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A AÇÃO FARMACOLÓGICA DA HIDROQUINONA EM PACIENTES COM MELASMA

Emilly Vieira Costa¹ Maylla Rodrigues Lucena²


¹ Faculdade de Imperatriz - FACIMP/WYDEN, e-mail: emilly48vieira@gmail.com

RESUMO

O melasma é uma patologia crônica que tem como características, o surgimento manchas escuras na
pele, ocasionada principalmente por foto-exposição, neste sentido afim de proporcionar um
tratamento para o melasma surgiu a hidroquinona. A hidroquinona age inibindo a tirosinase, que
reduz a conversão da dopamina em melanina, produzindo um potente efeito clareador. Esta droga é
considerada o padrão ouro para tratamento do Melasma. A pesquisa tem como objetivo
compreender a utilização da hidroquinona no tratamento do Melasma. Compreendemos que
distúrbios de hiperpigmentação podem exercer importante influência estética e na saúde mental do
paciente, dependendo de sua intensidade, apresentação e localização, causam um grande impacto na
vida do paciente. O uso da hidroquinona, visa reverter as alterações estéticas e minimizar os efeitos
dos distúrbios emocionais que estes causam.
PALAVRAS-CHAVE: Hidroquinona, efeitos adversos, cuidados necessários, despigmentastes.

INTRODUÇÃO

A melanina é importante para proteção da pele contra lesão por UV, mas quando há
alguma excesso de produção, ocorrem mudanças que podem levar à formação de manchas
escurecidas de senescência, uma hipercromia. Entre essa hipercromias está o melasma,
que é uma patologia que se refere a manchas escurecidas na pele, especialmente na face.
(ROCHA, MENDES PRISCILA LAYANNE, 2011).
O melasma, desenvolve as manchas principalmente na face o que leva hiperpigmentações
muito evidentes no rosto. É considerado um problema estético, não estando relacionando a nenhuma
outra disfunção causadora de patologia. Entretanto este problema estético pode causar desgaste
psicossocial e emocional, distúrbios emocionais como ansiedade, baixa autoestima e depressão nas
pessoas que desenvolvem esta manifestação na pele. (Chang, 2017). Por isso, tratar o melasma é
importante para melhorar além da aparência, provoca melhoria na autoestima do paciente (COSTA
et al., 2012)
O tratamento dessa hipercromias baseia-se na utilização de substâncias
despigmentantes. A hidroquinona (HQ)é um exemplo de substância despigmentantes.
Considerada padrão ouro para tratamento do melasma. Sua ação consiste em reduzir os
estímulos das células dos melanócitos e da síntese da melanina, tentando eliminar a
mesma. (MALEK et al., 2013). De acordo com SOUZA (2019), a HQ é um agente
despigmentante utilizado topicamente no tratamento de hiperpigmentação da pele há mais
de 50 anos, conhecida por ser um medicamento de primeira escolha de diversos
dermatologistas, atua nas células produtoras da melanina, bloqueando a produção e
aumentando a degradação dos melanossomos, e na ação da enzima tirosinase tornando este
um dos fármacos mais efetivos no tratamento desta condição.
Apesar do tratamento com hidroquinona ser muito utilizado, alguns efeitos colaterais podem
ser observados, como irritação, eritema, descamação, dermatite de contato alérgica ou irritativa,
hiperpigmentação pós-inflamatória, despigmentação permanente, despigmentação ungueal, vitiligo
ocupacional, despigmentação tipo confete, diminuição da capacidade de cicatrização da pele,
podendo chegar a condições patológicas como câncer, mielotoxicidade e ocronose exógena.
(BARBOSA, et al 2018)
Os farmacêuticos atuam nas disfunções de cunho metabólico, dermatológico e
fisiológico (BRASIL, 2013). Dentre as principais disfunções estéticas está o Melasma, que
precisa ser tratada e controlada por profissionais de saúde estética com especialização em
estética, dermatologia e cosmética, dentre os quais se incluem o farmacêutico esteta. Estes
profissionais tem como missão apresentar um diagnóstico e conduzir para o melhor
tratamento (BARBOSA, 2016; BAGATIN, 2018; NOGUEIRA et al., 2018). A conduta
ética e estética do farmacêutico visa atendimento clínico, anamnese e tratamentos estéticos
específicos, podendo ainda orientar acerca do pós-tratamento e prescrever medicamentos
(FELIPPE, 2021).
Diante do exposto, este trabalho tem como objetivo estudar a ação farmacológica
da hidroquinona no tratamento do Melasma e quais os possíveis impactos sobre a saúde
mental dos pacientes beneficiados por este tratamento.

