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FACULDADE DE JUAZEIRO DO NORTE

BACHARELADO EM FARMÁCIA

FRANCISCO JOSÉ NETO

O FARMACÊUTICO NO SUS: Formação profissional e desenvolvimento


de habilidades e competências

Juazeiro do Norte – CE
2015
1

FRANCISCO JOSÉ NETO

O FARMACÊUTICO NO SUS: Formação profissional e desenvolvimento de


habilidades e competências

Monografia apresentada como


requisito necessário para a obtenção
do título de Bacharel em Farmácia da
Faculdade de Juazeiro do Norte -
FJN, sob a orientação da Prof.ª
Especialista Maria Solange Barreto
Ribeiro Grangeiro.

Juazeiro do Norte – CE
2015
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3

Dedico este trabalho a minha esposa


Hilda Maria dos Santos e ao meu filho Davi Santos Neto
pela presença sempre alegre na minha vida
4

AGRADECIMENTOS

Inicialmente ao Pai, pela aventura de haver engastado mais uma perola em


teu colar de realizações; reconhecendo que tudo na vida depende de Deus, mas na
certeza de que o trabalho em minhas mãos depende inteiramente de mim.

À minha esposa, Hilda Maria dos Santos, o meu filho Davi Santos Neto e a
minha Mãe Terezinha Dão Neto pelo apoio e compreensão de minhas ausências.

Aos meus colegas de curso pela amizade e convívio saudável que


partilhamos e pela possibilidade de futuros encontros.

À professora Solange, minha Orientadora, pela sua sensibilidade e estímulo,


sua orientação competente e por ser a pessoa disponível em transmitir
conhecimentos.

Aos meus Professores do Bacharelado em Farmácia da Faculdade de


Juazeiro do Norte – FJN pelo aprendizado desenvolvido nas suas disciplinas.
5

“Todas as propostas devem ter como objetivo principal a


melhoria das condições de saúde da população brasileira, a
garantia dos direitos do cidadão, o respeito aos pacientes
e a humanização da prestação de serviços”.

(Carta de Brasília apresentada no


VIII Simpósio sobre Política Nacional
de Saúde em junho de 2005)
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RESUMO.

O processo de formação dos profissionais da área de assistência à saúde,


especificamente no campo da farmácia, a partir do início do século XXI, vem sendo
alvo de diversas mudanças nos universos estruturais, teóricos e práticos do seu
desenvolvimento, assumindo uma nova postura nos meios produtivos e das relações
humanas. A descentralização das ações de saúde colocou os municípios brasileiros
em foco no que diz respeito à organização e prestação dos serviços de saúde à
população. A consolidação do SUS e, consequentemente, a integralidade e a
resolutividade das ações de saúde tornam-se um desafio para a formação dos
profissionais da saúde. O perfil do profissional farmacêutico após a implantação das
Diretrizes Curriculares em 2002 sofreu uma grande ampliação. O presente trabalho
destaca em seu tema central o farmacêutico no Sistema Único de Saúde (SUS):
formação profissional e desenvolvimento de habilidades e competências. A
estratégia de pesquisa adotada estrutura-se como uma revisão de literatura, na qual
propõe destacar as principais mudanças no universo farmacêutico a partir da
implantação do SUS, busca verificar as diretrizes e os princípios que norteiam as
competências e as habilidades do farmacêutico e levantar subsídios teóricos acerca
dos principais obstáculos enfrentados por este profissional em meio ao SUS.

Palavras-chaves: SUS; farmacêutico; formação profissional.


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RESUMEN.

El proceso de formación de los profesionales de la salud, específicamente en el


campo de la farmacia, desde el principio del siglo, ha sido objeto de varios cambios
en la teoría y la práctica del desarrollo universos estructural, asumiendo una nueva
posición en los medios de comunicación relaciones productivas y humanas. La
descentralización de las acciones de salud coloca a los municipios en el enfoque en
cuanto a la organización y prestación de servicios de salud a la población. La
consolidación del SNS y, en consecuencia, la integridad y la firmeza de las
actividades de salud se convierta en un reto para la educación de los profesionales
de la salud. El perfil del farmacéutico después de la aplicación de las directrices del
plan de estudios en el año 2002 ha experimentado una gran expansión. Este
documento resalta en su tema central del farmacéutico en el Sistema Único de Salud
(SUS): formación y capacitación profesional de desarrollo y habilidades. La
estrategia de investigación aprobado se estructura como una revisión de la literatura,
en la que se propone poner de relieve los principales cambios en el universo
farmacéutica de la implementación del SUS, tiene como objetivo verificar las
directrices y los principios que guían las habilidades y destrezas del farmacéutico y
elevar los subsidios teórica sobre los principales obstáculos que enfrentan este
profesional en medio del SUS.

Palabras clave: SUS; farmacéutico; Entrenamiento vocacional


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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

GRÁFICO 1. Descrição dos artigos relacionados à Assistência Farmacêutica no


SUS encontrados na bases de dados da Scielo, período: Janeiro/1990 a
maio/2015. .................................................................................................. 38
GRÁFICO 2. Descrição dos artigos relacionados à Assistência Farmacêutica no
SUS encontrados na base de dados da Lilacs, período: janeiro/1990 a
Maio/2015. ...................................,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,.................................................. 38
GRÁFICO 3. Descrição dos artigos relacionados à Assistência Farmacêutica no
SUS encontrados na base de dados do Google Acadêmico, período:
janeiro/1990 a Maio/2015. .....................................,,,,,,,,,,,,,,................................ 39
GRÁFICO 4. Descrição dos artigos relacionados à Assistência Farmacêutica no
SUS encontrados em livros, período: janeiro/1990 a maio/2015. ........................ 39
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LISTA DE TABELAS

TABELA 1. Descrição dos artigos relacionados a Assistência Farmacêutica


no SUS encontrados nas bases de dados da Bireme, Lilacs e Scielo,
período: janeiro/1990 a maio/2015 .................................................................... 37
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LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

AB – Atenção Básica
AF – Assistência Farmacêutica
APS – Atenção Primária à Saúde
CNS – Conselho Nacional de Saúde
CF – Constituição Federal
CRF– Conselho Regional de Farmácia
DCNs – Diretrizes Curriculares Nacionais
IES – Instituição de Ensino Superior
LOS – Lei Orgânica de Saúde
NOAS – Norma Operacional da Assistência à Saúde
OMS – Organização Mundial de Saúde
PNM – Política Nacional de Medicamentos
PSF – Programa de Saúde da Família
RENAME – Relação Nacional de Medicamentos Essenciais
SUS – Sistema Único de Saúde
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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO ..................................................................,,,.......................... 12
2. OBJETIVOS .................................................................................................. 16
3. REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................... 17
3.1 Os Serviços de Assistência Farmacêutica na Atenção Básica de
Saúde ............................................................ ....................................... 18
3.2 SUS, Regionalização e Atenção Primária ................,,,.......................... 24
3.3 A Assistência Farmacêutica no Brasil ................................................. 25
3.4 O papel do Farmacêutico no processo de Assistência à Saúde ........... 29
4. METODOLOGIA ............................................................................................ 34
4.1 Tipo de Pesquisa ................................................................................ 34
4.2 Etapas de Desenvolvimento da Pesquisa .............................................. 34
4.2.1 Período da pesquisa ...................................................................... 34
4.2.2 Desenvolvimento da pesquisa ........................................................ 34
4.3 Instrumento de coleta de dados .............................................................. 35
4.4. Critério de Inclusão e Exclusão ............................................................... 35
4.5 Análise de dados ..................................................................................... 35
5. ANÁLISE DOS RESULTADOS ..................................................................... 37
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 41
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 42
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1. INTRODUÇÃO

O direito à saúde é um direito fundamental do ser humano, que deve ser


garantido por todos os estados. O medicamento é um insumo básico para desvelo
da saúde da população, o que está intimamente ligado à Assistência Farmacêutica,
por ser assistencial e ser o elo final do paciente com a unidade de saúde, porque o
paciente pode ter todos os serviços de qualidade mas, se não tiver o medicamento,
o tratamento será comprometido. Para Garantir esse direito é necessário que haja
uma Assistência Farmacêutica de qualidade e bem articulada com outras áreas
(NOVAES et. al., 2009).

