Você está na página 1de 56

FACULDADE ANHANGUERA DE MACEIÓ

DISCENTE: RONALD OLIVEIRA


DOCESTE: WANDERLEI BARBOSA

Enfermagem na saúde da mulher


SUMÁRIO

Tutorial de enfermagem na saúde da mulher

Maria, Enfermeira do PSF de Rio Largo, recém-formada, inicia seu primeiro emprego e
pretende organizar o serviço para o atendimento as mulheres em sua referida unidade.
Refletindo sobre tudo que precisará se organizar para os atendimentos, ela foi questionada
sobre a demanda e se iria ter disponibilidade de tempo para atendimento.

Começando o atendimento, ela chama a primeira paciente que comparece ao serviço para
realizar a citologia, Zélia Tocafundo (25 anos), amigada há 3 anos, com Vitor Hugo (30), e já
tem um filho de 4 anos, realizou o exame antes da gestação.

Maria, segue o atendimento com a senhora Gilvanete Tocagaita (45 anos) que refere está
sentindo fluxo aumentado da menstruação, ao realizar o exame físico a enfermeira observa
as mamas e identifica um pregueamento da pele em QSE, com aproximadamente 1cm na
mama direita, sendo confirmada com dinâmica.

Como a demanda estava grande a enfermeira segue para a próxima paciente e atende a
paciente Gerusa Firmino (36 anos), que comparece ao serviço para a realização de testes
rápidos para ISTS, e faz a anamnese e histórico de enfermagem na promoção e prevenção
dessas infecções.

Maria atende de uma vez só e a pedido, duas irmãs: Defuntina (30) e Finadina (20 anos). A
mais nova reclama de escorrimento esbranquiçado. E a irmã mais velha gostaria de saber
como fazia para evitar filhos e como deveria ter os cuidados durante as relações sexuais.

E finaliza seus atendimentos com dona Marquinha (58 anos), que entrou no consultório
solicitando realização dos exames preventivos, pois estava apresentando quadros de calor e
desregulação na menstruação, referindo receio de estar gestante após verificar no jornal que
uma atriz famosa estava grávida.
QUESTIONÁRIO

1. Como se organiza o serviço do PSF?

2. Qual o respaldo que o enfermeiro tem para consulta de enfermagem do PSF?

3. Como é realizado o rastreamento para prevenção de câncer de colo uterino?

4. Qual o período preconizado pelo Ministério da saúde para realização do exame


preventivo?

5. Quais as patologias relacionadas à saúde da mulher?

6. Quais os hormônios relacionados ao fluxo menstrual?

7. Como funciona a pílula do dia seguinte?

8. Como é realizado o rastreamento do câncer de mama?

9. Quais os achados no exame físico da mama?

10. Quais as ISTs que mais acometem as mulheres?

11. Como é realizado os testes para ist?

12. Qual a prevenção e tratamento das ist?

13. Como é realizado o exame físico e anamnese no contexto de ISTs?

14. Quais os principais agravos ginecológicos na saúde da mulher?

15. Qual o quais exames para detecção desses agravos e qual a conduta de enfermagem?

16. Como trabalhar o planejamento reprodutivo com as mulheres?

17. Quais os principais métodos contraceptivos?

18. O que é climatério e menopausa?

19. Quais os cuidados humanizados se devem ter com as mulheres nesse contexto?
1. Como se organiza o serviço do PSF?

Composição das equipes

É recomendável que a equipe de uma unidade de Saúde da Família seja composta, no mínimo,
por um médico de família ou generalista, enfermeiro, auxiliar de enfermagem, Agentes
Comunitários de Saúde (ACS), dentista e auxiliar de dentista. Outros profissionais de saúde
poderão ser incorporados a estas unidades básicas, de acordo com as demandas e
características da organização dos serviços de saúde locais, devendo estar identificados com
uma proposta de trabalho que exige criatividade e iniciativa para trabalhos comunitários e em
grupo. Os profissionais das equipes de saúde serão responsáveis por sua população adscrita,
devendo residir no município onde atuam, trabalhando em regime de dedicação integral. Para
garantir a vinculação e identidade cultural com as famílias sob sua responsabilidade, os
Agentes Comunitários de Saúde devem, igualmente, residir nas suas respectivas áreas de
atuação.

Atribuições das equipes

As atividades deverão ser desenvolvidas de forma dinâmica, com avaliação permanente


através do acompanhamento dos indicadores de saúde de cada área de atuação. Assim, as
equipes de Saúde da Família devem estar preparadas para:

- Conhecer a realidade das famílias pelas quais são responsáveis, com ênfase nas suas
características sociais, demográficas e epidemiológicas

- Identificar os problemas de saúde prevalentes e situações de risco aos quais a população


está exposta - elaborar, com a participação da comunidade, um plano local para o
enfrentamento dos determinantes do processo saúde/doença
- Prestar assistência integral, respondendo de forma contínua e racionalizada à demanda
organizada ou espontânea, com ênfase nas ações de promoção à saúde

- Resolver, através da adequada utilização do sistema de referência e contrarreferência, os


principais problemas detectados

- Desenvolver processos educativos para a saúde, voltados à melhoria do autocuidado dos


indivíduos - promover ações intersetoriais para o enfrentamento dos problemas identificados
A base de atuação das equipes são as unidades básicas de saúde, incluindo as atividades de:

- Visita domiciliar - com a finalidade de monitorar a situação de saúde das famílias. A equipe
deve realizar visitas programadas ou voltadas ao atendimento de demandas espontâneas,
segundo critérios epidemiológicos e de identificação de situações de risco. O
acompanhamento dos Agentes Comunitários de Saúde em microáreas, selecionadas no
território de responsabilidade das unidades de Saúde da Família, representa um componente
facilitador para a identificação das necessidades e racionalização do emprego dessa
modalidade de atenção.

- Internação domiciliar - não substitui a internação hospitalar tradicional. Deve ser sempre
utilizada no intuito de humanizar e garantir maior qualidade e conforto ao paciente. Por isso,
só deve ser realizada quando as condições clínicas e familiares do paciente a permitirem. A
hospitalização deve ser feita sempre que necessária, com o devido acompanhamento por
parte da equipe.

- Participação em grupos comunitários - a equipe deve estimular e participar de reuniões de


grupo, discutindo os temas relativos ao diagnóstico e alternativas para a resolução dos
problemas identificados como prioritários pelas comunidades.

Atribuições do médico

Preferencialmente, o médico da equipe preconizada pelo PSF deve ser um generalista;


portanto, deve atender a todos os componentes das famílias, independentemente de sexo e
idade. Esse profissional deverá comprometer-se com a pessoa, inserida em seu contexto
biopsicossocial, e não com um conjunto de conhecimentos específicos ou grupos de doenças.
Sua atuação não deve estar restrita a problemas de saúde rigorosamente definidos. Seu
compromisso envolve ações que serão realizadas enquanto os indivíduos ainda estão
saudáveis.

Ressalte-se que o profissional deve procurar compreender a doença em seu contexto pessoal,
familiar e social. A convivência contínua lhe propicia esse conhecimento e o aprofundamento
do vínculo de responsabilidade para a resolução dos problemas e manutenção da saúde dos
indivíduos.

Suas atribuições básicas são:

- Prestar assistência integral aos indivíduos sob sua responsabilidade

- Valorizar a relação médico-paciente e médico-família como parte de um processo


terapêutico e de confiança

- oportunizar os contatos com indivíduos sadios ou doentes, visando abordar os aspectos


preventivos e de educação sanitária

- Empenhar-se em manter seus clientes saudáveis, quer venham às consultas ou não

- Executar ações básicas de vigilância epidemiológica e sanitária em sua área de abrangência

- Executar as ações de assistência nas áreas de atenção à criança, ao adolescente, à mulher,


ao trabalhador, ao adulto e ao idoso, realizando também atendimentos de primeiros cuidados
nas urgências e pequenas cirurgias ambulatoriais, entre outros

- Promover a qualidade de vida e contribuir para que o meio ambiente seja mais saudável -
discutir de forma permanente

- junto à equipe de trabalho e comunidade - o conceito de cidadania, enfatizando os direitos


à saúde e as bases legais que os legitimam

- Participar do processo de programação e planejamento das ações e da organização do


processo de trabalho das unidades de Saúde da Família.

Atribuições do enfermeiro
Este profissional desenvolve seu processo de trabalho em dois campos essenciais: na unidade
de saúde, junto à equipe de profissionais, e na comunidade, apoiando e supervisionando o
trabalho dos ACS, bem como assistindo às pessoas que necessitam de atenção de
enfermagem,

Suas atribuições básicas são:

- executar, no nível de suas competências, ações de assistência básica de vigilância


epidemiológica e sanitária nas áreas de atenção à criança, ao adolescente, à mulher, ao
trabalhador e ao idoso

- Desenvolver ações para capacitação dos ACS e auxiliares de enfermagem, com vistas ao
desempenho de suas funções junto ao serviço de saúde

- oportunizar os contatos com indivíduos sadios ou doentes, visando promover a saúde e


abordar os aspectos de educação sanitária - promover a qualidade de vida e contribuir para
que o meio ambiente torne-se mais saudável

- discutir de forma permanente, junto a equipe de trabalho e comunidade, o conceito de


cidadania, enfatizando os direitos de saúde e as bases legais que os legitimam

- participar do processo de programação e planejamento das ações e da organização do


processo de trabalho das unidades de Saúde da Família.

Atribuições do auxiliar de enfermagem

As ações do auxiliar de enfermagem são desenvolvidas nos espaços da unidade de saúde e


no domicílio/comunidade, e suas atribuições básicas são:

- Desenvolver, com os Agentes Comunitários de Saúde, atividades de identificação das famílias


de risco;

- Contribuir, quando solicitado, com o trabalho dos ACS no que se refere às visitas domiciliares;
- Acompanhar as consultas de enfermagem dos indivíduos expostos às situações de risco,
visando garantir uma melhor monitoria de suas condições de saúde;

- Executar, segundo sua qualificação profissional, os procedimentos de vigilância sanitária e


epidemiológica nas áreas de atenção à criança, à mulher, ao adolescente, ao trabalhador e ao
idoso, bem como no controle da tuberculose, hanseníase, doenças crônicasdegenerativas e
infectocontagiosas;

- Participar da discussão e organização do processo de trabalho da unidade de saúde.

Atribuições do Agente Comunitário de Saúde

O ACS desenvolverá suas ações nos domicílios de sua área de responsabilidade e junto à
unidade para programação e supervisão de suas atividades.

Suas atribuições básicas são:

- Realizar mapeamento de sua área de atuação;

- Cadastrar e atualizar as famílias de sua área - identificar indivíduos e famílias expostos a


situações de risco - realizar, através de visita domiciliar, acompanhamento mensal de todas as
famílias sob sua responsabilidade;

- Coletar dados para análise da situação das famílias acompanhadas - desenvolver ações
básicas de saúde nas áreas de atenção à criança, à mulher, ao adolescente, ao trabalhador e
ao idoso, com ênfase na promoção da saúde e prevenção de doenças;

- Promover educação em saúde e mobilização comunitária, visando uma melhor qualidade de


vida mediante ações de saneamento e melhorias do meio ambiente - incentivar a formação
dos conselhos locais de saúde;

- Orientar as famílias para a utilização adequada dos serviços de saúde - informar os demais
membros da equipe de saúde acerca da dinâmica social da comunidade, suas disponibilidades
e necessidades;
- Participação no processo de programação e planejamento local das ações relativas ao
território de abrangência da unidade de Saúde da Família, com vistas a superação dos
problemas identificados.

Atribuições do Cirurgião Dentista:

I – Realizar diagnóstico com a finalidade de obter o perfil epidemiológico para o planejamento


e a programação em saúde bucal;

II – Realizar os procedimentos clínicos da Atenção Básica em saúde bucal, incluindo


atendimento das urgências e pequenas cirurgias ambulatoriais;

III – realizar a atenção integral em saúde bucal (promoção e proteção da saúde, prevenção de
agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação e manutenção da saúde) individual e coletiva a
todas as famílias, a indivíduos e a grupos específicos, de acordo com planejamento local, com
resolubilidade;

IV – Encaminhar e orientar usuários, quando necessário, a outros níveis de assistência,


mantendo sua responsabilização pelo acompanhamento do usuário e o segmento do
tratamento;

V – Coordenar e participar de ações coletivas voltadas à promoção da saúde e à prevenção de


doenças bucais;

VI – Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde bucal com os demais


membros da Equipe de Saúde da Família, buscando aproximar e integrar ações de saúde de
forma multidisciplinar.

