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São Paulo - SP
2022
Francisca Honorato Leite
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São Paulo - SP
2022
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RESUMO
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Graduada em Enfermagem no ano de 2007 pela FMU – SP, com Pós Graduação em Gestão de Qualidade e Segurança do
Paciente + Gestão Hospitalar, Docência do Ensino Médio e Superior na área de Saúde, com cursos de extensão em
Gerenciamento e Liderança para Enfermagem, Classificação de Risco e atuante na área da Saúde desde 2007.
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INTRODUÇÃO
A Saúde no Brasil veio de uma consecutiva e árdua luta pelos direitos da população a uma
assistência médica gratuita e igualitária, tendo esta surgido de uma evolução dos programas
governamentais ou não governamentais da época.
O primeiro ato foi a publicação de 1891, com a Constituição que instituía ao Estado a
responsabilidade ao zelo pela saúde dos brasileiros, e, com a chegada do presidente Getúlio
Vargas em 1930, foram então criados os Ministérios da Educação e da Saúde Pública, até
então trabalhando paralelamente.
Na década de 80, sob o governo de João Figueiredo, foi criado o Conselho Consultivo de
Administração da Saúde Previdenciária (Conasp), que tinha como objetivo racionalizar gastos
e buscar formas de sanar a carência na assistência médica.
Com o término da ditadura militar em 1985, o território brasileiro era assolado por diversos
tipos de endemias, pandemias e doenças infecto contagiosas como parasitoses, malária,
tuberculose, febre amarela, peste bubônica, cólera, dentre outras, e, a população devastada
após o difícil período, não dispunha de recursos financeiros para arcar com as questões de
saúde, o que deu início à uma movimentação popular quando diversos grupos distintos se
engajaram no movimento sanitário onde era reivindicada saúde igualitária para todos,
defendendo a saúde universal. Vale ressaltar que tal época foi marcada por uma decadente
crise econômica, com recursos escassos e descontrole inflacionário, o que dificultava o
atendimento voltado à saúde, vigilância sanitária, educação, etc.
Com recursos provenientes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, no
ano 2.000 foi feita em Emenda Constitucional onde determinou que o SUS seria administrado
por tripartite, ou seja, Estado, empresa e trabalhadores.
Poderemos visualizar nas imagens abaixo, a evolução e criação destes serviços para melhor
compreensão do surgimento dos serviços básicos de saúde:
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Figura 1: De 1923 a 1977 – Da criação dos Institutos até o Surgimento da Previdência Social
Figura 2: De 1982 a 1988 – Criação de Programas de Saúde até a criação da Constituição Federal de 1988
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Figura 4: De 1996 a 2006 – Criação de Normas de Saúde até o Pacto pela Saúde
De posse destes dados, fica mais acessível a visualização e intervenção pelo programa aos
resultados sócio sanitários, possibilitando o planejamento estratégico e atingindo maior
eficácia quanto ao atendimento das famílias cadastradas e também o trabalho realizado pelos
profissionais que abordam essa questão.
De acordo com o Ministério da Saúde (1990) o SUS é orientado por princípios doutrinários,
que são os da universalidade, da equidade e da integralidade, e organizacionais, que são os da
regionalização e hierarquização, da resolubilidade, da descentralização e da participação da
sociedade
A Estratégia Saúde da Família (ESF) é considerada prioritária como base à Atenção Primária
a Saúde (APS), pois envolve ações na prevenção de doenças tais como orientação e
vacinação, proteção, prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos,
cuidados paliativos e vigilância sanitária. O Programa Saúde da Família foi criado em 1991,
com a implantação do Programa dos Agentes Comunitários de Saúde (PACS), mas em 2006
deixou de ser um programa e passou a ser uma estratégia permanente na área da saúde, com
objetivos e metas pré-determinados sem período de extinção, visto que “programa” entende-
se como campanha e estratégia não possui data de extinção, mantendo ativa e contínua na
evolução dos projetos.
A inserção das famílias no programa é realizada via cadastramento feito pelos Agentes
Comunitários de Saúde (ACS) quando nas visitas domiciliares, buscam executar as ações
propostas pelo programa, identificando as situações de maior relevância e urgência, assim
como propiciando orientação e esclarecimentos à população.
