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RESUMO
1 INTRODUÇÃO
1 Artigo apresentado à Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas, como parte dos requisitos para
obtenção do Título de Tecnólogo em Radiologia, em 2022.
2 Graduando em Radiologia na Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas – FACISA, em Itamaraju
(BA). E-mail: ansoficial9@gmail.com
33 Especialista em Imaginologia Médica pela Faculdade Madre Thaís, Ilhéus (BA); Graduado em
Fisioterapia pela Faculdade de Ciências e Tecnologia – FTC. Professor da Faculdade de Ciências
Sociais Aplicadas (FACISA).E-mail: roge.fisio@hotmail.com
visualizar o interior de malas, bolsas e roupas, sem a necessidade de uma revista. O
bodyscanner foi desenvolvido na Rússia em 2008 e tornou-se uma das maiores
tecnologias criadas para combater a criminalidade.
O aparelho utiliza baixas doses de radiação ionizante que não são prejudiciais
à saúde e faz o escaneamento em apenas 7 segundos, foi introduzido para substituir
a revista íntima que leva cerca de 17 minutos. A tecnologia chegou ao Brasil no final
de 2009 e foi rapidamente adotada pelo o sistema de segurança pública brasileiro.
Diante do exposto, surge a seguinte indagação: Será que a aplicação dessa nova
tecnologia no sistema de segurança pública brasileiro gerou resultados efetivos no
controle e apreensão de produtos ilícitos entre 2011 e 2020?
Desse modo, com a problemática evidenciada, o objetivo geral buscou analisar
a aplicação dos métodos de diagnóstico por imagem como importante meio para a
detecção e apreensão de produtos ilícitos, substituindo as revistas intimas
tradicionais. Os objetivos específicos pautados foram apresentar breve
contextualização histórica do uso da tecnologia de radiação a serviço da segurança
pública mundial e nacional; identificar as condições a serem observadas pelos os
profissionais responsáveis pela operação desses equipamentos e discutir a
importância dos métodos da radioproteção para que o procedimento seja realizado
de forma segura.
A presente pesquisa se justifica pela necessidade de se relatar os resultados
obtidos pelos os métodos de diagnóstico por imagem, mediante a utilização de
scanners corporais, considerando que nos últimos anos, a entrada de armas,
drogas, explosivos e celulares em presídios, aeroportos e fronteiras têm sido uma
preocupação para os gestores de segurança pública e para a sociedade como um
todo.
A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, pela abordagem qualitativa,
ocorrida em repositórios digitais de revistas, teses, livros, artigos científicos, jornais,
sites e nos bancos de dados da SciELO, google acadêmico e repositório PUC, entre
outros, cujas publicações compreendam o período de 2011 a 2020.
O referencial teórico se divide em cinco etapas: a primeira apresenta um breve
histórico sobre a criação e implantação dos equipamentos de escaneamento
corporal em presídios, fronteiras e aeroportos do país; a segunda diz respeito ao
investimento público em equipamentos body scanners: em sua terceira etapa, retrata
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as condições a serem observadas pelos os profissionais responsáveis pela
operação desses equipamentos; na quarta etapa discute aspectos fundamentais
sobre os métodos da radioproteção para que o procedimento seja realizado de forma
segura; e por fim, na quinta etapa, a eficiência dos equipamentos de escaneamento
corporal instalados no Brasil.
2 METODOLOGIA
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frequências, representações gráficas como de barra, setores, circulares,
histogramas e a estimativa de parâmetros (SEVERINO, 2008).
Desta forma, foram priorizadas fontes literárias cujas publicações ocorreram
os anos de 2011 a 2020, cujas bases de pesquisas usadas foram Periódicos Capes,
SciElo - Biblioteca Científica Eletrônica On-line e Biblioteca Digital de Teses e
Dissertações, respaldando o rigor de estudo dedicado ao presente estudo.
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Por outro lado, há uma preocupação com o manuseio do aparelho e os
profissionais que realização a inspeção com o scanner. Desta forma a radioproteção
deve seguir todas as recomendações e diretrizes da proteção presente na órbita
radiológica para que os indivíduos do público que irão passar pelo equipamento
recebam a menor dose de radiação possível.
Entre as todas as possibilidades, pode- se destacar a norma da Comissão
Nacional de Energia, que estabelece protocolos cabíveis instruídos pela Anvisa que
tem como objetivo principal a redução da exposição à radiação ionizante. Segundo
AGEPEN (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) de Minas
Gerais o spectrum 6040 e um outro aparelho de body scan, dão as instituições a
possibilidade de utilizarem dois aparelhos de raio x, um para a inspeção corporal e
outro para a inspeção dos alimentos que são tragos pelos visitantes (GOMES;
VIEIRA, 2021).
