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Introdução ao Estudo

da Saúde do Idoso
André Luiz Fidelis Lima
Ana Gabriela Silva
Introdução ao Estudo
da Saúde do Idoso

Introdução
Olá,

Você está no estudo de Introdução ao Estudo da Saúde do Idoso. Conheça aqui


a importância do estudo da pessoa idosa, direcionada para a área da saúde,
especialmente para o profissional enfermeiro, que desde a sua formação inicial
é posto como líder e educador da equipe de enfermagem, além de estar em linha
de frente promovendo educação, saúde e reabilitação nos diversos ambientes do
cuidar. O conhecimento das alterações do processo da biologia do envelhecimento
torna o enfermeiro apto a desenvolver de forma integral os cuidados da assistência
de enfermagem à pessoa idosa. Para tal situação, se faz necessário conhecer
tecnicamente e cientificamente os aspectos dos processos anatômicos, fisiológicos,
farmacológicos e biopsicossocial do indivíduo considerado idoso. É primordial que
o profissional enfermeiro englobe, no processo de sistematização da assistência de
enfermagem, questões éticas, morais, e as políticas de saúde pública, direcionadas
para compreender um melhor dimensionamento e necessidade para com o idoso.
Entenda que as ações de promoção, prevenção e recuperação são fatores primordiais
para reabilitar um indivíduo as suas rotinas diárias e necessárias para atingir uma
melhor qualidade de vida, principalmente porque o idoso está passando pelo processo
do envelhecer. Além disso, a equipe multiprofissional deve atentar, zelar ou vigiar um
processo do envelhecimento ativo e saudável, que envolva ações intersetoriais, com
o objetivo de humanizar e prestar um cuidado holístico para uma melhor assistência
à pessoa idosa. Para tal situação se faz necessário a formação continuada do
profissional enfermeiro e da sua equipe de enfermagem. Estudar a disciplina de
cuidado ao idoso é ter compreensão que a saúde desses indivíduos e não se restringe
por existência ou ausência de patologias orgânicas. É de grande valia para quaisquer
profissionais investir amplamente no preparo do conhecimento e da compreensão do
mundo do idoso, pois são clientes, complexos, que exigem do profissional enfermeiro
mais tempo para planejar, elaborar e intervir na sistematização do ato do cuidar.

Bons estudos!

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Noções Preliminares
Neste conteúdo de Introdução ao Estudo da Saúde do Idoso apresentará o Cuidado ao
Idoso como um desafio para os profissionais da saúde, principalmente o enfermeiro,
por se tratar de uma área do conhecimento complexa, que tem como objetivo a
garantia da atenção à saúde de forma integral, humanizada e holística, proporcionando
adequadamente o ato do cuidar.

Encontramos, na área da saúde da pessoa idosa, princípios norteadores que contribuem


para um bem-estar do processo anatômico e fisiológico do envelhecimento, para que
ocorra de forma ativa e saudável. É importante salientar que esses princípios estarão
ligados às políticas de saúde públicas direcionadas ao idoso, e ao mesmo tempo
associados aos diversos campos intersetoriais da assistência à pessoa idosa.

Nas diversas áreas do conhecimento, a palavra idoso tem um significado associado


aos indivíduos com mais de 60 anos em países em desenvolvimento. Já nos países
considerados desenvolvidos, todas as pessoas com 65 anos ou mais são considerados
idosos. Então, podemos considerar que indivíduos com muitos anos de vida são
chamados de idosos.

Envelhecer tem um significado de antigo, idoso ou aquele indivíduo com características


de velho, mas podemos ir além desse significado e dizer que o envelhecer é uma
sequência contínua de diminuição das funções do corpo humano ou orgânica, não é
sinônimo de surgimento das disfunções dos órgãos ou patologias. No entanto, é algo
inevitável nos seres humanos, faz parte do ciclo vital com o passar do tempo.

No processo do envelhecimento, as alterações corporais e funcionais dos órgãos


são inevitáveis, além das mudanças bioquímicas, imunológicas e psíquicas por
consequência natural das mudanças contínuas do envelhecer.

A equipe multiprofissional, direcionada ao ato do cuidar, precisa compreender,


psicologicamente, que a pessoa idosa poderá apresentar sensações de inaptidão, de
velhice, estresse, episódios de tristezas e desenvolverem um processo de depressão
diante da nova etapa do seu desenvolvimento biológico. Algumas características
dessas alterações comportamentais podem ser percebidas com a redução da
capacidade de adaptação de viver em meio social.

Devemos atentar para os comportamentos de isolamento, que podem colocar a


pessoa idosa em vulnerabilidade e, com isso, aumentar a probabilidade do processo
do adoecer.

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O enfermeiro precisa se fundamentar em três critérios técnicos e científicos, baseados
na Política Nacional de Atenção ao Idoso para uma prestação adequada da assistência
de enfermagem. O primeiro critério é fazer com que a pessoa idosa participe
ativamente dos processos sociais, dando-lhe autonomia para o desenvolvimento das
rotinas diárias; o segundo critério é promover a saúde e desenvolver o bem-estar no
processo do envelhecer; e; o terceiro, e último critério, é promover a criação de um
ambiente domiciliar ou comunitário saudável, propício e adequado ao processo do
envelhecimento.

