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Sumário
Introdução ......................................................................................... 3
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Introdução
onde começar. Querem se aproximar, mas não encontram espaço; querem respeito, mas
se deparam com indiferença; querem dialogar, mas sofrem com o silêncio; querem apenas
A dificuldade é tão recorrente que virou tema de inúmeros artigos e estudos. São
tentativa incansável de minimizar a dor, esclarecer o que está acontecendo e oferecer soluções
e saídas. No entanto, o que se escreve parece ainda estar distante do que as pessoas entendem
e praticam.
pergunto: onde está o furo? Sim, deve haver alguma coisa errada com a nossa comunicação,
Acredito que, quando falamos dos maus relacionamentos e das dificuldades entre
pais e filhos, estamos falando, especificamente, de amor. Ou melhor, da falta de amor. Nós,
seres humanos, temos uma necessidade básica: sermos amados! Por isso, mesmo sem
perceber, todo o nosso movimento ao longo da vida se faz em direção ao amor. Tudo o que
queremos como resultadode nosso esforço é que as pessoas nos amem. E isso vale tanto para
Se todos queremos amor, por que, então, parece tão difícil fazer com que essa conta
dê certo? A resposta está na infância. A começar pela infância que nós, pais e mães, tivemos.
Aquilo que aprendemos a chamar de amor em nossas casas, quando ainda éramos pequenos,
é exatamente aquilo que aceitamos e praticamos como forma de amor hoje, na vida adulta.
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E assim como nós aprendemos o significado de amor com nossos pais e cuidadores,
nossos filhos também aprenderam conosco, por cópia e repetição. Portanto, para que
possamos melhorar a relação com nossos filhos, é preciso que estejamos, primeiramente,
dispostos a revisitar e compreender nossa trajetória da infância até aqui para, então,
Em outras palavras: antes de desejar, criticar ou validar o amor que vem de fora,
devemos reestabelecer e renovar os nossos laços com o amor que vem de dentro, o amor-
nossos filhos – o papel que nos cabe: construir um ambiente seguro e feliz, em que nosso
amor é pleno. Um ambiente propício para que eles também possam fortalecer e desfrutar
Este eBook tem, como objetivo, orientar pais e mães que buscam o melhor para
seus filhos. Reuni sete lições que devem ajudá-los a encontrar um caminho 5 nessa direção,
qualquer que seja ele. Sempre digo que não há uma receita pronta para a felicidade,
descobrir qual dessas trajetórias trará felicidade para vocês e para as suas relações com
seus filhos.
Boa jornada!
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Para conhecer seus filhos,
primeiramente, conheça
a você mesmo
“ O bom exemplo começa em casa” e “educação vem de berço”. É o que dizem por
aí, não é verdade? Muita gente usa essas máximas de forma pejorativa, mas quero propor
Veja: se é verdade que o bom exemplo começa em casa, quais foram os bons
exemplos que você mesmo aprendeu na sua casa de infância? Quais comportamentos,
valores e crenças dos seus pais você carrega consigo até hoje? E se educação vem de
berço, qual foi a educação que eles lhe deram quando você era criança? O que você fez
e ainda faz com essas orientações, instruções e ensinamentos ao longo da sua vida?
Quantas dessas lições ainda segue à risca e quantas descartou por qualquer motivo?
Mas, insisto: tire uns minutinhos para você, apenas para você, e faça sua reflexão. Aliás,
passo imprescindível para que possa alcançar tudo o que deseja. Essa viagem de volta ao
conhecida pela humanidade. Por isso, a minha proposta é que você se aproprie da sua
história para reconhecer quais foram as circunstâncias em que começou a ser, pensar e
agir da forma que é hoje. Tanto nos aspectos que considera positivos a seu respeito, como
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Por exemplo: conheço uma porção de gente que teve pais muito autoritários. Aí,
então, do alto de suas sabedorias infantis, essas pessoas decidiram ali, na infância mesmo,
que nunca mais receberiam ordens de alguém. Isso marcou a história e a vida delas com
tanta profundidade que, até hoje, na fase adulta, continuam fieis ao que prometeram a si
mesmas. Resultado: tornaram-se, elas próprias, autoritárias como os pais. Ou ao contrário:
foram tão mandadas quando pequenas que agora, adultas, preferem a submissão ao
outro. Anulam-se, acreditam-se incapazes de tomar decisões e dedicam-se apenas a
atender a vontade alheia.