O cuidado acima descrito tem a sua razão, pois apesar da radiação emitida
pelo scanner não oferecer risco aos cidadãos, não pode deixar de considerar a
possibilidade de excesso ou risco, especialmente para as pessoas que lidam com o
aparelho. A implementação de scanners visa a eficiência no combate ao tráfego de
produtos ilícitos, ocasionando uma grande diminuição de ilicitude global,
assegurando a vida social, a dignidade humana e um grande avanço na segurança
pública.
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Por outro lado, para o gestor e a parte contratante precisam se preocupar
com a radioproteção, pois a segurança e a integridade de todos estão envolvidas no
processo, não apenas do inspecionado, mas também daqueles que circulam
próximo ao equipamento. Portanto, na instalação é preciso olhar para o manual do
fabricante e ver qual é a área de isolamento solicitada para cada tecnologia. a melhor forma
de fazer a instalação da solução com segurança máxima, a partir da implantação de cabines
blindadas, que minimizam a radioproteção se minimiza, devido a sua formação de um
grande material que isola a radiação excessiva.
Figura 1: Equipamento body scanner e imagem de um corpo com uma arma.
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Os scanners são capazes de detectar, além de objetos metálicos, armas não-
metálica e outros produtos contrabandeados, sendo capazes de captar sinais
somente de materiais ilegais usados pelos indivíduos sem externalizar sua nudez ou
pôr os indivíduos em situações de constrangimento enquanto sua dignidade física,
conforme foi posto na seção anterior. Nesta seção é apresentado aspectos sobre o
uso do scanner no contexto nacional, ressaltando suas vantagens e benefício para a
segurança pública no país.
Em Brasília (DF), no ano de 2013, foram anunciadas a aquisição e a doação
de 38 scanners veicular à todas as unidades da federação, para reforçar no combate
ao contrabando de pessoas, armas e tráfico de drogas. A compra dos aparelhos de
alta tecnologia foi uma iniciativa da Estratégia Nacional de Segurança Pública nas
Fronteiras (Enafron) em conjunto com o Departamento da Polícia Rodoviária Federal
(DPRF), atendendo demandas técnico-operacionais das unidades de policiamento
das regiões fronteiriças (POGUE, 2013).
Esta tecnologia captura de dados não é novidade no mercado, mas
finalmente vem contribuindo com uma relevância na relação custo benefício. É
utilizada em muitos aplicativos e cada vez mais voltada ao uso de gerenciamento
eletrônico de documentos buscando eliminação e redução da utilização de
documentos em papel, além da eficiência de fazer uma captura segura dos dados, e
recentemente de vital importância para a segurança nos aeroportos e rodovias.
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luminosidade, clima e condições da placa; reconhecimento da imagem em tempo
real.
Desta forma, existem várias formas de utilização da tecnologia de scanner
móvel como, por exemplo, na identificação de veículo por meio de reconhecimento
de placa com captura de caracteres, fiscalização, controle e estatísticas de acesso,
monitoramento de tráfego, identificação de veículos roubados e irregulares. Esses
procedimentos são realizados em blitz policial, selecionando os veículos que
realmente possuem alguma irregularidade, evitando assim constrangimento de
cidadãos idôneos e aumentando a eficiência da fiscalização (CRUZ et al, 2017, p.
217).
Esta versatilidade nas formas de utilização do scanner é um dos principais
diferencial deste recurso junto as ações dos agentes do estado no combate ao crime
de contrabando, do tráfico de drogas e também de violência no trânsito. Sendo que,
o scanner é um equipamento que tem grande utilidade para a segurança pública,
visto posto sua grande versatilidade quanto a forma e objetivo de uso.
Os scanners emissores de raios-X podem ser divididos em dois tipos, o
sistema de retroespalhamento e de transmissão. O sistema de retroespalhamento,
são fótons captados através de detectores com grandes dimensões localizados
próximos a fonte emissora de raios-X.
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pessoas em meio a multidões, integraram no aparato fornecido pela segurança
privada, na Copa de 2014 [...]” (CRUZ et al, 2017, p. 218).
De acordo com os órgãos oficiais de segurança pública, o uso do scanner
bem como os demais recursos tecnológicos na segurança do evento de 214
demonstraram ser eficazes e vantajosos para o país, em especial para controlar as
áreas de fronteira. Como se percebe, com este equipamento as ações da polícia
estão se tornando exitosas no combate ao tráfico, contrabando e em diversas outras
formas de crime.