Essas práticas visam, principalmente, reabilitar a pessoa idosa as suas rotinas diárias
normais, e precisa estar associadas aos princípios e diretrizes do Sistema Único de
Saúde do Brasil. Precisamos entender que desenvolver um trabalho efetivo com um
público específico requer do profissional enfermeiro, além do conhecimento básico da
sua área, uma especialidade direcionada ao estudo alvo em questão, nesse caso da
nossa disciplina, os cuidados com o indivíduo idoso.

Levando em consideração o contexto deste estudo, dizemos que existem duas áreas
do conhecimento que desenvolvem trabalhos com as pessoas idosas: geriatria e
gerontologia. A primeira é considerada uma especialidade da área médica, direcionada
ao público idoso, e exercida pelo médico geriatra. A segunda é considerada uma
especialidade multiprofissional, direcionada aos diversos estudo dos aspectos
do processo do envelhecimento, então, dizemos, por exemplo, que o enfermeiro
gerontólogo que irá desenvolver uma assistência de enfermagem em gerontologia.

Independentemente de ser um profissional geriatra ou gerontólogo, ambos necessitam


e devem entender a epidemiologia do processo do envelhecimento para compreender o
perfil de morbimortalidade de uma população com predomínio de patologias crônicas
e degenerativas, que podem incapacitá-las.

Além disso, o aumento das hospitalizações em idades avançadas tem causado


preocupações aos profissionais geriatras e gerontólogos, pois se relacionam às altas
taxas de novos agravos orgânicos entre idosos, que duram por meses e anos, exigindo
um acompanhamento continuo dos profissionais de saúde para planejarem uma
sistematização do cuidado.

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Figura 1 - Pessoa Idosa
Fonte: Marish, Shutterstock, 2020.
#pratodosverem: Na imagem de fundo branco, com diversos ambientes colo-
ridos, observamos cinco figuras de pessoas idosas exercendo atividades de
rotina diárias. Na primeira imagem, o idoso se encontra sentado, manipulando
a sua rede social, em seu notebook, sobre uma mesa. Na segunda imagem, a
idosa se encontra sentada em uma poltrona vermelha, fazendo crochê. Na ter-
ceira imagem, o idoso se encontra em pé, praticando exercício físico em casa.
Na quarta imagem, o idoso se encontra sentando manipulando um computador
sobre uma mesa e escutando música com o fone de ouvido. Na quinta imagem,
temos dois idosos, de gêneros diferentes, sentados jogando dama.

Idoso: Conceitos Gerais

Vamos iniciar nossos conceitos relacionados à disciplina Cuidado ao Idoso e é


importante, antes de tudo, definir a palavra Saúde, que vem do latim salus, que tem
um significado direcionado ao “bom estado físico” do indivíduo. Então, levando em
consideração o significado da palavra, podemos dizer que um indivíduo idoso com
saúde é aquele que se encontra em bom estado físico ou saudável (OPAS/OMS, 2020).

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e Organização Pan-Americana da


Saúde (OPAS), o conceito de saúde é baseado em diversos modelos holísticos e
propostos historicamente que diz, na integra:

Saúde é o estado de completo bem-estar físico, psíquico e social, e não


somente a ausência de doenças. O estado de completo bem-estar físico,
mental e social depende de fatores médicos e sociais. Dessa forma, o
estado de saúde das pessoas depende de forma significativa da alocação
de recursos em setores como a educação, alimentação, infraestrutura
sanitária e habitacional, incentivos ao trabalho, promoções ao estilo de
vida saudável com atividades de lazer e cuidados com o meio ambiente
(OMS, 1974, s.p.).

O Idoso: Geriatria e Gerontologia

No campo dos Cuidados ao idoso, existem duas palavras que são bem utilizadas:
Geriatria e Gerontologia. São campos de estudos que atuam com o mesmo público,
o idoso, mas possuem finalidades distintas. No geral, ambas as áreas se direcionam
para a qualidade de vida e bem- estar do idoso. Profissionais que desejarem atuar
com os cuidados ao idoso, devido ao constante aumento dessa população no
Brasil, precisam compreender de forma mais eficaz e com medidas de intervenções

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resolutivas o mundo da pessoa idosa e, para isso, é necessário se especializar em
geriatria e/ou em gerontologia (SBGG, 2020).

Figura 2 - Conceitos de Gerontologia e Geriatria


Fonte: SBGG, 2020 (Adaptado).
#pratodosverem: Na imagem observamos um esquema organizacional e
didático dos conceitos de gerontologia (gero é igual a velho e logia é igual a
estudo, que resulta em estudo do velho - pessoa idosa). A geriatria é a parte da
gerontologia voltada para as questões médicas do processo do envelhecimento
que se ocupa em estudar as patologias, distúrbios da pessoa idosa, bem como
o seu tratamento.

Vamos continuar se aprofundando em geriatria, considerada uma especialidade da


área da Medicina. Podemos dizer que o profissional médico é chamado de geriatra.
Ambas as áreas desenvolvem o objetivo de prestação de assistência, levando em
consideração a promoção da saúde, prevenção, tratamento das patologias, reabilitação
e cuidados paliativos.

Além disso, estão ligadas por desenvolverem cuidados de saúde desde a promoção
de um processo do envelhecimento adequado e saudável até o tratamento e a
reabilitação do indivíduo idoso. A ação contínua do envelhecer gera um impacto no
comportamento do corpo, e pode demandar uma abordagem planejada e diferenciada
(SBGG, 2020).