Tanto em um caso como em outro, o que essas pessoas carregam e praticam
como verdade até hoje corresponde a uma crença infantil. E, como consequência, nem
a autoritária e nem a submissa alcançam o que de fato merecem, buscam e desejam –
porque continuam referenciadas na criança que um dia foram e não nas adultas que
têm potencial para ser. E, como disse antes, que é que elas buscam desde pequenas?
Sim, amor. Apenas amor. Em resumo, desde a infância, elas associam o ato de mandar e
obedecer ao amor.
O mesmo processo aconteceu com você, comigo e com todas as pessoas ao
nosso redor. E somente quando tomamos consciência disso é que podemos romper com
os valores e crenças infantis que permaneceram arraigados em nosso jeito de ser.
De volta ao exemplo anterior, a pessoa que compreendeu o impacto dos pais em
sua própria história reconhece de onde vem seu comportamento autoritário ou submisso
e, a partir desta consciência, ganha um extraordinário poder para modificar o que percebe
que dificulta sua relação, inclusive para escolher que novo comportamento adotar, como,
em que momento... Lembrando que não existe uma receita pronta, é um caminho a
percorrer, vivenciar e descobrir.
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Em vez de se dedicar a atender aos anseios que criou quando ainda era criança,
ela tem a chance de decidir: esse é o caminho que quero seguir? Esse jeito me faz feliz?
Isso faz com que eu me sinta amado por mim? E pelos outros?
Escolhi o Autoconhecimento como primeira lição desse eBook por uma razão
amar aos próprios filhos precisam, antes, fazer tudo isso por si mesmos. E apenas quando
tiverem verdadeira consciência de quem são é que saberão olhar para os filhos com a
honestidade necessária.
Digo isso porque, com frequência, ouço reclamações como: “meu filho não
tem disciplina”; “meu filho não é comprometido”; “meu filho só me cobra presentes
e bens materiais”, entre tantas outras. E eu pergunto: com quem ele aprendeu esse
Assim como nós copiamos e repetimos o que nossos pais e cuidadores nos
ensinaram, nossos filhos fazem e farão o mesmo. Quero lembrar que rejeitar o que
fazem os pais – ou seja, adotar uma postura completamente inversa – é também uma
forma de copiá-los e repeti-los. Destaco aqui atenção para uma informação também
importante: rejeitar o que fazem os pais e adotar uma postura completamente inversa
é resultado também do que se aprende na infância. Se minha mãe (ou meu pai) foi
muito submissa, eu posso me rebelar e ter verdadeira repulsa em ser uma pessoa
tem como base o que o que vivemos de negativo ou doloroso (para nós) na infância.
Sendo assim, pergunto: seus filhos lhe veem estimulados? Com o quê? Quando
fala do seu trabalho, qual é a história que você conta para eles? Você é apaixonado pelo
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o que faz? Dedica-se muito ao trabalho para ter dinheiro? Qual seu propósito na vida?
Qual sua grande paixão? Você tem um hobby? Você se alimenta adequadamente, pratica
Percebe por que tudo isso é tão importante? Os exemplos, bons ou ruins, vêm
de casa, como dissemos no início. Então, tudo o que você mostra e pratica é o que eles
Se você trabalha por dinheiro, por exemplo, lembre-se que isso é seu valor,
por consequência, terá influência direta nos valores dos seus filhos. Então, se eles não
demonstram entusiasmo com a rotina de tarefas, se não cuidam de si mesmos, se não têm
disciplina, pode apostar: tudo isso vem da observação que fazem do seu comportamento
Portanto, se você quer o melhor para os seus filhos, comece, desde já, a fazer o
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Respire: tudo vai dar certo!
