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Laudo Psicológico

1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Nome: Nadine Silva


Data de nascimento: 14/03/2009 Idade: 1 5 anos.
Local de atendimento: Consultório Particular situado na Rua:
Prefeito Osmar Cunha, 112, sala 204. Centro, Florianópolis.
Solicitante: Psiquiatra Romulo Castro – CRM: 1221.
Finalidade: Solicitação do psiquiatra da paciente a fim de identificar a
necessidade de acompanhamento psicológico e confirmação diagnóstica.
Autor: Adriane Schein – Psicóloga – CRP: 12/ 16458

2. DESCRIÇÃO DA DEMANDA

A paciente relatou como queixa inicial ansiedade, acompanhada por tontura e choro.
Apresenta inibição quando está fora de casa, com dificuldade de interação social, mesmo
com pessoas já conhecidas.

3. PROCEDIMENTO

O processo de avaliação psicológica teve a duração de 40 dias, envolvendo uma


entrevista inicial com os pais da paciente, três entrevistas com a paciente, uma entrevista
devolutiva para a família e uma visita à escola da paciente.
Para realização da avaliação foram realizadas entrevistas abertas, de cunho
investigativo, com duração de 50 minutas cada, onde os familiares e a própria paciente
foram estimulados a trazer um relato detalhado dos sintomas psíquicos e da história de
vida de Nadine, fatos significativos e postura familiar frente aos mesmos. Procurou-se
investigar o funcinamento psíquico de Nadine em cada momento de seu desenvolvimento,
as experiências significativas, além de suas reações frente à elas e as respostas familiares.
A visita à escola foi considerada necessária, com o propósito de obter dados com a
coordenadora pedagógica, a fim de avaliar o quanto seu comportamento também é
percebido no ambiente escolar.
Os objetivos gerais das entrevistas foram a avaliação das condições psíquicas e das
circunstâncias da vida do paciente, visando o estabelecimento da transferência de trabalho
própria da abordagem psicanalítica.

4. ANÁLISE

Durante as entrevistas com os pais de Nadine foi perceptível o interesse dos mesmos
em buscar ajuda para a filha, apesar de demonstrarem um certo distanciamento neste
relacionamento. O principal motivo da procura do tratamento foi a timidez da
adolescente, todavia a mesma já vem apresentando sintomas mais graves há anos, sem
que os pais tenham percebido. Relataram um desenvolvimento normal, sem grandes
acontecimentos significativos que possam ter gerado tal comportamento na filha.
Todavia, a falta de percepção de algo não estava bem, por si só já é um indício de um
distanciamento nessa relação familiar e um laço afetivo que indica conflitos.
A adolescente mostrou-se participativa nas sessões, relatando o sofrimento que já lhe
acompanha desde a infância e agora se agravou. Sofre bullying na escola desde sua
infância e nunca teve capacidade de reagir ou se impor, o que se agravou na adolescência.
Considerando o referencial psicanalítico, os modelos familiares são como matrizes
que utilizamos para pautar nossos relacionamentos sociais em geral. Neste sentido,
Nadine descreve o relacionamentos com seus genitores de forma significativa, o que nos
ajuda a pensar a origem de seus sintomas. Sua inibição, antes mesmo de se manifestar na
escolar, já se apresentava em sua realção com a mãe. A paciente descreve o
comportamento da mãe como de “uma pessoa que fala alto, excitável, agressiva e um
pouco assustadora” (s.i.c.). Também apresenta identificação com a figura paterna, que,
apesar de bem sucedido profissionalmente, descreve-se como tímido no contato social e
com a própria esposa.
De acordo com Calligaris (2000) uma questão fundamental da adolescência é a
imagem que o adolescente faz de si e como ele se sente preso entre a infância e a vida
adulta.

Entre a criança que se foi e o adulto que ainda não chega, o espelho do adolescente é
frequentemente vazio. Podemos entender então como essa época da vida possa ser
campeã em fragilidade de autoestima, depressão e tentativas de suicídio
(CALLIGARIS, 2000, p. 25)

A paciente em questão, tem manifestado ideação suicida, como resultado de uma série
de sintomas como ansiedade e isolamento social, que tem a deixado em constante
sofrimento psíquico.
Estabeleceu boa relação de confiança com a terapeuta e deseja manter-se em
tratamento semanal a fim de encontrar novas alternativas para seus conflitos emocionais.

5. CONCLUSÃO

Após avaliação psicológica, foi constatado que a paciente necessita iniciar


processo terapêutico a fim de possibilitar o tratamento de uma série de
sintomas psíquicos que têm levado a uma grande limitação em sua vida como
um todo.

As característica de seus sintomas indicam uma estrutura emocional situada


no campo das neuroses, com indicadores fóbicos. De acordo com a faixa
etária da paciente, o apoio que a mesma vem recebendo dos pais para dar
continuidade ao tratamento, além de sua implicação com às sessões,
considera-se um bom prognóstico.
Busca-se como proposta de trabalho o atendimento semanal, dentro do
referencial psicanalítico, ampliando o trabalho aos seus familiares, sempre que
for necessário.
Este relatório tem finalidades específicas atender a demanda do profissional
citado, para benefício do tratamento da paciente. Éum documento extrajudicial, tem
caráter sigiloso, não cabendo ao psicólogo relator a responsabilidade pelo uso deste
material por parte da pessoa, grupo ou instituição, após a sua entrega em entrevista
devolutiva.

São José, 30 de setembro de 2023.

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Adriane Schein- Psicóloga/Psicanalista
CRP: 12/16458

Bibliografia:

CALLIGARIS, C. A adolescência São Paulo: Publifolha, 2000.

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