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DA ENGENHARIA
ADQUIRA
NOSSOS
LIVROS
Organizador:
Ricardo Buneder
Práticas Profissionais
DA ENGENHARIA
R icardo B uneder
(O rg .)
UNIVERSIDADE LA SALLE PRODUÇÃO DE CONTEÚDO
Reitor Coordenador de Produção
Prof. Dr. Paulo Fossatti - Fsc Prof. Dr. Jonas Rodrigues Saraiva
Bibliografia.
CDU: 62
Ricardo Buneder
Graduado em Engenharia Metalúrgica pela Universidade Federal do Rio Grande
do Sul (1983), Pós-graduado em Engenharia Metalúrgica pela Universidade Federal do
Rio Grande do Sul (1985) e Mestre em Administração na área de Logística, também
pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1990). Especialista em Docência
Universitária na Contemporaneidade pela Universidade de Caxias do Sul (2020) e em
Gestão Lean de Estoques pela PROLOG (2020). Atualmente é professor convidado
do curso de Pós-graduação em Engenharia de Produção da Universidade do Oeste
de Santa Catarina (UNOESC). Atua também como professor conteudista e validador
da modalidade EaD da Universidade La Salle. Tem experiência como consultor de
empresas nas áreas de Logística e Gestão de Suprimentos e Produção. Atuou como
extensionista/consultor do Núcleo de Extensão Produtiva e Inovação da Universidade
La Salle, prestando atendimento a pequenas e médias empresas e, posteriormente,
como coordenador deste mesmo Núcleo, apoiando empresas de pequeno e médio porte
na melhoraria de sua produtividade, com ações voltadas às áreas de Planejamento
Estratégico, Redução de Perdas, Inovação e Produção mais Limpa.
Apresentação da
Disciplina
Bons estudos!
Sumário
UNIDADE 1
Evolução Histórica da Engenharia............................................................................................................................11
Objetivo Geral ...........................................................................................................................................................11
Objetivos Específicos ...............................................................................................................................................11
Questões Contextuais................................................................................................................................................11
1.1 A Evolução Histórica da Profissão de Engenheiro............................................................................................... 12
1.2 Engenharia: o que é e Quais as Atividades do (a) Engenheiro (a)?.................................................................... 13
1.3 As Quatro Especialidades Primárias da Engenharia .......................................................................................... 19
1.4 As Áreas da Engenharia e Suas Atribuições........................................................................................................ 20
1.4.1 Engenheiro Aeronáutico..........................................................................................................................................21
1.4.2 Engenheiro Agrimensor...........................................................................................................................................21
1.4.3 Engenheiro Ambiental............................................................................................................................................. 21
1.4.4 Engenheiro Agrônomo............................................................................................................................................. 21
1.4.5 Engenheiro Civil...................................................................................................................................................... 22
1.4.6 Engenheiro de Alimentos........................................................................................................................................ 22
1.4.7 Engenheiro de Minas.............................................................................................................................................. 22
1.4.8 Engenheiro de Pesca..............................................................................................................................................22
1.4.9 Engenheiro de Petróleo........................................................................................................................................... 22
1.4.10 Engenheiro de Produção.........................................................................................................................................23
1.4.11 Engenheiro Eletricista ............................................................................................................................................23
1.4.12 Engenheiro Florestal ..............................................................................................................................................23
1.4.13 Engenharia Industrial - Madeira..............................................................................................................................23
1.4.14 Engenheiro Mecânico ............................................................................................................................................23
1.4.15 Engenheiro Metalúrgico/Metalurgista.....................................................................................................................24
1.4.16 Engenheiro Naval...................................................................................................................................................24
1.4.17 Engenheiro Químico...............................................................................................................................................24
Síntese da Unidade....................................................................................................................................................25
Bibliografia................................................................................................................................................................26
UNIDADE 2
O Sistema CONFEA/CREA..........................................................................................................................................27
Objetivo Geral ...........................................................................................................................................................27
Objetivos Específicos ...............................................................................................................................................27
Questões Contextuais................................................................................................................................................27
2.1 O Sistema CONFEA/CREA...................................................................................................................................... 28
2.1.1 O Sistema CONFEA/CREA: Definição e Importância ................................................................................................28
2.1.2 Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia (CREA’s)......................................................................................31
2.1.3 Estrutura Básica dos Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia...................................................................32
2.2 Anotação de Responsabilidade Técnica – ART’s................................................................................................. 41
2.3 Atribuições e Mercado de Trabalho Para as Áreas da Engenharia..................................................................... 42
2.3.1 Principais Áreas da Engenharia: Atribuições e Mercado de Trabalho ......................................................................44
Síntese da Unidade....................................................................................................................................................61
Bibliografia................................................................................................................................................................62
UNIDADE 3
Projetos da Engenharia.............................................................................................................................................63
Objetivo Geral ...........................................................................................................................................................63
Objetivos Específicos ...............................................................................................................................................63
Questões Contextuais................................................................................................................................................63
3.1 Os Projetos de Engenharia................................................................................................................................... 64
3.1.1 Introdução.............................................................................................................................................................. 64
3.1.2 O que é Projetar Algo? Onde e Como os Engenheiros Projetam?.............................................................................64
3.1.3 Definição de Projeto de Engenharia.........................................................................................................................66
3.1.4 Suposições Implícitas na Definição de Projeto de Engenharia..................................................................................68
3.2 Os Problemas de Engenharia .............................................................................................................................. 68
3.2.1 Metodologia Para Solução de Problemas de Engenharia..........................................................................................69
3.2.2 Principais Problemas Envolvidos no Processo de Projeto de Engenharia e na sua Execução �����������������������������������72
3.3 Projetos de Bens e Serviços................................................................................................................................. 76
3.4 Fontes de Energia................................................................................................................................................. 77
3.4.1 Energia Armazenada na Matéria.............................................................................................................................77
3.4.2 Energia do Movimento da Matéria........................................................................................................................... 78
3.4.3 Energia da Radiação e do Calor............................................................................................................................... 79