Por outro lado, o novo é submetido a uma onda de desconfiança e movida da
mesma forma pelo medo que a humanidade tem do desconhecido, por conseguinte
sempre surge a dúvida quanto à questão de segurança em relação ao próprio
aparelho, em especial, sendo ele dentro do âmbito da Radiologia. Sendo assim, é
sempre um questionamento corrente sobre quais riscos poderia oferecer um
scanner.
De acordo com especialistas e estudos na área, exames de corpo por
varredura não representam riscos para a saúde, sendo assim é oferecido grau de
segurança confiável, comparando a varredura de corpo aos exames de mamografia,
sendo de baixa penetração.
É importante que o manuseio de scanners seja acompanhado e praticado por
Radiotecnólogos (graduado em nível superior) e técnicos em Radiologia (com curso
médio/técnico na área), a fim de se evitar que ocorra radiação nos operadores e
prejudiquem a saúde dos mesmos devido ao desconhecimento sobre técnicas de
manuseio dos mesmos.
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claro quando tais aparelhos estejam manuseados por pessoas que não detém
conhecimento, capacidades, habilidades e competência para tal.
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geração de valores e cuidados consigo, com o outro e como o meio. Porém,
devido a relevância e o perigo em que possa haver com o manuseio de
instrumentos radiológicos, a questão da segurança radiológica está descrita
na publicação da Agência Internacional de Energia Atômica International
Basic Safety Standards for Protection against Ionizing Radiation and for
Safety of Radiation Sources - Safety Series No.115, IAEA.
Quanto aos riscos, de acordo com a Food and Drug Administration e da
American Radiology, exames de corpo por varredura não representam riscos
para a saúde. Especialistas dizem que os viajantes recebem mais radiação no
voo curto do que a varredura do corpo no aeroporto (CRUZ et al, 2017).
Entretanto, a dose de radiação utilizada nos raios-x em aeroportos tem baixa
dose de penetração. A radiação ultrapassa as roupas e as primeiras camadas
da pele, o que é confirmado pelo Doutor John Johnson, que é médico
especialista em redução de risco de radiação em Scripps Mercy Hospital,
afirmando que em vários relatórios ao longo da última década demonstram
que a radiação de uma varredura em aeroporto é 1/1000 de uma radiografia
de tórax, sendo muito menor do que fazer uma mamografia (CRUZ et al,
2017).
É importante que o manuseio de scanners seja acompanhado e
praticado por Radiotecnólogos (graduado em nível superior) e técnicos em
Radiologia (com curso médio/técnico na área), a fim de se evitar que ocorra
radiação nos operadores e prejudiquem a saúde dos mesmos devido ao
desconhecimento sobre técnicas de manuseio dos mesmos. Entretanto, até o
momento, não existe profissionais de técnicas radiológicas operando em
instalações com Body scan ou scanner móvel (JESUS, 2021).
Os operadores devem estar sempre usando a proteção radiológica
durante os procedimentos, tendo em vista que os efeitos biológicos das
radiações ionizantes podem acontecer a qualquer momento, ainda os relatos
é que a radiossensibilidade celular está diretamente relacionada à taxa de
dose exposta principalmente na reprodução celular como, por exemplo: pele,
tireoide, gônadas e cristalino (SANTANA, 2013).
As normas regulatórias, os limites permissíveis e um Plano de Proteção
Radiológica para as instalações que executam práticas com radiação
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ionizante, tem por objetivo garantir o seu uso correto e seguro. Procedimentos
para situações de emergência também devem ser definidos para o caso do
desvio da normalidade de funcionamento de uma instalação ou prática
radiológica.
Por conseguinte, as radiações externas podem ser controladas
operando-se com três parâmetros fundamentais: tempo, distância e
blindagem. Desta forma, em relação ao tempo, constata-se que a dose
acumulada por uma pessoa que trabalha numa área exposta a uma
determinada taxa de dose é diretamente proporcional ao tempo em que ela
permanece na área (KÜHNA, P.; HUHNA, 2017). Essa dose pode ser
controlada pela limitação desse tempo. Sendo assim, quanto melhor for o
treinamento do operador, a otimização de sua habilidade, assegura um tempo
menor manuseando o scanner.
Os dois outros fundamentos, são os mais utilizados, que trata da
distância e da blindagem. A questão da distância só se aplica quando
considerado uma fonte puntiforme, ou seja, suas dimensões são
insignificantes em comparação a distância, em outras palavras, para se evitar
a radiciação deve-se manter bem distante da fonte da mesma (KÜHNA, P.;
HUHNA, 2017).
