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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 2

2 INTELIGÊNCIA ................................................................................................ 3

3 EMOÇÃO ......................................................................................................... 6

3.1 Fisiologia das emoções ............................................................................. 8

3.2 Emoções e qualidade de vida ................................................................... 9

4 EMOÇÕES BÁSICAS .................................................................................... 11

4.1 Prazer e recompensa .............................................................................. 12

4.2 Alegria ..................................................................................................... 13

4.3 Tristeza.................................................................................................... 15

4.4 Medo ....................................................................................................... 17

4.5 Raiva ....................................................................................................... 19

5 RECONHECIMENTO DAS EMOÇÕES BÁSICAS ........................................ 21

5.1 Funções das emoções ............................................................................ 23

6.1 Modelos de Inteligência Emocional ......................................................... 28

7 COMPETÊNCIAS EMOCIONAIS .................................................................. 29

7.1 A Identificação, diferenciação e conhecimento emocional ...................... 31

8 REGULAÇÃO EMOCIONAL .......................................................................... 34

8.1 Estratégias de regulação emocional ....................................................... 37

9 A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL E A PROFISSÃO DOCENTE ..................... 39

10 ENTENDENDO A EMOÇÃO ...................................................................... 42

11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................... 45

12 SUGESTÕES BIBLIOGRÁFICAS............................................................... 48

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1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!

O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao


da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno
se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para
que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça
a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual,
é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao
protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que
lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida
e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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2 INTELIGÊNCIA

Fonte: psicologoeterapia.com.br

Desde sempre a capacidade dos seres humanos para resolver problemas e


melhorar a sua própria existência, nos tem vindo a distinguir do restante dos animais.
Com os trabalhos de Darwin sobre a origem das espécies aguça-se o interesse pelo
desenvolvimento da inteligência e surgem estudos de inteligência comparada.

É ao próprio primo de Darwin, Sir Francis Galton, que se atribuem os primeiros


estudos sistematizados sobre inteligência e as primeiras tentativas de medir a
inteligência de forma objectiva (FRANCO, 2003, apud FINO, 2011, p.10).

Cattel, em 1890 e Pearson, em 1877, dão continuidade ao trabalho de Galton


desenvolvendo testes psicofisiológicos para medir a inteligência e técnicas estatísticas
(coeficiente de correlação) que permitem perceber de que forma os resultados variam e
se relacionam. Binet em 1905, constrói uma prova que culmina no primeiro instrumento
de avaliação da inteligência. Nesta prova, os sujeitos, tinham que resolver problemas
semelhantes aos trabalhados nas escolas. Ficou conhecida por escala de Binet-Simon e
marcou várias décadas de estudos sobre inteligência. Tinha como principal finalidade
fazer uma previsão do êxito que os alunos teriam ao nível do rendimento académico.
William Stern elabora, em 1912, o conceito de Quociente de Inteligência (QI), a partir da
prova de Binet e do seu conceito de idade mental. Terman efetua uma revisão da escala
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de Binet em 1916 e incorpora na mesma o conceito de QI de Stern, dando origem à
escala de Stanford-Binet.
Wechsler, em 1939, constrói a WISC – Wechsler Intelligence Scale for Children,
que se torna o teste de inteligência mais popular do século XX. Com Thurstone em 1938
começa a contestação à inteligência unitária e a sugestão de que a inteligência é, afinal,
composta por várias habilidades distintas. Thurstone isola sete habilidades que considera
essenciais – compreensão e fluidez verbal; habilidade numérica; percepção espacial;
memória; raciocínio e rapidez de percepção – não as sujeitando a nenhum tipo de
hierarquização. Já Burt e Vernon, defendem um modelo hierárquico da inteligência. Cattel
distingue entre Inteligência Fluida e Inteligência Cristalizada. Spearman estabelece o
fator “g” como índice geral da inteligência. Piaget (1896-1980) propõe uma nova
abordagem que valoriza o processo utilizado pelas crianças para chegarem às suas
respostas ao invés de apenas se observar o resultado final como proposto pelos testes
anteriores.
Os instrumentos por ele criados são constituídos por situações ou tarefas a serem
desempenhadas no lugar de itens a serem respondidos. Piaget considera que a
inteligência dos sujeitos passa também pela sua interação com o meio que o envolve,
criticando os testes de inteligência por ignorarem o contexto em que os sujeitos se
encontram inseridos, favorecendo os indivíduos de uma determinada cultura e nível
socioeconômico que estão habituados a resolver problemas tal como proposto por esses
mesmos testes. As tarefas dos testes são, na sua maioria, semelhantes às pedidas nas
escolas, valorizando, no essencial, o raciocínio lógico-matemático e linguístico e pouco
ligados ao quotidiano dos indivíduos. São capazes de prever o sucesso acadêmico, mas
não o sucesso das restantes áreas das vidas dos indivíduos.
Apesar da teoria de Piaget se distanciar das teorias psicométricas anteriores, as
tarefas propostas pelos seus testes continuam a ter por base a capacidade de
compreensão e interpretação estando, de igual modo, afastadas das vivências do
quotidiano. Gardner também acredita na inteligência como um conjunto de diversas
habilidades. Por esta razão, e apesar da sua juventude, não se inibe de criticar Piaget
afirmando que este apenas estudou a parte da inteligência lógico-matemática e não a
inteligência toda como julgou e quis fazer crer. Para Gardner, o modelo de Piaget não é
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capaz de explicar uma capacidade essencial dos seres humanos que explica atividades
não acadêmicas como é a criatividade.
Ainda nesta linha, pode se dizer que a cultura dos indivíduos se entranha nas suas
ações passando a fazer parte delas, não se podendo, por essa razão separar os sujeitos
da sua cultura e meio que os envolve. Uma inteligência é algo que dota o sujeito de um
conjunto de capacidades para resolver problemas e ultrapassar dificuldades. Com base
nesta afirmação, Gardner definiu oito tipos de inteligência presentes em todos os
indivíduos podendo diferir o seu grau de desenvolvimento. Cada indivíduo poderá ter
umas inteligências mais desenvolvidas que outras permitindo formas de aprender e
conhecer quase tão variadas quanto o número de pessoas. Estas inteligências são as
seguintes:

Inteligência Linguística, que permite que os indivíduos utilizem linguagem e


comuniquem;  Inteligência Lógico-matemática, que promove a utilização do
pensamento abstracto;  Inteligência Musical, que torna as pessoas capazes de
criar, compreender e comunicar através de som;  Inteligência Espacial,
possibilita que os sujeitos interpretem informações visuais e espaciais e as
transformem em imagens visuais a nível do cérebro;  Inteligência Corporal-
Cinestésica, permite a resolução de problemas e criação de produtos através da
utilização do corpo;  Inteligência Interpessoal, torna os sujeitos capazes de
reconhecer e distinguir os sentimentos e intenções dos outros;  Inteligência
Intrapessoal, permite que os indivíduos identifiquem os seus próprios
sentimentos, construam modelos precisos de si próprios e tomem decisões; 
Inteligência Naturalista, capacita os sujeitos para distinguirem fenómenos da
Natureza e seres vivos (FRANCO, 2003, apud FINO, 2011, p.12 ).

Acredita-se que a inteligência não se pode resumir a um único bloco, nem se


fechar em mera capacidade acadêmica. No entanto, contrariamente à Gardner,
Sternberg não aceita que as diversas habilidades que compõem a inteligência sejam elas
próprias inteligências independentes umas das outras. Para ele tem que haver uma
hierarquia e também um objetivo e direção que oriente a inteligência. Sternberg define a
inteligência como a forma individual de autorregulação mental que nos permite ordenar e
compreender os acontecimentos que têm lugar à nossa volta e dentro de nós. A teoria
de Sternberg é denominada por teoria triádica da inteligência e compreende três
dimensões: analítica, prática e criativa. A inteligência prática de Sternberg possui um
especial interesse pela sua proximidade com o conceito de inteligência emocional, uma
vez que o autor se refere a esta componente da inteligência como sendo a utilizada para

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compreender e resolver os problemas do dia-a-dia. Já Thorndike, se referia a uma
inteligência social que consistia na capacidade dos sujeitos de se adaptarem ao seu meio
ambiente e diferenciava esta inteligência social de outras formas de inteligência.

Thorndike definiu esta inteligência como sendo “a capacidade de entender


homens e mulheres, meninos e meninas para agir com sabedoria nas relações
humanas. ”Esta tornou-se, assim, na primeira definição de inteligência que incluiu
sentimentos e emoções. (LIPPELS, 2009, apud FINO, 2011, p.12).

Marlowe apresenta um modelo baseado num conjunto de habilidades – atitude


pró-social; empatia; competências sociais; capacidade para mostrar emoções e
ansiedade social – e redefine o conceito de inteligência social “como sendo a capacidade
de entender os sentimentos, pensamentos e comportamentos das pessoas, inclusive a
si mesmo, em situações interpessoais e de agir de maneira apropriada que entenda. ”

3 EMOÇÃO

Fonte: pt.quizur.com

Rojas, distinguiu entre inteligência e afetividade referindo que inteligência seria a


capacidade para aprender com a experiência e afetividade a capacidade de desenvolver
comportamentos adequados à realidade. Já Bruner, havia concluído, num estudo que
realizou e a que chamou On perceptual readiness, que até a forma como os indivíduos

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fazem os seus julgamentos é influenciada pelos seus valores, sentimentos e
preferências. Robert Zajonc, publica um artigo intitulado Feeling and Thinking:
Preferences need no Inferences (As preferências não precisam de inferências) no qual
refere, baseado em experiências lógicas, que há possibilidade de criar preferências
(reações emocionais) sem registo consciente dos estímulos. A partir daí concluiu que a
emoção pode existir antes da cognição, ou seja é independente e forma-se sem auxílio
da cognição. Cerca de trinta anos antes de Zajonc, na década de 50, já a corrente da
psicologia New Look, surgida na sequência dos trabalhos de Bruner, havia desafiado a
perspectiva estímulo-reação da percepção, que os behavioristas defendiam,
argumentando que as percepções integram informação sensorial proveniente do mundo
físico com fatores internos – atitudes, emoções, objetivos, etc.
Estes estudos esbarraram no ego dos behavioristas sendo criticados e rejeitados
durante os anos seguintes. As emoções são fortemente influenciadas pela interpretação
das situações. As emoções podem ser iniciadas inconscientemente (de forma
automática) ou conscientemente, mas necessitando dos processos de pensamento para
as enfrentar a partir do momento que existem, ou seja, a cognição é uma condição
necessária da emoção. O neurocientista Joseph LeDoux, discorda da posição de
Lazarus. LeDoux formalizou, através dos seus estudos, a convicção que a emoção e a
cognição são funções mentais separadas, mas interativas. Este cientista refere que existe
a possibilidade de o nosso cérebro, ainda antes de identificar uma determinada coisa, já
saber se essa coisa é boa ou má. Isto acontece porque é possível o significado emocional
de um estímulo ser avaliado no cérebro antes de os sistemas perceptuais processarem
completamente esse estímulo.
Um estudo etnográfico, Antônio Damásio, defende que a razão não pode funcionar
eficazmente sem a emoção. Este cientista considera que a emoção pode ajudar e
rentabilizar a razão, em particular, nos casos que envolvam risco de conflito como sendo
os assuntos pessoais e sociais, contrariando a ideia existente de que a emoção seria um
incomodo ou atrapalho para a racionalidade. A partir da década de 80, começam a
realizar-se, também, outro tipo de estudos sobre a relação entre razão e emoção,
nomeadamente sobre a influência da emoção no conteúdo da cognição e nos diversos
processos mentais, e na forma como esta influência pode ser distinta conforme as
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características individuais dos sujeitos. As emoções estão integradas na forma de ver e
representar o mundo, e o humor do momento influencia as associações que os sujeitos
fazem relativas a vários aspectos das suas vidas – carreira, futuro, etc. O humor positivo
aumenta a velocidade do pensamento e a confiança nas decisões e, também, facilita o
processo de assimilação e a criatividade. Enquanto o humor negativo promove a
acomodação.

