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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE KANGONJO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DE SAÚDE


LICENCIATURA EM ANALISES CLINICA

SAÚDE PÚBLICA

PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA

Grupo nº 2
Sala nº 16 Docente
4º ano __________________________
Período: Tarde Dr.ª Lurdes

Luanda, 2022/2023
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE KANGONJO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DE SAÚDE
LICENCIATURA EM ANALISES CLINICA

PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA

INTEGRANTES DO GRUPO

 Ana Bimbi - 190838


 Ana Steves - 191386
 Antonica Ndilo - 190801
 Beatriz Macusso - 190852
 Castro Neto
 Cristina Domingas Mucimbi -170445
 Isabel Gomes - 190277
 Josefina Major - 191229
 Kizodica Ndombele Samuel - 191777
 Maricandi da Cruz - 191065
 Mbuca Fineza Nsingui - 191067
 Suzana Epalanca
 Suzeth Fernando - 191692
 Teresa Sumbula - 191017
 Teresa Francisco Marcos - 161070
Luanda, 2022/2023

INDICE

1.INTRODUÇÃO...................................................................................................1

2.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.........................................................................2

2.1.BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA................................................2

2.2.OS OBJETIVOS DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA.............................3

2.2.1.Objetivo geral...............................................................................................3

2.2.2.Objetivos específicos...................................................................................3

2.3.PRINCÍPIOS NORTEADORES DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA.....4

2.4.AS DIRETRIZES DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA............................4

2.4.1.O Programa de Saúde da Família como porta de entrada no sistema de

saúde...................................................................................................................5

3.CONCLUSÃO....................................................................................................7

4.REFERÊNCIAS.................................................................................................8
1. INTRODUÇÃO

O Programa de Saúde da Família constitui-se em uma importante estratégia na


formulação de um novo modelo de saúde, fundamentado nos princípios da
descentralização das ações, na universalização do atendimento, na equidade,
na resolutividade e na participação da comunidade.

Neste contexto, as Unidades Básicas de Saúde da Família caracterizam-se


como porta de entrada do sistema local de saúde destinada a realizar atenção
contínua nas especialidades básicas. O atendimento é realizado por uma
equipe multiprofissional habilitada para desenvolver as atividades de promoção
e recuperação, características do nível básico de atenção, substituindo as
práticas convencionais pela oferta de uma atenção centrada nos princípios de
vigilância da saúde e tendo como princípio básico o enfretamento dos
determinantes bio-psico-social do processo saúde/doença e a integralidade da
atenção. Atenção esta que deve ser planejada de acordo com os critérios
epidemiológicos e de acordo com as possibilidades locais e cuja as ações são
permanente monitoradas e avaliadas.

Diante desta nova abordagem na área de saúde coletiva, faz-se necessária


uma ampla e contínua capacitação e informação dos recursos humanos que
compõe as equipes.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1. BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA

O Programa Saúde da Família (PSF) foi implantado no Brasil na metade da


década de 1990, em um contexto político e econômico bastante conflituoso,
marcado pela contradição entre a consolidação da saúde, com o advento da
Constituição Federal de 1988 (a concretização de um sistema de Seguridade
Social) e o desenvolvimento do neoliberalismo, através de uma série de
medidas de reformas do estado na lógica do capital, denominadas ajuste
estrutural.

O Programa Saúde da Família (PSF) é uma estratégia desenvolvida pelo


Ministério da Saúde (MS) com o objetivo de oferecer a atenção básica/primária
de forma mais resolutiva e humanizada, sendo fundamental à consolidação do
Sistema Único de Saúde (SUS), por meio de uma reflexão mais ampla a
respeito do processo saúde/doença, que tem a família como foco principal,
relacionando-a com o ambiente e os demais fatores que a cercam. Este
programa possui ações para a promoção e proteção da saúde, como também
para a prevenção, recuperação e reabilitação de doenças e agravos, incluindo
o diagnóstico e o tratamento.

O início da história do PSF foi com a formulação do PACS (Programa de


Agentes Comunitários de Saúde) em 1991, partindo do olhar individual para
uma visão voltada à família, cujo êxito impulsionou a sua formação. Já em
1994 foram formadas as primeiras equipes de Saúde da Família, ano em que
ocorreu a normatização desse programa, mediante a promulgação da Portaria
nº. 692, de 25 de março de 1994.

O PSF facilita a compreensão do paciente no contexto em que vive. As visitas


domiciliares, por exemplo, possibilitam a identificação dos componentes de
cada núcleo familiar e dos casos de morbidade (levantando os problemas de
saúde existentes) como também a análise das condições higiênico-sanitárias e
ambientais em que o mesmo encontra-se inserido. Isso permite um vínculo
entre as unidades (representadas por suas equipes) e as famílias, com a

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transferência de informações sobre os serviços disponíveis, os cadastramentos
e os locais de atuação.

