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Manual de Escrita Científica: Teoria e Prática Aplicadas à Bioinformática

Book · January 2021


DOI: 10.51780/978-6-599-275319

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2 authors:

Diego Mariano Lucianna Helene Santos


Federal University of Minas Gerais Federal University of Minas Gerais
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I
Edição

MANUAL DE ESCRITA CIENTÍFICA


Dr. Diego Mariano | Dra. Lucianna H. Santos

Manual de
Escrita Científica:
Teoria e Prática Aplicadas à Bioinformática

2
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

Manual de Escrita Científica:


Teoria e Prática Aplicadas à
Bioinformática
Laboratório de Bioinformática e Sistemas • Departamento de Ciência da Computação
Av. Antônio Carlos 6627, 31270-901, Belo Horizonte, Brasil
bioinfo.dcc.ufmg.br • www.diegomariano.com

© 2021 | Editora Alfahelix, CNPJ: 37.524.984/0001-10


Lagoa Santa, MG, Brasil
www.alfahelix.com.br

Diego Mariano & Lucianna Santos


Edição e organização: Diego Mariano
Capa: adaptado de liyuanalison | Mystic Art Design | Pixabay
Ficha Catalográfica – Bibliotecário: Sandro Alex Batista

Título: Manual de Escrita Científica: Teoria e Prática Aplicadas à Bioinformática


Editora: Alfahelix
Páginas: 119
ISBN: 978-65-992753-1-9

iii
M333m MARIANO, Diego
Manual de escrita científica: teoria e prática aplicadas à bioinformática /
Diego Mariano, Lucianna H. Santos . Lagoa Santa, MG: Alfahelix, 2021.
119 p. il.:

E-book.
ISBN: 978-65-992753-1-9

1. Bioinformática. 2. Escrita científica. 3. Metodologia. 4. Referencial teórico.


5. SANTOS, Lucianna. H. I. Título.

CDD: 001.42
CDU: 001.8(035)

Ficha Catalográfica – Bibliotecário: Sandro Alex Batista CRB6/2433

iv
Agradecimentos

Gostaria de agradecer às agências de fomento à pesquisa: Coordenação de


Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) e Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); ao
Programa de Pós-graduação em Bioinformática da UFMG; e à equipe do
Laboratório de Bioinformática e Sistemas.
O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código
de Financiamento 001. Edital Biologia Computacional. Número de processo
23038.004007/2014-82.

Este livro está sob uma licença de compartilhamento Creative Commons


Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional. Você pode utilizar qualquer
conteúdo aqui apresentado, desde que cite: “Mariano, D; Santos, L.. Manual
de Escrita Científica: Teoria e Prática Aplicadas à Bioinformática. 1ª ed.
Alfahelix, Lagoa Santa. 2021”.

v
Resumo
No mundo moderno, a ciência surge como um elemento transformador para
sociedade. Ao cientista, é atribuída a missão de compreender problemas que
afetam as pessoas e propor soluções a partir de suas observações e
experimentos. Além disso, não se deve esquecer que também é tarefa do
cientista documentar seus achados, garantindo assim que o conhecimento
adquirido se torne acessível a todos, ou seja, se torne público (por isso, diz-
se que um trabalho acadêmico é publicado). Entretanto, a escrita muitas
vezes se revela como “uma pedra no sapato” de jovens e, até mesmo, de
experientes pesquisadores. Isso acontece porque o processo científico
envolve diversas etapas e procedimentos, e muitos acabam deixando as etapas
de revisão bibliográfica e documentação das atividades para o fim. Assim,
por mais estranho que pareça, escrever pode se tornar uma tarefa complicada
aos acadêmicos (caso não seja constantemente colocada em prática).
Neste livro, apresentamos alguns aspectos introdutórios da
metodologia do trabalho científico. Propomos ainda algumas estratégias para
escrita acadêmica, focando principalmente em trabalhos da área de
bioinformática. É claro que as estratégias aqui apresentadas poderão ser
adotadas por pesquisadores de outras áreas; entretanto, os exemplos
apresentados neste livro originam-se de dissertações, teses e artigos
científicos da área de bioinformática e biologia computacional.
Acreditamos que as metodologias apresentadas aqui poderão ser úteis
principalmente para estudantes durante a escrita de trabalhos de conclusão de
curso, dissertações e teses. Entretanto, destacamos que não somos
profissionais da área de letras, mas convenhamos, você não precisa ser para
saber elaborar textos que possam ser bem compreendidos por seus leitores. A
escrita acadêmico-científica deve ser técnica e concisa.
Por fim, destacamos que este livro não tem como meta estabelecer
regras gramaticais que deverão ser seguidas rigidamente (apesar de citarmos
algumas). Nosso objetivo é apresentar um guia introdutório para a escrita de
trabalhos acadêmicos, propondo algumas dicas e estratégias que poderão ser
adotadas. Bons estudos!

vi
Sumário

Agradecimentos ............................................................................................. v

Resumo ......................................................................................................... vi

Sumário ........................................................................................................vii

Lista de Figuras .............................................................................................. x

Lista de Tabelas ............................................................................................ xi

1. Introdução ................................................................................................ 12

1.1 Método científico ............................................................................... 12

1.1.1 Método hipotético-dedutivo ........................................................ 14

1.2 Metodologia do trabalho científico .................................................... 15

2. Metodologia do trabalho científico .......................................................... 17

2.1 Avaliação de periódicos ..................................................................... 19

2.1.1 Qualis Periódicos ........................................................................ 21

2.2 Avaliação de cientistas ....................................................................... 21

2.3 Ética na escrita e citações .................................................................. 23

2.3.1 Citação direta .............................................................................. 23

2.3.2 Citação indireta (paráfrase) ......................................................... 24

2.3.3 Normas para inserção de citações ............................................... 26

2.3.4 Gerenciamento de citações ......................................................... 28

2.4 Abreviações........................................................................................ 28

2.4.1 Abreviações derivadas de outros idiomas ................................... 29

2.4.2 Titulações .................................................................................... 30

2.5 Estrutura de um trabalho científico .................................................... 31

2.6 Requisitos e procedimentos de trabalhos científicos ......................... 32

vii
2.6.1 Numeração de páginas e capítulos .............................................. 34

2.7 Partes do trabalho ............................................................................... 35

2.8 Estilo de linguagem............................................................................ 38

2.8.1 Ritmo e conexão ......................................................................... 39

2.8.2 Numerais e símbolos ................................................................... 41

2.8.3 Escrita em inglês ......................................................................... 41

2.8.4 Corpus ......................................................................................... 44

3. Desenvolvendo um trabalho acadêmico passo-a-passo ........................... 46

3.1 Número de páginas ............................................................................ 46

3.2 Escrevendo o título do trabalho ......................................................... 48

3.3 Coautoria ............................................................................................ 51

3.3.1 Definindo a ordem dos coautores ............................................... 53

3.4 Escrevendo o resumo ......................................................................... 55

3.4.1 Escolhendo as palavras-chave..................................................... 59

3.5 Escrevendo a introdução .................................................................... 60

3.5.1 Introdução de um artigo .............................................................. 60

3.5.2 Introdução de dissertações e teses............................................... 61

3.5.3 Construção de um esboço (outline)............................................. 62

3.6 Escrevendo os objetivos ..................................................................... 63

3.7 Escrevendo a seção “materiais e métodos” ........................................ 64

3.8 Escrevendo a seção resultados e discussão ........................................ 65

3.4 Escrevendo a conclusão ..................................................................... 67

CURIOSIDADES: Quantas referências deve ter meu manuscrito? .... 67

4. Atividades práticas ................................................................................... 69

4.1 Análise e interpretação de texto ......................................................... 69

4.2 Escrita de artigos ................................................................................ 98

viii
4.3 Questões gerais ................................................................................ 100

4.4 Resumo ............................................................................................ 101

4.5 Outline.............................................................................................. 103

4.6 Paráfrase ........................................................................................... 106

5. Referências bibliográficas ...................................................................... 108

6. Apêndices ............................................................................................... 111

6.1 Apêndice 1 - Usando o Zotero ......................................................... 111

6.1.1 Instalando o Zotero ................................................................... 111

6.1.2 Conhecendo a interface do Zotero ............................................ 113

6.1.3 Inserindo uma nova referência no Zotero ................................. 113

6.1.4 Inserindo uma citação no estilo ABNT ..................................... 115

ix
Lista de Figuras
Figura 1. Método científico.......................................................................... 13
Figura 2. Etapas do método hipotético-dedutivo. ........................................ 15
Figura 3. Partes do corpo de um trabalho acadêmico. ................................. 32
Figura 4. Margens da página. ....................................................................... 34
Figura 5. Ordem de importância de autores listados em um artigo. ............ 53
Figura 6. Método para escrita de resumos CON-PROSA: contexto, problema,
solução e avaliação. ..................................................................................... 57

x
Lista de Tabelas
Tabela 1. Tipos de trabalhos acadêmicos. ................................................... 17
Tabela 2. Exemplo do cálculo do fator de impacto. .................................... 20
Tabela 3. Abreviações usadas para titulações. ............................................. 30
Tabela 4. Aspectos gráficos utilizados em textos acadêmicos. ................... 33
Tabela 5. Partes de um trabalho acadêmico: TCCs, dissertações e teses. ... 35
Tabela 6. Exemplos de conectores discursivos. ........................................... 40
Tabela 7. Palavras-chave bastante utilizadas em artigos em inglês. ............ 42
Tabela 8. Lista de substituições de palavras/expressões. ............................. 43
Tabela 9. Número mínimo e máximo de páginas de dissertações e teses. ... 46
Tabela 10. Recomendações para tamanho de seções em dissertações e teses.
...................................................................................................................... 47
Tabela 11. Exemplos de títulos de dissertações divididos em quatro
categorias: software, análise, uso de subtítulos e descritivo. ....................... 49
Tabela 12. Possíveis contribuições para coautoria. Um coautor deve cumprir
os itens 2 e 3, além de pelo menos um dos tópicos do item 1. .................... 52
Tabela 13. Comparação entre métodos para a construção de resumos. ....... 57
Tabela 14. Exemplo de lista de palavras-chave. .......................................... 59
Tabela 15. Exemplo de objetivo geral e objetivos específicos. ................... 63

xi
1
Capítulo

1. Introdução
No mundo moderno, a ciência surge como um elemento transformador para
sociedade. São funções da ciência distinguir características comuns ou leis
gerais que controlam eventos, aperfeiçoando a relação dos seres humanos
com seu mundo por meio do acúmulo de conhecimentos (LAKATOS;
MARCONI, 2007).
Sugere-se que todo projeto científico deva partir de um problema.
Assim, pode-se considerar como funções do cientista: compreender e resolver
problemas. Além disso, problemas e soluções partem de observações.
Segundo POPPER (2004), “todo o aprendizado é uma modificação de algum
conhecimento anterior”. Logo, a ciência é inovativa, mas deve partir de
princípios bem estabelecidos, sendo assim incremental.
Nesta seção, serão apresentados aspectos introdutórios da
metodologia do trabalho científico.

1.1 Método científico


Define-se como método científico, o conjunto de práticas para construção do
conhecimento científico. O conhecimento científico deve ser racional,
sistemático, certo ou provável, preditivo, verificável e falível (LAKATOS;
MARCONI, 2007). A função do método científico é definir regras para que
a ciência seja praticada de forma sistemática e reprodutível levando a solução
de problemas existentes ou a ampliação de uma área de conhecimento.
O método científico é baseado em observações para detecção de
problemas e na suposição de soluções provisórias denominadas hipóteses. O
método científico pode ser agrupado em seis pontos básicos (Figura 1):

12
Definição da Formulação
Observação
pergunta de hipóteses

Experimento Análise Conclusão

Figura 1. Método científico.

Fonte: próprio autor.

(i) Observação: nessa etapa, o cientista realiza observações de


uma determinada atividade ou fenômeno da natureza visando
compreender seus fundamentos e/ou resolver um problema;
(ii) Definição da pergunta: o cientista então formula perguntas
visando compreender como e por que um fenômeno ocorre.
Caso detecte um problema relevante na área de observação, o
cientista formula perguntas que auxiliem a compreender e
solucionar tal problema;
(iii) Formulação de hipóteses: o cientista então tenta responder às
perguntas anteriores e propõe soluções para os problemas com
base em seus conhecimentos e observações;
(iv) Experimento: após propor soluções, o cientista deve realizar
experimentos para tentar provar se suas hipóteses/soluções
estão corretas;
(v) Análise: após realizar o experimento, o cientista deve analisar
os dados e comparar com os resultados esperados. Caso seus
experimentos confirmem suas ideias, o cientista pode definir
regras gerais que poderiam ser aplicadas em casos similares.
Caso as hipóteses não satisfação os resultados esperados, o
cientista pode formular novas hipóteses;
(vi) Conclusões: caso as hipóteses sejam validadas com base nos
experimentos respondendo às perguntas previamente

13
estabelecidas, o cientista passa então a etapa de conclusão a
qual o trabalho é documentado, avaliado por pares (i.e. outros
cientistas) e então publicado (disponibilizado para
comunidade de cientistas). Hipóteses validadas pelo método
cientifico são denominadas teorias. Quando uma teoria é
validada por meio de diversos experimentos tem-se uma lei.

Nos últimos tempos, diversas variações de métodos científicos têm


sido propostas, como por exemplo, os métodos de indução e o hipotético-
dedutivo. O método de indução sugere que ao analisar um conjunto de casos
pode-se induzir um padrão que definiria uma regra válida para qualquer outro
caso. O método de indução pode apresentar falhas, uma vez que nem sempre
uma observação pode ser válida. Por exemplo, imagine um indivíduo que
observa pássaros. O observador detectou três tipos de pássaros: andorinhas,
pardais, urubus. Por fim, ele faz a seguinte constatação: “todos os pássaros
tem penas”. Nesse caso essa constatação observada em sua pequena amostra
é válida para toda a espécie. Entretanto, o observador percebe uma outra
característica em todos os pássaros que observou e faz uma nova constatação:
“todos os pássaros voam”. Entretanto, há pássaros que não voam que não
estão à vista do observador. Logo, pode-se inferir que a indução de uma regra
geral baseada em uma pequena amostra talvez não seja possível. Assim,
tornou-se necessário a proposta de novos métodos científicos que levem em
consideração que conclusões obtidas por meio do pensamento científico
devem ser mutáveis à medida que novas evidências forem descobertas, como
por exemplo, o método hipotético-dedutivo.

1.1.1 Método hipotético-dedutivo


O método hipotético-dedutivo distingue-se do método indutivo, uma vez que
ele sugere a impossibilidade de afirmar que uma solução é definitiva
(POPPER, 2004). Assim sendo, uma alternativa viável seria propor soluções
e tentar falseá-las (Figura 2).

14
Expectativas ou conhecimento prévio

Problema

Conjecturas, soluções ou hipóteses

Falseamento

Figura 2. Etapas do método hipotético-dedutivo.

Fonte: Adaptado de (LAKATOS; MARCONI, 2007; POPPER, 2004).

O método hipótetico-dedutivo também é baseado na detecção de


problemas/lacunas e na proposta de soluções baseado no conhecimento
obtido anteriormente. As soluções, conjecturas ou hipóteses então devem ser
avaliadas a fim de provar que podem ser incorretas. Essa avaliação irá
depender de cada caso avaliado. Caso uma hipótese seja falseada, o autor
pode utilizar o conhecimento assimilado para propor novas hipóteses, que
deverão passar pelo mesmo processo de avaliação. Pense no caso apresentado
anteriormente: o observador sugere a hipótese de que todas as aves podem
voar. Essa hipótese pode ser facilmente falseada bastando apenas que o
observador encontre uma ave que não pode voar. Uma vez que uma hipótese
não possa ser falseada, define-se que a hipótese não pode ser rejeitada, logo
é provável que ela possa ser verdadeira. Entretanto, nada impede que no
futuro outros cientistas proponham novos experimentos para tentar falsear
suas sugestões.

1.2 Metodologia do trabalho científico


Ao concluir execução do método científico, o cientista deve então
documentar o que foi realizado e divulgar para que a sociedade possa
usurfluir do conhecimento adquirido. Para que o trabalho científico seja
corretamente divulgado, garantido que possa ser corretamente compreendido
e reproduzido se necessário, definiu-se um conjunto de práticas e regras, aqui

15
denominadas como metodologia do trabalho científico. Na próxima seção
serão apresentadas regras estabelecidas para o trabalho científico.

16
2
Capítulo

2. Metodologia do trabalho
científico
Em geral, os diferentes tipos de manuscritos acadêmicos apresentam
estruturas similares, o que as difere é seu nível de profundidade
dependendendo do grau de formação exigido, sendo os tipos mais comuns as
monografias e os artigos científicos.
Define-se como monografias, os trabalhos acadêmicos
fundamentados com base em referências bibliográficas. Em geral,
monografias são utilizadas em cursos de formação acadêmica (graduação e
pós-graduação) para avaliação da capacidade de um determinado estudante
para realização de pesquisa e são requisitos para obtenção de títulos
acadêmicos. Elas devem ser constituídas de uma contextualização ou análise
de um problema, seguido de uma solução proposta avaliada por métodos
previamente estabelecidos na literatura. Monografias comumente são escritas
por uma única pessoa sob orientação de um membro da acadêmia com nível
de formação identico ou superior ao preterido. São exemplos de monografia
os trabalhos de conclusão de cursos de graduação e/ou especialização, as
dissertações de mestrado e as teses de doutorado.

Tabela 1. Tipos de trabalhos acadêmicos.

Tipo Descrição
O trabalho de conclusão de curso (TCC) é uma
Monografias

TCC monografia apresentada como requisito em cursos de


graduação (ou especialização).
A dissertação de mestrado é o trabalho requerido para
Dissertação
obtenção do titulo de mestre.

17
O trabalho requerido para obtenção do título de doutor
Tese
denomina-se tese de doutorado.
Projetos apresentam propostas de soluções possíveis
para um determinado problema por meio do método
científico. Geralmente, um projeto é apresentado antes
Projeto da construção de um TCC, dissertação, tese ou de um
artigo de pesquisa. Projetos de pesquisa podem
envolver grupos de pesquisadores e dar origem a vários
outros trabalhos.
O artigo científico é uma compilação dos resultados de
parte consistente de um projeto de pesquisa. O artigo
científico é o principal trabalho científico, sendo
Artigo científico
também resultado de um trabalho científico em forma
de divulgação e visualização para a comunidade
científica.

Uma vez que uma pesquisa científica esteja concluída (ou


parcialmente concluída), ela deve ser formalmente apresentada à comunidade
acadêmica de forma pública (por isso, diz-se que um trabalho deve ser
“publicado”). Para isso, um artigo deve ser publicado em uma revista
cientifica (também denominado periódico ou journal).

Os artigos científicos não são a única forma de apresentação de uma pesquisa para a
comunidade acadêmica. Pesquisadores podem apresentar seus projetos em congressos,
conferências, workshops, palestras e seminários. Trabalhos podem ser ainda apresentados
de forma condensada como pôsteres em congressos.

É função do periódico atestar pela qualidade da pesquisa ali


apresentada, garantindo que ela atendeu aos requisitos básicos dos métodos
científicos. Para isso, os periódicos utilizam o processo de revisão por pares
(peer review), no qual outros cientistas (denominados revisores) analisam se
o artigo atende aos requisitos da revista. Caso a pesquisa apresente falhas,
não se adeque ao escopo da revista ou simplesmente não seja considerada
interessante o suficiente, os revisores podem recomendar a rejeição da

18
publicação. Entretanto, a decisão pela aceitação ou rejeição é feita por um
membro do grupo editorial do periódico (denominado editor). A revisão
pareada garante que o editor possa tomar a decisão fundamentado não apenas
em seus conhecimentos, sendo auxiliado pela opinião de outros cientistas
especialistas no assunto. Os revisores podem ainda requisitar alterações na
pesquisa ou na documentação do artigo antes da aceitação. Nesse caso, os
revisores recomendam quais modificações consideram necessárias e o autor
tem a opção de aceitá-las ou não. No caso de aceitação, o artigo é então
publicado no periódico. Antigamente periódicos eram impressos e vendidos
em revistas conceituadas. Nos dias de hoje, a maior parte das revistas
científicas mantém sites para divulgação dos artigos avaliados por seus
processos internos, que em geral são disponibilizados em arquivos PDF.