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A esses pais, costumo dizer: nada de culpa. Culpa e autocrítica excessivas não
vão ajudar. Apenas reflitam: o que pode ser feito efetivamente para melhorar essa relação
entre tempo e presença? Para que haja mais equilíbrio entre tudo o que vocês dedicam à
vida profissional e a familiar?
Pais que trabalham muito normalmente usam sempre as mesmas justificativas
para os filhos. Dizem: “faço isso por vocês; trabalho muito para ganhar mais e para que
tenham uma qualidade de vida melhor, uma educação melhor e, enfim, tudo o que
precisarem e quiserem”. Isso também é valor. Ou seja: essa é a verdade que eles, pais,
praticam, carregam e reproduzem; logo, será o valor aprendido por eles, os filhos.
Então, questiono: ao reforçar tanto esse valor, qual outro tem ficado de lado?
A ideia de que “trabalhar é importante para que se possa desfrutar de um bom futuro”
alcança os filhos e, claro, pode ser muito positiva. Mas deve vir desassociada de crenças
como “quem tem dinheiro, não tem tempo” ou “profissionais bem-sucedidos abrem mão
da família por um bem maior”, que podem ser muito prejudiciais ao desenvolvimento e
amadurecimento deles.
Por isso, é necessário que os pais doem um pouco de seu tempo sem perder de
vista uma ideia central: os filhos precisam de equilíbrio, não de 24 horas de atenção. A
mudança é prática: se você está disponível agora, por apenas cinco, dez ou trinta minutos,
aproveite esse tempinho para dar colo e afeto. Ouça-os com atenção. Mostre interesse na
vida escolar, na convivência com professores e colegas, na relação deles com os outros
membros da família.
Isso é fundamental, a qualidade do tempo com eles precisar ser deles (e não
do celular, da TV ou do computador). Faça bom uso desse tempo, ainda que seja curto, e
lembre-se: tudo o que eles precisam de você está no agora, não no depois, não no mais tarde.
É nossa responsabilidade, como pais, pensar no futuro deles. Em contrapartida,
como disse, nossos filhos estão focados no hoje, no aqui e no agora. E o Autoconhecimento
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vai lhe ajudar não a ignorar o futuro, mas a fincar os pés no presente no tempo em que ele
acontece para que possa entregar a seus filhos aquilo que eles tanto desejam agora: amor.
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Reconheça seus filhos
N a lição anterior, falei sobre a importância de fazer bom uso do tempo que você
tem e compartilha com seus filhos. Chamo isso de presença: tudo o que eles
querem é que você esteja realmente ali, focado, atento e disposto. Mais que isso, presença
é também reconhecer seus filhos como as pessoas que eles já são para que possa
personalidade. Umas são mais choronas, outras dorminhocas, outras ‘fazem manha’
para comer, entre tantas outras possíveis variações de comportamento. E, com o passar
do tempo, as características individuais se tornam cada vez mais fortes, mais claras.
Reconhecer seus filhos é, justamente, observá-los com atenção para identificar esses e
outros traços que lhes tornam seres únicos. Quais são seus atributos? E dificuldades? Evite
Mantenha o foco neles e seja curioso. O seu objetivo é descobrir apenas quem
e como eles são. Como mãe, quero relatar a minha própria vivência nesse sentido. Tenho
minha segunda filha, por exemplo, sempre foi uma ótima aluna.
Dedicada, tirava notas excelentes. Nascido dez anos depois, o meu terceiro filho
seguiu outro caminho. Sua primeira nota vermelha apareceu no boletim da segunda série
do Ensino Fundamental; a primeira de tantas outras. Compará-los, ainda que apenas com
base no desempenho escolar, nunca foi uma possibilidade. Afinal, além da diferença de
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Hoje, ambos chegaram à fase adulta e agora percebo claramente o quanto foi importante
dar espaço para que crescessem no seu próprio ritmo e caminho. Com seus atributos
felicidade e bem-estar.
