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LEIA OS CASOS ABAIXO:

( 1 ) J.T, 36, pensou que estava tendo um infarto. Começou a sentir uma forte dor no peito, o braço esquerdo
formigando e bastante falta de ar, como se estivesse sendo sufocada. Ela, que sempre gostou de morar
sozinha, naquele domingo à noite teve medo. A pandemia do novo corona vírus tinha começado dois meses
antes e as ruas da capital paulista estavam vazias. Longe da família, que mora em Uberaba, interior de Minas
Gerais, a redatora mediu a pressão arterial e se assustou, de tão alta que estava. Até lhe passou pela cabeça
chamar o Samu, mas em vez disso decidiu tomar um analgésico e se deitar. Continuou ofegante até
adormecer.

No dia seguinte, procurou um médico, desconfiada de que estava com um problema sério no coração. Uma
clínica geral a atendeu e pediu uma pilha de exames, que não acusaram nenhuma doença física.
Encaminhada para uma especialista, finalmente recebeu o diagnóstico: transtorno de ansiedade generalizada.
Naquele momento, muitas pessoas ao redor do mundo sofriam com a mudança brusca da rotina. Com T.J
não era diferente. Ela estava trabalhando em home office, só saía de casa para ir à farmácia ou supermercado
e tinha contato com a família e os amigos somente pelas redes sociais.

( 2 ) L. P. F., 48 anos, masculino, casado, desempregado (taxista como profissão), pai de 4 filhos, esposa
gesta do 5º filho, Ensino Fundamental Completo. Vem acompanhado da esposa N. M. F. na primeira
consulta.
Queixa Principal: “Vazio no peito”, “Pensamento de morte”, “Não consegue fazer mais nada”, segundo
relatado pela esposa.
Esposa relata que paciente teve depressão há 16 anos, quando ela estava grávida do filho mais velho, e há 4
meses demonstra sinais de nova depressão, em período que coincide com evento de AVC da mãe do
paciente, o que resultou em abandono do emprego de taxista para cuidar desta.
Desde então, a esposa relata que o paciente apresenta insônia, perda ponderal de 20 kg durante o período,
cansaço, sem ânimo paras atividades diárias.
Em consulta com outro médico psiquiatra, estava sob tratamento com paroxetina e quetiapina (25 mg),
porém relata não obter melhora e abandou o tratamento, alegando que a causa atual se trata de problema
espiritual.
História Médica Pregressa
Paciente diabético, hipertenso, com hepatite B, realizou cirurgia de hérnia umbilical há 2 anos.
História Familiar
Mãe com sequelas de AVC e histórico de depressão. Pai diabético.
Hábitos de Vida
Nega uso de álcool e tabagismo; sedentário.
Hipóteses diagnósticas – Transtorno depressivo
Episódio depressivo grave sem sintomas psicóticos (CID10 F32.2).
Transtorno afetivo bipolar, episódio atual depressivo grave sem sintomas psicóticos (CID10 F31.4).
Transtorno depressivo recorrente, episódio atual grave sem sintomas psicóticos (CID10 F33.2).