3.1 Fisiologia das emoções

Considera-se que os circuitos neurofisiológicos centrais da emoção são


constituídos pelos centros emocionais ligados ao sistema límbico, com destaque para a
amígdala, atualmente, considerada essencial para a emoção; e finalmente pelos centros
emocionais neocorticais, dos quais cabe referir os lobos pré-frontais. A parte do cérebro
que circunda e limita o tronco cerebral recebeu o nome de sistema “límbico”, de “limbus”.

O hipocampo e a amígdala foram os precursores do córtex e do neocórtex, na


progressão genética, em que esta evolução morfológica, poderá explicar a
interseção da amígdala nos processos racionais e emocionais (BRANCO, 2004,
apud ARRUDA, 2014, p.25).

A palavra amígdala é a palavra grega para amêndoa e situa-se no centro do


cérebro, junto do tálamo e do hipotálamo, estando envolvida na resposta de lutar ou fugir,
razão pela qual, é chamada de “sentinela psicológica do cérebro”, pois tem o papel
principal no controle da emoção. A amígdala avalia a relevância emocional de um
estímulo, realizando a verificação da importância do mesmo junto do hipocampo, a
estrutura que nos permite armazenar recordações conscientes. O funcionamento da
amígdala e as suas interações com o neocórtex estão no íntimo da Inteligência
Emocional. O neocórtex é uma espécie de “gestor emocional”, pois enquanto a amígdala
funciona desencadeando uma reação ansiosa e impulsiva, uma outra parte do cérebro
emocional permite uma resposta muito mais moderada e adequada. O comutador do
sistema amortecedor dos excessos da amígdala parece encontrar-se na outra
extremidade do principal circuito do neocórtex, nos lóbulos pré-frontais situados mesmo

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por detrás da testa e quando o indivíduo passa por uma perda, gera tristeza é o neocórtex
que está funcionando.
O córtex pré-frontal é a região do cérebro responsável pela memória de trabalho.
No entanto, os circuitos que ligam o cérebro límbico aos lóbulos pré-frontais significam
que os sinais de uma emoção forte – ira, medo, etc. – podem criar uma estática neuronal,
sabotando a capacidade do lobo frontal de manter essa memória. Este fato leva a que,
quando estamos emocionalmente perturbados, dizemos que não conseguimos pensar
corretamente, sendo também a razão pela qual uma perturbação emocional contínua
pode criar défices nas faculdades intelectuais da criança, diminuindo a sua capacidade
para aprender. Estes défices nem sempre são detectados pelos testes de QI, embora se
revelem em medições neuro psicológicas mais apuradas, bem como na constante
agitação e impulsividade da criança. Desta forma, quando o sistema límbico, o neocórtex,
a amígdala e os lóbulos pré-frontais interagem bem, complementando-se, a Inteligência
Emocional aumenta e o mesmo acontece à capacidade intelectual.

3.2 Emoções e qualidade de vida

É importante saber que, do ponto de vista psicológico, existem emoções naturais


e fisiológicas, que aparecem em todas as pessoas e que apresentam um relevante
substrato biológico. Este é o caso da alegria, do medo ou da raiva, entre outras, emoções
que podem ser agradáveis ou desagradáveis.
As emoções naturais levam o indivíduo a mobilizar-se para a atividade e tomam
parte na comunicação interpessoal. Apesar disso, as emoções podem ser essenciais ao
bem-estar psicológico e à qualidade de vida dos indivíduos. As emoções desempenham,
ainda, um papel importante nos estados de saúde, uma vez que influem sobre a saúde e
sobre a doença através das suas propriedades motivacionais. Graças a esta propriedade
motivacional, as emoções têm a capacidade de modificar os comportamentos saudáveis,
tais como os exercícios físicos, a dieta equilibrada, o descanso, etc., o que leva muitas
vezes à adoção de comportamentos menos saudáveis.
Neste sentido, as emoções que causam bem-estar ao indivíduo são consideradas
por alguns investigadores como sendo emoções positivas, pois são as emoções que o
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indivíduo busca constantemente, enquanto as emoções que provocam mal-estar e
constrangimento do indivíduo são consideradas emoções negativas, sendo aquelas que
os indivíduos tentam evitar e que não gostam de sentir.

Para o autor Espinoza (2004), as emoções positivas são aquelas que o ser
humano se sente “obrigado” a buscar, por exemplo, se lhe é agradável assistir a
um filme, a tendência é que o indivíduo continue procurando esta situação no
decorrer da sua vida para se sentir bem, já as emoções negativas são aquelas
que conduzem a pessoa a sentir um tipo de repulsa e que a afasta do estímulo
que está causando aquele sentimento nocivo. (ESPINOZA, 2004, apud
ARRUDA, 2014, p.27).

Um outro exemplo que retrata a diferença entre as emoções negativas e positivas.


Em períodos de grande stress as pessoas desenvolvem muitas reações emocionais
negativas, o que leva ao aparecimento de certas doenças relacionadas com o sistema
imunológico, como é o caso da gripe, herpes, diarreias, ou outras infeções ocasionadas
por vírus oportunistas. Em contrapartida, as emoções positivas ajudam a manter e/ou
recuperar a saúde do indivíduo, provocando o riso e a alegria, entende-se que as
emoções positivas são distintas, ainda que complementares, das emoções negativas e
que apresentam manifestações psicofisiológicos bastante diferentes, caracterizando-se,
por exemplo, pela falta de reatividade independente que define as emoções negativas ou
por uma relação privilegiada com a resiliência do indivíduo, em detrimento das emoções
negativas que não parecem ter uma relação direta com essa resiliência.
De um modo geral, e ao contrário das emoções negativas que tendem a restringir
os comportamentos das pessoas direcionando-as para atuações muito específicas, as
emoções positivas possuem a qualidade de alargar a abertura das pessoas às
experiências que as rodeiam, tendendo a manifestar os seus efeitos a longo prazo pelo
desenvolvimento de competências e recursos pessoais que fortalecem o indivíduo e o
preparam para lidar eficazmente com os desafios da adaptação.
Apesar da distinção entre emoções positivas e negativas, o que se depreende da
literatura é que os estudiosos se têm dedicado mais ao estudo das emoções negativas
do que positivas.

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4 EMOÇÕES BÁSICAS

Fonte: br.psicologia-online.com

Apesar da existência de emoções agradáveis e de emoções desagradáveis, todas


estas emoções podem ser emoções básicas, bastando, para isso, que sejam inatas,
geneticamente programadas e se mostrem essenciais para a sobrevivência do
organismo. As emoções básicas são íntimas, pois não existe controle da vontade em
sentir devido ao fato de estas serem predeterminadas pela psicofisiologia. Por parte do
indivíduo, apenas se verifica uma percepção do processamento dessas emoções. Em
termos neurobiológicos, as emoções básicas (primárias) são inatas, pré-organizadas e
estão ligadas ao processo adaptativo do ser humano, em termos de resposta, como
estratégia de proteção ampliada consciente.

As emoções básicas são também socialmente construídas, pois quando


aprendemos um termo para designar uma emoção, aprendemos segundo o jogo
linguístico no qual aquela emoção é classificada, conforme as regras e padrões
de uma determinada cultura. (SANTOS, 2003, apud ARRUDA, 2014, p.28).

Embora não se tenha uma definição precisa dos circuitos neuronais envolvidos no
complexo "sistema das emoções", podem ser descritas, de modo didático, algumas vias
neuronais, sem perder de vista que elas estão, em última análise, integradas
funcionalmente. Essas vias serão discutidas, a seguir, no âmbito das diferentes emoções.

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4.1 Prazer e recompensa

As emoções mais "primitivas" e bem estudadas pelos neurofisiologistas – com a


finalidade de estabelecer suas relações com o funcionamento cerebral – são a sensação
de recompensa (prazer, satisfação) e de punição (desgosto, aversão), tendo sido
caracterizado, para cada uma delas, um circuito encefálico específico.
O "centro de recompensa" está relacionado, principalmente, ao feixe
prosencefálico medial – nos núcleos lateral e ventromedial do hipotálamo –, havendo
conexões com o septo, a amígdala, algumas áreas do tálamo e os gânglios da base. Já
o "centro de punição" é descrito com localização na área cinzenta central que rodeia o
aqueduto cerebral de Sylvius, no mesencéfalo, estendendo-se às zonas periventriculares
do hipotálamo e tálamo, estando relacionado à amígdala e ao hipocampo e, também, às
porções mediais do hipotálamo e às porções laterais da área tegmental do mesencéfalo.
A sensação de prazer pode ser distinguida pelas expressões faciais e atitudes do
animal após sua exposição a um estímulo hedônico; tais expressões são mantidas
mesmo em indivíduos anencefálicos, sugerindo que o "centro de recompensa" deva se
estender até o tronco cerebral. Acredita-se que emissões aferentes do
núcleo acumbens em direção ao hipotálamo lateral e ventral, globo pálido e estruturas
conectadas nessa mesma região cerebral estejam envolvidas nos circuitos cerebrais
hedônicos.
Em investigações com animais de experimentação (ratos), demonstrou-se que
estímulos na área septal, controlados pelo animal, acarretavam uma situação de
deflagração recorrente do estímulo, indicando uma possível correlação com o
desencadeamento de prazer. Essa conclusão, entretanto, não é tão simples: por
exemplo, na década de 1960, Robert Heath aplicou 17 eletrodos no encéfalo de um
paciente com o intuito de descobrir a localização de uma epilepsia grave. O que o
pesquisador pôde observar foi que a estimulação de áreas específicas, de acordo com a
implantação dos eletrodos, gerava diferentes tipos de sensações. O paciente em questão
estimulava com maior frequência um sítio do tálamo medial que, embora provocasse uma
sensação de irritação, lhe causava a sensação iminente de evocar uma memória,
fazendo com que ele repetisse o procedimento na tentativa de trazer a memória à mente,

