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COLÉGIO SÃO FRANCISCO XAVIER

CURSO TÉCNICO DE ENFERMAGEM

Raissa Emanuelle Souza Silva

TRABALHO COMPLEMENTAR AO ESTÁGIO OBRIGATORIO


EM SAÚDE PÚBLICA

IPATINGA
OUTUBRO DE 2023
COLÉGIO SÃO FRANCISCO XAVIER
CURSO TÉCNICO DE ENFERMAGEM

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TRABALHO COMPLEMENTAR AO ESTÁGIO OBRIGATORIO EM SAÚDE
PÚBLICA

Trabalho apresentando à supervisora de estágio Tuane Keth


Rochedo da Silva, pelo(a) aluno(a) Raissa Emanuelle Souza
Silva, com objetivo de complementar a carga horária do estágio
em Saúde Pública no Curso Técnico em Enfermagem.

IPATINGA
OUTUBRO DE 2023

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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 5
2 - OBJETIVO..................................................................................................... 7
2.1 - GERAIS .................................................................................................. 7
2.2 - ESPECIFICOS ....................................................................................... 7
3 - ATENÇÃO BÁSICA A SAÚDE ...................................................................... 8
4 - ESTRATÉGIA A SAÚDE DA FAMÍLIA .......................................................... 9
5 - NÚCLEO DE APOIO A SAÚDE DA FAMÍLIA .............................................. 11
6 - SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ............................................ 12
6.1 - ALEITAMENTO MATERNO ................................................................. 12
6.2 - EXAMESDE TRIAGEM NEONATAL .................................................... 13
6.3 - VACINAS .............................................................................................. 13
7 - SAÚDE DA MULHER .................................................................................. 14
7.1 - LINHA DO TEMPO ............................................................................... 14
7.2 – MOVIMENTO FEMININO, PARTICIPAÇÃO, GENERO E SAÚDE .... 14
7.3- PAISM/PNAISM..................................................................................... 16
7.4- OBJETIVOS E PRINCIPIOS GERAIS DA PNAISM ............................. 19
7.5- OBJETIVOS ESTRATREGIAS DA PNAISM ........................................ 23
8 – SAÚDE DO HOMEM .................................................................................. 25
8.1 – NOVEMBRO AZUL............................................................................. 27
9 - SAÚDE DO IDOSO ..................................................................................... 27
10 - SAÚDE MENTAL....................................................................................... 28
11 - PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÃO ............................................... 3
11.1 - O QUE É PNI .................................................................................... 31
11.2 - HISTORIA DA PNI NO BRASIL ......................................................... 31
11.3 - VACINAS DO CALENDARIO VACINAL ............................................ 33
11.4 - O CRIE .............................................................................................. 33
12 - HIPERDIA ................................................................................................. 34
13 - COVID-19 .................................................................................................. 35

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13.1 - TRASMISSÃO .................................................................................... 35
13.2 - SINTOMAS ........................................................................................ 36
13.3 – COMPLICAÇÕES ............................................................................. 37
13.4 – FATORES DE RISCO ...................................................................... 37
13.5- DIAGNOSTICO ..................................................................................38
13.6- CONTROLE E PREVENÇÃO .............................................................38
14 - CONCLUSÃO ............................................................................................40
15- REFERÊNCIAS BIBIOGRAFICAS .............................................................41

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1.INTRODUÇÃO

O sistema básico de saúde teve suas mudanças ao longo dos tempos.


Atualmente, cerca de 75% dos 200 milhões de habitantes do Brasil são
diretamente dependentes do sistema público de saúde.
No Brasil Colonial, antes da chegada dos navios europeus ao Brasil, o
território era ocupado unicamente por povos indígenas que já tinham algumas
enfermidades, mas a colonização portuguesa trouxe diversas outras comuns
na Europa que não existiam por aqui. Isso causou um grande problema de
saúde entre a população. A Saúde no Brasil Império com a chegada da família
real portuguesa e de sua corte em 1808, quando estavam tentando escapar da
tropa de Napoleão Bonaparte, o Brasil começou a receber mais investimento
em infraestrutura.
As casas de misericórdia foram criadas desde antes da colonização,
essa entidades religiosas foram determinantes para a implementação de
tratamentos de saúde no território brasileiro. De acordo com a Confederação
de Santas Casas de Misericórdia., movimentos da Igreja Católica, da Igreja
Protestante, da Igreja Evangélica e da Comunidade.
Em 1822, D. Pedro II declarou a independência do Brasil. Como
imperador, ele transformou escolas em faculdades, fundou órgãos para
fiscalizar a higiene pública e, especialmente na capital da época Rio de
Janeiro. O Ministério da Saúde foi criado em 1953 com o objetivo de definir
políticas públicas de saúde e melhorar o atendimento em zonas rurais. Na
época também aconteceram as primeiras conferências sobre saúde pública no
Brasil. Em 1970, apenas 1% do orçamento da União era destinado à saúde, e
os cortes orçamentários resultaram na intensificação de doenças como
dengue, meningite e malária.
Para reverter a situação, o governo criou o Instituto Nacional de
Previdência Social (INPS).Com a redemocratização do Brasil e a criação da
Constituição de 1988, a saúde passou a ser um direito de todos e um dever do
Estado, criando uma base para o sistema público que temos atualmente.

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A Lei Federal n. 8.080, de 1990, regulamenta o Sistema Único de Saúde
com o objetivo de identificar e divulgar os condicionantes e determinantes da
saúde.
O Sistema Único de Saúde é uma grande conquista para a população
brasileira e se tornou um modelo para outros países. Entretanto, a falta de
investimento financeiro e o mau gerenciamento resultam em diversos desafios,
como a falta de médicos e leitos nos hospitais e a grande espera para
atendimento.
No que diz respeito aos inimigos da saúde dos brasileiros, os principais
atualmente são hipertensão, diabetes e obesidade.

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2. OBJETIVO

2.1 Gerais

O presente trabalho abordará as diretrizes para realização de uma


pesquisa complementar ao estágio da Saúde Pública, com carga horária de 50
horas, possibilitando ao aluno elevar o conhecimento quanto às atividades,
estrutura e gestão de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) ou da Estratégia
Saúde da Família (ESF) vinculada aos princípios do SUS.

2.2 Específicos

Elaborar uma pesquisa em forma de revisão de literatura, na qual traga


definições a respeito do SUS, bem como suas diretrizes, funcionamento e seus
programas.
Preparar os estagiários para acompanhar as ações da gestão pública na
prática durante a realização do estágio supervisionado em Saúde Pública.
Apresentação em forma de aula explicativa para as preceptoras de
estágio referentes aos programas que são desenvolvidos na rotina de
atendimento da unidade de Saúde em comparativo com que é preconizado
pelo SUS.

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3. ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE

É o atendimento inicial. Seu objetivo é orientar sobre a prevenção de


doenças, solucionar os possíveis casos de agravos e direcionar os mais graves
para níveis de atendimento superiores em complexidade. A atenção básica
funciona, portanto, como um filtro capaz de organizar o fluxo dos serviços nas
redes de saúde, dos mais simples aos mais complexos.
No Brasil, há diversos programas governamentais relacionados à
atenção básica, sendo um deles a Estratégia de Saúde da Família (ESF), que
leva serviços multidisciplinares às comunidades por meio das Unidades
Básicas de Saúde (UBSs), por exemplo. Consultas, exames, vacinas,
radiografias e outros procedimentos são disponibilizados aos usuários nas
UBSs.
A atenção básica também envolve outras iniciativas, como: as Equipes
de Consultórios de Rua, que atendem pessoas em situação de rua; o Programa
Melhor em Casa, de atendimento domiciliar; o Programa Brasil Sorridente, de
saúde bucal; o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS), que
busca alternativas para melhorar as condições de saúde de suas comunidades
etc.

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4. ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

O que é a Estratégia Saúde da Família?