3.4.4 Energia Muscular.................................................................................................................................................... 79
3.4.5 Energias Pouco ou não Exploradas Comercialmente................................................................................................79
3.5 Principais Tipos de Energia.................................................................................................................................. 80
3.6 Materiais de Engenharia........................................................................................................................................ 81
3.6.1 Metais Leves e Suas Ligas ..................................................................................................................................... 82
3.6.2 Cobre e Suas Ligas ................................................................................................................................................83
3.6.3 Ferro e Aço............................................................................................................................................................. 83
3.6.4 Concreto.................................................................................................................................................................84
3.6.5 Madeira, Plásticos, Silício, Vidro e Compósitos........................................................................................................85
3.7 Processos de Manufatura..................................................................................................................................... 87
3.7.1 Manufatura............................................................................................................................................................. 88
3.7.2 Processos de Fabricação/Manufatura......................................................................................................................90
Síntese da Unidade....................................................................................................................................................93
Bibliografia................................................................................................................................................................94
UNIDADE 4
Metrologia, Ergonomia, Normas Regulamentadoras e Certificações......................................................................95
Objetivo Geral ...........................................................................................................................................................95
Objetivos Específicos ...............................................................................................................................................95
Questões Contextuais................................................................................................................................................95
4.1 Sistema Internacional (SI) de Unidades............................................................................................................... 96
4.1.1 Introdução.............................................................................................................................................................. 96
4.1.2 As Unidades Básicas do SI...................................................................................................................................... 96
4.2 Metrologia............................................................................................................................................................. 99
4.2.1 Funções do Inmetro..............................................................................................................................................102
4.2.2 Metrologia Legal................................................................................................................................................... 102
4.2.3 Metrologia Científica e Industrial........................................................................................................................... 103
4.3 Sistemas Físicos................................................................................................................................................. 104
4.3.1 As Representações dos Sistemas Físicos..............................................................................................................104
4.3.2 A Modelagem na Solução de Problemas de Engenharia........................................................................................ 105
4.4 Ergonomia e as Normas Regulamentadoras..................................................................................................... 108
4.4.1 Definição, Propósitos e Finalidades da Ergonomia.................................................................................................108
4.4.2 As Normas Regulamentadoras.............................................................................................................................. 111
4.5 As Certificações ISO............................................................................................................................................. 112
4.5.1 Principais Certificações ISO..................................................................................................................................112
Síntese da Unidade..................................................................................................................................................114
Bibliografia..............................................................................................................................................................115
unidade
1
V.1 | 2023
Estamos começando uma unidade desta disciplina. Os textos que a compõem foram organizados com
cuidado e atenção, para que você tenha contato com um conteúdo completo e atualizado tanto quanto
possível. Leia com dedicação, realize as atividades e tire suas dúvidas com os tutores. Dessa forma, você,
com certeza, alcançará os objetivos propostos para essa disciplina.
Objetivo Geral
Abordar a Evolução Histórica da Engenharia em Nível Mundial e Nacional.
Objetivos Específicos
• Apresentar as principais definições de Engenharia;
• Discutir os quatro pilares da Engenharia (civil, elétrica, mecânica e química), e as engenharias
descendentes;
• Abordar as atribuições profissionais de cada área da engenharia.
Questões Contextuais
• O que se entende por Engenharia?
• Quais as especialidades primárias da Engenharia?
• Como definir a profissão de engenheiro?
12 PRÁTICAS PROFISSIONAIS DA ENGENHARIA | Ricardo Buneder
A palavra engenheiro vem de engenho e engenhoso que, por sua vez, derivam
do latim in generare, que significa a faculdade de saber, criatividade.
A palavra engenheiro data de cerca de 200 d.C., quando o autor
cristão Tertuliano descreveu um ataque romano a Cartago no qual foi
empregado um aríete, por ele descrito como ingenium, uma invenção
engenhosa. Mais tarde, por volta de 1200 d.C., a pessoa responsável
pelo desenvolvimento de inovadores engenhos de guerra (aríetes,
pontes flutuantes, torres de assalto, catapultas etc.) era conhecida como
ingeniator. Nos anos 1500, à medida que o significado de “engenhos”
era ampliado, um engenheiro era a pessoa que construía engenhos.
Hoje, um construtor de engenhos seria classificado como um engenheiro
mecânico, pois um engenheiro, no sentido mais geral, é “uma pessoa que
aplica conhecimentos de ciência, matemática e economia para atender
às necessidades da humanidade”. (HOLTZAPPLE; REECE, 2013, p. 2).
Bem, agora que apresentamos, ainda que de forma breve, a evolução histórica
da profissão de engenheiro e uma definição preliminar da palavra engenheiro, vamos
abordar alguns conceitos de engenharia, bem como as atividades do engenheiro (a) na
sequência desta unidade.
DESTAQUE
As medidas listadas a seguir são necessárias para a produção e comercialização
da carne halal. Tais exigências geram custos extras, mas geram valor para a
população dos países do oriente médio, em especial:
REFLETINDO
Cabe aqui perguntarmos por que criar o artificial, ou seja, por que criar aquele
mundo que jamais existiu?
A resposta para esse questionamento é dada por Cocian (2017, p. 3), quando ele
afirma que “Os engenheiros se motivam a criar o artificial para a defesa e a superação
de limites do corpo humano, bem como para satisfazer necessidades funcionais ou
estéticas.” Em outras palavras, nós, seres humanos, buscamos nossa segurança
individual a fim de suportarmos, por exemplo, os rigores climáticos e ambientais (fome,
inundações, secas, frio, calor etc.), defesa contra microrganismos e doenças etc. Além
disso, muitas vezes desejamos poder fazer “coisas” que vão além de nossas limitações
naturais ou genéticas, como por exemplo, atravessar um rio sem nos molharmos ou
afogarmos, andar a altas velocidades permanecendo sentados em uma poltrona ou não
congelarmos quando as temperaturas ambiente forem negativas.
Humanidades:
Literatura
Religião
Música
Artes
...
IDEIAS
Serviços sociais:
Psicologia
Ciências abstratas: Arquitetura
Filosofia Direito
Matemática Economia
... História
Educação Jornalismo
&
Treinamento
PESSOAS
NATUREZA &
COISAS
Ciências aplicadas:
Engenharia
Medicina
Ciências: Ciências da Terra
Ciências da vida Bens & serviços:
Física Ciências do espaço
Química Transportes
Biologia Comunicações
Botânica Agricultura
Minas
Construções
Manufatura
Serviços
Milícia
Polícia
Comércio
Fonte: Adaptado por Universidade La Salle (2023) com base em Cocian (2009).
Evolução Histórica da Engenharia | UNIDADE 1 17
Definição legal
Definição profissional
Para responder a essa pergunta vamos nos valer de informações que constam
no sítio daquela que é considerada a primeira escola de engenharia do Brasil: a Escola
Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), também conhecida
como Escola Politécnica da UFRJ, e que foi fundada em 1792. Além de ser a primeira
instituição de ensino superior do Brasil e a primeira escola de engenharia, é a sétima
escola de engenharia mais antiga do mundo e a mais antiga das Américas. Na Escola
Politécnica da UFRJ, além do ensino da engenharia militar foi iniciado o ensino da
engenharia não-militar, ou seja, a engenharia civil. Tal fato se deu porque os responsáveis
pelo ensino militar, cuja preocupação era a defesa do território brasileiro contra as
constantes invasões estrangeiras, observaram a necessidade da ocupação de nosso solo
mediante a construção de edificações não-civis com o uso de materiais apropriados,
abertura de estradas, construção de pontes e utilização dos caminhos hidrográficos
naturais para a movimentação de cargas e de passageiros através de embarcações,
modal mais utilizado na época.
