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POLÍTICA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO (PNAN)

A Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), aprovada no ano de


1999, integra os esforços do Estado Brasileiro que, por meio de um conjunto de
políticas públicas, propõe respeitar, proteger, promover e prover os direitos
humanos à saúde e à alimentação.

DIRETRIZES

São divididas em 9 diretrizes, sendo elas:

 Organização da Atenção Nutricional;


 Promoção da Alimentação Adequada e Saudável;
 Vigilância Alimentar e Nutricional;
 Gestão das Ações de Alimentação e Nutrição;
 Participação e Controle Social;
 Qualificação da Força de Trabalho;
 Pesquisa, Inovação e Conhecimento em Alimentação e Nutrição;
 Controle e Regulação dos Alimentos;
 Cooperação e Articulação para Segurança Alimentar e Nutricional.
DIRETRIZ 1 - ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO NUTRICIONAL

Diante do atual cenário alimentar e nutricional do Brasil, podemos ver um


aumento do consumo de alimentos ultraprocessados, consequentemente
um aumento dos índices de obesidade no país.

 Com isso, evidencia a necessidade da organização dos serviços de saúde


para a promoção da alimentação adequada e saudável e o atendimento
das demandas geradas pelos agravos a saúde relacionados à má
alimentação.

Assim, podemos ver a necessidade da organização da ATENÇÃO


NUTRICIONAL no país.

A ATENÇÃO BÁSICA tem papel fundamental na coordenação do cuidado, por


sua capilaridade (ampliação) e capacidade de identificar as necessidades de
saúde da população, que devem nortear (conduzir) essa organização.

A ATENÇÃO NUTRICIONAL transversaliza toda a REDE DE ATENÇÃO À


SAÚDE.

Prioridades da Atenção Nutricional:

A ATENÇÃO NUTRICIONAL deve dar respostas às demandas e necessidades


de saúde do território, considerando as de maior frequência e relevância e
observando critérios de risco e vulnerabilidade.

Atual cenário epidemiológico e nutricional brasileiro:

 Obesidade;
 Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT);
 Desnutrição;
 Carências nutricionais específicas;
 Necessidades alimentares especiais.

As agendas de alimentação e nutrição, promovidas pelo Ministério da Saúde,


buscam organizar a atenção nutricional frente a essas prioridades.

Lembrando que os estados e municípios podem desenvolver programas e ações


próprios, considerando as prioridades locais para a Atenção Nutricional.
Atenção Nutricional à desnutrição infantil:

No Brasil, apesar da redução da prevalência ao longo dos últimos anos, a


desnutrição ainda é um problema em várias regiões e grupos populacionais.

Atenção Nutricional as carências nutricionais específicas:

 Vitamina A;
 Ferro;
 Vitamina B1 - ocasiona Beribéri;
 Iodo.

No contexto da saúde pública, há 3 tipos de intervenções recomendadas para


a PREVENÇÃO e CONTROLE das carências nutricionais:

 Educação Alimentar e Nutricional;


 Suplementação Profilática;
 Fortificação de Alimentos.

Suplementação Profilática

O Ministério da Saúde instituiu um programa para prevenir e controlar a


deficiência de vitamina A:

 Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A - VITAMINA A


MAIS (nome do programa).

Objetivo do programa: Prevenir a deficiência nutricional de Vitamina A em


crianças de 6 a 59 anos e mulheres no pós-parto imediato (antes da alta
hospitalar) por meio de suplementação com doses medicamentosas de
VITAMINA A.

O Ministério da Saúde, considerando a prevalência de anemia na população


brasileira, tem tomado medidas para PREVENÇÃO e CONTROLE da ANEMIA:

 Programa Nacional de Suplementação de Ferro - SAÚDE DE FERRO


(nome do programa).
 Estratégia de Fortificação da Alimentação Infantil com Micronutrientes em
Pó – NutriSUS (também criado para a redução da anemia e deficiência
de ferro)
Fortificação de alimentos:

A fortificação de alimentos tem sido adotada por muitos países como medida
preventiva. No Brasil, ocorre a fortificação das farinhas de trigo com ferro e
ácido fólico.

Objetivo: Prevenir a ocorrência de anemia e potencializar o pleno


desenvolvimento infantil, por meio da distribuição de suplementos para todas as
crianças (6 a 24 meses), gestantes e mulheres no pós-parto/aborto imediato.

A FORTIFICAÇÃO CASEIRA é uma estratégia de prevenção e controle das


deficiências de micronutrientes, particularmente de ferro, com a adição direta
de múltiplos micronutrientes em pó aos alimentos.