A Estratégia Saúde da Família (ESF) visa à reorganização da atenção
básica no País, de acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde, e é
tida pelo Ministério da Saúde e gestores estaduais e municipais como
estratégia de expansão, qualificação e consolidação da atenção básica por
favorecer uma reorientação do processo de trabalho com maior potencial de
aprofundar os princípios, diretrizes e fundamentos da atenção básica, de
ampliar a resolutividade e impacto na situação de saúde das pessoas e
coletividades, além de propiciar uma importante relação custo-efetividade.
Nascido lá em 1994, esse projeto tem por objetivo promover a qualidade
de vida da população, de uma maneira que torna essa estratégia uma das mais
interessantes do mundo. Sabe porquê? A ESF age na raiz dos problemas,
atacando potenciais causadores das principais enfermidades que acometem a
nossa população como, por exemplo, o sedentarismo, a má alimentação e o
tabagismo.
A principal premissa da ESF é tratar a saúde de uma maneira diferente
do que estamos acostumados a ver, ou seja, prevenir ao invés de remediar. Ela
considera não apenas o indivíduo, mas todo o meio no qual está inserido: o
ambiente familiar, social e até mesmo geográfico. Além disso, a estratégia visa
expandir, qualificar e consolidar os preceitos do SUS na atenção básica,
ampliando a resolutividade e impacto na saúde com uma ótima relação Custo X
Efetividade. Afinal de contas, se a ideia é prevenir o custo em saúde para o
cidadão e o próprio estado, será muito menor.
Como funciona a Estratégia Saúde da Família?
Um ponto importante é o estabelecimento de uma equipe
multiprofissional (equipe de Saúde da Família – ESF) composta por, no
mínimo:
I médico generalista, ou especialista em Saúde da Família, ou
médico de Família e Comunidade;
II enfermeiro generalista ou especialista em Saúde da Família;

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III auxiliar ou técnico de enfermagem; e
IV agentes comunitários de saúde. Podem ser acrescentados a essa
composição os profissionais de Saúde Bucal: cirurgião-dentista generalista ou
especialista em Saúde da Família, auxiliar e/ou técnico em Saúde Bucal.
A atuação dessa equipe se dá em uma região geograficamente
delimitada e deve atender um número máximo de 4 mil habitantes/pacientes,
sendo a média ideal de 3 mil, respeitando os critérios de equidade para
definição dessa quantidade. O recomendado é que o número de pessoas por
equipe deve considerar o grau de vulnerabilidade das famílias daquele
território,
sendo que, quanto maior o grau de vulnerabilidade, menor deverá ser a
quantidade de pessoas por equipe.

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5. NÚCLEO DE APOIO A SAÚDE DA FAMÍLIA

A Atenção Primaria a Saúde (APS) no Brasil, também denominada de


Atenção Básica (AB), tem assumido em muitos países papel de relevância na
organização do sistema público de saúde. A APS representa um complexo
conjunto de conhecimentos e procedimentos, e demanda uma intervenção
ampla em diversos aspectos para que se possa ter efeito positivo sobre a
qualidade de vida da população.
A Estratégia de Saúde da Família (ESF), vertente brasileira da APS,
caracteriza-se como a porta de entrada prioritária de um sistema de saúde
constitucionalmente fundado no direito à saúde e na equidade do cuidado e,
além disso, hierarquizado e regionalizado, como é o caso do SUS.
A ESF vem provocando, de fato e de direito, um importante movimento
de reorientação do modelo de atenção à saúde . Pensando nisso, o Ministério
da Saúde criou os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasf), que tem como
objetivo apoiar a inserção da equipe de Saúde da Família na rede de serviços
e ampliar a abrangência e a resolutividade das ações da APS no país.
Composto por uma equipe multiprofissional deve desenvolver atividades
conjuntas com as equipes AB, seguindo a lógica do apoio matricial e das
ações técnico-pedagógicas ou clínicoassistenciais, pretendendo a
integralidade do cuidado.
As equipes de SF são compostas por no mínimo um médico de família,
um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e agentes comunitários de saúde.
Pode ser ampliada com a equipe de Saúde Bucal, na qual estão presentes:
dentista, auxiliar em saúde bucal e técnico em saúde bucal. Cada equipe se
responsabiliza pelo acompanhamento de no máximo quatro mil pessoas de
uma determinada área, e estas passam a ter corresponsabilidade no cuidado à
sua saúde. A atuação das equipes ocorre no território, principalmente, nas
unidades básicas de Saúde da Família, nas residências e nos espaços
comunitários.

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6.SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

A criança é um ser humano em pleno desenvolvimento. As experiências


vividas nos primeiros anos de vida são fundamentais para a formação da
pessoa adulta que ela será no futuro. Por isso, é muito importante que as
crianças cresçam em um ambiente saudável, cercadas de afeto, e com
liberdade para brincar. Toda criança tem direito a ser registrada gratuitamente;
realizar o teste do pezinho até o 5º dia de vida, na maternidade, UBS ou outro
ponto de referência na Rede de Atenção à Saúde;
Ter acesso a serviços de saúde de qualidade;
Ter acesso à escola pública e gratuita perto do lugar onde mora;
Receber a Caderneta da Criança ainda na Maternidade;
Receber gratuitamente as vacinas indicadas no Calendário Nacional de
Vacinação.
Viver intensamente a infância;
Ter acesso à água potável e alimentação adequada;
Ser acompanhada em seu crescimento e desenvolvimento;
Ser acompanhada pelos pais durante a internação em hospitais;
Viver em um lugar limpo, ensolarado e arejado;
Ter oportunidade de brincar e aprender;
Viver em ambiente afetuoso e sem violência.

6.1 ALEITAMENTO MATERNO

O aleitamento materno é uma das prioridades do Governo Federal. O


Ministério da Saúde recomenda a amamentação até os dois anos de idade ou
mais, e que nos primeiros 6 meses o bebê receba somente leite materno.

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6.2 EXAMES DE TRIAGRM NEONATAL

Todo bebê que nasce no Brasil tem direito a realizar gratuitamente


quatro exames muito importantes para a sua saúde. São os chamados exames
da triagem neonatal:
Teste do pezinho,
Teste do Olhinho,
Teste da Orelhinha,
Teste do coraçãozinho.

6.3 VACINAS

A vacinação é essencial para manter a criança saudável. Para vacinar a


criança, procure o centro de saúde ou a equipe de saúde que cuida da sua
família.
A atenção Integral à Saúde de Adolescentes enfatiza a promoção à
saúde, a prevenção de agravos e da gravidez não intencional e a redução da
mortalidade por causas externas.
O cuidado em saúde de adolescentes compreende a faixa etária de 10 a
19 anos, tendo três eixos centrais: crescimento e desenvolvimento saudáveis,
saúde sexual e reprodutiva e redução da mortalidade por acidentes e
violências, para esta tarefa exige-se o fortalecimento de ações de promoção da
saúde, prevenção de doenças e agravos, atenção humanizada e trabalho em
rede.

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7.SAÚDE DA MULHER

7.1 LINHAS DO TEMPO

Antes de entendermos o PNAISM como uma política, é importante


sabermos como era o Brasil antes da sua implementação. Em 1932 foi
instituído o direito político para primeira eleição a nível federal, com código
provisório onde apenas mulheres casadas com autorização do marido, solteiras
e viúvas com renda própria tinham o direito de voto.
Em 1946 foi a constituinte, onde o código eleitoral foi revisto, se
quebram as restrições relacionadas ao voto e todas as mulheres passam a ter
esse direito.
Na década de 70 se iniciam os programas materno infantil, que buscavam
captar os cuidados de contracepção, pré -natal, parto e puerpério.
Em 1984 temos a grande criação do Programa de Atenção Integral à
Saúde da Mulher (PAISM). Um novo programa que rompeu com o cuidado
apenas materno infantil, englobando ações educativas, preventivas,
diagnósticas, de tratamento e recuperação em questões relacionadas à saúde
sexual e reprodutiva.
Em 1988 temos a Constituição Federal Brasileira, que assegura direitos
como, educação, saúde, alimentação, proteção à maternidade e à infância, e
também implementa a criação do SUS.
Em 1990 foi publicada a lei orgânica de saúde,que regulamenta o SUS.

