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Conhecimentos Específicos p/ Senado Federal (Analista Leg-


Assistência Social- Enfermagem) 2019/2020
Ligia Carvalheiro

13077847710 - Thiago Melo Bossio


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SAÚDE DA MULHER ..................................................................................................... 2


POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA MULHER (PNAISM) ........................ 2
CLIMATÉRIO / MENOPAUSA ....................................................................................................... 7
SEXUALIDADE E ALTERAÇÕES ORGÂNICA ................................................................................... 9
PLANEJAMENTO DA GESTAÇÃO ................................................................................................ 27
DIAGNÓSTICO DA GESTAÇÃO ................................................................................................... 31
ROTINAS DE ATENÇÃO NO PRÉ-NATAL ..................................................................................... 33
NÚMERO DE CONSULTAS.......................................................................................................... 42
IMUNIZAÇÃO ............................................................................................................................. 43
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PROCEDIMENTOS TÉCNICOS ..................................................................................................... 46
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL .................................................................................... 49
FATOR RH .................................................................................................................................. 60
ADMINISTRAÇÃO DE SUPLEMENTOS ........................................................................................ 62
PERÍODOS CLÍNICOS DO PARTO ................................................................................................ 77
CÂNCER DE COLO DE ÚTERO ...................................................................................... 85
CÂNCER DE MAMA .................................................................................................... 87

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SAÚDE DA MULHER

POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA MULHER (PNAISM)

O Ministério da Saúde cria, em 1984, o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher


(PAISM), que incluía ações educativas, preventivas, de diagnóstico, tratamento e recuperação,
englobando a assistência à mulher em clínica ginecológica, no pré-natal, parto e puerpério, no
climatério, em planejamento familiar, DST, câncer de colo de útero e de mama, além de outras
necessidades identificadas a partir do perfil populacional das mulheres.
A discussão se pautava predominantemente sobre o controle da natalidade. O Ministério da
Saúde teve papel fundamental, pois influenciou no âmbito do Governo Federal e este, por sua
vez, se posicionou e defendeu o livre arbítrio das pessoas e das famílias brasileiras em relação a
quando, quantos e qual o espaçamento entre os/as filhos/as.
O PAISM, enquanto diretriz filosófica e política, incorporou também princípios norteadores da
reforma sanitária, a ideia de descentralização, hierarquização, regionalização, equidade na
atenção, bem como de participação social. Além disso, propôs formas mais simétricas de
relacionamento entre os profissionais de saúde e as mulheres, apontando para a apropriação,
autonomia e maior controle sobre a saúde, o corpo e a vida. Assistência, em todas as fases da
vida, clínico ginecológica, no campo da reprodução (planejamento reprodutivo, gestação, parto
e puerpério) como nos casos de doenças crônicas ou agudas.

Em 2003, a Área Técnica de Saúde da Mulher identifica a necessidade de articular com


outras áreas técnicas e de propor novas ações para a atenção das mulheres rurais, com
deficiência, negras, indígenas, presidiárias, lésbicas, e a participação nas discussões e
atividades sobre saúde da mulher e meio ambiente.
Em maio de 2004, o Ministério da Saúde lançou a Política Nacional de Atenção Integral
à Saúde da Mulher - Princípios e Diretrizes, construída a partir da proposição do Sistema
Único de Saúde (SUS) e respeitando as características da nova política de saúde.

Objetivos Específicos e Estratégias da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da


Mulher

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Ampliar e qualificar a atenção clínico-ginecológica, inclusive para as portadoras da


infecção pelo HIV e outras DST:
– fortalecer a atenção básica no cuidado com a mulher;
– ampliar o acesso e qualificar a atenção clínico- ginecológica na rede SUS.
Estimular a implantação e implementação da assistência em planejamento familiar, para
homens e mulheres, adultos e adolescentes, no âmbito da atenção integral à saúde:
– ampliar e qualificar a atenção ao planejamento familiar, incluindo a assistência à
infertilidade;
– garantir a oferta de métodos anticoncepcionais para a população em idade reprodutiva;
– ampliar o acesso das mulheres às informações sobre as opções de métodos
anticoncepcionais;
– estimular a participação e inclusão de homens e adolescentes nas ações de
planejamento familiar.
Promover a atenção obstétrica e neonatal, qualificada e humanizada, incluindo a
assistência ao abortamento em condições inseguras, para mulheres e adolescentes:
– construir, em parceria com outros atores, um Pacto Nacional pela Redução da
Mortalidade Materna e Neonatal;
– qualificar a assistência obstétrica e neonatal nos estados e municípios;
– organizar rede de serviços de atenção obstétrica e neonatal, garantindo atendimento à
gestante de alto risco e em situações de urgência/emergência, incluindo mecanismos de
referência e contra-referência;
– fortalecer o sistema de formação/capacitação de pessoal na área de assistência
obstétrica e neonatal;
– elaborar e/ou revisar, imprimir e distribuir material técnico e educativo;
– qualificar e humanizar a atenção à mulher em situação de abortamento;
– apoiar a expansão da rede laboratorial;
– garantir a oferta de ácido fólico e sulfato ferroso para todas as gestantes;
– melhorar a informação sobre a magnitude e tendência da mortalidade materna.
Promover a atenção às mulheres e adolescentes em situação de violência doméstica e
sexual: – organizar redes integradas de atenção às mulheres em situação de violência
sexual e doméstica;

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– articular a atenção à mulher em situação de violência com ações de prevenção de


DST/aids;
– promover ações preventivas em relação à violência doméstica e sexual.
Promover, conjuntamente com o PN-DST/AIDS, a prevenção e o controle das doenças
sexualmente transmissíveis e da infecção pelo HIV/aids na população feminina:
– prevenir as DST e a infecção pelo HIV/aids entre mulheres;
– ampliar e qualificar a atenção à saúde das mulheres vivendo com HIV e aids. Reduzir a
morbimortalidade por câncer na população feminina:
– organizar em municípios pólos de microrregiões redes de referência e contra-referência
para o diagnóstico e o tratamento de câncer de colo uterino e de mama;
– garantir o cumprimento da Lei Federal que prevê a cirurgia de reconstrução mamária
nas mulheres que realizaram mastectomia;
– oferecer o teste anti-HIV e de sífilis para as mulheres incluídas no Programa Viva Mulher,
especialmente aquelas com diagnóstico de DST, HPV e/ou lesões intra-epiteliais de alto
grau/ câncer invasor.
Implantar um modelo de atenção à saúde mental das mulheres sob o enfoque de gênero:
– melhorar a informação sobre as mulheres portadoras de transtornos mentais no SUS; –
qualificar a atenção à saúde mental das mulheres;
– incluir o enfoque de gênero e de raça na atenção às mulheres portadoras de transtornos
mentais e promover a integração com setores não-governamentais, fomentando sua
participação nas definições da política de atenção às mulheres portadoras de transtornos
mentais.
Implantar e implementar a atenção à saúde da mulher no climatério:
– ampliar o acesso e qualificar a atenção às mulheres no climatério na rede SUS.
Promover a atenção à saúde da mulher na terceira idade:
– incluir a abordagem às especificidades da atenção a saúde da mulher na Política de
Atenção à Saúde do Idoso no SUS;
– incentivar a incorporação do enfoque de gênero na Atenção à Saúde do Idoso no SUS.
Promover a atenção à saúde da mulher negra:
– melhorar o registro e produção de dados;
– capacitar profissionais de saúde;

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– implantar o Programa de Anemia Falciforme (PAF/MS), dando ênfase às especificidades


das mulheres em idade fértil e no ciclo gravídico-puerperal;
– incluir e consolidar o recorte racial/étnico nas ações de saúde da mulher, no âmbito do
SUS;
– estimular e fortalecer a interlocução das áreas de saúde da mulher das SES e SMS com
os movimentos e entidades relacionados à saúde da população negra.
Promover a atenção à saúde das trabalhadoras do campo e da cidade:
– implementar ações de vigilância e atenção à saúde da trabalhadora da cidade e do
campo, do setor formal e informal;
– introduzir nas políticas de saúde e nos movimentos sociais a noção de direitos das
mulheres trabalhadoras relacionados à saúde.
Promover a atenção à saúde da mulher indígena:
– ampliar e qualificar a atenção integral à saúde da mulher indígena.
Promover a atenção à saúde das mulheres em situação de prisão, incluindo a promoção
das ações de prevenção e controle de doenças sexualmente transmissíveis e da infecção
pelo HIV/aids nessa população:
– ampliar o acesso e qualificar a atenção à saúde das presidiárias.
Fortalecer a participação e o controle social na definição e implementação das políticas
de atenção integral à saúde das mulheres:
– promover a integração com o movimento de mulheres feministas no aperfeiçoamento
da política de atenção integral à saúde da mulher.

Em 2006, temos o Pacto pela Saúde que é constituído por um conjunto de compromissos
sanitários, expressos em objetivos de processos e resultados e derivados da análise da
situação de saúde do País e das prioridades definidas pelos governos federal, estaduais
e municipais.
As prioridades do PACTO PELA VIDA e seus objetivos para 2006 são:
→ Saúde do Idoso
→ CA de colo de útero e mama
→ Mortalidade infantil e materna

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→ Doenças emergentes e endemia, com ênfase na dengue, hanseníase, tuberculose,


malária e influenza.
→ Promoção da Saúde
→ Fortalecimento da atenção básica à Saúde.
Detalhando mais com foco nestas ações em azul, temos:

1 - Objetivos e metas para o Controle do Câncer de Colo de Útero:


Cobertura de 80% para o exame preventivo do câncer do colo de
útero, conforme protocolo, em 2006.
Incentivo da realização da cirurgia de alta freqüência técnica que
utiliza um instrumental especial para a retirada de lesões ou parte do
CONTROLE DO CÂNCER colo uterino comprometidas (com lesões intra-epiteliais de alto grau)
DE COLO DE ÚTERO E com menor dano possível, que pode ser realizada em ambulatório,
DE MAMA com pagamento diferenciado, em 2006.
2 – Metas para o Controle do Câncer de mama:
Ampliar para 60% a cobertura de mamografia, conforme protocolo.
Realizar a punção em 100% dos casos necessários, conforme
protocolo.

1 - Objetivos e metas para a redução da mortalidade infantil


Reduzir a mortalidade neonatal em 5%, em 2006.
Reduzir em 50% os óbitos por doença diarréica e 20% por pneumonia,
em 2006.
Apoiar a elaboração de propostas de intervenção para a qualificação
REDUÇÃO DA da atenção as doenças prevalentes.
MORTALIDADE
MATERNA E INFANTIL Criação de comitês de vigilância do óbito em 80% dos municípios com
população acima de 80.000 habitantes, em 2006.
2 - Objetivos e metas para a redução da mortalidade materna
Reduzir em 5% a razão de mortalidade materna, em 2006.
Garantir insumos e medicamentos para tratamento das síndromes
hipertensivas no parto.

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Qualificar os pontos de distribuição de sangue para que atendam as


necessidades das maternidades e outros locais de parto.

No ano de 2011, o Ministério da Saúde, em parceria com diversos setores da sociedade,


em especial com o movimento de mulheres, o movimento negro e o de trabalhadoras
rurais, sociedades científicas, pesquisadores e estudiosos da área, organizações não
governamentais, gestores do SUS e agências de cooperação internacionais, elabora o
documento com a 2ª reimpressão desta política que traz uma série de diretrizes e
objetivos gerais e específicos, tais como:

1. Promover a melhoria das condições de vida e saúde das mulheres brasileiras,


mediante a garantia de direitos legalmente constituídos e ampliação do acesso aos meios
e serviços de promoção, prevenção, assistência e recuperação da saúde em todo
território brasileiro;
2. Contribuir para a redução da morbidade e mortalidade feminina no Brasil,
especialmente por causas evitáveis, em todos os ciclos de vida e nos diversos grupos
populacionais, sem discriminação de qualquer espécie;
3. Ampliar, qualificar e humanizar a atenção integral à saúde da mulher no Sistema
Único de Saúde.

CLIMATÉRIO / MENOPAUSA

O climatério é definido pela Organização Mundial da Saúde como uma fase biológica da
vida e não um processo patológico, que compreende a transição entre o período
reprodutivo e o não reprodutivo da vida da mulher.

A menopausa é um marco dessa fase, correspondendo ao último ciclo menstrual,


somente reconhecida depois de passados 12 meses da sua ocorrência e acontece
geralmente em torno dos 48 aos 50 anos de idade.

Em outras palavras, a menopausa, etimológica e clinicamente, é apenas a data da última


menstruação espontânea, após uma ausência de um ano. Por uso impróprio desta palavra,

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menopausa é usada para se referir o climatério, que deriva do grego (klimakter) escada. É uma
escada descendente da função dos ovários que marca a transição da fase reprodutiva para a
não reprodutiva da vida da mulher. É o invés do que se passa na puberdade, que é também
uma escada, mas ascendente, e que marca a transição para a fase reprodutiva da vida da
mulher.

O fato de o climatério ser caracterizado por mudanças biológicas, psíquicas e sociais


talvez induza a associá-lo com doença. O climatério não é uma doença e sim uma fase
natural da vida da mulher e muitas passam por ela sem queixas ou necessidade de
medicamentos. Outras têm sintomas que variam na sua diversidade e intensidade. No
entanto, em ambos os casos, é fundamental que haja, nessa fase da vida, um
acompanhamento sistemático visando à promoção da saúde, o diagnóstico precoce, o
tratamento imediato dos agravos e a prevenção de danos. Os profissionais de saúde que
atendem a clientela feminina devem cuidar para que haja a maior efetividade possível.

Ao longo da vida, a mulher vivencia mudanças de diversas naturezas, como o evento da


menarca, da iniciação sexual, da gravidez e da menopausa. As alterações hormonais que
levam ao fim do período reprodutivo, marcado pela menopausa, exigem adaptações
físicas, psicológicas e emocionais. Antigos conflitos podem emergir e são revividos nesta
fase. O metabolismo como um todo sofre algumas alterações, especialmente
relacionadas às funções do sistema endócrino e diminuição da atividade ovariana.

Os órgãos genitais, assim como o restante do organismo mostra, gradualmente, sinais de


envelhecimento. Assim, o evento da menopausa pode ser vivenciado, por algumas
mulheres, como a paralisação do próprio fluxo vital.

A medicalização do corpo das mulheres, com o uso sistemático de hormônios durante o


climatério tem sido uma prática usual na medicina. As mulheres no climatério não sofrem
de uma doença (de carência hormonal) e o tratamento hormonal deve ser encarado como
uma opção terapêutica para os casos em que existam indicações específicas. É
fundamental que os profissionais de saúde estejam informados e atualizados para
procederem a uma abordagem menos agressiva e invasiva possível.

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SEXUALIDADE E ALTERAÇÕES ORGÂNICA

O envelhecimento sexual é um dos fatores mais frequentemente apontados como fonte


de angústia para mulheres e homens nessa fase da vida. Os conflitos são mais frequentes
no ocidente do que em outras culturas como a oriental, principalmente devido à
desvalorização dos indivíduos mais maduros, incluindo as mulheres após a menopausa.

Atualmente, com o aumento da expectativa de vida, a mulher passa uma parte


significativa da sua vida no período do climatério, tendo ainda muitos anos para desfrutar
de uma sexualidade plena. Algumas mulheres nesse período podem sentir diminuição do
desejo enquanto outras experimentam o processo inverso, ou seja, uma liberação do
desejo e o exercício de uma sexualidade menos conflitada.

Nessa fase mais experiente da vida, o conceito de satisfação muda, permitindo a procura
de novas formas para exercer a sexualidade, motivada pela sabedoria adquirida, melhor
conhecimento do corpo e maturidade para buscar outras opções.

As mulheres no climatério, mais frequentemente após a menopausa, podem apresentar


uma lubrificação vaginal menos intensa e mais demorada, sendo necessário, às vezes, um
maior estímulo sexual. É possível ocorrer também um adelgaçamento dos tecidos
vaginais, que pode levar à dor nas relações sexuais, tornando a perspectiva do sexo com
penetração, motivo de ansiedade e de falta de satisfação.

O maior efeito da deficiência estrogênica sobre a pelve é a diminuição do fluxo


sanguíneo, que pode promover alterações no aparelho genital. Os pelos pubianos
tornam-se escassos, há redução de parte do tecido adiposo dos grandes lábios e retração
dos pequenos lábios e do clitóris. As alterações observadas na vagina devido à diminuição
dos níveis estrogênicos são, frequentemente, mais marcantes do que as da genitália
externa.

Os sintomas clássicos relacionados com o processo de hipotrofia genital que podem


ocorrer devido ao hipoestrogenismo são: ressecamento vaginal, prurido, irritação,
ardência e sensação de pressão. Esses sintomas podem influenciar a sexualidade da
mulher, especialmente na relação sexual com penetração, causando dor (dispareunia).
Fatores relacionados com a manutenção da atividade sexual influenciam diretamente o
epitélio e a fisiologia do aparelho genital inferior.

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A frequência sexual, o uso de medicações locais e exercícios de Kegel* podem melhorar


os sinais já descritos, ou seja, podem modificar a perda da elasticidade vaginal e a
lubrificação.

A libido é influenciada pela presença de outros hormônios, como os androgênios, que


estão presentes durante toda a vida e nesta fase encontram menor contraposição
estrogênica. Manter uma atividade sexual desejada e prazerosa é saudável e o orgasmo
pode melhorar a irrigação pélvica e, consequentemente, colaborar para manter o
trofismo da pélvis e da mucosa vaginal.

*Os exercícios descritos a seguir apresentam comprovada eficácia para o reforço da


musculatura do assoalho pélvico e a conservação de sua estática. A prática dos exercícios de
Kegel necessita de continuidade em sua realização, que pode ser iniciada a qualquer momento,
em qualquer lugar e em qualquer idade, independentemente da posição adotada (em pé,
sentada ou em decúbito).
Para identificar o grupo muscular a ser trabalhado, basta interromper o fluxo urinário, pois a
contração será proveniente da ação desses músculos, embora seja questionada a realização
dos exercícios durante a micção. Sugestão técnica de realização dos exercícios de Kegel:
• Deve ser contraído com força o músculo pubo-coccígeo e mantê-lo assim por três segundos.
Relaxar três segundos e repetir consecutivamente. A duração das contrações deve aumentar
gradativamente até chegar a dez segundos.
• Contrair e relaxar o mais rápido possível, iniciando com 30 repetições, até chegar a 200 vezes.
• Em posição horizontal, encostar a coluna em uma base sólida, com os joelhos dobrados e os
pés apoiados no solo. Suspender a pelve e começar a contrair. Os exercícios podem ser
realizados e incorporados às atividades diárias, gradativamente, em relação ao tipo, à
frequência e à força muscular aplicada nas contrações.

Mulheres submetidas ao abuso ou violência sexual também podem apresentar


dificuldades no exercício da sua plena sexualidade, especialmente em casos em que não
foram devidamente acompanhadas por suporte psicológico.

Alterações fisiológicas

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A instalação da menopausa, já definida anteriormente como período de 12 meses sem


menstruações, é um fato previsível e esperado, no climatério, tanto quanto é o início
dos ciclos menstruais na puberdade. Portanto, a série de eventos endócrinos acontece
de forma natural, com sua gama de sintomas e sinais semelhante à menarca, sendo
também necessária como nesta, uma fase de adaptação.

Ocorrem variadas alterações na estrutura e na função ovariana, com gradativa


diminuição da produção estrogênica e consequente aumento das gonadotrofinas
hipofisárias, caracterizando um estado de hipogonadismo hipergonadotrófico.

Dos aproximadamente dois milhões de folículos primordiais ovarianos que nascem com
a menina e dos quais existem em média quatrocentos mil na ocasião da puberdade,
somente algumas centenas ainda a acompanham no climatério e os demais evoluem
contínua e permanentemente para a atresia. Em consequência, o volume médio dos
ovários diminui de 8 a 9cm na menacme para 2 a 3cm alguns anos após a menopausa.

O ovário é um órgão misto: é uma glândula de secreção interna (esteroides sexuais) e de


secreção externa (óvulos). À nascença o ovário está dotado de uma enorme população
de ovócitos que se vai reduzindo progressivamente até à menarca e, ainda muito mais,
daí até à menopausa.

A secreção de estrogênios, pelos folículos, aumenta muito a partir da puberdade e reduz-


se progressivamente após a menopausa. O funcionamento endócrino e exócrino dos
folículos é estimulado por duas hormonas do lobo anterior da hipófise: as hormonas
foliculoestimulante (FSH) e luteinizante (LH) ambas também estimuladas por uma
hormona libertadora de gonadotrofinas (GnRH) produzida no hipotálamo; esta, por sua
vez, depende, entre outras, da ação reguladora do córtex cerebral.

À medida que se aproxima o climatério há um aumento progressivo da FSH que pode ser
devido à menor secreção de inibina e de estradiol pelos folículos (ambos com um efeito
de retroação negativa sobre a unidade hipotálamo- hipofisária). O excesso de produção
de FSH e LH poderia resultar numa maior secreção de estradiol pelos folículos, mas o que
se verifica é o contrário. Isto porque, ou os folículos (teca interna e granulosa) estão
deficientes em receptores para FSH e LH ou porque os níveis elevados de FSH e LH (que
se doseiam por métodos imunológicos) representam isoformas de FSH com muita
imunoatividade e fraco efeito biológico.

Por vezes um excesso de LH pode luteinizar o estroma ovárico, podendo segregar mais
testosterona e causar nessas mulheres um certo grau de hirsutismo (mais frequente na

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face). Recorde-se que, na via da biossíntese dos esteroides sexuais, o colesterol


transforma-se em progesterona e esta, através da síntese de androgénios, em
estrogênios. É por um novo efeito enzimático (aromatase) que os androgênios irão dar
origem aos estrogênios. Enquanto que nos folículos o capital enzimático está completo,
no estroma não há aromatase e por isso, se acumulam androgênios que não se
transformarão em estrogênios.

Já o corpo amarelo é também deficiente em aromatase e em desmolase (que cinde a


cadeia lateral da progesterona; por isso se acumula progesterona que é segregada).

Estas interações do Sistema Nervoso Central


→Hipotálamo
→Lobo Anterior da Hipófise
→Ovários ... permitem também compreender um pouco a fisiologia da menopausa
precoce: ou a FSH é produzida com pouca bioatividade e muita imunoactividade (FSH
elevada) ou os folículos tornam-se refratários a um estímulo normal por não conterem
receptores para FSH (e daí níveis baixos de estradiol com muito fraco efeito de retroação
negativa sobre a hipófise, o que justifica os níveis elevados de FSH).

Focando no estradiol, saiba que:

O Estradiol tem ações importantes do aparelho circulatório feminino, na manutenção da


saúde cardiovascular da mulher. Ele auxilia:
• na manutenção da elasticidade normal das artérias,
• na dilatação dos micro capilares e manutenção do fluxo sanguíneo,
• na inibição da agregação plaquetária,
• na redução da deposição das placas de ateroma, na redução do LDL-Colesterol
• no aumento do HDL-Colesterol,
• na redução da Lipoproteína A, da Homocisteína e da Proteína C Reativa,
• no bloqueio dos canais de Cálcio, ajudando a manter a permeabilidade arterial.

A redução, e posterior ausência, dessas ações do Estradiol durante o Climatério e após a


Menopausa podem levar a:
* aumento do risco para doenças cardiovasculares como Hipertensão Arterial,
Ateromatose e Acidentes Vasculares isquêmicos,
* palidez cutânea, mais facilmente observada na face.

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Com relação aos Sistemas Ósteoarticular, Muscular e Cutâneo, são as seguintes as ações
do Estradiol:

• estimula a síntese de Miosina e previne o catabolismo muscular,


• mantém as concentrações fisiológicas de Colágeno na pele, contribuindo para a sua
firmeza e elasticidade,
• mantém a hidratação natural da pele,
• mantém a densidade mineral óssea.

