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Caso clínico número 1

M.J.O.S., 76 anos, 3 meses e 10 dias. Sexo feminino, aposentada, ex professora da rede


municipal, viúva, G3Pc3A3, sem mais históricos cirúrgicos ou de internações até o momento.
Entrou na urgência deste hospital com quadro de contusão em MSD e pequeno ferimento no
arco superior da sobrancelha, com quantidade significativa de sangue, durante a avaliação
médica foi detectado que seria necessário pontear o local, após o procedimento a
enfermagem se responsabilizou de realizar as limpezas e curativos no local.

Durante anamnese a paciente relata que escutou barulhos, como de passos, na parte de cima
da sua residência, decidiu então pegar uma escada e ir verificar por conta própria o que estava
ocorrendo, quando questionada o porque de ter feito isso, a mesma disse que é porque tem
filhos pequenos e ficou com medo deles terem acesso ao telhado e por alí caírem e se
machucarem. Ao questionarmos a família dela esse relato, ninguém dos parentes em casa no
momento da queda escutou nada durante toda a manhã, apenas a escutaram cair da escada,
e sobre os filhos dela o mais novo já tem 36 anos de idade.

Durante o exame físico não foi identificado nenhuma alteração física na paciente, apenas uma
agitação psicomotora e fala constante, discurso confuso e desconexo, por algumas vezes as
respostas as perguntas da anamnese vinham com palavras sem sentido – “caí porque não
tinha um cavalo para me segurar. SIC” Consciente porém desorientada. Família ainda relatou
que o histórico de doenças mentais é presente pois a mãe da paciente faleceu com alguns
distúrbios, mas eles não sabiam especificar que patologia era.

Pedidos de exames e procedimentos

- Tomografia ou Ressonância magnética do crânio com separações em córtex do cérebro.

- Aplicar “score clínico de demência” ou “FAST”

- Encaminhar paciente para terapia ocupacional

- Encaminhar paciente para neurologista e posteriormente um psiquiatra para término de


avaliações.

Prescrição médica

- Donepezila, 01 cp de 05 mg, 1x ao dia.

- Risperidona 1 mg/ml aplicada na urgência e avaliado uso pós alta.

- Recomendado Sertralina até avaliações neurológicas.

Sinais Vitais

- PA 160x80 mmHg - FR 22 rpm

- Glicemia pós prandial 116 - T 36,2°

- FC 90 bpm - Peso 70 kg --- Altura 1,62


Caso clínico número 2

C.V.N, 36 anos, 2 meses e 8 dias, sexo masculino, aposentado por déficit cognitivo, entrou na
internação deste hospital de referência, devidamente acompanhado pela guarda municipal e
pelo SAMU, através de internação compulsória devido a agressão grave a mãe idosa de 75
anos, atualmente tutora legal deste paciente. Internado anteriormente 20 vezes sempre com
quadro agressivo envolvido, relacionado a surtos psicóticos. A anamneses foi realizada pela
mãe do paciente, policiais e profissionais de saúde do SAMU para entendimento do caso, pois
na ambulância já foi administrada medicação para contenção do paciente. Os mesmos relatam
que o paciente há alguns dias vinha apresentando sinais de crise, dizendo que a mãe havia
pedido que policiais russos o levassem para uma clínica e lhe tirassem seus poderes de cura, já
que o mesmo alega ser um ser divino. Nas internações anteriores se confirma o mesmo quadro
de delírios persecutórios e místicos, com alucinações auditivas, vozes de comando que
ordenavam que ele agredisse as pessoas.

A mãe relata que as vezes ele não lembra quem ela é e nem onde mora, passando assim
muitos dias nas ruas, se tornando usuário de álcool e drogas. Geralmente após os surtos
psicóticos ele volta a frequentar o caps e a tomar medicação prescrita.

Ao exame físico foi identificado emagrecimento extremo, sinais de auto agressões por todo
corpo, identificado que o mesmo utilizava as próprias unhas para mutilação. Olho
extremamente ressecados, abertos e extravasados. Inconsciente e desorientado.

Pedidos de exames e procedimentos

- Análise do prontuário deste paciente acerca das internações e intervenções feitas


anteriormente. CID principal encontrado no prontuário foi “esquizofrenia paranóide a 25 anos
com agressividade associada”

- Pedido de contenção do paciente até estabilidade do quadro apresentado.

- Solicitado higienização do paciente, alteração de vestuário e preparo de alimentação com


alto teor calórico.

- Realizar preenchimento de termo de internação compulsória.

Prescrição médica

- Decanoato de haloperidol, 01 amp de 01 ml, IM. Aplicada na ambulância para contenção do


mesmo.

- Fumarato de quietiapina 25 mg, 01 cp de 12/12 hrs.

- Diazepam 10 mg, 01 cp dia.