VII – contribuir e participar das atividades de Educação Permanente do THD, ACD e ESF;

VIII – realizar supervisão técnica do THD e ACD; e

IX – Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento


da USF.
Atribuições do auxiliar de Consultório Dentário (ACD):

I – Realizar ações de promoção e prevenção em saúde bucal para as famílias, grupos e


indivíduos, mediante planejamento local e protocolos de atenção à saúde;

II – Proceder à desinfecção e à esterilização de materiais e instrumentos utilizados;

III – preparar e organizar instrumental e materiais necessários;

IV – Instrumentalizar e auxiliar o cirurgião dentista e/ou o THD nos procedimentos clínicos;

V – Cuidar da manutenção e conservação dos equipamentos odontológicos;

VI – Organizar a agenda clínica;

VII – acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde bucal com os demais
membros da equipe de saúde da família, buscando aproximar e integrar ações de saúde de
forma multidisciplinar; e

VIII – participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento


da USF.

2. Qual o respaldo que o enfermeiro tem para consulta de


enfermagem do PSF?
Respaldo técnico e legal – Realizar consulta de enfermagem é um direito do profissional
enfermeiro, assegurado pela Lei 7.498/86, art. 11, inciso I, alínea “i”, pelo Decreto
94.406/87, art. 8º, inciso I, alínea “e”, pelo Código de Ética dos Profissionais de
Enfermagem, e normatizada pela Resolução Cofen 358/2009. A Resolução 568/2018
regulamenta a atuação dos consultórios, trazendo mais segurança aos profissionais.

Lei 7.498/89 art. 11

Art. 11. O Enfermeiro exerce todas as atividades de enfermagem, cabendo-lhe:


I - Privativamente:

a) direção do órgão de enfermagem integrante da estrutura básica da instituição de saúde,


pública e privada, e chefia de serviço e de unidade de enfermagem;

b) organização e direção dos serviços de enfermagem e de suas atividades técnicas e auxiliares


nas empresas prestadoras desses serviços;

c) planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços da assistência


de enfermagem;

d) (VETADO);

e) (VETADO);

f) (VETADO);

g) (VETADO);

h) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de enfermagem;

i) consulta de enfermagem; ...

Decreto 94.406/87 art. 8º

Art. 8º Ao Enfermeiro incumbe:

I - Privativamente:

a) direção do órgão de enfermagem integrante da estrutura básica da instituição de saúde,


pública ou privada, e chefia de serviço e de unidade de enfermagem;

b) organização e direção dos serviços de enfermagem e de suas atividades técnicas e auxiliares


nas empresas prestadoras desses serviços;

c) planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços da assistência


de enfermagem;

d) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de enfermagem;

e) consulta de enfermagem; ...


O que diz a Resolução 358 2009 do Cofen?

Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do


Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado
profissional de Enfermagem, e dá outras providências.

3. Como é realizado o rastreamento para prevenção de


câncer de colo uterino?

O método de rastreamento do câncer do colo do útero no Brasil é o exame


citopatológico (exame de Papanicolau), que deve ser oferecido às mulheres ou
qualquer pessoa com colo do útero, na faixa etária de 25 a 64 anos e que já tiveram
atividade sexual (BRASIL, 2016). Isso pode incluir homens trans e pessoas não binárias
designadas mulheres ao nascer (CONNOLLY, HUGHES, BERNER; 2020; WHO, 2021).

A priorização desta faixa etária como a população-alvo do Programa justifica-se por


ser a de maior ocorrência das lesões de alto grau, passíveis de serem tratadas
efetivamente para não evoluírem para o câncer. Segundo a OMS, a incidência deste
câncer aumenta nas mulheres entre 30 e 39 anos de idade e atinge seu pico na quinta
ou sexta décadas de vida. Antes dos 25 anos prevalecem as infecções por HPV e as
lesões de baixo grau, que regredirão espontaneamente na maioria dos casos e,
portanto, podem ser apenas acompanhadas conforme recomendações clínicas. Após
os 65 anos, por outro lado, se a mulher tiver feito os exames preventivos
regularmente, com resultados normais, o risco de desenvolvimento do câncer cervical
é reduzido dada a sua lenta evolução (INCA, 2016; 2021).

A rotina recomendada para o rastreamento no Brasil é a repetição do exame


Papanicolau a cada três anos, após dois exames normais consecutivos realizados com
um intervalo de um ano. A repetição em um ano após o primeiro teste tem como
objetivo reduzir a possibilidade de um resultado falso-negativo na primeira rodada do
rastreamento (BRASIL, 2016). A periodicidade de três anos tem como base a
recomendação da OMS e as diretrizes da maioria dos países com programa de
rastreamento organizado. Tais diretrizes justificam-se pela ausência de evidências de
que o rastreamento anual seja significativamente mais efetivo do que se realizado em
intervalo de três anos (WHO, 2007)

O rastreamento de mulheres portadoras do vírus HIV ou imunodeprimidas constitui


uma situação especial, pois, em função da defesa imunológica reduzida e,
consequentemente, da maior vulnerabilidade para as lesões precursoras do câncer do
colo do útero, o exame deve ser realizado logo após o início da atividade sexual, com
periodicidade anual após dois exames normais consecutivos realizados com intervalo
semestral. Por outro lado, não devem ser incluídas no rastreamento mulheres sem
história de atividade sexual ou submetidas a histerectomia total por outras razões que
não o câncer do colo do útero4.

O êxito das ações de rastreamento depende dos seguintes pilares:

• Informar e mobilizar a população e a sociedade civil organizada;


• Alcançar a meta de cobertura da população alvo;
• Garantir acesso a diagnóstico e tratamento;
• Garantir a qualidade das ações;
• Monitorar e gerenciar continuamente as ações.

É importante destacar que a priorização de uma faixa etária não significa a


impossibilidade da oferta do exame para as mulheres mais jovens ou mais velhas. Na
prática assistencial, a anamnese bem realizada e a escuta atenta para reconhecimento
dos fatores de risco envolvidos e do histórico assistencial da mulher são fundamentais
para a indicação do exame de rastreamento (BRASIL, 2010).
As mulheres diagnosticadas com lesões intraepiteliais do colo do útero no
rastreamento devem ser encaminhadas à unidade secundária para confirmação
diagnóstica e tratamento, segundo as diretrizes clínicas estabelecidas (BRASI, 2012).

Atualmente devem ser consideradas as Recomendações para detecção precoce de


câncer durante a pandemia de Covid-19 em 2021. É necessário avaliar criteriosamente
o cenário epidemiológico local para avaliar os riscos e benefícios envolvidos na
manutenção das ações de rastreamento. Prioridade deve ser dada às ações de
diagnóstico precoce (MIGOWSKI, CORRÊA,; 2020)

Como é feito o exame Papanicolau?

• Observação ou exame externo para detecção de infecções;


• Introdução de um aparelho (espéculo) para manter o canal vaginal aberto e
observar o colo do útero;
• Coletar o material com uma espátula ou cotonete diretamente do colo do
útero, que serão analisadas em laboratório.
• O cotonete é usado quando a mulher ainda é virgem e necessita ou quer fazer
o exame, neste caso são usados materiais que preservem seu hímen.

Os resultados ficam prontos geralmente em 14 dias.

4. Qual o período preconizado pelo Ministério da saúde


para realização do exame preventivo?

O exame citopatológico é o método de rastreamento do câncer do colo do útero,


indicado para a população alvo de 25 a 64 anos, a cada três anos, após dois exames
anuais consecutivos normais (INCA, 2016; 2021). Essas recomendações visam garantir
o balanço favorável entre riscos e benefícios do rastreamento.
5.Quais as patologias relacionadas à saúde da mulher?

Câncer de mama

O câncer de mama é uma doença causada pela multiplicação de células anormais da mama,
que formam um tumor. Há vários tipos de câncer de mama. Alguns têm desenvolvimento
rápido enquanto outros são mais lentos.

Sinais e sintomas:

• Caroço (nódulo) fixo, endurecido e, geralmente, indolor;


• Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja;
• Alterações no bico do peito (mamilo);
• Pequenos nódulos na região embaixo dos braços (axilas) ou no pescoço;
• Saída espontânea de líquido dos mamilos.

Diagnósticos e exames

Além de estar atenta ao próprio corpo, também é recomendado que mulheres de 50 a 69 anos
façam uma mamografia de rastreamento (quando não há sinais nem sintomas) a cada dois
anos. Esse exame pode ajudar a identificar o câncer antes do surgimento dos sintomas.

Mamografia é uma radiografia das mamas feita por um equipamento de raios X chamado
mamógrafo, capaz de identificar alterações suspeitas.

Mulheres com risco elevado para câncer de mama devem conversar com seu médico para
avaliação do risco para decidir a conduta a ser adotada.

Tratamento

O tratamento desse câncer varia conforme o tipo e o local em que o nódulo está. As formas
mais comuns são: quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia (para bloquear a ação dos
hormônios femininos), e a cirurgia parcial (retirada do tumor) ou mastectomia (retirada
completa da mama).

É possível ainda complementar o tratamento com recursos terapêuticos, além do auxílio de


um profissional psicólogo

Câncer do colo do Útero

Os principais tipos de câncer de colo do útero são: carcinoma de células escamosas e


adenocarcinoma.

90% dos cânceres de colo do útero são carcinomas de células escamosas. Estes cânceres se
desenvolvem a partir de células do exocervix e as células cancerosas têm características de
células escamosas sob o microscópio.

A maioria dos outros tipos de câncer colo do útero são adenocarcinomas. Os adenocarcinomas
são cânceres que se desenvolvem a partir de células das glândulas. O adenocarcinoma de colo
do útero se desenvolve a partir das células glandulares produtoras de muco do endocervice.
Nos últimos 20 a 30 anos, os adenocarcinomas de colo do útero se tornaram cada vez mais
comuns.

Com menos frequência estão os cânceres do colo do útero que têm características comuns
aos carcinomas de células escamosas e aos adenocarcinomas, são os denominados
carcinomas adenoescamosos ou carcinomas mistos.

Embora quase todos os cânceres cervicais sejam ou carcinomas de células escamosas ou


adenocarcinomas, outros tipos de câncer também podam se desenvolver no útero. Por
exemplo, melanoma, sarcoma, e linfoma, que ocorrem mais frequentemente em outras
partes do organismo.

Por ser uma doença lenta, geralmente quando os sintomas aparecem o câncer já se encontra
em estágio avançado.

Sinais e sintomas:
• Corrimento persistente de coloração amarelada ou rosa e com forte odor;
• Sangramento após o ato sexual;
• Dor pélvica.
• Em casos mais graves há o surgimento de edemas nos membros inferiores, problemas
urinários e comprometimento de estruturas extragenitais.

Diagnóstico

Alguns cânceres de colo do útero podem ser diagnosticados pelo resultado anormal do exame
Papanicolau, o que levará à realização de mais exames para uma confirmação diagnóstica da
doença.

O câncer de colo do útero também pode ser diagnosticado através dos sintomas como
sangramento vaginal anormal ou dor durante a relação sexual.

No caso de diagnóstico de câncer de colo do útero invasivo, o médico a encaminhará para um


oncologista ginecológico, médico especializado em cânceres do sistema reprodutivo feminino.

Tratamento

O tratamento desse câncer pode ser realizado por cirurgia, radioterapia ou quimioterapia.

• A cirurgia consiste na retirada do tumor e, ocasionalmente, na retirada do útero e da


porção superior da vagina. De acordo com a paciente, seu modo de vida (o desejo de
ter filhos) e com o estágio do câncer, é escolhida uma técnica específica para a
realização da operação.
• Já o tratamento por radioterapia tem a finalidade de reduzir o volume tumoral e
melhorar o local, para depois realizar a radioterapia interna.
• A quimioterapia é indicada para tumores em estágios avançados da doença.
Endometriose

Doença caracterizada pela presença do endométrio – tecido que reveste o interior do útero –
fora da cavidade uterina, ou seja, em outros órgãos da pelve: trompas, ovários, intestinos e
bexiga. Todos os meses, o endométrio fica mais espesso para que um óvulo fecundado possa
se implantar nele. Quando não há gravidez, esse endométrio que aumentou descama e é
expelido na menstruação. Em alguns casos, um pouco desse sangue migra no sentido oposto
e cai nos ovários ou na cavidade abdominal, causando a lesão endometriótica.

