusão: Os
nutricosméticos com função antiinflamatória e antioxidadante são capazes de atuar como clareadores, antiendematosos e fotoprotetores,
podendo ser usado como monoterapia, bem como auxiliar no tratamento e controle do melasma.
Palavras-Chave: Hiperpigmentação; fitocosméticos; antioxidante; tirosinase.
Abstract
Instruction: Melasma is one of the most frequent dermatological complaints in aesthetic clinics, being an acquired dermatological disorder of a
predominantly aesthetic feature. Its main peculiarity is the appearance of hyperpigmented patches, for which the nutricosmetics are being used
as a method to support the treatment. Therefore, the main goal of this study is to understand the activity of nutricosmetics in the handling of
melasma and to know its efficiency. Methodology: This is an exploratory/explanatory bibliographic study aiming to seek elucidation on the
subject, to link ideas and obtain results that help to understand the action of nutricosmetics. 53 scientific articles were searched in PubMed,
Google Academics and Scielo. Result: This study report that Polypodium leucotomos, Pinus pinaster, Punica granatum and Vaccinium vitis
edaea L., show efficiency in the whitening of melasma. Conclusion: This study enabled to conclude that nutricosmetics with anti-inflammatory
and antioxidant functions are able to act as whitening, solar photoprotector and reduce swelling, could also be used as monotherapy or
alongside with other procedure can aid in the treatment and control of melasma.
Keywords: Hyperpigmentation; phytocosmetics; antioxidant; tyrosinase.
Contato: c.juniar@gmail.com; guizelle.alcantara@icesp.edu.br
Figura 5 - Tabela
Discussão
Figura 8 – Hiperatividade dos melanossomas entre os O melasma é uma dermatose crônica, que
produz um distúrbio pigmentar devido a alterações
intrínsecas e extrínsecas. Sua complexidade é
devida a uma hiperatividade da tirosinase, podendo
causar uma produção anormal de melanina,
causando um acúmulo de pigmento MIOT et al,
(2009 p. 630). Conforme demonstrado nos
resultados deste estudo, os nutricosméticos com
maiores investigações científicas foram:
Polypodium leucotomos
queratinócitos, com direção a camada córnea.
Polypodium leucotomos é uma samambaia
Fonte: MIOT et al, 2009 p. 625 tropical nativa da América Central e do Sul, cujo
extrato aquoso, acondicionado em capsulas,
A figura 8 retrata a hiperatividade dos proporciona proteção contra o fotoenvelhecimento,
melanossomas entre os queratinócitos, com edemas e hiperpigmentações. Seus princípios
direção à camada córnea. ativos estão intimamente relacionados a uma
função antioxidante, visto que são ricos em
derivados fenólicos. Além disso, há indicativos de
Existe uma intensa ação antioxidante de P. A romã é rica em compostos fenólicos que
pinaster, com capacidade demonstrada de modular apresentam forte atividade oxidante in vitro. Os
a melanogênese, o eritema induzido pela radiação flavonóides extraídos do suco fermentado e do óleo
UV e a expressão do fator de transcrição nuclear da romã tiveram ação inibitória das enzimas
kappa-B (NFkB). Em vitro, estudos demonstraram oxidantes ciclo oxigenase e lipo oxigenase SOUSA
que o P. pinaster é mais potente que as vitaminas E et al, (2018 p. 61). Provavelmente seja por isso que
e C, tendo a capacidade de reciclar a vitamina C, seu extrato tem ação inibitória da tirosinase,
regenerar a vitamina E e aumentar o sistema principal enzima responsável a desencadear a
antioxidante endógeno. Tem também atividade proliferação dos melanócitos, oferecendo à pele um
anti-inflamatória, sendo capaz de estimular a clareamento satisfatório.
síntese de Enos (óxido nítrico síntese endotelial)
AYRES et al, (2015 p. 304). O ácido elágico atenua a geração de espécies
reativas de oxigênio e previne a degradação do
óxido nítrico (NO) e a redução da expressão de
Ainda nos estudos de AYRES et al, (2015 p. suas sintases (eNOS) induzida pelo LDL
306) também foi percebido que o uso dos princípios oxidado. Por inibir o influxo de cálcio, o ácido
ativos presente no Pinus Pinaster, foi eficaz em elágico induz vasodilatação e previne formação
doenças cardiovasculares, com resultados de trombos. nas células endoteliais
coronarianas expostas a elevado estresse,
promissores. Na pele, além dos estudos diminui a expressão de genes sensíveis ao
envolvendo a redução da produção de melanina, redox ELK-1 e p-JUN, além de aumentar a
também tem sido observada a inibição das expressão de eNOS. Por sua vez, os compostos
metanoicos da casca limpam os radicais de
metaloproteinases tipos 1, 2 e 9 (MMP-1, MMP-2 e superóxido e hidroxil, protegem o LDL contra
MMP-9), proteínas responsáveis pela melhora da oxidação e suprimem a atividade da enzima
hidratação e elasticidade da pele. conversora de angiotensina (ECA), modulando a
pressão arterial. Há também menor produção de
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