METODOLOGIA

O presente trabalho, foi realizado através de busca de artigos científicos e de manuais


normativos, dissertações, teses e bancos de dados, durante o período do mês de março ao mês de
maio de 2022. Nas pesquisas foram utilizados bancos de dados como: Biblioteca Virtual de Saúde
(BVS), Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), e Google acadêmico, realizou-se a pesquisa
por meio do emprego de palavras-chave, hidroquinona, efeitos adversos, cuidados necessários,
despigmentantes.
Os levantamentos dos artigos foram feitos a inicialmente a partir de 38 artigos a que
apresentaram informações sobre o tema. Os artigos foram escolhidos através, revisão e da
introdução, após análises prévias, restaram 32. Foram retirados artigos duplicados ou que foram
desconsiderados artigos publicados antes de 2010. Após uma análise minuciosa, foram selecionados
6 artigos que se adequaram totalmente ao tema para elaboração dos resultados e discussão.

RESULTADOS E DISCURSSÕES
O melasma é uma doença dermatológica facilmente diagnosticada ao exame clínico, porém,
crônica, com recidivas frequentes, grande refratariedade aos tratamentos existentes e ainda muitos
aspectos fisiopatológicos desconhecido. Os fatores de ocorrência do melasma, ocorre devido
exposição UV, influências genéticas, terapias hormonais, gravidez, cosméticos, medicações, uso de
anticoncepcionais e fatores psicológicos, entre outros fatores. (MACEDO, 2019)
O diagnóstico do melasma se dar, pela análise da pele do indivíduo e suas implicações
genéticas, entretanto se não houver aréa afetada a olho nu, pode ser usado a lâmpada de Wood, a
que se trata se um aparelho muito utilizando clinicas dermatológicas para averiguação de lesões na
pele. (SOUZA,2019)
De acordo com SOUZA, 2019, a hidroquinona é um fármaco de tratamento de primeira
escolha para tratamento do melasma, a qual sua concentração está em torno de 2 a 5%, em que seu
mecanismo de ação ocorre, na inibição da síntese da melanina, em que inibir a tirosinase,
convertendo a diifroxifelanina (DOPA) em melanina, se tornando assim um potente clareador. O
grande fator de preocupação da hidroquinona, deve se a grande instabilidade química, que se oxida
facilmente, trazendo vários efeitos adversos como irritação, eritema, descamação, hiperpigmentação
pós- inflamatória, vitiligo ocupacional e ocronose exógena.
Um estudo comparativo de 90 dias, foi realizado por Moreira et al 2010, a qual 13 mulheres
que possuem melasma facial, em tratamento de skin whitenig complex (SWC) com hidroquinona, 4
mulheres que utilizaram a hidroquinona, a qual obtiveram uma melhora total, utilizando a
hidroquinona a 4%, e 6 obtiveram uma melhora parcial de seu quadro. Já no tratamento com o
fármaco SWC, apenas 2 pacientes obtiveram melhora total, e 6 parcialmente. Ambos tiveram um
bom resultado, entretanto, a hidroquinona teve uma melhor desempenho, o uso de SWC se tornou
eficaz e seguro, para pacientes que possuem, contradição a hidroquinona. (MASCENA, 2016)
De acordo com o BODO, 2018 et al, o problema da utilização da hidroquinona e do
aparecimento de efeitos colaterais, se dar pelo uso prolongado do fármaco sem um
acompanhamento, tendo em vista que no Brasil, os clareadores cutâneos que possuem em
hidroquinona, são vendidos sem receitas, a qual necessita sempre de um acompanhamento
farmacoterapêutico de profissional de saúde, como o farmacêutico que possui esse contato direto
com paciente, desde da compra do medicamento a utilização correta do mesmo. Vários países
proíbem a comercialização da hidroquinona, como países europeus e da africa do sul. No Brasil a
hidroquinona não pode ser registrada como cosméticos, entretanto existem medicamentos que
contêm essa substancias, a quais são aprovados pela ANVISA.
Nos últimos anos novos riscos da utilização da hidroquinona, foram observados, no qual a
ocronose ocorre, descoloração azul-esbranquiçada, principalmente em pele negra, outro assunto,
que se vem ganhando proporção quanto ao uso da hidroquinona é a sua produção de benzeno, que
ocorre após sua metabolização hepática, que produz risco de de desenvolvimento de adenoma renal,
tendo em vista que o composto de hidroquinona se desloca pelas as vias hepáticas, devido aos
metabolitos tóxicos. (FERNANDES, et al. 2021)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As várias ocorrências do melasma ocorre por diversos fatores, a qual devem ser avaliados de
perto, quanto ao grau e posologia do tratamento. A eficaz de medicamentos, para tratamento
melasma, vem sendo estudada a muitos anos afim de proporcionar, um melhor tratamento
farmacoterapêutico para o paciente, tendo em vista que essa patologia, causam um declínio de
autoestima.
O uso de clareador cutâneo hidroquinona que vem sendo utilizado a mais de 20 anos para
tratamento do melasma, sendo considerado o padrão, devido a sua instabilidade que podem
ocasionar facilmente a oxidação, devem ser utilizado com cautela, visto que o mesmo produz e
muitos efeitos colaterais, se utilizado, exacerbadamente, de forma incorreta.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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