Recomendada pela OMS, a intervenção consiste na adição de uma misturas de


vitaminas e minerais em pó em uma das refeições semi-sólicas oferecidas as
crianças.

Considerando resultados positivos da implementação da estratégia na redução


de anemia ou deficiência de ferro, o Ministérios da Saúde adotou a:

 Estratégia de Fortificação da Alimentação Infantil com Micronutrientes em


Pó - NutriSUS (nome da estratégia).

Como é utilizado:

 Adição de vitaminas e minerais em uma das refeições oferecidas para


crianças nas creches do Programa Saúde na Escola;
 Os micronutrientes são fornecidos em sachês de 1g, de acordo com a
recomendação da OMS;
 Supervisão, apoio e monitoramento pelas equipes de Atenção Básica.

Necessidades Alimentares Especiais

Refere-se a necessidades alimentares, sejam restritivas ou suplementares, de


indivíduos portadores de alteração metabólica ou fisiológica que cause
mudanças, temporárias ou permanentes, relacionadas á utilização biológica de
nutrientes ou a via de consumo alimentar (enteral ou parenteral).
Organização da Terapia Nutricional na RAS:

 São gerados protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas (PCDT), que


orientam o cuidado e a prescrição das fórmulas nutricionais, e linhas
de cuidado, que organizam esse cuidado na Rede de Atenção à Saúde,
sendo necessários em todas as esferas de gestão.

Materiais de apoio aos cuidados às pessoas com necessidades alimentares


especiais também são importantes para apoiar profissionais e gestores.

Obesidade:

Nas útilmas décadas, teve um aumento de forma considerável em TODOS os


países do mundo.

 O excesso de peso é multideterminado e complexo;


 As intervenções precisam ser intersetoriais, ou seja, não competem
apenas ao setor saúde, mas a diferentes áreas, como: educação,
assistência social, agricultura, trabalho e renda, entre outras.

O excesso de peso é considrado atualmente um dos MAIORES problemas de


Saúde Pública, além de gerar um custo elevado para o Sistema de Saúde.

Ações e estratégias para enfrentar o Sobrepeso e a Obesidade:

 Plano de ações estratégicas para enfrentamento das Doenças Crônicas


Não Transmissíveis no Brasil 2011 - 2022;
 Estratégia Intersetorial de Prevenção e Controle da Obesidade:
promovendo modos de vida e alimentação adequada e saudável para a
população brasileira;
 Estratégia Intersetorial de Prevenção e Controle da Obesidade:
recomendações para estados e municípios.

Ações que são preconizadas no contexto da Estratégia:

 Ações de promoção da alimentação adequada e saudável no SUS;


 Ações de Vigilância Alimentar e Nutricional: para monitorar as
práticas alimentares e o estado nutricional da população;
 Fortalecimento da ampliação do Programa Saúde na Escola e do
Programa Academia da Saúde;
 Estabelecer um acordo entre Ministério da Saúde e a Federação Nacional
das Escolas Particulares (FENEP) para a promoção da alimentação
saudável nas escolas;
 Estabelecer um acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de
Alimentação (ABIA) para a redução e eliminação de gordura trans,
redução de açúcar e sódio em alimentos processados;
 Contribuição na discussão da regulação da publicidade, marketing e
comercialização de alimentos;
 Discussão junto ao Ministério do Trabalho para a atualização das
portarias que regulamentam o Programa de Alimentação do
Trabalhador (PAT).

O que é uma linha de cuidado?

 Organização dos serviços e as ações que devem ser desenvolvidas nos


diferentes pontos de atenção de uma rede e nos sistemas de apoio,
podendo utilizar de vários tipos de estratificação (clínica, de risco) para
definir estas ações.

Por que implantar a linha de cuidado do sobrepeso e da obesidade?

 Para fortalecer e qualificar a atenção à população, garantindo o acesso


aos serviços de saúde em tempo apropriado.

Isso se dá por meio de ações de promoção á alimentação adequada e saudável,


de práticas corporais e de atividades físicas adequadas, da integralidade e da
longitudinalidade do cuidado, em todos os pontos de atenção da RAS.
DIRETRIZ 2 - PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO ADEQUADA E
SAUDÁVEL

 A alimentação adequada e saudável deve estar em acordo com as


necessidades de cada fase do curso da vida e com as necessidades
alimentares especiais;
 Devendo ser referenciada pela cultura alimentar e pelas dimensões de
gênero, raça e etnia;
 Acessível do ponto de vista físico e financeiro;
 Harmônica em quantidade e qualidade;
 Baseada em práticas produtivas adequadas e sustentáveis com
quantidades mínimas de contaminantes físicos, químicos e
biológicos.