2.1 Avaliação de periódicos


Cada revista possui um conjunto de regras internas para definição dos
requisitos para aceitação de um determinado artigo (denominado escopo).
Algumas revistas regulam os tipos de assunto a qual se especializa, os tipos
de artigos (podem ser artigos científicos, revisões da literatura, cartas, dentre
outros). Algumas revistas podem requisitar uma imensa gama de
experimentos visando falsear as hipóteses propostas, enquanto outras podem
ter níveis de exigência menores. Por isso, pode-se concluir que revistas
científicas possuem diferenças significativas, sendo algumas consideradas de
maior prestígio em determinadas áreas quando comparadas a outras.
Para avaliar a qualidade de uma revista, diversos índices têm sido
propostos. Um deles é o denominado fator de impacto (IF). O fator de
impacto é determinado pela quantidade de citações que artigos de uma revista
possuem dividido pelo número de publicações da revista em um determinado
período de tempo (em geral, dois anos). Atualmente, o fator de impacto é
calculado pelo Institute for Scientific Information (ISI) e publicado pelo
Journal Citations Reports (JCR) (PÓS-GRADUANDO, 2011).
Por exemplo, um hipotético journal denominado “Nature
Bioinformatics” publicou 50 artigos no ano de 2020 e outros 50 artigos no

19
ano de 2021. No ano de 2022, os artigos publicados pela revista em 2020
foram citados 75 vezes e os publicados em 2021 foram citados 175 vezes.

Tabela 2. Exemplo do cálculo do fator de impacto.

Fator de impacto 2022


Ano Citações Artigos publicados
2020 75 50
2021 175 50
Total 250 100

O fator de impacto pode ser calculado usando a seguinte fórmula:

Fi = (Cano-2 + Cano-1) / (Pano-2 + Pano-1)

Onde Fi é o fator de impacto, Cano-2 e Cano-1 é o total de citações de artigos


dos dois anos anteriores (deve-se contar apenas citações no ano atual) e Pano-
2 e Pano-1 representam o total de artigos publicados nos dois últimos anos. No
exemplo apresentado, o fator de impacto seria:

Fi = (75 + 175) / (50 + 50)

Fi = 250 / 100

Fi = 2,5

O fator de impacto da revista hipotética seria 2,5 para o ano de 2022.


O cálculo de fator de impacto é calculado anualmente, logo o fator de impacto
do ano 2022 só é liberado no ano de 2023.
Revistas com maior fator de impacto tendem a ter maior credibilidade
e, portanto, são mais lidas, o que aumenta a probabilidade de ter mais
citações. A título de comparação, os fatores de impacto em 2018 das duas
revistas científicas mais populares, Nature e Science, foram de “43,07” e
“41,063”, respectivamente. No mesmo período, os periódicos mais populares
na área de bioinformática, Bioinformatics (Oxford) e BMC Bioinformatics,
tiveram fatores de impacto de “4,53” e “2,21”, respectivamente.

20
A revista hipotética poderia ter um fator de impacto maior caso seus
artigos se tornassem mais populares (ou seja, mais reconhecidos pela
comunidade acadêmica) e fossem mais citados por outros trabalhos
(preferencialmente em outras revistas). A revista hipotética poderia ainda
reduzir a quantidade de artigos publicados a cada ano que, caso a quantidade
de citações continuasse a mesma, o fator de impacto aumentaria.

2.1.1 Qualis Periódicos


Devido às diferenças entre fatores de impacto de área mais populares, como
ciências biológicas e física, a CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior do Brasil) propôs o sistema de classificação de
revistas científicas válido para pesquisadores no país, denominado Qualis
Periódicos1. O Qualis contempla todas as áreas da pesquisa brasileira. Todo
periódico a qual pesquisadores brasileiros já realizaram publicações são
classificados em um estrato.
A primeira versão do Qualis classificava artigos com base em áreas
de avaliação nos estratos: A1, A2, B1, B2, B3, B4, B5 e C. Em 2019, foi
realizada uma alteração visando aumentar a interdisciplinaridade e facilitar
identificação das principais revistas. No Qualis 2019, os estratos foram
dividindo nas categorias de A1 a A4 (artigos mais bem avaliados), B1 a B4
(artigos abaixo da mediana) e C (artigos sem fator de impacto).
Em geral, os estratos são atualizados a cada três anos.

2.2 Avaliação de cientistas


Para avaliar a produtividade de um cientista, não se deve avaliar apenas o
número de publicações ou o total de citações. Uma métrica bastante utilizada
é o h-index.
H-index mede o número de publicações que possuem pelo menos o
mesmo número de citações. Por exemplo, se um autor possui 10 artigos e
cada um deles possui 10 citações, o h-index do autor seria 10. Se outro autor

1
Disponível em:
<https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/veiculoPublicacaoQualis/
listaConsultaGeralPeriodicos.jsf>. Acesso em 10 de abril de 2020.
21
possuísse 1000 artigos, mas cada artigo possuísse apenas uma citação, o h-
index seria 1. Se um terceiro autor com 10 artigos, possuísse um artigo com
1000 citações e os outros artigos com no mínimo 5 citações, o h-index seria
5.

h-index = X, onde X representa um número X de artigos que possuem pelo menos X


citações

Quanto maior o h-index maior a produtividade do autor.


Informalmente costuma-se dizer que o h-index esperado de um autor deva
corresponder ao total de anos desde a conclusão de um doutorado.

Redes sociais para pesquisadores

Você deve ter um perfil em todas estas plataformas:

Google Scholar: também conhecido como Google Acadêmico. Permite a busca de artigos
acadêmicos em sua base de dados. Essa plataforma permite ainda que pesquisadores criem
perfis e compartilhem artigos científicos. Os artigos são indexados automaticamente,
permitindo ao pesquisador a vinculação de um artigo a seu perfil.
• Disponível em: https://scholar.google.com/

ResearchGate: Rede social para pesquisadores. Permite que pesquisadores acompanhem


os trabalhos de outros pesquisadores, leiam suas novas publicações, respondam perguntas
acadêmicas e divulguem vagas de empregos e bolsas de pesquisa.
• Disponível em: https://www.researchgate.net/

ORCID: essa plataforma fornece um identificador digital único, denominado ORCID iD,
que permite que o nome de pesquisador seja distinguido de outros pesquisadores (é
utilizado para identificar quem é o autor de um artigo caso dois ou mais pesquisadores
tenham o mesmo nome). Muitos periódicos exigem o ORCID iD para submissão de
artigos.
• Disponível em: https://orcid.org/

Publons: permite a publicação de revisões de artigos realizadas para periódicos. Na


maioria das vezes revisores de artigos não recebem reconhecimento por seu trabalho. O
Publons permite que, caso revisor e autor concordem, os comentários apresentados em no
processo de revisão pareada sejam divulgados publicamente.
• Disponível em: http://publons.com/

22
Lattes: plataforma da agência brasileira CNPq para armazenamento de currículos de
pesquisadores brasileiros. Todo estudante interessado em realizar pós-graduação stricto
sensu no Brasil deve apresentar um perfil na plataforma Lattes2.
• Disponível em: http://lattes.cnpq.br/

2.3 Ética na escrita e citações


O ato de transcrever total ou parcialmente textos de outros autores sem a
devida atribuição, o chamado plágio, constitui em uma das mais graves
infrações que podem ocorrer no meio acadêmico. Caso seja detectado um
plágio, o autor pode ter seu diploma cassado e até mesmo responder na justiça
por crimes relacionados à infração de direitos autorais.
Como apresentado anteriormente, a escrita acadêmico-científica é
fundamentada em trabalhos publicados e avaliados anteriormente por
profissionais de mesmo ou superior grau acadêmico (revisão por pares). O
conhecimento científico se constroi a partir de acrescimo a ideias
previamente expostas e que são reconhecidas pela comunidade científica. Por
isso, recomenda-se que informações que contextualizam uma pesquisa sejam
fundamentadas por trabalhos publicados e reconhecidos de outros autores
(DOS SANTOS, 2007). Afirmações consideradas importantes (não triviais)
devem ser, sempre que possível, apoiadas por citações, que podem ser diretas
ou indiretas.

2.3.1 Citação direta


A citação direta constitui na transcrição exata do texto de um outro autor (DE
SOUZA AQUINO, 2017). Em geral, é apresentada entre aspas (quando o
trecho possui menos de quatro linhas). Em geral, esse tipo de citação não é
recomendada para artigos científicos. Por exemplo:
Segundo Ben Jor (1969), “o Brasil é um país tropical”.

2
O nome é uma homenagem ao cientista brasileiro César Lattes (Curitiba, 11 de julho de
1924 - Campinas, 8 de março de 2005), codescobridor do méson pi (píon). Essa descoberta
levou ao Prêmio Nobel de Física de 1950, que foi entregue – numa das maiores injustiças do
Comitê do Nobel – somente a Cecil Frank Powell, chefe do grupo de pesquisa.
23
Citações diretas com mais do que três linhas devem ser separadas do
texto principal e diferenciadas com uma formatação distinta: exibidas com
uma fonte menor, espaçamento simples e distante em 4 cm da margem
esquerda. Observe:
Textos técnicos e científicos devem lançar mão de citações por
dois bons motivos. O primeiro é que, normalmente, citam-se
autores de outros textos já publicados. Isto é, autores cujas ideias
já foram publicamente expostas, submetidas ao juízo e
reconhecimento da comunidade de leitores e da comunidade
científica. Se as ideias permanecem (e da forma como
permanecem), seu autor merece menção, como conhecedor do
assunto exposto, como autoridade científica. Segundo, ao se
referenciar certo autor, fazem-se, a um só tempo, um ato de justiça
intelectual (atribuir-se a ideia a seu “dono”) e um ato de
honestidade científico-acadêmica (o autor que cita e referencia
reconhece que a ideia não é sua). Fonte: (DOS SANTOS, 2007)

2.3.2 Citação indireta (paráfrase)


Tipo de citação mais comum e mais recomendada. Na citação indireta,
também conhecida como paráfrase, o texto deve ser escrito de forma que
represente a ideia geral apresentada pelo autor original usando outras palavras
(DE SOUZA AQUINO, 2017). Observe as duas senteças apresentadas como
exemplo a seguir:

Sentença 1

Beta-glucosidases (b-D-glucopyranoside glucohydrolases,


E.C. 3.2.1.21) are enzymes that hydrolyze glycosidic bonds to
release nonreducing terminal glucosyl residues from
glycosides and oligosaccharides. These enzymes are found
universally, in all domains of living organisms, Archaea,
Eubacteria, and Eukaryotes, in which they play a variety of
functions.

Fonte: (CAIRNS; ESEN, 2010).

Tradução3: As beta-glicosidases (b-D-glucopiranosídeo


gluco-hidrolases, E.C. 3.2.1.21) são enzimas que hidrolisam
as ligações glicosídicas para liberar resíduos glicosil terminais
não redutores a partir de glicosídeos e oligossacarídeos. Essas

3
Nosso objetivo aqui não é apresentar uma tradução perfeita do trecho indicado, e sim
apresentar um exemplo de como o trecho poderia ser parafraseado. Portanto, as traduções
foram realizadas automaticamente usando a ferramenta Google Translator. Disponível em
https://translate.google.com.br. Acesso em 25 de fevereiro de 2021.
24
enzimas são encontradas universalmente, em todos os
domínios dos organismos vivos, Archaea, Eubacteria e
Eucariotos, nos quais desempenham uma variedade de
funções.

Sentença 2

β-Glucosidase (β-glucoside glucohydrolase; EC 3.2.1.21) that


catalyzes the hydrolysis of alkyl- and aryl-β-glycosides as
well as di- and oligosaccharides, is an important industrial
enzyme [...] Moreover, β-glucosidases are important
components of the cellulase complex and key rate-limiting
enzymes in cellulose degradation in the process of breakdown
of cellulosic oligosaccharides into glucose.

Fonte: (LU et al., 2013).

Tradução4: β-Glicosidase (β-glucosídeo glucohidrolase; EC


3.2.1.21) que catalisa a hidrólise de alquil- e aril-β-
glicosídeos, bem como di- e oligossacarídeos, é uma
importante enzima industrial [...], além disso, β-glicosidases
são componentes importantes do complexo de celulase e
enzimas chave limitantes das taxas de degradação da celulose
no processo de quebra de oligossacarídeos celulósicos em
glicose.

As duas sentenças representam definições de diferentes autores sobre


uma mesma classe de enzimas usadas na produção de biocombustíveis: as
beta-glicosidases. Agora observe como essa definição pode ser apresentada
um trabalho original tomando como base as sentenças apresentadas:

β-glicosidase (E.C. 3.2.1.21) é uma classe de enzimas que hidrolisam as


ligações glicosídicas de dissacarídeos, oligossacarídeos, aquil- e aril-β-
glicosídeos (CAIRNS; ESEN, 2010; LU et al., 2013).

Observe que o trecho parafraseado não apresenta uma cópia precisa


dos trechos traduzidos, e sim uma intepretação da forma a qual os conceitos
foram apresentados sem alterar o sentido geral. O uso da paráfrase no trecho

4
Nosso objetivo aqui não é apresentar uma tradução perfeita do trecho indicado, e sim
apresentar um exemplo de como o trecho poderia ser parafraseado. Portanto, as traduções
foram realizadas automaticamente usando a ferramenta Google Translator. Disponível em
https://translate.google.com.br. Acesso em 25 de fevereiro de 2021.
25
apresentado pode ser definido como uma tentativa de identificar a ideia
principal de um conceito descrito na literatura científica (ou seja, um conceito
apresentado por autores conceituados) e apresentá-la usando as próprias
palavras do autor. Perceba mais uma vez que a escrita do referencial teórico
de um manuscrito acadêmico deve se basear em trabalhos publicados
anteriormente (ou seja, conceitos já aceitos no meio acadêmico). Entretanto,
deve-se evitar a realização de uma cópia exata das sentenças originais (exceto
no caso de citações diretas).

2.3.3 Normas para inserção de citações


Segundo MEDEIROS; LAKATOS e DE ANDRADE MARCONI (2017),
citações podem ser realizadas por duas formas: sistema autor-data e sistema
numérico. Citações devem ser realizadas de acordo com as normas
especificadas pela revista científica e/ou instituição que avaliará o trabalho.
Por padrão, em trabalhos acadêmicos no Brasil, citações devem seguir a
norma NBR 10520. Nessa norma, citações devem informar nome do autor e
o ano de publicação (sistema autor-data). Observe o exemplo a seguir:

Beta-glicosidases são enzimas utilizadas na produção de


biocombustíveis de segunda-geração (Mariano et al., 2017; de
Giuseppe et al., 2014; Yang et al., 2015). Elas agem no último
passo da sacarificação, convertendo celobiose em glicose que
será usada para produção de bioetanol (Costa et al., 2014).

Fonte: (MARIANO, 2019)

Quando há mais de um autor citado para uma mesma afirmação, deve-


se separá-los por ponto e vírgula. A expressão “et al.” deriva do latim et alia
(e outros), e pode ser utilizada quando um artigo possui pelo menos quatro
autores. Artigos com até três autores devem ser citados informando o último
nome de cada autor seguido pelo ano.

26
A seção de referências bibliográficas deve ser inserida ao final do
manuscrito. Ela deve estar ordenada alfabeticamente com base no último
nome do primeiro autor. Observe:

Costa LSC, Mariano DCB, Rocha REO, Kraml J, Silveira CH da, Liedl KR, et al.
Molecular Dynamics Gives New Insights into the Glucose Tolerance and Inhibition
Mechanisms on β-Glucosidases. Molecules. 2019;24:3215.

de Giuseppe PO, Souza T de ACB, Souza FHM, Zanphorlin LM, Machado CB,
Ward RJ, et al. Structural basis for glucose tolerance in GH1 β-glucosidases. Acta
Crystallographica Section D Biological Crystallography. 2014;70:1631–9.

Mariano DCB, Leite C, Santos LHS, Marins LF, Machado KS, Werhli AV, et al.
Characterization of glucose-tolerant β-glucosidases used in biofuel production under
the bioinformatics perspective: a systematic review. Genet Mol Res. 2017;16.

Yang Y, Zhang X, Yin Q, Fang W, Fang Z, Wang X, et al. A mechanism of glucose


tolerance and stimulation of GH1 β-glucosidases. Scientific Reports. 2015;5:17296.

Além disso, muitas revistas científicas podem adotar o padrão


numérico5, a qual citações são informadas por números na ordem de
ocorrência, em geral, envolvidas em colchetes [número], parênteses (número)
ou até mesmo sobrescritanúmero. Observe o exemplo a seguir:

Beta-glicosidases são enzimas utilizadas na produção de biocombustíveis de segunda-


geração [1-3]. Elas agem no último passo da sacarificação, convertendo celobiose em
glicose que será usada para produção de bioetanol [4].

Como seria a seção referências bibliográficas:

1. Mariano DCB, Leite C, Santos LHS, Marins LF, Machado KS, Werhli AV, et
al. Characterization of glucose-tolerant β-glucosidases used in biofuel
production under the bioinformatics perspective: a systematic review. Genet
Mol Res. 2017;16.

2. de Giuseppe PO, Souza T de ACB, Souza FHM, Zanphorlin LM, Machado CB,
Ward RJ, et al. Structural basis for glucose tolerance in GH1 β-glucosidases.
Acta Crystallographica Section D Biological Crystallography. 2014;70:1631–9.

5
Saiba mais em: <https://guiadamonografia.com.br/referencial-teorico-9-erros-perigosos/>.
Acesso em 30 de março de 2020.

27
3. Yang Y, Zhang X, Yin Q, Fang W, Fang Z, Wang X, et al. A mechanism of
glucose tolerance and stimulation of GH1 β-glucosidases. Scientific Reports.
2015;5:17296.

4. Costa LSC, Mariano DCB, Rocha REO, Kraml J, Silveira CH da, Liedl KR, et
al. Molecular Dynamics Gives New Insights into the Glucose Tolerance and
Inhibition Mechanisms on β-Glucosidases. Molecules. 2019;24:3215.

2.3.3.1 NOTAS DE RODAPÉ

Notas de rodapé permitem a inserção de notas explicativas ou até mesmo


citações no texto (quando o texto não exigir grande quantidade de citações).
Para notas explicativas deve-se utilizar o padrão numérico, enquanto para
citações deve-se utilizar o sistema autor-data (MEDEIROS; LAKATOS; DE
ANDRADE MARCONI, 2017).
Como exemplo pode-se citar as formas de acesso a uma base de dados
em uma nota de rodapé. Nesse caso, recomenda-se inserir a expressão
“disponível em:”, seguido do endereço do site entre parênteses angulares <>,
e por fim, a data de acesso. Observe o exemplo a seguir:

¹ Disponível em: <http://site.com.br>. Acesso em 30 de março de 2020.

2.3.4 Gerenciamento de citações


À medida que um manuscrito cresce, se torna difícil gerenciar manualmente
um grande número de citações. Por isso, diversos programas têm sido
utilizados para o gerenciamento de citações em manuscritos, como por
exemplo, Mendeley6 e Zotero7. Neste manuscrito será recomendado o uso da
ferramenta Zotero (para um tutorial de uso, veja o apêndice 1).

2.4 Abreviações
Na escrita científica, há rigorosas regras inclusive para abreviação de nomes
de autores e formações (DE SOUZA AQUINO, 2017). Por exemplo, o nome
do autor pode ser abreviado de várias formas. Observe:

6
Disponível em: <https://www.mendeley.com/>. Acesso em 16 de março de 2020.
7
Disponível em: <https://www.zotero.org/>. Acesso em 16 de março de 2020.

28
Nome:
• Diego César Batista Mariano
Possíveis abreviações:
• Mariano, D. C. B.
• MARIANO, D. C. B.
• Mariano, DCB
• Mariano, D.
• Mariano, Diego
• Mariano, Diego C. B.
• Diego Mariano
• Diego C. B. Mariano
• D. C. B. Mariano
• Batista Mariano, Diego C.

Note que há várias formas de se abreviar o nome de um autor,


variando espaçamento, uso de pontos e variação do uso de letras maiúsculas
e minúsculas. Em geral, o último nome é citado primeiro, seguido de vírgula
e os primeiros nomes (abreviados ou não). Entretanto, ele pode ainda ser
escrito na ordem direta. A escolha da abreviação, em geral, é feita pelo
próprio autor. Recomenda-se apenas que as abreviações sejam realizadas de
forma padronizada para facilitar a correlação automática de autores e
trabalhos por bases de dados. Ainda, regras para definição de abreviaturas
podem ser estabelecidas pela revista ou instituição a qual o trabalho será
submetido. Nesse caso, o autor deve respeitar as regras requisitadas.