O campo da geriatria lida, diariamente, com as patologias relacionadas ao idoso como,


por exemplo, as demências, o aumento da pressão arterial sistêmica (hipertensão
arterial), o aumento das taxas glicêmicas (o diabetes) e a osteoporose (DIAS, 2012).

O médico geriatra também está direcionado aos tratamentos das disfunções orgânicas,
multicausais, como tonturas, vertigem, síncopes, desmaios, crises convulsivas,
incontinência urinária e tendência a quedas. Os cuidados paliativos aos idosos
também, fazem parte da geriatria, e estão associados aos cuidados dos pacientes
idosos e portadores de patologia sem perspectiva de cura.

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É importante dizer que a medicina geriátrica vem avançando dia a dia em prol da
longevidade, qualidade de vida e melhor segurança para a pessoa idosa (SBGG, 2020).

Os profissionais, das diversas outras áreas que se destinam a estudar o idoso são
chamados de gerontólogos. A gerontologia tem a finalidade de estudar o processo
do envelhecimento nos aspectos biopsicossocial e em outras dimensões dos
conhecimentos científicos. Trabalham em conjunto, como já foi mencionado nesse
conteúdo, com o médico geriatra.

O Idoso: Senescência x Senilidade

O crescimento acelerado da população de idosos vem ocorrendo de forma contínua


em todas as partes do mundo e, principalmente, no Brasil. Isso se deve às melhores
condições da qualidade de vida e aos avanços tecnológicos associados com a
diminuição das taxas de natalidade, que contribuíram para o um aumento significativo
dessa população (BRASIL, 2006).

É de extrema importância, para todos os profissionais que trabalham com o cliente


idoso, aprender, conhecer, compreender e diferenciar as modificações funcionais
orgânicas do processo do envelhecimento, chamadas de senescência, daquelas da
ação contínua do envelhecer patológico, chamada de senilidade.

É preciso, principalmente, para os profissionais enfermeiros, diferenciar o normal


do patológico. No entanto, isso pode ser algo complicado e difícil, pois inúmeras
circunstâncias se superpõem e, portanto, não deve ser atribuindo ao processo da
velhice. Não podemos e nem devemos esquecer que sintomatologias patológicas,
inúmeras vezes, são plausíveis de tratamento e cura (BRASIL, 2006).

Por outro lado, não pode ser considerado sinônimo de doença o processo natural
de envelhecer. Devemos solicitar, enquanto profissional da saúde, exames para
diferenciar o tratamento natural do envelhecimento, das patologias que o idoso pode
vir a apresentar.

A Gerontologia e os Tipos de Envelhecimento


Como já tínhamos definido, a gerontologia é uma área do conhecimento humano que
se direciona ao estudo contínuo do envelhecimento e as suas mudanças, ao logo
do tempo, nos diferentes aspectos biopsicossocial e cultural, distintamente da área
geriátrica, que tem a finalidade de estudar clinicamente o idoso, tentando objetivar na
prevenção e tratamento das doenças.

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Os estudos da ação contínua do envelhecimento tiveram início no século XIX, mas
hoje em dia o tema é abordado de forma bem mais complexa, porque o processo
de envelhecimento não é algo fácil de entender. Esses estudos requerem aspectos
multidisciplinares e multiprofissionais, que envolvem até a forma de organização
da sociedade, ou seja, extrapolam o meio da saúde e desencadeiam outros fatores
socioeconômicos e culturais (FECHINE; TROMPIERI, 2012).

Inúmeros estudiosos do campo da saúde do idoso deduzem cientificamente que


existem cinco distintos tipos do processo de envelhecer:

• Envelhecimento biológico;
• Envelhecimento cronológico;
• Envelhecimento Funcional;
• Envelhecimento Psicológico;

O envelhecimento biológico é uma ação contínua e faz parte do processo natural


do ser humano. Tem início com a maturação sexual e, ao longo, do tempo, provoca
através de manifestações, externas e internas, uma instabilidade funcional orgânica
e, com isso, chega a diminuir a viabilidade vital do indivíduo, ao longo do tempo. O
envelhecimento cronológico é distinto do biológico, e se identifica somente com o
passar dos anos. Ele é bem importante na determinação dos critérios para elaborar as
políticas pública direcionadas as pessoas idosas (FECHINE; TROMPIERI, 2012).

O que precisamos perceber com muita atenção é que o processo do envelhecer chega
ir além de questões biológicas e cronológicas. Ele pode ser caracterizado por questões
sociais, e nesse tipo de envelhecimento, o indivíduo inicia um processo da falta de
oportunidades futuras para a sua vida, se sentindo totalmente excluído dos padrões
que a sociedade impõe e, com esse sentimento, deixa de desenvolver interações
sociais e tende a se isolar em ambientes domésticos, ocasionando processo orgânicos
depressivos com evolução para a morte.

Associado ao envelhecimento social, temos as questões psicológicas da pessoa idosa,


que estão direcionadas às manifestações cognitivas como, por exemplo, atenção,
percepção, memória, raciocínio, juízo, imaginação, pensamento e linguagem. Além
disso, os estudos nos mostram que inúmeros idosos desenvolvem manifestações
de mudanças de personalidade (MINAS GERAIS, 2006). Neste, podemos identificar a
chamada síndrome do ninho vazio, que pode ser explicada, cientificamente, quando os
idosos se deparam com a saída dos filhos do ambiente domiciliar, ou ainda, quando
ocorre a morte dos filhos ou de um parente bem ligado a família (MINAS GERAIS, 2006).