7.2 MOVIMENTOS FEMINISTAS, PARTICIPAÇÃO, GÊNERO E SAÚDE

O feminismo vem se reafirmando como um dos movimentos sociais que


se situam no campo emancipatório desde sua primeira expressão, na França,
em 1789, quando as mulheres organizadas lançaram em praça pública seus
reclames e desafiaram a história e a si próprias ao questionarem a ordem
estabelecida reivindicando a igualdade e ao afirmarem a liberdade.

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Esse período, no Brasil, considerando o feminismo como ação política
pela emancipação feminina nos diversos espaços da sociedade, nos remete a
reconhecer como conquistas das mulheres, ainda que não houvesse
movimento organizado que se intitulasse como movimento feminista. Durante o
Império (1822-1889), foi reconhecido o direito à educação da mulher, quando
Nísia Floresta (1819-1885), grande ativista pela emancipação feminina no
Brasil, fundou a primeira escola para meninas, no Rio de Janeiro, em 1838; e
posteriormente, em 1879, as mulheres conquistam o direito ao acesso ao
ensino universitário.
No âmbito do movimento feminista brasileiro, esses programas são
vigorosamente criticados pela perspectiva reducionista com que tratavam a
mulher, que tinha acesso a alguns cuidados de saúde no ciclo gravídico-
puerperal, ficando sem assistência na maior parte de sua vida. Com forte
atuação no campo da saúde, o movimento de mulheres contribuiu para
introduzir na agenda política nacional, questões, até então, relegadas ao
segundo plano, por serem consideradas restritas ao espaço e às relações
privadas.
Naquele momento tratava-se de revelar as desigualdades nas
condições de vida e nas relações entre os homens e as mulheres, os
problemas associados à sexualidade e à produção, as dificuldades
relacionadas à anticoncepção e à prevenção de doenças sexualmente
transmissíveis e a sobrecarga de trabalho das mulheres, responsáveis pelo
trabalho doméstico e de criação dos filhos (ÁVILA; BANDLER, 1991).
O ano de 1975 foi definido como „ano da mulher‟, quando foi lançada,
pela Organização das Nações Unidas (ONU), a década das mulheres,
instituindo o dia 8 de março como Dia Internacional da Mulher, marcando um
período de visibilidade internacional da luta feminista em todo o mundo.

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7.3 PAISM x PNAISM

A trajetória de elaboração do PAISM e da PNAISM teve processos e


espaços de participação diversos que se fortaleciam de forma integrada para
elaborar, implementar e monitorar as políticas, suas metas e estratégias
estabelecidas.
A definição de acordos e compromissos internacionais, de articulação
intra e intersetoriais, a participação em instâncias institucionais, integrando
grupos de trabalho, comissões e conselhos de direitos (CNS e CNDM),
Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e Conselho Nacional de
Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) foram fundamentais para os
avanços conquistados no campo da saúde das mulheres no Brasil.
O Ministério da Saúde instituiu uma comissão para escrever um
documento que fundamentaria as bases de ação programática, que se tornou o
PAISM e que contou com a contribuição de profissionais de saúde, gestores e
feministas. Rompia-se, assim, com o termo materno-infantil, introduzindo-se a
„integralidade‟ para a atenção à saúde da mulher sob a perspectiva de gênero,
refletindo o debate teórico de intersecção de ambos os conceitos no corpo e no
cuidado à saúde das mulheres.
A Rede Feminista de Saúde coordenou a Cismu de 1998 até 2015, com
destacado papel de articulação com o Estado, com CNS e CNDM para
priorização de agendas referentes à saúde das mulheres em suas instâncias
deliberativas. Desde 2016, a coordenação da Cismu é da União Brasileira de
Mulheres, entidade feminista que também integra a Rede Feminista de Saúde.
Apesar dessa participação e do protagonismo no campo do controle
social e da saúde pública, a representação das mulheres no pleno do CNS
enquanto movimento de mulheres possuía, no início, apenas uma
representação; e mais recentemente, são duas representações titulares, em
um total de 48 cadeiras: uma
do movimento de mulheres e outra do movimento de mulheres negras.

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Considerando que as mulheres são a maioria das usuárias do SUS e de
profissionais de saúde, constata-se uma sub-representação na maior instância
de controle social do SUS, o CNS..
A Cismu foi o espaço prioritário de elaboração da PNAISM e contribuiu
com o debate sobre transformar o PAISM em PNAISM, ou seja, passar de
programa à política.
O documento que consolida os princípios, as diretrizes, as estratégias e
as ações da PNAISM foram apresentado e discutido em reuniões da Cismu no
ano de 2003 e lançado pelo Ministério da Saúde em maio de 2004, com apoio
do movimento feminista e participação de representantes da Cismu e do
CNDM.
Entretanto, em que pese todo o esforço da conselheira de saúde,
coordenadora da Cismu à época, para que esse documento fosse apreciado e
aprovado pelo CNS, antes do seu lançamento, a PNAISM só foi pautada e
aprovada no CNS em 2006. Apesar disso, não há instrução normativa ou
resolução institucionalizando a política, consta apenas da ata da 163ª reunião
do CNS, quando se aprovou o documento com os princípios e diretrizes da
PNAISM. Ressalta-se que, apesar de não pactuada na Comissão Intergestores
Tripartite (CIT), como outras políticas, passou a constar do Plano Nacional de
Saúde e do Plano Plurianual, possui rubrica própria para desenvolver suas
ações, estratégias e programas específicos, em especial, em relação aos
serviços de saúde na rede de atenção.
A I Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres (CNPM),
realizada em 2004, teve como tema: „Políticas para as Mulheres: um desafio
para a igualdade numa perspectiva de gênero‟. Seu objetivo central foi propor
diretrizes e propostas para a fundamentação do I Plano Nacional de Políticas
para as Mulheres (I PNPM), que representou o primeiro conjunto de políticas
públicas articuladas em um plano, estruturado em cinco eixos temáticos:
autonomia e igualdade no mundo do trabalho; educação inclusiva, não sexista,
não racista, não homofóbica e não lesbofóbica;
saúde das mulheres, direitos sexuais e direitos reprodutivos („efetivar o
cumprimento do PAISM, segundo os princípios do SUS‟ foi uma das propostas

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aprovadas); enfrentamento de todas as formas de violência contra as mulheres;
participação das mulheres nos espaços de poder e decisão.
Em 2007, realizou-se a II CNPM, com o tema: „Desafios para a
construção da igualdade na perspectiva da implementação do II PNPM e
avaliação das ações e políticas propostas no I PNPM‟.
Em ambos os planos, o capítulo sobre saúde das mulheres expressava
as ações e as estratégias estabelecidas pelo movimento feminista e tinha como
articulação intersetorial a participação da Cismu/CNS no processo de definição
das prioridades, além de representantes do Ministério da Saúde, que, em 2003,
passou a ter novamente à frente da área técnica de saúde da mulher gestoras
indicada pelo movimento feminista. Foi criado Comitê de Monitoramento do
Plano, com representantes dos ministérios e de conselheiras do CNDM do
segmento da sociedade civil. Conforme documento do II PNPM (2008), consta
na introdução do capítulo da saúde, no relatório para avaliação:
Em 2004, o Ministério da Saúde lançou a „Política Nacional de Atenção
Integral à Saúde da Mulher‟, construída a partir da proposição do SUS,
respeitando as características da nova política de saúde, em estreita parceria
com outros órgãos de governo, marcadamente, a SPM e a Seppir, e com a
participação do movimento de mulheres, de mulheres negras e de
trabalhadoras rurais, sociedades científicas, entidades de classe,
pesquisadores e estudiosos da área.
A II Conferência Nacional de Saúde das Mulheres consagrou-se como
um marco na saúde das mulheres brasileiras por dar visibilidade às
diversidades e pluralidades das expressões do feminino: mulheres brancas,
negras, quilombolas, de matriz africana, indígenas, ciganas, lésbicas,
bissexuais, travestis, transexuais, mulheres com deficiência, mulheres vivendo
com HIV e aids, mulheres escalpeladas, mulheres privadas de liberdade,
mulheres em situação de rua, mulheres ribeirinhas, pescadoras, marisqueiras,
mulheres trabalhadoras, mulheres jovens, mulheres idosas, profissionais do
sexo etc.
Reafirmou-se a importância da participação social como processo de
mobilização para garantia das conquistas; e entre as resoluções aprovadas,