2.2. OS OBJETIVOS DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

Os objetivos da ESF apresentam uma proposta que se posiciona no sentido da


reorientação da assistência em saúde, considerando os princípios que norteiam
o SUS.

2.2.1. Objetivo geral

 Contribuir para a reorientação do modelo assistencial a partir da atenção


básica, em conformidade com os princípios do Sistema Único de Saúde,
imprimindo uma nova dinâmica de atuação nas unidades básicas de
saúde, com definição de responsabilidades entre os serviços de saúde e
a população.

2.2.2. Objetivos específicos

 Prestar, na unidade de saúde e no domicílio, assistência integral,


contínua, com resolubilidade e boa qualidade às necessidades de saúde
da população adscrita;
 Intervir sobre os fatores de risco aos quais a população está exposta;
 Eleger a família e o seu espaço social como núcleo básico de
abordagem no atendimento à saúde;

Por que o Programa Saúde da Família é tão importante?

O Programa de Saúde da Família reformula o modelo assistencial com uma


concepção de saúde que não foca na doença, mas, sim, na qualidade de vida
da população. Por isso, o PSF contribui para os princípios básicos do SUS,
como:

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 Universalização do atendimento;
 Descentralização das unidades clínicas;
 Integralidade da assistência;
 Participação da comunidade na promoção de hábitos saudáveis.

2.3. PRINCÍPIOS NORTEADORES DA ESTRATÉGIA SAÚDE


DA FAMÍLIA

A ESF foi implantada no Brasil, juntamente o Pacto em Saúde (2006) que se


divide em três componentes centrais: pacto pela vida, em defesa do SUS e de
gestão. O Pacto afirma surgir com a finalidade de consolidar o SUS, buscando
fortalecer principalmente a Atenção Básica em saúde e focalizando em ações
de promoção a saúde. Há evidencias demonstradas em vários documentos que
a ESF tem por princípios4 os mesmos que norteiam o SUS, os da Atenção
Básica em saúde e os próprios da estratégia, que se constituem, no conjunto,
como aspectos que visam à garantia da saúde como direito de todo cidadão e
dever do Estado, buscando à qualidade dos serviços prestados e o acesso aos
mesmos.

O princípio do vínculo e da continuidade refere-se à construção de “laços” entre


os profissionais em saúde e a população usuária do SUS, garantindo a
permanência no atendimento dos mesmos. Esse princípio tem relação com o
da participação social, pois, a construção do vínculo também se dá através do
incentivo aos usuários de participarem na melhoria do SUS. Isso acontece,
principalmente, por meio das conferências e dos conselhos de saúde, que têm
espaço reservado para a participação dos usuários.

2.4. AS DIRETRIZES DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

As diretrizes da ESF (então PSF) foram definidas em 1997, pelo Ministério da


Saúde (MS). São diretrizes de caráter operacional, ou seja, referentes à
implementação da ESF. De acordo com o MS (1997) as diretrizes da ESF são:
caráter substitutivo, complementaridade e hierarquização; adscrição da

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clientela; cadastramento; instalação das unidades de Saúde da Família;
composição das equipes; e atribuições das equipes.

A Unidade de Saúde da Família é uma unidade pública de saúde destinada a


realizar atenção contínua no nível de proteção social básica, com uma equipe
multiprofissional habilitada a desenvolver as atividades de promoção, proteção
e recuperação à saúde (MS, 1997). Ela é o primeiro contato da população com
o serviço de saúde e é a porta de entrada do sistema local. Ela tem um
território de abrangência, ou seja, uma área sob sua responsabilidade. Uma
unidade de Saúde da Família pode trabalhar com mais de uma equipe de
profissionais, o que irá depender do número de famílias a ela vinculada, que é
no máximo 4000 famílias, sendo que o recomendado é de 3000 famílias por
equipe.

Ela deve realizar o cadastramento das famílias através de visitas domiciliares e


essa etapa é o início do vínculo da unidade de saúde/equipe com a
comunidade. Elas devem ser instaladas nas UBS e existem alguns critérios5
necessários para a implementação dessas equipes.

A equipe de saúde da família é multiprofissional, e composta por no mínimo um


médico, generalista ou de família, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem
ou técnico de enfermagem e Agentes Comunitários de Saúde. Outros
profissionais poderão fazer parte da equipe, isto dependerá da necessidade da
população cadastrada.

2.4.1. O Programa de Saúde da Família como porta de entrada no


sistema de saúde

Um atributo fundamental da atenção primária é a sua definição como serviço


de primeiro contato ou porta de entrada do sistema de saúde, com o papel de
garantir atenção à maior parte das necessidades de saúde e filtrar o acesso
aos outros níveis. O cumprimento dessa função pelo serviço de atenção
primária implica acessibilidade (geográfica, temporal e cultural), utilização do

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serviço por parte dos usuários a cada novo episódio e exigência e realização
de encaminhamento dos profissionais de atenção primária para acesso à
atenção especializada.