Consequentemente, a falta de Estradiol durante Climatério e após a Menopausa pode


levar a:
* perda de massa muscular, levando a flacidez muscular e à queda progressiva da Taxa
Metabólica, o que também pode contribuir para o ganho de peso por acúmulo
progressivo de gordura corporal,
* flacidez da musculatura abdominal e dores nas costas,
* flacidez da musculatura da bexiga com consequente urgência urinária,
* flacidez, atrofia, redução da hidratação e enrugamento da pele,
* redução da densidade mineral óssea, com perda de massa óssea (Osteopenia e
Osteoporose) levando a aumento do risco de fraturas espontâneas e/ou provocadas por
traumas, e reabsorção progressiva dos ossos Maxilar e Mandibular com consequente
amolecimento e perda de dentes.

O Estradiol ajuda a melhorar a Resistência Insulínica; sua queda, portanto, leva à


Resistência Insulínica elevada, com estímulo para o aparecimento de Diabetes melito do
tipo 2, Sobrepeso e Obesidade, acúmulo de gordura visceral e aumento do Risco
cardiovascular.

O Estradiol atua no Sistema Nervoso Central (SNC), ajudando a regular a temperatura


corporal; sua deficiência leva ao aparecimento dos "fogachos" (ondas de calor súbitas e
incontroláveis que ocorrem durante Climatério e até alguns anos após ocorrer a
Menopausa).

Em relação ao SNC, outras ações desse hormônio são:


• melhora o fluxo sanguíneo cerebral,
• estimula o sono REM 2,

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• aumenta a produção dos NGF


• melhora o humor e eleva a capacidade de concentração,
• é um poderoso indutor da síntese de Serotonina, eliminando a irritabilidade e agindo
como antidepressivo e ansiolítico,
• reduz a sensibilidade à dor.

Sua falta, portanto, pode levar a:


* alterações do humor, com tendência a Depressão e/ou Irritabilidade,
* insônia ou sono leve, interrompido e não reparador,
* lapsos ou déficit importante de memória, redução das habilidades motoras finas e da
criatividade.

O Estradiol é responsável pelo desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários da


mulher e também auxilia na manutenção da libido e da sensualidade feminina.

Sua queda leva a:


* flacidez (queda) e achatamento das mamas,
* diminuição e achatamento dos mamilos,
* pelos corporais e púbicos se tornam mais grossos e escuros,
* perda de volume e redução do brilho dos cabelos,
* ressecamento e atrofia da mucosa vaginal, que pode levar a Dispareunia (dor ou
desconforto durante as relações sexuais) e prurido vaginal,
* alteração da silhueta corporal, com perda do padrão de deposição de gordura corporal
feminino (ginecoide) e mudança para um padrão de distribuição de gordura mais
masculino (androide), com afinamento de coxas e quadris, alargamento da cintura, e
face menos arredondada e mais angulosa.
* alteração do timbre de voz mais suave e agudo, feminino, para outro mais grave,
masculino.

Manifestações Clínicas no Climatério

Alterações Menstruais

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Durante a fase da transição menopausal, os ciclos menstruais apresentam variações na


regularidade e nas características do fluxo. Inicialmente pode ocorrer uma tendência ao
encurtamento gradativo da periodicidade, devido à maturação folicular acelerada e
consequente ovulação precoce, o que pode ser seguido por uma fase lútea com baixa
produção de progesterona e instalação de ciclos polimenorréicos, com fluxo diminuído
ou aumentado.
Após esta fase inicial comumente passam a ocorrer ciclos anovulatórios, iniciando-se o
maior espaçamento entre as menstruações. Isto ocorre em consequência de uma
persistência folicular longa, com produção irregular de estrogênios podendo levar a ciclos
espaniomenorréicos e a períodos de amenorreia.

Os fogachos ou “ondas de calor” constituem o sintoma mais comum nas mulheres


ocidentais, podendo ocorrer em qualquer fase do climatério. Manifestam-se como
sensação transitória súbita e intensa de calor na pele, principalmente do tronco, pescoço
e face que pode apresentar hiperemia, acompanhada na maioria das vezes de sudorese.
Além disso, pode ocorrer palpitação e mais raramente, sensação de desfalecimento,
gerando desconforto e mal-estar.

Sua intensidade varia muito, desde muito leves a intensos, ocorrendo esporadicamente
ou várias vezes ao dia. A duração pode ser de alguns segundos a 30 minutos. A etiologia
das ondas de calor é controversa, sendo atribuída na maioria dos estudos a alterações no
centro termorregulador provocadas pelo hipoestrogenismo, levando a um aumento na
noradrenalina e aumento dos pulsos de GnRH e do LH.

Os sintomas neuropsíquicos compreendem a labilidade emocional, ansiedade,


nervosismo, irritabilidade, melancolia, baixa de autoestima, dificuldade para tomar
decisões, tristeza e depressão. Esses sintomas podem apresentar-se isoladamente ou em
conjunto em algum período do climatério em intensidade variável.

AGRAVOS À SAÚDE MAIS FREQÜENTES DURANTE O CLIMATÉRIO

Indisposição
O estresse, a má alimentação, a falta de atividades físicas são, muitas vezes, fatores que
se relacionam a tal queixa. No entanto, em casos de fadiga crônica, as causas mais

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comuns são a anemia, hipoglicemia e o hipotireoidismo. Portanto, é importante uma


avaliação mais apurada, com análise laboratorial sempre que este dado estiver presente.

Hipotireoidismo
A insuficiência tireoidiana tem sido cada vez mais comum entre as mulheres, com uma
instalação gradativa e muitas vezes não detectada aos exames clínicos (forma subclínica).
Os sintomas não são específicos, o que muitas vezes retarda o diagnóstico. No entanto,
em face de um quadro de indisposição, transtornos menstruais, metabolismo lento com
tendência a aumento de peso, obstipação, queda de cabelos, ressecamento de pele,
edema palpebral há de suspeitar de hipotireoidismo.

Doenças Cardiovasculares (DCV)


É natural a compreensão de que alterações metabólicas ocorrem gradativamente em
ambos os sexos, tendo como consequência o aumento nos níveis de colesterol,
principalmente o LDL, com perda da proteção do HDL. Este fenômeno pode ser evitado
com a orientação clara e sistemática para adoção de hábitos saudáveis.
Há evidências de que os principais fatores de risco para as doenças cardiovasculares
sejam a hipertensão, o tabagismo, as dislipidemias (aumento do colesterol LDL,
diminuição do HDL e aumento dos triglicerídeos), o Diabetes mellitus, a obesidade, o
sedentarismo, a alimentação inadequada, o envelhecimento, os fatores psicossociais e a
história familiar.
Obesidade
Segundo alguns estudos o IMC (Índice de Massa Corpórea) alcança o pico máximo entre
os 50 e 59 anos. A mudança no metabolismo que acompanha o climatério ocorre à custa
da redução da lípase lipoprotéica, responsável, juntamente com o estrogênio, por regular
o acúmulo de gordura e sua distribuição nos tecidos. Há uma tendência ao depósito de
gordura perivisceral, com o desenvolvimento de um padrão androide (abdominal) de
distribuição de gordura.

Alterações Gastrointestinais
No climatério podem ocorrer algumas queixas relacionadas ao trato digestivo que não
apresentam relação direta com o hipoestrogenismo, mas interferem na qualidade de vida
das mulheres nessa fase. São elas:

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• Síndrome da boca dolorosa: é o desconforto na língua ou mucosa oral, sem outras


alterações clínicas. Mais comum em tabagistas ou usuárias de antidepressivos. O
tratamento é no sentido de estimular as glândulas salivares, por meio do aumento da
ingesta hídrica e uso de gomas de mascar.

• Refluxo gastroesofágico: devido à idade e mais comumente em obesas, ocorre a


gradativa incompetência do esfíncter esofágico inferior. Os sintomas são pirose e
regurgitação ácida, além de tosse, laringite e dor torácica encontradas com menor
frequência. O tratamento é feito por meio da substituição de medicamentos que agravam
o refluxo e uso de medicações anti-secretoras gástricas, podendo chegar ao tratamento
cirúrgico nos casos em que não houver resposta satisfatória.

• Dispepsia: definida como dor ou desconforto no abdômen superior, associada ou não


à pirose, náuseas, vômitos e empachamento pós-prandial. Pode ser funcional, tratada
através de bloqueadores de H2, pró-cinéticos ou inibidores da bomba de prótons, ou
orgânica, relacionada à úlcera péptica e a lesões provocadas por medicamentos.

Incontinência Urinária
A incontinência urinária ou perda involuntária de urina é um sério problema de saúde
que afeta milhões de pessoas e pode ocorrer em qualquer faixa etária, tendendo a
manifestar-se mais frequentemente com o aumentar da idade, principalmente nas
mulheres, na perimenopausa. Muitos tratamentos são atualmente utilizados para
resolução desta disfunção, que muito além do aspecto físico, afeta a esfera
psicoemocional e social do ser humano, que constrangido, pode ter receio de expor seu
problema para o profissional de saúde e afasta-se do convívio social.

Osteoporose
A osteoporose é definida como uma doença sistêmica progressiva que leva a uma
desordem esquelética, caracterizada por força óssea comprometida, predispondo a um
aumento do risco de fratura. Força óssea primariamente reflete integração entre
densidade e qualidade óssea.
A instalação da Osteoporose resulta de anos de perda óssea. Pode ser classificada em
primária, quando não apresenta causa bem definida, e secundária, nos casos em que é
identificada sua etiologia, conforme exposto no quadro abaixo:

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Endocrinopatias Outras patologias que afetam o metabolismo ósseo.


Hiperparatireoidismo Desnutrição
Tireotoxicose Neoplasias produtoras de paratormônios
Hipoestrogenismo Uso prolongado de corticoides, heparina,
Hipogonadismo anticonvulsivante
Hipertireoidismo Anorexia nervosa
Hiperprolactinemia DPOC
Diabetes Melittus Doenças hematológicas infiltrativas da medula
Hipercortisolismo AIDS
Síndrome de Cushing Doenças renais
Artrite reumatoide
Pós transplantes
Imobilização prolongada.

Os fatores de risco para osteoporose e fraturas ósseas podem ser divididos em maiores e
menores, conforme tabela abaixo:

Indicações de Realização de Densitometria Óssea

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• Mulheres acima de 65 anos;


• Mulheres com deficiência estrogênica com menos de 45 anos;
• Mulheres peri e pós-menopausa com fatores de risco (um maior ou dois menores)
• Mulheres com amenorreia secundária prolongada (por mais de 1 ano);
• Todos os indivíduos que tenham apresentado fratura por trauma mínimo ou
atraumática;
• Indivíduos com evidência radiológica de osteopenia ou fraturas vertebrais;
• Homens acima de 70 anos;
• Indivíduos que apresentem perda de estatura (maior do que 2,5cm) ou hipercifose
torácica;
• Indivíduos em uso de corticosteroides, por três meses ou mais (doses superiores ao
equivalente de 5mg de prednisona);
• Mulheres com índice de massa corporal abaixo de 19kg/m2 ;
• Portadores de doenças ou uso de medicações associadas à perda de massa óssea;
• Monitoramento de tratamento da osteoporose.

A prevenção deve começar na infância com a realização de exercícios com frequência


regular, associada a uma dieta equilibrada e rica em cálcio e exposição regular ao sol (que
converte a provitamina D3 em vitamina D3), além da melhoria das condições de equilíbrio
e visão. Se essas medidas forem tomadas, todos os indivíduos atingirão o seu potencial
máximo de aquisição de massa óssea. Desse modo, com a chegada da menopausa ou se
houver necessidade de utilizar drogas que aumentam a reabsorção óssea, o indivíduo
terá uma reserva óssea adequada, mantendo os ossos mais resistentes.
O tratamento da osteoporose também inclui dieta, atividade física, exposição solar, além
das medidas preventivas de quedas e uso de medicamentos. No uso de medicamentos, o
mecanismo de ação de cada droga deve ser avaliado para a escolha ideal. Os mais
utilizados são os inibidores da reabsorção óssea, que podem ser utilizados isoladamente
ou como terapia adjuvante. No caso da osteoporose secundária, além das medidas
citadas anteriormente, a terapia deverá ser direcionada à doença de base estabelecida.
Na prevenção da osteoporose glicocorticoide-induzida a suplementação de cálcio
1000mg ao dia e vitamina D 400-800UI ao dia, via oral, ajudam na prevenção da perda
óssea, devendo ser iniciados no início do tratamento com glicocorticoides que tenham
duração mais de três meses. Mulheres com deficiência de esteroides sexuais devem ser
avaliadas individualmente quanto aos riscos e benefícios em relação à possibilidade de
tratamento hormonal concomitante. Para aquelas que apresentarem densitometria
mineral óssea abaixo da normal (escore T < -1,0), deve-se iniciar um bisfosfonato.

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Dentre os tópicos de saúde da mulher, este não é tão cobrado, mas vamos ver que tipo
de questão tem sido pedida.

Ano: 2018
Banca: AOCP
Órgão: Prefeitura de Juiz de Fora - MG
O envelhecimento para mulher é um processo que exige dos profissionais da saúde o
cuidado pautado em princípios éticos aliados à educação para a saúde e a qualidade de
vida. Com relação a esse período, assinale a alternativa correta.
A O climatério é uma fase biológica da vida da mulher e um período de mudanças
psicossociais, de ordem afetiva, sexual, familiar, ocupacional, que podem afetar a forma
como ela vive o climatério e responde a essas mudanças em sua vida.
B A confirmação do climatério e da menopausa é eminentemente laboratorial, sendo
necessárias dosagens hormonais.
C A menopausa, marco do período climatérico, é a interrupção provisória da menstruação
e o diagnóstico é feito de forma retroativa, após 12 meses consecutivos de amenorreia.
D O climatério corresponde à transição da mulher do ciclo reprodutivo para o não
reprodutivo, ocorrendo habitualmente entre os 30 e 35 anos.
E A menopausa pode ocorrer de forma precoce, antes dos 30 anos, a chamada falência
ovariana precoce. Nesses casos, não precisam ser descartadas algumas condições clínicas
de manejo na Atenção Básica.

Resposta

a) Certa
b) Errada. A confirmação do climatério e da menopausa é eminentemente clínica,
sendo desnecessárias dosagens hormonais.
c) Errada. A menopausa, marco do período climatérico, é a
interrupção permanente da menstruação e o diagnóstico é feito de forma retroativa, após
12 meses consecutivos de amenorreia, ocorrendo geralmente entre os 48 e 50 anos de
idade.
d) Errada. O climatério corresponde à transição da mulher do ciclo reprodutivo para o
não reprodutivo, ocorrendo habitualmente entre os 40 e 65 anos.
e) Errada. A menopausa pode ocorrer de forma precoce, antes dos 40 anos, a chamada
falência ovariana precoce. Nestes casos, precisam ser descartadas algumas condições
clínicas de manejo na Atenção Básica (como a gravidez) e as mulheres devem ser
encaminhadas para investigação no serviço de referência.

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Alternativa: A.

Ano: 2017
Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão: UFVJM-MG
O climatério corresponde ao período de transição da mulher entre o ciclo reprodutivo para
o não reprodutivo, manifestado, habitualmente, entre os 40 e 65 anos de idade. Sobre as
alterações que ocorrem nas mulheres no período do climatério, assinale a alternativa
INCORRETA.
A Trata-se de uma fase biológica, na qual a mulher atravessa um período de mudanças
psicossociais, de ordem afetiva, sexual, familiar, ocupacional, o que pode levar a um
impacto negativo em sua qualidade de vida.
B Na consulta de enfermagem, o(a) enfermeiro(a) deve avaliar o risco cardiovascular das
mulheres com queixas típicas do climatério.
C Alteração não transitória, como ganho de peso e modificação no padrão de distribuição
de gordura corporal, com tendência ao acúmulo de gordura na região abdominal, pode
manifestar-se no período do climatério.
D A confirmação do climatério e menopausa é eminentemente clínica, sendo
desnecessárias dosagens hormonais em todos os casos.
Resposta
O erro é sutil, visto que está na expressão “todos os casos”. No geral, a confirmação do
climatério e menopausa é clínico, mas dizer que NUNCA será necessário confirmação por
dosagem hormonal em situações específicas, torna incorreta as assertivas.
Alternativa: D.

Ano: 2016
Banca: CESPE
Órgão: TRT - 8ª Região (PA e AP)
O período do climatério caracteriza-se
A pela propensão ao surgimento ou ao agravamento das distopias em decorrência de
insuficiência estrogênica relativa, diminuição da elasticidade ou hipotrofia do músculo
ligamentar.
B pela transição entre o período reprodutivo e o não reprodutivo, reconhecida depois de
passados três meses do último ciclo menstrual, sendo a menopausa o mais importante
indicador desse processo patológico.
C pela necessidade de reposição de diversas vitaminas, como a vitamina K, que atua como
coenzima em inúmeras reações bioquímicas, ao diminuir a ansiedade, a depressão e os
fogachos, e aumentar a formação de osteocalcina.

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D pelo desenvolvimento de perfil lipídico mais favorável, em face do aumento dos níveis
de HDL-C, da diminuição dos níveis séricos de LDL-C, do colesterol total e da gordura
corporal, o que se dá em decorrência da queda de alguns hormônios uterinos.
E pela alteração no processo de hemostasia, com a diminuição de elementos envolvidos
no mecanismo de coagulação, a exemplo do fator VII (pró-coagulante), do fibrinogênio e
do PAI1 (ativador do inibidor do plasminogênio), o que gera problemas ligados à
dificuldades de hemostasia e à fraca coagulação do sangue.

Resposta
O climatério é definido pela Organização Mundial da Saúde como uma fase biológica da
vida e não um processo patológico, que compreende a transição entre o período
reprodutivo e o não reprodutivo da vida da mulher. A menopausa é um marco dessa fase,
correspondendo ao último ciclo menstrual, somente reconhecida depois de passados 12
meses da sua ocorrência e acontece geralmente em torno dos 48 aos 50 anos de idade.
A insuficiência estrogênica relativa que se inicia com o climatério, desempenha papel
relevante para o surgimento ou agravamento das distopias, devido à diminuição da
elasticidade e hipotrofia músculo ligamentar.
Alterantiva: A.

Ano: 2015
Banca: INSTITUTO AOCP
Órgão: EBSERH
Sobre a perimenopausa, o climatério e a menopausa, assinale a alternativa correta.
A A perimenopausa é o período que procede a última menstruação.
B O climatério compreende a transição entre o período reprodutivo e o não reprodutivo.
C A instalação da irregularidade menstrual ocorre no início da perimenopausa. Nesta fase,
ocorre o aumento da fertilidade.
D A prática da anticoncepção no climatério deve ser excluída, pois há maior possibilidade
de complicações ginecológicas.
E A anticoncepção, quando requerida no climatério, deve ser mantida em, no máximo,
até 2 meses após a menopausa.

Resposta
a) Errada. Na perimenopausa, que pode ser definida como o período de tempo próximo da
menopausa, as alterações hormonais tornam-se mais intensas, gerando um encurtamento
ou alongamento dos ciclos, além daqueles considerados normais. A maior parte dos ciclos
são anovulatórios, podendo gerar sangramentos irregulares.
b) Certa.
c) Errada. O climatério compreende a transição entre o período reprodutivo e o não
reprodutivo. A instalação da irregularidade menstrual ocorre no início desta fase,

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consequente a diminuição da fertilidade e ocorrência de alguns ciclos anovulatórios, ou


com corpo lúteo insuficiente.
d) Errada. Em que pese a liberdade de escolha da mulher e/ou do casal, a prática
da anticoncepção no climatério comporta grandiosa importância, pois há uma maior
possibilidade de complicações maternas em uma gravidez nessa fase da vida. Além disso,
há maior ocorrência de anomalias cromossômicas fetais e abortamentos espontâneos.
e) Errada. A mulher deve ser orientada em relação à natureza, funcionamento, modo de
uso e efeitos colaterais possíveis da escolha realizada, para propiciar uma boa adaptação.
Por segurança, a contracepção nesta fase, quando requerida, deve ser interrompida
somente 1 (um) ano após a menopausa instalada ou através da confirmação laboratorial
(aumento do FSH acima de 40mIU/ml) e a Terapia Hormonal, quando indicada, somente
tem lugar após a suspensão de qualquer método anticoncepcional hormonal.
Alternativa: B.

Ano: 2015
Banca: UFPel-CES
Órgão: UFPEL
São sinais e sintomas relacionados ao climatério as alterações
A ósseas e da glicemia de jejum.
B psicológicas e anemia.
C vasomotoras e psíquicas.
D vasomotoras e renais.
E ósseas e respiratórias.

Resposta
Faça por eliminação. Não há alterações respiratórias, renais, relacionadas à anemia ou
glicemia.
Alternativa: C.

Ano: 2017
Banca: CONSULPLAN
Órgão: TRE-RJ
Problemas relacionados à menstruação são queixas mais comuns em saúde das mulheres.
Acerca do tema, analise as afirmativas a seguir.
I. O climatério é a fase da vida em que ocorre a transição do período reprodutivo ou fértil
para o não reprodutivo, devido à diminuição dos hormônios sexuais produzidos pelos
ovários.
II. A menopausa se inicia após a última menstruação da mulher.

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III. Amenorreia significa a ausência de menstruações no período em que elas deveriam


acontecer. A menstruação normalmente não acontece antes da puberdade, durante a
gravidez e após a menopausa.

Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s)

A I, II e III.
B I, apenas.
C I e II, apenas.
D I e III, apenas.
Resposta
Questão controversa porque a definição da II está meia confusa, visto que se considera
menopausa após 12 meses consecutivos de amenorreia. No entanto, a banca considerou
deu como correta. Treine bastante para se acostumar com a visão de cada banca.
Alternativa: A.

Ano: 2012
Banca: CESPE
Órgão: TJ-RO
A educação e a orientação antecipada para as mulheres em perimenopausa devem
começar na faixa dos trinta anos de idade. A respeito desse assunto, assinale a opção
correta.
A Na menopausa, raramente ocorre lapso de vários meses entre os períodos menstruais.
B As alterações que ocorrem durante a menopausa aumentam o risco de arteriosclerose,
angina, doença coronariana e osteoporose, necessitando a mulher de orientação e
acompanhamento.
C A perimenopausa é o período que se estende desde os primeiros sinais de menopausa,
como as ondas de calor, ressecamento vaginal ou menstruações irregulares, até a cessação
completa da menstruação.
D Os contraceptivos orais não proporcionam às mulheres em perimenopausa proteção
contra câncer de útero e ovário.
E Durante a menopausa, o pH vaginal diminui, predispondo as mulheres a contraírem
infecções bacterianas, que resultam em prurido e sensação de queimação.
Resposta
a) ERRADA. A ocorrência da menopausa é caracterizada pela cessação das menstruações
por um período de 12 meses ou mais.
b) CORRETA
c) ERRADA. A perimenopausa pode ser definida como o período de tempo próximo da
menopausa, nela as alterações hormonais tornam-se mais intensas, gerando um

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encurtamento ou alongamento dos ciclos, além daqueles considerados normais. A maior


parte dos ciclos são anovulatórios, podendo gerar sangramentos irregulares.
d) ERRADA. O uso da pílula reduz o risco para câncer de ovário ou de endométrio.
e) ERRADA. Durante a menopausa, o pH vaginal também sofre alterações, com tendência
à alcalinização e mudança da flora, predispondo muitas vezes ao crescimento bacteriano
com ocorrência de vaginite ou vaginose.
Alternativa: B.

Ano: 2010
Banca: CESPE
Órgão: MS
A recomposição hormonal no período da menopausa impede o surgimento da
osteoporose, pois o estrogênio auxilia na absorção do cálcio pelo organismo.
Resposta
Dizer que a recomposição hormonal no período da menopausa impede o surgimento da
doença é como se essa recomposição anulasse os outros fatores que podem contribuir
para o aparecimento da doença.
Alternativa: Errada.

Ano: 2008
Banca: CESPE
Órgão: STF
A terapia de reposição hormonal, no climatério, pode ser adotada em mulheres que
apresentaram menopausa precoce, osteoporose ou neoplasias de mama ou endométrio.
Resposta
Contraindicações absolutas para se iniciar um TH
• Gravidez
• Tromboembolismo venoso
• Embolia pulmonar
• Carcinoma do endométrio, recorrente
• Carcinoma da mama, recorrente
• AVC
• Enfarte do miocárdio
• Neoplasias estrogénio dependentes
Alternativa: Errada.

