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EYE TRACKING NA ERGONOMIA: DISCUSSÃO A PARTIR DE UMA ANÁLISE


MULTICASOS Rubenio dos Santos Barros

Conference Paper · December 2020


DOI: 10.29327/127430.1-11

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4 authors, including:

Rubenio dos Santos Barros Carmen Riascos


Federal University of Santa Catarina Federal University of Santa Catarina
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Eugenio Andrés Díaz Merino


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23 a 27 de novembro de 2020

EYE TRACKING NA ERGONOMIA: DISCUSSÃO A PARTIR DE UMA


ANÁLISE MULTICASOS

Giselle Schmidt Alves Díaz Merino


Universidade Federal de Santa Catarina, Universidade do Estado de Santa Catarina
gisellemerino@gmail.com

Rubenio dos Santos Barros


Universidade Federal de Santa Catarina
rubeniobarros@gmail.com

Carmen Elena Martinez Riascos


Universidade Federal de Santa Catarina
carmen.elena88@gmail.com

Eugenio Andrés Díaz Merino


Universidade Federal de Santa Catarina
eugenio.merino@ufsc.br

Resumo

O rastreamento ocular apresenta-se como uma ferramenta para compreensão,


complementação, validação e averiguação de aspectos relacionados ao movimento do
olhar, proporcionando informações precisas acerca da percepção visual. A aplicação deste
recurso à Ergonomia possibilita diversas oportunidades de atuação frente às dificuldades
na aferição e acompanhamento dos processos visuais, possibilitando assim, a superação
dos aspectos subjetivos relacionados a essas variáveis. Desta forma, investigar como
rastreamento ocular (eye tracking) contribui para o atendimento das problemáticas de
mensuração dos processos visuais em investigações ergonômicas foi o objetivo desta
pesquisa, caracterizada de natureza aplicada, objetivos exploratório-descritivo, abordagem
qualitativa e procedimentos técnicos apoiados em pesquisa bibliográfica e documental.
Foram realizadas duas etapas, sendo uma teórica com a análise de um portfólio delimitado
a publicações que utilizaram o rastreamento ocular, e outra descritiva-prática com
aplicações associadas à Ergonomia. A análise do portfólio demonstrou que a tecnologia
pode atuar na investigação das condições informacionais e de orientação no deslocamento
de pessoas com deficiência, auxiliando no projeto de ambientes acessíveis; no
melhoramento de interfaces; na investigação das condições ambientais que levam ao
ofuscamento visual; como ferramenta de neuromarketing no projeto de embalagens; como
abordagem no design de serviços centrados no usuário; e no estabelecimento de conexões
entre a satisfação e os movimentos oculares. Já a etapa descritiva-prática revelou que,
além do auxílio no aumento da performance de atletas, o eye tracking consegue exceder
um escopo de aplicação pontual e pode ser utilizado como suporte ao planejamento de
processos gerenciais produtivos, fornecendo tanto dados qualitativos quanto quantitativo
da percepção.

Palavras chave: Rastreamento ocular. Eye tracking. Ergonomia.


Eye tracking na Ergonomia: discussão a partir de uma análise multicaso
Riascos, Carmen; Barros, Rubenio; Merino, Giselle; Merino Eugenio

