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FORMAÇÃO INTEGRAL EM

SAUDE
ENCONTRO 2 DO SEGUNDO BIMESTRE
TRABALHO DO 2º BIMESTRE
• AVANÇOS E RETOCESSOS DO SUS.

• MODELOS ASSISTENCIAS DE OUTROS PAÍSES COMPARADOS AO DO


BRASIL.

• ATENDIMENTO A PESSOAS EM VULNERABILIDADES SOCIAIS.


Casos de intervenção no SUS
• Adolescentes de 12 a 17 anos
• Gravidez precoce
• Uma comunidade de um grande cidade do Brasil
• Foi identificado o aumento de contagio por sífilis neste grupo

• As intervenções foram:
• Acionar o conselho tutelar, pois tinha menores de 14 anos envolvidas e
com gravidez;
• Realizar o tratamento medicamentoso com as adolescentes no que
concerne ao tratamento das doenças sexualmente transmissíveis e ao
acompanhmento da gravidez para as maiores de 14 anos e
encaminhamento dos casos das menores de 14 anos que estavam grávidas.
ATENDIMENTO DA ENFERMAGEM
• A adolescente entra no consultório, é uma consulta subsequente. Ninguém se
cumprimenta. A enfermeira questiona se já fez os exames, e a gestante confirma
de cabeça baixa. Pede os resultados, sendo informado estarem normais. Verifica a
PA, o peso e faz o exame físico com ênfase nas condições das mucosas, altura
uterina e batimentos cardiofetais (BCF). Informa à adolescente que está tudo
normal e faz os registros no cartão e na ficha perinatal, que não contém uma
folha para registro da evolução. A adolescente é orientada quanto ao sono,
alimentação e ingesta hídrica. A enfermeira faz o registro e de cabeça e voz
baixas informa a data provável do parto (DPP). Em seguida, esclarece sobre a
vacina antitetânica e informa que estará na comunidade, na semana seguinte,
realizando vacinação. Afirma: "Quero ver você lá!" Preenche o cartão da
gestante. Orienta o preparo das mamas para lactação. A adolescente afirma
estar sentindo "escorrimento" e a profissional solicita um papanicolaou, sem ter
sido levantada a história das suas queixas vaginais e da vivência sexual. É dito
que o retorno será informado pelo ACS (Enf 1/PSF).
ATENDIMENTO MEDICO
• A adolescente é chamada, entra, senta, não há cumprimentos, é a primeira
consulta médica, a adolescente já está sob acompanhamento da
enfermeira. A profissional pergunta sobre os exames, se é a primeira
gravidez, solicita a data da última menstruação, calcula a data provável do
parto e confirma com a adolescente se está no 5º mês. Questiona sobre
queixas e movimentos fetais. Pergunta novamente sobre queixas da
gravidez: "Tem certeza que não está sentindo nada?" A adolescente
confirma não ter queixas. A médica verifica o peso e a pressão arterial. Não
informa o valor à adolescente. Preenche o cartão da gestante e a ficha
perinatal. Nada é falado! Tudo é imediatamente anotado. Em silêncio,
realiza o exame físico obstétrico. Orienta sobre alimentação e uso de
sulfato ferroso. Entrega o cartão da gestante. Na ficha perinatal, não há
registro de evolução. Afirma que no retorno será atendida pela
enfermeira (Med 1/PSF).
Atendimento dos ACS
• A casa da adolescente é feita de madeira e o chão é de terra. A adolescente
nos recebe com a mãe do lado, uma senhora na maturidade. A ACS
abordou a adolescente grosseiramente: "Pra que escondeu? Agora vai fazer
o pré-natal tarde!" A adolescente ficou assustada com o tom de voz da ACS.
A ACS procura saber se a adolescente já iniciou o pré-natal e olhou em
seguida o cartão da gestante. Procura saber também sobre o cartão da
vacina, e a adolescente disse que perdeu. Mas quando sua mãe se afasta,
afirma que o seu cartão foi rasgado pela mãe quando procurava dinheiro
em sua bolsa para seu padrasto beber, pois ele bate em sua mãe se não
tiver o dinheiro para a bebida. A ACS fica assustada e procura terminar
logo a visita, pois o padrasto da adolescente é usuário de drogas [a ACS
comenta com a pesquisadora]. A ACS ficou responsável em marcar os
exames da adolescente e a orientou rapidamente sobre alimentação,
aleitamento materno e a vacina antitetânica (ACS 5/PACS).
Atendimento dos ACS
• É, faço o que é da rotina. Visito, pergunto se tá tudo bem, se tá
precisando de alguma coisa, às vezes querem só desabafar, conversar
sobre o namorado, tirar dúvida, perguntar se pode comer isso ou
aquilo. Olho o cartão da vacina, cadastro as gestantes novas e falo
dos cuidados da gravidez porque a gente já teve treinamento (ACS
4/PSF).
• Eu falo pra elas que não escondam, pois tudo que sentir durante a
gravidez tem que conversar comigo. Se ela não quiser conversar com
a doutora, eu peço para que converse comigo que aí eu passo pra
ela (ACS 1/PACS).
Como poderia ser ação:
• O atendimento do adolescente com sífilis ou com outras IST pela equipe de
saúde deverá ser norteado pelas orientações descritas no Protocolo da
Atenção Integral à Saúde do Adolescente – SMSA /PBH -2015 e no Marco
Legal –MS 2007.
• A equipe de saúde deve organizar estratégias e fazer um planejamento
cuidadoso para que a atenção seja de forma integral e não focada somente
no tratamento clínico e/ou medicamentoso da doença.
• Os profissionais de saúde devem ser isentos de preconceitos, de
julgamentos de valor, e não criar entraves burocráticos e que garantam o
sigilo e a privacidade da consulta, segundo o Consenso do Ministério da
Saúde de 2017.
Como poderia ser a ação
• A equipe de saúde deve estimular o adolescente a participar ativamente da
consulta do diagnóstico e, sobretudo, do tratamento.