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ou seja, com o objetivo de obter uma recompensa com a estimulação repetida. Estudos
posteriores realizados em símios demonstraram a participação do feixe prosencefálico
medial nos estímulos apetitivos, sendo possível caracterizar, inclusive, uma certa
expectativa de prazer. Esse feixe e as regiões por ele integradas (área tegmentar ventral,
hipotálamo, núcleo acumbens, córtex cingulado anterior e córtex pré-frontal) compõem o
circuito denominado sistema mesolímbico.
A dopamina parece ser fundamental na mediação dos efeitos de recompensa.
Neurônios dopaminérgicos projetam-se da área tegmentar ventral do mesencéfalo para
muitas áreas do encéfalo através do feixe prosencefálico medial. Além disso, drogas que
causam dependência química aumentam a eficácia da dopamina e provocam sua
liberação no núcleo acumbens, demonstrando o papel desse neurotransmissor nos
mecanismos de recompensa e/ou prazer. Contudo, as investigações até então realizadas
permanecem com resultados ambíguos, principalmente no âmbito dos estudos
farmacológicos – os quais indicam que os agonistas da dopamina aumentam a taxa de
auto-estimulação, enquanto os antagonistas diminuem essa mesma taxa – e dos estudos
lesionais, que mostram que a secção do feixe prosencefálico medial, por exemplo, não
provoca redução significativa da auto-estimulação, como seria de se esperar

4.2 Alegria

A alegria é uma das emoções básicas que é ativada por acontecimentos


favoráveis, afetando os indivíduos de forma direta ou indireta. Os termos felicidade,
satisfação, otimismo, contentamento e prazer surgem, muitas vezes, como sinônimo de
alegria. Sendo a alegria uma emoção básica, esta resulta de uma reação espontânea do
organismo ante um acontecimento que a provoca. Este acontecimento produz algo
positivo para quem o experimenta.

Por exemplo, ganhar a loteria constitui acontecimento relacionado com algo


favorável (ganhar muito dinheiro), também ou conseguir um trabalho após um
grande período de desemprego, ou passar o ano escolar com boas notas, podem
ser exemplos de situações ativadoras de alegria (SILVA, 201, apud ARRUDA,
2014, p.29).

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Neste âmbito, a alegria é vivida como uma emoção básica, sendo ativada sempre
que ocorre uma mudança de situação neutra ou negativa para uma situação positiva.
Existem, assim, várias situações que possibilitam ao ser humano vivenciar a emoção da
alegria, caracterizando-se esta por proporcionar bem-estar físico e psicológico. A alegria
tende, assim, a favorecer uma maior abertura do indivíduo às experiências que o rodeiam.
Através das expressões faciais e corporais da alegria, as pessoas tendem a abrir-se de
forma mais eficiente na comunicação interpessoal, alimentando uma maior aproximação
entre os indivíduos. A alegria, por norma, recompensa os esforços do indivíduo e as suas
conquistas, facilita a resolução de problemas e a criatividade e tende a suavizar os efeitos
do stress. A emoção alegria potencializa a atividade no centro cerebral e inibe
pensamentos negativos, potenciando um estado de tranquilidade que permite que o
corpo possa recuperar de outras situações. Ela é a emoção básica relacionada com o
bem-estar, com os sentimentos positivos e torna os momentos únicos. Nesta mesma
linha, a emoção alegria é, sem dúvida, uma emoção positiva, pois provoca boas
sensações nos indivíduos que a experienciam.
Deste modo, a alegria gera-se devido à libertação de substâncias químicas (por
exemplo: dopamina e noradrenalina).

Ao nível da sua expressão facial, a glabela franze-se, as sobrancelhas e as


pálpebras superiores e inferiores elevam-se, os olhos dilatam-se e semicerram,
as têmporas contraem-se, a raiz do nariz eleva-se e encorrilha, as zonas laterais
do nariz elevam-se, as bochechas contraem-se para cima e para trás, os cantos
da boca alargam-se, esticam-se um para cada lado e sobem e o queixo estica-
se (MAGALHÃES, 2007, apud ARRUDA, 2014, p.29).

A alegria faz parte das emoções fundamentais para todos os indivíduos, uma vez
que é, claramente, a causa do bom humor e da felicidade dos indivíduos que a vivenciam.
Assim, estados positivos podem proteger o sistema imunológico, enquanto estados
psicológicos negativos afetam a saúde física.
Importa ainda referir que uma das características associadas aos indivíduos mais
alegres é a autoestima. Sendo a autoestima definida como a avaliação afetiva do valor,
apreço ou importância que cada um faz de si próprio, esta relaciona-se de forma
significativa com a alegria, sendo esta relação ainda mais forte em países caracterizados
pelo individualismo do que pelo coletivismo.

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4.3 Tristeza

A tristeza é outra emoção básica e está relacionada com perdas significativas,


perdas cujo significado é grandemente valorizado pelo indivíduo que sofre a perda. Ela é
uma das emoções mais duradouras, sendo vários os tipos de perdas que podem provocar
esta emoção, por exemplo: a rejeição de um amigo; a perda de admiração por outro; a
perda da saúde; a perda de alguma parte do corpo ou função, por acidente ou doença;
e, para alguns, a perda de um objeto precioso. Alguns sinônimos para esta emoção são:
perturbado, decepcionado, abatido, desanimado, desesperado, desamparado e
miserável. Como supra observado, existem algumas causas objetivas que produzem esta
emoção, no entanto, também se encontram outros elicitadores menos objetivos para a
tristeza, como, por exemplo, as predisposições anímicas do sujeito, fruto de
desequilíbrios químicos cerebrais (e.g. a diminuição de serotonina que é considerado um
neurotransmissor importante na etiologia fisiológica desta emoção).
A tristeza está também, e é inevitavelmente, relacionada com o pessimismo.
Sendo ao nível cognitivo que se constroem as valorizações negativas da realidade, as
quais conduzem o indivíduo a focalizar-se somente nos aspetos negativos dos eventos.
Estas valorizações podem originar a diminuição parcial ou total das atividades que
anteriormente provocaram prazer no indivíduo, levando, a uma diminuição nas interações
sociais, perda da motivação, aumento das inquietações íntimas e a uma
disfuncionalidade operacional no quotidiano do sujeito.
Esta situação reflete um enfrentamento negativo e passivo do indivíduo no que
respeita aos problemas e adversidades com que se depara. Nota-se que, tal como todas
as outras emoções básicas, a tristeza também tem expressões faciais características,
sendo estas:

As sobrancelhas descaem e ficam mais juntas; as pálpebras superiores também


descaem e as pálpebras inferiores contraem-se, fazendo um movimento para
baixo e na horizontal; as narinas contraem-se, fazendo um movimento
descendente; a raiz do nariz encorrilha muito para baixo; nas bochechas não se
verifica qualquer movimento; a boca fica fechada, mas contraída; e o queixo fica
tenso e pode até franzir (MAGALHÃES, 2007, apud ARRUDA, 2014, p.31).

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O propósito da tristeza pode ser o de assinalar que um objetivo ou um estado que
se desejava alcançar não foi atingido ou funcionar como sinalizador da existência de
algum problema que envolve o indivíduo. Esta emoção tem uma função adaptativa, na
medida em que pode levar o sujeito a avaliar as fontes dos problemas, a procurar suporte
social e a favorecer o estreitamento das relações com os outros.
A tristeza aparenta ser uma emoção chave para o desenvolvimento da capacidade
de empatia, dado que a inibição comportamental e a lentificação que a acompanham
favorecem e dão espaço para que o indivíduo se coloque na perspectiva do outro. Além
da função adaptativa acima mencionada, verifica-se que é necessário o indivíduo saber
regular esta emoção, pois é essencial pedir ajuda quando nos sentimos tristes, a
experiência desta emoção poderá ser uma oportunidade para recuperar novas energias,
valorizando o que se tem e redimensionando a nossa realidade.
Assim, a ativação da emoção tristeza é relevante, pois é quando nos sentimos
tristes que somos capazes de enriquecer a experiência do que a perda significa,
permitindo ao indivíduo reconstruir os seus recursos e conservar a sua energia, levando
a que sinta a necessidade de solicitar ajuda de modo a ultrapassar toda a situação que
lhe causou tristeza. A tristeza que uma perda traz tem, assim, certos efeitos inalteráveis:
inibe o interesse em diversões e alegrias, fixa a atenção naquilo que se perdeu e retira a
energia para iniciar novos empreendimentos, pelo menos, durante algum tempo. Ela
força uma espécie de retirada reflexiva das atividades da vida, deixando num estado de
suspensão para chorar a perda, meditar no seu significado e, finalmente, fazer os
ajustamentos psicológicos necessários e os novos planos que permitirão a vida
prosseguir.
Averiguando o que acima está exposto, verifica-se que a ativação da emoção
tristeza acarreta benefícios aos indivíduos que a sentem, devido a sua função adaptativa.
Contudo, é fundamental saber regular esta emoção, pois caso contrário esta poderá
acarretar problemas futuros para o indivíduo. Uma das patologias associadas à não
regulação da emoção tristeza é a depressão e estas podem ser vistas como “polos” de
um mesmo processo, devido ao fato de a tristeza ser considerada fisiológica e a
depressão considerada patológica. Estas duas realidades (tristeza e depressão) estão

16
relacionadas em termos neurofisiológicos, sendo cada vez mais frequente a descrição da
correlação entre disfunções emocionais e prejuízos das funções neurocognitivas.
De fato, a depressão associa-se a défices em áreas estratégicas do cérebro,
incluindo regiões límbicas e, não obstante os fatores emocionais relacionados, há vários
determinantes biológicos implicados no seu desenvolvimento, por exemplo, é usual
observarem-se alterações no sistema imunológico quando do surgimento de um quadro
depressivo.

4.4 Medo

O medo é uma das emoções básicas que está associada ao perigo e tem a função
de proteger os indivíduos de determinados riscos que possam ocorrer. A emoção medo
é uma emoção básica, presente desde o nascimento, e muito comum na infância e na
adolescência. Importa ressalvar que os indivíduos diferem em quase todos os aspetos
do comportamento humano e as emoções não são exceção, por exemplo, pode-se
aprender a não ter medo de quase nada ou, inversamente, observamos que algumas
pessoas temem coisas que, na verdade, não representam qualquer perigo, como é o
caso do medo do escuro. O medo é uma emoção básica, identifica nesta, algumas
características,

[...]como é o caso da ansiedade, da apreensão, do nervosismo, do pavor, da


preocupação, do perigo, referindo que esta emoção pode ser extremamente
breve, mas, também, pode durar um longo período de tempo. A intensidade do
medo depende da ameaça, ou seja, da avaliação que o indivíduo faz
relativamente ao facto de esta ameaça ser imediata ou estar pendente
(MAGALHÃES, 2007, apud ARRUDA, 2014, p.32).