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constam: a realização de conferências municipais, estaduais e nacional de
saúde das mulheres a cada quatro anos; pela implantação de Comissões
Intersetoriais de Saúde da Mulher nos conselhos estaduais e municipais de
saúde; e pela revisão da PNAISM.
A trajetória descrita anteriormente – do PAISM à PNAISM – expressou
também os marcos do processo de democratização do Brasil e os diferentes
espaços da participação social das mulheres.

7.4 OBJETIVOS E PRINCÍPIOS GERAIS DA PNAISM

A humanização e a qualidade da atenção em saúde são condições


Essenciais para que as ações de saúde se traduzam na resolução dos
Problemas
identificados, na satisfação das usuárias, no fortalecimento Da capacidade das
mulheres frente à identificação de suas demandas, No reconhecimento e
reivindicação de seus direitos e na promoção do Autocuidado. Para atingir os
princípios de humanização e da qualidade da atenção deve-se levar em conta,
pelo menos, os seguintes elementos:
Acesso da população às ações e aos serviços de saúde nos três níveis
de assistência; definição da estrutura e organização da rede assistencial,
incluindo a formalização dos sistemas de referência e contra-referência que
possibilitem a continuidade das ações, a melhoria do grau de resolutividade
dos problemas e o acompanhamento da clientela pelos profissionais de saúde
da rede integrada;
Captação precoce e busca ativa das usuárias;
Disponibilidade de recursos tecnológicos e uso apropriado, de acordo
com os critérios de evidência científica e segurança da usuária;
Capacitação técnica dos profissionais de saúde e funcionários dos
serviços envolvidos nas ações de saúde para uso da tecnologia adequada,
acolhimento humanizado e práticas educativas voltadas à usuária e à
comunidade;

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Disponibilidade de insumos, equipamentos e materiais educativos;
Acolhimento amigável em todos os níveis da assistência, buscando-se a
orientação da clientela sobre os problemas apresentados e possíveis soluções,
assegurando-lhe a participação nos processos de decisão em todos os
momentos do atendimento e tratamentos necessários;
Disponibilidade de informações e orientação da clientela, familiares e da
comunidade sobre a promoção da saúde, assim Como os meios de prevenção
e tratamento dos agravos a ela Associados;
Estabelecimento de mecanismos de avaliação continuada dos Serviços
e do desempenho dos profissionais de saúde, com Participação da clientela;
Estabelecimento de mecanismos de acompanhamento, controle e
avaliação continuada das ações e serviços de saúde, com Participação da
usuária;
Análise de indicadores que permitam aos gestores monitorar o
Andamento das ações, o impacto sobre os problemas tratados e A redefinição
de estratégias ou ações que se fizerem necessário.
O Sistema Único de Saúde deve estar orientado e capacitado para a
atenção integral à saúde da mulher, numa perspectiva que contemple a
promoção da saúde, as necessidades de saúde da população feminina, o
controle de patologias mais prevalentes nesse grupo e a garantia do direito à
saúde.
A Política de Atenção à Saúde da Mulher deverá atingir as mulheres em
todos os ciclos de vida, resguardadas as especificidades das diferentes faixas
etárias e dos distintos grupos populacionais (mulheres negras, indígenas,
residentes em áreas urbanas e rurais, residentes em locais de difícil acesso,
em situação de risco, presidiárias, de orientação homossexual, com deficiência,
dentre outras).
A elaboração, a execução e a avaliação das políticas de saúde da
mulher deverão nortear-se pela perspectiva de gênero, de raça e de etnia, e
pela ampliação do enfoque, rompendo-se as fronteiras da saúde sexual e da
saúde reprodutiva, para alcançar todos os aspectos da saúde da mulher.

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A gestão da Política de Atenção à Saúde deverá estabelecer uma
dinâmica inclusiva, para atender às demandas emergentes ou demandas
antigas, em todos os níveis assistenciais.
As políticas de saúde da mulher deverão ser compreendidas em sua
dimensão mais ampla, objetivando a criação e ampliação das condições
necessárias ao exercício dos direitos da mulher, seja no âmbito do SUS, seja
na atuação em parceria do setor Saúde com outros setores governamentais,
com destaque para a segurança, a justiça, trabalho, previdência social e
educação.
A atenção integral à saúde da mulher refere-se ao conjunto de ações de
promoção, proteção, assistência e recuperação da saúde, executadas nos
diferentes níveis de atenção à saúde (da básica à alta complexidade).
O SUS deverá garantir o acesso das mulheres a todos os níveis de
atenção à saúde, no contexto da descentralização, hierarquização e integração
das ações e serviços. Sendo responsabilidade dos três níveis gestores, de
acordo com as competências de cada um, garantir as condições para a
execução da Política de Atenção à Saúde da Mulher.
A atenção integral à saúde da mulher compreende o atendimento à
mulher a partir de uma percepção ampliada de seu contexto de vida, do
momento em que apresenta determinada demanda, assim como de sua
singularidade e de suas condições enquanto sujeito capaz e responsável por
suas escolhas.
A atenção integral à saúde da mulher implica, para os prestadores de
serviço, no estabelecimento de relações com pessoas singulares, seja por
razões econômicas, culturais, religiosas, raciais, de diferentes orientações
sexuais, etc. O atendimento
deverá nortear-se pelo respeito a todas as diferenças, sem
discriminação de qualquer espécie e sem imposição de valores e crenças
pessoais. Esse enfoque deverá ser incorporado aos processos de
sensibilização e capacitação para humanização das práticas em saúde.
As práticas em saúde deverão nortear-se pelo princípio da humanização,
aqui compreendido como atitudes e comportamentos do profissional de saúde

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que contribuam para reforçar o caráter da atenção à saúde como direito, que
melhorem o grau de informação das mulheres em relação ao seu corpo e suas
condições de saúde, ampliando sua capacidade de fazer escolhas adequadas
ao seu contexto e momento de vida; que promovam o acolhimento das
demandas conhecidas ou não pelas equipes de saúde; que busquem o uso de
tecnologia apropriada a cada caso e que demonstrem o interesse em resolver
problemas e diminuir o sofrimento associado ao processo de adoecimento e
morte da clientela e seus familiares.
No processo de elaboração, execução e avaliação das Política de
Atenção à Saúde da Mulher deverá ser estimulada e apoiada a participação da
sociedade civil organizada, em particular do movimento de mulheres, pelo
reconhecimento de sua contribuição técnica e política no campo dos direitos e
da saúde da mulher.
Compreende-se que a participação da sociedade civil na implementação
das ações de saúde da mulher, no âmbito federal, estadual e municipal requer
– cabendo, portanto, às instâncias gestoras.
melhorar e qualificar os mecanismos de repasse de Informações sobre
as políticas de saúde da mulher e sobre os Instrumentos de gestão e regulação
do SUS.
No âmbito do setor saúde, a execução de ações será pactuada entre
todos os níveis hierárquicos, visando a uma atuação mais abrangente e
horizontal, além de permitir o ajuste às diferentes realidades regionais.
As ações voltadas à melhoria das condições de vida e saúde das
mulheres deverão ser executadas de forma articulada com setores
governamentais e não-governamentais; condição básica para a configuração
de redes integradas de atenção à saúde e para a obtenção dos resultados
esperados.