Nas décadas de 1980 e 1990 o sistema de saúde brasileiro passou por


transformações importantes com a criação e a regulamentação do Sistema Único de
Saúde (SUS). O SUS foi criado com a promulgação da Constituição Federal em
1988, permitindo ao Brasil institucionalizar o direito à saúde a todos os cidadãos
brasileiros (BRASIL, 2007).

Para que o país possa ter saúde de qualidade é preciso que o SUS tenha
todos os seus princípios atendidos em conformidade com a Lei 8080/1990, o que
está diretamente ligado a atuação do profissional farmacêutico na gestão.

Em 1988, foi criado o Sistema Único de Saúde (SUS), tendo como princípios
garantir a universalidade, a equidade, a integralidade e o controle social no
atendimento à saúde. Em 1990, a Lei Orgânica da Saúde (LOS), regulamentou
esses princípios, definindo as diretrizes sobre o SUS, inclusive referenciando a
assistência farmacêutica em seu artigo 6º que afirma (BRASIL, 1990):

Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de


Saúde - SUS: I - a execução de ações:
a) de vigilância sanitária;
b) de vigilância epidemiológica;
c) de saúde do trabalhador;
d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica

A partir da criação do Sistema Único de Saúde (SUS), instituiu-se um


conjunto de ações assistenciais a serem ofertadas de forma universal e equitativa a
toda a população. A partir de 1991 iniciou-se a organização dessa assistência de
forma regionalizada e hierarquizada, com definição das competências de cada ente
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federado. Coube aos municípios principalmente as ações de Atenção Primária à


Saúde (APS). Em 1994, estabeleceu-se que este nível de atenção no Brasil seria
reorganizado sob a ótica do modelo do Programa de Saúde da Família (PSF).

A Assistência Farmacêutica envolve o acesso aos medicamentos e tem


caráter sistêmico e multidisciplinar. É uma ação transversal muito importante na
saúde pública e está definida como um grupo de atividades relacionadas com
medicamento e destinadas a apoiar as ações de saúde demandadas por uma
comunidade.

Essa ação representa hoje um setor de grande impacto financeiro no SUS,


pela crescente demanda por medicamentos e importância da continuidade dos
programas de saúde (ARAUJO, et. al., 2008).

A Assistência Farmacêutica é fundamental no funcionamento dos serviços de


saúde prestados a sociedade brasileira e constitui-se como parte do direito
constitucional a saúde e só se materializa em sua plenitude por meio do acesso ao
medicamento de forma integral e racional.

Na atual estrutura de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS), o


farmacêutico exerce um papel fundamental no tocante ao atendimento das
demandas de um mercado de trabalho competitivo, em especial, exigente no campo
da atenção primária.

Ao direcionar suas ações, o farmacêutico contempla atribuições inerentes ao


processo do educar e do instruir o paciente, possibilitando assistência ao mesmo
quando da utilização de determinados medicamentos.

Independente do nível de atenção, a grande maioria das ações de saúde


culmina em uma intervenção medicamentosa e, muitas vezes, a sua resolutividade
decorre do sucesso dessa terapia. Esse sucesso tem causas multifatoriais que são
considerados quando se fala dos objetivos da AF. Por isso é importante entender o
peso da estruturação da AF na resolutividade da APS e, para tanto, perceber quais
as reais atribuições desses profissionais farmacêuticos que atuam nesse nível de
atenção. Conhecer e compreender como estão organizados e se desenvolvendo os
papéis e as funções desse profissional, pode lançar bases para propostas de melhor
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adequação de sua participação na construção de uma AF afinada com os objetivos


de fortalecer a APS.

Na atual estrutura de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS), o


farmacêutico exerce um papel fundamental no tocante ao atendimento das
demandas de um mercado de trabalho competitivo, em especial, exigente no
campo da atenção primária.

A priorização de ações de caráter preventivo de promoção, proteção e


recuperação da saúde tem permitido uma transformação no modelo de atenção
prestada, proporcionando mudanças no quadro de morbimortalidade no país. O
profissional farmacêutico é fundamental para viabilizar o planejamento de práticas
focadas na atenção ao paciente na promoção do uso racional e na orientação para o
sucesso da farmacoterapia (FELIPE, 2005).

A escolha do tema O farmacêutico no SUS: formação profissional e


desenvolvimento de habilidades e competências, parte da necessidade de se
analisar, sob a ótica da literatura específica, o processo de formação e de
qualificação deste profissional, priorizando suas competências e habilidades.

Diante do exposto, problematiza-se: qual a importância do farmacêutico no


campo do Sistema Único de Saúde?

Esse projeto levanta a seguinte hipótese: a atuação do farmacêutico no SUS


centra-se no desenvolvimento de conteúdo, habilidades, processos e
potencializações referentes ao uso de medicamentos, bem como da dinâmica
resultante dos mesmos.

O objetivo deste trabalho é analisar o papel do farmacêutico no SUS por


intermédio de uma revisão bibliográfica do tema.

O trabalho está dividido em seis capítulos. No capítulo I é feito uma breve


introdução ao tema pesquisado. No capítulo II apresentamos os objetivos a que se
propõe a pesquisa. No capítulo III, o referencial teórico sobre o tema escolhido – O
farmacêutico no SUS: Formação Profissional e desenvolvimento de habilidades e
competências, no capítulo IV, a metodologia empregada na pesquisa, no capítulo V,
a análise dos resultados e no capítulo VI temos aas considerações finais.
15

Acredita-se que a elaboração do presente estudo contribuirá,


consideravelmente, para o acúmulo de conhecimento nessa área, assim como
fortalecerá o papel do farmacêutico na atenção básica socializando a experiência
como estratégia para estabelecimentos de saúde que tenham o paciente como foco
de interesse no âmbito do SUS.
16

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Destacar o perfil de formação do farmacêutico no Sistema Único de Saúde


tendo como pressupostos suas competências e habilidades.

2.2 Objetivos Específicos

- Destacar as principais mudanças na estrutura de formação do farmacêutico a


partir da implantação do SUS;

- Verificar os princípios e diretrizes que fundamentam as competências e


habilidades do farmacêutico;

- Levantar informações pertinentes as principais dificuldades encontradas pelo


farmacêutico em meio a estrutura do SUS.
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3. REVISÃO DA LITERATURA

A Assistência Farmacêutica surgiu a partir da necessidade de melhorar as


políticas de saúde de modo a produzir ações mais resolutivas modificando o modelo
biomédico, onde se focava na doença e na cura. Deste modo a Assistência
Farmacêutica veio para esse cenário inovar a proposta da Saúde Coletiva e passou
levar em conta o contexto em que o individuo está inserido para o processo saúde-
doença tais como o modo de vida, os aspectos culturais e religiosos, a subjetividade
dos sujeitos e também a participação do usuário (ALENCAR et al., 2011).