DESTAQUE
Hoje, a Escola Politécnica da UFRJ possui 12 departamentos ligados ao
ensino da engenharia:
De modo sucinto e com base nas observações de Cocian (2017), temos que em 1771
o inglês John Smeaton - primeiro engenheiro civil autoproclamado, fundou, juntamente
com alguns colegas, o Smeatonian Society of Civil Engineers, que serviu de base para a
fundação do Institution of Civil Engineers, em 1818. Em 1828 essa instituição recebeu
a Charter do Rei George IV, reconhecendo a engenharia civil como profissão.
Convido você para seguirmos com nosso estudo para o último tópico dessa
unidade, onde conheceremos as áreas da engenharia e suas atribuições, de acordo com
o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA), em sua Resolução 218/73.
DESTAQUE
Atividade 01 - Supervisão, coordenação e orientação técnica;
Atividade 02 - Estudo, planejamento, projeto e especificação;
Atividade 03 - Estudo de viabilidade técnico-econômica;
Atividade 04 - Assistência, assessoria e consultoria;
Atividade 05 - Direção de obra e serviço técnico;
Atividade 06 - Vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e parecer técnico;
Atividade 07 - Desempenho de cargo e função técnica;
Atividade 08 - Ensino, pesquisa, análise, experimentação, ensaio e divulgação
técnica; extensão;
Atividade 09 - Elaboração de orçamento;
Atividade 10 - Padronização, mensuração e controle de qualidade;
Atividade 11 - Execução de obra e serviço técnico;
Atividade 12 - Fiscalização de obra e serviço técnico;
Atividade 13 - Produção técnica e especializada;
Atividade 14 - Condução de trabalho técnico;
Atividade 15 - Condução de equipe de instalação, montagem, operação,
reparo ou manutenção;
Atividade 16 - Execução de instalação, montagem e reparo;
Atividade 17 - Operação e manutenção de equipamento e instalação;
Atividade 18 - Execução de desenho técnico.
Evolução Histórica da Engenharia | UNIDADE 1 21
Síntese da Unidade
• Nessa primeira unidade da disciplina de Práticas Profissionais da Engenharia
tivemos a oportunidade de estudar a evolução histórica da engenharia, algumas
de suas definições, bem como as atividades do engenheiro.
Bibliografia
COCIAN, L. F. E. Descobrindo a Engenharia: a profissão. Canoas: ULBRA, 2009.
COCIAN, L. F. E. Introdução à Engenharia. Porto Alegre: Bookman, 2017.
COMO SURGIU A ENGENHARIA? Instituto de Engenharia, 2019. Disponível em:
http://gg.gg/12lkp4. Acesso em: 06 setembro, 2022.
Conselho Federal de Engenharia e Agronomia - CONFEA. Disponível em:
http://gg.gg/12lkp6. Acesso em 07 setembro, 2022.
HALAL: VEJA COMO PRODUZIR CARNES PARA MUÇULMANOS. Canal Rural.
Disponível em: http://gg.gg/12lkpa. Acesso em: 08 setembro, 2022.
HOLTZAPPLE, M. T.; REECE, W. Introdução à Engenharia. Rio de Janeiro: LTC, 2013.
SOBRE A ESCOLA POLITÉCNICA. Escola Politécnica da Universidade do Rio de
Janeiro. Disponível em: http://gg.gg/12lkpd. Acesso em: 07 setembro, 2022.
FIQUE ATENTO
Os links para sites da web fornecidos nesta unidade foram todos testados, e
seu funcionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No
entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente
mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer
responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações
referidas em tais links.
unidade
2
V.1 | 2023
O Sistema CONFEA/CREA
Prezado estudante,
Estamos começando uma unidade desta disciplina. Os textos que a compõem foram organizados com
cuidado e atenção, para que você tenha contato com um conteúdo completo e atualizado tanto quanto
possível. Leia com dedicação, realize as atividades e tire suas dúvidas com os tutores. Dessa forma, você,
com certeza, alcançará os objetivos propostos para essa disciplina.
Objetivo Geral
Apresentar o sistema CONFEA/CREA, as Anotações de Responsabilidade Técnica (ART), bem como o
Mercado de Trabalho para os (as) Engenheiros (as).
Objetivos Específicos
• Apresentar o funcionamento do CONFEA e do CREA e sua importância;
• Entender o significado de uma Anotação de Responsabilidade Técnica - ART;
• Abordar o mercado de trabalho para o (a) profissional da engenharia.
Questões Contextuais
• O que é o sistema CONFEA/CREA e como ele funciona?
• O que é uma Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) e qual sua importância para o (a)
engenheiro (a)?
• Quais as perspectivas do mercado de trabalho para cada uma das áreas da engenharia?
28 PRÁTICAS PROFISSIONAIS DA ENGENHARIA | Ricardo Buneder
SAIBA MAIS
Para conhecer as competências do CONFEA e dos CREA’s, sugere-se a
leitura da Lei nº 5.194, de 24 de dezembro de 1966, cujo link de acesso é:
http://gg.gg/12llbl.
• Formação profissional
• Exercício profissional
• A organização do sistema
• Sustentabilidade do sistema
Mas vamos entender o que é a Mútua e qual seu principal objetivo? Trata-se de
uma sociedade civil sem fins lucrativos criada pelo CONFEA através da Resolução nº
252, de 1977, com autorização legal pela Lei nº 6.496, de 7 de dezembro de 1977.
Também cabe salientarmos que uma das principais funções do CONFEA enquanto
órgão central do Sistema CONFEA/CREA e Mútua é a de zelar pelo seu equilíbrio
administrativo-financeiro, entendendo-se por equilíbrio não só a visão individual de
cada ente, ou seja, sua autossustentabilidade econômica, mas também a busca por um
padrão de gestão do sistema como um todo. Nessa gestão devem ser consideradas a
orçamentação baseada no planejamento e o acompanhamento da receita e da despesa
do CONFEA, dos CREA’s e da Mútua, bem como, quando necessário, a formulação
de medidas econômico-financeiras com o objetivo de promover a reestruturação
organizacional desses entes. A busca por esse padrão de gestão é realizada com base na
definição e monitoramento de indicadores de gestão, os quais servem como subsídios
para o planejamento estratégico do sistema.
