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PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

MESTRADO PROFISSIONAL EM SAÚDE MATERNO INFANTIL

IMPLEMENTAÇÃO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM EM UMA REGIÃO


INTERIORANA DO RIO GRANDE DO SUL, COM VISTAS À SISTEMATIZAÇÃO
DO CUIDADO NO PERÍODO PUERPERAL

LUCIANO SAMANIEGO ARRUSSUL

Santa Maria, RS
Junho, 2022
LUCIANO SAMANIEGO ARRUSSUL

IMPLEMENTAÇÃO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM EM UMA REGIÃO


INTERIORANA DO RIO GRANDE DO SUL, COM VISTAS À SISTEMATIZAÇÃO
DO CUIDADO NO PERÍODO PUERPERAL

Dissertação apresentada ao Mestrado


Profissional em Saúde Materno Infantil, da
Universidade Franciscana, como requisito
parcial para obtenção do título de Mestre em
Saúde Materno Infantil.

Linha de Pesquisa: Organização e gestão da


rede de atenção à Saúde Materno Infantil.
Orientadora: Profª. Drª. Carla Lizandra de Lima
Ferreira

Santa Maria, RS
2022
A779i Arrussul, Luciano Samaniego
Implementação do processo de enfermagem em uma região
interiorana do Rio Grande do Sul, com vistas à sistematização
do cuidado no período puerperal / Luciano Samaniego
Arrussul ; orientação Carla Lizandra de Lima Ferreira – Santa
Maria : Universidade Franciscana – UFN, 2022.
119 p. : il.

Dissertação (Mestre em Saúde Materno Infantil) –


Mestrado Profissional em Saúde Materno Infantil –
Universidade Franciscana – UFN

1. Atenção Primária à Saúde 2. Processo de Enfermagem


3. Puerpério 4. Saúde da Mulher 5. Sistematização da
Assistência da Enfermagem I. Ferreira, Carla Lizandra de
Lima II. Título
CDU 618.1/.5

Elaborada pela Bibliotecária Eunice de Olivera CRB/10 – 1491


UNIVERSIDADE FRANCISCANA
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
MESTRADO PROFISSIONAL EM SAÚDE MATERNO INFANTIL

A COMISSÃO EXAMINADORA, ABAIXO-ASSINADA, APROVA A DISSERTAÇÃO:

IMPLEMENTAÇÃO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM EM UMA REGIÃO


INTERIORANA DO RIO GRANDE DO SUL, COM VISTAS À SISTEMATIZAÇÃO DO
CUIDADO NO PERÍODO PUERPERAL

Elaborada por

LUCIANO SAMANIEGO ARRUSSUL

BANCA EXAMINADORA

Profa. Dra. Carla Lizandra de Lima Ferreira


Presidente da Banca

Profa. Dra. Maria Margarida da Silva Reis dos Santos Ferreira


Escola Superior de Enfermagem do Porto / Portugal – ESEP

Profa. Dra. Dirce Stein Backes


Universidade Franciscana – UFN

Profa. Dra. Keity Lais Siepmann Soccol


Universidade Franciscana - UFN
A Deus,
meu guia de vida.

Aos meus pais, Vilmar e Laci,


por estarem ao meu lado em todo o caminho.

Ao meu companheiro, Eduardo,


por estar presente em todos os momentos.

Aos meus irmãos, sobrinhos,


por toda a torcida.

À equipe de enfermagem do município de São Gabriel.

Aos meus mestres do Curso de Mestrado em Saúde Materno Infantil da


Universidade Franciscana (UFN).

Sem vocês a realização desse sonho não teria sido possível.


AGRADECIMENTO ESPECIAL

Reconhecimento e agradecimento especial ao Conselho Federal de


Enfermagem (COFEN), que em por intermédio da Coordenação de Aperfeiçoamento
de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Acordo Capes/Cofen, Edital 28/2019,
possibilitou à realização do Mestrado Profissional em Saúde Materno Infantil, na
Universidade Franciscana (UFN).
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus,


por toda a saúde e proteção,
em um período que o mundo passava por uma pandemia.

Aos meus pais,


que nunca deixaram faltar amor na minha vida.
Por todas as lições de caridade, dedicação e companheirismo.
Sou grato e privilegiado por ter pais tão especiais.

Ao meu companheiro, Eduardo,


que esteve presente em todas as fases do mestrado,
sempre como apoio, obrigado pela amizade e compreensão.

Aos meus irmãos, sobrinhos e amigos,


pelo incentivo e torcida pelas minhas conquistas.

À Profª. Drª. Martha Souza,


que acreditou no meu projeto, no meu potencial
e abriu as portas no mundo do saber.

À Profª. Drª. Dirce Stein Backes,


que, com suas palavras de apoio consegue sempre enxergar o potencial do
aluno e incentivar e potencializar as qualidades de cada aluno.

À Profª. Drª. Carla Lizandra de Lima Ferreira,


que gentilmente, me conduziu no processo da escrita da minha dissertação.

Ao corpo docente do curso de Mestrado Profissional em Saúde Materno


Infantil da UFN,
pelo conhecimento compartilhado.

À equipe de enfermagem, à equipe da Secretaria da Saúde do município de


São Gabriel.

Enfim, agradeço a todas as pessoas que, de alguma forma,


fizeram parte desta etapa decisiva da minha vida.
ARRUSSUL, Luciano Samaniego. Implementação do Processo de Enfermagem
em uma região interiorana do Rio Grande do Sul, com vistas à sistematização
do cuidado no período puerperal. 2022. Orientadora: Drª. Carla Lizandra de Lima
Ferreira. Dissertação (Mestrado Profissional em Saúde Materno Infantil). Programa de
Pós-Graduação em Saúde Materno Infantil, Universidade Franciscana, Santa Maria,
RS, 2022.
Linha de Pesquisa: Organização e gestão da rede de atenção à Saúde Materno
Infantil.

RESUMO
Introdução: A Sistematização da Assistência de Enfermagem favorece a organização
e a otimização do processo de trabalho e de cuidado de enfermagem, além de
assegurar à qualidade e a cientificidade, por meio de referenciais teórico-
metodológicos específicos da enfermagem. Desse modo, a Sistematização da
Assistência de Enfermagem se configura como metodologia que mobiliza a
operacionalização do Processo de Enfermagem. Objetivos: Geral: Implementar o
Processo de Enfermagem em uma região interiorana do Rio Grande do Sul, com vistas
à sistematização do cuidado de enfermagem no período puerperal. Específicos:
Identificar potencialidades e fragilidades dos Enfermeiros de equipes de Estratégia da
Saúde da Família, na concepção e operacionalização da Sistematização da
Assistência de Enfermagem no período puerperal; e Criar um manual instrucional
orientador do cuidado de enfermagem às mulheres no período puerperal.
Metodologia: Trata-se de uma pesquisa-ação desenvolvida entre agosto/2021 e
março/2022, de forma construtiva e com a participação dos profissionais Enfermeiros
de Estratégias de Saúde da Família de ummunicípio interiorano do Rio Grande do Sul.
A partir de um estudo investigativo prévio com 17 Enfermeiros das referidas
estratégias, procedeu-se com encontros de sensibilização com a equipe de
profissionais sobre a relevância do Processo de Enfermagem no período puerperal e,
por fim, com a construção do manual informativo, com vistas à sistematização e
qualificação do cuidado de enfermagem no período puerperal. Intentou-se em todo o
percurso de pesquisa-ação, tanto investigar e delinear estratégias de intervenção
quanto tanto desenvolver novos e mais avançados saberes teórico-práticos.
Resultados: Do processo investigativo resultaram duas categorias temáticas, quais
sejam: Sistematização da Assistência de Enfermagem - Do conhecimento superficial
ao desejo de qualificar o processo de enfermagem; e Dosaber ao querer desenvolver
o processo de enfermagem na prática. Essas categorias temáticas, previamente
analisadas e discutidas, foram fundamentais para o delineamento dos encontros de
sensibilização, bem como para a posterior construçãodo manual informativo norteador
da sistematização do cuidado no período puerperal. Evidenciou-se, em todo o percurso
de pesquisa-ação, que o processo de enfermagem é percebido como importante,
porém à sua aplicação efetiva na prática assistencial, ainda, é uma fragilidade a ser
superada. Considerações finais: As potencialidades identificadas estão relacionadas
à satisfação, autonomia, organização e agilidade do processo de trabalho,
reconhecimento profissional, melhoria da qualidade do cuidado, além de
reconhecimento de que este processo favorece a organização dos registros de
enfermagem e assegura uma linguagem científica única entre os profissionais de
enfermagem. As fragilidades estão associadas à falta de recursos humanos, à falta
dentre outros apontamentos. Produto e sua aplicabilidade prática: Construção de
um manual informativo que favorece e induz o pensamento crítico-reflexivo sobre o
ser e fazer da enfermagem, além de qualificar a comunicação entre os integrantes da
equipe e destes com os demais profissionais da saúde. O produto apresenta
aplicabilidade e replicabilidade devido estar relacionado à qualificação de recursos
humanos para o Sistema Único de Saúde, principalmente, no que se refere à
qualificação da atenção ao puerpério, bem como, à disponibilização de tecnologias
para processos e percursos da atuação na atenção ao puerpério, no contexto da
Atenção à Saúde Materno Infantil com abrangência nacional e loco-regional. O manual
tem impacto a curto prazo uma vez que partiu da demanda da gestão do município
bem como excelente aceitação pela equipe de enfermagem.

Palavras-chave: Atenção Primária à Saúde; Processo de Enfermagem; Puerpério;.


Saúde da Mulher; Sistematização da Assistência da Enfermagem.
ARRUSSUL, Luciano Samaniego. Implementation of the Nursing Process in a
countryside region of Rio Grande do Sul, in order to systematically organize the
care during the puerperal period. 2022. Advisor: Dr. Carla Lizandra de Lima
Ferreira.Dissertation (Professional Master's in Maternal-Child Health) Graduate
Program in Maternal-Child Health, Universidade Franciscana, Santa Maria, RS, 2022.
Research line: Organization and management of the maternal and child health care
network.

ABSTRACT
Introduction: The Systematization of Nursing Care favors the organization andoptimization of
the work process and nursing care, in addition to ensuring quality and scientificity, through
specific theoretical-methodological references in nursing. Thus, the Systematization of Nursing
Care is configured as a methodology that mobilizes theoperationalization of the Nursing Process.
Objectives. General: Implement the Nursing Process in an interior region of Rio Grande
do Sul, with a view to systematizing nursing care in the puerperal period. Specific: Identify
strengths and weaknesses of Nurses in Family Health Strategy teams, in the design and
operation of the Systematization of Nursing Care in the puerperal period; and Create an
instructional manual to guide nursing care for women in the puerperal period.
Methodology: This is an action-research developed between August/2021 and March/2022, in
a constructive way and with theparticipation of Nurses from the Family Health Strategies from a
countryside city in thestate of Rio Grande do Sul, in Brazil. Our study was mainly anchored by a
previous study conducted with 17 nurses from centers of the Family Strategy teams. Awareness
meetings were held with the team of professionals on the relevance of the Nursing Process in
the puerperal period and, finally, for the creation of the informative manual, in order to
systematically qualify nursing care during the puerperal period. Throughoutthe entire course of
action research, the aim was to investigate and outline interventionstrategies as well as to develop
new and more advanced theoretical-practical knowledge. Results: Two thematic categories
resulted from the investigative process, namely: Systematization of Nursing Care - From
superficial knowledge to the desire toqualify the nursing process; and From knowledge to a desire
for the implementation ofthe nursing process. These thematic categories, previously analyzed
and discussed, were fundamental for the design of the sensitization meetings, as well as for the
subsequent construction of the informative manual to guide the systematization of careduring the
puerperal period. Throughout the investigation, it was evident that the nursing process is
perceived as important, but its effective application in care practice is still a weakness to be
overcome. Final considerations: The identified potentialities are related to satisfaction,
autonomy, organization and agility of the work process, professional recognition, improvement of
the quality of care, in addition to the recognition that this process favors the organization of
nursing records and ensures aunique scientific language among professionals of nursing. The
weaknesses are associated with the lack of human resources, the lack of time and habit, the
accumulation of functions, the little knowledge about the subject, among other notes. Product
and its practical applicability: Construction of an informative manual that favors and
induces critical-reflexive thinking about the being and doing of nursing, in addition to
qualifying communication between team members and between them and other health
professionals. The product has applicability and replicability because it is related to the
qualification of human resources for the Unified Health System, mainly with regard to the
qualification of care for the puerperium, as well as the availability of technologies for
processes and pathways of action in care for the child. puerperium, in the context of
Maternal and Child Health Care with national and loco-regional coverage. The manual
has a short-term impact since it started from the demand of the municipality's
management as well as excellent acceptance by the nursing team.
communication among team members and between them and other health
professionals.

Descriptors: Primary Health Care; Nursing Process; Puerperium; Women's


Health;.Systematization of Nursing Care.
LISTA DE FIGURAS

Corpo do texto

Figura 1 – Fases da pesquisa-ação que nortearam o presente trabalho.................. 29

Manuscrito 2

Figura 1 – Percurso metodológico de construção do manual instrucional ................ 53


Figura 2 – Manual norteador do cuidado de enfermagem no período puerperal ...... 59
LISTA DE QUADROS

Corpo do texto

Quadro 1 – Plano de ação para desenvolvimento das atividades coerentes as fases


da pesquisa-ação ................................................................................. 31
Quadro 2 – Título e objetivo do manuscrito .............................................................. 37
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior


CEP Conselho de Ética e Pesquisa
COFEN Conselho Federal de Enfermagem
COREN Conselho Regional de Enfermagem
ESF Estratégia da Saúde da Família
HE Histórico de Enfermagem
NBH Necessidades Humanas Básicas
PE Processo de Enfermagem
PNAISM Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher
PAISM Programa de Atenção Integral a Saúde da Mulher
PNH Política Nacional de Humanização
REBEn Revista Brasileira de Enfermagem
SAE Sistematização da Assistência de Enfermagem
SUS Sistema Único de Saúde
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UFN Universidade Franciscana
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 16
1.1 JUSTIFICATIVA ......................................................................................... 18
1.1.1 Justificativa da pesquisa científica...................................................... 18
1.1.2 Justificativa do produto tecnológico ................................................... 20
2 OBJETIVOS .................................................................................................. 22
2.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................... 22
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................... 22
3 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................ 23
3.1. PERÍODO PUERPERAL ........................................................................... 23
3.1.2 Sistematização da assistência de enfermagem .................................. 24
3.1.3 Teoria das necessidades humanas básicas – Wanda Horta ............. 25
4 METODOLOGIA ........................................................................................... 27
4.1 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA ........................................... 27
4.1.1 Caracterização do estudo ..................................................................... 27
4.1.2 Caracterização do munícipio e local de desenvolvimento da
pesquisa ................................................................................................. 27
4.1.3 População e caracterização da amostra.............................................. 28
4.1.4 Critérios de inclusão e exclusão .......................................................... 29
4.1.5 Procedimento de coleta de dados e análise dos dados..................... 29
4.1.6 Critérios éticos em pesquisa ................................................................ 34
4.2 METODOLOGIA PARA DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO TÉCNICO 35
4.2.1 Natureza do produto técnico ................................................................ 35
4.2.2 Público-alvo do produto ....................................................................... 36
4.2.3 Procedimentos para o desenvolvimento do produto ......................... 36
4.2.4 Partes envolvidas .................................................................................. 36
5. RESULTADOS............................................................................................. 37
5.1 MANUSCRITO 1: SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE
ENFERMAGEM: POTENCIALIDADES E FRAGILIDADES ....................... 38
5.2 MANUSCRITO 2: PERCURSO METODOLÓGICO DE CONSTRUÇÃO DO
MANUAL INSTRUCIONAL ORIENTADOR DO CUIDADO DE
ENFERMAGEM A MULHERES NO PERÍODO PUERPERAL................. 52
6 PRODUTO TÉCNICO/TECNOLÓGICO .........................................................62
6.1 MANUAL PRÁTICO PARA ASSISTÊNCIA ÀS MULHERES NO PUERÉRIO
................................................................................................................. 62
6.1.1 Tipo e subtipologia de produto técnico/tecnológico ..........................62
6.1.2 Objetivo do produto técnico/tecnológico.............................................62
6.1.3 Descrição do produto técnico/tecnológico ..........................................62
6.1.4 Apresentação do produto técnico/tecnológico ...................................63
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................................102
REFERÊNCIAS...............................................................................................103
APÊNDICES ...................................................................................................108
Apêndice A – Declaração de anuência institucional ..................................108
Apêndice B – Questionário para pesquisa .................................................109
Apêndice C – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ....................110
Apêndice D – Termo de Confidencialidade .................................................112
Apêndice E – Declaração da psicóloga .......................................................113
Apêndice F – Parecer consubstanciado do CEP ........................................114
15