Atualmente a morbimortalidade relacionada a medicamentos é um relevante


problema de saúde pública e um determinante de internações hospitalares. As
internações relacionadas a medicamentos podem ser atribuídas a fatores intrínsecos
à atividade do fármaco, falhas terapêuticas, não adesão ao tratamento e eventos
adversos. A atenção farmacêutica contribui para o uso racional de medicamentos,
na medida em que desenvolve um acompanhamento sistemático da terapia
medicamentosa utilizada pelo indivíduo buscando avaliar e garantir a necessidade, a
segurança e a efetividade no processo de utilização de medicamentos. Satisfaz as
necessidades sociais ajudando os indivíduos a obter melhores resultados durante a
farmacoterapia.

Assistência Farmacêutica envolve a comunidade e o paciente na visão da


promoção da saúde, que abrange um caráter multiprofissional e intersetorial que
situam como o seu objetivo de trabalho a organização das ações e serviços
relacionados ao medicamento em suas diversas dimensões (VIEIRA, 2010).

A Atenção Farmacêutica é um dos campos da Assistência Farmacêutica.


Trata-se de uma área voltada para a educação em saúde (promoção do uso racional
de medicamentos), orientação farmacêutica, dispensação de medicamentos,
atendimento farmacêutico, acompanhamento farmacoterapêutico e registro
sistemático das atividades (PEREIRA et al., 2008).

É pertinente que os termos Assistência Farmacêutica e Atenção Farmacêutica


sejam delimitados:
18

- ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA – “É um conjunto de ações desenvolvidas pelo


farmacêutico e por outros profissionais de saúde voltadas à promoção, à proteção e
à recuperação da saúde, tanto no nível individual como no coletivo, tendo o
medicamento como insumo essencial”. (FOPPA et al., 2008).

- ATENÇÃO FARMACÊUTICA – “É uma das atividades da Assistência


Farmacêutica, engloba ações especificas do profissional farmacêutico no contexto
da assistência ao paciente, que visam à promoção do uso racional de
medicamentos”. (FOPPA et al., 2008).

Tendo em vista que a atenção farmacêutica é um novo modelo, centrado no


paciente que surge como alternativa visando melhorar a qualidade do processo de
utilização de medicamentos alcançando resultados concretos.

Por meio dessa assistência, o farmacêutico desenvolve a habilidade de torna-


se co-responsável pela qualidade de vida do paciente, pois há a orientação quanto
ao uso correto de medicamentos, sua aderência ao tratamento prescrito a fim de
prevenir efeitos colaterais ou interações medicamentosas, insumos estratégicos para
o sucesso terapêutico e garantia do direito à saúde.

A atenção farmacêutica se baseia em um acordo entre o paciente e o


farmacêutico. O profissional garante ao paciente compromisso e competência.
Estabelece-se um vínculo que sustenta a relação terapêutica, identificando as
funções comuns e as responsabilidades de cada parte e a importância da
participação ativa. Na realidade é um pacto para trabalhar a favor da resolução de
todos os problemas relacionados com medicamentos, reais ou potenciais.

3.1 Os Serviços de Assistência Farmacêutica na Atenção Básica de Saúde

Segundo o Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos


Estratégicos do Ministério da Saúde, a Assistência Farmacêutica se constituiu
historicamente dentro do SUS como suprimento para as ações e serviços de saúde,
com baixa ou nenhuma inserção na programação e organização dessas ações e
serviços. Essa lógica constitutiva é decorrente de diversos fatores, em especial, do
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fato de que o produto/medicamento chegou ao usuário antes do serviço. É nesta


origem que se encontra o entendimento, ainda existente, da assistência
farmacêutica como fornecedora de medicamentos, descolada na maioria das vezes,
da organização da assistência e da atenção à saúde (BRASIL, 2006).

A Atenção Básica, no decorrer dos anos, vem assumindo papel relevante no


processo de construção do SUS no país. Neste contexto, é necessário que as ações
desenvolvidas na assistência farmacêutica, que devem integrar as ações de saúde,
acompanhem esse processo, capacitando-se para atender as novas demandas que
esta realidade impõe. Vários cenários apontam para necessidade de uma mudança
de paradigma nessa área, imprescindível para o enfrentamento dos desafios
sanitários econômicos e sociais da saúde, em especial no SUS, na qual a
assistência farmacêutica possui papel relevante (CONSELHO NACIONAL DE
SECRETÁRIOS DE SAÚDE, 2007).

Para Jeremias & Marques (2007), as diversas maneiras de se enfrentar as


dificuldades que afetam a saúde, variam de acordo como os sistemas de saúde
entendem o processo saúde-doença.

O SUS destaca em seu conceito de integridade de ações, a necessidade de


se superar a dicotomia entre ações preventivas e de cura, no sentido de
compreender a saúde, não somente como ausência de doença, mas criar saúde por
meio de ações que propiciem a qualidade de vida integrada ao meio ambiente
(JEREMIAS & MARQUES, 2007).

Para Mendes (2006), a saúde enquanto expressão da qualidade de vida,


resulta da ação sobre os determinantes, sobre o estado de saúde e sobre suas
consequências.

As práticas políticas, acadêmicas e profissionais que configuram um


determinado segmento das ações humanas produtivas, mesmo que ocorram em
meio a um contexto marcado por dificuldades, incertezas e complexidades, são
embasadas por uma estrutura educacional, cujo objetivo central, pauta as funções
transformadoras da sociedade. As ações profissionais, previamente elaboradas,
planejadas, executadas e fiscalizadas no meio educacional, propõem um quadro de
amadurecimento teórico aliado a um conjunto específico de conhecimentos voltados
20

para a formação e posteriormente para a qualificação exigida no mercado de


trabalho.

A formação do profissional farmacêutico, ao longo dos tempos, vem se


configurando como mais um espaço de discussões e questionamentos. Para Cruz &
Silva (2011), o debate sobre as estruturas curriculares formadoras do profissional
em farmácia, sinaliza para uma ampla reflexão, e esta, baseia-se na Resolução
CNE/CES 2/2002 que estabelece a pauta na qual as Diretrizes Curriculares e o
Projeto Pedagógico devem orientar o currículo do curso de graduação em farmácia,
para um perfil acadêmico que contribua para a compreensão, interpretação,
preservação e difusão nas culturas nacionais em um contexto de pluralismo e
diversidade. A proposta das DCNs do curso de farmácia é formar um profissional
embasado e flexível.

No quadro da formação farmacêutica, a Resolução nº 2 de 19 de fevereiro de


2002 da Câmara de Educação Básica Superior do Conselho Nacional de Educação,
caracterizou-se como mais uma ferramenta legal no processo de mudança do perfil
do graduado em farmácia, condição esta responsável pela flexibilização de
determinadas regras na estrutura organizacional do referido curso.

De acordo com o Modelo Referencial de Ensino para uma Formação


Farmacêutica com Qualidade, publicação do Conselho Federal de Educação (2008,
pg.15):

As Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de graduação em Farmácia


alteraram significativamente o perfil do profissional a ser formado. Deixaram
de existir as habilitações, e o âmbito de formação passou a abranger todas
as áreas das ciências farmacêuticas. O caráter tecnicista deu lugar à
formação de um profissional com conhecimentos técnico-científicos,
permeados de atividades com caráter humanístico, com capacidade de
criticar, refletir e ser um agente de mudanças.

Diante do exposto, verifica-se uma mudança de ordem estrutural, na qual a


formação acadêmica do farmacêutico passa a ter um nível de qualificação pautado
pela necessidade básica de humanização inerente a qualquer campo das relações
humanas e produtivas. . (BRASIL, 2008).

