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UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL

ANA MARIA DA SILVA – RGM 15355225


ANDRÉ RODRIGUES TRINDADE – RGM 15291847
ANGELA XAVIER DE SOUZA – RGM 15005046 JOSÉ
AUGUSTO ALVES DE JESUS – RGM 15102076
ROBSON SILVA CARLOS – RGM 15101215

ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO CUIDADO AO IDOSO NA ESTRATÉGIA


SAÚDE DA FAMÍLIA

SÃO PAULO
2018
ANA MARIA DA SILVA – RGM 15355225
ANDRÉ RODRIGUES TRINDADE – RGM 15291847
ANGELA XAVIER DE SOUZA – RGM 15005046 JOSÉ
AUGUSTO ALVES DE JESUS – RGM 15102076
ROBSON SILVA CARLOS – RGM 15101215

ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO CUIDADO AO IDOSO NA ESTRATÉGIA


SAÚDE DA FAMÍLIA

Trabalho apresentado para a conclusão do Curso de


Graduação de Enfermagem da Universidade Cruzeiro do
Sul.

Orientadora: Profª.Ms. Silvana Feliciano Pereira Gomes

SÃO PAULO
2018
Dedicamos este trabalho a todos idosos em
especial aos que conhecemos durante o período
de estágio.
AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente à Deus que durante todo o período de graduação nos conduziu,
dando força e ânimo para continuarmos firmes no nosso objetivo.

Nosso carinho e agradecimento por todo ensinamento recebido da nossa orientadora Profª.Ms.
Silvana Feliciano Pereira Gomes, sem o teu conhecimento não seria possível a conclusão
deste trabalho, seremos eternamente gratos.

Somos gratos á todos professores do curso de Enfermagem na Universidade Cruzeiro do Sul,


são verdadeiros mestres.

Aos nossos familiares nosso amor e gratidão, sem o apoio de vocês não seria possível
caminhar até o fim.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................7
2 OBJETIVOS.....................................................................................................11
2.1 OBJETIVO GERAL.....................................................................................................11
2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO...........................................................................................11
3 METODOLOGIA...............................................................................................12
3.1 TIPO DE PESQUISA..................................................................................................12
3.2 FONTE DE DADOS....................................................................................................12
4 ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA..............................................................13
4.1 O PAPEL DO ENFERMEIRO NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA.............14
4.2 O ENFERMEIRO E O CUIDADO AO IDOSO..........................................................15
5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.............................................18
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................21
7 REFERÊNCIAS...............................................................................................23
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO CUIDADO AO IDOSO NA ESTRATÉGIA
SAÚDE DA FAMÍLIA

RESUMO

O enfermeiro como profissional da equipe Estratégia Saúde da Família (ESF) busca garantir
ao idoso uma assistência à saúde que transcenda a prática curativa, contemplando o indivíduo
em todos os níveis de atenção e considerando o sujeito inserido em um contexto social,
cultural e familiar. A saúde no Brasil sofreu fortes mudanças nas décadas de oitenta e noventa
com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS). Apesar de ser o sistema de saúde vigente,
amparado na Constituição federal de 1988 e regulamentado pela lei 808/90, enfrenta uma
constante luta ideológica e política na tentativa de reverter o modelo assistencial centrado na
cura de doenças, direcionando-o para uma visão holística e integral do ser humano. Este
estudo é uma revisão bibliográfica que estudou a importância da atuação do enfermeiro no
cuidado ao idoso na Estratégia Saúde da Família. A partir de uma análise de referências
teóricos e fontes bibliográficas é mostrado como é necessário que os enfermeiros entendam
que o cuidado do idoso é papel da enfermagem, onde deve incluir o idoso, oferecendo
serviços de acordo com suas necessidades gerais. O idoso necessita de maior integralidade e
agilidade no sistema de saúde devido suas limitações e dificuldades no acesso e deslocamento
nos serviços de saúde, é preciso oferecer atendimento com integralidade na promoção,
prevenção e recuperação. O Brasil futuramente será um dos países com um maior número de
idosos, sendo assim é função também das políticas públicas oferecerem qualidade de vida à
essa população.

