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A família está assustada e acha que essa crise está “mais forte” do
quede costume, pois o paciente ameaça matar o tal vizinho com
quem já teve problemas. Os familiares insistem na internação
hospitalar, alegando que “não há condições de cuidar dele em casa”.
O paciente se mostra irritável na entrevista, fala bastante sobre seu
trabalho e a respeito dos problemas com o vizinho, de quem “não
gosta” e que “não merece estar vivo”, nunca deixando claro o motivo.
No entanto, mostra respeito pelo médico (você) e é afetivo ao
contato. Não acha que precisa de tratamento (“sou desse jeito
mesmo e me sinto feliz assim”), mas aceita tomar medicação, desde
que não fique internado e possa voltar ao trabalho, pois diz que sem
ele “a empresa não anda”.
O psiquiatra em conflito: julgamento clínico
Diagnóstico nosográfico
Caso 1: TP borderline
Caso 2: T. psicótico x reação vivencial
Contexto do atendimento
Suporte familiar
Paternalismo
forte: interna
fraco: não interna
O psiquiatra em conflito: tipos de raciocínio
Analítico
O transtorno de personalidade tem uma letalidade baixa. Mas tem o risco de
tentar, e ela tem a medicação para algo mais grave. Três meses, com 4 mg, dá
uma dosagem boa de medicação. E o risco por não ter suporte no momento,
né? (Itiro)
Intuitivo
Já nos primeiros parágrafos já veio à minha mente: “border”. [...] ela precisa ficar em
observação ou internar, ela não concorda, ela nem interage visualmente com você, a
paciente! E a amiga meio que só faz o que ela quer, faz o que a paciente quer, então
não se responsabiliza por uma outra decisão que você venha a tomar. (Lorena)
O psiquiatra em conflito: valores dos psiquiatras
Berrios, G. Rumo a uma nova epistemologia da psiquiatria. São Paulo: Escuta; 2015.
Castellana, GB. O psiquiatra em conflito: fatos, valores e virtudes nas internações involuntárias. São
Paulo: Blucher, 2021 (no prelo)
Sadler JZ. Values and Psychiatric Diagnosis. New York: Oxford University Press, 2005.