1 INTRODUÇÃO

A Sistematização da Assistência em Enfermagem (SAE), de acordo com a


resolução do COFEN – 358/2009 deve ser implementada em todo o ambiente em que
ocorre o cuidado profissional de enfermagem, seja público ou privado. A SAE foi
regulamentada pela Resolução do Conselho Federal de Enfermagem, sob o número
272/2002 (COFEN 2002) e revogada pelo mesmo órgão, sob o número 358 em 2009
(COFEN, 2009).
A SAE organiza o cuidado de enfermagem, a partir do Processo de
Enfermagem (PE). Esse processo é um instrumento metodológico que orienta o
cuidado de enfermagem e documenta a prática profissional. Para seu
desenvolvimento tem como base cinco etapas: Coleta de dados, Diagnóstico de
Enfermagem, Planejamento de Enfermagem, Implementação e Avaliação de
Enfermagem (COFEN, 2009).
A SAE com o propósito de motivar o pensamento clínico, crítico e reflexivo, ela
organiza o processo de trabalho quanto ao método, pessoal e instrumentos, tornando
possível a operacionalização do Processo de Enfermagem. Trata-se de uma
metodologia de planejamento, organização e execução de ações sistematizadas, que
são realizadas pelas equipes de saúde durante o período em que o cliente se encontra
sob a assistência de enfermagem. O enfermeiro, nesse processo utiliza
conhecimentos técnicos e científicos para realização do PE qualificando o cuidado
(GARCIA; NÓBREGA, 2009); (NEVES; 2010)

A Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE),


considerada como um instrumento de informação, tem uma linguagem padronizada
ampla e complexa que proporciona a coleta, o armazenamento e a análise de dados
de enfermagem em uma variedade de cenários tornando-se apoio ao processo de
tomada de decisão do enfermeiro. A CIPE foi criada em 1989, pelo Conselho
Internacional de Enfermeiros (CIE) com objetivo contribuir para a prática dos
profissionais de enfermagem por meio de uma linguagem científica e
unificada(GARCIA; NÓBREGA, 2009).

O programa CIPE® e os seus componentes de sustentação, orientam as


terminologias, e a construção de diagnósticos, resultados e intervenções de
enfermagem. Assim a CIPE® tem demonstrado ser uma tecnologia de informação que
durante a execução do Processo de Enfermagem, facilita o raciocínio clínico e a
16

documentação padronizada do cuidado prestado ao paciente, seja em prontuários


eletrônicos ou em sistemas manuais de registros (GARCIA; BARTZ; COENEM, 2017).
Nessa perspectiva, a CIPE pode ser utilizada para o planejamento e gestão dos
cuidados de Enfermagem na assistência à saúde da mulher. No contexto da saúde da
mulher no Brasil ocorreram muitos avanços desde a implantação do SUS. A criação
da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM) em 2004, com
o objetivo de promover a melhoria das condições de vida e saúde das mulheres
relativas à gravidez a ao parto, amplia, qualifica e humaniza o atendimento. A mulher
passou a ter direito ao planejamento familiar, tendo acesso a informações sobre
métodos e técnicas para prevenção da gravidez. As gestantes têm direito a realizaR
pré-natal, incluindo acompanhamento durante toda a gravidez e puerpério.
Pode-se citar, também, como avanço os programas de saúde reprodutiva,
Atenção Materno-Infantil, Programa de Proteção à Gestante, Política de Atenção ao
Colo de Útero e Mama (BRASIL, 2011a). A partir desses programas, o Ministério com
intuito de qualificar a assistênceia a gestante e o bebê em 2011, pela portaria nº 1.459
de 24 de junho de 2022, que instituiu, no âmbito do SUS, a Rede Cegonha que visou
assegurar à mulher o direito ao planejamento reprodutivo e à atenção humanizada à
gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como assistência à criança em seu
desenvolvimento saudável (BRASIL, 2011b).
Para concretização dos programas e tornar as ações mais efetivas é primordial
mudanças na Atenção Primária em Saúde (APS) e essas são potencializadas pela
implantação da Estratégia Saúde da Família (ESF). A atuação da ESF é considerada
um dos pilares que visa a reorganização da atenção básica no país. Nesse contexto,
destaca-se a importância da atuação da ESF nas ações da saúde da mulher no
período puerperal.
O puerpério, conhecido como período pós-parto, é um período
cronologicamente variável no qual se desenvolve modificações na mulher, segundo
manual do Minstério da Saúde denomina-se imediato até o 10º dia, tardio do 11º ao
45º dia e remoto a aprtir do 45º dia, podendo variar entre as mulheres (BRASIL 2012).
Essas modificações ocorrem em todo o corpo, portanto um período de vulnerabilidade
feminina. Nesse período é importante a realização da consulta de revisão pós-parto
na APS e a atuação da ESF nesse período é fundamental para minimizar essa
vulnerabilidade.
O puerpério é um fenômeno familiar e social que traz junto a família uma série
de significados, é um período cercado de crenças, tabus repassados de geração a
geração. O profissional enfermeiro deve ter sensibilidade e compreender o que se
17

passa com a mulher nesse período para poder trabalhar com as puérperas e seus
familiares (MONTENEGRO; REZENDE 2008). Nesse período, no cuidado à puérpera
é possível diagnosticar de maneira precoce doenças, prevenir infecções, e evitar
problemas futuros. As ações do enfermeiro na atenção primária devem ser voltadas
ao exame físico, aspectos psicológicos, sociais, culturais e as crenças religiosas.
Dessa forma, considera-se, corroborando com Parada (2008), que o
atendimento à puérpera é essencial para a superação de dificuldades advindas desse
período. Para tanto, a atuação do Enfermeiro no período do puerpério na ESF é de
suma importância para a implantação de ações preventivas e interventivas. Nessa
atuação é necessário a sistematização da assistência de enfermagem que atenda
essa demanda. Implementar a CIPE vem qualificar a assistência no puerpério.
Com base no exposto, foram elaboradas as seguintes questões de pesquisa:
Qual a concepção da equipe de enfermeiros da Estratégia da Saúde da Família em
relação a Sistematização da Assistência de Enfermagem no período puerperal? Quais
as potencialidades e fragilidades encontradas no processo de operacionalização da
SAE? Como elaborar um manula orientador para os enfermeiros para utilização da
SAE no município?

1.1 JUSTIFICATIVA

1.1.1 Justificativa da Pesquisa Científica

A cidade de São Gabriel está localizada na região da Campanha do Rio Grande


do Sul, a 328,8 km da capital gaúcha, Porto Alegre. Conhecida como a Terra dos
Marechais, pois é berço de nomes ilustres como João Propício Menna Barreto, Fábio
Patrício de Azambuja, o presidente Hermes Rodrigues da Fonseca e João
Mascarenhas de Moraes, o comandante da Força Expedicionária Brasileira na
Segunda Guerra Mundial, durantes as batalhas na Itália. É chamada de ‘último reduto
dos carreteiros’, o mais antigo meio de locomoção inventado pelo homem. A região
apresenta paisagens típicas da fronteira gaúcha, onde o uso da pecuária se mescla
com a orizicultura (plantio de arroz), campos situados em coxilhas de baixa
declividade com várzeas atrativas naturais. Conforme o último censo do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano de 2010, a cidade possuía uma
18

população de 62.187 habitantes, área territorial de 5.053,460 km² e densidade


demográfica de 12,03 hab/km² (IBGE, 2010).
A ideia da implementação da SAE, utilizando o sistema de Classificação CIPE
no puerpério surgiu em decorrência das demandas do município, na área da materno
infantil. Os cuidados oferecidos à puérpera devem ter como finalidade analisar a
situação da mulher e seu filho, recém-nascido, orientar em relação ao planejamento
familiar, a importância do aleitamento materno e identificar intercorrências ou risco
para a saúde da mulher e do recém-nascido, avaliando as condições pré-gravídicas
da puérpera e a interação mãe e filho (BRASIL, 2006).
As taxas de mortalidade durante a gravidez e o parto permanecemelevadas nos
países em desenvolvimento. A atenção Básica (APS), necessita melhorar a
qualidade, para reduzir as taxas de mortalidade materna e a saúde materna. Óbitos e
mortalidades que ocorrem durante a gravidez e o puerpério são passíveis de serem
evitados se o serviço de saúde tiver implementado ações integradas, por meios de
tecnologias leves e cuidados primários. (OLIVEIRA et al. 2013).
Nesse sentido, reconhecendo que o período do puerpério é uma das áreas
básicas da atuação do enfermeiro da Estratégia da Saúde da Família–ESF. (CORRÊA
et al., 2017) ações efetivas devem ser realizadas. O município do presente estudo
possui 17 equipes da ESF, o que representa uma totalidade de 95 % da área coberta
pelas equipes da Estratégia da Saúde da Família (ESF), que realizam o pré-natal e
todo o acompanhamento do puerpério. Todas as equipes realizam o pré-natal e
acompanham o puerpério. O cuidado é realizado de forma humanizada, pelo
enfermeiro e os demais membros da equipe multidisciplinar, porém não é realizada a
SAE no acompanhamento das puérperas. Essa dinâmica de trabalho pode fragmentar
o cuidado trazendo riscos à saúde das mulheres e ao bebê.
Nessa direção e corroborando com os dados do Ministério da Saúde considera-
se que a SAE é fundamental para o trabalho do enfermeiro, para atender essas
demandas. A CIPE permite a avaliação qualificada da usuária, sua evolução no
puerpério e caso ocorram complicações, essas poderão ser identificadas pelo
Enfermeiro que dará conduta e encaminhamentos necessários de maneira segura e
organizada (BRASIL, 2009)
A implementação da SAE com planejamento do PE fundamentado pela CIPE
trará bons resultados para a equipe de enfermagem e para o
19

cuidado à mulher e o seu filho no período do puerpério, pois essa é organizadorado


cuidado. A sistematização por meio da CIPE proporciona ao Enfermeiro a estruturapara
o raciocínio clínico e a tomada de decisão durante a assistência de enfermagem,
tornando-a científica e não intuitiva. Vale ressaltar que o tema desta pesquisa está
inserido na Agenda de Prioridades de Pesquisa do Ministério da Saúde: Eixo 4 -
Desenvolvimento de Tecnologias e Inovação em Saúde e Eixo 14 - Saúde Materno
Infantil (Portaria Nº 399, de 22 de fevereiro de 2006).

1.1.2 Justificativa do Produto Tecnológico

Os dados da pesquisa apontaram para necessidade de implementar um


cuidado sistematizado as mulheres no período do puerpério no município. Ao mesmo
tempo percebe-se as fragilidades que o enfermeiro da ESF tem na sua prática
profissional, devido a demanda e o tempo necessário para o cuidado. Frente as
fragilidades apontadas, para a implementação da SAE considerando as informações
relevantes fornecidas no percurso metodológico com os Enfermeiros, esse deve ser
conciso e resolutivo que possibilite a utilização no cotidiano da prática profissional
organizando o processo de trabalho do enfermeiro e qualificando a atenção as
mulheres no puerpério.
Citando uma das fragilidades apontadas, essa relaciona-se com o processo
formativo insuficiente, pois os enfermeiros da atenção primária sinalizaram em grande
parte essa preocupação em sua formação. Durante o tempo da graduação o
acadêmico de enfermagem não busca o tema SAE, por acreditar que o tema é muito
teórico e com poucas práticas (SOARES et al., 2015).
Ainda, observou-se nas falas dos enfermeiros da ESF que eles não possuem
um instrumento sistematizado que documente os passos da consulta de enfermagem
à puérpera. Constatou-se que o enfermeiro constrói o seu próprio roteiro,
distanciando-se assim do que é preconizado pelo exercício profissional de
enfermagem por meios de seus órgãos representativos. Para evitar esse
distanciamento a Resolução 358/2009 determina a implantação do Processo de
enfermagem nas unidades públicas e privadas (COFEN, 2009).
Com base nestas constatações, destaca-se que a SAE é imprescindível para
sistematização do cuidado e para tornar possível a operacionalização do processo de
enfermagem (PE). Destacam-se três pilares fundamentais da SAE: o método
20

científico, o dimensionamento de pessoal e os instrumentos (COFEN, 2009). Ométodo


científico compreendido como base teórica–filosófica para realização da prática da
enfermagem, para nortear e conduzir a prática profissional. O dimensionamento de
pessoal que é o quantitativo de trabalhadores que orienta a Resolução nº 543 de 2017
do COFEN e os recursos materiais necessários para aplicara metodologia, como, por
exemplo, os instrumentos de implantação e implementaçãoda SAE para a organização
do cuidado de enfermagem, como formulários softwares, sistemas entre outros
(FIRMINO; MACEDO; NEVES; 2020).
Mediante as evidências da pesquisa e dos pilares da SAE percebe-se a
necessidade de elaborar nesse estudo duas propostas: um subproduto
desenvolvendo formulários no município da SAE a partir da CIPE; e a criação de um
produto: manual instrucional orientador do cuidado de enfermagem à mulheres no
período puerperal, para subsidiar os enfermeiros na prática. A implementação da SAE,
além de ser uma exigência do COFEN, irá contribuir para qualificar o cuidado das
mulheres no período do puerpério.
21

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Implementar o Processo de Enfermagem em uma região interiorana do Rio


Grande do Sul, com vistas à sistematização do cuidado de enfermagem no período
puerperal.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Identificar potencialidades e fragilidades dos Enfermeiros de equipes de


Estratégia da Saúde da Família, na concepção e operacionalização da Sistematização
da Assistência de Enfermagem no período puerperal;
Criar um manual instrucional orientador do cuidado de enfermagem a mulheres
no período puerperal.
22

3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 PERÍODO PUERPERAL

A mulher no período pós-parto, experimenta uma fase de ajustamento devido


às alterações biológicas, psicológicas e sociais, alterações normais impostas pela
gestação e pelo parto. A mulher encontra-se em uma fase de vulnerabilidade,
necessitando assim do apoio e do cuidado da família e do serviço de saúde (CORREA,
2017).
De acordo com o Manual Técnico Pré-Natal e Puerpério do Ministério da Saúde,
de 2006, a atenção do pós-parto imediato nas primeiras semanas é fundamental para
a saúde materna e do neonato. Esse manual tem como objetivo: fornecer indicações
sobre o que avaliar sobre a saúde da mulher e do recém-nascido; orientar e apoiar a
família em relação a amamentação; orientar nos cuidados básicos com o recém-
nascido;
avaliar interação da mãe com recém-nascido; identificar situação de risco e
intercorrências e orientar ao planejamento familiar. O retorno da mulher e do recém-
nascido ao serviço de saúde deve acontecer o mais breve possível, uma vez que boa
parte das situações de morbidade e mortalidade materna e neonatal ocorrem nesse
período (SILVA et al., 2020).
Para o Ministério da Saúde, a fase puerperal deve ser acompanhada pelos
serviços de saúde, uma visita domiciliar entre sétimo e o décimo dia de puerpério e
uma consulta médica ou de enfermagem com 42 dias pós-parto. Nesse período,
atenção pré-natal e puerperal de qualidade e humanizada é fundamental para a saúde
maternae do neonato, pois profundas transformações acontecem na vida da mulher e
ainda, nessa fase há maior frequência de agravos causadas pela morbimortalidade
materna(SILVA et al., 2020).
A consulta de enfermagem no período do puerpério traz muitos benefícios a
saúde do binômio mãe e filho. Entre eles, reconhecer as principais necessidades da
mulher nesse período e oferecer assistência sistematizada, realizando a identificação
e o tratamento precoce das complicações oriundas desse período (SILVA et al., 2020).
O cuidado oferecido à mulher, nas consultas do puerpério deve superar práticas
fragmentadas de cuidado no qual prejudicam a qualidade da assistência prestada.
Para qualificar essa assistência o Ministério da Saúde insitutiu alguns programas e
políticas para assegurar a assistência de qualidade com foco na integralidade. O
Programa de Atenção Integral a Saúde da Mulher (PAISM), em 1983 a Política
23
Nacional de Atenção Integral a Saúde da Mulher (PNAISM), em 2004, a Rede
Cegonha em 2011. Estes programas viabilizam as boas práticas às mulheres no
puerpério.