O Sistema CONFEA/CREA | UNIDADE 2 31
Uma vez que tenhamos estudado o sistema CONFEA/CREA, vamos, na
sequência, abordar os Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia – CREA’s.
DESTAQUE
Essas entidades autárquicas apresentam uma estrutura básica responsável
pela criação de condições para o desempenho integrado e sistemático de suas
finalidades, composta por órgãos de caráter decisório ou executivo, quais sejam:
I. Plenário;
III. Presidência;
IV. Diretoria;
VI. Inspetoria.
Vamos a uma breve análise de cada um desses órgãos, tomando como referência
o sítio do CONFEA/CREA.
16. determinar quando a decisão do Plenário deva ser tomada por escrutínio secreto;
10. apreciar tabela básica de honorários, elaborada por entidade de classe para fins
de registro no CREA, a ser encaminhada ao Plenário para apreciação;
20. assinar convênios e contratos celebrados pelo CREA para repasse de recursos;
31. manter o Plenário informado sobre ações e atividades dos demais órgãos que
compõem o Sistema CONFEA;
Compete à diretoria:
Compete à inspetoria:
Cabe também observarmos que o registro de uma ART deve ser realizado
pelo profissional junto ao CREA da região onde será executada a atividade, em data
anterior ao início da mesma. Além disso, o (a) engenheiro (a) deve atentar para as
seguintes situações:
b. caso a atividade técnica seja realizada conjuntamente com outro (s) profissional
(ais), as ART’s dos demais responsáveis serão vinculadas à ART original;
Quanto aos tipos de ART’s, vale ressaltarmos que existem três: (a) de obra ou
serviço; (b) de obra ou serviço de rotina; e (c) de cargo ou função.
b. ART de obra ou serviço de rotina (ou ART múltipla): é a que especifica vários
contratos referentes à execução de obras ou à prestação de serviços contínuos
em determinado período, como por exemplo, de receituário agronômico ou de
inspeção veicular;
Outra observação em relação às ART’s diz respeito à sua baixa. Nesse sentido,
quando do término da atividade técnica que está sendo desenvolvida, deve ser dada baixa
da ART, uma vez que é somente após essa ação que, para efeitos legais, a participação
do (a) profissional na atividade técnica em questão estará concluída. Também devemos
salientar que a baixa da ART não exime o profissional ou pessoa jurídica contratada das
responsabilidades administrativa, civil ou penal.
Uma vez que tenhamos discutido a respeito das ART’s, vamos abordar as atribuições
e mercado de trabalho para os (as) profissionais das diversas áreas da engenharia.
Outro aspecto a ser salientado, de acordo com essa mesma fonte, é o de que os
(as) profissionais da engenharia estão entre os mais procurados no mercado de trabalho
em função da diversidade de seus conhecimentos, capacidade analítica para a resolução
de problemas e, também, porque em períodos de crescimento/retomada da atividade
econômica há uma demanda expressiva por engenheiros (as) dada à necessidade de
obras de infraestrutura, modernização de redes de distribuição de energia elétrica,
modernização de telecomunicações, aumento da produtividade industrial, entre outras.
MODALIDADES DE ENGENHARIA
Por ter uma formação multidisciplinar, esse (a) profissional pode desenvolver
suas atividades em diferentes áreas da engenharia. Assim, esse (a) engenheiro (a) terá
condições de projetar, controlar e testar sistemas do setor aeroespacial e atuar com o
desenvolvimento e avaliação de tais sistemas, dentre outras atividades.
O setor público também oferece boas oportunidades para os (as) engenheiros (as)
agrônomos (as). Nesse caso, por exemplo, é possível atuar no processo de empréstimo de
crédito rural para produtores. Outras possibilidades de trabalho estão nas organizações
não governamentais, cooperativas e instituições do governo, como secretarias
municipais ou estaduais e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,
atuando principalmente na área de fiscalização.
Também é possível que esses (as) profissionais tenham seus próprios negócios,
prestando serviços de consultoria, pois os produtores rurais podem contratar um
autônomo por diversos motivos, como, por exemplo, a obtenção de receituário
agronômico, assistência técnica, assessoria em construções rurais ou serviços de laudos
e vistorias de perícia.
A engenharia civil é uma área vital para a economia de um país, assim sendo,
mesmo em um cenário econômico volátil, o volume de empregos nessa área se mantém
em alta, com possibilidades de atuação em construtoras, indústrias, gestão de empresas
e até mesmo no mercado financeiro.
48 PRÁTICAS PROFISSIONAIS DA ENGENHARIA | Ricardo Buneder
• produtores de maçã dos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, bem
como os de pêssego, ameixa e caqui dos estados de Minas Gerais e São Paulo;
22) Engenharia de Petróleo e Gás: esse curso tem duração média de cinco anos
e habilitação em bacharelado. O (a) profissional graduado nessa especialização está apto
a desenvolver um conjunto de técnicas para a exploração, produção e comercialização
de petróleo e gás natural.
O mercado de trabalho para esse (a) profissional é excelente, pois exerce uma
atividade indispensável em empresas de tecnologia e indústrias diversas, tais como
mineração, petroquímica, automotiva, farmacêutica, portos, aeroportos, construção
civil, supermercadista, etc.
27) Engenharia Elétrica: o (a) profissional graduado (a) nessa área estuda
as aplicações da eletricidade, eletromagnetismo e eletrônica em um curso do tipo
bacharelado com duração média de cinco anos e que prepara para a atuação na atividade
de distribuição de energia elétrica. Cabe ressaltar que atualmente, as áreas ligadas às
energias renováveis têm demonstrado grande crescimento nos últimos anos.
O mercado de trabalho para esses (as) profissionais segue em alta, pois trata-
se de uma área de conhecimento versátil. Nesse sentido, a previsão é a de que cada
vez mais as empresas irão requisitar profissionais com atuações voltadas para avanços
tecnológicos, mobilidade e questões ambientais.
As áreas da Engenharia Elétrica com maior potencial de crescimento são as
de gestão energética, veículos elétricos, telecomunicações, micro e nanoeletrônica e
bioengenharia. Na área de gestão energética discute-se a crise energética e a adoção de
fontes renováveis e limpas de energia.
28) Engenharia em Agrimensura: trata-se de um curso com duração média de
cinco anos e formação em bacharelado.
Os (as) profissionais que atuam neste ramo são responsáveis por analisar dados
geográficos e realizar projetos.