Sintomas

Os principais sintomas da endometriose são dor e infertilidade. Aproximadamente 20% das


mulheres têm apenas dor, 60% têm dor e infertilidade, e 20% apenas infertilidade. Existem
mulheres que sofrem dores incapacitantes e outras que não sentem nenhum tipo de
desconforto. A dor da endometriose pode se manifestar como uma cólica menstrual intensa,
ou dor pélvica/abdominal à relação sexual, ou dor “no intestino” na época das menstruações,
ou, ainda, uma mistura desses sintomas. Existem mulheres que sofrem dores incapacitantes
e outras que não sentem nenhum tipo de desconforto. Entre os sintomas mais comuns estão:
• Cólicas menstruais intensas e dor durante a menstruação; • Dor pré-menstrual; • Dor
durante as relações sexuais; • Dor difusa ou crônica na região pélvica; • Fadiga crônica e
exaustão; • Sangramento menstrual intenso ou irregular; • Alterações intestinais ou urinárias
durante a menstruação; • Dificuldade para engravidar e infertilidade. A dor da endometriose
pode se manifestar como uma cólica menstrual intensa, ou dor pélvica/abdominal à relação
sexual, ou dor “no intestino” na época das menstruações, ou, ainda, uma mistura desses
sintomas.

Tratamentos

Dois tipos de tratamento podem ser usados para combater as dores da endometriose:
medicamentos ou cirurgia. Tratamento cirúrgico: Nesse procedimento, a endometriose é
removida por meio de uma cirurgia chamada laparoscopia. Em alguns casos, é possível
eliminar apenas os focos da doença ou as complicações que ela traz – como cistos, por
exemplo. No entanto, em situações mais sérias, o procedimento precisará até remover os
órgãos pélvicos afetados pela enfermidade. Dependendo das condições da doença, é possível
recorrer a tratamento por laparoscopia, com laser. Também é possível a realização da
videolaparoscopia, na qual diagnosticará o número de lesões, aderências, a obstrução tubária
e já tratar a doença. Tratamento com medicamentos: Existem diversos medicamentos
disponíveis no mercado para tratar a endometriose, como: analgésicos, anti-inflamatórios,
análogos de GNHR, Danazol e Dienogeste. Atualmente também é possível reduzir os sintomas
utilizando o DIU com levonorgestrel. Não existe cura permanente para a endometriose. O
objetivo do tratamento é aliviar a dor e amenizar os outros sintomas, como favorecer a
possibilidade de gravidez e diminuir as lesões endometrióticas.

HPV

HPV é um vírus que atinge a pele e as mucosas, podendo causar verrugas ou lesões
percursoras de câncer, como o câncer de colo de útero, garganta ou ânus. O nome HPV é uma
sigla inglesa para “Papiloma vírus humano” e cada tipo de HPV pode causar verrugas em
diferentes partes do corpo. O HPV é um vírus que se transmite no contato pele com pele, por
isso pode ser considerado uma doença sexualmente transmissível. No primeiro contato sexual
1 em cada 10 meninas chega a entrar em contato com o vírus. Conforme o tempo passa, entre
80 e 90% da população já entrou em contato com o vírus alguma vez na vida, mesmo que não
tenha desenvolvido lesão. Mas é importante lembrar que mais de 90% das pessoas
conseguem eliminar o vírus do organismo naturalmente, sem ter manifestações clínicas. O
HPV pode ser controlado, mas ainda não há cura contra o vírus. Quando não é tratado, torna-
se a principal causa do desenvolvimento do Câncer de colo do útero. 99% das mulheres que
possuem Câncer de colo do útero foram infectadas por esse vírus.

Sintomas

O HPV pode ser assintomático, sintomático clínico e subclínico. Quando sintomático clínico,
um dos principais sinais da doença é o aparecimento de verrugas genitais na vagina, pênis e
ânus. A depender de cada organismo podem se espalhar rapidamente, podendo se estender
ao clitóris, ao monte de Vênus e aos canais perineal, perianal e anal. Essas lesões também
podem aparecer na boca e na garganta do homem e da mulher. Nos homens, a maioria das
lesões se encontra no prepúcio, na glande e no escroto. As verrugas apresentam um aspecto
de uma couve-flor. Já os sintomas do HPV subclínico (não visível a olho nu) podem aparecer
como lesões no colo do útero, na região perianal, pubiana e ânus.

Diagnóstico

O HPV pode ser diagnosticado através do exame ginecológico e de exames laboratoriais, como
Papanicolau, colposcopia, peniscopia e anuscopia. Deve-se realizar diagnóstico diferencial
com outras lesões papilomatosas, incluindo variações anatômicas (glândulas sebáceas,
pápulas perláceas do pênis), outras doenças infecciosas e neoplasias.

Tratamento

Verrugas genitais O tratamento para as verrugas genitais é bastante trabalhoso, já que elas
podem voltar a aparecer várias vezes em até 50% dos casos, exigindo muitas aplicações, ao
longo de semanas ou meses. É importante ter disciplina e paciência. Pode ser feito por laser,
crioterapia (congelamento) ou cirurgia com uso de anestésicos locais. Podem ser utilizadas
substâncias químicas diretamente nas verrugas, como a podofilina e seus derivados, e o ácido
tricloroacético. Além disso, existem compostos que estimulam o sistema imune quando
aplicados topicamente. Câncer de colo de útero O tratamento depende do estágio do câncer.
Em alguns casos em que o câncer está restrito ao revestimento do colo do útero, o médico
pode conseguir removê-lo completamente, por meio de bisturi ou excisão eletrocirúrgica.
Como o câncer pode reincidir, os médicos aconselham as mulheres a retornarem ao controle
e à realização do exame de Papanicolau e da colposcopia a cada seis meses. Quando o câncer
se encontra em um estágio mais avançado, a histerectomia radical (cirurgia para a retirada do
útero e das estruturas adjacentes) e a remoção dos linfonodos são necessárias. A radioterapia
é altamente eficaz no tratamento do câncer de colo do útero avançado que não se disseminou
além da região pélvica. Apesar de a radioterapia geralmente não provocar muitos problemas
imediatos, pode irritar o reto e a vagina. Uma lesão tardia da bexiga ou do reto pode ocorrer
e, geralmente, os ovários deixam de funcionar. Quando há disseminação do câncer além da
pelve, a quimioterapia é algumas vezes recomendada.
Vulvite e Vulvovaginite

Vulvite e Vulvovaginite são inflamações da parte externa do órgão genital feminino (chamada
vulva). Enquanto na vulvite a irritação se dá na vulva, na vulvovaginite ocorre na vulva e na
vagina. São inflamações da vulva e da vagina, respectivamente, se manifestando pela
vermelhidão, inchaço e ardor na região genital. A origem da enfermidade pode ser infecciosa,
inflamatória, hormonal, por uso de produtos que provocam reações alérgicas, tratamentos
quimioterápicos e falta da higiene íntima adequada. A menopausa também aumenta a
predisposição à doença, com a queda dos hormônios e a consequente redução da secreção
vaginal natural e a perda de elasticidade dos tecidos vaginais, a região lesiona-se com mais
facilidade abrindo caminho para infecções.

Sintomas

Os sintomas mais comuns da vulvite e da vulvovaginite são: – Inflamação da vulva; –


Vermelhidão; – Corrimento; – Prurido vulvar (coceira intensa na vulva). O que diferencia a
vulvite e a vulvovaginite das outras doenças sexualmente transmissíveis são o tipo de
irritação, a textura e a cor do corrimento.

Tratamento

Os principais tratamentos são medicamentos orais e mudança de hábitos, porém somente


um profissional em uma consulta formal poderá avaliar o melhor tratamento para cada
caso.

Ovários Policísticos

A Síndrome do Ovário Policístico, também conhecida pela sigla SOP, é um distúrbio endócrino
que provoca alteração dos níveis hormonais, levando à formação de cistos nos ovários que
fazem com que eles aumentem de tamanho. É uma doença caracterizada pela menstruação
irregular, alta produção do hormônio masculino (testosterona) e presença de micro cistos nos
ovários. Sua causa ainda não é totalmente esclarecida. Acredita-se que ela tenha uma origem
genética e estudos indicam uma possível ligação entre a doença e a resistência à ação da
insulina no organismo, gerando um aumento do hormônio na corrente sanguínea que
provocaria o desequilíbrio hormonal. É a alteração hormonal mais comum em mulheres na
idade fértil podendo atingir de 7 a 20% dessas

Sintomas

A falta crônica de ovulação ou a deficiência dela é o principal sinal da síndrome. Outros


sintomas que também podem ajudar a disgnosticar a condição: – Atrasos na menstruação
(desde a primeira ocorrência do fluxo); – Aumento de pelos no rosto, seios e abdômen; –
Obesidade; – Acne. Em casos mais graves, pode predispor o desenvolvimento de diabetes,
doenças cardiovasculares, infertilidade e câncer do endométrio.

Tratamentos

Os principais tratamentos são: – Anticoncepcionais orais – Cirurgia – Antidiabetogênicos orais


– Dieta e atividade física – Essas pacientes devem ser orientadas em relação à dieta e atividade
física, simultaneamente com as medidas terapêuticas. – Indução da ovulação Somente o
médico e a paciente poderão juntos avaliar o melhor tratamento de acordo com a fase e estilo
de vida da pessoa que convive com essa condição.

Mioma

Miomas ou fibromas são tumores benignos do útero, consistindo em uma desordem


hormonal que causa um enovelamento das fibras musculares e assim, forma nódulos nesse
órgão. Geralmente, localizam-se no trato genital. Possuem uma coloração esbranquiçada e
sua consistência é firme. Em sua maioria, os miomas são múltiplos.
6. Quais os hormônios relacionados ao fluxo menstrual?

O ciclo menstrual é regulado pela interação complexa dos hormônios: hormônio luteinizante,
hormônio folículo-estimulante e os hormônios sexuais femininos estrogênio e progesterona.

O ciclo menstrual tem três fases:

• Folicular (antes da liberação do óvulo)


• Ovulatória (liberação do óvulo)
• Lútea (depois da liberação do óvulo

)O ciclo menstrual começa com sangramento menstrual (menstruação), que marca o primeiro
dia da fase folicular.

No início da fase folicular, a concentração de estrogênio e de progesterona está baixa. Assim,


as camadas superiores do revestimento uterino (endométrio) espesso se rompem e
derramam, dando início ao sangramento menstrual. Nesse período, a concentração do
hormônio folículo-estimulante aumenta levemente, estimulando o desenvolvimento de vários
folículos nos ovários. (os folículos são sacos cheios de líquido). Cada folículo contém um óvulo.
Posteriormente nessa fase, conforme a concentração do hormônio folículo-estimulante
diminui, em geral apenas um folículo continua a se desenvolver. Este folículo produz
estrogênio. Ocorre um aumento constante dos níveis de estrogênio.

A fase ovulatória começa com um surto na concentração do hormônio luteinizante e do


hormônio folículo-estimulante. O hormônio luteinizante estimula a liberação do óvulo
(ovulação), o que normalmente ocorre de 16 a 32 horas após o início do surto. A concentração
de estrogênio diminui durante o surto e a concentração de progesterona começa a aumentar.

Durante a fase lútea, ocorre uma redução na concentração do hormônio luteinizante e do


hormônio folículo-estimulante. O folículo rompido se fecha após a liberação do óvulo e forma
um corpo lúteo, que produz progesterona. Durante a maior parte dessa fase, a concentração
de estrogênio é alta. A progesterona e o estrogênio fazem com que o revestimento do útero
fique ainda mais espesso, para se preparar para uma possível fecundação.
Se o óvulo não for fecundado, o corpo lúteo se degenera e já não produz mais progesterona,
a concentração de estrogênio diminui, as camadas superiores do revestimento se rompem e
são derramadas e ocorre o sangramento menstrual (o início de um novo ciclo menstrual).

Se o óvulo for fecundado, o corpo lúteo continua a funcionar durante o início da gravidez. Ele
ajuda a manter a gravidez.