Palavras-chave: Estratégia Saúde da Família. Enfermeiro. Cuidado ao idoso.

ABSTRACT

The nurse, as a professional of the Family Health Strategy team (FHS), seeks to guarantee the
elderly a health care that transcends the curative practice, contemplating the individual at all
levels of attention and considering the subject inserted in a social, cultural and family context.
Health in Brazil underwent strong changes in the eighties and nineties, with the creation of the
Unified Health System (UHS). Although it is the health system in force, protected by the
federal Constitution of 1988 and regulated by the 808/90 law, it faces a constant ideological
and political struggle in the attempt to reverse the care model centered on the cure of diseases,
directing it to a holistic vision and integral of the human being. This study is a bibliographical
review, that studied the importance of the nurse's role in care for the elderly in the Family
Health Strategy. From an analysis of theoretical references and bibliographic sources, it is
shown how nurses need to understand that the care of the elderly is the role of nursing,
where it should include the elderly, offering services
according to their general needs. The elderly needs greater integrality and agility in the health
system, due to their limitations and difficulties in access and displacement in health services,
it is necessary to offer care with integrality in the promotion, prevention and recovery. Brazil
will be one of the countries with the largest number of elderly people in the future, so it is also
a function of public policies to offer quality of life to this population.

Keywords: Family Health Strategy. Nurse. Care for the elderly.


7

1. INTRODUÇÃO

A atenção básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no âmbito


individual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos,
onde o principal objetivo é desenvolver uma atenção integral que impacte na situação de
saúde e autonomia das pessoas e nos determinantes e condicionantes de saúde das
coletividades.1

A integralidade na atenção à saúde é definida como um princípio do Sistema Único


de Saúde - SUS, orientando políticas e ações programáticas que respondam às demandas e
necessidades da população no acesso à rede de cuidados em saúde, considerando a
complexidade e as especificidades de diferentes abordagens do processo saúde-doença e nas
distintas dimensões, biológica, cultural e social do ser cuidado.2

Pensando nas diretrizes do SUS, a construção de um sistema de serviços de saúde


democrático – universal, igualitário e integral, não podemos pensar somente em um programa
social e político, baseado em políticas públicas, e sim em ações voltadas para saúde como um
todo, baseando-se sempre na realidade de cada território. A perspectiva de que as políticas de
saúde se materializam na “ponta” do sistema, ou seja, mediante ação de atores sociais e suas
práticas no cotidiano dos serviços, tem sido relevante para a reflexão crítica sobre os
processos de trabalho em saúde, visando à produção de novos conhecimentos e ao
desenvolvimento de novas práticas de saúde.2

A Estratégia Saúde da Família (ESF) foi criada pelo Ministério da Saúde em 1994,
inicialmente com o nome Programa Saúde da Família (PSF). Utiliza princípios da Atenção
Primária à Saúde (APS) formulados na Conferência de Alma Ata, bem como fundamenta-se
em premissas requeridas com a criação do SUS.3

O processo de construção e implantação da ESF é resultante de um conjunto de


embates travados por diferentes concepções ideológicas e atores sociais ao longo dos anos, e a
forma como a ESF é assumida pela Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) tem uma
longa trajetória de formulações e reformulações e de lutas que decorrem principalmente das
discussões no campo da saúde. A ESF se constitui em
8

uma proposta de mudança do modelo tradicional de assistência em saúde pautado no


paradigma da ciência positivista, conhecido como biomedicina.3

A assistência à saúde do idoso hoje deve ser baseada na continuidade, em um


cuidado integral, onde o atendimento médico individual e esporádico baseado somente na
demanda apresentada pelo paciente, os profissionais envolvidos no cuidado devem deixar este
padrão de atendimento paternalista e isolado, adotando um trabalho integral, vendo o paciente
em todo seu contexto (familiar, cultura, social e experiências vividas).4