Tendência do consumo alimentar no Brasil:

 Maior participação de alimentos ultraprocessados;


 Redução do consumo de alimentos básicos.

Os alimentos ultraprocessados ganham mais espaço na alimentação da


população por diversos motivos:

 Conveniência;
 Praticidade;
 Portabilidade;
 Onipresença;
 Markenting agressivo.

A composição dos alimentos ultraprocessados é de forma desequilibrada


nutricionalmente:

 Excesso: Gordura Saturada, Gordura Trans, Açúcar e Sódio;


 Baixo Teor: Fibras, Vitaminas e Minerais.

A PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO ADEQUADA E SAUDÁVEL (PAAS)


também é uma das diretrizes da Política Nacional de Promoção à Saúde.
A Promoção da Alimentação Adequada e Saudável (PAAS):

 Engloba um conjunto de estratégias que devem proporcionar aos


indivíduos a realização de práticas alimentares apropriadas aos seus
aspectos econômicos, biológicos e socioculturais, bem como ao uso
sustentável do meio ambiente.

A PAAS objetiva a melhoria da qualidade de vida da população, diversificando


ações que visam a PROMOÇÃO, PROTEÇÃO e o APOIO.

ESTRATÉGIAS DESENVOLVIDAS EM ÂMBITO FEDERAL:

Aleitamento Materno e Alimentação Complementar Saudável

Recomendação da OMS, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef)


e do Ministério da Saúde:

 O aleitamento materno deve se iniciar na primeira hora de vida;


 A aleitamento materno exclusivo (AME) deve ser observado até os 6
meses de vida;
 A alimentação complementar adequada só deve ser introduzida a partir
dos 6 meses;
 O aleitamento materno deve continuar juntamente com a alimentação
complementar até os 2 anos de idade ou mais.

Práticas alimentares inadequadas geram a morbidade de crianças. Entre as


crianças menores de 2 anos:

 50% apresentam anemia por deficiência de ferro;


 20% apresentam hipovitaminose A.

Tudo isso repercute na saúde do indivíduo em outras etapas da vida!

Para enfrentar esse cenário, o profissional de saúde precisa ter, além


do conhecimento técnico, ter habilidades e atitudes para acolher dúvidas das
mães e familiares por meio da escuta ativa. É aí que entra a ESTRATÉGIA
AMAMENTA E ALIMENTA BRASIL!
Cantinas Escolares Saudáveis

Objetivo: Contribuir para escolhas alimentares mais saudáveis pelos


alunos, por meio da substituição da comercialização de alimentos não
saudáveis por preparações saudáveis.

Campanha de incentivo ao consumo de frutas, legumes e verduras

Objetivo: Promover e incentivar o consumo de frutas, legumes e verduras


pela população por meio da sensibilização dos agentes de abastecimento, as
Centrais Estaduais de Abastecimento (CEASA).

Programa Peso Saudável

Objetivo: prevenir o ganho de peso entre trabalhadores, incentivando a


adoção de uma rotina de automonitoramento do peso e estimular práticas
alimentares mais saudáveis, tornando também a atividade física parte da rotina
do trabalhador.

 Colaboradores de órgãos públicos e empresas privadas de qualquer porte


podem implantar o programa para seus funcionários.

Duas grandes ações:

 Uso de software;
 Ações de educação e promoção da saúde dentro das empresas.

Compras institucionais da agricultura familiar para abastecer unidades


hospitalares

Objetivo: Garantir o acesso aos alimentos em quantidade, qualidade e


regularidade necessárias às populações em situação de insegurança alimentar
e nutricional e promover a inclusão social no campo por meio do
fortalecimento da agricultura familiar.

Publicações do Ministério da Saúde para Promoção da Alimentação Adequada


e Saudável para a População:

Guia Alimentar para a População Brasileira

 É um documento de referência no campo da alimentação e nutrição.


 Aborda os princípios e as recomendações de uma alimentação adequada
e saudável para a população brasileira, configurando-se como
instrumento de apoio às ações de Educação Alimentar e Nutricional no
SUS e também em outros setores.

5 princípios orientaram a elaboração deste guia:

 Princípio 1: Alimentação é mais que a ingestão de nutrientes.


 Princípio 2: Recomendações sobre alimentação devem estar em sintonia
com seu tempo;
 Princípio 3: Alimentação adequada e saudável deriva de sistemas
alimentares social e ambientalmente sustentáveis;
 Princípio 4: Diferentes saberes geram o conhecimento para a formulação
de guias alimentares;
 Princípio 5: Guias alimentares ampliam a autonomia nas escolhas
alimentares.