A emoção medo, é uma das emoções básicas mais estudadas pelos


investigadores. O objetivo e a função principal da emoção medo aparenta ser o de
proteger a integridade física e psicológica do indivíduo, motivando-o para se libertar ou
fugir de situações potencialmente temíveis. A ativação do medo faz com que um certo
tipo de ameaça, o que faz ativar esta emoção, a qual, uma vez ativada, tem associada,
como principal propensão de ação a fuga ou retirada, enquanto a sua expressão poderá
impedir comportamentos de agressão por parte dos outros. Durante a ativação do medo,
17
o indivíduo tende a ter toda a sua atenção concentrada no estímulo ameaçador e na
necessidade de se proteger, pelo que há um estreitamento ou uma determinada limitação
dos processos tencionais e dos comportamentos do indivíduo.

Na maioria das vezes, o medo é uma reação adaptativa, servindo a um propósito


legítimo e útil: proteger os indivíduos de situações potencialmente perigosas,
libertando um fluxo de energia que pode ser usado em qualquer ação que seja
necessária para enfrentar o perigo (SCHOEN & VITALLE, 2012, apud ARRUDA,
2014, p.33).

A estrutura psicológica das pessoas também deseja sobreviver, desenvolver-se


ou expressar-se, e as ameaças a esta estrutura podem também resultar em respostas
de medo. O medo pode diferir de três formas distintas, dependentes do fator de a ameaça
ser próxima ou imediata:
1ª - Diferentes ameaças resultam num comportamento diferente: a ameaça
imediata geralmente leva à ação (congelamento ou fuga), o que permite lidar com a
ameaça. Já a preocupação com uma ameaça iminente leva ao aumento da vigilância e
tensão muscular;
2ª - A resposta a uma ameaça imediata é muitas vezes analgésica, o que reduz a
sensação de dor. Inversamente, a preocupação com uma ameaça iminente aumenta a
dor;
3ª - Existe alguma evidência que suporta o fato de uma ameaça imediata e uma
ameaça iminente ativarem diferentes áreas cerebrais. Assim, quando o indivíduo sente
qualquer tipo de medo e está consciente do seu medo, é difícil sentir mais alguma coisa
ou pensar noutra coisa, pois a sua mente e a sua atenção estão focalizadas somente na
ameaça.
Quando há uma ameaça imediata, o indivíduo tem a tendência a se concentrar
nesta até que a mesma tenha sido eliminada, sendo que, se o mesmo verificar algum
impedimento para a sua solução, os seus sentimentos podem transformar-se em terror.
Se o indivíduo antecipar a ameaça, esta antecipação pode bloquear a sua consciência
por longos períodos de tempo ou de forma episódica. Neste último caso, esses
sentimentos, retornando de vez em quando, invadem o pensamento enquanto o indivíduo
está a lidar com outros assuntos.

18
A emoção medo pode ser observada por meio das respostas motoras (posturas
e gestos) e das respostas neurovegetativas (taquicardia e suor). As
manifestações de medo perceptíveis pelos outros são o retraimento social, a
apatia, a tristeza ou mesmo a dificuldade para se concentrar no trabalho ou em
brincadeiras (MELO, 2005, apud ARRUDA, 2014, p.34).

Verifica-se, assim, que o medo é esperado e considerado normal em determinadas


fases do desenvolvimento, protegendo a pessoa de se colocar em risco. Contudo,
existem situações em que o medo interfere nas atividades diárias do adolescente e, neste
caso, faz com que este necessite de ajuda para ultrapassá-lo uma vez que o mesmo se
poderá tornar patológico e poderá interferir com muitas atividades do adolescente,
inibindo a sua participação nas mesmas. O medo desproporcional não tem relação com
a situação real e não se reduz à medida que se enfrentam situações similares, sendo
provável que o adolescente evite situações, onde, de antemão, sabe que sentirá medo.
Para algumas pessoas, os medos intensos de objetos ou situações específicas
prejudicam a sua capacidade de enfrentá-las.
Do exposto, facilmente se conclui que, de fato, existe um número considerável de
perturbações emocionais ligadas ao medo, com consequências individuais, cognitivas e
sociais, das quais as fobias são, provavelmente, o melhor exemplo, pois caracterizam-se
por um medo de situações ou de relações interpessoais, medo da morte, de doenças, de
sangue, de animais e de determinados espaços, etc. As fobias e outras perturbações de
ansiedade são caracterizadas como alterações nas respostas de medo, quer inatas, quer
condicionadas.

4.5 Raiva

A raiva é uma das emoções básicas que está relacionada com a frustração devido
à não concretização de objetivos desejados pelos indivíduos. Ela é caraterizada como
uma reação acompanhada de pressão sanguínea aumentada, batimentos cardíacos
acelerados e um aumento de determinados hormônios, como a adrenalina, que
impulsionam para uma atuação vigorosa. Alguns dos sinônimos apontados para
caracterizar a raiva são: a revolta, a hostilidade, a irritabilidade, a indignação, o ódio e a
violência. A existência de alguns aspetos faciais associados a esta emoção, tais como:

19
as sobrancelhas descaem, a testa enruga-se, as têmporas contraem, os olhos cerram, a
raiz do nariz contrai-se, as narinas dilatam, dá-se a contração para dentro da infra orbital,
a boca fica fechada e o queixo contrai-se.
Assim, a raiva poderá manifestar-se através de comportamentos caracterizados
pela violência verbal - com gritos, insultos, ameaças, maldições, etc. - e pela violência
física, como nos casos de agressões, lutas, empurrões, etc. Ao nível cognitivo, a raiva
caracteriza-se pela ausência de autocontrole ou dificuldade em manter a calma, sendo
que os episódios de frustração e indignação podem dar lugar a ruminações cognitivas
persistentes, possibilitando o desenvolvimento de obsessões que culminam com a
irritabilidade do sujeito para com o objeto.

Contudo, é muito comum o indivíduo percepcionar algum tipo de obstáculo ou


entrave à persecução dos seus objetivos, o que faz com que a raiva seja muitas
vezes ativada (Melo, 2005, apud ARRUDA, 2014, p.35).

Embora possa estar associada com a agressão, a raiva está também associada
ao estabelecimento de uma posição de dominância numa relação e mesmo à prevenção
de comportamentos agressivos, quando funciona como um sinal regulador para a forma
como as relações estão a ser estabelecidas, podendo permitir alterar os seus padrões de
funcionamento. A raiva é normalmente considerada negativa, talvez porque constitui
parte integrante da agressão, da hostilidade e da violência, que são negativas para a
sociedade. No entanto, a raiva não deve ser sentida como negativa, pelo contrário, deve
ser vista como funcional, pois esta proporciona ao indivíduo energias para a sua defesa,
ou seja, inclui a organização e regulação de processos fisiológicos e psicológicos
relacionados com a autodefesa e com o domínio, além da regulação dos comportamentos
sociais e interpessoais.
A raiva é, assim, uma emoção poderosa, e canalizá-la de modo a reagir à mesma
uma forma aceitável e benéfica, por meios intelectuais, requer autocontrole e consumo
de energias, assim, o primeiro passo para resolver a raiva é aceitar que algo não correu
bem, o que permite vencer e ultrapassar esta emoção. Muitas vezes, o que motiva a
regular a raiva é o compromisso de continuar a relação com a pessoa para quem se sente
raiva. Por exemplo, se a pessoa por quem se sente raiva é amigo, cônjuge ou filho, e
independentemente da sua atitude negativa, tendemos a regular a raiva uma vez que
20
acreditamos que, se continuarmos a sentir raiva e não nos controlarmos, poderemos
danificar inevitavelmente o nosso relacionamento futuro com eles, daí ser de suma
importância sermos capazes de gerir a nossa raiva.
Neste sentido, a raiva é a emoção que as pessoas têm mais dificuldade em regular.
Contudo, é a mais sedutora das emoções negativas, em que o monólogo autojustificativo
interior a alimenta, enche a mente com os argumentos mais convincentes para lhes dar
largas, dando energia ao indivíduo. Assim, importa perceber a importância de se
reconhecer estas emoções nos outros, uma vez que este reconhecimento auxilia as
relações interpessoais dos indivíduos.

5 RECONHECIMENTO DAS EMOÇÕES BÁSICAS

O reconhecimento da expressão facial da emoção envolve, não só a informação


que estamos a observar no rosto da outra pessoa, como o conhecimento prévio que
temos da emoção que estamos a percepcionar no outro. Devido a este fato, os
hemisférios cerebrais têm uma grande importância no reconhecimento das emoções nos
outros, desempenhando cada um dos hemisférios (direito e esquerdo) tarefas diferentes
neste reconhecimento e sendo dada mais importância à função do hemisfério direito
nesta função.

O hemisfério esquerdo desempenha as tarefas da linguagem e o hemisfério


direito desempenha as tarefas cognitivas de análise prática do comportamento
não-verbal, no qual se incluem a identificação e o reconhecimento da expressão
facial da emoção (Magalhães, 2007, apud ARRUDA, 2014, p.37).

Constata-se, assim, que o hemisfério direito tem, de fato, um papel importante no


reconhecimento emocional, podendo encontrar-se uma ligação entre os défices no
reconhecimento facial da emoção e danos nos córtex parietal e medial occipital direitos.
A existência de lesões no opérculo frontal ou no lobo temporal direito pode afetar o
reconhecimento de emoções faciais, outro fator é que lesões nos gânglios da base nos
dois hemisférios podem, também, prejudicar o reconhecimento emocional. Apesar das
culturas partilharem uma linguagem facial universal, elas diferem na forma e na
intensidade com que se exprime a emoção, por exemplo, nas culturas que encorajam o
21
individualismo, como na Europa Ocidental, na Austrália, na Nova Zelândia e na América
do Norte, as demonstrações emocionais são, muitas vezes, prolongadas e intensas e os
indivíduos focam-se nos seus próprios objetivos e nas atitudes que influenciam a sua
expressão emocional, enquanto na Ásia e nas culturas que realçam a interdependência
e as relações sociais, a demonstração de emoções como a simpatia, o respeito ou a
vergonha, é mais frequente que nos países ocidentais.
Por outro lado, os asiáticos raramente exprimem emoções negativas ou de
autossatisfação e, quando o fazem, é de uma forma breve, uma vez que estas
manifestações poderiam romper um sentimento de comunidade no seio de grupos
estritamente imbricados.
As expressões faciais e corporais das emoções fazem parte do repertório
evolutivo, manifestando-se, de modo idêntico, em todos os indivíduos,
independentemente da sua etnia ou cultura. A expressão facial humana transmite
informações extremamente necessárias, tais como a identidade, o sexo, a capacidade
de contato ocular e expressão emocional, que são determinantes fundamentais na
comunicação. A expressão facial é paradigmática, pois é no rosto que se exibe muito do
afeto que se transmite na interação e na vinculação. As expressões faciais são, assim,
exibições emocionais e têm, evidentemente, consequências diretas no impacto que
causam, quer nas pessoas a que são dirigidas, quer nas que as observam.
Estas exibições emocionais estão sujeitas a normas, ou seja, existe um consenso
social no que diz respeito aos sentimentos que podem ser expostos e/ou minimizados,
exagerados e substituídos e em que circunstâncias isto deve acontecer, sendo
observadas estas normas nas mais variadas situações e mudando as mesmas de cultura
para cultura.