7. Como funciona a pílula do dia seguinte?

A anticoncepção de emergência (AE) é um método anticonceptivo que visa prevenir a


gestação após a relação sexual. O método, também conhecido por “pílula do dia seguinte”, ou
ainda como “anticoncepção pós-coital”, utiliza compostos hormonais concentrados e atua por
curto período de tempo nos dias seguintes da relação sexual. Diferente de outros métodos
anticonceptivos que atuam na prevenção da gravidez antes ou durante a relação sexual, a AE
tem indicação reservada a situações especiais ou de exceção, com o objetivo de prevenir
gravidez inoportuna ou indesejada

Por que a anticoncepção de emergência é importante?

Apesar de existirem diferentes métodos anticonceptivos, a incidência da gravidez indesejada


ainda é muito elevada em todo o mundo, particularmente em países em desenvolvimento. De
fato, na América Latina e no Caribe, estudos revelam que as mulheres têm mais filhos do que
desejariam ter42. E porque isso acontece? Primeiro, porque milhões de pessoas têm
necessidades não satisfeitas de planejamento familiar, por falta de acesso a métodos
anticonceptivos apropriados ou por informação e apoio insuficientes para utilizá-los. No Brasil,
esse ainda é um problema para muitas pessoas. Segundo, porque todos os métodos
anticonceptivos falham, sem exceção. A Organização Mundial da Saúde estima que, mesmo
que todas as mulheres sexualmente ativas utilizassem métodos anticonceptivos de forma
correta e regular, ainda ocorreriam cerca de seis milhões de gestações inesperadas por falha
desses métodos25. Em terceiro, as mulheres nem sempre têm relações sexuais voluntárias ou
desejadas. A elevada prevalência da violência sexual, a coerção sexual nas relações conjugais
e a gravidez forçada são circunstâncias que impedem a livre decisão das mulheres. Estima-se
que ocorram, apenas nos EUA, 32 mil gestações por ano decorrentes da violência sexual21,
25, 60. Seja qual for o motivo, milhões de gestações acontecem de forma indesejada e não
planejada. Cerca de 25% dessas gestações terminará em abortamento induzido, muitas vezes
inseguro, levando quase 67 mil mulheres anualmente à morte25, 81. Outra parte dessas
gestações será levada até o termo, com possibilidade de não aceitação da criança, levando a
importantes repercussões individuais, familiares e sociais60. A AE apresenta grande potencial
para prevenir parte expressiva dessas gestações, evitando imenso sofrimento humano e
reduzindo a necessidade de recorrer ao abortamento inseguro.

8. Como é realizado o rastreamento do câncer de mama?

A mamografia de rastreamento – exame de rotina em mulheres sem sinais e sintomas de


câncer de mama – é recomendada na faixa etária de 50 a 69 anos, a cada dois anos. Fora dessa
faixa etária e dessa periodicidade, os riscos aumentam e existe maior incerteza sobre
benefícios.

• A mamografia permite identificar melhor as lesões mamárias em mulheres após a


menopausa. Antes desse período, as mamas são mais densas e a sensibilidade da mamografia
é reduzida, gerando maior número de resultados falso-negativos (resultado negativo para
câncer em pacientes com câncer) e também de falsos-positivos (resultado positivo para câncer
em pacientes sem câncer), o que gera exposição desnecessária à radiação e a necessidade de
realização de mais exames.

• O Ministério da Saúde recomenda contra o rastreamento com mamografia em mulheres


com menos de 50 anos (recomendação contrária forte: os possíveis danos claramente
superam os possíveis benefícios). Por isso, também as principais diretrizes e programas de
rastreamento do mundo não recomendam o rastreamento de mulheres abaixo desta idade.
• O rastreamento com mamografia, mesmo na faixa etária recomendada, implica em riscos
que precisam ser conhecidos pelas mulheres. Além dos resultados falso-positivos e falso-
negativos, o rastreamento pode identificar cânceres de comportamento indolente, que não
ameaçariam a vida da mulher e que acabam sendo tratados (sobre diagnóstico e sobre
tratamento), expondo-a a riscos e danos associados. As mulheres devem ser orientadas sobre
riscos e benefícios do rastreamento mamo gráfico para que possam, em conjunto com o
médico, decidir sobre a realização dos exames de rotina e exercer sua autonomia.

• A avaliação das Diretrizes para a Detecção Precoce do Câncer de Mama no Brasil é de que,
na faixa etária de 50 a 69 anos e com periodicidade bienal, os possíveis benefícios do
rastreamento superam seus riscos.

• Atualmente não se recomenda o autoexame das mamas como técnica a ser ensinada às
mulheres para rastreamento do câncer de mama. Grandes estudos sobre o tema
demonstraram baixa efetividade e possíveis danos associados a essa prática. Entretanto, a
postura atenta das mulheres no conhecimento do seu corpo e no reconhecimento de
alterações suspeitas para procura de um serviço de saúde o mais cedo possível – estratégia
de conscientização – permanece sendo importante para o diagnóstico precoce do câncer de
mama. A mulher deve ser estimulada a conhecer o que é normal em suas mamas e a perceber
alterações suspeitas de câncer, por meio da observação e palpação ocasionais de suas mamas,
em situações do cotidiano, sem periodicidade e técnica padronizadas como acontecia com o
método de autoexame.

• A superação das barreiras para redução da mortalidade por câncer de mama no Brasil
envolve não apenas o acesso à mamografia de rastreamento, mas controle de fatores de risco
conhecidos e, sobretudo, a estruturação da rede assistencial para rápida e oportuna
investigação diagnóstica e acesso ao tratamento de qualidade.
• Esforços nesse sentido estão sendo feitos e dependem do fortalecimento do Sistema Único
de Saúde para garantia de acesso à saúde pública de qualidade ao conjunto da população
brasileira.

9. Quais os achados no exame físico da mama?

Os mais importantes são: aparecimento de nódulo; dor; secreção papilar:

• Nódulo palpável. • Endurecimento da mama. • Secreção mamilar. • Eritema mamário. •


Edema mamário em "casca de laranja". • Retração ou abaulamento. • Inversão, descamação
ou ulceração do mamilo. • Linfonodos axilares palpáveis.

Inspeção estática: verificar a mama como um todo, seu número, localização, forma, volume
(graduar de forma geralmente subjetiva), simetria, grau de ptose, pele da paciente (cor, brilho,
cicatrizes, retração, vascularização, edema cutâneo, lesões elementares). Quanto ao
complexo aréolo-papilar, verificar número, forma, forma da papila, coloração, alterações
dermatológicas (infecções, descamação, ulceração, nodulação, retração, crostas, fissuras).
Pode observar também se há alguma alteração importante no tórax que repercute nessa área
(cifose, escoliose, defeitos das articulações).

Inspeção dinâmica: três manobras distintas verificam a mobilidade da glândula mamária


sobre a região torácica, você pode realizá-las em sequência. Verificar se há edema ou limitação
de movimento.

10. Quais as ISTs que mais acometem as mulheres?

As doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) são aquelas que podem ser adquiridas durante
o contato sexual e influenciam de forma significativa na saúde da mulher.

Elas podem ser classificadas de três maneiras diferentes:


• Obrigatoriamente de transmissão sexual;
• Frequentemente transmitida por contato sexual;
• Eventualmente transmitida por contato sexual.

O não uso da camisinha é a principal causa do contágio – lembrando que a camisinha é o único
método contraceptivo que pode prevenir DSTs!

As doenças mais conhecidas são:

Gonorreia
Infecção causada por bactéria. Na mulher, tem aspecto clínico variado, desde formas quase
sem sintomas até vários tipos de corrimento amarelados e com odor forte na vagina (vaginite)
e uretra.
O tratamento da gonorreia envolve o uso de antibióticos como a Azitromicina em
comprimidos ou Ceftriaxona em injeção para eliminar a bactéria que causa a doença do
organismo, sendo importante que o tratamento seja feito de acordo com a recomendação do
médico para evitar resistência bacteriana

Sífilis
É uma infecção causada por bactéria. No homem e na mulher, 20 a 30 dias após o contato
sexual, surge uma pequena ferida (úlcera) em um dos órgãos genitais (pênis, vagina, colo do
útero, reto).
O tratamento da sífilis é feito com antibiótico, que pode ser encontrado nas Unidades Básicas
de Saúde. Em caso de gestante, devido ao risco de transmissão ao feto, o tratamento deve ser
iniciado apenas com um teste positivo, sem precisar aguardar o resultado do segundo teste.

Cancro mole ou bubão


É causado pela bactéria Haemophilus ducrey. Nesse caso, surgem várias feridas nos genitais
(que são doloridas) e na virilha. A secreção dessas feridas pode contaminar diretamente, sem
ter relações sexuais, outras pessoas e outras partes do corpo.
Tratamento de cancro mole

• Ceftriaxona em uma única injeção no músculo.


• Azitromicina tomada por via oral em uma única dose.
• Ciprofloxacino tomado por via oral durante três dias.
• Eritromicina tomada por via oral durante sete dias.

Tricomoníase
É causada pelo protozoário Trycomona vaginalis. Na mulher causa corrimento amarelo, fétido,
com cheiro típico, que pode causar irritação urinária. Não há sintomas em homens.
Tratamento da tricomoníase
Metronidazol ou tinidazol, 2 g, por via oral, em dose única, cura até 95% das mulheres com
tricomoníase se os parceiros sexuais forem tratados simultaneamente.

Herpes genital
É causado por vírus. Em ambos os sexos surgem pequenas bolhas que se rompem e causam
ardência ou queimação, e cicatrizam sozinhas. O contágio sexual só ocorre quando as bolhas
estão no pênis, vagina ou boca.
O tratamento para o herpes genital normalmente é feito com antivirais na forma de
comprimidos, como aciclovir, fanciclovir e valaciclovir, por 7 a 10 dias e, algumas vezes,
medicamentos na forma de pomadas, de acordo com a orientação do médico.

Condiloma acuminado ou crista de galo


É causado pelo HPV, uma virose que está relacionada ao câncer de colo do útero e ao câncer
do pênis. Inicialmente, é caracterizado por uma pequena verruga nos órgãos genitais tanto do
homem como da mulher. O tratamento deve ser realizado em conjunto pelo casal.
Os tratamentos disponíveis para são: ácido tricloroacético (ATA), crioterapia,
eletrocoagulação, podofilina, imiquimod, interferon, vaporização a laser e retirada cirúrgica.
A escolha do tratamento deve ser indicada pelo médico ao paciente. Ela costuma depender
principalmente do tamanho, número e local das verrugas.

Candidíase
É a infecção causada por micose ou fungo chamada de Candida albicans, que produz
corrimento semelhante a leite coalhado, que causa muita coceira e afeta 20 a 30% das
mulheres jovens e adultas. No homem dá coceira no pênis, vermelhidão na glande e no
prepúcio. Deve-se tratar o casal. Pode não ser uma doença adquirida por transmissão sexual.
TRATAMENTO DA CANDIDIASE Clotrimazol a 1%, aplicação ànoite após asseio por 6 a 12 dias.
Obs.: Tratar grávidas em qualquer fase da gravidez. Associar medicação oral no tratamento
das recidivas. Tratar parceiros nas recidivas.
Clamídia
É considerada atualmente a doença sexualmente transmissível de maior incidência no mundo,
podendo atingir homens e mulheres em qualquer fase de suas vidas, desde que nasçam de
mães contaminadas ou durante o contato sexual. Nas mulheres, a porta de entrada é o colo
uterino. O sintoma, quando ocorre, é um discreto corrimento.
O tratamento da clamídia é feito com o uso de antibióticos, como por exemplo azitromicina
ou doxiciclina, receitados pelo médico conforme cada caso. Com o tratamento adequado é
possível erradicar completamente a bactéria.

11. Como é realizado os testes para ISTs?

O SUS oferece gratuitamente testes para diagnóstico do HIV, e também para diagnóstico da
sífilis e das hepatites B e C. Existem, no Brasil, dois tipos de testes: os exames laboratoriais e
os testes rápidos.
Os testes rápidos são práticos e de fácil execução; podem ser realizados com a coleta de uma
gota de sangue na ponta do dedo ou ainda pode ser amostra de fluido oral, e fornecem o
resultado em, no máximo, 30 minutos. Para os exames laboratoriais o serviço realiza a coleta
de sangue venoso (da veia) e encaminha para o laboratório processar.

