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UNIFRAN

CLÍNICA DE PSICOLOGIA APLICADA

RELATÓRIO PSICOLÓGICO

Jéssica Carina Duarte


Taino Reis Alves de Oliveira

Supervisor: Prof Claúdia Alexandra Bolela Silveira

FRANCA
2020
IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE

Nome: Mona Stefany de Souza Castro


Idade: 26 anos
Escolaridade: Superior Completo
Profissão: Biomédica

DESCRIÇAO DA DEMANDA

A paciente Mona Stefany de Souza Castro solicitou os serviços da clinica escola em


psicoterapia com a demanda, de insatisfação com a situação de vida atual, apresentando
humor depressivo, estado cansado, necessidade de aprovação e não validação de suas
conquistas.

PROCEDIMENTO

A paciente foi atendida pelo sistema remoto de atendimento clinico, onde os estagiários estavam
presentes de forma online com fone de ouvido, lugar sem ruído e boa conexão de internet. O link
de acesso, dia e horário manteve-se o mesmo. A periodicidade foi semanal e o tempo administrado
de 50 minutos para atendimento. INSERIR DIA E HORÁRIO DO ATENDIMENTO.

PSICOTERAPIA: ANÁLISE

A paciente se mostrou assídua aos atendimentos, sempre presente no horário


marcado, tendo apenas duas sessões canceladas, onde uma foi reposta em outro dia e
horário.
A abordagem usada foi psicanálise preservando as regras por ela previstas como:
a regra do amor à verdade, regra da neutralidade, regra da atenção flutuante, regra da
abstinência, transferência, contratransferência e por ultimo não menos importante a
preservação do setting Para Zimerman (1999) além dos aspectos acima destacados, é
inegável que um uso adequado das “regras técnicas” implica necessariamente a
preservação do setting.
Logo pensando na atual circunstancia de pandemia e atendimento online a preservação do
setting em ambiente virtual foi um desafio novo, mas podemos afirmar que foi possível
alcançar resultados.
A paciente apresentou alguns comportamentos de resistência como a não abertura
da câmera, no de inicio de cada sessão sempre afirmava não ter nada para contar e logo
que estava chegando ao fim sempre nos contava algo com grande quantidade emocional.
O paciente também se mostrou com estado de humor depressivo, onde a mesma
não valida suas conquistas pessoais como o namoro, o curso que graduou a pós-
graduação que está cursando. Afirmando não ser reconhecida e valorizada por nenhum de
seus familiares.
A paciente demonstra mecanismo de defesa racionalização, sempre que se sente
impelida a tomar novos posicionamentos na vida pessoal, utiliza o mecanismo de defesa
que para Freud são dispostos para proteção do ego, logo a paciente Mona se sente
ameaçada quanto a possibilidade de mudança da sua vida atual, então racionaliza com o
intuito de apresentar justificativas lógicas para que justifiquem suas escolhas.
É possível notar que a paciente busca por aprovação externa constantemente,
sente-se injustiçada e procura sempre manipular as informações a fim de se tornar vitima
das situações. Segundo Folberg & Maggi (2002), ao nascer, a criança estará inteiramente
submetida à dependência de um outro, que possibilitará a sua sobrevivência, assim como
sua entrada no mundo da linguagem.
Um sujeito só irá se constituir se um “Outro” estiver ali para emprestar o seu olhar,
ouvi-lo e emprestar a sua voz à criança, assim como dar significado aos seus choros.
Pensando nessa teoria e na teoria das posições de Melane Klein, o bebê nasce
imerso na posição esquizoparanóide, cujas principais características são: a fragmentação
do ego e a divisão do objeto externo (a mãe).
A partir da elaboração e superação desses sentimentos, tem início a posição
depressiva. Estas posições continuam presentes pelo resto da vida, por isso é importante
resaltar que paciente pode estar passando por um momento esquizoparanoide, porém,
elas se alteram em função do contexto, embora a posição depressiva predomine em um
desenvolvimento saudável (Simon, 1986).
Outra questão importante do discurso de Mona e a perda da mãe na adolescência,
do ponto de vista do desenvolvimento, a relação do adolescente com a morte e suas
reações à perda de um ente querido são peculiares, especialmente porque são moduladas
pela fase de desenvolvimento em que ele se encontra, no processo do qual, segundo
Erikson (1971), a construção da identidade é a tarefa central.
Entretanto, Kastenbaum e Ainsenberg (1983) alertam para o fato de que a
aquisição da individualidade pode, nas primeiras fases da adolescência, evocar a
percepção de si mesmo como um ser solitário.
Somam-se a isso as perdas enfrentadas pelo adolescente, das quais se destacam
as perdas do corpo infantil associadas às transformações corporais e fisiológicas
correspondentes, a perda dos pais da infância e da identidade e do papel infantil descrito
por Aberastury e Knobel (1981). Efetivamente, o confronto com morte na adolescência
pode exaurir as limitadas estruturas defensivas inerentes a essa fase de desenvolvimento,
precipitando respostas radicais (KASTENBAUM, 1986).

CONCLUSÃO

Intervenções em psicoterapia podem ser eficazes para a paciente com essa


tendência de comportamento, pois existem diversos conflitos inconscientes que ainda
devem ser tratados. Como sugestão será priorizada discussões práticas, observar e
questionar seus pensamentos de modo a perceber suas distorções e a corrigi-los de forma
que o prejuízo de humor e afetivo seja diminuído.

( INSERIR UM PARÁGRAFO COM O PARECER DO DESEMPENHO DA PACIENTE AO


LONGO DO ATENDIMENTO)

8. REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO

ABERASTURY, A. & KNOBEL, M. (1981). Adolescência normal: Um enfoque psicanalítico


(S. M. G. Ballve, Trad.). Porto Alegre: Artes Médicas. (Original publicado em 1970)

ERIKSON, E. H. (1971). Infância e sociedade (G. Amado, Trad.). Rio de Janeiro: Zahar.
(Original publicado em 1950)
FOLBERG NM, Maggi RN, Declínio da função paterna e dia-lética da simbolização. Estilos
Clínicos, São Paulo, v. 07,n. 13, 2002 [acesso em 14 mar. 2015]
Disponívelem:http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?
pid=S141571282002000200007&script=sci_arttext.

KASTENBAUM, R. (1986). Death in the world of adolescence. Em C. A. Corr & J. N. McNeil


(Orgs.), Adolescent and death (pp. 4-15). New York: Springer

KLEIN, M. (1996) Amor, culpa e reparação e outros trabalhos (1921-1945). Volume I das


obras completas de Melanie Klein. Rio de Janeiro: Imago.  

SIMON, R. (1986). Introdução à psicanálise: Melanie Klein. São Paulo: Epu.

ZIMERMAN, D. E. Fundamentos Psicanalíticos: Teoria, técnica e clínica. Porto Alegre:


Artmed, 1999. ZASLAVSKY, J e SANTOS, M.J.P. Contratransferência em psicoterapia e
psiquiatria hoje.

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