As pessoas que trabalham com fontes ou geradores de radiação
ionizante devem dispor de procedimentos técnicos bem elaborados de modo
que o objetivo da tarefa seja concretizado e sua segurança esteja garantida
contra exposições desnecessárias ou acidentais (CARVALHO, 2019). Os
cuidados mencionados anteriormente, fatores de tempo e distância em
relação às fontes radioativas estão implícitos na habilidade e destreza de um
técnico bem treinado para a tarefa, sendo preparado para não apresentar
hesitações durante sua execução, sua duração é mínima(tempo); por dominar
todos os elementos do processo, não comete enganos, se posiciona no lugar
adequado(distância) e com a postura correta.
Entretanto, em certas situações, principalmente quando se opera com
fontes intensas ou níveis elevados de radiação, além de colimadores,
aventais, labirintos e outros artefatos, é necessário introduzir outro fator de
segurança: a blindagem ou barreira (CARVALHO, 2019). A escolha do
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material de blindagem depende do tipo de radiação, atividade da fonte e da
taxa de dose que é aceitável fora do material de blindagem.
Dentre as principais boas práticas em radioproteção destaca-se a
elaboração de um plano formal e detalhado para a proteção radiológica da
atividade. Esse Plano de Proteção Radiológica é redigido com todas as
orientações a serem seguidas tanto pela equipe de radioproteção como todos
que estiverem ligados direta ou indiretamente à atividade exposta à radiciação
(TAUHATA et al, 2014). Sendo assim, toda instalação que opera com material
radioativo deve preparar este plano descrevendo as diretrizes de proteção
radiológica que serão adotadas por toda a instalação ., constando os seguintes
aspectos:
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Nos últimos anos, a entrada de armas, drogas, explosivos e celulares em
presídios, aeroportos e fronteiras têm sido uma preocupação para os gestores de
segurança pública. E devido ao aumento exorbitante do tráfego de pessoas,
produtos lícitos e ilegais nestes espaços, foi necessário para o Brasil, como para
outras nações, o uso de scanner corporal chamado bodyscan. Neste contexto, foi
objeto de investigação desta pesquisa a eficiência desta metodologia no combate ao
tráfego de produtos ilícitos no Brasil, a partir do questionamento levantado será que
a aplicação dessa nova tecnologia no sistema de segurança pública brasileiro gerou
resultados efetivos no controle e apreensão de produtos ilícitos entre 2011 e 2020.
A pesquisa propôs analisar a aplicação dos métodos de diagnóstico por
imagem como importante meio para a detecção e apreensão de produtos ilícitos,
substituindo as revistas intimas tradicionais. Desse modo, constata-se tanto seu
objetivo geral quanto os específicos foram atendidos, pois através do
desenvolvimento de sua metodologia de pesquisa, deixando claro sua eficiência na
detectação de objetos escondidos no corpo de pessoas, dentro de objetos e
veículos, com menor exposição dos agentes de segurança ao perigo de reação por
parte dos infratores.
Conforme o primeiro objetivo deste estudo de apresentar breve
contextualização histórica do uso da tecnologia de radiação a serviço da segurança
pública mundial e nacional, onde foi demonstrado que a partir de seu uso pela
primeira vez no Japão, em 2010, foi logo adotado em todos os serviços de
segurança internacionais e também pelo Brasil, com grande participação nas ações
da segurança das rodovias, aeroportos e divisas do país.
No segundo objetivo, trouxe uma exposição sobre as formas de uso do
scanner pelos serviços e órgãos de segurança, ficando confirmado sua eficiência
para detectar, além de objetos metálicos, armas não-metálica e outros produtos
contrabandeados, sendo capazes de captar sinais somente de materiais ilegais,
demonstrando confiabilidade e precisão na leitura de placas, reconhecimento
variado, condições de imagem, no que tange a luminosidade, clima e condições da
placa; reconhecimento da imagem em tempo real.
E seu terceiro objetivo veio abordando questões em todo da radioproteção,
cuja contribuição demonstrou a importância dos cuidados com o manuseio de
scanners e a relevância que seja acompanhado e praticado por Radiotecnólogos
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(graduado em nível superior) e técnicos em Radiologia (com curso médio/técnico na
área), a fim de se evitar que ocorra radiação nos operadores e prejudiquem a saúde
dos mesmos devido ao desconhecimento sobre técnicas de manuseio dos mesmos.
Por fim, esta pesquisa demonstrou o avanço no serviço de segurança no que
se refere a detectação de objetos ilícitos e ilegais contrabandeados pela organização
criminal nos aeroportos, rodovias, presídios, qualificando as ações dos agentes de
segurança. Sendo sugerido que novos estudos sejam realizados como forma de
compreensão melhor do campo de atuação e da importância da Radiologia para a
sociedade brasileira.
REFERÊNCIAS
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https://inis .iaea.org/collection/NCLCollectionStore/_Public/49/034/49034188.pdf
Acesso em 05 de dezembro de 2021.
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