Os indivíduos utilizam as expressões faciais e/ou corporais nas relações


interpessoais, em diversas combinações, de modo a transmitir determinados
significados e a omitir outros, decorrentes da sua interação emocional (Silva,
2010, apud ARRUDA, 2014, p.37).

Neste sentido, o estudo ou a mera observação das expressões faciais das


pessoas, que são tendencialmente demonstrativas das emoções que experienciam no
contato social, podem ser um elemento de alto interesse para o desempenho social, pois

22
são um importante input de referência para as manifestações emocionais e,
naturalmente, para um potencial relacionamento interpessoal equilibrado.
A expressão facial tem como função primordial indicar aos outros que um
acontecimento particular acarreta um determinado conteúdo emocional. Transmitindo as
suas intenções comportamentais através das expressões faciais, o indivíduo poderá
normalizar a experiência emocional, facilitando novas experiências e novas emoções,
permitindo, assim, um melhor ajustamento psicológico e melhores resultados de saúde
elas também funcionam como componentes não-verbais, determinantes na cognição
social, permitindo um rápido processamento da informação relevante no que diz respeito
a novos objetos ou ambientes. Assim, o conceito de universalidade das expressões
faciais das emoções mantém-se como um dos princípios básicos na abordagem evolutiva
ao estudo das emoções e baseia-se na noção de que a anatomia facial é colocada,
através das expressões, ao serviço da resolução de problemas de adaptação relativos à
vida social, presentes em todas as culturas.

5.1 Funções das emoções

Tendo em conta o estado de arte sobre o tema das emoções, é possível referenciar
algumas caraterísticas destas, tais como:
a) as emoções estão relacionadas a um acontecimento externo e parecem surgir
quando algo inesperado ocorre;
b) as emoções são inatas, geneticamente determinadas ou “aprendidas” como
uma combinação de emoções básicas;
c) a avaliação cognitiva é crucial para o entendimento de como as emoções
ocorrem;
d) as emoções são acompanhadas de reações fisiológicas e normalmente são
expressas através da mudança na expressão facial;
e) as emoções dão a possibilidade de expressar um certo comportamento que
determina qual emoção que ocorrerá;

23
f) as emoções podem ser divididas em dois grupos: aquelas que envolvem fuga,
recuo ou comportamento negativo (emoções negativas) e aquelas que envolvem atração,
aproximação ou comportamento positivo (emoções positivas);
g) as emoções focam e direcionam a atenção para algo que possivelmente é
grandioso e selecionam o que é mais importante naquele momento.

[...] se refere como funções das emoções as seguintes, a) preparação para a


ação, ou seja, as emoções servem de catalisador entre o meio e a nossa conduta;
b) preparação da conduta; c) contato com certas experiências emocionais, que
vai originar uma aprendizagem emocional útil para lidar com situações futuras; c)
regulação da interação. (Magalhães 2007, apud ARRUDA, 2014, p.39)

Assim, e apesar das emoções serem antigas no processo evolutivo, estas são
uma componente essencial nos mecanismos de regulação vital, pois são parte integrante
do mecanismo através do qual o corpo humano regula a sua sobrevivência. As emoções
têm um papel ativo, juntamente com outros mecanismos, na regulação interna e
constante do corpo. Para que um organismo viva, é imprescindível que mantenha as
condições mínimas necessárias, como é o caso da temperatura do corpo e da
concentração de oxigénio no sangue, que são aspetos fisiológicos nos quais as emoções
também intervêm.

6 INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

Fonte: noticias.universia.com.br
24
A Inteligência Emocional comporta várias competências que nos permitem lidar de
forma funcional com situações críticas para uma adequada adaptação à realidade
presente, através de respostas ajustadas às circunstâncias. As experiências vivenciadas
possibilitam ao sujeito aumentar os níveis de satisfação e de desenvolvimento pessoal
pela correta integração das mesmas e, concomitantemente, melhoram o autoconceito e
a autoestima do sujeito, fazendo com que o indivíduo se torne mais empático, mais
otimista, assuma responsabilidades e seja socialmente mais equilibrado.
Neste âmbito, saber lidar com as emoções remete o indivíduo para o domínio da
competência emocional, que é capacidade de regular, redirecionar e transformar os
impulsos comportamentais em resposta às exigências sociais. Esta competência assume
um papel de destaque no ajustamento social e nos relacionamentos interpessoais,
nomeadamente nas relações entre pares
Mas para isso é necessário compreender a conceituação da inteligência
emocional, pelo fato do termo conter duas terminologias distintas, inteligência e emoção.
A definição da inteligência emocional depende da definição de inteligência e emoção e
da interação entre os dois termos.

Existem muitas definições de inteligência e subtipos, mas todas elas se referem


à capacidade de perceber, compreender e utilizar símbolos, ou seja, ao emprego
do raciocínio abstrato (Mayer, 2001, apud MATA 2007, p.13).

Uma outra conceituação de inteligência extraído do dicionário de psicologia define


inteligência como sendo uma função psicológica, ou conjunto das funções graças às
quais o organismo humano se adapta a seu meio. Pelo emprego de combinações
originais de condutas, adquire e explora novos conhecimentos, e, eventualmente, discute
e resolve os problemas, conforme as regras extraídas pelas formalizações da lógica.
Desta forma, partindo das conceituações apresentadas pode-se entender que a
inteligência diz respeito aos processos cognitivos ou processos do pensamento que
envolve as funções da memória, raciocínio, julgamento e pensamento abstrato.

O termo emoção pode ser definido como reações afetivas intensas e


momentâneas, desencadeadas por estímulos significativos, tanto internos quanto
externos, conscientes ou inconscientes (DALGALARRONDO, 2000, apud MATA
2007, p.14).

25
Pode-se também conceituar emoção como sendo, estado particular de um
organismo, que ocorre em condições bem definidas, numa situação chamada emocional,
acompanhada de experiência subjetiva e de manifestações somáticas e viscerais. Em
outras palavras, significa dizer que há relação dos afetos ou emoções em si, o humor, as
apreciações e outras sensações, inclusive a fadiga ou energia.
Um primeiro aspecto importante é o caráter funcional e adaptativo das emoções,
constituindo num conjunto organizado de reações programadas evolutivamente no
cérebro para enfrentar situações-problema que ameaçam a sobrevivência do organismo.
Um segundo aspecto diz respeito aos diferentes tipos de emoções e suas consequentes
associações a situações particulares da vida de um indivíduo.
As reações desencadeadas pelas emoções estão ligadas a situações específicas.
Sensações de perda implicam em estados depressivos ao passo que situações
significativas que representam algum ganho importante ao indivíduo despertam alegria,
sentimentos de prazer e felicidade.
Desta forma, a inteligência emocional pode ser definida como uma capacidade
geral de adaptação. Assim, os dois construtos, inteligência e emoção estão ligados pelo
fato de terem influência na estrutura evolutiva do ser humano, constituindo-se assim em
funções adaptativas. Ainda no campo das definições, um outro ponto importante a ser
destacado refere-se à distinção de dois termos que parecem, a princípio, significarem a
mesma coisa: Inteligência e Raciocínio. O primeiro, já explicitado, refere-se à capacidade
de apreender e estabelecer relações, capacidade de pensar ou trabalhar com símbolos
abstratos, capacidade de resolver novos problemas ou capacidade para adquirir e
raciocinar com novos sistemas conceituais.

Enquanto que raciocínio é entendido como aptidão intelectual por excelência,


integrando os processos cognitivos mais elaborados, mais abstratos ou
complexos, do ponto de vista intelectual (ALMEIDA, 1988, apud MATA 2007,
p.14).

Se por inteligência entendesse todos os processos cognitivos desde à recepção


da informação à elaboração da resposta, passando pela codificação, memorização,
aprendizagem, evocação e relacionamento da informação, pode-se dizer que o raciocínio
se situa preferencialmente nos componentes de tratamento ou relacionamento da

26
informação. No tocante a resolução de problemas, o raciocínio constitui num dos
elementos mais importantes para o êxito da tarefa, sabendo que o pensamento entra
como uma capacidade intermediária entre o raciocínio e a resolução de problemas, ou
seja, o pensamento se refere à utilização do raciocínio diante de uma situação concreta.
O termo pensamento é amplamente utilizado na conceituação da inteligência
emocional, destacando-se inclusive quanto á relação, entendimento e compreensão que
o indivíduo estabelece com as suas emoções e a dos outros interfere no seu pensamento.

Desta forma, se faz necessário definir o que é inteligência emocional, sua


abrangência e limitações, para compreender sua interface com o construto de
inteligência geral. A Inteligência Emocional envolve a capacidade de perceber
acuradamente, de avaliar e de expressar emoções; a capacidade de perceber
e/ou gerar sentimentos quando eles facilitam o pensamento; a capacidade de
compreender a emoção e o conhecimento emocional; e a capacidade de
controlar emoções para promover o crescimento emocional e intelectual. (Mayer
& Salovey, 1997, apud MATA 2007, p.15).

A inteligência emocional passa pela compreensão das próprias emoções, a


capacidade de as controlar de modo a melhorar a qualidade de vida e ser capazes de se
colocar no lugar dos outros. De acordo com pesquisadores, foram identificadas cinco
capacidades integrantes da inteligência emocional:
1. Reconhecer as próprias emoções: identificar e nomear as próprias
emoções é a base das restantes qualidades emocionais. Se não soubermos o que
sentimos não poderemos controlá-lo.
2. Controlar as suas emoções: não podemos escolher as nossas emoções,
em especial aquelas que fazem parte do nosso património genético como o medo, a ira
ou a tristeza, mas podemos substituir o comportamento primário por outro civilizado e
aprendido e orientar as nossas atitudes emocionais.
3. Aproveitar o seu potencial: ser perseverante, confiar em si mesmo,
ultrapassar as derrotas e adversidades.
4. Colocar-se no lugar dos outros: tendo em conta que 90% da comunicação
emocional se faz sem palavras, para conseguir ser empático é necessário estar atento
ao que os outros expressam de forma não verbal.
5. Criar relações sociais: para se conseguir criar e manter relações
necessitamos das nossas capacidades sociais. Lidar com pessoas implica reconhecer e

27
solucionar conflitos, identificar o estado de espírito do outro e escolher o tom adequado.
As emoções são necessárias para sermos capazes de tomar decisões de forma segura
e reagir mais rapidamente em face de situações inesperadas.