• Quanto à confidencialidade e ao sigilo, deverá ser estabelecido um acordo


entre o profissional de saúde e o adolescente para que as informações
obtidas durante a consulta não sejam repassadas para os pais e/ou
responsáveis sem sua permissão, contanto que tenha capacidade de avaliar
seu problema e que o sigilo da consulta não lhe acarrete danos (Art.103 –
Código de Ética Médica, Art. 154 - Código Penal Brasileiro).

• Identificar a rede de apoio disponível (família, parceiros amigos, trabalho,


outros).
Como poderia ser a ação
• Orientar o adolescente sobre a forma de transmissão da sífilis e necessidade de adesão
ao tratamento. Desmistificar medos e anseios, principalmente no que diz respeito ao uso
de medicação injetável (penicilina benzatina), explicando que esse é o tratamento de
escolha e que o uso de tratamento alternativo aumenta a chance de falha terapêutica.

• Reforçar a importância da proteção com as orientações para o uso de preservativo nas


relações sexuais e o risco de reinfecção; esclarecer o adolescente sobre sua
responsabilidade no cuidado consigo mesmo e com o outro, seu próprio tratamento e dos
parceiros, e esclarecer sobre os riscos da sífilis na gestação e de sequelas para o bebê
(infecção congênita).

• Logo após o diagnóstico, começar de imediato o tratamento com penicilina benzatina,


garantindo o início do tratamento e construindo uma relação de confiança e transferência.
Atividade em sala de aula.
• Observa-se em uma UBS de uma determinada cidade do Brasil uma
condição de desnutrição e/ou carências nutricionais entre crianças
menores de 7 anos e na população idosa.
• A equipe decide realizar uma oficina de alimentação saudável, foi
identificado a dificuldade de acesso às verduras e hortaliças,
devido ao custo e a dificuldade de conpras de produtos frescos.

• Como seria uma intervenção possivel por parte da equipe da UBS,


dentre dos principios e diretrizes do SUS para a intervenção deste
problema, de forma que não limita-se ao atendimento individual das
pessoas que acessassem o posto.
QUESTÕES ORIENTADORAS DA AULA DE HOJE

• QUAIS AS BASES LEGAIS E HISTÓRICAS DO SISTEMA ÚNICO DE


SAÚDE?

• o que essas bases legais tem a ver com a reforma sanitária?

• O que tem a ver com o modelo de saúde coletiva e de determinação


social da saúde?
QUESTÕES ORIENTADORAS DA AULA DE HOJE

• QUAIS SÃO OS PRINCIPIOS DOUTRINÁRIOS DO SUS? Dê exemplos de cada um deles.

• PORQUE SE FAZ NECESSÁRIO ações como:


• Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSPP),

• Em 2014 o Ministério da Saúde lançou a cartilha “Saúde da população em situação de rua: um


direito humano.”