O fato mais marcante para as sociedades atuais é o processo de envelhecimento


populacional observado em todos os continentes. O aumento do número de idosos, tanto
proporcional quanto absoluto, está a impor mudanças profundas nos modos de pensar e viver
a velhice na sociedade. Todas as dimensões da vida humana já estão sendo desafiadas nesse
sentido. Infelizmente nem a sociedade e nem profissionais de saúde estão preparados para
lidar com o processo fisiológico do envelhecimento, afinal não há espaço para velhice em um
mundo tão competitivo e que pensa muito em si próprio.4

O preconceito contra a velhice e a negação da sociedade quanto a esse fenômeno


colaboram para a dificuldade de se pensar em políticas específicas para esse grupo.5

Envelhecimento populacional é definido como a mudança na estrutura etária da


população, o que produz um aumento do peso relativo das pessoas acima de determinada
idade, considerada como definidora do início da velhice.5

Importante ressaltar, preliminarmente, que no Brasil é considerada idosa a pessoa


com 60 anos ou mais, enquanto que nos países desenvolvidos idoso é aquele que tem 65 anos
ou mais (OMS).5

Em 2003, o Congresso Nacional aprova e o Presidente da República sanciona o


Estatuto do Idoso, considerado uma das maiores conquistas sociais da população idosa em
nosso país.5

1º A prevenção e a manutenção da saúde do idoso serão efetivadas por meio de: I -

Cadastramento da população idosa em base territorial;

II - Atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios;


9

III - Unidades geriátricas de referência, com pessoal especializado nas áreas de geriatria e
gerontologia social;

IV - Atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a população que dele necessitar e


esteja impossibilitada de se locomover, inclusive para idosos abrigados e acolhidos por
instituições públicas, filantrópicas ou sem fins lucrativos e eventualmente conveniadas com o
Poder Público, nos meios urbano e rural;

V - Reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, para redução das sequelas


decorrentes do agravo da saúde.5

2º Cabe ao Poder Público fornecer aos idosos, gratuitamente, medicamentos, especialmente os


de uso continuado, assim como próteses, órteses e outros recursos relativos ao tratamento,
habilitação ou reabilitação;

3º É vedada a discriminação do idoso nos planos de saúde pela cobrança dos valores
diferenciados em razão da idade;

4º Os idosos portadores de deficiência ou com limitação incapacitante terão atendimento


especializado, nos termos da lei.5

O profissional enfermeiro encontrou um promissor espaço de trabalho e ampliou sua


inserção, assumindo a linha de frente em relação aos demais profissionais de saúde por
desenvolver atividades assistenciais, administrativas e educativas fundamentais à
consolidação e ao fortalecimento da ESF no âmbito do SUS.6
O enfermeiro tem conquistado a confiança da comunidade e estabelecido uma melhor
comunicação com os profissionais da equipe, ficando reconhecido por sua agilidade,
capacidade de entender, escutar, encaminhar e facilitar o desenvolvimento das ações no
âmbito dos serviços e no atendimento dentro e fora da unidade básica de saúde da família.6
Entretanto, para desempenhar tantas atividades com eficiência e responsabilidade, o
enfermeiro, precisa ter clareza dos seus limites de atuação e de intervenção, agir por meio de
uma prática humanizada e tecnicamente competente, desenvolvendo habilidades para
construir e manter o vínculo/responsabilização e o acolhimento entre o serviço e os usuários.6
10

O idoso necessita de maior integralidade e agilidade no Sistema de Saúde devido


suas limitações e dificuldades no acesso e deslocamento até os serviços, é papel também do
enfermeiro oferecer atendimento com integralidade na promoção, prevenção e recuperação.

