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Competências
socioemocionais
Como trabalhar essas competências
para favorecer a aprendizagem e o
desenvolvimento integral dos alunos
Índice
1. Por que investir em formação
continuada em competências
socioemocionais? ................................. 4
2. Acolhimento: como fortalecer os
vínculos e engajar os alunos ............ 20
3. Adaptação: as competências
socioemocionais como suporte para o
ensino remoto ou misto ................... 33
4. Equidade: o papel das
socioemocionais na redução das
desigualdades ..................................... 55
5. Para se aprofundar no tema ........ 68
Imagem: André Asahida
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1. Por que investir em
formação continuada
em competências
socioemocionais?
Quando se organiza programas voltados
às socioemocionais, todos têm a ganhar
– professores, alunos e a própria gestão.
Saiba o que levar em consideração
Imagem: Gettyimages
Competências
socioemocionais:
definição e importância
no ambiente educacional
Atuando há 13 anos no
desenvolvimento de competência
socioemocionais em diferentes
faixas etárias, a psicóloga Rosane
Voltolini as define como sendo “um
conjunto de habilidades para lidar com
nossas emoções durante os desafios
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cotidianos, e que estão ligadas à nossa
capacidade de conhecer, conviver
e ser”. Segundo ela, em situações
desafiadoras, essas competências nos
ajudam a encontrar soluções mais
assertivas e eficazes”.
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A presença das socioemocionais
nas escolas públicas realmente
agregou em muitos aspectos, de
acordo com duas gestoras ouvidas
por NOVA ESCOLA. “A gente já
vêm trabalhando com questões
socioemocionais há uns cinco anos”,
comenta Denise Nery, diretora da
Escola Municipal Vitalina Rossi, de
Ensino Fundamental 2, em Poços
de Caldas (MG). “Para nós, sempre
foi um ponto relevante. Sem elas, a
aprendizagem não flui”.
Acolhimento – a capacitação em
socioemocionais precisa de um
olhar inicial cuidadoso em relação
aos professores. “É interessante
se perguntar: como faço para que
a equipe se sinta confortável para
compartilhar experiências e construir
vínculos entre si?”, destaca Maria
Helena. A psicóloga e especialista
Rosane Voltolini reforça que “é
preciso, nesse momento, oferecer
espaços de escuta aos seus
profissionais”;
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2. Acolhimento: como
fortalecer os vínculos
e engajar os alunos
A escuta ativa e propostas focadas no
desenvolvimento de competências
Imagem: Gettyimages
Os impactos da
pandemia nos vínculos
Sem o contato presencial e a
rotina escolar, os vínculos foram
enfraquecidos ou, pelo menos,
modificados ao serem mediados
sempre pela tecnologia. Por isso,
entre os diferentes impactos que 29
a pandemia trouxe, um ponto
fundamental é organizar ações para
restabelecer e fortalecer essas
relações. "A escola pode oferecer
apoio para as crianças que enfrentam
dificuldades", afirma Marcela
Almeida, diretora pedagógica do Vila
Educação, instituto especializado
em aprendizagem socioemocional
com atuação na rede pública
e particular com o Programa
Compasso Socioemocional.
As socioemocionais e o
desafio do engajamento
O acolhimento e empatia são
fundamentais não apenas por
estarmos atravessando os desafios
da pandemia. As competências
socioemocionais têm um papel
importante no desenvolvimento
cognitivo das crianças. "Quem
tem dificuldade de aprendizagem,
quando é trabalhado o emocional,
consegue aprender melhor", explica
a professora Marcela. "Passa a se
enxergar de outra forma e consegue
desenvolver confiança em si mesmo",
finaliza. Com isso, o aluno se sente
mais motivado a persistir nos 32
estudos, mesmo estando em casa.
Esse incentivo acontece de diversas
formas, inclusive nas devolutivas
das atividades, porque as crianças
sabem que a professora vai ver e
sentem vontade de fazer bem feito.
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6 dicas para acolher
alunos e família
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Conheça 4 materiais
sobre acolhimento
Confira sugestões de atividades, roteiros,
documentos e cursos sobre como fazer
esse trabalho na escola
1. Protocolo acolhimento:
ações híbridas e contínuas
Produzido pelo Instituto Unibanco,
o documento é direcionado para
os gestores escolares. Nele,
você encontrará informações e
roteiros para acolher a equipe
e a comunidade escolar.
3. Biblioteca de atividades
para aulas à distância
O Programa Compasso
Socioemocional, desenvolvido
pelo Instituto Vila Educação,
disponibilizou um banco de
20 atividades com foco no
desenvolvimento socioemocional
para crianças da Educação Infantil
e Anos Iniciais do Fundamental que
podem ser realizadas a distância.