7.5 OBJETIVOS E ESTRATÉGIAS DA PNAISM

Ampliar e qualificar a atenção clínico-ginecológica, inclusive para as


portadoras da infecção pelo HIV e outras DST: fortalecer a atenção básica no

22
cuidado com a mulher; ampliar o acesso e qualificar a atenção clínico-
ginecológica na rede SUS. Estimular a implantação e implementação da
assistência em planejamento familiar, para homens e mulheres, adultos e
adolescentes, no âmbito da atenção integral à saúde:
Ampliar e qualificar a atenção ao planejamento familiar, incluindo a
assistência à infertilidade; Garantir a oferta de métodos anticoncepcionais para
a população em idade reprodutiva; Ampliar o acesso das mulheres às
informações sobre as opções de métodos anticoncepcionais; Estimular a
participação e inclusão de homens e adolescentes nas ações de planejamento
familiar. Promover a atenção obstétrica e neonatal, qualificada e humanizada,
incluindo a assistência ao abortamento em condições inseguras, para mulheres
e adolescentes: Construir, em parceria com outros atores, um Pacto Nacional
pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal; Qualificar a assistência
obstétrica e neonatal nos estados e municípios; organizar rede de serviços de
atenção obstétrica e neonatal, garantindo atendimento à gestante de alto risco
e em situações de urgência/emergência, incluindo mecanismos de referência e
contra-referência; fortalecer o sistema de formação/capacitação de pessoal na
área ea de assistência obstétrica e neonatal; elaborar e/ou revisar, imprimir e
distribuir material técnico e educativo; qualificar e humanizar a atenção à
mulher em situação de abortamento; apoiar a expansão da rede laboratorial;
garantir a oferta de ácido fólico e sulfato ferroso para todas as gestantes;
melhorar a informação sobre a magnitude e tendência da mortalidade materna.
Promover a atenção às mulheres e adolescentes em situação de
Violência doméstica e sexual: organizar redes integradas de atenção às
mulheres em situação de vio lência sexual e doméstica; articular a atenção à
mulher em situação de violência com ações de prevenção de DST/aids;
promover ações preventivas em relação à violência doméstica e sexual.
Promover, conjuntamente com o PN-DST/AIDS, a prevenção e o controle das
doenças sexualmente transmissíveis e da infecção pelo HIV/aids na população
feminina: prevenir as DST e a infecção pelo HIV/aids entre mulheres; ampliar
e qualificar a atenção à saúde das mulheres vivendo com HIV e aids. Reduzir
a morbimortalidade por câncer na população feminina: organizar em municípios

23
pólos de microrregiões redes de referência e contra-referência para o
diagnóstico e o tratamento de câncer de colo uterino e de mama; garantir o
cumprimento da Lei Federal que prevê a cirurgia de reconstrução mamária nas
mulheres que realizaram mastectomia; oferecer o teste anti-HIV e de sífilis para
as mulheres incluídas No Programa Viva Mulher, especialmente aquelas com
diagnóstico de DST, HPV e/ou lesões intra-epiteliais de alto grau/Câncer
invasor.Implantar um modelo de atenção à saúde mental das mulheres sob o
enfoque de gênero: melhorar a informação sobre as mulheres portadoras de
transtornos mentais no SUS; qualificar a atenção à saúde mental das
mulheres; incluir o enfoque de gênero e de raça na atenção às mulheres
Portadoras de transtornos mentais e promover a integração com setores
não-governamentais, fomentando sua participação nas definições da política de
atenção às mulheres portadoras de transtornos mentais. Implantar e
implementar a atenção à saúde da mulher no climatério: ampliar o acesso e
qualificar a atenção às mulheres no climatério na rede SUS.
Promover a atenção à saúde da mulher na terceira idade: incluir a
abordagem às especificidades da atenção a saúde da mulher na Política de
Atenção à Saúde do Idoso no SUS; incentivar a incorporação do enfoque de
gênero na Atenção à Saúde do Idoso no SUS. Promover a atenção à saúde da
mulher negra, melhorar o registro e produção de dados; capacitar profissionais
de saúde; implantar o Programa de Anemia Falciforme (PAF/MS), dando
ênfase às especificidades das mulheres em idade fértil e no ciclo gravídico-
puerperal; incluir e consolidar o recorte racial/étnico nas ações de saúde da
mulher, no âmbito do SUS;
Estimular e fortalecer a interlocução das áreas de saúde da umlher das
SES e SMS com os movimentos e entidades relacionados à saúde da
população negra. Promover a atenção à saúde das trabalhadoras do campo e
da cidade: implementar ações de vigilância e atenção à saúde da trabalhadora
da cidade e do campo, do setor formal e informal; introduzir nas políticas de
saúde e nos movimentos sociais a noção de direitos das mulheres
trabalhadoras relacionados à saúde. Promover a atenção à saúde da mulher
indígena: ampliar e qualificar a atenção integral à saúde da mulher indígena.

24
Promover a atenção à saúde das mulheres em situação de prisão,
Incluindo a promoção das ações de prevenção e controle de doenças
sexualmente transmissíveis e da infecção pelo HIV/aids nessa população:
ampliar o acesso e qualificar a atenção à saúde das presidiárias.Fortalecer a
participação e o controle social na definição e implementação das políticas de
atenção integral à saúde das mulheres: promover a integração com o
movimento de mulheres feministas no aperfeiçoamento da política de atenção
integral à Saúde da mulher.

8.SAÚDE DO HOMEM

O Brasil é o único país da América Latina com uma política de saúde


específica para a população masculina: A Política Nacional de Atenção Integral
à Saúde do Homem (PNAISH). O objetivo da PNAISH é promover a melhoria
das condições de saúde da população masculina brasileira, contribuindo, de
modo efetivo, para a redução da morbidade e da mortalidade dessa população,
abordando de maneira abrangente os fatores de risco e vulnerabilidades
associados. Através da promoção do acesso a serviços de saúde abrangentes
e ações preventivas, a política busca também reconhecer e respeitar as
diversas manifestações de masculinidade.
Para alcançar seu objetivo, a PNAISH deve ser desenvolvida a partir de
cinco (5) eixos temáticos:
1. Acesso e Acolhimento: objetiva reorganizar as ações de saúde,
por meio de uma proposta inclusiva, na qual os homens considerem os
serviços de saúde também como espaços masculinos e, por sua vez, os
serviços reconheçam os homens como sujeitos que necessitam de cuidados e
acesso à saúde;
2. Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva: promove a abordagem às
questões sobre a sexualidade masculina, nos campos psicológico, biológico e
social. Busca respeitar o direito e a vontade do indivíduo de planejar, ou não,
ter filhos;

25
3. Paternidade e Cuidado: busca sensibilizar gestores (as),
profissionais de saúde e a sociedade em geral sobre os benefícios da
participação ativa dos homens no exercício da paternidade em todas as fases
da gestação e nas ações de cuidado com seus (suas) filhos (as), destacando
como esta participação pode contribuir a saúde, bem-estar e fortalecimento de
vínculos saudáveis entre crianças, homens e suas (seus) parceiras (os);
4. Doenças prevalentes na população masculina: reforça a
importância da atenção primária no cuidado à saúde dos homens, facilitando e
garantindo o acesso e a qualidade dos cuidados necessários para lidar com
fatores de risco de doenças e agravos à saúde mais prevalentes na população
masculina;
5. Prevenção de Violências e Acidentes: visa a conscientização
sobre a relação significativa entre a população masculina e violências e
acidentes. Propõe estratégias preventivas na saúde, envolvendo profissionais e
gestores de saúde e toda a comunidade.