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É importante lembrar que, no Brasil, os indivíduos não estão preparados ou não se
preparam para o momento do óbito. Não faz parte da nossa cultura e, quando isso
ocorre, geralmente, sofrem um extremo abalo psicológico, que pode ocasionar o
aceleramento do processo de envelhecimento, chamado de senescência (DIAS, 2012).

Muitos estudiosos da área da geriatria e gerontologia estão indo muito além, e dizem
que o corpo humano é bem mais complexo. Já dizem que existe a chamada quarta
idade, que pode ser caracterizada pelo nítido processo do envelhecimento funcional,
associado às adaptações do organismo humano ao meio social. E, com isso,
desenvolvem uma dependência pelas dificuldade de desenvolverem suas atividades
básicas da vida diária (ABVD) que fazem parte do ciclo vital de qualquer indivíduo,
como se alimentar, se locomover, se vestir, se levantar, se sentar, descansar e deitar,
entre outras (MORAES, 2012).

É importante deixar claro que a quarta idade pode aparecer em qualquer situação
ou momento do ciclo vital, mas é comum ser detectado na pessoa idosa com idade
bem avançada. Envelhecer de forma harmoniosa depende de questões multifatoriais,
externas e internas, de como levamos a vida diariamente.

O processo de envelhecer adequadamente não tem uma fórmula ou norma que


podemos seguir. O envelhecimento é heterogêneo e cada indivíduo tem a sua maneira
particular de passa por essa ação contínua ao longo do tempo. Existem pessoas que
passam o seu ciclo vital se cuidando, e mesmo assim, não tem saúde, enquanto outras
não se preocupam com o processo do envelhecer e vivem a velhice sem preocupações
exageradas (LEBRA, 2009). Estes últimos, consideramos e chamamos corpos
humanos de elite, os quais tem pouquíssimos riscos de desenvolverem patologias e
incapacidades funcionais e, ao mesmo tempo, exercem as funções físicas e mentais
em perfeito estado orgânico.

Processo de Envelhecimento
Conceituar o processo do envelhecimento é algo difícil. Biologicamente pode ser
considerado uma ação contínua que perdura toda a vida, ou seja, dura todo o ciclo
vital do indivíduo (MORAES, 2012). De forma multidisciplinar, podem existir diversas
definições do processo de envelhecer, se levarmos em consideração a visão
biopsicossocial, a autonomia da pessoa idosa e a sua qualidade de vida. Esses fatores
resultam na saúde do idoso e retarda, um pouco mais, o processo do envelhecimento.
É importante dizer que pessoas com um poder aquisitivo reduzido envelhecem

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mais rapidamente, resultado de aspectos multifatorial que não favorecem uma vida
saudável e cheia de desafios diários.

Figura 3 - Conceitos de Saúde do Idoso


Fonte: MORAES, 2012 (Adaptado).
#pratodosverem: Na imagem observamos um esquema organizacional e
didático da saúde do idoso. Temos saúde mental associada com a saúde física
(independência funcional e autonomia) e ambas se conectam à independência
financeira, que se liga ao suporte familiar e integração social.

Aspectos Gerais do Processo do Envelhecimento

O profissional enfermeiro, no ato do cuidar da pessoa idosa, precisa se atentar para as


modificações morfológicas, externas e internas, e funcionais do organismo do idoso
(MINAS GERAIS, 2006).

Além disso, é importante salientar que a composição e a conformação corporal


também sofrerão importantes mudanças no processo do envelhecer, tais como:

• O tecido adiposo (gordura) do corpo do idoso tem a tendência de aumentar


com o passar da idade;
• Na região do tecido subcutâneo, ou seja, situado sob a pele, geralmente, exis-
te a diminuição das gorduras dos membros superiores e inferiores, e o aumen-
to do tecido gorduroso no tórax e abdômen, caracterizando a chamada região
gordurosa centralizada;
• A quantidade hídrica no corpo do idoso reduz cerca de 15 a 20% nas regiões
orgânicas intracelulares e, ao mesmo tempo, ocorre também a redução dos
sais minerais e vitaminas das regiões internas e externas das células, princi-
palmente sódio e potássio, resultando em maior susceptibilidade de compli-
cações do organismo que estão relacionadas às diminuições de substâncias
líquidas e, com isso, aumenta a dificuldade de reposição do volume hídrico
perdido do corpo humano;

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• Existe diminuição dos componentes líquidos associado ao aumento do tecido
adiposo corporal, que provavelmente poderá contribuir para as modificações
do processo de absorção, atividade celular e eliminações das substâncias tó-
xicas na pessoa idosa;
• A diminuição da proteína albumina modifica o transporte de inúmeras subs-
tâncias sanguíneas;
• A atividade basal celular reduz, em média, 10% a 20% com o avanço da idade,
interferindo nas necessidades calóricas diárias;
• A beneficência da glicose pode se alterar, desenvolvendo conflitos para se
diagnosticar determinadas patologias como, por exemplo, o diabetes melitos.