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Ano: 2008
Banca: CESPE
Órgão: STF
Julgue os itens a seguir, que tratam de aspectos ligados à saúde da
mulher durante o período do climatério.
A menopausa é o período em que se iniciam os primeiros sintomas do climatério e depende
da idade da menarca, da história familiar, da paridade e do uso de anovulatórios, podendo
ser antecipada em 1 a 2 anos pelo tabagismo.
Resposta
Atenção!
Primeiros sintomas = perimenopausa
Última menstruação até 12 meses após = menopausa
Gostei (0)
A menopausa ocorre, em média, aos 50 anos, independentemente de idade da menarca,
história familiar, paridade ou uso de anovulatórios.
Alternativa: Errada.

Ano: 2013
Banca: CESPE
Órgão: TRT - 8ª Região (PA e AP)
No que concerne às mudanças que costumam ocorrer no período de climatério e
menopausa, assinale a opção correta.
A Não há relação entre as alterações hormonais e os sintomas considerados psicofísicos,
como ansiedade, depressão, irritabilidade, choro fácil, nervosismo e angústia.
B A mulher não possui nenhuma proteção hormonal na pré- menopausa contra doenças
cardiovasculares.
C Não há evidência científica de que as mulheres sejam as mais atingidas pela
osteoporose.
D A atrofia urogenital e o envelhecimento da pele não são queixas significativas no
período de climatério e menopausa.
E A estática pélvica pode ser afetada com as mudanças hormonais durante a menopausa,
causando incontinência urinária.
Resposta
Das alternativas, a única que está correta é a respeito da incontinência urinária, sendo
dentre os fatores, o afrouxamento da densidade muscular pélvica e a queda do estrogênio.
Alternativa: E.

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PLANEJAMENTO DA GESTAÇÃO

Poder planejar a gravidez e ser preparada adequadamente para essa fase é um direito
das mulheres.
O planejamento da gravidez contribui para a decisão informada sobre o momento mais
oportuno da gravidez para a mulher, considerando suas condições físicas, psíquicas e
sociais. Tem o objetivo de identificar fatores de risco, incluindo os comportamentais,
além de possibilitar acesso a informações sobre fertilidade e de como a gravidez e a
maternidade irão influenciar as áreas afetiva, educacional e social. Sempre que possível,
deve incluir o parceiro e ser realizada por uma equipe multiprofissional motivada e
motivadora.
O planejamento familiar para cada gestação contribui para a redução da
morbimortalidade materna e infantil na medida em que:
• diminui o número de gestações não desejadas e de abortamentos provocados;
• diminui o número de cesáreas realizadas para fazer a ligadura tubária;
• diminui o número de ligaduras tubárias por falta de opção e de acesso a outros
métodos anticoncepcionais;
• aumenta o intervalo entre as gestações, contribuindo para diminuir a frequência de
bebês de baixo peso e para que eles sejam adequadamente amamentados;
• possibilita planejar a gravidez em mulheres adolescentes ou com patologias crônicas
descompensadas, tais como: diabetes, cardiopatias, hipertensão, portadoras do HIV,
entre outras.

Alguns aspectos da história clínica e do exame físico merecem ser citados como
indicadores de especial atenção para o período pré-concepcional, conforme exposto a
seguir.

Grupo etário O sistema de saúde deve estar pronto para atender as


mulheres de qualquer faixa etária.
As adolescentes, em particular, devem ter a gravidez
desencorajada, por potencialmente apresentar riscos à sua
formação profissional, assim como por poder desencadear
dificuldades psicossociais relevantes a partir da vivência da
gestação nesse período da vida.
Gestação em idade mais avançada aumenta o risco de
cromossomopatias fetais, principalmente a trissomia do

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cromossomo 21, bem como doenças como hipertensão


arterial, diabetes, neoplasias malignas e óbito fetal.
Antecedentes É necessário identificar a história de infertilidade prévia,
obstétricos e abortos e as condições de sua ocorrência (provocado,
ginecológicos habitual), gravidez ectópica, doença trofoblástica gestacional,
distúrbio do crescimento fetal, prematuridade, pré-eclâmpsia
e morbimortalidade perinatal, discutindo os riscos de
recorrência e possíveis intervenções.
História familiar A identificação de antecedente familiar positivo para
tromboembolismo incrementa o risco dessa complicação na
gravidez. A ocorrência de doenças genéticas deve ensejar
aconselhamento genético para o casal. A história de fibrose
cística e hemofilia na família merece ser investigada, assim
como anemia falciforme entre os negros e talassemias em
mulheres com origem mediterrânea. Outras doenças
dependerão de sua recorrência na família.
Antecedentes HAS, DM, Tireoideopatias, cardiopatias, doenças auto-imune,
Mórbidos Pessoais asma, infecção por HIV, Nefropatia, hemopatia, distúrbios
musculo esqueléticos, alterações genéticas.
Exposições e A avaliação sobre as condições de trabalho é relevante,
Hábitos alertando-se sobre exposições a agentes tóxicos ambientais,
como solventes orgânicos. Deve-se desestimular o tabagismo,
pelo risco de prejuízo do crescimento fetal, associação com
abortamento, prematuridade, descolamento prematuro de
placenta e amniorrexe prematura, aumentando as chances de
sucesso para aquelas que abandonarem o hábito ou
reduzirem o consumo diário.
Ainda não está estabelecida a dose segura de ingestão de
álcool durante a gestação para se evitar danos fetais (discreta
restrição do crescimento fetal à grave síndrome alcoólica
fetal), devendo ser orientada abstinência ou ingestão mínima.
Exame físico O exame físico deve ser completo, observando-se alterações
no estado geral, peso, pressão arterial, palpação da tireoide,
ausculta cardíaca e pulmonar, avaliação abdominal, pele e
sistema musculoesquelético. Não se deve prescindir do exame
das mamas e pélvico. É importante ressaltar que, para muitas
mulheres, esse pode ser seu primeiro contato com o sistema
de saúde. Portanto, a oportunidade deve ser aproveitada para
uma investigação de sua condição médica geral.

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Avaliação O diagnóstico de desvios nutricionais e a ação conjunta de um


Nutricional nutricionista –indicando, se necessário, dieta alimentar
especial – são recursos valiosos para adequação do peso de
algumas mulheres antes de engravidar. Aquelas com índice de
massa corporal (IMC) prégravídico inferior a 20 kg/m têm
maior prevalência de anemia, parto prematuro e baixo peso
do recém-nascido. Ressalte-se que a alimentação vegetariana
exclusiva pode não conter elementos importantes para a
organogênese fetal.
Exames básicos Recomenda-se solicitar para todas as mulheres:
• Tipagem sanguínea para prevenção da aloimunização Rh. Se
a mulher for Rh negativo, solicitar pesquisa de anticorpos
(Coombs indireto) e triagem sanguínea do parceiro.
• Hemograma completo para identificação de anormalidades
hematimétricas.
• Sorologia para toxoplasmose com identificação de IgG e IgM.
Em caso de mulheres suscetíveis, orientar profilaxia no
sentido de evitar contato com fezes e secreções de felinos e a
ingestão de carnes cruas
• Sorologia para HIV e sífilis. Se houver sorologia positiva para
sífilis, iniciar prontamente o tratamento dela e do parceiro e
acompanhar clínico-laboratorialmente ambos.
• Colher colpocitologia oncológica, se tiver sido colhida há
menos de 3 anos, para a identificação de neoplasia
intraepitelial cervical ou câncer cérvico-uterino.
Exames adicionais • Glicemia de jejum para mulheres com fatores de risco –
idade igual ou superior a 35 anos, obesidade, parente de
primeiro grau com diabetes, história prévia de diabetes
gestacional, de macrossomia fetal, de óbito fetal de termo
sem motivo esclarecido.
• Mamografia para mulheres com 35 anos ou mais,
pertencentes a grupos populacionais com risco elevado de
desenvolver câncer de mama – história familiar de pelo menos
um parente de primeiro grau com diagnóstico de câncer de
mama, com menos de 50 anos; história familiar de pelo menos
um parente de primeiro grau com diagnóstico de câncer de
mama bilateral ou câncer de ovário, em qualquer faixa etária;
história familiar de câncer de mama masculino; diagnóstico

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histopatológico pessoal de lesão mamária com atipia ou


neoplasia lobular in situ.
• Sorologia para hepatite B (HBsAg e Anti-HBc) e para hepatite
C (Anti-HCV), para mulheres com histórico clínico que indique
a possibilidade de contaminação – esse histórico se refere às
mulheres usuárias de drogas, com múltiplos parceiros, com
histórico de doença sexualmente transmissível (DST) ou com
histórico de transfusão de sangue. Em casos de sorologia
positiva, encaminhar para acompanhamento, incluindo a
avaliação de comunicantes.
Imunização • Vacina dupla adulto (tétano e difteria).
• Vacina contra a hepatite B (vacina recombinante) para
não vacinadas anteriormente.
• Vacina com vírus vivo atenuado (tríplice viral: sarampo,
caxumba e rubéola) deve ser realizada de preferência até
30 dias antes da gestação.

Vacina contra raiva humana


Em situações de pós-exposição, a vacina contra raiva
humana não é contraindicada durante a gestação. Na pré-
exposição, a gestante também pode ser vacinada.
Entretanto, devido ao risco da ocorrência de eventos
adversos, é preferível que ela receba a vacina somente se
não puder evitar as situações de possível exposição ao
vírus rábico.

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Vacina contra febre amarela (atenuada)


Na rotina do serviço de vacinação, a gestante não deve
receber a vacina contra febre amarela. Entretanto, em
situações de surto, se a gestante reside ou vai se deslocar
para área com recomendação de vacinação para febre
amarela, ela deve ser vacinada se o risco de adoecer for
maior do que o risco de receber a vacina.
É importante ressaltar que as lactantes que amamentam
crianças menores de seis meses de idade também não
devem ser vacinadas.

DIAGNÓSTICO DA GESTAÇÃO

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O diagnóstico da gravidez deve ser feito com base na história da mulher, aliada ao exame
físico e teste laboratorial, segundo o fluxograma apresentado abaixo:

Após a confirmação da gravidez, dá-se início ao acompanhamento pré-natal. Esse


primeiro contato da mulher grávida com o profissional de saúde na unidade constitui o
Acolhimento, cuja responsabilidade é do(a) enfermeiro(a).

Feito esse contato inicial, a primeira consulta de pré-natal deve ser agendada para o
quanto antes possível, idealmente entre 2 e 3 semanas, período suficiente para receber
os resultados das provas laboratoriais solicitadas. A partir desses resultados, será possível
estabelecer as condutas recomendadas o mais rápido possível.

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ROTINAS DE ATENÇÃO NO PRÉ-NATAL

A atenção pré-natal deve ser iniciada idealmente pelo profissional médico ou de


enfermagem

Fatores de risco reprodutivo


A identificação de riscos para a gestante e/ou o feto deve ser feita na primeira consulta,
mas tem de ser revista a cada retorno. Trata-se de uma estratégia relevante para
estabelecer o plano de ação terapêutica, por exemplo, indicando a regularidade dos
retornos e seu nível de complexidade.

São alguns fatores de risco a serem levantados na ANAMNESE:

Características pessoais e sociodemográficas:


• Altura menor que 1,45 m.
• Baixa escolaridade (menos de 5 anos de estudo regular).
• Condições ambientais desfavoráveis, como vulnerabilidade social.
• Dependência de drogas lícitas ou ilícitas.
• Transtorno mental.
• Idade menor que 15 e maior que 35 anos.
• Ocupação: esforço físico excessivo, carga horária extensa, rotatividade de horário,
exposição a agentes físicos, químicos e biológicos, níveis altos de estresse.
• Peso menor que 45 kg ou maior que 75 kg.
• Situação afetiva conflituosa.
• Suporte familiar ou social inadequado.
• Não aceitação da gravidez, principalmente em se tratando de adolescente.
• Violência doméstica.

Antecedentes obstétricos:
• Abortamento habitual.
• Cirurgia uterina anterior.
• Esterilidade/infertilidade.
• Intervalo interpartal menor que 2 anos ou maior que 5 anos.
• Macrossomia fetal.
• Morte perinatal explicada ou inexplicada.
• Nuliparidade e multiparidade.
• Pré-eclâmpsia/eclâmpsia.
• Recém-nascido com restrição de crescimento, pré-termo ou malformado.

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• Síndromes hemorrágicas.

Morbidades:
• Aneurismas.
• Aterosclerose.
• Alterações osteoarticulares de interesse obstétrico.
• Câncer.
• Cardiopatias.
• Doenças autoimunes (lúpus eritematoso sistêmico, outras colagenoses).
• Doenças inflamatórias intestinais crônicas.
• Endocrinopatias (especialmente diabetes mellitus).
• Epilepsia.
• Ginecopatias (malformação uterina, miomatose, tumores anexiais e outras).
• Hemopatias.
• Hipertensão arterial – classificar em leve, moderada ou grave e/ou fazendo uso de anti-
hipertensivo.
• Infecção urinária.
• Nefropatias.
• Pneumopatias.
• Portadoras de doenças infecciosas (hepatites, toxoplasmose, infecção pelo HIV, sífilis e
outras DST).
• Trauma.
• Tromboembolismo.

Doença obstétrica na gravidez atual:


• Aloimunização.
• Amniorrexe prematura.
• Desvio quanto ao crescimento uterino, número de fetos e volume de líquido amniótico.
• Ganho ponderal inadequado.
• Hidropsia fetal.
• Malformações fetais.
• Óbito fetal.
• Síndromes hemorrágicas.
• Síndromes hipertensivas.
• Trabalho de parto prematuro e gravidez prolongada.

Após avaliação na unidade de referência, a gestante pode ser reencaminhada para a


unidade de atenção básica original. Nesse caso, esse serviço deverá conduzir o pré-natal

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com base nas informações especializadas descritas, ou a grávida continuará seus cuidados
de pré-natal no setor de maior complexidade.

Após anamnese com todos os itens detalhados (citados anteriormente no planejamento),


é necessário a realização de um minucioso EXAME FÍSICO:

• Geral:
– determinação do peso e da altura;
– medida da pressão arterial
– inspeção da pele e das mucosas;
– palpação da tireoide e de todo o pescoço, região cervical e axilar (pesquisa de nódulos
ou outras anormalidades);
– ausculta cardiopulmonar;
– exame do abdômen;
– exame dos membros inferiores;
– pesquisa de edema (face, tronco, membros).

• Específico (gineco-obstétrico):
– exame clínico das mamas.
– medida da altura uterina;
– ausculta dos batimentos cardíacos fetais (com Sonar Doppler, é possível após 12
semanas);
– inspeção dos genitais externos;
– exame especular e toque vaginal
– essa etapa do exame físico pode ser realizada na consulta de retorno, considerando o
contexto clínico e o desejo da mulher;
– o exame físico das adolescentes: no caso de adolescente de sexo oposto ao do
examinador, recomenda-se a presença de acompanhante ou outro profissional de saúde
na sala.

Exames complementares

Devem ser solicitados:


*Hemograma completo – repetir entre 28-30 semanas.
*Grupo sanguíneo e fator Rh.
*Sorologia para sífilis (VDRL); repetir entre 28-30 semanas.
*Glicemia em jejum – repetir entre 28-30 semanas; em gestantes sem fator de risco
para diabetes

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*Teste Oral de Tolerância à Glicose (TOTG – 75g, 2h)


*Exame sumário de urina (Tipo I).
*Urocultura com antibiograma para o diagnóstico de bacteriúria assintomática –
repetir entre 28-30 semanas.
*Sorologia anti-HIV – repetir entre 28-30 semanas.
*Sorologia para toxoplasmose, IgG e IgM – repetir trimestralmente se for IgG não
reagente.
*Sorologia para hepatite B (HBSAg).
*Protoparasitológico de fezes.
*Colpocitologia oncótica – muitas mulheres frequentam os serviços de saúde apenas
para o pré-natal.
*Ultrassonografia obstétrica – a ultrassonografia (USG) é um recurso útil na assistência
pré-natal, mas as decisões terapêuticas devem ser baseadas no raciocínio clínico.
Caso a gestante inicie o pré-natal precocemente, o primeiro ultrassom pode ser
realizado entre 10-13 semanas para avaliação de translucência nucal, como
rastreamento para cromossomopatias.
O segundo exame, ou na eventualidade de que apenas um seja factível ou esteja
disponível, deve ser realizado entre 20-24 semanas, pois nessa época a biometria fetal
indica com relativa precisão a idade gestacional e possibilita avaliação morfológica
fetal.
*Cultura específica com coleta anovaginal do estreptococo do grupo B entre 35-37
semanas, quando possível.
*Bacterioscopia da secreção vaginal – avaliação de perfil bacteriológico do conteúdo
vaginal por critério de Nugent, indicada para pacientes com antecedente de
prematuridade, possibilitando a detecção e o tratamento precoce da vaginose
bacteriana, idealmente antes da 20ª semana.

Se a bacterioscopia estiver indisponível, pode-se realizar um diagnóstico presumido,


através do exame especular, pela positividade de pelo menos três dos quatro critérios de
Amsel:
1) corrimento branco-acinzentado;
2) medida do pH > 4.5 com fita apropriada aplicada a 2-3 cm do introito vaginal, na parede
lateral da vagina;
3) liberação de aminas com odor de peixe no teste com hidróxido de potássio a 10%
adicionado a uma amostra do conteúdo vaginal;
4) visualização de clue cells à microscopia

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Outras condutas pertinentes, incluem:


• Cálculo da idade gestacional e data provável do parto.
• Orientação alimentar e acompanhamento do ganho de peso gestacional.
• Orientação sobre sinais de riscos e assistência em cada caso.
• Avaliação dos resultados dos exames laboratoriais de rotina e orientação de condutas
pertinentes.
• Referência para atendimento odontológico.
• Encaminhamento para imunização antitetânica (vacina dupla viral), quando a gestante
não estiver imunizada, ou quando o último reforço tiver sido realizado há mais de 5 anos.
• Referência para serviços especializados na mesma unidade ou unidade de maior
complexidade, quando indicado.
• Prescrição de ácido fólico de 400 mcg de ácido durante toda gestação e sulfato ferroso
a partir da 20 semana associado 40 mg de ferro elementar diário
• Fornecimento de informações necessárias quanto aos intervalos dos próximos
atendimentos e qual a dinâmica: anamnese buscando queixas e dúvidas (a mulher deve
ser estimulada a falar), exame físico com aferição do peso, pressão arterial, altura do
fundo uterino, ausculta dos batimentos cardíacos, pesquisa de edema, avaliação
ginecológica, se necessária, propedêutica complementar e respostas às indagações da
mulher ou da família.

QUEIXAS COMUNS NA GESTAÇÃO (e sugestões de condutas)

Náuseas, vômitos e tonturas

Explique que tais sintomas são comuns no início da gestação;


Oriente a gestante a:
(i) consumir uma dieta fracionada (6 refeições leves ao dia);
(ii) evitar
frituras, gorduras e alimentos com cheiros fortes ou desagradáveis;
(iii) evitar líquidos durante as refeições, dando preferência à sua ingestão nos intervalos;
(iv) ingerir alimentos sólidos antes de se levantar pela manhã, como bolacha de água e
sal;
(v) ingerir alimentos gelados;

Pirose (azia)
Oriente a gestante a:
• consumir dieta fracionada, evitando frituras;

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• evitar café, chá preto, mates, doces, álcool e fumo.


Obs.: Em alguns casos, a critério médico, a gestante pode fazer uso de medicamentos
antiácidos.

Sialorreia (salivação excessiva)


• Explique que é um sintoma comum no início da gestação;
• Oriente dieta semelhante à indicada para náusea e vômitos;
• Oriente a gestante a deglutir a saliva e tomar líquidos em abundância (especialmente
em épocas de calor).

Fraquezas e desmaios
• Oriente a gestante para que não faça mudanças bruscas de posição e evite a
inatividade;
• Indique dieta fracionada, de forma que a gestante evite jejum prolongado e
grandes intervalos entre as refeições;
• Explique à gestante que sentar com a cabeça abaixada ou deitar em decúbito
lateral, respirando profunda e pausadamente, melhora a sensação de fraqueza e
desmaio.

Dor abdominal, cólicas, flatulência e obstipação intestinal


• Certifique-se de que não sejam contrações uterinas;
• Se a gestante apresentar flacidez da parede abdominal, sugira o uso de cinta (com
exceção da elástica) e exercícios apropriados;
Se houver flatulências (gases) e/ou obstipação intestinal:
• Oriente dieta rica em resíduos: frutas cítricas, verduras, mamão, ameixas e cereais
integrais;
• Recomende que a gestante aumente a ingestão de líquidos e evite alimentos de
alta fermentação, tais como repolho, couve, ovo, feijão, leite e açúcar;
• Recomende caminhadas, movimentação e regularização do hábito intestinal;
Eventualmente, prescreva:
• Dimeticona (para os gases);
• Supositório de glicerina (para a obstipação);
• Hioscina, 1 cápsula, via oral, até 2 vezes ao dia (para as cólicas).
• Solicite exame parasitológico de fezes, se necessário.

Hemorroidas
Recomende à gestante:
• Alimentação rica em fibras, a fim de evitar a obstipação intestinal. Se necessário,
prescreva supositórios de glicerina;

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• Que não use papel higiênico colorido ou áspero (nestes casos, deve-se molhá-lo) e
faça higiene perianal com água e sabão neutro, após a evacuação;
• Que faça banhos de vapor ou compressas mornas.
Agende consulta médica, caso haja dor ou sangramento anal persistente.

Corrimento vaginal
• Explique que um aumento de fluxo vaginal é comum na gestação;
• Não prescreva cremes vaginais, desde que não haja diagnóstico de infecção vaginal;
• Agende consulta se ocorrer fluxo de cor amarelada, esverdeada ou com odor fétido
ou caso haja prurido.

Queixas urinárias
• Explique que, geralmente, o aumento do número de micções é comum no início e
no final da gestação (devido ao aumento do útero e à compressão da bexiga). Mesmo
sendo incômodo o aumento do número de micções, é de extrema importância incentivar
a ingestão hídrica adequada;
• Agende consulta médica caso exista dor ao urinar ou hematúria (sangue na urina),
acompanhada ou não de febre.

Falta de ar e dificuldades para respirar


Tais sintomas são frequentes na gestação, em decorrência do aumento do volume do
útero por compressão pulmonar, assim como por consequência da ansiedade da
gestante.
• Recomende repouso em decúbito lateral esquerdo;
• Ouça a gestante e converse sobre suas angústias, se for o caso;
• Esteja atento para outros sintomas associados (tosse, chiado e sibilância) e para
achados no exame cardiopulmonar, pois – embora seja pouco frequente – pode se
tratar de um caso de doença cardíaca ou respiratória;
• Agende a consulta médica caso haja dúvida ou suspeita de problema clínico.

Mastalgia (dor nas mamas)


• Oriente a gestante quanto à normalidade de incômodo mamário, pela fisiologia
da gestação,devido ao aumento mamário e ao desenvolvimento de suas glândulas;
• Recomende à gestante o uso constante de sutiã, com boa sustentação, após
descartar qualquer intercorrência mamária;
• Oriente a gestante sobre o colostro (principalmente nas fases tardias da gravidez),
que pode ser eliminado em maior quantidade, obrigando o diagnóstico diferencial com
anormalidades.

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Recomende que a gestante:


faça a correção de sua postura ao se sentar e ao andar;
use sapatos com saltos baixos e confortáveis;
faça a aplicação de calor local;
eventualmente, a critério e por orientação médica, use analgésico (se não for
contraindicado) por tempo limitado.

Cefaleia
• Afaste as hipóteses de hipertensão arterial e pré-eclâmpsia (se houver mais de 24
semanas de gestação);
• Converse com a gestante sobre suas tensões, seus conflitos e seus temores;
• Refira à gestante à consulta médica, se o sintoma persistir;
• Oriente a gestante quanto aos sinais e sintomas que podem indicar doença grave.

