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USO DO ACIDO TRANEXAMICO NO TRATAMENTO DE MELASMA

INTRODUÇÃO:

A pele, maior órgão do corpo humano, cerca de 16% do peso corporal, varia em
espessura de 0,5 mm nas pálpebras a 4,0 mm nos calcanhares, entretanto na maior parte
do corpo a espessura é de 1,0 a 2,0 mm, a pele apresenta uma estrutura com duas
camadas distintas, a epiderme e a derme. Conhecer todas as alterações de pele existentes
é de uma importância tanto diagnosticar quanto para tratar.
Para Nasrollahi (2019), quando a pele se apresenta sem lesões e saudável, isso impacta
positivamente na sua relação com outras pessoas, facilitando o seu desenvolvimento em
todas as áreas da vida: social, emocional, financeiro e sexual.
No entanto, quando a pele sofre com algum acometimento, isso pode impactar
negativamente na sua vida.Ashipercromias, tais como o Melasma, promovem um
transtorno e impactam negativamente na autoestima do paciente, o que pode gerar,
desde um estresse emocional, ansiedade, doenças sistêmicas e até depressão (Avram et
al., 2008). O melasma é uma hipermelanose crônica adquirida que afeta áreas
fotoexpostas da pele, principalmente as regiões frontais e malar.1

É uma manifestação caracterizada por manchas escuras na face, o seu surgimento


geralmente está relacionado à gravidez ou ao uso de anticoncepcionais hormonais
(pílula) e tem como fator desencadeante a exposição da pele ao sol. Estas manchas
aparecem, principalmente nas regiões malares (maçãs do rosto), na testa, nariz, lábio
superior “buço”e têmporas. As manchas geralmente tem limites precisos e são
irregulares, formando placas que, em seu contorno, apresentam pontilhado. A literatura
descreve três tipos de melasma: epidérmico, dérmico e misto, conforme o local de
depósito deste pigmento. A maioria dos casos possui padrão misto. No epidérmico, a
concentração maior de melanócitos e melanina ocorrem na camada basal e epiderme,
proporciona uma coloração castanha à pele, com um aumento da melanina nos
melanócitos e queratinócitos da epiderme. No melasma dérmico o pigmento encontra-se
na derme, nos melanófagos. Possui diferenças de cor, variando do castanho ao azulado,
às vezes até acinzentado, em razão do aumento de melanina nos macrófagos da derme.O
Melasma se caracteriza por manchas simétricas, de cor castanha e de contornos
irregulares (Miot et al., 2009). O aparecimento das manchas também pode variar de
acordo com a exposição aos fatores de risco, sendo eles um dos principais o sol, uso
muito constante de computador, e a falta de cuidados na região facial. A evolução da
doença é crônica, com alta taxa de relapso ao longo dos anos, sendo observada de forma
predominante em mulheres de todas as etnias, mais especificamente as descendentes de
asiáticos, africanos e hispânicos jovens e de meia – idade, com homens representando
apenas cerca de 10% dos casos 5,3
Uma questão bastante discutida na literatura é que o melasma afeta a qualidade de vida
de seus portadores, causando constrangimento cosmético e psicossocial 4, o que gera a
necessidade de um tratamento que até hoje permanece insatisfatório em sua maior parte,
fato evidenciado pelas inúmeras modalidades terapêuticas em uso6
Diante do exposto, este estudo apresenta como objetivo avaliar os benefícios do ácido
tranexâmico no tratamento do Melasma, opções para o tratamento do melasma estão
disponíveis atualmente, no entanto, os resultados ainda são bastante insatisfatórios.
Dessa forma, o ácido tranexâmico aparece como uma excelente opção para tratar o
melasma em diversas formas de aplicação: cremes tópicos, injeções intradérmicas e
microagulhamento, e cápsulas por via oral, apresentando resultados promissores
associados ao clareamento acelerado da pele e ao cuidado preventivo da pigmentação
causada por radiação, com segurança e eficácia
O ácido tranexâmico (TXA) é um derivado sintético da lisina com efeito antifibriolítico
derivado da inibição competitiva do ativador de plasminogênio (PA) através de
interações reversíveis com sítios de ligação de lisina, fazendo com que o plasminogênio
não seja convertido em plasmina, proteína responsável pela lise da fibrina, um
componente essencial do coágulo4
O uso do TXA para essa finalidade foi reportado pela primeira vez em 1979 por Nijo
Sadako enquanto tentava tratar um paciente com urticária. Mesmo acidental, a
descoberta logo instigou maiores estudos científicos. O TXA atua na pigmentação via
seu efeito inibitório sobre o PA induzido por radiação UV e pela atividade da plasmina.
Basicamente, o plasminogênio presente nas células basais 7 epidérmicas é convertido
em plasmina devido a indução da síntese de PAs nos queratinócitos pela exposição UV,
resultando no processo de melanogênese, com uma maior conversão de plasminogênio
em plasmina.