2.4.1 Abreviações derivadas de outros idiomas


Abreviações e outras expressões derivadas de outros idiomas, como o latim,
devem ser destacadas em itálico, como por exemplo: (i) idem, quando indica
um trabalho de mesmo autor; (ii) op. cit. (opus citatum), obra citada; (iii)
ibidem, mesma obra; (iv) loc. cit. (loco citato), no lugar citado; (v) apud,
usado para citar um trabalho que é citado em outro trabalho; (vi) passim, que
representa algo citado em diversas passagens. Apesar de comumente
utilizadas, deve-se evitar utilizar muitas abreviações em uma única sentença

29
e/ou parágrafo (MEDEIROS; LAKATOS; DE ANDRADE MARCONI,
2017).

Outras abreviações:
(i) i.e. (isto é);
(ii) e.g. (por exemplo);
(iii) etc. (entre outros);
(iv) vs (versus);
(v) et al. (e outros).

2.4.2 Titulações
No caso de abreviações de titulações, as siglas variam de país para país
(Tabela 3). No Brasil, não se costuma utilizar abreviações para bacharelado.
A sigla “Me.”, em geral, é usada para título de mestre (também costuma-se
usar “M.Sc.” antes ou após o nome do autor separado por vírgula). Para
titulações de nível doutorado, utiliza-se Ph.D. ou D.Sc. (antes ou após o
nome). A abreviação “Dr.” pode ser utilizada antes do nome para titulações
de nível doutorado obtidas no Brasil ou no exterior (DE SOUZA AQUINO,
2017).

Tabela 3. Abreviações usadas para titulações.

A lista inclui apenas alguns exemplos, uma vez que abreviações podem ter diversas variações
dependendo do país a qual a titulação foi obtida.

Titulação Definição Abreviações


Siglas generalizadas. Em geral, são utilizadas B.A.
apenas em países de língua inglesa. BA
Mais utilizado em países de língua inglesa para B.Sc.
estudantes formados em cursos de matemática,
física, fisiologia e botânica. BSc
Bacharel em ciências BS
Bachelor of Science (inglês) S.B.
Bacharelado Sc.B.
Baccalaureus Scientiæ (latim)
Engenheiro Eng.
Medicina MD
Doctor of Medicine M.D.
Bachelor of Laws (Legum Baccalaureus)
LL.B.
Usado na Inglaterra para bacharelado em direito.
Mestrado Terminação usada no Brasil. Me.

30
Me
M.Sc.
Mestre em ciências MSc
Master of Science M.S.
MS
Grau acadêmico mais elevado. Deriva-se do latim Dr.
docēre (ensinar). Dr
Título oferecido por universidades para quem
conclui um doutorado. Deriva-se de philosophiae
doctor ou doutor em filosofia, sendo aplicado não Ph.D.
apenas a filosofia propriamente dita, mas a várias PhD
áreas de estudo, como ciências e artes (a palavra DPhil
Doutorado philosophiae em grego poderia ser traduzida
como “amor ao conhecimento”).
D.Sc.
Doutor em ciências (Doctor of Science ou em DSc
latim Scientiae Doctor). Grau equivalente no DS
Brasil ao PhD Sc.D.
S.D.

Boas práticas no uso de titulações acadêmicas

Titulações acadêmicas devem ser utilizadas, preferencialmente, em práticas e cerimônias


que ocorrem em ambiente acadêmico. Em geral, elas só podem ser utilizadas para
apresentação quando introduzidas por outrem. Por exemplo, não é considerado cortês
apresentar-se como “Me. X” ou “Dr. X”. Entretanto, o pronome de tratamento é aceito
quando a apresentação é feita por outra pessoa (em geral, pessoa inserida no meio
acadêmico).

2.5 Estrutura de um trabalho científico


Manuscritos de trabalhos acadêmicos possuem certas particularidades na
forma como sua redação deve ser realizada (Figura 3). Recomenda-se que a
escrita de um trabalho científico deva ser iniciada apresentando um contexto
geral da área de pesquisa (introdução). A seguir, o fluxo do texto deve se
especializar em um determinado problema, apresentando soluções para
resolvê-lo e como essas soluções são avaliadas, discutidas e comparadas com
resultados esperados e/ou com outros trabalhos (diz-se comparar com a
literatura) anteriormente realizados e publicados por outros autores
(desenvolvimento). E por fim, o trabalho deve apresentar os principais

31
achados da pesquisa e como esses achados contribuem para solução do
problema e/ou como perspectiva para que a comunidade cientifica possa
solucionar o problema no futuro (conclusão).

Resumo
Geral
Introdução

Metodologia
Específico
Resultados e discussão
Conclusões
Conclusões
Geral
Referências

Figura 3. Partes do corpo de um trabalho acadêmico.

O trabalho deve ser estruturado de forma generalizada, a qual inicia-se com um tema
abrangente que se afunila a um problema específico. No desenvolvimento do trabalho deve-
se incluir metodologias aplicadas para validação, resultados e discussões (esses dois últimos
podem ser apresentados juntos em uma mesma seção ou separados). Por fim, o trabalho deve
apresentar os principais achados da pesquisa e sua contribuição para a ciência. Fonte:
adaptado de (HILL; SOPPELSA; WEST, 1982)

2.6 Requisitos e procedimentos de


trabalhos científicos
Normas de formatação dependem dos regulamentos estabelecidos pelas
instituições a qual os trabalhos acadêmicos são submetidos. Quando elas não
são estabelecidas, recomenda-se utilizar as normas ABNT.
As normas ABNT para escrita técnica são um conjunto de regras
básicas estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT). Essas regras abordam por exemplo, fontes recomendadas,
espaçamento entre linhas, margens de páginas, estilo de títulos, citações,
dentre muitas outras recomendações. As regras ABNT não são obrigatórias;
entretanto, maior parte das universidades, escolas técnicas e órgãos públicos
adotam suas regras ou parte delas visando padronizar a formatação e
organização de documentos. A norma responsável pela padronização dos

32
aspectos gráficos de um trabalho acadêmico é a NBR 14724:2005
(MEDEIROS; LAKATOS; DE ANDRADE MARCONI, 2017).
A seguir são apresentados alguns aspectos gráficos para configuração
de trabalhos acadêmicos (Tabela 4).

Tabela 4. Aspectos gráficos utilizados em textos acadêmicos.

Observe as margens direita/esquerda e superior/inferior são distintas. A diferença de valores


representa espaços destinados a lombada (encadernação ocorre na margem esquerda) e a
informações do cabeçalho como por exemplo número de páginas (superior).

Aspecto gráfico Descrição


Tipo de papel A4 (210 mm x 297 mm)
Espaçamento de linha • 1,5*
• Duplo
Margem superior 3 cm
Margem inferior 2 cm
Margem direita 2 cm
Margem esquerda 3 cm
Fonte • Time New Roman*
• Arial
Tamanho da fonte 12 px
Alinhamento Justificado
Parágrafo** 1,25 cm**

* Normas estabelecidas para o programa de pós-graduação em bioinformática da UFMG.


Obtido no artigo 4.o da resolução No 05/2018 do Programa Interunidades de Pós-graduação
em Bioinformática da UFMG. Disponível em: <http://www.pgbioinfo.icb.ufmg.br>. Acesso
em 17/03/2020. ** O primeiro parágrafo de uma seção (ou subseção) não recebe tabulação.

33
210 mm
10
3 cm

1 Título da seção (tamanho de fonte 16 px – negrito)

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2 cm
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297 mm mi, id faucibus felis. Ut pellentesque aliquam maximus. Vestibulum facilisis
arcu hendrerit dolor venenatis facilisis. Aliquam ut vulputate mi, non iaculis
Figura 4. Margens da página.
neque. Nullam sed urna tempus, interdum dui ut, semper dui.

Fonte: adaptado de (MEDEIROS; LAKATOS; DE ANDRADE MARCONI, 2017).

2.6.1 Numeração de páginas e capítulos


Numeração de capítulos deve ser feita em algarismos indo-arábicos
(separados por ponto quando representam subseções), como por exemplo, 1,

34
1.1, 1.1.1, 1.1.1.1 (MEDEIROS; LAKATOS; DE ANDRADE MARCONI,
2017). Recomenda-se um número máximo de quatro níveis de subseções (i.e.,
não recomenda-se, por exemplo, uma subseção 1.1.1.1.1).
O número de páginas deve ser inserido, preferencialmente, no
cabeçalho superior à direita. No setor pré-textual, os números de páginas
devem ser descritos em algarismos romanos (exceto na capa e contracapa),
enquanto no corpo do trabalho deve-se utilizar algarismos indo-arábicos (0-
9).
As normas ABNT recomendam que a contagem deva começar a partir
da contra-capa. Entretanto, isso causaria uma distorção na paginação do
arquivo em meio digital (formato PDF). Por exemplo, a página 2 do arquivo
seria indicada como página 1, o que causaria problemas na hora de realizar a
navegação pela função “ir para página”. Por isso, recomenda-se que:
(i) a contagem comece na primeira página do arquivo (capa);
(ii) o primeiro número de página em algarismo romano visível deve
aparecer apenas após a contra-capa;
(iii) o número de páginas em algarismos indo-arábicos deve aparecer
apenas a partir da seção “introdução” e deve levar em
consideração todas as páginas anteriores. Como por exemplo, se
houver capa (página 1), contra-capa (página 2), sumário (página
3) e, a seguir, a introdução, o número exibido na primeira página
da introdução deve ser o 4).

2.7 Partes do trabalho


Dissertações ou teses devem apresentar seguintes seções (Tabela 5):

Tabela 5. Partes de um trabalho acadêmico: TCCs, dissertações e teses.


Fonte: Adaptado de (DE SOUZA AQUINO, 2017; MEDEIROS; LAKATOS; DE
ANDRADE MARCONI, 2017).

Apresenta nome da instituição na qual o trabalho é


TEXTUAL
PRÉ-

apresentado (fonte tamanho 12px), nome do autor (fonte


Capa
tamanho 14px), título do trabalho (fonte tamanho 16px em
negrito) e cidade/ano (fonte tamanho 12px).

35
Contém os mesmos elementos da capa com adição de uma
sentença abaixo do título com margem de esquerda de 7cm
(espaçamento simples e tamanho 12px). Por exemplo:

Folha de rosto Tese apresentada ao Programa


Interunidades de Pós-Graduação em
Bioinformática da Universidade Federal
de Minas Gerais, como requisito à
obtenção do título de Doutor em
Bioinformática.
Orientador: Prof. Dr. X

A ficha catalográfica é emitida pela biblioteca após


aprovação do trabalho pela banca, logo não é inserida na
Ficha catalográfica
versão enviada antes da defesa. Ela é inserida no verso da
folha de rosto.

Folha com assinatura dos membros da banca. É emitida


Folha de
pela banca após a defesa em caso de aprovação. Deve ser
aprovação
escaneada e inserida após a ficha catalográfica.

Seção opcional. O autor pode dedicar sua obra a qualquer


Dedicatória
pessoa/instituição.

Seção opcional. O autor pode inserir uma frase, poema ou


Epígrafe
citação nesta seção.

Bolsistas de agência de fomento governamental devem


obrigatoriamente agradecer a quem financiou sua bolsa de
Agradecimentos
pesquisa. Opcionalmente, o pesquisador pode emitr
agradecimentos a pessoas que contribuiram em sua tese.

Apresenta um resumo completo do manuscrito


apresentando todos os principais achados e conclusões.
Pode ser dividido em cinco partes (detalhes serão
apresentados na próxima seção):
(i) Contexto
(ii) Problema
(iii) Proposta
Resumo*
(iv) Resultados
(v) Conclusão
O resumo deve apresentar entre 250 e 500 palavras (1
página). Ao fim, deve apresentar uma lista de três a dez
palavras-chave separadas por ponto e vírgula (palavras-
chave podem ter mais de uma palavra, como por exemplo,
“bioinformática estrutural”).

Abstract* Resumo traduzido para a língua inglesa.

Contém o índice de páginas (recomenda-se exibir no


Sumário
máximo dois ou três níveis de títulos).

36
Contém o índice de páginas de figuras e suas legendas
Lista de figuras (recomenda-se que títulos de legendas não tenham mais do
que duas linhas).

Contém o índice de páginas de tabelas e suas legendas


Lista de tabelas (recomenda-se que títulos de legendas não tenham mais do
que duas linhas).

Lista com todas as siglas usados no manuscrito e seus


Lista de significados (ordenado alfabeticamente). Pode ainda ser
abreviações inserida na seção pós-textual, antes da seção de referências
bibliográficas.

Produção Opcional. Lista de artigos publicados e premiações obtidas


acadêmica que sejam diretamente relacionadas ao trabalho.

Deve apresentar o contexto sobre o problema estudado,


listar outros trabalhos relacionados e por que eles não
foram suficientes para resolver o problema, além de
introduzir a solução apresentada. Deve apresentar uma
Introdução*
revisão da literatura citando outros trabalhos acadêmicos,
como artigos de periódicos e monografias. A revisão de
literatura ser apresentada na introdução, ou constituir uma
seção separada.

Dividido em duas subseções:


(i) Objetivo geral: apresenta o principal objetivo
do trabalho em uma única frase.
(ii) Objetivos específicos: apresenta uma lista de
CORPO DO TRABALHO

Objetivos* objetivos que o trabalho visa resolver. Os


objetivos devem ser claros e diretos
(recomenda-se usar marcadores para separá-
los). Cada objetivo deve ser apresentado e
discutido na seção “resultados e discussão”.

Essa seção deve apresentar detalhadamente os


procedimentos para realizar os experimentos que validam
sua monografia. Ela deve ser escrita de forma concisa
usando uma linguagem técnica. Deve-se escrever
Material e estritamente o que foi realizado, como foi realizado e onde
métodos* os dados utilizados foram coletados. A seção “material e
métodos” deve ser escrita como um tipo de manual de
instruções para que outras pessoas possam reproduzir o que
você realizou. Em geral, essa seção é escrita com verbos no
passado.

Deve apresentar os principais resultados de sua


Resultados e monografia. Cada resultado deve ser discutido,
discussão* comparando com possíveis resultados esperados ou com
outros resultados da literatura. Recomenda-se apresentar
aqui figuras e tabelas que facilitem a compreensão de seus

37
resultados. “Resultados” e “Discussão” podem ser
apresentados em seções separadas.

Deve apresentar consisamente as principais conclusões de


seu trabalho, podendo apresentar ainda a principal
Conclusões*
contribuição do trabalho para a comunidade científica.
Essa seção em geral ocupa uma ou duas páginas.

Deve apresentar possíveis trabalhos futuros que poderão


Perspectivas*
ser realizados com base nos resultados obtidos.

Apresenta a lista de referências utilizadas no trabalho. Para


monografias, recomenda-se utilizar o sistema de nome/ano
Referências
(padrão ABNT). Recomenda-se ainda utilização de
bibliográficas*
programas para gerenciamento de citações, como o Zotero
ou Mendeley.
PÓS-TEXTUAL

Contém materiais suplementares produzidos pelo próprio


autor. São exemplos: tabelas que ocupam mais do que uma
Apêndice página; conjunto de figuras grandes com poucas diferenças
visuais; artigos diretamente relacionados à monografia
publicados pelo autor em periódicos; dentre outros.

Contém materiais suplementares produzidos por outros


Anexos autores. São exemplos: tabelas que ocupam mais de uma
página e/ou figuras retiradas de outros trabalhos.

* O asterisco indica seções consideradas obrigatórias segundo no artigo 4º da resolução Nº


05/2018 do Programa Interunidades de Pós-graduação em Bioinformática da UFMG.

Na próxima seção “Desenvolvendo um trabalho acadêmico passo-


a-passo”, será apresentado um guia de como elaborar cada uma dessas
seções. Um modelo de tese foi incluído na seção “apêndice”.

2.8 Estilo de linguagem


A escrita científica deve ser feita de forma direta, deve ser técnica e consisa.
Informalmente poderia se dizer que deve-se acrescentar o máximo possível
de informação com o mínimo possível de palavras. Na escrita científica se
deve apresentar uma ideia por frase. Parágrafos longos impedem que a ideia
se forme na mente do leitor. Por exemplo, ferramentas de auxílio a escrita
acadêmica, como o ProWritingAid8, recomendam que frases tenham entre 11
e 18 palavras. A justificativa para isso se deve ao fato de estudos indicarem

8
Disponível em: <https://prowritingaid.com/>. Acesso em 9 de abril de 2020.

38
que os leitores não são capazes de armazenar na mente uma informação
apresentada no início de uma sentença longa.
A seguir serão apresentadas algumas características encontradas em
boa parte dos trabalhos acadêmicos:
• Tempo verbal: artigos e monografias são escritos usando verbos
no passado (com exceção das conclusões que são escritas no
presente). Seções de métodos, resultados e discussões de projetos
podem ser escritos com verbos conjugados no futuro;
• Pessoa: em português, textos acadêmicos são escritos em maior
frequência usando a terceira pessoa. Pode-se utilizar primeira
pessoa em casos específicos, mas deve-se tomar cuidado. Por
exemplo, uma monografia (tese/dissertação) é um trabalho
individual, logo não é recomendado usar expressões como “nós
realizamos [...]”, sendo correto utilizar “eu realizei [...]”. Nesse
contexto, muitos autores optam por utilizar a terceira pessoa:
“realizou-se [...]”. Em inglês é mais comum encontrar artigos
escritos na primeira pessoa do plural: “we performed [...];
• Voz: pode-se utilizar tanto voz passiva quanto voz ativa. Uso de
voz ativa deixa o discurso mais direto, por isso em manuscritos
em inglês a voz passiva é pouco aceita. Por outro lado, em
português pode-se utilizar com maior regularidade a voz passiva.
Entretanto, deve-se tomar cuidado com empilhamento de voz
passiva: quando diversas frases escritas na voz passiva são
apresentadas em sequência. Portanto, recomenda-se intercalar voz
passiva com voz ativa.

2.8.1 Ritmo e conexão


Sentenças escritas na mesma estrutura podem apresentar problema de ritmo,
o que pode ocasionar ao leitor dificuldades na compreensão do texto. Como
exemplo, pode-se citar a presença de várias frases seguidas estruturadas com
sujeito seguido do verbo. Por exemplo:

39
“O Brasil é um país tropical. Um país tropical é um país quente. Um país quente é um país
feliz”.

Pode-se melhorar o ritmo variando o tamanho das sentenças ou


inserindo conectores discursivos entre as sentenças (Tabela 6):

“O Brasil é um país tropical. É de conhecimento popular que países tropicais tendem a ter
um clima quente. Além disso, pesquisas recentes indicam que indivíduos que vivem em
países tropicais são mais felizes.”

Tabela 6. Exemplos de conectores discursivos.

Fonte: <https://brasilescola.uol.com.br/redacao/conectores-discursivos.htm>. Acesso em 8


de abril de 2020.