Cada núcleo do Programa de Saúde da Família (PSF), geralmente anexo a Unidade Básica de
Saúde (UBS) regional, acolhem entre 600 e 1.000 famílias cadastradas, não ultrapassando a
média de 4.500 pessoas atendidas por unidade. Esse número pode variar de acordo com a
classe sócio econômica, densidade populacional e acessibilidade aos serviços de saúde,
podendo eles serem públicos ou não.
As equipes são constituídas por um médico da família ou generalista, enfermeiro, auxiliar de
enfermagem e os ACS. Pode ainda contar com dentista e auxiliar de saúde bucal (ASB). Cada
unidade pode contar com uma ou mais equipes, dependendo da demanda local.
I - Princípios:
a) Universalidade;
b) Equidade; e
c) Integralidade.
II - Diretrizes:
a) Regionalização e hierarquização:
b) Territorialização;
c) População adscrita;
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Para a garantir a realizar destes princípios e diretrizes, alguns cuidados devem ser observados
e geridos de perto, tais como humanização nos cuidados do primeiro contato, integralidade,
longitudinalidade, coordenação, orientação familiar e comunitária, e, ainda competência
cultural e equidade.
REVISÃO DA LITERATURA
Objetivos específicos:
I. Prestar, na unidade de saúde e no domicílio, assistência integral, contínua, com
resolubilidade e boa qualidade às necessidades de saúde da população adscrita;
II. Intervir sobre os fatores de risco aos quais a população está exposta;
III. Eleger a família e o seu espaço social como núcleo básico de abordagem no
atendimento à saúde;
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Segundo GIL (2006), o crescimento da ESF, enquanto estratégias, apresenta desafios para sua
viabilização quanto as práticas profissionais que deveriam ser estabelecidas no vínculo,
responsabilidade, integralização e trabalho em equipe a á gestão burocratizada do serviço,
com normatizações, lógica quantitativa de produção de procedimentos, baixa capacidade de
inovação gerencial e desarticulação com os demais pontos de atenção da rede de serviços.
FRANCO E MERHY (2003) referem que a matriz teórica do PSF está circunscrita ao campo
da vigilância em saúde de territórios, centrando o processo de trabalho às normas e
prescrições de caráter higienista, constituindo uma linha paralela ao modelo médico
hegemônico. Segundo os autores, houve um erro de iniciativa do PSF referente a proposta da
APS seletiva, que foi desvinculada da reestruturação dos processos de trabalho no campo da
saúde. Afirma ainda que a proposta com o modelo assistencial proposto só teria resultado com
mudanças de estrutura sem desvincular os microprocessos dos trabalhos na saúde.
Nesse contexto, confere que os trabalhadores da saúde, especificamente os gestores do
Programa Saúde da Família, necessitam de implementação de suas características, sendo elas
multifuncionais com suas equipes ou ainda estruturais.
De acordo com a Política Nacional de Atenção Básica – PNAB de 2006 - A Atenção Básica
em saúde é orientada pelos seguintes princípios: “[...] da universalidade, da acessibilidade e
da coordenação do cuidado, do vínculo e continuidade, da integralidade, da responsabilização,
da humanização, da equidade e da participação social” (p. 2).
Ainda de acordo com a PNAB de 2006, os princípios da ESF devem ser considerados como
deveres, pois eles são específicos e com características operacionais:
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I. ter caráter substitutivo em relação à rede de Atenção Básica tradicional nos territórios
em que as Equipes Saúde da Família atuam;
II. atuar no território, realizando cadastramento domiciliar, diagnóstico situacional, ações
dirigidas aos problemas de saúde de maneira pactuada com a comunidade onde atua,
buscando o cuidado dos indivíduos e das famílias ao longo do tempo, mantendo
sempre postura pró-ativa frente aos problemas de saúde doença da população;
III. desenvolver atividades de acordo com o planejamento e a programação realizados com
base no diagnóstico situacional e tendo como foco a família e a comunidade;
IV. buscar a integração com instituições e organizações sociais, em especial em sua área
de abrangência, para o desenvolvimento de parcerias;
V. ser um espaço de construção de cidadania.
Segundo STARFIELD (2004), (...) a atenção primária se diferencia dos outros níveis
assistenciais por quatro atributos característicos: atenção ao primeiro contato,
longitudinalidade, integralidade e coordenação. Destes quatro atributos, a longitudinalidade
tem relevância por compreender o vínculo do usuário com a unidade e/ou com o profissional.