3.1.2 Sistematização da assistência de enfermagem

O COFEN, em sua Resolução de número 358/2009, tem como definição as


fases da Sistematização da Assistência de Enfermagem que são: histórico de
enfermagem, que tem como objetivo conhecer o indivíduo. O exame físico, e anotação
das normalidades encontradas para validar as informações obtidas no histórico.
Diagnóstico de enfermagem, o enfermeiro com os dados do histórico de enfermagem
e do exame físico, analisa e identifica problemas de enfermagem, as necessidades
básicas afetadas e o grau de dependência, fazendo julgamento clínico sobre as
respostas do indivíduo e da família no qual no qual, processos da vida vigente ou
potenciais (COFEN, 2009).
A SAE é um método que objetiva alcançar metas de qualidade em relação à
assistência de enfermagem, baseia-se em um modelo assistencial que deve
especializar a atenção dirigida para demanda que dever ser atendida, nesse estudo,
o puerpério. É uma metodologia de trabalho facilitadora do processo de cuidar, e
quando aplicado torna-se possível a realização do cuidado com qualidade (HERMIDA,
2006).
A enfermagem brasileira vem estruturando-se do ponto de vista crítico e
reflexivo ao longo dos anos e esse processo histórico e social, trouxe profundas
transformações no ensino, pesquisa e assistência, e a SAE se expandiu (MENESES
et al., 2019), essas transformações consolidam e fortalecem a Enfermagem como
ciência. A SAE compreendida como metodologia tem a função de normatizar. e
priorizar a assistência de enfermagem, devendo ser realizada privativamente pelo
enfermeiro de modo deliberado e sistemático, em todos os ambientes públicos e
privados (NICOLAU et al., 2019).
A implantação da SAE, apesar de ser uma exigência para todas as instituições
do território brasileiro, sejam elas públicas ou privadas, ainda enfrenta muitas
dificuldades na sua implementação. O PE, baseado em um teoria para fundamentar-
se, ainda não está totalmente instalado nos serviços de atendimento à saúde. A
24

realização do PE exige do enfermeiro maior familiaridade com os diagnósticos de


enfermagem, exige sensibilidade do profissional da saúde em adaptar as
necessidades do usuário as condições de trabalho (SILVA et al., 2020).
Nessa direção, a Classificação Internacional para as Práticas de Enfermagem-
CIPE, criada em 1989, pelo Conselho Internacional de Enfermeiros (CIE) tem como
objetivo criar uma linguagem padrão e universal para a enfermagem, facilitar a
comunicação entre os profissionais de Enfermagem. A CIPE facilita o raciocínio
clínico, padroniza a linguagem nos registros dos cuidados de Enfermagem (GARCIA,
2018). Ainda, sendo um sistema de classificação, possibilita a documentação das
etapas de diagnósticos, resultados e intervenções de enfermagem, utilizada na
realização de algumas das etapas do PE (BESERRA et al., 2018).

3.1.3 Teoria nas Necessidades Humanas Básicas – Wanda Horta

Na década de 1960, no Brasil, Wanda de Aguiar Horta desenvolveu um método


científico denominado de Processo de Enfermagem (PE), definido por Wanda como a
dinâmica das ações sistematizadas e inter-relacionadas que visam à assistência ao
ser humano, com suas fases: histórico de enfermagem, diagnóstico de enfermagem,
plano assistencial, plano de cuidados ou prescrição de enfermagem, evolução e
prognóstico de enfermagem (HORTA, 1974).
A Teoria das Necessidades Humanas Básicas (TNHB) tem sido estudada nos
diversos cenários da prática de enfermagem e tem como foco três níveis de
necessidade. As psicobiológicas, psicossocial e a psicoespiritual, a primeira vem ao
encontro das necessidades de nutrição, sono e repouso, integridade física,
sexualidade, eliminação; a segunda psicossocial: segurança, amor, lazer e aceitação;
e a terceira, psicoespiritual: necessidades religiosa e teológica, ética ou de filosofia de
vida (RAMOS et al., 2013).
A utilização da Teoria da Wanda de Aguiar Horta, torna-se importante, pois
baseia-se no fato de que as necessidades humanas são centrais para o cuidado de
enfermagem. Por meio da teoria de Horta explica-se a natureza da enfermagem
defindo o seu campo de ação e a metodologia embasa a sua prática (OLIVEIRA, 2012)

Ao considerar o objeto de pesquisa desse estudo, considera-se a Teoria da


Wanda de Aguiar Horta, permitirá a reflexão das reais necessidades das puérperas
25

que utilizam o Sistema Único de Saúde. A teoria de enfermagem de Horta serve de


subsidio teórico para o desenvolvimento do PE, desde o diagnóstico das demandas
até a avaliação do processo no período do puerpério.
26

4 METODOLOGIA

4.1 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA

4.1.1 Caracterização do estudo

Este trabalho foi desenvolvido por meio de uma pesquisa-ação. Segundo Tripp
(2005) é importante que se reconheça a pesquisa-ação como um dos inúmeros tipos
de investigação-ação, que é um termo genérico para qualquer processo que siga um
ciclo no qual se aprimora a prática pela oscilação sistemática entre agir no campo da
prática e investigar a respeito dela. No ciclo da pesquisa-ação, é imprescindível
elaborar planejamento, implementação, descrição ou monitoramento e avaliação das
intervenções, para instituir mudanças que qualifiquem a prática, aprendendo mais, no
decorrer do processo, tanto a respeito da prática quanto da própria investigação.

4.1.2 Caracterização do munícipio e local de desenvolvimento da pesquisa

O estudo foi realizado no município de São Gabriel, localizado no Rio Grande


do Sul, em parceria com a Secretaria de Saúde do Município, autorizado pelo
secretário da saúde (Apêndice A). A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de São
Gabriel presta assistência à população no que tange à prevenção de doenças, à
promoção de saúde coletiva e às ações curativas e de reabilitação. Ela conta, ainda,
conta 17 unidades de ESF com uma cobertura de 95 % do território, a área que não
possui a cobertura é a região central, estão localizados os prédios comerciais, sete
Unidade Básica de Saúde (UBS), uma equipe de Núcleo de Apoio à Saúde da Família
(NASF), atendimento Odontológico, um Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS
), um Departamento de Vigilância Sanitária, um Departamento de Encaminhamento
para Fora do Domicílio e um Centro de Atendimento Especializado com
endocrinologista, ginecologista, obstetra e pediatras. Possui um ambulatório de Risco
para gestantes e crianças com alto risco, a equipe é composta por um médico obstetra,
um pediatra, uma enfermeira, um assistente social, um nutricionista.
A ESF, foco do estudo, foi implementada no ano de 2015, contando com 15
equipes na zona urbana e duas equipes que abrangem a zona rural. As equipes da
zona rural contam com uma unidade de atendimento móvel, um ônibus equipado com
27

gabinete odontológico, uma sala de atendimento médico, uma sala de atendimento de


enfermagem e para preventivos. Todas as equipes possuem como integrantes: um
médico da saúde da família, um enfermeiro, um técnico em enfermagem e cinco
Agentes Comunitários de Saúde. O Governo Federal ofertou aos médicos através do
Programa da Saúde da Família do Ministério da Saúde uma especialização em
Medicina de Família e Comunidade. A ESF conta com um Núcleo de Apoio da Saúde
da Família, essa equipe é composta por um assistente social, um nutricionista e uma
psicóloga.
O município de Saó Grabriel possui um hospital, nomeado como Hospital da
Santa Casa de Caridade de São Gabriel, com modernas instalações, várias
especialidades que atuam no corpo clínico: anestesiologia, cardiologia, cirurgia geral,
cirurgia plástica, cirurgia vascular, clínica médica, dermatologia, endocrinologista,
gastrenterologia, gineco-obstetrícia, intensivista, nefrologia, neurocirurgia, neurologia,
oftalmologia, oncologia, otorrinolaringologia, pediatria, pneumologia, psiquiatria,
radiologia, traumatologia/ortopedia e urologia.
A Secretaria de Saúde de São Gabriel compõe a 10ª Coordenadoria Regional
da Saúde (10ª CRS) que abrange 24 municípios: Alegrete, Barra do Quaraí, Itaqui,
Maçambara, Manoel Viana, Quaraí, Rosário do Sul, Santa Margarida do Sul, Santana
do Livramento, São Gabriel e Uruguaiana, totalizando uma população de 465.038 de
acordo com o Censo de 2010.

4.1.3 População e caracterização da amostra

Foram convidados a participar da pesquisa os 17 enfermeiros, que representam


100% dos enfermeiros que compõem as equipes da Estratégia de Saúde de Família
do município de São Gabriel/RS. Todos os enfermeiros aceitaram o convite para
participação do estudo. Os enfermeiros da ESF são do quadro efetivo ou contratados.,
são servidores com idade entre 25 a 45 anos, em média com 10 anos de formação
em enfermagem, a grande maioria são mulheres.
28

4.1.4 Critérios de Inclusão e Exclusão

Incluíram-se os enfermeiros vinculados ao serviço público de saúde que


atuavam na ESF. Excluiu-se os enfermeiros que estavam em atestado, em férias no
período das etapas da coleta de dados. No estudo, todos participaram, pois nenhum
entrou nesses critérios de exclusão.

4.1.5 Procedimento de coleta de dados e análise dos dados

A coleta de dados ocorreu por meio da metodologia da pesquisa-ação.


Importante mencionar que a metodologia de pesquisa-ação se desenvolve por meio
de fases (Figura 1), as quais visam identificar os principais problemas a serem
solucionados e intervir na prática de modo inovador. Para melhor compreensão da
estrutura da pesquisa, segue uma breve explicação dos passos adotados no qual
foram adaptados conforme o ciclo da pesquisa-ação de Tripp (2005).

Figura 1 – Fases da pesquisa-ação que nortearam o presente trabalho.

FASE I
Identificação e priorização de
Problemas

FASE II
FASE V
Planejamento de intervenções para solução
Retorno dos resultados para a equipe
dos problemas

FASE IV
Avaliação dos resultados FASE III
Implementação das intervenções
planejadas

Fonte: Esquema adaptado a partir de Tripp (2005)


29

Fase 1: Identificação e priorização dos problemas


Incialmente, por fazer parte da equipe da ESF como coordenador, foi proposto
a mesma a partir das vivências no processo de trabalho realizar um curso de
qualificação da SAE, conforme cronograma do Quadro 1, todos aceitaram mediante a
uma inscrição. Contando com todo o grupo, ou seja, 100% dos enfermeiros da ESF.

Dessa forma, ainda nessa primeira fase foi apresentada a proposta da pesquisa, os
objetivos e realizado a leitura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

bem como solicitado a assinatura mediante a aceitação em participar da


pesquisa.(APÊNDICE B)
Destacou-se ao apresentar os termos da pesquisa que todos os enfermeiros
teriam a total liberdade em desistir em qualquer momento, em qualquer período da
pesquisa. Importante descrever que devido à pandemia do COVID-19 ainda estar
ativa, os encontros ocorreram seguindo todas as normas vigentes em sala específica,
higienizada, com o uso de máscara e distanciamento preconizado pelo COE
município. Os encontros foram organizados para ocorrer com duração de no máximo
uma hora e eles apenas ocorreram mediante a assinatura do TCLE.
Posteriormente, iniciou-se a Fase I. A fim de elucidar a realidade e gerar
conhecimento sobre o contexto foi elaborado três questões com vistas a identificação
dos problemas: “Você usa a SAE no cotidiano do seu atendimento na Atenção
Básica?” “Quais as potencialidades e fragilidades no uso da SAE no seu local de
trabalho?” O que você sugere para favorecer a efetiva implementação da SAE no
contexto de seu trabalho? (APÊNDICE C).
A produção a partir da análise das questões norteadoras remete ao
conhecimento profissional que irá desencadear a pesquisa-ação, e ao projetar e
implementar as atividades desenvolver-se-á comprensão dos envolvidos no processo
(TRIPP, 2005). Desse modo ao questionar a respeito do cotidiano do trabalho dos
enfermeiros observa-se a situação do processo de trabalho dos mesmos, nesse
estudo focado na SAE. Para tanto, as perguntas foram apresentadas por meio de
questionário impresso e as mesmas foram respondidas durante o encontro, pelos
enfermeiros de forma presencial. Durante o preenchimento do questionário alguns
enfermeiros dialogavam entre eles, foi percebido a preocupação por parte dos
mesmos, de não ter a SAE implementada.
Ao final desse encontro, foi apresentado novamente o cronograma do curso
proposto, um plano de ação ao grupo a fim de desenvolvermos todas as fases da
30

pesquisa-ação e assim alcançarmos o objetivo proposto. A apresentação do


cronograma objetivou pactuar o compromisso e responsabilidade de todos na
participação das atividades. O cronograma foi aceito por todos já com datas e horários
previstos para ocorrer.

Quadro 1 – Plano de ação para desenvolvimento das atividades coerentes as fases


da pesquisa-ação
Etapas do curso Cronograma
organizada em fases da Objetivos do curso previsto para o
pesquisa-ação curso
Observar a realidade
Fase I - Identificação e
Levantar fragilidades e Agosto 2021
priorização dos problemas potencialidades
Fase II - Planejamento de Análise dos resultados;
intervenções para solução Apresentação das categorias Setembro 2021
dos problemas analisadas.
Elencar prioridades de ação para a
efetiva implantação do uso da SAE
Fase III - Implementação das nas UBS e ESF do município
Outubro 2021
intervenções planejadas Capacitar enfermeiros para
utilização da SAE com mulheres no
período de puerpério
Avaliar o processo vivenciado
Avaliar os instrumentos para a
Fase IV - Avaliação dos
consulta de enfermagem Novembro de 2021
resultados
desenvolvidos pelos enfermeiros da
ESF
Implementar a SAE no município;
Treinar a equipe das UBS;
Fase V - Retorno dos
Incluir no sistema CELK do Julho de 2022
resultados para a equipe
município que fomenta o ESUS os
instrumentos elaborados;
Fonte: Elaborado pelos autores

Fase 2: planejamento de intervenções para solução dos problemas


Na Fase II, o pesquisador compilou os dados dos questionários e as mesmas
foram analisadas por meio da Análise de Conteúdo de Bardin (2015).
Do processo de análise de conteúdo foram identificados as potencialidades e
fragilidades bem como a adesão na utilização da SAE e as possíveis propostas para
implementação pela concepção dos enfermeiros da ESF. A análise de conteúdo das
potencialidade e fragilidades, possibilitou a elaboração de duas categorias para
planejamento e solução dos problemas: SAE – do conhecimento superficial ao
desejo de qualificar o processo de enfermagem; SAE – do saber ao novo querer
desenvolver o processo de enfermagem na prática.
31

A partir da análise, organizou-se uma apresentação e discussão para o próximo


encontro com os enfermeiros. Nesse encontro o debate emergiu das categorias
apresentadas onde todos dialogaram e corroboraram com os resultados.
Referente às potencialidades apresentadas ao grupo, alguns comentários
emergiram desse processo: SAE – do conhecimento superficial ao desejo de
qualificar o processo de enfermagem, os enfermeiros reconhecem o conhecimento
superficial sobre a , mas compreenderam que a SAE além de organizar o cotidiano do
trabalho dos enfermeiros, qualifica o cuidado e oferece mais autonomia ao enfermeiro
justificando a necessidade de implementação no município. A ESF seria a propulsora
dessa iniciativa. Assim, a partir de reflexões emergidas dessa categoria, ficou definida
pela equipe e pesquisador os próximos passos para a implementação da ação, quais
foram: teorização, construção de um instrumento para a consulta de enfermagem.
Referente às fragilidades, emergiu a segunda categoria SAE – do saber ao
novo querer desenvolver o processo de enfermagem na prática. Após a
apresentação dessas categorias, ficou pactuado, apesar de uma certa resistência
inicial, que a participação de todos enfermeiros da ESF seria importante para que a
implementação fosse efetiva, ou seja, apesar da percepção de que os recursos
humanos é reduzido todos “abraçariam a causa” (fala de um dos enfermeiros).
Também foi pactuado que os instrumentos a serem elaborados deveriam ser objetivos
e condensados com vistas a não ficar longo, o que impedia nos questionários
respondidos a possibilidade de aplicá-lo. Outro item apontado como fragilidade foi a
falta de conhecimento sobre o tema, como lacuna do processo formativo. Na
teorização do PE fundamentado na CIPE pretende-se superar essa fragilidade e
limitação.