Conector Exemplos
discursivo

Adição E, pois, além disso, e ainda, mas também, por um lado … por outro

Causa É evidente que, certamente, naturalmente, evidentemente, por

Reafirmação Nesse sentido, nessa perspectiva, em outras palavras, ou seja,


novamente, em suma, em resumo, dessa forma, outrossim, dessarte,
destarte

Semelhança Do mesmo modo, tal como, assim como, pela mesma razão

Oposição/restrição Mas, apesar de, no entanto, entretanto, porém, contudo, todavia,


tampouco, por outro lado

Ligação temporal Atualmente, contemporaneamente, após a década de, antes de, em


seguida, até que, quando

Opinião Ao meu ver, creio que, em meu/nosso entender, parece-me que,


(in)felizmente, incrível como, admito que, (não) penso dessa
forma/assim, obviamente

Hipótese A menos que, supondo que, mesmo que, salvo se, exceto se

Finalidade Para, para que, com o intuito de, com o objetivo de, a fim de

Exemplificação Por exemplo, isto é, como se pode ver, a exemplo de

Esclarecer (não) significa que, quer dizer, isto é, não pense que, com isto, (não)
pretendemos

40
Enfatizar Efetivamente, com efeito, na verdade, como vimos, como pudemos
refletir, mais uma vez

Dúvida Talvez, é provável, é possível, provavelmente, possivelmente,


porventura

Chamar atenção Note-se que, atentar para o fato de que, constata-se que,
verificamos, mais uma vez

Conclusão Portanto, logo, enfim, à guisa de conclusão, em suma, concluindo,


para que

Certeza Evidentemente, certamente, decerto, naturalmente

Proporção À medida que, da mesma forma

Conformidade Conforme o(a), de acordo com, consoante, em conformidade

2.8.2 Numerais e símbolos


Ao escrever um texto acadêmico, deve-se atentar à algumas regras para
escrita de números seguidos por símbolos ou unidades de medidas. Alguns
números devem possuir um espaço após sua escrita. Para esses, recomenda-
se utilizar o caractere de espaço rígido (também conhecido como espaço
fixo). Esse caractere previne que, caso o número se encontre no final de uma
linha, ocorra uma quebra de linha que o separe do símbolo. Por exemplo, no
Microsoft Word esse espaço é obtido pressionando as teclas
Ctrl + Shift + Espaço e no Mac OS pressionando Option + Espaço.
Devem ter espaço após o numeral:
• 6 min
• 0.3 g
• 80 mL
• 100 km
Não devem ter espaço (%, $ e º):
• 50%
• $400
• 180º

2.8.3 Escrita em inglês

41
Ao escrever trabalhos acadêmicos, eventualmente um pesquisador se verá na
tarefa de redigir manuscritos em inglês. Isso gera um temor por parte do
escritor, uma vez que boa parte da população brasileira não possui fluência
em uma língua estrangeira. Entretanto, é possível escrever textos
compreensíveis mesmo não tendo fluência no inglês. Para isso, deve-se
atentar a algumas estratégias e dicas:
• Traduções: tente evitar escrever em português e traduzir para inglês.
Apesar das recentes evoluções nos tradutores automáticos, como o
Google Translate, em português se utiliza expressões diferentes que
muitas vezes não podem ser traduzidas. Além disso, o português faz
bastante uso de artigos, que apesar ser possível ser utilizado em
construções em inglês são pouco utilizados (como por exemplo, “of
the”). Por isso evite sempre que possível. Se quiser utilizar tradutores
automáticos, pode-se recomendar um processo de tradução reversa:
escreva em inglês e traduza para português (isso pode ser útil para
detectar falsos cognatos: palavras semelhantes em duas línguas, mas
com sentidos diferentes);
• Ritmo: para que o texto tenha um bom ritmo, recomenda-se intercalar
o início de frases. Pode-se iniciar frases com:
o Advérbios: “recently, DNA sensors”
o Orações dependentes (dependent clauses): “although, cancer
diagnosis is not…”
o Frase no infinitivo: “To optimaze the system…”
o Sujeito-verbo (tradicional): “The result show that…”
o Frase preposicional: “In a few months, the systems will be…”
• Uso de palavras-chave: palavras bastante utilizadas em artigos em
inglês podem (e devem) ser utilizadas em artigos (Tabela 7). Inseri-
las garante que seu texto tenha uma série de expressões comumente
reconhecidas, o que permitirá que seu leitor se familiarize com o
texto.

Tabela 7. Palavras-chave bastante utilizadas em artigos em inglês.

Tipo Exemplos

42
Continuidade also
moreover
first… second
in addition
Pausa for example
in other words
Contradição however
(reversão de fluxo de ideias) in contrast
on the other hand
conversely
contrarily
Conclusão in summary
concluding

• Evite a complexidade: evite utilizar palavras e expressões


consideradas sofisticadas ou complexas. Substitua
palavras/expressões complexas por versões mais simples (Tabela 8);

Tabela 8. Lista de substituições de palavras/expressões.

Palavra/expressão Substitua por


utilization use
finally end
For the reason that because
at the present now
the majority of most
by means of By
“In this work...” in this paper...
(não está errado, mas não é muito in this study
utilizada por nativos) in this investigation
here...
Fact - “this fact” this effect
this hypothesis
this value
this finding
Nowadays (hoje em dia) presently ou currently (atualmente)
on the contrary (pelo contrário) in contrast (em contraste)
(up) until now (até agora) to date (até hoje)

• Evite palavras pouco usadas: há uma série de palavras que devem


escritas com pouca frequência (por serem um pouco óbvias), como
por exemplo:

43
o preliminary
o careful
o obtained
o novel
o successfully
• Palavras/expressões usadas em português, mas pouco usadas no
inglês: há uma série de palavras e expressões usadas com frequência
em português, mas não muito utilizadas quando escritas em inglês,
como por exemplo:
o thus
o in this context
o so
• Atenção a palavras bastante usadas: atente-se a diferenças entre
palavras bastante usadas, como por exemplo:
o Analysis
▪ analysis: singular
▪ analyses: plural
o through, thorough and though
▪ through: por meio de, através de
▪ thorough: com cuidado, completo, minucioso
▪ though: embora
o increase, enhance and improve
▪ increase: aumento
▪ enhance: melhoria (algo que já está bom e fica melhor)
▪ improve: melhoria (algo está ruim e fica melhor -
palavra mais genérica)
o data: dados (plural)

2.8.4 Corpus
Um corpus linguístico pode ser utilizado como referência para escrita de
manuscritos acadêmicos. Um corpus pode ser compreendido como um
conjunto de textos que serve como fonte de análise para escrita de
manuscritos em determinada linguagem.

44
Um exemplo de corpus é o buscador Google. Você pode utilizar o
Google como fonte de busca para tentar descobrir como uma palavra é escrita
ou se uma expressão está sendo utilizada no contexto correto. Entretanto, o
Google inclui uma série páginas e textos escritos em linguagem informal, o
que pode inserir um viés para possíveis análises formais. Por isso, existem
conjuntos de corpus construídos com base em textos acadêmicos. Por
exemplo:
• http://springerexemplar.com
• https://www.english-corpora.org/coca/

45
3
Capítulo

3. Desenvolvendo um trabalho
acadêmico passo-a-passo
Nesta seção, será demonstrado como elaborar um trabalho acadêmico desde
a definição do título até a escrita da conclusão. Para formatação, será utilizado
o regulamento obtido no artigo 4º da resolução Nº 05/2018 do Programa
Interunidades de Pós-graduação em Bioinformática da UFMG. Quando
regras de formatação não forem definidas, será adotado o padrão ABNT.

3.1 Número de páginas


O número de páginas de um trabalho acadêmico varia de acordo com o tipo.
Em geral, artigos possuem em aproximadamente dez páginas (~5000
palavras). Entetanto, dependendo do escopo do periódico podem existir
artigos de duas páginas ou até mesmo artigos de 20 páginas.
Dissertações de mestrado possuem em média 50 páginas (~15 mil
palavras), enquanto teses de doutorado podem passar das 100 páginas (~30
mil palavras). Entretanto, esses valores dependem da área a qual o trabalho
está inserido. Por exemplo, para teses e dissertações na área de bioinformática
pode se considerar os valores a seguir como estimativas (Tabela 9).

Tabela 9. Número mínimo e máximo de páginas de dissertações e teses.

A contagem é feita da capa até as referências (apêndices e anexos não são incluídos na
contagem de páginas).

Número mínimo de páginas Número máximo de páginas


Dissertação 40 80
Tese 80 160

46
Obtido no artigo 4º da resolução Nº 05/2018 do Programa Interunidades de Pós-graduação
em Bioinformática da UFMG. Disponível em: <http://www.pgbioinfo.icb.ufmg.br>. Acesso
em 17 de março de 2020.

Não há uma regra para quantas páginas deve ter cada seção, variando
de acordo com a necessidade de cada autor. Entretanto, propõe-se neste
manuscrito uma tabela de recomendações9 de tamanho de seções visando
servir como referência para escrita (Tabela 10).

Tabela 10. Recomendações para tamanho de seções em dissertações e teses.

Dissertação Tese

Mínimo* Máximo* Mínimo* Máximo*

Seções pré-textuais** 5 10 10 15

Introdução 10 25 15 30

Objetivos 1 2 1 2

Materiais e métodos 10 15 15 30

Resultados e discussão 11 22 35 70

Conclusão 1 2 1 2

Perspectivas 1 2 1 2

Seções pós-textuais*** 1 2 2 9

Total estimado 40 80 80 160

Recomendação baseada no artigo 4º da resolução Nº 05/2018 do Programa Interunidades de


Pós-graduação em Bioinformática da UFMG. * Valores meramente recomendados pelo autor
deste manual. Portanto, não precisam ser seguidos a risca. ** Seções pré-textuais: leva em
consideração apenas itens obrigatórios (uma página para cada): capa, contra-capa, sumário,
resumo e abstract. *** Seções pós-textuais: leva em consideração uma página para
“referências bibliográficas” (anexos e apêndices não entram na contagem).

Essas recomendações não precisam ser seguidas a risca, servindo


apenas como uma base comparativa de tamanhos de seções. Por exemplo, a
Tabela 10 recomenda 22 páginas como tamanho máximo para a seção de
“resultados e discussão” de uma dissertação. Não há qualquer problema em
uma dissertação apresentar entre 23 a 30 páginas de “resultados e discussão”,
o que não se espera é que tal seção apresente um ou duas páginas, ou então,
que a seção objetivos apresente de 10 a 20 páginas (uma vez que seria

9
Recomendação baseada na opinião deste autor.

47
improvável apresentar a todos esses objetivos nas seções de métodos,
resultados e discussão com base no número máximo de páginas permitido).
Seções pré-textuais e pós-textuais devem entrar na conta (com
exceção dos anexos e apêndices que não são numerados). Não se deve gastar
mais do que uma página para cada elemento pré-textual. Como por exemplo,
elementos obrigatórios, como resumo e abstract, ou elementos opcionais,
como dedicatória, epígrafe e agradecimentos devem ocupar no máximo uma
página cada. Nas referências bibliográficas pode-se utilizar uma fonte menor
(e.g. 10px) e espaçamento simples entre linhas (desde que seja adicionado
um espaçamento entre referências).

3.2 Escrevendo o título do trabalho


O título de um trabalho é a principal forma de divulgação para possíveis
leitores de seu trabalho. Um título bem elaborado cativa o leitor e atrai o
interesse para leitura de todo o manuscrito ou pelo menos do resumo. Para
isso, o título deve refletir os principais resultados de seu trabalho. Ele deve
ser chamativo, mas não sensacionalista. Deve ser completo e ao mesmo
tempo simples (evite o uso de jargões). Em geral, recomenda-se que o título
tenha entre 10 e 20 palavras (DE SOUZA AQUINO, 2017).
Deve-se levar em consideração que não há um padrão rígido para
definição de títulos. Entretanto, algumas dicas podem ser apresentadas para
uma boa elaboração de títulos. Em geral, os títulos devem apresentar uma
breve descrição do trabalho. Títulos de monografias e artigos que descrevem
como tema principal a apresentação de um software podem utilizar o padrão
com nome da ferramenta seguido por uma descrição separada por dois pontos.
Além disso, títulos que exemplificam algum tipo de análise podem ser
utilizados. Por exemplo, a palavra “análise” tem sido bastante utilizada no
início de títulos (Tabela 11).
Veja a seguir, uma comparação entre três possíveis títulos para um
mesmo trabalho:

(A) Uma ferramenta Web, denominada SIMBA, para o gerenciamento de


montagem e finalização de genomas de bactérias avaliada por meio de

48
dois estudos de caso com Corynebacterium pseudotuberculosis 1002
(biovar ovis) e 258 (biovar equi).

(B) Montagem de genomas com SIMBA.

(C) SIMBA: uma ferramenta Web para gerenciamento de montagens de


genomas bacterianos.

Apesar do título (A) apresentar uma descrição mais completa do


trabalho, ele é longo (34 palavras) e apresenta detalhes dispensáveis, como
por exemplo, citar detalhes dos estudos de caso realizados. O título (B) é mais
curto (5 palavras); entretanto, ele não diz muito sobre do que se trata o
trabalho. Logo, títulos (A) e (B) não são recomendados. O título (C) é curto
e conciso (11 palavras), apresenta palavras-chave importantes para descrever
o trabalho, como por exemplo vinculando o nome da ferramenta à descrição
do que ela se trata. Comparando os três títulos, o título (C) aparenta ser o mais
recomendado, apesar dele omitir detalhes importantes sobre a ferramenta,
como por exemplo, que se trata de uma ferramenta de “montagem e
finalização de genomas” (informação descrita no título A) e não apenas uma
ferramenta de “montagem de genomas”. Algumas vezes detalhes importantes
deverão ser suprimidos para dar preferência à concisão. Tais detalhes, se
essenciais para compreensão, poderão ser incluídos no resumo.
Exemplos de bons títulos (Tabela 11):

Tabela 11. Exemplos de títulos de dissertações divididos em quatro categorias: software,


análise, uso de subtítulos e descritivo.

Tipo Título Tamanho Autor

CAPRI: Uma base de dados para análise comparativa


de paradigmas para prospecção de contatos em 18 P. Martins
interfaces proteína-proteína
SOFTWARE

PFSTATS: Sistema para Estudo de Famílias de


N.
Proteínas através de Detecção de Resíduos
20 Fonseca
Conservados e Decomposição de Redes de
Junior
Coevolução

Potion2 - Um ambiente computacional completo para


L. da
a busca por genes adaptativos em diferentes linhagens 17
Silva
de uma Filogenia

49
nAPOLI: Uma ferramenta web para análise de
10 A. Fassio
interações Proteína-ligante

Análise do potencial probiótico de Lactococcus lactis


L.
subsp. lactis NCDO 2118 por meio de genômica 16
Oliveira
comparativa

Análise evolutiva baseada no genoma de Pasteurella


12 R. Castillo
multocida proveniente de isolados veterinários

Análise Genômica Comparativa de uma Linhagem de


Klebsiella pneumoniae Multirresistente Recentemente 17 R. Santos
ANÁLISE

Isolada de um Paciente no Brasil

Análise do miRNoma de sangue periférico de R.


12
pacientes com Leucemia linfocítica crônica Barbosa

Análise Genômica Comparativa de Linhagens de


A.
Staphylococcus aureus Isoladas de Diferentes Formas 16
Caetano
de Mastite em Ovinos

Análise em larga escala das regiões intergênicas ITS, F.


16
ITS1 e ITS2 para o filo Basidiomycota (Fungi) Oliveira

Sequenciamento, montagem e anotação do genoma de


Streptococcus Agalactiae GBS85147: uma abordagem 13 E. Aguiar
SUBTÍTULO

comparativa

Identificando g-quadruplexes potenciais no genoma


de tripanossomatídeos: possíveis implicações para a 15 W. Prado
regulação da expressão gênica

Genômica comparativa entre os biovares Equi e Ovis


de Corynebacterium pseudotuberculosis isolados no 14 D. Parise
México

Ocorrência de Splicing Alternativo Diferencial no


Transcriptoma do Coração de Camundongos
18 N. Toledo
Infectados com Diferentes Cepas de Trypanosoma
cruzi
DESCRITIVOS

Caracterização do primeiro genoma de


Glutamicibacter creatinolyticus isolada de abscesso 13 R. Santos
de uma égua

Estratégias de imunoinformática no desenvolvimento


de uma vacina multiepitopo in silico contra o vírus da 17 S. Tosta
febre amarela

Aplicação do mapa ótico na detecção e correção de


erros de montagens em genomas de Corynebacterium 17 T. Souza
pseudotuberculosis

50
(i) software – apresenta uma nova ferramenta; (ii) análise – apresenta um tipo de análise de
dados; (iii) uso de subtítulos – utiliza subtítulos separados por dois pontos; (iv) descritivo –
apresenta uma breve descrição do que foi realizado no trabalho. Fonte: obtido em:
<http://www.pgbioinfo.icb.ufmg.br/diss_defesas_listagem.php>. Acesso em 6 de abril de
2020.

3.3 Coautoria
Uma pesquisa de alto nível deve ser realizada a partir da colaboração entre
cientistas. Enquanto uma monografia deve ter apenas um autor, os artigos
científicos podem ser fruto do trabalho em conjunto com mais colaboradores,
seja na concepção, realização ou até mesmo na revisão ortográfico-gramatical
do manuscrito. Entretanto, a definição de quais colaboradores devem entrar
como coautores de uma pesquisa é um processo complexo.
As definições de coautoria devem ser estabelecidas pelo idealizador
ou pelo responsável pela pesquisa, o denominado PI (principal investigator;
investigador principal). Em geral, o PI é o pesquisador responsável por
adquirir verbas para financiar a pesquisa, chefiar um laboratório e/ou liderar
o grupo de pesquisa com o auxílio de coinvestigadores (professores
assistentes, pós-docs, técnicos ou doutorandos com maior nível de
independência). Muitas vezes o PI está envolvido na administração e
coordenação em paralelo de muitos projetos de pesquisa. Assim sendo, cabe
a grupos de pesquisa mais independentes as tarefas de auto-organização,
definindo por conta própria quais colaboradores devem ser inclusos como
coautores de uma pesquisa. Em contrapartida, é de vital importância que o PI
esteja ciente e aprove papel de cada coautor em uma pesquisa. Entretanto,
deve-se ressaltar que muitos projetos de pesquisa financiados por verbas
governamentais podem estar relacionados a áreas estratégicas com alto
impacto econômico industrial, requerendo assim alta integridade e senso de
responsabilidade dos envolvidos. Não há uma regra sobre o nível de
independência de um grupo de pesquisa, variando em cada grupo de pesquisa.
Em geral, grupos de pesquisa cuja equipe tem maior independência na tomada
de decisões tendem a possuir um nível de produção superior; entretanto, uma
maior independência pode ainda estar relacionada a uma maior propagação
de erros, uma vez que uma quantidade maior de indivíduos possui maior grau

51
de decisão. Nesse caso, uma maior supervisão do PI ou dos coinvestigadores
pode ser essencial para evitar falhas na condução da pesquisa.
Visando uma padronização, diversas instituições elaboraram guias de
orientação com boas práticas na definição de coautorias de trabalhos
científicos. Abaixo, é apresentado um trecho traduzido da política de autoria
de publicações da Nature Research10:
Espera-se que cada autor tenha feito contribuições substanciais
para a concepção ou design do trabalho; ou a aquisição, análise ou
interpretação de dados; ou a criação de novo software usado no
trabalho; ou redigiu o trabalho ou o revisou substancialmente. E
ter aprovado a versão submetida (e qualquer versão
substancialmente modificada que envolva a contribuição do autor
para o estudo); E ter concordado em ser pessoalmente responsável
pelas próprias contribuições do autor e garantir que as questões
relacionadas à precisão ou integridade de qualquer parte do
trabalho, mesmo aquelas nas quais o autor não estava envolvido
pessoalmente, sejam investigadas, resolvidas e adequadamente a
resolução documentada na literatura. Fonte: (MCNUTT et al.,
2018).

Assim, pode-se definir que há vários níveis de contribuição que um


coautor pode apresentar em um trabalho, variando desde a concepção à
realização na prática (Tabela 12). Apesar de haver tarefas que podem ser
consideradas “mais trabalhosas” na elaboração de um artigo, o que
inevitavelmente faz com que alguns autores trabalhem mais do que outros,
deve-se destacar que todos os colaboradores essenciais de uma pesquisa
devem ser incluídos como coautores. Também é importante ressaltar que
todos os autores devem ler e aprovar o manuscrito, além de se responsabilizar
pelo conteúdo ali inserido. Isto é, se um dos coautores cometer alguma
infração grave (como por exemplo, plágio), todos os coautores do mesmo
trabalho devem ser responsabilizados por isso.

Tabela 12. Possíveis contribuições para coautoria. Um coautor deve cumprir os itens 2 e 3,
além de pelo menos um dos tópicos do item 1.

• Planejamento da pesquisa
• Coleta de dados
• Análise de dados

10
Disponível em: <https://www.nature.com/nature-research/editorial-policies/authorship>.
Acesso em 18/03/2020.

52
• Interpretação de dados

1 •

Desenvolvimento de software
Escrita do manuscrito
Revisão do manuscrito

2 • Leu e aprovou o manuscrito

3 • Aceita ser responsável pelo


conteúdo ali apresentado

3.3.1 Definindo a ordem dos coautores


Em trabalhos colaborativos, a ordem dos autores está relacionada à
importância do colaborador na pesquisa elaborada. Em geral, o primeiro
nome listado é reservado para o colaborador com maior participação no
desenvolvimento da pesquisa (muitas vezes reservado ao aluno que atuou
diretamente no trabalho). O último autor é reservado ao investigador
principal, em geral, o professor que projetou, realizou análises e/ou conseguiu
recursos para a pesquisa. Nomes próximos ao último autor são geralmente
reservados para colaboradores de maior grau acadêmico que atuam em
posições de supervisão, como por exemplo, pós-docs. Quanto mais próximo
do primeiro autor, maior tende a ser a participação direta do coautor no
trabalho (Figura 5).

Primeiro autor Último autor

Maior participação Menor participação Maior importância

Figura 5. Ordem de importância de autores listados em um artigo.

Os primeiros nomes listados são reservados aos principais realizadores da pesquisa. Os


últimos nomes listados são reservados para o principal investigador e colaboradores
responsáveis pela supervisão da pesquisa. Em geral, o PI figura como o último autor e o

53
pesquisador responsável para realização da pesquisa como primeiro autor. Fonte: próprio
autor.