1. INTRODUÇÃO

Os seres humanos realizam diversas ações, tomadas de decisões e comportamentos


associados aos movimentos do olho e à fixação do olhar. O estudo desses processos
relacionados à visão contribui na compreensão do sistema visual, dos mecanismos
relacionados à percepção, assim como de aspectos do comportamento cerebral.
Nesse contexto de investigação dos processos visuais, as tecnologias de medição de
sinais psicofisiológicos, como o eye tracking, podem auxiliar na identificação de variações
emocionais, gerando dados quantitativos que venham a reforçar, complementar ou validar
informações subjetivas coletadas durante as análises (Yang; Wang, 2015).
O eye tracking é uma tecnologia que permite capturar, identificar e medir os movimentos
oculares de um indivíduo, revelando para onde a atenção visual é dirigida. Com o
equipamento (eye tracker), é possível identificar em que áreas a pessoa fixa a sua atenção,
por quanto tempo e qual ordem segue na sua exploração visual. Assim como a dilatação
da pupila e a alteração do piscar indicam variação na atenção. O objetivo desta
instrumentação tecnológica é a obtenção de aferições objetivas, gerando dados
quantitativos sobre os problemas de design (Merino et al., 2017a).
As métricas do rastreamento ocular usualmente consideradas são: Fixação do olhar,
quando o olhar permanece estável em uma área da exibição visual durante 200-300 ms; e
dilatação da pupila, onde o aumento no diâmetro da pupila pode indicar interesse ou atração
por uma determinada fonte de estímulo visual (Bergstrom; Schall, 2014).
A identificação do interesse que o usuário mostra no que está observando, a fidelidade
da informação capturada e suas análises permitem uma variedade de aplicações em áreas
como engenharia, neurologia ou psicologia, dentre outras (Yang; Wang, 2015).
Na área da saúde, o eye tracking pode ser usado no diagnóstico e tratamento de
pacientes e no treinamento de pessoal médico (Shinnick, 2016). No Design e na publicidade
pode-se analisar os processos de comunicação com o cliente de modo a criar formas
efetivas de promoção e inovar nos produtos ou serviços (Riascos, 2018). Na aeronáutica,
pode ser aplicado em testes da eficácia de sistemas eletrônicos de mapas para navegação
de voo e no treinamento dos pilotos (Ahlstrom; Friedman-berg, 2006). Uma das áreas que
pode ser destacada acerca das possibilidades de usufruto dos benefícios do rastreamento
ocular é a Ergonomia.
A Ergonomia vem desempenhando um papel de destaque nas atividades do ser humano,
permitindo o aprimoramento das características dos produtos e serviços, oferecendo bem-
estar ao usuário e melhorando os índices de produtividade. De acordo com a International
Ergonomics Association (IEA), a Ergonomia pode ser entendida como “uma disciplina
científica que estuda as intervenções entre os seres humanos e outros elementos do
sistema; é a profissão que aplica teorias, princípios, dados e métodos a projetos procurando
otimizar o bem estar humano e o desempenho global de sistemas” (Iida; Buarque, 2016;
IEA, 2020).
No escopo ergonômico, o eye tracking pode ser utilizado nas investigações acerca das
interações com produtos e serviços, em atividades esportivas, ocupacionais ou de lazer,
contribuindo para o conhecimento sobre o movimento ocular e sobre a sua relação com os
processos cognitivos. A aplicação da tecnologia pode ser feita de forma dinâmica ou
estática, em ambientes fechados ou abertos, em atividades desenvolvidas em ambiente
real ou controlado/simulado, permitindo uma variedade de aplicações em Ergonomia,
Design e saúde (Merino et al., 2017a).
Dentre os exemplos de aplicação ergonômica, podem ser citada a aplicação em testes
de usabilidade de plataformas digitais para geração de produtos (Marques, 2019); na
investigação das estratégias dos usuários durante o uso de interfaces de computador
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(Gobbi et al., 2017b), sendo que na interação humano-computador (IHC) estudos


demonstraram que na realização de tarefas simples, o usuário pode reduzir em até 60% do
tempo de execução das atividades ao selecionar um objeto por meio da técnica eye gaze,
se comparado com o uso do mouse (Jacob; Kam, 2003); nos processos pedagógicos,
diagnosticando as dificuldades de aprendizagem (Luegi; Costa; Faria, 2011); nos aspectos
de securitários, auxiliando nas técnicas de capacitação pela elucidação dos padrões de
busca visual durante tarefas de inspeção (Hasanzadeh; George; Dodd, 2017), na validação
das rotas de fuga e a localização dos avisos guia; identificação de riscos ocupacionais,
dentre outros.
Além das possibilidades citadas, entende-se que a tecnologia pode oferecer
oportunidades de estudos ergonômicos a serem exploradas, especialmente em situações
com aspectos ou dados subjetivos que podem ser complementados pela abordagem e
forma de análise que o eye tracking proporciona objetivamente.
Assim, este artigo tem como objetivo investigar como rastreamento ocular (eye tracking)
contribui para o atendimento das problemáticas de mensuração dos processos visuais em
investigações ergonômicas. Para tanto, são apresentados pesquisas, relatos e discussões
das contribuições da tecnologia de rastreamento ocular oriundos de estudos desenvolvidos
ou fomentados pelo Núcleo de Gestão de Design e Laboratório de Design e Usabilidade
(NGD-LDU) da Universidade Federal de Santa Catarina.