Fase 3: Implementação das intervenções planejadas


Nessa fase, foram organizados três encontros: o primeiro de teorização, o
segundo para a construção dos instrumentos para a consulta de enfermagem, ou seja,
para o PE e o terceiro para apresentação de todos os instrumentos revisados pelo
pesquisador e posteriormente passar por revisão de uma enfermeira com atuação nas
políticas de atenção à saúde da mulher, especialmente no puerpério.
No primeiro encontro, dessa fase, foi realizada a teorização com o objetivo de
promover a sensibilização e aprendizado de todos envolvidos, foram apresentados
artigos com a temática SAE e a classificação CIPE com mulheres no período do
32

Puerpério. Os materiais foram distribuídos entre os enfermeiros que realizaram leitura


individual. A dinâmica utilizada teve como foco as percepções individuais dos
profissionais à temática do estudo, portanto, após leitura foi realizado um debate em
grupo, das percepções e dificuldades encontradas.
No segundo encontro, com objetivo de elaborar os instrumentos para consulta
de enfermagem, que a partir da aprendizagem oprotunizada na teorização foi
construído pelos enfermeiros mediado pelo pesquisador. Os instrumentos foram sendo
elaborados tendo como referenciais teóricos artigos sobre SAE, CIPE, Resolução COFEN
2009, do PE e outros disponibilizados pelo pesquisador. Ao final do encontro ficou acordado
que os instrumentos seriam formatados e apresentados no próximo encontro pelo
pesquisador.
No terceiro encontro, com objetivo de apresentar os instrumentos elaborados
pela equipe o pesquisador apresentou em formato Word, com auxílio de projetor de
multimídia, onde todos sugeriram algumas contribuições que foram alteradas no
próprio encontro. Ao final ficou acordado que os instrumentos seriam enviados para
revisão de um enfermeiro da política da mulher de um município de referência.

Fase IV - Avaliação dos resultados

Essa fase foi compreendida pelo pesquisador na observância da evolução dos


encontros, na particpação e no debate dos enfermeiros envolvidos. A forma
participativa com que os enfermeiros manifestaram no decorrer dos encontros e a
adesão às pactuações realizadas, resultaram em um avaliação positiva do processo.
Os enfermeitos partiram de uma problemátíca observada na realidade e
instrumentalizados construiram instruemntos para seu proprio processo de trabalho.

A avaliação pode ser um processo no que torna explícito o planejar tanto para
a mudança na prática quanto para a avaliação dos efeitos da mudança na prática
(TRIPP, 2005). Nesse processo foi possível avaliar os efeitos da mudança nos
enfermeiros da pesquisa.
Considerou-se também nessa fase, a partir da avaliação do pesquisador no
processo de implementação desenvolver um produto denominado “manual norteador
do cuidado de enfermagem no período puerperal” para subsidiar os enfermeiros e
outros enfermeiros que não participaram do processo.
33

O manual foi elaborado pelo pesquisador e encaminhado junto com os


instrumentos da consulta de enfermagem para a revisão do enfermeiro das políticas
à saúde da mulher no município próximo de referência.

Fase V - Retorno dos resultados para a equipe


Pretende-se desenvolver essa fase após aprovação de todos os instrumentos
avaliados e validados pela banca do mestrado profissional. Planeja-se implementar a
SAE no município incluindo os instrumentos elaborados pelos enfermeiros no sistema
CELK do município com vistas a fomentar os dados do ESUS.
Planeja-se também discutir e orientar os mesmos para utilziação da SAE no
município.

4.1.6 Critérios éticos em pesquisa

Com o propósito de atender aos preceitos éticos foi encaminhado um termo


explicativo solicitando a autorização para o desenvolvimento da pesquisa para o
secretário do município de São Gabriel/RS. Apresentou-se os objetivos propostos e o
percurso metodológico utilizados nesta pesquisa, a fim de coletar os dados e
implementar o manual de orientações que contribuirá com os enfermeiros para a o
cuidado com as mulheres no puerpério. O processo de pesquisa-ação iniciou após a
aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Franciscana
(UFN).
Ademais, a pesquisa foi submetida à apreciação do CEP da Universidade
Franciscana e aprovada na data de 05/08/2021 com o parecer número 4.887.627 e
CAAE número 49683721.8.0000.5306. A pesquisa seguiu as orientações de pesquisa
com o Termo de Consentimento Livro e Esclarecido (TCLE) (Apêndice C) assinado
pelos enfermeiros e o Termo de Confidencialidade (Apêndice D), com a finalidade de
atender às diretrizes e às normas da Resolução 466/2012, do CNS/MS, o qual trata
de pesquisas envolvendo seres humanos, garantindo, aos participantes, o sigilo de
suas respostas e o anonimato (BRASIL, 2012).
Esclareceu-se, aos participantes, que a pesquisa poderia contar com riscos
mínimos relacionados às dimensões, física, moral, intelectual, social, cultural e
espiritual, em qualquer fase do desenvolvimento do estudo. Caso isso ocorresse, o
serviço de psicologia do município poderia ser acionado, conforme previamente
34

acordado com os gestores locais (Apêndice E). Também, que os participantes não
teriam custos com a participação na pesquis nem qualquer tipo de remuneração.
Quanto aos benefícios os participantes concordaram que iriam contribuir na
sistematização do cuidado beneficiando as mulheres no puerpério, recem-nascidos e
familiares,assim como na organização do processo de trabalhando dos enfermeiros
qualificandoa assistência. Salienta-se que os dados estão sob posse do pesquisador
responsávele permanecerão por cinco anos.

4.2 METODOLOGIA PARA DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO TECNICO

4.2.1 Natureza do produto técnico

A SAE, protagonizada e induzida pelo COFEN como método científico, deve


ser realizada nos ambientes públicos e privados soba responsabilidade do Enfermeiro
(COFEN, 2009). Para implementação da SAE no município foi desenvolvido com os
enfermeiros da ESF subprodutos que constam de instrumentos para consulta de
enfermagem para o PE a mulheres no puerpério. Como produto “manual norteador do
cuidado de enfermagem no período puerperal” para a implementação e efetivação da
SAE, e uso consultivo dos Enfermeiros.
Em relação a natureza do produto técnico os instrumentos e manuais conforme
Qualis Produção Técnica da Capes o item e refere-se Material Didático TI =100 pontos.
Essa classificação abrange: produto de apoio/suporte com fins didáticos na mediação
de processos de ensino e aprendizagem em diferentes contextos educacionais;
Material didáticos(jogos, manuais e cartilhas); material didático instrucional como
multimídia; livros didáticos/técnicos e portal educacional.
No contexto profissional, o manual elaborado para os enfermeiros tem o
propósito de orientar a utilização dos instrumentos que auxiliara na efetivação da SAE.
Assim esse recurso visa padronizar procedimentos, melhora a comunicação entre
enfermeiro, serviço, usuário.
35

4.2.2 Público-alvo do produto

O manual bem como os instrumentos elaborados para consulta de Enfermagem


tem como público-alvo direto os enfermeiros das ESF e UBS. Porém, a implementação
da SAE e qualificação do PE permite a atenção qualificada às mulheres no puerpério,
portanto considera-se o público-alvo enfermeiros e mulheres no puerpério.

4.2.3 Procedimentos para o desenvolvimento do produto

Para o desenvolvimento do produto foi incialmente contatado o secretário da


Saúde do município. O contato com o gestor permitiu a sensibilização da importância
da Implementação da SAE a mulheres no puerpério. Esse primeiro contato deu
possibilidades para a realização da proposta a partir do consentimento do gestor do
município.
O desenvolvimento do produto ocorreu em três etapas: a primeira consistiu na
elaboração da pesquisa cientifica a fim de identificar as fragilidades e potencialidades
dos enfermeiros das equipes de ESF em relação à utilização da SAE no atendimento
do puerpério no município de São Gabriel, RS. A segunda etapa foi a elaboração dos
instrumentos e manual prático que constou da participação efetiva dos enfermeiros do
município. A terceira etapa constou da revisão dos instrumentos para consulta de
enfermagem bem como do manual prático por enfermeiro que atua na política de
atenção à saúde da mulher em município de referência.

4.2.4 Partes envolvidas

Foram elaborados instrumentos e manual prático com os enfermeiros da ESF


do município. Enfermeiro revisor do material.
36

5 RESULTADOS

Os resultados da presente dissertação serão apresentados no formato de dois


manuscritos, conforme detalhamento no Quadro 2.

Quadro 2: Título e objetivo do manuscrito.


TÍTULO OBJETIVO
Identificar potencialidades e fragilidades dos
Enfermeiros de equipes deEstratégia da
Manuscrito 1: Sistematização da Saúde da Família, na concepção e
Assistência de Enfermagem: operacionalização da Sistematização da
Potencialidades e Fragilidades Assistência de Enfermagem no período
puerperal;

Manuscrito 2: Percurso metodológico de


Criar um manual instrucional orientador do
construção do Manual instrucional
cuidado de enfermagem a mulheres no
orientador do cuidado de enfermagem a
período puerperal
mulheres no período puerperal
Fonte: Elaboração dos pesquisadores.
37

5.1 MANUSCRITO 1

SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM: POTENCIALIDADES


E FRAGILIDADES

RESUMO
Objetivo Identificar potencialidades e fragilidades dos Enfermeiros de equipes de
Estratégia da Saúde da Família, na concepção e operacionalização da Sistematização
da Assistência de Enfermagem no período puerperal. Método: Este estudo foi
delineado a partir dos passos da pesquisa-ação, que visa tanto agir quanto
desenvolver novos saberes sobre a ação. Neste estudo, no entanto será abordada
apenas a etapa investigativa conduzida, entre agosto edezembro de 2021, com 17
Enfermeiros que atuam em equipes de Estratégia de Saúde da Família em um
município interiorano do sul do Brasil. Resultados: Do processo de organização e
análise dos dados, resultaram duas categorias temáticas, quais sejam: SAE - Do
conhecimento superficial ao desejo de qualificar o processo deenfermagem; SAE - Do
saber ao querer desenvolver o processo de enfermagem na prática. Essas categorias
temáticas,nforam fundamentais para a posterior condução dos encontros de
qualificação da SAE com os Enfermeiros. Conclusão: As potencialidades
identificadas estão relacionadas à satisfação, autonomia, organização e agilidade do
processo de trabalho, reconhecimento profissional, melhoria da qualidade do cuidado,
além de reconhecimento de que a SAE favorece a organização dos registros de
enfermagem e assegura uma linguagem científica única entre os profissionais de
enfermagem. As fragilidades estão associadas à falta de recursos humanos, à falta de
tempo e de hábito, o acúmulo de funções, o pouco conhecimento sobre a temática,
dentre outrosapontamentos.
Palavras-chave: Cuidado Pré-Natal; Profissionais de saúde; Atenção Primária à
Saúde; Pesquisa Qualitativa.

INTRODUÇÃO
A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) foi institucionalizada,
no âmbito da Enfermagem, com o propósito de organizar, otimizar e qualificar o
processo de enfermagem, além de dar visibilidade social ao exercício profissional do
Enfermeiro. Em se tratar de uma metodologia específica, esta deve ser fomentada
tanto em ambientes públicos quantos privados onde atuam os profissionais de
enfermagem(1).
A organização do processo de enfermagem depende, no entanto, de um
arcabouço de conhecimentos e práticas a serem adequadamente selecionadas e
sustentadas em uma teoria de enfermagem que condiz com o contexto individual e
coletivo dos usuários de saúde, a fim de promover um cuidado de enfermagem ágil,
38

seguro, resolutivo e de qualidade. Sob esse enfoque, a SAE se traduz num conjunto
de ações e recursos, de base teórico-filosófica, capazes de operacionalizar o processo
de enfermagem(2-3).
A SAE proporciona, ao Enfermeiro, recursos técnicos, científicos e humanos,
que conduzem à uma prática inovadora e de impacto socia. Além disso, a SAE amplia
a interlocução do Enfermeiro frente às diversos setores e serviços da saúde
contribuindo para o fomento de pesquisas acadêmicas, análises jurídicas, auditoria de
contas e análise geral dos níveis de qualidade da assistência de enfermagem(4-6).
Instituída pela resolução 358-2009 do Conselho Federal de Enfermagem, a
SAE deve ser considerada importante conquista para a Enfermagem Brasileira.
Organizada em etapas sequenciais e complementares: Coletas de dados de
Enfermagem, também referido como Histórico de Enfermagem, Diagnóstico de
Enfermagem; Planejamento de Enfermagem; Implementação; Avaliação de
Enfermagem, a SAE possibilita uma percepção clínica, técnica e prospectiva sobre o
cuidado de enfermagem(7-8).
A partir de sua implementação já podem ser evidenciados inúmeros avanços e
conquistas, sobretudo, em termos técnicos, científicos e da prática clínica. Estudos
demonstram que a enfermagem brasileira já percebe a SAE como essencial à
prestação do cuidado clínico de enfermagem, porém a sua otimização e apreensão
teórica em profundidade e aliadas ao processo de enfermagem são, ainda, barreiras
a serem enfrentadas pelos profissionais, instituições de ensino, de cuidado e pelos
conselhos de classe. Persistem, sob esse enfoque barreiras relacionadas à
compreensão e a dinamização da SAE na prática, o dimensionamento de pessoal e
as tecnologias de apoio à operacionalização do processo de enfermagem(9-11).
Com base no exposto, o presente estudo teve como questões de pesquisa:
Qual a concepção de Enfermeiros de equipes da Estratégia de Saúde da Família em
relação a Sistematização da Assistência de Enfermagem no período puerperal? Quais
as potencialidades e fragilidades encontradas no processo de operacionalização da
SAE? Tem-se, para tanto, como objetivo: Identificar potencialidades e fragilidades, na
concepção de Enfermeiros de equipes de Estratégia da Saúde da Família, em relação
à operacionalização da Sistematização da Assistência de Enfermagem no período
puerperal.
A assistência à mulher no pós-parto imediato e nas primeiras semanas após o
parto é de fundamental importância à saúde materna e neonatal, tendo como base a
39

prevenção de complicações, o conforto emocional e físico do binômio mãe-filho.


Reconhece-se, para tanto, que a SAE é capaz de inferir, nesse período em especial,
com saberes e práticas que possam prevenir situações adversas quanto promover
uma assistência de qualidade e resolutividade(12).