Além disso, símbolos podem ser adicionados em sobrescrito ao lado


do nome de autores quando necessário informar detalhes adicionais sobre a
participação deles na pesquisa. Como por exemplo, informar que dois autores
apresentaram o mesmo nível de contribuição (válido tanto para primeiro e
segundo autor, quanto para último e penúltimo autor). Ou ainda, informar
quem é o autor de correspondência (autor responsável por responder dúvidas
de editores, revisores ou, até mesmo, de leitores do artigo quando publicado).
Além disso, numerais podem ser utilizados para informar a filiação.
Observe o exemplo a seguir:

Exemplo de título de artigo


DA SILVA&,*, 1, Fulano; SOUZA&,1, Ciclano; DAS DORES2, Maria; BATISTA*,1,
Deltrano

1
Universidade Federal de Minas Gerais, Departamento A, Av. Pres. Antônio Carlos, 6627, Belo Horizonte -
MG, 31270-901, Brasil
2
Universidade Federal de Minas Gerais, Departamento B, Av. Pres. Antônio Carlos, 6627, Belo Horizonte -
MG, 31270-901, Brasil
&
Mesmo nível de contribuíção
*
Autor de correspondência: FDS: dasilva@univerisdade.br; DB: batista@universidade.br

Nesse exemplo, o trabalho apresenta quatro autores. Observe que o


último nome dos autores é exibido primeiro (isso não é uma regra geral, mas
diversos periódicos adotam tal terminologia). O primeiro autor (DA SILVA),
possui três símbolos ao lado do nome:
• &
mesmo nível de contribuição (dividido com o segundo autor);
• *
autor de correspondência (dividido com o último autor);
• 1
Membro do Departamento A (o mesmo do segundo e do quarto
autor).
Mesmo nível de contribuição indica que DA SILVA e SOUZA
trabalharam igualmente no trabalho. A posição de autor de correspondência,

54
em geral, é atribuída ao último autor. Entretanto, ela pode ser compartilhada
com outros autores, uma vez que autor de correspondência também é
responsável pela submissão do artigo. Durante esse processo, o periódico
pode requisitar tarefas simples, como por exemplo, o envio de figuras em alta
resolução ou correção de erros pontuais no manuscrito durante o processo de
revisão pareada. Entretanto, pode ainda requisitar tarefas mais complexas que
apenas o PI poderia desempenhar, como por exemplo, o pagamento de taxas
de publicação.

A ordem de autores em um trabalho colaborativo deve ser definida preferencialmente pelo


principal investigador (PI) da pesquisa. Entretanto, cabe a todos os autores informar ao PI
sobre a contribuição de coautores em uma pesquisa. Todo colaborador que realizou uma
atividade essencial na pesquisa deve ser incluído como um coautor. A não inclusão de um
colaborador importante em uma pesquisa constitui numa infração grave e pode resultar
até mesmo em processos criminais que envolvam propriedade intelectual. Pesquisadores
que realizaram colaborações não essenciais podem ser incluídos na seção de
agradecimentos11.

3.4 Escrevendo o resumo


O resumo deve condensar todo o conteúdo do trabalho em poucas linhas,
contando-o do início ao fim. Um bom resumo deve entregar todo o plot do
trabalho12. Na escrita acadêmica não se deve fazer suspense na escrita, por
isso o resumo deve revelar todos os achados do artigo e incentivar o leitor a
ler o manuscrito apenas para obter os detalhes.

11
Definir se um colaborador deve ser incluído como coautor ou apenas citado na seção de
agradecimentos é um processo complexo. Como opinião pessoal, defino que um coautor
participou ativamente do projeto se resolveu pessoalmente alguma tarefa relacionada
diretamente ao trabalho. Por exemplo, se você está desenvolvendo um trabalho que exige
uma análise que envolve a execução de um software específico que você não tem domínio;
se um colaborador executa essas análises para você, ele deveria ser incluído como coautor;
entretanto, se esse mesmo colaborador apenas lhe ensina a executar o software e você mesmo
faz as análises, logo esse colaborador deveria ser incluído apenas na seção de
agradecimentos.
55

12
Ou seja, um bom resumo deve entregar todos os spoilers.
Segundo um editorial publicado no periódico Nature
Communications (ECKHOFF, 2019), um resumo bem elaborado pode ser
dividido em cinco partes:
(i) Introdução (2 frases): apresentação generalizada do contexto
área de pesquisa e os antecedentes da pesquisa atual;
(ii) Problema (1 frase): descrição do problema principal que
levou à necessidade de realizar o trabalho (na maior parte das
vezes, essa frase deve começar com a expressão "no entanto”);
(iii) Proposta (1 frase): apresenta a proposta do artigo para
solucionar o problema (pode começar com expressões como
“neste estudo propõe-se...” ou “aqui será mostrado”);
(iv) Resultados e conclusões (~3-5 frases): apresenta as
descobertas mais importantes do artigo (pode-se adicionar
alguns números obtidos para fortalecer seus argumentos:
“usando o método xyz, obteve-se valores...”);
(v) Implicações (1-2 frases): apresenta uma frase conclusiva
indicando a quem ou a qual área os resultados apresentados no
artigo podem beneficiar.

Entretanto, outros autores apresentam outras definições para


elaboração de resumos. Segundo MORO (2008), um resumo não deve citar
referências bibliográficas e nunca deve mencionar informações que não estão
no artigo. Ainda segundo a mesma autora, um resumo pode ser dividido em
quatro partes (COM-PROSA): (i) contexto; (ii) problema; (iii) solução; e (iv)
avaliação (Figura 6).

56
Figura 6. Método para escrita de resumos CON-PROSA: contexto, problema, solução e
avaliação.

Fonte: <https://homepages.dcc.ufmg.br/~mirella/ppt/2014-EscreverArtigos-
EVCOMP.pdf>. Acesso em 7 de abril de 2020.

Entretanto, o método CON-PROSA aparenta ser mais indicado para


resumos mais curtos (mais utilizados em trabalhos nas áreas de ciências
exatas). A construção de um resumo irá depender da quantidade máxima de
palavras admitidas pelo periódico/instituição a qual ele será submetido.
Apesar disso, diferentes autores/instituições recomendam estratégias
similares para a construção de resumos, como por exemplo, o curso de escrita
científica13 da USP (Universidade de São Paulo) adota um padrão de resumo
dividido em seis partes, que concorda com outros métodos apresentados
anteriormente (
Tabela 13).

Tabela 13. Comparação entre métodos para a construção de resumos.

USP Nature CON-PROSA


Contextualização Introdução Contexto
Lacuna Problema Problema
Propósito Proposta Solução
Metodologia
Resultados e discussão
Resultados Avaliação

Conclusões Implicações

13
Disponível em: <http://eaulas.usp.br/portal/video.action?idItem=3153>. Acesso em 7 de
abril de 2020.

57
Assim, pode-se concluir que um bom resumo deve apresentar frases
que contextualizam o campo de estudo partindo do generalizado ao
específico, até que seja introduzido um determinado problema ou lacuna
ainda não explorada na literatura (é comum que essa frase seja iniciada com
a palavra, “entretanto”). A seguir o resumo deve apresentar o
propósito/objetivo do trabalho. No artigo “How to write an abstract” (Como
escrever um resumo), ECKHOFF (2019) propõe que essa parte do resumo
inicie com a expressão “here we show” (“aqui nós mostramos”)14.
Após o setor de proposta, propósito ou solução é que os autores
diferem um pouco. O método CON-PROSA sugere que seja apresentado
como a proposta foi avaliada: descrever estudos de caso, resultados obtidos e
se eles concordam com a literatura. ECKHOFF (2019) chama esse setor de
“resultados e conclusões”, separando-o do setor de “implicações”, que pode
ser comparado na verdade a uma conclusão, pois deve indicar quem será
beneficiado com os resultados do trabalho. O método proposto pelo curso de
escrita científica da USP, afirma ainda que deve ser acrescentado a
“metodologia” usada ao resumo. ECKHOFF (2019) afirma que não é
necessário incluir detalhes dos métodos, mas, caso o autor ache necessário,
esses podem ser inseridos em uma curta frase que se intercala aos resultados.
Por exemplo: “usando o método X, obteve-se os valores [...]”. Por fim, no
final do resumo deve-se então apresentar as conclusões generalizadas,
chamadas de “implicações” por ECKHOFF (2019).
Com base nesses trabalhos, propõe-se então um guia de cinco passos
para escrita de um resumo. Um bom resumo deve abordar em ordem todos os
cinco tópicos abaixo descritos:
1. Contexto: escreva duas ou três frases contextualizando a
pesquisa;
2. Problema: escreva uma frase descrevendo o problema que a
pesquisa aborda. Preferencialmente comece a frase com um
conector discursivo de oposição (por exemplo, “entretanto”,

Caso o autor opte por escrever seu resumo na terceira pessoa, pode-se utilizar “aqui será
14

mostrado”.

58
“mas”, “porém” ou “todavia”). Isso permitirá que outros
leitores reconheçam com facilidade onde está descrito o
problema abordado por sua pesquisa. Eventualmente, você
pode inserir frases indicando porque outros autores não
conseguiram resolver tal problema;
3. Proposta: apresente a sua proposta de solução para o
problema apresentado. Você pode iniciar essa frase com
expressões como “neste estudo é mostrado”, “aqui será
demonstrado” ou “neste trabalho será apresentado”;
4. Resultados: inclua breves descrições dos métodos aplicados
seguido dos resultados obtidos (não inclua detalhes). Você
pode usar números obtidos nessa parte, por exemplo, “usando
o método xyz, obteve-se uma acurácia de 0.87 e uma
sensibilidade de 0.95 [...]”. Mas não inclua uma grande
quantidade de números, pois isso pode confundir o leitor. Se
possível inclua frases comparando com outros resultados da
literatura;
5. Conclusões: por fim, inclua uma frase de conclusão geral
demonstrando quais as implicações e benefícios do trabalho
para a área de estudo, comunidade científica, indústria e/ou
sociedade em geral.

3.4.1 Escolhendo as palavras-chave


Palavras-chave permitirão que seu trabalho possa ser corretamente
categorizado. Em geral, recomenda-se entre 3 a 10 palavras-chave (mas esses
valores podem variar de acordo com definições do escopo da publicação). As
palavras-chave podem conter termos que são abordados em seu trabalho ou
categorias em geral. Observe o exemplo a seguir:

Tabela 14. Exemplo de lista de palavras-chave.

Título Palavras-chave
Uso de assinaturas estruturais para • Bioinformática estrutural
proposta de mutações em enzimas β- • Biocombustíveis

59
glicosidase usadas na produção de • β-glicosidases
biocombustíveis • Assinaturas baseadas em grafos
• Mutações
• SSV
• Docking
• Cálculo de contatos

Na Tabela 14 é apresentada uma lista de palavras-chave para um


determinado trabalho. Observe que algumas palavras específicas aparecem
no título, mas nem todas. Algumas palavras-chave referem-se ao campo de
atuação, como por exemplo, bioinformática estrutural. Outras palavras-
chave, como docking e cálculo de contatos, referem-se a métodos utilizados
no trabalho.

3.5 Escrevendo a introdução


A introdução deve apresentar fundamentos para compreensão do trabalho.
Toda informação não trivial deve ser fundamentada com base em uma
referência, ou seja, deve-se adicionar uma referência da literatura que
anteriormente apresentou similar descrição. Preferencialmente deve-se optar
pelo uso da paráfrase no lugar de citações diretas. Ainda, na introdução deve-
se descrever a importância da área de pesquisa e apresentar um problema que
precisa ser solucionado. A introdução deve ser escrita com clareza e
objetividade. Deve-se evitar frases soltas e longas, além de parágrafos que
não se conectam. Recomenda-se ainda que citações de citações (apud) sejam
evitadas (DE SOUZA AQUINO, 2017).

3.5.1 Introdução de um artigo


A introdução de um artigo varia entre 400-1000 palavras. Ela pode ser
dividida em quatro partes (essas partes podem ser fisicamente divididas em
parágrafos ou não). São elas:
1. Contextualização: apresenta uma breve contextualização da área de
estudo;

60
2. Problema (gap): apresenta um problema ainda não solucionado por
completo ou uma lacuna (em geral, essa parte inicia-se com a palavra,
“entretanto”);
3. Estado da arte (soluções propostas por outros): apresenta soluções
propostas e trabalhos realizados por outros autores para solucionar o
problema ou questão parecida. Deve-se ressaltar problemas
relacionados a essas estratégias (algo que justifique um novo estudo);
4. Proposta: no fim da seção, deve-se introduzir o trabalho a ser
apresentado. Por exemplo, você pode começar essa parte com: “neste
estudo será apresentado um novo método para [...]”. Não acrescente
detalhes nesta parte, pois eles serão abordados nas seções
subsequentes.

3.5.2 Introdução de dissertações e teses


Dissertações e teses têm suas seções de introdução construídas de maneira
similar; entretanto, o que as difere é o nível de profundidade. Uma dissertação
pode explorar temas mais generalizados, recorrendo a necessidade de incluir
informações básicas de uma área de estudo. Uma tese parte do pressuposto
que o leitor tenha algum conhecimento sobre o tema e, portanto, pode partir
para assuntos mais específicos. Por exemplo, a introdução de uma dissertação
que aborda o tema “enovelamento de proteínas” poderia inicialmente
apresentar conceitos básicos como: (i) importância das proteínas; (ii)
estruturas de proteínas; (iii) bases de dados de proteínas; (iv) tipos de arquivos
de estruturas de proteínas; (v) visão geral sobre interações intra-moleculares;
e por fim (vi) introdução de conceitos relacionados a modelagem em grafos
de átomos. Em uma tese que aborda o mesmo assunto, conceitos básicos de
proteínas são considerados triviais, logo o autor poderia começar o texto
relacionando a importância de modelagem em grafos para modelagem de
interações intra-moleculares que, por sua vez, podem ser apresentadas em um
nível de profundidade maior.
A introdução de teses e dissertações pode ser construída de duas
formas:

61
• Introdução separada do referencial teórico: o autor apresenta
inicialmente a área de pesquisa, introduz o problema, introduz suas
hipóteses, soluções e validações realizadas. Essa introdução deve ser
feita com poucas páginas (em geral, entre duas e dez páginas). Assim,
o referencial teórico é apresentado em uma seção subsequente.
• Introdução unida ao referencial teórico: referencial teórico e
introdução são unidos em uma única seção. Neste caso, a introdução
deve apresentar fundamentos teóricos introduzindo em paralelo o
problema detectado, as soluções existentes e porque elas não são
satisfatórias. Por fim, deve introduzir as hipóteses levantadas e
apresentar brevemente a solução proposta e como será validada.

3.5.3 Construção de um esboço (outline)


Ao iniciar a escrita da seção de introdução (ou referencial teórico) deve-se
inicialmente construir uma lista de tópicos que deverão ser abordados (esboço
ou outline). Em geral, o outline de um trabalho deve iniciar com temas
generalizados e, a seguir, entrar em tópicos específicos.
Para elaborar um outline da pesquisa, o autor pode consultar trabalhos
relacionados, como livros, projetos, dissertações e teses, analisando como os
manuscritos foram estruturados. Entretanto, deve-se levar em consideração
que os temas e tópicos abordados devem se interligar de forma que a leitura
ocorra de forma fluida. Por isso, uma determinada ordem de temas abordada
em um trabalho na mesma área de pesquisa pode não ser condizente com o
trabalho atual do autor. Em resumo, o autor pode se referenciar na estrutura
de livros e trabalhos em áreas relacionadas, mas cada trabalho possui suas
particularidades e, portanto, cada caso deve ser analisado individualmente.

Dica
Ao iniciar a construção do referencial teórico de um trabalho, o primeiro passo é definir
suas principais referências de pesquisa. Você pode fazer isso realizando entrevistas com
especialistas (como por exemplo, seu orientador, um coorientador ou estudantes do grupo
de pesquisa que trabalharam em projetos da mesma área). Pode ainda buscar referências

62
em bibliotecas15 e bases de dados de artigos, como Google Scholar16 ou PubMed17. Deve-
se considerar uma referência como boa se ela for bastante citada por outros autores.

Em livros e monografias, observe como os tópicos estão organizados no sumário. Se uma


determinada ordem de temas for observada diversas vezes em diferentes trabalhos, isso
pode ser considerado uma forte evidência de que essa deve ser uma boa forma de estruturar
seu trabalho. É importante ainda adicionar tópicos que considere importantes para sua
pesquisa, desde que os tópicos tenham relação entre si. Cada pesquisa é única, e é função
de um pesquisador trazer inovações (mesmo que pequenas) para o campo de pesquisa, e
é função de seu trabalho apresentar esses resultados de forma compreensível e
reprodutível.

É importante ressaltar que a introdução e seu outline deve também apresentar um reflexo
da metodologia. Logo, as decisões do escritor em termos metodológicos do trabalho
devem também ser fundamentas.

3.6 Escrevendo os objetivos


A seção de objetivos é dividida em duas subseções:
(i) objetivo geral: deve apresentar em uma frase única o principal
objetivo da pesquisa;
(ii) objetivos específicos: deve apresentar uma série de tópicos (cada
um ocupando uma ou duas linhas) que serão abordados durante o
trabalho. É importante que todos os tópicos sejam abordados na
seção de “resultados e discussão”. Recomenda-se inserir entre
cinco e dez tópicos.

Observe o exemplo a seguir (Tabela 15):

Tabela 15. Exemplo de objetivo geral e objetivos específicos.

Objetivo geral Utilizar técnicas de bioinformática, como assinaturas estruturais,


para propor mutações sítio-dirigidas em enzimas β-glicosidase que

15
Como por exemplo, o sistema integrado de pesquisas no catálogo das bibliotecas da
UFMG. Disponível em:
<https://catalogobiblioteca.ufmg.br/pergamum/biblioteca/index.php>. Acesso em 13 de
abril de 2020.
16
Disponível em: <https://scholar.google.com/>. Acesso em 9 de abril de 2020.
17
63
Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/>. Acesso em 9 de abril de 2020.
proporcionem uma melhoria no processo de produção de
biocombustíveis de segunda geração.
Objetivos • Encontrar estruturas de β-glicosidases resistentes à
específicos inibição por glicose;
• Construir uma base de dados para armazená-las;
• Detectar resíduos importantes para tolerância a inibição
por glicose;
• Detectar uma assinatura estrutural que caracterize
enzimas resistentes à inibição por glicose;
• Desenvolver um modelo computacional para sugestão de
mutações em β-glicosidases e possivelmente estender esse modelo
para outras enzimas.

Nos objetivos gerais não deve constar o tipo de metodologia que será
utilizada para resolver o problema. Porém, os objetivos específicos podem vir
acompanhados das metodologias que será utilizada para resolver cada tópico.
Pode-se interpretar os objetivos como um checklist ou script do seu trabalho.
Deve-se enfatizar que objetivos não cumpridos não devem entrar nessa seção.

3.7 Escrevendo a seção “materiais e


métodos”
A seção “materiais e métodos”, também denominada como “metodologia”,
deve fornecer fundamentos para reprodutibilidade de seu trabalho. Deve-se
enfatizar que todos os métodos utilizados no trabalho têm que se encontrar na
seção. Devem ainda ser devidamente registrados, como a utilização do
software e acesso de base de dados. Resultados normalmente não são
apresentados nessa seção, porém pode-se informar resultados parciais caso
seja necessário apresentar uma nova metodologia adotada com base em uma
metodologia previamente descrita, ou seja, justificar a necessidade do uso de
um outro método devido aos resultados de um método usado anteriormente.
Observe o exemplo a seguir:

Coleta dos dados: Sequências de 23 β-glicosidases glicose-


tolerantes foram coletadas nas bases de dados UniProt
(http://www.uniprot.org) e GenBank
(http://www.ncbi.nlm.nih.gov/genbank). Estruturas

64
tridimensionais de cinco proteínas foram obtidas na base de dados
Protein Data Bank (PDB; http://pdb.org; BERMAN et al., 2000).
Foi realizada a comparação entre as sequências coletadas
utilizando-se o algoritmo de Needleman-Wunsch para
alinhamento global com o software ggsearch36 (PEARSON,
2016).

Fonte: (MARIANO, 2019).