O (a) engenheiro (a) agrimensor (a) atua em projetos de segmentos diversificados,
como setores estratégicos, planejamento urbano e elaboração de políticas para o
desenvolvimento do país. É importante deixarmos claro que agrimensura e topografia são
áreas distintas, sendo o principal diferencial entre elas o fato de que a topografia tem como
objetivo a definição de uma região, determinando o contorno, dimensão e posição relativa
de uma localidade, podendo ser na superfície terrestre, no fundo dos mares ou no interior
de minas por exemplo. Já, a agrimensura possui uma abrangência maior, compreendendo
os principais aspectos legais, econômicos e sociais que estão inseridos na demarcação de
uma propriedade, não se limitando ao mapeamento do relevo de um local.
O mercado de trabalho para essa especialidade da engenharia é amplo e está em
crescimento. O (a) engenheiro (a) de agrimensura tem diversas possibilidades de trabalho,
seja em empresas, prestando consultoria ou compondo equipes multiprofissionais
em grandes obras.
29) Engenharia em Nanotecnologia: é a área da engenharia focada no
desenvolvimento de tecnologias relacionadas à nanociência. Os (as) engenheiros
(as) em nanotecnologia atuam em projetos de pesquisa ou aplicações de
nanotecnologias em indústrias.
O curso possui duração média de cinco anos e formação em bacharelado.
Trata-se de uma área ligada à alta tecnologia e cujo mercado de trabalho apresenta
um grande potencial de crescimento para os próximos anos. Sendo assim, o (a) engenheiro
(a) de nanotecnologia possui um vasto campo de atuação, tendo a possibilidade de
trabalhar com os diferentes setores da engenharia, ou seja, telecomunicações, espacial,
elétrica, mecânica, civil, nuclear e química. Pode atuar ainda em indústrias de
cosméticos, mineração, biotecnologia, transportes, meio ambiente, entre outras.
56 PRÁTICAS PROFISSIONAIS DA ENGENHARIA | Ricardo Buneder
A formação do (a) engenheiro (a) físico (a) permite sua atuação em setores
diversos, uma vez que a necessidade por novos materiais e tecnologias é cada vez mais
fundamental para o avanço da sociedade. Dessa forma, podemos afirmar que o mercado
de trabalho para os (as) engenheiros (as) físicos (as) é amplo, uma vez que podem atuar
em eletrônica, acústica, biotecnologia, ótica linear e não linear, desenvolvimento de
novos materiais, física médica, computação quântica e automação, todos campos com
alta empregabilidade.
Na área médica e hospitalar, por exemplo, esse (a) profissional pode desenvolver
dispositivos que utilizam raios laser ou cerâmicas supercondutoras.
33) Engenharia Hídrica: esse (a) profissional é formado (a) em bacharel (a) em
uma graduação com duração média de cinco anos. Atua na exploração do uso e gestão
de recursos hídricos, bem como no controle dos impactos negativos que as bacias
hidrográficas podem sofrer a partir das atividades industriais, agrícolas e urbanas.
Nesse sentido, o (a) engenheiro (a) hídrico (a) pode atuar na execução de projetos
na área ambiental, na infraestrutura hídrica, nos setores elétrico, de saneamento básico,
de portos e hidrovias.
O mercado de trabalho para essa área pode ser sintetizado em quatro grandes
subáreas, podendo haver ramificações em cada uma delas:
• Off Shore, lida com plataformas de petróleo;
• Tecnologia ambiental
• Recursos hídricos
• Geotecnia ambiental
• Gestão
42) Engenharia Têxtil: esse curso forma profissionais aptos (as) para atuarem
na produção e processamento de fibras, fios e técnicas para confecção de roupas.
Síntese da Unidade
• Chegamos ao final da unidade 2 de nossa disciplina de Práticas
Profissionais da Engenharia.
Bibliografia
BRASIL. Lei nº 5.194, de 24 de dezembro de 1966. Regula o exercício das profissões
de Engenheiro, Arquiteto e Engenheiro-Agrônomo, e dá providências. Disponível em:
http://gg.gg/12lrol. Acesso em: 16 de setembro, 2022.
BRASIL. Lei nº 6.496, de 7 de dezembro de 1977. Institui a “Anotação de
Responsabilidade Técnica” na prestação de serviços de engenharia, de arquitetura
e agronomia; autoriza a criação, pelo Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura
e Agronomia – CONFEA, de uma Mútua de Assistência Profissional; e dá outras
providências. Disponível em: http://gg.gg/12lroo. Acesso em: 16 de setembro, 2022.
BRASIL. Lei nº 8.195, de 26 de junho de 1991. Altera a Lei n° 5.194, de 24 de
dezembro de 1966, que regula o exercício das profissões de Engenheiro, Arquiteto e
Engenheiro Agrônomo, dispondo sobre eleições diretas para Presidentes dos Conselhos
Federal e Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, e dá outras providências.
Disponível em: http://gg.gg/12lrop. Acesso em: 16 de setembro, 2022.
BRASIL. Referenciais Nacionais dos Cursos de Engenharia. Ministério da Educação.
Disponível em: http://gg.gg/12lroq. Acesso em: 18 set. 2022.
CONFEA. CREAS. Disponível em: http://gg.gg/12lrot. Acesso em: 18 set. 2022.
CONFEA. Resolução nº 1.048/2013. Disponível em: http://gg.gg/12lrow. Acesso
em: 18 set. 2022.
CONFEA. O Sistema. Disponível em: http://gg.gg/12lrp1. Acesso em: 18 set. 2022.
SEBRAE. Painel de Empresas. Disponível em: http://gg.gg/12lrp5. Acesso
em: 18 set. 2022.
FIQUE ATENTO
Os links para sites da web fornecidos nesta unidade foram todos testados, e
seu funcionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No
entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente
mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer
responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações
referidas em tais links.
unidade
3
V.1 | 2023
Projetos da Engenharia
Prezado estudante,
Estamos começando uma unidade desta disciplina. Os textos que a compõem foram organizados com
cuidado e atenção, para que você tenha contato com um conteúdo completo e atualizado tanto quanto
possível. Leia com dedicação, realize as atividades e tire suas dúvidas com os tutores. Dessa forma, você,
com certeza, alcançará os objetivos propostos para essa disciplina.
Objetivo Geral
Apresentar os principais aspectos relacionados aos projetos de bens e serviços, os problemas de
engenharia, as fontes de energia, os materiais de engenharia e os processos de manufatura.
Objetivos Específicos
• Apresentar os principais problemas nos projetos de engenharia de bens e serviços, os problemas de
engenharia e a metodologia utilizada para sua solução;
• Abordar as principais fontes de energia; os materiais de engenharia e os processos de manufatura;
• Apresentar os materiais de engenharia, bem como os principais sistemas de manufatura.