O presente trabalho visa mostrar o importante papel do enfermeiro no cuidado ao


idoso na Estratégia na Saúde da Família.
Qual o papel do enfermeiro na Estratégia Saúde da Família (ESF)? Qual atuação do
enfermeiro no cuidado ao idoso? Como auxiliar as pessoas a permanecerem independentes e
ativas à medida que envelhecem?

Através destes questionamentos visamos conscientizar enfermeiros que com um


atendimento qualificado, o idoso terá a oportunidade de ter uma vida mais ativa e saudável, se
sentirá mais valorizado, afinal ele passará ser visto e tratado muito além do simples
diagnóstico e tratamento de doenças.
11

2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Analisar e mostrar a importância da atuação do enfermeiro no cuidado ao idoso na Estratégia


Saúde da Família.

2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO

Estudar a Estratégia Saúde da Família (ESF).


Conhecer o papel do enfermeiro na Estratégia Saúde da Família.
Mostrar a importância do enfermeiro no cuidado ao idoso.
12

3. METODOLOGIA

3.1 TIPO DE PESQUISA

O presente estudo foi realizado por meio de uma revisão da literatura, de natureza
descritiva e exploratória, onde foi analisada a importância da atuação do enfermeiro no
cuidado ao idoso na Estratégia Saúde da Família (ESF). O processo de busca foi por meio da
revisão da literatura em que analisamos publicações científicas em periódicos, artigos, teses e
livros sobre a temática do estudo.

3.2 FONTE DE DADOS

Foi realizado uma análise de referenciais teóricos e fontes bibliográficas, por meio de
um levantamento de artigos na literatura, com uma busca detalhada nas bases de dados:
Literatura Latino-Americana e do Caribe em ciências da saúde (LILACS) e Scientific
Eletronic Libray online (Scielo), materiais disponíveis pela Organização Mundial da Saúde
(OMS) e Políticas Públicas de Saúde, entre outros. Tivemos como descritores: Estratégia
Saúde da Família, Enfermeiro e Cuidado ao idoso.

Para seleção dos artigos foi realizado primeiramente a leitura dos resumos das
publicações selecionadas com objetivo de refinar a amostra por meio de critérios de inclusão e
exclusão.

Os critérios de inclusão foram documentos/artigos na integra, publicados em


português, que abordaram a temática do estudo, do período de 2000 a 2018. Os critérios de
exclusão foram documentos/artigos em estrangeiro, que não abordaram a temática do Estudo
e publicações anteriores ao ano de 2000.
13

4. ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

Um importante marco para o desenvolvimento da Atenção Primária à Saúde (APS)


mundial foi a publicação da Declaração de Alma Ata no ano de 1978, a qual defendia a APS
como núcleo central de um sistema de saúde.7
No Brasil, desde os anos 1920 até a atualidade, assistimos a várias tentativas de se
organizar a APS. Nesse período, vários modelos foram implantados em diferentes regiões do
país, em função de interesses e concepções bastante distintas.7 O marco mais importante da
APS ocorreu por meio da implantação do Programa Saúde da Família (PSF), influenciado
por abordagens internas e externas de cuidados primários, apresentando-se como uma
proposta mais abrangente de
APS.7
Em decorrência das suas potencialidades, o PSF passou a ser reconhecido como
Estratégia Saúde da Família (ESF) pela sua capacidade em orientar a organização do sistema
de saúde, buscar respostas para todas as necessidades de saúde da população e contribuir na
mudança do modelo assistencial vigente.7

A estratégia de saúde da família reúne, portanto, a perspectiva da APS e a dimensão


integral, ou seja, reconhecendo e atuando sobre todo perfil epidemiológico no território,
buscando recursos coerentes com o contexto social, econômico e cultural em que esta
comunidade se insere.8

A ESF tem como objetivos centrais: a prestação de assistência integral, resolutiva e


de qualidade às necessidades de saúde da população adscrito, destacando-se as demandas do
núcleo familiar. No contexto multidisciplinar, a Estratégia Saúde da Família (ESF) apresenta
atribuições básicas comuns a todos os seus membros, que, segundo o Ministério da Saúde são
as seguintes:8

