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1 INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, a população brasileira passou por grandes transformações


sociais que resultaram em mudanças no padrão de saúde e alimentação, trazendo novos
desafios para as políticas públicas, como o aumento do excesso de peso, obesidade e
doenças crônicas. Ao mesmo tempo, o país ainda lida com problemas históricos como
carências de micronutrientes, principalmente entre as crianças. Tal situação
caracterizada por uma dupla carga de doenças gera consequências onerosas e de grandes
proporções, consideradas importantes problemas de saúde pública que demandam, de
maneira emergencial, a elaboração e implementação de estratégias e políticas de
prevenção e controle das mesmas garantido saúde e longevidade para a população.
Em Parauapebas, de maneira semelhante a outras cidades brasileiras, observa-se
elevação dos índices de Doenças Crônicas Não-Transmissíveis - DCNT, obesidade
infantil, consumo elevado de industrializados, sedentarismo e manutenção de hábitos
alimentares inadequados, fatores que impactam negativamente na saúde e qualidade de
vida da população e constituem desafios para os gestores do SUS e para todos os
sujeitos envolvidos na atenção à saúde.
Nesse sentido, a Atenção Primária em Saúde desempenha papel de grande
relevância para o desenvolvimento social do país, uma vez que é a porta de entrada
principal aos serviços de saúde, desenvolvendo especialmente, ações de educação e
promoção em saúde. Fortalecer e qualificar o cuidado nutricional no âmbito da atenção
primária é uma forma mais econômica, ágil, sustentável e eficiente de intervir sobre os
determinantes dos agravos e dos distúrbios alimentares e nutricionais que acometem a
população local, contribuindo, assim, para a segurança alimentar e nutricional da
população atendida.
Os protocolos estão relacionados com as rotinas de cuidado e as ações de gestão
de um determinado serviço, sendo portanto, considerados importantes instrumentos para
o enfrentamento de diversos problemas na assistência e na gestão dos serviços de saúde.
Tem como foco a padronização de condutas clínicas e a sistematização do cuidado,
proporcionando aos profissionais uma direção no planejamento dos tratamentos
dietéticos, inclusive ao otimizar os recursos, determinando sua aplicabilidade conforme
as características e experiências vivenciadas no município, de modo a garantir
assistência integral ao indivíduo e promover melhor qualidade de vida à população.
2 ATENÇÃO NUTRICIONAL

Conforme a Resolução CFN Nº 600 de 25 de fevereiro de 2018, a qual dispõe


sobre a definição das áreas de atuação do nutricionista e suas atribuições, indicando
parâmetros numéricos mínimos de referência, por área de atuação, de modo a garantir
efetividade dos serviços prestados à sociedade, a área de Nutrição em Saúde Coletiva
compreende a assistência dietoterápica e promoção de educação alimentar e nutricional
para indivíduos e/ou coletividades sadios ou enfermos.
De acordo com o preconizado pela referida resolução, disposto na tabela 5 do
Anexo III, sobre duração do atendimento, fica definido um total de 8 atendimento
individuais, devendo-se considerar a possibilidade de encaixes quando houver
desistência/falta daqueles previamente agendados.
Tabela 1. Assistência nutricional e dietoterápica em ambulatório e consultório
Tipo de procedimento Tempo mínimo
Consulta inicial 45 min
Consulta de retorno 30 min
Atividade em grupo 60 min
3 ENCAMINHAMENTOS

O objetivo da atenção nutricional na APS é orientar a população sobre hábitos


alimentares saudáveis, nas formas de atendimentos individuais, mediante
encaminhamento médico ou de outros profissionais, e atendimentos em grupo. Algumas
das características do profissional de nutrição na APS é a capacidade de interagir com
outros profissionais através de atendimentos coletivos e/ou grupos, o foco na promoção
de saúde e prevenção das doenças e a saída do consultório, como nos casos de VD.
1. Quem pode realizar os encaminhamentos?
Médicos da atenção primária á saúde, enfermeiros e outros profissionais da equipe
multidisciplinar.
2. Como o encaminhamento é realizado?
Documento referência/ contra-referência ou encaminhamento descrevendo motivo do
encaminhamento, o qual deve ser apresentado ao profissional no momento da consulta.
3. Quem deve ser encaminhado?
- Obesidade grau I, II, III – com ou sem comorbidade (crianças, adolescentes, adultos e
idosos); - Gestantes com sobrepeso/obesidade/baixo peso;
- Gestantes com diabetes mellitus gestacional;
- Pacientes com doenças crônicas não transmissíveis;
- Desnutrição;
- Pacientes em uso de terapia nutricional enteral domiciliar;
- Doenças cardiovasculares;
- Doenças do Trato Gastrointestinal;
- Distrofias musculares;
- Doenças hepáticas;
- Dislipidemia;
4. Quantidade de atendimentos realizados na atenção primária:
8 consultas agendadas
5. Critérios para alta:
REFÊNCIAS

O papel do nutricionista na atenção primária à saúde/Elisabetta Recine, Marília Leão,


Maria de Fátima Carvalho; [organização Conselho Federal de Nutricionistas]. - 3.ed. -
Brasília, DF : Conselho Federal de Nutricionistas, 2015.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção


Básica. Núcleo de Apoio à Saúde da Família / Ministério da Saúde, Secretaria de
Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde,
2014. 116 p.: il. – (Cadernos de Atenção Básica, n. 39)

Protocolos de Assistência Nutricional ao Paciente Adulto e Idoso Hospita- lizado


[recurso eletrônico] / Organizado por Izabelle Silva de Araújo, Ryane Ferreira da Silva
Nascimento, Helânia Virginia Dantas dos Santos Maiane Alves de Macedo. – Petrolina,
PE: HU-UNIVASF, 2019.

Michele Lessa, 2008 – Nutrição na atenção Básica, uma visão integrada

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