6.1 Modelos de Inteligência Emocional

Os modelos de Inteligência Emocional funcionam dentro da lógica de juntar


habilidades específicas de modo a obter uma visão geral do funcionamento desta
inteligência. Os mais populares na atualidade são: o Modelo das Habilidades de Mayer e
Salovey, o Modelo de Inteligência Emocional e Social de Bar-On e o Modelo de
Inteligência Emocional de Daniel Goleman. Mayer e Salovey distinguem entre modelos
mistos e modelos de habilidades, sendo os modelos mistos caracterizados por incluírem
traços e habilidades da personalidade. Já os modelos de habilidades

“ (…) descrevem a inteligência emocional através de um conjunto de operações


que a inteligência executa para processar e beneficiar das emoções, envolve um
pensamento abstracto e a resolução de problemas” (Franco, 2003, apud FINO,
2011, p.18).

De acordo com este modelo a inteligência emocional e social, consiste num


cruzamento de competências emocionais e sociais e habilidades que determinam até que
ponto somos capazes de nos compreender e expressar, compreender os outros e
relacionarmo-nos com eles e lidar com as exigências do dia-a-dia, os desafios e a
pressão. Estas competências e habilidades baseiam-se em cinco meta fatores, que
abaixo se definem, e que foram confirmados pela análise psicométrica que Bar-On
realizou em 2007 ao seu próprio construto.
1. Fator intrapessoal - constituído por: Empatia; Responsabilidade social
Relações interpessoais
2. Fator de gestão de stress – constituído por: Tolerância ao stress; Controle
de impulsos
3. Fator de adaptabilidade – constituído por: “Reality testing” – validação dos
sentimentos confrontando-os com a realidade exterior; Flexibilidade; Resolução de
problemas

28
4. Fator de automotivação (humor geral) - constituído por: Otimismo;
Satisfação geral (felicidade)

De acordo com este modelo, ser emocional e socialmente inteligente é ser capaz
de se expressar e compreender de um modo efetivo, compreender e conseguir
relacionar-se com os outros de forma positiva e ser bem-sucedido ao lidar com
exigências diárias, desafios e pressões (Bar-On, 2007, apud FINO, 2011, p.19).

7 COMPETÊNCIAS EMOCIONAIS

Fonte: centrodeformacaodombosco.com

A Inteligência Emocional comporta várias competências que permitem o indivíduo


a lidar de forma funcional com situações críticas para uma adequada adaptação à
realidade presente, através de respostas ajustadas às circunstâncias. As experiências
vivenciadas possibilitam ao sujeito aumentar os níveis de satisfação e de
desenvolvimento pessoal pela correta integração das mesmas e, concomitantemente,
melhoram o autoconceito e a autoestima do sujeito, fazendo com que o indivíduo se torne
mais empático, mais otimista, assuma responsabilidades e seja socialmente mais
equilibrado. Sabe-se que as emoções influenciam a nossa vivência em diversas
dimensões, sendo que a forma como se comunicam as emoções possui relevância no
funcionamento do indivíduo, especialmente no que diz respeito às suas relações

29
interpessoais, o que influência, tanto a satisfação das suas necessidades, como a
qualidade das suas relações.
Neste âmbito, saber lidar com as emoções remete para o domínio da competência
emocional, que é capacidade de regular, redirecionar e transformar os impulsos
comportamentais em resposta às exigências sociais. Esta competência assume um papel
de destaque no ajustamento social e nos relacionamentos interpessoais, nomeadamente
nas relações entre pares. O conceito competência emocional advém do conceito de
Inteligência Emocional, que surgiu na literatura científica no início da década de 90, e que
pretende representar um tipo de inteligência que envolve o processamento emocional,
ela é uma demonstração de autoeficácia nas transações sociais que produzem emoções,
ou seja, o indivíduo acredita ter a capacidade e as habilidades necessárias para alcançar
um determinado resultado.
Assim, ser emocionalmente competente depende da história social de cada um,
das crenças, atitudes e suposições, da cultura, dos papéis sociais que ocupamos (como
o género e a idade), da observação de outras pessoas importantes e dos padrões de
reforço daqueles com quem se está significativamente envolvido. Logo, todos os fatores
enumerados irão contribuir para a compreensão do que significa sentir alguma coisa e
fazer algo a respeito disso.
É de salientar que os indivíduos emocionalmente competentes são sujeitos
capazes de administrar as suas próprias emoções de forma eficiente, o que lhes permite
negociar o que pretendem por meio de interações pessoais. Mais do que atingirem o que
pretendem, os indivíduos com competência emocional têm um sentido de bem-estar
subjetivo e uma resiliência adaptativa perante situações. Vários estudos apontam que o
desenvolvimento da competência emocional promove a melhoria de outras
competências, nomeadamente as sociais, bem como a manifestação de comportamentos
mais adaptativos e eficazes. Na verdade, quando a pessoa tem um sentimento de
competência positivo, terá uma maior capacidade de relacionamento interpessoal, sentir-
se-á bem consigo própria e aceitará mais facilmente os desafios, empenhando-se,
persistindo e envolvendo-se de forma a superá-los.

30
7.1 A Identificação, diferenciação e conhecimento emocional

As emoções mantêm-nos vivos e são indispensáveis à nossa sobrevivência,


estando presentes no nosso dia-a-dia. Por exemplo, o medo faz-nos fugir de potenciais
e/ou reais situações perigosas, a raiva faz com que o indivíduo sinta que a melhor defesa
é o ataque, a tristeza, por sua vez, indica que podemos estar com dificuldades e
problemas ou que podemos necessitar de ajustar ou compor algo que correu mal,
enquanto a alegria nos estimula para a ação, possibilitando uma maior abertura para
analisar o que nos rodeia ou as nossas relações com os outros. As emoções
compreendem determinados conjuntos de processos neuronais, que são ativados por um
estímulo interno ou externo e que proporcionam ao indivíduo sentir uma reação fisiológica
ativação neuronal/emocional.

Por sua vez, esta ativação facilita uma interpretação daquilo que se está a sentir,
ou seja, um reconhecimento (identificação e diferenciação emocional) e,
posteriormente a esta identificação e diferenciação, o sujeito aplica estratégias
para regular as experiências subjetivas agradáveis ou desagradáveis,
escolhendo exprimi-las ou não (regulação - da experiência e expressão -
emocional) (MOREIRA, 2004, apud ARRUDA 2014, p.41).

Deste modo, ter a capacidade de identificar e diferenciar as emoções, perceber a


sua função e ponderar sobre elas, são aptidões essenciais que o indivíduo adquire para
uma compreensão e regulação emocional ajustadas. A aquisição destas aptidões é tida
como uma relevante tarefa desenvolvimental, sendo a infância e a adolescência
consideradas os períodos mais críticos para esta aprendizagem. Desenvolver
competência emocional exige:
a) percepcionar o seu próprio estado emocional, incluindo a possibilidade de
experimentar emoções múltiplas;
b) saber que não se pode perceber conscientemente os próprios sentimentos,
devido à dinâmica inconsciente ou à atenção seletiva;
c) apreciar as emoções dos outros, através das expressões não-verbais;
d) utilizar o vocabulário emocional comum à sua cultura;
e) envolver-se empaticamente nas experiências emocionais dos outros;

31
f) entender que os estados emocionais internos não precisam de corresponder a
expressões exteriorizadas, tanto em si mesmo como nos outros;
g) adaptar o próprio comportamento emocional aos comportamentos dos outros;
h) lidar de forma adaptativa com emoções adversas ou perturbadoras, utilizando
estratégias autorreguladoras que melhorem a intensidade ou duração temporal de tais
estados emocionais;
i) perceber que a natureza dos relacionamentos depende do grau de genuinidade
emocional na sua manifestação e do grau de reciprocidade no relacionamento;
j) ter autoeficácia emocional, o que significa o indivíduo aceitar a sua experiência
emocional, independentemente de ser integrada na cultura onde está inserido.
Em suma, ser emocionalmente competente leva ao desenvolvimento das
habilidades emocionais acima mencionadas, ainda que de acordo com o contexto cultural
e de forma gradual, pois estas habilidades são aprendidas ao longo da vida, mediante
experiências em vários contextos sociais, nos quais o sujeito se vê obrigado a responder
de forma eficaz. Apesar deste crescimento gradual da competência emocional, haverá
sempre situações em que inevitavelmente o sujeito responderá com relativa
incompetência emocional. Para ser emocionalmente competente é necessário
compreender as emoções em si e nos outros. Este conhecimento emocional implica
quatro pressupostos:
1) a avaliação de que a pessoa está a enviar uma mensagem afetiva;
2) a interpretação da mensagem afetiva;
3) a compreensão de acordo com as regras sociais de expressividade;
4) aplicação dessa compreensão ao contexto específico.
Assim, a capacidade de os indivíduos diferenciarem as emoções abrange
processos de representação mental, não só da emoção e de simbolização, mas, também,
da expansão da reação fisiológica experienciada. Esta expansão é constituída por duas
dimensões: o repertório de experiências emocionais (diversidade de experiências) e a
habilidade de executar distinções ténues dentro das mesmas categorias emocionais
(capacidade de diferenciar pequenas diferenças entre as emoções análogas). Nota-se
que, no decorrer do desenvolvimento humano, a pessoa começa por aprender a
identificar e a compreender diferentes categorias relacionadas com as emoções básicas,
32
tais como a alegria, medo, raiva, tristeza, etc., sendo que é na infância que se intensifica
a habilidade para o indivíduo reconhecer pistas faciais associadas a estas categorias
emocionais.
Estas aprendizagens dependem do conhecimento emocional da situação e dos
indícios situacionais que advêm desta, os quais possibilitam à criança compreender e
antecipar as emoções dos outros e de si mesma. Nota-se que, ao longo do
desenvolvimento, este conhecimento deriva na capacidade de compreensão de que um
indivíduo pode experimentar uma diversidade de emoções, seguindo-se a compreensão
e conhecimento das regras e convenções socais para a expressão emocional. Neste
sentido, as componentes da competência emocional são essenciais, pois influenciam,
não só as relações sociais do indivíduo, como a capacidade do seu relacionamento
interpessoal com os pares. Logo, no domínio das relações interpessoais, é
especificamente relevante a diferenciação emocional, uma vez que aumenta a
compreensão e o desenvolvimento da empatia com o outro, permitindo facultar
informação acerca do que os outros experienciam durante estas relações.
É importante frisar que os conceitos de identificação, diferenciação, conhecimento
e regulação emocional estão estreitamente ligados, pois influenciam-se reciprocamente.
Deste modo, identificar eficazmente uma emoção leva a que o indivíduo consiga
diferenciar a emoção identificada de outra semelhante. O saber identificar e diferenciar
grande parte das emoções proporcionará um bom conhecimento emocional, que por sua
vez facultará uma favorável regulação emocional, pois para adotar estratégias de
regulação emocional adequadas às situações é necessário saber identificar e diferenciar
as emoções implicadas.