Sangramento nas gengivas


• Recomende a escovação após as refeições, assim como o uso de escova de dentes
macia;
• Oriente a realização de massagem na gengiva;
• Recomende o uso de fio dental;
• Agende atendimento odontológico sempre que possível.

Varizes
Recomende que a gestante:
• não permaneça muito tempo em pé ou sentada;
• repouse (por 20 minutos), várias vezes ao dia, com as pernas elevadas;
• não use roupas muito justas e nem ligas nas pernas;
• se possível, utilize meia-calça elástica para gestante.

Câimbras
Recomende que a gestante:

• massageie o músculo contraído e dolorido e aplique calor local;

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• evite o excesso de exercícios;


• realize alongamentos antes e após o início de exercícios ou caminhadas longas, assim
como na ocasião da crise álgica e quando for repousar.

Cloasma gravídico (manchas escuras no rosto)


• Explique que é uma ocorrência comum na gravidez e que costuma diminuir ou
desaparecer, em tempo variável, após o parto;
• Recomende que a gestante não exponha o próprio rosto diretamente ao sol e que
use protetor solar.

Estrias
• Explique que são resultantes da distensão dos tecidos e que não existe método eficaz
de prevenção. As estrias, que no início apresentam cor arroxeada, tendem com o
tempo a ficar com uma cor semelhante à da pele.
• Ainda que controversas, podem ser utilizadas massagens locais, com substâncias
oleosas ou cremes, na tentativa de preveni-las.

Palpitação
• Esclarecer sobre a frequência dessa queixa como resultado de alterações fisiológicas
da gestação.
• Atentar para a necessidade de investigação de cardiopatia.

Edema
• Atentar para a extensão do processo, principalmente em localizações diferentes dos
membros inferiores (nesse caso, pensar em pré-eclâmpsia).
• Valorizar a possibilidade de fenômenos trombóticos.
• Se fisiológico, não recomendar dieta hipossódica e a prescrição de diuréticos

Epistaxe/Obstrução Nasal
• A frequência, a intensidade e a história prévia devem alertar para a necessidade de
avaliação por parte de especialistas, para pesquisas de causas não relacionadas às
modificações gravídicas.
• Atentar para a possibilidade de crises hipertensivas nos casos de epistaxe.
• O prejuízo ao sono e o desconforto, por vezes limitante de atividades laboriosas,
podem indicar o benefício da administração de descongestionantes nasais e

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lubrificantes das vias aéreas superiores; devem ser usados com cautela
(preferencialmente, apenas à noite).

Insônia / Hipersônia
• Esclarecer e dar apoio, no sentido de facilitar a acomodação da paciente em sua nova
condição.
• A administração de medicamentos, embora possa ser utilizada em casos de difícil
resolução, deve ter seu benefício avaliado criteriosamente.

NÚMERO DE CONSULTAS

Se o início precoce do pré-natal é essencial para a adequada assistência, o número ideal


de consultas permanece controverso.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número adequado seria igual ou
superior a 6 (seis).
Pode ser que, mesmo com um número mais reduzido de consultas (porém, com maior
ênfase para o conteúdo de cada uma delas) em casos de pacientes de baixo risco, não
haja aumento de resultados perinatais adversos. Atenção especial deverá ser
dispensada às grávidas com maiores riscos.

A maior frequência de visitas no final da gestação visa à avaliação do risco perinatal e


das intercorrências clínico-obstétricas mais comuns nesse trimestre, como trabalho de
parto prematuro, pré-eclâmpsia e eclâmpsia, amniorrexe prematura e óbito fetal. Não
existe “alta” do pré-natal antes do parto.

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Quando o parto não ocorre até a 41º semana, é necessário encaminhar a gestante para
a avaliação do bem-estar fetal, incluindo avaliação do índice do líquido amniótico e
monitoramento cardíaco fetal.

IMUNIZAÇÃO

ATENÇÃO!
Veja aula de PNI completa, hein!!!

TÉTANO

O tétano neonatal é uma doença grave, não transmissível e imunoprevenível, causada


pelo Clostridium tetani, que acomete recém-nascidos geralmente na 1ª semana de vida
ou nos primeiros 15 dias. O problema ocorre por contaminação de substâncias e
instrumentos contendo esporos do bacilo e/ou pela falta de higiene nos cuidados com o
recém-nascido.

Recomenda-se a atualização do calendário vacinal:


• Vacina dupla adulto (tétano e difteria).
• Vacina contra a hepatite B (vacina recombinante) para não vacinadas anteriormente.
• Vacina com vírus vivo atenuado (tríplice viral: sarampo, caxumba e rubéola) deve ser
realizada de preferência até 30 dias antes da gestação.

Quanto ao tétano, veja o que é preconizado:


História de imunização contra o Conduta
tétano
Nenhuma dose registrada Iniciar primeira dose de dT precocemente, a
segunda dose após 2 meses ou, pelo menos, 4
semanas e a terceira dose após o nascimento
(após 6 meses após a segunda dose)
Menos de 3 doses Completar as doses faltantes com dT, com
intervalo de 2 meses ou, no mínimo 4 semanas.
Terminar até, preferencialmente, 20 dias antes
do parto.
Três doses ou mais, sendo a Não vacinar
última há menos de 5 anos

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Três doses ou mais, sendo a Uma dose de reforço


última dose há mais de 5 anos

INFLUENZA
Vacina contra a influenza pandêmica Observa-se que as gestantes infectadas pelo vírus
influenza, principalmente no 3º trimestre da gestação e no puerpério imediato, têm risco
aumentado de doença grave e pneumonia. Considerando a morbimortalidade durante a
pandemia, a vacina contra influenza pandêmica está sendo indicada para todas as
gestantes, independente da idade gestacional.

FEBRE AMARELA
Considerando-se o possível risco de infecção dos fetos pelo vírus vacinal, a vacina contra
a febre amarela está contraindicada para gestantes e mulheres amamentando, salvo em
situações de alto risco de exposição. A vacinação em gestantes deverá ser analisada caso
a caso.

Para garantir um pré-natal de qualidade deve-se seguir estes 10 passos


1° PASSO: Iniciar o pré-natal na Atenção Primária à Saúde até a 12ª semana de gestação
(captação precoce)
2° PASSO: Garantir os recursos humanos, físicos, materiais e técnicos necessários à
atenção pré-natal.
3° PASSO: Toda gestante deve ter assegurado a solicitação, realização e avaliação em
termo oportuno do resultado dos exames preconizados no atendimento pré-natal. 4°
PASSO: Promover a escuta ativa da gestante e de seus(suas) acompanhantes,
considerando aspectos intelectuais, emocionais, sociais e culturais e não somente um
cuidado biológico: "rodas de gestantes".
5° PASSO: Garantir o transporte público gratuito da gestante para o atendimento pré-
natal, quando necessário.
6° PASSO: É direito do(a) parceiro(a) ser cuidado (realização de consultas, exames e ter
acesso a informações) antes, durante e depois da gestação: "pré-natal do(a) parceiro(a)".
7° PASSO: Garantir o acesso à unidade de referência especializada, caso seja necessário.
8° PASSO: Estimular e informar sobre os benefícios do parto fisiológico, incluindo a
elaboração do "Plano de Parto".

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9° PASSO: Toda gestante tem direito de conhecer e visitar previamente o serviço de saúde
no qual irá dar à luz (vinculação).
10° PASSO: As mulheres devem conhecer e exercer os direitos garantidos por lei no
período gravídico-puerperal.

Consulta de enfermagem/enfermeira(o) na atenção à gestante

A consulta de enfermagem é uma atividade independente, realizada privativamente pelo


enfermeiro, e tem como objetivo propiciar condições para a promoção da saúde da
gestante e a melhoria na sua qualidade de vida, mediante uma abordagem
contextualizada e participativa. O profissional enfermeiro pode acompanhar
inteiramente o pré-natal de baixo risco na rede básica de saúde, de acordo com o
Ministério de Saúde e conforme garantido pela Lei do Exercício Profissional,
regulamentada pelo Decreto nº 94.406/87.

Os enfermeiros e os enfermeiros obstetras (estes últimos com titulação de especialistas


em obstetrícia) estão habilitados para atender ao pré-natal, aos partos normais sem
distócia e ao puerpério em hospitais, centros de parto normal, unidades de saúde ou em
domicílio. Caso haja alguma intercorrência durante a gestação, os referidos profissionais
devem encaminhar a gestante para o médico continuar a assistência.

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É necessário identificar “Fatores de risco que indicam encaminhamento à urgência/


emergência obstétrica”
✓ Síndromes hemorrágicas (incluindo descolamento prematuro de placenta, placenta
prévia), independentemente da dilatação cervical e da idade gestacional;
✓ Suspeita de pré-eclâmpsia: pressão arterial > 140/90, medida após um mínimo de 5
minutos de repouso, na posição sentada. Quando estiver associada à proteinúria,
pode-se usar o teste rápido de proteinúria;
✓ Sinais premonitórios de eclâmpsia em gestantes hipertensas: escotomas cintilantes,
cefaleia típica occipital, epigastralgia ou dor intensa no hipocôndrio direito;
✓ Eclâmpsia (crises convulsivas em pacientes com pré-eclâmpsia) / Crise hipertensiva
(PA > 160/110);
✓ Amniorrexe prematura: perda de líquido vaginal (consistência líquida, em pequena
ou grande quantidade, mas de forma persistente), podendo ser observada mediante
exame especular com manobra de Valsalva e elevação da apresentação fetal;
✓ Isoimunização Rh;
✓ Anemia grave (hemoglobina < 8);
✓ Trabalho de parto prematuro (contrações e modificação de colo uterino em gestantes
com menos de 36 semanas);
✓ IG a partir de 41 semanas confirmadas;
✓ Investigação de prurido gestacional/icterícia;
✓ Vômitos incoercíveis não responsivos ao tratamento, com comprometimento
sistêmico com menos de 20 semanas;
✓ Vômitos inexplicáveis no 3º trimestre;
✓ Restrição de crescimento intrauterino;
✓ Oligoidrâmnio;
✓ Casos clínicos que necessitem de avaliação hospitalar: cefaleia intensa e súbita, sinais
neurológicos, crise aguda de asma etc. Nos casos com menos de 20 semanas, as
gestantes podem ser encaminhadas à emergência clínica.
✓ Óbito fetal

PROCEDIMENTOS TÉCNICOS

Cálculo da Idade Gestacional

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Os métodos para esta estimativa dependem da data da última menstruação (DUM), que
corresponde ao primeiro dia de sangramento do último ciclo menstrual referido pela
mulher.
I. Quando a data da última menstruação (DUM) é conhecida e certa: É o método
de escolha para se calcular a idade gestacional em mulheres com ciclos menstruais
regulares e sem uso de métodos anticoncepcionais hormonais:
Uso do calendário: some o número de dias do intervalo entre a DUM e a data da
consulta, dividindo o total por sete (resultado em semanas);
• Uso de disco (gestograma): coloque a seta sobre o dia e o mês correspondentes
ao primeiro dia e mês do último ciclo menstrual e observe o número de semanas indicado
no dia e mês da consulta atual.

II. Quando a data da última menstruação é desconhecida, mas se conhece o


período do mês em que ela ocorreu: Se o período foi no início, meio ou fim do mês,
considere como data da última menstruação os dias 5, 15 e 25, respectivamente. Proceda,
então, à utilização de um dos métodos descritos.

III. Quando a data e o período da última menstruação são desconhecidos: a data


provável do parto serão, inicialmente, determinadas por aproximação, basicamente pela
medida da altura do fundo do útero e pelo toque vaginal, além da informação sobre a
data de início dos movimentos fetais, que habitualmente ocorrem entre 18 e 20 semanas.

Pode-se utilizar a altura uterina e o toque vaginal, considerando-se os seguintes


parâmetros:
Até a 6ª semana, não ocorre alteração do tamanho uterino;
Na 8ª semana, o útero corresponde ao dobro do tamanho normal;
Na 10ª semana, o útero corresponde a três vezes o tamanho habitual;
Na 12ª semana, o útero enche a pelve, de modo que é palpável na sínfise púbica;
Na 16ª semana, o fundo uterino encontra-se entre a sínfise púbica e a cicatriz umbilical;
Na 20ª semana, o fundo do útero encontra-se na altura da cicatriz umbilical;
A partir da 20ª semana, existe relação direta entre as semanas da gestação e a medida da
altura uterina. Porém, este parâmetro torna-se menos fiel a partir da 30ª semana de idade
gestacional. Quando não for possível determinar clinicamente a idade gestacional, solicite o
mais precocemente possível a ultrassonografia obstétrica.

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Cálculo da data provável do parto

Calcula-se a data provável do parto levando-se em consideração a duração média da


gestação normal (280 dias ou 40 semanas, a partir da DUM), mediante a utilização de
calendário.

Regra de Näegele

Outra forma de cálculo é somar 7 dias ao primeiro dia da última menstruação e


subtrair 3 meses ao mês em que ocorreu a última menstruação (ou adicionar 9
meses, se corresponder aos meses de janeiro a março).

Nos casos em que o número de dias encontrado for maior do que o número de dias
do mês, passar os dias excedentes para o mês seguinte, adicionando 1 ao final do
cálculo do mês.

EXEMPLOS PARA VOCÊ NÃO ERRAR NUNCA:

✓ Data da última menstruação: 13/9/08


Data provável do parto: 20/6/09 (13+7=20/9-3=6)

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✓ Data da última menstruação: 10/2/09


Data provável do parto: 17/11/09 (10+7=17/2-9=11)

Neste caso abaixo, quando se soma 7 nos dias, passa o número do mês e, por isso,
soma um mês ao final.
✓ Data da última menstruação: 27/1/09
Data provável do parto: 3/11/09(27+7=34/34-31=3/1+9+1=11)

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL

Técnicas para a tomada das medidas do peso e da altura


O peso deve ser aferido em todas as consultas de pré-natal. A estatura da gestante
adulta (idade > 19 anos) deve ser aferida apenas na primeira consulta e a da gestante
adolescente pelo menos trimestralmente.
Recomenda-se a utilização da balança eletrônica ou mecânica, certificando-se se está
em bom funcionamento e calibrada. O cuidado com as técnicas de medição e a aferição
regular dos equipamentos garante a qualidade das medidas coletadas.
Recomenda-se que a gestante seja pesada em todas as consultas.
A estatura pode ser aferida apenas na primeira consulta, desde que não seja gestante
adolescente (menor de 20 anos), cuja medida deverá ser realizada pelo menos
trimestralmente.

Após tais aferições, calcula-se o Índice de Massa Corpórea:

Estimativa do ganho de peso para as gestantes durante a gestação:


• Na primeira consulta, deve-se estimar quantos gramas a gestante deverá ganhar
no primeiro trimestre, assim como o ganho por semana até o fim da gestação.
• Para cada situação nutricional inicial (baixo peso, adequado, sobrepeso ou

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obesidade) há uma faixa de ganho de peso recomendada.


• Para o primeiro trimestre, o ganho foi agrupado para todo o período, enquanto
que, para o segundo e o terceiro trimestre, o ganho é previsto por semana.

Classifique o estado nutricional (EN) da gestante, segundo o IMC por semana


gestacional, da seguinte forma:
• Baixo peso (BP) – quando o valor do IMC for igual ou menor que os valores
apresentados na coluna correspondente a baixo peso;
• Adequado (A) – quando o IMC observado estiver compreendido na faixa de valores
apresentada na coluna correspondente a adequado;
==3bf4e==

• Sobrepeso (S) – quando o IMC observado estiver compreendido na faixa de valores


apresentada na coluna correspondente à sobrepeso;
• Obesidade (O) – quando o valor do IMC for igual ou maior que os valores apresentados
na coluna correspondente à obesidade.

Condutas segundo a avaliação do estado nutricional encontrado:


• Baixo peso (BP) – investigar história alimentar, hiperêmese gravídica, infecções,
parasitoses, anemias e doenças debilitantes; dar orientação nutricional, visando à
promoção do peso adequado e de hábitos alimentares saudáveis; remarcar consulta em
intervalo menor que o fixado no calendário habitual.
• Adequado (A) – seguir calendário habitual, explicar à gestante que seu peso está
adequado para a idade gestacional, dar orientação nutricional, visando à manutenção
do peso adequado e à promoção de hábitos alimentares saudáveis.
• Sobrepeso e obesidade (S e O) – investigar obesidade pré-gestacional, edema,
polidrâmnio, macrossomia, gravidez múltipla e doenças associadas (diabetes, pré-
eclâmpsia, etc.); dar orientação nutricional, visando à promoção do peso adequado e de
hábitos alimentares saudáveis, ressaltando que, no período gestacional, não se deve
perder peso; remarcar consulta em intervalo menor que o fixado no calendário habitual.

Ganhos recomendados por quilo na gestação

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Estado Ganho de peso Ganho de peso Ganho de peso


Nutricional semanal (kg) semanal (kg) semanal (kg)
(IMC) 1º Trimestre 2º e 3º Trimestre
Baixo Peso 2,3 0,5 12,5 - 18
Adequado 1,6 0,4 11,5 - 16
Sobrepeso 0,9 0,3 7 – 11,5
Obesidade 0 0,3 7

Controle da pressão arterial (PA)

Os guidelines recomendam a medida da PA em todas as consultas de pré-natal.


• O aumento de 30mmHg ou mais na pressão sistólica (máxima) e/ou de
15mmHg ou mais na pressão diastólica (mínima), em relação aos níveis tensionais
pré-gestacionais e/ou conhecidos até a 16a semana de gestação, representa um
conceito que foi muito utilizado no passado e ainda é utilizado por alguns.
Entretanto, apresenta alto índice de falsos positivos, sendo utilizado de melhor
forma como sinal de alerta e para agendamento de controles mais próximos.

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) na gestação é classificada nas seguintes


categorias principais:

As alterações hipertensivas da gestação estão associadas a complicações graves


fetais e maternas e a um risco maior de mortalidade materna e perinatal.

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Obs.: O acompanhamento da PA deve ser avaliado em conjunto com o ganho de peso


súbito e/ou a presença de edema, principalmente a partir da 24a semana. Mulheres
com ganho de peso superior a 500g por semana, mesmo sem aumento da pressão
arterial, devem ter seus retornos antecipados, considerando-se maior risco de pré-
eclâmpsia.

Palpação obstétrica e medida da altura uterina (AU)

Objetivos:

• Identificar o crescimento fetal;


• Diagnosticar os desvios da normalidade a partir da relação entre a altura
uterina e a idade gestacional;
• Identificar a situação e a apresentação fetal.

A palpação obstétrica deve ser realizada antes da medida da altura uterina. A


identificação da situação e da apresentação fetal é feita por meio da palpação obstétrica,
procurando-se identificar os polos cefálico e pélvico e o dorso fetal, facilmente
identificados a partir do terceiro trimestre. Pode-se, ainda, estimar a quantidade de
líquido amniótico.
A percepção materna e a constatação objetiva de movimentos fetais, além do
crescimento uterino, são sinais de boa vitalidade fetal.

Leitura para Fita Reagente de Proteinúria


Visa detectar proteinúria por fita reagente.
Idealmente, a triagem de proteinúria deve ser feita em toda consulta pré-natal de todas
as gestantes. Quando isso não for possível, priorizar as gestantes com maior risco de pré
eclâmpsia.

Palpação obstétrica e medida da altura uterina


• Avaliar o crescimento fetal.
• Diagnosticar os desvios da normalidade a partir da relação entre a altura uterina e
a idade gestacional.
• Identificar a situação e a apresentação fetal.

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Técnica para palpação abdominal (Manobras de Leopold):

Consiste em um método palpatório do abdome materno em 4 passos:

- Delimite o fundo do útero com a borda cubital de ambas as mãos e reconheça a parte
fetal que o ocupa;
- Deslize as mãos do fundo uterino até o polo inferior do útero, procurando sentir o dorso
e as pequenas partes do feto;
- Explore a mobilidade do polo, que se apresenta no estreito superior pélvico;
- Determine a situação fetal, colocando as mãos sobre as fossas ilíacas,
deslizando-as em direção à escava pélvica e abarcando o polo fetal, que se apresenta. As
situações que podem ser encontradas são: longitudinal (apresentação cefálica e pélvica),
transversa (apresentação córmica) e oblíquas.
O feto pode estar em situação longitudinal (mais comum) ou transversa. A situação
transversa reduz a medida de altura uterina, podendo falsear sua relação com a idade
gestacional. As apresentações mais frequentes são a cefálica e a pélvica.

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A situação transversa e a apresentação pélvica, ao final da gestação, podem significar


risco no momento do parto. Nestas condições, a mulher deve ser referida para a unidade
hospitalar de referência que tenha condições de atender caso de distócia.

Medida da altura uterina


Visa estimar o crescimento fetal, correlacionando-se a medida da altura uterina com o
número de semanas de gestação.

Técnica para verificação da altura uterina

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- Posicione a gestante em decúbito dorsal, com o abdome descoberto;


- Delimite a borda superior da sínfise púbica e o fundo uterino;
- Por meio da palpação, procure corrigir a comum dextroversão uterina;
- Fixe a extremidade inicial (0cm) da fita métrica, flexível e não extensível, na
borda superior da sínfise púbica com uma das mãos, passando-a entre os dedos
indicador e médio.
- Deslize a fita métrica entre os dedos indicador e médio da outra mão até
alcançar o fundo do útero com a margem cubital da mesma mão;
- Proceda à leitura quando a borda cubital da mão atingir o fundo uterino;
- Anote a medida (em centímetros) na ficha e no cartão e marque o ponto
na curva da altura uterina.

O útero aumenta seu tamanho com a idade gestacional (veja o diagnóstico da


gravidez e a determinação da idade gestacional). Foram desenvolvidas curvas de
altura uterina em função da idade gestacional, nas quais os percentis 10 e 90
marcam os limites da normalidade.

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Ausculta dos batimentos cardiofetais


Constatar a cada consulta a presença, o ritmo, a frequência e a normalidade dos
batimentos cardíacos fetais (BCF). Deve ser realizada com sonar, após 12 semanas de
gestação, ou com Pinard, após 20 semanas.

É considerada normal a frequência cardíaca fetal entre 120 a 160 batimentos por minuto.

Observação: após uma contração uterina, a movimentação fetal ou o estímulo mecânico


sobre o útero, um aumento transitório na frequência cardíaca fetal é sinal de boa
vitalidade. Por outro lado, uma desaceleração ou a não alteração da frequência cardíaca
fetal, concomitante a estes eventos, é sinal de alerta, o que requer aplicação de
metodologia para avaliação da vitalidade fetal. Nestes casos, recomenda-se referir a
gestante para um nível de maior complexidade ou à maternidade.

Técnica para ausculta dos batimentos cardiofetais:


- Posicione a gestante em decúbito dorsal, com o abdômen descoberto;
- Identifique o dorso fetal. Além de realizar a palpação, deve-se perguntar à gestante
em qual lado ela sente mais os movimentos fetais; o dorso estará no lado oposto;
- Segure o estetoscópio de Pinard pelo tubo, encostando a extremidade de abertura
mais ampla no local previamente identificado como correspondente ao dorso fetal;
- Encoste o pavilhão da orelha na outra extremidade do estetoscópio;
- Faça, com a cabeça, leve pressão sobre o estetoscópio e, só então, retire a mão que
segura o tubo;
- Quando disponível, utilize o sonar doppler;
- Procure o ponto de melhor ausculta dos BCF na região do dorso fetal;
- Controle o pulso da gestante para certificar-se de que os batimentos ouvidos são
os do feto, já que as frequências são diferentes;
- Conte os batimentos cardíacos fetais por um minuto, observando sua frequência e
seu ritmo;
- Registre os BCF na ficha perinatal e no Cartão da Gestante;
- Avalie resultados da ausculta dos BCF.

Registro dos movimentos fetais


Os padrões da atividade fetal mudam com a evolução da gravidez. Inicialmente, os
movimentos são débeis e pouco frequentes, podendo ser confundidos pela gestante
com outros fenômenos, como o peristaltismo. Gradativamente, à medida que prossegue

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a integração do sistema nervoso central com o sistema muscular do feto, os movimentos


tornam-se rítmicos, fortes e contínuos.
O ritmo da atividade fetal pode sofrer interferência tanto de fatores endógenos (como
a presença de insuficiência placentária, isoimunização pelo fator Rh ou malformações
congênitas) quanto de fatores exógenos (como a atividade materna excessiva, o uso de
medicamentos sedativos, álcool e nicotina, entre outros).

