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Universidade Estadual De Feira De Santana

Residência Multiprofissional em Saúde da Família


Disciplina: Bioética
Discente: Camilla Santana Costa

ESTUDO DE CASO

Caso 01

Adolescente de 17 anos de idade procura a Enfermeira da Unidade Básica de Saúde


(UBS) de uma cidade do interior para contar a história de sua vida e pedir orientação.
Ela está iniciando a vida sexual, e está namorando um jovem de 25 anos, que reside
próximo à sua casa. Os pais de ambos não sabem do namoro. Com tantas dificuldades,
ela está pensando em não contar para sua mãe e solicita Informações sobre o uso de
anticoncepcional, além disto, desconfia que pode estar grávida e relata enjoos matinais
e sangramento gengival, dor na região dos terceiros molares e não visita o médico e o
dentista há dois anos. A adolescente solicita apoio da enfermeira e da equipe da UBS,
ao mesmo tempo pede para não contar para ninguém, porque está muito confusa e
insegura. Atualmente está frequentando o ensino médio e fica sozinha em casa no
período da tarde.

RESPOSTA

As seguintes ações podem ser tomadas para intervir de maneira ética:

 Confidencialidade: Um princípio ético central é o respeito à confidencialidade. A


adolescente expressou o desejo de não compartilhar sua situação com seus
pais. Os profissionais de saúde devem respeitar essa confidencialidade, a
menos que haja uma ameaça iminente à vida ou à saúde da adolescente, como
um caso de abuso sexual.
 Aconselhamento sexual e reprodutivo: A enfermeira deve fornecer informações
detalhadas sobre os métodos contraceptivos disponíveis, seus benefícios, riscos
e eficácia. Isso permite à adolescente tomar uma decisão informada sobre a
contracepção, visando a prevenção de gravidez indesejada e a proteção contra
doenças sexualmente transmissíveis.
 Teste de gravidez: Caso a adolescente suspeite de uma gravidez, é prudente
oferecer um teste de gravidez para confirmar a situação. Independentemente
do resultado, é fundamental fornecer apoio emocional e encaminhamento
apropriado.
 Encaminhamento a profissionais de saúde: Considerando os sintomas
apresentados pela adolescente, como sangramento gengival e dor nos terceiros
molares, é aconselhável encaminhá-la a um dentista para avaliação clínica e
tratamento adequado.
 Educação sobre saúde sexual: A adolescente deve ser devidamente informada
sobre saúde sexual, incluindo questões de consentimento, prevenção de
infecções sexualmente transmissíveis e a promoção de relacionamentos
saudáveis.
 Educação sobre direitos e consentimento: É essencial informar a adolescente
sobre seus direitos, incluindo o direito ao consentimento e o direito de buscar
ajuda quando necessário, contribuindo para seu empoderamento na tomada de
decisões relacionadas à sua saúde.

É fundamental enfatizar que a ética profissional é o alicerce de todas as ações dos


profissionais de saúde. Portanto, o bem-estar, a saúde e a autonomia da adolescente
devem ser priorizados ao lidar com essa situação delicada.

Caso 02

Uma mulher de 36 anos no quinto mês de gravidez, procurou a UBS para consulta de
pré-natal com a enfermagem. Durante o atendimento, observou-se hematomas e
escoriações pelos MMSSII. Mesmo diante de todas as evidências de agressões
domésticas, a gestante não informou quem era o agressor e apenas que se acidentou
quando executava tarefas domésticas, pois tem mais três filhos menores para cuidar.
No momento vive com o pai do quarto filho, que não é pai dos outros três filhos.
RESPOSTA

Primeiramente, a segurança da gestante e de seus filhos deve ser a preocupação


central. A presença de escoriações e hematomas indica a necessidade de avaliar a
gravidade da situação e determinar se existe um risco iminente de abuso ou violência
doméstica.

A paciente deve ser informada de que suas informações serão tratadas com
confidencialidade, a menos que exista um risco iminente à sua vida ou à vida de seus
filhos. Isso pode incentivar a paciente a compartilhar detalhes adicionais sobre as
agressões que sofreu.

Caso a paciente revele ser vítima de violência doméstica, a enfermeira deve oferecer
apoio emocional e encaminhá-la para recursos de assistência, como centros de
atendimento a vítimas de violência doméstica e cuidado psicológico. Também é
importante informar a paciente sobre seus direitos legais no contexto da violência
doméstica.

Além disso, se houver suspeitas de que os filhos menores da gestante estejam em


situação de risco, a equipe de saúde deve considerar a avaliação da situação dessas
crianças e, se for o caso, relatar a situação às autoridades de proteção à infância.

Em resumo, a intervenção ética em casos de violência doméstica é essencial para


preservar a saúde e a segurança das vítimas. O foco deve estar no bem-estar da
gestante e de seus filhos, sendo esta a prioridade máxima em todas as ações realizadas
pela equipe de saúde.

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