Programa Saúde na Escola:

Objetivo: Fortalecimento das ações voltadas ao desenvolvimento integral dos


educandos e da relação entre escolas e UBS para o enfrentamento de
vulnerabilidades que comprometem o desenvolvimento e a saúde integral.

Programa Academia da Saúde:

Objetivo: Contribuir para a promoção da saúde e produção do cuidado e de


modos de vida saudáveis da população a aprtir da implantação de polos com
infraestrutura e profissionais qualificados.

As escolas e os polos do Programa Academia da Saúde são espaços


estratégicos para realização de ações de PAAS.
DIRETRIZ 3 - VIGILÂNCIA ALIMENTAR E NUTRICIONAL

O que é a VAN:

 É a descrição contínua e predição (previsão) de tendências das


condições de alimentação e nutrição da população e seus fatores
determinantes.

Seu objetivo é fornecer subsídios para o planejamento, o monitoramento e o


gerenciamento da atenção à saúde e de programas relacionados com a
melhoria dos padrões de consumo alimentar e do estado nutricional da
população.

A VAN integra a vigilância da situação de saúde no contexto amplo da


Vigilância em Saúde:

 Vigilância e controle das doenças transmissíveis;


 Vigilância das doenças e agravos não transmissíveis;
 Vigilância da situação de saúde;
 Vigilância ambiental em saúde;
 Vigilância da saúde do trabalhador;
 Vigilância sanitária.

A VAN DEVE SER CONSIDERADA A PARTIR DE UM ENFOQUE


AMPLIADO.

E o que é a VAN ampliada?

 Sistemas de informação;
 VAN nos Serviços de Saúde;
 Chamadas Nutricionais;
 Fomento (incentivo) e Acesso á Produção Científica;
 Inquéritos Populacionais.

VAN NOS SERVIÇOS DE SAÚDE

 Visando à integralidade da atenção à saúde, é fundamental que a equipe de


Atenção Básica conheça os problemas e necessidades em saúde da
população do seu território, assim como os fatores que podem contribuir
com a promoção da saúde.
Importância de realizar a VAN:

 Conhecer a população, planejar e articular intervenções, objetivando a


oferta de ações que são demandadas pelo grupo;
 Observar como as características de saúde se modificam ao longo do
tempo e quais outros fatores estão associados;
 Comparar os dados locais com cenários mais amplos, como região, o
estado ou o país;
 Obter dados fidedignos (confiança) que possibilitem o planejamento e o
desenvolvimento de políticas focadas na melhoria do perfil epidemiológico
e de saúde da população.

EQUIPAMENTOS ANTROPOMÉTRICOS:

 A estruturação das unidades de saúde com equipamentos


antropométricos é fundamental para a ampliação e qualificação das
ações de VAN nos territórios.

Para garantir condições adequadas para o diagnóstico nutricional como parte do


CUIDADO INTEGRAL À SAÚDE, o Ministério da Saúde repassa incentivo
financeiro para a compra de equipamentos antropométricos pelos municípios.

SISTEMA DE INFORMAÇÕES:

 O Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan) é operado a partir


da atenção básica à saúde e tem como objetivo principal monitorar o
padrão alimentar e o estado nutricional dos indivíduos atendidos pelo
SUS, em todas as fases da vida. Possibilitando também o
acompanhamento dos beneficiários do Programa Bolsa Família (PBF).

Esse acompanhamento realizado continuamente nas Unidades Básicas de


Saúde é um fator protetor para o excesso de peso e desnutrição,
principalmente para as crianças.
INQUÉRITOS POPULACIONAIS:

 O conjunto de ações desenvolvidas no âmbito dos inquéritos reforça a


importância do monitoramento populacional dos indicadores de
alimentação e nutrição, destacando seu papel no acompanhamento,
avaliação e planejamento de políticas e programas e nos fóruns e grupos
de acompanhamento de indicadores de saúde.

FOMENTO E ACESSO À PRODUÇÃO CIENTÍFICA:

 A produção de evidências científicas relacionadas à VAN também


fundamental para planejamento de políticas, programas e ações. Para
isso, as secretarias estaduais e municipais podem realizar parcerias com
instituições de ensino e pesquisa.

DIRETRIZ 4 - GESTÃO DAS AÇÕES DE ALIMENTAÇÃO E


NUTRIÇÃO

As 3 frentes principais de atuação na gestão das ações de alimentação e


nutrição são:

 Planejamento e Monitoramento;
 Financiamento;
 Apoio.

As 3 estão interligadas a GESTÃO INTERFEDERATIVA.

PLANEJAMENTO E MONITORAMENTO

 Planejamento e pactuação das ações de alimentação e nutrição e


incorporação de metas nos instrumentos de gestão do SUS e planos
intersetoriais relacionados, em articulação (junção, união) com os
instrumentos de gestão federais, estaduais e minicipais.