• Conhecer a realidade das famílias pelas quais é responsável, identificar os problemas de


saúde mais comuns e as situações de risco às quais a população está exposta;

• Executar, de acordo com a qualificação de cada profissional, os procedimentos de vigilância


à saúde e de vigilância epidemiológica, nos diversos ciclos da vida;

• Garantir a continuidade do tratamento, pela adequada referência do caso;


14

• Prestar assistência integral, respondendo, de forma contínua e racionalizada, à demanda,


buscando contatos com indivíduos sadios ou doentes, visando promover a saúde por meio da
educação sanitária;

• Promover ações Inter setoriais e parcerias com organizações formais e informais existentes
na comunidade, para o enfrentamento conjunto dos problemas;

• Discutir, de forma permanente, junto à equipe e à comunidade, o conceito de cidadania,


enfatizando os direitos de saúde e as bases legais que os legitimam;

•. Incentivar a formação e/ou participação ativa nos conselhos locais de saúde e no Conselho
Municipal de Saúde.8

No Brasil, a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS) tem como um de


seus focos prioritários a reorientação do modelo assistencial para a mudança do padrão de
vida e saúde da população brasileira. Tendo a Atenção Primária à Saúde (APS) como base
estruturante, e a Saúde da Família como estratégia prioritária, no modelo em implantação, as
práticas e ações dos profissionais de saúde precisam alcançar princípios fundamentais,
dentre eles, a garantia da integralidade na produção do cuidado.8

As equipes são responsáveis pelo desenvolvimento de ações de promoção à saúde,


prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e agravos mais frequentes. Para que a
Estratégia Saúde da Família tenha sucesso, várias peças são importantes nesse esforço
integrado; contudo, duas delas se destacam: o profissional de enfermagem e o agente
comunitário de saúde.9

4.1. O PAPEL DO ENFERMEIRO NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

A Estratégia Saúde da Família (ESF) tem o enfermeiro como um importante membro


da equipe básica multidisciplinar, o que tem representado um campo de crescimento e
reconhecimento social deste profissional, por ser ele um componente ativo no processo de
consolidação da Estratégia como política integrativa e humanizada a da saúde.10
Os enfermeiros da ESF devem desenvolver seu processo de trabalho, na unidade de
saúde e na comunidade, junto com a equipe, supervisionando e ampliando o trabalho dos
ACS e auxiliares de enfermagem, realizando ações que promovam
15

saúde, bem como assistindo às pessoas que necessitem de assistência de enfermagem,


ampliando a atenção e o cuidado às famílias.10
A Portaria 648 do Ministério da Saúde referente à Política Nacional da Atenção
Básica; traz uma gama de atribuições mínimas dos enfermeiros da Estratégia Saúde da
Família (ESF). São atribuições de suma importância para a implementação desta estratégia
como tática de reorganização do primeiro nível de atenção à saúde.10
A enfermagem e a Estratégia Saúde da Família (ESF) têm íntima ligação, já que o
profissional da área desenvolve um papel de fundamental importância na modalidade de
assistência à saúde. Isso porque os enfermeiros são os responsáveis por trabalhar com a
vinculação e proximidade com a clientela, além de escuta atentados problemas e anseios dessa
população. É ele, portanto, um dos elos da comunidade com o serviço de saúde.11
Para que essa conexão seja feita promovendo a saúde do indivíduo o profissional de
enfermagem deve fazer um diagnóstico situacional, classificando potencialidades e
dificuldades.11
Para guiar esse trabalho e manter um padrão de qualidade por todo o país, o
enfermeiro tem à disposição protocolos, guias e manuais a nível ministerial e estadual, onde
são citadas as funções de todas as categorias da equipe de Estratégia Saúde da Família
(ESF).11
A enfermagem tem papel fundamental na assistência, educação em saúde e formação
de recursos humanos, por serem ferramentas utilizadas para se promover saúde.12
A enfermagem tem se desenvolvido no sentido de buscar novos horizontes e
perspectivas mais humanizadas no cuidado com as pessoas, em especial, os idosos, grupo que
a sociedade pouco reconhece devido aos seus estereótipos.12
O cuidado está embutido nos valores, que independente do enfoque, prioriza a paz, a
liberdade, o respeito, o amor, entre outros aspectos.12
O enfermeiro deve conhecer o indivíduo do qual cuida, sua família em seu contexto
de vida, conscientizando-se de suas práticas, crenças e valores.12

