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RELATÓRIO PSICOLÓGICO

1. Identificação
Paciente: Davi Ávila Costa
Data de Nascimento: 28/04/2019
Solicitante: Neuropediatra
Finalidade: Apresentar este documento ao profissional que o solicitou, a fim
de melhor esclarecer o quadro do paciente na psicoterapia.
Autor: Mychelle dos Santos Carvalho

2. Descrição da demanda
Maria Luciane Costa dos Santos, mãe de Davi Ávila Costa, de 4 anos, solicitou o
relatório à fim de informar a médica neuropediatra sobre o processo psicoterapêutico do
filho. O paciente foi encaminhado à psicoterapia devido diagnóstico de Transtorno do
Espectro Autista, de suporte nível I, apresentando atraso na fala, pouca interação social,
dificuldade de fixar o olhar, comprometimento considerável na coordenação motora fia,
comportamento hiperativo e estereotipias (roda os objetos).

3. Procedimento
O Paciente chegou ao Centro de Práticas em Psicologia – Faculdade Pio Décimo
(CENPP) em agosto de 2022. Com a estagiaria atual está fazendo acompanhamento
desde de 22 (vinte e dois) de março de 2023. Inicialmente foi realizada uma entrevista
de anamnese com a genitora. Após a primeira sessão, foi iniciada a intervenção com o
paciente Davi baseada na Terapia Cognitiva-Comportamental (TCC), que segundo Beck
(1964) é uma terapia de natureza colaborativa, focada na resolução de problema e
modificação de pensamentos e comportamentos disfuncionais. Além disso, foi utilizado
algumas técnicas da Análise do Comportamento Aplicada (ABA), visto que, segue uma
linha de atuação dentro da abordagem comportamental, utilizando reforço positivo e
modelação, para aprendizagem.
No que se refere aos atendimentos psicoterapêuticos, ficou acordado 1 sessão por
semana, com duração de 50 minutos, todas as quartas-feiras. E a cada 5 sessões a
quinta seria com o responsável. Com isso, foram realizadas 22 sessões, usando
diferentes recursos pedagógicos e técnicas afim de identificar às áreas do cérebro que
estavam com maior e menor ativação, como também os níveis de suporte que ele
precisaria em cada área, para a partir dessa investigação montar atividades que
estimulassem essas regiões. Para isso, foi utilizado recursos pedagógicos e lúdicos
como:

 Massa de modelar, areia mágica, arroz colorido e bolha de sabão para a área
sensorial. Além de, trabalhar a coordenação motora fina, descriminação,
reconhecimento das cores, criatividade e imitação;

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 Cards Pet trabalhando com pareamento de cor, de animais, figura e fundo,
vogais e percepção visual;
 Livros das emoções básicas (medo, raiva, alegria e triste). Sondando e
apresentando as emoções para o paciente;
 Recurso humano: a terapeuta irá dar o modelo e o paciente deverá seguir as
instruções da terapeuta executando a ação dada através do modelo. Alguns
exemplos de instruções são: mandar beijo, dá tchau, bater os pés e colocar
objetos dentro da caixa.
 Cards pet para estimular a área de falante. Ou seja, tato de animais e frutas.
 Recurso áudio visual, estimulando comportamentos, aprendizagem e fala
através de músicas infantis.