A cada 4 anos são planjeadas as ações, prioridades e metas das gestões federal,
estaduais e municipais, incluindo as relativas às ações de alimentação e
nutrição.
Na gestão federal, essas metas constam nos instrumentos de gestão
abaixo:

 Plano Plurianual (PPA);


 Plano Nacional de Saúde (PNS);
 Plano Nacional de Seguranção Alimentar e Nutricional (PLANSAN).

OBS: A construção de todos esses instrumentos contam com a participação da


sociedade, seja por meio de fóruns ou aprovação dos conselhos.

O propósito e as diretrizes da PNAN requerem um processo contínuo de


acompanhamento e avaliação de sua implementação.

O objetivo da avaliação da gestão da PNAN é verificar a repercussão desta


Política na saúde e na qualidade de vida da população, buscando a
caracterização e compreensão de uma situação para tomada de decisão.

Assim, é importante que o planejamento e monitoramento das ações também


realizados pelas áreas que coordenam as ações de alimentação e nutrição,
assim como pelas equipes de saúde.

Prestação de Contas do Orçamento

 O orçamento é planejado anualmente e deve ser aprovado pelo


Congresso Nacional (no caso do Governo Federal).
 É realizada também revisão, monitoramento e prestação de contas
periódicos (de tempo em tempo) do alcance das metas e isso é
publicizado (divulgado).

Cada secretaria do Ministério da Saúde também publica o seu relatório anual e


todos os estados e municípios também prestam contas de seu orçamento.

Plano Nacional de Saúde (PNS)

 É o Plano em que constam as prioridades de ações do setor saúde.


Detalha mais ações do setor do que o Plano Plurianual (PPA), devendo
estar em consonância (de acordo) com ele. Assim, as ações de
alimentação e nutrição no SUS também são mais detalhadas.
A partir do PNS, por exemplo, o Ministério da Saúde também planeja como serão
colocados em prática os compromissos assumidos pelo governo para a área da
saúde, estabelecendo metas próprias que visem o desenvolvimento das ações.

O monitoramento do Plano Nacional de Saúde ocorre a cada 4 meses e a


prestação de contas ao Conselho Nacional de Saúde (CNS), uma vez ao ano.

Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PLANSAN)

 No Plano constam as ações relacionadas à Segurança Alimentar e


Nutricional. Por ser intersetorial, contém metas de diferentes setores
envolvidos com a agenda, incluindo as de Alimentação e Nutrição do SUS.

O Plano também passa por processos de revisão. Devendo ser monitorada e


apresentado ao Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional
(CONSEA).

Plano Plurianual (PPA)

 É o instrumento de planejamento geral dos governos.


 Conta com ações relacionadas a todas as áreas, incluindo as mais
estratégicas da saúde e da alimentação e nutrição.

Ou seja, é um plano onde ficam registradas as principais prioridades da gestão


eleita, por meio de objetivos, metas e iniciativas que se pretendem alcançar ate
o final da gestão. A sua duranção é do segundo ano de mandato (pois o primeiro
é de planejamento) ao primeiro ano da gestão seguinte.

O PPA é revisado anualmente.

APOIO

 Em âmbito nacional, a CGAN (Coordenação Geral de Alimentação e


Nutrição), por se constituir como área técnica de alimentação e nutrição,
realiza apoio técnico e financeiro para implantação das ações de
alimentação e nutrição nos estados e municípios.
FINANCIAMENTO

 O investimento na atenção básica como um todo, assim como diversos


outros pontos da Rede de Atenção à Saúde, repercute no
fortalecimento das ações de alimentação e nutrição.

Destinado ao custeio de serviços e despesas relacionadas com a efetiva


implementação das ações de alimentação e nutrição das Redes de Atenção à
Saúde (RAS) do SUS, principalmente no âmbito da Atenção Básica, priorizando-
se:

 Promoção da Alimentação Adequada e Saudável;


 Vigilância Alimentar e Nutricional;
 Prevenção dos Agravos Relacionados à Alimentação, especialmente,
sobrepeso, obesidade, desnutrição, anemia por deficiência de ferrom
hipovitaminose A e Beribéri;
 Qualificação da força de trabalho.

O repasse do recurso é feito a todos os estados da federação e municípios com


população superior a 150 mil habitantes. Alguns estados têm recursos próprios
e também realizam repasses aos municípios.

A implementação da PNAN cabe aos gestores do SUS nas esferas federal,


estadual, distrital e municipal. Por sua natureza transversal e caráter
intersetorial, também podem ser realizadas parcerias e articulações intra e
intersetoriais para fortalecer a implementação efetiva das ações.