2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Esta pesquisa pode ser caracterizada como sendo de natureza aplicada e objetivos
exploratório e descritivo. Possui ainda abordagem qualitativa e como procedimento técnico
a pesquisa bibliográfica e documental (Gil, 2008).
A seguir, são descritas as duas etapas realizadas para execução deste estudo, sendo
ambas delimitadas às pesquisas vinculadas aos NGD-LDU. A primeira etapa está
relacionada com a análise de publicações que se utilizaram do rastreamento ocular em
investigações com foco ergonômico, enquanto que a segunda etapa consistiu em analisar
exemplos de coletas realizadas com o suporte tecnológico oferecido pelo NGD-LDU. Assim,
foram selecionados os documentos que apresentavam uma aplicação prática da tecnologia
de rastreamento ocular em seus procedimentos e resultados.

2.1. Análise das publicações

O critério de inclusão das publicações que compõem o portfólio de análise deste estudo
são as pesquisas publicadas até o momento (setembro 2020) dentro do escopo pré
determinado, ou seja, as publicações científicas relacionadas ao NGD-LDU que utilizaram
a tecnologia de rastreamento ocular em seus procedimentos metodológicos.
Fazem parte desse portfólio oito estudos: três artigos de periódicos (Schmidt et al., 2016;
Merino et al., 2018a; Moraes et al, 2018), três artigos publicados em anais de eventos
(Gobbi et al., 2017b; Goedert; Pereira, 2017; Vavolizza et al., 2018), um capítulo de livro
(Gobbi et al., 2018) e uma dissertação (Locks, 2016).
Dentre os pontos observados, têm-se as áreas investigadas, o ano das publicações, a
natureza e a abordagem das pesquisas, os objetivos, o local de realização das coletas, o
perfil dos participantes dos experimentos, os procedimentos e ferramentas utilizadas, a
forma de apresentação dos dados obtidos por meio do eye tracking, as recomendações
para estudos futuros, as limitações e atenções necessárias quanto ao uso da tecnologia,
além das contribuições dos estudos quanto ao uso do rastreamento ocular.
Eye tracking na Ergonomia: discussão a partir de uma análise multicaso
Riascos, Carmen; Barros, Rubenio; Merino, Giselle; Merino Eugenio

Para estratificar as variáveis investigadas, foi realizado o fichamento das publicações e,


em seguida, criou-se uma planilha do Microsoft Excel para agrupamento das informações
correlatas, facilitando a comparação e discussão entre os estudos.

2.2. Aplicações práticas

Em conjuntos com discussão a partir das publicações, são apresentados casos de


utilização do eye tracking em diferentes situações de uso, de modo a se analisar a
aplicação, os benefícios e as particularidades relacionadas a cada situação abordada. Junto
a isso, estruturou-se uma discussão entre as publicações e os achados dos relatos de
aplicação da tecnologia com a Ergonomia.
As informações sobre as aplicações práticas aqui apresentadas foram selecionadas a
partir de relatórios técnicos pós experimentação que foram gerados pelas equipes
envolvidas nas coletas. Foram selecionadas duas pesquisas: análise do comportamento de
tenistas durante treinamento (Merino et al., 2018b); e análise da interação espacial,
gerencial e informacional do estoque do setor de processamento de uma cooperativa de
bananicultores (Barros, 2020).
O equipamento utilizado nas coletas (e também nas publicações analisadas) é o SMI
Eye Tracker Glasses (Figura 1) do Núcleo de Gestão de Design e Laboratório de Design e
Usabilidade (NGD-LDU). Esse equipamento é composto por um par de óculos equipado
por sensores infravermelhos e câmeras que permitem identificar a movimentação do olhar,
assim como a dilatação da pupila. O eye tracking da SMI utiliza dois softwares no
processamento de dados: iView, versão 2.6, para realizar as coletas e o BeGaze, versão
3.6, para realizar as análises. Cada análise pode ser realizada para um ou vários
participantes, gerando apreciações individuais ou coletivas segundo a preferência do
pesquisador.

Figura 1. Eye Tracker – possibilidade uso com smartphone ou com computador (acervo NGD/LDU)

3. RESULTADOS

A seguir, tem-se a análise das publicações, seguidas do detalhamento das aplicações


práticas e a apresentação das discussões acerca da relação observada entre o eye tracking
e a Ergonomia.