MÉTODOS
Tipo de estudo
Este estudo foi delineado a partir dos passos da pesquisa-ação(13), que visa
tanto agir quanto desenvolver novos saberes sobre a ação. O método considera o
empirismo, tal como as coisas se apresentam, a partir do campo assistencial.
Considerou-se, no processo de construção do estudo, os critérios do Consolidated
Criteria for Reporting Qualitative Research (COREQ)(14).
Contexto do estudo
O processo de intervenção teve como foco a operacionalização efetiva da
Sistematização da Assistência de Enfermagem com puérperas, a partir de encontros
de qualificação do processo de enfermagem. Os encontros foram organizados e
sistematizados a partir de atividades semanais, fundamentadas em metodologias
ativas, com a participação de 17 Enfermeiros que atuam em equipes de Estratégia de
Saúde da Família em uma região interiorana do sul do Brasil. Essa região, está
localizada na região da Campanha do Rio Grande do Sul, a 328,8 km da capital
gaúcha Porto Alegre. Conhecida como a Terra dos Marechais, pois é berço de nomes
ilustres como João Propício Menna Barreto, Fábio Patrício de Azambuja, o presidente
Hermes Rodrigues da Fonseca e João Mascarenhas de Moraes, o comandante da
Força Expedicionária Brasileira na Segunda Guerra Mundial, durantes as batalhas na
Itália. É chamada de último reduto dos carreteiros, o mais antigo meio de locomoção
inventado pelo homem. A região apresenta paisagens típicas da fronteira gaúcha,
onde o uso da pecuária se mescla com a orizicultura (plantio de arroz), campos
situados em coxilhas de baixa declividade com várzeas atrativas naturais. Conforme
o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano de
2010(15), a cidade possuía uma população de 62.187 habitantes, área territorial de
5.053,460 km² e densidade demográfica de 12,03 hab/km².
A referida cidade conta 17 unidades de ESF com uma cobertura de 95 % do
território, a área que não possui a cobertura é a região central, que estão localizados
os prédios comerciais, possuem também sete Unidades Básicas de Saúde (UBS),
40

uma equipe de Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), atendimento


Odontológico, um Centros de Atendimento Psicossocial (CAPS ), um Departamento
de Vigilância Sanitária.
A referida cidade foi escolhida por ser o local de origem do pesquisador
principal deste estudo e, principalmente, pelo desejo de lideranças locais que, em
período pandêmico e com escassos recursos humanos, não conseguiram avançar no
processo de qualificação da saúde materno-infantil.
Amostragem
Participaram ativamente do processo de intervenção – cursos de qualificação
da Sistematização da Assistência de Enfermagem - 17 Enfermeiros, representantes
das15 equipes de ESF localizadas na zona urbana e das duas equipes que abrangem
a zona rural, os quais previamente manifestaram a sua intenção mediante inscrição
nominal em formulário específico. Esses mesmos 17 Enfermeiros foram convidados
para, também, participar da identificação das potencializadas e fragilidades
relacionadas à SAE, foco deste estudo. O critério de inclusão foi, portanto, estar
inscrito no curso de qualificação e estar disposto a contribuir com o levantamento de
dados.
Procedimentos
No início da pesquisa-ação foram contempladas intervenções direcionadas ao
curso de qualificação da SAE, organizado em 40 horas/aula e sistematizado por meio
de encontros semanais presenciais, no período de agosto a dezembro de 2021.
Nestes encontros foram discutidas temáticas demandadas pelos participantes, sob a
mediação do pesquisador principal deste estudo e convidados, quando necessário.
As temáticas do curso foram organizadas a partir de demandas provenientes
dos profissionais participantes, dentre as quais figuram: etapas da SAE, relevância da
SAE para a qualificação de Enfermagem, SAE aplicada a puérperas,dentre outras
temáticas. As temáticas foram desenvolvidas de modo a articular conhecimento
teórico e experiências do mundo do trabalho. Ao final desse processo ou paralela a
ele, foram identificadas as potencialidades e fragilidades relacionadas à
operacionalização da SAE, na prática profissional.
Técnica de coleta de dados
Conduziu-se, paralelamente, ao curso de qualificação sobre a sistematização
da SAE no período puerperal, o processo investigativo para identificar as
potencialidades e fragilidades relacionadas à operacionalização da SAE. Utilizou-se,
41

para tanto, um questionário com questões norteadoras, quais sejam: Você utiliza a
SAE no cotidiano do seu atendimento na Atenção Básica? Quais as potencialidades
e fragilidades no processo de utilização da SAE no seu local de trabalho? O que você
sugere para favorecer a efetiva implementação da SAE no período puerperal?
Salienta-se, que o questionário foi impresso e distribuído aos Enfermeiros nos
encontros de qualificação. Disponibilizou-se, paralelamente, espaço para que
respondessem aos questionamentos elencados. O questionário foi aplicado e
devolvido ao final do terceiro encontro do módulo de qualificação proposto.
Técnica de análise dos dados
A análise de dados foi conduzida mediante a técnica de análise de conteúdo
temática. A mesma consiste em descobrir os núcleos de significação que compõem
cada comunicação, cujas presenças ou frequências acrescentem significados ao
objeto sob investigação. A pré-análise, fase de organização dos dados, consistiu em
uma leitura flutuante do material com o objetivo de constituir o corpus com base na
exaustividade, representatividade e pertinência. A fase de exploração consistiu na
codificação do material e na definição de categorias. Realizou-se o recorte das
unidades de registro e de contexto e, após a codificação dos dados, criou-se as
categorias de análise. Na terceira e última fase, que consistiu no tratamento dos
dados, os mesmos foram interpretados por meio da inferência. Ocorreu, nessa fase,
a condensação e o destaque das informações para análise, de modo a possibilitar as
interpretações inferenciais, a partir da intuição, da análise reflexiva e crítica(16).
Aspectos Éticos
Observou-se, em todo o processo de pesquisa-ação, as recomendações da
Resolução n°. 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (17). O estudo foi aprovado
pelo Comitê de Ética sob o parecer: 4.887.627 e, após o aceite dos participantes, os
mesmos assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Para manter o
anonimato, as falas dos participantes foram identificadas, ao longo do texto com a
letra “E”, de Enfermeiro, seguida de um algarismo numérico, correspondente à ordem
das falas: E1, E2... E17.

RESULTADOS
Do processo de organização e análise dos dados, resultaram duas categorias
temáticas, quais sejam: SAE – Do conhecimento superficial ao desejo de qualificar o
processo de enfermagem; SAE – Do saber ao querer desenvolver o processo de
42

enfermagem na prática. Essas categorias temáticas, previamente analisadas e


discutidas, foram fundamentais para a posterior condução dos encontros de
qualificação da SAE com os Enfermeiros.
SAE – Do conhecimento superficial ao desejo de qualificar o processo de
enfermagem
Embora os enfermeiros participantes deste estudo tenham demostrado
conhecimento superficial acerca da SAE, todos enfatizaram a sua relevância para a
qualificação do processo de enfermagem. Os mesmos entendem que, além de
organizar o cotidiano do trabalho dos enfermeiros, a SAE qualifica e otimiza o cuidado
de enfermagem. Os participantes reconhecem, também, que a SAE oferece maior
autonomia e possibilita um reconhecimento profissional e social maior do Enfermeiro.
As expressões mais recorrentes, nesse percurso investigativo, foram:
organização, agilidade, reconhecimento profissional, autonomia, melhoria da
qualidade do cuidado, além de satisfação em fazer parte desse processo.
Paralelamente, os participantes reconheceram que a SAE favorece o preenchimento
correto de formulários, organiza os registros de enfermagem, assegura uma
linguagem científica entre os profissionais de enfermagem, além de possibilitar uma
interlocução enfermeiro-usuário mais efetiva e resolutiva.
Nas leituras eu percebi que a sistematização da assistência é
um recurso muito importante para a enfermagem... ela possibilita
maior qualidade ao cuidado. (E7).

Eu já ouvi falar muito sobre a SAE, dos seus benefícios, das


vantagens que tras para o cuidado nos hospitais. Aqui na
Estratégia Saúde da Família eu ouvi falar muito pouco. (E9).

Estou ciente de todo o processo do trabalho do enfermeiro.


Estou na torcida para que tudo ocorra bem e possamos continuar
com o processo de implementação no puerpério, estoulouco para
ver o Manual depois de pronto, ajudará muito no atendimento as
mães no puerpério. (E12).

Em dois depoimentos, em especial, os Enfermeiros fizeram referência à


necessidade de ter disciplina específica sobre a SAE na formação profissional. Sob
esse enfoque, destacaram a relevância da educação permanente, no sentido de
fomentar e assegurar o avanço contínuo e permanente naquelas temáticas que são
específicas da enfermagem, como a SAE.
43

Ouvi muito pouco na época da graduação em relação a SAE,


acredito que deveria ter uma disciplina somente com essa
temática. Assim o enfermeiro poderia aplicar de forma efetiva no
seu trabalho. É muito falho na grade curricular dos cursos de
graduação. (E11)

Eu ouvi muito pouco sobre a sistematização, mas eu gostaria


muito de aprender mais e contribuir com esta grande iniciativa
do Cofen. (E16)

Denotou-se, também, na fala dos participantes, que a implementação da SAE


requer, conhecimento teórico, competência prática e habilidades específicas, as quais
precisam ser fortalecidas ainda na graduação de enfermagem. Além disso, o
desenvolvimento e o aperfeiçoamento destas competências específicas para a SAE
precisam ser contemplados em programas de Educação Permanente em Saúde,
considerando que o seu aperfeiçoamento deve ocorrer ao longo da vida.
A SAE, na percepção dos participantes, faz parte da reorganização e
qualificação do processo de trabalho da Enfermagem e tem demonstrado
potencialidades crescentes. Evidenciou-se, sob esse enfoque, que existe um desejo
concreto, por parte dos Enfermeiros, de qualificar-se em relação à SAE, sobretudo,
por estarem atuando em regiões interioranas, onde o acesso por vezes é dificultado.
SAE – Do saber ao querer desenvolver o processo de enfermagem na prática
Denotou-se, inicialmente, por parte de alguns profissionais certa resistência em
comprometer-se com o aprendizado relacionado à SAE. Embora muitos participantes
tenham demostrado certo saber/conhecer sobre a SAE, este saber nem sempre
esteve acompanhado ao querer desenvolver o processo de enfermagem na prática,
por diversas razões.
Os argumentos para o não querer implementar a SAE na prática estão
relacionados, na maioria das falas dos participantes, à falta de recursos humanos
necessários, à falta de tempo, à falta de hábito, o acúmulo de funções, o pouco
conhecimento sobre a temática, dentre outros apontamentos. Em outros momentos,
a SAE esteve fortemente associada a atuação do enfermeiro em hospitais e,
consequentemente, distante do contexto da Atenção Primária à Saúde.
Evidenciou-se, ainda, em algumas falas um ruído relacionado aos instrumentos
que norteiam a operacionalização da SAE, os quais para alguns mais experientes são
longos, despersonalizados e desgastantes. Nessa direção, todos demonstraram que
a SAE precisa ser “abraçada como causa coletiva” e que não basta um e/ou outro
44

enfermeiro quererem desenvolver este processo, considerando que este percurso


precisa ser assumido por todos.
Todos precisam abraçar esta causa para que o processo possa
evoluir. (E2)

Os instrumentos a serem elaborados devem ser objetivos e


condensados, a fim de evitar longos textos descritivos e
possibilitar o seu uso na prática. (E5)

A “falta de tempo”, por parte dos enfermeiros foi um dos aspectos mais
recorrentes. Esta falta de tempo, na maioria das falas, está associada a não
compreensão real do significado da SAE, na prática. Para alguns, a SAE não passa
de um cumprimento normativo linear e pontual. Essa ideia é retratada na medida em
que os participantes expressaram, em suas falas, a ideia de SAE como um processo
burocrática, como uma obrigação, como regulamento verticalizado e impositivo.
Na fala de dois participantes, em especial, ficou evidente que estes não
consideram relevante o desenvolvimento da SAE, o que pode estar associado à
desmotivação profissional, ao desgaste físico associado ao período pandêmico, dentre
outros fatores, conforme expresso:
Em tempos que a enfermagem está sobrecarregada por motivo
da pandemia da Covid-19, refletir sobre a SAE não está sendo
um exercício fácil. (E10).

No começo participei de maneira contrariada nas reuniões, mas


hoje consigo identificar os benefícios da SAE, agora faço parte
do processo de construção na minha cidade, então vou me doar
para que dê certo. (E12).

Eu uso a SAE no meu ambiente de trabalho, mas acredito que


ainda existem muita fragilidades; falta de conhecimento dos
profissionais, falta de tempo, a desvalorização da enfermagem.
(E15).

Evidenciou-se, portanto, que a SAE e o processo de enfermagem são


percebidos como importantes, por vários participantes, porém à sua aplicação efetiva
na prática dos cuidados clínicos de enfermagem, ainda, é uma fragilidade a ser
superada. Outra constatação evidenciada na fala dos participantes está relacionada à
incapacidade de integrar teoria-prática-teoria e, por isso, a SAE muitas vezes não
passa de um percurso rotineiro, infrutífero e distante da prática dos profissionais que
atuam no contexto da Atenção Primária à Saúde.
45

DISCUSSÃO
Evidenciou-se, nos resultados, que a SAE ainda possui um caráter impositivo,
reprodutivo e simplificador, na fala da maioria dos participantes deste estudo. E,
quando realizado de forma verticalizada e linear, isto é, por repetição ou imposição, a
SAE acaba por tornar-se um processo mecânico e automático não com a finalidade
de obter os resultados esperados, mas sim para dar conta de normas e rotinas
institucionais. Esse modo de pensar e agir pode ser reflexo da formação profissional,
focada em metodologias reprodutoras e saberes fragmentados. Mas, pode estar
associado, também, as metodologias assistenciais prescritivas e fiscalizadoras por
parte dos órgãos de classe.
Estudos(18-19) demonstram, que a implementação de fórmulas prescritivas ou
predeterminadas de assistência não garantem, por si só, maior qualidade à
assistência em enfermagem/saúde. Para além de gerar novos conhecimentos teóricos
e práticos em torno da SAE, é preciso fomentar novos referenciais – mais interativos,
circulares e complementares, capazes de ampliar o campo de visão e transcender
modelos verticalizados de intervenção em enfermagem e saúde(20).
Para Edgar Morin(21), autor do pensamento da complexidade, tudo aquilo que,
externamente, pesa como ordem normativa e legal, dificilmente alcançará o real
significado das coisas. Logo, é fundamental que a SAE brote como desejo e
necessidade por parte dos próprios enfermeiros, a fim de que não pese comoprotocolo
normativo, que demanda, “mais tempo”, “mais profissionais”, “mais recursos”.
Embora a efetivação da SAE, na prática, demande recursos humanos
qualificados, disponibilidade de tempo e ferramentas adequadas, esta não pode
limitar-se a estes condicionantes. Muito além de tempo e recursos disponíveis, a SAE
demanda apreensão teórica, priorização de funções e, sobretudo, estratégias de
gestão, além de visão prospectiva para compreender, dinamizar e assegurar o que
efetivamente são atribuições prioritárias do Enfermeiro(22).
No Brasil, a SAE é abordada como forma de garantir a identidade da profissão,
sua autonomia, liderança e reconhecimento, ou seja, como ferramenta para assegurar
as especificidades teórico-metodológicas específicas da enfermagem. No cenário
internacional são utilizadas outras sistemas de suporte que auxiliam o enfermeiro na
tomada de decisões clínicas(23-24). A diferença, no entanto, não está nasferramentas ou
padrões de linguagens adotados e relacionados à efetivação do
46

processo de enfermagem, na práticas, mas na postura dos profissionais de


enfermagem, os quais requerem, cada vez mais, atitudes relacionadas à liderança
prospectiva e agregadora.
Nesse processo, as Instituições de Ensino possuem importante atribuição no
que se refere às ferramentas de ensino e aprendizagem. É preciso que as
metodologias sejam propositivas e instigadoras, a fim de desenvolver a autonomia
entre os estudantes de enfermagem. É importante, igualmente, que as teorias
dialóguem com a assistência e vice-versa, no sentido de retroalimentar novas
abordagens orientadoras de novos saberes e práticas profissionais(25).
Reconhece-se, nessa direção, o crescente esforço que vem sendo travado por
parte do Conselho Federal de Enfermagem (COFEn), no sentido ampliar a
compreensão teórico-metodológica e a implementação da SAE nos diferentes
ambientes de cuidado. Paralelamente, acompanha-se, ainda, um conjunto de
iniciativas voltadas à qualificação de profissionais de enfermagem em Programas de
Pós-Graduação em todos os estados brasileiros. É preciso, no entanto, que o
enfermeiro faça, também, a sua parte e protagonize processos em âmbito local,
capazes de impactar na prática e serem replicados como bem-social em outros
cenários.
Destaca-se, por fim, mas não menos importante, a relevância do papel social e
transformador do Enfermeiro/enfermagem na sociedade em geral. Essa constatação
ficou ainda mais evidente e reconhecida no decorrer do período pandêmico. Logo, por
que não potencializar todas essas iniciativas e avanços, em âmbito mundial, para
fortalecer a Sistematização da Assistência de Enfermagem – ferramenta teórico-
metodológica específica da enfermagem?
Limitações do estudo
As limitações do estudo estão associadas a participação dos enfermeiros de
uma única região, o que pode inviabilizar generalizações. Outra limitação do ponto de
vista dos pesquisadores está relacionada à visibilidade da SAE apenas com
puérperas, considerando ter sido este o foco deste estudo. Esta limitação demonstra,
no entanto,a incipiência da operacionalização da SAE na Atenção Primária à Saúde.