26
8.1 NOVEMBRO AZUL

Novembro se destaca como um o mês de conscientização sobre os


cuidados abrangentes com a saúde da população masculina e tem como
objetivo alertar para a importância do diagnóstico precoce do câncer de
próstata, o mais frequente entre os homens brasileiros depois do câncer de
pele.
Além das ações desenvolvidas neste mês, a Coordenação de Atenção à
Saúde do Homem promove, ao longo do ano, iniciativas direcionadas à
promoção da saúde, prevenção às doenças, prevenção de violências e
acidentes.
São oferecidos espaços de debate e reflexões por webconferências,
webpalestras, conferências, seminários, simpósios, palestras, cursos, lives,
rodas de conversa. A ideia é levar a agenda da saúde do homem para
ambientes onde estes homens estão, e para locais onde discussões pertinentes
acontecem, seja dentro do Ministério da Saúde, seja no âmbito interministerial
ou intersetorial, mas especialmente com a sociedade civil e nos movimentos
sociais.

9.SAÚDE DO IDOSO

A Política Nacional do Idoso, promulgada em 1994 e regulamentada em


1996, que prevê a garantia dos direitos sociais à pessoa idosa, definida como a
pessoa que tem 60 anos ou mais de idade. Em 2003, com a publicação do
Estatuto do Idoso, foram reafirmados os direitos das pessoas idosas, cabendo à
Saúde garantir atenção integral a essa população, por intermédio do Sistema
Único de Saúde. O modelo de atenção considera, além dos pontos de atenção
da Atenção Básica, os da Atenção Especializada Ambulatorial e Atenção
Especializada Hospitalar e os sistemas de apoio diagnóstico e terapêutico.
Através da Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa é possível o rastreio de
eventos e contextos importantes para a identificação das reais necessidades de

27
saúde, bem como do potencial de risco e graus de comprometimento da
autonomia e independência do indivíduo, permitindo o direcionamento de
intervenções oportunas e adequadas a cada caso. Os atendimentos realizados
nas Unidade Básicas de Saúde são ações e serviços de promoção, prevenção,
proteção, diagnóstico e reabilitação da saúde, por meio da ampliação da
cobertura vacinal, orientações sobre alimentação e nutrição, práticas de
atividades físicas, orientação sobre prevenção e acompanhamento de vítimas
de violência, prevenção de quedas, higiene e saúde bucal, autocuidado,
prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, orientação e
acompanhamento das doenças crônicas, do sofrimento mental, decorrentes ou
não do uso de álcool e outras drogas, dirigidas não só a pessoa idosa, mas
também aos seus familiares e cuidadores, é fundamental na assistência
às condições clínicas mais comuns que adoecem o idoso.

10. SAÚDE MENTAL

Trabalho complementar de estágio sobre a saúde mental


A maior parte das pessoas quando ouve falar sobre a “saúde mental”,
pensam em “doença mental”. Mas a saúde mental vai mais além do que a
ausência das doenças mentais.
Pessoas normalmente saudáveis entende que ninguém é perfeito,
entendem que todos tem limites, e que não pode ser tudo pra todos. As
pessoas vivenciam diariamente uma série de emoções como alegria, tristeza,
amor, satisfação, raiva e frustração. São capazes de enfrentar os desafios e as
mudanças na vida cotidiana com equilíbrio e sabem procurar ajuda quando tem
dificuldade em lidar com conflitos, perturbações, traumas ou transições
importantes nos diferentes ciclos da vida.
A saúde mental de uma pessoa está relacionada à forma com ela reage
às exigências da vida e modo como harmoniza seus desejos, capacidades,
ambições, ideia e emoções Ter saúde mental é:
• Estar bem consigo mesmo e com os outros
• Aceitar as exigências da vida

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• Saber lidar com as boas emoções e também aquelas
desagradáveis, mas que fazem
parte da vida
• Reconhecer limites e buscar ajuda quando necessário Como
cuidar da saúde mental?
• Cuide da saúde física
• Estabeleça objetivos
• Priorize seu sono
• Valorize os momentos de lazer
• Diminua o tempo online
• Tenha ajuda profissional
Doenças mentais
As doenças mentais são uma grande variedade de condições que afetam
humor, raciocínio e comportamento.
Junto com as doenças mentais temos também a dependência química,
que pode causar essas doenças ou pode ser resultado delas. A dependência
química não é só a drogas, também é ao consumo de bebidas alcoólicas,
cigarros e medicamentos
Os indivíduos em situações de crise podem ser atendidos em qualquer
serviço da Rede de Atenção Psicossocial, formada por várias unidades com
finalidades distintas, de forma integral e gratuita, pela rede pública de saúde.
O acolhimento dessas pessoas e seus familiares é uma estratégia de
atenção fundamental para a identificação das necessidades assistenciais, alívio
do sofrimento e planejamento de intervenções medicamentosas e terapêuticas,
se e quando necessárias.
Além das ações assistenciais, o Ministério da Saúde também atua
ativamente na prevenção de problemas relacionados a saúde mental e
dependência química, implementando, por exemplo, iniciativas para prevenção
do suicídio, por meio de convênio firmado com o Centro de Valorização da Vida
(CVV), que permitiu a ligação gratuita em todo o país.
A reabilitação psicossocial é compreendida como um conjunto de ações
que buscam o fortalecimento, a inclusão e o exercício de direitos de cidadania

29
de pacientes e familiares, mediante a criação e o desenvolvimento de iniciativas
articuladas com os recursos do território nos campos do trabalho, habitação,
educação, cultura, segurança e direitos humanos.
É comum que as pessoas que sofram com transtornos mentais ou
dependência química seja, muitas vezes, incompreendidas, julgadas, excluídas
e até mesmo marginalizadas, devido a falsos conceitos ou pré-conceitos
errados Entenda que as doenças mentais:
• Não são fruto da imaginação;
• A pessoa não escolhe ter;
• Algumas doenças mentais têm cura, outras possuem tratamentos
específicos;
• Pessoas com problemas mentais são tão inteligentes quanto as
que não têm;
• Pessoas com problemas mentais não são preguiçosas.
Estes mitos, aliados à discriminação, aumentam os sintomas do
problema e, em muitas ocasiões, podem levar até ao suicídio. Mesmo nos
casos mais graves, é possível controlar e reduzir os sintomas por meio de
medidas de reabilitação e tratamentos específicos. A recuperação é mais
efetiva e rápida quanto mais precocemente o tratamento for iniciado.
Setembro amarelo
É importante falar sobre o assunto para que as pessoas que estejam
passando por momentos difíceis e de crise busquem ajuda e entendam que a
vida sempre vai ser a melhor escolha.

Quando uma pessoa decide terminar com a sua vida, os seus


pensamentos, sentimentos e ações apresentam-se muito restritivos, ou seja,
ela pensa constantemente sobre o suicídio e é incapaz de perceber outras
maneiras de enfrentar ou de sair do problema. Essas pessoas pensam
rigidamente pela distorção que o sofrimento emocional impõe.

Se informar para aprender e ajudar o próximo é a melhor saída para lutar


contra esse problema tão grave. É muito importante que as pessoas próximas

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saibam identificar que alguém está pensando em se matar e a ajude, tendo
uma escuta ativa e sem julgamentos, mostrar que está disponível para ajudar e
demonstrar empatia, mas principalmente levando-a ao médico psiquiatra, que
vai saber como manejar a situação e salvar esse paciente.