( 3 ) B.S.K.D., 23 anos, homem, heterossexual, solteiro, espírita, estudante do 6º ano do curso de medicina,
brasiliense.
“Eu não consigo fazer nada direito, passo o dia preocupado, engordei, não consigo dormir e estou
cansado”.
Paciente buscou atendimento no pronto-socorro do Hospital Regional da Asa Norte – HRAN -, após sair de
uma palestra em sua faculdade. Ao encontro do médico, relata que há 8 meses não está conseguindo
concentração suficiente para estudar e tem estado muito tenso. Afirma que está bem preocupado em relação
às provas de residência e, no contexto da pandemia, tem ficado muito ocioso e, atrelado a isso, come de
forma compulsiva o que o levou a um aumento de peso ponderal, 6Kg em 3 meses. Recentemente, perdeu
sua avó a qual foi responsável pela sua criação. Voltou a roer as unhas, hábito que havia deixado de lado há
mais de 4 anos. Refere não estar conseguindo dormir bem, pois fica durante horas pensando em vários
afazeres, preocupações. Sente-se desconfortável e irritado quando é questionado em seu rodízio de internato,
visto que afirma ter sensações de “branco”. Buscou atendimento com o psicólogo de uma Unidade Básica de
Saúde onde tem estágios de Medicina de Família e Comunidade, mas não se sentiu confortável com a
abordagem do profissional, abandonando o tratamento após a segunda sessão.
Paciente relata nascimento por parto natural, sem intercorrências na gestação, a termo. Possuía alimentação
saudável com acompanhamento nutricional, antes de começar a aparecer os sintomas. Atualmente, tem
aumentado a ingesta de açúcar e gordura. Nega uso de drogas ilícitas e refere ingesta alcóolica socialmente.
Possui vida sexual ativa com parceira exclusiva – ambos utilizam métodos de barreira. Não apresentou o
cartão de vacinas, todavia refere estar atualizado.
Nega doenças na infância, doenças congênitas, infecciosas ou neoplásicas. Nega internações anteriores,
cirurgias prévias. Nega uso de medicação contínua. Nega alergias, Pai, 55 anos, diabético e portador do
Transtorno afetivo bipolar. Mãe, 50 anos, hígida. Refere que avó materna e tia materna têm Transtorno
depressivo.
Mora em casa própria, 9 cômodos, com saneamento básico. Os pais são provedores do lar.
Exame de Estado Mental: boa aparência, bem vestido, higiene preservada, postura sem alterações e
expressão facial preocupante. Leve agitação psicomotora, ansioso, triste, levemente irritado.
Desesperançoso; fala rápida. Bem orientado no tempo e no espaço, alerta, apresenta certo grau de distração.
O diagnóstico mais provável é o de Transtorno de ansiedade generalizada (TAG). O diagnóstico no TAG é
basicamente clínico. A agitação e a tensão muscular são os únicos critérios que podem ser encontrados no
exame físico.
Diagnóstico diferencial
Depressão ansiosa; ataques de pânico ou ansiedade antecipatória; ansiedade social; sintomas de
hiperexcitação relacionados a transtorno de estresse pós-traumático; tremor obsessivo; hipocondria;
ansiedade paranoide associada a psicose ou transtorno de personalidade.

( 4 ) A atriz Klara Castanho, de 21 anos, revelou no sábado (25) que ficou grávida após ter sido estuprada, e
que decidiu entregar o bebê para doação legal após o parto. “Esse é o relato mais difícil da minha vida.
Pensei que levaria essa dor e esse peso somente comigo. No entanto, não posso silenciar ao ver pessoas
conspirando e criando versões sobre uma violência repulsiva e de um trauma que eu sofri. Eu fui estuprada”,
escreveu Klara.
Na carta, ela contou que o crime ocorreu quando estava em uma cidade longe de amigos e familiares. De
acordo com a atriz, por vergonha e buscando esquecer o trauma, decidiu não registrar um boletim de
ocorrência, mas tomou uma pílula do dia seguinte. Meses depois, porém, ao ir ao médico, ela descobriu que
estava grávida. A atriz contou que não apresentou nenhuma mudança hormonal ou física que pudesse indicar
que estava grávida.

A atriz também disse que descobriu a gravidez já no fim da gestação: "Eu ainda estava tentando juntar os
cacos quando tive que lidar com a informação de ter um bebê. Um bebê fruto de uma violência que me
destruiu como mulher. Eu não tinha (e não tenho) condições emocionais de dar para essa criança o amor, o
cuidado e tudo o que ela merece ter. Entre o momento que eu soube da gravidez e o parto se passaram
poucos dias. Era demais para processar, para aceitar e tomei a atitude que eu considero mais digna e
humana".

Ela então contou que procurou um advogado e entregou o bebê para adoção legal após o parto. "Passei por
todos os trâmites: psicóloga, ministério público, juíza, audiência - todas as etapas obrigatórias. Um processo
que, pela própria lei, garante sigilo para mim e para a criança. A entrega foi protegida e em sigilo. Ser pai/e
ou mãe não depende tão somente da condição econômico-financeira, mas da capacidade de cuidar. Ao
reconhecer a minha incapacidade de exercer esse cuidado, eu optei por essa entrega consciente e que deveria
ser segura".