Articulação Intrassetorial do Ministério da Saúde:

 Saúde da Criança;
 Saúde da Mulher;
 Promoção da Saúde;
 Assistência Farmacêutica;
 Atenção Básica;
 Vigilância de Doenças Transmissíveis;
 Setor Financeiro;
 Etc.
Articulação Intersetorial entre o Ministério da Saúde e outros setores:

 Assistência Social;
 Educação;
 Meio Ambiente;
 Planejamento e Orçamento;
 Agricultura e Pecuária;
 Ciência e Tecnologia;
 Trabalho e Emprego;
 Justiça e Direitos Humanos;
 Cultura.

O Brasil é referência internacional na agenda de redução de sódio em


alimentos industrializados. Assim, participa de discussões e realiza apoio
técnico sobre a pactuação de metas para a redução do sódio em outros países.

DIRETRIZ 5 - PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL

A legislação do SUS definiu mecanismos para que a participação popular faça


parte do seu funcionamento por meio da prática do controle social nos Conselhos
e Conferências de Saúde nas três esferas de governo (Federal, Estadual e
Municipal).

É fundamental que a agenda de alimentação e nutrição no SUS esteja, cada vez


mais, presente nos Conselhos e Conferências de Saúde.

Além dos conselhos e conferências, existem outras formas de participação


social, como:

 Consultas Públicas;
 Audiências Públicas;
 Ouvidorias Públicas;
 Dialoga Brasil.
Comissão Intersetorial de Alimentação e Nutrição (CIAN) do Conselho
Nacional de Saúde

A criação de Comissões Intersetoriais de Alimentação e Nutrição (CIAN), em


âmbito estadual, distrital e municipal pode contribuir para o debate da PNAN nos
Conselhos de Saúde.

Objetivo: acompanhar, propor e avaliar a operacionalização das diretrizes e


prioridades da PNAN e promover a articulação e o complemento de políticas,
programas e ações de interesse da saúde, cujas execuçõs envolvem áreas não
compreendidas no âmbito específico do SUS.

Desafio para o Conselho Nacional de Saúde (CNS) e para a Comissão


Intersetorial de Alimentação e Nutrição (CIAN):

 A ampliação do diálogo e a busca de consensos (aprovações) para


construir democraticamente as demandas da sociedade civil sobre a
PNAN, potencializando a articulação desta com as demais políticas e
programas relacionados.

Participação e Controle Social em outros espaços relacionados à PNAN:

 Conselhos de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea);


 Conselhos de Direitos Humanos;
 Conselhos de Alimentação Escolar (CAE).

Conferências:

 São espaços amplos e democráticos de discussão e articulação


coletivas entorno de propostas e estratégias de organização.
 Sua principal característica é reunir governo e sociedade civil
organizada para debater e decidir as prioridades nas políticas públicas
nos próximos anos.

Assim, a participação nas conferências, especialmente de Saúde e de


Segurança Alimentar e Nutricional, é fundamental para a promoção e garantia
dos direitos à saúde e à alimentação adequada e saudável.
DIRETRIZ 6 - QUALIFICAÇÃO DA FORÇA DE TRABALHO

Porque a qualificação dos profissionais é importante?

 A qualificação dos gestores e de todos os trabalhadores de saúde é


importante para o enfrentamento dos agravos e problemas de saúde, da
alimentação e nutrição no Brasil.
 O processo de trabalho em saúde é eixo estruturante da formação da
força de trabalho.

É importante desenvolver e fortalecer mecanismos de qualificação da força


de trabalho para se ter a:

 Valorização dos profissionais de saúde;


 Qualificação para gestão e atenção nutricional;
 Estímulo e viabilização (tornar possível) da formação e da educação
permenente;
 Qualificação dos vínculos de trabalho;
 Garantia dos direitos trabalhistas e previdenciários;
 Implantação de carreiras que associem o desenvolvimento do
trabalhador com as qualificação dos serviços ofertados ao usuário.

A PRINCIPAL ESTRATÉGIA PARA QUALIFICAR AS PRÁTICAS DE


CUIDADO, GESTÃO E PARTICIPAÇÃO POPULAR É A EDUCAÇÃO
PERMANECENTE.

Educação Permanente:

 É a aprendizagem no trabalho, onde o aprender e o ensinar se incorporam


ao cotidiano das organizações e ao trabalho.