Questões Contextuais
• Você sabe quais os atores envolvidos em um projeto de engenharia?
• Já ouviu falar na metodologia para a solução de problemas de engenharia?
• Conhece as principais fontes de energia, materiais de engenharia e processos de manufatura?
64 PRÁTICAS PROFISSIONAIS DA ENGENHARIA | Ricardo Buneder
3.1.1 Introdução
Estamos iniciando a terceira unidade de nossa disciplina de Práticas Profissionais
da Engenharia, na qual vamos abordar os principais problemas envolvidos nos
projetos de engenharia. Nesse sentido, é de fundamental importância que tenhamos
compreensão em relação a alguns aspectos, tais como: o que significa projetar algo,
onde e quando os engenheiros projetam, o que se entende por problema de engenharia
e qual a metodologia adotada pelos engenheiros para resolvê-los. Nesse sentido, vamos,
na sequência de nossa unidade, analisar tais aspectos.
Por fim, temos o usuário (ou público). Nesse ponto, Dym e Little (2010) chamam
nossa atenção sobre a existência de um outro ator, qual seja, o público. De acordo com
os atores citados, “...o público está implicitamente incorporado na noção de usuário”
(DYM; LITTLE, 2010, p. 26). No entanto, há um público que é impactado por um
determinado projeto tanto quanto ou até mais que os usuários já identificados, o que
sugere a necessidade de confrontar aspectos éticos nos projetos.
CLIENTE
PROJETISTA USUÁRIO
(a) o reconhecimento de que os interesses dos três atores podem ser divergentes;
(b) considerar que tais divergências geram mais do que problemas financeiros
como resultado do fracasso no atendimento das necessidades dos usuários. Nesse
sentido, afirmam Dym e Little (2010, p. 27), “...a interação de vários interesses gera
uma interação de várias obrigações, e essas obrigações podem estar em conflito”.
66 PRÁTICAS PROFISSIONAIS DA ENGENHARIA | Ricardo Buneder
No que diz respeito a forma e função, devemos ter claro que se tratam de
entidades relacionadas, mas independentes. Nesse sentido, conforme afirmam Dym
e Little (2010, p. 31), “embora frequentemente possamos deduzir o propósito de um
objeto a partir de sua forma ou estrutura, não podemos fazer o inverso, isto é, não
podemos inferir automaticamente a forma que um equipamento deve ter somente a
partir da função”.
Identificação do Problema
Formulação
Análise
Pesquisa
Decisão
Especificação
Solução Especificada
Vamos analisar cada uma das fases mostradas na Figura 3.2 a partir das
colocações de Cocian (2017).
b. Erros durante a execução do projeto: de modo geral, tais erros têm relação
com questões operacionais e comportamentais, uma vez que têm como causa
um ou mais dos seguintes motivos:
Para tal, é importante utilizar os dados obtidos no planejamento, uma vez que
a partir da análise quantitativa correta de tais dados, bem como de uma estimativa
adequada de produtividade, será possível dimensionar corretamente e os materiais e
insumos necessários.
VÍDEO
Devemos ter em mente que, conforme afirma Cocian (2017), um dos recursos
mais relevantes para a humanidade é a energia. Nesse sentido, os engenheiros devem
ter conhecimento a respeito das fointes de energia disponíveis, bem como o custo
associado à utilização das mesmas.
No mar, temos o movimento ondulatório das ondas que pode ser utilizado na
recuperação de energia mecânica e, até mesmo, na geração de energia elétrica. As
ondas, por sua vez, são ocasionadas pela ação dos ventos que provocam um esforço de
cisalhamento na superfície da água, o que gera oscilações de massa e transferência de
energia sob a forma de movimento. Em relação aos aspectos negativos desse tipo de
aproveitamento de energia, podemos citar as condições ambientais adversas para os
equipamentos, as quais provocam elevados custos de instalação e manutenção.
• A energia de fusão nuclear - aqui os núcleos de átomos são fundidos uns com os
outros, liberando energia;
• A energia oceânica: diz respeito a energia dos oceanos que é suprida pelo sol
e pela força gravitacional do sol e da lua. Lembrando que os oceanos possuem
dois tipos básicos de energia: a térmica proveniente do aquecimento do sol e a
mecânica proveniente das ondas e marés.
Projetos da Engenharia | UNIDADE 3 81
VÍDEO
De acordo com o que foi exposto, as propriedades e os custos dos materiais são
aspectos relevantes em relação ao projeto.
Por fim, mas não menos importante, o magnésio é um metal leve semelhante
ao alumínio, porém mais leve que esse. A fim de ter suas propriedades mecânicas
melhoradas, a magnésio é ligado a metais como o alumínio, manganês e zinco.
Já, quando o cobre é ligado ao estanho, forma-se uma liga cujo nome é bronze.
Quando o cobre é ligado ao alumínio, a liga formada é o bronze de alumínio. De acordo
com Moaveni (2016), o cobre é largamente utilizado nas indústrias da construção civil
e de produtos elétricos e eletrônicos.
Moaveni (2016), afirma que, de modo geral, o aço pode ser classificado
em três grupos:
c. aço de alta liga – é o que possui mais de 8% de elementos de liga, como por
exemplo, os aços inoxidáveis, uma vez que podem conter de 10% a 30% de
cromo e até 35% de níquel.
84 PRÁTICAS PROFISSIONAIS DA ENGENHARIA | Ricardo Buneder
3.6.4 Concreto
Conforme coloca Moaveni (2016), trata-se de um material amplamente utilizado
na construção civil, composto por três ingredientes: água, cimento e agregados. Entende-
se por agregados materiais como cascalho e areia. Já, o cimento é utilizado com o
propósito de aglutinar os agregados. Além disso, os agregados são classificados miúdos
e graúdos, e sua aplicação é função da aplicação do concreto. Também a quantidade
de água utilizada na preparação do concreto (relação água-concreto) e a temperatura
ambiente no momento em que ele é despejado podem impactar em sua resistência.
e. Compósitos: dada seu baixo peso e elevada resistência, tais materiais são
utilizados em diversas aplicações, inclusive aeroespaciais. De acordo com
Moaveni (2016), os compósitos resultam da combinação de dois ou mais
materiais sólidos que originam um novo material com propriedades superiores
as dos materiais originais. Os compósitos apresentam em sua composição um
material chamado matriz e fibras. A título de exemplo de fibras, podemos citar
as fibras de vidro, grafite e carboneto de silício, as quais integram-se à matriz.