Contribuições para a área da Enfermagem


47

O estudo permitiu identificar as principais potencialidades fragilidades


relacionadas à operacionalização da SAE em uma região interiorana do sul do Brasil.
Desse modo, os resultados deste estudo poderão alavancar novas estratégias de
gestão, em âmbito do COFEN, para intuir a SAE e o processo de enfermagem nestas
regiões específicas, frequentemente, desprovidas de acesso, recursos, instituições de
ensino superior, dentre outros aspectos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Identificou-se, neste estudo, tanto potencialidades quanto fragilidades em
relação à operacionalização da SAE em municípios interioranos. As potencialidades
estão relacionadas à satisfação, organização e agilidade do processo de trabalho,
reconhecimento profissional, autonomia, melhoria da qualidade do cuidado, além de
reconhecimento de que a SAE favorece o preenchimento adequado de formulários,
organiza os registros de enfermagem e assegura uma linguagem científica única entre
os profissionais de enfermagem. As fragilidades evidenciadas estão associadas, por
sua vez, à falta de recursos humanos, à falta de tempo, à falta de hábito, o acúmulo
de funções, o pouco conhecimento sobre a temática, dentre outros apontamentos.
Defende-se, a partir deste estudo, que a SAE pode favorecer o pensamento
crítico-reflexivo sobre o ser e fazer da enfermagem, a comunicação entreos integrantes
da equipe e os demais profissionais da saúde e possibilitar maior reconhecimento do
cuidado de enfermagem, como prática social. Defende-se, ainda, que a SAE se
constitui um recurso fundamental para alavancar processos de enfermagem mais
inovadores e impulsionadores da prática avançada em enfermagem. É fundamental,
para tanto, avançar na adoção de uma linguagem padronizada no sentido de ampliar
o impacto local e possibilitar o reconhecimento internacional da enfermagem.
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51

5.2 MANUSCRITO 2

PERCURSO METODOLÓGICO DE CONSTRUÇÃO DO MANUAL


INSTRUCIONAL ORIENTADOR DO CUIDADO DE ENFERMAGEM A MULHERES
NO PERÍODO PUERPERAL

RESUMO
Objetivo: Criar um manual instrucional orientador do cuidado de enfermagem a
mulheres no período puerperal. Método: Estudo de desenvolvimento tecnológico que
intenta descrever o percurso que norteou a produção de uma tecnologia, do tipo
manual instrucional, desenvolvida a partir de um processo investigativo prévio com
foco no processo de enfermagem e a sistematização do cuidado de enfermagem
direcionado a mulheres no período puerperal. Resultados: O percurso adotado para
o desenvolvimento do manual instrucional possibilitou movimentos de interlocução
com os profissionais da prática, os quais participaram ativa e colaborativamente da
concepção à implementação do produto. O manual está alinhado às necessidades do
serviço e, dessa forma, resultará em benefícios tantos para os profissionais de
enfermagem quanto para as usuárias e o Sistema Único de Saúde. Conclusão: A
produção do manual mostrou-se um excelente recurso de interlocução teórico-prática
com os profissionais de saúde. O mesmo possibilitou, ao longo de seu processo de
construção, refinamento e validação,espaço para a autorreflexão e a autoanálise sobre
o processo de trabalho e de cuidadoem enfermagem e saúde. Desse modo, o mesmo
transcendeu o manual físico e possibilitou um espaço concreto de sensibilização e
qualificação do cuidado de enfermagem.
Descritores: Organização e Administração; Prática Profissional; Processo de
Enfermagem; Recursos Humanos; Terminologia Padronizada em Enfermagem.

Introdução
O processo de enfermagem é o instrumento teórico-metodológico que orienta
o cuidado de enfermagem de forma processual, por meio de cinco etapas inter-
relacionadas, interdependentes e recorrentes, quais sejam: coleta de dados,
diagnósticos de enfermagem, planejamento, implementação e avaliação. O mesmo
tem por base o método científico e centra-se em orientar o cuidado profissional e o
registro da documentação clínica. A Sistematização da Assistência de Enfermagem,
diferentemente do processo de enfermagem, promove a organização do trabalho, que
abrange o ambiente no qual o cuidado de enfermagem é exercido e toda a
complexidade que envolve o processo de gestão(1-3).
Nessa direção, a condução do cuidado de enfermagem pressupõe, nas
diferentes realidades, contextos, serviços, sujeitos, o processo de enfermagem,
52

enquanto instrumento metodológico que orienta o cuidado, de forma processual e por


meio de instrumentos específicos para o alcance de melhores resultados em saúde.
Desse modo o processo de enfermagem pressupõe a elaboração de instrumentos
que viabilizem a organização e a efetivação do cuidado na prática(4).
A documentação se traduz em elementos constituintes do pilarinstrumentos e
dão sustentação ao pilar método, empregado por profissionais de enfermagem em
seu fazer teórico-prático. Estudos que abordam a elaboração de instrumentos e
documentação próprios, se mostram pertinentes e essenciais à organização
específica do serviço e, portanto, adequados ao escopo de produção do conhecimento
compatível com a temática da Sistematização da Assistência de Enfermagem(5-6).
O manual instrucional se constitui, nesse contexto, em importante recurso
norteador do cuidado de enfermagem. O mesmo indica procedimentos a serem
realizados, ou seja, se traduz em um tipo de texto que leva a equipe de enfermagem
a mais que uma simples informação, mas conduz à tomada de decisões, a partir de
cum raciocínio crítico-reflexivo sobre a prática(7).
Objetiva-se, com base no exposto, descrever o processo de construção de um
manual instrucional orientador do cuidado de enfermagem a mulheres no período
puerperal.

Percurso metodológico: Fases de construção do manual instrucional


Estudo de desenvolvimento tecnológico que intenta descrever o percurso que
norteou a produção de uma tecnologia, do tipo manual instrucional, desenvolvida a
partir de um processo investigativo prévio com foco no processo de enfermagem e a
sistematização do cuidado de enfermagem direcionado a mulheres no período
puerperal.
Realizou-se, inicialmente, processo investigativo com o objetivo de avaliar as
dificuldades e facilidades que os enfermeiros encontram em relação a
operacionalização do processo de enfermagem em um município interiorano do Rio
Grande Sul. Participaram, para tanto, 17 enfermeiros da Estratégia da Saúde da
Família que realizam atendimento às mulheres no período puerperal. Os resultados
dessa investigação evidenciaram dificuldades relacionadas à compreensão do
significado do processo de enfermagem, bem como à dificuldade de efetivar as
53

diferentes etapas do processo, em função da inexistência de uma tecnologia


instrucional de apoio.
Assim, com base em estudos, discussões e alinhamentos com os profissionais
de enfermagem do referido município, decidiu-se pela construção de um manual
instrucional de apoio à operacionalização do diagnóstico de enfermagem no período
puerperal, considerando ser esta uma das principais lacunas na Estratégia de Saúde
da Família.
Desse modo, o processo de construção do manual instrucional foi norteado
pelas fases metodológicas, ilustradas na Figura 1.

Figura 1: Percurso metodológico de construção do manual instrucional.

FASE I
Identificação e priorização
do problema

FASE V FASE II
Planejamento de
Retorno dos resultados
intervenções para a
para a equipe
solução do problema

FASE IV FASE III


Avaliação dos resultados Implementação das
intervenções
planejadas

Fonte: esquema adaptado a partir de Tripp(2005).

Fase I: Identificação e priorização do problema


A primeira fase do diagrama metodológico está relaciona a identificação do
problema/demanda na prática, na interação com os participantes do estudo. Esse
percurso foi delineado a partir da investigação com os enfermeiros que atuam na
Estratégia de Saúde da Família. Os resultados deste estudo evidenciam importante
fragilidade associada a operacionalização do processo de enfermagem no período
puerperal. Esta fragilidade está relacionada à insegurança dos enfermeiros no que se
refere à realização do diagnóstico de enfermagem com mulheres no período
puerperal. Assim, decidiu-se coletivamente pelo desenvolvimento de um manual
54

instrucional, de apoio à operacionalização do processo de enfermagem, no cenáriode


estudo.
Esse percurso se deu por meio de encontros focais presenciais, de uma hora,
com enfermeiros que já haviam participado da coleta de dados e que previamente
manifestarem aceite à participação da etapa de construção do manual. Participaram
desse percurso de quatro encontros, cinco enfermeiros. Apresentou-se, no primeiro
encontro, a proposta da pesquisa, os objetivos, os critérios éticos, além das
pactuações, para a continuidade dos trabalhos.
Destaca-se, que devido ao período pandêmico da Covid-19 os encontros
obedeceram às normas restritivas e de contingenciamento. Desse modo, os encontros
foram realizados em sala específica, higienizada, com o uso de máscaras e
observância do distanciamento preconizado pelas instâncias locais. A fim de elucidar
a realidade e gerar conhecimento sobre o contexto, elaboraram-se três questões
norteadora para melhor compreender o problema e, a partir de então, estabelecer o
planejamento. As questões elencadas foram: Você usa a SAE no cotidiano do seu
atendimento na atenção básica? Quais as potencialidades e fragilidades no uso da
SAE no seu local de trabalho? O que você sugere para favorecer a efetiva
implementação da SAE no contexto do seu trabalho?
As questões mencionadas acima foram entregues aos enfermeiros
participantes do estudo, em formato questionário impresso, no primeiro encontro. O
preenchimento das questões permitiu a troca de ideias entre os participantes.
Percebeu-se, com essa dinâmica, grande preocupação por parte dos enfermeiros,
pelo fato de não terem implantado, em seu local de trabalho, todas as etapas do
processo de enfermagem e pela pouca noção sobre a Sistematização da Assistência
de Enfermagem (SAE).
Com base nestas constatações, decidiu-se pela continuidade dos encontros, a
fim de promover discussões teórico-práticas sobre os passos do processo de
enfermagem e de como este se diferencia da SAE. Planejou-se, para tanto, um plano
de ações prospectivas, com dias e horários, a fim de pactuar coletivamente o
compromisso pelo estudo e qualificação do processo de enfermagem em âmbito local.
Esse percurso foi moderado pelo pesquisador principal, com o apoio de um dos
enfermeiros participantes.
55

Fase II: Planejamento de intervenções para a solução do problema


Dos dados resultantes do questionário previamente aplicado, realizou-se a
organização do material e posteriormente uma análise de conteúdo. A análise de
conteúdo evidenciou potencialidades e fragilidades associadas à operacionalização
do processo de enfermagem. Denotou-se, que o processo de enfermagem, na
compreensão dos participantes, ele direciona o cuidado de enfermagem, a partir de
metodologia teórico-prática específica. Por outro lado, os enfermeiros manifestaram
preocupação com a falta de recursos humanos, de tempo e de conhecimento, os quais
dificultam à operacionalização do processo de enfermagem, mas entendem e desejam
desenvolver o PE na prática.
A partir da análise, o próximo encontro destinou-se a apresentação e discussão
dos resultados. Aprofundou-se, neste novo encontro, as potencialidades de
fragilidades na perspectiva de cada um dos enfermeiros participantes. Propôs-se aos
enfermeiros o planejamento coletivo para o desenvolvimento da ação, neste caso, do
manual instrucional proposto.
Nesse processo de discussão, os enfermeiros reconheceram que além de
organizar o cotidiano da gestão e da assistência do trabalho do enfermeiro, a SAE é
também capaz de proporcionar mais autonomia e reconhecimento aos enfermeiros e,
sobretudo, qualificar o cuidado em saúde. Os enfermeiros reconheceram, ainda, que
a Estratégia de Saúde da Família poderia ser a propulsora desse processo de
sistematização. Assim, a partir dessas reflexões ampliadas direcionou-se a
implementação da ação, a partir dos passos: teorização, construção de um
instrumento para a consulta de enfermagem.
Em relação às fragilidades apontadas pelos enfermeiros participantes, pactuou-
se a relevância de todos os enfermeiros participarem, ativa e colaborativamente, de
todo o percurso de qualificação e implementação do processo de enfermagem. Apesar
da constatação de que os recursos humanos seriam insuficientes para a demanda,
todos se comprometeram a abraçar a causa. Pactuou-se, também, que os
instrumentos a serem elaborados em relação ao processo de enfermagem deveriam
ser objetivos, claros e condensados, a fim de serem atrativos e práticos.

Fase III: Implementação das intervenções planejadas


Para essa fase foram organizados três encontros, com o seguinte
delineamento: o primeiro de teorização, o segundo para a construção dos
56

instrumentos para a consulta de enfermagem e o terceiro para apresentação de todos


os instrumentos revisados, pelo pesquisador, e posterior validação com a participação
de profissionais com expertise na área saúde materno infantil e políticas de atenção à
saúde da mulher, especialmente no período puerperal.
No primeiro encontro, foi realizada a teorização com o objetivo de promover a
sensibilização dos envolvidos. Para tanto foram apresentados artigos relacionados ao
processo de enfermagem com foco no período puerperal da mulher. Os materiais
foram distribuídos para os enfermeiros, os quais realizaram leitura individual prévia.
Essa dinâmica teve por objetivo identificar as percepções individuais dos profissionais
em relação à temática proposta. Após a leitura individual, realizou-se debate em
grupos, sobre as percepções, potencialidades e dificuldades encontradas.
O segundo encontro teve por objetivo elaborar os instrumentos para a consulta
de enfermagem, a partir da aprendizagem oportunizada na teorização e pela
mediação do pesquisador principal. Os instrumentos foram elaborados, de forma
processual, com o aporte teórico de artigos publicados sobre a Classificação
Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE®) e a Resolução COFEN-
358/2009, que dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a
implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em
que ocorre o cuidado profissional de enfermagem. Ao final deste encontro ficou
acordado que os instrumentos seriam formatados e apresentados, no próximo
encontro, pelo pesquisador.
No terceiro encontro, que teve por objetivo apresentar os instrumentos
elaborados pela equipe, o pesquisador os apresentou em formato Word, com auxílio
de projetor de multimídia, a fim de que todos pudessem realizar as suas contribuições,
as quais foram consideradas e alteradas sempre que necessário. Ao final ficou
acordado que os instrumentos seriam enviados para enfermeiros expertise da área
da saúde materno infantil, a fim de prosseguirem com a validação do conteúdo.

Fase IV: Avaliação dos resultadose


Essa fase foi assumida pelo pesquisador principal, a partir das atividades e
ações realizadas nos encontros, sobretudo, com base nos debates e discussões dos
participantes. O envolvimento ativo e colaborativo demonstrado pelos enfermeiros, no
decorrer dos encontros, além da adesão às pactuações realizadas, possibilitou uma
avaliação positiva de todo o percurso. A partir da problemática evidenciada, os
57

próprios enfermeiros construíram o seu percurso de melhorias, que resultou na


qualificação do processo de enfermagem nas diferentes unidades de saúde.
A avaliação pode ser um processo em que se torna explícito o planejar tanto
para a mudança da prática quanto para a avaliação dos efeitos da mudança na
prática(8). Sob esse enfoque, os efeitos da mudança em relação à qualificação do
processo de enfermagem foram avaliadas de forma altamente positiva.
Considerou-se, também, nessa fase, o desenvolvimento do produto proposto,
denominado “Manual norteador do cuidado de enfermagem no período
puerperal”, o qual tem por objetivo orientar os enfermeiros na aplicabilidade dos
subprodutos ou instrumentos desenvolvidos coletiva e colaborativamente com os
enfermeiros participantes do estudo. O manual, após a sua construção inicial e a
validação de conteúdo, sofreu um processo de qualificação com o apoio de um
profissional técnico da área do Design.

Fase V: Retorno dos resultados para a equipe


Essa fase será desenvolvida após a apresentação da dissertação para a banca
avaliadora. Intenta-se implementar a SAE nas diferentes unidades de saúde do
município em questão, a partir da inclusão dos instrumentos elaborados pelos
enfermeiros no sistema CELK - sistema credenciado pelo município, com vistas a
criação de banco de dados no ESUS. Intenta-se, paralelamente, fomentar cursos de
qualificação, com todos os enfermeiros do município, com vistas à implementação
efetiva do processo de enfermagem e da SAE.