A Educação Permanente propõe que os processos de educação se façam a


partir da PROBLEMATIZAÇÃO do processo de trabalho, e considera que as
necessidades de formação e desenvolvimento dos trabalhadores sejam
pautadas (relacionadas) pelas necessidades de saúde das pessoas.
DIRETRIZ 7 - CONTROLE E REGULAÇÃO DOS ALIMENTOS

O planejamento das ações para monitorar e assegurar à população a oferta de


alimentos seguros (inocuidade) e adequados nutricionalmente (qualidade
nutricional), se faz presente na agenda da promoção da alimentação adequada
e saudável e da proteção à saúde.

Na cadeia de processos dos alimentos a ordem é:

 1° Produção
 2° Processamento
 3° Industrialização
 4° Distribuição
 5° Abastecimento
 6° Comercialização

O resultado final (comercialização) deve ser a oferta de alimentos saudáveis e


com garantia de qualidade biológica, sanitária, nutricional e tecnológica à
população.

O Controle e a Regulação de Alimentos inclui:

 Monitoramento da qualidade dos alimentos (aspectos sanitários e


perfil nutricional);
 Rotulagem nutricional;
 Monitoramento da publicidade e propaganda dos alimentos.

Monitoramento da qualidade dos alimentos (aspectos sanitários e perfil


nutricional)

O monitoramento da qualidade dos alimentos deve considerar:

 Aspectos sanitários: fatores relacionados às características


microbiológicas e toxicológicas.
 Aspectos do seu perfil nutricional: a composição nutricional dos
produtos pode ser um fator de risco para a saúde, portanto é fundamental
que seja controlada.

A SEGURANÇA SANITÁRIA busca a proteção da saúde humana, considerando


as mudanças ocorridas na cadeia de produção até o consumo dos alimentos.
PNAN e o SISTEMA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (SNVS)

 Os dois são guiados para promover e proteger a saúde da população na


perspectiva do direito humano à alimentação, por meio da normatização
e o controle sanitário da produção, comercialização e distribuição de
alimentos.

O SISTEMA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (SNVS) é um


instrumento privilegiado de que o SUS dispõe para realizar seu objetivo de
prevenção e promoção da saúde.

As medidas sanitárias adotadas para alimentos se baseiam na análise de risco.

Também estão no âmbito da regulação de alimentos:

 As estratégias de fortificação obrigatória de alimentos;


 Formulação do perfil nutricional de alimentos processados com
vistas à redução de gorduras, açúcares e sódio.

Estratégias de fortificação obrigatória de alimentos

A fortificação universal de alimentos é uma medida que requer processos de


regulação, sendo destinado á prevenção e controle das carências de
micronutrientes.

No âmbito da PNAN há duas estratégias:

 Fortificação de ferro e ácido fólico (farinha de trigo);


 Fortificação de iodo (sal de cozinha).

Formulação do perfil nutricional de alimentos processados com vistas à


redução de gorduras, açúcares e sódio:

Foi renovado o Acordo de Cooperação Técnica entre o Minsitério da Saúde e a


Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (ABIA) que tem entre seus
objetivos a redução das quantidades de açúcar, gordura trans e sódio nos
alimentos processados.

Sendo de grande importância esse tema na agenda da saúde que tem total
influência no Plano Plurianual , no Plano Nacional para Enfrentamento das
Doenças Crônicas Não Transmissíveis e no Plano Nacional da Segurança
Alimentar e Nutricional.

Monitoramento da publicidade e propaganda dos alimentos:

 Busca garantir o direito à informação clara e precisa, com o intuito de


proteger o consumidor das práticas potencialmente abusivas e
enganosas.

Essa estratégia visa limitar a promoção comercial de alimentos não saudáveis


para as crianças e aperfeiçoar a normas da publicidade de alimentos, por meio
do monitoramento e fiscalização das normas que regulamentam a promoção
comercial de alimentos.

Rotulagem de alimentos:

 É um instrumento central no aperfeiçoamento do direito à


informação.

O acesso á informação fortalece a capacidade de análise e decisão do


consumidor, devendo ser de clara e precisa para a auxiliação na escolha de
alimentos mais saudáveis.

Apesar do avanço normativo da rotulagem nutricional obrigatória, ainda há


muitos desafios para que a população compreenda a informação disponível nos
rótulos.

Sendo necessário também, a regulação dos conteúdos publicitários dos rótulos


para que não seja induzida a uma interpretação equivocada (engano).

Assim, as ações relacionadas á regulação de alimentos devem estar


coordenadas e integradas à:

 Garantia da inocuidade e qualidade nutricional de alimentos;


 Fortalecimento institucional dos setores comprometidos com a saúde
pública;
 Transparência do processo regulatório, visando informações clara e
compreensível para a população sobre todos os aspectos relacionados à
qualidade dos alimentos como: agrotóxicos, aditivos e alimentos
destinados a grupos populacionais com necessidades alimentares
específicas.