33
8 REGULAÇÃO EMOCIONAL

Fonte: comportese.com

Falar de emoções conduz-nos, quase inevitavelmente, a falar de um conceito


muito próximo, ou mesmo intrínseco à própria emoção e largamente abordado na
literatura nos últimos anos: a regulação emocional. As emoções mudam conforme a
situação em que ocorrem, sendo com frequência úteis na resolução de obstáculos.
Contudo, as emoções podem ser geradoras de mal-estar quando o contexto físico e
social do indivíduo é diferente daquele que seria o esperado. Quando as emoções
assumem este carácter incoerente com a situação, o indivíduo torna-as congruentes
através da sua regulação, conforme as suas necessidades e adaptadas à situação
pretendida.
O termo regulação das emoções pode ser utilizado para aludir os dois fenômenos
relacionados: a regulação (de algo) através das emoções e a regulação das emoções
propriamente dita. As emoções coordenam as nossas respostas a acontecimentos do
nosso quotidiano, logo, sempre que tivermos uma emoção podemos dizer que esta está
a regular as nossas respostas. O propósito da regulação emocional é, assim, manter
reguladas as emoções, pois se forem excessivamente intensas e se se prolongarem mais
do que necessário, estas desequilibram a estabilidade do indivíduo. Contudo, importa
salientar que uma boa capacidade de regular as emoções não passa por eliminar as
34
emoções sentidas como negativas, ao invés disso, passa por saber detectá-las e regulá-
las adequadamente. Assim, o objetivo da regulação emocional não consiste em eliminar
as emoções negativas sentidas pelos indivíduos, mas em preservar um clima emocional
que mantenha o bem-estar do indivíduo, onde as emoções negativas, ao invés de
provocarem um desgaste emocional no indivíduo, sirvam como um impulso para o
indivíduo regular as suas emoções e ultrapassá-las.
Apesar do objetivo exposto acima, tanto as emoções negativas como as positivas
podem ser reguladas, sendo também possível regular tanto a expressão emocional como
a experiência emocional. Tem sido reconhecido o papel da regulação, tanto da
experiência como da expressão emocional, para um bom ajustamento e bem-estar dos
indivíduos, isto é, para se agir nas diferentes situações de forma adaptativa é essencial
aprender a regular as emoções e os comportamentos que advém destas. A regulação
emocional contém, assim, métodos de gerir, conservar, adaptar ou modificar a
intensidade e a duração dos estados fisiológicos internos alusivos às emoções, bem
como a expressão ou não das mesmas (comportamentos) como forma de atingir objetivos
individuais e proporcionar uma boa adaptação social.

Os processos da regulação emocional podem ser considerados como sendo


comportamentos, habilidades e estratégias que podem ser conscientes ou
inconscientes, automáticos ou controlados por esforço, e que servem para
modular, inibir ou fomentar a experiência e a expressão emocional (GROSS &
THOMPSON, 2007, apud ARRUDA, 2014, p. 47).

Logo, regular as emoções envolve mudanças na dinâmica da emoção, o que inclui


o tempo que a emoção leva para emergir, a magnitude, a duração e um conjunto de
respostas nos domínios fisiológico, do comportamento ou da experiência, para a
regulação das emoções contribuem processos extrínsecos e intrínsecos, os quais são
responsáveis por controlar, avaliar e modificar reações emocionais, mais especificamente
as características intensivas e temporais das mesmas, com vista à consecução dos
nossos objetivos. A regulação pode ser conseguida de distintas formas, entre elas a
gestão de respostas e comportamentos, a indução de alterações neurofisiológicas, a
alteração e controle dos processos e atribuições cognitivas ou o acesso a diferentes
recursos de coping (coping, ou enfrentamento são esforços cognitivos e

35
comportamentais para lidar com situações de dano, de ameaça ou de desafio quando
não está disponível uma rotina ou uma resposta automática.).
Neste sentido, tomar consciência, ser capaz de identificar as emoções, integrar e
aproveitar a energia e dimensão da emoção, é um processo adequado de integração das
próprias emoções, em sintonia com os nossos valores. A necessidade de regular as
emoções deve-se às consequências negativas que a sua não regulação acarreta no
indivíduo, nos outros e no mundo, sendo que a outra causa se baseia nos benefícios que
a sua regulação traz para o indivíduo como ser biopsicossocial. A desregulação das
emoções se deve a padrões de regulação da emoção que colocam em perigo ou
danificam o funcionamento do indivíduo, podendo tais padrões promover o surgimento
de sintomas psicopatológicos.
Os vários fatores de risco que podem levar à psicopatologia, no que diz respeito à
desregulação das emoções, são: a existência de um trauma, abuso ou perda; o
temperamento e a reatividade ao stress; uma disfunção cerebral; a sensibilidade à
emoção e ao conflito familiar; e/ou dificuldades na vinculação. Uma vez que as emoções
têm processos que não são estanques e que se alteram no decorrer do tempo, é de
esperar que a regulação emocional envolva modificações ao nível da latência, tempo de
ativação, extensão e duração da emoção e tipo de respostas envolvidas nos processos
emocionais, a nível comportamental, experiencial e fisiológico.
No âmbito da psicologia, as emoções e a capacidade de regulação emocional
estão presentes num vasto conjunto de perturbações psicológicas. A relação entre a
capacidade de regulação emocional e o bem-estar tem sido objeto de investigação
sobretudo em populações adultas, daí a importância de estudar essa relação na
adolescência. É importante salientar que o estudo da capacidade de regulação emocional
na adolescência adquire um significado marcante por esta fase desenvolvimental ser
caracterizada por fortes mudanças ao nível cognitivo e afetivo. Segundo os resultados
dos estudos realizados por diversos estudiosos, o gênero desempenha um papel
importante na qualidade da regulação emocional, sendo que, geralmente, as moças
regulam melhor as emoções do que os rapazes. Este efeito poderá ser atribuído a
diferenças inatas nos níveis de reatividade, por exemplo, as adolescentes reportam uma
maior habilidade para lidar com a tristeza e a ansiedade, não se verificando alterações
36
nos níveis de irritabilidade. Vale ressaltar que o papel das circunstâncias contextuais e
relacionais na regulação das emoções, fortificando a ideia da função da regulação como
condição para um adequado funcionamento social e como potencial regulador de
relações. Destaca-se, ainda, a necessidade de se terem em conta as diferentes
componentes das emoções (fisiológica, expressiva, e experiência subjetiva),
enquadrando-as nas dimensões a regular.

8.1 Estratégias de regulação emocional

No que concerne às estratégias de regulação emocional, nota-se que estas são


essenciais, na medida em que o indivíduo, ao empregar determinadas estratégias,
poderá prevenir patologias que estão associadas à não regulação das emoções. As
psicopatologias podem advir de situações de regulação emocional desajustada, que vise
suprimir, controlar ou evitar emoções negativas recorrendo a estratégias de evitamento.
Assim, para se obter uma adequada regulação emocional, podem ser utilizadas
estratégias de regulação específicas para cada emoção. Por exemplo, para lidar melhor
com a tristeza, podem ser usadas estratégias como reestruturação cognitiva,
concretização de atividades de lazer, sociais e desportivas. Para a regulação da raiva
foram identificadas estratégias de enfrentamento como: distração, auto verbalizações,
assertividade, alterações cognitivas (pensamento), técnicas de relaxamento e, ainda, o
afastamento da situação que gerou a emoção. Quanto à emoção medo, as estratégias
mais empregues estão relacionadas com o pedido de ajuda e análise da situação que
causou medo, constatando a veracidade ou não da situação através de uma avaliação
da mesma.
As estratégias de regulação da alegria implicam manter o sentimento de satisfação
e o prolongamento do bem-estar físico e psicológico produzido por esta emoção. Outras
estratégias de regulação emocional encontradas na literatura são: a seleção da situação
(ação em antecipação à situação), a modificação da situação (ação sobre a situação), o
investimento da atenção (retirar a atenção da situação), a modificação cognitiva (alterar
o significado da situação) e a modulação de resposta (tentar influir a resposta fisiológica,
experiencial ou comportamental).
37
A seleção da situação (e.g., aproximar-se ou evitar pessoas, lugares ou atividades)
exige aptidões cognitivas de abstração para imaginar e produzir possibilidades futuras e
envolve a possibilidade de um viés, pois as pessoas tendem a subestimar as suas
respostas emocionais a cenários futuros e a superestimar a duração das suas respostas
negativas para as mais variadas situações, enquanto a modificação a situação (e.g.,
evitar responder agressivamente a uma provocação, a pessoa decide deixar o local) nem
sempre é uma opção possível. De acordo com os tipos de investimento de atenção, a
distração apesar de ser o primeiro processo regulatório a surgir no nosso
desenvolvimento é o mais usado ao longo toda a vida, principalmente quando não é
possível modificar a situação (e.g., dirigir a atenção para diferentes aspetos da situação,
retirar inteiramente a atenção da situação ou, ainda, mudar internamente o foco da
atenção).
Por sua vez, a mudança cognitiva pressupõe a habilidade para avaliar a situação
em que se está, com o propósito de alterar o seu significado emocional, quer mudando a
maneira de pensar sobre a situação, quer a própria capacidade de lidar com as demandas
que ela impõe. Já a modulação de resposta implica a aquisição de um autocontrole
eficiente (e.g., quando a pessoa se concentra na sua respiração alterada e na sua postura
tensa, buscando um relaxamento corporal que lhe ajude a lidar com a emoção. A seleção
da situação, a mudança cognitiva e a modulação da resposta são consideradas
estratégias eficazes. Contudo, a sua aplicação depende da existência de determinados
pré-requisitos desenvolvimentais de que são exemplo a habilidade para pensar de modo
abstrato e a maturidade emocional que permita exercer autocontrole.
A modificação da situação depende de condições externas e a concentração
requer desenvolvimento cognitivo e emocional (é de sublinhar que esta última pode levar
ao aumento da ansiedade), enquanto a distração é um recurso disponível desde cedo na
criança. Os estudos que têm trabalhado com adolescentes a sua regulação emocional
mostram que neste período de desenvolvimento (adolescência) os indivíduos
apresentam algumas dificuldades em regular a tristeza e a raiva. Foi constatado que a
depressão ocorre três vezes mais em adolescentes do que em adultos e que esta está
negativamente associada à percepção de suporte familiar. Averiguaram-se em estudos
que os adolescentes com diagnóstico provável de depressão (5,9% da amostra)
38
reportaram baixa responsividade parental. A regulação da raiva em adolescentes
também foi investigada e confirmaram que o comportamento agressivo físico e verbal, de
raiva e hostilidade, está positivamente relacionado com a predisposição do adolescente
para procurar sensações de novidade e intensidade. Constata-se também, que existe
uma relação inversa entre as condutas antissociais e delativas e os indicadores positivos
da relação familiar (compreensão, confiança, afeto). Assim sendo, a literatura tem
revelado que as estratégias de regulação das emoções melhoram com a idade e podem
ser diferentes dependendo do contexto cultural em que se vive.