Verificação da presença de edema


Nos MMII
• Posicione a gestante em decúbito dorsal ou sentada, sem meias;
• Pressione a pele na altura do tornozelo (região perimaleolar) e na perna, no nível do
seu terço médio, face anterior (região pré-tibial). O edema fica evidenciado mediante
presença de depressão duradoura no local pressionado.

Na região sacra:
• Posicione a gestante em decúbito lateral ou sentada;
• Pressione a pele, por alguns segundos, na região sacra, com o dedo polegar. O
edema fica evidenciado mediante presença de depressão duradoura no local
pressionado.

Na face e nos membros superiores, identifique a presença de edema pela inspeção. A


presença de edema ocorre em 80% das gestantes e ele é pouco sensível e específico
para o diagnóstico de pré-eclâmpsia.

Achados Anote Condutas


Edema ausente - acompanhe a gestante, conforme calendário

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Apenas edema de tornozelo, sem verifique se o edema está relacionado à postura,


hipertensão ou aumento súbito + ao fim do dia, ao aumento da temperatura ou ao
de peso tipo de calçado
Edema limitado aos membros oriente repouso em decúbito lateral esquerdo,
inferiores, porém na presença de verifique a presença de sinais de pré-eclâmpsia,
++
hipertensão ou ganho de agende retorno em 7 dias, caso haja HAS, deve
peso ser encaminhada para serviço de alto risco
Edema generalizado +++ gestante de risco
Edema unilateral de MMII com
Suspeita de processos trombóticos
dor e/ou sinais flogísticos

Preparo das mamas para amamentação


Conhecer os aspectos relacionados à prática do aleitamento materno é fator fundamental
para colaborar para que mãe e criança possam vivenciar a amamentação de forma efetiva
e tranquila, recebendo do profissional as orientações necessárias e adequadas para seu
êxito.
Manejo da amamentação:
O sucesso do aleitamento materno está relacionado ao adequado conhecimento quanto à
posição da mãe e do bebê e à pega da região mamilo areolar.
Posição:
É importante respeitar a escolha da mulher, pois ela deverá se sentir confortável e relaxada.
A amamentação pode acontecer nas posições sentada, deitada ou em pé. O posicionamento
da criança deve ser orientado no sentido de garantir o alinhamento do corpo, de forma a
manter a barriga da criança junto ao corpo da mãe para, assim, facilitar a coordenação da
respiração, da sucção e da deglutição.

Pega:
A pega correta acontece quando o posicionamento é adequado e permite que a criança
abra a boca de forma a conseguir abocanhar quase toda, ou toda, a região mamilo areolar.
Deste modo, é possível garantir a retirada adequada de leite do peito, capaz de
proporcionar conforto para a mulher e o adequado crescimento e desenvolvimento da
criança.

Preparando as mamas para o aleitamento:


• Avalie as mamas na consulta de pré-natal;

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• Oriente a gestante a usar sutiã durante a gestação;


• Recomende banhos de sol nas mamas por 15 minutos (até as 10 horas da manhã ou
após as 16 horas) ou banhos de luz com lâmpadas de 40 watts, a cerca de um palmo de
distância;
• Esclareça que deve ser evitado o uso de sabões, cremes ou pomadas no mamilo;
• Oriente que é contraindicada a expressão do peito (ou ordenha) durante a gestação
para a retirada do colostro.

Vale ressaltar que a amamentação é contraindicada para gestantes infectadas pelo HIV
e pelo HTLV, pelo risco de transmissão do vírus da mãe para o bebê.

FATOR RH

Fator Rh positivo: registrar no prontuário e no cartão da gestante o resultado e informar


à gestante sobre seu tipo sanguíneo.

Fator Rh negativo e parceiro com fator Rh positivo e/ou desconhecido: solicitar teste
de Coombs indireto.
✓ Se o Coombs indireto for negativo, repeti-lo mensalmente.

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✓ Quando o Coombs indireto for positivo, encaminhar a gestante ao pré-natal de alto


risco. Se parceiro Rh negativo, não é necessário acompanhar o Coombs indireto
materno.

Profilaxia da aloimunização Rh
A administração de 300 mg da imunoglobulina anti-D por via intramuscular em dose
única, deve ser realizada nas gestantes com Rh negativo não sensibilizadas, quando a
classificação sanguínea do parceiro for Rh positiva ou desconhecida.
Esta administração deve ser realizada na 28ª semana de gestação. Considerar sua
utilização mesmo após 28 semanas, até a 34ª semana, se for ultrapassada a época
preconizada.

Deve ser administrada nas seguintes situações:


• No puerpério, quando o recém-nascido for Rh positivo.
• Nas síndromes hemorrágicas (abortamento, gestação ectópica, gestação molar,
placenta de inserção baixa, descolamento prematuro de placenta, sangramentos
inexplicados, etc.).
• Óbito fetal.
• Natimorto.
• Trauma abdominal.
• Após procedimento invasivo – cordocentese, amniocentese, biopsia de vilo corial
(repetir até o parto, a cada 12 semanas).
• Realização de versão cefálica externa.
• Ocorrência de transfusão incompatível, devendo ser administrada 1.200µg a cada 12
horas até completar a dose obtida pelo cálculo: 15 ml de concentrado de glóbulos
vermelhos ou 30 ml de sangue total são neutralizados por 300µg de imunoglobulina.

Após a aplicação da imunoglobulina, o Coombs indireto pode ficar positivo por até 4
semanas.

Após o parto, a imunoglobulina deve ser administrada até 72 horas, sabendo-se que,
quanto mais tardia for a aplicação dessa substância, menor será sua efetividade. Se a
mulher tiver tido alta hospitalar sem que tenha sido administrada a medicação, esta
poderá ser aplicada até 28 dias após o parto.

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ADMINISTRAÇÃO DE SUPLEMENTOS

• Ferro e folato: a suplementação rotineira de ferro e folato parece prevenir a instalação


de baixos níveis de hemoglobina no parto e no puerpério. O Programa Nacional de
Suplementação de Ferro recomenda a suplementação de 40mg/dia de ferro elementar
(200mg de sulfato ferroso). Orienta-se que a ingestão seja realizada uma hora antes das
refeições. A suplementação de ferro deve ser mantida no pós-parto e no pós-aborto por 3
meses;

• Folato peri-concepcional: tem forte efeito protetor contra defeitos abertos do tubo
neural. Deve ser usado rotineiramente pelo menos dois meses antes e nos dois primeiros
meses da gestação. Mulheres que tiveram fetos ou neonatos com defeitos abertos do tubo
neural têm que usar folato continuamente se ainda desejam engravidar;

• Piridoxina (vitamina B6): não há evidências para indicá-la como suplemento na gravidez,
embora os resultados de um trabalho sugiram que seu uso pode ter efeito protetor em
relação ao esmalte dentário;

• Cálcio: seu uso parece ser benéfico em mulheres que apresentam alto risco de
desenvolver hipertensão na gestação e naquelas que têm baixa ingestão de cálcio. Novas
investigações são necessárias para a definição da melhor dose a ser utilizada na gestação

• Zinco: não existem evidências suficientes para avaliar os efeitos do seu uso na gravidez.
Os possíveis efeitos benéficos sobre a prevenção do trabalho de parto prematuro
necessitam de novas avaliações;

• Proteínas: a suplementação balanceada parece melhorar o crescimento fetal e reduzir os


riscos de morte fetal e neonatal. As evidências são insuficientes para afirmar se existem
outras vantagens potenciais

• Suplementação de vitamina A
A vitamina A é nutriente que atua no sistema imunológico, auxiliando no combate às
infecções, à diarreia e ao sarampo. Ajuda também no crescimento e desenvolvimento, além
de ser muito importante para o bom funcionamento da visão. A falta de vitamina A pode
resultar em cegueira.

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O Programa de Suplementação de Vitamina A acontece em todos os Estados da Região


Nordeste e nos municípios do Estado de Minas Gerais (no Norte do Estado e nos Vales do
Jequitinhonha e do Mucuri), pois são áreas consideradas endêmicas para a deficiência de
vitamina A.

Portanto, SOMENTE nas regiões citadas, toda puérpera no pós-parto imediato, ainda na
maternidade, deve receber uma megadose de 200.000 UI de vitamina A (1 cápsula VO),
garantindo-se, assim, reposição dos níveis de retinol da mãe e níveis adequados de vitamina
A no leite materno até que o bebê atinja os 6 meses de idade, diminuindo-se o risco de
deficiência dessa vitamina entre as crianças amamentadas.

SITUAÇÕES ESPECIAIS NA GESTAÇÃO

Complicações maternas:
Doença hipertensiva da gestação e pré-eclâmpsia (são duas vezes mais comuns), pré-
eclâmpsia severa, síndrome de Hellp, degeneração gordurosa do fígado, diabetes
gestacional, descolamento prematuro de placenta, colestase, anemia, hiperêmese gravídica
e tromboembolismo.
Atenção!
HELLP é a sigla usada para descrever a condição de paciente com pré-eclâmpsia grave que
apresenta hemólise (H), níveis elevados de enzimas hepáticas (EL) e contagem baixa de
plaquetas(LP).

Problemas bucais mais comuns na gravidez:


Os problemas bucais mais comuns durante o período gestacional são a cárie dentária, a
erosão no esmalte dentário, a mobilidade dentária, a gengivite e a periodontite.
As pacientes devem ser aconselhadas a realizar rotinas de escovação e uso do fio dental e
a evitar uma quantidade excessiva de açúcar em lanches e bebidas, além de orientadas a
consultar um cirurgião-dentista quando for necessário.

Atenção: A tetraciclina, por exemplo, deve ser evitada em função do efeito


colateral de causar pigmentação nos dentes da criança.

CESÁREA E PARTO NORMAL

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Indicações obstétricas de parto cesáreo

• Absolutas: desproporção céfalo-pélvica, cicatriz uterina prévia corporal, situação fetal


transversa, herpes genital ativo, prolapso de cordão, placenta prévia oclusiva total, morte
materna com feto vivo.
• Relativas: feto não reativo em trabalho de parto, gestante HIV positivo (dependendo
da carga viral), descolamento prematuro de placenta (dependendo do estágio do parto),
apresentação pélvica, gravidez gemelar (depende da relação entre os fetos), cesárea prévia,
macrossomia fetal, cérvice desfavorável à indução do parto, psicopatia.

Veja uma comparação:

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INTERCORRÊNCIAS CLÍNICAS E OBSTÉTRICAS MAIS FREQUENTES

Hiperêmese gravídica

Caracteriza-se por vômitos contínuos e intensos que impedem a alimentação da gestante,


ocasionando desidratação, oligúria, perda de peso e transtornos metabólicos, com alcalose (pela
perda maior de cloro, acarretando hipocloremia, perda de potássio e alterações no metabolismo
das gorduras e dos carboidratos).

Apoio psicológico e ações educativas desde o início da gravidez, bem como reorientação
alimentar, são as melhores maneiras de evitar os casos mais complicados. Nas situações de êmese
persistente, o profissional de saúde deve prescrever drogas antieméticas, por via oral ou
intravenosa, além de hidratação.
Deve-se orientar o uso de bebidas geladas para a melhoria dos sintomas, assim como se deve
evitar o uso de bebidas com gás e que contenham cafeína.

Síndromes hemorrágicas

As mais importantes situações hemorrágicas na gravidez são as seguintes:

• Na primeira metade da gestação: abortamento, descolamento cório-amniótico,


gravidez ectópica e neoplasia trofoblástica gestacional benigna (mola hidatiforme);
• Na segunda metade da gestação: placenta prévia (PP) e descolamento prematuro da
placenta (DPP).
Na avaliação do caso, o exame ginecológico deve ser realizado, particularmente o especular,
para o diagnóstico diferencial de outras possíveis causas de hemorragia e como forma de se
evitar o toque vaginal, que pode ser prejudicial no caso de placenta prévia.
Nas mulheres identificadas como Rh negativo, valorize a necessidade de imunoprofilaxia Rh
quando o parceiro for Rh positivo ou desconhecido. Nos casos em que houver eliminação de
material pelo colo uterino, compatível com restos ovulares, providencie exame
anatomopatológico.

Abortamento

É a morte ou expulsão ovular ocorrida antes de 22 semanas ou quando o concepto pesa


menos de 500g. Pode ser espontâneo ou provocado. O abortamento é dito precoce quando
ocorre até a 12a semana e tardio quando ocorre entre a 13a e a 22a semanas.
O abortamento tem como possíveis causas:

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• Alterações cromossomiais, anomalias do ovo e da implantação, placentopatias,


mecanismos imunológicos, ginecopatias (malformações uterinas, miomatose uterina, alterações
endometriais devido à curetagem uterina, infecções, cicatrizes cirúrgicas, incompetência istmo-
cervical), endocrinopatias (diabetes, tireoidopatias, insuficiência do corpo lúteo), anemias
graves, sífilis na gestação, além de doenças cardiorrespiratórias.

O abortamento pode ser classificado nas seguintes formas clínicas:

Gravidez Ectópica

Corresponde à nidação do ovo fora da cavidade uterina, sendo mais frequente a prenhez tubária
na sua porção ampular.
A mulher, frequentemente, apresenta história de atraso menstrual, teste positivo para gravidez,
perda sanguínea uterina e dor pélvica intermitente, na fase inicial, evoluindo para dor contínua
e intensa, com sinais de irritação peritoneal. As repercussões hemodinâmicas podem ser
discretas, apenas com lipotímia, até quadros graves com choque hipovolêmico, na dependência
do volume de sangramento intracavitário.
No exame físico, avaliam-se as condições gerais e os sinais de irritação peritoneal. O exame
especular pode mostrar a presença do sangramento. Pelo toque vaginal, verifica-se o
amolecimento do colo e a presença ou não de aumento uterino. A palpação das zonas anexiais
pode provocar dor e demonstrar presença de tumor.
O tratamento conservador, com utilização de metotrexato, é restrito a casos de gravidez
ectópica incipiente e íntegra, com diâmetro inferior a 5cm e com embrião sem vitalidade. Diante
de quadro hemorrágico secundário à rotura de prenhez ectópica, o tratamento será cirúrgico.

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Doença trofoblástica gestacional (mola hidatiforme)

Caracteriza-se pela degeneração trofoblástica ocorrida após uma gestação, tópica ou ectópica,
podendo apresentar-se como mola hidatiforme, corioadenoma destruens e coriocarcinoma.

O diagnóstico clínico pode ser feito pela presença de sangramento vaginal intermitente,
geralmente de pequena intensidade, indolor e, por vezes, acompanhado da eliminação de
vesículas (sinal patognomônico).
A altura uterina ou o volume uterino, em geral, é incompatível com o esperado para a idade
gestacional, sendo maior previamente a um episódio de sangramento e menor após (útero em
sanfona). Não há presença de batimentos cardíacos ou outras evidências de embrião (nas
formas completas). A presença de hiperêmese é mais acentuada, podendo levar a mulher a
estados de desidratação e distúrbios hidroeletrolíticos.
Atente para a presença de hipertensão arterial precoce, já que esta é a única condição de pré-
eclâmpsia previamente à 20a semana de gestação.

A quantificação do ßHCG, com níveis muito acima do valor normal, pode ajudar no diagnóstico
da doença. O diagnóstico é ultrassonográfico e é confirmado pelo exame histopatológico do
material curetado.

Patologias do trato genital inferior

Descolamento cório-amniótico
Caracteriza-se por sangramento genital de pequena intensidade. É diagnosticado por exame
ultrassonográfico. A evolução em geral é boa e não representa quadro de risco materno e/ou
ovular. A conduta é conservadora e, basicamente, consiste no esclarecimento à gestante.

Descolamento prematuro de placenta (DPP)


É a separação intempestiva da placenta do seu sítio de implantação no corpo uterino antes do
nascimento do feto, em uma gestação de 20 ou mais semanas completas.
Os principais fatores predisponentes incluem: estados hipertensivos, fatores mecânicos, como
traumas, retração uterina após o esvaziamento rápido do polidrâmnio e alterações placentárias
(placenta circunvalada, infartos placentários decorrentes do tabagismo, má nutrição,
alcoolismo, diabetes com vasculopatia). Apesar de todos estes fatores, em grande número de
casos, a causa primária do descolamento é desconhecida.
O DPP inicia-se com um sangramento no interior da decídua, acarretando a formação de um
hematoma e o descolamento abrupto da placenta do seu sítio normal de implantação. O sangue
fica represado e se coagula atrás da placenta, caracterizando o hematoma retroplacentário.

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O sangue pode, através de uma solução de continuidade da membrana, atingir a cavidade ovular,
causando hemoâmnio. Numa grande hemorragia oculta, os componentes do sangue, provenientes
do hematoma retroplacentário, podem atingir o miométrio, causando desarranjo da estrutura das
miofibrilas, ocasionando a atonia uterina, quadro de apoplexia útero- placentária ou útero de
Couvelaire.
O diagnóstico é, preferencialmente, clínico, feito pelo aparecimento de dor abdominal súbita, com
intensidade variável, perda sanguínea de cor vermelho-escura, com coágulos e em quantidade,
às vezes, pequena, que pode ser incompatível com quadro materno de hipotensão ou de choque.
Ao exame obstétrico, o útero, em geral, encontra-se hipertônico, doloroso, sensível às manobras
palpatórias; os batimentos cardíacos fetais podem estar alterados ou ausentes. Há
comprometimento variável das condições gerais maternas, desde palidez de pele e mucosas até
choque e distúrbios da coagulação sanguínea.

Placenta prévia (inserção baixa de placenta)

Corresponde a um processo patológico em que a implantação da placenta, inteira ou


parcialmente, ocorre no segmento inferior do útero. As mulheres multíparas e com antecedentes
de cesáreas são consideradas de maior risco.

A hemorragia espontânea produz-se porque o bordo placentário se descola na formação do


segmento inferior, por despregueamento do istmo. A placenta, não podendo acompanhar,
arranca as conexões com a decídua basal, o que provoca hemorragia materna, originária dos
espaços intervilosos.

Na anamnese, é relatada perda sanguínea por via vaginal, súbita, de cor vermelha viva, de
quantidade variável, não acompanhada de dor. É episódica, recorrente e progressiva. O exame
obstétrico revela volume e tono uterinos normais e frequentemente apresentação fetal anômala.

Habitualmente, os batimentos cardíacos fetais estão mantidos. O exame especular revela


presença de sangramento proveniente da cavidade uterina e, na suspeita clínica, deve-se evitar a
realização de toque vaginal.

O diagnóstico de certeza é dado pelo exame ultrassonográfico. O profissional de saúde deve


referenciar a gestante para continuar o pré-natal em centro de referência para gestação de alto
risco.
PATOLOGIAS DO LÍQUIDO AMNIÓTICO

1- Oligoidrâmnio
Caracteriza-se pela acentuada diminuição do volume do líquido amniótico, diagnosticado quando
o volume se apresenta inferior a 250ml, entre a 21a e a 42a semanas gestacionais.

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As principais causas são:


• Patologias placentárias: rotura prematura de membranas, insuficiência placentária,
deslocamento prematuro de placenta;
• Patologias fetais: crescimento intrauterino retardado; anomalias congênitas, principalmente
as do trato urinário; anomalias cromossomiais;
• Patologias maternas: diabetes associada a vasculopatias; hipertensão arterial; hipovolemia;
síndrome antifosfolipídio; colagenoses; uso de drogas inibidoras da enzima conversora da
angiotensina e da síntese de prostaglandinas.

O oligoidrâmnio se relaciona, frequentemente, com resultado perinatal desfavorável, seja em


função da patologia de base determinante, seja devido ao efeito mecânico provocado sobre o
concepto pela diminuição do volume amniótico (pressão contínua sobre o feto, o que provoca
alterações musculoesqueléticas; adesões entre o âmnio e as partes fetais, o que determina graves
deformidades, inclusive amputação; desenvolvimento de hipoplasia pulmonar e compressão
funicular, principalmente no transcorrer do trabalho de parto).

Clinicamente, haverá suspeita da patologia quando a altura uterina for inferior àquela
esperada para a idade gestacional estimada, especialmente quando associada à
diminuição da movimentação fetal e fácil percepção das pequenas partes fetais à
palpação obstétrica.

Pode ser indicada a amnioinfusão, introdução de solução salina fisiológica na cavidade amniótica
antes de se realizar o exame ecográfico, já que a diminuição do volume amniótico dificulta o
estudo ultrassonográfico. Depois do procedimento de amnioinfusão, poderá ser realizada,
quando indicada, a cordocentese, para a obtenção de sangue fetal, a fim de se realizar avaliação
laboratorial, especialmente de cariótipo.

2- Polidrâmnio
A polidramnia tem sido arbitrariamente definida como o acúmulo de líquido amniótico em
volume superior a 2.000ml no momento da resolução da gravidez. Ocorre por erro no mecanismo
de circulação, de produção, por dificuldade de absorção ou pela associação desses fatores.
Associa-se a algumas patologias, destacando-se o diabetes mellitus, as infecções congênitas
(como sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, herpes), a doença hemolítica
perinatal e a gemelaridade.

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É também reconhecida sua relação com as anormalidades congênitas fetais, principalmente


as que acometem o sistema nervoso central, o trato gastrointestinal, o coração e o sistema
musculoesquelético.

Sempre haverá suspeita do diagnóstico clínico quando a altura uterina for superior àquela
esperada para a idade gestacional estimada, especialmente quando a paciente referir
diminuição da movimentação fetal e quando houver impossibilidade de palpar partes fetais
e dificuldade de realizar a ausculta do concepto.

O tônus uterino poderá estar maior e, nos casos agudos, a paciente poderá referir dor
intensa. No exame clínico materno, é frequente encontrar-se edema de membros inferiores
e da parede do abdome, além da presença de estrias abdominais.
O diagnóstico ultrassonográfico será feito quando houver, subjetivamente, excessiva
quantidade de líquido amniótico, especialmente na área das pequenas partes fetais, quando
o maior bolsão de líquido, mensurado verticalmente, for igual ou superior a 8,0cm ou quando
o índice de líquido amniótico for superior a 24,0cm.

3- Rotura prematura das membranas ovulares (amniorrexe prematura)


A rotura prematura das membranas ovulares (RPMO) é caracterizada pela rotura
espontânea das membranas ovulares antes do início do trabalho de parto em qualquer idade
gestacional.
Está associada a um número considerável de complicações, que variam significativamente
com a idade gestacional em que o quadro se instalou e a duração do período de latência. Há
incremento de infecções maternas e perinatais, prematuridade, partos operatórios,
deformações e amputações fetais e hipóxia.
Na anamnese, o médico deverá inquirir a paciente sobre o momento da rotura, a atividade
exercida, a quantidade e a continuidade da perda de líquido, a cor e o odor do fluido. O
exame especular, principal método diagnóstico, realizado sob assepsia, evidenciará a
presença de líquido amniótico fluindo pelo canal cervical.
A presença de líquido em fundo de saco vaginal, as paredes vaginais limpas e a visualização
de saída de líquido amniótico pelo orifício do colo, espontaneamente ou após esforço
materno, indicam a confirmação diagnóstica. Tais informações podem ser facilmente obtidas
por meio de exame vaginal com espéculo.

4- Trabalho de parto prematuro (TPP)


Conceitua-se gravidez pré-termo aquela cuja idade gestacional encontra-se entre 22
semanas (ou 154 dias) e 37 semanas (ou 259 dias).

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Para o diagnóstico de trabalho de parto prematuro, deve-se considerar a contratilidade


uterina e as modificações cervicais. É importante lembrar que, durante a gestação, existem
contrações uterinas denominadas de Braxton-Hicks, que são diferentes daquelas do
trabalho de parto, pela ausência de ritmo e regularidade.
O trabalho de parto é definido pela presença de duas a três contrações uterinas a cada dez
minutos, com ritmo e frequência regulares.