Resultados: Apresentação do manual instrucional


Embora existam vários manuais disponíveis que norteiam o cuidado de
enfermagem nos diferentes contextos profissionais do enfermeiro, encontrou-se
poucas produções que descrevem as fases para a sua elaboração. Na maioria das
vezes o que existe na literatura são produções que relatam a má qualidade das
informações contidas em manuais, bem como a falta de rigor científico-metodológico
no percurso de sua construção à implementação.
Buscou-se, com base nessas constatações, desenvolver um manual
instrucional atrativo, objetivo, não muito extenso, capaz de fornecer orientações
significativa sobre o Processo de Enfermagem e a Sistematização da Assistência de
Enfermagem. Atentou-se para que o manual fosse acessível, de fácil compreensão e
58

para que atendesse às necessidades específicas dos enfermeiros que atuam em


equipes de Estratégia de Saúde da Família, a fim de que os mesmos se sintam
estimulados a lê-lo. Buscou-se, ainda, ilustrar as orientações para descontrair, animar,
torná-lo menos pesado e facilitar o entendimento, já que, para algumas pessoas, as
ilustrações explicam mais que muitas palavras.
É importante transformar a linguagem das informações encontradas na
literatura, tornando-as acessíveis ao público alvo. Essa é, também, uma etapa de
extrema importância para a equipe, considerando que, frequentemente, utiliza-se uma
linguagem inacessível ou muito distante da realidade dos profissionais envolvidos.
Buscou-se, nessa direção, utilizar uma linguagem científica, mas adaptada à realidade
do contexto da saúde e enfermagem do município, em questão(7).
A etapa de qualificação do manual visa a validação técnico-científica domaterial
construído. A literatura recomenda que esse processo seja realizado em trêsetapas de
avaliação: a de profissionais de saúde especialistas na área da temática, a de
pacientes individuais e a de grupos de pacientes portadores do evento abordado(9-10).
Nesse estudo, no entanto, não foram considerados os pacientes, pelo fato do
processo de enfermagem e a SAE serem atividades privativas do Enfermeiro. No
percurso de qualificação do manual buscou-se atender as expectativas e as
necessidades dos enfermeiros, os quais, possuíam conhecimentos e interesses
diferentes. Denotou-se, que a construção e o processo de qualificação do manual
foram, também, uma oportunidade para uniformizar e oficializar as condutas no
cuidado à mulher no período puerperal, com a participação ativa e colaborativa dos
enfermeiros.
Considerou-se, ainda, por fim, que o conhecimento científico é renovável e que
necessita de constantes atualizações. Por isso, a informação contida no manual
instrucional não se constitui em verdade absoluta ou receita inquestionável. Assim
como a formação é concebida ao longo da vida, também os manuais e demais
tecnologias instrucionais requerem atualizações frequentes e ao longo de sua vida
útil.
O manual, em seu formato gráfico final, foi apresentado às equipes de
Estratégia Saúde da Família, a partir de um encontro específico para este fim , com o
objetivo de esclarecer dúvidas e enfatizar à relevância deste recurso para a
qualificação do processo de enfermagem na referida região. A seguir um esboço
ilustrativo do manual.
59

Figura 2: Manual norteador do cuidado de enfermagem no período puerperal.

O produto final, “Manual norteador do cuidado de enfermagem no período


puerperal”, foi distribuído para as unidades de saúde do referido município, mais
precisamente, para as 17 equipes de Estratégia Saúde da Família, as quais prestam
cuidados às mulheres no período puerperal. Serão discutidas, com as equipes, na
sequência, maiores detalhes em relação a sua atualização e manutenção deste nas
unidades.

Considerações finais
A produção do manual mostrou-se um excelente recurso de interlocução
teórico-prática com os profissionais de saúde. O mesmo possibilitou, ao longo de seu
processo de construção, refinamento e validação, espaço para a autorreflexão e a
autoanálise sobre o processo de trabalho e de cuidado em enfermagem e saúde.
Desse modo, o mesmo transcendeu o manual físico e possibilitou um espaço concreto
de sensibilização e qualificação do cuidado de enfermagem.
O percurso adotado para o desenvolvimento do manual instrucional possibilitou
movimentos de interlocução com os profissionais da prática, os quais contribuíram na
(re)construção de conceitos, estruturas e fluxos. O manual está alinhado às
necessidades do serviço e, dessa forma, resultará em benefícios tanto para os
profissionais de enfermagem quanto para as usuárias.
Dispor de um material educativo e instrutivo facilita a linguagem integralizada
das orientações a serem fornecidas pelos profissionais, com vistas ao cuidado de
60

enfermagem mais efetivo e resolutivo. Além disso, o manual se constitui em recurso


teórico-metodológico que conduz a uma prática científica, planejada e conduzida com
base em metas coletivas para o alcance dos objetivos comuns.

Referências
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Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo
de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado
profissional de Enfermagem, e dá outras providências. Brasília, DF: Conselho
Federal de Enfermagem; 2009 [cited 2022 May 25]. Available from:
http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-3582009_4384.html
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USP. 2021;55:e03766. https://doi.org/10.1590/S1980-220X2020023003766
3. Gutiérrez MG, Morais SC. [Systematization of nursing care and the formation of
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https://doi.org/10.1590/0034-7167-2016-0515
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protocol in vascular trauma prevention: peripheral catheterization bundle in
urgency. Rev Bras Enferm. 2019;72(6):1512-8. https://doi.org/10.1590/0034-
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7. Echer IC. Elaboração de manuais de orientação para o cuidado em saúde. Rev.
Latino-Am. Enfermagem. 2015;13(5). https://doi.org/10.1590/S0104-
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8. Tripp D. Pesquisa-ação: uma introdução metodológica. Educação e Pesquisa,
São Paulo. 2005;31(3)443-66.
https://www.scielo.br/j/ep/a/3DkbXnqBQqyq5bV4TCL9NSH/?format=pdf&lang=pt
61

9. Svarstad BL, Mount JK. Evaluation of written prescription information provided in


community pharmacies 2001: final report to the U.S. Department of Health and
Human Services and the Food and Drug Administration [on line]. Rockville (MD):
FDA/CDER; 2002 [cited: 2004 Jan]. [15 screens]. Available from: URL:
http://www.fda.gov/cder/reports/ prescriptionInfo/default.htm.
10. Coulter A, Entwistle V, Gilbert D. Informing patients: an assessment of the quality
of patient information materials. London (EN): King´s Fund; 1998.
62

6 PRODUTO TÉCNICO/TECNOLÓGICO

6.1 MANUAL PRÁTICO PARA ASSISTÊNCIA ÀS MULHERES NO PUERÉRIO

Desenvolveu-se um manual instrucional que favorece e induz o pensamento


crítico-reflexivo sobre o ser e fazer da enfermagem, além de qualificar a comunicação
entre os integrantes da equipe e destes com os demais profissionais da saúde e,
sobretudo, nortear o cuidado de enfermagem no período puerperal.

6.1.1 Tipo e Subtipologia de produto técnico/tecnológico

De acordo com o formulário tipológico dos produtos tecnológicos e atendendo


o Qualis de produção técnica da Capes, este produto é do tipo Manual ou Protocolos
(T1= 100 pontos).
As descrições destes produtos compreendem um conjunto de escritas que
integram rotinas, normas, protocolos, procedimentos, guidelines, consensos,
modelos, tecnologias de gestão, educação e assistência à saúde. Assim, este estudo
trata da elaboração de um Manual que servirá de guia para os enfermeiros no
atendimento às Puérperas aplicando o Processo de Enfermagem no município de São
Gabriel, no interior do Rio Grande do Sul.

6.1.2 Objetivos do produto técnico/tecnológico

Elaborar e implantar um Manual que contemple os componentes do PE para a


assistência de enfermagem as Puérperas, que serão utilizados pelos enfermeiros da
Estratégia da Saúde da Família de uma cidade do interior do RS;
Viabilizar a assistência às puérperas do município de forma sistematizada,
contribuindo para a operacionalização do PE no contexto da atenção primária.

6.1.3 Descrição do produto técnico/tecnológico

O estudo da dissertação resultou em um Manual, um guia prático e de fácil


consulta para a aplicação do processo de enfermagem na assistência a puérperas do
município do interior do RS. O manual será utilizado pelos enfermeiros da Estratégia
63

da Saúde da Família, afim de contribuir e qualificar o atendimento a essas mulheres


no período do puerpério. Contempla as etapas do PE em sua aplicação. O produto, o
manual é de grande importância para a população alvo. Durante o estudo percebeu-
se que existia a necessidade de uma guia para o atendimento ,que os enfermeiros
necessitavam de uma orientação para aplicar a SAE. O manual foi elaborado com a
ajuda dos enfermeiros da ESF, todos colaboram com a elabora do Manual.

6.1.4 Apresentação do produto técnico/tecnológico


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97
98
99
100
101
102

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados desta pesquisa possibilitaram maior compreensão sobre


potencialidades e fragilidades para implementação da Sistematização da Assistência
de Enfermagem em um município do interior do estado, relacionado ao cuidado no
puerpério.
As potencialidades estão relacionadas à satisfação, organização e agilidade do
processo de trabalho, reconhecimento profissional, autonomia, melhoria da qualidade
do cuidado, além de reconhecimento de que a SAE favorece o preenchimento
adequado de formulários, organiza os registros de enfermagem e assegura linguagem
científica padronizada entre os profissionais de enfermagem. As fragilidades
evidenciadas estão associadas, por sua vez, à falta de recursos humanos, à falta de
tempo, à falta de hábito, ao acúmulo de funções, o pouco conhecimento sobre a
temática, dentre outros apontamentos.
O processo de pesquisa possibilitou desenvolver um manual instrucional
atrativo, objetivo, não muito extenso, capaz de fornecer orientações significativa sobre
o Processo de Enfermagem e a Sistematização da Assistência de Enfermagem as
mulheres no puerpério. Atentou-se para que o manual fosse acessível, de fácil
compreensão, ilustrativo para que atendesse às necessidades específicas dos
enfermeiros que atuam em equipes de Estratégia de Saúde da Família, a fim de que
os mesmos se sintam estimulados a lê-lo e instrumentalizá-los.
A pesquisa contribuiu também ao sensibilizar sobre a importância e a
necessidade da utilização do PE para qualificar o cuidado de enfermagem. Sua
aplicabilidade poderá se expandir para outros municípios.
Espera-se fomentar processos de reflexão e de valorização dessa temática na
área da saúde da mulher. Além disso, espera-se subsidiar o conteúdo e divulgar o
processo com intuito de subsidiar e facilitar a implementação da Sistematização da
Assistência de Enfermagem nesses e em outros locais.
103

REFERÊNCIAS

BACKES, Dirce Stein et al. O papel profissional do enfermeiro no Sistema Único de


Saúde: da saúde comunitária à estratégia de saúde da família. Ciência e saúde
coletiva, Rio de Janeiro, v. 17, n. 1, p. 223-230, Jan. 2012.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de


Atenção Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco / Ministério da Saúde.
Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Editora
do Ministério da Saúde, 2012.

BRASIL a. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de


Atenção Básica. Política Nacional de Atenção Básica / Ministério da Saúde.
Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. – Brasília :
Ministério da Saúde, 2012. 110 p. : il. – (Série E. Legislação em Saúde).

BRASIL b. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de


Atenção Básica. Saúde da criança : crescimento e desenvolvimento / Ministério da
Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. – Brasília
: Ministério da Saúde, 2012. 272 p.: il. – (Cadernos de Atenção Básica, nº 33)

Brasil. Ministério da Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas.


Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher: Princípios e
Diretrizes/Ministério da Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2011a

Brasil. Ministério da Saúde (MS). Portaria nº 1.459, de 24 de junho de 2011. Institui,


no âmbito do Sistema Único de Saúde-SUS-a Rede Cegonha. Diário Oficial da União
2011b. Disponível em
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt1459_24_06_2011.html.
Acesso em 16 mai 2022

Conselho Federal de Enfermagem. Resolução COFEN n. 358, de 15 de outubro de


2009. Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) nas
104

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04/11/2017. -
-
-
-
-
-
-
APÊNDICES

Apêndice A
Declaração de anuência institucional

São Gabriel, 06 de agosto de 2020.


Eu, Ricardo Lannes Coirolo, CPF n.0 483658230-04, instituição Secretaria
Municipal dc Saúde — Prefeitura Municipal para fins de participação do EDITAL
no 13/2020/PROPESQ referente ao processo seletivo do Curso de Pós-
Graduação Stricto Sensu, Mestrado Profissional em Saúde Materno Infantil da
Universidade Franciscana relacionado ao Acordo Capes/Cofen -— Apoio a
Programas de Pós-Graduação da área de Enfermagem conforme Edital no
28/2019, declaro estar anuente com os objetivos do projeto de pesquisa do
candidato Luciano Samaniego Arrussul. Declaro, ainda, que o candidato terá a
disponibilidade de horas semanais para participar de estudos e atividades do
Mestrado Profissional em Saúde Materno Infantil da Universidade Franciscana.

Secretário Municipal de Saúde


úde

Representante legal Digitalizado com CamScanner


de São Gabriel, RS
109

Apêndice B

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Você está sendo convidado (a) a participar, como voluntário (a), na pesquisa
IMPLEMENTAÇÃO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM EM UMA REGIÃO
INTERIORANA DO RIO GRANDE DO SUL, COM VISTAS À SISTEMATIZAÇÃO DO
CUIDADO NO PERÍODO PUERPERAL. Este estudo tem como objetivo implementar,
por meio de capacitações on line, o uso da Sistematização da Assistência de
Enfermagem nas Estratégias de Saúde da Família no município de São Gabriel/RS.
A sua participação no referido estudo será de responder a entrevista com
perguntas norteadoras que se refere às questões do uso da SAE no seu local de
trabalho. Por meio deste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), você
está sendo informado de que pode esperar alguns benefícios, tais como, contribuir
para um cuidado de qualidade, humanizado.
Entretanto, também é possível que aconteçam alguns desconfortos ou riscos
durante a sua participação, tais como recordar uma trajetória de cuidadodesagradável.
Para minimizar tais riscos, nós, pesquisadores, tomaremos as medidas necessárias
para o seu encaminhamento a um profissional da área da psicologia, paraatendimento
de imediato. Nós, pesquisadores, garantimos a você que sua privacidade será
respeitada, ou seja, que seu nome ou qualquer outra informação que possa, de
alguma maneira, lhe identificar, será mantida em sigilo. Nós também nos
responsabilizamos pela guarda e confidencialidade dos dados, assim como de sua
não exposição.
Nós lhe asseguramos assistência durante toda a pesquisa, inclusive, se
necessário, após sua conclusão, bem como garantimos seu livre acesso a todas as
informações e esclarecimentos adicionais sobre o estudo e suas consequências, tudo
o que você queira saber antes, durante e depois de sua participação, bem como o
recebimento de uma via deste termo. Também informamos que sua participação é
livre e voluntária, portanto, você pode se recusar a participar do estudo ou retirar seu
consentimento a qualquer momento, sem precisar justificar e sem nenhum tipo de
prejuízo. Após a conclusão da pesquisa, você terá acesso aos resultados, os quais
serão informados em relatório final da pesquisa.
Caso você tenha qualquer despesa decorrente de sua participação nesta
pesquisa, tais como transporte, alimentação ou outro item, bem como de seu
acompanhante, se for o caso, haverá ressarcimento dos valores gastos. De igual
maneira, caso ocorra algum dano decorrente de sua participação neste estudo,
salientamos que o seu direito de solicitar indenização está garantido. Os
pesquisadores envolvidos neste projeto de pesquisa são: Martha Souza e Luciano
Arrusul, com os quais você poderá manter contato, pelos telefones, (55) 981426446 e
(55) 999231259.
O Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (CEP) é composto por
um grupo de pessoas que estão trabalhando para garantir que os seus direitos, como
participante de pesquisa, sejam respeitados. Se você achar que a pesquisa não está
sendo realizada de forma ética ou que está sendo prejudicado de alguma forma, você
pode entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade
Franciscana (UFN), pelo telefone (55) 3220-1200, ramal 1289, pelo e-mail:
cep@ufn.edu.br, ou pessoalmente, no endereço: Rua dos Andradas, 1614, Conjunto
I, prédio 7, sala 601, Santa Maria, RS, de segunda-feira à quarta-feira, das 7h30min
110

às 11h30min, e de segunda-feira à sexta-feira, das 13h30min às 17h30min.