9 A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL E A PROFISSÃO DOCENTE

Fonte: coachfinanceiro.com

Ao longo dos tempos tem-se mantido a ideia de que a arte de ensinar depende da
“vocação” como elemento central da profissão docente. Ou seja, que um bom matemático
que possua vocação para o ensino seria material suficiente para o desenvolvimento da
tarefa de docente. Até há relativamente pouco tempo, as administrações educativas
consideravam que qualquer licenciado que dominasse uma temática específica poderia
ser um professor. Considera-se que, apesar da importância inegável da vocação e
domínio dos conteúdos, estes não são suficientes para fazer um professor.

39
O papel de um docente, além dos anteriormente descritos, passa por prever,
planear, organizar, programar e avaliar o seu trabalho e, também, por desenvolver, nos
seus alunos, competências ligadas às emoções, cidadania e vida social.

[...] a formação de professores deverá organizar-se tendo como objeto central a


pessoa humana uma vez que, trata de “um período fundamental de crescimento
pessoal que não pode ser negligenciado, pois inscreve-se num contexto mais
amplo de desenvolvimento global da pessoa” (Sousa, 2000, apud FINO, 2011,
p.24).

Os indivíduos em formação deverão, de forma consciente, modificar os seus


comportamentos e atitudes através da motivação para atingir uma maior realização
pessoal. A formação dos docentes deverá passar por uma reorganização dos esquemas
de pensamento e mundo psicológico dos alunos, através da confrontação com as
situações que se lhes irão apresentar diariamente de uma forma interligada com as suas
necessidades e expectativas, com aquilo que é e aquilo que quer ser, que se respeita e
respeita o outro.
A dimensão pessoal não se outorga, ela se adquire, se conquista, se forja pelo
exercício dos valores humanos, em cumplicidade com os outros.
Desta forma espera-se que os docentes demonstrem um bom desenvolvimento
intelectual, moral, emocional e social e que sejam capazes, também, de o promover nos
seus alunos.

Os professores deverão, além disso, saber trabalhar com toda a comunidade


educativa, investigar dentro da sua realidade e desenvolver tarefas de mediação,
inovação, gestão e orientação (PALOMERA, 2008, apud FINO, 2011, p.24).

No entanto, apesar dos papéis que se esperam dos docentes, em grande parte,
remeterem para competências emocionais, estas não são ainda consideradas
competências básicas incluídas na formação inicial dos mesmos.
A Comissão Internacional de Educação para o séc. XXI define que a educação
deverá se desenvolver em redor de quatro grandes pilares: aprender a conhecer;
aprender a fazer; aprender a viver juntos e aprender a ser. Conhecer e pensar constituem
atos completamente dependentes da relação com o outro, referindo que, se for
construído em respeito pela natureza humana, o ensino dos conteúdos não poderá
ignorar a formação moral. Uma das missões da escola do séc. XXI é a de educar
40
emocionalmente as próximas gerações, tanto ou mais que as famílias. E acrescenta que,
os professores e educadores são os principais líderes emocionais dos seus alunos,
sendo que, a base para a promoção do equilíbrio emocional dentro dos seus grupos é a
sua capacidade de reconhecer, compreender e gerir as emoções desses mesmos alunos.
A inteligência emocional do professor é um importante variável para que a sala de
aula se transforme num cenário emocionalmente saudável, onde se gerem corretamente
as emoções e todos possam expressar sem receios. Para que os professores sejam
capazes de gerir as situações problemáticas de forma construtiva, necessitam ser
detentores de variadas qualidades emocionais como sendo: o respeito pelos seus alunos;
uma autoestima e segurança que garanta que as provocações dos alunos não são
confundidas com ataques pessoais; empatia; controle da própria indignação; uso
adequado do seu poder no trato com os alunos. Assim os alunos aprendem melhor,
constroem um amor-próprio saudável e tem mais prazer em frequentar a escola se os
seus professores forem emocionalmente inteligentes. Educar integralmente alguém
implica tocar todas as vertentes do desenvolvimento pessoal e da aprendizagem,
referindo que deverão ser objetivos do ensino nos dias de hoje:
 Ensinar a pensar
 Ensinar a ser pessoa
 Ensinar a conviver
 Ensinar a comportar-se
 Ensinar a tomar decisões
Para serem capazes de desenvolver aspectos da inteligência emocional nos
alunos, os professores deverão assumir o compromisso de melhorar e desenvolver a sua
própria inteligência emocional. No que diz respeito à utilização da inteligência emocional,
os docentes deverão ser capazes de:
 Expressar os seus sentimentos de forma adequada à relação com os
alunos.
 Planificar em função de objetos e resolução de problemas.
 Implementar estratégias de automotivação.
 Gerir de forma adequada as suas emoções e controlar estados de humor
negativos.
41
 Ser empáticos e bons ouvintes.
 Desenvolver a assertividade através da gestão adequada dos conflitos em
sala de aula.
Outra das razões pela qual os docentes necessitam possuir uma inteligência
emocional desenvolvida, prende-se com a força do exemplo, em especial, nas crianças
mais pequenas. Para que os alunos desenvolvam as suas habilidades emocionais
necessitam de um “educador emocional”. Os alunos passam grande parte da sua infância
e adolescência na escola e os professores transformam-se na sua maior referência no
que diz respeito a atitudes, comportamentos, emoções e sentimentos. Os docentes são,
querendo ou não, agentes ativos do desenvolvimento afetivo dos seus alunos e, por essa
razão, deverão fazer uma utilização consciente das suas habilidades afetivas durante o
seu trabalho.

10 ENTENDENDO A EMOÇÃO

Fonte: sbie.com.br

O termo Inteligência Emocional, está sendo utilizado desde a década de 90 em


estudos psicológicos e pesquisas acerca da aprendizagem. Em 1995 Daniel Goleman

42
lançou o livro Inteligência Emocional, tornando o termo popularmente
conhecido. Inteligência Emocional se define como a habilidade que permite perceber,
apreciar e expressar corretamente nossas emoções e para acessar e ou gerar
sentimentos que facilitam os pensamentos, afim de compreender as emoções para
regula-las no intuito de favorecer o crescimento emocional e intelectual.

Inteligência Emocional é a capacidade de avaliar e compreender sentimentos e


usar a energia deles de maneira produtiva. Além da compreensão, envolve ações
específicas para reconhecer sentimentos, compreende-los, expressa-los
verbalmente e depois aplicar sua energia eficazmente. As emoções não são tão
dóceis de lidar. (GARDENSWARTZ, Lee et al, 2012)

A inteligência emocional se manifesta quando o ser humano aprende a lidar com


as próprias emoções e passa a usufruir dessas emoções a favor de seu próprio bem-
estar. Também faz parte da inteligência emocional aprender a entender os sentimentos
e as condutas do outro inseridos em uma sociedade. Dessa forma entende-se que a
inteligência emocional está ativa quando o indivíduo consegue conciliar o lado emocional
e o racional do cérebro, neutralizando a maioria das emoções negativas, que possam
produzir comportamentos destrutivos e, potencializando as emoções positivas afim de
gerar os resultados esperados.
A inteligência emocional possui cinco pilares, o primeiro é conhecer as próprias
emoções, ao conhece-las as possibilidades de êxito aumentam; o segundo é o controle
das emoções, todos passamos por momentos estressantes, mas mesmo diante de
problemas, manter o equilíbrio é fundamental para encontrar a melhor solução; o terceiro
é a automotivação aprender a responder seus estímulos para depois decidir a melhor
estratégia, o quarto é a empatia, aprender a se colocar no lugar do outro e entender seus
comportamentos nos tornam mais sensíveis e abertos a aceitação de determinadas
situações; o quinto é saber se relacionar interpessoalmente, ou seja, saber manter boas
relações é a base para alcançar o sucesso no trabalho e na vida em sociedade. Enfim
compreender esses pilares possibilitará a construção de relações saudáveis e tomada de
decisões conscientes, evitando que o indivíduo tome decisões impulsivas e
posteriormente venha a se arrepender desses atos.
A possibilidade de sucesso é maior para as pessoas que desde a infância tiveram
oportunidade e condições de obter as melhores classificações no seu percurso escolar,
43
porém, a capacidade intelectual não é necessariamente pré-requisito de um bom
desempenho pessoal e social. Assim sendo a criança que ao longo da vida obtiver
estímulo e condições para desenvolver suas habilidades emocionais poderá vir a
desenvolver suas capacidades e atingir um excelente desempenho.
A habilidade de uma pessoa para compreender os seus sentimentos e os dos
outros é uma das capacidades mais importantes do ser humano, designando-
se Inteligência Emocional. Uma pessoa emocionalmente inteligente consegue identificar
suas emoções, gerencia suas reações adequadamente, desenvolve o autocontrole, a
empatia e uma considerável aceitação de si mesmo e dos outros.
Ao desenvolver a inteligência emocional o indivíduo dispõe de alguns benefícios
dentre eles destaca-se; maior controle nos níveis de ansiedade e stress; melhoria dos
relacionamentos interpessoais; mais eficiência na administração do tempo e
consequentemente aumento de produtividade; maior comprometimento das metas; maior
empatia pelo outro; enfim, aumento da autoestima e da autoconfiança.
Estudos comprovam que todas as suas emoções influenciam nas decisões, nos
relacionamentos e no trabalho. Ao entender suas emoções e os pilares da inteligência
emocional o indivíduo pode aplica-los em seu dia a dia, isso será primordial para o seu
sucesso profissional e pessoal!
Dessa forma essas pessoas que aprendem a lidar com a Inteligência Emocional
sabem pensar, sentir e agir de forma inteligente e consciente, e não permitem que as
suas emoções administrem totalmente sua vida e se acumulem de forma a atrapalhar
seus relacionamentos e seu trabalho.

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