5- Gestação prolongada
Conceitua-se gestação prolongada, também referida como pós-datismo, aquela cuja idade
gestacional na mulher encontra-se entre 40 e 42 semanas.

Gravidez pós-termo é aquela que ultrapassa 42 semanas.

A função placentária atinge sua plenitude em torno da 36a semana, declinando a partir de
então. A placenta senil apresenta calcificações e outras alterações que são responsáveis
pela diminuição do aporte nutricional e de oxigênio ao feto, associando-se, dessa maneira,
com o aumento da morbimortalidade perinatal.
O controle da gestante nessa situação objetiva identificar a eventualidade de hipóxia
consequente à insuficiência placentária. Desta forma, os cuidados dirigem-se ao controle das
condições de vitalidade fetal.

6- Crescimento intrauterino restrito (Ciur)


Refere-se a qualquer processo capaz de limitar o potencial intrínseco de crescimento fetal
intraútero.
A distinção entre crescimento intrauterino restrito (Ciur) e pequeno para a idade
gestacional (PIG) é importante, visto que alguns recém-nascidos considerados como PIG não
sofreram Ciur.
As causas de Ciur podem ser divididas conceitualmente em três categorias principais,
conforme o quadro a seguir:

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Sempre que houver discrepância entre a idade gestacional e a medida de fundo uterino, deve
haver suspeita de Ciur. Na anamnese, é recomendado identificar possíveis causas maternas,
inclusive abordando doenças associadas, uso de drogas, infecções, história obstétrica
anterior (recém-nascidos considerados como PIG, Ciur anterior etc.).

Para a tomada de decisão, alguns fatores são importantes, tais como: idade gestacional,
vitalidade e maturidade fetal, patologia materna de base, tipo de Ciur, presença de defeito
congênito, presença de oligodrâmnia.
É importante ressaltar que, diante de um caso suspeito de Ciur, a gestante deve ser
encaminhada ao pré-natal de alto risco para avaliação e conduta específicas.

7- Varizes e tromboembolismo
As varizes manifestam-se ou agravam-se na gestação por fatores hereditários, pela
congestão pélvica, pela compressão mecânica do útero grávido e por alterações hormonais.
São mais frequentes nos membros inferiores, sobretudo no direito, mas podem aparecer
também na vulva. Nessa localização, elas habitualmente desaparecem após o parto.
Na história clínica, é importante perguntar à gestante questões sobre a ocorrência de
situação semelhante em familiares. As varizes estão associadas a edema e à sensação de
desconforto ou dor nas pernas.
As varizes vulvares não requerem tratamento específico e raramente são causas de
sangramentos profusos. A oclusão total ou parcial de uma veia por um trombo, com reação
inflamatória primária ou secundária de sua parede, caracteriza-se como tromboembolismo,
sendo mais comum nos membros inferiores e como consequência de varizes, da

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imobilização prolongada no leito, da obesidade e/ou de compressão da musculatura da


panturrilha. Podem existir antecedentes de trombose.
A suspeita diagnóstica é feita por meio da história clínica de dor na panturrilha ou na coxa,
aumento da temperatura local, edema, dificuldade de deambulação e/ou dor à dorsoflexão
do pé (sinal de Homans). Na suspeita dessa condição, a mulher deve ser encaminhada ao
centro de referência para confirmação do diagnóstico e tratamento.

8- Anemia
A anemia é definida durante a gestação com os valores de hemoglobina (Hb) abaixo de 11g/
dl. O rastreamento deve ser oferecido a toda gestante o mais precocemente na vinculação
do pré-natal e novamente com aproximadamente 28 semanas.
Se abaixo de 8g/dL, deve-se encaminhar a gestante para o alto risco. Se entre 8 e 11, deve-
se recomendar 5cp de sulfato ferroso (200mg) diário, repetindo a dosagem de Hb após 60
dias.
A anemia durante a gestação pode estar associada a um risco aumentado de baixo peso ao
nascer, mortalidade perinatal e trabalho de parto prematuro.

9- Síndrome hipertensiva na gravidez


A HAS na gestação é classificada nas seguintes categorias principais:

Hipertensão crônica: estado hipertensivo registrado antes do início da gestação no período


que precede a 20ª semana de gravidez ou além de doze semanas após o parto. Esta
condição não está associada a edema e proteinúria (salvo se houver dano renal antes da
gravidez) e persiste depois de 12 semanas após o parto;

Hipertensão gestacional: aumento da pressão arterial que ocorre após a 20ª semana de
gestação, mais frequentemente perto do parto ou no puerpério imediato, sem proteinúria.
Normalmente, a PA se normaliza nas primeiras 12 semanas de puerpério, podendo, por isso,
ser definida como “transitória”, embora a condição geralmente recorra em 80% das
gestações subsequentes. Acredita-se que tais mulheres são propensas a desenvolver
hipertensão arterial essencial no futuro. Quando a hipertensão persiste, ela é denominada
como “crônica”. É um diagnóstico basicamente retrospectivo, pois as complicações das
pacientes que no momento da avaliação se apresentam sem proteinúria podem evoluir com
pré-eclâmpsia;

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Pré-eclâmpsia: aparecimento de hipertensão e proteinúria (300mg ou mais de proteína em


urina de 24h), após 20 semanas de gestação, em gestante previamente normotensa. É uma
desordem multissistêmica, idiopática, específica da gravidez humana e do puerpério,
relacionada a um distúrbio placentário que cursa com vasoconstricção aumentada e redução
da perfusão. O edema atualmente não faz mais parte dos critérios diagnósticos da síndrome,
embora frequentemente acompanhe o quadro clínico.

Eclâmpsia: corresponde à pré-eclâmpsia complicada por convulsões que não podem ser
atribuídas a outras causas;

Quanto ao tratamento, dois cenários devem ser considerados:

Tratamento agudo: em urgência ou emergência hipertensiva, que requer


hospitalização, monitoramento intensivo, antecipação do parto e administração
parenteral de anti-hipertensivos, preferencialmente a hidralazina. Recomenda-se,
também, a administração endovenosa de sulfato de magnésio, que é considerado a droga
de escolha para a prevenção da eclâmpsia (grau de recomendação A);

Tratamento de longo prazo: para pacientes com pré-eclâmpsia com quadro


estabilizado, sem necessidade de parto imediato, está indicado tratamento anti-
hipertensivo por via oral.

Atenção: Terapia anticonvulsivante

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A terapia anticonvulsivante é indicada para prevenir convulsões recorrentes em mulheres


com eclâmpsia, assim como o aparecimento de convulsões naquelas com pré-eclâmpsia. O
sulfato de magnésio é a droga de eleição para tal. Deve ser utilizado nas seguintes situações:

Gestantes com eclampsia;


Gestantes com pré-eclâmpsia grave admitidas para conduta expectante nas primeiras 24
horas;
Gestantes com pré-eclâmpsia grave nas quais se considera a interrupção da gestação;
Gestantes com pré-eclâmpsia nas quais se indica a interrupção da gestação e existe dúvida
se a terapia anticonvulsivante deve ser utilizada (a critério do médico assistente).
O sulfato de magnésio pode ser utilizado durante o trabalho de parto, parto e puerpério,
devendo ser mantido por 24 horas após o parto se iniciado antes do mesmo. Quando
iniciado no puerpério, deve ser mantido por 24 horas após a primeira dose.

10- Diabetes Gestacional

Para o diagnóstico do diabetes gestacional, a OMS recomenda o emprego do mesmo teste


indicado para o diagnóstico do diabetes fora da gestação (nos casos de intolerância à
glicose): teste oral de tolerância à glicose, com 75g de glicose (TTG 75g – 2h) e com duas
medidas da glicose plasmática, uma em jejum e outra 2h após a sobrecarga.

Os sintomas clássicos de diabetes são: poliúria, polidipsia, polifagia e perda involuntária de peso
(os “4 ps”). Outros sintomas que levantam a suspeita clínica são: fadiga, fraqueza, letargia, prurido
cutâneo e vulvar e infecções de repetição.

Algumas orientações gerais sobre DMG merecem destaque:

• O diagnóstico de DMG pode exigir da paciente um aumento considerável de exames e


monitoramento durante o pré-natal e o pós-parto;
• Na grande maioria dos casos, os efeitos relacionados ao DMG para a mãe e para o feto
em formação não são graves;
• Para a maioria das mulheres, o DMG responde bem somente à dieta e aos exercícios
físicos;
• Pode-se utilizar adoçantes artificiais (aspartame, sacarina, acessulfame-K e neotame)
com moderação;
• Algumas mulheres (de 10% a 20%) necessitarão usar insulina caso as medidas não
farmacológicas não controlarem o DMG, principalmente as de ação rápida e intermediária.
A insulina de ação prolongada, embora tenha se mostrado segura em alguns relatos de

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casos, não dispõe de evidências suficientes para sua indicação generalizada;


• A conduta obstétrica de uso de corticoesteroides para maturação pulmonar fetal não é
contraindicada, mas deve-se administrá-los de forma concomitante ao monitoramento
intensivo da glicemia e aos ajustes da dose de insulina. Indica-se também, se necessário, o
uso de tocolíticos para inibir trabalho de parto prematuro;
• É essencial reavaliar a tolerância da paciente à glicose a partir de seis semanas após o
parto, com glicemia de jejum ou com um teste oral de 75g de glicose, dependendo da
gravidade do quadro metabólico apresentado na gravidez.

Contrações Uterinas

– na gravidez: pequenas contrações de até 30 seg.: 10 contrações/hora BRAXTON-HICKS : 1/


hora

– no final da gravidez: as pequenas contrações diminuem de frequência e aumenta de


intensidade e as de BRAXTON-HICKS, aumentam de frequência

– no parto: dinâmica uterina = é o número de contrações em 10 minutos; vai de 2 a 5 contrações


dependendo do estágio de evolução do parto.

Efeitos das contrações sobre o organismo materno:


• elevação da PA, principalmente sistólica
• elevação da FC por aumento do retorno venoso à custa do esvaziamento das paredes uterinas
– compressão da aorta e veia cava inferior pelo útero

Efeitos das contrações sobre o feto:


• compressão do pólo cefálico sobre as estruturas pélvicas podendo levar à bossa,
hemorragias intracranianas e estímulo vagal
• compressão do cordão umbilical
• diminuição da perfusão útero-placentária

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PERÍODOS CLÍNICOS DO PARTO

Período de dilatação:
• Transição do período de pré-parto, com início difícil de precisar
• Entre 8 e 10 cm
• Contrações que produzem cervicodilatação (é o aumento do diâmetro do colo uterino
de milímetros até a dilatação completa (10 cm)
• dor lombar, que se irradia para o baixo ventre

• Esvaecimento ou apagamento do colo: é a incorporação do colo à cavidade uterina


• Ao toque vaginal: fino - médio – grosso

EXAME VAGINAL: Finalidade


• Avaliar dilatação cervical e o esvaecimento do colo
• Avaliar integridade da bolsa das águas
• Avaliar apresentação fetal
• Avaliar variedade de posição
• Avaliar altura da apresentação

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Amniotomia: rotura artificial (repercussões maternas e fetais)

Aspecto do líquido amniótico :


• Transparente - prematuridade
• Opalescente - pós-data
• Achocolatado – morte fetal
• Sanguinolento (hemoâmnio)
• Esverdeado – mecônio – sofrimento fetal

Período expulsivo:
Início: dilatação cervical total (10 cm)
Término: saída do feto

• as contrações uterinas atingem intensidade e frequência máximas


• o tonus uterino eleva-se
• o efeito das contrações impele a apresentação para o canal do parto
• a pressão intra-abdominal eleva-se até 100 mmHg, à custa do abaixamento do
diafragma e da prensa abdominal
• impulsão do feto pelo canal do parto distende passivamente as fibras musculares da
vagina
• a vulva fica entreaberta, o períneo distendido e abaulado e o ânus entreaberto até que
o feto é expulso, descrevendo um mecanismo

Período dequitação:
Início: após a expulsão fetal
Término: após a saída da placenta pela vagina

• duração: até 30 minutos


• contrações: intensidade de 50 mmHg (indolores)
• mecanismo de descolamento:

- Baudelocque-Schultze (75%): face fetal, sangramento posterior, inserção fúndica


- Duncan (25%): face materna, inserção lateral, sangramento concomitante.

Período Greenberg:

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Primeira hora após a dequitação


• assistência negligente pode levar à hemorragia
• HEMOSTASIA pós-parto: miotamponamento (contrações) e trombotamponamento
• Procede-se com a revisão da placenta e membranas ovulares quanto à integridade, forma
e aspecto da placenta, inserção do cordão umbilical, presença do âmnio e cório, odor.

Involução Uterina:
Na involução uterina, a altura diminui 1cm (1 dedo) por dia no parto normal e 0,5cm nas
cesarianas.
1-2horas: a altura do fundo uterino deve estar na linha média entre a cicatriz umbilical e a
sínfise pubiana.

12horas: deve estar na altura da cicatriz umbilical ou 1 cm acima.

3 dias: aproximadamente 3 cm abaixo da cicatriz umbilical.

Atenção!
Não confunda!
Mecanismos do Parto
Os Mecanismos do Parto são adaptações fetais efetuadas pelo feto por meio de mecanismos
passivos e ativos para passar pelo canal de parto e desprender na vulva. Mais uma dica: se a questão
pedir sobre mecanismos dos partos está relacionando ao feto. Os mecanismos do parto são:
1º - Insinuação
2º - Descida
3º - Flexão
4º - Rotação interna
5º - Extensão
6º - Rotação externa
7º - Desprendimento Fetal Final

Depressão puerperal
A depressão pós-parto (DPP) é definida como um episódio de depressão maior que ocorre nas
primeiras quatro semanas pós-parto.
Entretanto, o quadro clínico da depressão pós-parto é bastante heterogêneo, sendo que
sintomas de ansiedade são mais comuns nesta ocasião do que em outros períodos da vida.
Também não é incomum encontrar sintomas de obsessão e compulsão na puérpera, inclusive
com pensamentos de causar injúrias ao bebê, o que deve ser diferenciado da psicose pós-parto.

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Transtornos de ansiedade generalizada e de pânico são comorbidades frequentes na depressão


pós-parto e que pioram dramaticamente o prognóstico.
Primíparas são particularmente de alto risco para doenças mentais (depressão unipolar, distúrbio
bipolar, esquizofrenia) nos primeiros três meses e, especialmente, entre 10 e 19 dias pós-parto.
Parece não haver influência de fatores socioeconômicos na prevalência; entretanto, o curso da
doença é melhor em culturas onde há maior suporte por parte da família estendida ou quando o
apoio do companheiro é encorajado

Blues pós-parto
É uma situação transitória caracterizada por alteração do humor, de leve a moderada
intensidade, frequentemente rápida, que envolve sensação de tristeza, irritabilidade,
ansiedade, diminuição da concentração, insônia, choro fácil e crises de choro.
Fatores de alto risco:
• História pregressa de depressão (antes da gravidez ou pós-parto) é o mais importante;
• Histórico de doença (ou transtorno) bipolar;
• Conflito marital;
• Eventos estressores nos 12 meses anteriores;
• Lacunas no suporte familiar ou de amigos;
• Ausência ou lacunas no suporte afetivo ou financeiro do companheiro;
• Gestação não planejada;
• Tentativa de aborto na gestação atual;
• Abortos espontâneos prévios;
• História de doença psiquiátrica familiar;
• Relacionamento pobre com sua mãe;
• Incapacidade de amamentar;
• Baixa renda;
• Baixa escolaridade;
• Violência doméstica;
• Antecedentes de hiperêmese gravídica, irritabilidade uterina ou desordens
psiquiátricas na gestação atual;
• Estressores relacionados ao cuidado do bebê;
• Bebê com malformação congênita;
• Personalidade introvertida ou histérica;
• Mulheres que tiveram uma perda gestacional e engravidam em menos de 12 meses têm
maior risco de desenvolver depressão pós-parto se comparadas com as que engravidaram
a após 12 meses.

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Patogênese:
Há uma teoria segundo a qual a prolongada exposição aos esteroides ovarianos durante a
gestação pode precipitar uma depressão. A mesma teoria salienta que o parto piora uma
depressão pré-existente. A interação entre a susceptibilidade genética e os fatores
estressores maiores, juntamente com as variações hormonais poderiam explicar a
depressão pós-parto.
Embora a definição de depressão pós-parto seja a de um episódio de depressão maior que
se inicia nas primeiras quatro semanas após o parto, utilizando-se os mesmos critérios para
a depressão em não grávidas, aceita-se como DPP aquela que inicie até um ano após o parto.
Os sintomas de depressão pós-parto se sobrepõem a vários dos sintomas normais que
ocorrem no puerpério em decorrência da necessidade de cuidado do bebê, como disfunções
do sono e de sua privação, que trazem irritabilidade, perda de energia, cansaço, perda do
apetite, alterações gastrointestinais e perda de libido.
Deve-se estar atento para detalhes como a perda da capacidade de dormir quando o bebê
está dormindo, a perda rápida de peso acompanhada da falta de apetite e a perda do prazer
em comer, que são sinais de alerta para a depressão pós-parto.

São chamados de “pensamentos assustadores” e só são revelados se as mulheres forem


questionadas a respeito. Geralmente, a mãe os considera como ilógicos e intrusivos e
não predizem risco para suicídio ou infanticídio. Entretanto, podem ser indicativos de
psicose puerperal. Deve-se estar atento para afastar uma ideação psicótica nestes
casos.

Existem várias dificuldades para o diagnóstico de depressão pós-parto:


• O desconhecimento dos pacientes e de seus cuidadores sobre desordens
psiquiátricas e seus tratamentos;
• Os sintomas são comuns no estado de puerpério e na depressão pós-parto (por
exemplo: fadiga, insônia, alterações de apetite);
• A paciente não revela seus sentimentos por medo de ser classificada como
mentalmente doente ou de ser incompetente como mãe;
• Os cuidadores minimizam os sintomas ou não estão
acessíveis. Efeitos adversos:
• Depressão paterna: muitos pais, em significante número, tornam-se
deprimidos, com consequente exacerbação na depressão pós-parto materna, no
casamento e no desenvolvimento da criança.
• Interferência negativa no vínculo mãe-bebê: a dificuldade de vínculo dos pais com o
bebê neste período é crítico e se reflete negativamente no desenvolvimento da criança
mais tarde, mesmo com a recuperação da depressão pós-parto. Alguns exemplos são
desordens de conduta, agressividade, déficit cognitivo e de atenção.

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A primeira abordagem de tratamento da depressão pós-parto (de leve a moderada) deve ser
psicossocial. Em casos mais severos, deve-se acrescentar farmacoterapia.

SITUAÇÕES PÓS PARTO

Durante os primeiros seis meses pós-parto, a amamentação exclusiva, à livre demanda, com
amenorreia, está associada à diminuição da fertilidade. Porém, este efeito anticoncepcional
deixa de ser eficiente quando ocorre o retorno das menstruações e/ou quando o leite
materno deixa de ser o único alimento recebido pelo bebê, o que ocorrer primeiro.
O efeito inibidor da fertilidade (que o aleitamento exclusivo com amenorreia tem) pode ser
utilizado como método comportamental de anticoncepção, chamado de LAM (método da
amenorreia da lactação).
Quando o efeito inibidor da fertilidade produzido pelo LAM deixa de ser eficiente
(complementação alimentar ou retorno das menstruações) ou quando a mulher deseja
utilizar um outro método associado ao LAM, é preciso escolher um método que não interfira
na amamentação. Nestes casos, deve-se primeiro considerar os métodos não hormonais
(DIU e métodos de barreira).
• O DIU pode ser inserido imediatamente após o parto ou a partir de quatro semanas pós-
parto.
• O anticoncepcional hormonal oral só de progesterona (minipílula) pode ser utilizado
pela mulher que está amamentando. O seu uso deve ser iniciado após 6 semanas do parto.
• O anticoncepcional injetável trimestral – acetato de medroxiprogesterona, 150mg/ml
– pode ser utilizado pela mulher que está amamentando. O seu uso deve ser iniciado após 6
semanas do parto.
• O anticoncepcional hormonal oral combinado e o injetável mensal não devem ser
utilizados em lactantes, pois interferem na qualidade e na quantidade do leite materno e
podem afetar adversamente a saúde do bebê.

Os métodos comportamentais – tabelinha, muco cervical, entre outros – só poderão ser


usados após a regularização do ciclo menstrual.

Dificuldades com o aleitamento no período puerperal

Nas conversas com as gestantes, é recomendável orientá-las sobre a prevenção de situações


de dificuldade somente se tais assuntos forem citados por elas.

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Pega incorreta do mamilo


A pega incorreta da região mamilo-areolar faz que a criança não consiga retirar leite
suficiente, acarretando a agitação e o choro. A pega errada, só no mamilo, provoca dor e
fissuras, o que faz a mãe ficar tensa, ansiosa e perder a autoconfiança, pois começa a
acreditar que o seu leite seja insuficiente e/ou fraco.

Fissuras (rachaduras)
Habitualmente, as fissuras ocorrem quando a amamentação é praticada com o bebê
posicionado errado ou quando a pega está incorreta. Os hábitos de manter as mamas secas,
não usar sabonetes, cremes ou pomadas também ajudam na prevenção. Recomenda-se
tratar as fissuras com o leite materno do fim das mamadas, com o banho de sol e a correção
da posição e da pega.

Mamas ingurgitadas
Acontecem, habitualmente, na maioria das mulheres, do terceiro ao quinto dia após o parto.
As mamas ingurgitadas são dolorosas, edemaciadas (com pele brilhante) e, às vezes,
avermelhadas.
Nestas situações, a mulher também pode apresentar febre.
Para evitar ingurgitamento, a pega e a posição para a amamentação devem estar adequadas
e, quando houver produção de leite superior à demanda, as mamas devem ser ordenhadas
manualmente. Sempre que a mama estiver ingurgitada, a expressão manual do leite deve
ser realizada para facilitar a pega e evitar fissuras. O ingurgitamento mamário é transitório
e desaparece entre 24 e 48 horas.

Mastite
É um processo inflamatório ou infeccioso que pode ocorrer na mama lactante habitualmente
a partir da segunda semana após o parto. Geralmente, é unilateral e pode ser consequente
a um ingurgitamento indevidamente tratado. Tal situação exige avaliação médica para o
estabelecimento do tratamento medicamentoso apropriado. A amamentação na mama
afetada deve ser mantida sempre que possível. De igual forma, quando necessário, a pega
e a posição devem ser corrigidas.

Ordenha manual:
É no pré-natal que o aprendizado da ordenha manual deve ser iniciado. Para que haja
retirada satisfatória de leite do peito, é preciso começar com massagens circulares com as

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polpas dos dedos indicador e médio na região mamilo-areolar, progredindo até as áreas mais
afastadas e se intensificando nos pontos mais dolorosos. Para a retirada do leite, é
importante garantir o posicionamento dos dedos indicador e polegar no limite da região
areolar, seguido por leve compressão do peito em direção ao tórax, ao mesmo tempo em
que a compressão da região areolar deve ser feita com a polpa dos dedos.

Contraindicações da amamentação:
São raras as situações, tanto maternas quanto neonatais, que contraindicam a
amamentação. Entre as maternas, encontram-se as mulheres com câncer de mama que foram
tratadas ou estão em tratamento, mulheres HIV+ ou HTLV+, mulheres com distúrbios graves
da consciência ou do comportamento.

Mulheres portadoras de HIV/HTLV:

O risco de transmissão do HIV pelo leite materno é elevado (entre 7% a 22%) e renova-se a
cada exposição (mamada). A transmissão ocorre tanto pelas mães sintomáticas quanto
pelas assintomáticas.
O risco de transmissão do HTLV1 e do HTLV2 (vírus linfotrófico humano de células T) pela
amamentação é variável e bastante alto, sendo mais preocupante pelo HTLV1. Há
referências que apontam para risco de 13% a 22%. Quanto mais a criança mama, maior será
a chance de ela ser infectada.

As gestantes HIV + e HTLV + deverãoser orientadasanãoamamentar.