• Política nacional de atenção integral à saúde da mulher: princípios e diretrizes / Ministério da


Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. –
Brasília: Ministério da Saúde, 2004.

• O que as mudanças na concepção de saúde implicam na formação dos profissionais desta área?
Conhecer a História da Saúde no Brasil e a
construção do SUS.
• O sistema de saúde no Brasil antes do Sistema Único de Saúde

• Filme sonhos tropicais: https://youtu.be/fieH3FqzrZ0


LEIS QUE REGULAMENTAM O SUS
• A Constituição Federal de 1988 (ART. 196) foi o primeiro documento a
colocar o direito à saúde definitivamente no ordenamento jurídico
brasileiro. A Constituição ainda determina que o Sistema de Saúde Pública
seja gratuito, de qualidade e universal, isto é, acessível a todos os
brasileiros e/ou residentes no Brasil (MERELES, 2018).

• A implementação do SUS começou em 1990. Foi aprovada a Lei Orgânica


da Saúde (Lei 8.080/90), que especificava as atribuições e a organização do
SUS. Essa lei definiu os papéis institucionais de cada esfera governamental
no plano da gestão da saúde, a estrutura de financiamento e as regras de
transferência de recursos entre os diferentes níveis de governo, por meio
dos Fundos de Saúde (CARVALHO e BARBOSA, 2010).
LEIS QUE REGULAMENTAM O SUS
• A Lei 8.142/90 dispôs sobre a participação da comunidade na gestão do
SUS e sobre as transferências intergovernamentais de recursos
financeiros na área da saúde, instituindo, assim, os Conselhos de Saúde
e conferiu status público aos organismos de representação de governos
estaduais e municipais (CARVALHO e BARBOSA, 2010).

• O SUS é concebido, então, como o conjunto de ações e serviços de saúde,


prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e
municipais, da administração direta e indireta e das fundações mantidas
pelo Poder Público.

• A iniciativa privada poderá participar do SUS em caráter


complementar (POLIGNANO, 2001).
OBJETIVOS DO SUS
• O SUS tem como objetivo principal formular e implementar a
política nacional de saúde destinada a promover condições
de vida saudável, a prevenir riscos, doenças e agravos à
saúde da população, e assegurar o acesso equitativo ao
conjunto dos serviços assistenciais para garantir atenção
integral à saúde.
OBJETIVOS ESPECIFICOS
• Identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da
saúde;

• formular as políticas de saúde; fornecer assistência às pessoas por


intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, com
a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas:
executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica;

• executar ações visando a saúde do trabalhador;

• participar na formulação da política e na execução de ações


de saneamento básico;
OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• participar na formulação da política e na execução de ações de


saneamento básico; participar da formulação da política de recursos humanos
para a saúde;

• realizar atividades de vigilância nutricional e de orientação alimentar; participar


das ações direcionadas ao meio ambiente;

• formular políticas referentes a medicamentos, equipamentos, imunobiológicos,


e outros insumos de interesse para a saúde e a participação na sua produção;
controle e fiscalização de serviços, produtos e substâncias de interesse para a
saúde;
OBJETIVOS ESPECÍFICO

• fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas para


consumo humano; participação no controle e fiscalização de
produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;

• incremento do desenvolvimento científico e tecnológico na


área da saúde;
• formulação e execução da política de sangue e de
seus derivados (POLIGNANO, 2001, p. 23, 24).
BASADO NA SITUAÇÕES APRESENTADAS
RESPONDA AS QUESTÕES?
• QUAL DESSES CASOS NÃO TEM O DIREITO A ACESSAR OS SERVIÇOS
DO SUS?

• DE ACORDO COM O PRINCIPIO DA UNIVERSALIDADE O SUS DEVE


ATENDER AS NECESSIDADES DE ATENDIMENTO A SAUDE DE FORMA
IGUALITÁRIA?
UNIVERSALIDADE
• Esse princípio baseia se na garantia de que todo e qualquer cidadão tem direito
e acesso a saúde, por parte do sistema governamental.

• Assim, através desse princípio, o cidadão tem o direito e acesso a todos os


serviços públicos de saúde, independentemente do seu sexo, raça, ocupação,
orientação sexual, renda ou outras características pessoais e sociais.

• Saúde é um direito e é dever dos governos municipais, estaduais e federais.