Epidemiologia do Envelhecimento

Antes de adentrar nos dados científicos, do processo do envelhecimento, é preciso


entender o que é epidemiologia. A epidemiologia é considerada uma área da saúde
pública direcionada ao entendimento da ação contínua (processo) da saúde e doença
da população em um determinado ambiente.

Podemos entender como um campo das ciências da saúde que estuda os fatores
determinantes do processo do adoecimento e associa com a população humana
(LEBRA, 2009).

Os diversos fatores do processo do envelhecimento, no Brasil, vêm sendo destacado,


constantemente, na saúde pública, para que os profissionais tenham um olhar
diferencial, integral, holístico e humanizado para a população que está passando por
essas modificações do envelhecimento.

É importante dizer que, entre 1980 a 2000, o Brasil computou um grande aumento
dessa população, de idosos, que resultou em um crescimento de 56% dessa população,
e estima-se, para as próximas décadas, um aumento de 100% de idosos na população
brasileira (LEBRA, 2009).

Para entender o processo da epidemiologia do envelhecimento, é necessário


compreender a transição demográfica, que pode ser direcionada para o sentido de uma
população jovem passar lentamente ou gradativamente para uma faixa de população
mais idosa. Esse processo demográfico tem início com a queda dos números de
mortalidade, avançando com a redução dos números de natalidade, e resulta nas
modificações das faixas e estruturas etárias de um determinado conjunto de indivíduos
(DIAS, 2012). A transição demográfica é caracterizada por três fases, diferentes:

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• Primeira fase

elevadas taxas de mortalidade e de fecundação;

• Segunda fase

redução das taxas de mortalidade e crescimento da população;

• Terceira fase

redução da taxa de fecundação e ocorrência do envelhecimento da população.

Quando conseguimos entender o que é a transição demográfica, então, compreendemos


mais facilmente a transição epidemiológica. Essa última se refere as mudanças lentas
que ocorrem a longo prazo nas taxas de adoecimento (morbidade), invalidez e morte
e, geralmente, é caracterizada, por um conjunto específico de indivíduos, de faixas
etárias semelhantes e especificas, e que ocorrem paralelamente às modificações
demográficas e mudanças econômicas e sociais.

Então, podemos afirmar que a epidemiologia do envelhecimento está associada à


transição demográfica e à transição epidemiológica, e que as duas caminham juntas
para melhor entender o envelhecimento populacional.

Figura 4 - Conceitos de Epidemiologia do Envelhecimento


Fonte: MORAES, 2012 (Adaptado).
#pratodosverem: Na imagem observamos um esquema organizacional e
didático do conceito da epidemiologia do envelhecimento. Temos a transição
demográfica evoluindo para a transição epidemiológica. Urbanização, indus-
trialização, renda, educação, tecnologia médica e saúde pública associada
com o declínio da fertilidade e, ao mesmo tempo, associada com a recessão
econômica e aumento das desigualdades, resultando em declínio da morta-
lidade por doenças infectocontagiosas (período de transição demográfica).
Envelhecimento da população e aumento das doenças crônico- degenerativas,
resultando em persistência ou reemergência de doenças infectocontagiosas
(transição epidemiológica).

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Em média de cinco décadas, o Brasil transitou de um perfil de adoecimento e morte
(morbimortalidade), características dos indivíduos jovens, que são as doenças
infectocontagiosas, para um perfil de morbimortalidade de patologias crônicas
e degenerativas, que são características típicas dos indivíduos idosos, gerando
incapacidades das faixas etárias da população idosa (MORAES, 2012).

Essa transição existiu devido ao processo de aproximação tecnológica dos achados


clínicos e diagnósticos, favorecendo as intervenções terapêuticas e imunobiológicas,
que minimizam as mortes por essas patologias. Entretanto, é importante salientar que
a utilização de tecnologia para a saúde deve implicar em aumento dos gastos diretos
e indiretos para o sistema de saúde pública e privada.

Atividade da Vida Diária e o Envelhecimento


Vamos entender conceitos importantes relacionados à atividade da vida diária e
ao processo do envelhecimento (NERI, 2011). São termos que irão ajudar qualquer
profissional que desenvolva os seus trabalhos diários com a pessoa idosa. Então,
podemos dizer que:

• Mobilidade

é a aptidão que uma pessoa desenvolve ao se mover em um determinado ambiente.


É considerada uma atribuição básica para a execução de atividades e realizar tarefas
do dia a dia para manter a sua independência.

• Independência

é a aptidão que uma pessoa desenvolve para ter o auto cuidar. É considerada uma
atribuição básica para a execução de atividades realizadas no dia a dia, sem precisar
do auxílio de outro indivíduo.

• Dependência

é considerada uma incapacidade de realizar uma ou mais tarefas do dia a dia. Precisa
do auxílio de uma outra pessoa. Tem as suas definições através de escalas testes
para definir se a incapacidade é leve, moderada e/ou avançada.

• Autonomia

é a aptidão que um a pessoa desenvolve de responder por si mesma. É considerada o


poder de eleger as suas regras e condutas, e de responder pelos seus atos no dia a dia.