Na carta, Klara disse que uma enfermeira que a atendeu durante o parto teria ameaçado contar a história para
um colunista social. "Tudo o que fiz foi pensando em resguardar a vida e o futuro da criança. Cada passo
está documentado e de acordo com a lei. A criança merece ser criada por uma família amorosa, devidamente
habilitada à adoção, que não tenha as lembranças de um fato tão traumático. E ela não precisa saber que foi
resultado de uma violência tão cruel... Entregar uma criança em adoção não é um crime, é um ato supremo
de cuidado. Eu vou tentar me reconstruir, e conto com a compreensão de vocês para me ajudar a manter a
privacidade que o momento exige", concluiu.

( 5 ) “Fazer parte da área da saúde é ter a capacidade de enxergar no outro a própria imagem (…)”. Esta é a
frase que marca o início da mensagem de agradecimento de um paciente do Hospital Estadual Dr. Jayme
Santos Neves. E é com esta visão que o Governo do Espírito Santo, por meio da Secretaria de Estado da
Saúde (Sesa) trabalha e que permitiu a um hospital como o Jayme Santos Neves ser o que é: referência em
atendimento humanizado e de qualidade.

O agradecimento é do paciente Marcelo Henrique Rabello Queiroz, de João Neiva, atendido e operado no
mês de outubro na unidade. Era início do mês, por volta das 22 horas, quando Marcelo deu entrada no
Pronto Socorro, transferido de outra unidade, para atendimento. Após ser acolhido e passar pela
classificação de risco, já no dia seguinte foi realizada uma série de exames laboratoriais, colonoscopia e
raios-x, constatando a necessidade de operar. A cirurgia de abdome era complexa, porém foi realizada no
mesmo dia.

Esta agilidade na acolhida, na classificação e no atendimento que permitiram a realização do procedimento


cirúrgico em menos de um dia, renderam uma série de elogios e um paciente que hoje, ainda em tratamento
na Santa Casa de Misericórdia em Vitória, esteja bem e junto a sua família e que inclusive já retornou ao
hospital para consulta de acompanhamento ambulatorial.
Conforme Marcelo relata na carta, as dúvidas e aflições eram muitas já que seria atendido, então, em uma
unidade do Sistema Único de Saúde (SUS). “Durante minha transferência em uma ambulância fui com a
minha esposa. Por todo trajeto, eu pensava sobre onde eu estaria sendo levado, como seria recebido, como
seria tratado, em que mãos estaria sendo entregue a minha vida, afinal, eu estava sendo levado a um hospital
do SUS (…) Porém, toda a incerteza passou. Foi o melhor atendimento que eu pude ter em minha vida. Ao
término daquele primeiro momento de dor e incertezas e depois de decorrido 11 horas eu finalmente estava
entrando no centro cirúrgico. Durante este tempo os médicos puderam realizar todos os exames necessários
e ter um diagnóstico sobre o meu problema”.

“Neste relato quero parabenizar a todos os colaboradores destes dois hospitais (Hospital Estadual Dr. Jayme
Santos Neves e Santa Casa de Misericórdia), os que já me atenderam e aquele que ainda estão atendendo,
desde o corpo clínico até a administração. O SUS funciona bem, quando os profissionais que estão
envolvidos neste processo desejam realizar um atendimento humanizado, pois foi isto que eu encontrei
nestas instituições. Afinal, ninguém procura atendimento da saúde para brincar de estar doente”, destaca.

Marcelo agradece também ao secretário da Saúde, José Tadeu Marino, pela nova abordagem que a saúde
está recebendo no Espírito Santo. Trabalho realizado por meio de investimentos, capacitações, compra de
equipamentos e oferta de leitos. “Sempre tive uma impressão não muito agradável do SUS. Quando saí do
meu município e fui para o Jayme, eu estava completamente aflito e todo atendimento que eu tive, o carinho,
a preocupação, em especial das enfermeiras e da Ouvidoria, me alegrando e dando incentivo, mudou a
minha concepção sobre a saúde pública. Temos muito a melhorar, mas este sem dúvida foi um atendimento
e tratamento digno. E para mim gratidão é algo que devemos expor e por isso resolvi enviar uma mensagem
para os gestores da saúde do nosso Estado”, conta.

QUAL DOS CASOS ACIMA MAIS LHE CHAMOU ATENÇÃO:


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Psicologia Aplicada a Saúde
Prof.: Aristóteles Lima

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