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USO DOS ÁCIDOS TRANEXÂMICO, KÓJICO E LÁTICO

PARA TRATAMENTO DE MELASMA

Daniela Ristow Franke1, Aline Calzeta do Nascimento1,


Eveline da Silva da Rosa1, Vanessa Greiciele Heller2

Palavras-chave: Melasma. Tratamento. Peelings químicos. Hiperpigmentação.

1 INTRODUÇÃO
O melasma também conhecido como cloasma, trata-se de uma hipercromia
hiperpigmentada crônica adquirida sendo caracterizada por manchas de coloração que variam do
marrom ao marrom acinzentado em áreas foto expotas da pele (CAETANO, 2017).
As causas do melasma não são totalmente compreendidas, mas os gatilhos podem incluir
influências genéticas, hormonais, exposição à radiação UV, envelhecimento, uso de drogas
fotossensibilizantes, distúrbios endócrinos, uso de cosméticos provenientes do petróleo bem como o
estresse (COSTA, 2014). No entanto, os fatores que mais contribuem para o aparecimento desta
dermatose é a exposição aos raios ultravioleta e os hormônios do sexo feminino, como o estrógeno e
a progesterona (CHANG, 2017).
O tratamento do melasma tem sido realizado comumente através da combinação da
fotoproteção, táticas que diminuam a biossíntese, o transporte e a transferência da melanina e por
meio de recursos que reduzam a quantidade de melanina depositada na epiderme, como os chamados
peelings (HENDEL, 2014).
Um dos recursos utilzados para melhorar a qualidade da pele são os peelings químicos,
também chamados de resurfacing químico, quimioesfoliação consiste na aplicação de um ou
mais agentes esfoliantes na pele, resultando na destruição de parte da epiderme e/ou derme,
seguida de regeneração dos tecidos epidérmico e dérmicos (BORGES, 2010). Os peelinngs, são
classificados como superficial, médio e profundo, trata-se de um processo de renovação celular
superficial ao nível da capa córnea (epiderme) (BORGES, 2010).
Segundo PONTES E MEJIA (2015), o ácido Kójico pode ser obtido pela fermentação
do arroz. E seu efeito é sobre a inibição da tirosinase, diminuindo assim a síntese de melanina.
Além de reduzir a síntese de eumelanina em celular com hiperpigmentação.

1
Dicente do Curso de Estética e Cosmética, Universidade de Cruz Alta - Unicruz, Cruz Alta, Brasil.
2
Docente da Universidade de Cruz Alta - Unicruz, Cruz Alta, Brasil. E-mail: vheller@unicruz.edu.br

1
Conforme CASTRO (2015), o peeling com ácido lático encontra-se entre as terapêuticas
para o melasma mais referidas na literatura. O ácido lático é considerado um dos Alfa-
Hidroxiácidos (AHAs) que atua na inibição da atividade da tirosinase promovendo a redução da
síntese de melanina, mostrando-se promissor no tratamento do melasma (MAGALHÃES, 2010).
O ATX (ácido tranexâmico) é um derivado sintético da lisina, um agente hemostático
que apresenta efeito no bloqueio da produção de melanina. Esse efeito promove o bloqueio da
conversão do plasminogênio em plasmina, responsável pela ativação de mediadores
inflamatórios que estimulam a produção de melanina (POOJARY, 2015).

2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Esse trabalho trata-se de revisão bibliográfica por amostra sobre melasma e seu
tratamento comparando as eficazes de peelings químicos mais utilizados, como ácido
tranexâmico, ácido kójico e ácido lático. Foi realizado através de um levantamento de artigos
científicos e bibliográficos na base de dados Google acadêmico e Sielo. As palavras chaves
utilizadas foram: melasma, tratamento, peelings químicos e hiperpigmentação. Foram
selecionados os artigos publicados a partir do ano de 2010.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
O ATX é um derivado sintético da lisina, um agente hemostático que apresenta efeito no
bloqueio da produção de melanina. Esse efeito promove o bloqueio da conversão do
plasminogênio em plasmina, responsável pela ativação de mediadores inflamatórios que
estimulam a produção de melanina (POOJARY, 2015). Em um estudo realizado com esse
princípio ativo, 23 pacientes aplicaram a fórmula de ácido tranexânico a 3% na face toda durante
12 semanas. Os pacientes apresentavam melasma moderado (índice de severidade de melasma
<5). O resultado foi que 22 das 23 pacientes referiram melhora do índice de severidade do
melasma após o tratamento. (KIM et al,. 2016)
Em seu estudo MAGALHÃES et al (2010), objetivou-se avaliar a eficácia terapêutica do
peeling de ácido láctico a 85% na melhora do melasma. Para isso, foram selecionadas 33
mulheres portadoras de melasma facial, com idade superior a 18 anos e fototipo I a V. Foram
realizados peelings de ácido láctico (85%; pH 3.5 em solução hidroalcoólica) por 5 vezes, com
intervalo de duas semanas entre seções, seguindo a seguinte técnica: aplicação do produto na pele
da área do melasma por dois a três minutos até observação de eritema. Caso não ocorresse