Janela diagnóstica
Todos os testes possuem um período denominado “janela diagnóstica”, que corresponde ao
tempo entre o contato com o vírus e a detecção do marcador da infecção (antígeno ou
anticorpo). Isso quer dizer que, mesmo se a pessoa estiver infectada, o resultado do teste
pode dar negativo se ela estiver no período de janela. Dessa forma, nos casos de resultados
negativos, sempre que persistir a suspeita de infecção, o teste deve ser repetido após, pelo
menos, 30 dias.

Quando fazer o teste de HIV?


O teste de HIV deve ser feito com regularidade e, principalmente, se você tiver passado por
uma situação de risco, como ter feito sexo sem camisinha. Esse procedimento é parte do
protocolo da profilaxia pós-exposição de risco ao HIV que deve ser buscada no caso de
exposição de risco em até 72 horas (saiba mais na fatia da mandala PEP).

É muito importante que você saiba se foi infectado pelo HIV. Só assim poderá buscar
tratamento o quanto antes para não correr o risco de desenvolver a doença (aids).
Você também pode realizar o autoteste para o HIV - um processo no qual uma pessoa coleta
sua própria amostra (fluido oral ou sangue) e, em seguida, realiza o teste e interpreta o
resultado, sozinho ou com alguém em quem confia. Saiba mais sobre o autoteste para o HIV
aqui.

Quando fazer o teste de sífilis?


O teste de sífilis deve ser feito com regularidade e, principalmente, se você tiver passado por
uma situação de risco, como ter feito sexo sem camisinha. Nos casos em que o teste rápido
for positivo, uma amostra de sangue deverá ser coletada e encaminhada para realização de
um teste laboratorial para conclusão do diagnóstico.
A sífilis tem cura! O tratamento deve ser realizado imediatamente com aplicação de penicilina.
Informe-se com um profissional de saúde.

Quando fazer o teste de hepatite B e C?


Para saber se há a necessidade de realizar exames que detectem as hepatites B e C, observe
se você já se expôs a algumas destas situações: praticou sexo desprotegido ou compartilhou
seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha e outros objetos que furam ou cortam.
Importante destacar a importância da realização do teste da hepatite C para as pessoas que
receberam transfusão de sangue, realizaram cirurgias ou transplantes de órgãos antes de
1993. Todas as pessoas nessa situação devem realizar o teste.
O diagnóstico das hepatites B e C é feito por meio de testes rápidos e de exames de sangue
complementares, disponíveis na rede de serviços de saúde do SUS. Na investigação das
hepatites B e C, é preciso um intervalo de pelo menos 60 dias após o possível contato inicial
com os vírus para que os antígenos virais (no caso da hepatite B) ou anticorpos (no caso da
hepatite C) sejam detectados no exame de sangue. Após diagnóstico concluído, o profissional
de saúde indicará o tratamento adequado.

Onde fazer os testes de HIV, sífilis e hepatite B e C?


O SUS disponibiliza gratuitamente o teste de HIV, sífilis e das hepatites B e C. Procure uma
unidade básica de saúde da rede pública ou os Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA).

12. Qual a prevenção e tratamento das ISTs?


Como é a prevenção das IST?

O uso da camisinha (masculina ou feminina) em todas as relações sexuais (orais, anais e


vaginais) é o método mais eficaz para evitar a transmissão das Infecções Sexualmente
Transmissíveis (IST), do HIV/aids e das hepatites virais B e C. Serve também para evitar a
gravidez.

Importante ressaltar que existem vários métodos anticoncepcionais; no entanto, o único


método para evitar a gravidez que também tem eficácia para prevenção de IST é a camisinha
(masculina ou feminina). Orienta-se, sempre que possível, realizar a dupla proteção: uso da
camisinha e outro método anticonceptivo de escolha.

A camisinha masculina ou feminina pode ser retirada gratuitamente nas unidades de saúde.

Quem tem relação sexual desprotegida pode contrair uma IST. Não importa idade, estado civil,
classe social, identidade de gênero, orientação sexual, credo ou religião. A pessoa pode estar
aparentemente saudável, mas pode estar infectada por uma IST.

O que é sexo seguro?

Geralmente, o termo “sexo seguro” é associado ao uso exclusivo de preservativos. Por mais
que o uso de preservativos seja uma estratégia fundamental a ser sempre estimulada, ele
possui limitações. Assim, outras medidas de prevenção são importantes e complementares
para uma prática sexual segura, como as apresentadas a seguir:

• Usar preservativo;
• Imunizar para hepatite A (HAV), hepatite B (HBV) e HPV;
• Discutir com a(s) parceria(s) sobre testagem para HIV e outras IST;
• Testar regularmente para HIV e outras IST;
• Tratar todas as pessoas vivendo com HIV – PVHIV (Tratamento como Prevenção e I=I1);
• Realizar exame preventivo de câncer de colo do útero (colpocitologia oncótica);
• Realizar Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), quando indicado;
• Conhecer e ter acesso à anticoncepção e concepção;
• Realizar Profilaxia Pós-Exposição (PEP), quando indicado.
• Nesse sentido, é essencial ampliar as possibilidades de prevenção e tornar o cenário
mais completo e efetivo.

1 Indetectável = Intransmissível, ou seja, as PVHIV com carga viral indetectável e sustentada


não transmite o HIV por meio de relações sexuais.

Por que alertar as parcerias sexuais

O controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) não ocorre somente com o
tratamento de quem busca ajuda nos serviços de saúde. Para interromper a transmissão
dessas infecções e evitar a reinfecção, é fundamental que as parcerias também sejam testadas
e tratadas, com orientação de um profissional de saúde.

As parcerias sexuais devem ser alertadas sempre que uma IST for diagnosticada. É importante
informá-las sobre as formas de contágio, o risco de infecção, a necessidade de atendimento
em uma unidade de saúde e as medidas de prevenção e tratamento (ex.: relação sexual com
uso de camisinha masculina ou feminina até que a parceria seja tratada e orientada).

Prevenção e Profilaxia das IST

Conheça as formas de prevenção ao HIV, às Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e às


hepatites virais

A Prevenção Combinada associa diferentes métodos de prevenção ao HIV, às IST e às hepatites


virais (ao mesmo tempo ou em sequência), conforme as características e o momento de vida
de cada pessoa. Entre os métodos que podem ser combinados, estão:

• A testagem regular para o HIV, que pode ser realizada gratuitamente no Sistema Único
de Saúde (SUS);
• A prevenção da transmissão vertical (quando o vírus é transmitido para o bebê durante
a gravidez, parto ou durante a amamentação);
• O tratamento das infecções sexualmente transmissíveis e das hepatites virais;
• A imunização para HPV e as hepatites A e B;
• Programas de redução de danos para usuários de álcool e outras substâncias;
• Profilaxia pré-exposição (PrEP);
• Profilaxia pós-exposição (PEP);

• Tratamento de pessoas que vivem com HIV (PVHIV). É bom lembrar que uma pessoa
com boa adesão ao tratamento atinge níveis de carga viral tão baixos que é
praticamente nula a chance de transmitir o vírus para outras pessoas. Além disso,
quem toma o medicamento corretamente não adoece e garante a sua qualidade de
vida. Todos esses métodos podem ser utilizados pela pessoa isoladamente ou
combinados.

Tratamento

Na presença de qualquer sinal ou sintoma dessas IST, recomenda-se procurar um serviço de


saúde para o diagnóstico correto e indicação do tratamento com antibiótico adequado. As
parcerias sexuais devem ser tratadas, ainda que não apresentem sinais e sintomas.

13. Como é realizado o exame físico e anamnese no


contexto de ISTs?

O exame físico e a anamnese do paciente e de seus contatos sexuais devem constituir-se nos
principais elementos dos diagnósticos das IST, tendo em vista a dificuldade de acesso imediato
aos exames laboratoriais. O médico, e mesmo os demais profissionais de saúde, deverão
conhecer os principais aspectos anatômicos e funcionais, tanto do organismo masculino como
do feminino, para poder, junto com os dados da anamnese, fazer um diagnóstico de
presunção das principais síndromes (abordagem sindrômica) ou doenças transmitidas pelo
sexo, lembrando que, na mulher, diversas IST podem apresentar-se de maneira assintomática
durante período variável de tempo.
É importante frisar que obter informações fidedignas para a realização de uma anamnese
consistente e precisa implica na construção de uma relação de confiança entre o profissional
de saúde e o indivíduo em atendimento. Para tal, o profissional deve ter em mente que, no
contexto assistencial das IST, questões sobre sexualidade, fidelidade, prazer, desprazer,
violência, conceito de risco, de doença, de saúde e outros, são apresentados das mais variadas
formas, de acordo com a história de cada um dos interlocutores (paciente e profissional), seu
meio socioeconômico e sua personalidade.

Exame físico

Observar pele, particularmente a palma das mãos, plantas dos pés; mucosas orofaríngea e dos
genitais e palpar os gânglios de todos os segmentos corporais (cabeça, tronco e membros).
Quaisquer lesões (ulceradas ou não, em baixo ou alto relevo, hiperêmica, hipercrômica,
circular, irregular, circinada etc.), no abdômen, dorso, couro cabeludo, e principalmente, na
região perineal, deverão ser anotadas e correlacionadas com a história em questão.

Doenças como sífilis podem ter, além da região genital, outros locais de infecção. A gonorreia
pode apresentar formas diferentes da enfermidade abrangendo regiões não-genitais (ex.:
faringite, osteoartrite, conjuntivite, peri-hepatite etc.). O eritema multiforme e a cefaleia,
podem acompanhar o linfogranuloma venéreo.

Assim como essas observações, muitas outras poderiam ser feitas, já que as DST não devem
ser procuradas por sinais isolados, mas sim por um conjunto de informações e de dados
clínicos que possam sugerir o diagnóstico.

Exame genital feminino

Pelas próprias características femininas, o ginecologista ou clínico, necessitará contar com a


total cooperação da paciente. Para tanto, deverá captar sua confiança, descrevendo todos os
procedimentos a serem realizados, ressaltando o fato de que todo o material a ser utilizado é
esterilizado. O exame deve ser realizado com a paciente em posição ginecológica.
No exame estático, deve-se observar a disposição dos pelos, conformações anatômicas
(monte de Vênus, grandes e pequenos lábios, clitóris, hímen, períneo, borda anal), distrofias,
discromias, tumorações, ulcerações etc.

Para o exame dinâmico, utilizar luvas de procedimento, descartáveis; deve-se colocar os dedos
indicador e médio na região que corresponde às glândulas de Bartholin (aproximadamente às
5 e 7 horas) e tracioná-las para baixo e para fora. Com isso pode-se entreabrir a vulva, que
ficará completamente exposta, solicitando-se à paciente para aumentar a pressão intra-
abdominal.

O exame especular deverá ser feito, após breve explicação sobre o instrumento à paciente. As
coletas dos materiais deverão ser feitas antes de qualquer lubrificação ou limpeza, devendo
ser evitada, portanto, a colocação de vaselina no espéculo. Coloca-se o espéculo esterilizado
sempre com uma inclinação de 75o , pressionando a parede posterior da vagina, usando o
dedo indicador e médio para expor o introito vaginal (evitando o traumatismo de uretra e
bexiga); observar coloração e pregueamento vaginal, além do aspecto do colo uterino,
principalmente do muco cervical; notar a presença ou não de secreções, tumorações,
ulcerações e roturas; efetuar corretamente a coleta de material para análise laboratorial
quando em presença de secreção, de lesões vegetantes ou ulceradas. Em seguida, efetuar a
limpeza do orifício externo do colo com ácido acético 5% e fazer o teste de Schiller (lugol) para
evidenciar lesões do colo e ectopias. Não havendo corrimento vaginal e/ou cervical, ou após
o tratamento das secreções ou lesões, coletar material para colpocitologia oncótica, quando
houver indicação.

A retirada do espéculo deverá ser tão cuidadosa quanto a sua colocação, evitando-se prender
o colo entre as lâminas do espéculo ou retirando-se o mesmo totalmente aberto, o que
causará dor e traumatismo uretral. Durante a retirada, lenta e cuidadosa, observar as paredes
vaginais. Quando disponível o aparelho, realizar o exame colposcópico observando toda a
genitália, incluindo ectocérvice, vagina, vulva e ânus.