• Exemplo: Campanha de vacinação; acesso ao atendimento quando dele


necessitar.
UM PRINCÍPIO AINDA DESAFIADOR
• “Um bom exemplo do que estamos falando pode ser visualizado nos
estudo ‘Desigualdade de transplantes de órgãos no Brasil: análise do
perfil dos receptores por sexo e raça ou cor (2015)’, realizado pelo
IPEA, que apresenta o seguinte resultado em relação ao transplante
de coração: a maioria (56%) dos receptores é da cor branca.

• Este fato contraria as expectativas, na medida em que a maior


proporção de mortalidade por doenças do aparelho circulatório e
cardiopatias é encontrada justamente na população preta, que
recebe menos de 10% dos órgãos transplantados”, diz (IPEA, 2015).
EQUIDADE
• é um princípio de justiça social que garante a igualdade da assistência
à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie, a rede
de serviços deve estar atenta às necessidades reais da população a
ser atendida;

• TRATAR DE FORMA DIFERENCIADA OS DESIGUAIS.

• POLITICA NACIONAL PARA A POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA


(2009)
INTEGRALIDADE
• O princípio da integralidade se refere ao atendimento do cidadão
como um todo.
• Todas as ações, sejam elas de promoção, proteção ou reabilitação da
saúde não podem ser fracionadas e assim, o SUS deve reconhecer que
cada pessoa é um todo que integra uma comunidade.
• Por isso, essas ações não podem ser compartimentalizadas, nem as
unidades prestadoras de serviço, mesmo que cada uma tenha seus
diversos graus de complexidade, esse sistema deve ser capaz de
prestar ao cidadão uma assistência integral.
• Esse princípio também requer a articulação da saúde com outras
políticas públicas, afim de ter uma atuação intersetorial entre áreas
diferentes que possam interferir na saúde ou qualidade de vida dos
cidadãos.
PRINCÍPIOS ORGANIZATIVOS
REGIONALIZAÇÃO E HIERARQUIZAÇÃO

• Esses princípios baseiam se na premissa de que os serviços devem ser


organizados de forma que considere os níveis de complexidade
tecnológica crescente, sendo em uma área geográfica delimitada, com
definição da população que será atendida.
• A rede de serviços do SUS deve ser organizada de forma regionalizada
e hierarquizada, permitindo um maior conhecimento da população de
cada área específica e assim melhorando ações de atenção
ambulatorial e hospitalar nos níveis de complexidade.
• O acesso da população a essa rede deve se dar por meio dos serviços
primário de atenção. Estes devem estar qualificados para solucionar os
principais problemas da população referente a saúde.
DESCENTRALIZAÇÃO
• Já a descentralização foca na redistribuição de responsabilidades e poder
referentes as ações e serviços de saúde, distribuindo em os vários níveis de
governo, considerando que quanto mais perto do acontecimento ou fato a
decisão for tomada, maior a probabilidade de acertar na decisão.
• Desta forma, cabe ao município a execução da maioria das ações de promoção
de saúde, sendo diretamente voltada aos cidadãos, especialmente a
responsabilidade política pela sua saúde individual.
• Assim o município tem condições técnicas, gerenciais, financeiras e
administrativas para a execução da função. O que engloba um estado deve
estar sob responsabilidade estadual, e o que engloba o país será de
responsabilidade federal.
• Para fazer valer esse princípio, há a concepção constitucional do mando único,
e cada esfera do governo é autônoma em suas atividades e decisões, sempre
respeitando os princípios geral.
PARTICIPAÇÃO SOCIAL
• Esse princípio baseia-se na garantia de que a população, através de suas entidades representativas,
participe do processo de formulação e avaliação das ações e políticas de saúde, bem como o controle de
sua execução, seja local ou federal.
• Essa participação acontece através dos conselhos de saúde e com a representatividade da sociedade.
• Essa composição deve ser paritária, na qual metade dos seus membros represente os usuários e a outra
metade seja um conjunto composto por prestadores de serviços privados, profissionais de saúde e o
governo.
• Há os conselhos, que devem ser criados e as instituições que apresentam conhecimentos e informações
necessárias para que haja um posicionamento da população em questões referentes a saúde.

• Além disso, mais uma forma de participação é através das Conferencia de Saúde, que são os fóruns que
se reúnem para avaliar a situação da saúde, propor diretrizes e ajudar na definição de ações de política
de saúde.

• https://youtu.be/qbKD5RCwFTQ - DEPOIMENTO DE UM EDUCADOR POPULAR

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