A população deve reconhecer a Unidade como fonte regular e habitual de atenção à saúde,
tanto para as antigas quanto para as novas necessidades. Já o profissional deve conhecer e se
responsabilizar pelo atendimento destes indivíduos. A longitudinalidade está fortemente
relacionada à boa comunicação que tende a favorecer o acompanhamento do paciente, a
continuidade e efetividade do tratamento, contribuindo também para a implementação de
ações de promoção e de prevenção de agravos de alta prevalência (STARFIELD, 2004).
De acordo com o Ministério da Saúde (2002), “Cabe aos prefeitos a decisão política de adotar
o PSF. Depois, é preciso vontade política e competência, para implantar o programa.” (Guia
Prático do Programa Saúde da Família/PSF, Ministério da Saúde, 2002).
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MATERIAL E MÉTODOS
No tocante ao gerenciamento destes programas, os gestores devem ter uma postura situacional
com um perfil de liderança acirrado, sempre em busca de aperfeiçoamento desta prestação de
serviços à comunidade, ás famílias e ao paciente. É imprescindível um trabalho que visa um
misto de empatia com administração de pessoas, gestão de conflitos e conhecimento da área
atuante. Deve saber lidar com circunstâncias e acontecimentos inesperados, gestão das
emoções e situações inter-relacionais, além de bom relacionamento com a equipe médica
estando a par dos procedimentos e atitudes realizadas e demais atuantes do programa, a fim de
exercer o bom convívio e motivação humanizada das equipes, assim como bom equilíbrio
psicológico.
Deve estar ativo nos processos de planejamento e inovações ativas, nas tomadas de decisões
com foco no bem estar da população e engajamento na resolução dos problemas com
eficiência e eficácia.
Vale ressaltar que não há um método ativo a ser seguido quanto ao gerenciamento destes
programas, pois o Programa de Atenção Básica (PAB) consiste em atender demandas
espontâneas e individuais da população, trazendo rotineiramente situações e necessidades
distintas. Para tanto, faz-se imprescindível o perfil de liderança com segurança e equilíbrio
para os Gestores do Programa de Saúde da Família.
RESULTADOS
DISCUSSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por essa razão, é importante ressaltar que a Estratégia Saúde da Família é recheada de
desafios para seus gestores e equipe multidisciplinar, visto que o objetivo do programa é algo
inovador que busca prever outras circunstâncias atuando na base dos problemas, impedindo
seu crescimento e dando o suporte necessário para o crescimento salubre das famílias.
Conclui-se então que, todos os pontos acima descritos são peças essenciais num projeto que
ostenta fatores desafiadores e requer de seus gestores, fibra, perfil de liderança e pró-
atividade, pois lidar com vidas é sempre desafiador e cada uma delas precisa ser analisada e
tratada individualmente.
SIGLAS
CONASP.............................. Conselho Consultivo de Administração da Saúde Previdenciária.
SUS...................................... Sistema Único de Saúde
INAMPS ............................. Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social
DATASUS........................... Departamento de Informática DO Sistema único de Saúde
AB......................................... Atenção Básica
ESF........................................ Estratégia Saúde da Família
APS ....................................... Atenção Primária à Saúde
PACS .................................... Programa de Agentes Comunitários de Saúde
ACS ...................................... Agentes Comunitários de Saúde
UBS ...................................... Unidade Básica de Saúde
ASB ...................................... Atenção à Saúde Básica
PNAB ................................... Política Nacional de Atenção Básica
PAB ...................................... Programa de Atenção Básica
REFERÊNCIAS
https://www.sabedoriapolitica.com.br/ci%C3%AAncia-politica/politicas-publicas/
saude/linha-do-tempo-do-sus/ Acessado em 22.10.2022 ás 10h10m
https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/handle/icict/39223/Pol%EDticas%20de%20Sa
%FAde%20- Acessado em 25.10.2022 ás 15h15m
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https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html -
Acessado em 19.10.2022 ás 16h50m
https://www.gov.br/saude/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/estrategia-
saude-da-familia - Acessado em 26.10.2022 ás 14h49m
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2488_21_10_2011.html
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/
implantacao_unidade_saude_familia_cab1.pdf - pág. 15 – Acessado em 27.10.2022 ás
15h32m
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