O toque vaginal também deverá ser previamente explicado à paciente e realizado com luva
estéril (sem necessidade de ter o padrão cirúrgico). Deve-se usar inicialmente o dedo
indicador para deprimir o períneo posterior, o que contribuirá para o relaxamento da
musculatura. Introduz-se então os dedos médios e indicador (previamente lubrificados),
procurando sentir a elasticidade vaginal, presença de tumorações e/ou abaulamentos,
consistência e tamanho do colo e aberturas do canal cervical. Movendo-se o colo para um
lado e outro, traciona-se os ligamentos cardinais e largo podendo evidenciar-se processos
inflamatórios.

Somente após todas estas manobras é que se deve tocar com a outra mão a parede abdominal
da paciente, sempre respeitando os movimentos respiratórios e aproveitando a expiração
para a palpação profunda.

A mão vaginal empurra o colo e o útero para cima para que o fundo do mesmo possa ser
palpado entre a mão abdominal e a vaginal. Durante a palpação, notar seu tamanho,
consistência, mobilidade, a regularidade de sua forma, o ângulo em relação ao colo e à vagina
e a possível sensibilidade da paciente. As regiões anexas são palpadas inserindo os dedos
vaginais lateralmente ao colo, até o fundo do fórnix, e tracionando as estruturas na pelve com
a mão abdominal. As estruturas anexas (ligamento largo, trompa e ovário) são palpadas entre
as duas mãos. Estas estruturas podem não ser palpáveis, principalmente em mulheres após a
menopausa ou obesas. Geralmente, as trompas não são palpáveis, a menos que estejam
aumentadas. Deve-se procurar por massas e alterações da sensibilidade. O tamanho, a forma,
a consistência e a sensibilidade de qualquer massa também devem ser determinados.

O toque retal, quando necessário, deverá ser explicado para a paciente, e realizado com uso
de lubrificante. Facilita o exame pedir à paciente para fazer força durante a inserção do dedo
examinador. Palpa-se o canal anal à procura de massas. Utilizando a mesma técnica
abdominovaginal, as estruturas pélvicas são novamente palpadas. Deve-se prestar atenção
especial ao septo retrovaginal, aos ligamentos uterossacrais, ao fundo de saco e ao fundo
uterino posterior. É durante este exame que melhor se encontram massas do fundo de saco
de Douglas.

14. Quais os principais agravos ginecológicos na saúde da


mulher?
No que concerne às queixas de agravos ginecológicos, todavia ressalta que é importante
analisar causas, sinais e sintomas relativos a: alterações no ciclo menstrual, sangramento
anormal, sangramento uterino disfuncional, ovulação e anovulação, dismenorreia, síndrome
pré-mestrual secreção vaginal e prurido vulvar.

Alterações menstruais

são comuns, mas podem estar relacionadas a doenças. Desde a puberdade até a menopausa,
a menstruação faz parte da agenda fisiológica da mulher. Porém, no decorrer da vida, podem
ocorrer alguns distúrbios menstruais; o mais frequente é o sangramento uterino anormal.

O Sangramento Uterino Anormal (SUA),

agudo ou crônico, é definido como o sangramento proveniente do corpo uterino, com


anormalidade, seja na sua regularidade, no volume, na frequência ou duração, em mulheres
que não estão grávidas.

SANGRAMENTO UTERINO DISFUNCIONAL

refere-se a um sangramento uterino anormal, cuja origem se deve, exclusivamente, a um


estímulo hormonal inadequado sobre o endométrio.

Ovulação e anovulação

Quando não ocorre a fecundação do óvulo, a mulher menstrua. Esse é, de forma resumida, o
processo de ovulação feminina. A anovulação é a ausência da ovulação. Ela ocorre quando o
óvulo não é liberado pelo ovário, indicando algum tipo de distúrbio, principalmente hormonal.

Dismenorreia

é a dor pélvica que surge no primeiro dia do período menstrual. E que desaparece, quando
cessa o fluxo. Mas tende a se prolongar em muitas patologias que podem estar associadas
com a dismenorreia tem um caráter cíclico.

A síndrome pré-menstrual (SPM)

também conhecida como tensão pré-menstrual (TPM), é representada por um conjunto de


sintomas físicos, emocionais e comportamentais, que apresentam caráter cíclico e recorrente,
iniciando-se na semana anterior à menstruação e que aliviam com o início do fluxo
menstrual1(C).

Cervicite

também denominada endocervicite, é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) que


causa inflamação e irritação do colo do útero.

Os principais agentes etiológicos são a Chlamydia trachomatis e a Neisseria gonorrhoeae.


Entretanto, Trichomonas vaginalis, Mycoplasma genitalium, Ureaplasma urealiticum e o vírus
do herpes simples também podem causar cervicites.

Os fatores associados à prevalência são: mulheres sexualmente ativas com idade inferior a 25
anos, novas ou múltiplas parcerias sexuais, parcerias com IST, história prévia ou presença de
outra IST e uso irregular de preservativo.

15. Qual o quais exames para detecção desses agravos e


qual a conduta de enfermagem?

1. Exame físico ginecológico

O exame físico ginecológico é o primeiro exame realizado no consultório logo depois que o
médico faz a anamnese. Esse exame ginecológico consiste em uma avaliação do corpo da
mulher por completo, como:

• Apalpação das mamas;


• Análise das axilas;
• Abdômen;
• Avaliação da parte ginecológica;
• Tireoide.
Além disso, também inclui no exame ginecológico o exame de toque vaginal, que consiste
na análise da região da vagina, do corpo e do colo do útero. O médico utiliza os dedos para
ver e sentir essas regiões.

Durante o exame físico ginecológico também é comum realizar o exame especular para
visualização do colo do útero. Na maioria das vezes nesse momento é coletado o material para
realizar o Papanicolau. É importante salientar que esses dois exames não são indicados para
meninas virgens.

2. Papanicolau

O Papanicolau é um dos exames ginecológicos de rotina mais importantes que uma mulher
deve fazer. Ele é responsável por prevenir o câncer de colo de útero e vaginal e, por isso, é
também conhecido como exame preventivo.

É um exame simples e indolor, embora possa causar um leve desconforto. É colocado um


espéculo vaginal para que o útero seja observado pelo médico. Depois, é feita uma raspagem
das células do colo do útero com uma espátula e também é utilizada uma escovinha pequena
para absorver células do canal vaginal.

O Ministério da Saúde recomenda que esse exame seja feito em mulheres de 25 a 64 anos
(por ser a faixa etária mais acometida pelo HPV e suas manifestações) porém o ideal é que o
exame seja feito a partir da primeira atividade sexual da mulher, homens transgênero e
pessoas não binárias designadas mulheres ao nascer.

Geralmente ele é feito uma vez ao ano, contudo, a periodicidade pode depender em cada
caso.

3. Mamografia

O câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais frequente no mundo. De acordo com a
Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) a cada ano, o número de novos casos cresce cerca
de 23%. Embora a mamografia não seja um exame ginecológico, ele é sempre solicitado em
uma consulta de rotina pelo ginecologista. A mamografia serve para detectar o câncer de
mama de maneira precoce.

A SBM recomenda que as mulheres a partir dos 40 anos comecem a fazer a mamografia, já o
Ministério da Saúde recomenda a partir dos 50 anos.

Contudo, vale destacar que caso haja algum caso de câncer de mama na família, a mulher
deve começar a fazer a mamografia 10 anos antes do caso detectado na família. Por exemplo,
se a mãe ou irmã detectou o câncer de mama quando tinha 30 anos, a mulher deve começar
a fazer a mamografia aos 20 anos.

4. Ultrassonografia de mamas

Além da mamografia, a ultrassonografia de mamas é outro exame importante para mulheres.


Ele não substitui a mamografia, mas serve para complementar o resultado desse exame.

Com ele é possível ter um diagnóstico mais preciso se existe alguma formação de nódulo, por
exemplo, ou se existe algum cisto mamário, além de detectar lesões em mamas que são mais
densas, principalmente.

A ultrassonografia é um exame totalmente indolor. Ele é feito com a mulher deitada em uma
maca, passe-se o gel nas mamas e o aparelho de ultrassom é deslizado por elas.

5. Ultrassonografia Transvaginal

Para realizar a ultrassonografia transvaginal, é introduzido um transdutor que passa pela


vagina até chegar no colo do útero. É um exame vaginal que previne doenças ao detectar
lesões e outras formações no útero.

Além disso, com esse exame também é possível avaliar de forma detalhada o endométrio, os
ovários e o útero por completo e detectar qualquer pólipo, mioma, cistos, tumores de
endométrio e de ovários, entre outros.

Esse exame é indicado a partir do momento que a mulher possui alguma queixa pélvica, como
dor, sangramento ou algum outro desconforto, ou para investigação de alguma alteração em
outro exame. Além disso, ele também é utilizado no início de gravidez, pois com ele é possível
ver o bebê pequenino com mais clareza dentro do útero.

6. Ultrassonografia Supra púbica

A Supra púbica tem basicamente a mesma função que a transvaginal, porém é mais indicada
a mulheres virgens, já que nesse caso, o transdutor é colocado em cima da região ventral e
não pelo interior da vagina.

Outra diferença é que na pélvica os detalhes não são tão claros, como na transvaginal, na qual
é possível ter uma visualização mais pormenorizada.

A ultrassonografia pélvica é um exame realizado com a bexiga cheia para ter uma melhor
visualização da parte interna do útero e dos ovários.

7. Colposcopia e vulvoscopia

A colposcopia é um exame complementar ao Papanicolau. Ela pode ser feita no mesmo


momento em que é feito o Papanicolau, mas também pode ser solicitada posteriormente sem
nenhum problema. Ela serve para direcionar uma biópsia, ou seja, se no Papanicolau foi
identificada uma lesão, o médico pode pedir a colposcopia para estudá-la melhor.
A colposcopia também é um exame vaginal, e é realizada por meio da introdução de líquidos
no colo do útero que, ao mudarem de cor, a lesão é identificada. Nesse momento o médico
coleta um pouco de material para realizar a biópsia. Por conta disso, nem todas as mulheres
precisam fazer colposcopia, já que ela só é realizada em caso de lesão no colo do útero.

Da mesma maneira, também existe a vulvoscopia que é um exame bem parecido com a
colposcopia. Porém, ao invés de visualizar o colo do útero, é a parede vaginal que é analisada,
o órgão genital externo. Por meio da vulvoscopia é possível identificar a presença de HPV,
verrugas ou a causa de alguma coceira vaginal.

Compete ao enfermeiro intervir de maneira facilitadora no acesso destas mulheres no


conhecimento, não relativo apenas na prevenção da patologia, porém, na identificação,
coletar de dados, história pregressa e saúde da mulher, história de vida e da saúde, além de
promover o rastreamento do câncer de colo uterino e de mama com ações programáticas
recomendadas pelo Ministério da Saúde. Conclusão: Portanto, enfermeiro constitui uma
importante estratégia são para a detecção e rastreamento, uma vez que, é a linha de frente
do cuidado, oferecendo a primeira assistência e acolhimento desta mulher na atenção básica,
Desta forma o enfermeiro dará orientações quanto à prevenção e promoção, e desenvolver
as condições para atuar de forma direta e indireta. Implicações para a enfermagem obstétrica:
A atuação do profissional repercute positivamente com a sua atuação na consulta
ginecológica, onde constitui um espaço de legitimidade, para exercer a sua competência
profissional, e promover um cuidado especializado coma mulher.

16. Como trabalhar o planejamento reprodutivo com as


mulheres?

O planejamento reprodutivo nos remete aos direitos reprodutivos. Todas as pessoas devem
ter direito a fazer sua escolha reprodutiva e de ter acesso a informações qualificadas e
seguras, além de ter acesso aos meios e métodos para ter seus objetivos atingidos.

Como política pública de saúde, o planejamento reprodutivo requer uma organização dos
serviços e dos processos de saúde no desenvolvimento de ações, com atividades educativas e
atividades clinicas que possam dar conta de questões relacionadas à pre-concepção, à
investigação inicial e abordagem da infertilidade, acesso à tecnologias de reprodução assistida
quando necessário, bem como à contracepção e esterilização cirúrgica voluntária, desde que
respeitados os critérios da lei do planejamento familiar.