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Diante do processo do envelhecer dos indivíduos, o propósito dos cuidados e
atendimento à saúde não se objetivam somente em prolongar o ciclo vital mas,
principalmente, tenta estabilizar a capacidade funcional e orgânica do indivíduo de tal
forma que esse indivíduo apresente-se autônomo e independente por muito longos
tempos da sua vida (NERI, 2011). Para que isso venha a se suceder, o sistema de
saúde público e privado deve garantir o acesso universal aos atendimentos e cuidados
de saúde, e que esses estejam baseados nas políticas de atenção de saúde pública,
enfatizando primordialmente a promoção de saúde e a prevenção das patologias
(TEIXEIRA, 2006). Além disso, a pessoa idosa deve ser clinicamente avaliada de forma
integral, humanizada e holística, com a finalidade de manter a capacidade funcional
desse indivíduo.

Para avaliar a capacidade do indivíduo idoso em relação a sua autonomia e as questões


de independência, existem vários fatores clínicos, testes e escalas que são chamadas
de avaliação funcional (TEIXEIRA, 2006). Uma mensuração funcional deve:

• abranger e mensurar o processo do equilíbrio e mobilidade do idoso;


• avaliar a função intelectivo, intelectual, mental (funções cognitivas);
• avaliar a capacidade para executar a atividade de vida diária (AVD) e as ativi-
dades instrumentais de vida diária (AIVD).

Atividade da Vida Diária (AVD)

Levando em consideração as AVD, podemos dizer que são atividades básicas e


rotineiras, de autocuidado, semelhantes com as habilidades que aprendemos no
período da infância. São caraterizadas pelas tarefas de:

• comer ou alimenta-se;
• ir ao banheiro;
• escolher a roupa e arrumar-se;
• higiene pessoal;
• manter-se continente;
• locomover-se e transferir-se de um local para o outro.

Atividade Instrumental da Vida Diária (AIVD)

As tarefas denominadas de atividades instrumentais da vida diária (AIVD) são habilidades


consideradas complexas para serem executadas, mas são de extrema necessidade

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para se viver independente (NERI, 2011). Podemos considerar que essas habilidades
são geralmente aprendidas durante todo o período da adolescência. São caracterizadas:

• pela gerência das finanças;


• em saber lidar com transporte, por exemplo: dirigir ou navegar;
• em saber fazer compras;
• em saber preparar os seus alimentos;
• em saber usar o telefone e outros aparelhos de comunicação;
• em saber gerenciar as medicações diárias;
• pela manutenção das atividades domésticas.

Não podemos esquecer que as AVD e AIVD são habilidades conjuntas, que os
indivíduos precisam executar para se tornar independentes (UNA/SUS, 2014).

Os geriatras, especializados no processo de reabilitação, os profissionais assistentes


sociais, enfermeiros entre outros, que são envolvidos com os cuidados aos idosos,
geralmente mensuram as AVD e AIVD como parte primordial do processo avaliativo
funcional da pessoa idosa (TEIXEIRA, 2006). O problema em manusear as AIVDS é
particularmente percebida em idosos que são acometidos pela doença de Alzheimer e
em outras demências. Mensurar as AIVD pode apoiar num processo avaliativo clínico
e diagnóstico, bem como determinar qual o tipo de assistência e cuidados diários
devem ser administrados para a pessoa idosa (NERI, 2011).

Capacidade Funcional da Pessoa Idosa


Conceituar a palavra capacidade é atribuir para um determinado individuo uma
aptidão, disposição ou habilidade de querer aprender ou absorver alguma coisa. Então,
podemos dizer que é a aptidão ou habilidade de escolher fazer algo.

Para a pessoa idosa, a capacidade funcional está ligada às execuções das tarefas
do dia a dia ou do seu cotidiano. Isso garante o seu processo de querer aprender ou
absorver, que podemos denominar de autonomia (MINAS GERAIS, 2006). Quando esse
processo está sendo prejudicado, falamos que a pessoa idosa está sendo afetada nas
tarefas do seu cotidiano.

De forma holística, a capacidade funcional é descrita como a manutenção das


aptidões físicas e mentais desenvolvidas ao longo da sua existência. Elas são de
extrema necessidade para que a pessoa idosa tenha uma vida independente, com
muita autonomia no seu cotidiano (SOARES; MONIER, 2016).

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Os profissionais geriatras e gerontólogos mensuram e avaliam o grau de preservação
da aptidão de realização de atividades básicas de vida diária – AVDs e o grau de
habilidade para executar atividades instrumentais de vida diária – AIVDs como sendo
uma relação estreita, paralela e conjunta.

As pesquisas da área da pessoa idosa consideram a capacidade funcional como um


forte indício de saúde para a pessoa idosa, ao mesmo tempo que considera que a
dependência desses indivíduos é um sinal de falência da aptidão física e psicossocial,
independentemente que seja por patologia, pelo uso de fármacos, por traumas ou pelo
processo do envelhecer (SOARES ; MONIER, 2016)

O processo de mensurar ou avaliar a pessoa idosa deve investigar e inserir todos


os diversos fatores (dimensões) do processo de saúde e doença. É considerada
uma avalição multidimensional e deve ter como finalidade principal a definição
de diagnóstico funcional global e etiológico (disfunções/doenças), bem como o
planejamento e execução de um plano de cuidados.