Nesse exemplo, a subseção “coleta de dados” informa exatamente


onde os dados foram coletados. Ao final, é apresentado o software que foi
utilizado para comparação de sequências. Observe que apesar de informar
links de onde os dados foram coletados, não há informações específicas sobre
quais foram esses dados coletados. Apesar de certas informações serem
importantes para reprodução do trabalho, pode não ser viável disponibilizá-
los no manuscrito principal, como por exemplo, sequências e arquivos de
estruturas tridimensionais (que gastariam milhares de páginas para serem
impressos). Nesse caso, essas informações poderiam ser disponibilizadas de
duas formas: (i) adicionadas à seção apêndices (quando se tratar de dados
gerados pelo autor) ou anexos (quando se tratar de dados coletados em bases
de dados públicas); ou (ii) disponibilizá-los em uma página de internet
(estratégia adotada no exemplo anterior). Ao adotar a segunda estratégia,
deve-se deixar claro onde as informações foram armazenadas e qual o link de
acesso. No exemplo anteriormente apresentado, a seguinte subseção foi
incluída em sequência:

Base de dados BETAGDB: Foi construída uma base de dados,


denominada BETAGDB, e um website para disponibilizar as
estruturas tridimensionais coletadas ou modeladas e visualizá-las
usando 3Dmol (REGO; KOES, 2015). Assim, os 18 modelos de
β-glicosidases, além das cinco estruturas disponíveis no PDB
passaram a constituir a primeira base de dados de β-glicosidases
glicose-tolerantes (Figura 15). BETAGDB está disponível em:
<http://bioinfo.dcc.ufmg.br/betagdb>.

Fonte: (MARIANO, 2019).

3.8 Escrevendo a seção resultados e


discussão
A seção “resultados e discussão” deve ressaltar a importância do trabalho,
apresentando resultados (organizados em tabelas e figuras), sua interpretação

65
por parte do autor e uma comparação com resultados esperados ou com
resultados anteriormente publicados na literatura. Ao escrever essa seção,
deve-se atentar à forma de visualização de dados. Os métodos mais comuns
são por meio de figuras e tabelas:
• Figuras: como diria o ditado “uma imagem vale mais do que mil
palavras”. Figuras permitem condensar grande quantidade de dados
em pouco espaço. Entretanto, sua construção envolve cuidados
especiais. Deve-se atentar para que a figura seja facilmente
compreensível ao leitor. Além disso, a figura deve apresentar alta
resolução, i.e., toda e qualquer parte da imagem deve estar legível em
tamanho real (por isso, é recomendado testar a impressão antes de
submeter a versão final). O autor deve ainda incluir detalhes nas
legendas, como por exemplo, descrever o significado de cada linha,
cor, eixo, etc. Resultados pouco importantes não precisam ser
exibidos como figuras, podendo ser diretamente inseridos no texto.
Ainda, não é recomendado repetir conteúdo da legenda no texto.
Figuras repetitivas podem ser incluídas como material suplementar
(anexos ou apêndices). As regras ABNT exigem que todas as figuras
devem ter fonte, mesmo aquelas produzidas pelo autor do trabalho.
Nesse caso, o autor deverá inserir ao fim da legenda a sentença:
“Fonte: próprio autor”.
• Tabelas: tabelas permitem a inserção de um conjunto de dados
numéricos ou textuais organizados de forma tabular. Não é
recomendado inserir tabelas que ocupam mais do que uma página ou
que pelo que pelo menos tenham os títulos de colunas e linhas
repetidas nas outras páginas. Caso seja necessário, é recomendado que
elas sejam inseridas como material suplementar nos anexos ou
apêndices (se a tabela tiver mais do que 10 páginas, é recomendado
adicioná-la a um repositório na internet).

Ao apresentar os resultados, o autor pode escolher apresentar uma


discussão em paralelo ou pode separá-la em outra seção. Deve-se ressaltar
que a discussão pode ser considerada a parte mais importante de qualquer

66
trabalho. Nela se apresenta toda a metodologia de forma sistemática e os
resultados são explicados e a interpretados sob o ponto de vista do autor. A
discussão também informa ao leitor qual a contribuição do trabalho para a
área com novas informações e conclusões, com uma técnica nova
reprodutível ou com um incremento para um problema discutido na
comunidade científica. Em alguns artigos a discussão pode até mesmo ser
substituída por conclusão.

3.4 Escrevendo a conclusão


A seção de conclusão tem a função de ressaltar a importância do trabalho para
uma grande área. Ela pode apresentar: uma breve descrição dos resultados,
uma interpretação, além de apresentar as contribuições do trabalho para o
avanço das fronteiras de conhecimento da área.
Na seção de conclusão pode-se começar a escrita de uma maneira
específica, usando como os exemplos abordados no trabalho, e terminar de
maneira generalizada. É importante terminar com uma frase conclusiva,
indicando a quem o trabalho poderá beneficiar ou quais outros caminhos
podem ser explorados com o que foi apresentado na pesquisa. Em geral, a
seção de conclusão ocupa aproximadamente uma página para monografias ou
apenas um parágrafo em artigos.

CURIOSIDADES: Quantas referências deve ter meu


manuscrito?

Não há um consenso, pois um trabalho acadêmico deve ter quantas referências um autor
considerar necessário. Entretanto, a literatura registra estudos que avaliaram a correlação
entre o número de páginas e o total de referências de artigos (ABT; GARFIELD, 2002).
Pensando em responder essa pergunta, o blog de humor PhD Comics elaborou uma
fórmula18 baseada no estudo de ABT; GARFIELD, (2002) para estabelecer o total médio
de referências que um trabalho da área de ciências biológicas deveria ter:

Tr = 25,79 + 1,64 * (np /1000)

18
Disponível em: <http://phdcomics.com/comics/archive_print.php?comicid=1823>. Acesso em: 30 de março de
2020.

67
(1)
Onde Tr representa o total de referências de um trabalho e n p o número de palavras do
manuscrito. Por exemplo, um texto com 20 mil palavras deveria apresentar ~59
referências (para np = 20000, então Tr = 58,59)19.

19
Se fosse obrigatório seguir tal regra, o autor deste manuscrito precisaria inserir o dobro de referências.

68
4
Capítulo

4. Atividades práticas
Nesta seção, serão apresentadas atividades práticas de escrita acadêmica.

4.1 Análise e interpretação de texto

Para as questões de 1 a 50, foram coletados 10 resumos de dissertações de mestrado do


programa de pós-graduação em Bioinformática da UFMG20.

Resumo 1

A evolução das plataformas de sequenciamento em larga escala vem reduzindo o tempo


gasto para o processo de decodificação do DNA a um custo reduzido. Porém, os
sequenciadores possuem algumas limitações, como por exemplo, o tamanho máximo dos
fragmentos de DNA que são capazes de ler. O que leva a necessidade de fragmentar o
DNA em pequenos pedaços antes do sequenciamento, sendo necessário, após essa etapa,
reordenar os fragmentos lidos (leituras) de forma que se possa representar o genoma
original. Esse processo, conhecido como montagem de genomas, pode ser caracterizado
pela sua complexidade e dependência pelas limitações dos sequenciadores, o que
evidência a necessidade do uso de diversos programas computacionais. Nos últimos anos,
diversas estratégias para montagem de genomas foram propostas, mas ainda não existe
um consenso sobre qual a melhor abordagem. Nesse contexto, propõe-se um pipeline para
montagem de genomas bacterianos, que será gerenciado por uma aplicação Web com
interface amigável denominada SIMBA (Simple Manager for Bacterial Assemblies). Para
avaliar sua performance foram feitas as montagens das linhagens Corynebacterium
pseudotuberculosis 1002 (originalmente sequenciada nas plataformas 454 Roche e
Sanger) e Corynebacterium pseudotuberculosis 258 (originalmente sequenciada na
plataforma SOLiD v3) através de cinco diferentes softwares: Mira3, Mira4, Minia,
Newbler e SPAdes. Ambas as linhagens foram ressequenciadas com bibliotecas de
fragmentos simples de tamanho aproximado a 200pb na plataforma de semicondutores
Ion PGM™. Após a montagem, escolheu-se um dos cinco resultados para etapa de
fechamento de gaps através de duas abordagens: baseada em referência e baseada em
mapeamento óptico. Por fim, observou-se que a ferramenta SIMBA permitiu uma rápida
e fácil execução do processo de montagem e curadoria dos genomas. O download da
ferramenta foi disponibilizado no website: <http://ufmg-simba.sourceforge.net>.

Fonte: (MARIANO, D. C. B., 2015)

20
Disponível em: <http://www.pgbioinfo.icb.ufmg.br/diss_defesas_listagem.php>. Acesso
em 10 de abril de 2020.

69
Com base no resumo 1, responda às questões a seguir:
1. Identifique no texto, as setenças correspondentes às seguintes partes:
(a) Contexto
(b) Problema
(c) Proposta
(d) Avaliação e resultados
(e) Conclusão

2. Defina um título para o resumo.


_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________

3. Baseado no resumo, determine 5 palavras-chave para o trabalho.


(a)__________________________________________________________
(b)__________________________________________________________
(c)__________________________________________________________
(d)__________________________________________________________
(e)__________________________________________________________

4. Reescreva o resumo usando no máximo 100 palavras (o resumo original


tem 278 palavras).
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________

70
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________

5. Baseado no resumo, determine uma lista de tópicos (em ordem) que


poderiam ser abordados na introdução (outline).
________________________ ________________________
________________________ ________________________
________________________ ________________________
________________________ ________________________
________________________ ________________________
________________________ ________________________
________________________ ________________________

71
# Resposta baseada no trabalho original

1 (a) Contexto: inicia-se em “A evolução das plataformas [...]”

(b) Problema: inicia-se em “[...] mas ainda não existe um consenso sobre
[...]”

(c) Proposta: inicia-se em “[...] propõe-se um pipeline para montagem [...]”

(d) Avaliação e resultados: inicia-se em “[...] Para avaliar sua performance


foram feitas [...]”

(e) Conclusão: inicia-se em “Por fim, observou-se que a ferramenta SIMBA


[...]”

2 SIMBA: uma ferramenta Web para gerenciamento de montagens de genomas


bacterianos

3 (a) ferramenta web

(b) sequenciamento de DNA

(c) montagem de genomas

(d) mapeamento ótico

(e) Ion PGM

4 Montagem de genomas é o processo de reordenação leituras obtidas por


sequenciamento de DNA. Nos últimos anos, diversas estratégias para montagem
de genomas foram propostas. Entretanto, ainda não existe um consenso sobre qual
a melhor abordagem. Neste trabalho, propõe-se uma ferramenta gerenciamento
de montagens de genomas bacterianos, denominado SIMBA (Simple Manager
for Bacterial Assemblies). Para avaliar sua performance foram feitas as
montagens das linhagens Corynebacterium pseudotuberculosis 1002 e 258
através de diferentes softwares. Utilizando a interface amigável de SIMBA, foi
possível realizar o processo de montagem e curadoria dos genomas. SIMBA está
disponível em: <http://ufmg-simba.sourceforge.net>.

5 1. Introdução

1.1 Plataformas de sequenciamento de próxima geração

1.2 Segunda e terceira geração de sequenciadores

1.3 Semicondutores

1.3.1 Fluxo de dados Ion Torrent™

1.4 Tratamentos iniciais de dados

1.5 Paradigmas para montagem de genomas

1.5.1 Montagem de novo

72
1.5.1.1 Algoritmo guloso

1.5.1.2 OLC (overlap-layout-consensus)

1.5.1.3 Grafo De Bruijn

1.5.2 Montagem por referência

1.6 Finalização de montagens

1.6.1 Ordenação de contigs

1.6.2 Fechamento de gaps in silico

1.7 Preparação dos dados para depósito em bancos de dados


públicos

1.8 Problemática

1.9 Justificativa

1.10 Objetivos

1.10.1 Objetivo geral

1.10.2 Objetivos específicos

73
Resumo 2

Analisando um alinhamento múltiplo de sequências ao nível de resíduos, além das


posições conservadas existem outros padrões indicativos de importância funcional que
refletem divergência funcional dentro de uma família em decorrência de duplicações
gênicas. Em famílias de proteínas homólogas que apresentam subfamílias com
especificidades funcionais distintas, algumas posições podem apresentar-se conservadas
apenas em uma subfamília particular, ou o aminoácido conservado pode ser diferente para
cada subfamília. Isso sugere que seu papel funcional desse resíduo relaciona-se não com
com a função global da família, mas sim com especificidades funcionais daquele grupo.
Nesses casos, é razoável que tais especificidades não sejam determinadas pela presença
de um único resíduo, mas sim por um grupo de resíduos, e esse grupo irá emergir de
análises de correlação entre resíduos desde que um número suficiente de proteínas
apresentem as mesmas especificidades. Entretanto, algumas famílias de proteínas
apresentam subfamílias pouco representadas em número de sequências nos alinhamentos.
Ao mesmo tempo, estes costumam vir repletos de sequências redundantes, muitas vezes
mutantes ou variantes da mesma sequência, oriundas principalmente de organismos
modelo. Essa redundância nos alinhamentos acaba por enviesar análises com caráter
estatístico, como são os métodos de correlação. Nesse sentido, o presente trabalho tem por
objetivo comparar os efeitos de abordagens distintas que visam a diminuição da
redundância em alinhamentos múltiplos de sequências: a atribuição de pesos a sequências
e os filtros por identidade máxima. Além disso, o presente trabalho também propõe
abordagens para tornar os cálculos de correlação compatíveis com o a atribuição de pesos
de sequências, a fim de aperfeiçoar análises de conservação e correlação entre resíduos.
A atribuição de pesos a sequências foi capaz de destacar as frequências de aminoácidos
específicos de subfamílias pouco amostradas, ao mesmo tempo em que diminuía as
frequências de aminoácidos presentes em sequências redundantes. Os cálculos de
correlação adaptados ao uso de pesos foram capazes de detectar essas diferenças,
oferecendo uma boa alternativa para análises de correlação em alinhamentos pouco
representativos da diversidade de proteínas de fato existente na
natureza.

Fonte: (OLIVEIRA, 2016)

Com base no resumo 2, responda às questões a seguir:


6. Identifique no texto, as setenças correspondentes às seguintes partes:
(a) Contexto
(b) Problema
(c) Proposta
(d) Avaliação e resultados
(e) Conclusão

7. Defina um título para o resumo.


_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________

74
8. Baseado no resumo, determine 5 palavras-chave para o trabalho.
(a)__________________________________________________________
(b)__________________________________________________________
(c)__________________________________________________________
(d)__________________________________________________________
(e)__________________________________________________________

9. Reescreva o resumo usando no máximo 100 palavras (o resumo original


tem 329 palavras).
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_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________

10. Baseado no resumo, determine uma lista de tópicos (em ordem) que
poderiam ser abordados na introdução (outline).
________________________ ________________________
________________________ ________________________
________________________ ________________________
________________________ ________________________

75
________________________ ________________________
________________________ ________________________
________________________ ________________________

76
Resumo 3

Via é o conjunto de interações biológicas hierarquizadas em um sistema biológico. Isso


significa que as vias são compostas por nós, que representam as entidades biológicas, e
arestas, que representam as interações entre as entidades biológicas, sendo que as
interações obedecem a uma hierarquia. Representações gráficas de vias são de grande
utilidade porque apresentam a informação biológica em um formato conciso, intuitivo e
didático. Apesar disso, não existia uma via de desenvolvimento da glândula mamária em
nenhuma das principais bases de vias, como KEGG Pathway, Reactome ou
WikiPathways. Outra demanda em relação ao estudo da glândula mamária se refere à
necessidade de elucidar sua origem e evolução. Dessa maneira, o objetivo desse trabalho
era elaborar uma via de desenvolvimento da glândula mamária e estimar a origem dos
seus genes e do sistema. Para isso, o primeiro passo consistiu em realizar um levantamento
dos genes (e das interações entre eles) envolvidos no desenvolvimento da glândula
mamária através de ferramentas de mineração de texto, e elaborar um diagrama de via e
uma descrição para cada fase de desenvolvimento da glândula mamária (desenvolvimento
embrionário, puberdade, gravidez & lactação e involução). Em seguida, a origem de cada
gene foi estimada através de ferramentas para o agrupamento de homólogos e para a
inferência do ancestral comum mais recente, e a origem do sistema foi estimada com base
na origem dos seus genes. Neste trabalho foram produzidas quatro vias, uma para cada
etapa de desenvolvimento da mama, as quais são acompanhadas por suas respectivas
descrições. Ao todo 310 genes e 795 biointerações foram encontrados. Com relação à
origem dos genes foram encontrados genes com origem predita desde organismos
celulares até boreoeutheria, sendo que de 80 a 97% dos genes já existiam nos peixes (entre
Gnathostomata, Teleostomi e Euteleostomi). A comparação entre as subvias mostrou que
as subvias do desenvolvimento embrionário e da puberdade possuem genes com origem
predita até Tetrapoda-Aminiota, enquanto as subvias da gravidez & lactação e da
involução possuem genes com origem predita até Mammalia-Eutheria-Boreoeutheria.
Este trabalho contribui para a compreensão da biologia e evolução da glândula mamária,
bem como fornece material base para outros estudos.

Fonte: (ORSINE, 2016)

Com base no resumo 3, responda às questões a seguir:


11. Identifique no texto, as setenças correspondentes às seguintes partes:
(a) Contexto
(b) Problema
(c) Proposta
(d) Avaliação e resultados
(e) Conclusão

12. Defina um título para o resumo.


_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________

77
13. Baseado no resumo, determine 5 palavras-chave para o trabalho.
(a)__________________________________________________________
(b)__________________________________________________________
(c)__________________________________________________________
(d)__________________________________________________________
(e)__________________________________________________________

14. Reescreva o resumo usando no máximo 100 palavras (o resumo original


tem 352 palavras).
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_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________

15. Baseado no resumo, determine uma lista de tópicos (em ordem) que
poderiam ser abordados na introdução (outline).
________________________ ________________________
________________________ ________________________
________________________ ________________________
________________________ ________________________
________________________ ________________________
________________________ ________________________
________________________ ________________________

78
Resumo 4

O protozoário Trypanosoma cruzi, agente etiológico da Doença de Chagas, apresenta


grande diversidade genética, de modo que atualmente as populações do parasito são
divididas em seis DTUs (Discret Taxonomic Units): TcI, TcII, TcIII, TcIV, TcV e TcVI.
No entanto, ainda não está claro sobre como foi a história evolutiva desses DTUs, bem
como qual dessas linhagens seria a mais antiga. Duas teorias existem na literatura a
respeito da evolução dos DTUs de T. cruzi. A primeira, sugere que TcI e TcII seriam
linhagens parentais, que, por um evento de hibridização, teria originado TcIII e TcIV. Em
seguida, TcII e TcIII teriam passado por um segundo evento de hibridização originando
TcV e TcVI. A segunda teoria sugere que existem pelo menos três linhagens parentais:
TcI, TcII e TcIII. Nesse cenário, apenas TcV e TcVI seriam híbridos, originados a partir
de dois eventos de hibridização entre TcII e TcIII. O DNA mitocondrial do T. cruzi
(kDNA) apresenta alto polimorfismo e é composto por dois tipos de DNA circular
(maxicírculo e minicírculo), de forma que estudos recentes têm demonstrado a
importância das sequências do maxicírculo para estudos da diversidade das populações
desse organismo. Nesse sentido, o objetivo desse trabalho foi investigar a ancestralidade
das linhagens do T. cruzi na tentativa de elucidar quais são as linhagens híbridas e não
híbridas do parasito, bem como encontrar a Eva mitocondrial desse organismo, visando
melhor resolver o cenário evolutivo da espécie. Para isso, utilizou-se de sequências,
disponíveis no banco de dados GenBank, dos genes Citocromo Oxidase II, Citocromo B
e Glicose 6 fosfato isomerase de diversas cepas de T. cruzi para análises de filogenia e
diversidade. Também foi realizado o sequenciamento completo da região codificadora do
maxicírculo do genoma mitocondrial da cepa 231 (TcIII) de T. cruzi e a comparação desta
sequência com as previamente anotadas e disponíveis no GenBank, de cepas TcI, TcII e
TcVI. Com os nossos resultados, foi possível observar que a discordância entre as
topologias dass árvores filogenéticas construídas com sequências mitocondriais e
nucleares sugerem que TcIV é uma linhagem antiga, que recentemente recebeu sua
informação mitocondrial de alguma cepa pertencente ao grupo formado por TcIII, TcV e
TcVI. Os resultados também indicam que as populações de TcIV apresentam uma
estruturação populacional, de modo que podem ser subdividas de acordo com o local de
origem: América do Norte – TcIV(NA) – e América do Sul – TcIV(SA). Em análises de
similaridade gênica, observou-se que TcI e TcII são igualmente diferentes de TcIII, de
modo que tal linhagem não poderia ter sido originada a partir de um evento de hibridização
entre os DTUs TcI e TcII. Análises filogenéticas e a realização da estimativa do tempo de
divergência xii entre os DTUs de T. cruzi sugere que TcII é, pelo menos do ponto de vista
do genoma mitocondrial, a linhagem mais antiga entre as populações do parasito.