Quando falamos em métodos contraceptivos devemos sempre reforçar a importância da


dupla proteção, com a utilização do preservativo, masculino ou feminino, junto com o método
escolhido pela usuária A escolha do método contraceptivo deve ser sempre da usuária; a
menos que existam contraindicações formais, essa escolha deve ser respeitada.
O método ideal não existe (aquele 100% eficaz, seguro, fácil de ser usado, barato e isento de
efeitos colaterais). Não existindo o método perfeito, o melhor é escolher um método que
deixe a usuária mais confortável e que melhor se adapte ao seu estilo de vida e condições de
saúde.

17. Quais os principais métodos contraceptivos?

Quanto aos métodos disponíveis

O preservativo masculino é o único método não definitivo que pode ser utilizado pelo homem.
Esse método oferece uma proteção muito consistente contra as doenças sexualmente
transmissíveis, é de fácil acesso, barato e fácil de ser usado.

O preservativo feminino oferece proteção contra doenças sexualmente transmissíveis maior


que o preservativo masculino, porque além de recobrir as paredes da vagina, ele recobre
também parte da vulva. Seu uso não é tão difundido, possivelmente por ser mais caro e por
questões culturais, mas é um bom método e pode ser associado a outros métodos
contraceptivos, para proteção contra DST.

Quanto aos métodos de longa duração reversíveis, os chamados LARC, há o implante


subdérmico de progestogênio, o DIU de progestogênio e o DIU de cobre. Na rede pública, há
somente disponibilidade do DIU de cobre. É importante que o profissional de saúde esteja
familiarizado com o método e esteja apto a desfazer os mitos que existem em torno do uso
do DIU. O DIU não é abortivo, não causa infecção e pode ser usado em nulíparas e
adolescentes com bastante segurança.

Outros métodos contraceptivos combinados de estrogênio e progestogênio são a pílula, o


anticoncepcional injetável mensal, o adesivo transdérmico e o anel vaginal. Esses métodos
tem uma eficácia bastante alta mas são os métodos com maior número de contraindicações.
Entre as contraindicações podemos citar tromboembolismo, portadoras de enxaqueca com
aura, de câncer de mama, de hipertensão descompensada e de fumantes com mais de 35
anos.
Os contraceptivos só com progestogênio, são o implante subdérmico, o DIU com
progestogênio e o anticoncepcional injetável trimestral. Apesar de serem métodos muito
eficazes, estes não devem ser utilizados em adolescentes, pois existem dúvidas acerca da
influência de tais contraceptivos na mineralização óssea do esqueleto em desenvolvimento.

As mini-pílulas de progestogênio podem ser utilizadas durante o período de amamentação,


no período em torno do climatério ou por mulheres que tenham contraindicação para o uso
da pílula combinada. A pílula do dia seguinte, utilizada como contracepção de emergência,
contém apenas progestogênio. Trata-se de uma pílula de levonorgestrel que pode ser
administrada em dose única de 1,5mg ou fracionada em duas doses de 75mcg com intervalo
de 12 horas. Este método evita gravidez em até 75% dos casos e não existe contraindicações
ao seu uso.

Com relação aos métodos definitivos ou não reversíveis, há a laqueadura tubária e


vasectomia, que estão regulamentadas por lei. É importante observar os 60 dias de manifesta
vontade antes da realização do procedimento, período no qual deve ser ofertado ao usuário
métodos não definitivos e atendimento multiprofissional, a fim de assegurar uma escolha
amadurecida do método. É importante deixar claro para o usuário que é um método
irreversível, muito eficaz, mas como qualquer método, existe uma pequena chance de falha,
pode ocorrer recanalização espontânea, com restabelecimento da fertilidade. A laqueadura
tubária deve ser realizada em centro cirúrgico, sob anestesia. Pode ser feita por três vias: via
vaginal, via laparoscópica ou por via abdominal (por mini laparotomia). Já a vasectomia, é
considerada um procedimento mais simples, menos invasivo e por isso pode ser realizado a
nível ambulatorial, sob anestesia local.

A grande maioria das gravidezes na adolescência são indesejadas, com todas as consequências
de uma gravidez precoce. O recomendado é oferecer um método reversível de longa duração
juntamente com preservativo masculino ou feminino. Devemos ter especial cuidado em
motivar estes adolescentes para o uso do preservativo junto com outro método que vai
melhorar a proteção contraceptiva.
Perguntas & Respostas

1. Sou técnica de enfermagem da Atenção Básica e gostaria de saber se a enfermeira pode


prescrever anticoncepcionais durante o planejamento familiar, sendo esta medicação oral ou
injetável.

R= Pode sim. Contanto que isso esteja dentro de um protocolo e que a enfermeira seja
treinada para fazê-lo.

2. Uma puérpera pode receber prescrição de contracepção na consulta de puerpério sete dias
após o parto? Qual o critério para usar a minipílula ou a pílula combinada?

R= Essa mulher pode receber a prescrição e a orientação para começar a utilizar a


contracepção no mínimo após 6 semanas após o parto, com 42 dias de pós parto. Se essa
puérpera está amamentando, ela deveria usar minipílula, não a pílula combinada.

3. A laqueadura tubária e a vasectomia são métodos complicados de acesso. Nem todos os


profissionais falam a mesma língua sobre os critérios. Quais os critérios para o método? Tem
diferença de critérios para laqueadura ou para a vasectomia?

R= Os critérios estão colocados na Lei 9.263/96, que é a vigente para o Planejamento Familiar
no Brasil. Os profissionais de saúde, para trabalharem com a esterilização cirúrgica, devem
conhecer e respeitar os critérios da lei. Ninguém pode criar critérios próprios por julgamento
de valor e instituir estes critérios para o seu serviço. A lei é bem clara. Mulheres e homens
precisam ter no mínimo 25 anos ou 2 filhos (não tendo 25 anos, precisam ter capacidade civil
plena e mais de 18 anos). Note -se: 25 anos ou 2 filhos, e não 25 anos e 2 filhos. O
conhecimento e respeito à lei é fundamental, ainda que profissionais não concordem com o
que foi formulado pelos legisladores.

4. A pílula combinada pode ser usada por adolescentes? Qual o critério de uso? É necessária
interrupção?
R= Sim, a pílula combinada pode ser utilizada por adolescentes saudáveis, contanto que esteja
dentro dos critérios de elegibilidade. Pode ser usado desde a menarca, isto é, quando a mulher
começa a menstruar. Não é necessário interromper de tempos em tempos ou seja fazer a
pausa da pílula . Essa interrupção pode trazer transtornos, inclusive a gravidez não desejada.
Quem não tem nenhuma contraindicação, pode usar pelo tempo que precisar do método.

5. Aqui no serviço, sempre falamos em Planejamento Familiar. Por que esse novo nome,
Planejamento Reprodutivo? Isso muda alguma coisa?

Essa sutil diferença na terminologia, não é à toa. Na verdade, o Ministério da Saúde tem
utilizado mais recentemente o termo Planejamento Reprodutivo, mas durante muitos anos,
desde o primeiro programa de Saúde Integral da Mulher, nos anos 80, o Ministério utiliza o
Planejamento Familiar como uma expressão para falar do acesso a ações, tanto para limitação
como para favorecer a reprodução.

R= Planejamento Reprodutivo é um conceito que se aproxima mais das necessidades das


pessoas. Quando alguém, independente da idade, se adolescente ou adulto, vive sozinho ou
tem uma união estável, não quer necessariamente constituir uma família. Não é planejar uma
família, mas controlar sua fertilidade. Por isso acreditamos que o Planejamento Reprodutivo
seja um termo que se adeque mais ao desejo e necessidade das pessoas. É simplesmente fazer
uso, tanto do conhecimento quanto dos recursos que existem para poder planejar sua vida
reprodutiva.

18. O que é climatério e menopausa?

Climatério é o período de transição em que a mulher passa da fase reprodutiva para a fase de
pós-menopausa. Dessa forma, a menopausa (última menstruação) é um fato que ocorre
durante o climatério.
No climatério há uma diminuição das funções ovarianas, fazendo com que os ciclos menstruais
se tornem irregulares, até cessarem por completo. Estatisticamente, a menopausa ocorre, em
média, aos 50 anos. O climatério tem início por volta dos 40 anos e se estende até os 65 anos.

Sintomas:

Algumas mulheres nesta fase podem sentir ondas de calor, acompanhadas de transpiração,
tonturas e palpitações; suores noturnos prejudicando o sono; depressão ou irritabilidade;
alterações nos órgãos sexuais, como coceira, secura da mucosa vaginal; distúrbios menstruais;
diminuição da libido; desconforto durante as relações sexuais; diminuição do tamanho das
mamas e perda da firmeza; diminuição da elasticidade da pele, principalmente da face e
pescoço; aumento da gordura circulante no sangue; aumento da porosidade dos ossos
tornando-os mais frágeis.

Como enfrentar essa fase?

– beba bastante água, principalmente após exercícios físicos;

– use roupas leves e procure ambiente fresco e ventilado;

– Pratique exercícios leves regularmente. Caminhada, natação e dança ajudam a fortalecer os


músculos;

– Evite fumo, álcool ou outras drogas;

– Faça refeições mais leves e mais frequentemente;

– Tome sol.

Estas medidas vão contribuir para a melhoria da qualidade de vida e prevenção de doenças
como câncer de mama, osteoporose, entre outras.

O climatério e a menopausa não são doenças! São ocorrências naturais do ciclo de vida das
mulheres e nem todas apresentarão sintomas no decorrer desse período.
A menopausa corresponde ao último ciclo menstrual, ou seja, a última menstruação. Ocorre,
em geral, entre os 45 e 55 anos. Quando ocorre por volta dos 40 anos, é chamada de
menopausa prematura ou precoce.

O termo menopausa é, muitas vezes, utilizado indevidamente para designar o climatério, que
é a fase de transição do período reprodutivo, ou fértil, para o não reprodutivo na vida da
mulher.

A principal característica da menopausa é a parada das menstruações. Ao falar dos sintomas


da menopausa, algumas pessoas podem encará-la como como um problema de saúde. Apesar
de poder apresentar dificuldades, o climatério é um período importante e inevitável na vida
da mulher, devendo ser encarado como um processo natural, e não como doença.

Para muitas mulheres, a chegada da menopausa provoca irregularidades menstruais,


menstruações mais escassas, hemorragias, menstruações mais ou menos frequentes. Outros
sinais e sintomas característicos como ondas de calor (fogachos), alterações do sono, da libido
e do humor, bem como atrofia (enfraquecimento ou definhamento) dos órgãos genitais,
aparecem em seguida.

Causas da menopausa:

Todos os óvulos que a mulher produzirá ao longo da vida têm sua origem em células
germinativas (ou folículos) dos ovários já presentes no momento em que nasce uma menina.
Essa reserva é usada desde a primeira menstruação (menarca) até a última (menopausa).
Mulher nenhuma é capaz de formar novos folículos para repor os que se foram. Quando
morrem os últimos deles, os ovários entram em falência e as concentrações dos hormônios
femininos, estrogênio e progesterona, caem irreversivelmente.

Entre outras causas possíveis da menopausa, estão as cirurgias ginecológicas que incluem a
retirada dos ovários.
Sintomas:

Para algumas mulheres a fase da menopausa e do climatério não apresenta sintomas, porém,
a maioria delas começa a ter sintomas já no início do climatério e, com a diminuição
progressiva dos hormônios femininos, os sintomas vão aumentando. Os mais comuns são:

– Ondas de calor ou fogachos: episódios súbitos de sensação de calor na face, pescoço e parte
superior do tronco, geralmente acompanhados de rubor facial, suores, palpitações no
coração, vertigens, cansaço muscular. Quando mais intensos, podem atrapalhar as tarefas do
dia a dia;

– Irregularidades na duração dos ciclos menstruais e na quantidade do fluxo sanguíneo;

– Manifestações como dificuldade para esvaziar a bexiga, dor e pressa para urinar, perda de
urina, infecções urinárias e ginecológicas, ressecamento vaginal, dor à penetração e
diminuição da libido;

– Sintomas psíquicos: a redução dos níveis de hormônios femininos interfere com a liberação
de neurotransmissores essenciais para o funcionamento harmonioso do sistema nervoso
central, fazendo com que aumentem as queixas de irritabilidade, instabilidade emocional,
choro descontrolado, depressão, distúrbios de ansiedade, melancolia, perda da memória e
insônia;

– Alterações na pele, que perde o vigor, nos cabelos e nas unhas, que ficam mais finos e
quebradiços;

– Alterações na distribuição da gordura o corpo, fazendo com que se concentre mais na região
abdominal;

– Perda de massa óssea característica da osteoporose e da osteopenia;

– Risco aumentado de doenças cardiovasculares: a doença coronariana é a principal causa de


morte depois da menopausa.