4.2. O ENFERMEIRO E O CUIDADO AO IDOSO


16

A atenção à saúde do idoso tem como porta de entrada a atenção básica/saúde da


família. Estes profissionais devem estar preparados para trabalhar a interdisciplinaridade e a
integração entre a rede básica e o sistema de referências, facilitar o acesso dos idosos aos
diversos níveis de complexidade.12
Resgatar o cuidado humano torna-se essencial para os profissionais de saúde da
Estratégia Saúde da Família (ESF), principalmente quando se trata de cuidado à pessoa idosa
que precisa de atenção, carinho, respeito a seus valores culturais, por se encontrar em situação
de fragilidade ocasionada pela própria idade.12
Na ESF o enfermeiro passa a ter vínculos e laços afetivos com a comunidade,
especificamente com os idosos, pela carência em que muitas vezes se encontram. Nesse
sentido, o cuidado humano constitui-se num imperativo moral, de atitude ética, em que seres
humanos percebem e reconhecem os direitos uns dos outros.12
A política nacional do idoso tem por objetivo assegurar os direitos sociais do idoso,
criando condições para promover sua autonomia, integração e participação efetiva na
sociedade. Na implementação da política nacional do idoso, são competências dos órgãos
e entidades públicas na área de saúde:13
a) garantir ao idoso a assistência à saúde, nos diversos níveis de atendimento do Sistema
Único de Saúde;
b) prevenir, promover, proteger e recuperar a saúde do idoso, mediante programas e medidas
profiláticas;
c) adotar e aplicar normas de funcionamento às instituições geriátricas e similares, com
fiscalização pelos gestores do Sistema Único de Saúde;
d) elaborar normas de serviços geriátricos hospitalares;
e) desenvolver formas de cooperação entre as Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios e entre os Centros de Referência em Geriatria e Gerontologia para
treinamento de equipes Inter profissionais;
f) incluir a Geriatria como especialidade clínica, para efeito de concursos públicos federais,
estaduais, do Distrito Federal e Municipais;
g) realizar estudos para detectar o caráter epidemiológico de determinadas doenças do idoso,
com vistas a prevenção, tratamento e reabilitação;
h) criar serviços alternativos de saúde para o idoso.13
A enfermagem desenvolve um papel muito importante no cuidado ao idoso,
identificando particularidades que ocorrem em consequência do processo do
17

envelhecimento. Além de envolver a família no cuidado à pessoa idosa, complementa a


atuação de outros profissionais na resolução dos problemas de saúde que a cometem. 14
Ao considerar que o cuidado é a marca do processo de trabalho de enfermagem,
entende-se que as atividades desenvolvidas por esses profissionais da área contemplem os
aspectos multidimensionais dos idosos e fornecem subsídios para o envelhecimento saudável,
com base nos princípios de saúde, participação, independência, autorrealização, dignidade,
com oportunidades reais para o pleno exercício de uma vida autônoma e ativa.14
18

5. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Foram identificados 60 artigos, após etapa inicial permaneceram 40 artigos para a


leitura detalhada e no final selecionados 20 artigos. Os artigos foram lidos de forma crítica,
sendo os estudos realizados no período de 2000 – 2018, cada artigo analisado foi identificado
com um número. Os artigos selecionados para esta revisão bibliográfica contribuíram para a
atuação do enfermeiro no cuidado ao idoso.
Os estudos selecionados mostram a importância do cuidado ao idoso e o papel ativo
do enfermeiro neste cuidado.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define idoso como aquele indivíduo que
tem idade acima de 65 anos, para os países desenvolvidos; e 60 anos, para os países em
desenvolvimento.
O aumento da longevidade e a redução das taxas de mortalidade, nas últimas décadas
do século passado, mudaram o perfil demográfico do Brasil. Rapidamente, deixamos de ser
um “país de jovens” e o envelhecimento tornou-se questão fundamental para as políticas
públicas.15
Embora o envelhecimento populacional mude o perfil de adoecimento dos brasileiros,
obrigando-nos a dar maior ênfase na prevenção e tratamento de doenças crônicas não
transmissíveis, nossa maior atenção precisa se voltar para as políticas que promovam a saúde,
que contribuam para a manutenção da autonomia e valorizem as redes de suporte social.15
A Estratégia Saúde da Família (ESF) é o modelo preferencial de organização da
Atenção Primária à Saúde (APS) no Brasil, e espera-se que ela seja capaz de abordar o
processo de saúde-doença dos indivíduos de modo singular e articulado ao contexto familiar e
comunitário. Nas últimas duas décadas, a ESF ampliou significativamente o acesso aos
serviços de atenção à saúde.16
Cabe à ESF a desafiadora missão de transformar o modelo brasileiro tradicional de
assistência à saúde – caracterizado pela centralidade da figura do médico, medicamentoso,
curativo, individual e hospitalocêntrico –, em um modelo de assistência coletivo, multi e
baseado na família e no contexto social onde os indivíduos vivem e trabalham.16
19

A Estratégia Saúde da Família (ESF) é considerada inovadora no cenário dos serviços


de saúde, uma vez que prioriza as ações de promoção, proteção e recuperação da saúde das
pessoas e das famílias de forma contínua e integral.17
Nessa perspectiva de saúde da família, o profissional enfermeiro atuante na equipe de
saúde intensifica em sua conduta as ações educativas e assistenciais, valorizando o processo
de envelhecimento das famílias, em especial, dos idosos que carecem frequentemente de
atenção à saúde. Desta maneira, torna-se essencial a atuação do profissional enfermeiro no
planejamento e coordenação dos serviços de saúde destinados a atenção à saúde das famílias,
priorizando as condições sociodemográficas e epidemiológicas da população assistida.17
A análise possibilitou compreender que para o enfermeiro ocupar tal cargo é preciso
conhecer o processo de envelhecimento humano para criação de estratégias e ações que
atendam o idoso de forma integral, fortalecendo a autonomia, independência, autocuidado,
atentando-se ao que os mesmos expressam, buscando ouvir e realizar seus desejos dentro dos
limites existentes.18
É perceptível o papel fundamental que o profissional de enfermagem desempenha e o
quanto este deve estar vigilante quanto aos idosos e aos cuidados prestados.18
O modelo da ESF propõe a renovação da atenção básica segundo os preceitos da
universalidade, integralidade, equidade, participação e continuidade, em um contexto de
descentralização e controle social, tendo em vista avançar do controle das doenças à
promoção da saúde, mediante assistência humanizada, com vínculo, acolhimento e
responsabilização, voltada às diversas necessidades locais e específicas das famílias
territorializadas.19
A construção da ESF requer mudança nas práticas profissionais, a ser realizada de
forma comprometida com os seus preceitos e proposições estratégicas.19 O aumento da
população idosa, o que vem ocorrendo de forma rápida e progressiva, exige que os
profissionais da saúde, em especial os enfermeiros, estejam capacitados para atender as
especificidades desta etapa da vida, melhorando a
assistência prestada.20
Para que se obtenha atenção qualificada e resolutiva aos idosos, é necessária a
formação de profissionais, entre estes o enfermeiro, devidamente preparado para
20

visualizar a tenacidade da instalação de processos patológicos nos idosos, que podem


facilmente, mudá-lo de independente para dependente.20
Podemos afirmar que a Estratégia Saúde da Família se constitui em espaço
privilegiado para atenção integral à saúde do idoso, pois sua proximidade com a comunidade
e a atenção domiciliar possibilita atuar de forma contextualizada na realidade vivenciada pelo
idoso. 20
21