Quando por falta de informação o aleitamento materno tiver sido iniciado, torna-se
necessário orientar a mãe a suspender a amamentação o mais rapidamente possível,
mesmo para mulheres em uso de terapia antirretroviral.
Após o parto, a lactação deverá ser inibida mecanicamente (enfaixamento das mamas ou
uso de sutiã apertado) e recomenda-se o uso da cabergolina como inibidor de lactação,
respeitando-se as suas contraindicações.
A amamentação cruzada (aleitamento da criança por outra nutriz) está formalmente
contraindicada.
A criança deverá ser alimentada com fórmula infantil durante os seis primeiros meses de
vida, além de necessitar posteriormente da introdução de outros alimentos.

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CÂNCER DE COLO DE ÚTERO


O câncer do colo do útero é caracterizado pela replicação desordenada do epitélio de
revestimento do órgão, comprometendo o tecido subjacente (estroma) e podendo
invadir estruturas e órgãos contíguos ou a distância. Há duas principais categorias de
carcinomas invasores do colo do útero, dependendo da origem do epitélio
comprometido: o carcinoma epidermoide, tipo mais incidente e que acomete o epitélio
escamoso (representa cerca de 80% dos casos), e o adenocarcinoma, tipo mais raro e que
acomete o epitélio glandular
A presença do HPV na quase totalidade dos casos desse câncer e as altas medidas de
associação demonstradas implicam na maior atribuição de causa específica já relatada
para um câncer em humanos. Dessa forma está determinado que a infecção pelo HPV é
causa necessária para o desenvolvimento do câncer do colo do útero.
Além de aspectos relacionados à própria infecção pelo HPV (tipo e carga viral, infecção
única ou múltipla), outros fatores ligados à imunidade, à genética e ao comportamento
sexual parecem influenciar os mecanismos ainda incertos que determinam a regressão
ou a persistência da infecção e também a progressão para lesões precursoras ou câncer.
A idade também interfere nesse processo, sendo que a maioria das infecções por HPV em
mulheres com menos de 30 anos regride espontaneamente, ao passo que acima dessa
idade a persistência é mais frequente.

Vacina HPV
A vacina é distribuída gratuitamente pelo SUS e é indicada para:
Meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos;
Pessoas que vivem HIV;
Pessoas transplantadas na faixa etária de 9 a 26 anos;

O rastreamento deve ser realizado a partir de 25 anos em todas as mulheres que iniciaram
atividade sexual, a cada três anos, se os dois primeiros exames anuais forem normais. Os
exames devem seguir até os 64 anos de idade.

O método principal e mais amplamente utilizado para rastreamento do câncer do colo do útero
é o teste de Papanicolau (exame citopatológico do colo do útero).

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A garantia de esfregaço satisfatório para avaliação oncótica implica na presença de células em


quantidade representativa, bem distribuídas, fixadas e coradas, de tal modo que sua visualização
permita uma conclusão diagnóstica.
É considerada insatisfatória a amostra cuja leitura esteja prejudicada por material acelular ou
hipocelular (<10% do esfregaço) ou pela presença significativa de sangue, piócitos, artefatos de
dessecamento, contaminantes externos ou intensa superposição celular (>75% do esfregaço).
A realização de exames intravaginais, como a ultrassonografia, também deve ser evitada nas 48
horas anteriores à coleta, pois é utilizado gel para a introdução do transdutor.
Embora usual, a recomendação de abstinência sexual prévia ao exame só é justificada quando
são utilizados preservativos com lubrificante ou espermicidas. Na prática a presença de
espermatozoides não compromete a avaliação microscópica.
O exame não deve ser feito no período menstrual, pois a presença de sangue pode prejudicar o
diagnóstico citopatológico. Deve-se aguardar o quinto dia após o término da menstruação.

Se o exame acusou:
• Negativo para câncer: se esse for o primeiro resultado negativo, a mulher deverá fazer
novo exame preventivo um ano depois. Se ela já tem um resultado negativo no ano anterior,
deverá fazer o próximo exame preventivo daqui a três anos;
• Alteração (NIC I): repetir o exame seis meses depois;
• Outras alterações (NIC II e NIC III): o médico decidirá a melhor conduta. A mulher
precisará fazer outros exames, como a colposcopia (exame feito com o colposcópio:
aparelho com lentes de aumento e câmera para visualizar o colo do útero, vagina, períneo);
• Infecção pelo HPV: deverá repetir o exame seis meses depois;

Independente desses resultados, a mulher pode ter alguma outra infecção que será tratada.
Deve seguir o tratamento corretamente e, às vezes pode ser preciso que o seu parceiro
também receba tratamento. Nesses casos, é bom que ele vá ao serviço de saúde receber as
orientações diretamente dos profissionais de saúde.

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CÂNCER DE MAMA
O câncer de mama, assim como outras neoplasias malignas, resulta de uma proliferação
incontrolável de células anormais, que surgem em função de alterações genéticas, sejam
elas hereditárias ou adquiridas por exposição a fatores ambientais ou fisiológicos. Tais
alterações genéticas podem provocar mudanças no crescimento celular ou na morte celular
programada, levando ao surgimento do tumor.

Fatores de Risco: Idade, Menarca precoce, Menopausa tardia, Primeira gravidez após os 30 anos,
Nuliparidade, Exposição à radiação, Terapia de reposição hormonal, Obesidade, Ingestão regular
de álcool, Sedentarismo, História familiar.

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O câncer de mama quando identificado em estágios iniciais (lesões menores que dois centímetros
de diâmetro) apresenta prognóstico favorável. Para isso é necessário implantar estratégias para
a detecção precoce da doença.
Não deve ser confundido com as descargas fisiológicas ou associado a processos benignos,
que costumam ser bilaterais, turvas, algumas vezes amareladas ou esverdeadas, e se
exteriorizam na maioria das vezes mediante manobras de compressão do mamilo. Podem
também surgir linfonodos palpáveis na axila.
As neoplasias lobulares são lesões não invasivas, localizadas ou extensas, que comprometem a
unidade lobular e podem disseminar-se para os ductos. Recentemente reconhecidas como lesões
precursoras, as neoplasias lobulares constituem achados incidentais de biópsias da mama,
tendem à multietnicidade e à bilateralidade.
O carcinoma ductal in situ é uma proliferação epitelial neoplásica intraductal que respeita a
barreira da membrana basal. São classificados de baixo e alto grau, considerando o volume
nuclear, a distribuição da cromatina e as características dos nucléolos. Tal classificação
representa o grau de agressividade da lesão.

Rastreamento

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Diagnóstico precoce:

Com relação à quimioprofilaxia para o câncer de mama, duas drogas têm sido mais
estudadas: o tamoxifeno e o raloxifeno. As drogas disponíveis para quimioprofilaxia, estão
também relacionadas ao aumento do risco de eventos tromboembólicos, câncer de
endométrio ou acidente vascular encefálico.
A mastectomia profilática também tem sido pesquisada como forma de prevenção primária
do câncer de mama em mulheres com risco muito elevado de câncer de mama.

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Preparado(a) pra uma lista de exercícios?

Ano: 2018
Banca: AOCP
Órgão: Prefeitura de Juiz de Fora - MG
O envelhecimento para mulher é um processo que exige dos profissionais da saúde o
cuidado pautado em princípios éticos aliados à educação para a saúde e a qualidade de vida.
Com relação a esse período, assinale a alternativa correta.
A O climatério é uma fase biológica da vida da mulher e um período de mudanças
psicossociais, de ordem afetiva, sexual, familiar, ocupacional, que podem afetar a forma
como ela vive o climatério e responde a essas mudanças em sua vida.
B A confirmação do climatério e da menopausa é eminentemente laboratorial, sendo
necessárias dosagens hormonais.
C A menopausa, marco do período climatérico, é a interrupção provisória da menstruação
e o diagnóstico é feito de forma retroativa, após 12 meses consecutivos de amenorreia.
D O climatério corresponde à transição da mulher do ciclo reprodutivo para o não
reprodutivo, ocorrendo habitualmente entre os 30 e 35 anos.
E A menopausa pode ocorrer de forma precoce, antes dos 30 anos, a chamada falência
ovariana precoce. Nesses casos, não precisam ser descartadas algumas condições clínicas
de manejo na Atenção Básica.
Resposta
a) Correta.
b) Errada. A confirmação do climatério e da menopausa é eminentemente clínica, sendo
desnecessárias dosagens hormonais.
c) Errada. A menopausa, marco do período climatérico, é a interrupção permanente da
menstruação e o diagnóstico é feito de forma retroativa, após 12 meses consecutivos de
amenorreia, ocorrendo geralmente entre os 48 e 50 anos de idade.
d) Errada. O climatério corresponde à transição da mulher do ciclo reprodutivo para o não
reprodutivo, ocorrendo habitualmente entre os 40 e 65 anos.
Alternativa: A.

Ano: 2018
Banca: UFPR

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Órgão: UFPR
Tradicionalmente, os sinais e sintomas de gravidez são agrupados nas seguintes categorias:
presunção, probabilidade e certeza. Em relação aos sinais e sintomas da gravidez, assinale a
alternativa correta.
A) Os sinais de probabilidade são aqueles detectados pelo profissional de saúde durante o
exame físico (sinais de Homann, Hegar e Goodell). Já os sinais de certeza são a ausculta do
BCF (acima de 10 semanas de gestação com Doppler) e presença de movimentos fetais
sentidos pelo profissional de saúde (acima de 14 semanas de gestação).
B) Os sinais de probabilidade são aqueles detectados pelo profissional de saúde durante o
exame físico (sinais de Homann, Hegar e Chadwick). São considerados sinais de certeza a
ausculta do BCF (acima de 10 semanas de gestação) e presença de movimentos fetais
sentidos pelo profissional de saúde (acima de 18 semanas de gestação).
C) Os sinais de probabilidade são aqueles detectados pelo profissional de saúde durante o
exame físico (sinais de Homann, Goodell e Chadwick). São considerados sinais de certeza a
ausculta do BCF (acima de 12 semanas de gestação) e presença de movimentos fetais (acima
de 18 semanas de gestação).
D) Os sinais de probabilidade são aqueles detectados pelo profissional de saúde durante o
exame físico (sinais de Homann, Hegar e Chadwick). São considerados sinais de certeza a
ausculta do BCF (acima de 14 semanas de gestação) e presença de movimentos fetais (acima
de 20 semanas de gestação).
E) Os sinais de probabilidade são aqueles detectados pelo profissional de saúde durante o
exame físico (sinais de Hegar, Goodell e Chadwick). Já os sinais de certeza são a ausculta do
BCF (acima de 10 semanas de gestação com Doppler) e presença de movimentos fetais
sentidos pelo profissional de saúde (acima de 20 semanas de gestação).
Resposta
Grave!
Sinais de probabilidade
Sinal de Hegar- amolecimento do istmo cervice uterina;
Sinal de Goodell- amolecimento do colo do útero no périodo de 6 a 8 semanas de gestação
que é detectado atráves do toque vaginal;
Sinal de Chadwick- se caracteriza atráves do aspecto violáceo das mucosas do colo, vulvar e
vagina, resultado de grande aumento de vascularização.
BCF pode ser auscultado atráves do Doppler de Pinar com 10 e 12 semanas de gestação;
MF movimentos fetais aparte da 20 semana já podem ser percebidos
Sinais de CERTEZA:
* Presença de BCF;

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* Percepção dos movimentos fetais (18 a 20sem)


* Ultrassonografia
Sinais de PRESUNÇÃO :
* Atraso menstrual
* Náuseas, vômitos, tonturas, salivação excessiva, mudança de apetite, sonolência e
poliúria;
* Aumento do volume das mamas, hipersensibilidade nos mamilos, tubérculos de
Montgomery, vulva violácea, cianose vaginal.
Alternativa: E.

Ano: 2018
Banca: INSTITUTO AOCP
Órgão: TRT - 1ª REGIÃO (RJ)
Mulher de 28 anos de idade, sexualmente ativa, procura a unidade de saúde e pergunta ao
técnico de enfermagem se ela necessita fazer o exame preventivo de câncer de colo do
útero, pois nunca realizou esse exame. Diante dessa situação, conforme o Ministério da
Saúde, assinale a orientação correta realizada pelo profissional.
A O início da coleta deve ser aos 35 anos de idade para mulheres que já tiveram atividade
sexual.
B O início da coleta deve ser aos 30 anos de idade para mulheres que já tiveram atividade
sexual.
C O início da coleta deve ser aos 15 anos de idade, independentemente de atividade sexual.
D O início da coleta deve ser aos 25 anos de idade, independentemente de atividade sexual.
E O início da coleta deve ser aos 25 anos de idade para mulheres que já tiveram atividade
sexual.
Resposta
O exame citopatológico deveria ser priorizado para mulheres de 25 a 60 anos:
1 (uma) vez por ano e, após 2 (dois) exames anuais consecutivos negativos, a cada 3 (três)
anos.
Alternativa: E.

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Ano: 2018
Banca: Prefeitura de Fortaleza - CE
Órgão: Prefeitura de Fortaleza - CE
Sabe-se que a gravidez pode induzir hipertensão arterial em mulher previamente
normotensa ou agravar uma hipertensão preexistente. O aparecimento de hipertensão e
proteinúria, após 20 semanas de gestação, na ausência de convulsão, em gestante
previamente normotensa denomina-se:
A hipertensão arterial sistêmica crônica.
B hipertensão gestacional.
C pré-eclâmpsia.
D pré-eclâmpsia superposta à hipertensão arterial sistêmica crônica.
Resposta
CLASSIFICAÇÃO HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA NA GESTAÇÃO
PRÉ-ECLÂMPSIA: HAS e proteinúria (>300mg/24h) após a 20a semana em normotensas
previamente.
ECLÂMPSIA: Pré-eclâmpsia complicada por convulsões.
PRÉ-ECLÂMPSIA SUPERPOSTA à HAS crônica: Elevação aguda da PA, com proteinúria,
trombocitopenia em hipertensas crônicas e IG>20s.
HIPERTENSÃO GESTACIONAL: HAS detectada após a 20a sem, sem proteinúria.
Alternativa: C.

Ano: 2018
Banca: AOCP
Órgão: Prefeitura de Juiz de Fora - MG
O controle e o rastreamento das ISTs são de grande importância. No caso das gestantes,
todas devem ser rastreadas para:
A HIV, Hepatite A e difiteria.
B HIV, Sífilis e Hepatite B.
C Hepatite B, Gonorreia e Hepatite A.
D HIV, Hepatite A e Tularemia.
E Hepatite A, tricomoníase e HIV.
Resposta

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Todas as gestantes devem ser rastreadas, quando disponível, para:


HIV– a testagem para o HIV é recomendada na primeira consulta do pré-natal, idealmente
no primeiro trimestre da gravidez, e terceiro trimestre da gestação. Mas, no caso de
gestantes que não tiveram acesso ao pré-natal, o diagnóstico pode ocorrer no momento do
parto, na própria maternidade, por meio do teste rápido para HIV.
Sífilis – o teste para diagnosticar a sífilis deve ser feito na primeira consulta do pré-natal,
idealmente no primeiro trimestre da gravidez, no início do terceiro trimestre (28ª semana),
no momento do parto (independentemente de exames anteriores), e em caso de
abortamento.
Hepatite B– o rastreamento sorológico deve ser oferecido para mulheres grávidas, porque
a intervenção pós-natal pode diminuir o risco de transmissão vertical. Deve-se solicitar o
rastreamento na primeira consulta do pré-natal – pois se o resultado for negativo e não
houver história de vacinação prévia recomenda-se a vacinação – e no terceiro trimestre.
Alternativa: B.

Ano: 2018
Banca: FCC
Órgão: Câmara Legislativa do Distrito Federal
A equipe de saúde, ao realizar o acolhimento com escuta qualificada a uma mulher
apresentando queixas de perda urinária, deve atentar-se para, dentre outros sinais de
alerta:
A amenorreia.
B dismenorreia.
C mastalgia.
D prolapso uterino sintomático.
E ataxia.
Resposta
Com relação às queixas urinárias (perdas), são sinais de alerta:
Hematúria
Dor
ITU recorrente
Prolapso uterino sintomático
Massa pélvica

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Suspeita de fístula.
Alternativa: D.

Ano: 2018
Banca: FCC
Órgão: Câmara Legislativa do Distrito Federal
Uma gestante procura uma unidade de saúde buscando orientação sobre o local de
assistência ao parto. Considerando as Diretrizes Nacionais de Assistência ao Parto Normal,
a equipe de saúde deve informar que
A ao optar pelo planejamento do parto fora do hospital, o acesso a uma maternidade não
está legalmente assegurado, exceto ao recém-nascido.
B a assistência ao parto domiciliar faz parte das políticas atuais de saúde no país.
C o planejamento do parto no domicílio é recomendado para as nulíparas de baixo risco,
conforme evidências oriundas das várias regiões do país.
D as multíparas ou nulíparas que escolherem pelo planejamento do parto em Centro de
Parto Normal intra, peri ou extrahospitalar, após estarem cientes dos riscos e benefícios,
devem ser apoiadas em sua decisão.
E é garantida a assistência de Doulas ao parto domiciliar para gestantes de baixo risco de
complicações.
Resposta
a) ERRADA. Assegurar que todas as mulheres que optarem pelo planejamento do parto fora
do hospital tenham acesso em tempo hábil.
b) ERRADA. Informar a todas as gestantes que a assistência ao parto no domicílio não faz
parte das políticas atuais de saúde no país.
c) Informar às nulíparas de baixo risco de complicações que o planejamento do parto no
domicílio não é recomendado tendo em vista o maior risco de complicações para a criança.
d) CERTA.
e) ERRADA. Assegurar que todas as mulheres que optarem pelo planejamento do parto fora
do hospital tenham acesso em tempo hábil e oportuno a uma maternidade,se houver
necessidade de transferência.
Alternativa: D.

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Ano: 2018
Banca: FCC
Órgão: Prefeitura de Macapá - AP
Considere que o Hospital da Mulher Mãe Luzia recebeu a visita técnica de uma equipe de
consultoras do Ministério da Saúde. O objetivo da visita foi orientar a equipe de servidores
a respeito das boas práticas relativas ao Método Canguru que é considerado
A uma conduta recomendada, principalmente, no tratamento da esofagite de refluxo das
crianças maiores de 1 ano.
B uma abordagem humanizada e segura, na qual é promovido o contato, pele a pele,
(posição canguru) precoce entre mãe/pai e o bebê.
C um modelo de assistência no pré-natal, visando o aumento da taxa de parto normal e
decréscimo da taxa de parto cesariana.
D uma prática de condicionamento físico destinado às crianças com deficiência motora nos
membros inferiores.
E uma prática de condicionamento da musculatura uterina e perineal, objetivando evitar o
aborto espontâneo e a prematuridade.
Resposta
O Método Canguru é um modelo de assistência perinatal voltado para o cuidado
humanizado que reúne estratégias de intervenção bio-psico-social.
O contato pele-a-pele, no Método Canguru, começa com o toque evoluindo até a posição
canguru. Inicia-se de forma precoce e crescente, por livre escolha da família, pelo tempo
que ambos entenderem ser prazeroso e suficiente. Esse Método permite uma maior
participação dos pais e da família nos cuidados neonatais.
A posição canguru consiste em manter o recém-nascido de baixo peso, em contato pele-a-
pele, na posição vertical junto ao peito dos pais ou de outros familiares. Deve ser realizada
de maneira orientada, segura e acompanhada de suporte assistencial por uma equipe de
saúde adequadamente treinada.
Alternativa: B.

Ano: 2018
Banca: CESPE
Órgão: EBSERH
Acerca de assuntos relacionados a anatomia e fisiologia da gestação, julgue o próximo item.
Microcefalia fetal pode ser resultado de diabetes gestacional não controlada.

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Resposta
Dentre os riscos congênitos estão:
Consumo abusivo de álcool e/ou exposição a drogas como aminopterina, metil-mercúrio,
piriproxifeno, cocaína, e heroína durante a gravidez;
Diabetes materna mal controlada;
Hipotiroidismo materno;
Insuficiência placentária e outros fatores associados à restrição do crescimento fetal e pré-
eclâmpsia;
Anomalias genéticas;
Exposição à radiação de bombas atômicas;
Infecções durante a gravidez, especialmente rubéola, citomegalovírus, toxoplasmose, vírus
zika.
Alternativa: Certa.

Ano: 2018
Banca: CESPE
Órgão: EBSERH
Julgue o item subsequente, concernente à Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da
Mulher (PNAISM).
A PNAISM foi elaborada tendo como referência a conclusão de que a mortalidade associada
ao ciclo gravídico-puerperal e ao aborto consistia em uma das três maiores causas de óbito
de mulheres em idade fértil.
Resposta
De acordo com a PNAISM, nas mulheres em idade fértil (10 - 49 anos) as 10 primeiras causas
de morte, em ordem decrescente são:
AVC AIDS Homicidios CA mama Acidente de transporte Neoplasia de órgãos digestivos
Doença hipertensiva Doença isquemica do coração DM CA útero
A mortalidade associada ao ciclo gravídico - puerperal e ao aborto não aparece entre as dez
primeiras causas de óbito em mulheres na faixa etária de 10 - 49 anos (em idade fértil)
Alternativa: Errada

Ano: 2018
Banca: CESPE

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Órgão: EBSERH
Acerca de recomendações de acolhimento em ginecologia e obstetrícia no âmbito do SUS,
julgue o item a seguir.
A classificação de risco realizada no acolhimento em maternidades deve priorizar o
atendimento burocrático, justo e eficaz, por ordem de chegada.
Resposta
Burocrático? Ordem de chegada? Deve ter equidade e atendimento conforme gravidade e
urgência.
Alternativa: Errada.

Ano: 2018
Banca: CESPE
Órgão: EBSERH
As altas taxas de mortalidade materna representam um desafio à saúde pública no Brasil.
Para evitar as mortes, é fundamental o atendimento adequado e ágil às emergências
obstétricas. Acerca desse tema, julgue o item seguinte.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, a massagem uterina contínua é recomendada
como intervenção para prevenir a hemorragia pós-parto em mulheres que tenham recebido
ocitocina profilática.
Resposta
A massagem uterina contínua não é recomendada como intervenção para prevenir a HPP
em mulheres que receberam ocitocina profilática, pois ela pode causar desconforto
materno, exigir um profissional de saúde específico e pode não produzir uma redução da
perda de sangue. No entanto, a vigilância do tônus uterino através da palpação abdominal
é recomendada em todas as mulheres para possibilitar a identificação precoce da atonia
uterina pós-parto.
Alternativa: Errada.

Ano: 2018
Banca: CESPE
Órgão: EBSERH
Segundo as recomendações de rotina no pré-natal, julgue o item a seguir.

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O teste de tolerância a glicose (75 g de glicose anidro) deve ser realizado preferencialmente
entre a 27.ª e a 30.ª semana de gestação.
Resposta
O rastreio para o diabetes gestacional é habitualmente feito entre a 24ª e a 28ª semanas de
gestação.
Alternativa: Errada.

Ano: 2018
Banca: CESPE
Órgão: EBSERH
Julgue o item subsequente, concernente à Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da
Mulher (PNAISM).
A PNAISM prevê atenção diferenciada do Sistema Único de Saúde (SUS) às mulheres em
razão de faixas etárias; porém, essa política não prevê atenção especial para a mulher em
razão de raça ou etnia.
Resposta
Conforme o PNAISM: " Associadas às questões referentes às relações sociais de gênero,
outras variáveis como raça, etnia, situação de pobreza, orientação sexual, idade,
aprofundam ainda mais as desigualdades vividas pelas mulheres, exigindo do SUS cada vez
mais o olhar para este segmento da população!
Alternativa: Errada.

Ano: 2018
Banca: CESPE
Órgão: EBSERH
Segundo as recomendações de rotina no pré-natal, julgue o item a seguir.
Recomenda-se à gestante com quadro de anemia leve a moderada (entre 8 g/dL e 11 g/dL)
a ingestão de 200 mg/dia de sulfato ferroso.
Resposta
É a recomendação do Ministério da Saúde.
Alternativa: Certa.