3.1. Análise das publicações

Dentro da amostra, as áreas que foram investigadas nos estudos foram Design de
Interfaces (Schmidt et al., 2016; Gobbi et al., 2017b; Gobbi et al., 2018; Moraes et al., 2018),
ambiente construído e design da informação (Merino et al., 2018a), Design de Serviços
(Vavolizza et al., 2018), Ambiente construído/arquitetura (Goedert; Pereira, 2017) e Gestão
de Design associada ao Design de Embalagens (Locks, 2016).
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O ano de publicação varia entre 2016 a 2018, sendo 2018 o ano com maior número de
documentos (quatro). Quanto a natureza, todos os documentos selecionados podem ser
caracterizados como aplicados. Acerca da abordagem, todos eram qualitativos, exceto
Goedert e Pereira (2017), que foi descrito como quali-quantitativo.
Em relação aos objetivos, Moraes et al. (2018) buscaram verificar a qualidade da
usabilidade do recurso Avatar de Tradução (português/libras) de um site institucional,
Merino et al. (2018a) investigaram o foco de atenção visual de pessoas com deficiências
motoras, Schmidt et al. (2016) investigaram a usabilidade de um e-reader, Gobbi et al.
(2018) avaliaram um material didático em libras para verificar o foco atencional entre as
imagens, as legendas e a língua de sinais apresentada, Gobbi et al. (2017b) verificaram a
possibilidade de medição da satisfação em testes de usabilidade por meio de fixações e
dispersão do olhar em um site, Vavolizza et al. (2018) buscaram a proposição de um design
de serviço para uma biblioteca universitária a partir de uma abordagem centrada no usuário,
Goedert e Pereira (2017) verificaram uma abordagem metodológica a fim de avaliar as
influências temporais de visualização, direcionamento o olhar e conteúdo de cena na
probabilidade de ofuscamento em ambientes de escritório, e Locks (2016) objetivou
identificar as informações relevantes para o consumidor, e para desenvolver e avaliar uma
proposta de embalagem de travesseiro.
Acerca dos locais onde foram realizadas as coletas, cinco são oriundos de Florianópolis
– SC (Locks, 2016; Schmidt et al., 2016; Goedert; Pereira, 2017; Gobbi et al., 2017b;
Vavolizza et al., 2018), dois foram realizados no município de Palhoça – SC (Moraes et al.,
2018; Gobbi et al., 2018), e um teve as coletas feitas em João Pessoa – PB (Merino et al.,
2018a).
O perfil das amostras variou significativamente: Moraes et al. (2018) e Gobbi et al. (2018)
investigaram indivíduos surdos; Merino et al. (2018a) realizou experimentos com um
usuário de cadeira de rodas e um indivíduo com mobilidade reduzida; Schmidt et al. (2016)
e Goedert e Pereira (2017) tiveram como amostra alunos universitários; Locks (2016) teve
uma amostra heterogênea por conveniência; e Vavolizza et al. (2018) e Gobbi et al. (2017b)
não forneceram dados detalhados acerca da composição de suas amostras.
Em relação aos procedimentos estruturados, observou-se que as ferramentas mais
utilizadas associadas ao rastreamento ocular foram os questionários (demográfico, de
satisfação, System Usability Scale – SUS, Measure Product Emotion – PrEmo, etc.) e as
observações. Além dessas, foram utilizadas a Jornada do Usuário, a técnica Pensamento
em Voz Alta e a Visita Guiada. A associação do rastreamento ocular a essas ferramentas
foi justamente para fins comparativos dos dados obtidos e, na maioria dos estudos,
equiparar o mapeamento ocular às ferramentas subjetivas.
Ao todo, cinco dos estudos (Schmidt et al., 2016; Gobbi et al., 2017b; Goedert; Pereira,
2017; Gobbi et al., 2018; Moraes et al., 2018), buscaram de alguma forma investigar
aspectos relacionados à satisfação a partir dos procedimentos estruturados. A principal
forma de apresentação dos dados obtidos por meio do eye tracking foi por gráficos de
caminho do olhar (Scan Path), seguida do uso de mapas de calor (Heat Maps).
O estudo de Merino et al. (2018a) utilizou o eye tracking não como um complemento,
mas como a ferramenta central na investigação. Seu uso mostrou que os participantes não
fixaram o olhar em pontos específicos. No contexto do estudo, a dispersão na fixação
indicou que a falta de identificação visual causou problemas de orientação no deslocamento
interno. Além disso, foi possível confirmar que o nível de altura do campo visual dos
usuários de cadeira de rodas é menor do que o daqueles que realizam o deslocamento em
pé, confirmando a necessidade de apresentação dos elementos visuais em altura entre
1,20 a 1,40m em relação ao nível do piso.
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Riascos, Carmen; Barros, Rubenio; Merino, Giselle; Merino Eugenio