Compartilho essa história apenas para reforçar minha proposta. É preciso olhar
talentos e dificuldades. Essas características, aliás, aparecem naturalmente, desde que nós,
pais, estejamos de olhos bem abertos. Basta uma simples brincadeira para que possamos
O que nossos filhos mais desejam é serem vistos, não moldados dentro de valores
que lhes ofereçamos a oportunidade e o direito de que sejam apenas quem e como são.
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Ofereça 50% de afeto
e 50% de limite
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Sempre que falo neste assunto, recorro à mesma metáfora: mimar em excesso
adolescência e fase adulta para que andem ou corram em direção aos seus objetivos.
logo, ficamos decepcionados quando não fazem o uso que gostaríamos de tudo que
lhes foi dado. Ignoramos, porém, o fato de que não os ensinamos a lidar com limites,
Por isso, se você quer que seus filhos tenham tudo, dê a eles afeto e também a
chance de que aprendam por conta própria. Ofereça a possibilidade de frustação – que,
muitas vezes, significa lhes dizer mesmo ‘não’. Assim, eles se tornarão mais capazes de
Esta palavra – ‘não’ – nem sempre é a que mais gosto de usar, porque para dizê-la
você tem que reforçar a ação proibitiva na fala, repetindo mais uma vez aquilo que deseja
irmão”, “não xingue o amigo da escola”... Enfim, junto com o ‘não’ você destaca o indesejado.
Nosso cérebro, de fato, está registrando uma vez mais ‘...brigue com seu irmão...’, ‘...xingue
É como pedir para você: “não pense num elefante cor de rosa”. Então, você
conseguiu não pensar? O cérebro passa pelo ‘não’ e, em seguida pela ‘ação indesejada’.
No entanto, reconheço que há situações em que esta palavra nos auxilia rapidamente,
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portanto, se você ficar na dúvida sobre como estabelecer limites e regras, aí vai outra dica:
sempre que disser um não para os seus filhos, apresentelhes imediatamente três sim’s.
Por exemplo: “na casa da vovó, você não pode fazer bagunça; mas você pode assistir à
televisão, brincar com seus brinquedos e tomar lanchinho”. Ou ainda: “você não pode ficar
com seus amigos na rua até tarde; mas você pode jogar videogame ou ficar conectado à
infância, será o de que estão sempre proibidos de tudo. E o proibido, muitas vezes, é
justamente a válvula de escape necessária para que chamem sua atenção. Sim, aí está
outro comportamento infantil muito comum: com frequência, crianças que fazem muita
birra ou são desobedientes descobriram, nessa forma de ser, a ferramenta mais eficaz para
conquistar a atenção dos pais. Ainda que seja uma atenção negativa, seguida de broncas
e castigos, é tudo de que eles precisam, lembra? Serem vistos para que se sintam amados.
pessoas ao seu redor você diria que são mimadas, porque querem que tudo seja apenas
do jeito delas e fazem o que for preciso para que isso aconteça?
A aceitação da atenção negativa como uma forma de amor tem início da infância
e frequentemente fica instalada na personalidade até a fase adulta. Essa também é uma
das razões pelas quais aconselho aos pais que evitem bater ou recriminar seus filhos com
xingamentos e ameaças. Afinal, quem obedece ‘na porrada’, aprende a ter medo, mas
não aprende a diferenciar o certo do errado. Assimila, para si, que aquele determinado
comportamento é ruim porque traz, como consequência, uma punição severa. Mas nem
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Recompense a você
e a seus filhos
O utro dia, uma amiga me contava que havia mudado seus hábitos para dedicar
mais atenção à filha pequena. Estava culpada porque passava muito tempo no
trabalho, enquanto a criança ficava com a avó. Conseguiu remanejar horários e, há alguns
meses, reservava duas noites da semana para ficar apenas com a filha. Estava muito feliz
com a mudança, mas continuava com o peso da autocobrança. Dizia: “Acho que ainda é
pouco; deveria fazer mais e melhor”.