A natureza tecnicista em evidência sofre uma ação considerada por muitos


teóricos como progressista e positiva quando se destaca o surgimento de um novo
21

profissional na área de assistência à saúde, mediante as atividades desenvolvidas


no universo da farmacologia. (BRASIL, 2008).

Ao se destacar a necessidade da humanização nas atividades produtivas, há


muitas décadas percebe-se um destaque como um dos principais pontos de
discussão entre vários segmentos da administração pública e privada, bem como
entre pesquisadores que a observam como um mecanismo capaz de produzir,
qualificar e satisfazer aos trabalhadores (MEZZOMO, 2010).

Por se caracterizar como um fator essencial no empreendimento para se


obter resultados satisfatórios, observa-se que a humanização se encontra
direcionada às atividades de vários grupos de funcionários, empregados,
administradores, clientes. Assim, o trabalho de preparação e de conscientização dos
que fornecem bens e serviços reflete todo um esforço e expectativa; sendo o
princípio fundamental de qualquer atividade (MEZZOMO, 2010).

No contexto da modalidade saúde, o termo humanização é concebido como:


atendimento das necessidades biopsicossociais espirituais do indivíduo tanto no
âmbito do trabalhador (servidor) quanto na do usuário (cliente/paciente). Nessa
perspectiva, cada um deve ser compreendido e aceito como ser único e integral e,
portanto, com necessidades e expectativas particulares (MEZZOMO, 2010).

No aspecto referente à saúde, as práticas direcionadas à humanização do


paciente, exigem manifestações nos pontos de organização, de ambiente, de
tecnologia, nas relações sociais e em situações de terapia. Destaca-se o aspecto
relacional, por se apresentar como um tema que tem merecido um maior enfoque.

Mezzomo (2010, p. 276), esclarece-nos que:

A humanização em um hospital está centrada em sua estrutura


física, humana, tecnológica e administrativa. Além disso, é
objeto de valorização e de respeito. Esse modelo de hospital
deve ser colocado a serviço das pessoas, possibilitando-lhes
um atendimento de elevada qualidade.

A experiência cotidiana do atendimento da pessoa nos serviços de saúde e os


resultados de pesquisas de avaliação desses serviços tem demonstrado que a
qualidade da atenção ao usuário é uma das questões mais críticas do sistema de
saúde brasileiro. Na avaliação do público, a forma do atendimento, a capacidade
22

demonstrada pelos profissionais de saúde para compreender suas demandas e suas


expectativas são fatores que chegam a ser mais valorizados que a falta de médicos,
a falta de espaço nos hospitais, a falta de medicamentos (SERRA, 2010).

Evidentemente, todos esses aspectos são importantes para a qualidade do


sistema; porém, as tecnologias e os dispositivos organizacionais, sobretudo numa
área como a da saúde, não funcionam sozinhos – sua eficácia é fortemente
influenciada pela qualidade do fator humano e do relacionamento que se estabelece
entre profissionais e usuários no processo de atendimento (SERRA, 2010).

Uma educação continuada eficiente pode cooperar em potencial para


capacitação destes profissionais, pois de nada adianta pretender dedicar cuidados
especiais ao paciente/cliente se quem lida com os mesmos não está devidamente
qualificado para desempenho de um cuidado humanizado. A seleção de profissional
especializado para os diversos setores do hospital facilita o desenvolvimento do
trabalho humanizado, que é executado com prazer e dedicação, dando o seu
melhor, em prol de outrem, sem se deixar influenciar pelo tecnicismo e, com isso,
modificando a relação com o ser humano (GUERREIRO, 2009).

A Assistência Farmacêutica (AF) representa hoje um dos setores de maior


impacto financeiro no âmbito das Secretarias de Saúde e a tendência de demanda
por medicamentos é crescente. A ausência de um gerenciamento efetivo pode
acarretar grandes desperdícios, sendo considerado recurso crucial (CONASS,
2007).

Atualmente o Sistema Único de Saúde (SUS) é constituído pelo conjunto de


ações e serviços de saúde ´prestados por órgãos e instituições públicos federais,
estaduais e municipais e complementar, por iniciativa privada que se vincule ao
sistema (BRASIL, 2012).

Ao se destacar ações e serviços de saúde prestados, importa considerar o


que preconiza a Lei Orgânica da Saúde (Lei 8.080-90) que estabelece a execução
da assistência, inclusive, à farmacêutica.

O processo de descentralização em saúde junto aos municípios ampliou suas


responsabilidades pelas ações integrais de saúde, inclusive a Assistência
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Farmacêutica e suas ações vão mais além do que adquirir e distribuir


medicamentos.

Assim, observa-se que os farmacêuticos são peças fundamentais na estrutura


do SUS, suprindo, com sua formação específica, a necessidade e a demanda para a
promoção e a aplicação dos requisitos básicos ao atendimento dos serviços
farmacêuticos.

Para Junges (2009), a assistência farmacêutica trata de ações que vão além
das atividades específicas do farmacêutico, sendo fundamental que haja a
participação de toda a equipe de saúde envolvida no processo. É necessário
integrar a AF ao sistema de saúde por meio de trabalhadores qualificados capazes
de: selecionar os medicamentos mais seguros.

Investir na estruturação e na organização dos serviços de assistência


farmacêutica significa qualificar a aplicação dos recursos financeiros, na medida em
que um serviço organizado pode reduzir perdas, evitar o uso de medicamentos mais
caros, reduzir os erros de medicação e incentivar, principalmente, o uso racional de
medicamentos.

Assim, alguns Estados e municípios brasileiros vêm buscando alternativas


para implementar as diretrizes da PNM, como relata Consendey et al. (2000) em
algumas experiências nos estados do Paraná, São Paulo e Minas Gerais. O autor
refere que estes se destacaram por elaborar no âmbito da política de assistência
farmacêutica, programas que incluíam a distribuição de medicamentos essenciais
para a atenção primária que apresentaram como objetivo comum garantir o
tratamento eficaz das patologias mais frequentes em cada estado, expandindo o
acesso e a resolubilidade da rede no atendimento das necessidades individuais e
coletivas da população de baixa renda, integralizando a distribuição e dispensação
de medicamentos às ações de saúde em nível básico (COSENDEY et al., 2000).
24

3.2 SUS, Regionalização e Atenção Primária

O SUS, criado pela Constituição Federal Brasileira de 1988 (BRASIL, 1988),


prevê o acesso universal e equitativo às ações e serviços de saúde desenvolvidos
em uma estrutura regionalizada, hierarquizada e descentralizada com direção única
em cada esfera de governo, e atendimento integral com prioridade para as
atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais (OPAS, 2005).

Do ponto de vista filosófico, o SUS é um dos sistemas mais avançados do


mundo e tem como tripé de sustentação as diretrizes da descentralização,
integralidade do atendimento e participação da comunidade.

O processo de descentralização das ações de saúde e a busca pela


consolidação da atenção básica, da universalização do acesso, da equidade e da
integralidade em saúde implicaram a necessidade de conformação de novas
estratégias para ampliação da capacidade de gestão dos estados e municípios, que
passaram a assumir novas responsabilidades, exigindo mobilização de
conhecimentos e habilidades técnicas, gerenciais e políticas no que se refere à
Assistência Farmacêutica. Com isso a atenção farmacêutica é uma ferramenta
capaz de reduzir os problemas ou as distorções relacionadas a medicamentos
(NICOLINE et al., 2011).