Os achados de Merino et al. (2018a) indicaram ainda que a falta de informações visuais
causa dificuldades para as pessoas identificarem o caminho correto para o deslocamento
dentro de um edifício, e que o uso do eye tracking como tecnologia assistiva traz
assertividade à tomada de decisões para a criação de ambientes acessíveis. Assim, os
autores validaram a aplicação do eye tracking no suporte ao processo de tomada de
decisão dos profissionais para tornar ambientes mais acessíveis.
Gobbi et al. (2017b) afirmam que seus resultados obtidos com o uso do eye tracking,
em sua maioria, demonstraram que quanto maior o número de fixações e quanto maior o
número de dispersão das fixações, mais negativos eram os resultados encontrados nas
outras duas ferramentas utilizadas (SUS e PrEmo). Os dados sugerem uma relação inversa
entre o número de fixações e dispersões em uma interface web (1) e a satisfação (2). Os
autores entendem que um número de fixações mais alto pode indicar uma alta carga
cognitiva.
Goedert e Pereira (2017) afirmam que, com relação à variação do olhar, este se manteve
fixo nas tarefas solicitadas durante os experimentos. Contudo, quando se tinham atrativos
no ambiente, a direção da visão se voltava para eles. Os autores afirmam que a direção e
o tempo de visualização para cada direção podem interferir nos resultados comparativos
entre os dados subjetivos dos usuários e os índices de probabilidade de ofuscamento
calculados para o ambiente.
Vavolizza et al. (2018) utilizaram o eye tracking nas etapas de levantamento de dados
(coleta), na ideação (análise dos dados coletados) e na caracterização objeto de estudo.
Os autores apontam que as análises da observação sistemática com a tecnologia
colaboraram para reforçar a necessidade de um projeto de serviço na BU com enfoque nas
pessoas.
Locks (2016) afirma que o eye tracking no estudo foi uma ferramenta de neuromarketing
e teve como função complementar a investigação sobre o comportamento do consumidor
em relação à embalagem do travesseiro de fibra, proporcionando uma nova perspectiva
com informações qualitativas e quantitativas. Em relação à avaliação da embalagem, foi
identificado com a tecnologia a presença de três pontos de atenção dentre os elementos
apresentados, onde se pode concluir que a rota de atenção entre os elementos que
predominou no teste foi: indicação posição de dormir (1º), informação sobre a ação
microbiana (2º) e o desenho técnico (3º).
Com o suporte da tecnologia, Moraes et al. (2018) identificaram diferentes problemas
relacionados a usabilidade e ao design de interfaces, principalmente em relação a
localização do avatar no site analisado e em relação à insatisfação dos usuários com a
tradução e interação que este recurso oferecia. Os autores afirmam que os resultados
quantitativos do equipamento corroboraram os depoimentos relacionados à satisfação dos
usuários, obtidos por meio do questionário qualitativo (Moraes et al., 2018).
O que se observou em comum foi que os usuários tiveram esforço e levaram certo tempo
para encontrar o Avatar na plataforma, sendo que eles foram avisados desse recurso no
site; caso contrário, poderiam não ter encontrado. A pesquisa conclui que a utilização de
avatares ainda não pode ser assumida como uma solução para inclusão e acesso à
informação pelos sujeitos surdos (Moraes et al., 2018).
Gobbi et al. (2018) identificaram com o eye tracking que o usuário surdo fixa o olhar
mais vezes no intérprete do que nos outros recursos do vídeo analisado e que, de forma
geral, o tempo de fixação no intérprete é maior. Esse dado demonstra que o usuário surdo
tem preferência pela informação que é transmitida por meio do intérprete, sendo que alguns
usuários praticamente ignoraram a legenda em português. Já quando há uma informação
soletrada pelo intérprete (português soletrado em língua de sinais), o usuário prefere olhar
para a palavra escrita.
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Já Schmidt et al. (2016), durante o estudo da eficácia do dispositivo analisado (e-reader),