Exemplos de materiais utilizados como matriz podem ser dados por metais,
plásticos ou cerâmicos. Moaveni (2016) menciona que em função do tipo de
material utilizado como matriz, os compósitos podem ser categorizados como
compósito de matriz polimérica, compósito de matriz metálica e compósito de
matriz cerâmica.
3.7.1 Manufatura
Para definirmos manufatura, vamos nos valer de Groover (2014), para quem a
Manufatura pode ser conceituada a partir de aspectos tecnológicos e econômicos. Em
relação aos aspectos tecnológicos, a manufatura pode ser vista como a aplicação de
processos físicos e químicos com vistas à modificação da geometria, das propriedades
e/ou da aparência de um material para a produção de peças ou produtos acabados.
A manufatura também inclui a montagem de componentes para a produção de um
produto acabado.
s a
a br
as e nt O
n a e
qui r rgi o d
am
á r e ã
M Fe En M
Material Produto
Inicial Fabricado
Processos de
Fabricação Sucata e
Refugo
Processos de Fabricação
Valor
Agregado
$ $$ $$$
Processos de
solidificação
Processamento
Processos de de particulados
mudança de forma
Processos de
conformação
Processos de
Operações de
remoção de material
processamento
Processos de
aprimoramento Tratamentos
das propriedades térmicos
Processos de
limpeza e tratamento
Processos de de superfícies
modificação da
Processos de superfície Processos de
fabricação deposição e
revestimento
Soldagem
Processos de Brasagem
união permanente
Operações de
montagem
União adesiva
União por
parafusos
União por fixação
mecânica União por fixação
mecânica
permanente
GLOSSÁRIO
Processos de mudança de forma: são os que alteram a geometria do
elemento inicial através de métodos diversos, como por exemplo: a fundição, o
forjamento e a usinagem.
Quanto às operações de montagem, são aquelas em que duas ou mais peças são
unidas para formar uma nova unidade. De acordo com Groover (2014), os componentes
desta nova unidade estão reunidos de forma permanente ou semipermanente. A título
de exemplo, a soldagem, brasagem, solda branca e a união com adesivos são exemplos
de união permanente de componentes. Tais operações produzem um novo conjunto que
não pode ser facilmente desconectado. Por outro lado, há conjuntos que são produzidos
através de uniões que podem ser desconectas com relativa facilidade. Como exemplo,
podemos citar a utilização de parafusos, porcas e outros tipos de conexões
mecânicas rosqueadas.
SAIBA MAIS
Para complementar o conhecimento sobre processos de fabricação/
manufatura, sugere-se a leitura do artigo “Quais são os tipos de manufatura
existentes? Qual devo utilizar?”, cujo link encontra-se a seguir.
Síntese da Unidade
• Chegamos ao final da unidade 3 de nossa disciplina de Práticas
Profissionais da Engenharia.
Bibliografia
A IMPORTÂNCIA DA INDÚSTRIA PARA O BRASIL. Disponível em:
http://gg.gg/12lsm1. Acesso em: 07 out 2022.
COCIAN, L.F. Introdução à Engenharia. Porto Alegre: Bookman, 2017.
CONHEÇA QUAIS OS PRINCIPAIS PROBLEMAS EM OBRAS E COMO EVITÁ-
LOS. Instituto Brasileiro de Engenheiro de Custos, 2020. Disponível em:
http://gg.gg/12lsm8. Acesso em: 29 set 2022.
DYM, C.L.; LITTLE, P. Introdução à Engenharia: uma abordagem baseada em
projeto. Porto Alegre: Bookman, 2010.
GROOVER, M.P. Introdução aos Processos de Fabricação. Rio de Janeiro: LTC, 2014.
MOAVENI, S. Fundamentos de Engenharia: uma introdução. São Paulo:
Cengage Learning, 2016.
SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da Produção. São
Paulo: Atlas, 2009.
FIQUE ATENTO
Os links para sites da web fornecidos nesta unidade foram todos testados, e
seu funcionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No
entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente
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responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações
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unidade
4
V.1 | 2023
Estamos começando uma unidade desta disciplina. Os textos que a compõem foram organizados com
cuidado e atenção, para que você tenha contato com um conteúdo completo e atualizado tanto quanto
possível. Leia com dedicação, realize as atividades e tire suas dúvidas com os tutores. Dessa forma, você,
com certeza, alcançará os objetivos propostos para essa disciplina.
Objetivo Geral
Introduzir os conceitos básicos sobre sistemas de unidades de medidas, metrologia, ergonomia e higiene
e segurança do trabalho.
Objetivos Específicos
• Apresentar o sistema internacional de unidades (SI), metrologia e a normatização;
• Compreender os sistemas físicos básicos em engenharia;
• Apresentar os principais conceitos ligados à ergonomia, higiene e segurança do trabalho, bem como as
principais certificações em engenharia.
Questões Contextuais
• Você já ouviu falar no sistema internacional (SI) de unidades?
• E sobre Metrologia e Ergonomia, você sabe do que tratam essas ciências?
• Você sabia que todo e qualquer ambiente de trabalho no Brasil é regulado por 37 normas regulamentadoras
(NRs)?
96 PRÁTICAS PROFISSIONAIS DA ENGENHARIA | Ricardo Buneder
4.1.1 Introdução
Antes de iniciarmos nosso estudo sobre o sistema internacional (SI) de unidades,
é importante definirmos o que é uma dimensão/grandeza, pois um sistema de unidades
só tem sentido quando relacionado a ela. Nesse sentido, podemos afirmar que uma
dimensão/grandeza diz respeito a uma propriedade de um corpo ou particularidade de
um fenômeno, passível de medição, ou seja, a qual se pode atribuir um valor numérico.
O autor citado afirma que com o passar dos anos foram incluídas outras unidades
ao SI. Assim, em 1954 foi introduzido o ampere (unidade de corrente elétrica), o
kelvin (unidade de temperatura) e a candela (unidade de intensidade luminosa). Já,
em 1971, o mol (unidade de quantidade de substância) também foi incluído como
unidade básica do SI.
Metrologia, Ergonomia, Normas Regulamentadoras e Certificações | UNIDADE 4 97
GRANDEZA NOME
EXEMPLOS SÍMBOLO
FÍSICA (DIMENSÃO) DA UNIDADE BÁSICA
Um homem com
Comprimento Metro m
altura de 1,75 m
Um homem
Massa Quilograma kg
com massa de 80 kk
Um evento
Tempo Segundo s
com duração de 30 s
Temperatura termodinâmica A água congela a 273 K Kelvin K
Uma corrente
Corrente elétrica Ampere A
elétrica de 0,5 amps
O Carbono tem quantidade
Quantidade de substância Mol mol
de substância de 12 mols
Uma vela tem
Intensidade luminosa intensidade luminosa de Candela cd
aproximadamente 1 candela
Fonte: MOAVENI, Saeed. Fundamentos de Engenharia: uma introdução. São Paulo: Cengage Learning, 2016, p. 148 (adaptado).