Palavras chaves: Pele, Hiperpigmentação, Melasma

Metodologia:
Este estudo trata-se de uma revisão bibliográfica e qualitativa, foram utilizados artigos
científicos no idioma de português, consultados na base da dados, por meio de google
acadêmico. apresentada nesse trabalho indica que o ácido tranexamico tem se destacado
como alternativa terapêutica com grande potencial para o tratamento do melasma
Artigos, utilizando as seguintes palavras chave como critério de inclusão em português:
melasma, clareamento, hiperpigmentação, ácido tranexâmico.Trata-se de uma revisão,
com sua fundamentação teórica retirada de artigos científicos através de várias
pesquisas destacando-se tratamentos, uso do ácido tranexâmico como recurso para tratar
o melasma. As buscas foram realizadas em pesquisas de artigos de 1998 a 2020 em
geral mais de 08 artigos.
Resultados e Discussões:

Em estudo feito por Steiner (2019) que teve como objetivo avaliar a eficácia e a segurança do
AT no tratamento de melasma, comparando utilização de microinjeção localizada versus
tratamento tópico, através dessa avaliação clínica subjetiva, demonstrou superioridade do
tratamento injetável. Maeda e Nagamuga (1998) relatam que o ácido tranexâmico inibi a ligação
de plasminogênio originário de células endoteliais, a queratinócitos, que pode ser um ótimo
mecanismo para o tratamento melasma.
O ácido tranexâmico tem se apresentado como uma importante alternativa para o tratamento do
melasma, uma vez que o ácido possui a capacidade de alterar mudanças dérmicas anormais
relacionadas ao melasma, tal como o aumento da vascularização. Em estudos histológicos da
pele, feitos anteriomente, ficou evidenciado a diminuição do número de vasos sanguíneos e
eritema, que pode ser considerado efeito resultante dos efeitos antiangiogênicos do ácido
(Steiner et al., 2009).
o uso do ácido vem sendo utilizado no tratamento de melasma através de várias formulações
diferentes: cremes tópicos, cápsulas por via oral, injeções intradérmicas e microagulhamento.
Ele tem sido apontado como uma forma de tratamento eficaz, com efeitos colaterais
minimizados quando comparados a outras opções terapêuticas.

Conclusão:
Os resultados do presente estudo mostraram que o ATX e suas diferentes formas de
aplicação são eficazes e seguros no tratamento do melasma, o melasma é uma doença da
pele pigmentar de alta prevalência com propensão que se manifestar negativamente,
através de manchas escuras acastanhadas que surgem, trata-se de uma doença benigna
Diante dessa pesquisa, o estudo apresenta como objetivo avaliar os benefícios do ácido
tranexâmico no tratamento do Melasma, opções para o tratamento do Melasma,dessa
forma, o ácido tranexâmico aparece como uma excelente opção para tratar o melasma
em diversas formas de aplicação: cremes tópicos, injeções intradérmicas e
microagulhamento, e cápsulas por via oral
Referencias:

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