Fonte: (VALLE, 2013)

Com base no resumo 4, responda às questões a seguir:


16. Identifique no texto, as setenças correspondentes às seguintes partes:
(a) Contexto
(b) Problema
(c) Proposta
(d) Avaliação e resultados
(e) Conclusão

17. Defina um título para o resumo.

79
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________

18. Baseado no resumo, determine 5 palavras-chave para o trabalho.


(a)__________________________________________________________
(b)__________________________________________________________
(c)__________________________________________________________
(d)__________________________________________________________
(e)__________________________________________________________

19. Reescreva o resumo usando no máximo 100 palavras (o resumo original


tem 470 palavras).
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_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________

20. Baseado no resumo, determine uma lista de tópicos (em ordem) que
poderiam ser abordados na introdução (outline).
________________________ ________________________

80
________________________ ________________________
________________________ ________________________
________________________ ________________________
________________________ ________________________
________________________ ________________________
________________________ ________________________

81
Resumo 5

During the past years, next-generation sequencing techniques have allowed large-scale
sequencing and generated an enormous and constantly increasing quantity of genomic
data. This scenery, together with the development of cheap, faster and modern
microbiological techniques, has allowed scientists to produce more data with higher
quality. However, this advance has created management issues to microbiological
laboratories which deal with NGS and biological collections. Considering those
management issues, the main goal of this study is to develop a Laboratory Information
Management System (LIMS) to support these laboratories in the management of the
generated data. LabControl was implemented as a web-based system, using the
programming language Java. Its functionalities and data model were designed according
to literature, data patterns and researchers’ opinions. As a result, a reliable and validated
data model was specified and the functionalities of the system were designed based on
that model. To address the established needs, the architecture of the system was designed
and the technologies to be used were chosen. The system has been built with the usage of
modern and reliable technologies, and based on good practices of scientific computing
and software development. LabControl is presented as a comprehensive open-source
LIMS specialized in managing NGS and biologic collections microbiological data.
Nevertheless, the system can be used by any microbiological laboratory due to its
capability to handle any type of information from in silico, in vivo and in vitro
experiments. Finally, LabControl presents an easy-to-use interface and can be easily
expanded to handle non-addressed features.

Fonte: (PARISE, 2016)

Com base no resumo 5, responda às questões a seguir (as respostas podem


ser apresentadas em português):
21. Identifique no texto, as setenças correspondentes às seguintes partes:
(a) Contexto
(b) Problema
(c) Proposta
(d) Avaliação e resultados
(e) Conclusão

22. Defina um título para o resumo.


_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________

23. Baseado no resumo, determine 5 palavras-chave para o trabalho.

82
(a)__________________________________________________________
(b)__________________________________________________________
(c)__________________________________________________________
(d)__________________________________________________________
(e)__________________________________________________________

24. Reescreva o resumo usando no máximo 100 palavras (o resumo original


tem 247 palavras).
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25. Baseado no resumo, determine uma lista de tópicos (em ordem) que
poderiam ser abordados na introdução (outline).
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________________________ ________________________
________________________ ________________________
________________________ ________________________
________________________ ________________________
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83
Resumo 6

O Spliced Leader trans-splicing (SLTS) é um mecanismo de inserção do éxon 5’ ou


Spliced Leader (SL) de RNAs específicos (SL RNAs) em moléculas de mRNAs
receptoras. A relevância do SLTS foi atribuída a mecanismos de regulação pós-
transcricional, como alterações na estabilidade das moléculas de mRNA, o melhoramento
da eficiência do processo de tradução e o aumento da diversidade do repertório proteico.
A participação do SLTS nestes processos foi sugerida em diversos organismos, inclusive
em Schistosoma mansoni. Todavia, o impacto do processamento de RNAs por SLTS nas
proteínas do parasito ainda não é conhecido. A partir do desenvolvimento de programas
nas linguagens Perl e Python para analisar dados de sequenciamento de transcritos
processados por SLTS, este trabalho permitiu a descrição de diferentes formas de atuação
do SLTS em transcritos codificadores de proteínas em S. mansoni e gerou uma concepção
das situações frequentes e eventualidades deste processamento. Os resultados apontam
que existe uma maior ocorrência de SLTS nos sítios de trans-splicing em regiões não
traduzíveis (5’ UTR). Qualitativamente, foi possível observar que os transcritos
processados por SLTS podem produzir proteínas diferentes das produzidas por transcritos
não processados, uma vez que a inserção do SL pode alterar a fase de leitura dos transcritos
pelos ribossomos. A maioria dos transcritos que possuem mais de um sítio de entrada
alternativa do SL produzem peptídeos menores, sem que seja observado um tamanho
padrão dos peptídeos gerados; entretanto, a maioria deles tem a fase de leitura alterada e
não portam metionina alternativa para início da tradução. Assim, peptídeos pequenos
podem estar sendo produzidos provavelmente sem função e a síntese de algumas proteínas
pode ser perdida. A maior parte das proteínas geradas a partir dos transcritos sem mudança
de fase de leitura perdem grandes porções ou sequências completas de domínios
funcionais, o que reforça a ideia de que o SLTS pode prejudicar ou impedir a atividade
das proteínas processadas. Os dados gerados mostram a diversidade de funções do
mecanismo de SLTS que impactam diretamente na regulação da expressão gênica e
consequentemente em proteínas do S. mansoni.

Fonte: (RIOS, 2016)

Com base no resumo 6, responda às questões a seguir:


26. Identifique no texto, as setenças correspondentes às seguintes partes:
(a) Contexto
(b) Problema
(c) Proposta
(d) Avaliação e resultados
(e) Conclusão

27. Defina um título para o resumo.


_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________

84
28. Baseado no resumo, determine 5 palavras-chave para o trabalho.
(a)__________________________________________________________
(b)__________________________________________________________
(c)__________________________________________________________
(d)__________________________________________________________
(e)__________________________________________________________

29. Reescreva o resumo usando no máximo 100 palavras (o resumo original


tem 340 palavras).
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30. Baseado no resumo, determine uma lista de tópicos (em ordem) que
poderiam ser abordados na introdução (outline).
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85
Resumo 7

O Brasil é o maior e o mais populoso país da America-Latina. São mais de 200 milhões
de habitantes que são produtos de miscigenação Pós-Colombiana entre ameríndios,
europeus, sejam esses colonizadores ou imigrantes, e escravos africanos. Apesar disso,
Latino-Americanos, que são um modelo clássico de efeitos de miscigenação em
populações humanas, permanecem sub-representados em estudos de diversidade
genômica. A presente dissertação é parte do o projeto EPIGEN-Brasil, a iniciativa Latino
Americana mais abrangente para o estudo da diversidade genômica da América do Sul.
Dois objetivos do projeto EPIGEN são: (i) identificar e quantificar pela primeira vez
componentes de ancestralidade da população brasileira no nível sub-continental e (ii)
inferir a dinâmica da miscigenação de populações brasileiras. Para atingir estes objetivos
foram implementadas duas abordagens computacionais. O primeiro utiliza teoria de redes
complexas para identificar conjuntos de indivíduos aparentados de uma amostra a partir
da matriz de coeficientes de parentescos, e sugere uma metodologia heurística para
diminuir o nível de parentesco em uma amostra minimizando o número de indivíduos a
serem retirados das amostras. Este problema é relevante porque a presença de indivíduos
aparentados gera artefatos nas análises de ancestralidade biogeográficas, pelo que
indivíduos aparentados devem que ser identificados e retirados das amostras. A segunda
abordagem desenvolve e implementa uma nova metodologia baseada em Computação
Bayesiana Aproximada para inferir as distribuições a posteriori de parâmetros que
caracterizam a dinâmica de um processo histórico de miscigenação, a que é aplicada à
população brasileira, revelando a assinatura de fluxo gênico mais recente no Sudeste/Sul
que no Nordeste.

Fonte: (LEAL, 2015)

Com base no resumo 7, responda às questões a seguir:


31. Identifique no texto, as setenças correspondentes às seguintes partes:
(a) Contexto
(b) Problema
(c) Proposta
(d) Avaliação e resultados
(e) Conclusão

32. Defina um título para o resumo.


_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________

33. Baseado no resumo, determine 5 palavras-chave para o trabalho.


(a)__________________________________________________________

86
(b)__________________________________________________________
(c)__________________________________________________________
(d)__________________________________________________________
(e)__________________________________________________________

34. Reescreva o resumo usando no máximo 100 palavras (o resumo original


tem 253 palavras).
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35. Baseado no resumo, determine uma lista de tópicos (em ordem) que
poderiam ser abordados na introdução (outline).
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87
Resumo 8

As bactérias láticas (BL) compõem um dos grupos bacterianos mais importantes da área
biotecnológica. Nele, Lactococcus lactis se destaca pelo seu uso na produção de produtos
fermentados, macromoléculas e na sua aplicação de benefícios à saúde, uma vez que são
espécies geralmente reconhecidas como seguras (GRAS – do inglês: generally recognized
as safe). Neste cenário, Lactococcus lactis subsp. lactis NCDO 2118 (NCDO 2118) se
sobressai como uma linhagem fermentadora de xilose e produtora de ácido gama-
aminobutírico (GABA) isolada de ervilha congelada, além de sua capacidade anti-
inflamatória, comprovada recentemente. O GABA pode contribuir no relaxamento
muscular, além de apresentar atividade hipotensora. Entretanto, apesar destas
características importantes, pouco ainda se conhece sobre os mecanismos envolvidos nos
efeitos probióticos da linhagem. Neste contexto, a área da genômica pode auxiliar
esclarecendo estas questões. A genômica comparativa tem revolucionado os novos
estudos, por meio da determinação da plasticidade genômica entre diferentes espécies.
Neste trabalho, o genoma da linhagem NCDO 2118 foi sequenciado e curado
manualmente. Além disso, comparamos o seu genoma com outras linhagens, onde 5 são
de L. lactis subsp. Lactis, 6 Lactococcus lactis subsp. cremoris e 2 Lactococcus garvieae.
Foram utilizados os softwares Gegenees, Mauve e BRIG para: análises filogenômicas,
sintenia gênica e comparações de genomas entre as espécies anteriormente mencionadas.
Foram trabalhadas em conjunto, as ferramentas GIPSy e Phast, para predição de ilhas
genômicas (GEI) e fagos, respectivamente. Para predição de proteínas secretadas, o
genoma foi analisado por meio da ferramenta SurfG+. Nas análises filogenômicas, uma
alta similaridade foi observada entre NCDO 2118 e Lactococcus lactis subsp. lactis KF147
(KF147), ambas isoladas de plantas. Além das análises de sintenia terem mostrado
claramente o alto grau de conservação da ordem gênica entre ambas linhagens. Foram
preditas também, 15 ilhas genômicas, onde 4 delas são ilhas metabólicas (MI) e 7 são ilhas
simbióticas (SI). As quatro MI são compartilhadas em comum com todas as linhagens
analisadas aqui, enquanto duas das SI são compartilhadas pelas NCDO 2118 e KF147.
Dentre os 98 genes relacionados a bacteriocinas (que podem auxiliar a regulação e
secreção destas), identificamos 3, uma de cada classe (classes I, II e III); além disso,
identificamos 5 regiões de fago, sendo 3 delas preditas como intactas. As proteínas
preditas como secretadas em NCDO 2118 foram comparadas com as proteínas de
Lactococcus lactis subsp. lactis IL1403, considerada, em estudos recentes, como uma
linhagem que não possui atividade probiótica. Assim, foram preditas 34 proteínas
exclusivas de NCDO 2118, e neste conjunto, alguma(s) dela(s) pode(m) estar relacionadas
com a sua capacidade probiótica. No geral, o alto grau de similaridade entre todas as
linhagens apontam que as SI compartilhadas em comum entre NCDO 2118 e KF147
foram responsáveis pela relação próxima nas análises filogenômicas e também pela
adaptação destas linhagens a plantas. As MI, por outro lado, são altamente conservadas
entre as linhagens, como esperado, dado o uso destas em vários processos metabólicos
industriais. Finalmente, as três classes de bacteriocinas podem ter um papel de grande
importância contra invasão de linhagens competitivas ou influência no sistema imune do
hospedeiro, além de poder estar envolvidas na característica probiótica desta linhagem.

Fonte: (OLIVEIRA, 2014)

Com base no resumo 8, responda às questões a seguir:


36. Identifique no texto, as setenças correspondentes às seguintes partes:
(a) Contexto
(b) Problema
(c) Proposta

88
(d) Avaliação e resultados
(e) Conclusão

37. Defina um título para o resumo.


_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________

38. Baseado no resumo, determine 5 palavras-chave para o trabalho.


(a)__________________________________________________________
(b)__________________________________________________________
(c)__________________________________________________________
(d)__________________________________________________________
(e)__________________________________________________________

39. Reescreva o resumo usando no máximo 100 palavras (o resumo original


tem 511 palavras).
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40. Baseado no resumo, determine uma lista de tópicos (em ordem) que
poderiam ser abordados na introdução (outline).
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90
Resumo 9

O código de barras de DNA é um sistema microgenômico utilizado para identificar


espécies previamente descritas e para facilitar o reconhecimento de novas espécies e segue
os princípios de padronizaçãoo, minimalismo, escalabilidade e rapidez. Esse sistema
utiliza idealmente um único segmento padronizado de DNA, o qual, nos fungos,
corresponde a região espaçadora interna transcrita (nrITS). Em muitas situações,
subregiões da região de DNA barcode (minibarcodes) podem ser utilizadas para substituir
a região inteira. O Filo Basidiomycota (Fungi) apresenta mais de 30 mil espécies descritas,
apresentando uma surpreendente complexidade morfológica com uma diversidade de
funções ecológicas e aplicações biotecnológicas. A identificação rápida e confiável de
espécies desse grupo de fungos é fundamental para muitas áreas de desenvolvimento
científico e tecnológico. O presente estudo objetivou realizar uma análise em larga escala
da região ITS e de suas subrregiões ITS1 e ITS2 de espécies de Basidiomycota (Fungi) e
testar a hipótese de que essas subrregiões podem funcionar como minicódigos de barra de
DNA para discriminar as espécies desse grupo fúngico. Construiu-se um banco de dados
primário compreendendo todos as sequências completas de ITS de Basidiomycota com
com vouchers, depositadas no INSCD, enriquecidas com metadados, quando disponíveis,
da base de dados UNITE. Filtros de qualidade foram aplicados ao banco de dados primário
e dois bancos de dados secundários foram construídos, um contendo a subrregião ITS1 e
o outro, a subrregião ITS2. O banco de dados primário compreendeu 7876 sequências,
representando três subfilos, 25 ordens, 75 famílias, 215 gêneros e 951 espécies de
Basidiomycota de 118 países em seis continentes. Foram realizadas análises comparativas
detalhadas da variabilidade intra e interespecífica ao nível de gênero e três padrões gerais
distintos foram recuperados: (i) gêneros com um barcode gap; (ii) gêneros com um
barcode gap seas distâncias intra e interespecíficas atípicas (outliers) são removidas; (iii)
gêneros sem um barcode gap. Valores baixos de PCI (Probabilidade de Identificação
Correta) podem estar relacionados a identificações errôneas nos acessos do NCBI (não-
conformidades) ou a processos biológicos tais como especiação recente ou críptica e,
portanto, merecem uma revisão taxonômica.

Fonte: (OLIVEIRA, 2015)

Com base no resumo 9, responda às questões a seguir:


41. Identifique no texto, as setenças correspondentes às seguintes partes:
(a) Contexto
(b) Problema
(c) Proposta
(d) Avaliação e resultados
(e) Conclusão

42. Defina um título para o resumo.


_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________

91
43. Baseado no resumo, determine 5 palavras-chave para o trabalho.
(a)__________________________________________________________
(b)__________________________________________________________
(c)__________________________________________________________
(d)__________________________________________________________
(e)__________________________________________________________

44. Reescreva o resumo usando no máximo 100 palavras (o resumo original


tem 338 palavras).
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45. Baseado no resumo, determine uma lista de tópicos (em ordem) que
poderiam ser abordados na introdução (outline).
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92
Resumo 10

O Trypanosoma cruzi, agente etiológico da doença de Chagas, apresenta uma considerável


variabilidade intraespecífica. Em 2009, o táxon T. cruzi foi subdividido em seis linhagens
ou DTU’s (TcI-VI). As manifestações clínicas da doença diferem em cardíaca, digestiva,
cardio-digestiva e indeterminada, essas diferenças são resultantes de uma interação entre
diversos fatores como, características genéticas do parasito, características imunológicas
do paciente e fatores ambientais.
Em 2005, foi publicado o primeiro esboço do genoma do clone híbrido denominado CL
Brener. O genoma diplóide desse clone foi estimado entre 106,4 e 110,7 Mb e, em análises
realizadas após o sequenciamento, foram preditos mais de 23.000 elementos codificadores
de proteínas. Dos genes preditos, 11.818 genes foram anotados como codificadores de
proteínas hipotéticas, pois não possuem funções descritas. Desses, 85% codificam
proteínas hipotéticas, com alto grau de conservação. Pouco se sabe sobre o potencial
dessas proteínas para as diferentes áreas da ciência como: testes diagnósticos, alvos para
drogas e análises de segregação da espécie.
Nesse contexto, o presente trabalho visou caracterizar 40 proteínas hipotéticas
conservadas de T. cruzi, a fim de se encontrar características dinâmicas e estruturais que
pudessem contribuir para a elucidação de suas funções. As proteínas hipotéticas foram
encontradas e selecionadas por meio de análises realizadas anteriormente pelo nosso
grupo. A caracterização das proteínas hipotéticas se deu por meio de preditores de função
de proteínas sendo eles: Blast2GO, Interproscan, CDD e CDART.
Usando essas ferramentas, foram encontrados domínios funcionais para 16 das 40
proteínas hipotéticas analisadas. Para as proteínas denominadas bem caracterizadas, foram
realizadas buscas por regiões de antigenicidade e análise de polimorfismo. Observamos
que epítopos encontrados em T. cruzi não ocorrem em T. brucei e L. major, revelando seu
potencial para imunoanálises. A busca de polimorfismos revelou que as mutações
encontradas são em sua maioria sinônimas, não alteram o aminoácido, e
consequentemente não alteram a função da proteína. Apesar de alguma variabilidade ser
observada nos alinhamentos globais, tais alterações não modificam os domínios
funcionais. Esse grau de conservação de domínios sugerem a importância dessas proteínas
para a sobrevivência desses parasitos. As proteínas caracterizadas neste trabalho possuem
potencial para deixarem de ser classificadas como hipotéticas, porém testes experimentais
são necessários para que essa classificação seja modificada.

Fonte: (ASSUNÇÃO, 2016)

Com base no resumo 10, responda às questões a seguir:


46. Identifique no texto, as setenças correspondentes às seguintes partes:
(a) Contexto
(b) Problema
(c) Proposta
(d) Avaliação e resultados
(e) Conclusão

47. Defina um título para o resumo.


_____________________________________________________________

93
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________

48. Baseado no resumo, determine 5 palavras-chave para o trabalho.


(a)__________________________________________________________
(b)__________________________________________________________
(c)__________________________________________________________
(d)__________________________________________________________
(e)__________________________________________________________

49. Reescreva o resumo usando no máximo 100 palavras (o resumo original


tem 362 palavras).
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________

50. Baseado no resumo, determine uma lista de tópicos (em ordem) que
poderiam ser abordados na introdução (outline).
________________________ ________________________
________________________ ________________________

94
________________________ ________________________
________________________ ________________________
________________________ ________________________
________________________ ________________________
________________________ ________________________

95
Para as questões a seguir, selecione um dos dez resumos apresentados anteriormente, ou
escolha alguma dissertação apresentada no Programa Interunidades de Pós-graduação
em Bioinformática da UFMG.

51. Leia a dissertação por completo21. A seguir responda às seguintes


questões:

(a) Qual o problema apresentado no manuscrito?


_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________

(b) Qual a hipótese/proposta apresentada pelo autor?