DIRETRIZ 8 - PESQUISA, INOVAÇÃO E CONHECIMENTO EM


ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO

O desenvolvimento do conhecimento e o apoio à pesquisa, à inovação e à


tecnologia, no campo da alimentação e nutrição em saúde coletiva, possibilitam
a geração de evidências e instrumentos necessários para a implementação,
monitoramento e avaliação da PNAN.

É fundamental:

 O fortalecimento das fontes de informação existentes. Exemplos:


SISVAN, POF.
 Atualização da agenda de prioridades de pesquisa em alimentação e
nutrição de interesse nacional e reginal - pautada (baseada) na agenda
nacional de prioridades de pesquisa em saúde;
 Fomento (estímulo) a investimentos em pesquisas de delineamento e
avaliação de novas intervenções e de avaliação de programas e ações
propostas pela PNAN;
 Ampliação de apoio técnico, científico e financeiro às linhas de
investigação relacionadas à PNAN (gestão, excução, monitoramento e
avaliação das ações).

A gestão das ações em alimentação e nutrição é potencializada por meio das


pesquisas que geram avanço do conhecimento.

A execução e disseminação (divulgação) dos resultados das pesquisas são


fundamentais para subsidiar (auxiliar/financiar) a formulação e avaliação de
programas e ações estratégicas para a implementação da PNAN, bem como a
elaboração de materiais técnicos que apoiem a prática de profissionais e
gestores do SUS.
DIRETRIZ 9 - COOPERAÇÃO E ARTICULAÇÃO PARA A
SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL

O que é Segurança Alimentar e Nutricional (SAN)?

 É a realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a


alimentos de qualidade e em quantidades suficientes, sem comprometer
o acesso a outras necessidades essenciais.
 Tem como base: práticas alimentares promotoras da saúde que
respeitem a diversidade cultura e que sejam ambiental, cultura,
econômica e socialmente sustentáveis.

O conceito de SAN é multidimensional e requer, para sua concretização, a


articulação (junção) de diferentes setores tanto governamentais como da
sociedade brasileira.

A articulação intersetorial permite o estabelecimento de espaços compartilhados


de decisões entre instituições e diferentes setores do governo que atuam na
saúde e na SAN que estabelece:

A Formulação de Políticas Públicas → A Implementação → O


Acompanhamento = Resultando → Em efeitos positivos para a equidade
e qualidade de vida da população.

A PNAN tem um papel fundamental na estratégia de desenvolvimento das


políticas de SAN, principalmente aspectos relacionados a:

 Diagnóstico e vigilância da situação alimentar e nutricional;


 Promoção da alimentação adequada e saudável;
 Atenção nutricional para prevenção e cuidado de doenças
relacionadas à alimentação.

Essa articulação (junção) proporciona o fortalecimento das ações de


alimentação e nutrição nas Redes de Atenção a Saúde (RAS), coordenadas às
demais ações de SAN, para o enfrentamento da insegurança alimentar e
nutricional e dos agravos em saúde.

A PNAN é a principal política do SETOR SAÚDE que promove a articulação


(junção) entre o SUS e o Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN),
de formar que a realização das ações relacionadas a todas as diretrizes
corresponde à contribuição setorial para a promoção da garantia da Segurança
Alimentar e Nutricional.

Ocorre entre o SUS e o SISAN uma INTRASETORIALIDADE e uma


INTERSETORIALIDADE.

Pensando na articulação entre SUS e a SAN, destacam-se ações


direcionadas:

 À melhoria da saúde e nutrição das famílias atendidas pelos


programas de transferência de renda;
 À interlocução (diálogo) com os setores responsáveis pela produção
agrícola, distribuição, abastecimento e comércio local de alimentos,
visando o aumento do acesso a alimentos saudáveis;
 À promoção da alimentação adequada e saudável em ambientes
institucionais (escolas, presídios, locais de travalho, hospitais,
restaurantes comunitários, albergues, entre outros);
 À articulação com as redes de educação e sócio-assistencial para a
promoção da educação alimentar e nutricional;
 À articulação com a vigilância sanitária para a regulação da qualidade
dos alimentos processados e o apoio à produção de alimentos
advindos da agricultura familiar, dos assentamentos da reforma agrária
e de comunidades tradicionais. integrados à dinâmica da produção de
alimentos do país.

Ações para os Serviços de Atenção à Saúde ofertados pelo SUS:

 Promoção e proteção à saúde;


 Vigilância;
 Prevenção;
 Diagnóstico;
 Tratamento.

O espaço institucional de articulação entre os diferentes setores do governo para


a garantia da SAN ocorre, na esfera federal, na Câmara Interministerial de SAN
(CAISAN).

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