Bem, como disse antes, a culpa é perigosa justamente por isso: se continuamos
a alimentá-la, corremos o risco de nos achar insuficientes e de voltar ao comportamento
anterior. Afinal, se nada do que fazemos é bom o bastante, então, por que fazê-lo? A
melhor forma de escapar desse círculo vicioso é reconhecer e recompensar a si mesmo
pelo o que já foi alcançado. Tal como disse à minha amiga: “Oras, você se propôs a uma
mudança e a cumpriu. Parabéns! Reconheça-se por esse esforço e por essa conquista!”.
Compartilho essa história porque quero reiterar uma informação já conhecida
pela ciência: o ser humano aprende pelo afeto, pelo elogio, pela recompensa. Presente
em nosso cérebro, o chamado sistema límbico é responsável por gerenciar cada uma das
nossas emoções e comportamentos sociais. Cada vez que esse sistema recebe informações
positivas sobre nós mesmos, naturalmente ele estimula nosso organismo como um todo,
como se nos parabenizasse pelo feito. Logo, passamos a desfrutar de sensações prazerosas
como plenitude, motivação, alegria e felicidade.
A inteligência humana vai além: ao mesmo tempo em que regula nossas
emoções, o sistema límbico assimila em quais condições recebeu informações positivas
a nosso respeito. Tudo o que ele quer é nos recompensar e, portanto, insistirá para
que continuemos a vivenciar aquelas mesmas situações que têm nos proporcionado
sensações positivas. Ou seja, quanto maior a recompensa, maior o estímulo; e quanto
maior o estímulo, maior será a recompensa.
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Retomando, o círculo vicioso da culpa e da autopunição só se encerra quando oferecemos,
a nós mesmos, o devido reconhecimento por aquilo que já fizemos de bom. Isso acontece
porque, quando nos recompensamos por nossas conquistas, o sistema límbico também
Sabendo disso, quero lhe propor a seguinte reflexão: como é que funciona o seu
familiar. Sempre que você se propuser a algum objetivo, por menor que seja, e conseguir
alcançá-lo, lembre-se de fazer algo por si que lhe traga satisfação e lhe sirva como um
um passeio ao parque. Serve qualquer coisa que lhe traga apenas prazer e bem-estar.
E, enquanto faz isso, elogie-se pelo o que conseguiu. Essa é a informação de que seu
sistema límbico necessita para alimentar seu organismo continuadamente com estímulo
e motivação.
Bem, talvez você esteja se perguntando como é que a sua autorrecompensa afeta
a relação com seus filhos, certo? Bem, para começar, ao verem como você se presenteia
recompensar adequadamente aos filhos pelos méritos por eles alcançados. Sim, lembra
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do que eu disse? É nosso papel, como pais, oferecer 50% de afeto e 50% de limite. E afeto
também significa criar formas de demonstrar e parabenizar nossas crianças por tudo
Seus filhos tiraram notas altas? Tiveram um bom comportamento na casa dos
regras que você estipulou numa determinada situação? Recompenseos. Mostre a eles que
você está orgulhoso. Diga: “Parabéns! Você conseguiu! Que ótimo! Deu certo!”.
Presenteie-os pelo sucesso, mas lembre-se que bens materiais nem sempre dão
No início deste eBook, propus a você que resgatasse sua história para saber
como chegou até aqui. Gostaria que retomasse essa reflexão agora e tentasse se lembrar:
o que é que seus pais ou cuidadores diziam sobre você para você? E para os outros?
Quais características lhe foram atribuídas? Diziam que era uma criança calma? Agitada?
Esforçada? Preguiçosa? Malcriada? Obediente? Quais desses “rótulos” continuam a lhe
acompanhar desde então?
Quero chamar a sua atenção para o fato de que todos nós somos feitos de relatos.
O que nossos pais disseram a nosso respeito é, muitas vezes, aquilo que aceitamos como
verdade ainda hoje. Somente quando conquistamos consciência sobre nós mesmos é que
conseguimos definir se somos, de fato, aquilo que nos disseram – e se estamos felizes
sendo dessa forma.