2
eritema, nova aplicação. Dez minutos depois remoção do produto lavando-se a pele com água. O
único tratamento complementar permitido foi o uso de fotoprotetor. Ao final do estudo, os
autores puderam concluir que ouve diminuição significativa da percepção do melasma, tendo
mais um ponto a favor na ausência de efeitos colaterais.
De acordo com SANDIN et al (2014) o ácido lático, age inibindo a atividade da tirosinase
e diminuindo a formação da melanina. Em um estudo realizado com 16 mulheres que
apresentavam melasma facial, foram submetidas a três seções de peeling de ácido lático a 82%,
com intervalo de 15 dias, apresentou redução significativa na hiperpigmentação de todas as
pacientes sem nenhum efeito colateral permanente, comprovando a eficácia do tratamento.
Em relação aos estudos realizados com o ácido Kójico, SOUZA et al (2018) destacaram
que tem sido apresentado resultados satisfatórios, já que este ácido é um potente despigmentante
que atua na inibição da tirosinase, e por não ter efeito irritativo e fotossensibilizante. É possível
notar o efeito do ácido Kójico após duas semanas de uso contínuo, mas o resultado pode variar,
quando levado em consideração o fototipo, tipo de pele, integridade da barreira epidérmica, pH,
concentração do agente, o veículo e a localização do melasma. A concentração usual indicada é
de 1 a 3% em cremes e emulsões fluidas não iônicas, géis, géis-cremes e loções aquosas. Os
resultados vão progredindo conforme a utilização contínua por um período de até seis meses
(MARTINS; OLIVEIRA, 2015).

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através das pesquisas realizadas, pode-se concluir que os três ácidos apresentados nesse
trabalho, tranexâmico, kójico e lático apresentaram eficácia comprovada na redução de
hiperpigmentações, tendo resultados positivos na ausência de efeitos colaterais. Deve-se destacar,
que a utilização de fotoprotetor é imprescindível, tanto durante o tratamento quanto após este,
para se evitar regressão dos resultados obtidos.

REFERÊNCIAS

KIM, S.J., et al,. Efficacy and possible mechanisms of topical tranexamic acid in melasma.
Clinical and Experimental Dermatology. v. 41, n. 5, p. 480-5. 2016. DOI: 10.1111/ced.12835.

3
SOUZA, L.C. de; et al,. O Uso Associado do Ácido Kójico e Ácido Glicólico como Alternativa à
Hidroquinona no Tratamento de Melasma. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do
Conhecimento. Ano 03, Ed. 01, Vol. 02, pp. 49-68, Janeiro de 2018. ISSN: 2448-0959

MAGALHÃES M, et al,. Peeling de ácido láctico no tratamento do melasma: avaliação clínica e


impacto na qualidade de vida. Surgical & Cosmetic Dermatology, vol. 2, núm. 3, pp. 173-179.
Julho-setembro, 2010. ISSN: 1984-5510

GOES, Elisangela Aparecida Fresca. Melasma: Diagnóstico E Tratamento. 2018-11-09.


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df

SOUZA, Jeniffer Ribeiro de, BORGES Mariana Machado, SILVEIRA Paula Rayssa de Campos.
Uso do microagulhamento no tratamento de melasma associado ao ácido tranexâmico (atx)
Dísponovel em: https://repositorio.animaeducacao.com.br/handle/ANIMA/17248

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