Para baixar, basta cadastrar-se
gratuitamente e colocar em prática.
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Imagem:André Asahida
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3. Adaptação:
as competências
socioemocionais como
suporte para o ensino
remoto ou misto
Focadas no protagonismo do aluno, novas
Imagem: Gettyimages
Consolidando a
autonomia dos alunos
Atuar para que os seus estudantes
desenvolvam mais autonomia não
é uma exclusividade de docentes
que dão aulas para adolescentes. A
professora de Educação Infantil Sílvia
Anália Jericó conta que na sua turma
de 4 anos na Escola Municipal Bento
Freire de Souza, em Chorrochó (BA),
“foi visível o benefício de trabalhar as
competências socioemocionais ao longo 47
da pandemia, porque estamos todos
em processo de adaptação a uma nova
rotina: professores, pais e crianças”.
Novas formas de
ensinar e aprender
Os relatos dos três professores
mostram como algumas questões
já se inseriam na Educação mesmo
antes da covid-19. “Quando a BNCC
trouxe as competências gerais,
ela justamente passou a colocar
em foco a formação do indivíduo,
vendo-o como um agente da
cidadania, alguém que por meio
de valores, atitudes e reflexões,
vai ajudar a construir a sociedade”,
explica Inês Kisil Miskalo, gerente-
executiva de Educação do Instituto 51
Ayrton Senna, “o que aconteceu
foi que a pandemia deu uma
chacoalhada nos processos e nas
pessoas. A escola passou a ir até
o aluno, descentralizou o processo
educacional e expôs aos professores
uma diversidade de contextos”.
Adaptação na prática: a
aprendizagem no centro
De acordo com Letícia Lyle, mestre
em currículo e competências
socioemocionais pela Columbia
University e co-fundadora da
Cloe, essas novas metodologias
de trabalho fazem os estudantes
olharem ao seu redor, interagirem e
se questionarem. Entramos, então,
no território das metodologias
ativas. “O mais importante de tudo,
pensando em metodologia ativa, é
que a aprendizagem precisa estar
no centro de todos os processos”, 54
sintetiza a especialista. “Então,
o trabalho envolve fatores como
analisar a prática didática e a
própria sala de aula em tempos
presenciais, desenvolver um olhar
para o conteúdo de forma que,
a partir dele, possam ser feitas
perguntas; permitir um espaço
de expressão dos indivíduos, e ao
mesmo tempo promover interações
entre os estudantes; e por fim,
pensar em avaliação ou reflexões que
acompanhem esses processos todos”.
Pensando especificamente em
ensino remoto ou híbrido, Letícia
enfatiza o apoio das socioemocionais
no processo de readequação das
práticas educacionais. “A gente tem
que pensar que a interação mudou
‘de cara’, e como as socioemocionais
lidam de forma efetiva com a nossa
relação com nós mesmos e com o
outro, acabam sendo importantes
para ajudar a nos adaptarmos a 56
essa nova realidade. Tínhamos
uma autonomia que funcionava no
presencial, e agora estamos tentando
construir essa autonomia novamente”.
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A adaptação na
perspectiva dos
estudantes
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Imagem: André Asahida
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4. Equidade: o papel
das socioemocionais
na redução das
desigualdades
Escuta atenta, estratégias que geram
autoconhecimento e incentivo ao
projeto de vida dos alunos podem
Imagem: Gettyimages
As competências
socioemocionais
não são bala de prata
Apesar de resultados positivos no
desenvolvimento de competências
e dos esforços dos educadores,
existe uma angústia comum por
conta da situação atual. "Não
estamos garantindo o direito de
aprendizagem de todos, pois boa
parte não consegue ter acesso",
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compartilha Jocastha. Ela nota
que essa desigualdade aparece
no baixo número de crianças
que conseguiram se alfabetizar
durante o ensino remoto.
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Desigualdade aumentou
durante a pandemia
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Para pensar uma escola
mais equitativa
A especialista Simone André dá três
dicas para refletir e construir uma
Educação com menos desigualdade
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Imagem:André Asahida
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5. Para se aprofundar
no tema
Reportagens
»» Socioemocionais na volta às
aulas: como pensar atividades
e na acolhida dos alunos
»» Como as habilidades
socioemocionais podem
melhorar a convivência?
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»» Competências gerais e
socioemocionais: como fazer
o melhor uso delas?
»» Quando as emoções
entram no currículo
»» Competências
socioemocionais de A a Z
»» Habilidades socioemocionais
e desenvolvimento pleno
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Edição
Maggi Krause
Texto
Victor Santos
e Paula Salas
Diagramação
Tiago Araujo
Ilustrações
André Asahida
N ov a e s c o l a • 2 0 2 1 85