detectaram uma não correspondência de expectativas de alguns participantes quanto à
interface. Considerando os dados provenientes do experimento, pode-se dizer que o ponto
crítico na usabilidade no aparelho está na pouca intuitividade da interface. Isto pode ser
observado na dificuldade dos participantes na realização das tarefas que traziam elementos
particulares desse sistema, como a busca de palavras em dicionários e seleção de trechos
de textos que exigiam comandos específicos não comumente utilizados em interfaces
móveis.
Dentre as pesquisas que indicaram alternativas de estudos futuros relacionados
especificamente ao uso do rastreamento ocular (Locks, 2016; Schmidt et al., 2016; Gobbi
et al., 2017b; Moraes et al., 2018; Merino et al., 2018a), pode-se destacar as propostas
apresentadas por Merino et al. (2018a), que indicaram a possibilidade de estudos utilizando
o eye tracking para identificar como se dá a percepção das pessoas com deficiência motora
nas vias de fuga de edifícios, estabelecer comparações entre usuários experientes e
usuários inexperientes, e identificar a percepção desses indivíduos na rua ou em outros
interiores de edifícios.
Gobbi et al. (2017b) apontam a necessidade de mais estudos (com amostras maiores,
assim como recomendado por Locks, 2016) para uma conclusão mais concreta de
confirmação que as fixações e as dispersões são inversamente proporcionais à satisfação
do usuário. Sugerem ainda a análise de outras variáveis possibilitadas pelo eye tracking
que não foram consideradas, como o número de piscadas, e os movimentos sacádicos.
Moraes et al. (2018), sugerem a realização de testes com tarefas específicas para
avaliar o uso de avatares para leitura de textos longos e a possibilidade de verificar o grau
de satisfação dos surdos ao utilizar outros Avatares, levantando comparações e possíveis
aprimoramentos.
Em relação ao uso da tecnologia, Gobbi et al. (2017b) destacou a necessidade de
cuidados quanto a interferências no processo de calibração, que inviabilizaram o registro
adequado dos movimentos oculares e que resultou na desconsideração dos registros de
alguns participantes da amostra.
Essa condição destaca a importância do planejamento cuidadoso da coleta, a atenção
quanto às características dos indivíduos e o atendimento aos critérios técnicos do
equipamento, de modo que não haja a perda de dados durante o processo de análise.
É preciso, especialmente em casos em que a amostra é limitada ou o experimento será
realizado com grupos bem específicos, ter ciência das características dos indivíduos para
confirmação de que as configurações e ajustes do equipamento serão capazes de
contornar aspectos que comprometam a calibração, como por exemplo, o conhecimento
prévio de que as lentes corretivas do equipamento serão capazes de contornar determinado
grau de miopia ou hipermetropia que um indivíduo possa possuir, evitando assim falhas na
coleta.
Após a realização dos experimentos e durante as análises dos dados, os estudos
conseguiram identificar elementos que merecem atenção no uso da tecnologia de
rastreamento ocular para garantir a confiabilidade e precisão dos dados. Merino et al.
(2018a) ressaltam a importância da consideração dos fatores ambientais (umidade,
temperatura, conforto térmico, etc.) na condução dos experimentos, especialmente durante
a calibração. Relatam ainda a necessidade de atenção quanto ao embaçamento das lentes
e acúmulo de suor na estrutura do equipamento devido a eventual transpiração para que
não haja a perda do rastreamento durante o uso e, portanto, não haja o comprometimento
dos dados.
Merino et al. (2018a) destacam ainda a importância de se obter registros (fotografias,
vídeos) suficientes dos locais onde são realizados os experimentos, levando em
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consideração especialmente as áreas de interesse (AOI) a serem observadas durante as


etapas de análise dos dados, de modo que seja possível correlacionar adequadamente os
movimentos oculares registrados e os objetos de estímulos aos quais esses movimentos
estão relacionados.
Acerca da execução dos experimentos, Locks (2016) recomenda que após o processo
de calibração seja fornecido ao participante um período de adaptação ao equipamento, de
modo a sentir-se à vontade antes do início dos testes. Esse aspecto não foi mencionado
nos demais estudos analisados, mas acredita-se que seja uma alternativa interessante para
que não haja a interferência na coleta dos dados devido a eventual desconforto e/ou
dispersão da atenção ao longo dos experimentos. Já Goedert e Pereira (2017) sugerem a
incorporação de pausas entre as tarefas dos experimentos.
Essas recomendações podem contribuir para o planejamento de novos experimentos e
para o sucesso das coletas, auxiliando na garantia dos padrões de confiabilidade
necessários.