11.PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÕES – PNI

11.1 O QUE É A PNI?

Um dos maiores programas de vacinação do mundo, que nos últimos 50


anos, levou o Brasil a eliminação e controle de várias doenças
imunopreveníveis: o PNI é patrimônio de todos os brasileiros e referência
internacional. A abreviação é para o Programa Nacional de Imunizações,
responsável por elaborar a política de vacinação do Brasil, desde a compra das
vacinas de rotina até a definição do público que será imunizado.
O programa de imunizações brasileiro oferece, de forma gratuita pelo
Sistema Único de Saúde (SUS), mais de 20 imunizantes para diversas
doenças, sendo 17 vacinas para crianças, sete para adolescentes, cinco para
adultos e idosos e três para gestantes. Todas fazem parte do Calendário
Nacional de Vacinação, um documento que estabelece a aplicação das vacinas
de rotina para cada fase da vida.

11.2 HISTÓRIA DA PNI NO BRASIL:

Em 1973 foi formulado o Programa Nacional de Imunizações (PNI), por


determinação do Ministério da Saúde, com o objetivo de coordenar as ações de
imunizações que se caracterizavam até então, pela descontinuidade, pelo
caráter episódico e pela reduzida área de cobertura. A proposta básica para o
Programa, constante de documento elaborado por técnicos do Departamento
Nacional de Profilaxia e Controle de Doenças (Ministério da Saúde) e da
Central de Medicamentos (CEME - Presidência da República), foi aprovada em
reunião realizada em Brasília, em 18 de setembro de 1973, presidida pelo

31
próprio Ministro Mário Machado Lemos e contou com a participação de
renomados sanitaristas e infectologistas, bem como de representantes de
diversas instituições. Em 1975 foi institucionalizado o PNI, resultante do
somatório de fatores, de âmbito nacional e internacional, que convergiam para
estimular e expandir a utilização de agentes imunizantes, buscando a
integridade das ações de imunizações realizadas no país. O PNI passou a
coordenar, assim, as atividades de imunizações desenvolvidas rotineiramente
na rede de serviços e, para tanto, traçou diretrizes pautadas na experiência da
Fundação de Serviços de Saúde Pública (FSESP), com a prestação de serviços
integrais de saúde através de sua rede própria.
A legislação específica sobre imunizações e vigilância epidemiológica
(Lei 6.259 de 30-10-1975 e Decreto 78.231 de 30-12-76) deu ênfase às
atividades permanentes de vacinação e contribuiu para fortalecer
institucionalmente o Programa. De 1990 a 2003, o PNI fez parte da Fundação
Nacional de Saúde. A partir de 2003, passou a integrar o DEVEP/SVS -
Secretaria de Vigilância em Saúde, inserido na Coordenação Geral do
Programa Nacional de Imunizações (CGPNI). Ao longo do tempo, a atuação do
PNI alcançou consideráveis avanços ao consolidar a estratégia de vacinação
nacional. As metas mais recentes contemplam a eliminação do sarampo e do
tétano neonatal. A essas, se soma o controle de outras doenças
imunopreveníveis como Difteria, Coqueluche e Tétano acidental, Hepatite B,
Meningites, Febre Amarela, formas graves da Tuberculose, Rubéola e
Caxumba em alguns Estados, bem como, a manutenção da erradicação da
Poliomielite.O PNI adquire, distribui e normatiza também o uso dos
imunobiológicos especiais, indicados para situações e grupos populacionais
específicos que serão atendidos nos Centros de Referência para
Imunobiológicos Especiais (CRIE). É também de responsabilidade desta
coordenação a implantação do Sistema de Informação e a consolidação dos
dados de cobertura vacinal em todo o país.
Destacamos que o objetivo principal do Programa é de oferecer todas as
vacinas com qualidade a todas as crianças que nascem anualmente em nosso
país, tentando alcançar coberturas vacinais de 100% de forma homogênea em

32
todos os municípios e em todos os bairros. O PNI é, hoje, parte integrante do
Programa da Organização Mundial da Saúde, com o apoio técnico, operacional
e financeiro da UNICEF e contribuições do Rotary Internacional e do Programa
das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

11.3 VACINAS DO CALENDÁRIO VACINAL

• BCG
• Hepatite B
• Penta (DTP/Hib/Hep B)
• Vacina Pneumocócica 10 valente
• VIP (Vacina Inativada Poliomielite)
• VRH (Vacina Rotavírus Humano)
• Meningocócica C (conjugada)
• VOP (Vacina Oral Poliomielite)
• Febre amarela
• Tríplice viral (Sarampo, rubéola, caxumba)
• Tetraviral (Sarampo, rubéola, caxumba, varicela)
• Hepatite A
• DTP (tríplice bacteriana)
• Varicela
• HPV quadrivalente (Papilomavírus Humano)
Vacinas como Influenza e Covid-19 . Que são divididas em; Calendário das
criança, Calendário do adolescente, Calendário da gestante e Calendário do
idoso.

11.4.O CRIE

O Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE) - é


constituído de infraestrutura e logística específicas, destinado ao atendimento
de indivíduos portadores de quadros clínicos especiais (contraindicação à

33
utilização dos imunobiológicos disponíveis na rede pública, indivíduos
imunocompetentes e imunodeprimidos, e aqueles que apresentam outras
condições de risco e outros grupos especiais).Pacientes, da rede pública ou
privada, que se encaixarem nos critérios e indicações para uso de um
imunobiológico especial podem receber essas vacinas no CRIE, localizado na
unidade Santa Catarina do Hospital Universitário da Universidade Federal de
Juiz de Fora (HU-UFJF/EBSERH).
Devem ser encaminhados pelo médico com a solicitação do
imunobiológico e justificativa da indicação por meio da “Ficha para Solicitação
de Imunobiológicos Especiais- CRIE) e cartão de vacina. São mais de 50
indicações para receber vacinas contra hepatite A, varicela, penumococo, entre
outras. Ficha de solicitação de imunobiológicos especiais Para essa imunização
especial o medico deve fazer a prescrição com o tipo de imunobiológico, uma
justificativa de uso para o paciente, onde é apresentado a comorbidade do
usuário, precisa-se preencher com o nome e os documentos pessoais do
usuário, também a causa do pedido do imunobiológicos. Colocar o quadro
clínico e a vacina que está sendo pedida. É dever do técnico de enfermagem da
sala da vacina, assim que autorizado pelo CRIE aplicar a imunização

12.HIPERDIA

O Hiperdia é um programa da Estratégia de Saúde da Família para


pacientes hipertensos e diabéticos e foi criado através da portaria nº 371 de 4
de março de 2002 a fim de realizar ações de promoção, prevenção,
diagnóstico, tratamento e controle dos pacientes com essas patologias. O
objetivo deste estudo foi descrever a contribuição do hiperdia na atenção
básica.
A Hipertensão Arterial Sistêmica e a Diabetes Mellitus são problemas
de saúde pública e são responsáveis por inúmeras complicações nos indivíduos
acometidos por essas patologias, sendo que a prática de exercícios físicos
associada a uma alimentação saudável é fundamental na prevenção destas
doenças. A criação do programa Hiperdia foi essencial para redução na
prevalência da hipertensão e diabetes no Brasil. A atuação de uma equipe

34
multidisciplinar na Estratégia de Saúde da Família, juntamente com o apoio da
equipe do NASF é de extrema importância para que os pacientes obtenham
resultados satisfatórios.
A partir da realização deste estudo fica claro que o desenvolvimento das
ações dentro do Programa de Estratégia de Saúde da Família é essencial para
o controle da hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus. Sendo que o
enfermeiro é o responsável por fornecer todas as orientações necessárias para
que os portadores se sensibilizem e reduzam os fatores de risco que levam a
ocorrência destas doenças.

13.COVID-19

A Covid-19 é uma infecção respiratória aguda causada pelo coronavírus


SARS-CoV-2, potencialmente grave, de elevada transmissibilidade e de
distribuição global. O SARS-CoV-2 é um betacoronavírus descoberto em
amostras de lavado broncoalveolar obtidas de pacientes com pneumonia de
causa desconhecida na cidade de Wuhan, província de Hubei, China, em
dezembro de 2019. Pertence ao subgênero Sarbecovírus da família
Coronaviridae e é o sétimo coronavírus conhecido a infectar seres humanos,é
transmitido principalmente por três modos: contato, gotículas ou por aerossol.