Por definição legal, a organização dos serviços de saúde do SUS deve


acontecer de maneira regionalizada e hierarquizada, em níveis de complexidade
crescente (primária, secundária e terciária) (BRASIL, 2002). A regionalização está
relacionada à delimitação de áreas geográficas e à definição da população a ser
atendida, enquanto a hierarquização busca assegurar o atendimento à população
em todos os níveis de complexidade. O acesso da população à Rede deve
acontecer nas unidades básicas de atenção à saúde por meio da Atenção Primária.
Para os níveis secundário e terciário devem ser referenciados os casos não
passíveis de resolução na atenção primária. (BARBOSA; RODRIGUES, 2006).

A partir das instruções da Norma Operacional da Assistência à Saúde –


NOAS-SUS (BRASIL, 2002), a regionalização se estabeleceu como estratégia de
hierarquização dos serviços de saúde e busca de maior equidade. Instituiu-se um
processo de organização considerando-se o território municipal como âmbito de
atuação da assistência básica, a microrregião (primeiro nível de referência
25

intermunicipal) responsável por um elenco mínimo de média complexidade e a alta


complexidade sob responsabilidade do Estado. Através da organização regional dos
serviços de saúde a serem ofertados a uma dada população adscrita reverte-se o
processo de deseconomia de escala, de ineficiência dos serviços que requerem
maior densidade tecnológica e a fragmentação do sistema.

O aumento dos custos com os cuidados à saúde é considerado uma ameaça


real para a sobrevivência, em longo prazo, de qualquer sistema de assistência à
saúde, privado ou público. As causas desse elevado custo são muitas e podem ser
identificadas por meio do aumento da população de idosos, da falta de controle dos
custos administrativos, dos gastos com inovação tecnológica, da falta de efetividade
dos tratamentos, da remuneração elevada dos médicos especialistas e das
administradoras de planos de saúde e dos crescentes custos dos medicamentos,
associados a estes, se apresentam os fatores socioeconômicos, como a pobreza, a
criminalidade e a violência, que têm múltiplas e complexas consequências nas
condições de saúde das pessoas (PROVIN et al., 2010).

A partir da mudança na lógica de reestruturação regionalizada do sistema, os


municípios tornaram-se responsáveis pela gerência assistencial, financeira e
administrativa da Atenção Primária à Saúde (APS), componente da assistência à
saúde responsável pela resolução da grande maioria das demandas de
atendimento. Esse processo de municipalização e efetiva apropriação, por parte do
município, da organização e gerência da APS vêm acontecendo de forma gradual,
percebendo-se dificuldades, discrepâncias e diferentes resultados nas diferentes
estratégias assistenciais adotadas por estes.

3.3 A Assistência Farmacêutica no Brasil

Para tratar as doenças da população foi necessária a criação de uma


ferramenta terapêutica, o medicamento. O momento mais importante no trabalho do
farmacêutico é a orientação e acompanhamento do usuário do medicamento, pois
26

este profissional é o detentor privilegiado do conhecimento sobre os medicamentos.


Porém a atuação desse profissional é considerada ainda incipiente no serviço
público de saúde, pois não conseguiu demonstrar a necessidade de tê-lo no sistema
de saúde para a melhoria e qualidade dos serviços à população (PONTES JUNIOR
et al., 2008; ARAÚJO et al., 2008).

Em 1920, surgiram na Grã-Bretanha as primeiras ideias sobre atenção


primária à saúde (APS) e serviram como suporte, algumas décadas depois, para a
reorganização dos serviços de saúde em vários países. Os princípios da atenção
primária passaram a ser consensuais e universais a partir da Conferência
Internacional sobre Cuidados Primários em Saúde, e subsidiaram os ideais dos
movimentos sociais em prol de reformas sanitárias. No Brasil foram debatidos na VIII
Conferência Nacional de Saúde que antecedeu a criação do Sistema Único de
Saúde (SUS) (SILVA et al., 2011).

O SUS foi criado em 1988, proporcionou muitos avanços no setor saúde. Está
baseado no direito ao acesso da população a todos os níveis de atenção, inclusive
aos de Assistência Farmacêutica. Em 1994, foi criado pelo Ministério da Saúde, o
Programa Saúde da Família (PSF) que deve ser compreendido como uma estratégia
para a reorientação do antigo modelo assistencial a partir da atenção básica. A
compreensão do individuo de forma universal, integral, equânime e contínua deste
programa, elege a família em seu contexto social como núcleo básico de abordagem
do atendimento à saúde (MATTIONI et al., 2011; BERNARDI et al., 2006;
CANABARRO et al., 2009).

Em 1998, foi aprovada a Política Nacional de Medicamentos (PNM), que


definiu as funções e finalidades da Assistência Farmacêutica dentro do SUS como
um grupo de atividades relacionados com o medicamento, destinadas apoiar as
ações de saúde demandadas por uma comunidade, incluindo o abastecimento de
medicamentos, garantindo o acesso de medicamento à população com base na
adoção da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME), que é
utilizado para assegurar o uso racional, a conservação e controle da qualidade e a
segurança e a eficácia terapêutica. Com essa política houve uma reorganização da
Assistência Farmacêutica (OLIVEIRA et al., 2010).

O RENAME, busca não apenas nas ações de reorientação da Assistência


Farmacêutica, mas também nas ações na regulação sanitária, na qualidade de
27

medicamentos e ao uso racional de medicamentos. O Ministério da Saúde junto com


a PNM teve como objetivo melhorar o acesso da população aos medicamentos com
o SUS deixando a desejar, mas buscando a equidade no acesso (PONTES JUNIOR
et al., 2008).

O uso correto de medicamentos inclui aspectos que confirmam como


recomendado pela PNM, seguindo pela escolha adequada da terapêutica, a
indicação de como usá-la e o medicamento apropriado à situação clínica do
paciente, garantindo a eficácia e segurança do mesmo. A importância da
dispensação adequada dos medicamentos a serem utilizados pelo paciente e as
informações necessárias, garante a adesão eficaz ao tratamento pelo paciente e
identificando os possíveis eventos adversos decorrentes do tratamento (VINHOLES
et al., 2009).

A terapia medicamentosa tornou-se a forma de intervenção mais


frequentemente utilizada nos diversos tipos de prática médica. Embora quando
apropriada seja indispensável para uma atenção à saúde segura e custo-efetiva, as
consequências dessa terapia inadequada são substanciais, tanto para os pacientes
quanto para a sociedade em geral (OMS, 1993). De acordo com relatório do Banco
Mundial, a gestão de materiais (materiais e medicamentos) consome 20% do total
de recursos aplicados na saúde no Brasil. Em 2004, estes gastos totais foram R$
147 bilhões (U$ 50,7 bilhões, ou cerca de 8,3% do PIB), correspondendo a R$ 29,4
bilhões utilizados para a compra de medicamentos e materiais (BANCO MUNDIAL,
2007).

Apesar de parcela importante dos investimentos em saúde ser destinada ao


aumento do acesso aos medicamentos, alguns autores apontam para a má
distribuição social dessa ferramenta assistencial (MARIN org., 2003; ROZENFELD,
2008): de 15 a 20% da população não têm acesso a nenhum tipo de medicamento e
cerca de 50% dos pacientes deixam de conseguir algum medicamento prescrito na
rede pública de saúde. Para as camadas mais pobres da população, os gastos com
medicamentos podem comprometer até 90% dos gastos com saúde, que aparecem
em quarto lugar entre os gastos familiares do brasileiro (ROZENFELD, 2008).