_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________

(c) Identifique os objetivos específicos da dissertação. Identifique a


página e sentenças a qual o resultado de cada objetivo foi
apresentado.
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________

21
Você pode obter o manuscrito em: <http://www.pgbioinfo.icb.ufmg.br/>. Acesso em 10
de abril de 2020. Caso nenhum dos manuscritos esteja disponível, selecione qualquer
dissertação da área de bioinformática/biologia computacional.
96
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________

97
4.2 Escrita de artigos

52. Agora, imagine que você é o autor da dissertação. Reescreva a dissertação


em formato de short-paper. O short-paper deve ter até 1000 palavras, uma
figura e uma tabela. Por isso, adicione apenas os conteúdos que achar
relevante para que o short-page esteja consistente. Use os padrões ABNT
para formatar o artigo. Seu artigo deve apresentar as seguintes seções:
(i) Resumo
(ii) Introdução
(iii) Material e métodos
(iv) Resultados e discussão
(v) Conclusão
(vi) Referências

53. Envie seu short-paper em arquivos digitais nos formatos DOCX e PDF -
envie em ambos os formatos (opcionalmente você pode imprimir quatro
cópias do artigo e as entregue ao professor). Seu short-paper será enviado
para três de seus colegas, que farão a avaliação por pares. Você também
receberá três cópias e terá que avaliá-las anonimamente. A seguir, responda
às seguintes questões:
Você foi convidado para atuar como revisor do periódico “Nature
Bioinformatics”. Você avaliará três artigos e deverá decidir se eles deverão
ser publicados, publicados com revisões menores ou maiores, ou ser
rejeitado. O periódico “Nature Bioinformatics” é novo e não possui fator de
impacto ou classificação no estrato QUALIS, mesmo assim, seus editores
prezam por trabalhos de alta qualidade. Para cada artigo você deverá
responder ao questionário:

(a) Comentários gerais sobre o artigo:


_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________

98
_____________________________________________________________

(b) Comentários principais (apresente aqui problemas gerais com estrutura


da pesquisa):
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________

(c) Comentários menores (apresente aqui problemas menores, como erros


de ortografia e gramática ou detalhes que não foram inseridos):
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________

(d) Decisão final:


( ) Aceito ( ) Aceito com revisões* ( ) Rejeitado

* Caso aceito com revisões, você receberá uma segunda versão do artigo
revisado pelo autor para dar seu parecer final.

99
4.3 Questões gerais
54. Qual seu nome acadêmico? Escreva diferentes formas de abreviar seu
nome.
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________

55. Escreva sua filiação atual?


_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________

56. Qual o endereço do seu currículo Lattes?


_____________________________________________________________
_____________________________________________________________

57. Você possui um perfil no ORCID? Qual o link de seu perfil?


_____________________________________________________________
_____________________________________________________________

58. Você possui um perfil no Google Scholar? Qual o link de seu perfil?
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________

59. Você possui um perfil no ResearchGate? Qual o link de seu perfil?


_____________________________________________________________
_____________________________________________________________

60. Você possui um perfil no Publons? Qual o link de seu perfil?


_____________________________________________________________
_____________________________________________________________

100
4.4 Resumo

Um resumo deve apresentar o contexto, problemática e os principais achados de um


trabalho, contando apenas as principais partes que permitam a compreensão do todo e
atraiam a atenção do leitor. Assim, um resumo bem escrito pode ser compreendido como
o spoiler de um filme ou de um livro (quando alguém conta o final da história).

61. Escreva o resumo de um filme/livro como se fosse um resumo


acadêmico. Divida o resumo em cinco partes.
(a) Contexto
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________

(b) Problema
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________

(c) Proposta
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________

(d) Avaliação e resultados


_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________

(e) Conclusão

101
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________

102
4.5 Outline

Agora, você irá propor um projeto de mestrado (pode ser real ou fictício). Responda os
tópicos a seguir:

62. Fale um pouco sobre a área de estudo. Descreva o contexto. Por que essa
área de pesquisa é importante?
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________

63. Descreva um problema e/ou lacuna detectado na área de estudo.


_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________

64. Existe algum trabalho realizado abordando isso? Se sim, fale um pouco
mais sobre ele abordando vantagens e desvantagens.
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________

65. Apresente uma solução possível para o problema. Como ele poderia ser
resolvido? O que poderia ser utilizado? Por que acredita que essa estratégia
daria certo? Como você poderia avaliar o resultado?
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________

103
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________

66. Estabeleça um objetivo geral para sua pesquisa.


_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________

67. Estabeleça uma lista de três a cinco objetivos específicos que poderiam
ser abordados para que o objetivo geral seja cumprido.
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________

68. Defina três trabalhos de referência para fundamentar sua pesquisa (pode
ser artigo, projeto livro, dissertação ou tese). Insira o título do trabalho,
autores e ano de publicação. Ordene-os com base na importância (sendo 1 o
de maior importância).
1. ___________________________________________________________
___________________________________________________________
2. ___________________________________________________________
___________________________________________________________
3.
_____________________________________________________________
___________________________________________________________

104
69. Estabeleça uma lista de tópicos que poderiam ser abordados na introdução
do trabalho.
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________

70. Onde você poderia coletar os dados para seu trabalho?


_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________

71. Quais os resultados esperados? O que poderia ser feito caso os objetivos
não sejam atingidos?
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________

105
4.6 Paráfrase

A paráfrase, também conhecida como citação indireta, consiste na escrita sobre um


assunto com base na interpretação, explicação ou nova apresentação de um determinado
texto. Em trabalhos acadêmicos, a paráfrase é considerado o meio mais aceito para
referenciação.

O trecho a seguir apresenta uma breve passagem sobre conceitos relacionados


a sequenciamento de genomas retirado do trabalho de SIMS et al. (2014).

Redundancy of coverage is also called the depth or the depth


of coverage. In next-generation sequencing studies coverage
is often quoted as average raw or aligned read depth, which
denotes the expected coverage on the basis of the number and
the length of high-quality reads before or after alignment to
the reference [...].

Although the terms depth and coverage can be used


interchangeably [...], coverage has also been used to denote
the breadth of coverage of a target genome, which is defined
as the percentage of target bases that are sequenced a given
number of times. For example, a genome sequencing study
may sequence a genome to 30× average depth and achieve a
95% breadth of coverage of the reference genome at a
minimum depth of ten reads [...].

Fonte: (SIMS et al., 2014)

A seguir, apresentamos uma tradução “semi-automática”22 realizada


usando a ferramenta Google Translator23:

Redundância de cobertura também é chamada de


profundidade ou profundidade de cobertura. Em estudos de
sequenciamento de próxima geração, a cobertura é
frequentemente citada como a média bruta ou profundidade
de leituras alinhadas, o que denota a cobertura esperada
com base no número e no comprimento de leituras de alta
qualidade antes ou depois do alinhamento com a referência
[...].

22
Nosso objetivo aqui não é apresentar uma tradução perfeita do trecho indicado, e sim
apresentar um exemplo de como o trecho pode ser parafraseado.
23
Disponível em https://translate.google.com.br. Acesso em 25 de fevereiro de 2021.
106
Embora os termos profundidade e cobertura possam ser
usados alternadamente [...], cobertura também tem sido
usada para denotar a amplitude da cobertura de um genoma
alvo, que é definida como a porcentagem de bases do alvo
que são sequenciadas um determinado número de vezes. Por
exemplo, um estudo de sequenciamento de genoma pode
sequenciar um genoma a 30× profundidade média e atingir
uma amplitude de cobertura de 95% do genoma de
referência a uma profundidade mínima de dez leituras [...].

Fonte: traduzido de (SIMS et al., 2014).

Com base nele podemos inferir que a montagem de genomas


sequenciados por meio de plataformas NGS apresenta dois conceitos distintos
para a palavra cobertura: (i) profundidade da cobertura (depth of coverage;
também conhecida como cobertura vertical); e (ii) largura de cobertura
(breadth of coverage; também conhecida como cobertura horizontal;
MARIANO, D. C. B., 2015).

72. Com base nas sentenças extraídas de artigos e nos conceitos apresentados,
redija uma parágrafo explicando o conceito de cobertura em estudos de
sequenciamento de genomas.
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________

107
5
Capítulo

5. Referências bibliográficas
ABT, H. A.; GARFIELD, E. Is the relationship between numbers of
references and paper lengths the same for all sciences? Journal of the
American Society for Information Science and Technology, v. 53, n. 13,
p. 1106–1112, 2002.

ASSUNÇÃO, C. B. Caracterização computacional de proteínas


hipotéticas conservadas de Trypanosoma cruzi. Belo Horizonte: UFMG,
2016.

BERMAN, H. M. et al. The Protein Data Bank. Nucleic Acids Research, v.


28, n. 1, p. 235–242, 1 jan. 2000.

CAIRNS, J. R. K.; ESEN, A. β-Glucosidases. Cellular and Molecular Life


Sciences, v. 67, n. 20, p. 3389–3405, out. 2010.

DE SOUZA AQUINO, I. Como Escrever Artigos Científicos. [s.l.] Saraiva


Educação S.A., 2017.

DOS SANTOS, A. R. Metodologia científica: a construção do


conhecimento. [s.l.] Lamparina, 2007.

ECKHOFF, J. How to write an abstract. Disponível em:


<https://chemistrycommunity.nature.com/users/80657-julia-
eckhoff/posts/43071-how-to-write-an-abstract>. Acesso em: 6 abr. 2020.

HILL, S. S.; SOPPELSA, B. F.; WEST, G. K. Teaching ESL Students to


Read and Write Experimental-Research Papers. TESOL Quarterly, v. 16, n.
3, p. 333–347, 1982.

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. DE A. Metodologia científica. [s.l.]


Atlas, 2007.

LEAL, T. P. ABORDAGENS DE BIOLOGIA COMPUTACIONAL


PARA O ESTUDO DA DIVERSIDADE GENÔMICA DOS
BRASILEIROS. Belo Horizonte: UFMG, 2015.

LU, J. et al. Expression and characterization of a novel highly glucose-


tolerant β-glucosidase from a soil metagenome. Acta Biochimica et
Biophysica Sinica, v. 45, n. 8, p. 664–673, 1 ago. 2013.

108
MARIANO, D. C. B. SIMBA: uma ferramenta Web para gerenciamento
de montagens de genomas bacterianos, 2015.

MARIANO, D. C. B. Uso de assinaturas estruturais para proposta de


mutações em enzimas β-glicosidase usadas na produção de biocombustíveis.
2019.

MCNUTT, M. K. et al. Transparency in authors’ contributions and


responsibilities to promote integrity in scientific publication. Proceedings of
the National Academy of Sciences, v. 115, n. 11, p. 2557–2560, 13 mar.
2018.

MEDEIROS, J. B.; LAKATOS, E. M.; DE ANDRADE MARCONI, M.


Metodologia Do Trabalho Científico. [s.l.] ATLAS EDITORA, 2017.

MORO, M. A Arte de Escrever Artigos Científicos. Disponível em:


<https://homepages.dcc.ufmg.br/~mirella/doku.php?id=escrita>. Acesso em:
7 abr. 2020.

OLIVEIRA, ETÍCIA DE C. Análise do potencial probiótico de


Lactococcus lactis subsp. lactis NCDO 2118 por meio de genômica
comparativa. Belo Horizonte: UFMG, 2014.

OLIVEIRA, L. C. DE. Efeitos da atribuição de pesos a sequências sobre


as frequências de aminoácidos em alinhamentos múltiplos de sequências
– aplicação em análises de conservação e correlação entre resíduos.
Dissertação—Belo Horizonte: UFMG, 2016.

OLIVEIRA, F. S. D. Análise em larga escala das regiões intergênicas ITS,


ITS1 e ITS2 para o filo Basidiomycota (Fungi). Belo Horizonte: UFMG,
2015.

ORSINE, L. A. ELABORAÇÃO DE VIA DE DESENVOLVIMENTO


DA GLÂNDULA MAMÁRIA E ESTIMATIVA DA ORIGEM DOS
SEUS GENES E DO SISTEMA. Belo Horizonte: UFMG, 2016.

PARISE, M. T. D. LabControl – A software for microbial information


management. Belo Horizonte: UFMG, 2016.

PEARSON, W. R. Finding Protein and Nucleotide Similarities with FASTA.


Current Protocols in Bioinformatics / Editoral Board, Andreas D.
Baxevanis ... [et Al.], v. 53, p. 3.9.1-3.9.25, 2016.

POPPER, K. R. A lógica da pesquisa científica. [s.l.] Cultrix, 2004.

PÓS-GRADUANDO. Como é calculado o Fator de Impacto das


publicações?Pós-Graduando - Tudo sobre a Pós-Graduação, 9 maio
2011. Disponível em: <https://posgraduando.com/como-e-calculado-o-fator-
de-impacto-das-publicacoes/>. Acesso em: 10 abr. 2020

109
RIOS, J. S. H. IMPACTO DO PROCESSAMENTO DE TRANSCRITOS
POR SPLICED LEADER TRANS-SPLICING NO REPERTÓRIO
PROTEICO DE Schistosoma mansoni. Belo Horizonte: UFMG, 2016.

SIMS, D. et al. Sequencing depth and coverage: key considerations in


genomic analyses. Nature Reviews Genetics, v. 15, n. 2, p. 121–132, 17 jan.
2014.

VALLE, Í. F. DO. EVA MITOCONDRIAL: INVESTIGANDO A


HISTÓRIA PASSADA DO Trypanosoma cruzi. Belo Horizonte: UFMG,
2013.

110
6
Capítulo

6. Apêndices
6.1 Apêndice 1 - Usando o Zotero
Zotero é um gerenciador de referências bibliográficas disponível para
Windows, Linux e Mac OS X. Zotero pode ser baixado em
<https://www.zotero.org/>.

6.1.1 Instalando o Zotero


Antes de instalar o Zotero é necessário registrar uma conta (gratuitamente).
A seguir você deve realizar a instalação do Zotero e outros dois plugins (para
o navegador e para o editor de textos)

Zotero
Programa
Principal

Plugin Editor Plugin


de Texto Navegador

Figura S 1. O Zotero (programa principal) é instalado diretamente no seu sistema operacional


(Windows, Linux ou Mac OS X). Plugin do navegador permite que você insira novas
referências diretamente de seu navegador (funciona no Google Chrome e Firefox). Por fim,
o plugin do editor de textos (Word, Google Docs ou LibreOffice) permite que você insira
referências diretamente no seu manuscrito.

111
Você pode realizar a instalação do Zotero em quatro passos:

• Passo 1: acesse https://www.zotero.org/user/register e crie uma conta


gratuitamente no Zotero (existe uma opção de conta paga, a diferença
é que a conta paga permite que você armazene arquivos PDF dos
artigos).
• Passo 2: acesse https://www.zotero.org/download/ e faça o download
do Zotero - programa principal. Faça a instalação do programa em seu
sistema operacional.
• Passo 3: na mesma página, faça o download do plugin para o
navegador.

Figura S 2. Página download <https://www.zotero.org/download/>. O site do Zotero


automaticamente descobrirá qual sistema operacional está usando e qual o navegador (neste
exemplo fiz o download do Zotero para o Windows e para o Chrome).

• Passo 4: abra o Zotero, clique no menu Editar > Preferências >


Processadores de Texto > Instalar o Suplemento $S.

112
Figura S 3. Instalando plugin do Word no Zotero.

6.1.2 Conhecendo a interface do Zotero


A interface do Zotero é dividida em três partes: (i) pastas que armazenam as
referências (elas são criadas automaticamente (ou manualmente); (ii) Lista de
referências citáveis; (iii) detalhes das referências.

Figura S 4. Interface do Zotero. (A) Você pode criar pastas para organizar as referências
bibliográficas que usará citações. (B) Lista de referências presentes naquele diretório. Você
pode realizar buscas na caixa de pesquisa acima. (C) Você pode editar manualmente cada
uma das referências (mas não faremos isso pelo programa principal do Zotero, e sim pelo
plugin do navegador).

6.1.3 Inserindo uma nova referência no Zotero

113
Você pode inserir novas referências bibliográficas pelo plugin do navegador.
Para isso, há três formas de fazer:

1) Acesse o PubMed24 e abra a página de um artigo. Observe que na


barra superior aparecerá o botão que indica o plugin. Clique sobre ele,
e o artigo automaticamente será inserido no Zotero.

Figura S 5. Adicionando uma referência ao Zotero. Abra a página do artigo e clique no botão
do Zotero (confira se ele aparece em forma de documento, caso não esteja, o Zotero não
conseguiu identificar corretamente a citação).

2) Acesse o Google Acadêmico25 (ou pelo Google Books) e pesquise


pelo artigo/livro que deseja citar. A seguir clique no ícone ” e depois
vá em “Refman”. O plugin do Zotero perguntará se deseja importar a
referência para o Zotero. Clique em OK.

Figura S 6. Inserindo referências pelo Google Acadêmico. (A) Pesquise o


artigo/livro/manuscrito que deseja citar. (B) Clique no ícone das aspas logo abaixo. (C)
Clique em RefMan. (D) Clique em OK. (E) A seguinte visualização aparecerá no topo
confirmando sua nova inserção.

24
Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/>. Acesso em 17/03/2020.
25
Disponível em: <https://scholar.google.com/>. Acesso em 17/03/2020.

114
3) Insira manualmente sua referência na interface do Zotero.

Figura S 7. Na interface do Zotero clique no ícone +, selecione o tipo de referência e digite


manualmente todos os dados nas caixas de texto que aparecerá.

6.1.4 Inserindo uma citação no estilo ABNT


Agora vamos aprender a inserir uma citação em um documento do Word.
Para isso vamos utilizar o plugin Zotero do Word.
Antes de inserir a citação, primeiro é necessário configurar o estilo de
citação. O Zotero apresenta uma série de estilos pré-configurados; porém, o
estilo de citação da ABNT não vem configurado por padrão. Pode-se fazer a
instalação do estilo ABNT a partir do repositório de estilos do Zotero. Acesse
a página de estilos do Zotero ou pesquise por abnt zotero no Google.

Figura S 8. Pesquise no Google por abnt zotero. Clique no primeiro link.

No repositório de estilos, selecione o estilo que deseja instalar. Como


o repositório é aberto para que usuário insiram seus próprios estilos de
citação, diversas versões de um mesmo estilo podem ser encontradas.

115
Figura S 9. Clique sobre a referência que deseja inserir no Zotero. Escolha a segunda opção.

Se você posicionar o mouse sobre o estilo, ele mostrará detalhes de


como a citação aparecerá no manuscrito.

Figura S 10. Detalhes do estilo de citação. Clique sobre ela para realizar a instalação.

Clique no estilo que deseja instalar. A seguir, o plugin do Zotero irá


requisitar autorização para inserir o novo estilo de citação.

Figura S 11. Confirmação do Zotero para instalação do plugin.

116
Agora abra o Microsoft Word e crie o documento que será usado. Na
aba superior do Word aparecerá a opção Zotero. Clique nela. Agora vamos
configurar o estilo que será usado no arquivo que está aberto atualmente.
Clique em “document preferences” (preferências do documento).

Figura S 12. Aba Zotero.

A seguir você poderá ver todos os estilos configurados por padrão no


Zotero. Marque a opção “Associação Brasileira de Normas Técnicas
(Portuguese – Brazil)” e clique em OK.

Figura S 13. Configurando o estilo que será usado no documento.

117
Agora vamos inserir uma citação no manuscrito. Posicione o mouse
no local que deseja inserir a citação. Na aba do Zotero no Word, clique
“Add/Edit Citation” (adicionar ou editar citação).

Figura S 14. Exemplo de inserção de citação. Um campo permitirá que você pesquise pela
referência que deseja citar.

Uma caixa de seleção aparecerá. Pesquise pelo título do manuscrito


que deseja citar (ou pelo último nome do primeiro autor do artigo).

Figura S 15. Exemplo de busca. Foi realizada a pesquisa por LAKATOS (último nome da
primeira autora do livro “Metodologia científica”).

Selecione a referência que deseja inserir e pressione ENTER. A


citação aparecerá automaticamente no texto.

Figura S 16. Referência inserida automaticamente no padrão ABNT. Para editá-la ou


adicionar outra citação no lugar, clique sobre ela e clique novamente no botão “Add/Edit
Citation”.

118
Por fim, você deve inserir as referências bibliográficas em uma seção
própria no fim do documento. Crie uma nova seção denominada “Referências
bibliográficas”.

Figura S 17. Inserindo referências bibliográficas completas no fim do documento. Selecione


um espaço em branco para inserção das referências bibliográficas.

A seguir, na aba do Zotero clique em “Add/Edit Bibliography”


(adicionar ou editar bibliografia). O Zotero irá criar automaticamente uma
lista com todas as referências adicionadas no manuscrito.

Figura S 18. Exemplo de referência bibliográfica inserida automaticamente pelo Zotero.

A medida que novas referências são inseridas, Zotero atualiza a lista


de referências no fim. Para atualizar manualmente, na aba Zotero, clique na
opção “Refresh”.

119

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