3.2. Detalhamento dos casos

Como indicado na Figura 2, os casos selecionados fazem parte de um conjunto de


pesquisas desenvolvidas ou em andamento dentro do NGD-LDU. Os exemplos listados
apresentam a versatilidade da tecnologia e suas aplicações.

Figura 2. Casos selecionados para discussão (autores, 2020)

a) Primeira coleta: a primeira aplicação prática a ser discutida esteve relacionada ao


estudo do comportamento de tenistas durante treinamento, tendo sido o resultado de
coletas realizadas com 5 tenistas para comparar e avaliar o comportamento visual de
atletas de diferentes níveis na execução dos movimentos denominados saque e
devolução/resposta. Além disso, pretendeu-se estudar a capacidade de antecipação dos
atletas, e avaliar os pontos de fixação do olhar antes e durante os saques e devoluções.
Com o eye tracking, foi possível comparar os resultados entre cada atleta e a forma como
cada um percebia os estímulos visuais (bola, a quadra e o outro jogador na área oposta).
Isso forneceu indícios quanto às diferenças na percepção dos estímulos visuais que
contribuíram para uma melhor resposta por parte dos atletas com maiores índices de
aproveitamento, bem como forneceu pistas quanto às ações realizadas pelos atletas com
menor rendimento que poderiam ser melhor trabalhadas para aumentar a performance. Um
dos gráficos utilizados nessas comparações foi o caminho do olhar (Figura 3), que identifica
os pontos de fixação dos tenistas que permitiram ao treinador analisar e aplicar técnicas
esportivas na performance dos atletas. Assim, pode haver o melhoramento no rendimento
esportivo por meio do ensinamento do jogador a fixar-se em determinadas zonas da quadra
com base na análise fisiológica do movimento ocular e calculando-se o tempo de reação
nas jogadas (Merino et al., 2018b).
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Figura 3. Caminho do olhar dos tenistas (acervo NGD/LDU)

b) Quarta coleta: esta coleta contou com a participação de duas trabalhadoras para a
análise da interação espacial, gerencial e informacional do estoque do setor de
processamento de uma cooperativa de bananicultores. o eye tracking foi utilizado de modo
a compreender a percepção do usuário na detecção de elementos dentro do ambiente para
se analisar a eficiência na interação do usuário com as configurações do estoque e o quão
apto está o usuário a identificar esses elementos a partir da organização atual (Figura 4).
Como resultados, identificou-se que a organização dos produtos e insumos dentro o
estoque não apresentava delimitações e distribuições bem definidas, não contribuíam para
um fluxo racional das atividades desempenhadas, além do fato de que o ambiente
apresentava uma carência informacional que interferia na identificação e controle dos
produtos fabricados. Nesta coleta, os dados do rastreamento ocular permitiu identificar com
precisão os pontos sensíveis passíveis melhoria que podem contribuir para uma proposta
do layout condizente com a percepção dos usuários, e possibilita processos e tomadas de
decisão mais eficientes e confiáveis por meio do trabalho do design gráfico, informacional
e do arranjo interno (Barros, 2020).

Figura 4. Caminho do olhar do trabalhador (acervo NGD/LDU)

3.3. Análise das contribuições do eye tracking pela perspectiva da Ergonomia

Nos resultados e discussões apresentados acerca das publicações e coletas realizadas,


ratifica-se o eye tracking como uma ferramenta capaz de oferecer o suporte necessário à
tomada de decisão na busca do atendimento das especificações ergonômicas que
contribuam para o bem-estar do usuário. Os multicasos observados comprovam a
viabilidade de aplicação em diferentes contextos, e a forma de detecção das informações
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referente às percepções dos indivíduos é especialmente importante nos estudos