Agravando a situação do acesso e do uso racional, os países em


desenvolvimento apresentam ainda graves problemas quanto ao gerenciamento da
28

Assistência Farmacêutica (AF), tais como: ausência de mecanismos eficientes e


equitativos de financiamento para aquisição dos medicamentos; sistemas públicos
de suprimento de medicamentos estratégicos ineficientes; mecanismos ineficazes de
regulação da qualidade e eficácia dos medicamentos no mercado e perdas
decorrentes de condições inadequadas de transporte e armazenamento (MARIN
org., 2003). Como síntese das discussões mundiais sobre esse tema destaca-se:

• a preocupação para com a melhoria do acesso aos medicamentos, principalmente


para a população mais desprotegida, destacando-se a necessidade de otimizar os
processos de fornecimento de medicamentos;

• a discussão sobre o papel do farmacêutico na atenção à saúde e sobre as


mudanças de paradigma da prática farmacêutica;

• a necessidade de a Assistência Farmacêutica ocupar-se destes grandes


componentes, buscando um equilíbrio de tal forma que o medicamento como insumo
sirva aos interesses sanitários e seja inserido na organização dos sistemas e
serviços de saúde (MARIN org., 2003).

A Unidade Básica de Saúde, mais precisamente, a farmácia ambulatorial, é


um espaço limitado, porém importante para o desenvolvimento de ações educativas.
Por meio dela, o farmacêutico, assim como outros profissionais de saúde, tem o
compromisso de compartilhar seu conhecimento técnico com a população, sem
deixar de reconhecer a importância dos conhecimentos populares.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cabe ao profissional


farmacêutico atuar em defesa da saúde do paciente, promover o uso racional dos
produtos farmacêuticos, bem como participar da promoção e educação sanitária, o
que envolve, entre outros aspectos, o processo educativo dos pacientes acerca dos
riscos da automedicação, da interrupção e da troca da medicação prescrita, da
necessidade da receita médica, no que diz respeito à dispensação de medicamentos
tarjados, e a automedicação responsável.

Dessa forma, os serviços farmacêuticos de atenção primária na farmácia


ambulatorial podem contribuir para a diminuição do número de internações, a
assistência aos pacientes com doenças crônicas e a prática de educação em saúde
(MARIN, 2003).
29

Dentro dessa lógica, o farmacêutico precisa assumir um papel educativo,


comunicativo e complementar ao serviço médico. O paciente que sai do consultório
com uma receita terá maior resolução de seus problemas se tiver acesso aos
medicamentos prescritos e se essa prescrição atender à racionalidade terapêutica.
Também é necessário avaliar os fatores que podem interferir em seu tratamento,
como histórico de reações alérgicas, tabagismo, uso de outros medicamentos,
hábitos alimentares, entre outros. Esta avaliação, com a possibilidade de
intervenção visando à efetividade terapêutica, pode ser obtida com a implantação da
“atenção farmacêutica” (VIEIRA, 2007).

3.4 O Papel do Farmacêutico no Processo de Assistência a Saúde

A consolidação do Sistema Único de Saúde e, consequentemente, a


integralidade e a resolutividade das ações de saúde, tornam-se desafios importantes
para a formação de recursos humanos em saúde. O farmacêutico, com essa
formação tecnicista, renuncia aos múltiplos saberes, muitas vezes imaginando a
saúde dividida em medicamentos, exames laboratoriais e alimentos (IVAMA, 2005).

Decorrente desse processo corre-se o risco de formar profissionais isolados


no contexto do SUS, sem o conhecimento mínimo de funcionamento do sistema.

Para Zubioli,

A deformação do ensino farmacêutico não constitui fato isolado dos


acontecimentos na história da farmácia e do desenvolvimento científico e
tecnológico da indústria de medicamentos em nosso meio, mas representa
um dos aspectos mais nefastos conhecidos no mundo contemporâneo de
subserviência total aos interesses do poder econômico [...] O ensino
farmacêutico nunca preocupou seriamente a alta administração do país. O
abandono por parte dos farmacêuticos das funções que lhe são inerentes
no âmbito da farmácia de dispensação não pode ser atribuído
exclusivamente ao ensino universitário, mas guarda estreita relação com as
políticas governamentais imprimidas à legislação sanitária desde o início
deste século (ZUBIOLI, 1992).

A reorientação do ensino farmacêutico no país vem se delineando desde a


década de 1980 em virtude da mobilização dos estudantes para ser aprovado um
novo perfil para o profissional farmacêutico, com destaque para seu papel social.
30

Para isso, os estudantes reivindicaram a reforma do currículo mínimo implantado


ainda em 1970, que privilegiava o aspecto técnico da educação superior e ignorava
a dimensão humanista e social dessa educação (CARRILLO, 1999).

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação, de 1996, propôs a substituição dos


currículos pelas Diretrizes Curriculares dos Cursos, o que levou as instituições de
ensino superior (IES) a repensarem princípios e diretrizes que orientassem seus
cursos. Em agosto de 2001, durante o Fórum Nacional de Avaliação da Diretrizes
Curriculares para os cursos de Farmácia, os representantes das IES, dos estudantes
e das entidades farmacêuticas aprovaram a proposta de formação do “farmacêutico
generalista” (SANTOS, 1999).

A resolução CNE/CES 2, de 2002, instituiu as diretrizes curriculares nacionais


do curso de farmácia, as quais definem um perfil multiprofissional e multidisciplinar,
conforme os preceitos do SUS. Espera-se que o profissional receba “formação
generalista, humanista, crítica e reflexiva”, tendo como atribuições principais a
prevenção de doenças, a promoção, a proteção e a recuperação da saúde humana
(BRASIL, 2002).

A formação generalista representa uma mudança no que diz respeito ao


conceito, estrutura e filosofia da profissão farmacêutica, que enfatiza temas
relacionados às questões sociais e sanitárias, incluindo a prática da atenção
farmacêutica, formando um profissional com múltiplas habilidades. Porém, para
exercer a profissão plenamente com base na nova formação generalista, o
farmacêutico terá de enfrentar o atual sistema, que inclui a delegação de atividades
burocráticas e de gerenciamento em detrimento de sua atuação junto ao paciente.

Independente do nível de atenção, a grande maioria das ações de saúde


culmina em uma intervenção medicamentosa e, muitas vezes, a resolutividade do
processo assistencial decorre do sucesso dessa terapia. Por isso é importante
entender o peso da estruturação da AF na resolutividade da APS e, para tanto,
perceber quais as reais atribuições dos farmacêuticos que atuam nesse nível de
atenção. Conhecer e compreender como estão organizados e como se desenvolvem
esses papéis e essas funções podem lançar bases para melhor adequação de sua
participação na construção de uma AF afinada com os objetivos de fortalecer a APS.
31

A atenção farmacêutica é um exercício profissional no qual o farmacêutico


assume a responsabilidade de identificar e resolver as necessidades do paciente em
relação aos medicamentos e responder por esse compromisso. Pode ser definida
como a provisão responsável da farmacoterapia, cujo objetivo é alcançar resultados
definidos para a melhoria da qualidade de vida do paciente, individualmente
considerado. No entanto, os farmacêuticos e os demais profissionais da saúde ainda
não têm consciência das suas funções no cuidado à saúde. Isso pode ajudar a
explicar porque o SUS e outras fontes pagadoras de assistência à saúde não
reconhecem o farmacêutico como prestador de cuidados nem estabelecem
claramente a forma de reembolso por esses serviços. Pode ser atribuído a isso o
fato de que o farmacêutico criou seu próprio conjunto de regras, isolando-se,
consciente ou inconscientemente, do resto da equipe de saúde. O papel do
farmacêutico limita-se à gerência, bioquímica e farmácia, de tal forma que outros
profissionais não veem sua importância em uma equipe de saúde. Por essas razões,
a nova prática profissional de atenção farmacêutica é de extrema importância
(PROVIN et al., 2010; BASTOS et al., 2010).