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Devido à alta prevalência de idosos na atenção básica de saúde e o grande crescimento


da população idosa, se faz necessário planejamento e ações voltadas para o seu cuidado, as
capacitações e educação permanente são ótimas ferramentas para aprimorar cada vez mais os
conhecimentos e conscientizar os enfermeiros que o idoso precisa de um olhar diferenciado e
ser tratado como um todo e que a criação de vínculo entre profissional-idoso é fundamental.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) entre 1950 a 2025 a população
brasileira de idosos crescerá 16 vezes, enquanto que a população total crescerá cinco vezes,
com isso é provável que em 2025 o Brasil tenha a sexta maior população idosa do mundo,
com aproximadamente 32 milhões de pessoas pertencentes a esse grupo etário, a partir disso
surge a necessidade de os profissionais de saúde colocarem em pratica as políticas públicas
voltadas a pessoa idosa
Programas de promoção da saúde do idoso são cada vez mais necessários, devido ao
grande aumento dessa faixa etária em todo o país
Para que se consiga a integralidade do cuidado, não podemos pensar no idoso de
forma fragmentada, ou seja, devemos olhar para todas as alterações inerentes a essa faixa
etária: o envelhecimento dos órgãos e sistemas, o comprometimento funcional, a presença de
comorbidades e as complicações potenciais às quais estão sujeitos estes indivíduos. Também
é importante olhar para todo contexto social o qual o idoso está envolvido.
Ações de promoção da saúde aos idosos têm como principal função a promoção do
envelhecimento ativo e saudável, tentando manter a capacidade funcional.
A Estratégia Saúde da Família (ESF) é hoje dito como estratégia principal de
organização da atenção básica no Brasil. Com as ações de proteção, promoção, recuperação
da saúde e prevenção de doenças são desenvolvidas com enfoque multiprofissional, entre os
integrantes da equipe está o profissional de enfermagem, que tem uma grande
responsabilidade na promoção da saúde do idoso.
22

A enfermagem como parte essencial da Estratégia Saúde da Família, deve prestar aos
idosos de sua área de cobertura, um cuidado integral e isso só é possível quando se conhece as
particularidades da pessoa idosa.
O enfermeiro tem um grande espaço de trabalho e ampliou sua inserção,
assumindo a linha de frente em relação a outros profissionais de saúde por desenvolver
atividades assistenciais, administrativas e educativas fundamentais à consolidação e ao
fortalecimento da Estratégia Saúde da Família no âmbito do SUS. Os idosos podem
beneficiar-se ao máximo das ações de promoção de saúde realizadas pelos enfermeiros da
Estratégia Saúde da Família, que os ajudam a manter a sua independência e um
envelhecimento saudável, melhorando assim sua
qualidade de vida.
23

7. REFERÊNCIAS

1. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Atenção


Básica - Política Nacional de Atenção Básica. Brasília (DF): MS; 2012.

2. Alves, V. S. Um modelo de educação em saúde para o Programa Saúde da Família:


Pela integralidade da atenção e reorientação do modelo. Comunic., Saúde,
Educacão.2004;9 (16) :39-52.

3. Jacks Soratto, Denise Elvira Pires de Pires, Soraia Dornelles , Jorge Lorenzetti.
Estratégia Saúde da Família: Uma inovação tecnológica em saúde. Reflexão Texto
Contexto Enfermagem. 2015; 24(2): 584-592

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