4.2 Metrologia
Metrologia é uma palavra originada do grego (metron: medida; logos: ciência)
e que, segundo Silva Neto (2012), é aplicada a todos os ramos da ciência em que se
faz necessária a utilização da tecnologia de medição. O autor citado menciona que
o desenvolvimento econômico dos países é, em grande parte, função da capacidade
tecnológica das organizações, bem como do potencial das instituições de ensino e
pesquisa. Nesse sentido, é de fundamental importância a participação efetiva do ensino
e da pesquisa na área de Metrologia, uma vez que a qualidade e confiabilidade dos
produtos dependem, dentre outros aspectos, da análise e da padronização próprias à
Metrologia e aos processos de medição.
Dito isso, cabe definirmos o que é Metrologia? Para responder a essa pergunta,
vamos nos valer de Silva Neto (2012), para quem a Metrologia é a ciência das medidas
e de suas aplicações. Prossegue o autor citado dizendo que a Metrologia
Outro aspecto a ser salientado, segundo esse mesmo autor, é o fato de que é
responsabilidade da Metrologia provisionar a garantia de que bens e serviços sigam
as exigências legais, técnicas e administrativas relacionadas às unidades de medida,
métodos e instrumentos de medição e medidas materializadas.
100 PRÁTICAS PROFISSIONAIS DA ENGENHARIA | Ricardo Buneder
Além do que foi exposto, devemos ressaltar que dentre aos aspectos mais
importantes da Metrologia, encontram-se os resultados da medição, ou seja, os valores
atribuídos ao objeto medido. Nesse sentido, Silva Neto afirma que “Uma expressão
completa do resultado de uma medição inclui informações sobre a incerteza (dispersão
dos valores que podem ser atribuídos a um mensurando).” (SILVA NETO, 2012, p. 13).
Já, o termo precisão, ressalta o autor citado, foi substituído por repetitividade,
ou seja, é a “...aptidão de um instrumento de medição para fornecer indicações muito
Metrologia, Ergonomia, Normas Regulamentadoras e Certificações | UNIDADE 4 101
• mesmo observador/operador;
Nesse sentido, o autor mencionado chama nossa atenção para o fato de que a
validação de uma expressão de reprodutibilidade implica a necessidade de que sejam
especificadas as condições alteradas de medição.
• princípio de medição;
• método de medição;
• observador/operador;
• instrumento de medição;
• padrão de referência;
• local de medição;
• condições de utilização;
Ainda segundo Silva Neto (2012), cabe à Metrologia criar normas que
regulamentem os aspectos ligados às atividades produtivas e, também, o controle de
ensaios que conferem a qualidade dos resultados da produção. Nesse sentido, é relevante
discutirmos sobre os seguintes assuntos: as funções do Inmetro - Instituto Nacional de
Metrologia, a metrologia legal e a metrologia científica e industrial.
Agora que sabemos o que é o Inmetro e quais suas funções, vamos abordar o
conceito de metrologia legal.
Metrologia, Ergonomia, Normas Regulamentadoras e Certificações | UNIDADE 4 103
Uma vez que tenhamos abordado esses aspectos relevantes relativos à Metrologia,
vamos dar sequência a nosso estudo, conhecendo mais um tópico relevante para os
profissionais da engenharia: os sistemas físicos.
104 PRÁTICAS PROFISSIONAIS DA ENGENHARIA | Ricardo Buneder
Também de acordo com esse mesmo autor, os modelos podem ser classificados
em função de: (a) seu propósito; (b) suas características construtivas; e (c) suas
características de resposta.
a. Classificação dos modelos de acordo com seu propósito: nessa categoria temos
os modelos descritivos (por exemplo, o modelo atômico de Bohr), os modelos de
comportamento ou de resposta (aqueles utilizados para representar as respostas
106 PRÁTICAS PROFISSIONAIS DA ENGENHARIA | Ricardo Buneder
Uma vez que tenhamos estudado os sistemas físicos básicos, vamos discorrer,
ainda que de forma sucinta, sobre mais um tópico relevante para a prática da engenharia,
qual seja: a ergonomia e as normas regulamentadoras.
108 PRÁTICAS PROFISSIONAIS DA ENGENHARIA | Ricardo Buneder
...podem e devem ser entendidas como sendo a mesma coisa, já que não
há Ergonomia (ou seja, interação entre as pessoas com a tecnologia,
o ambiente e a organização) sem se conhecer os Fatores Humanos
implicados nessa relação.” (MÁSCULO; VIDAL, 2011, p. 113).
Além das considerações acima, os autores citados chamam nossa atenção para o
fato de que os fatores humanos considerados nos estudos ergonômicos dizem respeito
aos três domínios de especialização da Ergonomia, de acordo com a Associação
Internacional de Ergonomia (IEA – International Ergonomics Association), quais
sejam: (a) Ergonomia Física; (b) Ergonomia Cognitiva; e (c) Ergonomia Organizacional.
Figura 4.1 - Fatores Humanos/Ergonomia (HF/E), uma visão integrada de diferentes domínios de especialização.
SAIBA MAIS
Para aprofundar seu conhecimento sobre Normas Regulamentadoras – NRs,
acesse o link a seguir: http://gg.gg/12lsof.
Síntese da Unidade
• Chegamos ao final da quarta e última unidade de nossa disciplina de Práticas
Profissionais da Engenharia.
• Por fim, mas não menos importante, conversamos sobre as certificações ISO.
Metrologia, Ergonomia, Normas Regulamentadoras e Certificações | UNIDADE 4 115
Bibliografia
ABERGO - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ERGONOMIA. Disponível em:
http://gg.gg/12lsqa. Acesso em: 14 de outubro, 2022.
BRASIL. Normas Regulamentadoras – NR. Ministério do Trabalho e Previdência.
Disponível em: http://gg.gg/12lsry. Acesso em: 15 out. 2022.
COCIAN, L.F. Introdução à Engenharia. Porto Alegre: Bookman, 2017.
MÁSCULO, F.; VIDAL, M. Ergonomia: trabalho adequado e eficiente. Rio de
Janeiro: Elsevier/ABEPRO, 2011.
MOAVENI, Saeed. Fundamentos de Engenharia: uma introdução. São Paulo:
Cengage Learning, 2016.
SILVA NETO, J.C. da. Metrologia e Controle Dimensional. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2012.
FIQUE ATENTO
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