O farmacêutico pode trabalhar para que a comunidade esteja informada sobre


condições que sejam determinantes sobre o seu estado de saúde. A
conscientização da comunidade é um pré-requisito para que sejam alcançados
níveis elevados de saúde. É necessário que a mesma esteja orientada sobre como
proceder em relação ao uso de medicamentos e conheça as doenças mais
prevalentes em seu meio, bem como as maneiras para preveni-las ou minimizar
suas complicações. Com o desenvolvimento das habilidades individuais e da
comunidade, será possível contar com seu apoio para a realização de movimentos
maiores, que tenham em vista a promoção da saúde, incentivando a ação
comunitária. Tendo em vista, a comunidade passa a ser um forte aliado com a
utilização racional de medicamentos, identificando os problemas mais freqüentes e
compartilhando com o farmacêutico a responsabilidade pela divulgação da
informação para todos os indivíduos (VIEIRA, 2007).

O crescente e rápido desenvolvimento das tecnologias de fármacos, aliados a


maior oferta e acesso aos serviços de saúde, tem elevado significativamente os
recursos dirigidos a medicamentos, sendo absolutamente necessário constituir
serviços adequados para responder a essa demanda.
32

Apesar dos avanços alcançados e do esforço para consolidar a assistência


farmacêutica, com a busca incessante da melhoria do acesso aos medicamentos
essenciais pela população, a realidade brasileira ainda se caracteriza por uma
situação desigual no que diz respeito ao acesso aos medicamentos, em especial, os
destinados a atenção primária.

Documentos resultantes de encontros promovidos pela Organização Mundial


de Saúde (OMS) nas décadas de 80 e 90 para definirem o papel do farmacêutico na
atenção à saúde ressaltam que a ênfase de sua responsabilidade deslocou-se,
substancialmente, para a utilização de conhecimento científico sobre o uso
apropriado de medicamentos modernos e a proteção do público contra os perigos
inerentes a essa utilização (OMS, 1988; OMS, 1993). Em todos os campos de
atuação, o propósito do farmacêutico passou a ser a otimização da terapia
medicamentosa, tanto contribuindo para a fabricação, abastecimento e controle de
medicamentos e produtos para a saúde quanto provendo informações e
aconselhando àqueles que prescrevem ou usam produtos farmacêuticos. Além de
assegurar estoques suficientes dos medicamentos apropriados, as atividades
profissionais dos farmacêuticos incluem o aconselhamento dos pacientes no ato de
dispensar medicamentos com ou sem receita, o fornecimento de informações sobre
os medicamentos aos profissionais de saúde, aos pacientes e ao público em geral, a
participação em programas de promoção de saúde e a constante articulação com
outros profissionais da APS (OMS, 1988).

Em um desses documentos, a OMS descreve como principais atividades dos


farmacêuticos, chamados de farmacêuticos comunitários, o processamento de
receitas, a atenção aos pacientes ou farmácia clínica, a monitorização da utilização
do medicamento, as informações aos profissionais de saúde e à população, a
promoção da saúde, a prestação de serviços domiciliares e a capacitação de outros
trabalhadores de saúde (OMS, 1988).

Dentro de suas atribuições, o farmacêutico é o profissional capacitado para


orientar, instruir e educar o usuário sobre todos os aspectos relacionados ao
medicamento, inclusive sobre o uso racional de medicamentos, possuindo, assim,
uma importante atuação no Sistema Único de Saúde, onde a atenção primária à
saúde é enfatizada (MOTA et al, 2000).
33

Não é possível pensar em saúde sem, simultaneamente, pensar em


educação e nas relações que existem entre ambas, pois educação em saúde é,
acima de tudo, educação, o que supõe um contato, uma transmissão, um
desenvolvimento de conhecimentos, competências, hábitos e valores (GAZZINELLI,
2006). É nesse contexto que se insere a importância do farmacêutico como
educador em saúde pública, capaz de atuar em defesa da saúde do usuário através
da promoção do uso racional de medicamentos, bem como na participação do
processo educativo dos pacientes no que diz respeito aos riscos da automedicação,
da interrupção, da troca dos medicamentos prescritos e a importância da receita
médica para a aquisição dos mesmos.

Apesar das transformações que vêm acontecendo desde a criação da PNM,


ainda se reconhece que o profissional farmacêutico vivencia uma crise de identidade
com pouca inserção na equipe de saúde, assumindo ações predominantemente
administrativas em detrimento de ações de educação em saúde e de orientação
sobre o uso de medicamentos. A farmácia permanece como um estabelecimento de
apoio assistencial desvinculado do processo de atenção à saúde e o medicamento é
visto como bem de consumo (CONSENSO, 2002). O resultado tende a ser a
iniquidade no acesso ao medicamento e ao processo assistencial como um todo,
considerando-se que a AF é parte do sistema.
34

4. CAPÍTULO II: METODOLOGIA

4.1. Tipo de Pesquisa

A presente pesquisa se caracteriza como um estudo de revisão bibliográfica


retrospectiva e descritiva de textos considerados básicos para as reflexões
referentes ao tema. Para Feitosa & Souza (2012), a pesquisa bibliográfica consiste
no formato de estudo que contribui para o aprofundamento teórico de determinado
saber, capaz de atender a vários campos do conhecimento. Enriquecendo a
construção de trabalhos inéditos que objetivem rever, interpretar e criticar
abordagens teóricas, além de criar novas proposições.

4.2. Etapas de Desenvolvimento da Pesquisa

4.2.1 Período da pesquisa

O levantamento bibliográfico foi realizado no período de janeiro a maio de


2015.

4.2.2 Desenvolvimento da pesquisa

Foi utilizada a revisão bibliográfica e utilizados como descritores para


pesquisa: SUS, farmacêutico e formação profissional para consulta as bases de
dados LILACS, SCIELO e Google Acadêmico. Em seguida foram desenvolvidas
várias leituras acerca dos principais instrumentos legais que fundamentam a
formação e a profissão do farmacêutico relacionado as habilidades e competência
para o exercício do mister farmacêutico.
35

Segundo Lakatos e Marconi (1989), a revisão de literatura oferece meios para


definir e resolver não somente problemas já conhecidos, como também explorar
novas áreas onde os problemas não se cristalizaram suficientemente.

Gil (1994) coloca que a utilização dos bancos de dados permite aos
pesquisadores obter maior cobertura do assunto do que através de uma pesquisa
direta. Porém, possui limites que não podem ser omitidos na pesquisa científica, pois
usando somente as palavras-chave diretas do tema não se atinge toda a produção,
sendo necessário utilizar outros termos e, mesmo assim, se deixa de detectar
algumas publicações.

4.3 Instrumento de Coleta de dados

O norteador teórico da pesquisa foi o estudo documental adquirido pela


pesquisa bibliográfica.

4.4 Critérios de inclusão e exclusão

Foram selecionados conforme os critérios de inclusão: Publicação a partir da


implantação do SUS e que trate do tema específico relacionado.

O critério de exclusão foi a discrepância entre duas ou mais publicações


selecionadas pelo critério de inclusão, referências sem resumo ou abstract e
comentários de caráter gerais.

4.5. Análise de dados

A publicação de artigos pertinentes a atuação do farmacêutico no SUS está


diretamente relacionada aos movimentos e anseios da sociedade, através dessa
pesquisa é possível inferir que, no geral, a população brasileira não está satisfeita
36

com os serviços de saúde que não cumprem a legislação vigente, o que reflete
diretamente na quantidade de artigos sobre judicialização na Assistência
Farmacêutica.