Tratamento:
A terapia de reposição hormonal tem a vantagem de aliviar os sintomas físicos (fogachos),
psíquicos (depressão, irritabilidade) e os relacionados com os órgãos genitais (secura vaginal,
incontinência urinária) no climatério. Além disso, funciona como proteção contra a
osteoporose e assegura melhor qualidade de vida para a mulher. No entanto, existem
contraindicações que devem ser avaliadas com cuidado pelo médico e pela mulher, não sendo
indicada a automedicação, pois pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares,
trombose, câncer de mama e de endométrio, distúrbios hepáticos e sangramento vaginal de
origem desconhecida.

Estudos científicos mostraram que a isoflavona de soja tem ação semelhante ao estrogênio
no controle das ondas de calor.

Alimentação saudável, atividade física regular, não fumar e evitar o consumo de álcool e
cuidados com a saúde bucal são algumas medidas simples, que incorporadas aos hábitos
diários de vida, podem ser úteis para minimizar os sintomas negativos do climatério.

Outras recomendações:

– Mesmo após a menopausa a mulher deve manter o acompanhamento ginecológico


regularmente;

– Evitar ganhar peso;

– Encontrar tempo para a prática diária de atividade física. Além de ser importante para o
bem-estar físico, é fundamental para o controlar a pressão arterial, prevenir a osteoporose,
doenças cardiovasculares e atenuar as alterações do humor.

20. Quais os cuidados humanizados se devem ter com


as mulheres nesse contexto?

Deve-se assistir de forma integral a mulher que se encontra no climatério, observando-se as


alterações mais frequentes em virtude da queda hormonal, processo natural da evolução
biológica, fatores culturais e ambientais. Realizar ou encaminhar para consulta (anamnese,
exame físico e exames). O diagnóstico é essencialmente clínico, acrescentado de exames
complementares (exames laboratoriais de rotina, dosagem de gonadotrofina, esteroides
sexuais, citologia hormonal; preventivo do câncer do colo do útero; ultrassonografia
transvaginal; densitometria óssea; mamografia, solicitados pelo médico).

A mulher que está no climatério deve quanto à sua alimentação:

realizar a avaliação nutricional, por meio do IMC e orientar dietas, lembrando da importância
da mastigação adequada;

diminuir alimentos ricos em colesterol;

aumentar alimentos com fibras vegetais;

realizar, se necessário, dieta para a redução dos níveis de colesterol. Tal dieta é pobre em
gorduras e rica em frutas e vegetais e grãos;

realizar dieta para a prevenção e o tratamento de osteoporose;

deve evitar ingerir alimentos ricos em cálcio em conjunto com fibras vegetais, pois estas
diminuem a absorção do cálcio.

Exercícios Físicos:

Oriente para a realização dos exercícios de Kegel. Esses reforçam a musculatura do assoalho
pélvico e a conservação de sua estática (BRASIL, 2008, p. 60).

Estimule também a realização de atividades como caminhada (das 10 horas e após 16 horas),
corrida, natação, ciclismo e outros exercícios, entre eles a musculação após avaliação médica;

É importante propiciar espaços de lazer e ocupações para as mulheres nesta faixa etária.
Oriente para: a prática de atividades laborativas (escultura, tear, pintura, tricô); escutar
músicas, dançar; conversar com as amigas; ler bons livros; atualizar-se; entrar em contato com
outras gerações e aprender com elas.

A mulher no climatério pode ter uma vida sexual normal. Em função disso deve ser:
orientada na perimenopausa com relação ao uso dos métodos contraceptivos, sendo que
qualquer método deve estar associado ao uso de preservativo para evitar DST;

informada de que pode viver sua sexualidade.

Essa mulher deve conversar com o companheiro, evitando conflitos conjugais, comuns neste
período, decorrentes do desconhecimento deste sobre as transformações inerentes ao
climatério, e solicitar mais carinho, mais aproximação, mais companheirismo, para viver a
sexualidade plenamente.

Referências

1. https://aps-repo.bvs.br/aps/quais-as-atribuicoes-especificas-dos-profissionais-do-
programa-saude-da-familia/
2. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7498.htm#:~:text=Disp%C3%B5e%20sob
re%20a%20regulamenta%C3%A7%C3%A3o%20do,observadas%20as%20disposi%C3
%A7%C3%B5es%20desta%20lei.
3. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1980-1989/d94406.htm
4. http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-3582009_4384.html
5. https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/gestor-e-profissional-de-saude/controle-
do-cancer-do-colo-do-utero/acoes/deteccao-
precoce#:~:text=O%20m%C3%A9todo%20de%20rastreamento%20do,sexual%20(BR
ASIL%2C%202016).
6. https://mulherconsciente.com.br/dia-a-dia-com-saude/a-saude-da-mulher-e-a-
importancia-do-exame-papanicolau/
7. https://bvsms.saude.gov.br/papanicolau-exame-preventivo-de-colo-de-utero/
8. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/237_papanicolau.html
9. https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/gestor-e-profissional-de-saude/controle-
do-cancer-do-colo-do-utero/dados-e-numeros/exames-citopatologicos-do-colo-do-
utero-realizados-no-sus
10. https://cdd.org.br/saude-da
mulher/?gclid=Cj0KCQiAjbagBhD3ARIsANRrqEtM6rUp05sUzvxSJvdlAtK4i-
HYlZub8r9d63K9cqIbMXNyuHN_GbYaAgaIEALw_wcB#11
11. https://www.ufrgs.br/espmat/disciplinas/midias_digitais_II/modulo_II/fisiologia2.ht
m#:~:text=O%20ciclo%20menstrual%20nada%20mais,dois%20%C3%BAltimos%2C%2
0secretados%20pela%20hip%C3%B3fise%20.
12. https://jornadadamulher.einstein.br/2017/08/23/hormonios-
femininos/#:~:text=Os%20dois%20horm%C3%B4nios%20que%20mais,cede%20espa
%C3%A7o%20para%20a%20progesterona.
13. https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/problemas-de-sa%C3%BAde-
feminina/biologia-do-sistema-reprodutor-feminino/ciclo-
menstrual#:~:text=O%20horm%C3%B4nio%20luteinizante%20estimula%20a,de%20p
rogesterona%20come%C3%A7a%20a%20aumentar.
14. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/anticoncepcao_emergencia_perguntas_
respostas_2ed.pdf
15. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/parametros_rastreamento_cancer_ma
ma.pdf
16. https://www.inca.gov.br/noticias/confira-recomendacoes-do-ministerio-da-saude-
para-o-rastreamento-do-cancer-de-mama
17. http://saude.londrina.pr.gov.br/images/protocolos-clinicos-saude/39-
_EXAME_CLINICO_DAS_MAMAS.pdf
18. https://www.sanarmed.com/relembrando-a-semiologia-mastologica-e-o-autoexame-
mamario-no-contexto-do-cancer-de-mama-colunistas
19. https://cdd.org.br/noticia/saude-da-mulher/dsts-mais-conhecidas-que-afetam-as-
mulheres/
20. https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/outubro/sifilis-entenda-o-
que-e-qual-a-prevencao-e-o-tratamento-disponivel-no-
sus#:~:text=O%20tratamento%20da%20s%C3%ADfilis%20%C3%A9,o%20resultado%2
0do%20segundo%20teste.
21. https://www.msdmanuals.com/pt-
br/casa/infec%C3%A7%C3%B5es/doen%C3%A7as-sexualmente-
transmiss%C3%ADveis-dsts/cancro-mole
22. https://www.tuasaude.com/tratamento-para-herpes-
genital/#:~:text=O%20tratamento%20para%20o%20herpes,com%20a%20orienta%C
3%A7%C3%A3o%20do%20m%C3%A9dico.
23. https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-
z/c/clamidia#:~:text=O%20tratamento%20da%20clam%C3%ADdia%20%C3%A9,poss
%C3%ADvel%20erradicar%20completamente%20a%20bact%C3%A9ria.
24. https://beepsaude.com.br/exames-ist/
25. https://www.gov.br/aids/pt-br/centrais-de-
conteudo/publicacoes/2022/guia_pratico_execucao_de_testes_rapidos-1.pdf
26. https://www.ufpb.br/saehu/contents/noticias/saiba-o-que-sao-ist-e-como-se-faz-a-
prevencao-dessas-
doencas#:~:text=Como%20%C3%A9%20a%20preven%C3%A7%C3%A3o%20das,tamb
%C3%A9m%20para%20evitar%20a%20gravidez.
27. https://www.gov.br/aids/pt-br/assuntos/ist/prevencao
28. https://www.gov.br/aids/pt-br/centrais-de-conteudo/pcdts/2022/ist/pcdt-ist-
2022_isbn-1.pdf/view
29. https://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/files/ssaude/pdf/programas001.pdf
30. https://www.scielo.br/j/reben/a/dgpS47vnDqfq7T7XLdj68RC/?lang=pt
31. https://www.gov.br/aids/pt-br/assuntos/prevencao-combinada/diagnosticar-e-
tratar-as-pessoas-com-ist-e-
hv#:~:text=Os%20testes%20r%C3%A1pidos%20s%C3%A3o%20pr%C3%A1ticos,%2C%
20no%20m%C3%A1ximo%2C%2030%20minutos.
32. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/abcad18.pdf
33. https://unasus.moodle.ufsc.br/file.php/38/1MODULO6_MEDICINA/PDF_16-
07/Saude_da_mulher_Med_06.pdf
34. https://ares.unasus.gov.br/acervo/handle/ARES/1408#:~:text=No%20que%20concer
ne%20%C3%A0s%20queixas,secre%C3%A7%C3%A3o%20vaginal%20e%20prurido%2
0vulvar.
35. https://www.scielo.br/j/abem/a/4WP69JcgFFWCZP7MmXP3mLp/?lang=pt#:~:text=S
ANGRAMENTO%20UTERINO%20DISFUNCIONAL%20refere%2Dse,hormonal%20inade
quado%20sobre%20o%20endom%C3%A9trio.
36. https://adrianadegoes.med.br/o-que-e-
anovulacao/#:~:text=Quando%20n%C3%A3o%20ocorre%20a%20fecunda%C3%A7%C
3%A3o,tipo%20de%20dist%C3%BArbio%2C%20principalmente%20hormonal.
37. https://www.febrasgo.org.br/media/k2/attachments/11-
SANGRAMENTO_UTERINO_ANORMAL.pdf
38. https://www.saude.go.gov.br/biblioteca/7589-
dismenorreia#:~:text=Descri%C3%A7%C3%A3o%3A%20Dismenorreia%20%C3%A9%2
0a%20dor,dismenorreia%20Tem%20um%20car%C3%A1ter%20c%C3%ADclico.
39. https://scholar.google.com.br/scholar?q=s%C3%ADndrome+pr%C3%A9-
menstrual&hl=pt-BR&as_sdt=0&as_vis=1&oi=scholart
40. https://amb.org.br/files/_BibliotecaAntiga/tensao_pre_menstrual.pdf
41. https://www.gov.br/aids/pt-br/assuntos/ist/corrimentos
42. http://www.hu.ufsc.br/documentos/pop/enfermagem/assistenciais/TOCOGINECOLO
GIA/POP_Enfermagem_Tocogineco_-
_Coleta_de_exame_preventivo_do_cancer_de_colo.pdf
43. https://www.even3.com.br/anais/cobeon/65425-as-competencias-do-enfermeiro-
na-consulta-ginecologica--uma-revisao-
integrativa/#:~:text=Resultados%3A%20Compete%20ao%20enfermeiro%20intervir,r
astreamento%20do%20c%C3%A2ncer%20de%20colo
44. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/controle_doencas_sexualmente_trans
missiveis.pdf
45. https://blog.memed.com.br/exames-ginecologicos-
rotina/#:~:text=Papanicolaou,tamb%C3%A9m%20conhecido%20como%20exame%20
preventivo.
46. https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/atencao-mulher/planejamento-
reprodutivo-contracepcao/

Você também pode gostar