Na experiência de uso recente frente a episódio de doença, entretanto, em


todos os municípios foram observadas menores proporções do que as
proporções de famílias que procuraram a unidade de saúde da família em
casos de mal-estar ou enfermidade ocorridos nos 30 dias anteriores à
pesquisa. Embora a maior parte dos episódios não fosse grave, os serviços
mais procurados em seis das oito cidades com famílias pesquisadas foram os
de urgência. Outros serviços de atenção básica, como postos e centros de
saúde, continuavam sendo procurados em Manaus (22%), Brasília (19%) e
Goiânia (14%), indicando a existência de paralelismo de redes básicas. Os
serviços privados não integrantes do SUS foram procurados por uma parcela
menor das famílias: entre 5 e 12%.

A percepção dos profissionais das equipes de saúde quanto à porta de entrada


foi, em geral, mais positiva do que a das famílias. Em Camaragibe, Aracaju e
Palmas, mais de 80% dos profissionais de nível superior integrantes da equipe
de saúde da família concordaram "muito" (dentre as opções "concorda muito",
"concorda em parte" e "discorda") com a afirmativa de que a unidade de saúde
da família se tornara a porta de entrada do sistema de atenção. Resultados
muito inferiores à média foram observados em Brasília e Manaus, onde apenas
a metade dos profissionais de nível superior concordou "muito" com a
afirmativa.

Um atributo importante da constituição da atenção primária como serviço de


primeiro contato é a exigência de encaminhamento pelo profissional de atenção
primária para acesso aos serviços especializados. Essa função, contudo, não
foi regulamentada no PSF, de forma que o seu exercício depende do grau de
organização de cada sistema local. Em seis das 10 cidades estudadas, os
gestores municipais concebiam o PSF como estratégia estruturante da rede de
serviços, na qual a equipe de saúde da família deveria tornar-se a porta de
entrada de sistema integrado.

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3. CONCLUSÃO

Após uma década do início da implantação do PSF no Brasil, observa-se um


processo ainda em curso de mudança incremental do modelo assistencial da
atenção básica. O estudo da implementação do PSF revela avanços na
incorporação de novas práticas profissionais, na atenção primária e na criação
de vínculos entre a equipe de saúde da família e as famílias adscritas. No
entanto, sua expansão nos grandes centros urbanos enfrenta uma série de
obstáculos.

O acesso à atenção secundária permaneceu difícil. Afora insuficiente


disponibilidade de recursos financeiros, um importante limite à concretização,
na prática, da conformação do PSF como porta de entrada foi a carência da
oferta de serviços públicos municipais de média e alta complexidade, aliada,
em algumas cidades, a uma descentralização incompleta, isto é, à sua
condição de habilitação para a gestão do sistema de saúde junto ao Ministério
da Saúde apenas no primeiro nível (Plena de Atenção Básica), com
impossibilidade dos municípios de gerenciar toda a rede assistencial do SUS, e
não apenas a rede básica, em seu território.

Conclui-se que a implementação da estratégia de saúde da família em grandes


centros urbanos difunde uma nova perspectiva para a atenção primária no
Brasil, voltada para a família e a comunidade, que tem potencialidades para
desencadear mudanças no modelo assistencial que efetivem o direito à saúde
no cotidiano dos cidadãos. Os resultados positivos de algumas das
experiências estudadas sugerem que o sucesso da implementação da
estratégia para a grande maioria da população brasileira, afora incentivos
federais, dependerá de estratégias criativas locais para enfrentar a diversidade
de nosso País.

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4. REFERÊNCIAS

ABDALLAH, Aline de Paula; INOUE, Kelly Cristina. Estratégia Saúde da


Família: ações e conhecimentos produzidos em grupos de Hipertenso. Revista
UNINGÁ, Maringá – PR, n. 37, p. 113-124, jul./set. 2013.

ASSOCIAÇÃO Saúde da Família. Programa Saúde da Família – PSF.


Disponível em: .

GUIMARÃES, Tânia Maria Rocha; ALVES, João Guilherme Bezerra;


TAVARES, Márcia Maia Ferreira Tavares. Impacto das ações de imunização
pelo Programa Saúde da Família na mortalidade infantil por doenças evitáveis
em Olinda, Pernambuco, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.
25, n. 4, p. 868-876, abr. 2009.

PROGRAMA Saúde da Família. Wikipédia, a Enciclopédia Livre. Disponível


em: .

SANTANA, Milena Lopes; CARMAGNANI, Maria Isabel. Programa Saúde da


Família no Brasil: um enfoque sobre seus pressupostos, operacionalização e
vantagens. Saúde e Sociedade, v. 10, n. 1, p. 33-53.

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