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emprego das técnicas p
rojetivas e expressivas no
psicodiagnóstico
Aula 2
Hipóteses de Psicose?!
Vem trazida pela família, logo após alta de hospital psiquiátrico, com diagnóstico de
transtorno bipolar, em uso de lítio e clorpromazina.
Havia sido hospitalizada pela família, que achara que ela havia perdido o juízo e inventava
coisas (histórias), como, por exemplo, que membros de uma família de sua região e a Igreja
Católica queriam matar sua mãe e haviam colocado uma colostomia nesta e passado pó-de-
mico em seu corpo, que a vigiavam por câmeras, que não conseguia trabalhar devido a essa
perseguição.
Referia uso de Cannabis desde o final da adolescência e que haviaparado o uso havia um mês.
História da doença atual: Iniciou uso de Cannabis aos 18 anos, no começo do curso superior, que
abandonou aos 24 anos, sem conseguir se formar.
Trabalhou alguns meses como instrumentadora cirúrgica em um hospital de servidores públicos, tendo
abandonado o emprego para se casar com um dependente químico, que a levou para morar em outro país.
Dos 25 aos 31 anos, viveu nas ruas, fazendo trabalho ambulante de venda de incenso, e teve dois filhos, o
primeiro aos 29 anos e o segundo aos 31.
Nessa idade, a família foi buscá-la, depois de ela ter pedido, pois se sentia perseguida pelo marido, tendo
saído de casa para morar debaixo de uma ponte, abandonando os filhos e o marido. Sem levar os filhos, foi
morar em sua região natal, junto da família, onde retomou o comércio ambulante e casou-se com um pastor
evangélico, com o qual teve dois filhos.
Aos 40 anos, separou-se por iniciativa do marido, que alegava que ela mentia e usava maconha. Na época,
achava que o marido pensava que ela roubava papéis da igreja e por isso havia contratado gente para vigiá-
la e que ele dava ouvido a pessoas que “inventavam coisas” e que a deixaram com “má fama”.
Dos 40 aos 55 anos seguiu morando com a família (mãe e irmã), semconseguir mais trabalhar nem cuidar
dos filhos, consumindo Cannabisde forma regular, e sem tratamento psiquiátric
História passada: Nasceu em uma família de agricultores de origem italiana, sendo
a mais nova de quatro irmãos.
Sempre foi tida como tímida e quieta, e lembra que, aos 11 anos, sofreu abuso
sexual de um conhecido da família, com “toque” no corpo.
A partir dessa ocorrência, passou a ter medo de relações sexuais, o que perdurou ao
longo da adolescência.
Lembra que, na época, tinha dificuldade em entender metáforas e frases com
“segundo sentido”, o que dificultava que ficasse à vontade em situações sociais.
Também lembra que o uso de Cannabislhe dava mais tranquilidade para
seaproximar das pessoas.
Exame do estado mental: Alerta, com afeto embotado, baixo autocuidado em higiene e
vestimenta, pensamento de curso lento em alguns momentos da avaliação, desorganizado ao
tentar explicar a sensação de perseguição e as acusações da família, com perda de curso de
associações, ideias de conteúdo delirante de perseguição a ela e a mãe, sem entendimento da
gravidade e do prejuízo pessoal, minimizando o uso e o impacto do uso de Cannabis em sua
vida, mentindo arespeito e, quando confrontada, banalizando e minimizando o uso.