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Digo isso porque, se fizer um trabalho sério a seu respeito, é possível que descubra que
algumas histórias que você mesmo conta a seu respeito são falsas. Você ouviu, assimilou
e acreditou nelas porque lhe contaram como se fosse verdade, porém nunca parou para
questioná-las. Portanto, se isso aconteceu com você, o mesmo poderá acontecer com seus
filhos em relação às histórias e relatos a respeito deles que, hoje, quem conta é você.
É por isso que elogiá-los será sempre de fundamental importância. Esses relatos
positivos possibilitarão a eles que construam uma autoimagem muito mais próxima da
realidade e de quem realmente são. Para isso, vale lembrar, mimos e mentiras devem ser
Você gostou do que eles fizeram? Diga que gostou. Aliás, conte aos outros
que gostou. Eles ouvirão e sentirão imensa alegria em terem suas competências bem
reconhecidas por você e pelos outros. E, então, passarão a contar, para si mesmos, uma
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Instrumentalize-os
para a vida
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Isso é, aplicar alguma medida que signifique: “o seu comportamento
foiinadequado e, sempre que você reproduzir uma atitude como essa, terá de arcar com
tais consequências”. Como disse antes, bater, xingar ou agredir são formas ineficazes de
punição, afinal, ensinam nossos filhos a obedecerem por medo e não por distinção entre
o certo e o errado.
Digamos, por exemplo, que seu filho sujou o carpete, mesmo depois de ter sido advertido
a não comer sobre ele. Você pode sentar-se à frente dele e dizer: “não gostei do que você
fez. Como resolvemos isso agora? O que faremos para consertar? Você não acha que me
deve desculpas?”.
Deixe que ele pense sobre o que aconteceu até que entenda que é responsável
por ajudar a manter o carpete limpo. Mais que isso, permita também que ele próprio
proponha uma solução para a situação. Lembre-se: o mais importante, aqui, é que ele
Por isso, de nada vai adiantar você repetir insistentemente, por exemplo, que ele
não é capaz de comer sem se sujar. Aliás, mesmo na hora da bronca ou da raiva, evite os
adjetivos negativos. Em vez de “você é feio” ou “você é ruim”, diga “o que você fez foi feio;
o que você fez foi ruim”. Tudo isso é relato e você não quer que ele acredite nessa história,
certo? Ao contrário, o que realmente quer é que ele tenha autonomia para que consiga
a ser realizada; depois, cobramos sua realização. Caso a criança tenha sido bem-sucedida,
cabe a nós a elogiarmos e a parabenizarmos por isso. Caso tenha falhado, é nosso papel,
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então, ensiná-la novamente até que seja capaz de cumpri-la. Como dizia um grande amigo
Por isso, ensine, cobre, ensine, cobre, quantas vezes forem necessárias até que
eles sejam capazes de realizar aquela tarefa por conta própria. Aprenderam? Parabenize,
Ser pai/mãe
é uma função
dessa postura. Frequentemente, esses mesmos pais são os que afirmam: “Faço tudo pela
felicidade do meu filho”. Digo a eles: “Vocês não têm a obrigação de fazê-los felizes; sua
obrigação é instrumentalizá-los para que possam encontrar a própria felicidade, para que
Outra frase muito comum: “Meu filho é minha vida”. Que pena! Seu filho, com
certeza, é uma pessoa maravilhosa, incrível e sensacional que merece ter a própria vida,
não a sua. Diante desse e de outros relatos, recomendo sempre aos pais que se separem
de seus filhos. Que os libertem da ideia de que são responsáveis por outra vida e por outra
felicidade que não as deles mesmos. Afinal, se ele é sua vida, isso significa que a vida dele
é sua. E esse valor ou crença, pode apostar, acabará representando um preço muito alto a
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Pais superprotetores merecem, enfim, mudar o discurso e rever a história que
contam para si. Isso significa compreender: “meu filho é meu filho; e eu sou a mãe (ou o
pai) dele. Essa é minha função e não a minha vida como um todo”.