Informo que li e entendi todas as informações presentes neste Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido e tive a oportunidade de discutir as informações
deste termo. Todas as minhas perguntas foram respondidas e estou satisfeito com as
respostas. Entendo que recebo uma via assinada e datada deste documento e que
outra via assinada e datada será arquivada pelo pesquisador responsável do estudo.
Enfim, tendo sido orientado sobre o teor do conteúdo deste termo e compreendido a
natureza e o objetivo desta pesquisa, manifesto meu livre consentimento em
participar.

Dados do participante da pesquisa


Nome
Telefone
E-mail

São Gabriel, 2021

Assinatura do participante da Assinatura do pesquisador


pesquisa responsável
111

Apêndice C
Questionário para pesquisa

Dados de identificação:
Idade:
Situação civil:
Possui filhos?
Atua em mais de um local de trabalho?
Possui: ( ) especialização ( ) Mestrado ( ) Doutorado
Tempo de atuação como enfermeiro:

QUESTÕES NORTEADORAS:

1-Você usa a SAE no seu cotidiano de trabalho? Como?


2 – Quais as potencialidades e fragilidades do uso da SAE no seu atendimento como
enfermeiro?
3 - O que você sugere para favorecer a efetiva implementação da SAE no contexto de
seu trabalho?
112

Apendice D
Termo de Confidencialidade

Título do projeto: IMPLEMENTAÇÃO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM EMUMA


REGIÃO INTERIORANA DO RIO GRANDE DO SUL, COM VISTAS À
SISTEMATIZAÇÃO DO CUIDADO NO PERÍODO PUERPERAL

Pesquisador responsável: Luciano Samaniego Arrussul/Martha Souza


Instituição de origem do pesquisador: Universidade Franciscana UFN
Área de Conhecimento: Área de Ciências da Saúde
Curso: Mestrado Profissional em Saúde Materno Infantil
Telefone para contato: (55) 981426446, (55) 999231259
Local da Coleta de dados: Secretaria Municipal de Saúde de São Gabriel
Registro no CEP/UFN:
O(s) pesquisador(es) do projeto acima identificado(s) assume(m) o
compromisso de:
I. Preservar o sigilo e a privacidade dos sujeitos cujos dados (informações e/ou
materiais biológicos) serão estudados;
II. Assegurar que as informações e/ou materiais biológicos serão utilizados, única
e exclusivamente, para a execução do projeto em questão;
III. Assegurar que os resultados da pesquisa somente serão divulgados de forma
anônima, não sendo usadas iniciais ou quaisquer outras indicações que
possam identificar o sujeito da pesquisa.

O(s) Pesquisador(es) declara(m) ter conhecimento de que as informações


pertinentes às técnicas do projeto de pesquisa somente podem ser acessados por
aqueles que assinaram o Termo de Confidencialidade, excetuando-se os casos em
que a quebra de confidencialidade é inerente à atividade ou que a informação e/ou
documentação já for de domínio público.
São Gabriel,, de 2021
Luciano Arrussul
RG: 5069651429
Nome: Martha Souza
RG: 7013493742
113

Apêndice E
Declaração da psicóloga

Declaro para os devidos fins, que havendo necessidade, os participantes da


pesquisa intitulada: IMPLEMENTAÇÃO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM EM
UMA REGIÃO INTERIORANA DO RIO GRANDE DO SUL, COM VISTAS À
SISTEMATIZAÇÃO DO CUIDADO NO PERÍODO PUERPERAL, poderão ser
encaminhados para consulta com a psicóloga. O encaminhamento contará com
serviço de triagem, avaliação e atendimento, conforme suas especificidades. A
pesquisa está sob a responsabilidade do Mestrando do Mestrado Profissional em
Saúde Materno Infantil, Luciano Samaniego Arrussul, sob orientação da professora
pesquisadora Carla Lizandra Lima Ferreira, com a concordância dos participantes da
pesquisa.

São Gabriel, de de 2022.

Flávia Facco

Psicóloga
114

Apêndice F

PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP

DADOS DO PROJETO DE PESQUISA


Título da Pesquisa: IMPLEMENTAÇÃO DA SISTEMATIZAÇÃO DA
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM PARA PUÉPERAS NA REGIÃO DA CAMPANHA
NO RIO GRANDE DO SUL Pesquisador: LUCIANO SAMANIEGO ARRUSSUL Área
Temática:
Versão: 3
CAAE: 49683721.8.0000.5306
Instituição Proponente:SOC CARIT E LIT SAO FRANCISCO DE ASSIS
ZONA NORTE
Patrocinador Principal: Financiamento Próprio
DADOS DO PARECER
Número do Parecer: 4.887.627
Apresentação do Projeto:
As informações elencadas no "Apresentação do Projeto" foram retiradas do
arquivo Informações básicas da
PB_INFORMAÇÕES_BÁSICAS_DO_PROJETO_1789818.pdf 15/07/2021 15:23:52
Metodologia Proposta:
Este trabalho será desenvolvido por meio de uma pesquisa-ação. Serão
convidados a participar da pesquisa todos os 17 enfermeiros, que compõem as
equipes das Unidades Básicas de Saúde e Estratégia de Saúde de Família do
município de São Gabriel/RS. Pretende-se entrevistar o total de dezessete
enfermeiros no período de maio a agosto de 2021. O presente trabalho atenderá às
diretrizes e normas da resolução 466/2012 do CNS/MS, sendo encaminhado ao
Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Franciscana. Todos os
participantes assinarão o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Frisa
-se que, em respeito ao sigilo do nome dos participantes, os entrevistados serão
identificados por números, conforme a ordem de ocorrência (Entrevistado 1,
Entrevistado 2, e assim, sucessivamente).Fase 1: identificação e priorização dos
problemas. Levantamento dos problemas será realizado por meio de duas perguntas
a cada entrevistado, respondidas de forma livre. A primeira será “Você usa a SAE no
cotidiano do seu atendimento na Atenção Básica?” “Quais as potencialidades e
fragilidades no uso da SAE no seu local de trabalho?”. Ao longo da pesquisa serão
elencadas algumas respostas consideradas mais relevantes e serão retirados trechos
das falas que vierem de encontro com os

Página 01 de
115

objetivos propostos pelo trabalho, os quais serão analisados no item resultados


e discussões. Fase 2: planejamento de intervenções para solução dos problemas A
realização do levantamento dos problemas para o uso da SAE
ocorrerão no período de maio a agosto de 2021. Os encontros, devido a
pandemia COVID 19, poderão acontecer de forma remota, por meio de plataformas
digitais previamente combinadas com os participantes.
Fase 3: implementação das intervenções planejadas
A adoção da metodologia de pesquisa-ação favorecerá a identificação de
demandas que emergirão dos próprios enfermeiros integrantes das equipes das UBS
e ESF do município. Fase 4: avaliação dos resultados. As entrevistas serão
integralmente transcritas e cada uma delas foi lida de forma reiterada, de modo a
permitir a identificação preliminar das principais demandas que os participantes
fizeram a respeito das prioridades para o uso da SAE..Fase 5: Retorno dos resultados
para a equipe As reuniões serão gravadas em áudio, com a finalidade de registrar os
conteúdos desenvolvidos pelo grupo e os questionamentos dos participantes. Ao final
da pesquisa serão apresentados os resultados da avaliação final, buscando firmar
maior comprometimento dos gestores dos serviços públicos de Atenção Básica do
município.

Critério de Inclusão:
Ser enfermeiro vinculado ao serviço público de saúde e atuar em ESF ou UBS
no período mínimo de seis meses.

Critério de Exclusão:
Serão excluídos os enfermeiros que estiverem em atestado.

Introdução
A Sistematização da Assistência em Enfermagem (SAE), de acordo com a
resolução do COFEN – 358/2009, considera que todo o ambiente em que ocorre o
cuidado profissional de enfermagem, seja ele na pública ou privada, deve ser
implementada a SAE, o Processo de Enfermagem. Esse processo é um instrumento
metodológico que orienta o cuidado de Enfermagem e a documentação da prática
profissional (COFEN, 2009). A SAE organiza o trabalho profissional quanto ao
método, pessoal e instrumentos, tornando possível a operacionalização do Processo
de enfermagem. Trata-se de uma metodologia de planejamento, organização e
execução de ações sistematizadas, que são realizadas pelas equipes de

Página 02 de
116

saúde durante o período em que o cliente encontra-se sob a assistência de


enfermagem, é um instrumento em que o enfermeiro dispõe da utilização dos
conhecimentos técnicos científicos (NEVES 2010). A SAE favorece o cuidado e a
organização das condições necessárias para o cuidado, é um modelo metodológico
utilizado para o enfermeiro aplicar os conhecimentos técnico-científico na sua prática
diária, auxiliando o profissional na sua prática assistencial. A sistematização da
Assistência traz um cuidado com teoria e métodos científicos qualificando o cuidado
(GARCIA, 2009). Como uma metodologia utilizada para alcançar os objetivos
desejados em relação à assistência de enfermagem, durante a leitura para o
embasamento teórico percebe-se que a Classificação Internacional para a Prática de
Enfermagem - CIPE, seria um instrumento adequado para viabilizar o trabalho. A
CIPE, é uma terminologia patronizada, ampla e complexa que proporciona a coleta, o
armazenamento e a análise de dados de enfermagem em uma variedade de cenários
(GARCIA, 2009). O programa CIPE® e os seus componentes de sustentação,
orientam as terminologias, e as construções de diagnósticos, resultados e
intervenções de enfermagem tendo. Assim a CIPE® tem demonstrado ser uma
tecnologia de informação que durante a execução do Processo de Enfermagem,
facilita o raciocínio clínico e a documentação padronizada do cuidado prestado ao
paciente, seja em prontuários eletrônicos ou em sistemas manuais de registros
(GARCIA, 2017). Nas Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF) de um município
da região da Campanha, o cuidado é realizado de forma humanizada, valorizando o
enfermeiro e os demais membros da equipe multidisciplinar, porém nãoé realizada a
SAE no acompanhamento das puérperas. Frente ao exposto, questiona- se: qual a
concepção da equipe de enfermeiros da Estratégia da Saúde da Família em relação a
Sistematização da Assistência de Enfermagem no período do puerpério? Como
podemos implementar o uso da SAE em um município da região da campanhado Rio
Grande do Sul?

Hipótese:
Considera-se que a implantação da SAE com a metodologia CIPE® poderá
trazer bons resultados para a equipe de enfermagem e para o cuidado com a mulher
e o seu filho no período do puerpério.

Objetivo da Pesquisa:
As informações elencadas no "Objetivo da Pesquisa" foram retiradas do arquivo
Informações básicas da Pesquisa
PB_INFORMAÇÕES_BÁSICAS_DO_PROJETO_1789818.pdf 15/07/2021 15:23:

Objetivo Primário:

Página 03 de
117

Compreender a concepção dos enfermeiros das equipes de Estratégia da


Saúde da Família em relação à temática Sistematização da Assistência de
Enfermagem - SAE no atendimento do puerpério no município de São Gabriel – RS.

Objetivo Secundário:
Implementar, por meio de capacitações on line, o uso da Sistematização da
Assistência de Enfermagem nas Estratégias de Saúde da Família no município de
São Gabriel/RS.
Avaliação dos Riscos e Benefícios:
As informações elencadas no "Avaliação dos Riscos e Benefícios" foram
retiradas do arquivo Informações básicas da
PB_INFORMAÇÕES_BÁSICAS_DO_PROJETO_1789818.pdf 15/07/2021 15:23:52:

Riscos:
É possível que aconteçam alguns desconfortos ou riscos durante a sua
participação, tais como recordar uma trajetória de cuidado desagradável. Para
minimizar tais riscos, nós, pesquisadores, tomaremos as medidas necessárias para o
seu encaminhamento a um profissional da área da psicologia, para atendimento de
imediato.

Benefícios:
Melhorar o serviço de enfermagem no atendimento as puérperas no município
no interior do estado do Rio Grande do sul.

Comentários e Considerações sobre a Pesquisa:


Estudo nacional, unicêntrico. Número de participantes incluídos: 17. Caráter
acadêmico referente a trabalho final do Mestrado Profissional em Saúde Materno
Infantil. Pesquisa pesquisa de caráter pesquisa-ação. Data de início: ago/2020.
Previsão de final: dez/2021. Brasil.
Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória:
Vide "Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações".
Recomendações:
Vide "Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações".
Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações:
A principal missão do Sistema CEP/CONEP é garantir a proteção dos
participantes da pesquisa, e salvaguardar os direitos e a dignidade humana dos
mesmos. Nesse sentido, o projeto

Página 04 de
118

encaminhado para avaliação ética precisa atentar para alguns itens:

Pendência 1 - Benefícios - Na Plataforma Brasil os benefícios para o


participante não estão claros. Solicitase que as pesquisadoras informem, de acordo
com o artigo 2º da Resolução 510/16 "III – benefícios: contribuições atuais ou
potenciais da pesquisa para o ser humano, para a comunidade na qual está inserido
e para a sociedade, possibilitando a promoção de qualidade digna de vida, a partir do
respeito aos direitos civis, sociais, culturais e a um meio ambiente ecologicamente
equilibrado;" Pendência 1 - atendida.

Pendência 2 - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) - Como a


pesquisa será realizada de forma online esta informação "caso você tenha qualquer
despesa decorrente de sua participação nesta pesquisa, tais como transporte,
alimentação ou outro item, bem como de seu acompanhante, se for o caso, haverá
ressarcimento dos valores gastos" pode ser suprimida do TCLE.

Pendência 2 - atendida.

Pendência 3 - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) - Como a


pesquisa será realizada de forma online, caso seja enviada pelo google forms, o
campo de assinatura deve ser substituído pelas opções "aceito participar" ou "não
aceito participar".

Pendência 3 - parcialmente atendida. O campo de assinatura não foi suprimido


do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Pendência 4 - Questionário - Com relação ao questionamento: “Você usa a SAE


no cotidiano do seu atendimento na Atenção Básica?", de acordo com a Resolução
358/2009 do Conselho Federal de Enfermagem, sugere-se que este questionamento
seja reformulado em razão da obrigatoriedade da utilização da SAE na enfermagem,
para garantia da privacidade e proteção do participante. Sugere-se enquanto
pergunta: Como você a SAE se operacionaliza/efetiva no cotidiano....

Página 05 de
119

Pendência 4 não atendida. Questionário não foi alterado.


Análise da pendência 4: Pendência atendida.
Recomendação: No Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - Observar a
formatação e o português.
No primeiro parágrafo está escrito "por motivos pandêmico", substituir por "por
motivos pandêmicos."
Considerações Finais a critério do CEP:
Toda e qualquer alteração do Projeto, assim como os eventos adversos graves,
deverão ser comunicados imediatamente a este Comitê. O pesquisador deve
apresentar relatório final da pesquisa, ao CEP, via Plataforma Brasil, no mês de
mar/22, conforme determinação do CONEP.
Este parecer foi elaborado baseado nos documentos abaixo
relacionados:
Tipo Documento Arquivo Postagem Autor Situação
Informações PB_INFORMAÇÕES_BÁSICAS_DO_P 04/08/2021 Aceito
Básicas do Projeto ROJETO_1789818.pdf 16:48:40
Projeto Detalhado ProjetoLucianoCEPpronto.docx 04/08/2021 LUCIANO Aceito
/ 16:48:17 SAMANIEGO
Brochura ARRUSSUL
Investigador
TCLE / Termos de TCLE.docx 28/07/2021 LUCIANO Aceito
Assentimento / 11:33:20 SAMANIEGO
Justificativa de ARRUSSUL
Ausência
Outros autorizaSSaude.pdf 15/07/2021 LUCIANO Aceito
15:23:16 SAMANIEGO
ARRUSSUL
Outros termoconfimartha.pdf 15/07/2021 LUCIANO Aceito
15:20:14 SAMANIEGO
ARRUSSUL
Folha de Rosto FolhaderostolucianoDirce.pdf 13/07/2021 LUCIANO Aceito
23:47:06 SAMANIEGO
ARRUSSUL

Situação do Parecer:
Aprovado
Página 06 de

Necessita Apreciação da CONEP:


Não

SANTA MARIA, 05 de Agosto de 2021

Assinado por:
Alethéia Peters Bajotto
(Coordenador(a)

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