- Tegretol CR 400 mg, 01 cp dia.

- Fernegam 25 mg, 01 cp de 12/12 hrs.

Exame físico

- PA 180 x70 mmHg - FC 116 bpm - T 36,5°

- Glicemia 65 - FR 25 rpm
Caso clínico 3

K.A.A., 32 anos, 7 meses e 12 dias, sexo feminino, assistente administrativa de uma clínica de
exames de imagem, deu entrada no hospital clínico para consulta marcada com clínico geral
para um quadro que a mesma considera não entender, “não quero fazer mas faço, não faz
sentido. SIC”. A alguns meses, em que houve retorno das atividades presenciais pós período
pandêmico, a paciente relata que precisa acordar 3 horas antes de ir ao trabalho para realizar
uma rotina de limpeza exaustiva, nos seus sapatos, utensílios de bolsa que leva ao trabalho e
acessórios que ela utilizará, sempre lavando no mínimo 3x cada e após isso passar álcool a
70%. Precisa escaldar suas panelas e o recipiente que levará seu almoço pois sempre acha que
só lavar não irá matar todas as bactérias e o covid. Utiliza luvas para apertar as descargas em
casa e abrir maçanetas. Relata que apresenta quadro de infecção urinária com frequência
porque não utiliza o banheiro da empresa.

Ao exame físico foram encontrados fissuras nas palmas das mãos que a paciente justificou pelo
uso excessivo de álcool em gel, onde a mesma disse que sempre passa 3x antes de pegar em
algo e 3x vezes após tocar algo. A paciente relata que agora que ficou incomodada com esses
pensamentos ilógicos, mas afirma que os tem desde que tem 10/11 anos de idade.

Pedidos de procedimentos /exames

- encaminhamento para psicóloga para iniciar terapia e psiquiatra para controle de surto.

- indicação de terapia cognitivo-comportamental (TCC)

Prescrição médica

- Clomipramina / Anafranil 25 mg. 01 cp dia.

- Fluoxetina 50 mg dia – 02 cp e ½ cp ao dia.

Sinais vitais

- PA 120x80

- glicemia 80

- FC 70 bpm

- FR 18 rpm

- T 37°
Caso clínico 4

J.M.R, 6 anos, 10 meses e 15 dias, sexo feminino, estudante da rede particular de Teresina, foi
levado pela mãe ao ambulatório por queixa de atraso na fala. A mãe relata que a criança
nasceu de parto normal, a termo, sem intercorrências na gestação e no parto. A mãe relata
que a criança sentou-se sem apoio aos seis meses de idade, engatinhou de forma típica aos 10
meses e andou sem apoio as 14 meses de idade, porém de forma inusitada, quase 100% das
vezes era apenas nas pontinhas dos dedos, outra caraterística marcante é que sempre
apresentou irritabilidade fácil, sendo suas sonecas apenas com quarto estritamente escuro e
no silencio absoluto.

Não houve dificuldades para o desmame e nem para início da introdução alimentar, porém na
transição de líquidos e pastosos para sólidos foi problemática, pois a criança não aceitava bem
os alimentos inteiros. Desde pequeno tem fascinação por sapatos, sempre gostou de andar
calçado e hoje todos são guardados de acordo com cor e tamanhos.

Atualmente, a criança não fala nenhuma palavra, é agitado, irrita-se com sons altos (como
ventilador e liquidificador), não interage com crianças da mesma idade ou com adultos. Ao ser
chamado pelo nome não atende. Ainda tem restrição alimentar significativa relacionada a
alimentos mais consistentes, além de apresentar sono fragmentado.

Durante o exame físico a criança não apresentou contatos visuais com o examinador, não
apontou objetos de desejo. Emitiu sons altos e gritos quando irritado ou feliz. Não brincou com
os brinquedos de forma habitual e quando ofertado um carro, rodou de forma insistente a
roda. Apresentou movimentos repetidos de balançar de mãos e andou nas pontas dos pés
durante a consulta.

Pedidos de procedimentos /exames

- pedido de eletroencefalograma

- pedido de ressonância magnética do crânio

- utilizar a Análise Aplicada do Comportamento (ABA)

- Encaminhar para fonoaudiólogo, psiquiatra e psicólogo. Além de neuropediatra e


psicopedagoga.

Sinais vitais

- PA 120x80

- glicemia 70

- FC 80 bpm

- FR 21 rpm

- T 36,5°
Caso clínico 5

I.T.P.S., 36 anos 4 meses e 12 dias, chegou a consulta com a enfermeira do posto de saúde que
é da sua área, é recepcionista de um banco renomado, casada com um professor de tênis
desempregado e tem 03 filhos.