4. Análise
O paciente é uma criança muito carinhosa e gosta de usar imaginação nas brincadeiras
lúdicas. Estima de reforço como bater palmas, cócegas e elogios. Quando se sente
frustrado ou perde o controle no ambiente, foge e se joga no chão chorando, e como
forma auto regulação diante dessas situações ele chupa o dedo ou coloca o dedo na
boca.
Durante as sessões são realizadas as mesmas atividades, até que perceba que aquele
aprendizado faça parte do repertório do paciente. Nas primeiras sessões terapêuticas,
naquelas atividades que exigiam mais concentração ou eram desconhecidas tendia a
ter fuga de demanda, diminuindo a atenção, permanecendo pouco tempo sentado e
apresentado um baixo limite a frustrações. Com o passar das sessões e repetições das
atividades vem mostrando evolução. Descrimina cores e animais sem ajuda verbal.
Nos recursos utilizados para área sensorial, o paciente, tem o comportamento de levar
objetos para a boca. Até mesmo os Cards pet. Reconhece animais e frutas quando são
apresentadas as imagens, necessitando de ajuda verbal. Sua área cognitiva, em relação
a memória, ele associa o som dos animais e imita só olhando para as imagens.
Aprendizagem que foi sendo adquirida durante as sessões.
Em suma, vem estabelecendo contato visual sempre que é chamado, algumas vezes,
necessita chamar 2 ou 3 vezes para que o paciente faça esse contato ocular; atende
comandos e imitações comportamentos; apresenta tem consciência corporal, esse
programa de instruções simples de partes do corpo, atualmente, vem sendo reforçado,
mesmo que o paciente já tenha adquirido no seu repertório.
Quanto as emoções, quando iniciamos com esse programa apenas apresentamos e
sondamos as emoções que ele conhecia. Depois de 3 sessões repetindo esse
programa, partimos para a apresentação de imagens de crianças com o expressando
as emoções trabalhadas e a terapeuta perguntava a Davi o que a criança estava sentido
e ele precisaria parear em cima do livro daquela emoção. Foi um comando realizado
com sucesso. Ademais, durante as sessões buscamos trabalhar, também, seguir sua
liderança nas brincadeiras, fortalecendo os laços terapêuticos e estimulando
autoestima.
Por fim, é orientado aos responsáveis que Davi precisa realizar o que aprendeu em
contextos, ambientes e com pessoas diferentes. Afinal, o objetivo não é que a criança
consiga se comunicar, socializar, brincar e executar atividades acadêmicas apenas nos
consultórios dos terapeutas. O foco principal da intervenção deve ser garantir a emissão

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de novas habilidades aprendidas nos contextos naturais da vida da criança, isto é, casa,
escola, passeios com familiares e amigos, viagens, etc. Importante ressaltar, que nas
últimas sessões o paciente Davi vem apresentado o comportamento de tapar os
ouvidos, como é algo recente, ainda não conseguimos identificar quais são os sons que
ele apresenta essa sensibilidade auditiva.

5. Conclusão
Portanto, considerando os aspectos cognitivos, comportamentais e emocionais citados
acima. O paciente vem apresentando evolução nas habilidades ensinadas. O mesmo
apresenta frequência regular satisfatória, acompanhado do comprometimento e
contribuição dos familiares nas atividades propostas, fato que interfere diretamente nos
ganhos obtidos. Logo, é importante que o paciente dê continuidade as terapias e que
os responsáveis continuem caminhando junto com as terapeutas, para a ampliação dos
repertórios de aprendizagem. Além disso, é preciso estimular mais a sua linguagem e
fala, como já orientado à sua responsável, sempre que Davi pedir alguma coisa
condicionar o paciente para que ele receba que a comunicação é fundamental para
relação com o outro e ganhar o que deseja, para isso, ele precisa balbuciar algum som
ou palavra. A topografia da imitação não precisa ser exta, deve-se considerar a
aproximação. Sempre perguntando “Davi, quer o que? ”. Se preciso, dar ajuda verbal,
gestual ou física. Além disso, quanto a sua baixa frustação e birras, foi orientado a
importância de investigar o comportamento que antecedeu, a resposta e a consequência
desse comportamento emitido pelo paciente. Investigando se de fato é uma birra,
evitando que posteriormente seja repetido ou se o paciente está de fato com algum
sofrimento. Nesse caso, fazer o acolhimento ao paciente. Ademais, Davi é uma criança
que vem evoluindo cada vez mais a cada sessão.

Observações: O presente documento é de natureza sigilos, possui caráter extrajudicial


e deverá ser utilizado apenas para a finalidade descrita.
Este relatório diz respeito ao período acima mencionado, sendo características
avaliadas possíveis de mudança, não sendo de caráter definitivo. Assim, o presente
documento, como fotografia do momento atual, possui prazo de validade de 1 (um) ano.

Aracaju, 14 de novembro de 2023.

Mychelle dos Santos Carvalho Tereza Emília Leite Gomes


Estagiária em Psicologia Psicóloga / CRP – 739/19

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