demandavam a precisão nos pontos observado/fixados, como no caso dos experimentos
com os tenistas e na organização interna do estoque.
Mesmo nos casos em que a Ergonomia não foi abordada de forma direta, o potencial de
contribuição do eye tracking se manteve presente, impactando em todo o processo de
análise da interação, influenciando nos processos decisórios em prol de melhoria e
contribuindo para a validação das soluções pensadas.
A tecnologia conseguiu construir conexões consideradas significativas entre os dados
fisiológicos captados e a percepção da satisfação (Gobbi et al., 2017b). A facilidade com o
que o eye tracking permite a comparação entre variáveis de diferentes usuários,
experimentos e momentos, o torna um importante viabilizador de processos de validação
de soluções que buscam melhorias ergonômicas.
Quando se pensa em projeto ergonômico, é fundamental a garantia da consideração e
construção de critérios fidedignos à percepção e preferências do usuário final. O eye
tracking atua justamente nesse sentido, correlacionando os fatores externos aos processos
visuais, que por sua vez, fornecem indicações quanto aos processos cognitivos realizados.
Em suma, a tecnologia pode ser utilizada com parte de metodologias em prol de uma
abordagem centrada no usuário.
Como apresentado pelas publicações analisadas, a tecnologia conseguiu
embasar/ratificar as ferramentas subjetivas e, em alguns casos, até mesmo contribuiu para
contornar aspectos subjetivos intrínsecos das pesquisas, trazendo maior confiabilidade aos
resultados.
Um ponto que merece ser destacado é que, por meio de questionários por exemplo, o
usuário pode indicar uma incompatibilidade, incongruência ou insatisfação frente a um
aspecto observado. Entretanto, algumas informações importantes, até mesmo sutis mas
significativas, podem ser perdidas nessa forma de obtenção dos dados. Por outro lado, com
o eye tracking é possível saber exatamente qual a causa, em que momento e por quanto
tempo da interação ocorreu essa incompatibilidade. Isso reafirma o pensamento defendido
ao longo deste artigo sobre sua capacidade de proporcionar maior assertividade acerca de
variáveis subjetivas vinculadas ao olhar em estudos ergonômicos.

4. CONCLUSÃO

Este artigo buscou apresentar, a partir de um conjunto de multicasos, como a tecnologia


de rastreamento ocular pode contribuir na redução de incertezas na mensuração e
acompanhamento dos movimentos do olhar em estudos ergonômicos. Tanto as
publicações analisadas quanto às aplicações práticas demonstraram que, direta ou
indiretamente, o eye tracking contribuiu para soluções mais ergonômicas.
Em Ergonomia, a coleta de informações visuais dos indivíduos pode ser vital para o
desempenho das tarefas e pode ser útil na prevenção de erros, acidentes e outros
distúrbios na interação com produtos, serviços ou sistemas. A literatura atual demonstra a
capacidade do rastreamento ocular de fornecer dados quantitativos confiáveis como uma
ferramenta de avaliação objetiva. Mesmo quando não utilizados sob uma ótica estritamente
quantitativa, os dados que são fornecidos incorporam maior precisão às análises e
discussões dos estudos.
Destaca-se a versatilidade da tecnologia e o alcance de aplicação que foram
observados. As possibilidades de sua utilização no planejamento e na estruturação de
processos gerenciais, a expõe como uma ferramenta válida e relevante para investigações
especialmente nos domínios cognitivo e organizacional da Ergonomia.
XXº Congresso Brasileiro de Ergonomia
23 a 27 de novembro de 2020 - Virtual

O eye tracking continua sendo uma área de pesquisa promissora, especialmente neste
momento de reclusão causado pela pandemia da COVID 19, onde a qualidade das
interações com serviços e sistemas virtuais precisam de dar da forma mais adequada
possível, de modo que os indivíduos consigam realizar as tarefas de forma eficiente,
independente e intuitiva. Entende-se que o rastreamento ocular pode ser utilizado para se
alcançar tal objetivo.
Desta forma, estimula-se o uso da tecnologia por profissionais de projeto como uma das
ferramentas em prol da ergonomia, auxiliando-os na tomada de decisões centradas nos
usuários em investigações futuras.

6. AGRADECIMENTOS

Este estudo foi financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível


Superior (CAPES) Brasil – Código de Financiamento 001. Agradecemos aos pesquisadores
das coletas apresentadas neste estudo.

7. REFERÊNCIAS

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5. TERMO DE RESPONSABILIDADE

Os autores são os únicos responsáveis pelas informações incluídas neste trabalho e


autorizam a publicação deste trabalho nos canais de divulgação científica do ABERGO
2020.

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