Seja ou não superprotetor, quero que você se lembre apenas que seus filhos
darão certo. Todos os instrumentos que deu e dá a eles são legítimos e, portanto, serão
poderão transgredir seus princípios, desobedecer suas regras ou se rebelar. Mas, se você
der recursos, será apenas uma questão de tempo para que tudo fique bem.
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Tempo e paciência são
fundamentais às transformações
que você deseja
A té aqui, propus a você uma série de reflexões e dicas que podem lhe ajudar a
melhorar a relação com seus filhos (ou mesmo com seus pais). Para finalizar,
nesta última lição, quero reforçar que é preciso paciência, persistência e prática para que
Sempre falo sobre esses 3 P’s porque tenho observado que muitas pessoas
cultivam o imediatismo em suas vidas e acabam frustradas diante dos desejos não
comportamentos devem ser modificados até que se esteja, de fato, pronto a alcançar tal
realização.
e, diante deles, cabe a cada um de nós avaliar o que deu certo e o que deu errado. Essa
trajetória, por vezes, nos proporciona aprendizados únicos, ainda que não nos leve
aprendeu com isso? Se esse caminho não deu certo, qual outro pode percorrer em direção
com que repita as mesmas ações incessantemente em busca do seu objetivo; a segunda o
trajetória. O que você vive hoje é fruto das decisões que tomou no passado. Da mesma
forma, as escolhas que fizer no momento presente determinarão como será seu futuro.
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Ao dizer tudo isso, só quero que compreenda que você certamente precisará insistir nas
mudanças a que se propuser. No início deste eBook, falei que nós, assim como nossos
filhos, aprendemos com nossos pais por cópia e repetição. Portanto, a repetição dos novos
hábitos que você deseja instalar será imprescindível para que, de fato, eles se instalem.
A pergunta a ser feita, então, é: quais são as mudanças que você deseja? E como
você pode dar início a elas a partir de você mesmo? Lembra? Se você quer filhos saudáveis,
seja saudável. Se você quer que sejam amorosos, trabalhadores, entusiasmados, dê o bom
exemplo. Eles vão aprender com você, por cópia e por repetição, graças à sua presença.
Sim, naquela meia horinha por dia, naquele momento que separou para ficar com eles, só
com eles.
E, repito, dê tempo para que as mudanças alcancem e se instalem neles. Ainda
que, em algum momento, o comportamento que tiverem pareça distantes daquilo que
você ensinou, espere. Todos nós, na vida, temos tempo suficiente para que possamos
nos perder e nos achar. Com eles, não será diferente, principalmente se tiverem um lar
carinhoso e afetuoso como referência.
Por fim, gostaria de encerrar com uma última dica. Sempre que possível, tsempre
que tiver oportunidade mesmo, diga aos seus filhos que há uma luz no coração deles. E
que essa luz nunca se apaga. Essencialmente quando fizerem algo que considera negativo.
Repita essa frase por toda a vida até que eles próprios reconheçam e acreditem nessa luz.
Assim como eu, tenho certeza de que tudo o que você mais quer para os seus
filhos é que sejam apenas e simplesmente felizes. E o melhor que pode fazer nesse sentido,
acredite em mim, é ser feliz. Assim, seus filhos não encontrarão outra alternativa que não
repetir o seu caminho. Espero ter lhe ajudado e torço para que alcance todos os objetivos
e metas a que se propuser!
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Sobre a Autora
Heloísa Capelas é considerada uma das maiores
especialistas do país em Autoconhecimento e
Inteligência Comportamental. Há cerca de 30 anos atua
com desenvolvimento humano e aplica cursos com a
metodologia Hoffman, considerada por Harvard um dos
trabalhos mais eficazes de mudança de paradigmas.
Conferencista nacional e internacional, é autora do livro
O Mapa da Felicidade e co-autora de mais cinco livros
sobre Gestão de Pessoas, Coaching e Inteligência
feminina. Diretora do Centro Hoffman,
é Coach, Master Practitioner em PNL,
Pós-Graduada em RH e Graduada em
Assistência Social.