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Ano: 2018
Banca: CESPE
Órgão: EBSERH
Paula, com vinte e seis anos de idade, compareceu a unidade básica de saúde com queixa
de amenorreia havia cerca de vinte dias, mas não tinha certeza da data da última
menstruação. Nessa oportunidade, ela informou ter vida sexual ativa, fazer uso de
anticoncepcional oral de forma irregular e nunca ter engravidado.
Acerca desse caso clínico, julgue o item que segue.
Paula deverá receber, com antecedência, informações sobre a maternidade, o parto e o
direito de escolher um acompanhante, necessariamente mulher, para esse momento.
Resposta
Não necessita ser mulher!
Alternativa: Errada.

Ano: 2018
Banca: AOCP
Órgão: Prefeitura de João Pessoa - PB
Durante a consulta de pré-natal, gestante com 5 semanas de gestação queixa-se de
sialorreia. Nesse caso, é correto afirmar que
A o(a) enfermeiro(a) deve explicar que é uma queixa incomum no início da gestação, e
encaminhar para consulta médica com urgência.
B o(a) enfermeiro(a) deve explicar que é uma queixa comum no início da gestação e que a
dieta deve ser semelhante à indicada para náuseas e vômitos. Orientar também a cuspir a
saliva e tomar líquidos com menor frequência e quantidade.
C o(a) enfermeiro(a) deve explicar que é uma queixa comum no início da gestação e que a
dieta deve ser semelhante à indicada para náuseas e vômitos. Orientar a gestante a deglutir
a saliva e tomar líquidos em abundância.
D o(a) enfermeiro(a) deve explicar que é uma queixa incomum no início da gestação e
orientar a gestante a cuspir a saliva.
Resposta

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Deve-se explicar que é uma queixa comum no início da gestação e que a dieta deve ser
semelhante à indicada para náuseas e vômitos. Orientar a gestante a deglutir a saliva e
tomar líquidos em abundância.
Alternativa: C.

Ano: 2018
Banca: COMVEST UFAM
Órgão: UFAM
O câncer de mama pode apresentar-se como um nódulo, o qual leva aproximadamente de
seis a oito anos para atingir um centímetro de diâmetro. Essa lenta evolução possibilita a
descoberta ainda cedo das lesões, se as mamas são periodicamente examinadas. O
autoexame das mamas é um procedimento que permite à mulher participar do controle de
sua saúde.
Assinale a alternativa que apresenta a recomendação CORRETA para o autoexame das
mamas:
A Deve ser realizado durante o ciclo menstrual.
B As mulheres que não tem mais menstruação não devem fazer o exame.
C Dever ser realizado uma vez por semana, antes do ciclo menstrual.
D Deve ser realizado mensalmente, uma semana após a menstruação.
E Deve ser realizado sempre na presença de um profissional de saúde.
Resposta
O autoexame das mamas é um procedimento que permite à mulher participar do controle
de sua saúde. Recomenda-se que ele deve ser realizado mensalmente, uma semana após a
menstruação, período em que as mamas não apresentam edema. As mulheres que não tem
mais menstruação devem fazer o exame no mesmo dia de cada mês, para evitar o
esquecimento.
Alternativa: D.

Ano: 2018
Banca: FUNRIO
Órgão: AL-RR
A dequitação corresponde ao terceiro período clínico do parto e se caracteriza por ser

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A o período de dilatação total do colo, cabeça do bebê visível, contrações de expulsão ou


esforço materno ativo.
B o período em que as contrações uterinas ainda possuem intensidade e frequência
mínimas.
C a primeira hora após o nascimento da criança.
D o momento desde o nascimento da criança até a expulsão da placenta e anexos fetais.
Resposta
DEQUITAÇÃO: 3º PERÍODO
• início: após a expulsão fetal
• término: após a saída da placenta pela vagina
• duração: até 30 minutos
• contrações: intensidade de 50 mmHg (indolores) - frequência: 4-5/10’ (rítmicas)
Alternativa: D.

Ano: 2018
Banca: FUNRIO
Órgão: AL-RR
Uma mulher multigesta, cuja gravidez foi confirmada, e a sua data da última menstruação
(DUM) foi no dia 27 de janeiro, pergunta ao(à) enfermeiro(a) a data provável do parto (DPP).
O(A) profissional de saúde responde a seguinte data, utilizando a Regra de Näegele:
A 30 de outubro.
B 31 de outubro.
C 3 de novembro.
D 4 de novembro.
Resposta
Basicamente consiste em +7 d - 3 m + 1m.
27+7 = 3 (vai até o 31 e passa para o outro mês).
dez - 3 = outubro
+1 = novembro
Alternativa: C.

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Ano: 2018
Banca: IADES
Órgão: SES-DF
A hemorragia na zona de inserção da placenta e os produtos da cavidade uterina formam os
lóquio. Quando adquirem coloração amarelada após um período de 10 dias do parto, são
classificados pelo enfermeiro como
A rubro.
B fusco.
C flavo.
D carbúnculo.
E alvo.
Resposta
LÓQUIOS
Vermelho (rubra- até o terceiro dia);
Serossanguinolento (fusca- do terceiro ao décimo dia)
Amarelo (flava- do décimo dia ao vigésimo)
Alvo (a partir do vigésimo primeiro).
Alternativa: C.

Ano: 2018
Banca: UFPR
Órgão: UFPR
Quanto aos estágios do trabalho de parto, assinale a alternativa correta.
A) O primeiro estágio do trabalho de parto compreende todo o período de dilatação, que
vai do início da dilatação cervical até 10 cm e consiste em 3 fases: fase latente, fase ativa e
fase de transição.
B) O primeiro estágio do trabalho de parto compreende todo o período de dilatação, que
vai de 0 cm até 10 cm e consiste em 2 fases: fase latente e fase ativa.

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C) O segundo estágio do trabalho de parto compreende a fase de transição, iniciando com


a dilatação total e terminando com a expulsão do feto/bebê.
D) O terceiro estágio do trabalho de parto compreende a fase de transição, iniciando com
a expulsão do feto/bebê e terminando com a separação e saída da placenta.
E) O terceiro estágio do trabalho de parto compreende a fase de transição, iniciando com a
expulsão do feto/bebê e terminando com a separação da placenta, sendo também
conhecido como puerpério.
Resposta
Os Estágios do Parto compreendem as alterações que o corpo da mulher tem que fazer
para que o nascimento do feto ocorra.
1º Estágio - Contração e Dilatação
2º Estágio - Expulsão
3º Estágio - Dequitação
4º Estágio - Greenberg ou 4º Estágio
Mecanismos do Parto
Os Mecanismos do Parto são adaptações fetais efetuadas pelo feto por meio de
mecanismos passivos e ativos para passar pelo canal de parto e desprender na vulva. Mais
uma dica: se a questão pedir sobre mecanismos dos partos está relacionando ao feto. Os
mecanismos do parto são:
1º - Insinuação
2º - Descida
3º - Flexão
4º - Rotação interna
5º - Extensão
6º - Rotação externa
7º - Desprendimento Fetal Final
Alternativa: A.

Ano: 2018
Banca: COMPERVE
Órgão: Prefeitura de Natal - RN
O caso a seguir serve de referência para responder à questão.
Uma paciente de 31 anos, G-III, P-II, A-0, compareceu à Unidade de Saúde da Família no dia
01/03/2018 com resultado do exame de Beta HCG positivo. Sua última menstruação foi em

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17/01/2018, trabalha como dona de casa e vive em união estável. Refere que sua mãe tem
diabetes e o pai hipertensão arterial e nega outras patologias familiares.
Pela regra de Näegele, a data provável do parto dessa gestante será
A 26/10/2018.
B 27/10/2018.
C 24/10/2018.
D 25/10/2018
Resposta
17+7 = 24
+9 (+9 visto que a DUM é no começo do ano) = 10
Alternativa: C.

Ano: 2018
Banca: CESPE
Órgão: EBSERH
Acerca do controle das doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), cujas incidências têm
tornado esse controle uma prioridade para os órgãos de vigilância epidemiológica
brasileiros, julgue o item subsequente.
Ao oferecer preservativos masculinos, o técnico de enfermagem deve orientar o paciente a
utilizar lubrificantes oleosos, como vaselina, que reduzem o atrito, protegendo a integridade
do látex.
Resposta
Devem-se usar apenas lubrificantes de base aquosa (gel lubrificante), pois a utilização de
lubrificantes oleosos (como vaselina ou óleos alimentares) danifica o látex, ocasionando sua
ruptura.
Alternativa: Errada.

Ano: 2017
Banca: FUNRIO
Órgão: SESAU-RO

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Nos registros em saúde, é útil ter conhecimentos básicos de terminologias médicas, de


modo a se evitar equívocos nas informações. O prefixo “A” usualmente significa “ausência”
ou “perda”. Nesse sentido, o registro sobre uma situação de “amenorreia” significa:
A perda de cabelos.
B ausência de diarreia.
C ausência de menstruação.
D ausência de ureia.
E perda da fala.
Resposta
AMENORREIA = ausência de menstruação.
Alternativa: C.

Ano: 2017
Banca: CS-UFG
Órgão: UFG
O objetivo da assistência ao pré-natal é assegurar o desenvolvimento da gestação,
permitindo o parto de um recém-nascido saudável, sem impacto para a saúde materna.
Desta maneira, o pré-natal (captação precoce) na Atenção Primária à Saúde deve ser
iniciado até na
A décima semana de gestação.
B décima primeira semana de gestação.
C décima segunda semana de gestação.
D décima quarta semana de gestação.
Resposta
Conforme os10 Passos para o Pré-Natal de Qualidade na Atenção Básica
Iniciar o pré-natal na Atenção Primária à Saúde até a 12ª semana de gestação (captação
precoce).
Alternativa: C.

Ano: 2017
Banca: CONSULPLAN

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Órgão: TRF - 2ª REGIÃO


“Funcionária chegou ao serviço com queixa de dor epigástrica há 6 horas. A mesma relata
estar gestante de 32 semanas, sendo esta a terceira gestação. Ao examiná-la o enfermeiro
se depara com os seguintes sinais e sintomas: PA 180 x 130 mmHg FC 90 bom Fr 22 ipm e
apresenta escotomas e edema de MMII.” Baseado nesta avaliação prévia, é correto afirmar
que esta gestante apresenta:
A AVCI.
B Taquiarritmia.
C Pré-eclâmpsia.
D Cólica intestinal.
Resposta
Acerca da PRÉ-ECLÂMPSIA, a presença dos seguintes sintomas demanda retorno imediato
ao hospital:
1- PA> OU IGUAL A 150/100 MMHG
2- PROTEINÚRIA
3- AUMENTO EXAGERADO DE PESO
4- CEFALEIA GRAVE E PERSISTENTE
5- DOR ABDOMINAL PERSISTENTE, PRINCIPALMENTE NA REGIÃO EPIGÁSTRICA E
HIPOCÔNDRIO DIREITO
6- SANGRAMENTO VAGINAL
7- PRESENÇA DE CONTRAÇÕES UTERINAS REGULARES
8- PRESENÇA DE DISTÚRBIOS VISUAIS COMO DIPLOPIA, FOTOFOBIA, ESCOTOMAS, ETC
9- NÁUSEA OU VÔMITOS PERSISTENTES
10- DIMINUIÇÃO DOS MOVIMENTOS FETAIS
Alternativa: C.

Ano: 2017
Banca: CONSULPLAN
Órgão: TRF - 2ª REGIÃO
“Gestante chega ao pronto-socorro com sangramento intenso associado a dor em baixo
ventre. Trata-se de uma primigesta com 35 semanas de gestação. Relata que a dor iniciou

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de maneira abrupta.” Dentre as situações apresentadas, assinale a mais compatível com


este quadro clínico.
A Trabalho de parto.
B Síndrome de HELLP.
C Trabalho de parto prematuro.
D Descolamento prematuro de placenta.
Resposta
É conceituado como a separação inopinada, intempestiva e prematura da placenta
implantada no corpo do útero, depois da 20ª semana de gestação.
Dor localizada no fundo do útero (baixo ventre),repentina e intensa, seguida da perda
sanguínea.
Ao exame físico geral, a paciente prefere o decúbito lateral homônimo ao lado da
implantação placentária (sinal de Hastings de Mello e Ivan Figueiredo).
Pode haver sinais de estado hipovolêmico e a pressão arterial pode até mostrar-se em níveis
normais, e não elevados, em função dessas alterações.
Alternativa: D.

Ano: 2017
Banca: FCC
Órgão: TRT - 11ª Região (AM e RR)
Em relação ao exame citopatológico do colo do útero, o técnico de enfermagem deve saber
que
A sua indicação é para o rastreamento dos cânceres de mama, cervical e do colo retal.
B idealmente, a coleta da amostra deve ser realizada pelo menos cinco dias após o término
da menstruação.
C está contraindicado para mulheres com identidade lésbica uma vez que a infecção pelo
vírus HPV não ocorre na prática sexual entre mulheres.
D o rastreamento, por meio desse exame, deve ser realizado a partir de 40 anos em todas
as mulheres que iniciaram atividade sexual.
E a coleta de amostra, para mulheres a partir de 25 anos, deve ser realizada a cada cinco
anos, se os dois primeiros exames anuais forem normais.
Resposta

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É necessário não estar menstruada. Recomendações adicionais para lembrar:


O método de rastreamento do câncer do colo do útero e de suas lesões precursoras é
o exame citopatológico.
O intervalo entre os exames deve ser de três anos, após dois exames negativos, com
intervalo anual.
O início da coleta deve ser aos 25 anos de idade para as mulheres que já tiveram atividade
sexual. O rastreamento antes dos 25 anos deve ser evitado
Os exames devem seguir até os 64 anos e serem interrompidos quando, após essa
idade, as mulheres tiverem pelo menos dois exames negativos consecutivos nos últimos
cinco anos
Para mulheres com mais de 64 anos e que nunca realizaram o exame citopatológico,
deve-se realiza dois exames com intervalo de um a três anos. Se ambos forem negativos,
essas mulheres podem ser dispensadas de exames adicionais.
Alternativa: B.

Ano: 2017
Banca: FCC
Órgão: TRE-SP
No climatério, a mulher pode apresentar manifestações clínicas neurogênicas como
A oligúria.
B sangramento vaginal.
C disúria.
D Dispareunia.
E sudorese.
Resposta
Exemplos de manifestações neurogênicas: ondas de calor, sudorese, calafrios, palpitações,
cefaleia, tonturas, parestesia, insônia, perda de memória e fadiga.
Alternativa: E.

Ano: 2017

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Banca: UFMT
Órgão: UFSBA
Em relação à Política de Atenção à Saúde da Mulher, assinale a afirmativa correta.
A Apresenta como objetivos gerais: estimular a implantação e implementação do
planejamento familiar; promover a atenção obstétrica e neonatal, qualificada e
humanizada, incluindo a assistência ao abortamento em condições inseguras.
B Apresenta como objetivos específicos: promover a melhoria das condições de vida e
saúde; reduzir a morbimortalidade, especialmente por causas evitáveis, e ampliar, qualificar
e humanizar a atenção à saúde da mulher no SUS.
C A norma Técnica de “Prevenção e tratamento de agravos resultantes da violência sexual
contra mulheres e adolescentes” garante a qualidade e ampliação de serviços de atenção
ao abortamento previsto em lei, como forma de atenção humanizada ao abortamento.
D A promoção da atenção à saúde da mulher negra e da saúde das trabalhadoras do campo
não são contempladas na Política de Atenção à Saúde da Mulher, pois são atendidas em
programas específicos.
Resposta
Objetivos Específicos e Estratégias da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da
Mulher Promover a atenção obstétrica e neonatal, qualificada e humanizada, incluindo a
assistência ao abortamento em condições inseguras, para mulheres e adolescentes.
Alternativa: C.

Ano: 2017
Banca: INSTITUTO AOCP
Órgão: EBSERH P
Mulher de 39 anos compareceu ao serviço de saúde com queixas de dor genital durante a
relação sexual. Relatou que, embora a dor seja mais frequente durante o ato sexual, às
vezes, ocorre após o intercurso da relação sexual. Qual é o nome dado a esse quadro?
A Parafilia.
B Dispareunia.
C Vaginismo.
D Anorgasmia.
E Criptorquidia.
Resposta

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Dispareunia: é a dor genital que ocorre durante a relação sexual. Pode ocorrer em homens,
mas é mais comum em mulheres. Embora a dor seja mais frequente durante o ato
sexual, também pode ocorrer antes ou após o intercurso da relação sexual.
Vaginismo (espasmos musculares nas paredes vaginais, durante relação sexual).
As parafilias são caracterizadas por impulsos, fantasias ou práticas
sexuais incomuns ou particulares, frequentemente compulsivas e em certas condições
muito lesivas à própria pessoa ou a outrem. Ex: Fetichismo, Sadismo, Masoquismo.
Anorgasmia ou disfunção orgásmica: grande retardo ou ausência do orgasmo quando
ocorre de maneira persistente ou recorrente, após uma fase normal de excitação sexual.
Criptorquidia-falha na descida de testículo para o escroto.
Alternativa: B.

Ano: 2017
Banca: IBFC
Órgão: EBSERH
Assinale a alternativa correta que contemple um exemplo de presunção de gravidez.
A Amolecimento da cérvice uterina, com posterior aumento do seu volume
B Paredes vaginais aumentadas, com aumento da vascularização (pode-se observar
pulsação da artéria vaginal nos fundos de sacos laterais)
C Percepção dos movimentos fetais (de 18 a 20 semanas)
D Presença dos batimentos cardíacos fetais (BCF), que são detectados pelo sonar a partir de
12 semanas e pelo Pinard a partir de 20 semanas
E Atraso menstrual
Resposta
Sinais de presunção de gravidez:
• Atraso menstrual;
• Manifestações clínicas (náuseas, vômitos, tonturas, salivação excessiva, mudança de
apetite, aumento da frequência urinária e sonolência);
• Modificações anatômicas (aumento do volume das mamas, hipersensibilidade nos
mamilos, tubérculos de Montgomery, saída de colostro pelo mamilo, coloração violácea
vulvar, cianose vaginal e cervical, aumento do volume abdominal).
Alternativa: E.

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Ano: 2017
Banca: MS CONCURSOS
Órgão: Prefeitura de Tanguá - RJ
Puérpera chega à unidade referindo estar com “pouco leite” para amamentar seu bebê. O
profissional de enfermagem pode orientá-la com algumas medidas uteis para aumentar a
produção leite. Sobre isso, considere as alternativas abaixo e assinale a incorreta.
A Oferecer mamadeira e chupeta.
B Massagear a mama durante as mamadas ou ordenha.
C Aumentar a frequência das mamadas.
D Melhorar o posicionamento e a pega do bebê.
Resposta
Chupeta e mamadeira é desaconselhado. As demais estão corretas.
Alternativa: A.

Ano: 2017
Banca: IBFC
Órgão: EBSERH
Com o aumento da idade, os hormônios sexuais femininos tendem a diminuir sua produção.
Normalmente, a partir dos 50 anos, os ciclos menstruais começam a apresentar
irregularidades até desaparecerem por completo. Essa fase de transição entre o período
reprodutivo para o não reprodutivo chama-se:
A Dismenorreia
B Sexarca
C Climatério
D Senectude
E Menacme
Resposta
A Sexarca (primeira relação sexual)

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O Climatério é definido pela Organização Mundial da Saúde como uma fase biológica da vida
e não um processo patológico, que compreende a transição entre o período reprodutivo e
o não reprodutivo da vida da mulher.
A menopausa é um marco dessa fase, correspondendo ao último ciclo menstrual, somente
reconhecida depois de passados 12 meses da sua ocorrência e acontece geralmente em
torno dos 48 aos 50 anos de idade.
Alternativa: C.

Ano: 2017
Banca: IBFC
Órgão: EBSERH
Sobre a técnica para medida da altura uterina, analise as afirmativas abaixo, dê valores
Verdadeiro (V) ou Falso (F) e assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de
cima para baixo.
( ) Posicione a gestante em decúbito lateral esquerdo, com o abdome descoberto.
( ) Delimite a borda superior da sínfise púbica e o fundo uterino.
( ) Por meio da palpação, procure corrigir a comum dextroversão uterina.
A V,V,V
B V,F,V
C F,V,F
D F,V,V
E V,V,F
Resposta
O erro está na "a", visto que a sequência certa é:
• Posicionar a gestante em decúbito dorsal, com o abdômen descoberto; • Delimitar a borda
superior da sínfise púbica e o fundo uterino;
• Por meio da palpação, procurar corrigir a comum dextroversão uterina; • Fixar a
extremidade inicial (0 cm) da fita métrica, flexível e não extensível, na borda superior da
sínfise púbica, passando-a entre os dedos indicador e médio. Proceder à leitura quando a
borda cubital da mão atingir o fundo uterino;
• Anotar a medida, em centímetros, na ficha e no cartão, e marcar o ponto na curva da altura
uterina.
Alternativa: D.

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Ano: 2017
Banca: IDECAN
Órgão: INCA
Segundo estimativas do INCA – Instituto Nacional do Câncer, para o biênio 2016- 2017, os
tipos de câncer com maior incidência em mulheres no Brasil, excluindo as de pele não
melanoma, são:
A Mama, intestino e estômago.
B Mama, pulmão e colo uterino.
C Mama, colo uterino e intestino.
D Mama, colo uterino e melanoma.
Resposta
Sem contar os casos de câncer de pele não melanoma, os tipos mais frequentes
nas mulheres serão:
os cânceres de mama (28,1%),
intestino (8,6%),
colo do útero (7,9%),
pulmão (5,3%)
e estômago (3,7%) figurarão entre os principais.
Alternativa: C.

Ano: 2016
Banca: IF-ES
Órgão: IF-ES
Durante a amamentação uma puérpera queixou-se de dores semelhantes a cólicas. O
técnico de enfermagem deve orientá-la, explicando que essas dores são devidas
A à produção de leite.
B a infecção urinária.
C a complicações do parto.
D à presença de lóquio.
E à involução uterina.

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Resposta
A involução uterina, geralmente é acompanhada por cólicas e sua velocidade depende da
quantidade das gestações anteriores e do tamanho do recém-nascido. Se a mulher estiver
amamentando, a liberação de ocitocina em resposta à sucção apressará o processo
involutivo.
Alternativa: E.

Ano: 2016
Banca: FCC
Órgão: TRT - 20ª REGIÃO (SE)
As mulheres com infecções de repetição do trato urinário devem ser orientadas, pela equipe
de enfermagem, a adotar medidas para redução das concentrações de patógenos no introito
vaginal, como,
A urinar imediatamente antes do intercurso sexual e permanecer sem urinar durante 3
horas após.
B tomar banho de banheira em vez de chuveiro.
C urinar a cada 6 a 8 horas para permitir a distensão da bexiga.
D limpar as regiões perineal e a do meato uretral após cada evacuação no sentido da frente
para trás.
E ingerir livremente grandes quantidades de café, chás e bebidas contendo cola durante o
dia, e restringir outros líquidos como água e sucos.
Resposta
Considerando que grande parte das infecções urinárias são de microrganismos da flora
intestinal, convém que a sejam limpas as regiões perineais e a do meato uretral após cada
evacuação no sentido da frente para trás.
Alternativa: A

Ano: 2016
Banca: FCC
Órgão: TRT - 20ª REGIÃO (SE)

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O câncer de mama é o segundo tipo mais frequente no mundo e o mais comum entre as
mulheres. A prevenção primária do câncer de mama está relacionada ao controle dos
fatores de risco que são, dentre outros, a
A escoliose e o sedentarismo.
B menarca tardia e a desidratação.
C exposição à radiação e a prática regular de atividade física.
D nuliparidade e primeira gravidez após os 30 anos.
E menopausa precoce e a esclerose múltipla.
Resposta
Fatores de Risco:
1• Idade
2• Menarca precoce (antes dos 12 anos)
3• Menopausa tardia (após os 50 anos)
4• Primeira gravidez APÓS os 30 anos
5• Nuliparidade
6• Exposição à radiação
7• Terapia de reposição hormonal
8• Obesidade
9• Ingestão regular de álcool
10• Sedentarismo
11• História familiar
Alternativa: D.

Excelente prova para você!!!


Prof. Lígia Carvalheiro

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