O que a trouxe para a consulta na ubs foi que ela experimentara uma ligeira tontura. Com o
passar do tempo sua tontura piorou e ela começou a sentir o aumento de sua frequência
cardíaca, juntamente com tremores e transpiração excessiva. Sua respiração estava cada vez
mais ofegante, sentia a boca seca, dores e pressão no peito. Com o agravamento dessas
manifestações, ela deixou de sair de casa. Não quer ir mais ao trabalho, nem supermercados,
deixou de fazer compras e não vai à casa de seus pais visitá-los. Quando seu pai teve um
infarto, ela correu para o hospital, mas quando se viu na rua teve a sensação de que ia morrer.
Voltou e solicitou que o marido a levasse, mas mesmo assim, experimentou uma sensação de
pavor. Pavor este que se repetia a cada dia.

Antes desta consulta, ela já havia recorrido a vários especialistas: cardiologistas, neurologistas,
gastroenterologistas e otorrinolaringologistas, fez uma série de exames em laboratórios
particulares e também públicos. Por último resolveu se automedicar e, por ter nascido no 
interior de minas numa família de raízes arraigadas à cultura afro, Ivania também solicitou
ajuda do Candomblé e Umbanda, na tentativa de buscar alívio para os sintomas.

Para completar seu prontuário destaca-se as queixas iniciais, que eram: taquicardia, sudorese,
tonturas, tremores, perda de controle, sensações de morte iminente, pavor e sufoco. Relatou
problemas de sono, dificuldade de concentração, receios de ficar só e comportamentos de
evitação, como por exemplo, o trabalho no Banco que após ás 15 horas, a agencia ficava
praticamente vazia, a mesma tinha receio que as portas bancárias se travassem e só voltasse a
funcionar as 06 da matina na manhã seguinte.

Para melhor entendimento do caso, destacamos esta frase dita de acordo com as palavras da
paciente: “Eu estava sozinha na agencia do Banco do Brasil,  eram 17 horas, e do nada, sem
motivo nenhum, comecei a estranhar as sensações que vinham de dentro do meu corpo.
Fiquei com muito medo, pois achei que estava tendo um ataque cardíaco. Meu coração
acelerado, meus braços dormentes, tontura, náuseas. Não conseguia respirar direito e
parecendo que iria desmaiar. Saí correndo. Quando chequei em casa, ainda continuava aquela
sensação horrível. Demorou para melhorar, mas, quando melhorei, percebi que eu não era
mais a mesma, pois estava com pavor que acontecesse novamente.” SIC.

Pedidos de
procedimentos /exames
Prescrição médica Sinais vitais
- encaminhamento para o
- Alprazolan 2mg, 1 cp ao - PA 190x100
CAPS mais próximo de sua
dia.
residência. - glicemia 70
- Rivotril 10 mg, 1 cp ao
- indicação de terapia - FC 120 bpm
dia, tomar
cognitivo-
preferencialmente a - FR 25 rpm
comportamental (TCC)
noite.
- T 36°
Caso clínico 6

FL, 46 anos, sexo feminino, profissional de saúde, desempregada, 2º. dia de internação no
Centro de Terapia Intensiva por intoxicação exógena (ingestão de benzodiazepínicos). Seu
filho, adolescente, relatou à equipe que encontrou a sua mãe caída no chão do quarto, sem
resposta aos estímulos e notou ao seu lado que havia duas caixas de Diazepam vazias. Ele
relata, também, que a mãe sofreu muita pressão no ambiente de trabalho e que isso perdurou
por bastante tempo e culminou na sua demissão involuntária. Após isso, ela demonstrava-se
desanimada, triste, sem perspectiva futura, suspirando, com medo, com vergonha de estar
desempregada, inclusive negligenciando sua higiene e aparência pessoal, afastando-se das
relações sociais (amigos e familiares) e das atividades de lazer e, em alguns momentos,
verbalizando sentimentos negativos e autonegativos e não querer mais viver.

Quanto ao exame físico, se encontra sonolenta, mucosas descoradas, pupilas fotorreagentes,


porém obnubilação nas respostas quando estimulada intensamente.

Pedidos de procedimentos /exames

- Encaminhada para consulta imediata com psiquiatra

- realizar lavagem gástrica e recomendar jejum oral

- Manter a segurança do paciente com vigilância discreta e constante para evitar


automutilação e nova tentativa de suicídio

- Realizar exame das funções psíquicas

- Manter o paciente em quarto próximo ao posto de enfermagem

- Manter vigilância em relação a objetos perigosos como pratos, talheres, tesouras

Prescrição médica

- Flumazenil. 0,5mg/ml. Administrar EV 2,5 ml dia para correr em bomba de infusão.

- Cloridrato de venlafaxina. 75 mg. Administrar 01 cp de 12 em 12 hrs. (DOSES


SUPERVISIONADAS)

Sinais vitais

- PA 90x60

- glicemia 70

- FC 60 bpm

- FR 16 rpm

- T 35,4°
1 2 3

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