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Avaliação Multidimensional do Idoso

Dimensões a serem avaliadas Instrumentos de avaliação

Identificação Anamnese

Queixa(s) Principal(is) Anamnese

Sistemas Fisiológicos Principais Anamnese e exame físico dos aparelhos/sistemas

Avaliação da Cavidade Oral Exame da cavidade oral

Diagnóstico Funcional Global

Atividades de Vida Diária Instrumentais Escala de Lawton-Brody/Escala de Pfeffer

Mobilidade Timed up and go test e Get up and go test


Teste de Romberg – Nudge teste – Suporte
unipodálico

Avaliação Cognitiva Mini-Mental – Fluência Verbal – Lista de 10 palavras


Reconhecimento de Figuras – Teste do Relógio

Avaliação do Humor Escala Geriátrica de Depressão

Comunicação: Acuidade visual Snellen simplificado

Comunicação: Acuidade auditiva Teste do sussurro

Comunicação: Voz Avaliação da voz

Avaliação Nutricional Mini-avaliação Nutriocional

Avaliação de Medicamentos Listagem dos Medicamentos

História Pessoal Atual e Pregressa Anamnese familiar

Avaliação Sociofamiliar Anamnese familiar

Avaliação Ambiental Avaliação de riscos ambientais

PLANO DE CUIDADOS
Ações preventivas, promocionais, curativas, paliativas e reabilitadoras
Quadro 1 - Avaliação Multidimensional do Idoso
Fonte: MINAS GERAIS, 2006 (Adaptado).

17
O Envelhecimento Populacional e o Enfermeiro
O Ministério da Saúde (MS) do Brasil, desde meados do final dos anos 90, planeja
e desenvolve ferramentas administrativas e políticas que conceituam o que seria
a pessoa idosa nos diversos âmbitos. O MS elaborou a Política Nacional de Saúde
da Pessoa Idosa (PNSPI) que define a pessoa idosa como sendo um indivíduo com
60 anos ou mais. Essa PNSPI é regulamentada pelo Decreto 1948 de 03/06/1996,
associado com o Estatuto do Idoso (EI), Lei 10.741 de 01/10/2003. Tanto a PNSPI
quanto o EI tem por finalidades garantir e regulamentar o direito da pessoa idosa no
âmbito das políticas sociais no Brasil (SANDRI; ALVAREZ, 2018).

Já foi explicado, ao longo desse conteúdo, que a faixa etária cronológica não é indício
para as modificações que acompanham o processo do envelhecimento do ser humano,
já que esse processo é considerado multifatorial e ocorrem inúmeras diversidades que
estão relacionadas ao estado de saúde, habilidades e níveis de independência entre
indivíduos de faixa etária semelhantes. Para ter acesso à garantia de assistência que
são estipuladas na PNSPI, é preciso que os indivíduos considerados idosos pelo MS
estejam na faixa etária estabelecida no regimento dessa PNSPI, independentemente
dos aspectos biológicos.

Os dias atuais nos dizem que os direitos dos idosos devem ser respeitados e precisa
prevalecer, já que são considerados os indivíduos que tem maior crescimento
populacional por conta da ampliação da expectativa de vida, que aumentou,
aceleradamente, dos 51 para os 75 anos entre os anos de 1950 e 2010. Estudiosos
afirma, ainda, que a estimativa de vida, em 2040, chegará, em média, aos 80 anos de
vida (SANDRI; ALVAREZ, 2018). Dessa forma, a população mundial está passando pelo
processo do envelhecimento acelerado, e é importante dizer que essas modificações
estão acontecendo rapidamente nos países considerados em desenvolvimento.

O envelhecimento é heterogêneo, mas com o avanço da idade, as diferenças individuais


tendem cada vez mais a aumentar (SANDRI; ALVAREZ, 2018). Porém, o aceleramento
do declínio pode ser algo influenciado e reversível para qualquer faixa etária, desde
que os órgãos governamentais, juntamente com as políticas públicas, estabeleçam
critérios de promoção e prevenção a saúde, mudança de vida (qualidade) e âmbitos
saudáveis para a pessoa idosa (UNA/SUS, 2014).

Cada vez mais percebemos o números crescente de idosos que estão atingindo 80,
90 anos de idade, e é importante dizer que isso se deve ao aumento da expectativa

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de vida mas, por outro lado, também percebemos o acentuado aumento do indivíduo
idoso diagnosticado com demências, surpreendendo, cada vez mais, os profissionais
de saúde, e alertando as autoridades públicas sobre a vulnerabilidade e o risco de
maus tratos que está população sofre no ambiente doméstico (LEBRA, 2009).

Pensando em uma melhor expectativa e qualidade de vida para a pessoa idosa, a OMS
sugeriu, de forma documentada, e publicada em 2011, a Década do Envelhecimento
Saudável de 2020 a 2030 (OMS, 2020). Essas propostas sugerem modificações para
os cuidados com a saúde do idoso, tendo como apoio as políticas públicas de cada
país envolvido com esse plano.

As 10 propostas são listadas a seguir, conforme descritas no resumo do relatório


mundial de envelhecimento e saúde, da Organização Mundial da Saúde, no ano de 2015.

