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PSICOLOGIA
CASOS CLÍNICOS
Flávia Castilho
Larissa Abreu
Rio de Janeiro
2022
Prof.ª Sonia Maria de Carvalho Moura
1 ª Questão:
2 ª Questão:
ENTREVISTA DE ANAMNESE
1) Identificação:
2) Queixa Principal:
A paciente relata que tem medo de morrer e que não vai ao trabalho há 15
dias, por não conseguir sair de casa, pois a última vez que foi, assim que
entrou na sala de aula com seus alunos, sentiu um grande mal-estar e um
pavor que a deixou paralisada. Diz ter sentido vontade de fugir, sem saber de
quê e para onde, afirma que na ocasião sua boca ficou seca, o suor molhou a
roupa, o coração bateu descompassado e as mãos e pernas tremeram sem
parar, sem qualquer razão ou estímulo coerente. Por todo o mal-estar, tinha a
ideia convicta de que estava sofrendo infarto.
Declara que, há cerca de três meses, sofreu um abrupto assalto ao sair de sua
garagem com seu esposo, dizendo que os assaltantes foram extremamente
agressivos tentando acessar a casa, porém desistiram após observarem uma
grande movimentação na rua. Posteriormente ao assalto, teve três crises de
pânico, sendo a última dentro do supermercado. Sentiu falta de ar, palpitações,
tremores, sudorese intensa, chegando a pensar que iria morrer. Foi a
emergência do Hospital Salgado Filho, pensando se tratar de problemas
cardíacos, realizou alguns exames, tais como: eletrocardiograma, exame de
sangue e urina – todos com os resultados normais. Dessa forma, o médico que
a atendeu a encaminhou para avaliação com um psiquiatra. Paciente
apresentou-se com um discurso, onde demonstrou bastante ansiedade por não
lhe ter sido apresentado em seu atendimento na emergência nenhum
diagnóstico provável que justificasse os sintomas por ela sentido. Informa que
pediu licença em seu trabalho por não conseguir sair de casa.
4) História Psicoevolutiva:
Relata que, quando criança, sentia fortes dores gástricas e um mal-estar toda
vez que se aproximava o horário de seu pai voltar do trabalho, pois sabia que
ele chegaria bêbado e agressivo com sua mãe e com ela. Lembra que esses
sintomas a acompanharam durante toda a sua adolescência, porém, quando
procurava atendimento no hospital, não obtinha nenhum diagnóstico. Mesmo
com esse comportamento, denominado por ela de “restritivo” durante sua vida
adulta, não vinha apresentando as crises há alguns anos. Começou a trabalhar
durante sua adolescência, aos 16 anos, como explicadora em sua residência.
Trabalhou também em comércio durante um ano e aos 20, prestou concurso
para o cargo de Professora Municipal, função que exercia até entrar de licença.
5) História Familiar:
Sua família apresentava conflito religioso – pai espírita e mãe evangélica. Sua
mãe faleceu há um ano, aos 70 anos, em função de um infarto fulminante.
Relata que ela tinha diagnóstico de TAG (Transtorno de Ansiedade
Generalizada) e por essa razão fazia acompanhamento com psiquiatra e
psicólogo. Seu avô materno, sofria de doenças cardíacas e sua avó materna
faleceu decorrente de um câncer de mama. Descreve a mãe como sendo uma
pessoa submissa e extremamente religiosa. Seu pai tem 72 anos, é engenheiro
eletricista, atualmente aposentado, mas teve uma história de vida difícil.
Durante a época em que permaneceu por vários meses desempregado,
adquiriu o vício por bebida alcoólica, pois pensava que, por meio do álcool,
conseguiria diminuir sua frustração e lidar com a incapacidade de manter sua
família (SIC). Ele apresenta ainda, em seu histórico de doenças, hipertensão
arterial e diabetes tipo II, ambas controladas com medicamentos. Descreveu
seu pai como autoritário e agressivo, decorrente de problemas com seu vício.
Entretanto, a paciente declara que, apesar de todos os problemas, possui uma
boa relação com seu pai. Casada há cinco anos, conheceu seu esposo em sua
igreja e alega possuir uma relação extremamente amistosa com seu
companheiro, afirmando ainda ter uma vida sexual normal. Seu marido tem 45
anos, é Oficial da Aeronáutica, possui um temperamento dócil, compreensivo e
possui histórico de saúde normal. Ele cresceu dentro de uma família unida, em
que seus pais eram afetuosos e prósperos, podendo lhe proporcionar uma vida
feliz (SIC). Maria preocupa-se pelo fato de sentir-se totalmente dependente do
marido após ter vivenciado os fatos mencionados, não conseguindo realizar
suas tarefas diárias sozinha sem a presença de seu esposo. Diz sentir-se
insegura e ter medo de não conseguir fazê-las. Além disso sente que quando
ele não está por perto pode passar mal.