13.1. TRANSMISSÃO

A transmissão por contato é a transmissão da infecção por meio do


contato direto com uma pessoa infectada (por exemplo, durante um aperto de
mão seguido do toque nos olhos, nariz ou boca), ou com objetos e superfícies
contaminados (fômites).
A transmissão por gotículas é a transmissão da infecção por meio da
exposição a gotículas respiratórias expelidas, contendo vírus, por uma pessoa
infectada quando ela tosse ou espirra, principalmente quando ela se encontra a
menos de 1 metro de distância da outra.

35
A transmissão por aerossol é a transmissão da infecção por meio de
gotículas respiratórias menores (aerossóis) contendo vírus e que podem
permanecer suspensas no ar, serem levadas por distâncias maiores que 1
metro e por períodos mais longos (geralmente horas). A transmissão por via
aérea do SARS-CoV-2 pode ocorrer em circunstâncias especiais quando uma
pessoa infectada produz gotículas respiratórias por um período prolongado
(mais de 15 minutos a várias horas) em um espaço fechado. Nessas situações,
uma quantidade suficiente de vírus pode permanecer presente no espaço de
forma a causar infecções em pessoas que estiverem a mais de 1 metro de
distância ou que passem por aquele espaço logo após a saída da pessoa
infectada.
O período de incubação é estimado entre 1 a 14 dias, com mediana de 5
a 6 dias, estudos recentes indicam que há possibilidade de reinfecção pelo
vírus SARS-CoV-2, entretanto, incomuns no período de 90 dias após a
primoinfecção. A infecção pelo vírus forneceu de 80 a 90% de proteção contra a
reinfecção por até 7 meses.

36
13.2. SINTOMAS

Caso assintomático
Caracterizado por teste laboratorial positivo para covid-19 e ausência de
sintomas.
Caso leve
Caracterizado a partir da presença de sintomas não específicos, como tosse,
dor de garganta ou coriza, seguido ou não de anosmia, ageusia, diarreia, dor
abdominal, febre, calafrios, mialgia, fadiga e/ou cefaleia.
Caso moderado
Os sintomas mais frequentes podem incluir desde sinais leves da doença, como
tosse persistente e febre persistente diária, até sinais de piora progressiva de
outro sintoma relacionado à covid-19 (adinamia, prostração, hiporexia, diarreia),
além da presença de pneumonia sem sinais ou sintomas de gravidade
Caso grave
Considera-se a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Síndrome Gripal que
apresente dispneia/desconforto respiratório ou pressão persistente no tórax ou
saturação de oxigênio menor que 95% em ar ambiente ou coloração azulada de
lábios ou rosto). Para crianças, os principais sintomas incluem taquipneia
(maior ou igual a 70 rpm para menores de 1 ano e maior ou igual a 50 rpm para
crianças maiores que 1 ano), hipoxemia, desconforto respiratório, alteração da
consciência, desidratação, dificuldade para se alimentar, lesão miocárdica,
elevação de enzimas hepáticas, disfunção da coagulação, rabdomiólise,
cianose central ou SpO2 <90-92% em repouso e ar ambiente, letargia,
convulsões, dificuldade de alimentação/recusa alimentar.
Caso crítico
Os principais sintomas são sepse, síndrome do desconforto respiratório agudo,
síndrome do desconforto respiratório agudo, insuficiência respiratória grave,
disfunção de múltiplos órgãos, pneumonia grave, necessidade de suporte
respiratório e internações em unidades de terapia intensiva.

37
13.3.COMPLICAÇÕES

Embora a maioria das pessoas com covid-19 desenvolvam sintomas


leves (40%) ou moderados (40%), aproximadamente 15% podem desenvolver
sintomas graves que requerem suporte de oxigênio e, cerca de 5% podem
apresentar a forma crítica da doença, com complicações como falência
respiratória, sepse e choque séptico, tromboembolismo e/ou falência múltipla
de órgãos, incluindo lesão hepática ou cardíaca aguda e requerem cuidados
intensivos.
A covid-19 pode estar frequentemente associada a manifestações
mentais e neurológicas10, incluindo delírio ou encefalopatia, agitação, acidente
vascular cerebral, meningoencefalite, olfato ou paladar prejudicados,
ansiedade, depressão e distúrbios de sono. Em muitos casos, manifestações
neurológicas foram relatadas mesmo em pacientes sem sintomas respiratórios.

13.4.FATORES DE RISCO

Condições e fatores de risco a serem considerados para possíveis


complicações da covid-19:
Idade igual ou superior a 60 anos; Tabagismo; Obesidade;
Miocardiopatias de diferentes etiologias (insuficiência cardíaca, miocardiopatia
isquêmica etc.);
Hipertensão arterial;
Doença cerebrovascular;
Pneumopatias graves ou descompensadas (asma moderada/grave, DPOC);
Imunodepressão e imunossupressão;
Doenças renais crônicas em estágio avançado (graus 3, 4 e 5);
Diabetes melito, conforme juízo clínico;
Doenças cromossômicas com estado de fragilidade imunológica;
Neoplasia maligna (exceto câncer não melanótico de pele);
Cirrose hepática;
Algumas doenças hematológicas (incluindo anemia falciforme e talassemia);

38
Gestação.

13.5 DIAGNÓSTICO

O quadro clínico inicial da doença é caracterizado como Síndrome Gripal


(SG). O diagnóstico pode ser feito por investigação clínico-epidemiológica,
anamnese e exame físico adequado do paciente, caso este apresente sinais e
sintomas característicos da covid-19. Deve-se considerar o histórico de contato
próximo ou domiciliar nos 14 dias anteriores ao aparecimento dos sinais e
sintomas com pessoas já confirmadas para covid-19.

13.6 CONTROLE E PREVENÇÃO

Em decorrência da pandemia da covid-19 e consequente aumento da


demanda assistencial sobre o Sistema Único de Saúde (SUS), o MS reforça
que a organização da rede de atenção e dos fluxos deve estar bem
estabelecida tanto para pessoas com síndrome gripal (SG), causada ou não
pela covid-19, quanto para as que necessitem de acompanhamento por outras
condições e agravos de saúde, como outras doenças transmissíveis, doenças
crônicas e situações de vulnerabilidade e sofrimento psíquico, garantindo a
continuidade do cuidado pelos serviços de saúde. aliada à estratégia de
vacinação, iniciada em janeiro de 2021 e segue conforme as orientações
descritas no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a
Covid-19 (PNO).
As medidas não farmacológicas constituem outras formas de prevenção
e controle da covid19, como: distanciamento físico, etiqueta respiratória,
higienização das mãos, uso de máscaras, limpeza e desinfeção de ambientes,
isolamento de casos suspeitos e confirmados

39
14. CONCLUSÃO

Esse trabalho contribuiu para que possamos aprender ainda mais sobre
o sistema básico de saúde dentro do Brasil. Podemos enxergar o tanto que o
SUS é importante para a população brasileira, trazendo vários benefícios para
muitas pessoas. Apresentar de muitos usuários não saberem os benefícios que
os Sus contém. Esse trabalho contribuiu de forma positiva para nossa carreira
profissional, pós ajudou a entender várias coisas para podemos decidir em qual
área dessa vasta opções que o curso Técnico nos apresentou. Além de mostra
o quanto a Saúde pública e importante.

40
. REFERÊNCIAS

https://www.gov.br/saude/pt-br/coronavirus/como-se-
protegerhttps://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_do_nasf_nucleo.
pdf
https://www.scielo.br/j/sdeb/a/4JncpcMDZ7TQ9Hd7dkMPMpthttps://www.gov.br
/saude/pt-br/composicao/saps/estrategia-saude-da-
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