• Primeira proposta: estabelecer uma plataforma de inovação e mudanças;


• Segunda proposta: apoiar o planejamento do país para agir por um envelheci-
mento saudável;
• Terceira proposta: coletar melhores dados globais em relação ao envelheci-
mento saudável;
• Quarta proposta: promover pesquisas que abordem as necessidades atuais e
futuras de pessoas mais velhas;
• Quinta proposta: alinhar o sistema de saúde para as necessidades dos idosos;
• Sexta proposta: definir os conceitos teóricos para um cuidado de longo prazo;
• Sétima proposta: garantir os recursos humanos para os cuidados integrais às
pessoas idosas;
• Oitava proposta: empreender uma campanha global para combater a discrimi-
nação contra a pessoa idosa, o Ageism;
• Nona proposta: definir áreas de investimento econômico;
• Décima proposta: ampliar o trabalho global da rede para cidades e comunida-
des amigas do idoso.

Neste viés, o enfermeiro gerontólogo é um profissional importante, pois presta


assistência e cuidado para os indivíduos durante todo o seu ciclo de vida, nas diferentes
circunstâncias e nas diversas áreas do conhecimento do processo do envelhecer
populacional (SANDRI; ALVAREZ, 2018).

Inúmeros estudos da enfermagem gerontológica brasileira afirmam a extrema


necessidade de maiores quantidades de profissionais da enfermagem especializados

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e informados sobre os cuidados da saúde do idoso, para que a prestação da assistência
seja bem mais eficaz e resolutiva.

Figura 5 - Enfermeiro Gerontólogo


Fonte: Michaeljung, Shutterstock, 2020.
#pratodosverem: Na imagem, com fundo fosco em branco, observamos a
enfermeira gerontóloga prestando um do cuidado de escuta terapêutica a uma
paciente que se encontra sentada.

O conhecimento produzido pelos profissionais enfermeiros precisa se consolidar


em excelentes práticas assistenciais, de modo que exista uma diminuição da lacuna
entre a teoria e a prática, impactando modificações no cuidado do enfermeiro ao
idoso. Dessa forma, observaremos uma melhor contribuição, visando um processo
de sistematização da assistência de enfermagem bem preponderante para um
envelhecimento saudável, seguro e de qualidade para todos os idosos.

Saiba mais
A atuação do enfermeiro, no ramo da saúde do idoso, deve
ser centrada no processo de educação e saúdes, levando em
consideração o processo do envelhecimento. Baseado nesse
contexto, leia na íntegra o artigo: O papel da enfermeira na
reabilitação do idoso, acessando o link https://www.scielo.br/pdf/
rlae/v8n1/12437.pdf

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Enfim, compreender a sistematização do processo da assistência de enfermagem ao
cliente idoso não é nada fácil, mas deve ter como finalidade a persistência e valorização
do querer fazer e contribuir do idoso, de acordo com a sua necessidade, para que
ele possa desenvolver um processo de independência e autonomia. O enfermeiro
necessita entender os novos paradigmas de atenção à saúde da pessoa idosa
contribuindo, dessa forma, para a promoção, prevenção, tratamento e reabilitação da
pessoa idosa no processo do envelhecimento preferencialmente saudável.

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Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção
Básica. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa / Ministério da Saúde, Secretaria de
Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica – Brasília: Ministério da Saúde, 2006.

DIAS, L. C. Tratado de medicina da família e comunidade: princípios, formação e


prática. Porto Alegre: Artmed, 2012.

FECHINE, B. R. A.; TROMPIERI, N. O processo de envelhecimento: as principais


alterações que acontecem com o idoso com o passar dos anos. Rev Cient Inter.
Campos dos Goyta- cazes – RJ, V. 1, n. 20, 106-132, jan/mar, 2012.

LEBRA, M. L. Epidemiologia do envelhecimento. Bol. Inst. Saúde: Envelhecimento &


Saúde. N. 47, 23-26, abril, 2009.

MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Saúde. Departamento de atenção à saúde do


idoso. Belo Horizonte: SAS/MG, 2006.

MORAES, E. N. Departamento de Atenção Básica. Atenção à saúde do Idoso: aspectos


conceituais. Brasília: Ministério da Saúde /Pan-Americana da Saúde, 2012.

NERI, A. L. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara


Koogan, 2011.

OPAS/ OMS. Organização Pan-Americana da Saúde e Organização Mundial da Saúde.


Indicadores de saúde: Elementos Conceituais e Práticos. Disponível em https://
www.paho.org/hq/index.php?option=com_content&view=article&id=14401:health-
indicators-conceptual-and-operational-considerations-section-1&Itemid=0&limitstar
t=1&lang=pt. Acesso em: 01 de jul. de 2020.

SANDRI, J. V. A.; ALVAREZ, A, M. O envelhecimento populacional e o compromisso da


enfermagem. Rev Bras Enf. São Paulo, 770-771, 2018.

SOARES, R. R.; MONIER, E. B. Saúde do idoso e a saúde da família. Universidade Federal


do Maranhão/UNA-SUS. São Luís: EDUFMA, 2016.
SBGG. Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. O que é geriatria e gerontologia,
2020. Disponível em: https://sbgg.org.br/espaco-cuidador/o-que-e-geriatria-e-
gerontologia/. Acesso em: 01 de jul. de 2020.

UNA/SUS. Universidade Aberta do Brasil e Sistema Único de Saúde. Curso de


especialização da saúde da família. Módulo: cuidado integral a saúde do idoso.
Brasília: UNB, 2014.

TEIXEIRA I. N. A. O. Definição de fragilidade em idosos: uma abordagem multiprofissio-


nal. 2006. 198f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual de Campinas,
Faculdade de Educação, Campinas, 2006.

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