Esta etapa diz respeito à discussão sobre os textos analisados na revisão


integrativa. O pesquisador, guiado pelos achados, realiza a interpretação dos dados
e, com isso, é capaz de levantar as lacunas de conhecimento existentes e sugerir
pautas para futuras pesquisas (GANONG, 1987; MENDES; SILVEIRA; GALVÃO,
2008).

A análise dos dados foi comparativa consistindo em um processo de


confronto de dados obtidos da pesquisa literária e das resoluções vigentes, bem
como a análise do conteúdo quanto ao desenvolvimento de habilidade e
competências na formação profissional do farmacêutico inserido no SUS. .Foi
utilizada a estatística descritiva, e as análises gráficas serão realizadas no programa
Microsoft Office Excel 2010.
37

5. CAPÍTULO III: ANÁLISE DOS RESULTADOS

Esta pesquisa analisou 34 artigos e 10 livros condizentes levando em conta


os critérios de inclusão e exclusão enunciados no método. O mecanismo mais
prático para a aquisição das informações necessárias foi por intermédio do acesso a
internet, através dos sites da BIREME, LILACS, MEDLINE, SciELO e Google
Acadêmico.

A Avaliação da Assistência Farmacêutica no contexto geral da saúde no


Brasil (18,18%), a Atenção Farmacêutica como prática de cuidado individualizado do
paciente (18,18%) e o Uso Racional de Medicamentos (13,64%) consistiu de 50,0%
(Tabela 1) dos subtemas relacionados ao tema principal da pesquisa, o que
demonstra a preocupação dos pesquisadores com o farmacêutico como agente
promotor de saúde.

GOOGLE
SCIELO LILACS LIVROS
TEMA ACADÊMICO
N % N % N % N %
Judicialização 2 4,55 1 2,28 2 4,55 0 0,00
Avaliação da AF 2 4,55 2 4,55 2 4,55 2 4,55
Controle de doenças no SUS 1 2,28 1 2,28 1 2,28 1 2,28
Uso Racional de Medicamentos 2 4,55 1 2,28 1 2,28 2 4,55
Automedicação 1 2,28 1 2,28 1 2,28 1 2,28
Ensino Farmacêutico 1 2,28 1 2,28 2 4,55 1 2,28
Farmacovigilância 1 2,28 1 2,28 1 2,28 1 2,28
Atenção Farmacêutica 2 4,55 2 4,55 2 4,55 2 4,55
Total 12 27,27 10 22,72 12 27,27 10 22,72
TABELA 1. Descrição dos artigos relacionados a Assistência Farmacêutica no SUS encontrados nas
bases de dados da Bireme, Lilacs, Scielo e livros no período de janeiro/1990 a maio/2015.
38

SCIELO
5 4,55 4,55 4,55 4,55

4
3 2,28 2,28 2,28 2,28
2 2 2 2
2 1 1 1 1
1
N
0
%

GRÁFICO 1. Descrição dos artigos relacionados à Assistência Farmacêutica no SUS encontrados na


base de dados da Scielo, período: janeiro/1990 a maio/2015.

LILACS
4,55 4,55
5
4
3 2,28 2 2,28 2,28 2,28 2,28 2,28 2
2 1 1 1 1 1 1
1
N
0
%

GRÁFICO 2. Descrição dos artigos relacionados à Assistência Farmacêutica no SUS encontrados na


base de dados da Lilacs, período: janeiro/1990 a maio/2015.
39

GOOGLE ACADÊMICO
5 4,55 4,55 4,55 4,55

3 2,28 2,28 2,28 2,28


2 2 2 2
2
1 1 1 1
1
N
0 %

GRÁFICO 3. Descrição dos artigos relacionados à Assistência Farmacêutica no SUS encontrados na


base de dados do Google Acadêmico, período: janeiro/1990 a maio/2015.

LIVROS
5 4,55 4,55 4,55

4
3 2,28 2,28 2,28 2,28
2 2 2
2
1 1 1 1
1
0 0 N
0
%

GRÁFICO 4. Descrição dos artigos relacionados à Assistência Farmacêutica no SUS encontrados


nas bases em livros, período: janeiro/1990 a maio/2015.
40

A necessidade do desenvolvimento de habilidades e competência no âmbito


da farmácia como estabelecimento de saúde também ficou evidenciado no quesito
Ensino Farmacêutico (11,36%), bem como a necessidade de criação de
mecanismos que evitem a Judicialização no âmbito farmacêutico (11,36%).

Os estudos publicados que entraram na pesquisa e que foram direcionados


sobre temas pertinentes à atuação do profissional farmacêutico na Assistência
farmacêutica no SUS evidenciam a importância desse profissional na melhoria da
gestão e no gerenciamento de recursos financeiros, em especial no tocante a
querelas jurídicas.

O número de artigos de cada subsistema temático é um reflexo dos anseios


da sociedade em relação às habilidades e competências desenvolvidas na labuta
farmacêutica e subsidiam a escolha dos assuntos cabendo aos profissionais
responder às necessidades de saúde e medicamentos dessa sociedade,
possibilitando identificar os principais estrangulamentos da saúde no Brasil no
tocante à Assistência Farmacêutica prestada pelo SUS.

Outro ponto relevante pertinente aos artigos de avaliação é a possibilidade de


identificar que os problemas detectados nas avaliações da Assistência Farmacêutica
não são resolvidos, porque são gerados muitas vezes por problemas
administrativos, por exemplo, no processo de aquisição de medicamentos os prazos
para licitação são longos e podem gerar desabastecimento, mas a Assistência
Farmacêutica tem que gerar mecanismos e processos para que problemas como
esses não interfiram na gestão.

A atuação dos profissionais farmacêuticos é um processo constante de


mudança e já é possível (identificar a mudança da visão da comunidade em relação
a esse profissional principalmente, na atenção farmacêutica) e esses estudos
servem para estimular inserção de novos conteúdos nos cursos de farmácia para
que o profissional esteja capacitado para essa relação próxima ao paciente, já que é
possível identificar o impacto positivo na saúde no s locais que o farmacêutico é
mais atuante.
41

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

No modelo generalista, o farmacêutico deve estar habilitado a atuar nas mais


diversas áreas e também está capacitado a atuar em equipes multidisciplinares para
atender aos pressupostos do SUS.

A Inclusão de práticas integrativas, como a orientação do uso correto de


medicamentos e o seguimento farmacoterapêutico, reduz de modo significativo
complicadores de agravos diversos que, por sua vez, demandam grandes aportes
financeiros, profissionais e complexos apoio logístico para a correção das mesmas.

A atuação dos profissionais farmacêuticos que atuam no SUS é um processo


de mudança constante e já é possível perceber a mudança da visão da comunidade
em relação a esse profissional principalmente, nos que desenvolvem a atenção
farmacêutica

Estudos como este servem para estimular a inserção de novos conteúdos nos
cursos de farmácia, bem como incentivar ao profissional farmacêutico a buscar
novos conhecimentos para que esteja sempre bem atualizado para essa nova
relação de proximidade com o paciente, já que é possível identificar o impacto
positivo na saúde nos locais que o farmacêutico é mais atuante.

Por meio da análise combinada com foco nos assuntos tratados em cada
artigo tendo como interface a Assistência Farmacêutica nos permitiu inferir que as
principais deficiências do SUS que convergem a obstáculos diversos são os
mesmos no processo da assistência farmacêutica no referido sistema de saúde.

Assim sendo, esse trabalho destaca a importância do desenvolvimento de


habilidades e competências do profissional farmacêutico na atenção básica de
saúde nos municípios, contribuirá de modo significativo na melhoria da qualidade de
vida dos usuários do SUS.
42

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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